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Princípios –Aula 1 Florence Haret

Princípios –Aula 1 Florence Haret. Bibliografia Da análise do princípio da capacidade contributiva como instrumento para realização da justiça tributária

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  • Princpios Aula 1 Florence Haret
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  • Bibliografia Da anlise do princpio da capacidade contributiva como instrumento para realizao da justia tributria (Rita de Cssia Andrade)
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  • Conceito de princpio Infinidade de acepes:norma / valor / limite objetivo; leis ou princpios ontolgicos: tudo que no estiver juridicamente proibido, estar juridicamente permitido (Dt privado) e tudo que no estiver juridicamente permitido, estar juridicamente proibido. (Dt pblico) Leis ou princpios jurdicos empiricamente verificveis: De acordo com a CF vigente, o Brasil uma Republica Federativa (principio federativo e republicano) Princpios lgico-jurdicos: valido ou invalido Princpios epistemolgicos-juridicos: Norma fundamental (Homogeneidade sinttica e Heterogeneidade semantica) Princpios axiolgicos. Para PBC, so 4 sentidos: como norma como valor-valor como valor-limite objetivo critrio objetivo
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  • Valores 1.bipolaridade: sempre dois plos (positivo e negativo valor e desvalor) 2.implicao: bem/mau, belo/feio valor e desvalor se implicam mutuamente. 3.referibilidade: necessidade de sentido; o valor importa sempre uma tomada de posio do ser humano perante alguma coisa, a que est referido. 4.preferibilidade: preferncia por um valor em detrimento de outro 5.incomensurabilidade: no susceptvel de ser medido 6.graduao hierrquica: decorre da preferibilidade, da axiologia 7.objetividade: diz respeito a alguma coisa (decorre da referibilidade) 8.historicidade: o valor construdo historicamente 9.inexauribilidade: valor no se esgota em um bem (no pq um quadro belo que outros no podem ser) 10.Atributividade: 11.Indefinibilidade: 12.Capacidade de se expressar em termos normativos:
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  • Valores Para Paulsen: Regras x Princpios Conflitos de regras (LICC) x Coliso de princpios. Normas sobre conflito de regras: hierarquia, temporalidade e especialidade; Normas sobre conflito de principios: razoabilidade, proporcionalidade e vedao do excesso S so princpios: Segurana jurdica; Isonomia; Capacidade contributiva; Praticabilidade da tributao.
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  • Princpios constitucionais gerais federao, repblica, justia, certeza do direito, segurana jurdica, igualdade, legalidade, irretroatividade, universalidade da jurisdio, ampla defesa e devido processo legal, isonomia das pessoas constitucionais, propriedade, supremacia do interesse pblico, indisponibilidade dos interesses pblicos;
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  • Princpios com vistas ao desenvolvimento econmico e social. Dignidade humana; Justia social; Capacidade contributiva; Progressividade; Proporcionalidade; Seletividade Como definir o objetivo de desenvolvimento econmico e social? Existem critrios?
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  • Segurana jurdica no direito tributrio Certeza do direito: legalidade, irretroatividade, anterioridade (CF, 5, II, XXXVIII; 150, I, III, a, b, c; 195, paragrafo 6) Intangibilidade das posies jurdicas: proteo ao direito adquirido e ao ato jurdico perfeito (CF 5, XXXVI, 151, VI; 178, 206) Estabilidade das situaes jurdicas: decadncia, prescrio extintiva e aquisitiva (CTN 150, paragrafo 6; 168; 173; e 174) Confiana o trfego jurdico: clasula geral de boa-f, teoria da aparncia, princpio da confiana (CTN 100, 146) Devido processo legal: direito ampla defesa inclusive no processo administrativo, direito de acesso ao Judicirio e garantias especficas como o mandado de segurana (CF 5, XXXV, LIV, LV, LVI, LXIX, LXX; CTN 164, 165; LEF 40)
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  • Igualdade no direito tributrio No significa a vedao por completo de tratamento desigual; O que importam so as razes e os critrios que orientam a discriminao: Razes de capacidade contributiva (interna; CF 145, paragrafo 1); Razes extrafiscais (externa; outros interesses): ex. IPTU + funo social da propriedade CF 150, II: veda as discriminaes arbitrrias: Discriminaes vlidas: iseno de taxa de inscrio em concurso pblico para desempregados; Discriminaoes invlidas: majorao da alquota de COFINS de 2% para 3%, associada possibilidade de compensao de tal aumento com a CSLL devida.
