Pro curador vaiao STJ paraamphar penasJoaquim Barros tem 15 dias parafazer valer sentenqa dos juizes

Andrea Tavares eMarcionila TeixeiraDA EQUIPE DO DIARIO

A guerra juridi-ca em torn do pro-cesso do Escandaloda Mandioca, quese arrastou durante18 anos para serjul-gado, deve agoraser travada no Su-perior Tribunal de

Justica (STJ). Dez horas depois da sen-tenca, o procurador-chefe do Ministe-rio Publico, Joaquim de Barros Dias,anunciou, ontem, que recorrera dadecisao do juri do Tribunal RegionalFederal (TRF) que condenou 20 dos24 acusados, mas acabou livrando amaioria deles (20) por causa da pres-cricao do crime. Apenas Edmilson Soa-res Lins, ex-gerente do Banco do Bra

Ja o procurador quer que seja consi-derada como ano da demincia o anode 1987, o que levaria a maioria dosreus a cumprirem suas penas.

DENONCIA - A data da denunciaconsiderada valida pelo TRF foi 1983,mas, de acordo com o advogado JaimeMenezes, que defende Pedro Bezerrada Silva, a data que deveria ser leva-da em conta e 1981, quando a fraudefoi denunciada pela primeira vez. Jaem 83, o que aconteceu foi um se-gundo recebimento da denuncia, queacabou sendo anulada por envolvi-mento de um deputado entre os acu-sados. "Tenho discutido sobre as ape-lacoes que serao feitas. Quem conse-guir provar que houve equivoco na de-cisao do TRF, garantira o beneficiopara todos", afirmou.

0 prazo para recorrer ao STJ e deno minimo cinco dias e comeca a ser

contado a partir da pu-blicacao das sentencasno Diario da Justica, oque ainda nao aconte-ceu. "Vamos recorrerporque o crime de pecu-lato esta prescrito. Voualegar tambem quemeu cliente, EdmilsonSoares Lins, nao prati-

LiberdadeAdvogados de defesa discutemestrategia que pode garantir aliberdade de todos os condenadose esgotar as chances de recursopor parte do Ministerio Publico

sil, condenado a 11 anos e tres mesesde prisao, e Antonio Oliveira da Silva,o Antonio Rico, condenado a 8 anos edois meses, podem vir a cumprir pena.Outros dois tiveram a pena prescrita.Advogados de defesa, mesmo com oresultado favoravel por causa da pres-cricao dos crimes, prometem que vaotambem apelar junto ao STJ.

Os advogados estao discutindo umaestrategia que pode garantir a liber-dade dos condenados e esgotar aschances de recurso por parte do Mi-nisterio Publico, que garantiu lutarpela pena maxima. A ideia deles eapelar da sentenca proferida, alegan-do que a data valida para a denunciae de 1981. Caso a apelacao seja acei-ta pelo STJ, todos os crimes estariamprescritos desde o ano passado, inclu-sive o de peculato que, neste caso, soestaria prescrito emjunho deste ano.

cou peculato, j d que so se enquadramnessa fraude funcionarios publicosque desviam dinheiro publico. Edmil-son era gerente de uma sociedadeanonima, o Banco do Brasil, e naoum funcionario pdblico", alegou.

A advogada Dolores Alcantara, quedefende Antonio Oliveira, disse queseu cliente tambem nao era funciond-rio publico e por isso nao praticoupeculato. Joaquim de Barros contes-ta a avaliacao que os advogados temfeito do crime de peculato. "0 Codi-go Penal estende o crime tambem aosnao funcionarios publicas, mas quede alguma forma participaram nocrime de desvio de dinheiro publi-co", citou. Com a aceitacao do pedi-do do MP, todos os condenados quese beneficiararn pela prescricao vaoter suas penas estendidas e terao quecumprir sentenca.

