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PROBLEMÁTICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

EM ARACAJU

DIAGNÓSTICO

SINDUSCON-SE Sindicato da Indústria da Construção Civil em Sergipe

PROJETO COMPETIR – SEBRAE / SENAI / GTZ

EMSURB

Empresa Municipal de Serviços Urbanos

SEMA Secretaria Estadual do Meio Ambiente

UFS

Universidade Federal de Sergipe

Aracaju - 2005

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A PROBLEMÁTICA DOS RESÍDUOS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL EM ARACAJU

Realização

PROJETO COMPETIR – SENAI/SEBRAE/GTZ (Coordenação)

Comissão do Meio Ambiente do Sinduscon-SE – COMAB/SINDUSCON

(Coordenação)

Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SEMA

Universidade Federal de Sergipe - UFS

Empresa Municipal de Serviços Urbanos – EMSURB

Equipe Técnica

Prof. Dr. José Daltro Filho (UFS) - Coordenação

Enga. MSc. Arilmara Abade Bandeira (SENAI/CETICC)

Eco. MSc. Ismeralda Mª Castelo Branco do Nascimento Barreto (SEMA)

Enga. MSc. Leonilde Gomes da Silva Agra (EMSURB/PMA)

Estagiários

Eng. Civil /UFS

Ariclenes Bruno de Jesus Nascimento

Gustavo Henrique Santana Dantas

Michella Graziela Santos Silva

Engª Ambiental – UNIT

Cleber Marinho Brito de Pinho

Thiago Carlindo Ferreira Soares

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Os autores agradecem:

À Construtora Celi Ltda;

À M&C Engenharia Ltda;

A todos os participantes da COMAB/SINDUSCON;

Ao Sr. José Roberto Gomes do Carmo - Gerente de Limpeza Urbana/EMSURB;

Ao Sr. Fábio Almeida Santos – Fiscal de Limpeza Urbana/EMSURB;

Ao Eng°. Juan Carlos G. Cordovez – SEPLAN/PMA;

Ao Prof. Vandenberg Salvador de Oliveira - UFS;

Aos Srs. George, Luiz, Lázaro e “Galego – Agente de Limpeza (EMSURB/TORRE)

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SUMÁRIO

1. Introdução 6

2. Objetivos 8

3. Desenvolvimento Sustentável e os Resíduos da Construção Civil 9

4. Aspectos Gerais sobre a Cidade de Aracaju 23

5. Metodologia 35

6. Avaliação do Levantamento sobre os Resíduos da Construção

Civil 38

7. Conclusões 77

8. Referências Bibliográficas 79

9. Anexos 84

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1. INTRODUÇÃO

O volume de resíduos sólidos gerados atualmente é um dos principais problemas

que afeta a qualidade de vida e o meio ambiente nos grandes centros urbanos.

Os resíduos gerados pela cadeia produtiva da construção civil constituem um dos

maiores problemas para a administração pública, visto que seu gerenciamento

adequado acarreta custos elevados. A quantidade de resíduos gerados e a falta de

áreas de deposição adequadas, próximas e disponíveis são alguns dos aspectos

operacionais envolvidos nessa questão.

Portanto, a realização de um diagnóstico, para identificar os principais resíduos

gerados pela indústria da construção civil no Município de Aracaju, a localização das

principais ocorrências e sua deposição, incluindo a quantificação e o conhecimento

dos principais envolvidos sobre o assunto é uma atividade fundamental para o

desenvolvimento de ações de gestão a serem implementadas pela Prefeitura

Municipal de Aracaju.

O levantamento dos dados foi realizado através de campanhas de campo, visitas a

empresas construtoras, aplicação de questionários, informações obtidas em órgãos

ambientais, Secretarias e Superintendências de Governo, associações de classe,

instituições de pesquisa, órgãos da Prefeitura Municipal, entre outros, com o objetivo

de se conhecer a situação atual da geração e destinação final dos resíduos sólidos

da construção civil (RCC) na cidade de Aracaju.

A partir deste estudo foi possível caracterizar e quantificar os resíduos, identificar e

cadastrar as fontes de produção e os pontos de disposição dos entulhos,

contribuindo para a formatação do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos

da Construção Civil do Município.

O presente trabalho apresenta no Capítulo 2 o objetivo geral e objetivos específicos

que motivaram a sua realização. No Capítulo 3 é realizada uma abordagem sobre o

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desenvolvimento sustentável e os resíduos da construção civil e a legislação

nacional que pretende disciplinar e estabelecer critérios e procedimentos para a

gestão dos mesmos. Os aspectos gerais sobre a cidade de Aracaju e sua infra-

estrutura são abordados no Capítulo 4 e a metodologia utilizada para realização do

diagnóstico e as principais atividades desenvolvidas durante a realização do projeto

no Capítulo 5. O Capítulo 6 apresenta uma avaliação sobre o levantamento

realizado, os geradores em potencial, depósitos irregulares, a caracterização e

quantificação dos RCC e o Capítulo 7 as suas conclusões.

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2. OBJETIVOS

2.1Objetivo Geral

Conhecer a situação atual da geração e destinação final dos resíduos de construção

civil na cidade de Aracaju, para fins de elaboração do diagnóstico sobre a

problemática do entulho na cidade e assim subsidiar o Plano Integrado de

Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil Municipal, o Programa Municipal

de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e o Projeto de Gerenciamento

de Resíduos da Construção Civil.

2.2 Objetivos Específicos

• Caracterizar os resíduos sólidos da construção civil;

• Identificar e cadastrar fontes potenciais de produção desses resíduos;

• Quantificar os resíduos por fonte de geração;

• Identificar e quantificar os programas e redução e segregação desses

resíduos na fonte geradora;

• Identificar e cadastrar pontos de descarga de entulho na cidade;

• Identificar e cadastrar os locais oficiais de destino final dos entulhos.

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3. O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E OS RESÍDUOS

DA CONSTRUÇÃO CIVIL.

O início do século XXI vem exigindo da civilização planetária um sistema de vida

para a biosfera terrestre - uma nova ordem mundial, cujas relações econômicas e

sócio-ambientais têm desdobramentos marcados pela ação local.

A preocupação comum a ser partilhada nos dias de hoje tem sido buscar um novo

formato no processo de desenvolvimento sustentável, onde os principais gargalos

estão expostos nas interconexões entre a economia e o meio ambiente.

O conceito de desenvolvimento sustentável expressa-se como “aquele que atende

as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações

futuras atenderem às suas próprias” (NOSSO FUTURO COMUM, 1991, P. 46).

Destaca-se que “as necessidades” devem ser no sentido de priorizar a sobrevivência

dos pobres do mundo. Porém a estratégia do desenvolvimento sustentável exige

“um sistema político que assegure a efetiva participação dos cidadãos no processo

decisório” (MENEZES, 1996. p 138).

O desafio do desenvolvimento sustentável referendado na Agenda 21, assinado em

1992, estabelece um pacto de mudanças no padrão de desenvolvimento global para

este século, visando compatibilizar o desenvolvimento e a preservação do ambiente

e igualmente substituir os velhos padrões de crescimento econômico.

O novo paradigma estabelece “o direito ao desenvolvimento, principalmente aos

países que se encontram em níveis insatisfatórios de renda e de riqueza; assim,

como o direito ao ambiente saudável pelas futuras gerações” (Menezes op. cit).

Desse modo, a sustentabilidade requer da sociedade industrial uma nova leitura do

conceito de desenvolvimento humano. Essa preocupação é decorrência da posição

da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, em Estocolmo,

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1972, onde declarou-se que “as chaminés fumegantes eram um marco do progresso

e que o ambientalismo era um luxo de que apenas países desenvolvidos podiam

desfrutar” (HOGAN, 1977, p.370). Porém a Conferência das Nações Unidas para o

Meio Ambiente e o Desenvolvimento, no Brasil (ECO-92), constitui-se num marco

referencial da dimensão ambiental em escala global, onde os tratados assinados

pelos países presentes assumem o compromisso da sustentabilidade através da

Agenda 21.

Mais recentemente, após a Conferência Nacional de Meio Ambiente, tem-se

discutido a sustentabilidade ambiental do meio urbano apontando-se entre outras

medidas, o controle, o monitoramento e a fiscalização na área do saneamento que

desde a década de 90 passou a chamar-se de saneamento ambiental,

compreendendo uma série de atividades afins das quais se destaca a gestão dos

resíduos sólidos.

A gestão dos resíduos sólidos no paradigma do desenvolvimento sustentável está

indicada na Agenda 21 Global, documento referendado na ECO-92, e traduz-se nos

princípios dos 3 R´s: reduzir ao mínimo; reutilizar ao máximo; e reciclar. Pressupõe

uma combinação de eficiência econômica, justiça social e racionalidade no uso dos

recursos tanto naturais, como extração de matéria prima, quanto de energia no

processo de desenvolvimento urbano pela cadeia produtiva da construção civil.

Nenhuma sociedade poderá atingir o desenvolvimento sustentável, sem que a

construção civil, que lhe dá suporte, passe por profundas transformações (JOHN,

2000).

Acredita-se que o conceito de desenvolvimento sustentável encontra-se em

processo de construção. Esta construção vincula-se à disposição teórico-política

entre os atores envolvidos, resguardadas as diferenças diante do avanço

tecnológico e o debate teórico, no pensar a sustentabilidade urbano ambiental.

A indústria da construção civil demanda uma grande quantidade de recursos

naturais e em todo o processo vai gerando resíduos, seja na demolição, na

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construção e reforma. O modo cartesiano industrial tem gerado toneladas de

resíduos descartados sem mecanismos de comando e controle de processos,

causando impactos de ordem estética, ambiental, econômica e social.

Na construção civil, são gerados resíduos em toda a vida útil da edificação, desde a

execução, durante a manutenção ou reforma até sua demolição:

• Na fase de construção: a geração de entulho durante este momento é

decorrência das perdas dos processos construtivos. Parte das perdas dos

processos permanece incorporada nas construções, na forma de

componentes cujas dimensões finais são superiores àquelas projetadas. É o

caso dos revestimentos com argamassa, peças de concreto, etc. Outra

parcela irá se converter em resíduo da construção;

• Na fase de manutenção ou reforma: a geração de entulho nesta fase está

associada à vários fatores: correção de defeitos (patologias); reformas na

edificação, que normalmente exigem demolições parciais; descarte e

substituição de componentes que tenham se degradado ou atingido o final da

vida útil;

E na fase de demolição: a quantidade de entulhos nesta etapa irá depender do

prolongamento da vida útil da edificação e de seus componentes, obtido através de

tecnologias de projetos e materiais; incentivo para que se realizem modernizações e

não demolições; reutilização de componentes (JOHN, 2000).

Várias alterações ambientais ocorrem na fase de implantação da obra e execução

dos serviços, quando é gerada uma grande quantidade de resíduos, proveniente do

desperdício de materiais de construção nos canteiros de obras, durante a confecção

de artefatos, limpeza da obra, etc. As demolições e as reformas também promovem

a eliminação de diversos componentes durante a utilização ou após o término do

serviço. Na fase de construção, o entulho gerado numa edificação é constituído

pelas sobras dos materiais adquiridos e danificados ao longo do processo produtivo,

tais como restos de concretos e argamassa produzidos e não utilizados, ao final do

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dia de trabalho, alvenaria demolida, argamassa que cai durante a aplicação e não é

reaproveitada, sobras de tubos, aço, eletrodutos, entre outros (CASSA et al., 2001).

Segundo (LIMA & TAMAI, 1998), a maior parte do resíduo oriundo da construção

civil é gerada pelo setor informal (pequenas reformas, autoconstrução, “construtor

formiguinha”, ampliações, etc.). Estima-se que apenas 1/3 do entulho seja gerado

pelo setor formal.

Tem-se observado um certo descuido por parte das empresas construtoras com a

coleta, transporte e destino final destes materiais, talvez por desconhecerem a

Legislação Ambiental, ou mesmo por falta de conhecimento técnico e iniciativa

voltada para o reaproveitamento dos resíduos gerados.

Os resíduos da construção civil, também chamados de entulho, são depositados em

parte, em pontos clandestinos, acumulando-se nas áreas urbanas e peri-urbanas,

gerando, além dos impactos acima mencionados, custos extras às administrações

municipais, que pela sua dimensão não tem conseguido dar respostas eficientes a

essa problemática. Diante da magnitude dos impactos da construção civil, tanto os

países da Europa, quanto os Estados Unidos, visando atender as novas exigências

e demandas, vêm adotando políticas ambientais específicas, visando modernizar o

setor.

A literatura indica que a cadeia produtiva da construção civil gera cerca de 40% de

resíduos na economia, ressaltando que os espaços territoriais para disposição são

finitos, enquanto à geração destes não são. Essa tendência contribuiu para que

diferentes países adotassem políticas ambientais específicas voltadas para a

indústria da construção civil visando regulamentar a gestão.

O crescimento populacional, o desenvolvimento econômico e a utilização de

tecnologias inadequadas têm contribuído para o aumento crescente da quantidade

de entulho, que aliado ao descarte inadequado causam graves impactos sócio-

ambientais, impondo a busca de soluções rápidas e eficazes para sua gestão

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adequada, através da elaboração de programas específicos, que visem à

minimização desses impactos (CARNEIRO, 2001).

