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MODELAGEM DE EVASÃO DE CLIENTES BANCÁRIOS ADIMPLENTES IDENTIFICAÇÃO DE PADRÕES PELO HISTÓRICO DE SUAS OPERAÇÕES Brasília - DF 2016 Autor: Jefferson José Cerutti Gauer Orientador: Dr. Renato da Veiga Guadagnin Pró-Reitoria Acadêmica Escola Politécnica Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação

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MODELAGEM DE EVASÃO DE CLIENTES BANCÁRIOS

ADIMPLENTES

IDENTIFICAÇÃO DE PADRÕES PELO HISTÓRICO DE SUAS

OPERAÇÕES

Brasília - DF

2016

Autor: Jefferson José Cerutti Gauer

Orientador: Dr. Renato da Veiga Guadagnin

Pró-Reitoria Acadêmica

Escola Politécnica

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão do

Conhecimento e Tecnologia da Informação

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JEFFERSON JOSÉ CERUTTI GAUER

MODELAGEM DE EVASÃO DE CLIENTES BANCÁRIOS ADIMPLENTES:IDENTIFICAÇÃO DE PADRÕES PELO HISTÓRICO DE SUAS OPERAÇÕES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão do Conhe-cimento e Tecnologia da Informação da Uni-versidade Católica de Brasília, como requisitoparcial para obtenção do Título de Mestre emGestão do Conhecimento e da Tecnologia daInformação

Orientador: Dr. Renato da Veiga Guadagnin

Brasília2016

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Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB

G267m Gauer, Jefferson José Cerutti.

Modelagem de evasão de clientes bancários adimplentes: identificação

de padrões pelo histórico de suas operações. / Jefferson José Cerutti Gauer

– 2016.

91 f.; il.: 30 cm

Dissertação (Mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2016.

Orientação: Prof. Dr. Renato da Veiga Guadagnin

1. Marketing de relacionamento. 2. Marketing bancário. 3. Evasão. 4.

Churn. 5. MSD. 6. Média de Saldos Diário. 7. Instituição Bancária. 8.

Mineração de Dados. 9. Data Mining. I. Guadagnin, Renato da Veiga, orient.

II. Título.

CDU 005.94: 336.717

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A Deus

e

aos amores de minha vida,

Flávia, Letícia e Rafael.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que permite o acontecimento do imaginável e do inimaginável.

Aos meus pais Telmo e Inês e à minha irmã Joice, pelo amor e apoio constantes.

À minha esposa Flávia e aos meus filhos Letícia e Rafael, pelo amor, carinho, apoio,

afeto, paciência e tolerância com minhas ansiedades e inquietações.

Aos meus amigos e familiares, pela presença e companheirismo em várias jornadas.

Ao meu orientador, Dr. Renato, pelos valiosos ensinamentos, apoio incondicional e

extrema paciência durante todo o processo do trabalho.

Aos amigos e colegas de trabalho, que colaboraram com apoio, sugestões e energia

positiva, acreditando comigo no êxito deste estudo.

À minha instituição de trabalho, pelo apoio financeiro.

Ao meu amigo e colaborador, Paulo Rogério, que contribuiu ativamente para que os

resultados pudessem ser alcançados.

Aos professores, funcionários e colegas do Programa de Pós-Graduação em Gestão do

Conhecimento e Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília, pelos

ensinamentos transmitidos, experiências compartilhadas e pela contribuição direta ou indireta

para a minha formação.

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“De tudo ficaram três coisas: a

certeza de que ele estava sempre começando, a

certeza de que é preciso continuar e a certeza

de que seria interrompido antes de terminar.

Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer

da queda um passo de dança, do medo uma

escada, do sonho uma ponte, da procura um

encontro.”

Fernando Sabino

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RESUMO

GAUER, Jefferson José Cerutti. Modelagem de evasão de clientes bancários adimplentes:identificação de padrões pelo histórico de suas operações. 2016. 91 f. Dissertação deMestrado em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação. Universidade Católica deBrasília, Brasília. 2016.

As semelhanças de produtos e serviços, a estagnação do mercado, a portabilidade deoperações entre instituições e a concorrência e competitividade no setor bancário têmmotivado mais atenção à fidelização do cliente. A consideração de tais fatores é essencialpara a conquista de novos clientes, bem como para a sua retenção, a fim de evitar o churn.Assim, ferramentas de gestão de relacionamento com o cliente exigem uma quantidadecrescente de variáveis. O presente estudo abrange os melhores clientes de uma instituiçãofinanceira brasileira de grande porte. Propõe um modelo para a predição de churn, com basena evolução dos seus empréstimos e investimentos. Operações de 291.761 clientes foram osdados de entrada para a ferramenta QlikView (uma plataforma de BI – Business Intelligence– orientada ao usuário). O modelo transformou a Média de Saldos Diário (MSD) em umaescala logarítmica, a fim de avaliar a oscilação de acordo com os períodos. O indicadoralcançado parece ser um possível preditor de churn, o que indica que a gestão derelacionamento deve considerar cuidadosamente os clientes suscetíveis à evasão. No entanto,só este indicador não explica a taxa de churn. Recomenda-se aplicá-lo como umcomplemento e um refinamento de outros indicadores que já estão implantados na gestão dafidelização com o cliente.

Palavras-Chave: Marketing de relacionamento. Marketing bancário. Evasão. Churn. MSD.Média de Saldos Diário. Instituição Bancária. Mineração de Dados. Data Mining.

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ABSTRACT

Similarities of products and services, market stagnation, the portability of operations amonginstitutions, competition and competitiveness in banking sector have motivated more attentionto customer loyalty. It is essential to win new clients as well as to retain them in order to avoidchurn. So management tools that concern relations with customers require an increasingamount of variables. Present study covers the best clients in a big-size Brazilian financial in-stitution. It proposes a model for churn predicting, based on the evolution of their loans andinvestments. Operations from ca. 291 thousands clients were the input data for softwareQlikView (a user-oriented Business Intelligence platform). The model transformed the DailyBalance Average into a logarithm scale in order to assess the value oscillation according to pe-riods. The achieved index seems to be a possible churn predictor, which indicates that rela-tions management should regard carefully customers susceptible to churn. Nevertheless thisindex alone does not explain the churn rate. It is recommended to apply it as a complementand a refinement of other indexes that are already deployed in customer loyalty management.

Keywords: Relationship Marketing. Bank Marketing. Evasion. Churn. MSD. Average Daily Balance. Banking institution. Data Mining.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 – Composição do Sistema Financeiro Nacional (SFN).................................30

Quadro 2 – Estudos no Brasil que utilizam data mining para predição de churn ........46

Figura 1 – Antecedentes e consequentes da fidelização...............................................39

Figura 2 – Amostras consideradas no estudo................................................................51

Figura 3 – Base de dados analisada...............................................................................54

Figura 4 – Curva do log do valor de MSD....................................................................59

Figura 5 – Curva da variação do log do valor de MSD.................................................63

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Termos considerados para a seleção da amostra..........................................52

Tabela 2 – Seleção do público-alvo...............................................................................53

Tabela 3 – Informações da base de dados de evasão de clientes...................................55

Tabela 4 – Informações da base de dados de Média de Saldos Diário (MSD).............57

Tabela 5 – Tratamento estatístico das variáveis MSD_RLZD e Log10 (MSD_RLZD).60

Tabela 6 – Avaliação do modelo...................................................................................63

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LISTA DE SIGLAS

Bacen – Banco Central do Brasil

BI – Business Intelligence

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CCS – Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional

CLV – Consumer Life Time Value

CMN – Conselho Monetário Nacional

CRM – Customer Relationship Managemet

CVM – Comissão de Valores Mobiliários

Febraban – Federação Brasileira de Bancos

FMI – Fundo Monetário Internacional

LTV – Loan-To-Value

MSD – Média de Saldos Diário

SCR – Sistema de Informações de Crédito do Banco Central

SFN – Sistema Financeiro Nacional

TI – Tecnologia da Informação

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................13

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO............................................................................................13

1.2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA.............................................................................15

1.3 RELEVÂNCIA DA PESQUISA..................................................................................17

1.4 OBJETIVOS................................................................................................................20

1.4.1 Objetivo Geral.......................................................................................................20

1.4.2 Objetivos Específicos............................................................................................21

1.5 ABORDAGEM METODOLÓGICA E PRINCIPAIS RESULTADOS.......................21

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO.................................................................................22

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................23

2.1 CHURN........................................................................................................................23

2.2 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA...........................................................................25

2.3 RISCO DE CRÉDITO.................................................................................................27

2.4 MARKETING DE SERVIÇOS E MARKETING BANCÁRIO.................................31

2.5 MARKETING DE RELACIONAMENTO.................................................................33

2.6 ABORDAGEM CONCEITUAL DE LEALDADE E FIDELIDADE.........................37

2.7 CRM – GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE.............................40

2.8 A IMPORTÂNCIA DA BASE DE DADOS – DATABASE MARKETING..................42

2.9 PRINCIPAIS ESTUDOS NO BRASIL.......................................................................45

3 MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................49

3.1 UNIVERSO E AMOSTRA DO ESTUDO..................................................................50

3.2 BASE DE DADOS DE EVASÃO DE CLIENTES.....................................................55

3.3 BASE DE DADOS DE MÉDIA DE SALDOS DIÁRIO (MSD)................................56

3.4 TRATAMENTO ESTATÍSTICO DA AMOSTRA......................................................58

4 RESULTADOS.............................................................................................61

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................65

5.1 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................................................................65

5.2 CONCLUSÃO.............................................................................................................65

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5.3 LIMITAÇÕES DO ESTUDO......................................................................................67

5.4 TRABALHOS FUTUROS..........................................................................................67

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................68

APÊNDICE A – RESULTADO DA ANÁLISE DESCRITIVA DOS BAN-

COS DE DADOS DE SALDOS E CLIENTES...............................................89

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Desde os tempos da Grécia e Roma Antigas, primórdios dos bancos comerciais,

bancos de troca ou bancos de depósito (CORAZZA, 2000), passando pela Itália Renascentista

precursora reconhecida dos bancos comerciais modernos regulares (GALBRAITH, 1997), as

instituições financeiras1 possuem como fundamento em suas cestas de produtos a captação de

depósitos e a oferta de crédito aos seus clientes. Com o passar dos tempos, a competitividade

entre as instituições e a bancarização das massas populacionais, essa cesta de produtos

ofertados evoluiu para as mais diversas áreas de atuação, mas a captação e o crédito

continuam sendo os mais representativos, pois é dessa diferença de remuneração entre o juro

tomado dos empréstimos e o juro pago pelas aplicações que advém a principal rentabilidade

dessas instituições.

Com o avanço da tecnologia e da globalização aumentaram a concorrência e os custos

associados à conquista de novos clientes, estimulando a competição entre as empresas. Nesse

mercado cada vez mais competitivo, dinâmico e inseguro, a gestão do risco dos créditos

cedidos pelas instituições financeiras aos seus clientes tem se mostrado bem amadurecida,

representando um dos fatores mais importantes da administração financeira moderna, não

somente com a utilização de modelos no âmbito interno da própria instituição, como também

com regras diversas definidas por órgãos reguladores/supervisores e acompanhamentos por

organismos nacionais e internacionais (AKIAMA, 2008; SOUSA; CHAIA, 2000).

Os principais mecanismos de acompanhamento e monitoramento de clientes que as

instituições financeiras possuem se dão principalmente sobre o risco de inadimplência, o

controle de rentabilidade e a análise de crédito para concessão de novos créditos e/ou serviços

(SHIGAKI, 2001). Em mercados competitivos uma estratégia efetiva se dá por focar nos

clientes existentes, e consequentemente na redução de evasão desses clientes, em vez de

buscar novos clientes ou obter clientes da concorrência. De todo modo, conceitos e técnicas

1 A Lei 4.595/64 estabelece:

Art.17 - Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas

ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros

próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições financeiras as pes-

soas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual.

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mais antigas de fidelização continuam sendo válidos ao relacionamento dessas instituições

com seus clientes.

Os conceitos mais básicos de fidelização indicam a medição por um padrão de

compras repetidas, reforçadas por Brei e Rossi (2005) como a forma mais simples e fácil para

fidelizar clientes, chegando até a perspectiva comportamental com seus conceitos de

fidelidade cognitiva e afetiva (OLIVER, 1997, 1999). A fidelização concreta de clientes

proporciona à instituição rendimento seguro e garantido por um bom período de tempo, razão

pela qual os gestores buscam a retenção dos clientes a partir do oferecimento de benefícios

tangíveis e intangíveis. A longevidade de relacionamento com seus clientes influencia

favoravelmente a lucratividade da empresa, e a obtenção de um desempenho lucrativo

também pode ser constituído como fator importante à satisfação das necessidades e interesses

dos clientes.

A manutenção de clientes fiéis influencia o aumento das vendas e proporciona

melhores preços e menores custos (BARNES, 2002), o que é excelente em tempos

globalizados e de competitividade acirrada. Esses clientes tendem a gerar maior fluxo de

caixa e lucro, comprar mais e divulgar melhor a empresa.

Ainda alinhado a este posicionamento, Barnes (2002) propôs um modelo em que um

maior relacionamento com o cliente leva à sua retenção; a retenção melhora o resultado dos

negócios; e esse aumento de resultado proporciona recompensas maiores para os acionistas,

empregados, fornecedores e clientes. Portanto, elevando a retenção do cliente

automaticamente diminui-se a possibilidade de evasão deste.

Frise-se que o relacionamento entre cliente e instituição financeira costuma ser bem

mais duradouro que o de outros segmentos de mercado, todavia, a competitividade no varejo

bancário impede que as instituições financeiras se acomodem.

Justamente para enfrentar essa competitividade que as instituições financeiras têm

trabalhado com segmentação calcada na valorização do cliente a longo prazo almejando em

conquistar e aumentar sua fidelização. O Customer Relationship Management (CRM) pode

auxiliar para que se construam relacionamentos lucrativos com clientes específicos a longo

prazo.

O interesse para a presente pesquisa surgiu justamente do fato do setor bancário ser

hoje, junto ao de telecomunicações, o que mais evidencia concorrência, similaridade da oferta

de serviços, competitividade, busca por fidelização de clientes e interesse em se evitar o

churn de clientes (BERSON; SMITH; THEARLING, 2000; PORTER, 2000). A semelhança

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entre os serviços bancários é tamanha que Porter (2000) considera que o mercado de varejo

dos bancos poderia ser tratado como um mercado de commodities.

Levando-se em conta o considerável custo para adquirir clientes novos, bem como os

benefícios de reter os clientes já existentes, criar um modelo de predição de churn que auxilie

a retenção do cliente é relevante para o sucesso de uma empresa do ramo financeiro num

mercado competitivo (NEZZE, 2002). A criação de um modelo de predição de churn que seja

aplicável facilmente numa empresa, atrai a atenção no mercado financeiro e de outros

mercados devido à melhoria nos resultados financeiros que podem ser gerados.

1.2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

Os mercados estão cada vez mais dinâmicos e voláteis e as empresas buscam formas

de melhorar a qualidade e agregar valor aos seus serviços (YEE; YEUNG; CHENG, 2008)

priorizando a eficiência operacional. Ainda assim, muitas vezes não conseguem fidelizar seus

clientes ou mantê-los ativos por muito tempo (LU; LU, 2009).

Instituições financeiras de varejo enfrentam desafios para manter sua preponderância

na prestação de serviços bancários. Hoje, os consumidores veem seu banco como um lugar

confiável para guardar, movimentar e proteger seu dinheiro, mas argumentam que não estão

recebendo os serviços de valor agregado que gostariam, diferença esta que tem aberto

oportunidades significativas para a inovação e a competição mercadológica, especialmente

com o advento de alternativas não bancárias que ganharam força no cenário mundial, como o

PayPal, por exemplo, (CGI, 2015).

Ainda segundo a CGI (2015), o estudo, que abrangeu sete países em três continentes

com o intuito de explorar as preferências bancárias dos clientes e os pontos de vista sobre os

modelos bancários futuros, também descobriu que os mesmos estão dispostos a mudar para

alternativas não bancárias para encontrar estes novos serviços, bem como pagar por eles.

Reforçando essa tendência, uma pesquisa realizada pela consultoria Accenture identificou que

25% da base de clientes no setor bancário brasileiro é vulnerável à migração de instituição

(PIMENTEL, 2012). Comparativamente, tem-se que, no setor bancário americano, 30% da

base de clientes é vulnerável à migração (ACCENTURE, 2009).

