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Problemas e abordagens do processo de constituição dos Estados Modernos CROSSMAN, R.H.S., Biografia Del Estado Moderno, México, Fondo de Cultura Econômica, 1941, pp. 16-48.

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Problemas e abordagens do processo de constituição dos Estados Modernos

CROSSMAN, R.H.S., Biografia Del Estado Moderno, México, Fondo de Cultura Econômica, 1941, pp. 16-48.

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II – Os primórdios do Estado Moderno

1 – Nação e Estado

- Observações preliminares: Mundo de conflitos = Democracia, Fascismo e

Comunismo = credos defendidos e combatidos que levam à guerra.

Conflitos = internos e externos. No mundo moderno = Estado influencia no mais

íntimo da vida privada. Necessidade de consciência dos cidadãos = pelo que

vale a pena viver e morrer = avaliação das opções e riscos correspondentes.

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Nação e Estado Diferenças e semelhanças entre formas de governo = distâncias

dentro de uma mesma experiência histórica global = ESTADO MODERNO = industrialização, racionalização da produção, meios e vias de comunicação = unidade na técnica de produção e civilização comum.

Formas de governo ocidentais = espécies de ESTADOS-NAÇÃO = forma de autoridade centralizada desconhecida antes do séc. XVI = sistema político generalizado na civilização ocidental.

“Nação e Estado” == aspectos da ordem social ocidental.

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Nação e Estado

= estudar o Estado-Nação para depois analisar diferentes tipos de governo modernos == primazia histórica do fenômeno, lógica sobre a qual se erigem teorias e práticas atuais.

Estado-nação surge de transformações históricas de natureza econômica e social entre os séculos XIII e XVI na Europa.

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II – Os primórdios do Estado Moderno

2 – A ordem medieval diferente da contemporânea:

economia mundializada = ciência e comunicação

homem medieval = local, economia eminentemente agrícola, tendente à auto-suficiência, governo descentralizado (nas mãos de senhores), hierarquia social e de poderes (obediência e obrigações), leis costumeiras e tradicionais.

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2 – A ordem medieval

Estabilidade política = alianças.

Características fundamentais = lento sistema econômico, distribuição descentralizada e hierarquizada do poder; instituição universal e internacional: Igreja.

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2 – A ordem medieval

Igreja = senhora temporal e Igreja = senhora temporal e espiritual do mundo espiritual do mundo civilizado.civilizado.

Teologia como suma do conhecimento e sabedoria;

Crença na natureza universal da lei independente da razão humana, verdades eternas;

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2 – A ordem medieval

Lei: marco decisório e comportamental transcendente para governantes;

Rei: direção do “povo” dentro desses limites;

Teoria política: ramo da filosofia, que era aspecto da teologia = embora separasse esferas temporal e espiritual do poder, afirmava que o exercício do poder deveria garantir a salvação da alma.

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2 – A ordem medieval

Sacro Império: construção política correspondente ao espírito universalista = associação e lutas com o Papado.

Imperador: lutar contra Papa e senhores locais = variações temporais e de intensidade do poder imperial;

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2 – A ordem medieval

Idéias medievais de Igreja e Império, representação e autoridade, propriedade e liberdade = remotas = tradicionalismo não racionalista.

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2 – A ordem medieval

Exemplos: Inglaterra: tradicionalismo que rompe com

a Idade Média através da Reforma = negação da supremacia do Papa e do Imperador.

EUA: filosofia política e atos deliberados de eleição que rompem com o mundo europeu = política é política, negócios são negócios == Estado-nação moderno.

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2 – A ordem medieval

compromisso entre Igreja universalista e príncipes regionais dependia da estabilidade do mundo de relações feudais e da capacidade desses senhores de manter o poder local sem sujeição a um poder regional;

equilíbrio precário entre poderes universalistas e particularistas.

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2 – A ordem medieval

Transição lenta para o Estado-nação moderno: Renascimento e Reforma aceleraram o ritmo das transformações e completam ruptura em curso == revoluções políticas ocorrem ao fim de um processo econômico e social.

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Transição lenta para o Estado-nação moderno

Desequilíbrio entre poderes e legitimidade de poderes universalistas = teorias da supremacia do poder imperial e papal, e teoria do Estado.

= século XVI = nova linguagem conceitos e definições para expressar as transformações nas relações de poder.

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3 – O monarca absoluto. Maquiavel. Maquiavel – Florença, 1469-1527

prática da política de seu tempo = não acadêmico

arte de adquirir o poder e conservá-lo; erros que o príncipe deve evitar cometer.

O príncipe: manual para governante = não se refere à moralidade, nem método científico ou religioso.

Expressa essência do Renascimento com o nascimento da teoria do Estado-nação.

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3 – O monarca absoluto. Maquiavel.

Contexto:

anarquia na Itália do norte: cidades livres que resistem à autoridade imperial;

expansão do comércio, melhores condições de comunicação;

“proteções” medievais: elementos limitadores da expansão das iniciativas humanas;

reinados absolutos se iniciam na França, na Espanha, e logo na Inglaterra;

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Contexto:

preceitos de legalidade e ordem medievais são superados = instituições republicanas.