A construção civil é uma das atividades que mais contribui com ações que alteram o

meio ambiente. O crescimento populacional dos centros urbanos e o alto déficit

habitacional pressionam a sociedade a expandir o número de habitações,

contribuindo também para a geração de mais entulho. PINTO (1999) estimou que

em cidades brasileiras de médio e grande porte a massa de resíduos gerados varia

entre 41% a 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos (Salvador, BA).

As estimativas internacionais variam entre 130 e 3000 kg/ano.hab. Para o Brasil as

estimativas de PINTO (1999) e de outros autores para cidades de Jundiaí, Santo

André, São José dos Campos, Belo Horizonte, Ribeirão Preto, Campinas, Salvador e

Vitória da Conquista, variam entre 230 kg/ano.hab. para esta última até 760

kg/ano.hab para a primeira. Já a estimativa da Prefeitura Municipal de São Paulo a

partir dos dados de BRITO (1999) é de aproximadamente 280 kg/hab.ano.

Segundo BIDONE (2001) para cada tonelada de lixo urbano recolhido, são coletadas

duas toneladas de entulho geradas pelas atividades da construção civil. A presença

deste entulho no sistema de coleta e transporte de lixo urbano, aliada às retiradas

dos depósitos clandestinos, oneram os gastos com limpeza urbana para todos os

municípios brasileiros.

No Brasil, o construbusiness corresponde a 14% da economia. O macrocomplexo da

indústria da construção, além de ser um dos maiores consumidores de matérias-

primas, é também a principal geradora de resíduos da economia. Os resíduos

produzidos nas atividades de construção, manutenção e demolição têm estimativa

de geração muito variável (JOHN, 2000).

O incremento da geração de resíduos sólidos da construção civil, somado com a

falta de políticas municipais específicas, agravam os problemas com a coleta,

transporte e disposição. Freqüentemente, tem-se observado a prática de disposição

ilegal destes resíduos em locais não adequados, tais como ruas, calçadas, terrenos

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baldios, encostas e leitos de córregos e rios (NUNES, 2004). Essas formas de

disposição geram uma série de problemas ambientais e sociais, dentre os quais se

destacam: poluição dos mananciais (inclusive do lençol freático), contaminação do

solo, poluição visual, proliferação de vetores de doenças, obstrução dos sistemas de

drenagem (provocando enchentes), entre outros problemas relevantes (CASSA et

al., 2001).

Segundo NUNES (2004), outros tipos de resíduos sólidos, como resíduos industriais

e lixo domiciliar são atraídos para as áreas de disposição ilegal de resíduos da

construção civil, podendo estas áreas trazerem potenciais riscos ambiental e

sanitário para a população vizinha. Quando estas áreas se localizam próximas a

talvegues, encostas, redes de drenagem e córregos, podem ocorrer a obstrução de

redes de drenagem e o assoreamento dos rios, ampliando os riscos de enchentes e

deslizamento de encostas, além de aumentar os custos municipais com limpeza

urbana e com obras de infra-estrutura.

Neste sentido, o Ministério do Meio Ambiente, através do Conselho Nacional do

Meio Ambiente, estabelece na Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002, diretrizes,

critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, sendo

janeiro de 2005, o prazo limite de adequação dos Estados. Em Sergipe, o

Anteprojeto de Lei da Política de Resíduos Sólidos encontra-se em fase de

tramitação na Secretaria de Governo. A mesma prevê a gestão integrada dos

resíduos sólidos especiais, dos quais os resíduos de construção e demolição fazem

parte.

Através da Resolução CONAMA nº 307, fica estabelecido que os resíduos da

construção civil não poderão mais ser destinados para aterros de resíduos

domiciliares, áreas de “bota fora”, encostas, corpos d’água, lotes vazios e em áreas

protegidas por legislação específica.

Ainda segundo esta mesma resolução, a fração dos resíduos da construção civil que

pode ser reutilizável ou reciclável como agregado, deverá ser reinserida no processo

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produtivo ou, caso contrário, destinada a áreas de aterro exclusivo de resíduos da

construção civil (CONAMA, 2002).

Atendendo os novos marcos regulatórios para os resíduos da construção civil, em

Sergipe, encontra-se em fase de implementação o Plano Integrado de

Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PIGRCC), de responsabilidade do

Município de Aracaju. Para os pequenos geradores, a Resolução CONAMA nº 307

define como responsabilidade a elaboração do Programa Municipal de

Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PMRCC), para que os mesmos

possam ser atendidos.

É de responsabilidade dos grandes geradores (construtoras) o Projeto de

Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC). Ressalta-se que o Plano

Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PIGRCC), acima

citado, compreende as diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa

Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PMRCC) e para os

Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC),

cadastramento de áreas públicas ou privadas para recebimento de entulho, além de

outras ações.

Os planos de gerenciamento integrado dos resíduos da construção civil visam, entre

outros objetivos, a implantação de um programa de gestão para aproveitamento dos

materiais. A gestão integrada pressupõe principalmente o envolvimento dos

geradores e o exercício conjunto das instituições vinculadas a todas as esferas que

possam nela atuar.

3.1 - Antecedentes Históricos

Há aproximadamente 50 anos, a indústria da construção civil reaproveita

extensivamente as cinzas volantes, subproduto do carvão, no concreto de cimento

Portland (KELLY & WILLIAMS apud ZORDAN, 1997).

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Todavia, no final da década de 60, tem início os estudos, criação de comitês e

realização de simpósios voltados ao reaproveitamento de materiais oriundos da

construção civil. Assim foi criado o Comitê E-38, no âmbito da American Society for

Testing and Materiais, com o objetivo de desenvolver métodos de recuperação de

materiais e energia; a Reunion International dês laboratories d´Essais et Materiaux

(RILEM), criou o Comitê 37-DRC, para os resíduos de demolição; enquanto a

Organization for Economic Cooperation and Development (OECD), através do

Comitê de Pesquisa em Materiais Residuais e subprodutos para Construção de

Rodovias, promoveu o uso mais econômico dos materiais na construção de rodovias

e examinou a exigência dos países membros da OECD.

Posteriormente novos estudos foram surgindo, sobre a resistência de concreto feito

a partir de concreto e agregado reciclados por HANSEN E NARUD (1983) e

HANSEN e BOEGH (1985); YODA et al. (1988), aconteceu, inclusive, em Tokyo,

Japão, o 2° RILEM – Simpósio International sobre Demolição e Reuso de Concreto e

Alvenaria.

Nesta mesma década, têm início no Brasil as pesquisas sobre o assunto através de

PINTO (1986); LEVY e HELENE (1995 e 1996); HAMASSAKI, SBRIGHI e

FLORINDO (1996), com estudos sobre a reciclagem de entulho, com análise de uso

para confecção de argamassas.

A utilização da fração cerâmica do entulho como substituto de parte do material

aglomerante (cimento) foi estudado por SILVA, SOUZA e SILVA (1996).

O International Council for building Research and Documentation (CIB) tem como

uma de suas prioridades de pesquisa e desenvolvimento o desenvolvimento

sustentável. O CIB elaborou a Agenda 21 para a construção civil, destacando entre

outros temas os aspectos da reciclabilidade. Enquanto a European Construction

Industry Federation, tem sua agenda temática (INDUSTRY & ENVIRONMENT apud

JOHN, 2001). Nos Estados Unidos, a indústria da construção civil, através da Civil

Engineering Research Foundation (CERF), pesquisou em escala global, 1500

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construtores, projetistas e pesquisadores, verificaram que a questão ambiental é a

segunda maior tendência futura fundamental do setor (op. cit.).

Algumas empresas no Brasil segundo ZORDAN (1997) adotam programas de

qualidade na cadeia produtiva, e grande parte destas já possuem o Certificado ISO

9002, da International Standardization Organization, com aumento da produtividade

e diminuição de perdas materiais. A visibilidade nas mudanças ocorridas no setor

está também na certificação ambiental com adoção das normas ISO 14000,

também, em vigor no país.

Os programas de qualidade a serem implementados pela cadeia da indústria da

construção civil contribuirão no médio e longo prazo na redução do volume de

resíduos gerados pelo setor, embora a quantidade de entulho gerada não vá

diminuir tão rapidamente.

Com relação ao Programa de Gestão de Resíduos Sólidos da construção civil, em

Aracaju, as empresas que atuam em conformidade são: Construtora Celi Ltda.,

Laredo Construções Ltda. e Master Engenharia Ltda.

Em Sergipe o SENAI, em 2000, realizou o Estudo da Cadeia Produtiva da

Construção Civil, com o objetivo de observar as tendências tecnológicas de

Educação Profissional e de Assessoria Técnica e Tecnológica. Verificou-se junto às

empresas, por ramo de atividade principal, segundo o desenvolvimento de programa

ou atividade de controle ambiental que 28,35 % destas desenvolviam programas em

atividade de controle ambiental, destacando-se a de minerais não metálicos;

fabricação de produtos cerâmicos; extrativa-mineral e madeira. Das empresas

pesquisadas, apenas 11,3 % contavam com a certificação da ISO 9000; 15,1%

estavam em processo de certificação, enquanto 22,8 % haviam implantado

programa de gestão pela qualidade.

Skoyles apud ZORDAN (1997) identifica a necessidade de fornecer educação e

treinamento para manuseio e controle de materiais, desde o trabalhador menos

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qualificado ao diretor da empresa sobre os benefícios que a qualidade nos serviços

pode causar.

O novo padrão de sustentabilidade da gestão dos resíduos da construção civil

requer, entre outros instrumentos, o suporte da educação ambiental em todos os

seus níveis de atuação. O conhecimento de informações e técnicas na cadeia

produtiva vai desde o folder, boletim informativo, ao artigo técnico ou livro atingindo

todas as camadas atuantes no setor que necessitam incorporar em suas atitudes e

práticas profissionais os princípios desta gestão.

A educação tem desdobramentos através de atividades sociais, via relações de

trabalho patrão/empregado ou chefe/subordinado, assim como melhores salários,

através de participação nos lucros da empresa, dignificando os trabalhadores. São

iniciativas que precisam fazer parte da agenda dos construtores visando, entre

outros fatores, o zelo da empresa e a redução dos impactos na natureza.

3.2 - A Sustentabilidade dos Resíduos da Construção Civil

A preocupação dos agentes envolvidos com os resíduos da construção civil deve ser

o de conhecer sua conceituação. Com base nesta premissa a Resolução CONAMA

n° 307, de 05 de julho de 2002, e em normas brasileiras da ABNT, dizem que,

“resíduos da construção civil são os provenientes de

construções, reformas, demolições de obras de construção

civil, e os resultantes da preparação e da escavação de

terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em

geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras

e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas,

pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação

elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras,

caliça ou metralha” (CONAMA, 2002).

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Os resíduos da construção civil estão vinculados aos resíduos sólidos urbanos, que

fazem parte dos serviços de limpeza pública municipal, que compreendem a coleta,

o transporte e a disposição final dos materiais gerados e descartados principalmente

de construção, demolição e reforma de domicílios.

Dentre os inúmeros conceitos, PEREIRA NETO apud BARRETO (2000), define

resíduos sólidos como “basicamente todo e qualquer resíduo sólido resultante das

atividades humanas”. Trata-se de um conceito clássico que reflete a visão

predominante da década de 40 e 50, onde a indústria da construção civil tinha o

crescimento acelerado sem preocupação com a geração e nem com o descarte dos

seus resíduos.

A revisão conceitual de resíduos resultante dos padrões de produção e consumo da

sociedade urbano/industrial, visando a sustentabilidade foram determinados como:

“uma massa heterogênea de resíduos sólidos (inerte,

minerais e orgânicos) resultante das atividades humanas

em aglomerações urbanas, os quais podem ser,

parcialmente, utilizados, gerando entre outros aspectos,

economia de recursos naturais” (PEREIRA NETO, 1980,

p. 12).

A normalização brasileira encontra-se disciplinada pela Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT), determinando que resíduos sólidos inertes são aqueles

que, por suas características intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao meio

ambiente. Além disso, quando amostrados de forma representativa, segundo a

norma NBR 10.007, e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água

destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, conforme teste de solubilização

segundo a norma NBR 10.006, não tem nenhum de seus constituintes solubilizados

a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, conforme listagem

nº 8, constante do Anexo H da NBR 10004, excetuando-se os padrões de aspecto,

cor, turbidez e sabor (CASTILHOS JUNIOR, 2003).

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Segundo LIMA & TAMAI (1998), dentre os vários fatores que contribuem para a

geração do entulho, vale citar:

• definição e detalhamento insuficientes, em projetos de arquitetura, estrutura,

formas, instalações, entre outros;

• qualidade inferior dos materiais e componentes de construção disponíveis no

mercado;

• mão-de-obra não qualificada;

• ausência de procedimentos operacionais e mecanismos de controle de execução e

inspeção.

O entulho gera grandes volumes de materiais a serem transportados para áreas

distantes onerando os custos de seu transporte para destinação, em parte, em

depósitos clandestinos, e/ou aterramento de manguezais, margem de rodovias, e

ainda, descartado no lixão.

Segundo LIMA (2005), os processos de construção, demolição e reforma, geram um

grande volume de resíduos, constituído principalmente de concreto, estuque, telhas,

metais, madeiras, gesso, aglomerados, pedras, areias, rebocos, etc. conseqüência

de deficiências, como falta de projetos, falhas na sua execução, má qualidade dos

materiais empregados, perdas no transporte e armazenamento, má manipulação por

parte da mão de obra, além da substituição de componentes pela reforma ou

reconstrução. A melhoria no gerenciamento e controle de obras públicas e também

trabalhos conjuntos com empresas e trabalhadores da construção civil podem

contribuir para atenuar este desperdício.

