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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS SUBSECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E FUNDAMENTAL DIRETORIA DE ENSINO FUNDAMENTAL PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA/PIP/EF PROALFA / PROEB AS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NÃO CONSOLIDADAS EM LÍNGUA PORTUGUESA, NO PERÍODO DE 2006 A 2012 E ALTERNATIVAS PARA DESENVOLVER, CONSOLIDAR E AVANÇAR NA APRENDIZAGEM

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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

SUBSECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E FUNDAMENTAL

DIRETORIA DE ENSINO FUNDAMENTAL

PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA/PIP/EF

PROALFA / PROEB

AS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NÃO CONSOLIDADAS EM

LÍNGUA PORTUGUESA, NO PERÍODO DE 2006 A 2012 E

ALTERNATIVAS PARA DESENVOLVER, CONSOLIDAR E

AVANÇAR NA APRENDIZAGEM

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Sumário

Introdução

Sumário

Habilidades não

consolidadas no PROALFA, pelos

alunos do 3º Ano

do Ciclo da Alfabetização no

período de 2006 a

2013

As

Competências e

Habilidades não

consolidadas

no PROEB

2006 a 2012

Utilizar estratégias de

leitura para desenvolver e

consolidar Competências /

Habilidades e garantir aos alunos os direitos de

aprendizagem

p.6

Para

desenvolver,

consolidar as

Competências/

Habilidades e

avançar

Dicas para o

(a) Professor

(a) trabalhar

com Leitura

Conclusão

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1- Introdução

Professor(a),

Considerando as competências e habilidades não consolidadas pelos

alunos das escolas públicas de Minas Gerais nas avaliações do

PROALFA e do PROEB (Língua Portuguesa), realizadas no período

de 2006 a 2012, consequentemente impactando nos resultados, e na

perspectiva de garantir a consolidação das Competência/Habilidades

de leitura, melhorar os resultados e avançar, faz – se necessário a

intensificação do trabalho com as turmas do 3º Ano do Ciclo da

Alfabetização, do 5º Ano do Ciclo Complementar e do 9º Ano do Ciclo

da Consolidação, principalmente, durantes os dias que antecedem a

realização das avaliações. Para isso, estamos sugerindo atividades

pedagógicas, em que a principal finalidade é refletir sobre cada

competência / habilidade não consolidada, em Língua Portuguesa,

bem como, sugerir textos selecionados, especificamente, para o

trabalho com os alunos. Para cada texto deve ser elaborado um plano

de aula de leitura, que oriente e dinamize a implementação das

práticas em sala de aula e consolide a aprendizagem de leitura dos

alunos, com fluência, compreensão e autonomia.

Bom trabalho e sucesso!

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2 - Habilidades não consolidadas no PROALFA, pelos alunos do 3º Ano do Ciclo da

Alfabetização no período de 2006 a 2013

Fonte: Internet

H10 - Localizar

informações explícitas

em textos de maior

extensão e de gêneros

e temas menos

familiares.

H11 - Identificar

elementos que

constroem a

narrativa.

H12 - Inferir informações em textos.

H13 - Identificar assunto de texto.

H14 -

Formular

hipóteses.

H15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto.

H16 - Estabelecer relações de continuidade temática a partir da recuperação de elementos da cadeia referencial do texto.

H17 - Identificar efeito de sentido decorrente de recursos gráficos, seleção lexical e repetição.

H18 - Identificar marcas linguísticas que o evidenciam o enunciador no discurso direto ou indireto.

H19 -Distinguir fato de opinião sobre o fato.

H20 - Identificar

tese e

argumentos.

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3 - Habilidades não consolidadas no PROEB, no período de 2006 a 2012

3.1 – As Habilidades não consolidadas, pelos alunos do 5º Ano do Ciclo Complementar

Língua Portuguesa

Fonte: Internet

H0- Compreender

frases ou partes que

compõem um texto

H2- Localizar

informações explícitas

em um texto.

H1- Identificar o

tema ou o sentido

global de um texto.

H3 - Inferir informações

implícitas em um texto.

H8 - Interpretar texto

que conjuga

linguagem verbal e

não verbal.

Interpretar texto

que conjuga

linguagem

verbal e não

verbal.

H21 - Reconhecer o

efeito de sentido

decorrente do uso

de pontuação e

de outras notações.

H23 - Identificar

efeitos de ironia

ou humor em

textos.

H6 - Identificar o

gênero de um

texto.

H7 - Identificar a

função de textos

de diferentes

gêneros.

H11 - Reconhecer

relações lógico –

discursivas presentes

no texto, marcadas por

conjunções, advérbios,

etc.

H12 - Estabelecer a relação

causa/consequência entre

partes e elementos do texto.

H15 - Estabelecer entre

partes de um texto,

identificando repetições

ou substituições que

contribuem para sua

continuidade .

H10 - Distinguir um

fato da opinião

relativa a esse fato.

H13 - Identificar

marcas linguísticas

que evidenciam o

locutor e o interlocutor

de um texto.

H5 – Inferir o sentido

de uma palavra ou

expressão

H19 – Identificar o conflito

gerador do enredo e os

elementos que compõe

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3.2 – As Habilidades não consolidadas pelos alunos do 9º Ano do Ciclo da Consolidação

Língua Portuguesa

Fonte: Internet

H1 - Identificar o tema ou o sentido global de um texto.

H3 - Inferir

informações implícitas

em um texto.

H5 - Inferir o sentido

de uma palavra ou

expressão.

Reconhecer o efeito

de sentido decorrente

do uso de pontuação e

de outras notações.

H25 - Reconhecer o

efeito de sentido

decorrente do uso

de recursos

ortográficos e

morfossintáticos.

H28 - Reconhecer o

efeito de sentido

decorrente da

escolha de uma

determinada palavra

ou expressão. H11 - Reconhecer

relações lógico-

discursivas presentes

no texto, marcadas

por conjunções

advérbios.

H12 - Estabelecer a

relação

causa/consequência

entre partes e

elementos do texto.

H13 - Estabelecer

relações entre partes de

um texto, identificando

repetições ou

substituições que

contribuem para sua

continuidade.

.

H16 - Estabelecer

relações entre parte

de um texto a partir de

mecanismos de

concordância verbal e

nominal.

H27 - Diferenciar as

partes principais

das secundárias em

um texto.

H20 - Reconhecer

diferentes formas de

abordar uma

informação ao

comparar textos que

tratam do mesmo

tema.

H10 - Distinguir um

fato da opinião

relativa a esse fato.

H14 - Identificar a

tese de um texto.

H18 - Reconhecer

posições distintas

entre duas ou mais

opiniões relativas ao

mesmo fato ou ao

mesmo tema

H26 - Estabelecer

relação entre a tese

e os argumentos

oferecidos para

sustentá-la.

H13 - Identificar

marcas linguísticas

que evidenciem o

locutor e o

interlocutor de um

texto.

H8 – Interpretar

texto que conjuga

linguagem verbal e

não verbal.

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4 - Utilizar estratégias de leitura para desenvolver e consolidar

Competências / Habilidades e garantir aos alunos os direitos de

aprendizagem

PARA LER

Necessitamos

Simultaneamente

Manejar com destreza as habilidades de

decodificação e aportar ao texto nossos

objetivos, ideias e experiências prévias.

QUANDO ENSINAMOS A LER?

Quando oferecemos aos alunos

estratégias de leitura para

Antes, Durante e Depois

do processamento da leitura.

1. Antes da leitura

2. Durante a leitura

3. Depois da leitura

MOMENTOS DE UMA PROPOSTA DE

LEITURA EM SALA DE AULA

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ESTRATÉGIAS PARA

ANTES DA LEITURA

1. Motivar os alunos para a leitura.

2. Acionar os conhecimentos prévios:

- Quem escreveu o texto?

- Onde e quando o texto foi produzido?

- Que gênero está sendo lido?

- Outras.

ESTRATÉGIAS PARA

ANTES DA LEITURA

3. Estabelecer objetivos de leitura

- Qual a finalidade da leitura?

- Para que o texto será lido?

- O leitor lê para atingir objetivos determinados

como informar-se, divertir-se, solucionar

um problema, passar tempo, entre outros.

ESTRATÉGIAS PARA

ANTES DA LEITURA

4. Fazer previsões, suposições, levantamento

de hipóteses

- De que o texto vai tratar?

- O que vai acontecer?

- Como a história continua?

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ESTRATÉGIAS PARA

DURANTE A LEITURA

1. Verificar as hipótese e previsões que

levantou, procurando, no texto, instruções

que podem sustentá-las ou descartá-las.

2. Localizar informações no texto.

ESTRATÉGIAS PARA

DURANTE A LEITURA

Do próprio texto.

Do seu conhecimento sobre o assunto.

Realizando inferências necessárias à

compreensão.

3. Articular informações vindas de várias fontes.

ESTRATÉGIAS PARA

DURANTE A LEITURA

4. Realizar tarefas de “Leitura Compartilha”.

Em que o professor e aluno assumem ora um,

ora outro, a responsabilidade de organização e

envolvimento no ato de ler.

5. Confrontar várias partes do texto.

6. Sintetizar ou resumir informações.

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ESTRATÉGIAS PARA

DURANTE A LEITURA

7. Levantar novas previsões e hipóteses à

medida que for lendo.

8. Construir uma representação global do texto,

que permite dizer:

O texto trata do assunto x.

ESTRATÉGIAS PARA

DEPOIS DA LEITURA

1. Analisar a compreensão.

2. Construir uma representação global do texto.

3. Verificar se foi possível articular as

informações de seu conhecimento prévio com

aqueles que o texto traz..

4. Criticar o texto.

ENSINAR A LER

É ensinar estratégias de leitura para

que o leitor possa atingir seus

objetivos.

Lidar com a diversidade de gêneros,

usando estratégias específicas para

a leitura de cada um.

Esse ensino compreende:

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5 - Para desenvolver, consolidar as Competências/Habilidades e avançar

5.1 - Sugestões de práticas pedagógicas para o desenvolvimento das Competências e Habilidades não

consolidadas, nas avaliações do PROEB - 3º Ano do Ciclo de Alfabetização - Período de 2006 a 2012.

Atividade 01

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Localização de informações explícitas em textos Localizar informações explícitas em textos de maior

extensão e de gêneros e temas menos familiares.

Em que consiste essa habilidade?

Esta habilidade - Localizar informações explícitas em textos de maior extensão e de gêneros e temas

menos familiares - consiste em identificar, no texto lido, uma informação que se apresenta

explicitamente. Corresponde a uma habilidade bastante elementar.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

O (A) professor (a) deve desenvolver em sala de aula estratégias de leitura utilizando gêneros textuais

diversificados, para que os alunos adquiram familiaridade com os temas e assuntos variados e que

despertem o interesse dos alunos. É importante, para o desenvolvimento dessa habilidade, que sejam

utilizados textos de todos os Componentes Curriculares.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Localizar informações explícitas em

textos. Para isso, além de trabalhar atividades específicas, você deverá desenvolver as estratégias de

leitura explicitadas neste material.

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Atividade 2

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Localização de informações explícitas em textos Identificar elementos que constroem a narrativa.

Em que consiste essa habilidade?

Esta habilidade - Identificar elementos que constroem a narrativa - consiste na identificação de

elementos da narrativa:

1 - Introdução ou Apresentação – corresponde ao momento inicial da narrativa, marcado por um estado de

equilíbrio. Do ponto de vista da construção da narrativa, nesta parte, são indicadas as circunstâncias da

história, ou seja, o local e o tempo em que decorrerá a ação e apresentadas as personagens principais

(os protagonistas);

2 - Desenvolvimento e complicação – corresponde ao bloco em que se sucedem os acontecimentos, numa

determinada ordem. Corresponde, ao bloco em que se instala o conflito, a complicação ou a q2quebra

daquele equilíbrio inicial. É, portanto, o segmento da ordem perturbada.

3 - Clímax corresponde ao bloco em que a narrativa chega ao momento crítico, desfecho da narrativa.

4 - Desfecho ou desenlace – resolução do conflito. Esse último bloco é o segmento da ordem

restabelecida.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

O professor deve partir de textos simples em que pode ser observada, com maior facilidade, a estrutura

organizacional dos textos, solicitando que o aluno indique as partes que os compõem. Paulatinamente, ele

deve ir utilizando textos mais complexos e solicitar produções nas quais ele explicite o início, o

desenvolvimento e o fim de narrativas, com suas dinâmicas geradoras.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Identificar elementos que constroem

a narrativa. Para isso, além de trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de

leitura explicitadas neste material.

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Atividade 3

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Interpretação de informações implícitas em texto Inferir informações em textos.

Em que consiste essa habilidade?

Essa habilidade - Inferir informações implícitas em um texto - consiste no reconhecimento, pelo aluno,

de uma ideia implícita no texto, seja por meio da identificação de sentimentos que dominam as ações

externas dos personagens, em um nível mais básico, seja com base na identificação do gênero textual e

na transposição do que seja real para o imaginário. É importante que o aluno apreenda o texto como um

todo, para dele retirar as informações.

A inferência caracteriza-se pelo resultado da compreensão do que está implícito no texto e que o leitor

consegue captar com base em seus conhecimentos e com base no texto.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

Considerando que a habilidade de inferir está relacionada às práticas de leitura dos alunos em diferentes

contextos sociais, a escola pode colaborar para que isso se desenvolva promovendo atividades que

englobem gêneros textuais diversificados.

Destacamos textos que, normalmente, compõem-se de escrita e imagem (tirinhas, propagandas, rótulos,

etc). O professor deverá ser um mediador para que os alunos estabeleçam relações entre os diferentes

elementos presentes no texto, discutindo também as diferentes possibilidades de interpretações

apresentadas por eles.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Inferir informações em textos. Para

isso, além de trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura explicitadas

neste material.

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Atividade 4

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Interpretação de informações implícitas em texto Identificar assunto de texto.

Em que consiste essa habilidade?

Esta habilidade - Identificar assunto de texto - consiste no reconhecimento do assunto principal do

texto, ou seja, identificar do que o texto trata. O aluno precisa ser capaz de ler um texto, dizer do que se

trata. Ou seja, ser capaz de realizar um exercício de síntese, identificando o assunto que representa a

ideia central do texto.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

O (A) professor (a) deve trabalhar em um nível de atividade que ultrapasse a superfície do texto,

conduzindo o aluno a estabelecer relações entre as informações explícitas e implícitas, fim de que faça

inferências textuais e elabore uma síntese do texto.

Para que o aluno identifique o tema, é necessário que ele relacione as diferentes informações para

construir o sentido global do texto.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Identificar assunto de texto. Para

isso, além de trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura explicitadas

neste material.

