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H yde Fl áv ia Lob ato Marinh o D ias e Myl e s Al e xande r de Al m e ida El ias MÓD ULO SERVIÇO APO STILA I 2ª Edição

Ministério para as crianças - RCC

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Apostila sobre evangelização para Crianças - RCC

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Page 1: Ministério para as crianças - RCC

H yde Flávia Lobato Marinh o D iase

Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias

MÓD ULO SERVIÇOAPO STILA I

2ª Edição

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Copyrigh t © 2008 by H yde Flávia Lobato Marinh o D ias e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias

Capa e ArteMac D onald Fe rnande s Be rnal

CIP.Brasil. Catalogação na FonteBIBLIO TECA NACIO NAL - FU ND AÇ ÃO MIGU EL D E CERVANTES

Flávia Lovato Marinh o D ias, H ydeAle xande r de Alm e ida Elias, Myle s

Ministério para as CriançasRCC Brasil56p. 2ª e dição.

GS1 789 89 2788503 Re ligião

IMPRESSO NO BRASILPrinte d in Brazil 2008.

Caro le itor, pe ssoas cristãs, ou sim ple sm e nte h one stas, não ne ce ssitam do jugo da le i para faze re m o q ue é ce rto. Pe nsando nisso, a RCC Brasil e stá lh e dando cinco bons m otivos para não copiar o m ate rial contido ne sta publicação (fotocopiar, re im prim ir, e tc), se m pe rm issão dos possuidore s dos dire itos autorais. Ei-los:1) A RCC pre cisa do dinh e iro obtido com a sua ve nda para m ante r as obras de e vange lização q ue o Se nh or a te m ch am ado a assum ir e m nosso País;2) É de sone sto com a RCC q ue inve stiu grande s re cursos para viabilizar e sta publicação;3) É de sone sto com re lação aos autore s q ue inve stiram te m po e dinh e iro para colocar o fruto do se u trabalh o à sua disposição;4) É um furto de nom inado juridicam e nte de plágio com punição pre vista no artigo 184 do Código Pe nal Brasile iro, por constituir violação de dire itos autorais (Le i 9 610/9 8);5) Não copiar m ate rial lite rário publicado é prova de m aturidade cristã e oportunidade de e xe rce r a santidade .

D iagram açãoMac D onald Fe rnande s Be rnalFabrizio Z andonadi Cate nassi

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RENO VAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA - BRASILMINISTÉRIO PARA CRIANÇAS

“Ensina a criança o cam inh o q u e e la de ve se gu ir e m e sm o q uando for ve lh a, jam ais se de sviará de le "

Pv 22,6

H yde Flávia Lobato Marinh o D iase

Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias

"É m ais fácil de ixar-se pre gar com Cristo na cruz, do q u e tornar-se , com Ele ,um a criancinh a balbuciante "

Edith Ste in

Contatos

H yde Flávia Lobato Marinh o D iasCoorde nadora Nacional do Ministério para Criança da RCC

Te l: (31) 3247-349 7e -m ail: h yde flavia@ h otm ail.com

talitacum i@ ig.com .br

Myle s Ale xande r de Alm e ida EliasTe ls: (31) 3462-2461 / 9 183-629 1e -m ail: m yle se lias@ yah oo.com .br

“O nde não h á criança não h á Re ino de D e u s”Pe W illam y

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ÍND ICEPágina

APRESENTAÇÃOH yde Flávia Lobato Marinh o

INTRO D UÇÃOH yde Flávia Lobato Marinh o

CAPÍTULO I - O Ministério para CriançasH yde Flávia Lobato Marinh o e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias

CAPÍTULO II - D e se nvolvim e nto das Açõe s do Ministério para CriançasH yde Flávia Lobato Marinh o e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias

CAPÍTULO III - O D e se nvolvim e nto Em ocional e Espiritual da CriançaH yde Flávia Lobato Marinh o e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias

CAPÍTULO IV - A Cura Inte rior da CriançaH yde Flávia Lobato Marinh o e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias

CAPÍTULO V - As Virtude s e o D e se nvolvim e nto Espiritual da CriançaMyle s Ale xande r de Alm e ida Elias

CAPÍTULO VI - Brincando, Form ando e Evange lizando as CriançasMyle s Ale xande r de Alm e ida Elias

APÊND ICES

1. Mode lo de Proje to de Estruturação do Ministério para Crianças na Com unidade

2. A Estruturação de um Grupo de O ração para Crianças

3. A O ração com a Criança

4. Suge stõe s para a Pre gação Q ue rigm ática Adaptada à Linguage m da Criança

5. A Criança e a Palavra de D e us

6. Ce le bração D urante a Gravide z

7. Ce le bração Pre parando para o Parto

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APRESENTAÇÃO D O ED ITO R

1 CNBB. D ocum e nto de Apare cida, 226c

A Com issão de Form ação é um órgão de asse ssoria e consultoria do Conse lh o Nacional e te m a finalidade de articular e re alizar as atividade s de form ação de toda RCC do Brasil e ve m dar suporte a todos m inistérios para q ue re alize m suas form açõe s e spe cíficas e q ue possam ate nde r com q ualidade os grupos de oração.

“Junto a um a forte e xpe riência re ligiosa e um a de stacada convivência com unitária, nossos fiéis pre cisam aprofundar o conh e cim e nto da Palavra de D e u s e os conte údos da fé, visto q u e e sta é a única m ane ira de am adure ce r sua e xpe riência re ligiosa”.

A busca de sabe doria e do conh e cim e nto de D e us é um a constante na vida do se r h um ano. O h om e m é um se r re ligioso e na sua cam inh ada busca faze r da re ligião um e ncontro com D e us, conh e ce r D e us.

A partir do e ncontro pe ssoal com Cristo e xpe rim e ntado ao re ce be r o anúncio q ue rigm ático, o cristão fica e ntusiasm ado e cada ve z m ais q ue r cre sce r no aprofundam e nto doutrinal, m oral e e spiritual. Buscando vive r a e xpe riência pe ssoal do Batism o no Espírito Santo (ide ntidade de nosso m ovim e nto), se ntim os a ne ce ssidade de um a form ação m adura e doutrinária para não andarm os ao sopro de q ualq ue r vã doutrina.

D ando se q üência ao m ódulo básico de form ação Paulo Apóstolo, am pliado com os três e ncontros de form ação h um ana, cada m inistério na RCC te m a re sponsabilidade de aplicar sua form ação e spe cífica,

naq uilo q ue é im portante para o funcionam e nto do m e sm o. E e sta de ve se r siste m ática, adaptada à capacidade dos se us m e m bros para q ue todos possam re sponde r cada ve z m ais a razão de sua fé. U m a boa form ação é a garantia da vida e da força de cada m inistério se ndo, portanto, a guardiã dos carism as.

A falta de com pre e nssão e conse q üe nte m e nte não assum ir o cam inh o da form ação com e m pe nh o e de dicação têm causado de svios, apatias e até m e sm o abandono da RCC e da Igre ja.

H á, portanto, um a ne ce ssidade inconte stáve l de q ue as lide ranças e os m e m bros da RCC não re sistam à form ação, m as a busq ue m ince ssante m e nte , para pe rm ane ce re m no cam inh o de santidade e se rviço.

Re ssaltam os, ainda, q ue os m inistérios são instâncias de se rviço do grupo de oração, da dioce se , do e stado, e tc. Cabe a e le s e stim ular e ince ntivar a form ação, porém não têm e le s autonom ia de de cisõe s, de ve ndo se re portar para orie ntaçõe s e de cisõe s se m pre ao coorde nador do grupo de oração/dioce sano/e stado, de pe nde ndo da e sfe ra. O s m inistérios não pode m criar coorde naçõe s parale las, pois cabe ao coorde nador do GO , da dioce se ou do e stado o disce rnim e nto e pastore io dire to dos se rvos. Aos re sponsáve is pe los m inistérios e m q ualq ue r e sfe ra cabe a form ação e spe cífica do m e sm o.

Conscie nte s da im portância da form ação e q ue e sta não pode e star se parada de um a vida de oração, pe rm ane çam e m Ce náculo para um pe re ne Pe nte coste s.

Nossa Se nh ora se de da Sabe doria, rogai por nós

Com issão Nacional de Form ação

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A infância, h oje e m dia, de ve se r de stinatária de um a ação prioritária da Igre ja, da fam ília e das instituiçõe s do Estado, tanto pe las possibilidade s q ue ofe re ce com o pe la vulne rabilidade a q ue se e ncontra e xposta. A crianças são dons e sinal da pre se nça de D e us e m nosso m undo por sua capacidade de ace itar com sim plicidade a m e nsage m e vangélica. Je sus as e scolh e u com e spe cial te rnura (cf Mt19 ,14), e apre se ntou a capacidade q ue e las têm para acolh e r o Evange lh o com o m ode los para e ntrar no Re ino de D e us (cf Mt 18,3) (D ocum e nto de Apare cida 438).

Nos dire itos m undiais da Criança e ncontram os: Em caso de e m e rgência prim e iro salve m as crianças. E q uando nossa Igre ja diz se r a criança PRIO RID AD E talve z se ja para nós um a ale rta de q ue o m undo e ste ja e m situação de e m e rgência. No te m po de D om Bosco a e vange lização de criança e ra pre ve ntiva, h oje e stam os trabalh ando no re sgate , pre cisam os re sgatar a criança e sua infância para não corre rm os o grande risco de

pe rde r nosso MO D ELO PARA ENTRAR NO REINO D E D EU S. Entre a criança “se r de scartáve l” e m laboratórios de pe sq uisa ge nética e a criança D O M E SINAL D A PRESENÇ A D E D EU S EM NO SSO MU ND O h á um longo cam inh o de e vange lização.

Louvado se ja D e us pe la CAPACID AD E da criança D E ACO LH ER O EVANGELH O CO M SIMPLICID AD E. A e xe m plo de São D om ingos Sávio, santa Inês, santa Be rnade te e tantos outros santos crianças, o m e nino e a m e nina de h oje são capaze s de anunciar o Re ino e de nunciar o pe cado. O m undo já de scobriu o pode r de pe rsuasão da criança se ndo sua pre se nça obrigatória nos program as de TV, nas cam panh as publicitárias com o age nte s transform adore s e anunciadore s e nós Igre ja tam bém :

Valorizar a capacidade m issionária dos m e ninos e m e ninas q ue não só e vange lizam se us próprios com panh e iros, m as q ue tam bém pode m se r e vange lizadore s de se us próprios pais. D A441,g

APRESENTAÇÃO

H yde FláviaCoorde nadora Nacional do Ministério para Crianças

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“D e ixai vir a m im as criancinh as e não as im pe çais’’ (Mt 19 ,14), disse Je sus aos se us discípulos. E h oje , a q ue m Ele diria isto?

Talve z aos pais e padrinh os q ue prom e te m num a pia batism al dar um a form ação católica para suas crianças e não cum pre m .

Talve z aos form adore s e re sponsáve is pe la e vange lização nas paróq uias q ue não prom ove m a ade são a Je sus afastando a criança da vida sacram e ntal.

Talve z às e scolas católicas q uando não transm ite m a fé e os valore s cristãos.

Talve z àq ue le s q ue não pe rce be m a criança nas com unidade s, nos e ncontros e nos grupos de oração e de ixam de inve stir na sua e vange lização.

Talve z aos q ue dize m “criança é o futuro” e se ach am no dire ito de ignorar a criança e suas obrigaçõe s para com e la.

Talve z q uando a fam ília, a e scola e a igre ja transfe re m e ntre si a re sponsabilidade de form ar a criança na fé cristã.

O q ue pe nsa da criança Je sus e Maria?Je sus nos m ostra o cam inh o inve rso, e m ve z de

dize r a criança: “você é o futuro”, Ele diz aos adultos: “Torna-te um a criança para e ntrare s no re ino dos céus’’

(Mc 10,15).

No plano de D e us a infância é um m om e nto único onde se dará a form ação do caráte r e da pe rsonalidade q ue irá acom panh ar toda um a vida e a Palavra de D e us prom e te :

"Ensina a criança o cam inh o q u e e la de ve se gu ir e m e sm o q uando ve lh a jam ais se de sviará de le " (Pv 22,6).O Cate cism o da Igre ja Católica diz: "A e ducação da

consciência é um a tare fa de toda a vida. D e sde os prim e iros anos, ale rta a criança para o conh e cim e nto e a prática da le i inte rior re conh e cida pe la consciência m oral. U m a e ducação prude nte e nsina a virtude , pre se rva ou cura do m e do, do e goísm o e do orgulh o, dos se ntim e ntos de culpabilidade e dos m ovim e ntos de com placência, nascidos da fraq u e za e das faltas h um anas. A e ducação da consciência garante a libe rdade e ge ra a paz no coração” (CIC 1784).

Este é o grande salto q ue o Ministério para Criança ve m im plantar. A e vange lização q ue vê a criança capaz de dar o pe rfe ito louvor a D e us (Sal 8,3 e Mt 21,16), m ode lo para jove ns e adultos (Mt 18,3) e age nte s anunciadore s dignos de toda confiança com o nos e nsinou Maria e m Lourde s e Fátim a e nos e nsina o Papa ao confiar à criança a salvação de suas fam ílias e de todas as fam ílias do m undo (Carta do Papa às Crianças) e nós dize m os: Am ém !

INTRO D UÇÃO

H yde Flávia

A paz do Me nininh o Je sus!

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O bje tivo O Ministério para Crianças visa de se nvolve r

condiçõe s ide ais de e vange lização conform e a re alidade da infância. Pre cisam os com pre e nde r a criança com o pe ssoa e m form ação, com capacidade s q ue pre cisam se r de se nvolvidas, e stim uladas, organizadas e e struturadas e m todos níve is, a sabe r: físico, m e ntal, e m ocional e e spiritual.

Este s níve is são inte rligados e re pre se ntam os pilare s sobre os q uais o h om e m se apóia da infância ao fim de sua vida. O Ministério para Crianças busca ate nde r o ch am ado para a construção da e vange lização q ue conduzam a infância e m dire ção à ple nitude anunciada por Cristo.

Evange lizando crianças, e ste m inistério priorizará proje tos q ue vise m :

· Re sgatar a de sce ndência e le ita: form ar a consciência da com unidade cristã a re spe ito da infância, q uanto às suas ne ce ssidade s sociais, e m ocionais e e spirituais;· Faze r com q ue a criança se ja ouvida: e stabe le ce r critérios de e vange lização ade q uados para o ace sso da criança à m e nsage m anunciada por Cristo;· Ach ar o lugar da criança: orie ntar e asse ssorar açõe s de e vange lização e spe cíficas para as crianças q ue re staure m a sua ide ntidade cristã.

