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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC GARRETT MICHAEL LAUKKANEN RAFAEL CELISTRE MACHADO PROBLEMAS DE DRENAGEM EM RODOVIAS: Estudo de caso em Alagoas MACEIÓ-AL 2017.1

PROBLEMAS DE DRENAGEM EM RODOVIAS DE DREN… · 1. Drenagem. 2. Rodovias. 3. Rpojeto. 4. Manutenção. I. Machedo, Rafael .Celistre. II S oares, T h yg A nt . CDU:624.01 . DEDICATÓRIAS

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

GARRETT MICHAEL LAUKKANEN

RAFAEL CELISTRE MACHADO

PROBLEMAS DE DRENAGEM EM RODOVIAS: Estudo

de caso em Alagoas

MACEIÓ-AL

2017.1

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GARRETT MICHAEL LAUKKANEN

RAFAEL CELISTRE MACHADO

PROBLEMAS DE DRENAGEM EM RODOVIAS: Estudo

de caso em Alagoas

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação do professor Thyago Anthony Soares.

MACEIÓ-AL

2017.1

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BIBLIOTECA CENTRAL CESMAC

L366p Laukkanen, Garrett Michael

Problema de drenagem em rodovias: estudo de caso em Alagoas/ Garrett Michael Laukkanen, Rafael Celistre Machado.-- Maceió, 2017.

36f.: il.

TCC(Graduação em Engenharia Civil)- Centro Universitário

CESMAC, Maceió, AL, 2017.

Orientador: Thyago Anthony Soares. 1. Drenagem. 2. Rodovias. 3. Rpojeto. 4. Manutenção. I. Machedo,

Rafael Celistre. II. Soares, Thyago Anthony.

CDU:624.01

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DEDICATÓRIAS

Aos meus pais, pelo exemplo de não desistir pelo que

quer e o que tem que ser feito, e ao meu companheiro de

trabalho.

(Garrett Laukkanen)

Aos meus pais, pelo amor e confiança e pelo exemplo de vida, ao meu companheiro de trabalho.

(Rafael Celistre)

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Gary Laukkanen e Maria Zélia, por sempre me darem apoio

diante das minhas possibilidades e escolhas, incentivando sempre a progressão e a

minha liberdade de escolha em si. Aos meus outros familiares, pelos conselhos e

pela demonstração das vantagens de prosseguimento no curso, apesar da minha

breve pausa.

Ao pessoal de Economia da UFAL, que me mostraram novamente o que é

iniciar um curso, a vontade de seguir em frente e vencer, incentivando que eu

deveria seguir meus instintos, mesmo que seja dar um passo para trás para dar

alguns para a frente.

Ao parceiro de TCC e amigo, Rafael Celistre Machado, com quem passei

muitas horas para conseguir chegar ao termino deste trabalho, pela paciência,

expressar sempre uma tranquilidade, fazendo a experiência de realizar esse TCC

menos estressante.

Ao professor Thyago Soares, pelo apoio, demonstrar os caminhos para a

conclusão deste trabalho, juntamente com o suporte burocrático, que culminou na

obtenção de dados junto ao DNIT, que necessitávamos para a conclusão deste

trabalho.

Ao pessoal do DNIT que mostraram os caminhos e ofereceram várias

alternativas, Adriano Xavier, Cristiano, Antônio Fachinetti, Rommel, Nichollas, Anna

e o João Victor, que facilitaram a conclusão deste trabalho, juntamente com a

aquisição dos dados que precisaríamos.

Aos meus colegas do curso de Engenharia Civil, da turma atual e da minha

antiga turma, pelas experiências de crescimento pessoal e aprendizado conjunto.

Inclusive ao pessoal da SMTT, os quais sempre nos juntávamos para a realização

de trabalhos.

Aos professores do curso, pela aquisição de conhecimentos gerais no ramo

da engenharia e o direcionamento para a escolha do tema deste trabalho.

À minha mãe Michelle Laukkanen e a Dr. Rosa, que estão em algum lugar do

Universo, observando tudo que eu faço e me inspirando a realizar as escolhas

corretas.

(Garrett Michael Laukkanen)

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Ricardo Machado e Roseana Celistre, pelo carinho e a

educação que me deram, além das cobranças e incentivos que sempre existiram e

fizeram com que eu me tornasse quem sou. Ao meu irmão, Ricardo Machado, com

seus conselhos. E a todos meus primos e tios, que me passam a confortável

sensação de carinho e união.

Ao parceiro de TCC e amigo, Garrett Laukkanen, com quem passei muitas

horas para conseguir chegar ao termino deste trabalho, pela grande contribuição de

conteúdo e por ter aguentado meu ritmo (nem sempre tão veloz).

Ao professor Thyago Soares, pela grande quantidade de conhecimento

passado, mesmo sem a obrigação de fazê-lo e ajuda orientando para a finalização

deste trabalho.

Aos engenheiros do DNIT, Adriano Xavier, Cristiano, Antônio, Rommel,

Nichollas, Anna e João Victor pelo fornecimento de dados que foram essenciais para

conclusão deste trabalho.

Aos meus colegas do curso de Engenharia Civil, pelas experiências

compartilhadas.