3.3 - A reciclagem: Aspectos teóricos

A mudança de paradigma no campo ambiental, marcada pela Conferência de

Estocolmo, em 1972, induziu cientistas e a academia a repensar o macro complexo

da indústria da construção civil, visando reduzir ao máximo o consumo de matérias

primas naturais, energia, degradação ambiental e custo de transporte de materiais.

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Assim, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos tem sido objeto de estudos

dos quais no Brasil alguns municípios apresentam experiências bem sucedidas

como Ribeirão Preto, em São Paulo e Belo Horizonte, em Minas Gerais, entre

outros.

No âmbito da indústria da construção civil a reciclagem acontece de duas formas

primária e secundária, sendo a reciclagem primária o “re-emprego ou reutilização de

um produto para a mesma finalidade que o gerou”, enquanto a reciclagem

secundária o “re-emprego ou reutilização de um produto para uma finalidade que

não é a mesma que o gerou (GPI; GNR apud ZORDAN, 1996).

A reciclagem envolve um conjunto de instrumentos jurídicos, econômicos e de

fomento. O jurídico refere-se ao licenciamento ambiental dos empreendimentos

industriais e dos aterros municipais. O econômico, como fonte de receita

representada pela venda dos materiais recicláveis ou o seu beneficiamento.

Constitui-se numa forte aliada na redução dos problemas ambientais do planeta,

tendo em vista que diminui a disposição final dos resíduos e a necessidade de

extrair os recursos minerais que entram na cadeia produtiva da indústria da

construção civil.

Com a reciclagem pulam-se etapas de consumo de energia e água, reduzindo-se

também as emissões de gases do efeito estufa. Uma das grandes iniciativas

recentes visando a redução de emissões poluentes nos países em desenvolvimento

é o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que permite o custeio de

iniciativas de cumprimento de metas do Protocolo de Kioto. Algumas indústrias estão

tomando medidas de redução das emissões visando, inclusive, obter economia nos

custos de produção.

Proporciona a economia de matéria prima virgem, recursos hídricos, controle

ambiental e de disposição final de resíduos. Desse modo, este conjunto de fatores

envolvidos proporciona ganhos para todos que participam do processo e não apenas

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um destes, o interesse deve ser do todo. Recicladoras, Governo Estadual e

Municipal, indústrias, sociedade civil e entidades.

3.4 – Requisitos Legais

Os marcos regulatórios da questão dos resíduos da construção civil foram

delineados pelo Conselho Nacional do Meio ambiente (CONAMA), através da

Resolução CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002, como já salientado em

situação anterior.

Esta Resolução estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos

resíduos da construção civil, e, com ela, os municípios e o Distrito Federal ficam

obrigados a elaborar e implantar uma gestão sustentável dos resíduos da

construção civil.

Para cumprir as metas fixadas pela resolução CONAMA, os municípios e o Distrito

Federal já deveriam estar com seus Planos de Gerenciamento prontos ou quase

prontos, com as ações a serem implantadas, alocando os devidos recursos e

delegando responsabilidades (NUNES, 2004).

A criação da política nacional de entulho pretende disciplinar a deposição e a

reciclagem de material nas áreas urbanas – um assunto que, segundo especialistas

deve ser tratado no âmbito nacional e não em nível municipal. O problema de

preenchimento de cavas de pedreiras e o baixo índice de reciclagem nos grandes

centros urbanos levaram a Câmara dos Deputados a criar uma comissão especial

para tratar do assunto, por isso, tramitam na Câmara Federal, vários projetos de lei

que abordam o problema do entulho urbano. Tem sido destacado que o entulho é

um problema tão sério quanto a questão do lixo domiciliar e hospitalar.

23

4. Aspectos gerais sobre a cidade de Aracaju

4.1. Caracterização do Município

Ocupando uma área de 181,80 km², Aracaju tem uma população de 491.898

habitantes, segundo estimativa para 2004, do censo de 2000 do IBGE, com uma

densidade demográfica de 2.535,19 hab/km², limitando-se com os municípios de São

Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro e Santo Amaro das Brotas (Anuário Estatístico

SEPLAN, 2002).

Tendo em vista o processo de urbanização que está ocorrendo na maioria das

cidades brasileiras, Aracaju apresentou no período de 1960 e 2000 um crescimento

populacional de 309,69%, em função de diversos fatores: concentração da terra,

industrialização, políticas públicas, desemprego, entre outros.

Em decorrência deste processo, a cidade também começou a crescer de forma

desordenada, surgindo então as construções de condomínios, as cidades informais

(invasões com a formação de aglomerados de favelas ou cortiços e palafitas)

construídas, geralmente, em áreas predominantemente de manguezais ou às

margens de rios e nas encostas de morros, invasão de terrenos, pois nestes últimos

casos a maioria das pessoas não dispõe de recursos para adquirir ou alugar

moradia, provocando a degradação ambiental e poluição dos rios e de manguezais.

A cidade atingiu áreas dos municípios de Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do

Socorro e São Cristóvão, perfazendo uma população total de 674.000 habitantes, o

que corresponde a 38% da população estadual. Tal situação exige novas posturas

para a administração de um conjunto urbano mais complexo.

Trazer para a esfera da legalidade a cidade informal tem vantagens econômicas,

não só para os pobres como para o conjunto da sociedade, sempre que se consiga

criar os mecanismos de inibição e repressão que garantam que a regularização de

favelas e loteamentos e novas formas não servirão para estimular novas ocupações,

24

parcelamentos e construções irregulares, com suas decorrências de agressão

ambiental.

Por isso, deve existir por parte do poder público municipal, um componente

repressivo eficaz, para complementar essas novas políticas de legalização da

informalidade, coibindo no nascedouro subseqüentes processos de favelização.

Outros problemas começam a surgir, em decorrência dos assentamentos ilegais,

déficit habitacional, saneamento básico precário, sistemas de transporte e de saúde

precários, falta de escolas e creches e a violência urbana.

Para a construção dos equipamentos habitacionais, deu-se o processo de retirada

de areia, extraída de várias jazidas até então existentes na cidade utilizada para

aterramento e o uso de material oriundo de demolições.

Começam a surgir às áreas degradadas pelos impactos decorrentes do processo de

urbanização desordenado. Vários impactos ao meio ambiente são percebidos por

toda a cidade, em decorrência de deposições irregulares em vários pontos da cidade

(cursos de rios, terrenos baldios), e como conseqüência, vários fenômenos têm

ocorrido, a exemplo de desabamento de encostas, poluição de rios, degradação de

manguezais, dentre outros.

Em 2000, a Prefeitura Municipal de Aracaju elaborou o Plano Diretor de

Desenvolvimento Urbano de Aracaju (PDDU), como instrumento estratégico da

política de desenvolvimento e gestão urbana, o qual tem por objetivo a justa

distribuição da infra-estrutura e dos equipamentos urbanos, a ordenação do uso e

ocupação do solo e da produção do espaço urbano, inclusive das áreas de

expansão, orientando a ação dos agentes públicos e privados, na gestão do espaço

urbano. Em 2001, foi criado pelo município a Zona de Expansão Urbana de Aracaju,

no litoral sul.

25

4.2 – Aspectos socioeconômicos

Aracaju concentra suas atividades econômicas nos setores secundário, terciário e

quaternário. O setor primário está cada vez mais fragilizado, tendo em vista a

pressão da especulação imobiliária, transformando áreas rurais em urbanas.

Embora não seja uma cidade industrial, este setor tem papel significativo, tendo em

vista o volume de pessoas ocupadas, além de sua participação na base econômica

municipal.

Dentre os ramos da indústria destacam-se a têxtil, gráfico, metalúrgica, de

confecções, alimentícias e outras de menor porte, além da indústria da construção

civil que vem se expandido, ocupando cerca de 50% do pessoal do setor

secundário. (Tabela 4.1)

Tabela 4.1 - Aracaju – Indústrias e mão-de-obra empregada - 1992

Discriminação N° de estabelecimentos

industriais Mão-de-obra empregada

Indústria Extrativa 1 3.113

Indústria da Transformação 514 12.557

Indústria da Const. Civil 91 7.359

Atividade de apoio aos

Serviços Industriais 21 4.227

Total 627 27.256

FONTE: (Cadastro das indústrias de Sergipe. 1992)

Esse setor é fortemente alimentado por pessoas vindas da zona rural que,

aproveitando a sazonalidade dos cultivos alimentícios, se ocupam nessa atividade,

principalmente, no período compreendido de setembro a março, quando já se

efetuou a colheita e se dá a redução da chuva.

O volume de pessoas empregadas na indústria é maior ao considerar aquelas

ocupadas na atividade em Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São

Cristóvão, atingindo 52% do total do pessoal ocupado no setor no estado. Além

26

disso, é conveniente lembrar que Aracaju abriga um grande número de famílias em

que seus chefes trabalham em atividades industriais em outros municípios como

Laranjeiras, Nossa Senhora do Socorro, Carmópolis, Rosário do Catete, Siriri e

Japaratuba, sobretudo aquelas indústrias ligadas à atividade extrativa mineral.

Aracaju conta também com duas Unidades da Petrobrás (TECARMO, onde se

processa o gás natural e da Rua Acre com a parte administrativa) gerando emprego

e renda para a população da cidade.

Com relação ao setor da educação, o município de Aracaju conta com 75

estabelecimentos de ensino municipal, 118 estaduais, 237 da rede particular, 02

universidades, sendo uma federal e outra particular e 07 instituições de nível

superior (IBGE, 2000).

Na área da saúde, existem em Aracaju dois hospitais públicos, maternidade, hospital

universitário, várias clínicas particulares e postos de saúde municipais, destinados

ao atendimento da população.

4.3 Infra-estrutura

4.3.1 Água

Aracaju apresenta um dos maiores índices de domicílios ligados à rede geral de

abastecimento de água, ultrapassando 95% dos domicílios existentes. O

abastecimento das residências é feito através da captação a partir de quatro

mananciais: o rio São Francisco, a bateria de poços tubulares existentes no

município de Nossa Senhora do Socorro (Ibura), o rio Pitanga e rio Poxim. Existem

ainda três Estações de Tratamento e oito reservatórios de distribuição (Tabela 4. 2).

27

4.3.2 Esgotamento sanitário

Os serviços de esgotamento sanitário não acompanham o desenvolvimento que se

dá com relação à água, e grande parte dos domicílios não são ligados à rede de

esgotamento sanitário na capital (Tabela 4.2). Apenas 35% (trinta e cinco por cento)

da população de Aracaju possuem coleta de esgotos. Mesmo na área central da

cidade onde já existe rede coletora, o esgoto ainda é despejado nos canais

existentes da cidade. Isto acontece por falta de uma legislação municipal específica

determinando a obrigatoriedade da execução das ligações. Os rios que cortam a

cidade estão contaminados, pois recebem estes dejetos lançados pelos canais.

Tabela 4. 2 - Saneamento Básico – Aracaju, 1998

Ligação Água Esgoto

Residencial 112.060 29.521

Comercial 6.228 2.374

Industrial 593 90

Total 118.881 31.985

Fonte (IBGE – 1998)

4.3.3 Resíduos Sólidos

O lixo urbano, por ser inesgotável, torna-se um sério problema para os órgãos

responsáveis pela limpeza pública, pois diariamente grandes volumes de resíduos

de toda natureza são descartados no meio urbano, necessitando de tratamento e um

destino final adequado. Entretanto, a escassez de recursos técnicos e financeiros

vem limitando os esforços no sentido de ordenar o gerenciamento dos resíduos, que

terminam sendo lançados diretamente no solo e nos recursos hídricos, acarretando

a poluição do meio ambiente, reduzindo a qualidade de vida do homem.

Pode-se dizer que o lixo urbano, ou resíduo sólido urbano, é aquele proveniente das

atividades urbanas, gerados por residências, comércio, serviços de saúde, serviços

do município (varrição, podas, etc.,), portos, aeroportos e atividades produtivas

localizadas na malha urbana (pequenas indústrias, construção, reformas, etc.). No

28

Brasil, a coleta e destinação final desses resíduos são atividades desenvolvidas pelo

poder municipal, constituindo um dos maiores problemas para essas administrações,

devido ao elevado custo. Atividade diária do homem em sociedade e que os fatores

que regem sua origem e produção são, basicamente, dois: o aumento populacional

e a intensidade da industrialização.

Em Aracaju, os serviços coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos

são realizados pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (EMSURB) criada pela

lei n° 1668, de 26 de Dezembro de 1990, com a finalidade de planejar, coordenar e

executar as atividades referentes à limpeza pública e a prestação de serviços

urbanos à população do município de Aracaju.

Além desses, são desenvolvidos outros serviços, como: varrição manual e

mecanizada; limpeza de logradouros públicos; manutenção de praças e canteiros;

pinturas de guias; atendimento ao cidadão – Lig Lixo – 0800; administração,

fiscalização e manutenção de espaços públicos (mercados, feiras livres, cemitérios e

o Parque da Sementeira); fiscalização de publicidade e terrenos baldios; controle da

poluição sonora.