Com efeito, instituições financeiras dos mais variados portes e período de constituição

possuem internalizados em seus processos (desde os mais básicos aos mais elaborados e

complexos) diversas frentes para fidelizar o cliente, como encarteiramentos e segmentações

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(SWIFT, 2001), com o intuito de possibilitar um relacionamento mais personalizado e uma

antecipação de possíveis necessidades dos clientes, buscando alongar a sua permanência no

portfólio da instituição e aumentar o volume de negócios. Ferramentas como CRM têm sido

corporativamente estratégicas nesse pleito – Kotler e Fox (1998) e Kurtz e Clow (1998) já

diziam que conquistar novos clientes tem um custo de 5 a 7 vezes maior que a manutenção

dos mesmos clientes que a empresa já possui.

O cerne da rentabilidade das instituições financeiras está calcado na rentabilidade do

crédito concedido aos clientes, então é natural que os planos de retenção de clientes estejam

geralmente voltados à proteção desse crédito. Swift (2001) identifica que as análises e

controles quanto à retenção de clientes podem existir em diversos níveis, desde os com foco

no marketing individual (comunicação individualizada, mala dirigida etc) até o marketing

coletivo (campanhas de mídia, segmentação, encarteiramento etc). O mesmo autor comenta

que é comum uma atuação mais reativa que pró-ativa aos sinais de churn de clientes, e que

quando a atuação na intervenção com o cliente for reativa, pode ocorrer quando o mesmo já se

encontra em processo de evasão ou até mesmo inativo ou evadido da instituição. Nesses

casos, se não encerrou toda sua carteira de operações resgatando todo o montante aplicado,

encerrando serviços, ou ainda quitando ou transferindo empréstimos para outras instituições, o

cliente evadido mantém algumas poucas operações ainda ativas, porém sem efeito de

rentabilização financeira relevante para a instituição de onde se evadiu. De fato, quando se

verifica que o cliente está em processo de evasão, ele pode já ter encerrado operações

rentáveis para a instituição financeira ou ter retirado valores expressivos nela aplicados.

A fidelização de clientes é muito importante para o futuro de diversas organizações,

segundo Brunner, Stöcklin e Opwis (2008), principalmente quando diferenças entre produtos

e serviços são poucas, em épocas de estagnação de mercado ou alto nível de competitividade.

Um cliente, ainda que satisfeito, não garante sua lealdade (BARNES, 2002) e, conforme

sustentam Matos, Henrique e Rosa (2009), está cada vez mais imprescindível que instituições

do setor financeiro monitorem a satisfação do cliente e o modo como está se desenvolvendo

seu relacionamento com a instituição.

Reforçando essa ideia, a empresa CGI (2015) identificou que 70% dos clientes

bancários consideram que recompensas são importantes, 90% dos clientes consideram a

importância de ser reconhecido pelo seu banco, 37% preveem um futuro de um ambiente

bancário altamente digital e com todos os serviços feitos digitalmente, mais de 80% dos

consumidores estão à disposição para que os bancos utilizem suas informações básicas para

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melhorar produtos ou serviços, 57% confiariam na PayPal para proteção de serviços e 46%

confiariam em sites de investimentos online para serviços de poupança e investimentos.

A questão comportamental do cliente perante a imagem da marca, sua reputação e

consciência (BEERLI; MARTÍN; QUINTANA, 2004), assim como a influência de suas

características pessoais e profissionais e os fatores ambientais internos e externos à

instituição, são variáveis conhecidas pelos gestores e que permitem suas eficientes

considerações nas ferramentas de CRM.

No entanto, é vital a monitoração do modo como está se desenvolvendo o

relacionamento do cliente com a instituição, ainda que as constatações utilizadas atualmente

na gestão do relacionamento sejam eficientes, é necessário que se evolua e se aprofunde o

debate considerando novas variáveis (MATOS; HENRIQUE; ROSA, 2009).

A verificação de operações bancárias de empréstimos e investimentos de cliente

pessoa física enquanto adimplentes e que tenha o menor risco de inadimplência, podem servir

como um indicador para uma atuação pró-ativa com esses clientes, considerados os melhores

clientes, na tentativa de impedir sua evasão, auxiliando e complementando os processos

existentes de retenção de clientes, antecipando sinais de churn antes do encerramento de

operações lucrativas ou da retirada expressiva de valores.

Destarte, a reflexão, nos moldes propostos, consubstancia excelente oportunidade de

identificação de mais um indicador que possa auxiliar a instituição financeira na gestão do

relacionamento com seus clientes, se antecipando a um possível sinal de churn, intervindo na

situação pró-ativamente buscando a plena satisfação do cliente e a sua segurança, dada a

competitividade do mercado,

Analisaram-se os padrões de histórico do churn de clientes quanto às suas operações

de empréstimos e investimentos, buscando-se encontrar respostas que levassem ao

atendimento do objetivo principal do estudo: propor um modelo de predição de risco de

churn, por meio da verificação do saldo de operações bancárias de empréstimos e

investimentos.

1.3 RELEVÂNCIA DA PESQUISA

Os gestores têm concentrado esforços para alcançar e manter a fidelidade de seus

clientes, revendo suas estratégias devido ao aumento da competitividade no mercado de

serviços (TURBAN; VOLONINO, 2013).

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O gestor atualmente precisa conquistar novos clientes ao mesmo tempo que precisar se

proteger para não perder os já conquistados. Aliando a pressão social por ética, maior

qualidade nos produtos e serviços ofertados, melhores condições ambientais e segurança, é

necessário que as empresas privilegiem as relações de médio e longo prazo com os seus

clientes com o intuito de criar benefícios focados numa relação de benefícios mútuos

(BERRY, 2010).

O setor de serviços financeiros tem sua importância destacada por fatores como a

concorrência crescente, custos maiores para o desenvolvimento de novos produtos e serviços,

assim como o ritmo acelerado de mudanças tecnológicas e de inovação, consolidação de

empresas e clientes mais exigentes (AKAMAVI, 2005). Por outro lado, o setor bancário tem

uma abordagem de fidelidade diferenciada de outras empresas do setor de serviços porque

usar serviços bancários se tornou uma necessidade fundamental na atualidade e, por natureza,

o relacionamento entre cliente e banco geralmente é longo (BARNES, 2002). Nesse viés, os

produtos e serviços bancários tendem a se mesclar, onde ambos precisam estar plenamente

alinhados para atender as necessidades do cliente, seja de curto ou longo prazo, assim como

corresponder à confiança e credibilidade esperada por ele (ABRAMSON, 1987; COBRA,

2007; EHRLICH; FANELLI, 2012).

O processo de liberalização e desregulamentação do setor de serviços financeiros

iniciado na década de 70 em vários países, principalmente nos Estados Unidos e Inglaterra

(AKAMAVI, 2005), influenciou a flexibilização da regulamentação brasileira iniciada nos

anos 90 e se deu por reforçar os padrões de regulamentação prudencial e de capitalização, e de

consolidar a abertura do setor bancário brasileiro (CAMARGO, 2009; SILVA, 2010). A

flexibilização da regulamentação associada à liberalização da entrada de capital estrangeiro no

mercado financeiro brasileiro (CARVALHO; VIDOTTO, 2007; CAMARGO, 2009), fez a

concorrência ficar mais acirrada. Sucedeu-se uma série de fusões ou aquisições de bancos

menores por grandes bancos, principalmente estrangeiros, ganhando escala e participação nos

mercados (PAULA, 2004; CARVALHO; VIDOTTO, 2007; CAMARGO, 2009).

Apesar da crise financeira global propagada em 2008 ter causado reflexos no sistema

financeiro nacional, principalmente no ano seguinte, não chegou a causar uma recessão

profunda, retomando crescimento acelerado a partir de 2010 (PAULA; FERRARI FILHO,

2011), em grande parte por ter mantido sua regulamentação e fiscalização do sistema bancário

(SILVA, 2010).

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Principalmente em decorrência da recente expansão da economia brasileira observa-se

um crescimento do nível da atividade bancária no país ao longo dos últimos anos. O saldo das

operações de crédito do sistema financeiro, incluso recursos livres e direcionados, apresentou

evolução de 1,6% nos últimos 3 meses e 9,6% nos últimos 12 meses, atingindo R$ 3.132

bilhões em agosto de 2015, sendo quase metade desse montante (R$ 1.480 bilhões) das

carteiras de pessoas físicas. A relação crédito/PIB atingiu 54,6% demonstrando elevação de

1,7% no comparativo anual (BACEN, 2015b).

Considerando a evolução na última década, esses números partem de R$ 541 bilhões

em saldo das operações de crédito e 28,7% de relação crédito/PIB, em agosto de 2005

(BACEN, 2015a), para os números atuais apresentados acima. Estes números revelam uma

fortíssima elevação dos créditos concedidos pelas instituições financeiras com atuação no

mercado brasileiro, praticamente multiplicando por 6 o valor de crédito concedido em uma

década, e numa velocidade de elevação superior à do PIB nacional.

Dentre as seis maiores instituições financeiras no país cinco são do tipo Banco

Comercial, Banco Múltiplo com Carteira Comercial ou Caixa Econômica. Apenas o Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é do tipo Banco de

Desenvolvimento. Juntas, as cinco instituições possuem um montante em ativos totais (bens e

direitos) na ordem de R$ 4.989 bilhões, representando 66,78% do total do Sistema Financeiro

Nacional. Tanto o montante das 5 maiores instituições como o montante total tiveram

crescimento vertiginoso nos últimos 4 anos, respectivamente de 75,68% e 70,34% conforme

data-base de dezembro de 2014 (BACEN, 2015c).

Com relação ao passivo bancário referente à captação – depósitos à vista, poupança,

interfinanceiros, a prazo e outros – os 5 maiores bancos possuem R$ 1.556 bilhões,

configurando 78,76% do valor captado de todo o Sistema Financeiro Nacional na data-base de

dezembro de 2014. Considerando ainda o crescimento nos últimos 4 anos, a carteira de

depósitos desses bancos aumentou 38,99% perante um crescimento de 32,50% do Sistema

Financeiro Nacional como todo (BACEN, 2015c). Dentre os vários motivos apontados pelo

BACEN, ao menos dois motivos principais podem ser atribuídos: ao crescimento da economia

brasileira, que proporciona aumento da riqueza da população e consequentemente leva a um

aumento no capital disponível para investimentos e aplicações financeiras; e à maior

importância dispendida pelos bancos aos serviços de captação, visto que a gestão desses

valores configura um serviço prestado pelas instituições financeiras no qual pode-se

considerar que o retorno econômico é livre de risco, quer dizer, sua rentabilidade se origina de

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comissões cobradas pelo gerenciamento dos recursos de terceiros, não envolvendo

empréstimos e nem risco de inadimplemento do cliente.

Esses mesmos bancos possuem juntos 302,5 milhões de clientes, representando

84,77% do total de clientes na base conjugada do Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro

Nacional (CCS) e do Sistema de Informações de Crédito do Banco Central (SCR) (BACEN,

2015d).

Essa concorrência para a conquista de novos clientes tem se tornado cada vez mais

voraz, principalmente após a possibilidade de portabilidade de operações de crédito entre

instituições financeiras pelos seus clientes (BACEN, 2014c). Isso quer dizer que não existe

mais aquela segurança da instituição de “forçar” a permanência do cliente mantendo-o cativo

até o final da vigência de suas operações de crédito – hoje, o cliente pode levar seu

empréstimo a qualquer momento para outra instituição que disponibilize uma renegociação

com melhores benefícios. Em vista disso, manter os clientes existentes vem se tornando uma

das estratégias fundamentais das instituições financeiras (RODRIGUES, 2007), e para tanto,

as ferramentas de CRM devem levar em consideração um número cada vez maior de

variáveis.

A importância do tema decorre principalmente da necessidade de mais estudos sobre a

matéria na literatura científica brasileira em relação ao sistema financeiro, ao âmbito da

questão quantitativa relacionada às próprias operações dos clientes e à questão que envolve o

relacionamento cliente/instituição (oferta de produtos, reclamações, satisfação etc).

Registre-se que a temática escolhida é pertinente e adequada ao tema Processos

Decisórios de TI da linha de pesquisa Governança de TI estabelecida pela Universidade

Católica para o Mestrado em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação, pois a

investigação pode vir a demonstrar uma forma de aperfeiçoamento do relacionamento entre

instituição financeira e cliente.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

O objetivo deste estudo é propor um modelo de predição de risco de churn, pela

verificação do histórico de saldo de operações bancárias de empréstimos e investimentos de

clientes bancários pessoas físicas adimplentes, que tenham o menor risco futuro de

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inadimplência (dentro da classificação de risco utilizada pela instituição) e não possuam

nenhuma reclamação não solucionada nos canais de Serviço de Atendimento ao Consumidor

(SAC) ou Ouvidoria, numa instituição financeira brasileira de grande porte.

Tal proposição busca auxiliar na retenção do cliente bancário, focando nesse melhor

cliente (com menor probabilidade de churn). Como bem cita Swift (2001) “O cliente de alto

valor, leal, que dá retorno, satisfeito e lucrativo, é o principal ponto focal para as

organizações lucrativas e em crescimento ao redor do mundo”.

1.4.2 Objetivos Específicos

Para atingir o objetivo geral, os seguintes objetivos específicos devem ser alcançados:

a) Identificação, classificação e agregação da Média de Saldos Diário (MSD) das

operações bancárias, conforme objetivo geral, dos últimos onze meses para clientes evadidos

nos dois últimos meses;

b) Identificação dos padrões de oscilação de MSD das operações bancárias desses

clientes evadidos que permitam a identificação de um indicador de risco de churn.

Em face do exposto, a seguinte questão de pesquisa guiará este estudo: As variáveis

relacionadas ao saldo das operações bancárias do eventual cliente evasor são preditoras de

churn?

1.5 ABORDAGEM METODOLÓGICA E PRINCIPAIS RESULTADOS

Utilizou-se nesse estudo a abordagem predominantemente quantitativa, com uma

concepção pós-positivista, uma estratégia de investigação experimental e método de pesquisa

quantitativo.

A caracterização do estudo aborda como sujeito de estudo os clientes evadidos de uma

instituição financeira; a delimitação do estudo aborda a modelagem matemática utilizando-se

de técnicas de mineração de dados; e o objeto de estudo aborda a análise da oscilação de

saldos de clientes em uma instituição financeira.

Desenvolveu-se um modelo teórico que visa suportar a identificação dos dados e sua

preparação, seu tratamento e processamento, culminando com uma análise para o diagnóstico

de indicador de predição de churn baseado no histórico do saldo de operações. O modelo

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22

aborda conceitos e técnicas de mineração de dados utilizando o software de Business

Intelligence (BI) QlikView.

As informações utilizadas no estudo são originárias de uma instituição financeira

nacional de grande porte e o público-alvo definido para o estudo são clientes adimplentes, que

possuam o menor nível de risco de inadimplência e que não possuam nenhuma reclamação

não solucionada nos canais de Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) ou Ouvidoria

na instituição financeira analisada.

A amostra trabalhada considerou 291.761 clientes como público-alvo, e para estes,

tratou 3.409.505 registros com informações sobre a variação da MSD de suas operações.

Devido a grande amplitude entre os valores de MSD, esse valor foi transformado

numa regressão logarítmica. Os valores de log da MSD foram considerados como uma escala

de grandeza, diminuindo sobremaneira a amplitude dos valores e mantendo a característica de

cálculo com os valores.

O indicador obtido mostrou que pode ser um preditor de churn, sinalizando que os

mecanismos de gestão do relacionamento precisam abordar esse cliente, que pode estar dando

sinais de eminente evasão.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Neste primeiro capítulo, são introduzidos os primeiros conceitos e os objetivos da

pesquisa.

No segundo capítulo, encontram-se os conceitos mais relevantes envolvidos nessa

dissertação, assim como a contextualização na atividade de intermediação financeira e

discutindo sua importância na avaliação do risco de churn de cliente.

No terceiro capítulo, a população e as amostras consideradas são caracterizadas, tal

como as fontes dos dados disponibilizados para o estudo e as variáveis utilizadas. São

apresentadas as técnicas estatísticas acerca da mineração de dados que foram aplicadas no

modelo de predição de churn. Em suma, retrata o experimento e sua análise, abordando os

problemas apresentados e a forma como foram resolvidos.

No quarto capítulo, são expostos os resultados empíricos do modelo obtido. É avaliada

a qualidade do ajuste do modelo e as limitações do modelo são apresentadas.

No quinto e último capítulo, são apresentadas as considerações finais sobre o trabalho.

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23

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 CHURN

De acordo com a definição de Ikeda (2000), churn é o ato de um determinado cliente

abandonar uma empresa, geralmente em favor de uma concorrente, encerrando toda sua

relação com a antiga empresa.