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  • Igualdade e Capacidade tributria Dele decorre o princpio da capacidade contributiva subjetiva (art 145, 1 da CF); princpio da isonomia vincula, no plano institucional, todas as instncias de poder tem por funo precpua, consideradas as razes de ordem jurdica, social, tica e poltica que lhe so inerentes, a de obstar discriminaes e extinguir privilgios (RDA 55/114), Dupla perspectiva : (i) igualdade na lei e (ii) igualdade perante a lei na busca da isonomia que se faz necessrio tratamento diferenciado, em decorrncia de situaes que exigem tratamento distinto, como forma de realizao da igualdade. (...) O conceito de isonomia relacional por definio. O postulado da igualdade pressupe pelo menos duas situaes, que se encontram numa relao de comparao. (RE 453.740, DJ de 24-8-2007.) Progressividade e capacidade contributiva: IPVA e tipo de carro No h tributo progressivo quando as alquotas so diferenciadas segundo critrios que no levam em considerao a capacidade contributiva. (RE 414.259-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-6-2008
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  • A igualdade segundo a espcie tributria Imposto Predial e Territorial Urbano. (...) Surge legtima, sob o ngulo constitucional, lei a prever alquotas diversas presentes imveis residenciais e comerciais, uma vez editada aps a EC 29/2000. (RE 423.768, Rel. Min. Marco Aurlio, julgamento em 1-12-2010, Plenrio, DJE de 10-5-2011.) Dou destaque a um princpio constitucional limitador da tributao, o princpio da igualdade tributria, que est inscrito no art. 150, II, da Constituio. Esse princpio se realiza, lembra Geraldo Ataliba, no tocante aos impostos, mediante a observncia da capacidade contributiva (CF, art. 145, 1); quanto s contribuies, por meio da proporcionalidade entre o efeito da ao estatal (o seu reflexo no patrimnio dos particulares) e o seu custo, ou, noutras palavras, por meio da proporcionalidade entre o custo da obra pblica e a valorizao que esta trouxe para o imvel do particular; e, referentemente s taxas, pelo especfico princpio da retribuio ou remunerao. Cada um consome uma certa quantidade de servio pblico e remunera o custo daquela quantidade. (Geraldo Ataliba, Sistema Trib. na Constituio de 1988, Rev. de Dir. Trib., 51/140). (ADI 447, Rel. Min. Octavio Gallotti, voto do Min. Carlos Velloso, julgamento em 5-6-1991, Plenrio, DJ de 5-3-1993.)
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  • Justia fiscal Justia comutativa e no distributiva Tributos vinculados O princpio da capacidade contributiva: CF 145, paragrfo nico. Em se, s aos tributos no vinculados; Em sa, a todos os tributos Voltado ao legislador e aplicador do direito Em SA, volta-se preservao do mnimo vital ou vedao ao confisco Modos de agir: imunidade, iseno, seletividade, progressividade
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  • Praticabilidade da tributao O exerccio da tributao no um fim em si mesmo, mas um instrumento Trabalha para a eficincia Sob a perspectiva do Fisco: a eficincia se faz por intermdio de instrumentos de praticabilidade, tais como presunes, fices, indcios, normas de simplificao, conceitos jurdicos indeterminados, clasulas gerais, normas em branco, analogia, privatizao da gesto tributria e meios alternativos de soluo de conflitos tributrios. Sob a perspectiva do contribuinte: limitao dos custos indiretos (derivados das exigncias formais necessrias para o cumprimento das obrigaes tributrias).
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  • NO-CONFISCO No confisco valor: enquanto tal incomensurvel: quando ocorre onerosidade tributria excessiva? Isso no significa, contudo, que ele no tem aplicao concreta: "Taxa: correspondncia entre o valor exigido e o custo da atividade estatal. A taxa, enquanto contraprestao a uma atividade do Poder Pblico, no pode superar a relao de razovel equivalncia que deve existir entre o custo real da atuao estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte, considerados, para esse efeito, os elementos pertinentes s alquotas e base de clculo fixadas em lei. Se o valor da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do servio prestado ou posto disposio do contribuinte, dando causa, assim, a uma situao de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relao de equivalncia entre os fatores referidos (o custo real do servio, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de outro), configurar-se-, ento, quanto a essa modalidade de tributo, hiptese de ofensa clusula vedatria inscrita no art. 150, IV, da CF. Jurisprudncia. Doutrina." (ADI 2.551-MC-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 2-4-2003, Plenrio, DJ de 20-4-2006.)