Desenvolve ainda os seguintes projetos com a comunidade: oficina de reciclagem de

papel com as comunidades e escolas; Farmácia Viva: produção de medicamentos

naturais.

Mantém também, parceria com a Cooperativa de Agentes autônomos de reciclagem

de Aracaju (CARE).

a) Resíduos domiciliares, comerciais e públicos

Resíduos sólidos domiciliares, comerciais e públicos são aqueles oriundos dos

domicílios, dos estabelecimentos comerciais (restaurantes, escritórios, bancos, etc)

e dos logradouros públicos (praças e ruas) e resultantes de podação.

29

A quantidade média de resíduos sólidos domiciliares coletados em Aracaju, é de

325 toneladas/dia. A para aquela quantidade a produção per capita chega a 0,66

kg/hab.dia de resíduos sólidos. Atualmente, a coleta é feita todos os dias, de

segunda à sábado, passando por todos os bairros da cidade (Tabela 4.3).

b) Resíduos da Saúde

Os Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSS) ou como é mais comumente

denominado "Lixo Hospitalar ou Resíduo Séptico", apresenta potencial risco à saúde

e ao meio ambiente, devido principalmente, à falta de adoção de procedimentos

técnicos adequados no manejo de diferentes frações sólidas e líquidas geradas

como materiais biológicos contaminados, objetos perfurocortantes, peças

anatômicas, substâncias tóxicas, inflamáveis e radioativas.

Os RSS são os resíduos produzidos em hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias,

clínicas veterinárias, postos de saúde e em outras fontes geradoras, sendo os mais

comuns às agulhas, seringas, bandagens, algodões, filmes fotográficos de raios x,

sangue coagulado, remédios com prazo de validade vencido, etc.

Segundo a Resolução CONAMA nº 283/2001, que dispõe sobre as ações de

manejo: geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento,

transporte e disposição final dos resíduos da saúde, afirma que caberá ao

responsável legal dos estabelecimentos, referidos acima, a responsabilidade pelo

gerenciamento dos resíduos sólidos da saúde.

Os resíduos da saúde produzidos por grandes geradores em Aracaju são

transportados pela empresa Torre, Remolix e a Paulista Entulhos e são dispostos

em uma vala no Lixão da Terra Dura. (Tabela 4. 3).

30

c) Resíduos da Construção Civil.

Os serviços de coleta de entulho executados por empresas privadas se disseminou

nos últimos anos no Brasil. Em cidades de grande e médio porte, e mesmo em

pequenas cidades, as caçambas e até mesmo carroças conduzidas por animais de

tração (carroças de burro) de coleta de entulho passaram a fazer parte da paisagem

urbana. A quantidade de entulho chega a ser superior à quantidade de resíduos

domésticos. A disposição irregular de entulho é bastante comum, mesmo em

cidades onde existem serviços de coleta.

O tratamento dado aos entulhos gerados em Aracaju à semelhança do que já é

observado em outros lugares, demonstra que os municípios não estão estruturados

para o gerenciamento de volume tão significativo de resíduos e para o

gerenciamento dos inúmeros problemas por eles criados.

Segundo Resolução CONAMA n°307, cabe ao poder público municipal elaborar as

diretrizes técnicas e os procedimentos para o Plano Municipal Integrado de

Gerenciamento da Construção Civil, que deverá incorporar os Programas e os

Projetos Municipais de Gerenciamento da Construção Civil, a serem elaborados

pelos grandes geradores.

Em Aracaju, a produção diária de entulhos chega bem próximo da produção dos

resíduos domiciliares, sendo que grande parte desse material é disposto

clandestinamente (Tabela 4.3).

31

Tabela 4.3 - Limpeza Urbana – Aracaju

item Serviço Unid. 2001 2002 2003 2004

1

Coleta, transporte e destino final de resíduos

sólidos domiciliares, comerciais, públicos e

feiras livres. Ton 107.200,00 129.444,85 119.416,09 112.496,01

2

Varrição manual e mecanizada de vias e

logradouros públicos Km 21.349,45 20.789,53 22.799,22 37.347,68

3 Limpeza de praias e canais Km 1.707,80 1.828,47 1.781,99 1.802,56

4

Coleta e transporte dos resíduos dos serviços

da saúde Ton 944,06 1.047,72 1.189,21 1.256,26*

5

Remoção de resíduos sólidos da construção

civil (entulhos) Ton 89.300,00 108.117,04 87.707,53 108.235,69

Fonte: (Emsurb/Astec,2005)

* Esse valor foi gerado por três empresas coletoras: Paulista, Torre e Remolix

d) Coleta Seletiva

A coleta seletiva de lixo, que pode contribuir de forma significativa para a redução da

quantidade de resíduos a serem dispostos em aterros sanitários, é feita em menos

de 10% dos municípios brasileiros de maneira formal, através de cooperativas e em

muitos municípios de maneira informal, através de catadores que trabalham nas

ruas.

A coleta seletiva em Aracaju é realizada pela EMSURB em parceria com a CARE .O

volume de material reciclável recolhido pela coleta seletiva ainda é considerado

baixo, visto que não chega a 1% do total do lixo recolhido na cidade . Além da

coleta porta a porta, a municipalidade tem disponibilizado, em alguns locais da

cidade, os pontos de entrega voluntária(PEV).

32

e) Destinação Final

A prática de aterrar lixo como forma de destino final entre os antigos está

documentada na história do povo romano e na idade média. Deste então, os

administradores públicos e os interessados em saúde pública passaram a defender

a necessidade de desenvolver técnicas confiáveis no manejo dos resíduos.

No Brasil, segundo dados do Plano Nacional de Saúde Pública (2000), grande parte

do lixo é disposto a céu aberto (lixões) (59%), 16,85% em aterros controlados, 0,6%

em áreas alagadas, 12,6% em aterros sanitários e 2,6% em aterros de resíduos

especiais. As usinas de compostagem totalizam 3,9%, de reciclagem 2,8% e de

incineração 1,8%.

O lixo produzido em Aracaju é colocado no “lixão”, localizado no bairro Santa Maria

(Terra Dura). Todo o lixo domiciliar e comercial ali depositado diariamente, é coberto

utilizando o material inerte existente na própria área. Parte do entulho recolhido na

cidade é utilizado nesse recobrimento.

A lixeira está subdividida em cinco áreas, onde cada uma é operada em períodos de

quatro meses a um ano, a depender do tamanho desta.

Os resíduos sólidos da saúde são dispostos em vala, onde é aterrado, em uma área

afastada do local de deposição dos outros resíduos.

Não existe coleta dos gases nem do chorume produzidos pela decomposição do lixo.

As águas pluviais também não possuem uma destinação apropriada. Até o

momento, ao que parece, o lençol freático ainda não foi contaminado. A formação

geológica subjacente é a formação Murituba bastante rica em água de boa

qualidade.

É importante salientar que o sistema de destinação dos resíduos sólidos de Aracaju

não é licenciado pelo órgão responsável, portanto desconhecem-se os passivos

ambientais decorrentes dessa prática.

33

4.4 Passivo Ambiental

A mineração é uma atividade que produz impactos ambientais considerados

significativos pelos mais diversos segmentos da sociedade. Objetiva-se, por parte

dos órgãos ambientais um maior rigor na fiscalização dessa atividade, para um

maior controle e minimização da poluição gerada.

Dentre os resíduos do setor de mineração, destacam-se o pó de pedra o caulim e o

arenoso, que, apesar de serem largamente utilizados pela indústria da construção

civil em pavimentação e argamassa, respectivamente, têm seu estudo limitado

apenas à pesquisa básica.

No estado de Sergipe e, em particular na cidade de Aracaju, o setor da mineração

tem contribuído com o seu produto – a areia/argila – para a construção civil de modo

bastante significativo e também para aterramento de áreas destinadas a invasões na

zona norte da capital.

.

Segundo informações da ADEMA e CODISE, Aracaju contou com algumas jazidas

localizadas em vários pontos da cidade, tais como:

- Rio Poxim (próximo à Universidade Federal de Sergipe)

- Terra Dura

- Próximo á Av. Tancredo Neves (vários pontos).

Nenhuma dessas jazidas foi licenciada pelos órgãos competentes e atualmente já

estão esgotadas, sendo que Aracaju utiliza-se desse produto vindo de outros

municípios, a exemplo de São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro, Itaporanga

(areia grossa), Itabaiana (arenoso) e Riachuelo (areia grossa).

Na cidade também são encontradas áreas de bota-fora (a maioria clandestina), onde

são depositados os resíduos oriundos da construção e de demolições, bem como

áreas aterradas com esse tipo de material, o que tem gerado um grave processo de

impactos e de degradação ambiental.

34

Grande parte deste material é depositado em cursos d’água, canais, áreas de

manguezais, gerando grandes impactos ao meio ambiente, havendo, portanto,

necessidade de se criar, por parte do poder público municipal, áreas de transbordo e

triagem para esses materiais.

35

5- METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do trabalho, foram realizadas as seguintes atividades, de

acordo com métodos e procedimentos recomendados pela literatura técnica.

• Levantamento bibliográfico sobre o tema

• Levantamento de informações, através de aplicação de questionário

apropriado sobre a produção e destinação, junto à EMSURB; instituições

fiscalizadoras (ADEMA e EMURB), prestadora de serviços e demais

geradores desses resíduos;

• Levantamento dos pontos de descargas de entulho, por área de coleta do lixo

doméstico realizado pela EMSURB. Este levantamento foi realizado por

equipes que fizeram o registro fotográfico e geográfico (coordenadas através

de GPS) do local;

• Levantamento junto às fontes geradoras, através de aplicação de questionário

apropriado, da existência ou não de programas de gestão dos resíduos nas

obras. Esta etapa foi executada através de aplicação de questionário

apropriado e de visita “in loco”;

• Levantamento de pontos oficiais de destinação final e de transbordo dos

resíduos, através de consulta à EMSURB e de visita “in loco”. Esses pontos

tiveram registros fotográficos e a determinação de suas coordenadas

geográficas, para seu cadastramento;

• Caracterização dos resíduos através de métodos disponibilizados pela

literatura técnica sobre o tema;

• Levantamento da quantidade de obras licenciadas pela EMURB nos últimos

dois anos.

• Foram utilizados questionários para o levantamento das informações, tanto

em campo como junto a instituições. No anexo “A”, apresenta-se exemplares

dos questionários utilizados.

• No levantamento de campo, para identificação dos depósitos irregulares e

outros focos de Resíduos da Construção Civil (RCC), utilizou-se a divisão da

cidade a partir dos seus distritos e bairros. No caso de Aracaju, existem seis

distritos urbanos e os seus respectivos bairros,segundo divisão preconizada

pela Secretaria Municipal de Planejamento (SEPLAN/PMA).

36

5.1- Número de Amostras

O número de amostras foi definido em função das áreas de coleta dos resíduos

sólidos urbanos (onde haja grande incidência de focos de entulhos e/ou depósitos

irregulares) e em função do número de geradores oficiais (construtoras).

Para o caso das áreas de coleta, foram amostradas segundo os segmentos sociais

(alta, média, baixa). Para as construtoras considerou-se as de grande, médio e

pequeno porte, segundo a escala de classificação do SEBRAE (grande porte, mais

de 500 empregados; médio porte, de 100 a 499 empregados; pequeno porte, de 20

a 99 empregados; micro porte com até 19 empregados).

Em qualquer situação, o número mínimo de amostras foi de 6 (seis), assim

discriminadas:

• 1ª amostra: Amostra de foco de entulho de área de coleta de Classe Alta,

aqui designada de Área 1;

• 2ª amostra: Amostra de foco de entulho de área de coleta de Classe Média,

sendo denominada de área 2;

• 3ª Amostra: Amostra de foco de entulho de área de coleta de Classe Baixa,

como sendo área 3;

• 4ª Amostra: Amostra resultante de gerador (de duas construtoras), de

Grande Porte;

• 5ª Amostra: Amostra resultante de gerador (de duas construtoras), de Médio

Porte;

• 6ª Amostra: Amostra resultante de gerador (de duas construtoras), de

Pequeno Porte;

O universo de escolha das construtoras foi o correspondente ao cadastro dessas

empresas no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de

Sergipe - CREA/SE e as que são filiadas ao Sindicato da Indústria da Construção

Civil - SINDUSCON-SE e com atividades em Aracaju.

37

5.2 - Tamanho da Amostra

A quantidade de entulho por amostra foi de pelo menos, 10% da quantidade gerada

diariamente na área de estudo, conforme CARNEIRO et al (2001), ou segundo

critério estatístico específico, para a quantidade gerada. Para o caso do estudo,

utilizou-se amostra com 7m3.

A amostra foi quarteada até que se chegasse a quantidade mínima de 1m3. Com

este valor, partiu-se para o conhecimento dos componentes da amostra, em peso,

através de sua caracterização conforme recomendação da Norma ABNT NBR

10.007, da Resolução CONAMA n.º 307/2002 e de CASSA et al (2001).

5.3 – Quantificação dos resíduos

Para a estimativa da quantidade de resíduos da construção, podem-se adotar dois

caminhos. Um, levando-se em consideração a coleta atual de resíduos gerados em

obras e realizada por transportadora, mais a coleta de resíduos em deposições

irregulares, realizada pela EMSURB. O outro caminho é a determinação da

quantidade, levando-se em consideração a área construída no ano, de acordo com

as obras licenciadas pela EMURB, mais a quantidade decorrente de deposições

irregulares. Para este caso, fez-se uso do modelo de PINTO (2005).