O termo tem sua origem atribuída ao verbo to churn da língua inglesa, que pode ser

entendido como mexer, rodar, agitar fortemente, bater (FERREIRA, 2005). Strouse (1999) e

Ferreira (2005) observam que esse fenômeno do churn tem como base o marketing e é uma

forma de medir a fidelidade dos clientes, uma vez que trata da perda de clientes sofrida pela

empresa para a concorrência. Observam também que nas relações entre cliente e empresa esse

fenômeno reflete exatamente o sentido dos verbos antes citados, que é de uma agitação de

clientes no mercado, trocando de empresas com certa frequência, forçando-as a buscarem

novas formas de manter seus clientes no negócio e ainda conquistar os clientes da

concorrência.

Glady, Baesens e Croux (2009), utilizando uma abordagem focada no cliente,

definiram churner ou cliente evasor como aquele cliente cujo CLV (Consumer Life Time

Value ou valor do ciclo de vida do cliente, em tradução livre) é decrescente ao longo do

tempo. Greenberg (2001) define valor do ciclo de vida do cliente como “o lucro gerado por

um cliente durante seu ciclo de vida na empresa”.

Linoff e Berry (2011) consideram o termo churn comum na indústria de serviços, com

certo destaque para os serviços com alguma semelhança e concorrência – como é o caso do

mercado de telecomunicações, seguros, cartões de crédito e serviços financeiros –, em que

esse fenômeno tem ampla utilização como forma de medição da taxa de abandono de clientes.

Dizer que a taxa de churn de uma empresa varia entre 3% e 5% anualmente significa dizer

que tal empresa está perdendo de 3% a 5% de seus clientes ativos por ano (FERNANDES

NETO; MATTOZO; COSTA, 2008). Essa taxa representa mais que a perda do cliente, uma

vez que, além da perda, a empresa precisa repor essa evasão para que possa manter sua base

de clientes. Nesse sentido que algumas traduções do termo trazem a definição de rotatividade

de clientes, indo além da definição mais simples de perda de clientes (STROUSE, 1999).

Engel, Blackwell e Miniard (2005) chamam a atenção para a necessidade de um tipo

de mecanismo de aviso antecipado que possa indicar problemas em tempo que seja suficiente

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para a tomada de ações corretivas. Os autores alertam que, quando o cliente está na situação

de abandono, ou seja, cancelando suas últimas operações com a instituição, já é tarde demais

para efetivar medidas de retenção.

O churn representa, além da redução de receita do cliente que abandonou a empresa,

um custo extra para a conquista de um novo cliente (KOTLER; FOX, 1998; KURTZ; CLOW,

1998). Com o avanço da tecnologia e da globalização aumentaram a concorrência e os custos

associados à atração de novos clientes (CASTELLS, 2010). Este é o motivo pelo qual o churn

gera impactos financeiros para as empresas.

Segundo Cister (2005) existem 3 tipos de churn: involuntário, voluntário e inevitável.

O churn involuntário é gerado por decisão da própria empresa, que desliga o cliente por

motivos como fraude, falta de pagamentos ou até a não utilização dos serviços. O churn

voluntário ocorre quando o cliente, por sua própria vontade, abandona a empresa. Pode ser

deliberado (quando o cliente toma a decisão porque quer trocar de empresa, muitas vezes

seduzido por campanhas de marketing e/ou promoções) ou acidental (quando a causa advém

de razões que fogem ao controle do cliente, como por exemplo, problemas financeiros

pessoais ou mudança de localidade de moradia). O churn inevitável se dá por questões como

o falecimento do cliente ou quando ele se muda para uma localidade não atendida pela

empresa.

Quanto ao gerenciamento de churn, Ikeda (2006) entende que o mesmo aborda o

desenvolvimento de técnicas de mensuração e administração da taxa de evasão de clientes

para a sua retenção antes do abandono, identificando também as razões para possível evasão.

Já Lejeune (2001) define o gerenciamento de churn como o desenvolvimento de

técnicas que visam a manutenção dos clientes mais lucrativos para a empresa, buscando ainda

aumentar sua lealdade. O autor reforça que esse gerenciamento deve ser focado em clientes

específicos e não em toda a base de clientes. Salienta também que reter o cliente é diferente

de aumentar sua lealdade.

As principais questões com que o gerenciamento de churn deve se preocupar, segundo

Lovelock, Wirtz e Hemzo (2011), são o tipo de cliente que tende a evadir, se vale a pena

investir esforços para mantê-lo e o porquê de clientes lucrativos evadirem.

Para Berry e Linoff (2000) o gerenciamento de churn pode ter vários objetivos. Dentre

os principais está a geração de valor para a instituição por meio da identificação de uma lista

com prováveis churners – potenciais clientes a abandonar a empresa – para que se possa

tomar iniciativas de ações de marketing de relacionamento. Outro objetivo é a construção de

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um modelo para aplicação e mensuração da efetividade de ações de marketing de

relacionamento. Os referidos autores ainda colocam que, conhecendo-se a taxa de churn,

pode-se utilizá-la em ações de marketing desde o desenvolvimento de campanhas até

programas de retenção de clientes.

Endossando essa linha, Botelho e Tostes (2010) afirmam que o churn do cliente pode

ocorrer em qualquer fase de seu ciclo de vida junto à organização, assim como pode ocorrer

por motivações diversas, desde o atrito no relacionamento com a empresa até o abandono sem

motivo aparente. Os autores destacam que a gestão do relacionamento com o cliente é

justamente o conjunto de ações que previnem tal atrito ou abandono.

Devido às semelhanças conceituais entre os termos e à inexistência de uma tradução

formal, este trabalho considera os termos “churn”, “abandono” e “evasão” como sinônimos.

Dentre todos os nichos de mercado, o do setor financeiro é um dos que são mais

suscetíveis à evasão de clientes.

2.2 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA

De acordo com Servigny e Renault (2004), a teoria bancária é baseada na

intermediação financeira. Os autores afirmam que as instituições financeiras recebem

depósitos, principalmente líquidos de curto prazo, transformando-os em empréstimos aos seus

clientes, geralmente ilíquidos a longo prazo. Sustentam que essa atividade de transformação é

função primordial para que se atinja o ótimo econômico global, da mesma forma que a

atuação dos bancos como um intermediário reduz as deficiências dos mercados nas áreas de

liquidez, risco e informação. Em suma, o intermediário financeiro direciona recursos de onde

há superavit (agente econômico poupador) para onde há deficit de capital de investimento

(agente econômico investidor).

Entendendo a importância da intermediação financeira, percebe-se que a instituição

financeira está fortemente ligada ao desenvolvimento econômico de uma sociedade. Ao

mesmo tempo, assume um risco característico da atividade no ato de tomar recursos, pois tais

devem estar disponíveis aos clientes depositantes no vencimento ou quando necessário

(depósito à vista, por exemplo), e empresta os mesmos recursos a clientes que deverão honrar

as suas dívidas nos valores e prazos contratados.

Esses empréstimos são conceituados como créditos, segundo Silva (2014), e consistem

na entrega de um valor presente mediante uma promessa de pagamento. Vicente (2001)

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define-os como uma postergação do recebimento do valor dos serviços prestados e/ou dos

produtos vendidos.

Empréstimos, financiamentos e todas as formas de extensões a essas operações fazem

parte das atividades operacionais orgânicas de uma instituição financeira (VICENTE, 2001).

Nesse mesmo viés, Silva (2014) diz que o crédito é elemento tradicional na relação cliente-

banco, pois é o próprio negócio. Afirma ainda que em uma empresa do ramo comercial ou

industrial há a possibilidade de vendas a prazo ou à vista, ao contrário de um banco que não

pode fazer um financiamento ou empréstimo à vista. Segundo seu entendimento, a fonte de

receita principal de uma instituição financeira tende a ser oriunda de sua atividade de

intermediação.

O setor financeiro, por sua natureza de intermediação, difere de outras indústrias

manufatureiras por ser uma indústria de serviços. Hoffman, Bateson, Ikeda e Campomar

(2010) explicam que os serviços bancários, em consonância com os serviços em geral,

possuem as peculiares características de intangibilidade, perecibilidade, heterogeneidade e

inseparabilidade.

Detalhando o descrito pelos autores, os serviços são intangíveis por não poderem ser

experimentados ou testados adiantadamente, dificultando sua apresentação ao cliente antes da

aquisição e induzindo a contratação por meio de uma promessa de satisfação. Também, os

serviços são perecíveis, pois não podem ser estocados, tornando difícil a administração da

sazonalidade de variação da demanda. São heterogêneos devido à dificuldade em se controlar

e padronizar o serviço para o cliente. Por fim, são inseparáveis por manterem um vínculo

entre o prestador do serviço e o serviço prestado, complementado pelo envolvimento e

contribuição continuados do cliente no processo de produção do serviço.

Cobra (2007) traduz que os serviços prestados pelas instituições financeiras aos

clientes tendem a acompanhar os produtos bancários oferecidos. Ehrlich e Fanelli (2012)

sustentam que os serviços financeiros não são nem serviços nem produtos puramente, mas um

conjunto de atividades que mesclam elementos de ambos. Por fim, Abramson (1987) afirma

que confiança e credibilidade são os principais componentes de um produto bancário, sendo

complementado pelo efetivo desenvolvimento de soluções financeiras para necessidades a

curto prazo – como taxas de juros interessantes – e a longo prazo – como administrar o

patrimônio do cliente. De forma geral, tanto produtos quanto serviços precisam estar

alinhados e focados em atender as necessidades dos clientes.

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27

Os principais organismos nacionais que definem critérios e normas para o sistema

financeiro brasileiro são o Banco Central do Brasil (BACEN) (BANCO CENTRAL DO

BRASIL, 2014a; 2014b) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (COMISSÃO DE

VALORES MOBILIÁRIOS, 2014), os quais regulam e supervisionam a atuação das

instituições financeiras no mercado brasileiro. Por sua vez, organismos internacionais como o

Fundo Monetário Internacional (FMI) (FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL, 2014) e

o Banco Mundial (BANCO MUNDIAL, 2014) assim como alguns fóruns (G20, Fórum de

Estabilidade Financeira, Comitê de Basiléia), apesar de não possuírem autoridade formal para

supervisão supranacional, definem direcionadores com o intuito de induzir comportamentos

nos países-membros.

Dessa forma, as instituições financeiras possuem sua operacionalização com o cliente

fortemente atrelado ao fator risco de crédito ao cliente.

2.3 RISCO DE CRÉDITO

Dada a relevância da intermediação financeira, e consequentemente do crédito

concedido, tem-se que levar em consideração o risco que essas operações de crédito

representam para as instituições financeiras. Risco é definido como a probabilidade de ocorrer

o evento gerador de perda ou incerteza (SECURATO, 2007) e, esmiuçando para o ramo

financeiro, tem-se que risco de crédito é uma possibilidade de não recebimento dos valores

prometidos, seja o principal ou os rendimentos de juros dos títulos mantidos nas carteiras de

recebíveis (ASSAF NETO, 2014b). Saunders (2000) explica que existe risco de crédito

devido aos fluxos de caixa prometidos pelos títulos primários em posse das instituições

financeiras poderem não ser pagos integralmente.

Não se pode desconsiderar a origem do risco, que pode ser de várias fontes. Jorion

(2012) defende que dentre as várias fontes, o risco pode ser criado pelo ser humano (ciclos de

negócio, inflação, guerras, mudanças políticas etc), pode ser originado por fenômenos naturais

imprevisíveis (clima, terremotos etc), ou ainda ser resultado do crescimento econômico de

longo prazo (inovações tecnológicas que proporcionam deslocamentos de empregos por

tornar obsoleta uma determinada tecnologia, por exemplo). O referido autor considera tanto o

risco como o empenho em assumi-lo imprescindíveis para o crescimento da economia.

O risco de crédito surge quando os clientes não possuem capacidade para ou não

desejam cumprir suas obrigações contratuais (JORION, 2012) e é definido pelas perdas no

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momento da inadimplência ou da deterioração da qualidade do crédito desse cliente (BESSIS,

2015). Essa definição, apesar de simples, oculta riscos encobertos. Bessis (2015) explica que

o risco é resultado de dois vieses, um referente à possibilidade de ocorrer a inadimplência

propriamente dita, e outro referente à redução da capacidade de recuperação de perdas

proporcionadas pelas garantias na ocorrência da inadimplência. O autor também explica que

os valores diferem entre saldo da dívida, montante em risco e perda no momento da

inadimplência devido às potenciais recuperações, que dependem de qualquer mitigador de

risco de crédito (garantias reais, garantidores, capacidade de negociação do cliente, fundos

disponíveis etc). Ainda, diz que inadimplência é um evento incerto, portanto, não há como ser

conhecida antecipadamente, assim como potenciais recuperações também não podem ser

previstas antecipadamente. Por fim, o autor classifica risco de crédito em risco de

inadimplência, risco de exposição e risco de recuperação.

O risco de crédito é o mais antigo dos riscos para instituições financeiras e, mesmo

assim, complexo de quantificar (BESSIS, 2015), tendo sido sempre uma das principais e

centenária preocupação por parte dessas instituições (COSSIN; PIROTTE, 2000). Pode

comprometer a saúde financeira de uma instituição e até mesmo do próprio sistema financeiro

nacional (SFN), no qual problemas de qualidade de crédito podem resultar em consideráveis

perdas de capital e patrimônio líquido a ponto de prejudicar as perspectivas de crescimento e

competição ou, em casos extremos, pode levar à insolvência da instituição (SAUNDERS,

2000).

Os avanços na tecnologia de sistemas e as consequências das crises asiáticas nos anos

90 renovaram o interesse na pesquisa sobre inadimplência e risco de crédito (CARLING;

JACOBSON; LINDE; ROSZBACH, 2007), ganhando força com os efeitos da crise de 2008

ocasionada em parte pelas falhas de controle de risco de crédito (PAULA; FERRARI FILHO,

2011) e culminando nas subsequentes revisões do Comitê de Basiléia que resultaram, em

2010, na aprovação das recomendações do Acordo de Basiléia III, aprimorando as práticas de

gestão e governança de riscos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES DOS

MERCADOS FINANCEIRO E DE CAPITAIS, 2010; BANK FOR INTERNATIONAL

SETTLEMENTSBANK FOR INTERNATIONAL SETTLEMENTS, 2010).

Bessis (2015) coloca que as atividades das instituições financeiras devem ser

reguladas e acompanhadas por uma autoridade superior, uma vez que as instituições

individuais estão preocupadas com seu próprio risco, enquanto o regulador tem preocupação

com o risco do sistema todo. Silva (2014) define que o Sistema Financeiro Nacional (SFN)

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consiste de um conjunto de instrumentos e instituições que funcionam como meio para a

realização da intermediação financeira. A composição do SFN é melhor visualizada no

Quadro 1.

Os principais organismos nacionais que definem critérios e normas para o sistema

financeiro brasileiro são o Banco Central do Brasil (BACEN) (BANCO CENTRAL DO

BRASIL, 2014a; 2014b) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (COMISSÃO DE

VALORES MOBILIÁRIOS, 2014), os quais regulam e supervisionam a atuação das

instituições financeiras no mercado brasileiro. Por sua vez, organismos internacionais como o

Fundo Monetário Internacional (FMI) (FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL, 2014) e

o Banco Mundial (BANCO MUNDIAL, 2014) assim como alguns fóruns (G20, Fórum de

Estabilidade Financeira, Comitê de Basiléia), apesar de não possuírem autoridade formal para

supervisão supranacional, definem direcionadores com o intuito de induzir comportamentos

nos países-membros.

Considerando o mercado de crédito, que é o foco das instituições financeiras, o órgão

normativo é o Conselho Monetário Nacional (CMN) (BACEN, 2015f), tendo como principal

executor de suas orientações o Banco Central do Brasil (Bacen) (BACEN, 2015g).

O CMN, em sua função de regulador do SFN, editou a Resolução 2.682/99 (BACEN,

2015h) determinando a classificação das operações de crédito das instituições financeiras em

nove níveis de risco em ordem crescente – AA, A, B, C, D, E, F, G e H –, definindo

percentuais de provisão mínima para cada nível de risco e os critérios de classificação para o

atraso de operações. Essa normatização evoluiu sobremaneira em relação à Resolução

1.748/90 (BACEN, 2015i), pois esta estabelecia procedimentos para classificação das

operações de crédito baseados exclusivamente no prazo de inadimplência, desconsiderando o

risco potencial do tomador de recursos.

Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007) sustentam que as instituições financeiras possuem

maior exposição ao risco de crédito por conta de suas atividades operacionais e que a

Resolução 2.682/99 é uma boa fonte de informações sobre a forma de analisar esse risco.