n Edmilson Soares Lins, gerente doBanco do Brasil de Floresta, identificadocomo o cabeca do grupo. 11 anos e 3meses de reclusao em regime fechado e15 dias-multa

n Palmerio Olimpio Maia, gerente-adjunto da agencia, assinou documentosfalsos para obtencao de indenizacoes doProagro. 2 anos e 4 meses de reclusaoem regime semi-aberto e 11 Bias-multa

n Adriano Marques de Carvalho,genro de Edmilson Soares, beneficiadopelo esquema. 5 anos e 10 meses dereclusao em regime semi-aberto e 11dias-multa

n Ademar Pereira Brasileiro,funcionario do Banco do Brasil, deucobertura ao esquema 4 anos e 8meses de reclusao em regime semi-aberto e 11 dias-multa

n Ivanilson Batista dos Santos,investigador de cadastro, ajudou afalsificar varios projetos. 2 anos e 4meses de reclusao em regime semi-aberto e 11 dias-multa

n Ana Maria Barros , titular do Cart6riode registro de imoveis de Floresta,forneceu documentos falsos. Isenta dapena

n Luiz Cavalcanti Novaes,agropecuarista, beneficiado peloesquema. Isento da pena . A Justi4atambem determinou o sequestro dosbens dos 22 reus, no caso de ainda naoterem sofrido execucoes fiscais

n Weldon Gilberto da Silva , vereadorem Floresta, recebeu financiamentos.5 anos e 10 meses de reclusao emregime semi-aberto e 11 dias-multa

n Manoel Edilberto Ferraz, Ex-vigilante

n Antonio Oliveira da Silva , conhecidocomo Antonio Rico, agricultor, beneficia-do pelo esquema. 8 anos e 2 meses dereclusao em regime fechado e 11 dias-multa

n Roberto Batuira Furtado da Cruz,fiscal da Carteira Rural do Banco doBrasil, assinava laudos frios. 5 anos e 10meses de reclusao em regime semi-aberto e 11 dias-multa

n Audas Diniz de Carvalho Barros,oficial da Policia Militar, beneficiado emmais de 20 operacoes. 5 anos e 10meses de reclusao em regime semi-aberto e 11 dias-multa

n Jose Ferreira dos Anjos , o majorFerreira, major da Policia Militar, recebeufinanciamento em seu nome e de no deparentes. 5 anos e 10 meses de reclusaoem regime semi-aberto e 11 dias-multa

da agencia do Banco do Brasil, recebeufinanciamentos em seu nome e deterceiros. 5 anos e 10 meses de reclusaoem regime semi-aberto e 11 dias-multa

n Geraldo Cornelio da Silva,agronomo, assinou declaracoescadastrais falsas. 5 anos e 10 meses dereclusao em regime semi-aberto e 11dias-multa

n Djair Novaes , advogado, atuou comoelo entre os funcionarios do banco e docart6rio. 6 anos e 5 meses de reclusao

em regime semi-aberto e 11 dias-multa

n Eduardo Wanderley Costa , supervi-sor do Setor de Operacoes do Banco doBrasil, avaliava as opera46es irregulares.5 anos e 10 meses de reclusao emregime semi-aberto e 11 dias-multa

n Francisco de Assis Goiana Leal,mecanico, alegou ser agricultor parareceber financiamento. 5 anos e 10meses de reclusao em regime semi-aberto e 11 dias-multa

n Pedro Bezerra da Silva , chefe daEmater de Pesqueira, criou projetosagricolas para imoveis clue nao existiam. 5anos e 3 meses de reclusao em regimesemi-aberto e 11 dias-multa

n Jarbas Salviano Duarte, supervisordo Cadastro do Banco do Brasil, aprova-va os cadastros falsos . 6 anos e 5meses de reclusao em regime semi-aberto e 11 dias-multa

n Ancilon Gomes Filho, fazendeiro,recebeu financiamentos de terceiros.6 anos e 5 meses de reclusao em

n Vital Cavalcanti Novaes, deputadoestadual, beneficiado com varios finan-ciamentos. 5 anos e 10 meses dereclusao em regime semi-aberto e 11dias-multa

n Heronides Cavalcanti Ribeiro,top6grafo, emitiu documentos de perdasforjados, para conseguir indeniza4bes.5 anos e 10 meses de reclusao emregime semi-aberto e 11 dias-multa

n Benedito Alves da Luz , agricultor,beneficiado pelo esquema. 5 anos e 3meses de reclusao em regime semi-aberto e 11 dias-multa

n Isaac Bernardo de Lima, tecnico daEmater, criou projetos agricolas paraimoveis nao existentes. 5 anos e 3meses de reclusao em regime semi-aberto e 11 dias-multa

regime semi-aberto e 11 dias-multa

* Cada dia-multa corresponde a umsalario minimo (R$ 130,00)