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  • Aplicabilidade com vistas ao desenvolvimento econmico e social. Tributao como um dever: Do Estado: a quem no facultado tributar; Do contribuinte: a quem no facultado pagar. Tributao como um direito: Do Estado para que possa, de um lado, laborar na consecuo de suas tarefas de proteo, segurana, sade, etc. e do outro distribuio de renda e os direitos dos contribuintes Do contribuinte para que possa apoiar-se nas atividades estatais
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  • Aplicabilidade com vistas ao desenvolvimento econmico e social. Lei de responsabilidade Fiscal x Facultatividade: Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gesto fiscal a instituio, previso e efetiva arrecadao de todos os tributos da competncia constitucional do ente da Federao. Pargrafo nico. vedada a realizao de transferncias voluntrias para o ente que no observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos. A LRF passa a seguinte mensagem: irresponsvel aquele que deixa de tributar determinado tributo. A lei contudo muito mais rgida para os Estados/DF e Municpios do que a prpria Unio: A Unio, em tese, ofende a LRF ao deixar de criar o Imposto sobre Grandes Fortunas. H sano neste caso? No. Dificilmente se vislumbraria um repasse voluntrio dos Estados/Municpios Unio! Se o pargrafo nico impe uma sano, como dar constitucionalidade a esta limitao dos sujeitos por ela atingidos? possvel sano que desrespeita a isonomia entre os Entes tributantes?
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  • Direito ao desenvolvimento Que direito esse? Qual a relao desse direito/princpio com a realizao da justia tributria? Direito ao desenvolvimento/crescimento: proibio do tributo como confisco e no- tributao do mnimo vital.
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  • Justia tributria O que significa no exigir imposto acima do suportvel? onde est a dignidade da famlia que sacrifica suas condies de consumo, moradia, lazer, educao e sade, para suportar o nus da carga tributria? O imposto pago de acordo com a capacidade econmica do contribuinte? Quais os critrios para se avaliar quando estamos acima do suportvel? O imposto sobre as grandes fortunas que no foi regulamentado atravs de Lei Complementar como prev o artigo 153, inciso VII, da CF deveria ser criado? capacidade contributiva, igualdade, legalidade e generalidade da tributao assumiram uma profunda unidade sistemtica como emanao do Estado de Direito no domnio dos impostos (Alberto Xavier)
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  • Justia tributria Ao criar os impostos, o legislador deve levar em conta, a situao particular de cada contribuinte, permitindo com isso que seja realizada a justia tributria ao no exigir imposto acima do limite do suportvel. (Maria de Ftima)
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  • Capacidade contributiva Qual o campo de abrangncia? Todos os impostos? Todos os tributos? Abrange apenas impostos de natureza pessoal e direta do contribuinte ou tambm impostos reais ou indiretos? Para Ives: o sempre que possvel deveria reger apenas a graduao pessoal dos impostos e os impostos indiretos no tm carter pessoal. O que est em jogo: caractersticas pessoais ou econmicas do contribuinte? O que capacidade econmica? Quem tem possibilidade econmica de pagar tributos? capacidade econmica objetiva x capacidade econmica subjetiva Capacidade econmica uma expresso muito vaga, vazia, se no estiver atrelada a outros princpios comum. Se no tiver como pano de fundo a justia fiscal, a igualdade, a legalidade, a generalidade, a progressividade incidindo sobre todos de forma igualitria e proporcional, inclusive sobre a tributao das grandes fortunas. (Maria de Ftima) Que significa sempre que possvel? possvel a relao com as seguintes classificaes? Pessoais e reais: incidncia Diretos e indiretos: transferncia possvel imprimir um carter pessoal aos impostos sobre gastos (IPI, ICMS)?
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  • Capacidade contributiva Qual o campo de abrangncia? Todos os impostos? Todos os tributos? possvel a relao com as seguintes classificaes? Pessoais e reais: incidncia Diretos e indiretos: transferncia Que significa sempre que possvel?