A resolução cita que a classificação da operação no nível de risco correspondente é de

responsabilidade da instituição financeira detentora do crédito, e exige que a instituição

contemple em seu modelo pelo menos alguns aspectos relativos ao devedor e seus

garantidores (grau de endividamento, situação econômico-financeira, pontualidade e atraso

nos pagamentos dentre outros) e relativos à operação de crédito (natureza e finalidade da

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transação, valor e características das garantias, particularmente quanto à suficiência e

liquidez).

Quadro 1 – Composição do Sistema Financeiro Nacional (SFN)

Fonte: Bacen (2015e)

Conforme apresentado por Bessis (2015), é possível separar esses riscos para que os

sistemas internos das instituições possam classificar o cliente e as operações de forma

separada. Dessa forma, se garante a separação do risco de inadimplência do cliente em si do

risco associado a cada produto mantido por esse cliente. Silva (2014) ainda tipifica esses

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riscos de créditos em: risco do cliente ou risco intrínseco, risco da operação, risco de

concentração e risco da administração do crédito.

Além da separação do risco da operação do risco do cliente, a Resolução 2.682/99

também estipula um critério mínimo para a classificação de risco das operações de crédito em

função de atraso verificado no pagamento de parcela de principal ou de encargos, observando-

se o que segue:

a) atraso entre 15 e 30 dias: risco nível B, no mínimo;

b) atraso entre 31 e 60 dias: risco nível C, no mínimo;

c) atraso entre 61 e 90 dias: risco nível D, no mínimo;

d) atraso entre 91 e 120 dias: risco nível E, no mínimo;

e) atraso entre 121 e 150 dias: risco nível F, no mínimo;

f) atraso entre 151 e 180 dias: risco nível G, no mínimo;

g) atraso superior a 180 dias: risco nível H.

A Resolução 2.682/99 permite que, internamente, as instituições financeiras

subdividam as classificações de risco para sua melhor gestão.

Para efeito desse estudo e melhor direcionamento ao marketing bancário, como o

público-alvo selecionado foi de clientes bancários pessoa física adimplentes e que tenham o

menor risco de inadimplência, foram considerados clientes com nível de risco A ou AA os que

não possuíam nenhuma operação de crédito classificada com o nível de risco B ou maior que

este.

2.4 MARKETING DE SERVIÇOS E MARKETING BANCÁRIO

Rocha e Silva (2006) afirmam que nas últimas duas décadas o interesse pelo

marketing de serviços aumentou, em grande parte pela relevância que os serviços têm tomado

nas economias. Os mesmos autores sustentam também que o amadurecimento e a

estabilização dos mercados forçam a redução das diferenças entre os produtos ou serviços das

empresas, estimulando-as a desenvolverem vantagens competitivas através da especialização

de seus produtos ou serviços. Toffano, Sampaio, Fagundes, Souza e Coimbra (2014)

complementam que as instituições financeiras atuam na prestação contínua de serviços a bens

intangíveis e Hoffman, Bateson, Ikeda e Campomar (2010) afirmam ainda que as empresas

devem ultrapassar a análise competitiva-padrão, evoluindo do "o que é feito" para o "como as

coisas são feitas".

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O marketing é abordado pela perspectiva primária de produto, preço, praça (ponto de

venda) e promoção (KOTLER; KELLER, 2006) e, no marketing de serviços em especial,

complementado pela perspectiva de physical (ambiente físico), processos e pessoas

(LOVELOCK; WIRTZ, 2006). O ambiente físico tende a proporcionar uma certa

evidenciação da tangibilidade da qualidade dos serviços prestados por uma instituição; os

processos devem ser robustos, usáveis, rápidos e de pouca burocracia; e as pessoas, talvez o

elemento mais importante, são a linha de frente da empresa.

Lovelock, Wirtz e Hemzo (2011) consideram ainda os níveis de contato do cliente com

as organizações prestadoras de serviços, que pode ser alto (enfatizando encontros com pessoal

de serviços) ou baixo (enfatizando interação com equipamentos). Toffano, Sampaio,

Fagundes, Souza e Coimbra (2014) observam que nos serviços bancários é possível identificar

as duas formas de contato. Exemplificando, pode-se ter um alto contato quando um cliente

procura uma agência para a contratação de produtos e serviços, ou então é visitado por um

gerente, como pode ser de baixo contato quando este mesmo cliente utiliza terminais de

autoatendimento, telefone ou internet para que tenha as mesmas necessidades atendidas.

Seguindo nesse viés do setor financeiro, Toffano, Sampaio, Fagundes, Souza e

Coimbra (2014) observam ainda que a participação e o comportamento do cliente, além das

peculiaridades em relação à exposição e as políticas das instituições que compõem esse setor,

são fatores com relevantes diferenças se comparados aos demais setores da economia. Las

Casas (2007) descreve o marketing bancário como a junção de diversas linhas do marketing

para o caso específico das instituições financeiras, e identifica que inúmeras táticas foram

adotadas com resultados positivos na administração do composto mercadológico bancário,

embora o marketing de serviços financeiros ainda tenha muito a evoluir.

O setor financeiro pode ser dividido em dois amplos segmentos, o de clientes finais –

foco desse trabalho – e o segmento empresarial (LAS CASAS, 2007). Las Casas também

identifica dois tipos de profissionais para esse setor: o gerente financeiro (com maior nível de

conhecimento sobre o mercado e produtos bancários) e o gerente de banco (com experiência

em gerar confiança e credibilidade, agregando valor aos serviços bancários).

Os bancos de varejo brasileiros estão numa fase inicial no quesito criar formas de

relacionamento com seus clientes, que geralmente são estruturadas em modelos baseados em

parâmetros diversos (ENSSLIN; ENSSLIN; PINTO, 2013) que tendem a variar desde formas

mais simplificadas, como níveis de renda, até outras mais sofisticadas, como a

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comportamental, que pode indicar hábitos e propensão de consumo (PAIVA; BARBOSA;

RIBEIRO, 2009).

Essas instituições também vêm desenvolvendo a automação na operacionalização dos

serviços no intuito de proporcionar uma maior comodidade e agilidade, liberando o cliente de

ir até a agência. Hoje, a indústria brasileira de automação bancária é uma das mais

desenvolvidas do mundo (FONSECA; MEIRELES; DINIZ, 2010). Juntos, internet e mobile

banking ganharam ainda mais relevância para as transações bancárias chegando a 52% do

total de transações no ano de 2014 (FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BANCOS, 2015). A

Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) reforça que o canal de mobile banking cresceu

127% em relação ao ano anterior e uma em cada quatro contas correntes utiliza este meio.

O setor bancário é um dos pioneiros em adotar estratégias para conhecer melhor o

cliente (ENSSLIN; ENSSLIN; PINTO, 2013), embora nem sempre haja uma proporção entre

o esforço em conquistar um novo cliente e o despendido a quem já é cliente. Ensslin, Ensslin

e Pinto (2013) observam que geralmente a dedicação ao cliente fica limitada ao primeiro

contato, o que se justifica principalmente pelo ticket médio de salários menor nos segmentos

de entrada das instituições bancárias.

Já Proença e Silva (2008) defendem que a duração do relacionamento empresa-cliente

se mostra fundamental na abordagem relacional para o desenvolvimento do marketing

bancário, pois as instituições financeiras têm se obrigado a adotar práticas do marketing de

relacionamento, o que possibilita uma cumplicidade entre clientes e instituições, tornando o

primeiro um membro ativo da relação. Essas instituições também devem adotar a internet com

uma efetiva ferramenta de marketing de relacionamento bancário, para estreitar e aprofundar a

interação entre as partes e construir relações mais leais e de duração mais longa,

proporcionando uma rede de contatos mais segura e ampla (PROENÇA; SILVA, 2008).

Dentre as diversas linhas do marketing que suportam o marketing bancário e que

buscam uma melhor relação e conhecimento do cliente, a disciplina de marketing de

relacionamento é a que tem proporcionado um diferencial competitivo na retenção e

fidelização de clientes (PEPPERS; ROGERS, 2004).

2.5 MARKETING DE RELACIONAMENTO

Em mercados competitivos, o marketing defensivo é uma estratégia para, em vez de

buscar novos clientes ou obter clientes da concorrência, focar nos clientes existentes, e

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consequentemente na redução de evasão desses clientes, como forma de melhorar o resultado

financeiro da empresa (FORNELL; WERNERFELT, 1987)

Em tempos atuais os gestores precisam ter uma atuação focada em conquistar novos

clientes e mercados e ao mesmo tempo proteger sua base de clientes. Dentro desse cenário,

somado à crescente pressão social por ética, qualidade de produtos e serviços, segurança e

melhores condições ambientais, as empresas precisam reavaliar suas estratégias de

relacionamento no intuito de criar uma abordagem que venha a privilegiar as relações de

médio e longo prazo com seus clientes, focando numa relação de benefícios mútuos, a fim de

gerar novos benefícios (BERRY, 2010).

Essa necessidade de manutenção dos clientes leais à instituição levou também ao

desenvolvimento, na disciplina de Marketing, de uma área denominada Marketing de

Relacionamento, cujo foco maior é a manutenção de clientes, não a atração de novos

(GUMMESSON, 2010).

Nesse sentido Kotler e Keller (2006) abordam o marketing de relacionamento como

uma forma de “conhecer melhor seus clientes de maneira que você possa atender melhor a

seus desejos e necessidades”. Essa proximidade com o cliente pode proporcionar a conquista

de sua confiança e a identificação de suas preferências. Churchill Junior e Peter (2013)

reforçam que essa relação é promissora quando vantajosa para organizações e clientes, por

meio do desenvolvimento de trocas no qual os dois lados participam voluntariamente de

transações destinadas a trazer benefícios para ambos.

Peppers e Rogers (2004) afirmam que o marketing de relacionamento é um caminho

para as empresas com um diferencial competitivo, em especial no setor de serviços, para reter

e fidelizar clientes. Os autores explicam também que é necessário para uma aceitação rápida

por parte do cliente de novos produtos e serviços, e complementam dizendo que uma relação

de cunho mais pessoal é uma das formas mais eficazes de se manter o cliente fiel no longo

prazo. Em 1997 Saliby (1997) já abordava que no marketing de relacionamento os clientes

ganham uma importância acima dos números que representam para a instituição, ou seja,

representam mais que uma meta a ser atingida.

O conceito marketing de relacionamento surgiu na década de 1990, sendo uma

evolução do marketing direto e do database marketing, uma ferramenta do marketing

informatizada para segmentação de clientes por meio de análise de perfil e desenvolvimento

de ações de marketing direcionadas (DIAS, 2010). O autor destaca que esse conceito consiste

na construção de relações satisfatórias e duradouras ao longo do tempo entre cliente,

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funcionários, fornecedores, acionistas, distribuidores, varejistas, agências de propaganda,

legisladores, pesquisadores e cientistas universitários, imprensa, formadores de opinião em

geral e outros envolvidos ou interessados no negócio. De acordo com Peppers e Rogers

(2004), a teoria e a prática do gerenciamento do relacionamento com o cliente vêm sendo

refinadas e aprimoradas, formando um grande centro de conhecimento para as empresas, o

que torna possível um relacionamento ágil e eficiente com o cliente. Além disso, o

conhecimento do mercado propicia uma maior facilidade na fidelização dos clientes com a

marca e os canais de venda e ainda fortalece a marca.

Porter (1999) observa que o relacionamento com o cliente é um processo contínuo e

deve prevalecer pelo tempo em que o mesmo tenha potencial de consumo dos produtos ou

serviços da empresa. Esse relacionamento tem sua definição e manutenção baseadas nos

valores identificados dos clientes, assim como na alteração ou desenvolvimento de

produtos/serviços norteados por esses valores identificados (PORTER, 1999), aliado à noção

de participação e colaboração do cliente no desenvolvimento de novos produtos e serviços,

assim como na evolução dos existentes (SALIBY, 1997). O foco do marketing de

relacionamento tende a ser no consumidor final, em geral na fidelização da base de clientes –

externo, interno ou intermediário – (BERRY; PARASURAMAN, 2004; CRESCITELLI;

IKEDA, 2006; GORDON, 2002; MCKENNA, 1997; PEPPERS; ROGERS, 2000;

ZEITHAML; BITNER; GREMLER, 2014).

Os autores Paiva, Barbosa e Ribeiro (2009) afirmam que os construtos mais relevantes

para o desenvolvimento do relacionamento com o cliente são: a empatia no intuito de criar

uma identidade com o cliente; a confiabilidade da instituição; o preço proporcionando uma

relação custo-benefício para o cliente; a benevolência da empresa em respeitar e favorecer as

preferências do cliente; a confiança nas habilidades, recursos e compromisso da instituição de

utilizar os meios seguros e corretos para viabilizar o relacionamento com o cliente; a

compreensão das necessidades dos clientes; o tratamento do cliente como um parceiro; a

satisfação das necessidades dos clientes; a disposição de melhor atender cada cliente de

acordo com suas necessidades particulares.

No marketing de relacionamento existem diversas particularidades que devem ser

levadas em conta a fim de formular uma estratégia de ação, pois há um relacionamento direto

com o cliente, ser humano com todos os seus anseios, necessidades, vontades, qualidades e

defeitos. É uma relação complexa, difícil de se manter a longo prazo, pois constantemente

posta à prova, dadas as mudanças comportais do ser humano (SHETH; PARVATIYAR, 2000).

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Os clientes são diferentes, e ignorar tais diferenças não faz com que os clientes se tornem

semelhantes (PEPPERS; ROGERS, 2004).

A coordenação desse relacionamento com os clientes geralmente demanda

investimentos que precisam ser recuperados de alguma forma pela empresa, seja

financeiramente ou não e, para tanto, é essencial que seja bem definida a escolha de quais são

os clientes preferenciais, nos quais é mais interessante investir (GORDON, 2002). A empresa

deve focar nas capacidades estratégicas (pessoal, conhecimento, processo, tecnologia e

percepção) combinada às vantagens competitivas a fim de criar uma rede de vantagens

organizadas (KOTLER, 2009b). Nesse sentido Peppers e Rogers (2000) sustentam que

algumas relações serão mais importantes que outras – os melhores clientes são definidos pelas

melhores relações e negócios mais rentáveis.

Justamente para enfrentar a competitividade evidente, as instituições financeiras têm

trabalhado com segmentação calcada na valorização do cliente a longo prazo (FARQUHAR;

PANTHER, 2008) com o intuito de conquistar e aumentar sua fidelização.

Uma forma do marketing de relacionamento tratar as particularidades dos clientes

pode ser pela personalização em massa, a fim de se criar pacotes de produtos e serviços com o

objetivo de atender as necessidades específicas dos clientes individualmente, ou seja, um

produto ou serviço básico é complementado com a inserção de opções ou atributos

(PEPPERS; ROGERS, 2004). Os autores afirmam que as diversas combinações de atributos

proporcionam um grande número de versões personalizadas do mesmo produto de acordo

com as necessidades do cliente, sem de fato criar um novo produto.

Assim, o marketing, abordando de uma forma geral, evoluiu para que pudesse se manter

alinhado com as perspectivas das empresas, seja por meio do incremento de suas vendas, aumento

de fluxo de caixa e de segmentos de atuação, seja pela diferenciação de atuação no mercado e da

reputação da empresa, captação e retenção de clientes, e acréscimo do valor do cliente em relação

ao tempo de relacionamento com a instituição (LTV – Loan-To-Value) (ASSAF NETO, 2014a;

GORDON, 2002; KOTLER, 2000; RIBEIRO, 2004; RUST; ZEITHAM; LEMON, 2004;

SOUZA, 2002).

Nas disciplinas de marketing abordadas pelo setor financeiro, assim como pelas

características desse setor, é importante salientar as condicionantes conceituais de lealdade e

fidelidade.

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2.6 ABORDAGEM CONCEITUAL DE LEALDADE E FIDELIDADE

Este estudo considerará como sinônimos a interpretação dos termos “fidelidade” e

“lealdade” - valendo-se da definição: “... fase que o cliente se torna um usuário consecutivo e

efetivo do serviço prestado, e faz que a empresa se mantenha e prospere por longo tempo”

(JOAQUIM, 2011) -, isso porque não há uma uniformização na doutrina pertinente ao tema

ora enfrentado, no que tange à conceituação desses termos (LEWIS; SOURELI, 2006;

OLIVER 1999).

Uma corrente de estudiosos entende que a acepção dos termos é distinta entre si. Os

autores Oliver (1999) e Beerli, Martín e Quintana (2004) entendem lealdade, no contexto do

presente estudo, como um profundo compromisso futuro ou frequência relativa do volume na

compra de um produto ou serviço preferido, mesmo sofrendo influências ocasionais de

propagandas com possibilidade de influência no comportamento. Day (2001) entende lealdade

como um sentimento de afinidade ou ligação do cliente com serviços ou produtos de uma

empresa.