Me tas· Evange lizadora: ade q uar o anúncio q ue rigm ático à re alidade e condição da criança.· Missionária: ir onde a criança e stive r.· Form adora: dar form ação à criança e a q ue m a e vange liza.

JustificativaA re alidade da infância pre cisa se r clara para pais,

casais ge stante s, doce nte s, cate q uistas, m onitore s, m inistérios, pastorais, de ntre outros, pois o alice rce e struturado ne sta fase acom panh a a vida cristã e m toda um a a e xistência. Nos pre ocupam os com as se q üe las, os “e spinh os na carne ”, q ue flage lam e m dive rsos níve is da vida cristã, as q uais te m sua orige m , e m q uase toda sua totalidade , na infância à idade adulta e q ue pe rm ane ce m sob dive rsas form as de sofrim e nto de sde a falta de e ntre ga, com o e xpre ssão de um a fé bloq ue ada e

e spe rança lim itada, se m com pre e nde r a razão de ssa de ficiência. A infância re le gada conduz às lim itaçõe s do adulto no re lacionam e nto com os irm ãos, com a com unidade e com D e us.

O Ministério para Crianças te m por m issão ge rar a consciência de toda com unidade a re spe ito da infância. Ge rar é form ar, de se nvolve r, se nsibilizar, conscie ntizar e cuidar. Visa ofe re ce r subsídios re alm e nte ade q uados às suas ne ce ssidade s e capacidade de com pre e nsão, para darm os às crianças as condiçõe s para construir, de sde ce do, um re lacionam e nto íntim o com D e us.

U m a consciência ple na sobre a infância é a condição para o de se nvolvim e nto dos m e ios de e vange lização. Se m consciência não h á com pre e nsão e se m se r com pre e ndida, não h á m étodo q ue le ve a criança à fé. A criança foi flage lada durante m ilênios por se r conside rada um adulto e m m iniatura, até na arte e ra re tratada de ssa form a. O s e fe itos a h um anidade de m onstra e m vários tipos de intole rância. Atitude s dos q ue não conse gue m com pre e nde r a si, ao outro e a D e us e se tornam incapaze s de am ar e pre se rvar a criança.

Se m a e vange lização, nas dim e nsõe s q ue rigm ática e cate q uética, não aconte ce o e ncontro pe ssoal com D e us Pai, Filh o e Espírito Santo, e conse q üe nte m e nte a cura, a libe rtação e o cre scim e nto da fé não ocorre m dificultando assim o am ar e o se r um com Cristo, e m ais, im pe de q ue se re alize na vida de cada um a Sua proposta de Salvação.

O ch am ado do Ministério para Crianças é e vange lizar. É le var o anúncio e vangélico sobre a criança aos pais, cate q uistas e m inistérios, aprofundando na com pre e nsão de suas ne ce ssidade s e capacidade s, cognitivas, e m ocionais e e spirituais, para suscitarm os as e xpe riências de am or e vida no se u cam inh o rum o ao Pai.

H istória de Sam ue lElcana e ra casado com Ana q ue e ra e stéril (I Sm

1,5). U m dia no Te m plo Ana ch orava suplicando a D e us o dom da m ate rnidade . O sace rdote H e li ach ou q ue Ana e stava bêbada e foi ch am ar sua ate nção. "Não é assim , m e u se nh or, re sponde u Ana, e u sou um a m ulh e r aflita; não be bi ne m vinh o, ne m álcool, m as de rram o a m inh a alm a na pre se nça do Se nh or. Não tom e s a tua e scrava por um a pe ssoa frívola, porq ue é a grande za de

O MINISTÉRIO PARA CRIANÇAS

Capítulo I

H yde Flávia Lobato Marinh o e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias

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m inh a dor e de m inh a aflição q ue m e fe z falar até aq ui." H e li re sponde u: "Vai e m paz, e o D e us de Israe l te conce da o q ue lh e pe de s."

Não é e sta a m issão dos e vange lizadore s de criança transform ar afliçõe s e m e spe rança?

Ana consagra se u filh o a D e us, na ve rdade a vocação de Sam ue l com e ça com a vocação de sua m ãe á m ate rnidade . Assim de pois de um ano Ana se apre se nta no te m plo com se u filh o no colo. Q uando é de sm am ado Ana le va Sam ue l para m orar com H e li, q ue e scolh e o lugar m ais sagrado do Te m plo para Sam ue l dorm ir e lh e dá um a m issão, a de m ante r ace sa a ch am a do fogo q ue h avia caído do céu.

Não é e sta a m issão de cada criança m ante r ace ssa a ch am a do am or e m se u s lare s?

Não é e sta a m issão dos e ducadore s re se rvar o lugar m ais sagrado para a criança?

U m a ve z por ano Ana te cia um a túnica e le vava para Sam ue l. A túnica se m pre ficava pe q ue na.

O s pais nunca ach am q ue se us filh os cre sce ram . Não se ria o pape l do e vange lizador ale rtá-los?

A voz de D e us h á m uito te m po não e ra ouvida. "O s filh os de H e li e ram m aus; não conh e ciam o Se nh or" (I Sm 2,12) dife re nte do m e nino Sam ue l q ue “cre scia na com panh ia do Se nh or", (I Sm 2,21b).

Je su s tam bém cre scia e m sabe doria e graça diante de D e u s e dos h om e ns.

U m dia e stava Sam ue l dorm indo q uando e scutou ch am ar se u nom e . Corre u até H e li pe nsando q ue e le o ch am ava. H e li pe diu a Sam ue l q ue voltasse a se de itar. "Pe la te rce ira ve z o Se nh or ch am ou Sam ue l, q ue se le vantou e foi te r com H e li: Eis m e aq ui, tu m e ch am aste . Com pre e nde u e ntão H e li q ue e ra o Se nh or q ue m ch am ava o m e nino e disse : Vai e torna a de itar-te disse -lh e e le , e se ouvire s q ue te ch am a de novo, re sponde : Falai, Se nh or q ue vosso se rvo e scuta!” (I Sm 3,10). E assim fe z o m e nino. D e sde e ntão a voz de D e us passou a se r ouvida e anunciada pe lo Profe ta Sam ue l.

Não se ria o pape l do e vange lizador de Criança e nsinar a distingu ir a voz de D e u s da voz dos h om e ns?

A Consciência CristãA consciência cristã de se nvolve -se . Me sm o se m o

ple no conh e cim e nto de D e us e se u proje to de salvação vam os aos poucos rom pe ndo as se q üe las do pe cado original e firm ando no cam inh o dado pe lo Se nh or Je sus. Se h á um de se nvolvim e nto, te m os q ue pe nsar nas condiçõe s q ue pre cisam e xistir para q ue e le ocorra. Isso nos ch am a a ate nção de q ue tais condiçõe s proporcionarão níve is de de se nvolvim e nto, ou profundidade , conform e a sua q ualidade , inte nsidade e de vido acom panh am e nto.

“D e sde a prim e ira infância até ao lim iar da

m aturidade , a cate q ue se torna-se pois um a e scola pe rm ane nte de fé e se gue as grande s linh as da vida, à m ane ira de um farol q ue ilum ina o cam inh o da criança, do adole sce nte e do jove m ” (Exortação apostólica Cate ch e si Trade ndae , 37).

O Cate cism o da Igre ja Católica, no título “A Form ação da Consciência” (CIC 1784), nos traz o se guinte :

“A e ducação da consciência é um a tare fa de toda a vida. D e sde os prim e iros anos ale rta a criança para o conh e cim e nto e a prática da le i inte rior re conh e cida pe la consciência m oral. U m a e ducação prude nte e nsina a virtude , pre se rva ou cura do m e do, do e goísm o e do orgulh o, dos se ntim e ntos de culpabilidade e dos m ovim e ntos de com placência, nascidos da fraq u e za e das faltas h um anas. A e ducação da consciência garante a libe rdade e ge ra paz no coração”.

Pre cisam os com pre e nde r a nossa re sponsabilidade no cuidado com o próxim o de sde a form ação da fam ília, na conce pção dos filh os, no acom panh am e nto de se u cre scim e nto até sua m aturidade . Som os ch am ados a e vange lizar, a form ar a consciência da de sce ndência, a apre se ntar o am or últim o do nosso Pai, q ue nos ch am a a form ar com Ele a aliança e te rna.

Na Carta e ncíclica Fide s e t Ratio (Fé e Razão), o Papa João Paulo II apre se nta tais dim e nsõe s da e xistência h um ana dize ndo q ue “constitu e m com o q u e as duas asas pe las q uais o e spírito h um ano se e le va para a conte m plação da ve rdade . Foi D e u s q u e m colocou no coração do h om e m o de se jo de conh e ce r a ve rdade e , e m últim a análise , de conh e ce r a e le , para q u e , conh e ce ndo-o e am ando-o, possa ch e gar tam bém à ve rdade ple na sobre si próprio” (Ex. 33,8; Sl 27/26, 8-9 ; 63/62, 2-3; Jo 14,8; IJo 3,2).“Conh e ce re is a ve rdade e a ve rdade vos libe rtará” (Jo 8, 32)“Eu sou a luz do m undo; aq u e le q u e m e se gu e não andará

e m tre vas, m as te rá a luz da vida” (Jo 8, 12)E ainda o Papa cita a inscrição “Conh e ce -te a Ti

Me sm o”, nos dize ndo q ue ”tanto no O rie nte com o no O cide nte , é possíve l e ntre ve r um cam inh o q u e , ao longo dos séculos, le vou a h um anidade a e ncontrar-se progre ssivam e nte com a ve rdade e a confrontar-se com e la. É um cam inh o q u e se re alizou – ne m podia se r de outro m odo – no âm bito da autoconsciência pe ssoal: q uanto m ais o h om e m conh e ce a re alidade e o m undo, tanto m ais conh e ce a si m e sm o na sua unicidade , ao m e sm o te m po e m q u e ne le se torna cada ve z m ais pre m e nte a q u e stão do se ntido das coisas e da sua própria e xistência. O q u e ch e ga a se r obje to do nosso conh e cim e nto torna-se por isso m e sm o parte da nossa vida” (Carta e ncíclica Fide s e t Ratio 1).

Ve m os aq ui o ch am ado a cuidar e form ar com o a e xpre ssão de am or na vida cristã, te ndo com o m e ta ajudar o irm ão a conh e ce r a ve rdade ace rca de si próprio e do Se nh or da Vida, para a libe rtação do jugo

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do pe cado, pois não h á autêntica ve rdade e libe rdade q ue não ve nh a de D e us.

“A libe rdade é no h om e m um a força de cre scim e nto e am adure cim e nto na ve rdade e na bondade . A libe rdade alcança sua pe rfe ição q uando e stá orde nada para D e u s, nossa be m -ave nturança” (CIC 1731)

Som e nte pe lo cam inh o nos dado por Je sus Cristo pode m os se r livre s. Ple nitude da im age m e se m e lh ança com o Pai, e is o obje tivo q ue de ve m os buscar alcançar pe lo Se nh or na cam inh ada de nossas vidas.

Nossas vidas são ch e ias de e xpe riências do Re ino e do m undo, da graça e do pe cado, e no cam inh ar pre cisam os a cada m om e nto faze r e scolh as. D e cidir com sabe doria re q ue r alice rce s firm e s, calcados no am or ve rdade iro pe la vida nos dada pe la graça do Se nh or. São ne sse s m om e ntos q ue nos de param os com as ince rte zas, dúvidas, m e dos e te rrore s, q ue se re avivam de e xpe riências sote rradas de de sam or, do de sam or sob as m ais dive rsas form as de apre se ntação das se q üe las do pe cado.

“A libe rdade se e xe rce no re lacionam e nto e ntre os se re s h um anos. Toda pe ssoa h um ana, criada à im age m de D e u s, te m o dire ito natural de se r re conh e cida com o se r livre e re sponsáve l” (CIC 1738)

Jam ais duvide , a criança é capaz de com pre e nde r o anúncio e vangélico. A e fusão do Espírito Santo de ve aconte ce r de sde a prim e ira infância. A e xpe riência do am or incondicional de D e us faz a criança se ntir-se am ada, ace ita e com pre e ndida ve nce ndo o m e do e a culpa. A criança pre cisa conh e ce r o am or ilim itado de D e us.“Eu sou o cam inh o, a ve rdade e a vida, ninguém ve m ao Pai

se não por m im ” (Jo 14,6). O am or só é ple no e m Cristo. D aí o de sam or

pode se r conside rado toda form a de bilitada de cuidar, e nsinar, ate nde r, e scutar ou falar. A proposta q ue o Se nh or nosso D e us faz é de um a vida de graça, da ve rdade e do am or re ve lado a nós pe la e ncarnação, paixão e m orte de se u Filh o. Absolutam e nte ninguém pode ir além , am ar com m aior profundidade e propor um a ple nitude m ais abrange nte e ve rdade ira.

Em virtude de sua alm a e de se us pode re s e spirituais de inte ligência e vontade , o h om e m é dotado de libe rdade , “sinal e m ine nte da im age m de D e u s” (CIC 1705 – GS 17)

Cre sce r e m um am bie nte totalm e nte prote gido nos alie na, a de sprote ção nos de sum aniza. Na libe rdade se form a cristãos pe nsante s de consciência crítica, capaz de m udar a socie dade e a re alidade com os valore s cristãos. O s santos tinh am consciência do m undo a sua volta, e ram cie nte s do be m e do m al e sabiam avaliar be m as conse q üências de suas atitude s e de cisõe s. Je sus e ra tão livre q ue podia dize r não a sua própria vontade .

Com o a criança pe rce be D e us? Q uais os sinais do am or de D e us para a criança? A idéia de D e us é passada

para a criança pe q ue na por aq uilo q ue é re al e se nsíve l a e la.

O prim e iro sinal de D e us são os pais. Ela conce be a idéia de D e us pai, D e us m ãe , pe la e xpe riência q ue vive com o filh o. Se os pais são tiranos, D e us se rá h ostil. Se os pais não pe rm itire m a libe rdade , D e us é opre ssor. Se os pais fore m fe ch ados, D e us é inace ssíve l. Se os pais fore m se ve ros, D e us é vingador. U m D e us apagado é h e rde iro de pais se m autonom ia.