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Atividade 5

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Interpretação de informações implícitas em texto Formular hipóteses.

Em que consiste essa habilidade?

Esta habilidade - Formular hipóteses - consiste em reconhecer / antecipar o assunto de um texto a partir

da observação de uma imagem e/ou da leitura de seu título.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

Para desenvolver a habilidade formular hipóteses, várias estratégias podem e devem ser utilizadas em

sala de aula. A pausa protocolada é uma ótima estratégia. Ela propõe que a leitura seja feita por meio de

pausas e de perguntas que instigam o aluno a mobilizar expectativas a respeito de como o texto se

organiza, atribuir sentidos ao que lê, fazer suposições e deduções que serão checadas durante a leitura.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Formular hipóteses. Para isso, além

de trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura explicitadas neste

material.

O pai e o filho

Numa terra selvagem havia o bárbaro costume de levarem os filhos os pais para o mato quando

ficavam velhos e já não podiam mais trabalhar, para os deixar morrer de fome.

Um dia, um rapaz, seguindo aquela tradição, carregou o pai às costas, e foi abandoná-lo no mato.

Chegando aí, como tinha bom coração, deixou-lhe uma capa, a fim de o resguardar do frio.

- Tens aí uma faca, rapaz? Perguntou-lhe o velho, quando o filho se ia retirando.

- Tenho, sim, senhor. Para quê?

- É para cortar um pedaço desta capa, a fim de servir para ti, quando teu filho te troxer.

O rapaz ficou comovido, reconsiderou o seu ato, e troxe outra vez o pai, acabando assim com o tão

malvado costume.

PIMENTEL, Figueiredo. Histórias da avozinha. Rio de Janeiro, 1986.

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Atividade 6

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Coerência e coesão no processamento de textos Estabelecer relações lógico-discursivas presentes

no texto.

Em que consiste essa habilidade?

Esta habilidade - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto - consiste na habilidade

de reconhecer o tipo de relação semântica estabelecida pelos elementos de conexão do texto. Em todo

texto de maior extensão, aparecem expressões conectoras – sejam conjunções, preposições, advérbios e

respectivas locuções – que criam e sinalizam relações semânticas de diferentes naturezas. Entre as mais

comuns, podemos citar as relações de causalidade, de comparação, de concessão, de tempo, de

condição, etc. É uma habilidade fundamental para a apreensão da coerência do texto.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

O (A) professor (a) pode se valer de textos de gêneros variados para trabalhar as relações lógico-

discursivas, mostrando aos alunos a importância de reconhecer que todo texto se constrói a partir das

múltiplas relações de sentido que se estabelecem entre os enunciados que com põem o texto. Os textos

argumentativos, os textos informativos, como por exemplo, as notícias de jornais são excelentes para

trabalhar essa habilidade.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Estabelecer relações lógico -

discursivas presentes no texto. Para isso, além de trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as

estratégias de leitura explicitadas neste material.

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Atividade 7

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Coerência e coesão no processamento de textos Estabelecer relações de continuidade temática a partir

da recuperação de elementos da cadeia referencial do

texto.

Em que consiste essa habilidade?

Esta habilidade - Estabelecer relações de continuidade temática a partir da recuperação de

elementos da cadeia referencial do texto - consiste em recuperar o antecedente ou o referente de um

determinado elemento anafórico (pronome, elipse, ou designação de um nome próprio) destacado no

texto. Ou seja, compreender a que se refere esse elemento.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

O (A) professor(a) ao trabalhar o texto com os alunos, deve exercitar coesão textual, isto é, a relação que as

palavras e frases de um texto mantêm entre si. Sugere – se que o Professor, trabalhe, principalmente, a referência

pessoal, representada pelos pronomes pessoais e a coesão textual, por meio da reiteração de termos sinônimos ou

palavras afins que pertençam a um mesmo campo semântico.Os textos verbais, de gêneros variados, pretam-se a

esse tipo de exercício.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura, propondo

atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Estabelecer relações de continuidade temática a partir da

recuperação de elementos da cadeia referencial do texto. Para isso, além de trabalhar atividades específicas, você

deverá praticar as estratégias de leitura explicitadas neste material.

O MACACO E A VELHA

Havia uma velha, muito velha, chamada Marocas. Ela possuía um lindo bananal. Mas a coitadinha da velha comia poucas

bananas, pois havia um macaco que lhe roubava todas.

Um dia, Marocas, cansada de ser roubada, teve uma ideia. Comprou no armazém vários quilos de alcatrão e com ele fez um

boneco. Colocou-o num grande tabuleiro e o levou para o meio do bananal, pensando em dar uma lição no macaco.

Logo que Marocas voltou para casa, lá veio o macaco Simão de mansinho. Quando avistou o boneco, zangou-se pensando

que ele lhe roubava as bananas. O macaco, muito zangado, deu-lhe uns sopapos, ficando com a mão grudada no alcatrão. Deu-

lhe um pontapé. Ficou preso no boneco também o seu pé.

O macaco deu, então, uma cabeçada e ficou todinho grudado.

Marocas, saindo do barraco, pegou o chicote e surrou o macaco e só parou, quando Simão, dando três pulos, desgrudou-se do

alcatrão e fugiu.

Certa manhã, Simão teve uma ideia para se vingar da velha Marocas. Ele entrou numa pele de leão que encontrou na floresta.

Pulou o murro da casa da velha e escondeu-se no bananal.

Quando a velha apareceu, Simão soltou um urro terrível e deu-lhe um bote. A velha gritou e tentou fugir, mas, naquele

alvoroço, caiu bem no fundo do poço que havia no quintal.

O macaco, vendo o perigo que ela corria ficou muito triste, pois queria assustá-la, mas não matá-la. Saiu bem rápido de dentro

da pele e, olhando em volta, subiu num pé de Jamelão, pegou num galho bem grosso e espichou bem o rabo até o fundo do poço.

Os gritos chamaram atenção dos vizinhos, que, chegando ao bananal, surpreendera-se com a cena.

O macaco fazendo força, trazendo Marocas dependurada no seu rabo. Depois desse dia, as coisas mudaram. Marocas e o

macaco ficaram amigos. Era uma beleza! Ela, em vez de pancadas dava-lhe bananas e doce. (CAPPELLI. Alba. D IAS Dora.

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Atividade 8

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Coerência e coesão no processamento de textos Identificar efeito de sentido decorrente de recursos

gráficos, seleção lexical e repetição.

Em que consiste essa habilidade?

Esta habilidade - Identificar efeito de sentido decorrente de recursos gráficos, seleção lexical e

repetição - consiste em o aluno identificar os efeitos de sentido decorrentes da utilização de recursos

gráficos (caixa alta, grifo, itálico, negrito, sublinhado), do léxico (vocabulário) ou também de identificar o

humor ou ironia no texto, decorrentes desses recursos.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

Levando em conta que grande parte dos textos com os quais nos deparamos nas diversas situações

sociais de leitura exige que se integre texto escrito e material gráfico para a sua compreensão, a escola

pode contribuir para o desenvolvimento dessa habilidade à medida que explore a integração de múltiplas

linguagens como forma de expressão de ideias e sentimentos.

O (A) professor (a) deve levar para sala de aula a maior variedade de textos desse gênero. Além das

revistas em quadrinhos e das tirinhas, pode-se explorar materiais diversos que contenham apoio em

recursos gráficos. Esses materiais vão de peças publicitárias e charges de jornais aos textos presentes em

materiais didáticos de outras disciplinas, tais como gráficos, mapas, tabelas, roteiros.

BRASIL, Ministério da Educação. Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE): Prova Brasil: Ensino Fundamental: matriz de referência, tópicos

e descritores. Brasília: MEC, SEB:Inep, 2008. P. 34-36.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Identificar efeito de sentido

decorrente de recursos gráficos, seleção lexical e repetição. Para isso, além de trabalhar atividades

específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura explicitadas neste material.

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Atividade 9

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Avaliação do leitor em relação aos textos Identificar marcas linguísticas que evidenciam o

enunciador no discurso direto ou indireto.

Em que consiste essa habilidade?

Esta habilidade - Identificar marcas linguísticas que evidenciam o enunciador no discurso direto ou

indireto - consiste na identificação das marcas linguísticas identificadoras do locutor e do interlocutor,

assim como situações de interlocução do texto e as possíveis variações da fala.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

O (A) professor (a) deve trabalhar com textos que contenham muitas variantes linguísticas, privilegiando

expressões informais, expressões regionais, expressões características de certa faixa etária ou de uma

época etc. O trabalho com variação linguística é essencial para o desenvolvimento de uma postura não –

preconceituosa dos alunos em relações a uso linguístico distintos dos seus. É importante que o professor

mostre aos seus alunos as razões dos diferentes usos linguísticos por diferentes grupos de falantes, para

que eles adquiram a noção do valor social atribuído a essas variações.

Podemos também trabalhar a variação linguística em gravações de áudio e vídeo de textos orais (por

exemplo, programas de televisão) dramatização de textos de vários gêneros em atividades com músicas

de estilos variados (regionais, sertanejas, entre outras).

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Identificar marcas linguísticas que o

evidenciam o enunciador no discurso direto ou indireto. Para isso, além de trabalhar atividades

específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura explicitadas neste material.

Texto

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Atividade 10

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Avaliação do leitor em relação aos textos Distinguir fato de opinião sobre o fato.

Em que consiste essa habilidade?

Esta habilidade - Distinguir fato de opinião sobre o fato - consiste em identificar no texto, um fato

relatado e diferenciá-lo do comentário que o autor, ou o narrador, ou o personagem faz sobre o fato.

O aluno deve distinguir as parte do texto referentes a um fato e as relativas a uma opinião relacionada ao

fato apresentado.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

Sugerimos que o (a) professor (a) recorra a gêneros textuais variados, especialmente os que apresentam

estrutura narrativa como contos (fragmentos) e crônicas. Os textos argumentativos também se prestam

para trabalhar essa habilidade.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Distinguir fato de opinião sobre o

fato. Para isso, além de trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura

explicitadas neste material.

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Atividade 11

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Avaliação do leitor em relação aos textos Identificar tese e argumentos.

Em que consiste essa habilidade?

Esta habilidade - Identificar tese e argumentos - consiste no reconhecimento do ponto de vista ou a

ideia central defendida pelo autor. A tese é uma proposição teórica de intenção persuasiva, apoiada em

argumentos contundentes sobre o assunto abordado.

Os argumentos funcionam como razões ou como fundamentos de que a tese defendida tem sentido e

consistência.

O aluno deve reconhecer o ponto de vista que está sendo defendido e relacionar os argumentos usados

para sustentá-lo.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

O (A) professor (a) deve trabalhar, em sala de aula, com textos argumentativos para que os alunos tenham

a oportunidade de desenvolver habilidades de identificar as teses e os argumentos utilizados pelos autores

para sustentá-las. Essa tarefa exige que o leitor reconheça o ponto de vista que está sendo defendido.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Identificar tese e argumentos. Para

isso, além de trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura explicitadas

neste material.

Texto

Rir é um ótimo remédio

O riso faz bem à saúde. Os especialistas dizem que ele produz uma sensação boa, de prazer e

bem estar. Quando agente ri contraí os músculos da barriga e é como se fizéssemos uma

massagem nos órgãos internos. E não é só isso. Uma boa risada reforça o sistema de defesa do

organismo. Pesquisas mostram que crianças doentes que recebem visitas de palhaços no

hospital se recuperam mais rápido do que outras que ficaram sem diversão no hospital.

Recreio. São Paulo,n.208,mar.204

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6 - Para desenvolver, consolidar as Competências/Habilidades e avançar

6.1 - Sugestões de práticas pedagógicas para o desenvolvimento das Competências e Habilidades não

consolidadas, nas avaliações do PROEB - 5º Ano do Ciclo Complementar- Período de 2006 a 2012.

Atividade 01

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Localizar informações Localizar informações explícitas em um texto.

Em que consiste essa habilidade?

Essa habilidade - Localizar informações explícitas em um texto - consiste na localização pelo aluno de

uma informação solicitada, que pode estar expressa literalmente no texto ou pode vir manifesta por meio

de uma paráfrase, isto é, dizer de outra maneira o que se leu.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

Sugere-se que o professor, até o 5º Ano do Ciclo Complementar, desenvolva em sala de aula estratégias

de leitura utilizando gêneros textuais diversificados, para que os alunos adquiram familiaridade com temas

e assuntos variados. Para isso, ele pode se valer de textos que façam parte de suas práticas sociais e de

textos dos outros Componentes Curriculares.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura, propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Localizar informações explícitas em um texto. Para isso, além de trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura explicitadas neste material.

O disfarce dos bichos

Você já tentou pegar um galhinho seco e ele virou bicho, abriu asas e voou? Se isso aconteceu é porque o graveto era um inseto conhecido como “bicho-pau”. Ele é tão parecido com galhinho, que pode ser confundido com o graveto.

Existem lagartas que se parecem com raminhos de plantas. E há grilos que imitam folhas.

Muitos animais ficam com a cor e a forma dos lugares em que estão. Eles fazem isso para se defender dos inimigos ou capturar outros bichos que servem de alimento. Esses truques são chamados de mimetismo, isto é, imitação.

O cientista inglês Henry Bates foi quem descobriu o mimetismo .Ele passou 11 anos na selva amazônica estudando os animais.

MAVIAEL MONTEIRO, José, Bichos que usam disfarces para defesa. FOLHINHA, 6 NOV.1993.

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Atividade 02

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Identificar tema

Identificar o tema ou o sentido global de um texto.

Em que consiste essa habilidade?

Essa habilidade - Identificar o tema ou o sentido global de um texto - consiste no reconhecimento

pelo aluno do assunto principal do texto, ou seja, identificar do que trata o texto.

Para que o aluno identifique o tema, é necessário que ele relacione as diferentes informações para

construir o sentido global do texto.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

Sugerimos ao professor trabalhar em nível de atividade que ultrapasse a superfície do texto, conduzindo o

aluno a estabelecer relações entre as informações explícitas e implícitas, a fim de que ele faça inferências

textuais e elabore uma síntese do texto. Os textos informativos são excelentes para se desenvolver essa

habilidade.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade Identificar o tema ou o sentido

global de um texto. Para isso, além de trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as

estratégias de leitura explicitadas neste material.