Já fidelidade, para Macmullan e Gilmore (2008), é a preferência pela compra de um

serviço ou produto de uma forma consistente na ocorrência da necessidade de compra. Para

Leenheer, Heerde, Bijmolt e Smidts (2007) e Vesel e Zabkar (2009), fidelização é um sistema

integrado de ações de marketing com o objetivo de aumentar a lealdade do cliente.

Para Chen e Hu (2010), um cliente pode ser fiel e não leal – a lealdade leva à

fidelidade e é fundamental para a continuidade do relacionamento cliente-empresa (banco, no

estudo que ora se propõe) e para a consequente sustentabilidade das operações do negócio. A

fidelização de um cliente favorece o prolongamento do relacionamento entre este e a empresa

e tal fato propicia a maximização de negócios rentáveis e benéficos a ambas as partes.

Por outro lado, outra corrente de estudos entende que os fundamentos conceituais de

fidelidade e lealdade se assemelham (CHANG; CHEN, 2008), principalmente no setor de

serviços, no qual a lealdade também é chamada de fidelização (LU; LU, 2009). Em geral, o

nível de fidelização no setor de serviços varia conforme o tipo de serviço ofertado, balanceado

também pela questão da fidelidade compartilhada (BARNES, 2002), situação na qual o

cliente pode ser fiel a várias empresas ou marcas dentro de um mesmo contexto.

Ressalte-se que, embora não haja um entendimento regular sobre a acepção dos termos

fidelidade e lealdade, o presente estudo considerará ambos como sinônimos, conforme

descrito acima.

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Os clientes podem ficar satisfeitos ou encantados quando da oferta de valor superior,

situação esta que pode conduzir à lealdade do mesmo e, por fim, levar a relações duradouras e

lucrativas entre empresa e cliente (CHURCHILL JUNIOR; PETER, 2013; JONES; SASSER

JUNIOR, 1995; STROUSE, 1999). Engel, Blackwell e Miniard (2005) consideram que um

dos maiores ativos que uma empresa pode adquirir é a lealdade de seus clientes quando

baseada numa satisfação contínua.

A fidelização concreta de clientes proporciona à instituição rendimento seguro e

garantido por um bom período de tempo, razão pela qual tem sido encarada como

fundamental pelos gestores (BODET, 2008), que buscam a retenção dos clientes a partir do

oferecimento de benefícios tangíveis e intangíveis.

Evidentemente que a longevidade de relacionamento com seus clientes influencia

favoravelmente a lucratividade da empresa, conforme demonstração de Rust, Zahorik e

Keiningham (1995). A obtenção de um desempenho lucrativo também pode ser constituído

como fator importante à satisfação das necessidades e interesses dos clientes, segundo Kotler

(2009a).

A preocupação com a lealdade dos clientes torna-se mais relevante na medida em que

a manutenção dos relacionamentos de longo prazo é essencial para a rentabilidade de uma

empresa (OLIVER, 1999). As organizações modernas consideram a fidelização de seus

clientes uma questão de sobrevivência em mercados cada vez mais dinâmicos, volúveis e

globalizados (GARRAFONI JÚNIOR; SANTADE; PIZZINATTO; FARAH, 2005). Os

benefícios oriundos dessa fidelização faz com que o cliente se sinta como parte integrante da

instituição. Sua satisfação, confiança, valor e representação de custo de manutenção se

transformam em intenção de compra repetida, resistência à persuasão externa, recomendação

do serviço obtido, fortificação do relacionamento com a empresa e obtenção de mais

recompensas e/ou privilégios (JOAQUIM, 2011), conforme Figura 1.

Clientes fiéis tendem a gerar maior fluxo de caixa e lucro, uma vez que são menos

sensíveis a preços, assim como tendem a comprar mais e divulgar melhor a empresa (RUST;

ZAHORIK; KEININGHAM, 1995; FORNELL; WERNERFELT, 1987, 1988). Nessa mesma

linha de raciocínio, Reichheld e Sasser Júnior (1990) defendem que a perda de clientes é mais

relevante que o custo unitário no resultado financeiro da empresa.

A lealdade muitas vezes é interpretada como a retenção real do cliente, que é o

fundamento da gestão de relacionamento com o cliente (GUSTAFFSSON; JOHNSON;

ROOS, 2005). Apesar de não garantir a lealdade, a satisfação, definida como uma avaliação

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global do cliente ao desempenho de uma oferta ao longo do tempo (JOHNSON; FORNELL,

1991), tem um forte efeito positivo sobre as intenções de fidelização em uma ampla gama de

categorias de produtos e serviços. O principal mecanismo para manter relacionamentos de

longa duração com os clientes é aumentar sua satisfação por meio das interações com a

empresa, tanto em qualidade quanto em quantidade (VAVRA, 1993).

Figura 1 – Antecedentes e consequentes da fidelização

Fonte: Joaquim (2011)

Em setores altamente competitivos – setor de serviços financeiros, seguros,

telecomunicações e cartões de crédito –, a satisfação do cliente desempenha papel crítico para

o seu relacionamento e permanência como cliente (LINOFF; BERRY, 2011). O conceito de

satisfação, comumente tratado na literatura, relaciona-se com a comparação (ou avaliação)

subjetiva dos níveis esperados e recebidos da experiência com o produto ou serviço

(OLIVER, 1999). A resposta de satisfação ou insatisfação do indivíduo ocorre por meio da

comparação entre expectativa e desempenho. Se o desempenho do produto é superior à

expectativa do cliente, uma situação favorável é verificada, ou seja, a satisfação. Botelho e

Tostes (2010) destacam que a compra por si só pode não ser um indicador de lealdade, devido

a fatores como compra por impulso ou conveniência: compras inconsistentes podem mascarar

a lealdade de consumidores fiéis a várias marcas, não se pode inferir sobre lealdade ou

deslealdade com base apenas em padrões de compras repetidas.

Alguns autores, entre eles Lovelock, Wirtz e Hemzo (2011), recomendam o

desenvolvimento da fidelidade dos clientes essencialmente por:

Alcançar o segmento foco e assegurar níveis de satisfação satisfatórios;

Construir vínculos mais próximos com os clientes e aprofundar o relacionamento; e

Identificar e extinguir os fatores que causam evasão.

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Seguindo nesse viés de fidelização e retenção de clientes, as abordagens de gestão de

relacionamento com o cliente se mostram como um caminho para se atingir tal intento.

2.7 CRM – GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE

Para Engel, Blackwell e Miniard (2005), a análise do comportamento do cliente é vital

para a sua retenção, considerada um dos maiores desafios do marketing.

Junto com o surgimento do conceito de marketing de relacionamento surge o conceito

de CRM (Customer Relationship Management). A gestão do relacionamento com o cliente

veio a incorporar os avanços da tecnologia de informação (TI) aos fundamentos do marketing

de relacionamento, sendo vista como uma das formas de aumentar as interações do cliente

com a empresa (GUMMESSON, 2010). O autor define CRM como estratégias e valores do

marketing de relacionamento enfatizados no relacionamento com o cliente, transformados em

aplicações práticas.

Swift (2001) define CRM como “uma abordagem empresarial destinada a entender e

influenciar o comportamento dos clientes, por meio de comunicações significativas para

melhorar as compras, a retenção, a lealdade e a lucratividade deles”, e Von Poser (2001)

complementa que CRM pode ser entendido como sendo um modelo estratégico a fim de

facilitar a gestão do conhecimento e a tomadas de decisões que suportem as proposições do

marketing de relacionamento. Para Greenberg (2001) é uma estratégia de negócio que visa a

seleção e administração dos clientes da empresa com o intuito de otimizar o valor a longo

prazo, ajudando num gerenciamento mais efetivo do relacionamento com o cliente (contanto

que a instituição tenha uma filosofia e uma cultura empresarial centrada no cliente, para que

possa suportar os processos de marketing, vendas e serviços de forma eficaz).

Ling e Yen (2001) definem Customer Relationship Management (CRM) como um

conjunto de conceitos, processos e sistemas informatizados que visam o apoio às estratégias

de negócios das instituições para que se construam relacionamentos lucrativos com clientes

específicos a longo prazo.

Ainda na ótica de Swift (2001), o CRM é um processo interativo de transformação de

informações (dados históricos, comunicações focalizadas, transações detalhadas) dos clientes

em relacionamentos significativos com os mesmos, a partir de uma abordagem capaz de

melhorar a comunicação com o cliente certo, por meio da oferta certa, no momento certo e

pelo canal certo, incrementando assim as possibilidades de aumentar a efetivação de negócios,

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a retenção, a fidelidade e a lucratividade do cliente. Gordon (2002) complementa dizendo que

“todo projeto de CRM começa com a observação de que os consumidores diferem em grau de

importância para cada empresa”, e que os clientes podem ser agrupados em seis categorias,

considerando seu ciclo de vida na organização (clientes potenciais, experimentadores,

compradores, eventuais, regulares e defensores).

Para Neslin, Gupta, Kamakura, Lu e Mason (2006), as ferramentas de CRM

transformam informações sobre os clientes em relacionamentos que beneficiam tanto a

empresa quanto o cliente. O aprendizado contínuo, o conhecimento do cliente e o incremento

da lucratividade de longo prazo constituem-se nos aspectos mais significativos do processo de

CRM, que envolve capturar os dados disponíveis do cliente por toda a empresa, consolidar

todos os dados capturados interna e externamente em um banco de dados central, analisar os

dados consolidados, distribuir os resultados dessa análise aos vários pontos de contato com o

cliente e usar essa informação ao interagir com o cliente por meio de qualquer ponto de

contato com a empresa (PEPPERS; ROGERS, 2004).

No entendimento de Crescitelli (2003), o CRM não traz nenhum conceito novo, no

entanto, avaliando pelo ponto de vista operacional, é um instrumento que viabiliza

desenvolver, gerenciar e mensurar ações de relacionamento para as instituições de grande

porte. Por outro lado, não é um instrumento inflexível, pois permite ser adaptado aos

interesses e às necessidades das empresas.

De acordo com Brown (2001), os programas de CRM “permitem que a companhia

reconquiste os clientes que a abandonaram ou que estão planejando

abandonar, criar mais fidelidade entre os clientes já existentes, vender mais ou fazer a venda

cruzada de serviços para esses clientes e explorar a possibilidade de novos clientes”. Essa

abordagem resulta na identificação dos grupos de objetivos em relação aos clientes:

Reconquistar ou recuperar clientes: processo de convencimento de um cliente a ficar

ou a voltar para a instituição; requer maior sensibilidade; deve ser ágil e seletiva; deve

procurar identificar características do início do processo de desligamento.

Buscar por clientes em potencial: procura por novos clientes. A segmentação define o

conhecimento das necessidades dos clientes para que seja dada a atenção correta aos

pontos relevantes; a seletividade define o que o cliente espera e o quanto ele é valioso

para a empresa e é tão importante para a busca quanto para a reconquista de clientes.

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Conquistar a fidelidade: mais difícil de mensurar com precisão; alicerçada nos

preceitos: segmentação com base no valor, segmentação com base nas necessidades do

cliente e dispositivos de previsão de desistência.

Cross-Selling (ofertas cruzadas) e Up-Selling (ofertas otimizadas): implica na

identificação de ofertas complementares e necessidades do cliente; aumento de

lucratividade do cliente.

Peppers e Rogers (2003) expõem que “A real vantagem competitiva de uma empresa

consiste em ter informação sobre seus clientes que a concorrência não tem e ser capaz de

transformar rapidamente esse conhecimento em ação. Ganha quem consegue estabelecer

relacionamentos dominantes em seu mercado”. Esta definição exalta como o foco no cliente é

importante e a eficiente gestão do relacionamento pode gerar vantagem competitiva.

O CRM é, pois, um processo gerencial focado em desenvolver e manter

relacionamento individual com os clientes, de forma a criar valor tanto para a empresa quanto

para o cliente, utilizando-se base de dados de clientes, ferramentas estatísticas para suporte à

decisão e técnicas interativas de comunicação (VERHOEF; LANGERAK, 2002). Os referidos

autores completam afirmando ainda que o CRM está alicerçado em três perspectivas da

administração de marketing: orientação para o cliente, marketing de relacionamento e o

database marketing.

2.8 A IMPORTÂNCIA DA BASE DE DADOS – DATABASE MARKETING

Não se pode desconsiderar a importância do uso das bases de dados para o CRM, que

têm desempenhado um papel de extrema relevância na evolução do marketing de massa para

o marketing precisamente direcionado (GRIFFIN; AVRAM, 1998, apud BOONE; KURTZ,

2014)

A evolução dos sistemas e tecnologias de informação e comunicação tem permitido,

desde os anos 90, uma crescente disseminação do uso do marketing com banco de dados

(database marketing), uma ferramenta que aplica sistemas de informação ao marketing direto,

baseado em banco de dados com vistas ao gerenciamento do relacionamento com o cliente -

CRM (GUNNARSSON; WALKER; WALATKA; SWANN, 2007).

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Para tanto, um eficiente projeto de retenção de clientes necessita de informações sobre

ele, assim como de um criterioso aproveitamento dessas informações (BOONE; KURTZ,

2014; WINER; DHAR, 2010). Vavra (1993) já reconhecia a importância de cada cliente ser

tratado de forma individual e de seus negócios serem conduzidos de forma personalizada,

independente do tamanho da empresa.

O diferencial da metodologia de database marketing é a grande atenção dada à análise

dos dados, agrupados em uma base de dados central. Tudo a fim de que técnicas estatísticas

descrevam o comportamento e as preferências dos clientes. Os profissionais que trabalham

diretamente com o database marketing são usuários de data warehouses (armazéns de dados),

e lidam com uma grande quantidade de dados e informações sobre clientes, o que possibilita a

construção de modelos mais precisos (GUNNARSSON; WALKER; WALATKA; SWANN,

2007). A ideia de se armazenar eletronicamente dados de clientes com o intuito de utilizá-los

em database marketing vem sendo desenvolvida há décadas. Desde os anos 90 que sistemas

computacionais disponíveis tornaram possível, por exemplo, ter um completo histórico de um

cliente na tela do computador no momento de uma interação (BOTELHO; TOSTES, 2010).

Segundo Botelho e Tostes (2010), ainda não há uma definição universalmente aceita

sobre o conceito database marketing, e muitas confusões são feitas na utilização dessa

expressão, devido principalmente ao fato de que:

a) o termo vem de uma derivação dos princípios do marketing direto, que termina por

confundir sua definição com o próprio marketing direto (PETRISON; BLATTBERG; WANG,

1997);

b) o conceito database marketing proporciona o suporte para que se desenvolva as

estratégias de marketing de relacionamento e, frequentemente, as duas expressões são usadas

indistintamente (SHANI; CHALASANI, 1992);

c) as mudanças rápidas no ambiente de negócio e na tecnologia têm estimulado um

debate sobre a definição de limites do marketing em geral – se database marketing é parte do

escopo de marketing ou de tecnologia da informação (BAUER; MIGLAUTSCH, 1992);

d) as aplicações de database marketing variam largamente entre empresas e setores

(STONE; SHAW, 1987).

Os motivos acima acabam por acarretar uma ampla visão da definição de database

marketing. São suas características (RHEE; MCINTYRE, 2008):

a) conjunto de dados informatizado;

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b) conjunto de dados individuais de clientes – atuais e/ou potenciais –, como

informações demográficas, geográficas, psicográficas e comportamentais;

c) técnicas estatísticas como recursos primordiais para apoio à decisão;

d) objetivo de construir relacionamentos segmentados e melhorar o custo efetivo dos

programas de marketing, aumentando assim a rentabilidade por cliente ou a rentabilidade

geral da empresa.

Em vista disso, tem-se duas definições para database marketing.

Uma definição considera que o database marketing abrange uma coleção de

informações atuais e passadas dos clientes e potenciais clientes, para a construção de uma

base de dados com o objetivo de melhorias nos esforços de marketing (SHANI;

CHALASANI, 1992).

A outra definição, descrita por Roberts (1997) aborda o database marketing como uma

aplicação de técnicas de modelagem e análises estatísticas para o processamento de dados de

clientes em nível individual, dados esses utilizados no suprimento para se desenvolver

programas de marketing de custo efetivo, a fim de que gerar comunicação direta com o cliente

corrente e potenciais clientes, avaliando-se os resultados dos esforços promocionais

direcionados. A implicação do database marketing, para o autor, é de uma comunicação

planejada com os atuais clientes e potenciais clientes, de forma individualizada, sob um

período de tempo prolongado, com o propósito de promover a compra repetida de serviços e

produtos da empresa.

Tostes (2008) considera que há um consenso entre as duas definições acima, em que

ambas se adequam conforme o tipo de aplicação do database marketing (cross-selling, up-

selling, programas de fidelidade, prospecção de cliente, marketing preditivo, marketing

promocional etc).