* Luiz Cavalcanti Novaes e Ana MariaBarros, maiores de 70 anos, tiveram apena prescrita.

Fonte: Tribunal Regional Federal (TRF)

Ex major Ferreira

Condenado adota estrategia do silencioSandra CorreiaDA EQUIPE DO DIARIO

0 ex-major Jose Ferreira dosAnjos resolveu adotar a estrategiado silencio absoluto em relagao aojulgamento do Escdndalo da Man-dioca, no qual foi condenado acinco anos de reclusao. Atendendoas orientagoes do seu advogado dedefesa, Juarez Vieira, ele tem evita-do a Imprensa e tambem de fazerqualquer pronunciamento sobreo assunto. Ontem, da PenitenciariaBarreto Campelo, onde cumprepena pelo assassinato do procura-dor Pedro Jorge, teve uma rapidaconversa com a reportagem doDIARIO, pelo telefone. Ele disse queo resultado do julgamento caiucomo uma bomba na vida dele. Aseguir, a Integra da conversa:

DIARIO - Por que o senhor vemse recusando a fazer qualquerpronunciamento a Imprensa?

Jose Ferreira dos Anjos - Estou se-guindo as orientagoes do meu ad-vogado (Juarez Vieira) que me ins-truiu nesse sentido.

DP - Como o senhor esta se sen-tindo diante desse novo julga-

Arquivo

Depois de ser condenado a mais cinco anos de prisao, Ferreira silencia

mento que o condenou a maiscinco anos de reclusao?

JFA- Sao coisas da vida. Quando agente menos espera, acontece. Mas,e isso, so resta agora aguardar

DP - Quais sao as estrategias dadefesa ? Havera apela4ao ?

partes. Sei que a Procuradoria tambem vai apelar. Mas, a defesa vaiinsistir na prescrigao dos crimes.

DP - 0 senhor concorda com essaestrategia ?

JFA - Estou do lado da defesa pormotivo obvio. A prescrigao dos cri-mes e a parte mais fragil de todo

JFA - Vai haver apelagao das dual esse processo.

Prisao de ex-militar podera sercumprida em regime semi-aberto

0 julgamento Escdndalo da Man-dioca, que comegou anteontem efoi realizado no Tribunal RegionalFederal, nao prejudicou em nadaa vida de Jose Ferreira dos Anjos,o ex-major Ferreira. Nao esta des-cartada a possibilidade de a partirde maio, ele passar a cumprir penaem regime semi-aberto. E pode naoter sua prisao prolongada. Isso por-que o pleno do STJ condenou Fer-reira por peculato a 5 anos e 10meses de reclusao, seguindo o re-gime da pena que cumpre atual-mente por ter planejado a mortedo procurador Pedro Jorge. Esseregime passa do fechado para osemi-aberto em quatro meses.E,por ter pego apenas 5 anon - apena minima - o crime j a esta pres-crito ha 4 anos.

ATIVIDADES - No regime semi-'aberto, o detento pode passar odia fora da cela, corn direito a exer-cer as suas atividades profissio-nais. Mas dentro da penitenciaria.No regime fechado, ele so sai dacela para os banhos de sol diarios.Segundo Waldomiro Evangelista,advogado nomeado pelo TRF parafazer a defesa de Ferreira no julga-mento de anteontem, nao a neminteressante para o ex-major en-

trar corn recursos contra o resul-tado do julgamento. "Acredito queesse tambem seja o entendimentodo doutor Juarez Vieira (advogadoconstitufdo de Ferreira)", afirmou.