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  • Capacidade contributiva Abrange apenas impostos de natureza pessoal e direta do contribuinte ou tambm impostos reais ou indiretos? Para Ives: o sempre que possvel deveria reger apenas a graduao pessoal dos impostos e os impostos indiretos no tm carter pessoal. O que est em jogo: caractersticas pessoais ou econmicas do contribuinte? O que capacidade econmica? Quem tem possibilidade econmica de pagar tributos? capacidade econmica objetiva x capacidade econmica subjetiva Capacidade econmica uma expresso muito vaga, vazia, se no estiver atrelada a outros princpios comum. Se no tiver como pano de fundo a justia fiscal, a igualdade, a legalidade, a generalidade, a progressividade incidindo sobre todos de forma igualitria e proporcional, inclusive sobre a tributao das grandes fortunas. (Maria de Ftima) possvel imprimir um carter pessoal aos impostos sobre gastos (IPI, ICMS)?
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  • Capacidade contributiva Vocs concordam? Quando o legislador se achar em face de opes, dever escolher obrigatoriamente aquela que feche o imposto num contribuinte, a um s tempo de jure e de fato. O principio h de ter um minimum de eficcia, do contrario no teria sentido.... (...) sempre que possvel, s diz respeito ao carter pessoal dos impostos, no se aplica no que tange a observncia da capacidade econmica do sujeito passivo, pois esta deve ser observada sempre, visto que se assim no fosse se estaria ferindo mais gravemente os direitos individuais, patrimoniais, os rendimentos, e as atividades econmicas dos contribuintes, ficando o legislador, sobremaneira, vontade no regramento da tributao, podendo cometer toda sorte de abuso, inclusive violando o principio da vedao de confisco. (Sacha) n
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  • Capacidade contributiva e relao com outros princpios Progressividade: IR: art. 153,2. Item I IPTU: art. 156, 1 a progressividade pode ser aplicada tanto nos impostos de carter pessoal como nos impostos reais? Justia social: capacidade contributiva como a soma de riqueza disponvel depois de satisfeitas as necessidades elementares de existncia, riqueza essa que pode ser absorvida pelo Estado sem reduzir o padro de vida do contribuinte e sem prejudicar as suas atividades econmicas (Rubens Gomes de Souza) Proporcionalidade x progressividade crescente Seletividade: IPI: art. 153 3, I ICMS: art. 155 2, item III
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  • Capacidade contributiva e critrios de mensurao Existem dois critrios para mensurar a capacidade contributiva, i e, o poder econmico do contribuinte: 1) riqueza: patrimnio, capital, renda acumulada Tributos direitos 2) consumo: gastos praticados pelo indivduo a fim de buscar a medida da tributao. Tributos indiretos Piso: imunidades e isenes Teto: vedao de confisco
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  • Capacidade contributiva e consequencias a melhor medida da capacidade contributiva, deve ser definida positiva e negativamente, de modo a se declarar no tributvel a parte dos rendimentos dos contribuintes destinada manuteno das condies dignas de sobrevivncia, estabelecendo a poro capaz de ser apropriada pelo Estado a fim de cumprir seus fins e livrar a parcela que superaria as possibilidades de sacrifcio.