(Rafael Celistre)

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RESUMO

A manutenção da drenagem de rodovias vem se tornando mais frequentes, para maior vida útil da camada asfáltica, menor risco de acidentes causado por deteriorações na estrada por conta da má qualidade de drenagem, mostrando como tem importância as estradas nos dias de hoje. O presente trabalho consiste em analisar os problemas encontrados em uma rodovia situada na cidade de Maceió. O método adotado para a realização do trabalho foi a análise de um projeto já executado da rodovia e levantamento de custos gerados pelo descaso de sua manutenção. Mostrando fotos e quadros para visualização das mudanças propostas em projeto para adequação da rodovia ás necessidades da localização. Os resultados obtidos foram bastante relevantes do ponto de vista que foi analisado apenas a manutenção de um pequeno trecho da rodovia. Por tanto, a compatibilização de rodovias conforme a necessidade é de extrema importância quando se busca qualidade e menor risco para os usuários tanto das rodovias como de suas margens. Palavras-chave: Drenagem. Rodovias. Projeto. Manuntenção

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ABSTRACT

The maintenance of highway drainage systems has become more frequent, increasing the lifespan of the asphalt layer, decreasing the risk of accidents due to harsh conditions of the pavement consequent of a weak quality of a drainage system, demonstrating how important it can be for highways. This project consists on analyzing problems encountered on a highway located in Maceió. The adopted method to accomplish this project was the analysis of a finished highway project, bringing up generated costs due to maintenance neglecting. Demonstrating pictures and frames, pointing to the project’s change proposals to adjust to the needs of the highway’s location. The obtained results are relevant since just a small stretch of the highway was analyzed. Consequently, harmonizing highways according to its requisites is extremely important when aiming high quality & smaller risks for the users of the highway & its margins. Keywords: Drainage. Highways. Project. Maintenance.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo hidrológico ....................................................................................... 14 Figura 2 - Transposição de talvegue, bueiro e ponte. Fonte: CREA-MT, 2015 ........ 16 Figura 3 - Alagamento na rotatória Fonte: DNIT ....................................................... 24 Figura 4 - Meio Fio Deteriorado Fonte: DNIT ........................................................... 25 Figura 5 - Sarjeta Obsoleta Fonte: DNIT .................................................................. 25 Figura 6 - Mapa do Projeto Fonte: DNIT................................................................... 26 Figura 7 - Mapa das galerias Fonte: DNIT................................................................ 27 Figura 8 - Meio fio sarjeta utilizado Fonte: DNIT ...................................................... 28 Figura 9 - Boca de lobo (planta baixa e corte) Fonte: DNIT ..................................... 29 Figura 10 - Poço de visita (planta baixa e cortes) Fonte: DNIT ................................ 29 Figura 11 - Caixa coletora (planta e cortes) Fonte: DNIT ......................................... 30 Figura 12 - Caixas de ligação e passagem (planta e cortes) Fonte: DNIT ............... 30 Figura 13 - Desague das galerias Fonte: DNIT ........................................................ 33

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Orçamento Projeto ................................................................................. 31

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 13 2.1 Histórico da drenagem .................................................................................. 13 2.2 Drenagens Rodoviárias................................................................................. 13

2.2.1 Impactos da água não drenada sobre o pavimento ..................................... 13 2.2.2 Escoamento Superficial ................................................................................ 14 2.2.2.1 Grandezas associadas ao escoamento superficial. ..................................... 15 2.2.2.2 Estimativa do escoamento superficial. ......................................................... 15 2.2.3 Drenagem de transposição de talvegues ..................................................... 16 2.2.4 Drenagem Superficial ................................................................................... 16 2.2.5 Drenagem do pavimento .............................................................................. 17 2.2.6 Drenagem profunda ..................................................................................... 17 2.2.7 Drenagem de travessia urbana .................................................................... 19 2.3 Problemas de Drenagem Rodoviária ........................................................... 19

2.3.1 Fluxos De Águas Ascendentes .................................................................... 19

2.3.2 Poro pressão ................................................................................................ 20 2.3.3 Capilaridade ................................................................................................. 20 3 METODOLOGIA ................................................................................................. 22 3.1 Objeto de estudo ........................................................................................... 22 3.2 Trechos estudados ........................................................................................ 22 4 RESULTADOS ................................................................................................... 23 4.1 Características ............................................................................................... 23 4.2 Aspectos socioeconômicos ......................................................................... 23 4.3 Problemas detectados .................................................................................. 23 4.4 Solução........................................................................................................... 26

4.4.1 Projeto de solução ........................................................................................ 26 4.4.1.1 Dimensionamento de galerias ...................................................................... 27 4.4.1.2. Dispositivos de drenagem utilizados ......................................................... 28 4.5. Orçamento...................................................................................................... 31 5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 34 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35

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1 INTRODUÇÃO

Um dos maiores ramos da engenharia civil é a construção de estradas,

garantindo o ir e vir de forma eficiente e segura de automóveis. Um dos

componentes principais das rodovias é o pavimento, responsável pela distribuição

de carga, representando uma superfície resistente à abrasão e certas características

quem promovem a segurança de seus usuários. Para garantir o alto desempenho a

longo prazo do asfalto, é necessário apresentar uma grande atenção para um

sistema eficiente de drenagem. O Brasil é contem a quarta maior malha rodoviária

do mundo, com quase 2 milhões de km de estradas, e com isso a necessidade de

manutenção é constante.