RECURSOS - Segundo Evangelis-ta, quanto mais rapido o resulta-do do julgamento for transitado ejulgado, melhor para o ex-majorFerreira. Se nao houver recursosate o fim do prazo previsto por lei,que e de 5 dial apos a publicagaodo resultado do julgamento noDiario Oficial da Uniao, a senten-ga de ontem vira definitiva, e a ro-tina do ex-major Ferreira permane-ce a mesma.

0 proprio procuradorJoaquimJose de Barros Dias, responsavelpela acusagao no julgamento, ad-mite que nao ha mais tempo deevitar o regime semi-aberto parao ex-major. Mesmo que o Supe-rior Tribunal de Justiga (STJ) en-tendesse que o prazo para a pres-crigao dos crimes e o defendidopor ele, ou seja, de abril deste anoa abril de 2003, nao daria umaresposta antes de maio proximo,que e a data da mudanga do regi-me de prisao de Ferreira. "Certa-mente, nao havera tempo habil",confirmou.

Proc u ra d or vai recorrer ao SupremoJoaquim Dias considerou a condenacao uma vitoria, mas vai tentar conseguir penas mais altas em Brasilia

Mesmo nao tendo conseguido fazer

com que a data reconhecida como

o inicio do processo fosse 1987, o

que fez com que tres dos cinco cri-

mes considerados prescrevessem,

o procurador regional da Republi-

ca, Joaquim Dias, classificou como

uma vitoria a condenagao de todos as envolvidos noEscandalo da Mandioca. Ainda assim, Joaquim Diasja avisou que vai recorrer junto ao Superior Tribu-nal de Justiga (STJ), da decisao do Tribunal RegionalFederal, sobre a data de recebimento do processo. 0procurador defende que o anode 1987, quando o Su-premo Tribunal Federal determinou que a compe-

CONDENAcAO TARDIA

DIARIO DE PERNAMBUCO - 0que o senhor achou do resultadodo julgamento?JOAQUIM DIAS - Diante da exclu-sao dos crimes de falsidade ideo-logica, use de documento falso eformagao de quadrilha, a condena-gao dos maiores envolvidos compenas de oito e 11 anos, respecti-vamente, pode ser consideradauma vitoria.

DP - Todos as acusados, excetoAna Maria Barros e LuizCavalcanti Novaes foramcondenados. Quantos delespodem chegar a it paraa cadeia?JD - Apesar dos esforgos do Minis-terio Publico, a demora para a con-clusao dos trabalhos fez com queas sentengas perdessem sua forga.Dos 22 condenados, somente Ed-milson Soares Lins (pena de 11anos e tres meses) e Antonio Oli-veira da Silva (pena de 8 anos e

dois meses) podem chegar a cum-prir suas sentengas.

DP - Como o senhor classifica adefesa dos 24 acusados?JD - Alem de alegar que os crimesestavam prescritos, os advogadosnao tinham como justificar os atosde seus clientes. Todos os denun-ciados estavam envolvidos emmaior ou menor grau no desvio ir-regular dos recursos distribuidospelo Proagro.

DP - Por que a polemica em tornoda data de inicio do processo?JD - Este processo tem tres datasimportantes: 1981, quando o pro-curador Pedro Jorge ofereceu a de-nuncia ao juiz Geniva Matias da1 a Vara Criminal. Em 83, o mesmojuiz declarou sem efeito a denun-cia recebida em 81 e acatou nova-mente o processo e, finalmente,em 87, o Ministerio Publico enten-deu que o Escandalo da Mandio-

ca deveria ser julgado em 24ins-tancia, decisao validada pelo Su-premo Tribunal Federal. Comoessa ultima data foi acatada peloSupremo, defendemos ela comoverdadeiro inicio do processo.