Na estimativa da quantidade, considerou-se que a geração de resíduos em um mês

correspondia a de 26 (vinte e seis) dias e a produção de resíduos por metro

quadrado, como sendo de 150 Kg ou 0,15 ton, conforme recomendado por PINTO(op.

cit.).

5.4 – Determinação da massa específica aparente.

Para determinação da massa específica aparente dos resíduos da construção civil

(RCC), levou-se em consideração o volume de cada amostra e a massa da mesma.

Com a massa específica de cada amostra determinou-se o valor médio deste

parâmetro.

38

6 - AVALIAÇÃO DO LEVANTAMENTO SOBRE OS RESÍDUOS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL

6.1 - Geradores potenciais de resíduos da construção civil em

Aracaju.

Os geradores potenciais dos resíduos da construção civil (RCC) são os executores

de obras, reformas ou demolições. Entre esses geradores estão empreiteiras,

órgãos públicos e as obras de particulares. Em estudo realizado sobre o fluxo de

cimento no país, datado de 1993 (D’ALMEIDA E VILHENA,2000), verificou-se que 50,3%

desses consumidores eram de obras particulares e de pequeno porte, e por

conseguinte, um potencial gerador de resíduo da construção.

Em Aracaju, ficou evidenciada esta situação com o predomínio de pequenas obras

de reparos/ reformas identificadas em toda a cidade, conforme o trabalho de campo.

Os oficiais da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (EMURB), órgão licenciador

de obras na cidade de Aracaju, têm-se, para os anos de 2003 e 2004, um total de

999 obras licenciadas, conforme discriminado na tabela 6.1.

Tabela 6.1-Tabela de obras licenciadas em 2003 e 2004

Fonte:(EMURB,2005)

Desses dados, verifica-se que o potencial gerador médio anual de R.C.C é de 500

obras ou de 604.940m2 de áreas a serem construídas.

Ano Quantidade Área(m2)

2003 507 560.084,87

2004 492 649.794,90

TOTAL 999 1.209.879,77

39

6.2 - Depósitos irregulares de Resíduos da Construção Civil

A prática do descarte de RCC em terrenos baldios, calçadas, nas margens dos

córregos e em canais, tem sido uma constante no nosso país. Essa situação propicia

a geração de transtornos à população e ao meio natural. São clássicos os

problemas de enchentes; da proliferação de vetores com transmissão de doenças e

da própria deterioração ambiental, além dos efeitos negativos nos orçamentos

municipais.

Identificou-se em Aracaju 295 depósitos irregulares, distribuídos pelos diversos

bairros da cidade, conforme se apresenta na tabela 6.1

Tabela 6.1-Depósitos irregulares segundo o distrito ou bairro.

* No anexo “B” (tabela 9.1), apresenta-se os bairros para cada distrito urbano e os seus

respectivos quantitativos.

A cidade de Aracaju não foge à regra nacional, pois a maioria absoluta desses

resíduos tem disposição inadequada. Para o conhecimento dessa realidade, foi

realizada investigação para localização e o cadastramento, utilizando-se para

conhecimento das coordenadas geográficas, o geoprocessamento (GPS) de todos

os pontos ilegais que receberam material descartado (Figura 6.1).

Distrito* Quantidade %

1º 43 14,58

2º 79 26,78

3º 48 16,27

4º 51 17,29

5º 39 13,22

6º 35 11,86

Total 295 100

40

S E P L A NP re fe itu ra M u n ic ipa l de A rac a ju

E S C A LA :

T E M A :

D AT A : P R O JE T O / LE V AN T A M E N T O :

T ÍT U L O : D IG IT AL IZ A Ç Ã O :P R A N C H A:

S e c re ta ria M u n ic ip a l d e P lane jam en toA rac a ju

M A P A D E A R A C A JU - N O V A L E I D E B A IR R O S

G R Á F IC A

B A IR R O S E D IS T R IT O S U R B A N O S

M A IO /2 0 0 5

0 1A R IE L C A R D O S O

J U A N C . G . C O R D O V E Z

U m a C id ad e pa ra to do s

9 0 0 x 1 9 0 0 m m

/0 1

0 2 4

Q U ILÔM E TROS

D IS TR ITO 1

D IS TR ITO 5 D IS TR ITO 6

LEG ENDA

D IS TR ITOS U RB ANOS

BA IR RO S

D IS TR ITO 2

D IS TR ITO 3

D IS T R ITO 4

FO CO S D E EN TU LH O SN O S B A IR RO S

Figura 6.1 – Localização de focos de resíduos da construção civil nos distritos

urbanos e bairros da cidade.

41

Destaca-se que, além dos 295 pontos de depósitos irregulares, encontrou-se

também diversos pontos de entulhos nas calçadas, em diversos pontos (1307),

decorrentes de pequenos reparos/reformas residenciais, sendo estes, portanto,

conseguinte, os possíveis alimentadores dos depósitos irregulares. Segundo os

dados da tabela, os bairros situados no 2º Distrito (Coroa do Meio, Atalaia,

Farolândia, São Conrado, Jabotiana e Inácio Barbosa) foram os que apresentaram

maior participação no percentual de focos (26,78%).

Dentre esses pontos foram identificadas alguns , em condição de bota-foras,

principalmente as localizadas nos bairros Capucho, Jardins, Luzia, Soledade,

Farolândia, entre outros (Figuras 6.2; 6.3; 6.4). Outras fotos estão disponibilizadas

no anexo “C”.

Figura 6.2 – Bota- fora situado ao lado do Terminal Rodoviário.

42

Figura 6.3 – Bota- fora situado entre os bairros Santos Dumont e Soledade.

43

Figura 6.4 – Bota- fora situado no bairro Jardins.

6.3 – Caracterização e quantificação dos Resíduos da

Construção Civil

A caracterização de um resíduo sólido constitui-se no passo inicial para o

conhecimento do mesmo e o ponto de partida, para a tomada de decisão sobre o

manejo e destinação final do mesmo.

Consoante ao apresentado na metodologia, foram estabelecidas seis amostras de

RCC para determinação da composição física do resíduo para se obter a

composição mais aproximada dos RCC de Aracaju. Trabalhou-se com o volume de

amostra de 1m3 de resíduo, fazendo-se a segregação da massa em peso, segundo

amostras coletadas de depósitos irregulares e direto de obras em execução.

44

6.3.1-Composição dos Resíduos da Construção Civil

resultantes de pontos clandestinos.

Para a definição dos componentes dos RCC de pontos clandestinos existentes em

Aracaju, foram analisadas amostras de três áreas distintas, aqui designadas de área

1, área 2 e área 3, como já explicitado na metodologia.

Para os dados referentes à área 1 (tabela 6.4 e figura 6.5) verificou-se a forte

predominância dos componentes argamassa (torrões) (34,69%); solo/areia (24,42%)

e restos (26,60%). Entretanto, foram também identificados os componentes

cerâmica vermelha (2.69%) e branca (8,47%), tendo o primeiro o predomínio de

bloco cerâmico e o segundo de revestimento (azulejo ou piso).

Deve-se salientar que o componente solo/areia caracterizou-se como o material que

passava na peneira de 6,5 mm, portanto um elemento com as características de

areia grossa e solo fino. Quanto aos restos, considerou-se os miúdos e demais

componentes sem possibilidade de separação e classificação.

45

Tabela 6.4 – Composição física dos RCC da área 1.

Componente Peso(Kg) %

Papelão 0.30 0.02

Plástico Mole 1.70 0.12

Plástico Duro 0.10 0.01

PVC 0.50 0.04

Concreto 6.30 0.46

Vidro 1.50 0.11

Argamassa 477.90 34.69

Brita 8.20 0.60

Pedra 2.60 0.19

Cerâmica Vermelha 37.10 2.69

Cerâmica Branca 116.70 8.47

Mármore 1.50 0.11

Gesso 5.90 0.43

Metal 0.80 0.06

Madeira 7.90 0.57

Solo/Areia 336.40 24.42

Restos 372.01 27.01

Total 1377.41 100

Fonte: Pesquisa de campo, Aracaju, 2005.

46

34,70%

8,47%24,42%

27,01%

0,11%0,46% 0,04%

0,57%

0,01%0,12%

0,02%

0,06%

2,69%

0,19%

0,60%

0,43% 0,11%

Papelão

Plástico Mole

Plástico Duro

PVC

Concreto

Vidro

Argamassa

Brita

Pedra

Cerâmica Vermelha

Cerâmica Branca

Mármore

Gêsso

Metal

Madeira

Solo/Areia

Restos Figura 6.5 – Representação gráfica da composição física do RCC da área 1.

Na análise da amostra da área 2, continuou havendo predominância dos torrões de

argamassa (38.95 %) e dos componentes solo/areia (27.31%) e restos (18.1%).

Enquanto a componente cerâmica vermelha chegou aos 9.99% e a branca 2.98%.

(Tabela 6.5 e figura 6.6).

Os elementos da composição dos RCC da área 2 apresentaram um menor número

de componentes em relação aos da área anterior.

47

Tabela – 6.5 Composição física dos RCC da área 2.

Componente Peso(Kg) %

Plástico Mole 1.50 0.10

Vidro 0.70 0.05

Argamassa 585.90 38.93

Pedra 11.80 0.78

Brita 0.90 0.06

Cerâmica Vermelha 150.30 9.99

Cerâmica Branca 44.80 2.98

Mármore 13.40 0.89

Gesso 2.90 0.19

Metal 0.40 0.03

PVC 2.50 0.17

Papel 1.70 0.11

Madeira 4.70 0.31

Solo/Areia 411.10 27.31

Restos 272,50 18.10

Total 1505.1 100

Figura 6.6 – Gráfico com apresentação dos componentes dos RCC da área 2.

38,93%

18,11%

27,31%

0,89% 0,19%

0,03%

0,17% 9,99%

0,78%

0,06%2,98%

0,11%

0,31%

0,10% 0,05%

Plástico MoleVidroArgamassaPedraBritaCerâmica VermelhaCerâmica BrancaMármoreGessoMetalPVCPapelMadeiraSolo/AreiaRestos

48

No que se refere à amostra da área 3, observou-se que os componentes de RCC

naquele setor apresentaram uma menor variedade de componentes daqueles

resíduos. Houve superioridade de torrões de argamassa (49,55%); de cerâmica

vermelha (19,62%); solo/areia (15,37%); restos (10,75%) e cerâmica branca (4,20%)

(Tabela 6.6 e figura 6.7).

Os dados da composição física dos RCC da área 3 mostraram-se diferenciados dos

correspondentes das outras áreas, denotando aí as possíveis diferenças entre os

tipos de obras nas áreas estudadas.

Tabela 6.6 – Apresentação da composição dos RCC gerados na área 3.

Componente Peso (Kg) %

Argamassa 594.70 49.55

Pedra 3.30 0.27

Cerâmica Vermelha 235.50 19.62

Cerâmica Branca 50.40 4.20

PVC 0.70 0.06

Madeira 2.20 0.18

Solo/Areia 184.5 15.37

Restos 129.0 10.75

Total 1200.3 100

49

Figura 6.7- Gráfico com as porcentagens dos componentes dos RCC na área 3.

Com os dados das três áreas, chegou-se à composição média dos RCC, devido aos

depósitos irregulares existentes na cidade de Aracaju, a partir dos resultados obtidos

nas três áreas investigadas. A tabela 6.7 e figura 6.8, apresentam os valores obtidos.

Para os 19 (dezenove) componentes identificados, os RCC apresentaram 40,68% de

torrões de argamassa; 10,37% de cerâmica vermelha; 5,20% de cerâmica branca;

22,86% de solo/areia e 18,84% de restos, como os elementos mais representativos

de toda aquela variedade.

0,18%

0,06%

4,20%

10,75%

15,37%

19,62%

0,27%

49,55%

Argamassa

Pedra

Cerâmica Vermelha

Cerâmica Branca

PVC

Madeira

Solo/Areia

Restos

50

Tabela 6.7- Composição média dos RCC, referente aos depósitos irregulares.

Componente Peso (Kg) %

Papelão 0.10 0.01

Papel 0.57 0.04

Plástico Mole 1.07 0.08

Plásico Duro 0.03 0.01

PVC 1.23 0.09

Vidro 0.73 0.05

Argamassa 552.83 40.62

Brita 3.03 0.22

Pedra 5.90 0.43

Cerâmica Vermelha 140.97 10.36

Cerâmica Branca 70.63 5.20

Mármore 4.97 0.36

Gesso 2.93 0.22

Metal 0.40 0.03

Madeira 4.93 0.36

Solo/Areia 310.67 22.83

Concreto 2.10 0.15

Restos 257.84 18.94

Total 1360.93 100

51

Figura 6.8 – Representação gráfica da composição média dos RCC, referente aos

depósitos irregulares.

Para efeito da Resolução 307/2002, do CONAMA, os RCC decorrentes dos

depósitos irregulares da cidade de Aracaju, podem ser assim agrupados: Classe A

(80,17%); Classe B (0,67%) e Classe C (19,16%), como se apresentam na tabela

6.8.

Estes resultados asseguram que 80,84% desses resíduos têm um forte potencial

para a reciclagem e/ou reutilização; os 18,94% de restos podem ser destinados a

aterros de RCC ou para recuperação de áreas baixas.