Para Maquiavel: Estado não poderia prosperar onde moral havia falhado (crítica à Igreja); liberdade citadina não poderia ser mantida pelo constitucionalismo e pela moralidade tradicionais.

“A primeira tarefa do governo é governar” = a humanidade e a justiça só são possíveis numa sociedade onde a autoridade central seja obedecida.

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Filosofia de “O Príncipe”:

1) Em todos os Estados existe um poder supremo, o soberano Maquiavel considerava o papado como causa principal da

debilidade da Itália; Igreja: não era suficientemente forte para submeter toda a

Itália, e não permitia que nenhuma potência o fizesse; Crítica: busca de um país unido e próspero; Itália desunida,

presa de outros poderes e interesses. Desdobramentos: mundo passa a se dividir em territórios ou

Estados cujas leis devem ser promulgadas por um únio governo central.

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Filosofia de “O Príncipe”:

2) O controle do poder é a justificativa da soberania desaparecimento da Igreja na ordem medieval: segurança

desaparece também. Homens: ambição e liberdade == imposição de sua

vontade pela força == para Maquiavel, são anti-religiosos e anti-sociais.

Modelo: cidades da Grécia Antiga: homens unidos numa comunidade livre = racionalismo.

“espírito de imposição do EU” = nova classe de governantes, comerciantes e aventureiros = governante amoral e massas submetidas.

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Filosofia de “O Príncipe”:

Rei: proporcionar às massas moralidade e religião, mas não estar a elas submetido; legislador supremo, não se submete a elas, que são seu instrumento de soberania.

Problemas do governo como imbuir as massas de religião e moral para que se

eduquem como membros úteis do Estado; como comportar-se com a maioria dos homens livres,

príncipes de outros Estados, ou rivais dentro de seus domínios.

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Filosofia de “O Príncipe”:

Maquiavel: crítica de seu tempo fora de tempo: realista que não considerava os problemas essenciais de sua época.

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4 – A Revolução econômica e a Reforma.

4 mudanças: descobrimento de novas fontes de

riqueza além-mar; desenvolvimento das finanças

internacionais; revolução nos métodos de cultivo da

terra e da distribuição da propriedade; a Reforma.

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Mudanças:

rotas mediterrânicas orientais medievais = dominadas por venezianos que comerciavam com cidades alemãs livres;

séc. XIV e XV = decadência = espanhóis e portugueses inundam Europa com ouro e prata coloniais == centro do poder econômico pende para o Oeste do continente.

Tomada de Constantinopla: coroa processo. Aumento da importância econômica da Inglaterra

e Países Baixos

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Mudanças:

Nações européias constituem seus impérios coloniais, exploram colônias e impõem o cristianismo. Novas empresas mercantis necessitam de capital;

expansão do comércio necessita de novo sistema bancário internacional;

Desenvolvimento de uma classe nova de mercadores, diferentes dos comerciantes medievais = burguesia endinheirada que controlava meios de circulação == financiam campanhas militares dos reis;

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Mudanças:

Problema do aparecimento do capitalismo e suas relações com a Reforma == não simplificar == Espanha e Portugal, imperialistas, permanecem católicos; Escócia: pouca relação com o imperialismo colonialista da Idade Moderna.

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Mudanças:

Revolução econômica, riqueza terrena e cristãos = filosofia da propriedade individual acabou com o equilíbrio moral do mundo.

Imperadores, papas e reis passam a depender da burguesia, cujas práticas condenam == Lutero == resultado dessa contradição entre teoria e prática.

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Mudanças:

Denúncia ao secularismo eclesiástico (riqueza, corrupção) == reformadores atacam Igreja.

Imprensa: acesso e reforço do indivíduo == Lutero == bíblia como fonte de verdade, a nação como fonte de poder.

Reforma: faz pouco pelo problema social ==contra a moralidade camponesa medieval; prega obediência passiva às autoridades civis == guerras camponesas e sua repressão.

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Efeitos indiretos

confisco dos bens eclesiásticos e sua redistribuição = novos ricos = acumulação de capital, terras como propriedade privada administradas por homens de negócios;

terra passa a ser bem móvel, sem implicar fundamento de obrigações recíprocas;

novas idéias para ciência e negócios = indústria, negócios bancários, utilização da razão.

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Efeitos indiretos

acomodação de crenças religiosas, lei e moral às novas condições == nova filosofia de vida com o Calvinismo.

Calvino = França, 1509; Genebra, 1564 Erudito = movimento que moldou as

mentalidades das classes dominantes da França, Suíça, Grã-Bretanha, EUA.

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Efeitos indiretos

Austeridade e energia = submissão voluntária à vontade divina, sem intermediários.

Diferença entre usura e acúmulo lícito de capital;

Igreja de Genebra: autoridade de eleitos, bíblia como fonte de verdade.

Predestinação absoluta == disciplinamento ético individualista.