"O pape l dos pais na e ducação é tão im portante q u e é q uase im possíve l substitu í-los. O dire ito e o de ve r de e ducação são prim ordiais e inalie náve is para os pais” (CIC 2221)

O se gundo sinal são os laços afe tivos. A criança de ve e star unida aos outros por um a re lação de am or. A idéia de D e us é m arcada na criança m uito m ais pe lo afe to, do q ue pe lo inte le cto, m ais pe la e m oção (do re lacionam e nto), do q ue pe la noção do e nsinam e nto, m ais pe lo q ue a asse m e lh a a D e us do q ue pe lo q ue de form a e sta se m e lh ança.

"O progre sso e spiritual te nde à união se m pre m ais íntim a com Cristo” (CIC 2014)

O te rce iro sinal é o clim a fam iliar. A fé da criança se de se nvolve num clim a de paz, q ue não ignora os conflitos; num clim a de se gurança porq ue não de scarta o m e do; num clim a e m q ue a e xigência q ue conduz aos ge stos de pe rdão, e disciplina te m se u e spaço porq ue é condição para libe rdade . Nisso a criança pode e ntre ve r um pouco a m ane ira de se r de D e us.

“A e xpe riência da vida e m fam ília pode alim e ntar as disposiçõe s afe tivas q u e por toda a vida constitu irão autênticos pre âm bulos e apoios de um a fé viva” (CIC - 2225)

Sobre a cate q ue se na prim e ira infância: “Mom e nto m u itas ve ze s de cisivo é aq u e le e m q u e as criancinh as re ce be m dos pais e do m e io am bie nte fam iliar os prim e iros e le m e ntos da cate q u e se ... m ais do q u e um a sim ple s re ve lação do Pai ce le ste ... para o q ual as criancinh as h ão de apre nde r logo a voltar o coração. Bre víssim as oraçõe s, q u e e las h ão de apre nde r a balbuciar, constitu irão o início de um diálogo am oroso com e sse D e u s e scondido cuja Palavra vão com e çar e m bre ve a ouvir. Nunca é de m ais insistir com os pais cristãos para q u e façam e ssa iniciação pre coce das crianças. É por e la q u e as suas faculdade s h ão de se r inte gradas num a re ve lação vital com D e u s. Tare fa fundam e ntal, e xige grande am or e profundo re spe ito para com as crianças, as q uais, têm dire ito a um a apre se ntação sim ple s e ve rdade ira da fé cristã” (Exortação apostólica Cate ch e se Trade ndae , 36).

O q uarto sinal é a conte m plação da nature za. A nature za te m o pode r de e vocar e xpe riência de êxtase , e le vação, re ve rência, m agnitude e silêncio q ue são atitude s dos m ísticos. D e us se e sq ue ce u na nature za. Conte m plar é usar a nature za para e ncontrar-se com se u Criador.

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“Ensina à criança o cam inh o q u e e la de ve se gu ir; m e sm o q uando e nve lh e ce r, de le não se h á de afastar” (Pv 22, 6)

O q uinto sinal é o e spírito de oração, não é a form ula da oração, m as a form a com q ue é fe ita, e voca significado, unção, re spe ito e o silêncio com o sinal de D e us.“Q uanto m ais praticar o be m , m ais a pe ssoa se torna livre ”

(CIC 1733) Esse s sinais são um cam inh o na graça e para a

graça no q ual pais, fam ília e e vange lizadore s de ve m se e m pe nh ar, e m ofe rta ao Se nh or pe lo dom re ce bido. A graça ve m e xclusivam e nte de D e us e se m e la não h á e vange lização. O Cate cism o faz a se guinte re fe rência: “A graça de Cristo é o dom gratu ito q u e D e u s nos faz de sua vida infundida pe lo Espírito Santo e m nossa alm a, para curá-la do pe cado e santificá-la; trata-se da graça santificante ou de ificante , re ce bida no Batism o. Em nós e la é a fonte da obra santificadora”, e ainda “A pre paração do h om e m para acolh e r a graça é já um a obra da graça. Esta é ne ce ssária para su scitar e m ante r nossa colaboração na justificação pe la fé e na santificação pe la caridade . D e u s acaba e m nós aq u ilo q u e Ele m e sm o com e çou, pois com e ça, com a sua inte rve nção, faze ndo com q u e nós q u e iram os e acaba coope rando com as m oçõe s da nossa vontade conve rtida” (CIC 2001).

D e us dispõe sua graça de sde a conce pção, portanto, é possíve l q ue a criança te nh a a vida na graça, h aja vista q ue “A vocação para a vida e te rna é sobre natural. D e pe nde inte gralm e nte da iniciativa gratu ita de D e u s, pois ape nas Ele pode se re ve lar e dar-se a si m e sm o. U ltrapassa as capacidade s da inte ligência e as forças da vontade do h om e m , com o tam bém de q ualq u e r criatura” (CIC 19 9 8), à m e dida q ue D e us a re ve la, a criança se torna capacitada por Ele a faze r sua opção de sde a infância.

O Se nh or q ue r q ue cam inh e m os num a com unh ão profunda. É na com unidade q ue se re aliza o Re ino, a graça, a virtude , o fruto do Espírito.

O Se nh or q ue r q ue apre se nte m os a sua face , e não h á com o faze r isto a não se r q ue se jam os a sua Sagrada Face . O m e u irm ão pre cisa ve r e m m im re fle tida a face do Se nh or, a nossa Be m -Ave nturança. Este é o te ste m unh o q ue conve rte , cura e libe rta. Porém o dam os à m e dida tam bém daq uilo q ue é a ve rdade do Se nh or e m nós.

“O fe rro com o fe rro se aguça, e o h om e m afina-se ao contato com os outros” (Pr 27, 17)

“Assim com o o rosto se re fle te na água, assim o coração do h om e m re sponde ao h om e m ” (Pr 27, 19 )

As notas e m dive rsas ve rsõe s sobre os ve rsículos acim a apontam para o conh e cim e nto autêntico de si com o base para conh e cim e nto do outro, e com o e ste se m pre traz, m e sm o q ue às ve ze s q uase im pe rce ptíve l, um re fle xo de nós próprios.

Som os ch am ados, m e u irm ão e m inh a irm ã, a se rm os um re fle xo vivo do Se nh or para cada um de

nossas fam ílias e com unidade s, e m uito m ais para as crianças, pois e ste é não só o prim e iro, m as o constante sinal na form ação da sua auto-im age m e do se u auto-conce ito, caso contrário e stare m os indo contra o q ue o Se nh or nos orde na:

“D e ixai vir a m im as criancinh as, não as afaste is, pois a e las pe rte nce o Re ino de D e u s” (Mc 10, 14)

Pre cisam os re sgatar a criança, pe rm itir q ue se ja de sbloq ue ado o cam inh o, ajudá-la a conh e ce r e dize r SIM ao Se nh or e NÃO ao pe cado e sua se q üe las.

Cre ia! As crianças q ue você e vange liza pode m e scolh e r! Na Constituição D ogm ática De i Ve rbum e stá e scrito: “o h om e m , por sua nature za e vocação é 'capaz de D e us', q uando ouve a m e nsage m das criaturas, pode atingir a ce rte za da e xistência de D e us com o causa e fim de tudo e q ue Ele pode se re ve lar ao h om e m (D V 3)”. Não e stá e scrito q ue “o adulto” é capaz de D e us, m as sim q ue “o h om e m ” e m toda a sua e xistência! Se assim não fosse Sam ue l não ouviria a voz de D e us e João Batista não saltaria no se io e m júbilo por re conh e ce r o Se nh or! A criança é capaz de D e us, é apontada por Je sus com o m ode lo para se ch e gar ao céu e e scolh ida por Maria e m Lourde s e Fátim a com o m e nsage ira.

"O pe rfe ito louvor vos é dado pe las crianças m ais pe q u e ninas" (Sl 8,3)

Crianças age nte s transform adore s de sua re alidade . Cre ia nisto e ve rá o q ue o Se nh or te m fe ito para as crianças e por m e io de las, e nós e stam os aq ui para te ste m unh ar.

O Conte xto AtualVive m os na atualidade um a crise q ue apre se nta o

de se spe ro do h om e m afastado de D e us. A alie nação de si, do outro e de D e us é a orige m da violência de todas as e spécie s. O h om e m te m re corrido às suas próprias forças para supe rar ge rando um ciclo q ue se re troalim e nta e gradativam e nte continua a afastá-lo de D e us. As políticas ve rsam cada ve z m ais sobre o m ode los q ue inte gram inúm e ras soluçõe s h um anas, fe ch adas e m si, do h om e m pe lo h om e m , ne gando o anúncio de Cristo. E pe nsar q ue som os te m plo onde o Espírito de D e us h abita.

Ve m os as e scolas prom ove ndo a asce nsão de políticas pe dagógicas de dicadas a um a form ação e m contrária ação ao cristianism o, ao e cum e nism o, ao diálogo inte r-re ligioso, num a clara ace pção ate ísta, de valoração da capacidade pe ssoal com o fim últim o do h om e m . Política é o be m com um e e ducar é "tirar de de ntro" a ple nitude do se r criado por D e us, pre cisam os re sgatar para D e us a política e o e ducar.

Je sus ale rtou aos se us se guidore s: Se vocês se calare m as pe dras clam arão. Na socie dade as crianças têm sido obje to de agre ssõe s caracte rizadas pe la ne gação de suas ne ce ssidade s básicas, pe las várias

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e spécie s de re je ição de sde a indife re nça na fam ília, na e scola, nas igre jas e nos grupos de oração (ch e gam pe dir q ue tire m as crianças porq ue e las "atrapalh am ") até o abandono de re cém -nascidos, e xploração se xual, tráfico de órgãos e m orte .

Nossas crianças e stão suje itas a sutis ou claras açõe s anticristãs, m as o re sgate autêntico da não violência pe rpassa pe los valore s cristãos.

O re sultado e stá tam bém e vide nte na asce nsão de todos os m ale s. O h om e m vive sob um conjunto de condiçõe s e xtre m am e nte opre ssivas á sua cam inh ada para a ple nitude . A vida por si só não alcança se u se ntido últim o. O h om e m se m a consciência de D e us se nte q ue suas forças se e svae m , torna-se im pote nte .

O cristão e stá suje ito a tudo isto não pe la ausência de fé, m as pe los lim ite s q ue e sta fé alcança. Minh a distância de Cristo é a distância q ue te nh o do irm ão, q uando torno-m e se guidam e nte age nte prom otor do am or ao irm ão, e sta é a dim e nsão da vida nova q ue h abita e m m im . Só Je sus libe rta e som e nte pe la fé n’Ele o cristão pode atingir o níve l m ais profundo da sua e xistência, o níve l q ue ultrapassa a e le m e sm o na com unh ão ve rdade ira com D e us.

Supe rar conflitos pe ssoais, os q uais se m anife stam física, m oral, afe tiva, social ou e spiritualm e nte , com o o e fe ito de um de se nvolvim e nto ade q uado. Tal m udança se inse re e m nossas re laçõe s, e m ais forte m e nte nas fam iliare s, passando a influe nciar no re lacionam e nto com os filh os. E de ge ração e m ge ração, passa-se a re produzir todo e fe ito de vida e m abundância. Só e m Je sus nos tornam os um com o Pai.

Evange lizar a criança re q ue r consciência e com prom isso.

Um Cam inh o a Se guirConform e o Cate cism o da Igre ja Católica:“A libe rdade é no h om e m um a força de cre scim e nto e

am adure cim e nto na ve rdade e na bondade . A libe rdade alcança sua pe rfe ição q uando e stá orde nada para D e u s, nossa be m -ave nturança” (CIC 1731)

A e vange lização ne ce ssita da fé e a fé é um a ade são livre .

Se m a fé não h á e spe rança, se m e spe rança não h á se ntido para a vida.

O e vange lizador pre cisa e ntão e star pronto e ir às últim as conse q üências para q ue o e vange lizado te nh a condiçõe s de e scolh e r e ade rir ve rdade iram e nte .

A libe rdade últim a é se r um com D e us. U m com o Pai, um com o Filh o, um com o Espírito Santo. Só ne sse cam inh o posso se r um com m e u próxim o.

O Ministério para Crianças busca atingir e sta re alidade , utilizando m e ios ade q uados à condição de assim ilação da criança: “51. A idade e o de se nvolvim e nto inte le ctual dos cristãos, be m com o o

se u grau de m aturidade e cle sial e e spiritual e m uitas outras circunstâncias pe ssoais e xige m q ue a cate q ue se adapte m étodos m uito dive rsos, para pode r alcançar a sua finalidade e spe cífica: a e ducação para a fé” (Cate q u e se Trade ndae re f. "D ive rsidade dos Métodos").

D e stacam os os se guinte s:•grupos de oração com crianças;•e studo bíblico para criança;•form ação de pre gadore s, inte rce ssore s e

m úsicos infantis;•dia de louvor com criança;•re tiro com crianças;•liturgia para criança;• m úsica, te atro e dança para e vange lizar criança;•livros, h istórias, fantoch e s brinq ue dos,

dinâm icas q ue rigm áticos;•arte e arte sanato para e vange lizar criança;

e sporte para e vange lizar criança;•acam pam e nto e colônia de férias para criança;•e vange lização e m fe stas infantis;•e vange lização e m cre ch e s h ospitais, e scolas,

de ntre outros.Com o apre se ntar a re alidade de D e us para

crianças? O fe re ce ndo aos e vange lizadore s:•curso de form ação de e vange lizadore s de

criança;•re cursos didáticos de e vange lização q ue

ate nde m as e tapas e idade s da criança;•grupo de e studo sobre o de se nvolvim e nto da fé,

se xualidade , afe tividade , virtude s, e tc;•orie ntação de pais, de casais grávidos, de

e vange lizadore s;•curso de cura inte rior para form ar e q uipe s de

se rviços;•im plantação e acom panh am e nto de proje tos de

e vange lização conform e a re alidade local.H á de se conside rar q ue a re sposta da criança e stá

condicionada à sua e xpe riência vivida. Enq uanto e vange lizadore s, pre cisam os am pliar a consciência de q ue a criança de ve se r conduzida à um a e xpe riência pe ssoal com D e us, e ste é o fundam e nto do anúncio, da dim e nsão q ue rigm ática da e vange lização.

Para q ue e sta dim e nsão possa se r concre tizada, faz-se ne ce ssário um m ode lo de e vange lização q ue conte m ple m e ios para a criança e xpre ssar se us se ntim e ntos e e xpe riências de ale gria, triste za, júbilo, se us m e dos, anse ios, indignação ou q ue a faça cair na gargalh ada na pre se nça de D e us.