Segundo o DNIT, de acordo com as características, os projetos rodoviários

podem ser classificados em três tipos, descritos a seguir.

Projetos de Implantação (Construção) são aqueles que permitem a ligação

entre determinados pontos ou cidades, com liberdade para definição do traçado,

desde que sejam respeitados os pontos obrigatórios de passagens e evitados

aqueles diagnosticados como impróprios durante o desenvolvimento do projeto,

devem ser apresentadas alternativas de traçado, determinadas e caracterizadas as

áreas de influência do projeto e coletados dados de campo visando levantar

informações pertinentes.

Os Projetos de Melhoramento são aqueles que permitem a adaptação da

rodovia já existente às novas condições de tráfego, podendo sofrer pequenas

alterações geométricas, deslocamentos de eixo, alterações de greide, mudanças na

secção transversal da estrada e até implantação de uma faixa adicional.

Projetos de Restauração consistem na renovação do pavimento existente,

quando a vida útil deste estiver esgotada, mantendo-se a mesma categoria da

rodovia, sem alterações.

Todos estes tipos de projetos rodoviários interferem nos compartimentos

ambientais, sejam eles, físicos, bióticos e socioeconômicos, modificando o ambiente

construído e natural e gerando impactos ambientais.

A drenagem rodoviária tem como sua primordial função, eliminação de água

que atinge o corpo da estrada, captar e conduzir essa água para locais que menos

afete a segurança e durabilidade da via.

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Existe um consenso que a água sobre o pavimento asfáltico reduz a sua vida

útil, e esse processo é acelerado ainda mais pelo surgimento de defeitos funcionais

e estruturais nos pavimentos não drenados, ocorrendo também entupimento de

bueiros, diminuição da estrutura dos pavimentos e oxidação e envelhecimento

prematuro do asfalto.

A drenagem divide-se em: Micro-drenagem – rede de coleta e transporte das

águas pluviais até arade de macro-drenagem, constituída por tubulações de

pequeno e médio porte, canais e galerias de pequeno porte, elementos de coleta

(bocas de lobo) e visita (poços de visita). Macro-drenagem – sistema de condução

das águas provenientes da micro-drenagem para os destinos finais (córregos, rios,

etc.) constituído por canais e galerias de médio e grande porte. A micro-drenagem

inclui a coleta e afastamento das águas superficiais ou subterrâneas através de

pequenas e medias galerias, fazendo ainda parte do sistema todos os componentes

do projeto para que tal ocorra. (BOTELHO, 1998).

Como podemos evitar esse problema que é a redução da vida útil e da

eficiência técnica do pavimento, muito comum em nossas rodovias? Justamente

através de uma drenagem eficaz.

O presente trabalho consiste em analisar as condições das rodovias, focando

nas suas condições de drenagem, suas respectivas falhas. A drenagem visa escoar

as águas de forma sutil, segura e eficiente do pavimento da rodovia, assim,

minimizando os danos no asfalto.

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13 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O presente capítulo consiste em buscar, através de pesquisas bibliográficas, artigos,

teses, normas e guias, os conhecimentos necessários para o desenvolvimento sobre

drenagem rodoviária.

2.1 Histórico da drenagem

Desde os primórdios dos tempos, a civilização construía rotas para travessias,

não valorizando os princípios da drenagem, basicamente aderindo a ideia de

escoamento superficial para não danificar a superfície estradal. Ao longo dos tempos

se deu início à necessidade de uma uniformidade, em longo prazo, nos trajetos e

com isso se iniciou o desenvolvimento de pavimentos e de um sistema de drenagem

subterrânea. Com a chegada dos automóveis no fim do século XIX e a sua

disseminação em massa no século XX, viu-se necessário de métodos mais

sofisticados de drenagem porque os automóveis aumentaram a velocidade média

trafegada nessas vias, que derivam numa gravidade maior consequente de alguma

irregularidade no trajeto. Os métodos de drenagem surgem como uma garantia de

segurança da via para os usuários e aumentar a vida útil de seu pavimento.

2.2 Drenagens Rodoviárias

Drenagem rodoviária é o escoamento eficiente das águas sobre o trecho do

pavimento

Segundo o DNIT, a adoção das medidas para a proteção do corpo estradal da

ação prejudicial das águas que o atingem, seja por meio das precipitações, das

infiltrações, da condução através de talvegues, ou mesmo, das existentes sob a

forma de lençóis freáticos ou artesianos. (DNIT, 2006, p.9)

2.2.1 Impactos da água não drenada sobre o pavimento

Segundo AASHTO, 1993 os efeitos da água quando está presa dentro do

pavimento estrutural são:

Redução da resistência da sub-base;

Redução da resistência da base;

Bombeamento no pavimento de concreto, com consequências de

rachaduras e deteriorações;

Bombeamento dos agregados finos, resultando perda de suporte na

rodovia.