DP - Existe a possibilidade dojulgamento realizado pelo TRFser anulado?JD - Nao. Toda e qualquer agaomovida agora nao tem forga paraanular o julgamento, o que podeser discutido sao os resultados,na instancia imediatamente su-perior, que e o Superior Tribunalde Justiga.DP - 0 senhor pretende entrarcom recurso para acatar a datade recebimento da denunciacomo o ano de 87?JD - Tenho quinze dias para entrarcom o pedido e you usar essetempo para preparar o recurso.Com a aceitagao do pedido, todosos condenados que se beneficia-

tencia para julgar o caso era do Tribunal Federal deRecursos, antecessor do TRF, marca o recebimentoda denuncia. De acordo com Joaquim Dias, caso sejaaprovada sua tese, apenas estariam livres de pena,as reus Luiz Cavalcanti Novaes e Ana Maria Barros,por serem septuagenarios e terem as sentengas re-duzidas a metade, e Ademar Pereira Brasileiro e Iva-

ram pela prescrigao vao ter suaspenas estendidas e terao que cum-prir sentenga.

DP - Devido a demora de 18anos para que o crime fosse jul-gado, a pr6pria Lei tornou-se umentrave para a Justica?JD - Com certeza. 0 tempo foi ofator que mais complicou esse jul-gamento que ja era dificil pelogrande numero de acusados, advo-gados e crimes. A prescrigao dosdelitos foi largamente exploradapelos defensores e acabou benefi-ciando quase todos as reus.

DP - Quem sera o responsavelpelo acompanhamento do caso?JD - Eu mesmo acompanharei todoo desenrolar do processo e as recur-sos enviados ao Superior Tribunalde Justiga, pelos advogados de de-fesa. Ate que todos sejam avalia-dos e o processo tenha transitadoem julgado, ou seja, se encerre.

nilson Batista da Silva pela prescrigao dos crimesque eles respondem. 0 procurador esta convicto queseu recurso vai ser acatado pela pr6pria polemica ocor-rida ainda no Tribunal. "Quatro juizes considera-ram a data de recebimento do processo 83 e tresconcordaram com meu ponto de vista, apontandoo inicio do caso como o ano de 87", frisou.

Gil Vicente

Procurador-chefe do Ministerio Publico, Joaquim de Barros, vai recorrer

as sentencas perdessem sua forca.Dos 22 condenados, somente Ed-milson Soares Lins (pena de 11anos e tres meses) e Antonio Oli-veira da Silva (pena de 8 anos e

sos enviaclos ao Supetior"TnbunaTde Justica, pelos advogados de de-fesa. Ate que todos sejam avalia-dos e o processo tenha transitadoemjulgado, ou seja, se encerre.

Ricardo Borba

amilia do procurador assassinado, Pedro Jorge, lamenta o resultado do julgamento concluido na madrugada de ontem e critica morosidade da Justifa

Morosidadeamiliares lamentam o resultado atrapalhou

Depois do julgamento dos envol-idos no Escandalo da Mandioca, aiuva do procurador Pedro Jorge,aria das Gracas Viegas e Silva, pas-

ou a manha toda descansando,nto com as filhas do casal, Rober-e Marisa. Para ela, faltou interes-da Justica e, por isso, o crime de-orou tanto tempo a ser julgado.

Eu e minhas filhas estamos depri-idas e tristes corn o resultado, masto menos, ocorreu o julgamento.

rho que o Codigo Penal deveriar revisado. Do jeito que esta, asis protegem as pessoas que nao

igem corretamente", lamenta.Como proximo passo, Maria das

racas pretende acompanhar os en-aminhamentos que serao dados

pelo Ministerio Publico e, tambem,viajar para Sao Paulo, onde fara umtratamento gastrico.'Tenho proble-mas de saude, decorrentes de todosesses sofrimentos. Irei conversarcom minhas filhas e, provavelmen-te, viajar para Sao Paulo", declarou.Ela disse que a ausencia de dois jui-zes, Nereu Santos e Petrucio Ferrei-ra, durante o julgamento, nao con-tribui para o resultado. "Pessoal-mente, acredito que eles deveriamestar presentes, mas a participacaodeles poderia ser interpretada comofalta de imparcialidade, ja que eleseram amigos de Pedro Jorge", de-clara Maria das Gracas.