A e vange lização q ue te m os tido notícia, infe lizm e nte , na sua grande m aioria, não te m assistido as crianças ne sta dim e nsão.

Então com o pode m os q ue stionar a baixa ade são das crianças, jove ns ou adultos se para e le s, e star na Igre ja nunca se torna SER IGREJA?

Se r discípulo é um a conse q üência, é sobre tudo um a re sposta a um ch am ado, re sposta tão m ais

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autêntica q uanto m ais e q uilibrada, profunda e re al for a e xpe riência de am or vivida já de sde a infância.

E pre cisam os te r h um ildade , a q ual é fruto da ce rte za do am or incondicional de D e us, para re conh e ce rm os constante m e nte , o q uanto pre cisam os cre sce r, lutar, trabalh ar para se rm os se nsíve is à ação de D e us q ue nos acolh e na sua graça, para conduzirm os as crianças à m e sm a e xpe riência.

Som os instruídos pe las palavras do Papa João Paulo II na Exortação Apostólica Cate ch e se Trade ndae , o q ual já vislum bra aq ue le s q ue vão construir a civilização do futuro: “Por isso, com solicitude pastoral, te m os de pôr-nos a pe rgunta: com o apre se ntar a tantos jove ns e crianças Je su s Cristo, D e u s fe ito h om e m ? E apre se ntar-lh 'O não sim ple sm e nte num m om e nto de e xaltação dum prim e iro e ncontro fugidio, m as m e diante um conh e cim e nto cada ve z m ais aprofundado e lum inoso da sua Pe ssoa, da sua m e nsage m , do de sígnio de D e u s q u e Ele q u is re ve lar, do ch am am e nto q u e Ele dirige a cada um , do Re ino q u e Ele q u e r inaugurar ne ste m undo com o «pe q u e no re banh o» (Lc. 12,32) daq u e le s q u e acre ditam n'Ele , o q ual não ficará com ple to se não na e te rnidade ” (35).

O Ministério para Criança é um a ação, um m ovim e nto suscitado de ntro da Igre ja, q ue acum ula h om e ns e m ulh e re s, cate q uistas, le igos e re ligiosos, todos unidos e m torno de um só obje tivo: tornar Je sus Cristo re conh e cido e am ado, re sgatando a criança para a vida na graça de D e us. É por isso q ue o fundam e nto de toda e q ualq ue r ação é conse q üência de um m ovim e nto ante rior, o m ovim e nto do Espírito Santo de D e us:

“Ao te rm inar e sta Exortação Apostólica, o olh ar do coração volta-se para Aq u e le q u e é o princípio inspirador de todas as atividade s cate q uéticas e daq u e le s q u e as re alizam : o Espírito do Pai e do Filh o — o Espírito Santo... 'Ele e nsinar-vos-á todas as coisas e vos re cordará tudo o q u e e u vos disse ' (Jo 14,26). E acre sce nta: 'Q uando vie r o Espírito da Ve rdade , e le gu iar-vos-á por toda a ve rdade ..., e anunciar-vos-á as coisas vindouras' (Jo 16,13). O Espírito Santo, por conse gu inte , é prom e tido à Igre ja e a cada um dos fiéis com o Me stre inte rior, q u e no se gre do da consciência e do coração faz com pre e nde r aq u ilo q u e se tinh a ouvido, se m se e star ainda e m condiçõe s de o captar. 'O Espírito Santo instru i doravante os fiéis— dizia a e ste propósito Santo Agostinh o— se gundo a capacidade e spiritual de cada um . E ace nde nos se u s coraçõe s um de se jo cada ve z m ais vivo, à m e dida q u e cada um vai progre dindo ne sta caridade , q u e o le va a am ar aq u ilo q u e já conh e ce e a de se jar o q u e ainda não conh e ce ' (In loannis Evange lium Tractatus, 9 7 PL 35,1877). A cate q u e se , q u e é cre scim e nto na fé e am adure cim e nto da vida cristã e m orde m à sua ple nitude é, por conse q üência, obra do Espírito Santo, obra q u e só Ele pode su scitar e m ante r na Igre ja” (72).

Pode m os concluir q ue e star à se rviço de D e us no m inistério, é ate nde r a um ch am ado de am or e com prom isso, de h um ildade e subm issão, de e ntre ga e e sforço, para q ue Ele próprio possa se r corre spondido e a criança re sgatada.

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O Ministério para Crianças de ve e struturar açõe s e vange lizadoras a partir do Cate cism o da Igre ja Católica, q ue é a re fe rência concre ta para nossa dire ção. A partir de le é prim ordial o conh e cim e nto e a de dicação para form ular açõe s base adas nas dire trize s do D ire tório Ge ral de Cate q u e se – D GC, do D ire tório Nacional de Cate q u e se – D NC, do Proje to Nacional de Evange lização - PNE 2004-2007 - “Q u e re m os Ve r Je su s – Cam inh o, Ve rdade e Vida”, da Exortação Apostólica “Cate ch e si Trade ndae ”, sobre a cate q ue se no nosso te m po, visto q ue e ste s docum e ntos conte m plam a am plitude do anúncio e form ação da cam inh ada cristã. O Cate cism o da Igre ja Católica (CIC) é de scrito no D GC com o “um instrum e nto m e todológico para a sua aplicação concre ta” (120).

O Ministério para Crianças de ve buscar subsídios para agre gar valor às dim e nsõe s do prim e iro anúncio e da cate q ue se , aplicáve is às idade s próprias da infância, buscando a iniciação e o aprove itam e nto ade q uado à condição da criança e m toda a pe culiaridade própria de cada fase .

Para conh e ce rm os um pouco m ais o D GC, citam os os principais pontos q ue o com põe : a nature za da cate q ue se ; norm as e critérios para a apre se ntação da m e nsage m e vangélica na cate q ue se ; o Cate cism o da Igre ja Católica com o te xto de re fe rência para a transm issão da fé na cate q ue se e para a re dação dos Cate cism os locais; as linh as e sse nciais de um a pe dagogia da fé, inspirada à pe dagogia divina; os dife re nte s conte xtos das pe ssoas às q uais é dirigida a cate q ue se ; a ne ce ssidade e os cuidados na inculturação; e ainda e xorta à confiança na ação do Espírito Santo e na e ficácia da palavra de D e us se m e ada pe la e vange lização.

Toda a e strutura da e vange lização apóia-se nas açõe s q ue apre se ntam e suste ntam a cam inh ada do h om e m ce ntrada e m Cristo. Q ualq ue r cam inh o fora de ste conduz ao se cularism o, re lativism o, sincre tism o e ate ísm o e prom ove m um a ruptura ao e ncontro com o Se nh or da Vida e im pulsiona o h om e m às dive rsas form as de autonom ia de D e us.

A Igre ja, inve stida da m issão de conduzir o h om e m a D e us, te m , principalm e nte de sde o Vaticano II, ofe re cido m uitos subsídios para orie ntação e fom e nto da form ação do h om e m e das açõe s q ue pre cisam se r tom adas para le var o h om e m a um e ncontro profundo consigo, com o irm ão e com D e us.

Para cam inh ar e m consonância com o CIC, as açõe s ce ntrais do Ministério para Crianças ve rsam nos se guinte s pontos-ch ave :

•A Evange lização;•O Evange lizador;•A Criança; e •O Mate rial de Apoio para Evange lização de

Crianças.

I - A Evange lizaçãoH istória "O Te m plo"

Três ope rários trabalh avam na construção de um Te m plo fe ito de pe dras. U m a criança curiosa ch e gou e pe rguntou ao prim e iro ope rário o q ue e le e stava faze ndo. "Carre gando pe dras, não e stá ve ndo? Re sponde u im pacie nte . A criança fe z a m e sm a pe rgunta ao se gundo ope rário q ue re sponde u: "Estou ganh ando o pão de cada dia. Trabalh o m uito, m as no final do m ês não falta alim e nto e m m inh a casa." Mas o te rce iro te ve com o re sposta: "Estou construindo um Te m plo onde m uitas pe ssoas virão e m busca de D e us e O e ncontrarão”.

Evange lizar te m sido carre gar pe dras para m uitos, para outros te m sido "ganh ar o céu de cada dia", m as a ve rdade ira e vange lização é sabe r q ue se e stá construindo Te m plos. "Não sabe is q ue sois o te m plo de D e us e q ue o Espírito de D e us h abita e m vós?" (I Cor 3,16).

Evange lizar crianças h oje é um a prioridade porq ue é ao h om e m inte gral e e m toda a sua e xistência q ue D e us q ue r se faze r ple no.

Evange lizar crianças não se ria um a ne ce ssidade se o h om e m tive sse a consciência ple na de si, do irm ão e de D e us e abom inasse o pe cado. Porém é o pe cado q ue busca a cada instante fe ch ar o h om e m e m si e apartá-lo da ve rdade .

"Ide por todo o m undo, proclam ai o Evange lh o a toda criatura" (Mc 16,15)

"Ide , portanto, e faze i q u e todas as naçõe s se torne m discípulos, batizando-as e m nom e do Pai, do Filh o e do

Espírito Santo e e nsinando-as a obse rvar tudo q uanto vos orde ne i" (Mt 28,19 -20)

"Re ce be re is um a força, a do Espírito Santo q u e de sce rá sobre vós, e se re is m inh as te ste m unh as... até os confins

da te rra" (At 1,8)O D GC cita os pontos im portante s para os q uais a

e vange lização de ve se voltar a fim de q ue se jam claros os princípios q ue a de ve m norte ar. Citare m os uns poucos para q ue o pre se nte proje to possa apre se ntar-se e ge rar um a prim e ira consciência nos

D ESENVO LVIMENTO D AS AÇÕES D O MINISTÉRIO PARA CRIANÇAS

Capítulo II

H yde Flávia Lobato Marinh o e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias

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e vange lizadore s a re spe ito de sua fundam e ntação, obje tivos e m étodos.

Prim e iram e nte te m os q ue te r claro: “q u e o h om e m , por sua nature za e vocação é capaz de D e us, q uando ouve a m e nsage m das criaturas, pode atingir a ce rte za da e xistência de D e u s com o causa e fim de tudo e q u e Ele pode se re ve lar ao h om e m " (D V 3). O s te rm os “q uando ouve ” e “pode te r a ce rte za” m ostra duas possibilidade s, duas dire çõe s opostas: o h om e m pode ouvir ou não, pode te r a ce rte za ou não. A e vange lização se re fe re a toda atividade q ue le va o h om e m a profe ssar a sua fé, caracte rizada: “ante s de m ais nada, conve rsão a Je su s Cristo, ade são ple na e since ra à sua pe ssoa, e de cisão de cam inh ar na sua se q üe la” (53).

Apre se nta os e le m e ntos e sse nciais da e vange lização: “O m andato m issionário de Je su s com porta vários aspe ctos intim am e nte cone xos e ntre si: 'proclam ai' (Mc 16,15), 'faze i discípulos e e nsinai', (Mt 28, 19 -20) 'se re is m inh as te ste m unh as', (At 1,8) 'batizai', (Mt 28,19 ) 'faze i isto e m m inh a m e m ória' (Lc 22,19 ), 'am ai-vos uns aos outros' (Jo 15,12). Anúncio, te ste m unh o, e nsinam e nto, sacram e ntos, am or ao próxim o, faze r discípulos: todos e ste s aspe ctos são via e m e ios para a transm issão do único Evange lh o, e constitu e m os e le m e ntos da e vange lização” (D GC – 19 71 - 6).

Ve m os q ue a e vange lização abrange aspe ctos dive rsificados. Com pre e ndê-la com o proce sso nos le va a pe nsar q ue aconte ce gradativam e nte . Je sus é O Cam inh o, onde o h om e m e ncontra A Ve rdade e aí pode de clarar A Vida na ple nitude . Se ndo cam inh o, a e vange lização é a construção de um e ncontro com Cristo cada ve z m ais profundo, cada ve z m ais apartado do pe cado.

O e vange lizador, portanto, é aq ue le q ue se dispõe a cam inh ar junto do irm ão, e na com unh ão frate rna, trilh ar ne sta dire ção.

Pode m os e nte nde r a partir disso q ue a e vange lização:

•É um proce sso de am adure cim e nto q ue conte m pla a individualidade h um ana, com suas possibilidade s e ne ce ssidade s;

• É o proce sso de assunção da ade são e de cisão de Cristo, com o re sposta livre , conscie nte e últim a; e

• É o proce sso de ade são a tudo q ue e m ana d’Ele .O D GC se apre se nta com o a dire triz q ue nos

de ve le var a concre tizar o Cate cism o da Igre ja Católica – CIC. Assim se ndo, aborda de form a clara a re pe ito do uso das ciências h um anas, à luz do e vange lh o. A ciência constrói suas te orias a partir da obse rvação de um obje to, se ja o h om e m , a te rra ou q ualq ue r outro. É daí q ue nasce e cre sce o conh e cim e nto, e tal de ve se r utilizado e m favor da e vange lização, de sde q ue obse rvados alguns critérios na sua adoção, de ntre os q uais o D GC de staca:

243. a) O re spe ito pe la autonom ia das ciências: "(a Igre ja) afirm a a le gítim a autonom ia da cultura h um ana e particularm e nte das ciências".

b) O disce rnim e nto e vangélico das dife re nte s te ndências ou e scolas psicológicas, sociológicas e pe dagógicas: os se u s valore s e os se u s lim ite s.

c) O e studo das ciências h um anas, na form ação do cate q u ista, não é um a finalidade e m si própria. A tom ada de consciência da situação e xiste ncial, psicológica, cultural e social do h om e m , se obtém com os olh os voltados para a fé na q ual se de ve e ducá-lo.

d) A te ologia e as ciências h um anas, na form ação dos cate q u istas, de ve m se fe cundar re ciprocam e nte . Por conse gu inte , é pre ciso e vitar q u e e stas ciências se conve rtam na única norm a para a pe dagogia da fé, pre scindindo dos critérios te ológicos q u e de rivam da própria pe dagogia da fé. São disciplinas fundam e ntais e ne ce ssárias, todavia, se m pre a se rviço de um a ação e vange lizadora q u e não é ape nas h um ana.

Aq ui e stam os convocando as com unidade s a faze re m uso de se us tale ntos. O dom e a graça vêm de D e us, Ele nos ch am a e capacita, q uando nos dispom os a orar e ouvi-lo, e é assim q ue vam os cre sce ndo no se u conh e cim e nto. A ciência á luz da fé não é dife re nte e é um instrum e nto m uito útil. Pre cisam os faze r uso de toda capacitação q ue a te ologia, pe dagogia, psicologia, sociologia, filosofia, possam nos ofe re ce r e auxiliar a trilh ar O Cam inh o de Cristo.