A Boneca Guilhermina

Esta é minha Boneca Guilhermina. Ela é uma boneca muito bonita, que faz xixi e cocô. Ela é

muito boazinha também. Faz tudo que eu mando. Na hora de dormir, reclama um pouco. Mas

depois pega no sono, dorme a noite Inteira! Às vezes ela acorda no meio da noite e diz que está

com sede. Daí eu dou água para ela. Daí eu dou água para ela. Daí ela faz xixi e eu troco a

fralda dela. Então eu ponho a Guilhermina dentro do Armário, de castigo. Mas quando ela chora,

eu não aguento. Eu vou até lá e pego a minha boneca no colo. A Guilhermina é a boneca mais

bonita da rua.

MUILAERT, A. A boneca Guilhermina. In: - As reportagens de Penélope. São Paulo:

Companhia das Letrinhas, 1997.p.17. Coleção Castelo Rá-Tim-Bum – vol. 8.

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Atividade 03

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Realizar inferência

Inferir o sentido de uma palavra ou expressão

Em que consiste essa habilidade?

As palavras são providas de sentido e, na maioria das vezes, são polissêmicas; ou seja, podem assumir,

em contextos diferentes, significados também diferentes. Assim, para a compreensão de um texto, é

fundamental que se identifique, entre os vários sentidos possíveis de uma determinada palavra, aquele

que foi particularmente utilizado no texto.

O aluno precisa decidir, então, entre várias opções, aquela que apresenta o sentido com que a palavra foi usada no texto. Ou seja, o que sobressai aqui não é apenas que o aluno conheça o vocabulário dicionarizado, pois todas as alternativas trazem significados que podem ser atribuídos à palavra analisada. O que se pretende é que, com base no contexto, o aluno seja capaz de reconhecer o sentido com que a palavra está sendo usada no texto em apreço.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

O professor pode utilizar algumas estratégias para desenvolver nos alunos a compreensão do sentido que algumas palavras ou expressões ganham de acordo com as circunstâncias em que o texto foi produzido e com a visão de mundo que cada um tem. Uma boa estratégia é a técnica de, após leitura pelos alunos, de textos em que possa ser trabalhado o desenvolvimento dessa habilidade, eles com-partilharem o que leram. Dessa forma, o professor pode aproveitar o relacionamento que cada um faz entre a estrutura e o conteúdo do texto e as experiências que cada um traz, com o objetivo de explorar os diferentes significados que palavras ou expressões podem assumir.

Como sugestão, o professor pode trabalhar essa habilidade, utilizando textos diferentes, de diferentes gêneros textuais em que uma mesma palavra aparece. É necessário ressaltar que essa habilidade deve levar em consideração a experiência de mundo do aluno.

É importante que o professor mostre para seus alunos que o sentido das palavras não está no dicionário,

mas nos diferentes contextos em que elas são enunciadas. Isso não significa que o professor não deva

incentivar o aluno a localizar o significado das palavras no dicionário. Os textos poéticos, literários e

publicitários são especialmente úteis para o trabalho com os diferentes sentidos das palavras.

Atividade prática:

O circo Vira-Mundo e o palhaço Estouro Eu sou Estouro, o palhaço que gosta muito das crianças. Fui pequetito como você, meu menino, e desde que me entendi por gente, eu sei o que é um circo e como é a vida dos homens que ali vivem... Primeiro vou contar-lhes como nasci. O circo de meu pai chamava-se Vira-Mundo e estava a caminho de uma cidade. Nosso circo era transportado em grandes caminhões e às vezes levávamos dias para chegar ao nosso destino. Nasci numa bela manhã de sol, quando a turma interrompeu a viagem para o almoço. Cheguei a este mundo fazendo o maior barulho, chorei tanto, tanto, que me apelidaram de Estouro e o danado do apelido ficou até hoje. O pessoal do Vira-Mundo comemorou com grandes festas o meu aparecimento na Terra. Fui batizado e o meu padrinho foi Cartola, o palhaço gigante, que até hoje é o meu maior amigo. Cartola chorou tanto ao levar-me ao padre e prometeu aos meus pais que haveria de ensinar a seu afilhado a arte de ser palhaço. Dois dias depois de meu nascimento, os caminhões puseram-se em movimento, contando agora com mais um membro chorão em sua trupe.

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MONTEIRO, Graziela Lydia. O circo Vira-Mundo e o palhaço Estouro. Belo Horizonte:

Comunicação, s.d. Fragmento. (P050365ES_SUP)

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Realizar inferência Inferir informações implícitas em um texto.

Em que consiste essa habilidade?

Essa habilidade - Inferir informações implícitas em um texto - consiste no reconhecimento, pelo

aluno, de uma ideia implícita no texto, seja por meio da identificação de sentimentos que dominam as

ações externas dos personagens, em um nível mais básico, seja com base na identificação do gênero

textual e na transposição do que seja real para o imaginário. É importante que o aluno apreenda o texto

como um todo, para dele retirar as informações.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

Considerando que a habilidade de inferir está relacionada às práticas de leitura dos alunos em diferentes

contextos sociais, a escola pode colaborar para que isso se desenvolva promovendo atividades que

englobem gêneros textuais diversificados.

Destacamos textos que, normalmente, compõem-se de escrita e imagem (tirinhas, propagandas, rótulos,

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etc). O professor deve ser um mediador para que os alunos estabeleçam relações entre os diferentes

elementos presentes no texto, discutindo também as diferentes possibilidades de interpretações

apresentadas por eles.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Inferir informações implícitas em

um texto. Para isso, além de trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de

leitura explicitadas neste material.

Talita

Talita tinha a mania de dar nomes de gente aos objetos de casa, e tinham de ser nomes que

rimassem.Assim, por exemplo, a mesa, para Talita, era Dona Teresa, a poltrona era Vó Gordona, o

armário era o Doutor Mário. A escada era Dona Ada, a escrivaninha era Tia Sinhazinha, a lavadora era

Prima Dora, e assim por diante.

Os pais de Talita achavam graça e topavam a brincadeira.Então, podiam-se ouvir conversas tipo como

esta:

- Filhinha, quer trazer o jornal que está em cima da Tia Sinhazinha

- É prá já papai. Espere sentado na Vó Gordona, que eu vou num pé e volto noutro.

Ou então:

- Que amolação, Prima Dora está entupida, não lava nada! Precisa chamar o mecânico.

- Ainda bem que tem roupa limpa dento do Doutor Mário, né mamãe?

Atividade 04

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Realizar inferência Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

Em que consiste essa habilidade?

Essa habilidade - Inferir o sentido de uma palavra ou expressão - consiste em inferir o sentido de

uma palavra ou expressão no texto, com base no contexto. O contexto permite ao leitor explorar os

múltiplos significados que a palavra ou expressão adquire.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

Sugerimos que o professor trabalhe com os alunos os sentidos que as palavras e as expre4ssões podem

adquirir em determinado contexto. Em razão disso, a atividade de leitura não pode considerar o texto como

depósito de significados (sinônimos e antônimos).

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Inferir o sentido de uma palavra ou

expressão. Para isso, além de trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de

leitura explicitadas neste material.

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Atividade 05

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Realizar inferência

Interpretar texto que conjuga linguagem verbal e não

verbal.

Em que consiste essa habilidade?

Esta habilidade - Interpretar texto que conjuga linguagem verbal e não verbal - consiste em

reconhecer a utilização de elementos gráficos (não verbais) como apoio na construção do sentido e

interpretar textos que utilizam linguagem verbal e não verbal (textos multissemióticos).

Sugestões para desenvolver essa habilidade

Para desenvolver essa habilidade, o professor deve levar para sala de aula a maior variedade de textos

desse gênero. Além das revistas em quadrinhos e das tirinhas, pode-se explorar materiais como peças

publicitárias e charges de jornais, textos presentes nos Livros Didáticos de todos os Componentes

Curriculares.

Atenção! Para demonstrar essa habilidade, não basta apenas decodificar sinais e símbolos, mas ter a

capacidade de perceber a interação entre a imagem e o texto escrito.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - conjuga linguagem verbal e não

verbal. Para isso, além de trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura

explicitadas neste material.

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Atividade 06

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Realizar inferência Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de

pontuação e de outras notações.

Em que consiste essa habilidade?

Essa habilidade - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de pontuação e de outras

notações – consiste no reconhecimento do aluno dos efeitos provocados pelo emprego de recursos de

pontuação ou de outras formas de notação. O aluno deverá identificar esses efeitos da pontuação

(travessão, aspas, reticências, interrogação, exclamação, entre outros) e notações como tamanho da

letra, parênteses, caixa alta, negrito, entre outros, e atribui sentido a eles.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

Para trabalhar no texto os sinais de pontuação e as notações, especificamente, o professor pode

orientar os alunos, ao longo do processo de leitura, a perceber e analisar a função desses sinais como

elementos significativos para a construção de sentidos e não apenas para sua função gramatical.Vale

lembrar que os sinais de pontuação suprem na escrita os elementos da fala (como ênfase, pausa,

continuidade, interrupção, mudanças de sentido) e ainda expressam estados de ânimo e intenções

expressivas do locutor.

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Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo – O que disse o passarinho – foi selecionado especificamente para você

planejar uma alua de leitura, propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade -

Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de pontuação e de outras notações. Para isso, além de

trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura explicitadas neste material.

Atividade 07

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Realizar inferência Identificar efeitos de ironia ou humor em textos

Em que consiste essa habilidade?

Essa habilidade - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos - A forma como as palavras são

usadas ou a quebra na regularidade de seus usos constituem recursos que, intencionalmente, são

mobilizados para produzir sentido.Entre tais efeitos, são comuns os efeitos de ironia de humor ou outro

tipo de impacto. Para que a pretensão do autor tenha sucesso, é preciso que o interlocutor reconheça tais

efeitos. Por exemplo, na ironia, o ouvinte ou leitor devem entender que o que é dito corresponde, na

verdade, ao contrário do que é explicitamente afirmado.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

Sugerimos ao professor que, ao longo do processo de leitura, ofereça aos alunos o contato com gêneros

textuais que utilizem largamente recursos expressivos, como propagandas, reportagens, quadrinhos,

anedotas, entre outros, orientando-os a perceberem e analisaremos efeitos de sentido, recorrentes

nesses textos.

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Atividade prática: Plano de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Identificar efeitos de ironia ou

humor em textos. Para isso, além de trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as estratégias

de leitura explicitadas neste material.

Atividade 08

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Identificar gênero, função e destinatário de um

texto

Identificar o gênero de um texto

Em que consiste essa habilidade?

Essa habilidade - Identificar o gênero de um texto – consiste em identificar diferentes gêneros

textuais, considerando sua função social, seu circuito comunicativo e suas características linguístico-

discursivas.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

O (A) professor(a) deve levar para sala de aula gêneros textuais mais familiares aos alunos, como:

listas, bilhetes, convites, receitas culinárias etc., e posteriormente outros menos familiares como:

notícias, anúncios, textos publicitários, etc. Tais textos podem ser identificados a partir de seu modo

de apresentação e/ou de seu tema/assunto e de seu suporte.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor(a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Identificar o gênero de um texto.

Para isso, além de trabalhar atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura

explicitadas neste material.

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Texto

Um rapaz foi flagrado destruindo cavaletes com a propaganda de candidatos, no

cruzamento das avenidas Getúlio Vargas e Afonso Pena, em Belo Horizonte

ontem à tarde. Ao perceber que o fato estava sendo registrado e tendo se

recusado a explicar seus motivos para o ato, ele ordenou que a imagem fosse

apagada e agrediu a equipe de reportagem, fugindo do local após roubar a

identificação profissional do fotógrafo.

Atividade 09

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Identificar gênero, função e destinatário de

um texto

Identificar a função de textos de diferentes gêneros.

Em que consiste essa habilidade?

Essa habilidade - Identificar a função de textos de diferentes gêneros – consiste no reconhecimento,

por parte do aluno, do gênero ao qual se refere o texto-base, identificando, dessa forma, qual o objetivo

do texto: informar, convencer, advertir, instruir, explicar, comentar, divertir, solicitar, recomendar etc.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

O professor deve trabalhar em sala de aula textos de gêneros variados: notícias, avisos, anúncios,

bilhetes, artigos, entre outros, evidenciando não o assunto do texto, mas a sua finalidade.

Atividade prática: Aula de leitura

Elaborar um plano de leitura utilizando as estratégias de leitura explicitadas anteriormente.

.

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Atividade 10

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Estabelecer relações lógico-discursivas

Reconhecer relações lógico – discursivas presentes no

texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc.

Em que consiste essa habilidade?

Esta habilidade - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto - consiste na habilidade

de reconhecer o tipo de relação semântica estabelecida pelos elementos de conexão do texto. Em todo

texto de maior extensão, aparecem expressões conectoras – sejam conjunções, preposições, advérbios e

respectivas locuções – que criam e sinalizam relações semânticas de diferentes naturezas. Entre as mais

comuns, podemos citar as relações de causalidade, de comparação, de concessão, de tempo, de

condição, etc. É uma habilidade fundamental para a apreensão da coerência do texto.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

Para desenvolver essa habilidade, o professor pode se valer de textos de gêneros variados para trabalhar

as relações lógico-discursivas, mostrando aos alunos a importância de reconhecer que todo texto se

constrói a partir de múltiplas relações de sentido que se estabelecem entre os enunciados que compõem o

texto. Os textos argumentativos, os textos informativos, como, por exemplo, as notícias de jornais, são

excelentes para desenvolver essa habilidade.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Reconhecer relações lógico –

discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc . Para isso, além de trabalhar

atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura explicitadas neste material.

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Atividade 11

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Estabelecer relações lógico-discursivas Estabelecer a relação causa/consequência entre partes e

elementos do texto.

Em que consiste essa habilidade?

Essa habilidade - Estabelecer a relação causa/consequência entre partes e elementos do texto -

consiste no reconhecimento pelo leitor (aluno) das relações de causa e efeito, problema e solução,

objetivo e ação, afirmação e comprovação, justificativa, motivo e comportamento, entre outros.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

O professor pode se valer de textos verbais de gêneros variados, em que os alunos possam reconhecer as

múltiplas relações que contribuem para dar ao texto coerência e coesão. As notícias de jornais, por

exemplo, são excelentes para desenvolver essa habilidade, tendo em vista que, nesse tipo de gênero

textual, há sempre a explicitação de um fato, das consequências que provoca e das causas que lhe deram

origem.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento da habilidade - Estabelecer a relação

causa/consequência entre partes e elementos. Para isso, além de trabalhar atividades específicas, você

deverá praticar as estratégias de leitura explicitadas neste material.

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Atividade 12

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Estabelecer relações lógico-discursivas Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando

repetições ou substituições que contribuem para sua

continuidade.

Em que consiste essa habilidade?