40,632%

22,834%

0,054%0,090%

0,002% 0,079%0,042%

0,007%

0,362%

0,003%

0,215%0,365%

5,191%0,434%

0,223%

10,361%

0,154%

18,951%

PapelãoPapelPlástico MolePlástico DuroPVCVidroArgamassaBritaPedra

Cerâmica VermelhaCerâmica BrancaMármoreGessoMetalMadeiraSolo/AreiaConcretoRestos

52

Tabela 6.8 – Classificação dos Componentes dos RCC, referentes aos

depósitos irregulares

Classificação Componente (%) % da Classe

Argamassa 40,62

Solo/Areia 22,83

Concreto 0,15

Cerâmicos 15,56

Pedra 0,43

Brita 0,22

A

Mármore 0,36

80,17

Papelão 0,01

Papel 0,04

Plástico 0,18

Vidro 0,05

Madeira 0,36

B

Metal 0,03

0,67

Gesso 0,22 C

Restos 18,94 19,16

TOTAL 100 100

6.3.2 – Composição dos RCC originários de empresas da

construção civil

No estudo de caracterização dos RCC originários dos canteiros de obras,

considerou-se três amostras, definidas em função do porte da construtora. Como

apresentado na metodologia, trabalhou-se com amostras de empresas de grande,

médio e pequeno porte.

53

Para o grupo de empresas de grande porte, a composição dos RCC apresentou

como elementos predominantes os torrões de argamassa (24,10%); cerâmica

vermelha (11,51%); cerâmica branca (9,45%); solo/areia (30,80%) e restos

(14,93%). Na tabela 6.9 e na figura 6.9, tem-se a apresentação desses valores e de

outros que compõem os RCC da amostra analisada.

Tabela 6.9 – Composição dos RCC gerados em construtora de grande porte.

Componente Peso (Kg) %

Papel 11,40 1,04

Papelão 9,50 0,87

Plático mole 1,90 0,17

PVC 4,00 0,37

Concreto 0,80 0,07

Argamassa 262,90 24,10

Pedra 10,20 0,94

Cerâmica vermelha 125,50 11,51

Cerâmica Branca 103,10 9,45

Mámore 11,10 1,02

Gesso 22,10 2,03

Metal 2,00 0,18

Madeira 25,70 2,36

Lata de tinta e derivados 1,70 0,16

Solo/areia 336,00 30,80

Restos 162,80 14,93

TOTAL 1090,70 100,00

54

Figura 6.9 – Composição dos RCC, para construtora de grande porte.

Com relação às empresas de porte médio, a amostra analisada apresentou variação

dos seus componentes bem diferente da situação anterior, em razão do estágio em

que se encontrava a obra da amostra escolhida, ou seja, em fase de conclusão do

empreendimento. Desse modo, os elementos predominantes da composição dos

RCC foram: gesso (23,89%); argamassa (13,38%); madeira (4,36%); cerâmica

branca (4,31%); solo/areia (6,06%); restos de telha de amianto (6,68%) e restos

(32,91%). O destaque para esta composição foi a presença de cacos de telhas de

cimento amianto. Na tabela 6.10 e Figura 6.10, apresentam-se os resultados

anteriormente comentados.

24,10%

0,94%

11,51%

9,45%

30,81%

14,93%

1,02%2,03%

0,18%

2,36%0,16%

0,87%

1,05%

0,17%0,37%

0,07%

Papel

Papelão

Plático mole

PVC

Concreto

Argamassa

Pedra

Cerâmica vermelha

Cerâmica Branca

Mámore

Gesso

Metal

Madeira

Lata de tinta e derivados

Solo/areia

Restos

55

Tabela 6.10 – Composição dos RCC, gerados em empresa de médio porte

Componente Peso (Kg) %

Papel 7,20 0,85

Papelão 8,90 1,06

Plástico mole 2,70 0,32

PVC 1,70 0,20

Concreto 16,90 2,00

Argamassa 112,80 13,38

Pedra 8,80 1,04

Brita 6,70 0,79

Cerâmica vermelha 12,20 1,45

Cerâmica branca 36,30 4,31

Vidro 0,90 0,11

Mámore 4,30 0,51

Gesso 201,40 23,89

Madeira 36,80 4,36

Lata de Tinta e derivados 0,70 0,08

Solo/areia 51,10 6,06

Restos 277,50 32,91

Restos de telhas de cimento amianto 56,30 6,68

TOTAL 843,20 100,00

56

Figura 6.10 – Representação gráfica da composição dos RCC em construtoras de

médio porte.

Ao se analisar a amostra de RCC do grupo de construtoras de pequeno porte,

observou-se que dos 14 componentes identificados, os torrões de argamassa

apresentaram 51,77% da amostragem, seguido de 12,30% referentes às pedras;

7,17% de cerâmica vermelha; 5,84% de solo/areia e 17,51% de restos. Os outros

dados não listados complementaram a composição da amostra, como podem ser

identificados na tabela 6.11 e na figura 6.11.

13,38%

23,89%4,36%0,08%6,06%

32,91%

6,68%

0,11%0,51%

4,31%

1,04%

1,45%

0,79%

2,00%0,20%

0,32%1,06%

0,85%

Papel

Papelão

Plástico mole

PVC

Concreto

Argamassa

Pedra

Brita

Cerâmica vermelha

Cerâmica branca

Vidro

Mámore

Gesso

Madeira

Lata de Tinta e derivados

Solo/areia

Restos

Restos de telhas de cimento amianto

57

Tabela 6.11 – Composição dos RCC em construtoras de pequeno porte.

Componente Peso (Kg) %

Papel 11,10 1,33

Papelão 0,30 0,04

Plástico duro 0,10 0,01

Plástico mole 3,00 0,36

PVC 2,60 0,31

Argamassa 433,30 51,77

Pedra 102,90 12,30

Cerâmica vermelha 60,00 7,17

Cerâmica branca 16,60 1,98

Gesso 0,20 0,02

Madeira 10,50 1,25

Solo/Areia 48,90 5,84

Metal 0,90 0,11

Restos 146,50 17,51

TOTAL 836,90 100

58

Figura 6.11 – Representação gráfica da composição dos RCC, em construtoras de

pequeno porte.

Os dados de composição dos RCC dos três segmentos empresariais da construção

civil em Aracaju, apresentaram valores que variaram em função do período em que

estavam as obras. Na primeira situação, apresentou-se uma amostra que

expressava a realidade de uma obra em pleno andamento; no segundo exemplo,

observou-se a composição de uma obra em sua fase final e na terceira amostra, os

resultados caracterizaram resíduos de obra em sua fase inicial, contendo inclusive,

alguns componentes característicos de demolição.

Chegou-se a composição representante dos RCC gerados em canteiros de obras

considerando-se a média dos três segmentos estudados, cujos valores finais estão

reunidos na tabela 6.12 e na figura 6.12.

51,77%

12,30%

7,17%

5,84%0,11%

17,51%

1,98%

0,02%

1,25%

0,31%0,36%

0,01%

1,33%

0,04%

Papel

Papelão

Plástico duro

Plástico mole

PVC

Argamassa

Pedra

Cerâmica vermelha

Cerâmica branca

Gesso

Madeira

Solo/Areia

Metal

Restos

59

Tabela 6.12 – Composição média dos RCC, referente à geração em canteiro de

obra

Componente Peso( Kg) %

Papelão 6,23 0,67

Papel 9,90 1,07

Plástico mole 2,53 0,27

Plástico duro 0,03 0,01

PVC 2,77 0,30

Vidro 0,30 0,03

Argamassa 269,67 29,20

Brita 2,23 0,24

Pedra 40,63 4,40

Cerâmica vermelha 65,90 7,14

Cerâmica branca 52,00 5,63

Mármore 5,13 0,56

Gesso 74,57 8,07

Metal 0,97 0,10

Madeira 24,33 2,63

Lata de Tinta e Derivados 0,80 0,09

Concreto 5,90 0,64

Solo/Areia 145,33 15,74

Restos de Telhas de cimento amianto 18,77 2,03

Restos 195,60 21,18

Total 923,59 100,00

60

29,20%

0,24%4,40%7,14%

5,63%0,56%8,07%

15,74%

2,03%

21,18%

0,10%2,63%0,09%

0,64%

0,27%

0,01%

0,30%

0,03%1,07%

0,67%

Papelão

Papel

Plastico mole

Plastico duro

PVC

Vidro

Argamassa

Brita

Pedra

Cerâmica vermelha

Cerâmica branca

Màrmore

Gêsso

Metal

Madeira

Lata de Tinta e Derivados

Concreto

Solo/Areia

Restos de Telhas de cimento amianto

Restos

Figura 6.12 – Representação gráfica da composição média dos RCC, referente à

geração em canteiro de obra.

Comparando-se os valores médios das construtoras com os correspondentes dos

pontos de descargas clandestinas, vê-se que existe uma variação entre os seus

componentes e que nos correspondentes dos focos não foram identificados restos

de telhas de cimento amianto e nem tampouco latas de tinta e derivados. Em

nenhum dos casos foram identificadas sobras de fiação.

A composição média dos RCC gerados nos canteiros de obras, segundo a

classificação da Resolução 307/2002 do CONAMA, em Classe A, Classe B, Classe

C e Classe D, assumem os percentuais, conforme os dados reunidos na tabela 6.13.

61

Tabela 6.13 – Classificação dos componentes dos RCC gerados em canteiros

de obras.

Classificação Componente (%) % da classe

Argamassa 29,20

Concreto 0,64

Cerâmicos 12,77

Pedra 4,40

Brita 0,24

Solo/Areia 15,74

A

Mármore 0,56

63,55

Papelão 0,67

Papel 1,07

Plástico 0,58

Vidro 0,03

Madeira 2,63

B

Metal 0,10

5,08

Gesso 8,07 C

Restos 21,18 29,25

Latas de tinta e derivados 0,09 D

Restos de telhas de cimento amianto 2,03 2,12

TOTAL 100,00 100

6.3.3 – Composição Média dos RCC de Aracaju.

Conhecida a composição dos RCC nos diversos setores de sua geração na cidade

de Aracaju, determinou-se a composição média desses resíduos, para que a mesma

seja a representação geral dos componentes dos RCC da cidade.

Na tabela 6.14 estão reunidos os resultados correspondentes à composição média

dos RCC de Aracaju. Dos 20 componentes desses resíduos, verifica-se que 36%

são de argamassa (torrões); 14,42% de cerâmicos; 19,85% de restos; 19,96% de

solo/areia, entre outros.

62

Tabela – 6.14 - Composição Média dos RCC de Aracaju.

Componente Peso (Kg) %

Argamassa 411,25 36,00

Brita 2,63 0,23

Concreto 4,00 0,35

Cerâmica Vermelha 103,43 9,05

Cerâmica Branca 61,32 5,37

Gesso 38,75 3,39

Lata de Tinta e Derivados 0,40 0,04

Madeira 14,63 1,28

Mármore 5,05 0,44

Metal 0,68 0,06

Papel 5,23 0,46

Papelão 3,17 0,28

Pedra 23,27 2,04

Plástico Mole 1,80 0,16

Plástico Duro 0,03 0,01

PVC 2,00 0,17

Restos de telhas e amianto 9,38 0,82

Restos 226,72 19,85

Solo/Areia 228,00 19,96

Vidro 0,52 0,04

Total 1142,26 100,00

Esses resultados podem ser comparados com a realidade de outros locais, como se

apresenta na Tabela 6.15.

63

Tabela 6.15 – Comparação da composição dos RCC (em %) de Aracaju com

outras localidades

COMPONENTE LOCALIDADE

Aracaju São Carlos / SP(*) São Paulo (*)

Argamassa 36 64 24

Cerâmico 14,42 29 30

Concreto 0,35 4 8

Matéria Orgânica - - 1

Pedra 2,04 1 -

Solo 19,96 - 33

Outros 27,23 2 4

(*) (D'ALMEIDA E VILHENA, 2000)

Muito embora haja diferenças entre os resultados, principalmente no item “outros”,

verifica-se no todo que os dois grandes grupos mais significativos dos materiais, tais

como a argamassa e cerâmicos, estão dentro da realidade dos processos

construtivos hoje implementados nos canteiros de obras, visando principalmente a

redução do desperdício de materiais.

A representação da composição média dos RCC de Aracaju, segundo a Resolução

307 do CONAMA, assegura que 73,44% dos mesmos são da Classe A; 2,46% da

classe B; 23,24% da Classe C e 0,86% de Classe D, conforme os dados da tabela

6.16 e a figura 6.13.

Esses dados asseguram que 75,9% dos componentes dos RCC têm potencial para

reciclagem/reutilização, enquanto os remanescentes (24.1%) devem ser

encaminhados para o aterramento, em conformidade com normas técnicas

específicas.

64

Tabela 6.16- Composição média dos RCC de Aracaju, segundo a Resolução

307

Classificação Componente (%) % da classe

Argamassa 36

Brita 0,23

Concreto 0,35

Cerâmicos 14,42

Mármore 0,44

Pedra 2,04

A

Solo/Areia 19,96

73,44

Madeira 1,28

Metal 0,06

Papel 0,46

Papelão 0,28

Plásticos 0,34

B

Vidro 0,04

2,46

Gesso 3,39 C

Restos 19,85 23,24

Latas de tinta e derivados 0,04 D

Restos de telhas de cimento amianto 0,82 0,86

TOTAL 100 100

65

CLASSES

23,24%

2,46%

73,44%

0,86%

A B

C D

Classe

Figura 6.13 – Representação gráfica da composição média dos RCC de Aracaju,

segundo a classificação da resolução No. 307/CONAMA.