A ve rdade da ciência jam ais ultrapassará a ve rdade de D e us. Q uando a colocam os à fre nte do e vange lh o, de spre zam os a ação do Pai, rom pe m os com Ele . Mas q uando a ciência e a fé cam inh am juntas, tornam -se te ste m unh o da onisciência de D e us. Ele é a raiz de todo conh e cim e nto.

Na Encíclica Fide s e t Ratio, te m os tam bém outros subsídios para o uso das ciências á luz da fé cristã.

A D im e nsão Q ue rigm ática no Ministério de Crianças

A e vange lização é constituída e m duas dim e nsõe s e sse nciais: a cate q ue se e o q ue rigm a, a re spe ito dos q uais pre cisam os buscar conh e ce r be m . A cate q ue se é um a pastoral com te m as próprios, os trabalh os do Ministério para Criança nunca pode rão se r substitutivos da cate q ue se e sim com ple m e ntare s. A criança q ue participar do m inistério de ve se r a prim e ira a buscar a Eucaristia, e todos os outros sacram e ntos alice rçados pe la cate q ue se , por isto pre cisam os te r claro as dim e nsõe s do q ue rigm a e da cate q ue se .

Ve jam os o q ue diz a Exortação Apostólica Cate ch e si Trade ndae – “A e spe cificidade da cate q u e se , distinta do prim e iro anúncio do Evange lh o q u e su scita conve rsão, visa o duplo obje tivo de faze r am adure ce r a fé inicial e de e ducar o ve rdade iro discípulo de Cristo, m e diante um conh e cim e nto m ais aprofundado e

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siste m ático da Pe ssoa e da m e nsage m de Nosso Se nh or Je su s Cristo. Na prática, porém , a cate q u e se , m ante ndo e m bora e sta orde m norm al, de ve te r e m conta q u e m u itas ve ze s não se ve rificou a prim e ira e vange lização. Ce rto núm e ro de crianças batizadas na prim e ira infância ch e gam à cate q u e se paroq u ial se m te re m re ce bido q ualq u e r outra iniciação na fé, e se m te re m ainda um a ade são e xplícita e pe ssoal a Je sus Cristo; têm som e nte a capacidade para acre ditar q u e lh e s foi confe rida pe lo Batism o e pe la pre se nça do Espírito Santo. A «cate q u e se » m u itas ve ze s h á de te r a pre ocupação, não só de alim e ntar e e sclare ce r a fé, m as tam bém de a avivar ince ssante m e nte com a ajuda da graça, de lh e abrir os coraçõe s, de conve rte r e pre parar aq u e le s q u e ainda e stão no lim iar da fé para um a ade são global a Je su s Cristo. Tal cu idado ditará, pe lo m e nos e m parte , o tom , a linguage m e o m étodo da cate q u e se ” (19 ).

Pode m os pe rce be r q ue a distinção de ssas dim e nsõe s não as se para, m as sim m ostram com o e stão inte rligadas e o q uão se faz ne ce ssário q ue coe xistam e m h arm onia, se m a q ual é im possíve l aconte ce r um aa e vange lização siste m ática e profunda.

Que rigm a e Cate q ue se

Evange lizar é um a orde m de Je sus: “Ide por todo o m undo e pre gai o Evange lh o a toda criatura” (Mc 16,15). “A fé provém da pre gação e a pre gão se e xe rce e m razão da palavra de Cristo” (Rm 10,14-15.17) A palavra proclam ada é, portanto, o m e io indispe nsáve l para a e vange lização e inse re -se junto da cate q ue se no im pulsionar o e vange lizando ao e ncontro com O Cristo.

Evange lizar é e stabe le ce r um vínculo conscie nte com Aq ue le q ue e stá na orige m da própria vida, com o tam bém dire cionar e acom panh ar o e vange lizando à cam inh o da casa do Pai, sob a ação do Espírito Santo por m e io da ve rdade anunciada pe lo Filh o e de ntro de ssa dinâm ica pode m os pe rce be r o aconte cim e nto de fase s distintas e com ple m e ntare s na fundação de alice rce s sólidos: “Se é ve rdade , portanto, q u e se r cristão significa dize r 'sim ' a Je su s Cristo, convém re cordar q u e tal 'sim ' se situa a dois níve is: consiste , ante s de m ais, e m abandonar-se à Palavra de D e u s e apoiar-se ne la; m as com porta tam bém , num se gundo m om e nto, o e sforçar-se por conh e ce r cada ve z m e lh or o se ntido profundo de ssa Palavra” (Cate ch e si Trade ndae – 20).

Aprofundar no te m a da e vange lização focalizando as dim e nsõe s q ue rigm ática e cate q uética, torna-se e xtre m am e nte ne ce ssário se q uise rm os fom e ntar junto aos age nte s e vange lizadore s de criança, um a atualização de toda ação do e vange lh o sobre a vida, q ue de ve se r anunciada e acom panh ada para q ue possa cre sce r, pe ne trar e m todas as áre as da vida e frutificar, ve rdade s da q ual a Igre ja é m e stra e a partir da q ual de se ja im pulsionar a e vange lização. Conte m plando tais dim e nsõe s pode m os ve r q ue : “Graças, pois, à cate q u e se , é q u e o q u e rigm a e vangélico — aq u e le prim e iro anúncio

ch e io de ardor q u e a dada altura transform a um a pe ssoa e a le va à de cisão de se e ntre gar a Je su s Cristo pe la fé — se rá pouco a pouco aprofundado, de se nvolvido nos se u s corolários im plícitos, e xplicado m e diante e xplanação q u e ape le tam bém à razão e orie nte à prática cristã na Igre ja e no m undo. E tudo isto não é m e nos e vangélico do q u e o q u e rigm a, e m bora não falte q u e m diga q u e a cate q u e se te nde forçosam e nte a racionalizar, re sse q u ir e até a m atar o q u e h á de vivo, e spontâne o e vibrante no q u e rigm a. As ve rdade s q u e se aprofundam na cate q u e se são as m e sm as q u e tocaram o coração do h om e m , q uando e ste as ouviu pe la prim e ira ve z. O fato de as conh e ce r m e lh or, longe de as e m botar ou de as faze r re sse q u ir, torna-as ainda m ais e stim ulante s e de cisivas para a vida” .

Pode m os pe rce be r assim q ue anunciar, acom panh ar, aprofundar, com pre e nde r são m ovim e ntos constante s na e spiral de cre scim e nto e am adure cim e nto da fé e da re lação com D e us.

Em toda e vange lização pre cisam os de stacar a função fundam e ntal da palavra, q ue pode se r conside rada e m três aspe ctos:Profética – palavra proclam ada: o anúncio ve rbal e te ste m unh o da Boa Nova.Sace rdotal – Palavra ce le brada: a Liturgia q ue é a ce le bração da obra salvífica.Régia – Palavra vivida: instauração do Re ino de D e us no m undo.Na e vange lização profética, por sua ve z, a palavra pode se r conte m plada e m dois m om e ntos suce ssivos e com ple m e ntare s:A) QUERIGMA – “A partir da situação ge ne ralizada de m u itos batizados na Am érica Latina, q u e não de ram sua ade são pe ssoal a Je su s Cristo pe la conve rsão prim e ira, im põe -se , no Ministério profético da Igre ja, de m odo prioritário e fundam e ntal, a proclam ação vigorosa do anúncio de Je su s m orto e re ssu scitado” (Q ue rigm a, in: Re de m ptoris Missio, 44), q ue e stá na: “raiz de toda e vange lização, fundam e nto de toda prom oção h um ana e princípio de toda autêntica cultura cristã” (João Paulo II, D iscurso Inaugural - 25).Significado: grita, proclam a. O bje tivo: Nasce r de novo. Te r vida e m Je sus.Método: Proclam ar Je sus com o a Boa Nova. Le va ao te ste m unh o pe ssoal.O Evange lizador: Te ste m unh a ch e ia do Espírito Santo.Me ta: Encontro Pe ssoal com Je sus pe la fé e pe la conve rsão e proclam ação de Je sus com o Salvador e Se nh or.Te m po: H oje .B) CATEQUESE – Este m istério da igre ja com pre e nde tam bém a cate q ue se q ue , “atualizando ince ssante m e nte a re ve lação am orosa de D e u s m anife sta e m Je su s Cristo, le va a fé inicial à sua m aturidade e e duca o ve rdade iro discípulo de Je su s Cristo” (Cate ch e se Trade ndae - 19 ) e ainda, “Ela de ve nutrir-se da Palavra de D e u s, lida e

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inte rpre tada na igre ja e ce le brada na com unidade , para q u e , ao e sq uadrinh ar o m istério de Cristo, ajude a apre se ntá-lo com o Boa Nova nas situaçõe s h istóricas de nossos povos” (Santo D om ingo - 33).Significado: Ensinar, re te r.O bje tivo: Cre sce r e m Cristo. Te r vida e m abundância.Método: Ensina-se orde nada e progre ssivam e nte . Fé de toda a igre ja.O Cate q uista: Me stre ch e io do Espírito Santo.Me tas: e ncontro com o Corpo de Cristo: a com unidade e santidade do povo de D e us.Te m po: é a partir de h oje .“O obje to e sse ncial e prim ordial da cate q u e se ... é 'o Mistério de Cristo'. Cate q u izar é, de ce rta m ane ira, le var alguém a pe rscrutar e ste Mistério e m todas as suas dim e nsõe s: 'e xpor à luz, diante de todos, q ual se ja a disposição divina, o Mistério ... Com pre e nde r, com todos os santos, q ual se ja a largura, o com prim e nto, a altura e a profundidade ... conh e ce r a caridade de Cristo, q u e ultrapassa q ualq u e r conh e cim e nto... (e e ntrar e m ) toda a ple nitude de D e u s' (Ef. 3,9 . 18 s)... a finalidade de finitiva da cate q u e se é a de faze r q u e alguém se ponh a, não ape nas e m contato, m as e m com unh ão, e m intim idade com Je su s Cristo: som e nte Ele pode le var ao am or do Pai no Espírito e faze r-nos participar na vida da Santíssim a Trindade ” (Cate ch e si Trade ndae – 5).“Pre cisa a cate q u e se de um a re novação contínua, m e sm o e m ce rto alargam e nto do se u próprio conce ito, nos se u s m étodos, na bu sca de um a linguage m adaptada e na técnica dos novos m e ios para a transm issão da m e nsage m ... A re pe tição rotine ira le va à e stagnação, à le targia e , por fim , à paralisia” (Cate ch e si Trade ndae – 17).

II - O Evange lizador H istória "O Me nino de Rua"

U m cristão e stava no ponto do ônibus, q uando ch e gou um m e nino de rua e com e çou a m e xe r no lixo ao se u lado. Me xe u, re m e xe u e q uando e ncontrou com ida, m e sm o e stando com m au ch e iro, colocou-a na boca e com e u. O cristão se ntiu nojo e indignado gritou para D e us: "D e us, faça algum a coisa! E D e us na sua m ise ricórdia re sponde u: "Já fiz, crie i você!"

"Para a glória de D e u s, o Pai, toda língua confe sse : Je su s Cristo é o Se nh or" (Fl 2,11)

Em Mate us 18,1-14 e ncontram os q ue os pe q ue ninos são os pre fe ridos de Je sus. Q ue não se pe rca um só de ste s pe q ue ninos por falta de q ue m os acolh a!

Estam os nos pre ocupando e m form ar pastore s q ue irão atrás de ste s pe q ue ninos para lh e s dar o pão da Palavra?

Assim , pe rguntam os: Q ual o pe rfil do e vange lizador? Pe sq uise m os os re q uisitos na Bíblia e

docum e ntos de nossa Igre ja:Re q uisitos de O rde m H um ana

•q ue se ja se nsato, e q uilibrado e m ocio-nalm e nte , de vida re gular;

•q ue se ja prude nte AA29 ;•q ue não se ja alie nado da re alidade PU EBLA 35 ao

50 (Re alidade da Am érica Latina);•q ue te nh a bom se nso e se ja pe rse ve rante Mt

10,20;•pacie nte I Cor 12,11-13 a paciência é o distintivo

do Form ador e onde falta •aciência é porq ue não e stá h ave ndo am or.Re q uisitos de O rde m Espiritual

•am or I Jo 3,16 ; EN 79 ; I Co 13;•intim idade com D e us - oração pe ssoal,

conh e cim e nto de D e us;•ancião - q ue se ja m aduro na fé - q ue não se ja ne o-

conve rtido;•de spre ndido de be ns m ate riais Mc 10,17,27;•não busca se us próprios inte re sse s CT 6; EN 32; I

Co 10,24;•q ue usa de ve rdade EN 78;•q ue busca e star ch e io do Espírito Santo Ef 5,18ss;·•q ue busca e star ch e io do Espírito Santo Ef

5,18ss;· •q ue te m visão e re sponsabilidade II Tm 2,1ss;•q ue não se ja dado as im provisaçõe s CT 17;•q ue se ja conve rtido ve rdade iram e nte PU EBLA

437;•q ue te nh a e spírito de se rvo com o André e Ananias

- Jo 1,40ss e Atos 9 ;•q ue te nh a vida e xe m plar AG 11 e II Co3,1-3;•vida fam iliar saudáve l e e vange lizadora I Tm 5,8;•ale gre Nm 8,9 -10 e Jo 16,24;•q ue te nh a unção e fe rvor EN 80 e Jo 2,16-24;•q ue se ja inte grado à com unidade At 3,14-20;•re to, justo Mt 5,20;•q ue sinta ch am ado;•obe die nte Fl 2,5ss;•q ue pe rdoa e não discrim ina; Eclo 28,1-6 e

PU EBLA 205; E•q ue dá te ste m unh o, q ue é te ste m unh a EN 76.

Re q uisitos para Ministério•q ue e ste ja vive ndo o q ue e stá pre gando EN 26 EN

39 ;•fé contagiosa e não ape nas cre nça Tg 2,19 ;•de dicado CT 62;•q ue e studa aprofunda e lê CT 49 ;•criativo; e•q ue goste de crianças.

"A Maje stade de Cristo q uando e nsinava, a coe rência e a força pe rsuasiva únicas do se u e nsino, não se conse gu e m e xplicar se não porq u e as suas palavras, parábolas e raciocínios nunca são se paráve is da sua vida e do se u próprio se r. É som e nte e m profunda com unh ão com Ele q u e os cate q u istas e ncontrarão luz e força para um a de se jáve l re novação autêntica da cate q u e se " (Cate ch e si

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Trade ndae – 9 ).Evange lizar é a m issão de todos os batizados.