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Problemas menos frequentes notados devido a água presa, mas não

limitados apenas:

Perda da ligação entre os agregados e a mistura asfáltica;

Desníveis na camada asfáltica. (AASHTO, 1993)

O excesso de água combinado com trafego intenso e grandes cargas

resultam na redução da vida útil do asfalto, a água pode entrar de formas diferentes

no pavimento, sendo por rachaduras, juntas, infiltração do pavimento ou aquíferos

ininterruptos.

2.2.2 Escoamento Superficial

Figura 1 - Ciclo hidrológico

Fonte: TUCCI, C.E.M. (2006)

Escoamento superficial é a fase do ciclo hidrológico que trata da ocorrência e

transporte de água sobre a superfície.

Durante uma chuva, parte da água pode infiltrar e parte pode escorrer sobre a

superfície do solo (LIBARDI, 1995).

O escoamento superficial abrange desde o excesso de precipitação que

ocorre logo após uma chuva intensa e se desloca livremente pela superfície do

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15 terreno, até o escoamento de um rio, que pode ser alimentado tanto pelo excesso de

precipitação como pelas águas subterrâneas.

Os fatores que influem no escoamento superficial são a quantidade,

intensidade e duração da precipitação, cobertura e condições do uso do solo,

evapotranspiração, área, forma e declividade da bacia, tipo de solo, condições de

superfície, topografia, rede de drenagem e obras hidráulicas presentes na bacia.

2.2.2.1 Grandezas associadas ao escoamento superficial.

Vazão- é o volume de água que atravessa a seção por unidade de

tempo. Normalmente usada em

Coeficiente de escoamento superficial- É a relação entre o volume que

escoa sobre a superfície do terreno e o volume precipitado.

Expressado pela equação = á

Tempo de concentração ( ) – Tempo necessário para que toda a

bacia contribua com escoamento superficial da seção considerada.

Período de retorno ( ) – Tempo médio em anos, que um determinado

evento é igualado ou superado pelo menos uma vez.

2.2.2.2 Estimativa do escoamento superficial.

= ; em que

= vazão máxima de escoamento superficial ;

= coeficiente de escoamento superficial, adimensional;

= intensidade máxima media de precipitação para uma duração

igual ao tempo de concentração, . ℎ ;

= Área da bacia de drenagem, ℎ .

De acordo com SMEDEMA e RYCROFT (1983), o método racional foi

originalmente desenvolvido para estimar vazões máximas de escoamento em

pequenas bacias urbanas, cuja proporção de área impermeável é grande (para as

quais C aproxima-se de um). A ampliação do uso do método racional para áreas

agrícolas é mais apropriada para bacias que não excedem 100 - 200 ha. Para

grandes bacias, com longos tempos de concentração, as condições permanentes e

a uniformidade da intensidade de precipitação assumida são irreais, sendo que

consideráveis erros deverão ocorrer na estimativa da vazão.

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16 2.2.3 Drenagem de transposição de talvegues

Figura 2 - Transposição de talvegue, bueiro e ponte. Fonte: CREA-MT, 2015

Segundo DNIT, no caso da transposição de talvegues, as águas originadas

de uma bacia e que, por imperativos hidrológicos, têm que ser desviadas de maneira

a não comprometer a estrutura da estrada, levando ao seu comprometimento. Esse

objetivo é alcançado com a introdução de uma ou mais linhas de bueiros sob os

aterros ou construção de pontilhões ou pontes transpondo os cursos d'água,

obstáculos a serem vencidos pela rodovia. (DNIT, 2006)

As obras de transposição dos talvegues podem ser feitas por bueiros, pontes

ou pontilhões (figura 1).

2.2.4 Drenagem Superficial

Segundo a VALEC, o Projeto de Drenagem Superficial tem por objetivo

dimensionar os dispositivos capazes de captar e conduzir de forma mais eficiente as

águas superficiais de modo a preservar a estrutura da via, também como não

obstruir seu uso durante precipitações mais intensas. Desta forma, os trabalhos a

serem desenvolvidos devem abordar, basicamente, o dimensionamento dos

seguintes dispositivos:

Sarjetas de aterro;

Valetas de proteção para cortes e aterros;

Sarjetas de corte;

Sarjeta das banquetas de corte e aterro. (Valec, 2014)

De forma mais ampla, ainda se tem os dispositivos, sarjeta de canteiro centra,

descidas de água, saídas de água, caixas coletoras, bueiros de greide, dissipadores

de energia, escalonamento de taludes e cota-rios, e também importante acrescentar,

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17 que um projeto de drenagem superficial rodoviária, tem que ser feito de modo a se

compatibilizar com os requisitos operacionais dos dispositivos e seus custos de

execução.

2.2.5 Drenagem do pavimento

A presença água ocasiona dentro do pavimento uma deterioração de sua

estrutura, por tanto faz-se necessário adotar métodos de drenagem dentro do

próprio asfalto.

Seguindo a linha de raciocínio do DNIT, as águas atravessam os

revestimentos em uma taxa de 33% a 50% nos pavimentos asfálticos e de 50% a

67% nos pavimentos de concreto, que derivam em problemas na sua sub-base e

base, caso seja desrespeitado a necessidade de dispositivos de drenagem.

Os dispositivos de drenagem do pavimento são:

Camada drenante – É uma cada formada por material granular, que é imposta

abaixo do revestimento, que tem o objetivo de drenar as águas provenientes das

infiltrações e elimina-las da pista de rolamento.