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BOBBITT, P., A Guerra e a Paz na História Moderna, Rio de Janeiro, Campus, 2003.

APRESENTAÇÃO GERAL = obra que relaciona Direito, História e Estratégia

OBJETIVO CENTRAL = determinar o papel da guerra nas Relações Internacionais e na constituição dos Estados, ou seja, o papel da guerra na história das relações internacionais.

TESE CENTRAL = as inovações estratégicas implicam e condicionam as inovações constitucionais = são suas inter-relações que produzem modificações na ordem constitucional do Estado; as guerras criam e moldam Estados, e estes, mantendo sua legitimidade, podem manter a paz

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PERSPECTIVA TEÓRICA

KANT, BETHAM, WILSON, ROOSEVELT Guerra é condição de desordem internacional

== remediada pelo desenvolvimento do direito internacional e reprimida por tribunais apropriados

Para democracias ocidentais = ONU e Tribunais Mundiais

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PERSPECTIVA TEÓRICA

MAQUIAVEL, HEGEL, BOBBITT Guerra faz emergir o Estado, que se alimenta

dela == Estado nasce como instituição para garantir a paz, defesa de seus membros == através da guerra == êxito == ordem constitucional (arranjos financeiros, organização das forças armadas)

Relações Internacionais = relações de força entre Estados soberanos

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PERSPECTIVA TEÓRICA

CONCEITO DE GUERRA MOMENTOSA = como a natureza do Estado é determinada pelas inconstantes demandas das guerras, e desenvolve-se por meio delas, as Guerras Momentosas são aquelas que promovem essas transformações tanto na constituição dos Estados quanto de suas relações.

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BOBBITT, P., “Dos Príncipes aos Estados Principescos” IN: A Guerra e a Paz na História

Moderna, Rio de Janeiro, Campus, 2003, pp. 69-87.

Condições históricas européias para a emergência do Estado Moderno

França, Itália e Europa central = estruturas paralelas e interdependentes = Igreja universal e sistema feudal de pequenos príncipes.

Características jurídicas da sociedade medieval: natureza horizontal, não há estados distintos.

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“Dos Príncipes aos Estados Principescos”

Sociedade política = 4 setores funcionais coexistentes:

Nobreza, clero, burgueses, camponeses, alguns estruturados de forma vertical, relativa autonomia de autoridades de um setor em relação ao outro.

Poderes verticais limitados horizontalmente

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“Dos Príncipes aos Estados Principescos”

O que tinha a Europa Medieval para ser o berço do sistema de Estado e suas respectivas regras do direito internacional?

Igreja medieval = burocracia que regulava comunidades e culturas diversas e podia ser posta a serviço de outras autoridades políticas (aparato administrativo = clerk, clergy);

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“Dos Príncipes aos Estados Principescos”

O que tinha a Europa Medieval para ser o berço do sistema de Estado e suas respectivas regras do direito internacional?

Natureza bidimensional da Europa medieval = universalidade da cristandade correspondia à diversidade étnica, tribal e cultural; instituição universal circunscritiva proporcionava aos príncipes meios e motivos para desenvolver corpo de práticas jurídicas amplas;

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“Dos Príncipes aos Estados Principescos”

Papa é autoridade à qual se apela e à qual se resiste; cultura jurídico-internacional; restrição para a guerra generalizada contra cristãos (e as de expansão sancionadas: Reconquista, Cruzadas).

Príncipes = não eram territoriais, não se identificavam com localidade e habitantes; governavam reinos rudimentares (sem aparelho administrativo permanente), mas já possuíam relações jurídicas entre si (declaração de guerra, tratados etc.).

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DEFINIÇÕES Estado = infra-estrutura permanente para

recolher receita, organizar apoio logístico e determinar as disposições de comando necessárias para os exércitos (indispensáveis para resguardar o reino) == objetivo == governar segundo a vontade do governante;

Estado = proporcionar segurança ao governante == legitimidade

Príncipes Renascentistas = necessidade de forças armadas mais seguras e profissionais == Estado Renascentista =

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DEFINIÇÕES – PROCESSO GERAL

ESTADO MODERNO = nascido da transição do governo dos príncipes para os Estados Principescos;

consciência da existência de entidades jurídicas à parte da sociedade civil == Estado Moderno é também distinto do príncipe ou de outro líder que exerce o poder.

Estado assume características jurídicas e materiais do ser humano = legitimidade, personalidade, continuidade, integridade e soberania.

Órgão supremo de governo que emprega pessoal especializado:

o serviço civil – execução das decisões o serviço militar – apoio pela força

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DEFINIÇÕES – PROCESSO GERAL

= RAGIONE DI STATO = Estado como situação institucionalizada; Deveres do cidadão = recrutamento Burocracia civil = mais confiável Leis = “justiça e armas”; Análise da contingência = racionalidade do observador; Instituição que objetivasse a vontade do príncipe, mas distinta

dele == perigos estratégicos da Itália;

ESTADO PRINCIPESCO = estratégia = ESTADOS REAIS