Essa habilidade - Estabelecer entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições

que contribuem para sua continuidade – consiste em possibilitar ao aluno relacionar uma informação

dada a outra informação nova introduzida por meio do uso de um pronome , um sinônimo, por exemplo,

de forma que o texto resulta numa unidade, num todo articulado e coerente.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

O professor ao trabalhar o texto com os alunos deve exercitar a coesão textual, isto é, a relação que as

palavras e frases de um texto mantêm entre si.

Sugerimos que o professor trabalhe, no 5º ano, principalmente, a referência pessoal, representada pelos

pronomes pessoais e a coesão textual, por meio da reiteração de termos sinônimos ou palavras afins que

pertençam a um mesmo campo semântico.

Os textos verbais, de gêneros variados, prestam-se a esse tipo de exercício.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento desta habilidade. Para isso, além de trabalhar

atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura explicitadas neste material.

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Atividade 13

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Identificar elementos de um texto narrativo Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que

compõem a narrativa.

Em que consiste essa habilidade?

Toda narrativa obedece a um esquema de constituição, de organização, que, salvo algumas alterações, compreende as seguintes partes:

I) Introdução ou Apresentação – Corresponde ao momento inicial da narrativa, marcado por um estado de equilíbrio, em que tudo parece conformar-se à normalidade. Do ponto de vista da construção da narrativa, nesta parte, são indicadas as circunstâncias da história, ou seja, o local e o tempo em que decorrerá a ação e apresentadas as personagens principais (os protagonistas); tal apresentação se dá por meio de elementos descritivos (físicos, psicológicos, morais, e outros). Cria-se, assim, um cenário e um tempo para os personagens iniciarem suas ações; já se pode antecipar alguma direção para o enredo da narrativa. É, portanto, o segmento da ordem existente.

II) O segundo momento – Desenvolvimento e Complicação – Corresponde ao bloco em que se sucedem os acontecimentos, numa determinada ordem e com a intervenção do(s) protagonistas. Corresponde, ainda, ao bloco em que se instala o conflito, a complicação ou a quebra daquele equilíbrio inicial, com a intervenção opositora do(s) antagonista(s) – (personagem (ns) que, de alguma forma, tenta(m) impedir o protagonista de realizar seus projetos, normalmente positivos). É aqui que se instala o conflito gerador do enredo, isto é, o que detona a história, desencadeia os fatos, a narrativa. É, portanto, o segmento da ordem perturbada.

III) O terceiro momento – Clímax – corresponde ao bloco em que a narrativa chega ao momento crítico, ou seja, ao momento em que se viabiliza o desfecho da narrativa.

IV) O quarto e último momento – Desfecho ou desenlace – corresponde ao segmento em que se dá a resolução do conflito. Dentro dos padrões convencionais, em geral, a narrativa acaba com um desfecho favorável. Daí o tradicional “final feliz”. Esse último bloco é o segmento da ordem restabelecida.

Uma atividade de leitura vinculada a essa habilidade deve possibilitar ao aluno identificar um desses

elementos constitutivos da estrutura da narrativa. Evidentemente, o texto utilizado deve ser do tipo

narrativo. Trabalhar os elementos da narrativa, principalmente, o conflito gerador do enredo requer do

professor ter a ideia clara do que isso significa. Requer, também e sobretudo, preparo, leitura prévia.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

O professor pode utilizar várias estratégias para que o aluno possa desenvolver essa habilidade. Ele deve

partir de textos simples - fábulas, pequenas narrativas - em que pode ser observada, com maior facili-

dade, a estrutura organizacional dos textos, solicitando que ele indique as partes que os compõem. Aos

poucos, ele deve ir utilizando textos mais complexos e solicitar produções nas quais ele explicite o início,

o desenvolvimento e o fim de narrativas, com suas dinâmicas geradoras.

Atividade prática: Aula de leitura

A Raposa e o Cancão

Passara a manhã chovendo, e o Cancão todo molhado, sem poder voar, estava tristemente pousado à beira de uma estrada. Veio a raposa e levou-o na boca para os filhinhos. Mas o caminho era longo e o sol ardente. Mestre Cancão enxugou e começou a cuidar do meio de escapar à raposa. Passam perto de um povoado. Uns meninos que brincavam começam a dirigir desaforos à astuciosa caçadora.

Vai o Cancão e fala:

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— Comadre raposa, isto é um desaforo! Eu se fosse você não aguentava! Passava uma descompostura!... A raposa abre a boca num impropério terrível contra a criançada. O Cancão voa, pousa triunfantemente num galho e ajuda a vaiá-la...

CASCUDO, Luís Câmara. Contos tradicionais do Brasil. 16ª ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.

A pequena sereia

Muito longe da terra, onde o mar é muito azul, vivia o povo do mar. O rei desse povo tinha seis filhas, todas muito bonitas, e donas das vozes mais belas de todo o mar, porém a mais moça se destacava com sua pele fina e delicada como uma pétala de rosa e os olhos azuis como o mar. Como as irmãs, não tinha pés, mas sim uma cauda de peixe. Ela era uma sereia. Essa princesa era a mais interessada nas histórias sobre o mundo de cima, e desejava poder ir à superfície; queria saber tudo sobre os navios, as cidades, as pessoas e os animais. – Quando você tiver 15 anos – dizia a avó – subirá à superfície e poderá se sentar nos rochedos para ver o luar, os navios, as cidades e as florestas. Os anos se passaram... Quando a princesa completou 15 anos mal pôde acreditar. Subiu até a superfície e viu o céu, o sol, as nuvens... viu também um navio e ficou muito curiosa. Foi nadando até se aproximar da grande embarcação. Viu, através dos vidros das vigias, passageiros ricamente trajados. O mais belo de todos era um príncipe que estava fazendo aniversário, ele não deveria ter mais de 16 anos, e a pequena sereia se apaixonou por ele. [...]

Disponível em: <http://www.educacional.com.br/projetos/ef1a4/contosdefadas/sereia.html>. Acesso em: 3 mar. 2011.

Fragmento. (P050232ES_SUP)

Atividade 14

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Distinguir posicionamentos

Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

Em que consiste essa habilidade?

Essa habilidade - Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato – consiste em distinguir as partes

do texto referentes a um fato e as partes relativas a uma opinião relacionada ao fato apresentado,

expressa pelo autor, narrador, ou por algum personagem. -

Sugestões para desenvolver essa habilidade

Para desenvolver a habilidade de estabelecer a diferença entre fato e opinião sobre o fato,sugerimos que

o professor recorra a gêneros textuais variados, especialmente os que apresentam estrutura narrativa

como contos (fragmentos) e crônicas.

Atividade prática: aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento desta habilidade. Para isso, além de trabalhar

atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura explicitadas neste material.

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Atividade 15

Competência não consolidada Habilidade não consolidada

Identificar marcas linguísticas Identificar marcas linguísticas que evidenciam o locutor e

o interlocutor de um texto.

Em que consiste essa habilidade?

Essa habilidade - Identificar marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um

texto - consiste em o aluno identificar quem fala no texto e a quem ele se destina, essencialmente, pela

presença de marcas linguísticas (o tipo de vocabulário, o assunto etc.), evidenciando, também, a

importância do domínio das variações linguísticas que estão presentes na nossa sociedade.

Sugestões para desenvolver essa habilidade

Sugerimos ao professor selecionar textos que evidenciem eventos de letramento com larga utilização das

variantes linguísticas. Temos, como exemplo, letras de música onde aparecem variantes de pronomes de

tratamento, tirinhas, revistas em quadrinho, narrativas, trechos de diários etc.

Atividade prática: Aula de leitura

Professor (a), o texto abaixo foi selecionado especificamente para você planejar uma alua de leitura,

propondo atividades que propiciem o desenvolvimento desta habilidade. Para isso, além de trabalhar

atividades específicas, você deverá praticar as estratégias de leitura explicitadas neste material.

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6.2 - Sugestões de práticas pedagógicas para o desenvolvimento das Competências e Habilidades não

consolidadas, nas avaliações do PROEB - 9º Ano do Ciclo da Consolidação - Período de 2006 a 2012.

Domínio: Estratégias de Leitura

Competência Habilidade(1)

Identificar tema Identificar o tema ou sentido global de um texto.

Em que consiste essa habilidade?

Um texto é tematicamente orientado, isto é, desenvolve-se a partir de um determinado tema, o que lhe dá

unidade e coerência. A identificação desse tema é fundamental, pois só assim é possível apreender o

sentido global do texto, discernir suas partes principais das secundárias, parafraseá-lo, dar-lhe um título

coerente ou resumi-lo.

Em um texto dissertativo, as ideias principais, sem dúvida, são aquelas que mais diretamente convergem

para o tema central do texto.

Um trabalho pedagógico voltado para o desenvolvimento dessa habilidade deve centrar-se na dimensão

global do texto, no núcleo temático que lhe confere unidade semântica.

Ao desenvolver essa habilidade, o aluno torna-se capaz de identificar do que trata o texto, com base na

compreensão do seu sentido global, estabelecido pelas múltiplas relações entre as partes que o

compõem. Isso é feito ao relacionarem-se diferentes informações para construir o sentido completo do

texto. A consolidação dessa habilidade é resultado do desenvolvimento de todas as demais habilidades de

leitura que permitem ao aluno ler com compreensão e, inclusive, depreender do que, em essência, fala o

texto.

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

O professor deve trabalhar a leitura com compreensão, em um nível de atividade que ultrapasse a superfície

do texto, refletindo sobre o seu título, conduzindo o aluno a estabelecer relações entre as informações

explícitas e implícitas, a fim de que ele faça inferências textuais e elabore uma síntese do texto. Ou seja, o

aluno deve considerar o texto como um todo, mas prender-se ao eixo no qual o texto é estruturado. Os

textos informativos são excelentes para se desenvolver essa habilidade

Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas para antes, durante e depois da leitura

O ouro da biotecnologia Até os bebês sabem que o patrimônio natural do Brasil é imenso. Regiões como a Amazônia, o Pantanal e a Mata Atlântica - ou o que restou dela - são invejadas no mundo todo por sua biodiversidade. Até mesmo ecossistemas como o do cerrado e o da caatinga têm mais riqueza de fauna e flora do que se costuma pensar. A quantidade de água doce, madeira, minérios e outros bens naturais é amplamente citada nas escolas, nos jornais e nas conversas. O problema é que tal exaltação ufanista (“Abençoado por Deus e bonito por natureza”) é diretamente proporcional à desatenção e ao desconhecimento que ainda vigoram sobre essas riquezas. Estamos entrando numa era em que, muito mais do que nos tempos coloniais (quando pau-brasil, ouro, borracha etc. eram levados em estado bruto para a Europa), a exploração comercial da natureza deu um salto de intensidade e refinamento. Essa revolução tem um nome: biotecnologia. Com ela, a Amazônia, por exemplo, deixará em breve de ser uma enorme fonte “potencial” de alimentos, cosméticos, remédios e outros subprodutos: ela o será de fato - e de forma sustentável. Outro exemplo: os créditos de carbono, que terão de ser comprados do Brasil por países que poluem mais do que podem, poderão significar forte

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entrada de divisas. Com sua pesquisa científica carente, indefinição quanto à legislação e dificuldades nas questões de patenteamento, o Brasil não consegue transformar essa riqueza natural em riqueza financeira. Diversos produtos autóctones, como o cupuaçu, já foram registrados por estrangeiros - que nos obrigarão a pagar pelo uso de um bem original daqui, caso queiramos (e saibamos) produzir algo em escala com ele. Além disso, a biopirataria segue crescente. Até mesmo os índios deixam que plantas e animais sejam levados ilegalmente para o exterior, onde provavelmente serão vendidos a peso de ouro. Resumo da questão: ou o Brasil acorda para a nova realidade econômica global, ou continuará perdendo dinheiro como fruta no chão. Daniel Piza. O Estado de São Paulo

Competência Habilidade (3)

Realizar inferência Inferir informações implícitas em um texto

Em que consiste essa habilidade?

A compreensão de um texto se dá não apenas pelo processamento de informações explícitas, mas, também, por meio de informações implícitas. Ou seja, a compreensão se dá pela integração das informações expressas com os conhecimentos prévios do leitor e com os elementos pressupostos no texto.

Para que tal integração ocorra, é fundamental que as proposições explícitas sejam articuladas entre si e com o conhecimento de mundo do leitor, o que exige uma identificação dos sentidos que estão nas entrelinhas do texto (sentidos não explicitados pelo autor). Tais articulações só são possíveis, no entanto, a partir da identificação de pressupostos ou de processos inferenciais, ou seja, de processos de busca dos “vazios do texto”, isto é, do que não está “dado” explicitamente no texto, mas que, pelas pistas deixadas pelo autor, é possível depreender.

As atividades relativas a essa habilidade devem envolver elementos que não constam na superfície do

texto, mas que podem ser reconhecidos por meio da identificação de dados pressupostos ou de processos

inferenciais, isto é, pistas textuais. Esse trabalho consiste na discussão sobre as várias possibilidades de

leitura que um texto permite, considerando a experiência que o leitor possui sobre o assunto.

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

Atividades com textos sobre temas atuais, com espaço para as várias possibilidades de leitura possíveis, permitem desenvolver a interpretação, tanto do que está explícito como do que está implícito. O professor pode trabalhar com textos que contrariam a lógica formal para que o aluno perceba que, de fatos banais, podem ser criadas situações irreais, fantásticas, mas que são verossímeis no contexto. Considerando que a habilidade de inferir está relacionada às práticas de leitura dos alunos em diferentes contextos sociais, a escola pode colaborar para que isso se desenvolva, promovendo atividades que englobem gêneros textuais diversificados. Pode-se destacar que textos que, normalmente, compõem-se de escrita e imagem (tirinhas, propagandas, rótulos, etc.) colaboram para o desenvolvimento da habilidade de inferir com base na conjugação dessas duas linguagens. O professor deve ser um mediador para que os alunos estabeleçam relações entre os diferentes elementos presentes no texto, levantando as pistas aí presentes e discutindo também as diferentes possibilidades de interpretação apresentadas por eles.