6.3.4 – Massa específica aparente dos Resíduos da Construção

Civil de Aracaju.

A massa específica dos RCC é um parâmetro de grande importância para o manejo

desses resíduos. No trabalho em discussão, foi determinada a massa específica das

amostras analisadas, levando-se em consideração o seu tamanho e as próprias

condições climáticas predominantes no período de execução da amostragem.

Portanto, em função dessas limitações, a massa específica aqui designada é

aparente, como já estabelecido e detalhado na metodologia. Na Tabela 6.17,

apresenta-se a massa específica aparente nas seis amostras. O seu valor médio

para a cidade de Aracaju chegou a 1,235 ton/m3. Este valor está próximo ao citado

por PINTO (2005), com relação aos resíduos de São Paulo , que é 1,2 ton/m3.

66

Tabela 6.17 – Massa específica aparente dos RCC de Aracaju

Amostra Massa Específica aparente (Kg/m3)

Área 1 1377

Área 2 1505

Área 3 1200

Construtora de Grande Porte 1090

Construtora de Médio Porte 843

Construtora de Pequeno Porte 1395

Massa Específica Média 1235

6.3.5.Quantidade aparente de Resíduos da Construção Civil

Para a quantificação exata dos RCC gerados na cidade de Aracaju, haveria

necessidade de levantamentos pormenorizados dos resíduos gerados de novas

edificações, dos decorrentes de reformas e/ou demolições e dos originários das

deposições clandestinas. Tais informações tornam-se fáceis, quando todas aquelas

atividades são cadastradas e têm controle permanente do seu fluxo. No presente

trabalho, fez-se uma estimativa da quantidade de RCC considerando-

se,primordialmente,as informações oriundas da EMSURB e de algumas empresas

transportadoras desses materiais.

Com os dados da EMSURB sobre a coleta de RCC de depósitos irregulares

existentes na cidade e através de consulta direta à empresas transportadoras

desses materiais , constatou-se que nos últimos 48 meses, a quantidade média

aparente de RCC coletado por mês chegou a 13.135 toneladas , que corresponde a

505 ton/dia.Na tabela 6.18 apresentam-se estes dados.

67

Tabela 6.18 - Quantidade média aparente de RCC coletada em Aracaju

Instituição Quantidade média (ton/mês)

EMSURB 8.195

Transportadores 4.940

Total 13.135

Fonte:( EMSURB/ASTEC, 2005)

(Transportadores, 2005)

Possivelmente, as 505 ton/dia de RCC originárias de obras e de depósitos

irregulares estão assim distribuídas, segundo informes das transportadoras e

EMSURB, como mostram os dados da tabela 6.19.

Tabela 6.19 - Quantidade média originária de obras e depósitos irregulares, no

período de janeiro de 2004 a abril de 2005

Quantidade (ton/dia) Instituição responsável

pelo transporte Obras Depósitos

Total

(ton/dia)

EMSURB - 315 315

Transportadoras 27 163 190

Total 27 478 505

Ainda, de acordo com dados da EMSURB, nos últimos 16 meses foi depositado no

sistema de destinação dos resíduos sólidos da PMA, situado no bairro Santa Maria o

total de 152.662,46 ton. de RCC( Veja-se tabela 9.2, no anexo “B”). Desse total, tem-

se que a média mensal é de 9.541 ton. Do quantitativo coletado pelas

transportadoras, somente 1346 toneladas foram depositadas, portanto,

permanecendo pelo menos 3.594 ton/mês sem destinação regular definida. A Tabela

6.20 apresenta estes dados.

68

Tabela 6.20-Quantidade média de RCC depositados no aterro do bairro Santa

Maria

Instituição Quantidade(ton/mês)

EMSURB 8.195

Transportadoras e/ou avulsos 1.346

Total 9.541

Comparando-se a quantidade de RCC com o total de Resíduos Sólidos Urbanos

(RSU), nos últimos 48 meses, verificou-se que a mesma equivale a 65% dos RSU

coletados e 38% em relação aos resíduos depositados no aterro do Santa

Maria(referem-se a dados dos últimos 16 meses, veja tabela 9.2,do anexo B) . Na

tabela 6.21 têm-se estas informações.

Tabela 6.21- Percentual de RCC em relação aos RSU

Referência das

Atividades

RCC(ton/mês) RSU(ton/mês) RCC/RSU(%)

Coletado 13.135 20.293 65

Destinado ao aterro 9.541 25.138 38

O índice mais próximo da realidade de geração de RCC é maior ou igual a 65%.Este

valor está condizente com a nossa realidade e de outras comunidades, como

demonstram os dados da tabela 6.22.

69

Tabela 6.22- Valores de RCC em relação aos RSU

Cidade Relação

(%)

Aracaju 65

Ribeirão Preto (SP) * 67

Belo Horizonte (MG) * 51

São José dos Campos (SP) * 68

São José do Rio Preto (SP) * 60

(*) Fonte: D’Almeida e Vilhena, 2000.

Admitindo-se a produção diária equivalente à quantidade diária coletada de RCC, ou

seja, de 505 toneladas, para a população estimada de 491.898 habitantes, segundo

dados do IBGE, (IBGE, 2005), tem-se portanto,a estimativa de produção per capita

em 0,32 ton de RCC/ano. hab, enquanto a correspondente de RSU chega a 0,50 ton

de RSU/ ano.hab.

Com os dados e valores até agora apresentados, pode-se estimar o volume diário de

RCC coletado e/ou produzido na cidade, assim como o seu per capita. Assim, para a

produção média diária de 505 ton, que corresponde ao volume diário de 409m3 de

RCC a ser destinado, significa uma produção anual de 0,26m3 de RCC por cada

aracajuano.

Por outro lado, é possível se chegar à quantidade geral de RCC produzida em

Aracaju, considerando-se a quantidade gerada pelas obras licenciadas (novas e

reformas/demolições); e a quantidade oriunda de depósitos irregulares, conforme

modelo adotado por PINTO (2005).

Na tabela 6.23, apresentam-se os dados que resultaram na per capita de

0,50ton/ano.hab, para a produção geral de RCC em Aracaju.

70

Tabela 6.23 - Estimativa da quantidade geral de R.C.C.

Estimativa da quantidade Geral de R.C.C. Unid. Quant.

Área média anual de obras licenciadas (1) (m2) 604.940

Quantidade relativa à área (2) (ton/dia) 318

Quantidade relativa aos depósitos irregulares (3) (ton/dia) 478

Quantidade total(4) (ton/dia) 796

Total anual (5) (ton) 248.352

População (6) (hab) 491.898

Per capta (7) (ton/anohab) 0.50

(1) Área média anual de obras licenciadas pela EMURB 2003 e 2004 (novas e

reformas)

(2) Quantidade obtida multiplicando-se 0.15 ton/m2 ao item (1) dividido pelo

número de dias de produção de R.C.C em um ano (12 x 26) mais a

quantidade referente aos R.C.C de obras coletadas pelas

transportadoras(tabela 6.19).

(3) Referente aos depósitos irregulares (tabela 6.19)

(4) =(2)+(3)

(5) =(4) x número de dias no ano (12x26) de produção de R.C.C

(6) População estimada para 2004, dado fornecido pelo IBGE.

(7) =(5)/(6)

Com o quantitativo geral estimado, tem-se que o novo valor da relação entre RCC e

RSU passa a ser 82% .

Considerando-se que o per capita em 10 municípios brasileiros variou de 0,38 a

0,76ton/ano.hab (PINTO, 2005), o valor encontrado em Aracaju parece estar

condizente para a realidade local.

Finalmente, pode-se apresentar o quantitativo geral de RCC segundo a sua origem.

Na tabela 6.24 e figura 6.14 tem-se esse quantitativo, tendo sido os depósitos

71

irregulares os responsáveis pelo maior percentual, 61%, as construções novas 34%

e as reformas oficiais tão somente 5%.Estes valores permitem imaginar que a maior

parte daqueles resíduos pode ter sido originária de obras não oficiais, sejam novas

ou reformas/ demolições, como atestaram as centenas de pequenos e/ou micros

focos existentes na cidade.

Tabela 6.24-Quantidade de RCC segundo a sua origem

Origem Quantidade (Ton/dia) %

Construção nova 275(1) 35

Reformas 43 (2) 5

Depósitos Irregulares 478(3) 60

Total 796 100

(1) Refere-se às obras novas da tabela 9.3 do anexo “B”(248 ton/dia) mais

quantitativo de RCC de obras coletadas pelas transportadoras e de acordo

com a tabela 6.19.

(2) Diz respeito aos RCC devido às reformas, segundo cadastro da EMURB e

conforme tabela 9.2.

(3) Representa a quantidade de RCC decorrente de depósitos irregulares, como

apresentado na tabela 6.19

72

Figura 6.14-Representação gráfica dos RCC por origem.

6.4 - Situação atual do setor produtivo da construção civil de

Aracaju segundo a Resolução 307/2002 do CONAMA.

Para um universo de 116 construtoras cadastradas no CREA-SE (até final de

fevereiro de 2005) e sediadas na cidade de Aracaju, utilizou-se para o estudo uma

amostra de 44 empresas, escolhidas entre 64 que têm filiação no SINDUSCON-SE,

como descrito no capitulo “Metodologia” deste trabalho.

Da amostra estudada, e em função do momento em que passa o setor de

construção na cidade, foram realizados levantamentos em 05 construtoras de

grande porte; 10 de médio porte; 19 de pequeno porte e 10 de micro porte, conforme

os dados reunidos na tabela 6.25.

5%

35%

60%

Construção nova

Reformas

Depósitosirregulares

73

Tabela 6.25 - Caracterização do tamanho da construtora

Porte da Construtora Quantidade %

Grande 05 11,36

Médio 10 22,73

Pequeno 19 43,18

Micro 10 22,73

Total 44 100

Com o levantamento realizado, verificou-se que do conjunto das construtoras, 57%

dizem conhecer a Resolução CONAMA nº 307; 93% não têm programa de gestão

dos RCC; 41,5% pretendem em breve implantar um programa de gestão dos RCC

(PGRCC); 51,2% sem previsão para isto e 7,3% não pretendem implantar; conforme

os dados reunidos na tabela 6.26.

Tabela 6.26 – Avaliação sobre a resolução CONAMA N°307

Variável Quantidade %

SIM 25 57 Conhece a 307

NÃO 19 43

SIM 03 7 Existe PGRCC

NÃO 41 93

Breve 17 41,5

Sem previsão 21 51,2

Previsão de

implantação

PGRCC Não pretende 03 7,3

Quando foi questionado sobre o responsável pela coleta, ficou evidenciado que 75%

das construtoras pesquisadas utilizam serviços terceirizados, seja via empresas

transportadoras de entulhos ou caçambeiros avulsos, e os 25% restantes fazem a

coleta com equipamentos próprios.

74

Ao se investigar o local de destinação, ficou patente que 75% desconhecem o local

de destinação dos seus resíduos; 16% dizem que a destinação é para a Terra Dura

e 9% fazem a destinação em terrenos próprios. Também, foi questionado sobre a

existência ou não de controle sobre o local em que eram destinados os seus RCC.

Ficou evidenciado que 14% das construtoras fazem o controle e 86% não o fazem.

Estas informações estão reunidas na tabela 6.27 .

Tabela 6.27 – Avaliação sobre a coleta e destinação dos RCC pelas

construtoras

Variável Quantidade %

Próprio gerador 11 25 Responsável

pela coleta Terceirizado 33 75

Terra Dura 07 16

Desconhece 33 75 Local de

destinação final Terreno próprio 04 9

SIM 06 14 Controle do

local de destinação

final NÃO 38 86

Os dados anteriormente apresentados mostram que apesar da maioria das

construtoras ter conhecimento da existência da Resolução 307, não há previsão

para a implantação de programas de Gestão dos RCC em suas obras; que mesmo

utilizando de serviços de terceiros para a coleta e a destinação dos RCC,

desconhecem o ponto final de lançamento e nem tampouco controlam, se realmente,

os RCC foram para o destino especificado.

75

6.5 – Impactos gerados pelos Resíduos da Construção Civil

Vários são os impactos resultantes do manejo inadequado dos RCC. Esses

impactos vão dos provocados ao meio ambiente aos efeitos negativos sobre o

orçamento municipal. Fazem parte de muitas cidades a existência de pontos de

deposições irregulares e verdadeiros lixões de entulhos, que tomam as margens de

cursos d’água e áreas de mangues e entopem galerias pluviais, proporcionando

transtornos à população e prejuízos às cidades. Além desses impactos diretos,

existem os passivos, em decorrência da retirada de matéria prima (para certos

materiais da construção civil) de jazidas localizadas nas cidades ou nos seus

entornos. Portanto, são impactos ambientais e econômicos.

Para se ter idéia dos prejuízos causados pelas deposições irregulares, basta avaliar

o custo estimado, gasto diariamente pela municipalidade. Para a coleta/transporte

das 315 toneladas, o custo estimado é de R$ 6,05/ano.hab (Tabela 6.28). Valor este

que poderia ser empregado em outras atividades da municipalidade.