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  • H vedao constitucional ampliao da competncia tributria municipal por meio de emenda constitucional? Em caso afirmativo, qual (is)? O sistema constitucional vigente apenas impede a Emenda Constitucional em matria que afete Clusulas Ptreas. Nesse sentido, necessrio perguntar: competncia tributria matria de Clusula Ptrea? Ou melhor: inserir uma nova competncia tributria municipal afetaria de algum modo: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e peridico; III - a separao dos Poderes; ou IV - os direitos e garantias individuais? Os contribuintes municipais tem direito ou garantia individual de no se ver tributado por um novo tributo municipal? Imposto sim, mas taxa e CM, no. H possibilidade plena de o Municpio instituir novos tributos por Emenda, desde que respeitados os princpios constitucionais tributrios: Uma emenda constitucional, emanada, portanto, de constituinte derivado, incidindo em violao Constituio originria, pode ser declarada inconstitucional, pelo STF, cuja funo precpua de guarda da Constituio. A EC 3, de 17-3-1993, que, no art. 2, autorizou a Unio a instituir o IPMF, incidiu em vcio de inconstitucionalidade, ao dispor, no pargrafo 2 desse dispositivo, que, quanto a tal tributo, no se aplica o art. 150, III, b, e VI, da Constituio, porque, desse modo, violou os seguintes princpios e normas imutveis (somente eles, no outros): o princpio da anterioridade, que garantia individual do contribuinte (art. 5, 2, art. 60, 4, inciso IV, e art. 150, III, b, da Constituio). (ADI 939, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 15-12-1993, Plenrio, DJ de 18- 3-1994.)ADI 939
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  • "No ordenamento jurdico vigente, no h norma, expressa nem sistemtica, que atribua condio jurdico-subjetiva da aposentadoria de servidor pblico o efeito de lhe gerar direito subjetivo como poder de subtrair ad aeternum a percepo dos respectivos proventos e penses incidncia de lei tributria que, anterior ou ulterior, os submeta incidncia de contribuio previdencial. Noutras palavras, no h, em nosso ordenamento, nenhuma norma jurdica vlida que, como efeito especfico do fato jurdico da aposentadoria, lhe imunize os proventos e as penses, de modo absoluto, tributao de ordem constitucional, qualquer que seja a modalidade do tributo eleito, donde no haver, a respeito, direito adquirido com o aposentamento. (...) No inconstitucional o art. 4, caput, da EC 41, de 19-12-2003, que instituiu contribuio previdenciria sobre os proventos de aposentadoria e as penses dos servidores pblicos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, includas suas autarquias e fundaes. (...) So inconstitucionais as expresses 'cinquenta por cento do' e 'sessenta por cento do', constantes do nico, incisos I e II, do art. 4 da EC 41, de 19-12-2003, e tal pronncia restabelece o carter geral da regra do art. 40, 18, da Constituio da Repblica, com a redao dada por essa mesma Emenda." (ADI 3.128 e ADI 3.105, Rel. p/ ac. Min. Cezar Peluso, julgamento em 18-8-2004, Plenrio, DJ de 18-2-2005.)ADI 3.128ADI 3.105
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  • De fato, no podemos negar que os princpios constitucionais tributrios constituem clusula ptrea para os contribuintes: O poder constituinte derivado no ilimitado, visto que se submete ao processo consignado no art. 60, 2 e 3, da CF, bem assim aos limites materiais, circunstanciais e temporais dos pargrafos 1, 4 e 5 do aludido artigo. A anterioridade da norma tributria, quando essa gravosa, representa uma das garantias fundamentais do contribuinte, traduzindo uma limitao ao poder impositivo do Estado. (RE 587.008, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 2-2-2011, Plenrio, DJE de 6-5-2011, com repercusso geral.) Vide: ADI 939, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 15-12-1993, Plenrio, DJ de 18-3-1994.RE 587.008ADI 939 Alis, os princpios e as garantias ali estabelecidas originariamente em benefcio do contribuinte no podem ser alteradas por emenda constitucional. No se pode invocar incompatibilidade (inconstitucionalidade) entre norma originria e a norma do art 149-A da CF: As clusulas ptreas no podem ser invocadas para sustentao da tese da inconstitucionalidade de normas constitucionais inferiores em face de normas constitucionais superiores, porquanto a Constituio as prev apenas como limites ao Poder Constituinte derivado ao rever ou ao emendar a Constituio elaborada pelo Poder Constituinte originrio, e no como abarcando normas cuja observncia se imps ao prprio Poder Constituinte originrio com relao as outras que no sejam consideradas como clusulas ptreas, e, portanto, possam ser emendadas. (ADI 815, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 28-3-1996, Plenrio, DJ de 10-5-1996.)ADI 815
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  • Princpios Aula 2 Florence Haret
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  • Bibliografia Efetivao de politicas pblicas: uma questo oramentria (Maria de Ftima Ribeiro);
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  • Direitos Humanos e Tributao Qual a efetividade das polticas pblicas que visam garantir os direitos fundamentais? Considerando a costumeira escassez de recursos, cabvel ao Estado limitar suas aes reserva do possvel? Que reserva essa? Definio e da execuo dos gastos pblicos. O Estado tem por meta realizar os objetivos fundamentais da Constituio Federal.