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Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas para antes, durante e depois da leitura

A Moreninha

Depois de respirar um momento, as meninas, julgando-se sós, começaram a conversar livremente, enquanto Augusto, com sua roupa embaixo do braço, coberto de teias de aranha e suores frios, comprimia a respiração e conservava-se mudo e quedo, medroso de que o mais pequeno ruído o pudesse descobrir; para seu mor infortúnio, a barra da cama era incompleta e havia seguramente dois palmos e meio de altura descobertos, por onde, se alguma moça olhasse, seria ele impreterivelmente visto. A posição do estudante era penosa, certamente; por último, saltou-lhe uma pulga à ponta do nariz, e, por mais que o infeliz a soprasse, a teimosa continuou a chuchá-lo com a mais descarada impunidade. – Antes mil vezes cinco sabatinas seguidas, em tempo de barracas no Campo!... dizia ele consigo. Mas as moças falam já há cinco minutos; façamos por colher algumas belezas, o que é, na verdade, um pouco difícil, pois, segundo o antigo costume, falam todas quatro ao mesmo tempo. Todavia alguma coisa se aproveitará.

MACEDO, Joaquim Manuel de. A Moreninha. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 113. (P090314A9_SUP)

Chico Bento, n. 46. out. 2010. Maurício de Sousa. p. 24-25. Fragmento. (P051061ES_SUP)

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Competência Habilidade(5)

Realizar inferência Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

Em que consiste essa habilidade?

As palavras são providas de sentido e, na maioria das vezes, são polissêmicas, ou seja, podem assumir, em contextos diferentes, significados também diferentes. Assim, para a compreensão de um texto, é fundamental que se identifique, entre os vários sentidos possíveis de uma determinada palavra, aquele que foi particularmente utilizado no texto.

O aluno precisa perceber, então, entre vários significados, aquele que apresenta o sentido com que a

palavra foi usada no texto. Ou seja, o que sobressai aqui não é apenas que o aluno conheça o vocabulário

dicionarizado, pois todas as acepções trazem significados que podem ser atribuídos à palavra analisada.

O que se pretende é que, com base no contexto, o aluno seja capaz de reconhecer o sentido com que a

palavra está sendo usada no texto.

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

O professor pode utilizar algumas estratégias para possibilitar aos alunos desenvolver a compreensão do sentido que algumas palavras ou expressões ganham, de acordo com as circunstâncias em que o texto foi produzido, e com a visão de mundo que cada um tem. Uma boa estratégia é a técnica de os alunos compartilharem o que leram, após leitura silenciosa de textos. Dessa forma, o professor pode aproveitar o relacionamento que cada um faz entre a estrutura e o conteúdo do texto, associado às experiências que cada um traz, com o objetivo de explorar os diferentes significados que palavras ou expressões podem assumir.

Como sugestão, o professor pode trabalhar essa habilidade, analisando uma mesma palavra em textos diferentes, de diferentes gêneros textuais. É necessário ressaltar que essa habilidade deve levar em consideração a experiência de mundo do aluno.

É importante que o professor mostre para seus alunos que o sentido das palavras não está no dicionário, mas nos diferentes contextos em que elas são enunciadas. Isso não significa que o professor não deva incentivar o aluno a localizar o significado das palavras no dicionário. Os textos poéticos, literários e publicitários são especialmente úteis para o trabalho com os diferentes sentidos das palavras. Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas para antes, durante e depois da leitura

Realidade com muita fantasia Nascido em 1937, o gaúcho Moacyr Scliar é um homem versátil: médico e escritor, igualmente atuante nas duas áreas. Dono de uma obra literária extensa, é ainda um biógrafo de mão cheia e colaborador assíduo de diversos jornais brasileiros. Seus livros para jovens e adultos são sucesso de público e de crítica e alguns já foram publicados no exterior. Muito atento às situações-limite que desagradam à vida humana, Scliar combina em seus textos indícios de uma realidade bastante concreta com cenas absolutamente fantásticas. A convivência entre realismo e fantasia é harmoniosa e dela nascem os desfechos surpreendentes das histórias. Em sua obra, são freqüentes questões de identidade judaica, do cotidiano da medicina e do mundo da mídia, como, por exemplo, acontece no conto “O dia em que matamos James Cagney”. Para Gostar de Ler, volume 27. Histórias sobre Ética. Ática, 1999.

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Competência Habilidade(8)

Realizar inferência Interpretar texto que conjuga linguagem verbal e não

verbal

Em que consiste essa habilidade?

Além do material especificamente linguístico, muitos textos lançam mão de signos ou sinais de outros códigos, de outras linguagens, que, de muitas formas, concorrem para o entendimento global de seu sentido. Articular esses diferentes sinais representa uma habilidade de compreensão de grande significação, sobretudo atualmente, pois são muitos os textos que misturam tais tipos de representação, fazendo demandas de leitura de elementos não verbais para o entendimento global do texto exposto.

Uma atividade que se destina a desenvolver essa habilidade deve ter, como estímulo, um texto que conjugue diferentes linguagens, com o intuito, no entanto, de o aluno poder articulá-las em função de um sentido global.

Para demonstrar essa habilidade, não basta apenas decodificar sinais e símbolos, mas ter a capacidade de

perceber a interação entre a imagem e o texto escrito. A integração de imagens e palavras contribui para a

formação de novos sentidos do texto.

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

Levando-se em conta que grande parte dos textos com os quais nos deparamos, nas diversas situações sociais de leitura, exige que se integre texto escrito e material gráfico para sua compreensão, a escola pode contribuir para o desenvolvimento dessa habilidade, explorando a integração de múltiplas linguagens como forma de expressão de ideias e sentimentos.

Para trabalhar essa habilidade, o professor deve levar para a sala de aula a maior variedade possível de

textos que conjuguem linguagem verbal e não verbal. Além das revistas em quadrinhos e das tirinhas,

podem ser explorados materiais diversos que contenham apoio em recursos gráficos. Esses materiais vão

de peças publicitárias e charges de jornais aos textos presentes em materiais didáticos de outras

disciplinas, tais como gráficos, mapas, tabelas, roteiros.

Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas para antes, durante e depois da leitura

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SOUZA, Maurício de. Mônica. Gibi, nº 10. Maurício de Sousa, p. 82, 2007.

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Competência Habilidade(21)

Realizar inferência Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de

pontuação e de outras notações.

Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas para antes, durante e depois da leitura

Eu sou Clara Sabe, toda a vez que me olho no espelho, ultimamente, vejo o quanto eu mudei por fora. Tudo cresceu: minha altura, meus cabelos lisos e pretos, meus seios. Meu corpo tomou novas formas: cintura, coxas, bumbum. Meus olhos (grandes e pretos) estão com um ar mais ousado. Um brilho diferente. Eu gosto dos meus olhos. São bonitos. Também gosto dos meus dentes, da minha franja... Meu grande problema são as orelhas. Acho orelha uma coisa horrorosa, não sei por que (nunca vi ninguém com uma orelha bonitona, bem-feita). Ainda bem que cabelo cobre orelha! Chego à conclusão de que tenho mais coisas que gosto do que desgosto em mim. Isso é bom, muito bom. Se a gente não gostar da gente, quem é que vai gostar? (Ouvi isso em algum lugar...) Pra eu me gostar assim, tenho que me esforçar um monte. Tomo o maior cuidado com a pele por causa das malditas espinhas (babo quando vejo um chocolate!). Não como gordura (é claro que maionese não falta no meu sanduíche com batata frita, mas tudo light...) nem tomo muito refri (celulite!!!). Procuro manter a forma. Às vezes sinto vontade de fazer tudo ao contrário: comer, comer, comer... Sair da aula de ginástica, suando, e tomar três garrafas de refrigerante geladinho. Pedir cheese bacon com um mundo de maionese. Engraçado isso. As pessoas exigem que a gente faça um tipo e o pior é que a gente acaba fazendo. Que droga! Será que o mundo feminino inteiro tem que ser igual? Parecer com a Luíza Brunet ou com a Bruna Lombardi ou sei lá com quem? Será que tem que ser assim mesmo? Por que um monte de garotas que eu conheço vivem cheias de complexos? Umas porque são mais gordinhas. Outras porque os cabelos são crespos ou porque são um pouquinho narigudas. Eu não sei como me sentiria se fosse gorda, ou magricela, ou nariguda, ou dentuça, ou tudo junto. Talvez sofresse, odiasse comprar roupas, não fosse a festas... Não mesmo! Bobagem! Minha mãe sempre diz que beleza é “um conceito muito relativo”. O que pode ser bonito pra uns, pode não ser pra outros. Ela também fala sempre que existem coisas muito mais importantes que tornam uma mulher atraente: inteligência e charme, por exemplo. Acho que minha mãe está coberta de razão! Pois bem, eu sou Clara. Com um pouco de tudo e muito de nada. RODRIGUES, Juciara. Difícil decisão. São Paulo: Atual, 1996.

Competência Habilidade (25)

Realizar inferência. Reconhecer o efeito de sentido decorrente de recursos

ortográficos e morfossintáticos.

Em que consiste essa habilidade?

As escolhas que fazemos para a elaboração de um texto respondem a intenções discursivas específicas, sejam escolhas de palavras, sejam escolhas de estruturas morfológicas ou sintáticas. Assim, não é por acaso que, em certos textos, o autor opta por períodos mais curtos – para dar um efeito de velocidade, por exemplo; ou opta por inversões de segmentos – para surtir certos efeitos de estranhamento, de impacto, de encantamento, afinal (“tinha uma pedra no meio do caminho; no meio do caminho tinha uma pedra”). Ou seja, mais do que identificar a estrutura sintática apresentada, vale discernir sobre o efeito discursivo provocado no leitor.

O trabalho com essa habilidade deve, pois, conceder primazia aos efeitos discursivos produzidos pela escolha de determinada estrutura morfológica ou sintática. Incide, portanto, sobre os motivos de uma escolha para fins de se conseguir alcançar certos efeitos.

Pretendemos possibilitar ao aluno o desenvolvimento dessa habilidade de identificar o efeito de sentido

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decorrente das variações relativas aos padrões gramaticais da língua. No textos a seguir, foram

explorados, como recurso expressivo, a repetição de palavras ou expressões, o uso de diminutivo,

mistura de tratamento, uso de neologismo (desentristecer), emprego do verbo ter em lugar de haver, entre

outros.

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

As atividades de leitura e de análise linguística possibilitam ao aluno investigar diferentes funções textuais produzidas por um único recurso expressivo e os diferentes efeitos de sentido que podem daí derivar. Temos, muitas vezes, a ideia equivocada de que a repetição de palavras e expressões é um recurso típico de textos produzidos na modalidade oral, que indica falta de maestria no uso da linguagem. O recurso da repetição é, entretanto, estratégia que pode promover múltiplos e vários efeitos (por exemplo, topicalização, sequenciação textual, entre outros). Assim, podemos sugerir atividades nas quais os alunos se familiarizem com a maestria do autor na construção da forma do texto, o que inclui o domínio da linguagem. Esses recursos são bastante evidentes nas poesias, podendo ser explorados os aspectos formais que exercitam a percepção de marcas utilizadas pelo autor na construção do sentido.

Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas para antes, durante e depois da leitura

O leãozinho

Caetano Veloso

Gosto muito de te ver, leãozinho Caminhando sob o sol

Gosto muito de você, leãozinho

Para desentristecer, leãozinho O meu coração tão só

Basta eu encontrar você no caminho

Um filhote de leão raio da manhã; Arrastando o meu olhar como um ímã... O meu coração é o sol, pai de toda cor; Quando ele lhe doura a pele ao léu...

Gosto de te ver ao sol, leãozinho De te ver entrar no mar

Tua pele, tua luz, tua juba

Gosto de ficar ao sol, leãozinho De molhar minha juba

De estar perto de você e entrar no mar

http://letras.mus.br/caetano-veloso/43881/

No Meio do Caminho

Carlos Drummond de Andrade

No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho

Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento Na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

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Tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra.

http://letras.mus.br/carlos-drummond-de-andrade/807509/

Competência Habilidade (28)

Realizar inferência Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha

de uma determinada palavra ou expressão

Em que consiste essa habilidade?

Se é verdade que nada no texto acontece aleatoriamente, ganha relevo admitir que a seleção de determinada palavra em lugar de uma outra pode responder a uma intenção particular do interlocutor de produzir certo efeito discursivo. Optar por um diminutivo, por exemplo, pode ser um recurso para expressar uma ressalva, para desprestigiar um objeto, como pode, ao contrário, revelar afeto, carinho, aceitação.

Optar por uma palavra estrangeira também tem seus efeitos. Portanto, a competência comunicativa inclui a capacidade de não apenas conhecer os significados das palavras, mas, sobretudo, de discernir os efeitos de sentido que suas escolhas proporcionam. Isso nos leva a ultrapassar a simples identificação “do que o outro diz” para perceber “por que ele diz com essa ou aquela palavra”.

Uma atividade que contemple essa habilidade deve focalizar uma determinada palavra ou expressão e solicitar do aluno o discernimento de por que essa, e não outra palavra ou expressão foi selecionada. Ao pretender desenvolver a habilidade de o aluno reconhecer a alteração de significado de um

determinado termo ou vocábulo, decorrente da escolha do autor em utilizar uma linguagem figurada, o

professor deve trabalhar textos de gêneros variados em que o emprego de determinadas palavras produza

sentido naquela situação comunicativa específica. Devemos compreender a seleção vocabular como uma

estratégia do autor para que o leitor depreenda seus propósitos.

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

Para desenvolvermos essa habilidade, podemos utilizar textos publicitários, literários, entre outros, nos quais sejam explorados recursos expressivos importantes, como a metáfora ou a personificação, por exemplo, discutindo e proporcionando ao aluno a percepção das estratégias utilizadas pelo autor para a ampliação do significado do texto.

Seria desejável que a exploração do recurso da personificação, assim como de outros recursos expressivos (metáforas, ironia, pontuação etc.), acompanhasse, nas atividades em sala de aula, o estudo da construção dos diferentes elementos da narrativa (narrador, personagens, enredo, espaço e tempo). Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas para antes, durante e depois da leitura

A CHUVA . Arnaldo Antunes A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva molhou os transeuntes. A chuva encharcou as praças. A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu as marés. A chuva e seu cheiro de terra. A chuva com sua cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a favela. A chuva de canivetes. A chuva enxugou a sede. A chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu brilho prateado. A chuva de retas paralelas sobre a terra curva. A chuva

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destroçou os guarda-chuvas. A chuva durou muitos dias. A chuva apagou o incêndio. A chuva caiu. A chuva derramou-se. A chuva murmurou meu nome. A chuva ligou o pára-brisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a sirene. A chuva com a sua crina. A chuva encheu a piscina. A chuva com as gotas grossas. A chuva de pingos pretos. A chuva açoitando as plantas. A chuva senhora da lama. A chuva sem pena. A chuva apenas. A chuva empenou os móveis. A chuva amarelou os livros. A chuva corroeu as cercas. A chuva e seu baque seco. A chuva e seu ruído de vidro. A chuva inchou o brejo. A chuva pingou pelo teto. A chuva multiplicando insetos. A chuva sobre os varais. A chuva derrubando raios. A chuva acabou a luz. A chuva molhou os cigarros. A chuva mijou no telhado. A chuva regou o gramado. A chuva arrepiou os poros. A chuva fez muitas poças. A chuva secou ao sol.

http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/chuva-634351.shtml

Domínio: Processamento do texto

Competência Habilidade(11)

Estabelecer relações lógico-discursivas Reconhecer relações lógico-discursivas presentes no

texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc.