Drenos rasos longitudinais – São os drenos que recebem as águas da

camada drenante, que em casos a vazão é atingida, elas são auxiliadas pelos

drenos laterais de base e transversais, que drenam água para fora da faixa estradal.

Drenos laterais de base – Apresenta a função de drenar as águas que se

infiltram na camada de base do pavimento, de forma mais comum, nas situações

que o material dessa base apresenta permeabilidade baixa, induzindo assim as

águas para um local mais adequado.

Drenos transversais – Impostas de forma transversal a pista de rolamento,

esses drenos são, usualmente, indicadas para serem instaladas em localizações de

pontos baixos em curvas côncavas e locais em que necessita a drenagem das

bases permeáveis. (DNIT, 2006)

2.2.6 Drenagem profunda

As águas das chuvas apresentam a condição de se infiltrar no solo, e mais

ainda em solos mais propícios a tal, formando assim os lençóis subterrâneos. Sendo

assim, na hora de projetar uma estrada, é necessário estudar as influências

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18 topográficas, o tipo de solo e a pluviometria da região para antecipar a localização

de possíveis lençóis, projetando assim, drenos que possam culminar na harmonia do

ciclo hídrico subterrânea com a estrutura do pavimento.

A drenagem profunda se divide em:

· Drenos profundos;

· Drenos espinhas de peixe;

· Colchão drenante;

· Drenos sub-horizontais;

· Valetões laterais;

· Drenos verticais.

Os drenos profundos têm por objetivo principal interceptar o fluxo da água

subterrânea através do rebaixamento do lençol freático, impedindo-o de atingir o

subleito. (DNIT, 2006, p. 234)

A DNIT (2006, p. 249) denomina como drenos em espinhas de peixe da

seguinte forma: “São drenos destinados à drenagem de grandes áreas,

pavimentadas ou não, normalmente usados em série, em sentido oblíquo em

relação ao eixo longitudinal da rodovia, ou área a drenar. ”

O colchão drenante tem como objetivo retirar ás águas situadas nas

profundidades mínimas do corpo da estrada, nas quais os volumes não são retirados

pelos drenos de espinha de peixe. (DNIT, 2006)

As aplicações dos drenos sub-horizontais consistem na prevenção e correção

de escorregamentos que, em caso de instabilidades, possam acarretar na elevação

do lençol freático. Em caso de escorregamento de grande escala, a adoção desses

drenos se torna uma solução viável economicamente. (DNIT, 2006)

Existem casos em que se recomendam os valetões laterais formados a partir

do bordo do acostamento, sendo este valetão constituído, de um lado, pelo

acostamento e do outro pelo próprio talude do corte, processo este designado por

falso-aterro. (DNIT, 2006, p. 258)

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19

Há casos de rodovias serem sobrepostas em terrenos compostos por solos

moles, o que acarreta em iminentes instabilidades. Em casos no qual o processo de

adensamento é lento, a utilização de drenos verticais coopera com a estabilização

desse solo, consolidando a sua fundação e adensando-o de forma mais imediata.

(DNIT, 2006)

2.2.7 Drenagem de travessia urbana

A drenagem de travessia urbana aparece para suprir a carência de

escoamento das águas num cenário de coincidência da malha rodoviária com a

urbana. As construções urbanas retêm a água na superfície de forma mais ampla

que os solos naturais, sendo assim de suma importância uma atenção especial para

drenar a água de forma eficiente e segura, para que não haja riscos para a

população e a rodovia.

A divisão das drenagens de travessia urbana, de forma mais geral, se dá por:

·Sarjetas

·Bocas de lobo

·Poços de visita

·Galerias

Em trechos urbanos a drenagem deve ser tratada de forma mais específica e

detalhada, não se aplicando a sistemática adotada em trechos rurais, uma vez que

aqui não está envolvida, somente a segurança do veículo e do seu usuário, mas

também, de toda a população urbana que vive as margens da rodovia. (DNIT, 2006,

p. 267)

2.3 Problemas de Drenagem Rodoviária

As rodovias estão sempre sujeitas a uma grande área exposta a águas

provenientes de várias fontes. Sendo algumas delas citadas abaixo.

2.3.1 Fluxos De Águas Ascendentes

Proveniente das precipitações recentes ocorridas na região, os fluxos de água

ascendem diante da menor resistência do pavimento asfáltico comparando-se ao

solo, gerando danos contínuos as rodovias.

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Necessitando de cuidados especiais quando as obras são implementadas

durantes períodos de secas, quando os fluxos são inexistentes ou reduzidos. Mesmo

assim sendo necessário se levar em conta para redução de danos futuros.

2.3.2 Poro pressão

Uma das mais prejudiciais ações do tráfego e da água ocorrida no interior da

estrutura dos pavimentos, não sendo relacionada com a capacidade de suporte do

subleito.

As pressões de bombeamento que surgem no interior do pavimento quando

solicitado pelo tráfego constituem o principal mecanismo causador de danos ás

estruturas, constituídas por camadas com materiais cimentados ou não (FWA, 1987)

Quando existem camadas da estrutura do pavimento com montante água em

excesso, criam-se ações de pressões pulsantes quando o trafego exige uma

solicitação de resistência da estrutura.