Botelho e Tostes (2010) destacam que, embora organizações de todos os portes

possam se utilizar do database marketing, o seu uso é mais verificado nas empresas que

possuem um elevado número de clientes. Eles concluem isto considerando que um grande

volume de dados possibilita maiores oportunidades para que seja encontrado segmentos de

clientes ou possíveis clientes que possam ser tratados de maneira personalizada. Os autores

também identificam que o desafio principal do database marketing é garantir a informação

que suporte decisões inteligentes, e a utilização de medidas de desempenho e modelos de

marketing adequados são fundamentais nesse processo. Os referidos autores afirmam que

medidas de desempenho permitem melhorar a efetividade dos programas de marketing,

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podendo ser usadas para captar taxas de resposta das campanhas de marketing, tíquete médio

por cliente, dívida irrecuperável, aquisição, retenção e reativação de clientes.

2.9 PRINCIPAIS ESTUDOS NO BRASIL

Em termos de Brasil, ainda são escassos os trabalhos científicos que abordam a

questão do churn se utilizando de conceitos de data mining, principalmente no setor de

serviços financeiros. A revisão sistemática da literatura identificou os trabalhos com maior

relevância e que possuem algum alinhamento com o proposto por esse estudo, sendo

apresentados a seguir.

No setor bancário, especificamente, não foi encontrado estudo que abordasse a

mecânica de data mining para fins de predição de churn. Os estudos mais próximos foram o

de Botelho e Tostes (2010), direcionado para o mercado de cartão de crédito, e o de Pinho

(2009), direcionado para o ramo de administradora de investimentos. O mercado de cartão de

crédito é o de características mais semelhantes com o setor bancário, até mesmo por ser uma

das áreas de sua atuação, e por esse motivo o trabalho de Botelho e Tostes (2010) se mostra

como o mais alinhado com o presente estudo.

Outros estudos, embora não aderentes ao setor financeiro, tiveram sua importância

considerada por abordarem os conceitos já citados. Dentre esses estudos, os com grande

relevância para essa pesquisa são os de Castro (2011), direcionado para jogos online, de

Santos (2014), direcionado para instituição de ensino superior, e de Cister e Shehata (2008),

direcionado para fornecedora de energia elétrica. As pesquisas de Fernandes Neto, Mattozo e

Costa (2008), Ferreira, Silva, Vellasco e Pacheco (2004) e Suzuki (2010), todas direcionadas

para o setor de telecomunicações, demonstram que esse setor talvez seja na atualidade o que

mais tem investido em estudos referentes à utilização de mineração de dados para a predição

de evasão de clientes.

Os estudos citados são organizados conforme Quadro 2.

Botelho e Tostes (2010) chamam a atenção para o fato de que clientes podem

abandonar uma organização ainda que altos investimentos em prospecção e retenção sejam

realizados, o que requer diagnóstico e compreensão. Para os autores, que realizaram estudo

similar ao ora pretendido (analisando dados de histórico de relacionamento cliente/empresa e

descrevendo as variáveis que influenciam o abandono/permanência do cliente), é necessário

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estar sempre atento à probabilidade de clientes abandonarem o relacionamento com uma

organização (churn).

Quadro 2 – Estudos no Brasil que utilizam data mining para predição de churn

Autor Tipo de

publicação

Setor pesquisado

Botelho e Tostes (2010) Artigo Cartão de crédito

Pinho (2009) Artigo Administradora de investimentos

Cister e Shehata (2008) Artigo Fornecedora de energia elétrica

Santos (2014) Dissertação Instituição de ensino superior

Castro (2011) Tese Jogos online

Fernandes Neto, Mattozo e Costa (2008) Artigo Telecomunicações

Ferreira, Silva, Vellasco e Pacheco (2004) Artigo Telecomunicações

Suzuki (2010) Dissertação TelecomunicaçõesFonte: Elaborado pelo autor

Ressaltam os pesquisadores que é geralmente mais caro conquistar novos clientes do

que manter os já existentes. A compreensão do churn possibilita que a organização atue sobre

(e controle) as variáveis-chave que o influenciam, na tentativa de minimizá-lo. Conforme

pesquisa realizada pela consultoria Accenture, 25% da base de clientes no setor bancário

brasileiro é vulnerável à migração (PIMENTEL, 2012) – algumas variáveis (como

características do indivíduo, atributos da organização e do produto e fatores externos, como

variáveis macroeconômicas e culturais), se bem analisadas, podem ajudar a prever e explicar

tal vulnerabilidade.

Como já ressaltado, tanto o cliente tem se tornado mais exigente em termos de

individualização do atendimento, quanto tem aumentado o número de clientes e transações em

grandes empresas de varejo, seja pelo fenômeno da concentração de poucas grandes

empresas, seja pelo maior acesso da população brasileira, na última década, ao consumo

(KAKWANI; NERI; SON, 2010). Botelho e Tostes (2010) reforçam que, se por um lado o

grande volume de dados é um obstáculo para a individualização do relacionamento, por outro

esse volume produz uma massa de dados, capturada sistemicamente em forma digital, capaz

de permitir respostas individualizadas aos clientes por meio de aplicação de técnicas de

mineração de dados (data mining), associadas ao CRM.

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Botelho e Tostes (2010) observaram que, devido ao grande número de emissores de

cartão de crédito, a competição é grande entre as empresas que utilizam estratégias criativas

para reter clientes e maximizar o lucro. Os autores destacaram que, uma vez o cliente

conquistado, inicia-se seu ciclo de vida na organização, e um dos principais objetivos do

gestor de relacionamento é prolongar ao máximo esse ciclo (extraindo informações sobre as

necessidades do cliente, suas preferências e hábitos), principalmente dos clientes mais

rentáveis.

A partir da década de 90, com a disponibilidade de recursos tecnológicos e seu alcance

em larga escala, criaram-se condições para o desenvolvimento de modelos que permitem a

distinção de clientes, em um processo de segmentação. Isso possibilitou ações de retenção

daqueles mais interessantes para a organização, do ponto de vista de rentabilidade e

lucratividade, além de possibilitar o desenvolvimento de produtos e serviços customizados

(KOTLER, 2000). Como ressaltam Botelho e Tostes (2010), a tecnologia de hoje permite a

muitas empresas acompanharem seus clientes de forma quase individual. Tecnologias

interativas pela internet (e-marketing), telemarketing, TV interativa e ferramentas de

automação da força de vendas permitem a conexão automática dos clientes à empresa. O

feedback é facilitado, ao se obter informação a nível individual sobre as especificações e

modificações dos produtos, do comportamento de compra e expectativas dos clientes.

Também a tecnologia de personalização em massa permitiu que a empresa configurasse as

suas ofertas digitalmente, produzindo inúmeras variações do mesmo produto com reduções de

custos típicas do mercado de massa, dando origem à customização em massa. As

comunidades virtuais, blogs e microblogs atualmente influenciam o relacionamento de seus

usuários com muitas empresas e a forma como avaliam produtos e serviços. Blogs, que são

sites na internet que contém informações pessoais com reflexões, comentários e hyperlinks,

muitas vezes fornecidos pelo escritor, contêm fatos e opiniões que podem atender internautas

que compartilham características comuns, inclusive influenciando-os ao abandono ou adoção

de produtos ou organizações (SINGH; SINGH, 2008). Comunidades virtuais também têm

sido objeto de estudo em marketing de relacionamento no Brasil (AÑAÑA; VIEIRA;

PETROLL; PETERSEN-WAGNER; COSTA, 2008).

Bose e Chen (2009) identificaram, por meio de aplicações de mineração de dados, que

a decisão do cliente em interromper seu relacionamento com a instituição é tomada meses

antes da interrupção efetiva e, por esse motivo, é fundamental a antecipação na detecção de

mudanças no comportamento dos clientes que sinalizem uma potencial evasão.

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A antecipação será válida ao cliente e à empresa, e apenas existindo um intercâmbio

constante de conhecimento entre ambos é possível para a empresa entender e ofertar soluções

convenientes por meio de produtos e serviços que atendam aos anseios dos clientes

(GARRAFONI JÚNIOR; SANTADE; PIZZINATTO; FARAH, 2005).

O valor econômico da retenção de clientes é amplamente reconhecido na literatura

(NESLIN; GUPTA; KAMAKURA; LU; MASON, 2006) e apresentado da seguinte forma:

a) o esforço de retenção de clientes diminui a necessidade de prospectar novos,

permitindo que as organizações se concentrem nas necessidades dos atuais, buscando o

relacionamento duradouro;

b) clientes de longo relacionamento tendem a comprar mais e, se satisfeitos, podem

prover referenciais positivos pelo "boca a boca";

c) atender e manter clientes de longo prazo é menos oneroso devido ao maior

conhecimento sobre seu ciclo de vida ou de consumo, via informação dos bancos de dados,

mesmo sabendo que clientes de longo prazo não são necessariamente fiéis;

d) tais clientes tendem a ser menos sensíveis às atividades de marketing da

concorrência;

e) a perda de clientes não é somente um custo de oportunidade pela redução de vendas,

mas também pela necessidade de atrair novos clientes para suprir essa perda.

O churn pode ser correlacionado com o ciclo de vida do produto ou até mesmo da

empresa, no qual o estágio de introdução e crescimento possui um número de novos

consumidores fortemente acima do número de clientes evadidos, no entanto, o impacto do

churn torna-se nitidamente mais sensível nos produtos na fase de maturidade e declínio

(LEJEUNE, 2001). Fatores como processos de desregulamentação e abertura de mercado são

grandes influenciadores nas taxas de churn e, consequentemente, nas estratégias das

empresas. A taxa de churn pode ser reduzida, além do uso de processos de CRM, pela

realização de ações de pós-venda, via incremento do nível ampliado do produto. O churn,

também, está diretamente associado ao tempo em que o indivíduo permanece como cliente de

uma organização, portanto está diretamente relacionado ao conceito de Consumer Life Time

Value (CLV ou valor do ciclo de vida do cliente) (NESLIN; GUPTA; KAMAKURA; LU;

MASON, 2006), que se refere à mensuração do lucro, presente e futuro, gerado por um cliente

durante o seu ciclo de vida junto à empresa (GREENBERG, 2001).

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para identificar e avaliar as variáveis do problema apresentado foi utilizada a

abordagem predominantemente quantitativa proposta por Creswell (2010), com uma

concepção pós-positivista, que defende uma filosofia determinística na qual as causas

provavelmente determinam os efeitos ou resultados, com uma estratégia de investigação

experimental que busca determinar se um tratamento específico influencia um resultado, e

com método de pesquisa quantitativo por meio de coleta e análise de dados e consequente

validação e interpretação estatística.

O estudo aborda os clientes evadidos de uma instituição financeira através de

modelagem matemática com técnicas de mineração de dados. Dessa forma é analisada a

oscilação de saldos de clientes em uma instituição financeira.

A análise dos dados foi discutida à luz da revisão bibliográfica abordada e das

proposições iniciais. Buscou-se avaliar os dados e informações levantados a fim de encontrar

formulações e recomendações para se evitar o churn do, por assim dizer, melhor cliente de

uma instituição financeira.

A etapa inicial deste trabalho consiste de uma revisão narrativa, partindo da revisão

livre da literatura, com o intuito de identificar os termos adequados. Essa primeira etapa foi

importante para a definição de artigos relevantes (considerados artigos de controle) e

possíveis referenciais teóricos, minimizando-se o risco de descarte de publicações

importantes.

Em seguida, para a revisão sistemática da literatura, foram executadas nos motores de

busca as strings que contêm os termos identificados como mais relevantes na primeira etapa.

Dentre os diversos motores de busca conhecidos, os principais utilizados neste estudo foram o

Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES)(CAPES, 2015), o Google Acadêmico (GOOGLE SCHOLAR, 2015) e o Web Of

Science (WEB OF SCIENCE, 2015), por indexarem publicações em português e em inglês,

abrangerem uma quantidade significativa de artigos e dissertações, permitirem a utilização de

expressões lógicas e por serem os mais representativos em buscas gerais em pesquisas

acadêmicas.

A partir da revisão bibliográfica e da amostra de dados, foi desenvolvido um modelo

teórico que visa suportar a identificação dos dados e sua preparação, seu tratamento e

processamento, culminando com uma análise para o diagnóstico de indicador de predição de

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churn baseado no histórico do saldo de operações de empréstimos e investimentos de cliente

bancário adimplente pessoa física e que tenha o menor risco de inadimplência.

O modelo aborda para o tratamento e processamento das informações conceitos e

técnicas de mineração de dados, buscando a viabilidade, utilidade, eficiência e escalabilidade

de técnicas de grandes conjuntos de dados (HAN; KAMBER, 2006). Para a aplicação desses

conceitos e técnicas, foram seguidas as fases indicadas pelo modelo de processo para

mineração de dados descritas no CRISP-DM (CRoss Industry Standard Process for Data

Mining), quais sejam: Entendimento do Negócio, Entendimento dos Dados, Preparação dos

Dados, Modelagem, Avaliação e Desenvolvimento (CHAPMAN; CLINTON; KERBER;

KHABAZA; REINARTZ; SHEARER; WIRTH, 2014). O software de Business Intelligence

(BI) utilizado foi o QlikView, uma plataforma de BI orientada ao usuário (QLIKVIEW, 2015).

3.1 UNIVERSO E AMOSTRA DO ESTUDO

As informações utilizadas no estudo são oriundas de uma instituição financeira

nacional de grande porte, que guarda o direito de não ser identificada e de não permitir

identificação de seus clientes. Portanto, devido ao sigilo bancário e ao grande volume de

dados da instituição financeira analisada, foi utilizada uma amostra de dados para a realização

do estudo, a codificação interna para identificação do cliente necessária para o cruzamento

das informações foi mascarada, e da mesma forma que não há menção que possa permitir a

identificação de clientes (como nome do cliente ou CPF – Cadastro de Pessoa Física). Apesar

disso, tanto a amostra de calibração para a elaboração do modelo quanto a amostra de

validação para a verificação do desempenho do modelo, geraram uma massa de dados

representativa dos dados efetivos.

Para efeito, a Média de Saldos Diário (MSD) ou Saldo Médio Diário é o cálculo do

saldo médio por meio da média aritmética dos saldos bancários diários de uma operação ou de

um cliente em determinado período de observação, geralmente um mês ou um trimestre

(BACEN, 2015j), sendo representado pela fórmula:

MSD = ∑ Saldo diário / Período de cálculo

A base de dados a ser utilizada neste estudo é constituída para representar uma amostra

aleatória referente a MSD de operações bancárias de empréstimo e investimento durante 11

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meses de clientes evadidos nos 2 últimos meses de uma instituição financeira nacional de

grande porte. Nesse estudo foi utilizada a MSD de fechamento que representa toda a evolução

mensal, sendo que geralmente há um único lançamento no mês que representa o efeito de toda

a variação.

Na Figura 2 podemos visualizar o universo e a amostra considerada.

Figura 2 – Amostras consideradas no estudo

Fonte: Elaborado pelo autor

Para efeitos desse trabalho, um cliente pessoa física também é considerado como

correntista. Essa consideração se deve pelo motivo de que, na imensa maioria dos casos, um

cliente precisar ter uma conta-corrente para movimentações bancárias – como transferência de

valores, por exemplo –, adquirir um empréstimo ou realizar aplicações em fundos de

investimentos mais específicos. Há as situações de clientes poupadores ou usuários de cartão

de crédito e não correntistas, no entanto, essa situação de não correntista se apresenta para

Universo: todos os clientes da instituição financeira (56 milhões)

Todos os clientes correntistas pessoa física

(34 milhões de 53 milhões de clientes pessoa física)

Amostra de clientes adimplentes que

possuem pelo menos 1

operação de empréstimo

ou aplicação ativa

no período de fevereiro

a dezembro de 2015

Todos os clientes público-alvo

que se evadiram no mês de

dezembro de 2015 e janeiro

de 2016, da área da amostra

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efeitos tarifários e gerenciais para o cliente, mas na operacionalização desses tipos de fundos

de investimentos ou cartões de crédito obrigatoriamente exige-se a existência de uma conta-

corrente sem movimentação para esse cliente.

Ainda para efeitos desse trabalho, um cliente evadido é considerado assim quando

encerrar sua última conta-corrente ou não tiver nenhuma outra operação ativa e mantiver uma

última conta-corrente ativa com saldo zerado. Tal fato se deve à necessidade da imensa

maioria das operações de empréstimo, aplicação ou serviço precisar estar vinculada a uma

conta-corrente ativa e, dessa forma, essa conta tende a ser a última operação do cliente

passível de encerramento.