Em que consiste essa habilidade?

Em todo texto de maior extensão, aparecem expressões conectoras – sejam conjunções, preposições, advérbios e respectivas locuções – que criam e sinalizam relações semânticas de diferentes naturezas. Entre as mais comuns, podemos citar as relações de causalidade, de comparação, de concessão, de tempo, de condição, de adição, de oposição etc. Reconhecer o tipo de relação semântica estabelecida por esses elementos de conexão é uma habilidade fundamental para a apreensão da coerência do texto e para a compreensão de seu sentido.

Uma atividade voltada para o reconhecimento de tais relações deve focalizar as expressões sinalizadoras e seu valor semântico, sejam conjunções, preposições ou locuções adverbiais.

Com este trabalho, pretendemos possibilitar ao aluno desenvolver a habilidade de perceber a coerência

textual, partindo da identificação dos recursos coesivos e de sua função textual. No texto a seguir,

enfatizamos a relação lógico-discursiva das conjunções.

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

Para desenvolver essa habilidade, o professor pode se valer de textos de gêneros variados, a fim de

trabalhar as relações lógico-discursivas, mostrando aos alunos a importância de reconhecer que todo texto

se constrói, a partir de múltiplas relações de sentido que se estabelecem entre os enunciados que

compõem o texto. As notícias de jornais, por exemplo, os textos argumentativos, os textos informativos,

sem se esquecer dos textos narrativos são todos excelentes para trabalhar essa habilidade.

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Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas para antes, durante e depois da leitura

Maneira de amar

O jardineiro conversava com as flores e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas

a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou

porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.

Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não

ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam.

Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na ocasião

devida.

O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros,

aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.

Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o

girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência

do homem. "Você o tratava mal, agora está arrependido?" "Não”, respondeu, “estou triste porque agora

não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava".

ANDRADE, Carlos Drummond de. Histórias para o Rei. Rio de Janeiro: Record, 1997.

Competência Habilidade (12)

Estabelecer relações lógico- discursivas Estabelecer a relação causa/consequência entre

partes e elementos do texto.

Em que consiste essa habilidade?

Em geral, os fatos se sucedem numa ordem de causa e consequência, ou de motivação e efeito. Estabelecer esse nexo constitui um recurso significativo para a apreensão dos sentidos do texto, sobretudo quando estão em jogo relações lógicas ou argumentativas.

É importante apresentar textos que permitam ao aluno identificar os elementos que, no texto, estão na interdependência de causa e consequência.

É preciso possibilitar ao aluno, durante e após a leitura, identificar o motivo pelo qual os fatos são

apresentados no texto, ou seja, o reconhecimento de como as relações entre os elementos organizam-se

de forma que um torna-se o resultado do outro. Entende-se como causa/consequência todas as relações

entre os elementos que se organizam de tal forma que um é resultado do outro.

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

Para desenvolver essa habilidade, o professor pode se valer de textos de gêneros variados, a fim de

trabalhar as relações lógico-discursivas, mostrando aos alunos a importância de reconhecer que todo texto

se constrói a partir de múltiplas relações de sentido que se estabelecem entre os enunciados que

compõem o texto. As notícias de jornais, por exemplo, os textos argumentativos, os textos informativos

são excelentes para trabalhar essa habilidade.

Para trabalhar as relações de causa e consequência, o professor pode se valer de textos verbais de

gêneros variados, em que os alunos possam reconhecer as múltiplas relações que contribuem para dar ao

texto coerência e coesão. As notícias de jornais, por exemplo, são excelentes para trabalhar essa

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habilidade, tendo em vista que, nesse tipo de gênero textual, há sempre a explicitação de um fato, das

consequências que provoca e das causas que fizeram com que o fato se desse.

Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas para antes, durante e depois da leitura

Me ajuda a olhar

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar.

Viajaram para o Sul.

Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.

Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar

estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de

beleza.

E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:

– Me ajuda a olhar!

GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Trad. Eric Nepomuceno 5ª ed. Porto Alegre: Editora L &

PM, 1997.

Fumaça provoca fuga em massa em cidade de Santa Catarina

Nuvem química causada por incêndio fecha escolas e comércio e leva moradores a deixar São

Francisco do Sul

Visto a 25 km, rastro se espalhava e havia risco de chegar ao sul de SP; é 'moderadamente perigoso', diz

prefeitura ESTELITA HASS CARAZZAI ENVIADA ESPECIAL A SÃO FRANCISCO DO SUL (SC)JEFERSON BERTOLINICOLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Uma nuvem química causada por um incêndio em um depósito de fertilizantes provocou ontem uma espécie de fuga em massa de São Francisco do Sul, cidade portuária a 178 km de Florianópolis. Com medo de intoxicação pela fumaça, que provoca irritação na pele e nas vias respiratórias, moradores deixaram a cidade na madrugada e início da manhã, muitos só com a roupa do corpo. O cenário era de bairros isolados, comércio e escolas fechadas, pessoas dentro de carros esperando para voltar para casa e congestionamentos de até 10 km na saída do município, de 46 mil habitantes. Mas a prefeitura não tinha estimativa da evasão. Cerca de 400 pessoas foram encaminhadas a abrigos. "Nem fiz pergunta. Saí sem casaco. E as crianças, de camiseta e bermuda", disse a dona de casa Luana Nascimento, 27, acordada na madrugada pelo Samu. Ontem à noite, a fumaça amarelada ainda se espalhava, atingia municípios vizinhos (como Itapoá, a 50 km) e formava um rastro em direção ao mar. Segundo meteorologistas, poderia chegar ao sul do Estado de São Paulo. "O cheiro é tipo de escape de carro", afirmou o pedreiro Sandro Carvalho, 33. "Arde o olho, a garganta. Ficou uma neblina dentro de casa." A fumaça contém nitrato de amônio, diafosfato de amônia e cloreto de potássio. Segundo a prefeitura, a nuvem, vista a 25 km de distância, é "moderadamente perigosa". Ao ser inalado, o nitrato de amônio, principal componente da fumaça, pode causar irritação das vias aéreas, tosse e dor de garganta. Ao menos 120 pessoas passaram por hospitais com sintomas respiratórios --segundo o governo, não houve caso grave. Um bombeiro de 59 anos teve de ser internado por taquicardia após sua máscara cair no combate ao fogo. De causa desconhecida, o incêndio começou às 23h, em galpão da Global Logística. Representantes da

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empresa não foram localizados. Segundo o Estado, o local guardava 10 mil toneladas de fertilizantes. Houve explosão e os materiais entraram em combustão. O governo Raimundo Colombo (PSD) decretou emergência (para fazer compras sem licitação).

26/09/2013 11h50- Atualizado em 26/09/2013 12h57

Ilha formada após terremoto atrai curiosos no Paquistão

Segundo agência, ilha solta bolhas de gás inflamável.

Há 348 mortos e mais de 500 feridos após abalo de terça-feira

O terremoto de magnitude 7,7 da terça-feira no sudoeste do Paquistão, que matou 348 pessoas, formou uma ilha em frente ao litoral paquistanês no mar Arábico que agora atrai curiosos, apesar do alerta do Instituto de Sismologia do país de que as pedras da ilha estariam emitindo gases.

Um repórter cinematográfico da agência de notícias Reuters registrou bolhas emergindo da superfície que pegavam fogo quando em contato com uma chama de isqueiro.

O terremoto, que afetou a província pobre do Baluquistão e sobretudo a cidade de Awaran, também foi sentido na Índia e Irã. O balanço anterior registrava 328 mortos.

"Temos os números confirmados de pelo menos 348 pessoas mortas e 513 feridas", disse à AFP Abdul Latif Kakar, diretor da Administração Provincial para Desastres (PDMA).

'Apenas no distrito de Awaran temos as mortes confirmadas de 305 pessoas, além de 43 vítimas fatais no distrito de Kech", completou. Autoridades paquistanesas decretaram estado de emergência em parte do Baluquistão.

Terremoto no Paquistão

O Exército do Paquistão enviou centenas de soldados por via aérea para ajudar os atingidos pelo pior

terremoto no país do sul asiático desde 2005, quando cerca de 75 mil pessoas foram mortas por um

tremor no norte do país.

Casas foram destruídas e a comunicação foi cortada com o local mais atingido,

Awaran. O tremor foi tão forte que provocou a formação de uma pequena ilha no

mar em frente ao litoral paquistanês no mar Arábico.

Equipes de resgate enfrentaram dificuldade para chegar rapidamente ao local

por ser muito remoto, e algumas autoridades disseram que o número de mortos

deve aumentar à medida que os homens dos serviços de emergência

conseguirem avançar pelas montanhas para verfificar os danos.

De acordo com o porta-voz do governo provincial, Jan Muhammad Buledi, a

estrutura médica disponível é insuficiente e "não há espaço para atender os

feridos nos hospitais".

Em uma zona de 50 quilômetros ao redor do epicentro vivem pelo menos 60 mil pessoas, segundo a

agência da ONU para casos de catástrofe.

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Competência Habilidade (15)

Estabelecer relações lógico discursivos Estabelecer relações entre partes de um texto,

identificando repetições ou substituições que

contribuem para a sua continuidade.

Em que consiste essa habilidade?

Pretendemos possibilitar ao aluno desenvolver essa habilidade, através do reconhecimento das relações

coesivas do texto, mais especificamente, fazendo-o perceber as repetições ou substituições que servem

para estabelecer a continuidade textual. No texto a seguir, por exemplo, destacamos o entrelaçamento das

ideias e a sua continuidade. A compreensão de informações e ideias apresentadas pelo autor ultrapassa a

simples decodificação e depende da devida percepção dessas relações para o efetivo entendimento da

leitura

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

O professor, ao trabalhar o texto com os alunos, deve levá-los a perceber a relação que as palavras,

frases e parágrafos de um texto mantêm entre si. Os textos verbais de gêneros variados prestam-se a

esse tipo de exercício. Sugere-se que sejam trabalhadas nos textos as relações de sentido que se

estabelecem entre os enunciados que compõem o texto, fazendo com que a interpretação de um elemento

qualquer seja dependente da do outro. É preciso que os alunos compreendam a função da presença dos

pronomes, de palavras do mesmo campo semântico, dos sinônimos e até mesmo das repetições, nos

textos, retomando, referindo-se a termos já mencionados, favorecendo o desenvolvimento do assunto do

texto. O aluno só fará isso, se alertado, orientado pelo professor durante a leitura

Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas para antes, durante e depois da leitura

A floresta do contrário

Todas as florestas existem antes dos homens. Elas estão lá e então o homem chega, vai destruindo, derruba as árvores, começa a construir prédios, casas, tudo com muito tijolo e concreto. E poluição também. Mas nesta floresta aconteceu o contrário. O que havia antes era uma cidade dos homens, dessas bem poluídas, feia, suja, meio neurótica. Então as árvores foram chegando, ocupando novamente o espaço, conseguiram expulsar toda aquela sujeira e se instalaram no lugar. É o que se poderia chamar de vingança da natureza – foi assim que terminou seu relato o amigo beija-flor. Por isso ele estava tão feliz, beijocando todas as flores – aliás, um colibri bem assanhado, passava flor por ali, ele já sapecava um beijão. Agora o Nan havia entendido por que uma ou outra árvore tinha parede por dentro, e ele achou bem melhor assim. Algumas árvores chegaram a engolir casas inteiras. Era um lugar muito bonito, gostoso de se ficar. Só que o Nan não podia, precisava partir sem demora. Foi se despedir do colibri, mas ele já estava namorando apertado a uma outra florzinha, era melhor não atrapalhar.

LIMA, Ricardo da Cunha. Em busca do tesouro de Magritte. São Paulo: FTD,

1988.

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Competência Habilidade (16)

Estabelecer relações

lógico-discursivas

Estabelecer relações entre partes de um texto a partir de

mecanismos de concordância verbal e nominal.

Em que consiste essa habilidade?

Essa habilidade, assim como a 15, relaciona-se à habilidade de estabelecer relações entre partes de um texto. Contudo a H16 refere-se a uma relação mais localizada, pois diz respeito `a capacidade de perceber, por meio das desinências verbais (número e pessoa ) e nominais (gênero e número), a que termos da estrutura textual um verbo ou um adjetivo se refere. Essa é, portanto, uma habilidade que se associa à capacidade de reconhecer o caminho traçado para se estabelecer a cadeia coesiva de um texto

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

Para o desenvolvimento dessa habilidade, o professor deverá apresentar textos que contemplem variedades linguísticas (+culta / - culta) ou estilísticas ( + formal/ - formal) a fim de possibilitar ao aluno o reconhecimento das diferenças de concordância entre o português padrão (PP) e o português não padrão (PNP). Uma boa opção é trabalhar textos que enfatizam falares regionais, pois tal atividade permite destacar as variações de concordância possíveis em um texto, de acordo com a situação comunicativa e o gênero textual. O professor deverá propor atividades que explorem: -a diferença de flexão verbal no PP e no PNP, relacionando-a aos termos com os quais se faz a concordância verbal; -a diferença de flexão nominal entre o PP e PNP, relacionando-a aos termos com os quais se faz a concordância nominal; -a adequação das flexões verbal e nominal de acordo com a situação comunicativa e o gênero textual; -a retomada dos termos com os quais os verbos e/ ou nomes presentes no texto fazem concordância; -a identificação do termo ao qual o verbo se refere, por meio da desinência verbal; -a identificação do termo ao qual o adjetivo se refere, por meio da desinência nominal. Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas usando estratégias para antes, durante e depois da leitura

O MITO DO AUTOMÓVEL

O automóvel é o símbolo máximo das sociedades modernas. A demanda de automóveis teve um aumento

tão rápido que em apenas algumas décadas transformou a indústria automobilística num dos motores da

economia de mercado. Mas isso ocorreu porque os carros satisfazem inúmeras necessidades, anseios e

fantasias dos homens e das mulheres de hoje – em especial o sonho da liberdade de movimentos. Qual

será o futuro desse fruto do casamento do sonho com a técnica? Não corremos talvez o risco de ver nossa

liberdade de possuir um carro vir a transformar-se em escravidão a esse mesmo carro?