Utilizando do princípio de pascal, vê-se as tendências que as pressões da

superfície destas camadas, serão propagadas para as partículas deste ambiente

saturado.

Se o pavimento apresentar revestimento trincado, os impactos pesados sobre

o pavimento geram movimentos de águas pela interface entre o revestimento e sua

base, expelindo o material através de suas trincas, enfraquecendo a estrutura do

pavimento, gerando danos que conduzirão a falência da estrutura se não houver

reparos ou reformas.

Conforme falado as consequências da poro-pressão são:

Desarranjo da estrutura das camadas granulares;

Bombeamento de finos e consequente desagregação e erosão das

camadas granulares;

Abrasão ás camadas cimentadas.

2.3.3 Capilaridade

No solo, existem vazios que se comunicam em todas as direções, formando

uma rede de tubos capilares, se um solo com essas condições, for exposto a água

em sua parte inferior, a mesma subira pelos seus tubos capilares dependendo de

sua dimensão e a exposição de água, podendo gerar infiltrações no solo.

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A capilaridade produz uma elevação da água acima do nível freático. Sendo

inversamente proporcional à altura atingida com o diâmetro dos tubos.

De acordo com MOULTON (1980) a água proveniente da ascensão capilar

não pode ser drenada pela ação da gravidade. Sendo uma forma de controlar a

umidade capilar, a implantação de uma camada de bloqueio ou camada drenante.

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22 3 METODOLOGIA

Segundo Alencastro (2006), a metodologia da pesquisa tem como objetivo,

assegurar a concordância entre as diversas fases de uma pesquisa. Nesta etapa,

são determinadas estratégias para se conseguir atingir os objetivos elaborados,

visando sempre buscar os meios mais cabíveis para se alcançar tais objetivos.

Uma condição plena de uma rodovia pode alongar sua vida útil e a segurança

de seus usuários, proporcionando menores filas em trânsitos por ter maior

velocidade média em seu trajeto.

3.1 Objeto de estudo

O ponto em estudo é a rotatória da Policia Rodoviária Federal na qual cruzam

as rodovias BR- 104 e BR- 316 que apresentou problemas de drenagem.

A rotatória se encontra no km 97,7 da BR-104/AL ou Km 275 da BR-316/AL

sendo um dos trechos mais movimentados da cidade de Maceió.

3.2 Trechos estudados

O estudo se trata do processo de solicitação encaminhada a unidade regional

do DNIT, em Alagoas, visando a adoção de providencias corretivas visando sanar

problemas de alagamento e surgimento de buracos ao longo da rodovia BR-316/AL,

no segmento alcunhado de “Via Expressa” (km 275 ao km 285).

A nossa pesquisa será direcionada a este trecho, analisando suas falhas,

condições de drenagem e suas soluções.

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23 4 RESULTADOS

O presente capitulo consiste em relatar todos os dados que foram apurados

sobre o objeto de estudo. Sendo analisadas as precariedades apresentadas, o

diagnóstico do problema, suas soluções e os dispositivos para aliviar a drenagem

deste local.

4.1 Características

A rodovia BR-316, com 285,9 km integra a malha rodoviária do estado de

alagoas, cruzando todo estado no sentido Leste-Oeste, ligando as cidades de

Maceió, Pilar, Atalaia, Palmeira dos Índios e Santana do Ipanema, e assim,

chegando à divisa com o estado de Pernambuco, que demonstra a importância

socioeconômica da rodovia.

4.2 Aspectos socioeconômicos

A rotatória é um ponto de encontro de dois dos principais acessos da cidade

de Maceió, sendo a única que serve como rota de caminhões provindos de outros

estados e do interior, servindo também como via ao porto de Jaraguá, que é um dos

maiores polos açucareiros do mundo, e o polo industrial de Maceió. Por esses

aspectos, apresenta grande importancia no aspecto comercial e industrial. A mesma

também serve como acesso para o maior campus universitário, o maior aeroporto e

um dos maiores hospitais do estado de Alagoas ao restante da cidade.

4.3 Problemas detectados

Apesar da existência de contrato de manutenção rodoviária no local, os

resultados apresentados foram pífios e provisórios no que diz respeito a drenagem,

pois havia somente a existência de um contrato tipicamente de conservação

rodoviária, que não contemplava com as grandes modificações geradas na

drenagem superficial da via, decorrentes da expansão imobiliária das áreas vizinhas

a sua diretriz, sem a devida preocupação com a drenagem de seus loteamentos.

Assim, os talvegues secos foram modificados, bueiros tamponados, saídas e

descidas de águas obstruídas ou eliminadas durante a construção de acessos, ruas

laterais implantadas acima do greide da rodovia e aumento do coeficiente de

deflúvio, em virtude da redução de áreas com vegetação. Esses fatores contribuem

para o escoamento indisciplinado das águas superficiais sobre o pavimento já

desgastado da rodovia, servindo de empecilho para a sua adequada fluidez e

facilitando o surgimento de defeitos, especialmente a profusão de buracos.

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Figura 3 - Alagamento na rotatória

Fonte: DNIT

O trecho em destaque se localiza na zona da mata alagoana, que apresenta

chuvas frequentes e um grande potencial para chuvas torrenciais, aumentando

assim a ocorrência de alagamentos.