Por último, foram consideradas para este estudo somente operações de empréstimo e

investimentos por apresentarem saldo financeiro, ou seja, respectivamente a débito ou a

crédito do cliente. As operações de serviços não foram consideradas por terem características

peculiares quanto a saldo e em sua maioria não gerar cálculo de MSD, seja por não terem

saldo (seguro de vida, por exemplo), por não serem um valor nem a débito e nem a crédito do

cliente (custódia de cheque ou de títulos, por exemplo) ou simplesmente por serem um serviço

sem intermediação financeira (registro de mensageria para clientes, por exemplo).

Vide Tabela 1.

Tabela 1 – Termos considerados para a seleção da amostra

Consideração Descrição

Correntista Cliente pessoa física que faz movimentações financeiras em

uma conta-corrente.

Cliente evadido Cliente que encerra a última conta-corrente ou mantem uma

última conta-corrente ativa com saldo zerado.

Operações Operações de empréstimo e investimentos com saldo financeiro

(a débito ou a crédito do cliente), desconsiderando as operações

de serviços.Fonte: Base de dados da instituição financeira

Os clientes selecionados como público-alvo para o estudo são somente os clientes

adimplentes no intervalo avaliado, ou seja, clientes que não tiveram nenhuma parcela paga em

atraso (após o vencimento) para suas operações de empréstimos durante esse período. Tal

motivo se deu para focar o trabalho nesse tipo de cliente, pois os clientes que se encontram

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em situação de inadimplência são acompanhados e monitorados por mecanismos de proteção

do crédito concedido, e consequentemente por um aparato de cobrança desses créditos

inadimplentes, como já citado por Shigaki (2001).

Combinado a esse critério de seleção, também são considerados como público-alvo os

clientes que possuem o menor risco de inadimplência, quer dizer, os clientes que durante o

período avaliado se mantiveram com nível de risco A ou AA e que não tiveram nenhuma

operação de crédito classificada com o nível de risco B ou maior que este durante o mesmo

intervalo. Os clientes que durante o intervalo de avaliação tiveram risco diferente foram

desconsiderados pelo mesmo motivo da existência de mecanismos de acompanhamento e

monitoramento do risco de inadimplência e a análise de crédito para concessão de novos

créditos e/ou serviços (SHIGAKI, 2001). A instituição avaliada subdivide os clientes com

níveis de risco AA em A+ e AAA, porém sem efeito para essa pesquisa devido a amostra não

possuir nenhum cliente AAA e somente algumas unidades de churners com risco A+.

Do público-alvo definido também foram selecionados clientes que não possuíam

nenhuma reclamação não solucionada nos canais de Serviço de Atendimento ao Consumidor

(SAC) ou Ouvidoria na instituição financeira analisada durante o período avaliado. Da mesma

forma que os critérios anteriores, tal critério foi adotado por já existir mecanismos que tratam

dessas ocorrências e acompanham a satisfação do cliente. Portanto, foram selecionados os

clientes considerados satisfeitos, por assim dizer.

Os critérios de seleção do público-alvo estão resumidos na Tabela 2.

Tabela 2 – Seleção do público-alvo

Público-alvo Descrição

Cliente adimplente Não tiveram nenhuma parcela de empréstimo paga em atraso

Cliente com menor risco de

inadimplência

Mantiveram o nível de risco A ou AA e não tiveram nenhuma

operação de empréstimo com nível de risco B ou maior

Cliente sem reclamação Sem possuir nenhuma reclamação não solucionada na

Ouvidoria ou no SACFonte: Base de dados da instituição financeira

Alguns fatores externos não foram levados em consideração nessa pesquisa. Ou por

serem de difícil mensuração e avaliação no impacto do proposto para esse trabalho – como a

mudança nas taxas de juros –, ou por serem de pouca relevância devido a grande capilaridade

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de agências da instituição financeira em solo nacional – como a mudança de bairro ou cidade

pelo cliente –, ou por já serem tratadas por outros mecanismos e acompanhamento de clientes

– como clientes que encerraram as atividades de empresa que eram sua renda principal, ou

clientes que foram demitidos de seus empregos, situação que altera nível de risco de cliente.

Outros fatores externos foram considerados na seleção do público-alvo por serem de

extrema relevância e poderem distorcer os resultados. Clientes que recebem salário de uma

empresa que mudou de banco e levou sua folha de pagamento para esse banco foram

descartados do estudo por naturalmente terem essa causa provocando o churn do cliente.

O estudo analisou a variação da MSD das operações bancárias dos clientes durante

onze meses (período de amostra selecionado entre fevereiro e dezembro de 2015) e foi

observado se o cliente saiu ou se manteve na base no décimo primeiro e décimo segundo mês

(dezembro de 2015 e janeiro de 2016), conforme Figura 3. Os meses de fevereiro a dezembro

de 2015 foram eleitos para a análise da variação da MSD por serem os meses disponibilizados

pela empresa para a extração da amostra. Consequentemente, os meses de dezembro de 2015

e janeiro de 2016 foram os meses selecionados para avaliar a evasão, ao contrário de somente

1 mês como prática costumeira, por amenizar os impactos da redução de operacionalização

bancária ocasionada pelos feriados e férias de virada de ano.

Figura 3 – Base de dados analisada

Fonte: Elaborado pelo autor

Clientes que entraram na instituição entre os meses 1 e 11 ou saíram entre os meses 1 e

10 foram descartados para não contaminarem a variação mensal da MSD.

A amostra trabalhada possui as seguintes características:

a) onze meses de informações (fevereiro de 2015 a dezembro de 2015) sobre a

variação da MSD das operações de empréstimos e investimentos de cliente pessoa física

adimplente com o menor nível de risco, contendo 3.409.505 registros;

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b) a relação dos 291.761 clientes avaliados, sendo 292 churners da instituição

financeira no mês de dezembro de 2015 e janeiro de 2016, e 291.469 clientes ativos durante

todo o período avaliado.

As variáveis utilizadas foram:

X1: Média da variação do log (na base 10) da MSD das operações do cliente entre o

primeiro e o décimo primeiro mês, em valores brutos.

Y1: Cancelamento ou não do relacionamento com a instituição financeira no décimo

primeiro e décimo segundo mês dentre os clientes que possuem pelo menos uma operação de

empréstimo ou investimento nos últimos onze meses. Esta variável foi a definida como

dependente do modelo, tendo sua resposta na forma binária (“sim” ou “não”), e para o modelo

convertemos esses resultados em “1” para “sim” e “0” para “não”.

3.2 BASE DE DADOS DE EVASÃO DE CLIENTES

O banco de dados que continha as informações de clientes continha 309.955 registros

com as seguintes informações (Tabela 3):

Tabela 3 – Informações da base de dados de evasão de clientes

Variável Descrição das variáveis

COD-CLI Código do cliente

CD-TIP-CLSC-CAD Código do tipo de classificação do cadastro

DT-CLSC-CAD-CLI Data da classificação do cadastro do cliente

CD-RSCO-CRD-CLI Nível de risco de crédito do cliente

IN_EXT_RCL Identificação de existência de registro de reclamação não

solucionada nos canais de Serviço de Atendimento ao

Consumidor (SAC) ou Ouvidoria.Fonte: Base de dados da instituição financeira

A variável COD-CLI é uma denominação interna para representar o cliente na

instituição, e foi devidamente mascarada descaracterizando a informação e a possibilidade de

alguma identificação.

A variável CD-TIP-CLSC-CAD representa a situação de relacionamento do cliente

com a instituição financeira e a variável DT-CLSC-CAD-CLI representa a data desde quando

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o cliente se encontra na referida situação. São possíveis 3 tipos de situações elementares, que

pode ser ativo (cliente convencional que opera com o banco frequentemente), eventual (um

tipo de cliente ativo, porém, conhecidamente mantém movimento eventualmente com o

banco, como ONG, escola ou instituições governamentais) e não cliente (cliente que detém

cadastro com a instituição, no entanto, não possui movimentação bancária).

O cliente do tipo de cadastro eventual foi desprezado do estudo por sua movimentação

esporádica descaracterizar a amostra para avaliação e possuir poucos clientes (161).

O tipo de classificação do cadastro é indicativo de evasão por estar na situação de não

cliente, ou seja, quando o cliente deixou de manter relacionamento bancário com a instituição

financeira. É indicativo pois pode ocorrer do cliente evadido ser administrador de instituição

de caráter jurídico sem necessariamente deter operações em seu nome com o banco,

consequentemente não possuir MSD. Nesse caso esse cliente será descartado da mesma forma

que o cliente que possuía somente operações de serviço foi descartado do estudo.

A variável CD-RSCO-CRD-CLI possui a informação de nível de risco de crédito do

cliente que baseou o filtro para a identificação dos clientes com nível de risco A ou AA. Como

já explicado anteriormente, as subdivisões desses níveis não se mostraram relevantes pela

amostra nesse estudo.

Para descartar clientes que possuíam pelo menos 1 reclamação não solucionada nos

canais de Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) ou Ouvidoria foi utilizada a variável

IN_EXT_RCL.

3.3 BASE DE DADOS DE MÉDIA DE SALDOS DIÁRIO (MSD)

O banco de dados inicial de MSD continha cerca de 500 milhões de registros com as

seguintes informações (Tabela 4):

Da mesma forma que a variável COD-CLI foi tratada na base de dados de clientes,

aqui também foi devidamente mascarada descaracterizando a informação e a possibilidade de

alguma identificação.

As variáveis CD-TIP-CLI, CD-FMA-CLI e CD-EST-VNCT foram tratadas

previamente para selecionar somente clientes do tipo pessoa física e adimplentes. Os clientes

do tipo pessoa jurídica ou produtor rural não são foco dessa pesquisa por naturalmente não

possuírem uma evolução equilibrada de MSD no decorrer do ano devido a sua natureza de

renda diferenciada, fato este que comprometeria esse estudo, além desses clientes

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representarem apenas 5,36% dos clientes totais da instituição financeira avaliada e por existir

mecanismos de acompanhamento e monitoramento diferenciados em relação à pessoa física e

que também não são objeto desse estudo. Dentre os clientes do tipo pessoa física foram

descartados os que continham qualquer tipo de inadimplência pelos motivos já citados acima

e os clientes que não detivessem pelo menos 1 (uma) operação empréstimo ou investimento.

Tabela 4 – Informações da base de dados de Média de Saldos Diário (MSD)

Variável Descrição das variáveis

COD-CLI Código do cliente

CD-TIP-CLI Identificação de pessoa física ou pessoa jurídica

CD-FMA-CLI Qualificação complementar de produtor rural ou governo

MSD-RLZD Somatório da MSD das operações de empréstimos e investimentos

ULT-SALDO Somatório do último saldo das operações de empréstimos e investimentos

QTD Quantidade de operações para composição da MSD e do último saldo do

cliente

CD-EST-VNCT Identificador de adimplência do cliente

MES Identificação dos meses avaliadosFonte: Base de dados da instituição financeira

A base de dados de clientes evadidos foi cruzada com o banco de dados de MSD para

descartar em cada uma das bases qualquer registro que não tivesse correlação com a outra

base, ou seja, mantendo somente os clientes que tivessem MSD e vice-versa.

Como foi adotado o valor da MSD do mês, a variável ULT-SALDO foi descartada por

estar incorporada na MSD de fechamento, ao mesmo tempo que geralmente há um único

lançamento no mês que representa o efeito de toda a variação mensal, o que torna ambos os

valores muito próximos.

A variável QTD foi utilizada apenas para compor os valores médios para o cliente,

uma vez que as variáveis MSD-RLZD e ULT-SALDO são originalmente o somatório dos

valores de cada operação do cliente.

Desse tratamento resultaram 2.962.956 registros que identificavam a existência de

valores de MSD por cliente por mês avaliado. Para efeitos da correta avaliação dos dados na

ferramenta de BI foram criados registros com valores zerados para cada mês que o cliente não

tivesse MSD, totalizando assim essa base em 3.409.505 registros.

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Devido a grande amplitude entre os valores de MSD (na amostra partindo de centavos

até cerca de R$ 60.000,00) foi criada a variável LOG_MSD, transformação logarítmica da

variável MSD-RLZD representada da seguinte forma:

Se MSD_RLZD <= 1 então LOG_MSD = 0, senão LOG_MSD = log10(MSD_RLZD)

Da definição de logaritmo, infere-se que somente os números reais positivos possuem

logaritmo. No tratamento de fenômenos em que os números adquirem valores muito grandes,

pode-se utilizar o logaritmo do número tornando-o em uma grandeza de valores menores e

mantendo uma representativa proporcionalidade, facilitando os cálculos e a construção de

gráficos. Como toda MSD é positiva e seus valores são muito grandes e dispersos, é possível

a utilização de logaritmo para simplificar os cálculos e diminuir a discrepância de comparação

entre os valores. Dentre as bases possíveis para uso no cálculo do logaritmo da variável MSD-

RLZD, foi optado pela base 10 por ser um logaritmo comum e muito utilizado em ciência e

engenharia, além de diminuir consideravelmente a amplitude dos valores.

Para MSD_RLZD entre R$ 0,00 e R$ 1,00 assumiu-se como LOG_MSD igual a zero,

pois ao mesmo tempo que são valores irrelevantes para os cálculos, evita-se valores negativos

que causariam prejuízo na comparação da evolução da MSD.

Para a comparação de valores entre os meses foram criadas variáveis de oscilação para

avaliar a evolução entre a MSD atual e anterior, tanto para as variáveis MSD_RLZD quanto

para LOG_MSD, e classificada se o registro teve a variação positiva ou negativa em termos

de oscilação percentual e oscilação em valores brutos.

Com base nestas informações foram avaliados que 291.761 clientes detinham valor de

MSD em pelo menos 1 (um) mês do período avaliado.

3.4 TRATAMENTO ESTATÍSTICO DA AMOSTRA

Para as variáveis qualitativas, as estatísticas apresentadas foram as frequências

absolutas (n) e as frequências relativas (%), enquanto que para as variáveis quantitativas as

estatísticas apresentadas foram: medidas resumos, média, mediana, desvio-padrão, mínimo e

máximo, curtose e quartis, para apontar a variabilidade.

O resultado da análise descritiva realizada sobre o banco de dados de MSD e evasão

de clientes está demonstrada no Apêndice A.

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59

Nas análises para a construção do modelo dividiu-se a amostra em dois grupos, uma

amostra de calibração utilizada para a elaboração do modelo e outra amostra de validação

para que fosse verificado o desempenho do modelo. Ambas as amostras geraram uma massa

de dados representativa dos dados efetivos.

Na amostra de calibração foram utilizados 145.837 clientes (49,99% da base),

respectivamente 145.683 (49,93%) clientes ativos e 154 (0,05%) clientes evadidos e

correspondendo a 1.703.295 registros de MSD. Para a validação do modelo foram utilizados

145.924 (50,01%) clientes, sendo 145.786 (49,97%) de ativos e 138 (0,05%) de churners em

correspondência a 1.706.210 registros de saldo.

Para a apresentação das análises descritivas foram apresentados valores monetários de

cada MSD de cada mês por cliente quando tratado o valor da MSD e valor de grandeza

logarítmica quando tratada a regressão do valor de MSD, e para as análises e validações

foram verificadas se ocorreu ou não a evasão do cliente.

Figura 4 – Curva do log do valor de MSD

Fonte: Base de dados da instituição financeira

As oscilações de MSD foram representadas por valores monetários para identificar a

diferença entre o valor de MSD do mês atual em relação ao valor do mês anterior e valores

percentuais para representar a mesma variação.

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60

Os valores de MSD foram regredidos ao valor do log na base 10 (Figura 4), fazendo-se

a mesma correlação de variação relativa e variação absoluta.

O tratamento estatístico da amostra está apresentado na Tabela 5.

Tabela 5 – Tratamento estatístico das variáveis MSD_RLZD e Log10 (MSD_RLZD)

MSD_RLZD (R$)Log10 (MSD_RLZD) ou

LOG_MSD

Contagem de registros 3.409.505 3.409.505

Soma 285.889.037,0700 3.321.947,2764

Média 83,8506 0,9743

Desvio Padrão 339,4924 0,9682

Coeficiente de variação 404,88 % 99,37 %

Assimetria 38,3557 0,3746

Curtose 3.517,4553 -1,2532

Q0 – Mínimo 0,0000 0,0000

Q1 – 1º Quartil (25%) 0,0000 0,0000

Q2 – 2º Quartil (Mediana) 7,9300 0,8993

Q3 – 3º Quartil (75%) 66,7900 1,8247

Q4 – Máximo 56.840,5100 4,7547 Fonte: Base de dados da instituição financeira

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61

4 RESULTADOS

As oscilações de MSD em valores monetários e em valores percentuais não se

mostraram representativas, pois devido à grande amplitude dos valores os clientes com MSD

mais baixas destoam absurdamente em relação aos clientes que possuem MSD mais altas. Tal

situação foi contornada regredindo os valores de MSD ao valor do log na base 10, diminuindo

sobremaneira a amplitude dos valores e permitindo que pudesse haver uma comparação

representativa entre clientes com MSD díspares e a própria evolução mensal da MSD. No

entanto, a avaliação por valores percentuais apresentou o mesmo problema relatado devido à

continuidade da representação da disparidade dos valores, embora numa proporção muito

menor. Para isso, os valores de log da MSD foram considerados como uma escala de grandeza

a semelhança da escala de pH (para mensuração da acidez ou basicidade de substâncias) ou

escala Richter (para mensurar a magnitude de terremoto), e mantendo ainda a característica de

cálculo com os valores.