Dessa situação, é possível estimar o custo per capita para a coleta de todo RCC,

diretamente da obra, através de transportadoras, como sendo R$ 2,67/ano.hab

(tabela 6.29), segundo a realidade atual de mercado dessa atividade em Aracaju.

Ao se considerar o quantitativo geral de 796 ton/dia, conforme calculado na tabela

6.23, o custo per capita estimado para as transportadoras passa para

R$ 4,22/ano.hab.

76

Tabela 6.28 – Estimativa do custo per capita, para coleta atual de RCC de

depósitos irregulares, realizada pela municipalidade.

Custo

unitário

(R$/ton)

Quantidade

diária (ton)

Custo

diário (R$)

Custo

anual (R$)

População

(hab)

Custo per

capita

(R$/ano.ha)

30,28(*)

315 9.538,20 2.975918,40 491.898 6,05

(*) Segundo informações da EMSURB, em 10/05/05.

Tabela 6.29 – Estimativa do custo per capita, para coleta atual de todo RCC,

por transportadoras diretamente da obra.

Custo

unitário

(R$/ton)

Quantidade

diária (ton)

Custo

diário

(R$)

Custo

anual (R$)

Populaçã

o (hab)

Custo per capita

(R$/ano.hab)

8,35(*)

505 4216,75 1.315.626,00 491.898 2,67

(*) Segundo informações de transportadoras, em 13/05/05.

Estes resultados reforçam a idéia de o quanto é relevante o impacto econômico para

uma municipalidade. São gastos recursos financeiros em atividades que não são de

sua responsabilidade, mas sim de quem gera os resíduos. Contudo, a

municipalidade não pode se eximir do dever de agregar os diversos setores da

construção civil, com o fim de viabilizar meios e alternativas para o manejo desses

resíduos.

77

7. CONCLUSÕES

Os resultados expostos neste trabalho podem refletir uma imagem momentânea do

problema de manejo dos resíduos da construção civil, que poderá perdurar por

muito tempo e se transformar num problema crônico para a cidade, e portanto de

difícil solução.Tais resultados além de oferecerem uma fotografia atualizada da

produção e destinação desses resíduos,podem servir como elementos básicos na

tomada de decisões quanto à implantação de programas de gestão individual ou

coletivo.Desse modo,pode-se concluir que:

• As principais fontes geradoras de RCC na cidade decorrem dos pequenos

reparos, reformas e/ou demolições, pois foram identificados mais de 1307

pontos de locais, com RCC ainda nas calçadas;

• Foram identificados 295 depósitos irregulares em todos os seis distritos

urbanos da cidade;

• A presença de bota-foras foi insignificante se comparado aos depósitos

irregulares. Foram identificados os existentes nos bairros: Capucho, Jardins

e Luzia, Conjunto Augusto Franco, Conjunto Orlado Dantas, entre outros;

• A composição dos RCC de Aracaju não difere muito da correspondente de

outras cidades, tendo, portanto, havido predominância dos componentes

argamassa, cerâmicos e solo.

• Segundo a classificação da Resolução 307/2002, do CONAMA, os RCC de

Aracaju, apresentaram 73,44% dos seus componentes como classe ´´A´´,

2,46% sendo classe ´´B´´, 23,24% compreendendo a classe ´´C´´ e 0,86%

como classe ´´D´´.Esses dados reforçam a idéia do potencial de

reciclagem/reutilização dos mesmos;

• A massa específica aparente dos RCC da cidade é de 1,235 ton/m3;

• A representação dos RCC de Aracaju, segundo a sua origem , apresenta-se

com 35% referente a construção nova, 5% devido a reformas e 60%

originário de depósitos irregulares;

• A quantidade per capita de RCC, referente às coletas dos depósitos

irregulares, realizada pela EMSURB, e da coleta por intermédio de algumas

78

transportadoras, alcançou o valor correspondente a 0,32ton/ano.hab. o que

equivale a 505 ton/dia;

• A relação entre a quantidade de RCC e resíduos sólidos urbanos foi de

65%, dentro portanto, das expectativas de outras comunidades;

• Ao se avaliar a estimativa de RCC, levando-se em consideração a

quantidade de RCC de áreas construídas e a quantidade devida aos

depósitos irregulares, a sua produção per capita passou dos 0,32 para

0,50ton/ano.hab.;

• Em 93% das construtoras consultadas não há programa de gestão dos

RCC e em 51,2% delas não há previsão para a implantação dessa

atividade;

• Os impactos gerados pelos RCC, tanto de ordem ambiental como

econômico, trazem transtornos tanto para a municipalidade como para a

população, pois são gastos recursos na limpeza dos focos ou depósitos

irregulares, que poderiam ser aplicados em outras atividades no município;

• Pelos quantitativos decorrentes da coleta de RCC dos depósitos irregulares,

realizada pela municipalidade, são despendidos R$6,05/ano hab. Portanto,

uma alta cifra gasta pela municipalidade, por uma atividade que não é de

sua responsabilidade;

• É possível fazer-se a coleta dos RCC pelo próprio gerador, através de

transportadora, desde o canteiro de obra, pelo custo per capita de

R$2,67/ano.hab, conforme a realidade do mercado atual na cidade.

O presente diagnóstico pode ser o ponto de partida e de esclarecimento sobre a

realidade da produção e manejo dos resíduos da construção civil da cidade de

Aracaju. Portanto, poderá servir de suporte para a tomada de decisões e atitudes do

setor produtivo e da própria municipalidade, com o fim maior de contribuir para a

redução dos impactos gerados e, por conseguinte, para a melhoria do bem estar da

população aracajuana.

79

8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Resíduos da construção civil

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implantação e operação. ABNT NBR 15114. Rio de Janeiro: 2004. 7p.

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e resíduos volumosos – áreas de transbordo e triagem – diretrizes para o projeto,

implantação e operação. ABNT NBR 15115. Rio de Janeiro: 2004. 10p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Resíduos da construção civil

e resíduos volumosos – áreas de transbordo e triagem – diretrizes para o projeto,

implantação e operação. ABNT NBR 15116. Rio de Janeiro: 2004. 12p.

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Aracaju: Transportadoras, 2005.

84

9. ANEXOS

ANEXO “A” – QUESTIONÁRIOS

• Questionário para levantamento junto às construtoras.

• Questionário sobre o levantamento de depósitos irregulares de RCC em

Aracaju.

• Questionário para levantamento junto às transportadoras de entulhos.

85

QUESTIONÁRIO

Para Construtora:

1-Nome da Empresa:

2-Porte da Empresa:

3-Quantas obras em andamento na cidade?

4-É do conhecimento da empresa a resolução nº307/2002 do CONAMA?

Sim Não

5-Há programa de gestão de entulho no canteiro?

Sim(vá para o item 14) Não (vá para o item 6)

6-Qual a quantidade diária de entulho gerado em cada canteiro?

7-Como é feito o armazenamento do entulho no canteiro?

8-Como é feita a destinação final?

9-Quem é o responsável por esta operação?

10-Existe controle da empresa, quanto à confirmação de destinação final?

Sim Não

11-Caso sim, como se dá?

12-A empresa tem o conhecimento do local onde seus resíduos são destinados?

Sim Não

Em caso de sim, qual o local?

13-Quando a empresa tem pretensão de implantar o programa de gestão?

14-Desde quando existe o programa de gestão de entulhos na empresa?

15-Quais os grupos de componentes são acondicionados no canteiro?

16-Como esses componentes são acondicionados no canteiro?

17-Qual a quantidade diária, dos componentes segregados?

18-Qual o destino final dos segregados?

19-Existe controle da empresa, quanto à destinação final dos segregados?

Sim Não

Em caso de sim, como se dá esse controle?

20- Quais os benefícios do programa de gestão para a empresa?

86

PESQUISA: DIAGNÓSTICO SOBRE OS RESÍDUOS SÓLIDOS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL EM ARACAJU.

Questionário para levantamento de Campo de Focos de Entulhos

Equipe:_________________________________________Data:___/___/___

Zona da cidade:____________________________________________________

Área ou Bairro:_____________________________________________________

Nome da rua:______________________________________________________

Posicionamento da rua:______________________________________________

Coordenadas geográficas:_____________________________________________

Característica dos materiais do foco:_____________________________________

Idéia de quantidade:_________________________________________________

__________________________________________________________________

87

QUESTIONÁRIO PARA AS TRANSPORTADORAS.

Transportadora:____________________________________________________

Proprietário :_______________________________________________________

Data___/___/_____ Horário:_____________________________

1.Qual é a quantidade diária de entulho coletado na cidade?________________

_________________________________________________________________

2.Quantidade por tipo de obra.

2.1.Obra Nova:__________________________________________________

2.2.Reforma:____________________________________________________

2.3.Demolição:___________________________________________________

3.Para onde é destinado o entulho coletado?______________________________

4. Quanto por cento do mercado de coleta de entulho é que a empresa imagina

atender na

cidade?____________________________________________________________

5.Quantas caixas coletoras a empresa dispõe?____________________________

6.Qual o preço cobrado por m3 de entulho coletado?________________________

__________________________________________________________________

88

Anexo “B” Tabelas

Tabela 9.1 – Apresentação das deposições irregulares por distrito urbano e

bairros de Aracaju.

Distrito Bairro Quantidade %

Aeroporto 17 5,76

Mosqueiro 20 6,78

Santa Maria 6 2,03

Total Parcial 43 -

Atalaia 25 8,47

Coroa do Meio 11 3,73

Farolândia 19 6,44

Inácio Barbosa 5 1,69

Jabotiana 8 2,71

São Conrado 11 3,73

Total Parcial 79 -

Suissa 3 1,02

Grageru 6 2,03

Jardins 6 2,03

Luzia 10 3,39

Ponto Novo 14 4,74

Salgado Filho 2 0,68

Cirurgia 4 1,36

13 de Julho 3 1,02

Total Parcial 48 -

Novo Paraíso 7 2,37

América 19 6,44

Capucho 4 1,36

Olaria 12 4,07

Siqueira Campos 9 3,05

Total Parcial 51 -

Cdade Nova 9 3,05

Jardim Centenário 3 1,02

Lamarão 3 1,02

Santos Dumont 12 4,07

Soledade 2 0,68

Bugio 10 3,39

89

Total Parcial 39 -

Centro 1 0,34

18 do Forte 9 3,05

Industrial 9 3,05

Portos Dantas 13 4,41

Santo Antônio 3 1,02

Total parcial 35 -

TOTAL 295 100

91

Tabela 9.2 - Resíduos Depositados no Aterro do Bairro Santa Maria

Fonte: EMSURB, maio de 2005.

Ano/2004 Total: Resíduos

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Entulho 11.465,76 9.550,00 8.996,33 8.980,28 10.160,43 9.393,09 10.435,97 9.159,61 8.656,84 8.747,74 10.904,34 10.380,24 116.830,63

Lixo Orgânico 13.303,01 11.830,34 13.542,96 12.610,64 18.368,97 17.295,87 17.127,80 13.450,53 12.183,27 12,581,40 13.297,82 14.547,74 170.140,35

Resíduo de

Serviço de

Saúde

90,57 91,49 114,59 107,44 112,77 113,11 105,08 103,42 103,47 108,50 101,13 100,22 1.251,79

Ano/2005 Resíduos

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total:

Entulho 9.946,66 8.522,74 8.367,69 8.994,74 - - - - - - - - 35.831,83

Lixo Orgânico 14.209,26 19.434,26 19.694,92 24.399,99 - - - - - - - - 77.738,43

Resíduo de

Serviço de

Saúde 101,51 96,22 108,76 110,69 - - - - - - - - 417,18

92

Tabela 9.3 - Estimativa da quantidade média de RCC, de obras licenciadas na

cidade, no período de 2003 e 2004, segundo dados da EMURB.

Tipo de obra Área média anual

(m2)

Quantidade* anual

(ton)

Quantidade diária

(ton)

Nova 515.977 77.397 248

Reforma 88.963 13.344 43

Total 604.940 90.741 291

*Considerou-se 150 Kg ou 0,15ton de RCC/m2, (Pinto, 2005).

93

Anexo ´´C´´ Fotos

Seção de fotografias sobre depósitos irregulares em Aracaju.

Foto 01 – Exemplo de um micro foco resultante de pequeno reparo.

94

Foto 02 – Foco na via pública, Av. Augusto Franco com a rua de Laranjeiras.

95

Foto 03 – Foco espalhado na via pública, bairro Ponto Novo (Areias).

96

Foto 04 – Bota – fora situado nos Jardins.

97

Foto 05 – Bota – fora situado por traz da CODISE .

98

Foto 06 - Bota – fora situado na estrada da Luzia, bairro Luzia.

99

Foto 07 – Uso de entulhos para aterro em áreas de invasão, exemplo de ocupação

de mangue no Coqueiral.

100

Foto 08 - Bota – fora situado na Av. Marechal Rondon, no fundo do Terminal

Rodoviário.

101

Foto 09-Bota-fora situado na região do Conj. Augusto Franco.

102

Foto 10 - Aterro com entulhos no bairro Sta. Maria.

103

Foto 11 - Foco temporário acumulado na calçada.

104

Foto 12 - Foco situado no conjunto Orlando Dantas e ao lado do mangue.

105

Foto 13 – Foco de entulhos em área de mangue no Conjunto Orlando Dantas.