Fre nte a isso, volte m os o olh ar para o nosso próxim o e ve jam os e m q ue níve l a m issão e stá se ndo cum prida. O e vange lizador só é capaz de ve r, disce rnir e agir ne sse cam inh o, som e nte se cam inh ar sob a ação do Espírito Santo.

Q uais ide ologias e stão por trás de tudo q ue é dirigido à criança nos m e ios de com unicação?

Nas e scolas as dire trize s da e ducação infantil têm base s cristãs dando ênfase não ao de se nvolvim e nto de capacidade s tidas e voltadas para e le próprio, m as à transce ndência, ao outro e a D e us?

A partir da ve rdade re ve lada por Cristo te m os O Cam inh o. E re ve lá-lo ao outro é o e xe rcício do m aior m andam e nto: am ar a D e us na sua ple nitude com todas as nossas forças e ao nosso irm ão com o a nós m e sm os. À m e dida q ue o re ve lam os Ele se re ve la a nós.

Je sus é o Cam inh o, a Ve rdade e a vida q ue pre cisa se r proclam ado. Mas com o ir ao e ncontro da criança? Com o re sgatar e e ncontrar o lugar da infância? A re sposta e stá no re sgate da nossa própria infância. A m aior parte dos traum as afe tivos q ue inte rfe re m na vida e spiritual, te m sua orige m ou e closão na infância. Sob dive rsas form as e stas m arcas se m antêm ao longo da vida.

Mas m e sm o te ndo o e vange lizador e xpe rie nciado a dor de toda e spécie de de sam or, a re m issão, a cura, a libe rtação q ue o Se nh or da Vida nos de u pe lo se u Filh o nos re sgata e o se u Espírito Santo nos capacita. Portanto, nos tornam os m e lh ore s e vange lizadore s à m e dida q ue progre dim os na cam inh ada pe ssoal e m dire ção à ple nitude anunciada por Je sus e a te ste m unh am os.

Se r e vange lizador é te r Maria com o m ode lo. Maria a e stre la da e vange lização. Maria foi e scolh ida para se r a e vange lizadora do Filh o de D e us. Maria m ode lo de Igre ja. D e us cuida de se u povo. Maria cuida de Je sus. A ética do cuidado do nascim e nto à m orte é re sgatada e m Maria.

O e vange lizador é o h om e m q ue conh e ce , vive e ce le bra D e us, m as ate nte m os q ue é um h om e m , com um a h istória particular, com se q üe las e vitórias, a cam inh o, jam ais ple no, e m busca de se r, e m busca de D e us. O ração, Palavra de D e us, Eucaristia, a Confissão e e xe rcícios de m ortificação form am e ste cam inh ar.

Q ue m são os e vange lizadore s de criança?•pais, padrinh os e fam iliare s; •sace rdote s, cate q uistas, lide re s da com unidade ,

coorde nadore s de G. O . infantil e adulto; •os e ducadore s infantis (de ce ntros infantis ou

e scolas); •as pe ssoas q ue lidam com a criança no se u dia a

dia -babás, age nte s da áre a de saúde , e tc pastorais q ue dire ta ou indire tam e nte trabalh am

com a criança.

Não h á te m po a pe rde r porq ue a alie nação de D e us tam bém q ue se dá ininte rruptam e nte . O s age nte s alie nante s não param de criar program as, brincade iras, ídolos e ícone s idolatráve is de um m undo q ue insiste no pe cado, na divisão, na inde pe ndência de D e us.

D iante da urgência da e vange lização para apre se ntar a re ve lação divina q ue é a m aior ne ce ssidade do h om e m , faz-se ne ce ssário o e studo e e laboração de subsídios q ue conte m ple m :

•a criança com o suje ito de todo proce sso e nunca obje to;

•a criança vista com o capaz de D e us; •a am pliação da visão da infância com o fase

e vitando "q ue im ar" e tapas; •as ne ce ssidade s e volutivas: físicas, m e ntais,

e m ocionais e e spirituais; •o re spe ito à condição da criança -linguage m ,

e stágio da fé e vivência; •os brinq ue dos, jogos, dinâm icas com o m e ios de

com unicação com a criança, de ntre outros.Conform e o D GC: “156. [ ] a ade são cre nte das

pe ssoas é fruto da graça e da libe rdade e , portanto, faz com q u e sua atividade se ja se m pre am parada pe la fé no Espírito Santo e pe la oração”, graça e libe rdade andam juntas, são pre ssupostos na cam inh ada rum o ao Pai. O e vange lizador é instrum e nto de D e us, forne ce m e ios para um fim q ue o ultrapassa. Sua m issão é: "139 [ ] colocar no ce ntro e faze r própria, a re lação q u e D e u s te m com a pe ssoa e de ixar-se gu iar por Ele ”, faze ndo uso da pe dagogia de Cristo.

A pe dagogia de Cristo é a grande re fe rência:“D GC 140. Vinda a ple nitude dos te m pos, D e u s

m andou à h um anidade Se u Filh o, Je su s Cristo. Ele trouxe ao m undo o supre m o dom da salvação, re alizando a sua m issão de re de ntor, no âm bito de um proce sso q u e continuava a 'pe dagogia de D e u s' com a pe rfe ição e a e ficácia intrínse cas à novidade de sua pe ssoa. D as suas palavras, sinais e obras, ao longo de toda a sua bre ve m as inte nsa vida, os discípulos fize ram e xpe riência dire ta das dire trize s fundam e ntais da 'pe dagogia de Je su s', indicando-as, de pois, nos Evange lh os: o acolh im e nto do outro, e m particular do pobre , da criança, do pe cador, com o pe ssoa am ada e q u e rida por D e u s; o anúncio ge nu íno do Re ino de D e u s com o boa nova da ve rdade e da consolação do Pai; um e stilo de am or de licado e forte , q u e livra do m al e prom ove a vida; o convite pre m e nte a um a conduta am parada pe la fé e m D e us, pe la e spe rança no re ino e pe la caridade para com o próxim o; o e m pre go de todos os re cursos da com unicação inte rpe ssoal tais com o a palavra, o silêncio, a m e táfora, a im age m , o e xe m plo e tantos sinais dive rsos, com o o faziam os profe tas bíblicos. Convidando os discípulos a se gu i-Lo totalm e nte e se m nostalgias, Cristo e ntre ga-lh e s a sua pe dagogia da fé com o ple na com partilh a da sua causa e do se u de stino."

Q ue re m os re ssaltar q ue a e vange lização é ato de fé, e spe rança e caridade , é e xe rcício das virtude s te ologais q ue cam inh a e m dire ção da form ação inte gral

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e te m sua conclusão na ade são ao plano salvífico de D e us. Só e m D e us e la pode se dar. Ne ste se ntido a oração, a vida com unitária e m suas dim e nsõe s de form ação, corre ção, partilh a e com unh ão, são fatore s anunciados por D e us para a form ação do se u povo. O e vange lizador, portanto, ne ce ssita e star sob e stas condiçõe s, visto q ue são o te rre no onde e le pode se nutrir, ge rm inar e frutificar, produzindo os frutos advindos da ação de D e us.

Citando o D GC:"238. A form ação dos cate q u istas com pre e nde

dive rsas dim e nsõe s. A m ais profunda se re fe re ao próprio se r do cate q u ista, à sua dim e nsão h um ana e cristã. A form ação, de fato, de ve ajudá-lo a am adure ce r, ante s de m ais nada, com o pe ssoa, com o cre nte e com o apóstolo. D e pois, h á o q u e o cate q u ista de ve sabe r para cum prir be m a sua tare fa. Esta dim e nsão, pe rm e ada pe la dúplice fide lidade à m e nsage m e ao h om e m , re q u e r q u e o cate q u istas conh e ça ade q uadam e nte a m e nsage m q u e transm ite e , ao m e sm o te m po, o de stinatário q u e a re ce be , além do conte xto social e m q u e vive . Enfim , h á a dim e nsão do sabe r faze r, já q u e a cate q u e se é um ato de com unicação. A form ação te nde a faze r do cate q u ista um 'e ducador do h om e m e da vida do h om e m ' ".

E na sua form ação bíblico-te ológica o D GC aponta para a Cristoce ntricidade , cuja form ação doutrinal para e vange lização passa ne ce ssariam e nte pe lo se guinte conte údo: o m istério ce ntral da fé é Je sus Cristo, a partir d’Ele a e vange lização de ve se guir o se guinte pe rcurso:

– as três grande s e tapas da h istória da salvação: Antigo Te stam e nto, vida de Je sus Cristo e h istória da Igre ja;

– os grande s núcle os da m e nsage m cristã; sím bolo, liturgia, vida m oral e oração. (D GC 240)

“O cristoce ntrism o na cate q u e se significa tam bém q u e , m e diante e la, se de se ja transm itir, não já cada um a sua própria doutrina ou e ntão a de um m e stre q ualq u e r, m as os e nsinam e ntos de Je su s Cristo, a Ve rdade q u e Ele com unica, ou, m ais e xatam e nte , a Ve rdade q u e Ele é (Jo 14, 6). Te m q u e se dize r, portanto, q u e na cate q u e se é Cristo, Ve rbo Encarnado e Filh o de D e u s, q u e é e nsinado” (Cate ch e si Trade ndae – 6).

Finalize m os com a palavra do Papa João Paulo II:"Agora, caríssim os Irm ãos e Filh os, de se jaria q u e as

m inh as palavras, e scritas à m ane ira de grave e arde nte e xortação, ditada pe lo m e u m inistério de Pastor da Igre ja unive rsal, inflam asse m os vossos coraçõe s, com o as Cartas de São Paulo inflam aram se u s com panh e iros de Evange lh o Tito e Tim óte o; ou e ntão, vos ale ntasse m com o Santo Agostinh o, q uando e scre ve u e sse ve rdade iro tratado e m ponto pe q u e no, sobre a ale gria de cate q u izar (D e cate ch izandis rudibu s: PL 40,310-347), dirigido ao D iácono D e ogratias, q u e andava de sale ntado com a sua tare fa de cate q u ista. Sim , de se jaria se m e ar abundante m e nte nos coraçõe s de tão num e rosos e dive rsos re sponsáve is pe lo

e nsino re ligioso e pe la pre paração para um a vida conform e ao Evange lh o, a corage m , a e spe rança e o e ntusiasm o” (Cate ch e si Trade ndae – 62).

III - A CriançaH istóriaU m jove m profe ssor ganh ou bolsa de e studo no

e xte rior. Morando sozinh o pe rce be u q ue não sabia cuidar da casa, de sua roupa, de sua alim e ntação e se q ue stionou: Q ue e scola é e sta q ue m e de u diplom a se m m e pre parar para a vida?

Assim tam bém a e vange lização de ve pre parar a criança para vida.

É pre ciso te r claro q ue a infância, pe ríodo q ue de corre do conce be r a idade adulta, passa m uito rápida, m as ne la aconte ce um proce sso e norm e de de se nvolvim e nto. A conde nsação de valore s e dim e nsõe s h um anas, a sabe r: do conh e cim e nto, das e m oçõe s, do caráte r, da pe rsonalidade e da e spiritualidade , aconte ce m ne sta fase .

Pre cisare m os faze r um parale lo e ntre o D GC e algum as caracte rísticas da infância, para q ue possam se r com pre e ndidas as dire trize s e pontos-ch ave s propostos ne ste proje to.

O D GC apre se nta q ue a finalidade da cate q ue se é a profissão de fé e m D e us, e q ue tal atitude im plica q ue "o cristão re nuncia a se rvir q ualque r absoluto h um ano: pode r, praze r, raça, ante passados, Estado, dinh e iro..., libe rtando-se de q ualq u e r ídolo q u e o e scravize . É a proclam ação da sua vontade de se rvir a D e u s e aos h om e ns, se m ne nh um laço. Proclam ando a fé na Trindade , com unh ão de pe ssoas, o discípulo de Je su s Cristo m anife sta conte m porane am e nte q u e o am or a D e u s e ao próxim o é o princípio q u e inform a o se u se r e o se u agir" (Cf. CIC 2113).

A re núncia se faz fre nte à consciência de D e us, q ue pode se r te ste m unh ada e ce le brada, onde tudo q ue Cristo anunciou torna-se a única re fe rência. O ato de re nunciar som e nte pode se dar fre nte à assunção da ve rdade . Se o h om e m não re nuncia totalm e nte aos absolutos h um anos, isto se dá porq ue a ve rdade q ue se im põe m a e ste não supe rou os valore s do Re ino, ou se ja, ainda e stá no com bate para se r afirm ada.

O se r h um ano, de sde a sua conce pção, e stá de fronte à m issão de cre sce r, de se nvolve r capacidade s de sobre vivência e de e rguim e nto de condiçõe s q ue lh e pe rm itam ch e gar a um a ple nitude . Tal ple nitude , à luz da fé cristã, é o traje to pe rcorrido na ince ssante luta e ntre o pe cado e a santidade .

A infância apre se nta o e sboço do traje to h um ano. D e sde sua conce pção participa de um proce sso de dife re nciação progre ssiva e m dire ção a um a constituição própria. Para se r o q ue ch am am os "fruto do am or" do casal, é ne ce ssário q ue consiga te r condiçõe s

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condiçõe s de cam inh ar por si e se r capaz de dar continuidade à vida num a condição ple na. O s fracassos ne ste transcurso se rão re apre se ntados sob a form a de dive rsos bloq ue ios no proce sso e volutivo, com o distúrbios, dificuldade s, im pe dim e ntos, vícios, distanciam e ntos, alie naçõe s e lim itaçõe s, q ue se ram ificam sob dive rsas form as patológicas de posição fre nte à e xistência.

Voltando à citação do Santo Padre , na Encíclica Fide s e t Ratio, re lativa ao O ráculo de D e lfos: “Conh e ce -te a ti m e sm o”, traz e m si a grande q ue stão h um ana, e nglobando outros q ue stionam e ntos tais com o: q ue m sou, a q ue vim , para onde vou, traduzindo alguns dos principais dile m as h um anos, os q uais, para nós cristãos, são re spondidas pe lo Pai, através de se u Filh o.

A e vange lização te m na sua m issão, a re sponsabilidade de se r a apre se ntação da re alidade inaugurada por Cristo. Isso im plica q ue se ja libe rtadora, form adora e suste ntadora da cam inh ada. Ela pre cisa fe ch ar um ciclo com ple to de re torno a D e us.