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  • Estado e polticas pblicas De que Estado necessitamos? Liberal: neutralidade econmica; Social fiscal: provedor; Democrtico fiscal: interveno com limites nos direitos fundamentais. Qual o papel na organizao e relao entre os agentes econmicos? Cabe ao Estado apropriar-se dos meios de produo? Ou interferir na livre iniciativa, propriedade privada e livre concorrncia? Seja na produo e fornecimento de bens e servios pblicos, seja atuando nas clssicas funes tendentes a promover o crescimento, a redistribuio e a estabilizao, o Estado o agente fundamental que, por meio de diferentes polticas, pode interferir decisivamente na atividade econmica de qualquer pas. (Piscitelli)
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  • Estado e modos de interveno Princpio da subordinao: interveno apenas para manter o equilbrio, evitar os abusos; H subordinao dos agentes econmicos ao Estado e vice-versa? Interveno direta: 1) por absoro ou participao Interveno indireta: 2) por direo: Fiscalizao 3) Planejamento: polticas pblicas. 4) por induo: Incentivo
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  • FISCALIDADE sempre que os objetivos que presidiram a instituio do tributo estejam voltados exclusivamente ao abastecimento dos cofres pblicos. EXTRAFISCALIDADE quando a instituio do tributo no tiver objetivo meramente arrecadatrio, visando a atingir certas metas sociais, polticas ou econmicas. Com a extrafiscalidade, o Estado cerceia a liberdade econmica, interferindo na livre iniciativa? Como confrontar a extrafiscalidade com a capacidade contributiva? Direito de propriedade uma garantia oponvel tributao? a tutela constitucional sobre os direitos patrimonais e no sobre o patrimnio em si. (Joel) PARAFISCALIDADE: ocorre quando o ente competente transfere a capacidade tributria ativa a outra pessoa, recebendo as atribuies para fiscaliz-lo e arrecad-lo e, ainda, ficando incumbida de aplicar os valores arrecadados no desempenho de suas atividades especficas.
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  • Atuao do estado na economia Ao Normativa (art 174) Fomento Fiscalizao- art 174 Indireta Incentivo: arts 170, 218 e 219, da CF TAXA Poder de policia CIDE No remunerado planejamento Ao participativa Direta Prestao de servios pblicos: art 175 TAXA Servio pblico Explorao direta da atividade econmica (para segurana nacional ou interesse pblico) art 173; PREO pblico
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  • Limites Legislador oramentrio: CF. art. 165; Lei 4.320/64 que estatui as Normas Gerais de Direito Financeiro Legislador ordinrio: Lei oramentria o tributo que nasce limitado pelo espao da liberdade, porquanto seu fundamento est nos direitos fundamentais preconizados pela CF (Torres) Que princpios so esses? Quais so seus correlatos limites criados? Poderamos imaginar um tributo inconstitucional por inobservncia de um direito fundamental? Gestor pblico: Lei de improbidade administrativa; crime de responsabilidade (art. 85, VI da CF: vedado ao administrador realizar qualquer despesa sem previso oramentria, nos termos do art. 167, inciso II.)
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  • Oramento e polticas pblicas O oramento o principal instrumento de realizao de polticas pblicas. instrumento de governo, tanto para o desenvolvimento econmico quanto para o desenvolvimento social e poltico. a funo de traar as polticas pblicas de iniciativa do Poder Executivo, com a aprovao do Poder Legislativo na elaborao oramentria, para posterior aprovao pelo Congresso Nacional, em se tratando do oramento federal.
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  • Parmetros a Constituio Federal, oferece todas as diretrizes para a elaborao, execuo e controle do oramento do Governo Federal: objetivos e os valores fundamentais da Repblica (Art. 3) limites constitucionais, representados pelos valores, objetivos fundamentais da Repblica e programas trazidos pelo texto constitucional os gastos pblicos no permitem que o legislador, e muito menos o administrador, realizem gastos de acordo com suas livres conscincias, de forma desvinculada aos objetivos estatudos no Artigo 3 da Constituio Federal. (Maria de Ftima)
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  • Interveno do judicirio Limite do judicirio: no poder ser legislador positivo? descabe ao Judicirio, deciso de tal quilate. No entanto, se o fizer, determinando, por exemplo, a construo de moradias, creches, etc., e transitada em julgado a deciso, coisa no cabe ao Prefeito que cumprir a ordem. Para tanto, dever incluir, no oramento do prximo exerccio, a previso financeira. Esclarecer autoridade judicial a impossibilidade de cumprimento imediato da deciso com trnsito em julgado, diante da falta de previso oramentria, e obrigar-se- a incluir na futura lei oramentria recursos para o cumprimento da deciso. (Regis)
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  • Limites tributao com base na solidariedade social Seria o patrimnio esse limite objetivo? no cabe analisar a relao entre a obrigao tributria e o patrimnio, salvo nos casos de arbitrariedade e irracionalidade de tributao. (Joel) E o que arbitrariedade e irracionalidade? se o tributo destri o prprio negcio, nem por isto ele seria ilegtimo, porque no se trata de ser justo ou no, mas sim uma questo de poder e soberania (competncia do Estado). (Corte Americana) 2 anlises: formal da subsuno e material da ratio.