Tal escala apresenta representatividade da evolução dos valores de MSD, pois clientes

com valores maiores tendem a ter uma oscilação proporcional também maior que um cliente

com valores baixos de MSD, conforme Figura 4. Outra justificativa para a representação em

escala se dá pelo motivo de que 75% dos valores log de MSD estão com valores entre 0 e

1,8247 (Tabela 5).

Conforme tratamento estatístico da amostra apresentado na Tabela 5, observa-se que o

desvio padrão dos valores de MSD_RLZD (339,4924) destoa em pouco mais de 4 vezes o

valor de média (83,8506) e a dispersão dos valores fica em sua quase totalidade abaixo da

média (coeficiente de variação 404,88%) e bem distante da mediana (7,9300), ou seja, mais

de 75% (3º Quartil - 66,7900) da base está abaixo dessa linha de corte. Isso resulta numa

distribuição assimétrica positiva (38,3557) com alto grau de afastamento à direita em relação

ao eixo de simetria dos valores. Quanto a curtose (3.517,4553), que caracteriza o pico da

curva da função de distribuição, indica que a distribuição é mais alta e concentrada que a

distribuição normal, sendo relativamente fácil obter valores que se distanciam da média por

vários múltiplos do desvio padrão. Esta alta heterogeneidade dos valores é a grande

dificuldade em se utilizar valores financeiros para análises comparativas diretas.

Por outro lado, o valor de log da MSD possui desvio padrão (0,9682) praticamente

uma vez a média (0,9743) tendo uma dispersão equilibrada mais próximo à mediana (0,8993).

O coeficiente de variação (99,37%) ainda indica uma alta dispersão, porém ¼ menor do que a

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heterogeneidade de quando se utiliza o valor da MSD_RLZD diretamente. Com essa

transformação ainda é possível a obtenção de uma distribuição assimétrica positiva (0,3746),

no entanto, com um leve grau de afastamento à direita em relação ao eixo de simetria dos

valores. Em relação à curtose (-1,2532), o pico da curva da função de distribuição inverte,

indicando que a distribuição se tornou mais baixa e distribuída que a distribuição normal,

permitindo a obtenção de valores mais próximos da média com menos desvio padrão.

Mesmo ainda sendo presente que poucos clientes possuam valores elevados e a

maioria possuam valores mais baixos, consegue-se uma avaliação com uma boa

homogeneidade dos valores, facilitando sua utilização para análises comparativas diretas e

ainda permitindo a realização de cálculos com os valores.

Dessa forma, a solução encontrada para avaliar a oscilação da MSD sem cálculos

complexos é apurando a diferença aritmética entre o valor do log de MSD atual em relação ao

valor anterior. Com essa diferença consegue-se chegar a valores de comparação que permitem

uma uniformidade na avaliação entre clientes, mesmo com uma certa dispersão de valores

ainda presente.

Uma vez que a diferença alcançada entre o valor do log de MSD atual em relação ao

valor anterior resulta em valores na ordem de milésimos de unidade, tal valor obtido é

multiplicado por 100 para uma melhor visualização e representação. A curva dessa oscilação é

vista na Figura 5.

A variação oscila na linha de tendência média no valor de -4,5764 (representada pela

linha vermelha na Figura 5), ou seja, uma redução do valor do log da MSD em relação ao mês

anterior na ordem de 0,045764 que representa o ponto de corte para o indicador de predição

de churn. A oscilação parte do valor 0 (zero) por ser o primeiro mês avaliado, chegando ao

pico de crescimento da MSD no terceiro mês (5,6967) e no quarto mês já atinge o primeiro

vale da queda dos valores (-7,2107), intercalando outro vale de queda no sexto mês (-7,1712)

chegando ao máximo da queda no décimo mês (-7,2722) antes da queda definitiva no último

mês (-29,2466) e consequentemente a evasão do cliente.

Validando esse indicador na amostra de validação chega-se a um índice de acerto na

ordem de 31,91% (114 clientes que evadiram e 49.378 clientes que permaneceram ativos em

relação aos 105.703 clientes previstos pelo modelo).

Os resultados da avaliação do modelo estão apresentados conforme a matriz de

confusão disposta na Tabela 6.

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Figura 5 – Curva da variação do log do valor de MSD

Fonte: Base de dados da instituição financeira

Tabela 6 – Matriz de confusão de avaliação do modelo

Valor da predição

Evadiu Percentual de resultados corretos

Valor observado Não Sim Total

EvadiuNão 49.380 105.589 154.969 31,86%

Sim 27 114 141 80,85%

Total 49.407 105.703 155.110

Percentagem de acerto geral 31,91%Fonte: Base de dados da instituição financeira

Ajustando o ponto de corte para o primeiro ponto acima (-4,0000) consegue-se um

acerto geral de 31,64% e ajustando-se o para o primeiro ponto abaixo (-5,0000) o acerto geral

obtido fica em 31,95%, praticamente estável em relação ao acerto geral proposto pelo modelo

e mantendo estável a quantidade de acertos do churner previsto e observado. Em outras

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palavras, o modelo não faz diferença considerável no número de acertos para os pontos de

corte próximo, apenas alterando sensivelmente quantidade de acertos de clientes previstos e

observados como não evasores.

Levando o ponto de corte para distâncias maiores no sentido abaixo, o índice geral de

acerto de churners diminui (60,28%) e o de não churners aumenta na mesma proporção

(35,01%). Isso quer dizer que é preciso avaliar um volume menor de potenciais evasores

(100.824), porém o volume de acerto dos que de fato se evadiram também diminui. No

sentido contrário a lógica se inverte, o volume de acerto desses evasores de fato aumenta

(81,56%), porém é preciso avaliar um volume maior de potenciais churners (108.353

clientes).

Ante o exposto, na questão norteadora dessa pesquisa “As variáveis relacionadas ao

saldo das operações bancárias do eventual cliente evasor são preditoras de churn?”, a resposta

é positiva. Sabendo-se de sua oscilação natural por ser uma Média de Saldos Diário,

influenciada principalmente pela liquidação e contratação de operações, a MSD pode ser um

indicador preditor de churn antes de uma queda acentuada e até mesmo o seu zeramento

definitivo, em outros termos, quer dizer que pode prever a retirada expressiva de valores da

instituição financeira culminando com o encerramento do relacionamento desse cliente com o

banco.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Por facilidade e efetividade na gestão, as instituições financeiras têm por hábito

trabalhar primeiro os demais mecanismos de filtro, como o nível de risco de crédito, a

segmentação, o encarteiramento, a rentabilidade do cliente e reclamações em seus canais de

comunicação para identificar um possível churner, para só então avaliar suas operações.

Dessa forma, a avaliação de operações fica extremamente diluída e sem efeitos comparativos,

uma vez que tais operações são tratadas por nichos, e a gestão da fidelização desse cliente

(considerado o melhor pois não possui inadimplência, não possui risco de crédito e não possui

reclamações na instituição) fica dispersa e acaba se perdendo no decorrer dos demais filtros

das ferramentas de CRM.

Quando as operações do cliente são utilizadas para iniciar algum tipo de gestão nesse

sentido, são baseadas na inadimplência ou no encerramento, perdendo-se a oportunidade de

antecipar o tempo de gestão do relacionamento na atuação com o cliente, no intuito de

minimizar a possibilidade de evasão e aumentar sua fidelização. É interessante que se inverta

o viés de tratamento desse fluxo de filtros de possíveis clientes em fuga sem prejuízo da

forma que é tratado, mas sim complementando a forma existente. É uma ótima oportunidade

para conhecer um pouco mais sobre o cliente, com novas informações subsidiando o

marketing de relacionamento e trabalhando a manutenção dos clientes da instituição

financeira.

O indicador identificado influencia na taxa de churn, e por mais que numa primeira

análise o nível de acerto do modelo possa parecer relativamente baixo (31,91%), sinaliza

efetivamente que os mecanismos de gestão do relacionamento precisam abordar esse cliente,

que pode estar dando sinais de evasão eminente. A utilização deste modelo para identificar e

abordar eventuais churners implica ajustes no nível de certeza do modelo e sua utilização

como complemento aos demais mecanismos de gestão e análise para fidelização de clientes,

para consequentemente reduzir a quantidade de clientes a serem abordados.

5.2 CONCLUSÃO

O objetivo geral proposto nesse trabalho foi a proposição de um modelo de predição

de risco de churn, por meio da verificação do histórico de operações bancárias de

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empréstimos e investimentos de clientes bancários pessoas físicas adimplentes, que tenham o

menor risco de inadimplência e que não possuam nenhuma reclamação não solucionada numa

instituição financeira brasileira de grande porte. O objetivo foi alcançado por meio da devida

seleção do público-alvo definido, verificação das informações almejadas e por fim a

proposição do modelo, como esperado. Ao final, o estudo foi capaz de responder

afirmativamente à questão de pesquisa “As variáveis relacionadas à saldo de operações

bancárias do eventual cliente evasor são preditoras de churn?”.

Por meio da pesquisa bibliográfica, da utilização de banco de dados e de ferramenta de

BI, e do conhecimento do autor acerca das informações, buscou-se obter um panorama do

risco de um cliente se tornar um churner e de como a teoria apoia a necessidade de sua

retenção.

Um dos objetivos específicos propostos foi a identificação, classificação e agregação

da Média de Saldos Diário (MSD) das operações bancárias dos últimos onze meses para

clientes evadidos nos dois últimos meses. O objetivo foi alcançado uma vez que foi possível a

extração e transformação dos dados de saldo relativos ao período proposto. A investigação

ficou limitada ao período por ser esse somente o disponível para extração das informações.

Para um período maior seria necessário um trabalho complementar e periódico para

armazenar os dados relativos aos meses mais antigos.

Outro objetivo específico proposto foi a identificação dos padrões de oscilação de

MSD das operações bancárias desses clientes evadidos que permitam a identificação de um

indicador de risco de churn. Tal objetivo também foi alcançado, pois foi possível a

identificação desses padrões, mesmo tendo que voltar ao objetivo anterior e adequar a

transformação dos dados para a criação de uma nova variável (LOG_MSD) com uma nova

abordagem investigativa (a variação logarítmica). Foi possível a identificação do indicador

(variação do valor do log da MSD atual em relação ao valor do log da MSD anterior

multiplicado por 100) com ponto de corte no valor de -4,5764, representando que variações

menores que esse valor são preditoras de churn.

Levando em consideração que as perdas devido à evasão de clientes podem ser

consideráveis (sejam financeiras ou não), a predição de churn se torna informação valiosa

para o gestor, dado que clientes com maiores possibilidades de abandono poderiam ser alvo

de ações direcionadas de marketing visando a sua retenção.

O modelo proposto pode oferecer insights relevantes para que as empresas (no caso, os

bancos/instituições financeiras) compreendam a taxa de abandono de seus clientes e, a partir

dessa compreensão, possam personalizar ações de comunicação e relacionamento

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diferenciado para os clientes em risco de abandono, otimizando tempo e esforços. As

empresas, podendo identificar com precisão mais acurada os potenciais churners, podem

converter essa precisão em lucro, proporcionando uma gestão e análise mais eficiente,

culminando em decisões mais adequadas a esses clientes, contribuindo para uma melhor

administração do relacionamento entre empresa e cliente.

5.3 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Por mais que se mantenha um ajuste adequado, qualquer modelo estatístico possui

suas limitações, devendo-se realizar um acompanhamento periódico (anual, semestral ou até

mesmo mensal) através de testes estatísticos para medir a aderência proporcionada pelo

modelo, controlando assim uma possível deterioração do indicador alcançado.

Há clientes que repentinamente abandonam a instituição sem nenhum sinal de

oscilação da MSD. Como o estudo se limita aos valores de MSD não há como responder a

todas as causas de evasão, principalmente pelo estudo não abordar os demais mecanismos de

gestão do relacionamento com o cliente.

A predição do churn pode ser almejada por meio da utilização de tantas outras

informações além da MSD do cliente, conforme explanado na revisão bibliográfica, onde é

sabido que somente esse indicador obtido sozinho não responde com exatidão a evasão. Esse

índice é recomendado que seja aplicado pela instituição como complemento e refinamento

dos demais indicadores já utilizados na gestão da fidelização com o cliente.

O período analisado também se mostra como um limitador, pois períodos maiores

podem vir a ofertar valores mais apurados e que possam predizer a evasão do cliente com uma

antecedência maior.

5.4 TRABALHOS FUTUROS

Acerca das operações do cliente almejadas nesse estudo, ele pode ser evoluído levando

em consideração os tipos de operações nesse período, novas contratações ocorridas, assim

como a inclusão do tratamento de operações de serviços.

Além disso, o estudo pode ser estendido para averiguar a oscilação de saldos para

clientes do tipo pessoa jurídica e produtor rural, assim como tratar clientes com os demais

níveis de risco de crédito.

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APÊNDICE A – RESULTADO DA ANÁLISE DESCRITIVA DOS BANCOS DE

DADOS DE SALDOS E CLIENTES

a) Quantidade total de clientes com valores de MSD

Total Ativo % Não cliente %

291.761 291.469 99,90 292 0,10

b) Quantidade de clientes com valores de MSD por mês avaliado

Mês Total no mês Ativo % Não cliente %

fev/2015 245.193 244.928 99,89 265 0,11

mar/2015 240.439 240.172 99,89 267 0,11

abr/2015 228.456 228.195 99,89 261 0,11

mai/2015 218.241 217.992 99,89 249 0,11

jun/2015 233.055 232.817 99,90 238 0,10

jul/2015 235.798 235.581 99,91 217 0,09

ago/2015 238.531 238.531 99,91 207 0,09

set/2015 218.212 218.021 99,91 191 0,09

out/2015 224.293 224.133 99,93 160 0,07

nov/2015 230.758 230.595 99,93 163 0,07

dez/2015 205.419 205.288 99,94 131 0,06

c) Quantidade de clientes com valores de MSD para calibração do modelo

Total Ativo % Não cliente %

145.837 145.683 99,89 154 0,11

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d) Quantidade de clientes com valores de MSD para calibração do modelo por mês avaliado

Mês Total no mês Ativo % Não cliente %

fev/2015 122.652 122.508 99,88 144 0,12

mar/2015 120.323 120.182 99,88 141 0,12

abr/2015 114.160 114.026 99,88 134 0,12

mai/2015 108.959 108.830 99,88 129 0,12

jun/2015 116.351 116.226 99,89 125 0,11

jul/2015 117.752 117.644 99,91 108 0,09

ago/2015 119.304 119.199 99,91 105 0,09

set/2015 109.020 108.920 99,91 100 0,09

out/2015 111.971 111.889 99,93 82 0,07

nov/2015 115.531 115.448 99,93 83 0,07

dez/2015 102.624 102.555 99,93 69 0,07

e) Quantidade de clientes com valores de MSD para validação do modelo

Total Ativo % Não cliente %

145.924 145.786 99,90 141 0,10

f) Quantidade de clientes com valores de MSD para validação do modelo por mês avaliado

Mês Total no mês Ativo % Não cliente %

fev/2015 122.541 122.420 99,90 121 0,10

mar/2015 120.116 119.990 99,90 126 0,10

abr/2015 114.296 114.169 99,89 127 0,11

mai/2015 109.282 109.162 99,89 120 0,11

jun/2015 116.704 116.591 99,90 113 0,10

jul/2015 118.046 117.937 99,91 109 0,09

ago/2015 119.227 119.125 99,91 102 0,09

set/2015 109.192 109.101 99,92 91 0,08

out/2015 112.322 112.244 99,93 78 0,07

nov/2015 115.227 115.147 99,93 80 0,07

dez/2015 102.795 102.733 99,94 62 0,06

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g) Quantidade de clientes por nível de risco de crédito

Nível de Risco Total Ativo % Não cliente %

A 280.127 279.844 99,90 283 0,10

A+ 11.634 11.625 99,92 9 0,08

AAA 0 0 0,00 0 0,00