A infância foi por séculos de sconside rada, ape sar do ale rta de Je sus de q ue buscásse m os se r com o as crianças, q ue e ntre outras coisas, te m a capacidade de re ce be r o Re ino irre stritam e nte , se m obje çõe s ao anúncio, num a e xpre ssão autêntica de fé. "Criança é futuro" dize m aq ue le s q ue te m a infância, com o fase caracte rizada pe la de pe ndência e incapacidade . Ve r a criança com o se r se m alm a, adulto e m m iniatura, totalm e nte incapaz, cujos se ntim e ntos não te m significação e as vivências ne ssa fase não traze m se q üe las, são form as de ne gar a vida, a dignidade e a e scolh a de D e us por e la.

D e sde a conce pção, vam os se ndo form ados. Nasce r é um e ve nto m arcante , fe ch a um m om e nto e inaugura outro, m as não inte rrom pe a se q üência. D a conce pção à m orte , inde pe nde nte m e nte do q uanto dure , te m os a vida, dom de D e us e m se u infinito am or.

A infância inicia um a fase q ue possui um significado im pre scindíve l. É a fase e m q ue ne ce ssitam os inicialm e nte de cuidados totais, m as q ue vão, gradativam e nte , se ndo suprim idos pe la autonom ia ne sta subsistência. D a de pe ndência absoluta á inde pe ndência, na re alidade a criança ne ce ssita som e nte de q ue m as acom panh e ade q uadam e nte , de q ue m dê, á m e dida de sua ne ce ssidade , aq uilo q ue e la pre cisa.

Mas aos atos de am or e cuidado, inte rfe re m dive rsas se q üe las das vivências pare ntais. As m ás form açõe s vêm de cuidados lim itados, de form ados, re cusados de ntre outros advindos e re passados pe las ge raçõe s passadas. Se no pre se nte pode m os obse rvar o convívio e ntre ne tos, pais e avós, pode re m os avistar, já ne ste pe q ue no núcle o dive rsos de svios, q uanto m ais pode re m os constatar ao longo dos novos re lacionam e ntos q ue se rão form ados ao longo da vida. Espe cificam e nte na infância, q uando as ne ce ssidade s e o re fe re ncial re alizam um a inte nsa m ovim e ntação e ntre o e u e o outro, q uanto m e lh or fore m as condiçõe s q ue o

cuidador pude r ofe re ce r, m ais a criança se be ne ficiará. Com o algum as boas condiçõe s citam os a

capacidade de com pre e nsão do q ue a criança se nte , a dife re nciação e ntre o q ue e la q ue r e o q ue pre cisa, a ace itação de la com o é, se us re ais lim ite s e ne ce ssidade s, a ace itação de sua inde pe ndência, a e stim ulação q ue de se nvolva as capacidade s se m sobre stim ação (cuja não-corre spondência às e xpe ctativas e spe radas da criança, ge re ne la um se nso de incapacidade ), ne m sube stim ação (cuja fraca e xigência não atinja o de se nvolvim e nto ple no da suas capacidade s).

D iscorre r um pouco sobre a infância, nos ajudará a com pre e nde r a fundam e ntação do D GC re lativa a alguns pontos significativos, os q uais transcre ve m os e com e ntam os a se guir:

Com re lação às ne ce ssidade s e spe cíficas para cada fase do proce sso e volutivo"D GC 171. A cate q u e se , se gundo as dife re nte s

idade s, é um a e xigência e sse ncial para a com unidade cristã. Por um lado, de fato, a fé participa do de se nvolvim e nto da pe ssoa; por outro lado, cada fase da vida é e xposta ao de safio da de scristianização e de ve , acim a de tudo, ace itar com o um de safio, as tare fas se m pre novas da vocação cristã. O fe re ce m -se , pois, por dire ito, cate q u e se s por idade s, dive rsificadas e com ple m e ntare s, provocadas pe las ne ce ssidade s e capacidade s dos de stinatários. Para tanto, é indispe nsáve l pre star ate nção a todos os e le m e ntos e m jogo, antropológico-e volutivos e te ológico-pastorais, vale ndo-se tam bém dos dados atualizados da ciências h um anas e pe dagógicas, re lativos a cada idade . Tratar-se -á tam bém de inte grar sabiam e nte as dive rsas e tapas do cam inh o de fé, pre stando particular ate nção para q u e a cate q u e se dirigida à infância e ncontre h arm onioso cum prim e nto nas fase s poste riore s".

Com re lação à condição às principais fase s de form ação h um ana"D GC 177. Esta fase de idade , tradicionalm e nte

dividida e m prim e ira infância ou idade pré-e scolar e adole scência, aos olh os da fé e da própria razão, te m com o própria a graça do início da vida. Ne sta idade , '...nasce m pre ciosas possibilidade s para a e dificação da Igre ja e para a h um anização da socie dade ', a se re m assum idas. Filh a de D e u s graças ao dom do Batism o, a criança é proclam ada por Cristo m e m bro privile giado do Re ino de D e u s.

Por dive rsas razõe s, h oje talve z m ais do q u e onte m , a criança re q u e r ple no re spe ito e ajuda nas suas e xigências de cre scim e nto h um ano e e spiritual, tam bém através da cate q u e se , q u e não pode jam ais faltar às crianças cristãs. Q u e m , de fato, de u -lh e a vida, e nriq u e ce ndo-a com o dom do Batism o, te m o de ve r de alim e ntá-la e m sua continu idade ".

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•Com re lação à e vange lização inse rida no conte xto das crianças e dos adole sce nte sCate ch e se Trade ndae : “A idade e o de se nvolvim e nto

inte le ctual dos cristãos, be m com o o se u grau de m aturidade e cle sial e e spiritual e m u itas outras circunstâncias pe ssoais e xige m q u e a cate q u e se adapte m étodos m u ito dive rsos, para pode r alcançar a sua finalidade e spe cífica: a e ducação para a fé” (51) e ainda “Em q ualq u e r h ipóte se , im porta q u e o m étodo e scolh ido se ate nh a acim a de tudo a um a le i fundam e ntal para toda a vida da Igre ja: a le i da fide lidade a D e u s e da fide lidade ao h om e m , num a única atitude de am or” (52).

D GC 178. "A cate q u e se das crianças é ne ce ssariam e nte cone xa com a sua situação e condição de vida, e é obra de dive rsos age nte s e ducativos, com ple m e ntare s e ntre si".

Pode m se r indicados alguns fatore s q u e re ve ste m um a particular im portância e têm e xte nsão unive rsal:

A infância e a adole scência, cada q ual com pre e ndida e tratada se gundo a pe culiaridade q u e lh e s é própria, re pre se ntam o te m po da prim e ira socialização e da e ducação h um ana e cristã na fam ília, na e scola e na Igre ja e , portanto, de ve m se r com pre e ndidas com o um m om e nto de cisivo para o futuro suce ssivo da fé.

Se gundo um a tradição consolidada, e ste é, h abitualm e nte , o pe ríodo e m q u e se cum pre a iniciação cristã inaugurada pe lo Batism o. Com o re ce bim e nto dos sacram e ntos, se visa a prim e ira form ação orgânica da fé da criança e a sua introdução na vida da Igre ja.

No pe ríodo da infância, o proce sso cate q uético se rá, por isso, e m ine nte m e nte e ducativo, ate nto a de se nvolve r aq u e le s re cursos h um anos q u e form am o substrato antropológico da vida de fé, tais com o o se nso da confiança, da gratu idade , do dom de si, da invocação, da ale gre participação... A e ducação à oração e a iniciação à Sagrada Escritura são aspe ctos ce ntrais da form ação cristã das crianças.

Enfim , de ve -se e star ate ntos à im portância de dois lugare s e ducativos vitais: a fam ília e a e scola. A cate q u e se fam iliar é, de ce rto m odo, insubstitu íve l, ante s de m ais nada, pe lo am bie nte positivo e acolh e dor, pe rsuasivo pe lo e xe m plo dos adultos, e pe la prim e ira e xplícita se nsibilização e prática da fé".

D GC 179 . "O ingre sso na e scola significa, para a criança, a e ntrada num a socie dade m ais am pla do q u e a fam ília, com a possibilidade de de se nvolve r m u ito m ais as suas capacidade s inte le ctivas, afe tivas e com portam e ntais. Na e scola, fre q üe nte m e nte , é m inistrado um e spe cífico e nsino re ligioso. Tudo isso re q u e r q u e a cate q u e se e os cate q u istas m ante nh am um a colaboração constante com os ge nitore s e tam bém com os profe ssore s da e scola, se gundo as oportunidade s forne cidas pe lo conte xto. O s pastore s de ve m re cordar-se q u e q uando ajudam os ge nitore s e os e ducadore s a be m de se m pe nh ar a m issão q u e lh e s cabe , é a Igre ja q u e e stá se ndo e dificada. Além disso, e ste trabalh o ofe re ce um a ótim a ocasião para a cate q u e se dos adultos".

•Com re lação aos re cursos e m étodos utilizados para um a e vange lização fe cundaD GC 15. "Esta parábola (O Se m e ador, Mc 4,3) é

fonte inspiradora para a e vange lização. 'A se m e nte é a palavra de D e u s' (Lc 8,11). O se m e ador é Je su s Cristo. Ele anunciou o Evange lh o na Pale stina h á dois m il anos e e nviou os se u s discípulos a se m e á-lo pe lo m undo. Je su s Cristo h oje , pre se nte na Igre ja por m e io do Se u Espírito, continua a divulgar am plam e nte a palavra do Pai no cam po do m undo. A q ualidade do te rre no é se m pre m u ito variada. O Evange lh o cai 'be ira do cam inh o' (Mc 4,4), q uando não é re alm e nte e scutado; cai 'e m solo pe dre goso' (Mc 4,5), se m pe ne trar profundam e nte na te rra; ou 'e ntre os e spinh os' (Mc 4,7), e é im e diatam e nte sufocado no coração dos h om e ns, distraídos por m u itas pre ocupaçõe s. Mas um a parte cai 'e m te rra boa' (Mc 4,8), isto é, e m h om e ns e m ulh e re s abe rtos à re lação pe ssoal com D e u s e solidários com o próxim o, e produz frutos abundante s.

Je su s, na parábola, com unica a boa notícia de q u e o Re ino de D e u s ch e ga, não obstante as dificuldade s do te rre no, as te nsõe s, os conflitos e os proble m as do m undo. A se m e nte do Evange lh o fe cunda a h istória dos h om e ns e pre anuncia um a colh e ita abundante . Je su s faz tam bém um a adve rtência: som e nte no coração be m disposto a Palavra de D e u s ge rm ina (Mate u s 13, 23)."

Ve m os ne ssas orie ntaçõe s parte do q ue de ve se r a form ação para e struturar um diálogo ade q uado com a criança, caracte rizado por:

•Participação Ativa: a criança de ve se r suje ito e não obje to na construção de sua re lação com D e us.

•Pluridim e nsional e Inte grado: q ue conte m ple as dive rsas dim e nsõe s e m form ação na criança e ofe re ça condiçõe s para a q ue se inte gre m , visando um a saúde com ple ta, re fle xo nítido da im age m e se m e lh ança de D e us.

IV - O Mate rial de Apoio à Evange lização de Crianças

H istória do de se nh o

Ilustrando um dia de e vange lização, um a criança de se nh ou m e ninos e m e ninas se m corpo com m och ilas e norm e s num a sala de aula. O e vange lizador pe rguntou porq ue as crianças não tinh am corpos e e la e xplicou:

Pra q ue corpo? Aq ui a ge nte só pre cisa da cabe ça se o corpo ficasse e m casa se ria m uito m e lh or.

Je sus cre scia e m e statura, graça e sabe doria.Je sus ve io para o h om e m todo e todo o h om e m . O m ate rial de apoio proposto para o q ue rigm a,

conve rsão, ade são e form ação, de ve possuir um a aplicabilidade sim ple s, dinâm ica e inse rida nos conte xtos sociais e m q ue a criança se e ncontra inse rida com o a fam ília, o grupo de oração, a e scola, a cre ch e , le vando a um a e laboração de critérios m ais apurados para a form ulação de program as e ducacionais e

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form adore s incluindo os m e ios de com unicação, principalm e nte a TV, q ue fale m um a linguage m com pre e nsíve l à criança e q ue dêe m subsídios de form ação e e stím ulo das m últiplas capacidade s. A m e nsage m e vangélica o pe rm ite , m as nos falta ainda m uita consciência do q ue faze r.

U m bom m ate rial traz e m si um conte údo inte re ssante à criança, às dim e nsõe s de form ação da consciência pe ssoal, consciência do outro e consciência de D e us, assim o se rá se for um m ate rial e laborado a partir da oração e form ação, q ue inte gram a e scuta de D e us e do h om e m .

A Exortação Apostólica “Cate ch e se Trade ndae ” dá algum as re fe rências concre tas q uanto ao conte údo e e strutura de livros cate q uéticos, os q uais de ve m se aplicar aos de m ais m ate riais a se re m utilizados na e vange lização:

49 . “Não basta, pois, q u e se m ultipliq u e m os livros de cate q u e se . Para q u e e ste s corre spondam à sua finalidade são indispe nsáve is condiçõe s, com o por e xe m plo:

- q u e se jam adaptados à vida concre ta da ge ração a q u e são de stinados, te ndo be m pre se nte s as suas inq u ie tude s e inte rrogaçõe s, be m com o as suas lutas e e spe ranças;

- q u e se e sforce m por e ncontrar a linguage m com pre e nsíve l a e ssa m e sm a ge ração;

- q u e se e sm e re m e m se r a e xpre ssão de toda a m e nsage m de Cristo e da sua Igre ja, se m nada de scurar ou de form ar, procurando e xpô-la inte iram e nte e se gundo um ce ntro de re fe rência e um a e strutura q u e façam re ssaltar o e sse ncial;

- q u e inte nte m ve rdade iram e nte provocar m aior conh e cim e nto dos m istérios de Cristo naq u e le s q u e de le s se se rvire m , e m vista de um a autêntica conve rsão e de um a vida m ais conform e à vontade de D e u s.”

O D GC traz a sínte se da e vange lização, nos pilare s através dos q uais apre se nta a Boa-Nova.