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  • Mnimo existencial A dignidade da pessoa humana tem como limite de partida o mnimo existencial; Nas dobras dos princpios fundamentais e basilares acima comentados que se revela a necessidade de se dar ao cidado brasileiro condies mnimas de existncia, isto , supri-lo de bens materiais que atendam s suas necessidades bsicas e que lhe permitam assegurar a vida, a sade, o bem-estar, a dignidade e a liberdade. (Quiroga) O oramento instrumento em benefcio do mnimo existencial? o momento mximo da cidadania, em que as escolhas pblicas so feitas e controladas. (Gustavo Amaral) A forma de planejamento a longo (PPA), mdio (LDO) e curto prazo (LOA) e planos nacionais, regionais e setoriais so a melhor forma de garantir o mnimo existencial?
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  • Estatuto do Contribuinte Deve tratar de qual momento: Arrecadao? Oramento? Seria necessria participao mais ativa do cidado no processo de alocao e utilizao dos recursos pblicos? Direitos fundamentais so reconhecidos; Deveres fundamentais so impostos/criados (clusula geral) Estatuto em face dos fundamentos da ordem econmica: Livre concorrencia = isonomia clusula de defesa do cidado contra o arbtrio do Estado Propriedade privada e livre iniciativa = no-confisco Defesa do meio ambiente Busca do pleno emprego Liberdade do trabalho.
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  • Princpios tributrios Estrita legalidade Vinculao da tributao lei Excees ou aparentes excees ao princpio da reserva legal da alquota (IPI, IImp, IExp, IOF e CIDE Combustveis) O que dizer das clasulas gerais, tipos abertos e conceitos indeterminados no direito tributrio? E as normas penais em branco? (Lei 8212/91, art 22, III, e paragrafo 3) Caso do IPTU Anterioridade anterioridade nonagesimal das contribuies sociais destinadas seguridade social. A anterioridade e a EC 32/2001. Excees ou aparentes excees ao princpio (IPI, IImp, IExp, ISOF e CIDE Combustveis) Irretroatividade Da lei: CF 5, XXXVI + CTN 150, III, a Da nova interpretao jurdica dos critrios legais pela AP: CTN 146
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  • Princpio da confiana e da vedao retroatividade da lei mais gravosa CTN, Art. 146. A modificao introduzida, de ofcio ou em conseqncia de deciso administrativa ou judicial, nos critrios jurdicos adotados pela autoridade administrativa no exerccio do lanamento somente pode ser efetivada, em relao a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente sua introduo.
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  • Princpios tributrios tipologia tributria Do tributo Das infraes tributrias uniformidade geogrfica Criao de reas incentivadas; no-discriminao tributria em razo da procedncia ou destinos dos bens, territorialidade da tributao: Competncia territorial do ente tributante indelegabilidade da competncia tributria: Vedao para que institua tributo e para que integre a norma tributria impositiva. Vedao criao de clasulas gerais de tirbutao que permitisse o Executivo instituir tributo;
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  • Princpios tributrios Universalidade ou aplicao categorial Igualdade ou proibio de arbtrio No-discriminao Proporcionalidade: necessidade, adequao e proporcionalidade em sentido estrito Tutela judicial
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  • Casos ICMS pr-sada (RExt 115.452): pode ser justificado em face das redues de custos na arrecadao/fiscalizao?; ICMS dia-a-dia (RExt 195.621); PIS/COFINS-importao com ICMS na base de clculo: pode ser justificado por assegurar competitividade? (TRF1, A em MS 2004.38.00.31210-9) CIDE-tecnologia: a simples subsuno capaz de justificar o tributo? (TRF2, AC 2002.51.01.018281-6)