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Figura 4 - Meio Fio Deteriorado

Fonte: DNIT

Figura 5 - Sarjeta Obsoleta Fonte: DNIT

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26 4.4 Solução

Diante das precariedades apresentadas, consequentes de uma drenagem

deficiente, da crescente atividade econômica e comercial da região, revelou-se

necessário a implantação de mudanças no tal sistema de drenagem, para que a via

possa atender a demanda de seus usuários de forma segura e adequada.

4.4.1 Projeto de solução

O projeto de viabilização de drenagem adotado consiste na implantação de

um sistema de drenagem, no trecho urbano da rodovia BR-316/AL no segmento: Km

274,9 – Km 276,1, totalizando um total de 1,2 Km. O segmento tem início na rótula

de entroncamento da BR-316/AL com a BR-104/AL, onde está um posto da Polícia

Rodoviária Federal, se estendendo até as proximidades da lagoa de

macrodrenagem do tabuleiro.

Figura 6 - Mapa do Projeto

Fonte: DNIT

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27 4.4.1.1 Dimensionamento de galerias

Como a chuva se apresenta como o agente causador de maior

preponderância. Com o objetivo de coletar essas águas pluviais da região foram

dimensionadas galerias tubulares variadas em função da vazão de contribuição,

sendo a denominação da seguinte forma:

GALERIA 1: Posicionada na rotatória da BR-316/AL com a BR-104/AL

(Entroncamento Avenida Durval de Góes Monteiro, Avenida Menino Marcelo e Rua

Edgar de Góes Monteiro) com tubulações de 60 cm de diâmetro;

GALERIA 2: Com início na rotatória da BR-316/AL com a BR-104/AL,

seguindo pelo lado direito da Avenida Menino Marcelo (BR-316/AL) até a Lagoa da

Coca Cola, com tubulação de 1,2 m de diâmetro em toda a sua extensão;

GALERIA 3: Com início no deságue de uma sarjeta de corte projetada,

nas proximidades da rua F, no lado esquerdo da Avenida Menino Marcelo (BR-

316/AL) até a Lagoa da Coca Cola, iniciando com uma tubulação de 80 cm de

diâmetro em 172 m de sua extensão e concluindo com 1 m de diâmetro em 249 m

da extensão final, assim totalizando 421 m de tubulações.

Figura 7 - Mapa das galerias Fonte: DNIT

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28 4.4.1.2. Dispositivos de drenagem utilizados

Os dispositivos utilizados foram de acordo com o padrão adotado pela

prefeitura de Maceió na época, cujas características são:

Meio fio sarjeta: Foram projetados as margens da pista de rolamento,

visando delimitar o limite físico da via e ordenar o fluxo de água e de veículos, sendo

adotado o tipo MFC-03; (Figura 7)

Figura 8 - Meio fio sarjeta utilizado

Fonte: DNIT

Sarjeta de corte: Para coletar as águas provenientes da plataforma e

dos taludes de corte foram previstas sarjetas de corte tipo STC-01;

Bocas de lobo (BL): Para a coleta das águas provenientes dos meios

fios sarjeta, foram previstas bocas de lobo simples e dupla com grela de concreto,

seguindo as diretrizes de drenagem do DNIT;(Figura 8)

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Figura 9 - Boca de lobo (planta baixa e corte)

Fonte: DNIT

Poço de visita (PVI): Estes dispositivos foram previstos para permitir a

mudança de direção das galerias, nas quais estão conectados, bem como para

receber as águas provenientes das bocas de lobo. (Figura 9)

Foi utilizado o tipo PVI 06, e os tipos PVI-11 e PVI-17 nos casos onde foram

projetados degraus com 0.50m e 1.00m, respectivamente;

Figura 10 - Poço de visita (planta baixa e cortes)

Fonte: DNIT

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Caixa coletora: Este dispositivo é responsável pelo armazenamento de águas provindas das sarjetas e das bocas de lobo fazendo ligação para as galerias;

(Figura 10)

Figura 11 - Caixa coletora (planta e cortes)

Fonte: DNIT

Caixas de ligação e passagem: Estes dispositivos foram previstos para

permitir mudanças de diâmetros das tubulações das galerias. (Figura 11)

Figura 12 - Caixas de ligação e passagem (planta e cortes)

Fonte: DNIT

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31 4.5. Orçamento

Inicialmente foi previsto um orçamento de R$ 1.186.096,01, porém houve

mudanças no projeto e imprevistos, causando um aumento de 23,40% no valor

orçado inicialmente, gerando um acréscimo de R$ 277.531,22 sendo seu orçamento

total de R$ 1.463.627,33. (Quadro 1)

Quadro 1 – Orçamento Projeto

Fonte: DNIT

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32

As mudanças no projeto inicial foram levando em consideração o grande

desenvolvimento econômico na área em questão, onde ocorreram intervenções com

implementação de aterros, revestimento com paralelepípedos, instalação de grades

para limitação de estacionamentos e construção de canteiros, por parte dos

comerciantes.