(Correio da UNESCO. Fundação Getúlio Vargas)

Antes do dia partir

Paulo Mendes Campos, em uma de suas crônicas reunidas no livro “O Amor Acaba”, diz que devemos nos

empenhar em não deixar o dia partir inutilmente. Eu tenho, há anos, isso como lema.

É pieguice, mas antes de dormir, quando o dia que passou está dando o prefixo e saindo do ar, eu penso:

o que valeu a pena hoje? Sempre tem alguma coisa. Uma proposta de trabalho. Um telefonema. Um filme.

Um corte de cabelo que deu certo. Até uma briga pode ter sido útil, caso tenha iluminado o que andava

ermo dentro da gente.

Já para algumas pessoas, ganhar o dia é ganhar mesmo: ganhar um aumento, ganhar na loteria, ganhar

um pedido de casamento, ganhar uma licitação, ganhar uma partida.

Mas para quem valoriza apenas as megavitórias, sobram centenas de outros dias em que, aparentemente,

nada acontece, e geralmente são essas pessoas que vivem dizendo que a vida não é boa, e seguem

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cultivando sua angústia existencial com carinho [...], mesmo já tendo seu superapartamento, sua bela

esposa, seu carro do ano e um salário aditivado.

Nas últimas semanas, meus dias foram salvos por detalhes. Uma segunda-feira valeu por um programa de

rádio que fez um tributo aos Beatles e que me arrepiou, me transportou para uma época legal da vida, me

fez querer dividir aquele momento com pessoas que são importantes pra mim. Na terça, meu dia não foi

em vão porque uma pessoa que amo muito recebeu um diagnóstico positivo de uma doença que poderia

ser mais séria. Na quarta, o dia foi ganho porque o aluno de uma escola me pediu para tirar uma foto com

ele. Na quinta, uma amiga que eu não via há meses ligou me convidando para almoçar. Na sexta, o dia

não partiu inutilmente, só por causa de um cachorro-quente.

E assim correm os dias, presenteando a gente com uma música, um crepúsculo, um instante especial que

acaba compensando 24 horas banais.

Claro que têm dias que não servem pra nada, dias em que ninguém nos surpreende, o trabalho não rende

e as horas arrastam-se melancólicas, sem falar naqueles dias em que tudo dá errado: batemos o carro,

perdemos um cliente e o encontro da noite é desmarcado.

Pois estou pra dizer que até a tristeza pode tornar um dia especial, só que não ficaremos sabendo disso

na hora, e sim lá adiante, naquele lugar chamado futuro, onde tudo se justifica. É muita condescendência

com o cotidiano, eu sei, mas não deixar o dia de hoje partir inutilmente é o único meio de a gente aguardar

com entusiasmo o dia de amanhã...

MEDEIROS, Martha. Non-stop. Porto Alegre: L&PM, 2008. p. 70-71. Fragmento.

Competência Habilidade (27)

Estabelecer relações

lógico-discursivas

Diferenciar as partes principais das secundárias de um

texto

Em que consiste essa habilidade?

Se um texto é uma rede de relações, um “tecido” em que diferentes fios se articulam, nem todos “os fios” têm a mesma importância para o seu entendimento global. Nem tudo pode ser percebido como tendo igual relevância. Ou seja, há uma espécie de hierarquia entre as informações ou ideias apresentadas, de modo que umas convergem para o núcleo principal do texto, enquanto outras são apenas informações adicionais, acessórias, que apenas ilustram ou exemplificam o que está sendo dito. Perceber essa hierarquia das informações, das ideias, dos argumentos presentes em um texto constitui uma habilidade fundamental para a formação de um leitor crítico e maduro.

Uma atividade voltada para o desenvolvimento dessa habilidade deve possibilitar ao aluno distinguir, entre

uma série de segmentos, aqueles que constituem elementos principais ou secundários do texto. É comum,

entre os alunos, confundir “partes secundárias” do texto com a “parte principal”. A construção dessa

competência é muito importante para desenvolver a habilidade de resumir textos e de depreender o tema

ou assunto do texto.

Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas usando estratégias para antes, durante e depois da leitura

Necessidade de alegria O ator que fazia o papel de Cristo no espetáculo de Nova Jerusalém ficou tão compenetrado da magnitude da tarefa que, de ano para ano, mais exigia de si mesmo, tanto na representação como na vida rotineira. Não que pretendesse copiar o modelo divino, mas sentia necessidade de aperfeiçoar-se moralmente,

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jamais se permitindo a prática de ações menos nobres. E exagerou em contenção e silêncio. Sua vida tornou-se complicada, pois os amigos de bar o estranhavam, os colegas de trabalho no escritório da Empetur (Empresa Pernambucana de Turismo) passaram a olhá-lo com espanto, e em casa a mulher reclamava do seu alheamento. No sexto ano de encenação do drama sacro, estava irreconhecível. Emagrecera, tinha expressão sombria no olhar, e repetia maquinalmente as palavras tradicionais. Seu desempenho deixou a desejar. Foi advertido pela Empetur e pela crítica: devia ser durante o ano um homem alegre, descontraído, para tornar-se perfeito intérprete da Paixão na hora certa. Além do mais, até a chegada a Jerusalém, Jesus era jovial e costumava ir a festas. Ele não atendeu às ponderações, acabou destituído do papel, abandonou a família, e dizem que se alimenta de gafanhotos no agreste.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Histórias para o Rei.2ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 56.

Competência Habilidade (20)

Estabelecer relações entre textos

Reconhecer diferentes formas de abordar uma

informação ao comparar textos que tratam do mesmo

tema.

Em que consiste essa habilidade?

Os textos podem ser vistos na relação de uns com os outros. Isto é, podem ser comparados, podem ser

confrontados, com diferentes objetivos. É comum, por exemplo, relacionar textos que tratam do mesmo

tema, para procurar perceber a convergência de ideias ou de formas, de pontos de vista acerca desse

tema. Este item propõe a comparação entre dois textos diferentes que tratam do mesmo tema.

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

A escola pode favorecer o desenvolvimento da capacidade crítica do aluno a partir da leitura de textos com

posições diferentes sobre um mesmo tema, formando leitores mais atentos, seguros e capazes de extrair

o fato em meio às opiniões que se formam em torno dele. A habilidade de comparar dois ou mais textos

sobre um mesmo tema exige maturidade do aluno e discernimento, proporcionando-lhe maior autonomia

para se posicionar e analisar criticamente os argumentos utilizados pelo autor do texto.

O ESPELHO

Marcello Migliaccio

Falar mal da TV virou moda. É "in” repudiar a baixaria, desancar o onipresente eletrodoméstico. E, num país em que os domicílios sem televisão são cada vez mais raros, o que não falta é especialista no assunto. Se um dia fomos uma pátria de 100 milhões de técnicos de futebol, hoje, mais do que nunca, temos um considerável rebanho de briosos críticos televisivos. [..] Mas, quando os "especialistas" criticam a TV, estão olhando para o próprio umbigo. Feita à nossa imagem e semelhança, ela é resultado do que somos enquanto rebanho globalizado. [...] Aqui e ali, alguns vão argumentar que cultivam pensamentos mais nobres e que não se sentem representados no vídeo. [...] Folha de S. Paulo, 19/10/2003.

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Texto II

A influência negativa da televisão para as crianças

Jussara de Barros Bem diziam os Titãs, grupo de rock nacional, quando cantavam que “a televisão me deixou burro demais”. A verdade é que, ao pé da letra dessa música, a televisão coloca-nos dentro de jaulas, como animais. Assim, paralisa o desenvolvimento de pensamentos críticos e avaliativos que se desenvolvem em outras formas de diversão, além de influenciar crianças e adolescentes com cenas de violência, maldade, psicopatia e sexo explícito a todo o momento e sem qualquer responsabilidade. Fonte: http://www.meuartigo.brasilescola.com/educacao

Competência Habilidade(10)

Distinguir posicionamentos Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

Em que consiste essa habilidade?

É comum, sobretudo em textos dissertativos que, a respeito de determinados fatos, algumas opiniões sejam emitidas. Ser capaz de localizar a referência aos fatos, distinguindo-a das opiniões relacionadas a eles, representa uma condição de leitura eficaz.

Uma atividade que permita desenvolver essa habilidade deve apoiar-se em um material que contenha um fato e uma opinião sobre ele, a fim de poder estimar a capacidade do aluno para fazer tal distinção.

É importante que o aluno identifique uma opinião marcada por elementos do texto ou aquelas aí deixadas por um elemento modalizador só percebido por um leitor maduro ou trabalhado por um professor consciente dessas pistas, sobre um fato apresentado. Esse exercício diário da leitura permite que o aluno compreenda o texto, quem são os locutores e, consequentemente, tenha uma visão global do texto.

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

Sugerimos que o professor, para trabalhar a habilidade do aluno em estabelecer a diferença entre fato e

opinião sobre o fato, recorra a gêneros textuais variados, especialmente os que apresentam estrutura

narrativa, tais como contos (fragmentos), notícias, crônicas. Os textos argumentativos também se prestam

para trabalhar essa habilidade. Entretanto, torna-se necessário trabalhar, nos textos, as situações criadas

por instrumentos gramaticais, como as expressões adverbiais e as denotativas em relações de mera

referencialidade textual ou de influência externa de intromissão do locutor/produtor/narrador.

Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas usando estratégias para antes, durante e depois da leitura

No mundo dos sinais

Sob o sol de fogo, os mandacarus se erguem, cheios de espinhos. Mulungus e aroeiras expõem seus galhos queimados e retorcidos, sem folhas, sem flores, sem frutos. Sinais de seca brava, terrível! Clareia o dia. O boiadeiro toca o berrante, chamando os companheiros e o gado. Toque de saída. Toque de estrada. Lá vão eles, deixando no estradão as marcas de sua passagem.

TV Cultura, Jornal do Telecurso.

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Competência Habilidade(14)

Distinguir posicionamentos Identificar a tese de um texto

Em que consiste essa habilidade?

Em geral, um texto dissertativo expõe uma tese, isto é, defende um determinado posicionamento do autor em relação a uma ideia, a uma concepção ou a um fato. A exposição da tese constitui uma estratégia discursiva do autor para mostrar a relevância ou consistência de sua posição e, assim, ganhar a adesão do leitor pela adoção do mesmo conjunto de conclusões. Uma atividade que possibilite desenvolver essa habilidade deve ter como base um texto dissertativo-argumentativo, no qual uma determinada posição ou ponto de vista são defendidos e propostos como válidos para o leitor.

Por meio deste trabalho, o professor vai contribuir para que seu aluno reconheça o ponto de vista ou a ideia

central defendida pelo autor. A tese é uma proposição teórica de intenção persuasiva, apoiada em

argumentos contundentes sobre o assunto abordado.

O desenvolvimento da habilidade 14 permite ao leitor, em relação às estruturas próprias de textos

argumentativos, identificar o ponto de vista ou a ideia central defendida pelo autor. Trata-se de uma

habilidade importante para alunos de maior escolaridade, já que esses devem apresentar maior capacidade

de lidar com o pensamento lógico e com o raciocínio abstrato.

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

A exposição da tese constitui uma estratégia discursiva do autor para mostrar a relevância ou consistência de sua posição e, assim, ganhar a adesão do leitor pela adoção do mesmo conjunto de conclusões.

A diversidade de convívio com gêneros e com suportes é uma das diretrizes da pedagogia de leitura na atualidade.

O professor deve trabalhar, em sala de aula, com textos argumentativos para que os alunos tenham a oportunidade de desenvolver habilidades de identificar as teses e os argumentos utilizados pelos autores para sustentá-las. Essa tarefa exige que o leitor reconheça o ponto de vista que está sendo defendido. O grau de dificuldade dessa tarefa será maior se um mesmo texto apresentar mais de uma tese.

Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas usando estratégias para antes, durante e depois da leitura

O mercúrio onipresente

(Fragmento)

Os venenos ambientais nunca seguem regras. Quando o mundo pensa ter descoberto tudo o que é preciso para controlá-los, eles voltam a atacar. Quando removemos o chumbo da gasolina, ele ressurge nos encanamentos envelhecidos. Quando toxinas e resíduos são enterrados em aterros sanitários, contaminam o lençol freático. Mas ao menos acreditávamos conhecer bem o mercúrio. Apesar de todo o seu poder tóxico, desde que evitássemos determinadas espécies de peixes nas quais o nível de contaminação é particularmente elevado, estaríamos bem. [...]. Mas o mercúrio é famoso pela capacidade de passar despercebido. Uma série de estudos recentes sugere que o metal potencialmente mortífero está em toda parte — e é mais perigoso do que a maioria das pessoas acredita.

Jeffrey Kluger. IstoÉ. nº 1927, 27/06/2006, p.114-115.

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A descoberta de uma nova Amazônia Apesar de todos os superlativos que a Amazônia envolve, em termos de extensão, riquezas naturais e importância para o clima do planeta, há vastas áreas da região que ainda não foram devidamente mapeadas. Numa área de 1,8 milhões de quilômetros quadrados, equivalente a três Franças, não se conhecem ao certo o relevo do terreno e o percurso dos rios. Ignoram-se o potencial mineral do subsolo e detalhes do ecossistema. Esse desconhecimento geográfico de um pedaço tão grande do Brasil decorre do fato de que o último levantamento cartográfico da Amazônia foi feito em 1980, utilizando-se técnicas hoje obsoletas. Os mapas atualmente disponíveis, elaborados por meio de fotografias aéreas, trazem poucos detalhes e muitas imprecisões. Num período de trinta anos, o curso dos rios de porte médio e pequeno, por exemplo, sofre alterações significativas. Agora, por iniciativa do Exército brasileiro, está em andamento um novo levantamento cartográfico da Amazônia, que vai revelar os detalhes de seus trechos quase desconhecidos. Os novos mapas terão papel essencial no planejamento estratégico da região, tanto na preservação da floresta quanto na exploração das riquezas naturais e nos investimentos em obras de infraestrutura como estradas e gasodutos. O novo mapeamento da Amazônia, que custará 80 milhões de reais, usa radares transportados por aviões. [...]

Revista Veja, 10 de março de 2010. p. 131. Fragmento.

Competência Habilidade (18)

Distinguir posicionamentos Reconhecer posições distintas entre duas ou mais

opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.

Em que consiste essa habilidade?