Quanto a possibilidade da pro-motoria conseguir anular o resulta-

do, ela diz que acha ser importan-te, mas nao acredita numa novasentenca muito diferente da que foiaplicada. A mae do procurador as-sassinado, Heloisa de Melo e Silva,tambem concorda que a morosida-de atrapalhou o processo, alem daimunidade parlamentar de um doscondenados, o ex-deputado esta-dual, Vital Cavalcanti Novaes.

"Para o meu filho, o resultadonao altera em nada, mas para a so-ciedade, deveria haver uma novasentenca para despertar a etica so-cial. De qualquer forma, os culpa-dos estao condenados pela cons-ciencia", diz Heloisa e Silva, queviajou para Maceio, onde mora, natarde de ontem.

A notoria morosidade da Justicefez o relator do processo do julgamerto do Escandalo da Mandioca, JossMaria Lucena, lamentar a decisacfinal dos juizes. Lucena informoiestar satisfeito com o resultado"foram penas justas, fundamentadana lei". Mas, diante da prescricao d;pena de 20 reus, lamentou e culpota demora da Justica para julgar o casc" Lamento , mas o Estado nao tern juisuficiente para fazer cumprir os pryzos. Se voces virem a carga de trab2lho de um juiz vao entender".

Lucena havia estipulado como datinicial do processo novembro de 8,o que evitaria a prescricao da maicria das penas e disse que, por sua vortade, teria julgado o caso ante"Mesmo assim , a satisfacao da soci(dade deve ser a conviccao do juiz d,seu veredito . Estou convicto. Aumertar as penas para evitar a prescricaiseria arbitrario . A lei segue criterio:Mesmo usando junho de 83 para o indo do processo , meu julgamento serfo mesmo", garantiu Lucena.

Ao final da sessao , a vulva do pr(curador Pedro Jorge, Maria das GracaVeiga e Silva , tambem fez criticaslentidao do processo. "0 resultado fcjusto e positivo . 0 problema foi a merosidade da Justica. So me resta aconpanhar os desdobramentos". Maridas Gracas assistiu a sessao, na comp;nhia de Heloisa de Melo e Silva, mado procurador, e do Procurador Geda Republica , Geraldo Brindeiro.

juiz declarou sem efeito a denuncia recebida em 81 e acatou nova-mente o processo e, finalmente,em 87, o Ministerio Publico enten-deu que o Escandalo da Mandio-

JD - TeIiho quinze ras para entrarcom o pedido e you usar elsetempo para preparar o recurso.Com a aceitacao do pedido, todosos condenados que se beneficia-

ntidades reclamam da sentenqaUm "premio" para criminosos

ue roubaram dinheiro que per-ncia a sociedade. Assim, a coorde-adora da Rede Estadual de Entida-es de Direitos Humanos, Amparo•aujo, classificou o resultado dolgamento dos envolvidos no Es-

andalo da Mandioca. Dos 24 reus,2 receberam sentenca, mas ape-as dois correm o risco de seremealmente presos.

"Estou me sentindo afrontadaam o resultado dessejulgamento.dinheiro que foi desviado por

em educacao, saude e outras prio-ridades que nao para o enriqueci-mento ilicito deles. A sentenca nofinal foi um premio e nao umapena, para os criminosos".

0 advogado do Centro Dom Hel-der Camara, Marcelo Santa Cruz,nao se surpreendeu com o resulta-do do julgamento. "E revoltante atesaber que os advogados de defesa es-tavam encarando a vinda do procu-rador geral da Republica, GeraldoBrindeiro, como uma forma de pres-sao. Logico que isso a uma pressao!Toda a sociedade, a imprensa e a

Justica deviam estar mobilizadasnessa pressao para que mais umavez, crimes nao ficassem impunes".

Para a diretora do MovimentoTortura Nunca Mais, Dora Pires, oresultado do julgamento ter deixa-do, pelo menos, 20 reus longe da ca-deia e um absurdo social. "Um casocomo esse, de repercussao nacio-nal, sem uma punicao severa e umaafronta as instituicoes juridicas (quetiveram um membro assassinado)e financeiras (que tiveram a credi-bilidade arranhada) do nosso pals",avaliou Dora Pires.ssas pessoas poderia ser utilizado