Diante destes fatos, foram efetuadas alterações para melhor atender a

necessidade da rodovia. Sendo alguns deles:

Os meios-fios previstos inicialmente foram do tipo MFC1, que foram

posteriormente substituídos por meios-fios do tipo MFC3, pois tem a largura de 65

cm, algo que a rodovia não comportaria e o MFC3 tem apenas 25 cm de largura

atendendo assim as necessidades da rodovia.

Para melhor atendimento a fiscalização e obediência ao projeto

executivo, as Bocas de lobos projetadas do tipo boca de lobo simples com

dimensões 0,60 m x 0,90 m sofreram duas alterações visando melhoras em seu

funcionamento.

Nas entradas de estabelecimentos foram adotada boca de lobo dupla com

grelha de concreto com dimensões 0,40 m x 0,70 m, tendo sua contribuição de

captação garantida.

Foi também adotado tipo de meio fio vazado para adequar a boca de lobo ao

bordo da rodovia, retirando assim a grelha do possível trajeto de veículos que

trafegam pela pista de rolamento.

Devido à grande quantidade de chuvas apresentadas na região, o

projeto apresentava a construção de 55,00 m de bueiro com diâmetro de 1,20 m a

partir da caixa 2 desaguando na lagoa da Coca Cola, ao lado de uma já existente

galeria de 0,80 m de diâmetro. Apresentando uma área interna total de 1,634 m²,

que foram substituídas posteriormente por uma galeria única de 1,50 m de diâmetro,

apresentando área interna de 1,767 m², satisfazendo em 8,14% além do que foi

projetado inicialmente, garantindo um desague satisfatório das galerias

apresentadas.

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Figura 13 - Desague das galerias Fonte: DNIT

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34 5 CONCLUSÃO

A adaptação do projeto como a manutenção dos dispositivos já existentes, foi

capaz de conter os problemas existentes da drenagem no trecho em obra,

aumentando a vida útil da rodovia e minimizando os danos ao trecho.

Não sendo somente a manutenção responsável pela boa drenagem, tendo

que também os cidadãos terem consciência de não jogar dejetos ao leito da rodovia

pois isso acaba impedindo bueiros de terem seu uso normalizado e as águas de

correrem normalmente pelo canteiro que foi destinado para isso.

Levando em consideração que o Brasil é um país que está em

desenvolvimento ainda, os projetos são subdimensionados levando em

consideração ao tempo de uso e que seriam necessários para o desenvolvimento de

certas regiões, como foi o caso do ponto estudado para a conclusão deste trabalho.

No Brasil por ser um país em desenvolvimento e apresentar uma enorme

quantidade de corrupção política, a alocação das verbas é algo que passa longe do

ideal para a manutenção correta, assim dificultando também manter a qualidade

rodoviária sem seus recursos devidamente repassados, como visto no projeto que

apesar de existir uma licitação para manutenção da rodovia, ela não foi feita

devidamente, algo que poderia ter evitado os problemas aqui descritos.

Com a construção de pontos industriais e comerciais às margens da rodovia,

e os mesmos não tendo as preocupações necessárias com a drenagem,

colaboraram para a deterioração rodoviária.

Tendo a drenagem ideal para rodovias e sua devida manutenção ajudaria a

mesma aumentando sua durabilidade, melhorando as condições para os veículos

que se locomovem, menor quantidade de buracos, gerando maior segurança para

todos, facilitando também o transporte de mercadorias que é bem intenso por este

trecho, que evita gastos públicos para reformas grandes e transtorno para a

sociedade durante estas reformas que causam engarrafamentos ou transito lento

pela região em reforma.

Durante a manutenção da rodovia estudada, foram feitas mudanças

ocasionando um aumento de 23,40% no orçamento, que pode ser considerado um

valor alto, mas levando em consideração o tempo que irá levar para ocasionar novos

problemas para manutenção ou reformas, acaba gerando um melhor aproveitamento

do tempo e do investimento público utilizado.

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REFERÊNCIAS

AASHTO. American Association of State Highway and Transportation Officials. Guide for design of pavement structures. Washington D.C. 1993

ALENCASTRO, J. P. U. Diagnóstico das práticas de coordenação e compatibilização de projetos no mercado de construção civil de Florianópolis-SC. 2006, 124p. Dissertação de Pós-Graduação em arquitetura e urbanismo. Universidade Federal de Santa Catarina. 2006.

BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do Solo. Piracicaba: Livroceres, 1990, 355 p.

BOTELHO, M. H. C. Águas de chuva: engenharia das águas pluviais nas cidades. 2.ed. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1998.

DNIT. Manual de acesso às rodovias federais. Rio de Janeiro, 2006. (Versão Preliminar).

FWA, T.F. Water-induced distress in flexible pavement in a wet tropical climate. Transportation Research Record 1121, p.57-65, 1987

MOULTON, L.K. Highway Subdrainage Design. Report nº FHWA – TS – 80.224 – Federal Highway Administration, p. 162, ago. 1980

LIBARDI, P. L. Dinâmica da água no solo. 1.ed. Piracicaba, 1995. 497 p.

SMEDEMA, L.K.; RYCROFT, D.W. Land Drainage. Ithaca: Cornell University Press, 1983. 377p.

VALEC. Engenharia, Construções e ferrovias. Ministério dos transportes. Drenagem superficial e proteção contra erosão. 2014