Diferentemente do que é exposto na H20, dois ou mais textos que desenvolvem o mesmo tema podem ser confrontados para se procurar perceber os pontos em que tais textos divergem. Também pode acontecer de um único texto apresentar opiniões distintas em relação a um mesmo fato. A habilidade para estabelecer esses pontos divergentes é de grande relevância na vida social de cada um, pois, constantemente, somos submetidos a informações e opiniões distintas acerca de um fato ou de um tema. A habilidade aqui discutida relaciona-se, pois, à identificação, pelo aluno, das diferentes opiniões emitidas sobre um mesmo fato ou tema. A construção desse conhecimento é um dos principais balizadores de um dos objetivos do ensino da Língua Portuguesa, qual seja, o de capacitar o aluno a analisar criticamente os diferentes discursos, inclusive o próprio, desenvolvendo a capacidade de avaliação dos textos.

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

A nós, professores, incumbe oportunizar aos alunos o exercício de comparação de textos que abordem uma mesma temática. O desenvolvimento dessa habilidade ajuda o aluno a perceber-se como um ser autônomo, dotado da capacidade de se posicionar e transformar a realidade, ao inferir as possíveis intenções do autor marcadas no texto e ao identificar referências intertextuais presentes no texto. Isso ajudará o aluno a perceber-se como um ser autônomo, dotado da capacidade de se posicionar e de transformar a realidade.

Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas usando estratégias para antes, durante e depois da leitura

A vaca e o aquecimento global Texto 1 Órgãos ambientais das Nações Unidas e vários outros já consideram a pecuária como o principal emissor de gases responsáveis pelo efeito estufa, ganhando de todos os meios de transporte juntos. Além de ser uma atividade altamente poluidora e desnecessária. Se o homem caçou e usou animais para se estabelecer e prosperar, tais atividades não são mais necessárias no meio em que vivemos, e de fato se tornam a cada dia mais inviáveis. Uma alimentação vegetariana traz inúmeros benefícios para o meio ambiente e a nossa saúde, além de poupar animais de uma exploração desnecessária.

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Texto 2 Assim como na reportagem “A melhor amiga do homem” (17 de junho), cito em minha dissertação de mestrado, defendida em 2000, na Universidade de São Paulo, a importância da proteína animal na formação do nosso cérebro, consequentemente de nosso intelecto. Essa reportagem vem esclarecer um pouco o público leigo sobre a importância desse nobre animal na formação de nossa civilização. Espero que também ajude a esclarecer e sensibilizar os ambientalistas radicais, alertando-os para o fato de que, mais que um animal que solta “flatos e arrotos” na camada de ozônio, o bovino é responsável pela sobrevivência e pelo provimento econômico de milhões, talvez bilhões de pessoas. Veja. Abril, ed. 2118, ano 42, n. 25, p. 40, 24 jun. 2009. (P090526A9_SUP)

Texto I Telenovelas empobrecem o país Parece que não há vida inteligente na telenovela brasileira. O que se assiste todos os dias às 6, 7 ou 8 horas da noite é algo muito pior do que os mais baratos filmes “B” americanos. Os diálogos são péssimos. As atuações, sofríveis. Três minutos em frente a qualquer novela são capazes de me deixar absolutamente entediado – nada pode ser mais previsível. Antunes Filho. Veja, 11/mar/96. Texto II Novela é cultura Veja – Novela de televisão aliena? Maria Aparecida – Claro que não. Considerar a telenovela um produto cultural alienante é um tremendo preconceito da universidade. Quem acha que novela aliena está na verdade chamando o povo de débil mental. Bobagem imaginar que alguém é induzido a pensar que a vida é um mar de rosas só por causa de um enredo açucarado. A telenovela brasileira é um produto cultural de alta qualidade técnica, e algumas delas são verdadeiras obras de arte. Veja, 24/jan/96.

Competências Habilidades(26)

Distinguir posicionamentos Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos

para sustentá-la.

Em que consiste essa habilidade?

Expor uma tese, naturalmente, exige a apresentação de argumentos que a fundamentem. Ou seja, os argumentos apresentados funcionam como razões ou fundamentos de que a tese defendida tem sentido e consistência. Nas práticas sociais que envolvem a proposição de um certo posicionamento ou ponto de vista, a estratégia de oferecer argumentos – não por acaso chamada de argumentação – é um recurso de primeira importância.

Uma atividade relacionada a esse descritor deve ocasionar ao aluno identificar, em uma passagem de caráter argumentativo, as razões oferecidas em defesa do posicionamento assumido pelo autor.

Pretende-se, com o trabalho com essa habilidade, que o leitor identifique os argumentos utilizados pelo autor

na construção de um texto argumentativo. Essa tarefa exige que o leitor, primeiramente, reconheça o ponto de

vista que está sendo defendido e relacione os argumentos usados para sustentá-lo.

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

O professor deve trabalhar, em sala de aula, com textos argumentativos, para que os alunos tenham a

oportunidade de desenvolver a habilidade de identificar as teses, o que é defendido no texto, e os argumentos,

isto é, em que se baseia o locutor para defender essa idéia. Essa tarefa exige que o leitor, primeiramente,

reconheça o ponto de vista que está sendo defendido, para, depois, relacionar os argumentos usados para

sustentá-lo. O grau de dificuldade dessa tarefa será maior se um mesmo texto apresentar mais de uma tese.

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Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas para antes, durante e depois da leitura.

Os filhos podem dormir com os pais? (Fragmento) Maria Tereza – Se é eventual, tudo bem. Quando é sistemático, prejudica a intimidade do casal. De qualquer forma, é importante perceber as motivações subjacentes ao pedido e descobrir outras maneiras aceitáveis de atendê-las. Por vezes, a criança está com medo, insegura, ou sente que tem poucas oportunidades de contato com os pais. Podem ser criados recursos próprios para lidar com seus medos e inseguranças, fazendo ela se sentir mais competente. Posternak – Este hábito é bem frequente. Tem a ver com comodismo – é mais rápido atender ao pedido dos filhos que aguentar birra no meio da madrugada; e com culpa – “coitadinho, eu saio quando ainda dorme e volto quando já está dormindo”. O que falta são limites claros e concretos. A criança que “sacaneia” os pais para dormir também o faz para comer, escolher roupa ou aceitar as saídas familiares.

ISTOÉ, setembro de 2003 -1772

Competência

Identificar marcas linguísticas

Habilidade(13)

Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o

locutor e o interlocutor de um texto

Em que consiste essa habilidade?

As variações linguísticas, evidentemente, manifestam-se por formas, marcas, estruturas que revelam

características (regionais ou sociais) do locutor e, por vezes, do interlocutor a quem o texto se destina. Essas

variações são, portanto, resultado do empenho dos interlocutores para se ajustarem às condições de

produção e de circulação do discurso. Um item relacionado a essa habilidade deve, portanto, centrar-se no

reconhecimento das variações (gramaticais ou lexicais) que, mais especificamente, revelam as

características dos locutores e dos interlocutores.

O trabalho com essa habilidade vai possibilitar ao aluno identificar as variações linguísticas resultantes da

influência de diversos fatores, como o grupo social a que o falante pertence, o lugar, a época em que ele

nasceu e vive, bem como verificar quem fala no texto e a quem este se destina, reconhecendo as marcas

linguísticas expressas por meio de registros usados, vocabulário empregado, uso de gírias ou expressões ou

níveis de linguagem.

Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?

O professor deve trabalhar com textos que contenham muitas variantes linguísticas, privilegiando expressões

informais, expressões regionais, expressões características de certa faixa etária ou de uma época etc. O

trabalho com variação linguística é essencial para o desenvolvimento de uma postura não preconceituosa

dos alunos em relações a usos linguísticos distintos dos seus. É importante que o professor mostre a seus

alunos as razões dos diferentes usos linguísticos por diferentes grupos de falantes, para que eles adquiram a

noção do valor social atribuído a essas variações. Podemos também trabalhar a variação linguística em

gravações de áudio e vídeo de textos orais (por exemplo, programas de televisão), dramatização de textos

de vários gêneros e em atividades com músicas de estilos variados (regionais, sertanejas, entre outras).

Atividades de análise lingüística, a partir das quais os alunos possam refletir sobre a interferência dos fatores

variados que se manifestam, tanto na modalidade oral como na escrita, favorecem o desenvolvimento dessa

habilidade. Os fatores que intervêm no uso da língua e provocam tal variação são de ordem geográfica (em

função das regiões do país e de seus espaços rurais e urbanos), histórica (o que envolve a época histórica de

sua produção), sociológica (tais como classe social ou gênero sexual), de contexto social, entre outros.

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Naturalmente, essa competência deve ser trabalhada em sala de aula, para que os alunos possam

desenvolver as habilidades de reconhecer e identificar as marcas linguísticas empregadas nos diversos

domínios sociais, explicitadas nos textos lidos. Para isso, o professor deve selecionar textos,,com larga

utilização das variantes linguísticas. Temos, como exemplo, letras de música, em que aparecem variantes de

pronomes de tratamento, tirinhas, especialmente as de Chico Bento, revistas em quadrinho, trechos de diário,

narrativas, etc.

No entanto, é de fundamental importância que o professor, ao lidar com alunos que utilizam a língua não

padrão, identifique as diferenças e possibilite ao aluno se conscientizar quanto a essas diferenças e possa

utilizá-las conforme o seu interlocutor e o ambiente social, sabendo, entretanto, que existe a variedade padrão

para as situações de comunicação que assim exigir.

Para que o aluno possa identificar quem é o locutor, isto é, quem fala no texto, e quem é o interlocutor, para

quem o texto fala, é preciso considerar, principalmente, o vocabulário, o assunto ou a presença de marcas

explícitas de interlocução.

Sugestão de atividade: aula de leitura Atividades práticas para antes, durante e depois da leitura.

O circo Vira-Mundo e o palhaço Estouro

Eu sou Estouro, o palhaço que gosta muito das crianças. Fui pequetito como você, meu menino, e desde que me entendi por gente, eu sei o que é um circo e como é a vida dos homens que ali vivem... Primeiro vou contar-lhes como nasci. O circo de meu pai chamava-se Vira-Mundo e estava a caminho de uma cidade. Nosso circo era transportado em grandes caminhões e às vezes levávamos dias para chegar ao nosso destino. Nasci numa bela manhã de sol, quando a turma interrompeu a viagem para o almoço. Cheguei a este mundo fazendo o maior barulho, chorei tanto, tanto, que me apelidaram de Estouro e o danado do apelido ficou até hoje. O pessoal do Vira-Mundo comemorou com grandes festas o meu aparecimento na Terra. Fui batizado e o meu padrinho foi Cartola, o palhaço gigante, que até hoje é o meu maior amigo. Cartola chorou tanto ao levar-me ao padre e prometeu aos meus pais que haveria de ensinar a seu afilhado a arte de ser palhaço. Dois dias depois de meu nascimento, os caminhões puseram-se em movimento, contando agora com mais um membro chorão em sua trupe.

MONTEIRO, Graziela Lydia. O circo Vira-Mundo e o palhaço Estouro. Belo Horizonte: Comunicação, s.d.

Fragmento. (P050365ES_SUP

Vagalumes (Pollo) Vou caçar mais de um milhão de vagalumes por aí, Pra te ver sorrir eu posso colorir o céu de outra cor, Eu só quero amar você, E quando amanhecer eu quero acordar Do seu lado. Vou escrever mais de um milhão de canções pra você ouvir, Que meu amor é teu, teu sorriso me faz sorrir, Eu vou de marte até a lua, ''cê'' sabe já tô na tua, E não cabe tanta saudade essa verdade nua e crua, Eu sei o que eu faço nosso caminho eu traço, Um casal fora da lei ocupando o mesmo espaço Se eu to contigo não ligo se o sol não aparecer É que não faz sentido caminhar sem dar a mão pra você Teu sonho impossível vai ser realidade, Sei que o mundo tá terrível mas não vai ser a maldade que Vai me tirar de você, eu faço você ver,

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Pra tu sorrir eu faço o mundo inteiro saber que eu Vou caçar mais um milhão de vagalumes por aí, Pra te ver sorrir eu posso colorir o céu de outra cor, Eu só quero amar você E quando amanhecer eu quero acordar Do seu lado Pra ter o teu sorriso descubro o paraíso, É só ver sua boca que eu perco o juízo por inteiro, Sentimento verdadeiro eu e você ao som de janelle monáe, Vem deixa acontecer, Me abraça que o tempo não passa quando cê tá perto, Dá a mão e vem comigo que eu vejo como eu tô certo, Eu digo que te amo cê pede algo impossível, Levanta da sua cama, hoje o céu está incrível. Vou caçar mais de um milhão de vagalumes por aí E pra te ver sorrir eu posso colorir o céu de outra cor Eu só quero amar você, E quando amanhecer eu quero acordar Do seu lado. Faço dos teus braços um lugar mais seguro, Procurei paz em outro abraço, eu não achei eu juro, Saio do compasso, passo apuros que vier, Abro a janela pra que você possa ver Vou caçar mais de um milhão de vagalumes por aí, Pra te ver sorrir eu posso colorir o céu de outra cor, Eu só quero amar você, E quando amanhecer eu quero acordar Do seu lado

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6 - Dicas para trabalhar com Leitura:

Planejamento das

aulas de leitura com

esmero Utilização das

estratégias de

leitura

Diversificação de

situações de leitura

criando momentos de

leitura individual em

duplo e em grupo

Seleção de textos, de

modo a observar a

diversidade de gêneros

e suportes textuais

domínios discursivos e o

grau de complexidade.

Disponibilização de

bons textos em

todos os espaços da

escola. Aulas de leitura,

preferencialmente,

nos primeiros

horários do dia.

Entrosamento com o

Professor de Ensino

do Uso da Biblioteca

Sistematização do

horário, diário, para

leitura deleite.

Ler... ler... ler

... ler muito

mesmo!

Leitura em duplas/

grupos

Lembre-se: ensinar a ler e

escrever é compromisso dos

Professores de todos os

Componentes Curriculares

Apresentação

de leitura

modelo para os

alunos.

Interações

sistemáticas

dos alunos com

os textos.

Utilização dos

Livros Didáticos

Desenvolvimento de

projetos de leitura com por

exemplo: O piquenique

Literário

Realização de ato de

leitura e escrita. .em

todos os Componentes

Curriculares

Realização de ato de

leitura e escrita em

todos os Componentes

Curriculares

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7 - Conclusão

Esperamos que estas atividades possam contribuir para a

continuidade do trabalho em sala de aula e, consequentemente,

na melhoria da aprendizagem dos alunos e dos resultados das

avaliações externas.

Para isto, é importante destacar a necessidade de buscar outras

atividades nos Livros Didáticos / PNLD e em outros materiais

disponibilizados pelas Escolas/SRE/SEE, tendo em vista o

desenvolvimento das Competências / Habilidades não

consolidadas em Língua Portuguesa.

Bom trabalho!