•Quanto às funçõe s do conjunto prim e iro anúncio - cate q ue se , no proce sso de e vange lização:"D GC 61. O prim e iro anúncio se dirige aos não

cre nte s e àq u e le s q u e , de fato, vive m na indife re nça re ligiosa. Ele te m a função de anunciar o Evange lh o e de ch am ar à conve rsão. A cate q u e se , 'distinta do prim e iro anúncio do Evange lh o' prom ove e faz am adure ce r e sta conve rsão inicial, e ducando à fé o conve rtido e incorporando-o na com unidade cristã. A re lação e ntre e stas duas form as do m inistério da Palavra é, portanto, um a re lação de distinção na com ple m e ntarie dade . O prim e iro anúncio, q u e cada cristão é ch am ado a re alizar, participa do 'ide ' q u e Je su s propôs a se u s discípulos: im plica, portanto, o sair, o apre ssar-se , o propor. A cate q u e se , ao invés, parte da condição q u e o próprio Je su s indicou, 'aq u e le q u e cre r', aq u e le q u e se conve rte r, aq u e le

q u e se de cidir. As duas açõe s são e sse nciais e se atrae m m utuam e nte : ir e acolh e r, anunciar e e ducar, ch am ar e incorporar".

"D GC 62. Na prática pastoral, todavia, as fronte iras e ntre as duas açõe s não são facilm e nte de lim itáve is. Fre q üe nte m e nte , as pe ssoas q u e ace de m à cate q u e se , ne ce ssitam , de fato, de um a ve rdade ira conve rsão. Por isso, a Igre ja de se ja q u e , ordinariam e nte , um a prim e ira e tapa do proce sso cate q uético se ja de dicada a asse gurar a conve rsão. Na 'm issão ad ge nte s', e sta tare fa se re aliza no 'pré-cate cum e nato'. Na situação re q u e rida pe la 'nova e vange lização' e sta tare fa se re aliza por m e io da 'cate q u e se q u e rigm ática', q u e alguns ch am am de 'pré-cate q u e se ', porq u e , inspirada no pré-cate cum e nato, é um a proposta da Boa Nova e m orde m a um a sólida opção de fé. Som e nte a partir da conve rsão, isto é, apostando na atitude inte rior 'daq u e le q u e cre r', a cate q u e se propriam e nte dita pode rá de se nvolve r a sua tare fa e spe cífica de e ducação da fé. O fato de q u e a cate q u e se , num prim e iro m om e nto, assum a e stas tare fas m issionárias, não dispe nsa a Igre ja particular de prom ove r um a inte rve nção institucionalizada de prim e iro anúncio, com o atuação m ais dire ta do m andato m issionário de Je su s. A re novação cate q uética de ve base ar-se ne sta e vange lização m issionária prévia".

•Quanto ao q ue rigm a traça alguns pilare s de sua constituição:"D GC 102. Ne sta e xplicitação do q u e rigm a

e vangélico de Je su s, a cate q u e se sublinh a os se gu inte s aspe ctos fundam e ntais:

– Je su s, com o adve nto do Re ino, anuncia e re ve la q u e D e us não é um se r distante e inace ssíve l, 'um a potência anônim a e longínq ua', (331) m as sim o Pai, q u e e stá pre se nte e m m e io às suas criaturas, ope rando com o se u am or e o se u pode r.

– Je su s e nsina q u e D e u s, com o se u Re ino, ofe re ce o dom da salvação inte gral, libe rta do pe cado, introduz na com unh ão com o Pai, conce de a filiação divina e prom e te a vida e te rna, ve nce ndo a m orte .

– Je su s, ao anunciar o Re ino, anuncia a justiça de D e us: proclam a o ju ízo divino e a nossa re sponsabilidade . O anúncio do ju ízo de D e u s, com o se u pode r de form ação das consciências, é um conte údo ce ntral do Evange lh o e um a boa nova para o m undo. E q u e é possíve l a pe nitência e o pe rdão, já q u e na cruz de Cristo obte m os a re de nção do pe cado.

– Je su s de clara q u e o Re ino de D e us se inaugura com Ele , na sua própria pe ssoa.

– Je su s e nsina, igualm e nte , q u e a com unidade dos se u s discípulos, a sua Igre ja, 'constitu i o ge rm e e o início de ste Re ino'

– Je su s e nsina, finalm e nte , q u e a h istória da h um anidade não cam inh a rum o ao nada, m as sim q u e , com os se u s aspe ctos de graça e pe cado, é n'Ele assum ida por D e u s, para se r transform ada."

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•Quanto à m e todologa:"D GC 148. Na transm issão da fé, a Igre ja não possu i

um m étodo próprio, ne m um m étodo único, m as sim , à luz da pe dagogia de D e u s, disce rne os m étodos do te m po, assum e com libe rdade de e spírito 'tudo o q u e é ve rdade iro, nobre , ju sto, puro, am áve l, h onroso, virtuoso ou q u e de q ualq u e r m odo m e re ça louvor' (Fl 4,8), e m sínte se , todos os e le m e ntos q u e não e stão e m contraste com o Evange lh o, e os coloca a se rviço de ste . Adm iráve l confirm ação disso e ncontra-se na h istória da Igre ja, onde tantos carism as de se rviço da Palavra ge raram variados pe rcursos m e todológicos. D e sta form a, 'a varie dade dos m étodos é um sinal de vida e um a riq u e za', e , ao m e sm o te m po, um a de m onstração de re spe ito pe los de stinatários. Tal varie dade é e xigida pe la "idade e pe lo de se nvolvim e nto inte le ctual dos cristãos, pe lo se u grau de m aturidade e cle sial e e spiritual e por m u itas outras circunstâncias pe ssoais ' ".

Cate ch e se Trade ndae :"58. A originalidade inconfundíve l da ide ntidade

cristã, te m com o corolário e condição um a pe dagogia não m e nos original da fé. D e ntre as inúm e ras e pre stigiosas ciências do h om e m , nas q uais se ve rifica e m nossos dias im e nso progre sso, a pe dagogia é ce rtam e nte um a das m ais im portante s. Além disso as conq u istas de outras ciências — biologia, psicologia, sociologia — forne ce m -lh e e le m e ntos pre ciosos. Aconte ce ainda q u e tanto a ciência da e ducação com o a arte de e nsinar são obje to de contínuas inve stigaçõe s para conse gu ir de las m e lh or adaptação ou m aior e ficácia, com re sultados tam bém dive rsos. O ra suce de q u e h á tam bém um a pe dagogia da fé; e nunca se rá de m ais tudo o q u e se disse r sobre o q u e e ssa pe dagogia pode contribu ir para a cate q u e se . É norm al q u e se adapte m à e ducação da fé as técnicas ape rfe içoadas e com provadas da e ducação e m ge ral. No e ntanto, im porta te r e m conta e m cada m om e nto a originalidade própria da fé. Na pe dagogia da fé, não se trata sim ple sm e nte de transm itir um sabe r h um ano, por m ais e le vado q u e se conside re ; trata-se de com unicar na sua inte gridade a Re ve lação de D e u s. O ra ao longo de toda a h istória sagrada, sobre tudo no Evange lh o, o próprio D e u s se rviu -se de um a pe dagogia q u e de ve continuar a se r m ode lo para a pe dagogia da fé. Ne nh um a técnica se rá válida na cate q u e se se não na m e dida e m q u e for posta ao se rviço da fé a transm itir e a e ducar; caso contrário, não te rá valor.

59 . Para e sta (a cate q u e se ), de fato, é um de ve r im pe rioso, e ncontrar a linguage m adaptada às crianças, aos jove ns do nosso te m po e m ge ral e a m u itas outras cate gorias de pe ssoas... os grande s progre ssos da ciência da linguage m só pode m se r postos ao se rviço da cate q u e se , a fim de q u e e sta e ste ja e m condiçõe s de «dize r» e «com unicar» ve rdade iram e nte às crianças, aos adole sce nte s, aos jove ns e aos adultos de h oje todo o conte údo doutrinal de se m pre , se m de form açõe s."

•Quanto à adaptação do conte údo:"D GC 204. A cate q u e se , ao m e sm o te m po e m q u e

de ve e vitar toda e q ualq u e r m anipulação de um a cultura, tam bém não pode lim itar-se sim ple sm e nte à ju staposição do Evange lh o a e sta, 'de m ane ira de corativa', m as sim de ve rá propô-lo 'de m ane ira vital, e m profundidade ' e isto até às suas raíze s, à cultura e às culturas do h om e m .

Isso de te rm ina um proce sso dinâm ico, fe ito de dive rsos m om e ntos q u e inte rage m e ntre si: e sforçar-se por e scutar, na cultura das pe ssoas, o e co (pre ssagio, invocação, sinal...) da Palavra de D e u s; disce rnir aq u ilo q u e é autêntico valor e vangélico ou, pe lo m e nos, é abe rto ao Evange lh o daq u ilo q u e não o é; purificar o q u e e stá sob o sinal do pe cado (paixõe s, e struturas do m al...) ou da fragilidade h um ana; pe ne trar nas pe ssoas, e stim ulando um a atitude de radical conve rsão a D e us, de diálogo com os de m ais e de pacie nte am adure cim e nto inte rno".

Quanto aos critérios de avaliação:"D GC 205. Em fase de avaliação, tanto m ais

ne ce ssária q uando se apre se nta um caso de te ntativa inicial e /ou de e xpe rim e ntação, de ve r-se -á obse rvar com m u ito cu idado se no proce sso cate q uético se te nh am infiltrado e le m e ntos de sincre tism o. Em tal caso, as te ntativas de inculturação se riam pe rigosas e e rrône as, e de ve riam se r corrigidas.

Em te rm os positivos, é corre ta aq u e la cate q u e se q u e não ape nas provoca um a assim ilação inte le ctual do conte údo da fé, m as tam bém toca o coração e transform a a conduta. D e ste m odo, a cate q u e se ge ra um a vida dinâm ica e unificada da fé, pre e nch e o abism o e ntre aq u ilo q u e se crê e aq u ilo q u e se vive , e ntre a m e nsage m cristã e o conte údo cultural, e stim ula frutos de santidade ".

•Quanto à inculturação:"208. A inculturação da fé, sob ce rtos aspe ctos, é

obra da linguage m . Isto faz com q u e a cate q u e se re spe ite e valorize a linguage m própria da m e nsage m , ante s de m ais nada, a linguage m bíblica, m as tam bém a linguage m h istórico-tradicional da Igre ja (Sím bolo, liturgia) e a ch am ada linguage m doutrinal (fórm ulas dogm áticas); além disso, é ne ce ssário q u e a cate q u e se e ntre e m com unicação com form as e te rm os próprios da cultura da pe ssoa à q ual se dirige ; e nfim , é pre ciso q u e a cate q u e se e stim ule novas e xpre ssõe s do Evange lh o na cultura na q ual e ste foi im plantado.

No proce sso de inculturação do Evange lh o, a cate q u e se não de ve te r re ce io de u sar fórm ulas tradicionais e te rm os técnicos da fé, m as ofe re ce r o significado dos m e sm os e m ostrar o se u re le vo e xiste ncial; e , por outro lado, é de ve r da cate q u e se "e ncontrar um a linguage m adaptada às crianças, aos jove ns do nosso te m po e m ge ral e ainda a m u itas outras cate gorias de

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pe ssoas: linguage m para os e studante s, para os inte le ctuais e para os h om e ns da ciência; linguage m para os analfabe tos e para as pe ssoas de cultura e le m e ntar; linguage m para os e xce pcionais, e tc' ".

Te m os ne ste s pontos um a sínte se de pontos norte adore s para a constituição do m ate rial de apoio à e vange lização, a partir dos q uais faz-se ne ce ssário:

•oração e disce rnim e nto •pe sq uisa e o aprofundam e nto; •e studo siste m ático, orie ntado e pe rm a-ne nte ; •form ação de e q uipe s m ultiprofissionais; •com unh ão frate rna e ntre os e vange liza-dore s e

e ntre e ste grupo e a com unidade .Este s são e le m e ntos fundam e ntais na construção

de açõe s, cujos e fe itos se rão proporcionalm e nte profundos e duradouros, o q uanto fore m constituídos

sob o te ste m unh o de Cristo, a orie ntação do Espírito e na autoridade do Pai. Estam os nos colocando disponíve is para a m issão por D e us proposta, da q ual não som os autore s, m as re sponde ndo a um ch am ado de am or para um a m issão de am or."Eu plante i; Apolo re gou; m as e ra D e u s q u e m fazia cre sce r.

Assim , pois, aq u e le q u e planta nada é; aq u e le q u e re ga nada é; m as im porta tão som e nte D e u s, q u e dá o

cre scim e nto" (1 Cor 3,6-7) "O Re ino de D e u s é com o um h om e m q u e lançou a

se m e nte na te rra: e le dorm e e acorda, de noite e de dia, m as a se m e nte ge rm ina e cre sce , se m q u e e le saiba com o. A te rra, por si m e sm a produz fruto: prim e iro a e rva, de pois a e spiga e , por fim , a e spiga ch e ia de grãos. Q uando o fruto e stá no ponto, im e diatam e nte se lh e lança a foice , porq u e

a colh e ita ch e gou" (Mc 4,26-29 )

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Estudando vários autore s e spe cializados no de se nvolvim e nto h um ano, sob aspe ctos q ue e nglobam a afe tividade , corpore idade , inte ligência e e spiritualidade , pude m os ch e gar à pre se nte sínte se , a q ual te m som e nte a finalidade de prom ove r um e studo inicial, fundam e ntar algum as as açõe s e de spe rtar a consciência do e vange lizador através da com pre e nsão do m undo da

criança, das suas capacidade s e se us lim ite s.O ponto principal e stá e m proporcionarm os as

condiçõe s ide ais para o se u cre scim e nto e m todas as dim e nsõe s, pois todas são dom de D e us, através de algum as inform açõe s úte is à com pre e nsão das vivências e e struturação da e vange lização da criança.

O D ESENVO LVIMENTO EMO CIO NAL E ESPIRITUAL D A CRIANÇA

Capítulo III

H yde Flávia Lobato Marinh o e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias

Fase eIdade

Expe riência de D e us O ração Com o Evange lizar

0 a 2anos

A e xpe riência da confiança abrange a re lação com q ue m cuida da criança. É a base para abrir-se ao e ncontro, nas próxim as fase s, com o outro e

com D e us.

Expe riências ligadas ao confiar, ao sair de si e e ncontrar-se com o

outro, pe rdão a m ãe , pai ou q ue m cuida e D e us, abandonar-se e m D e us.

U tilizar os cantos suave s e ale gre s, tocar, m assage ar, ofe re ce r core s e

te xturas, usar a luz e a água.

2 a 7anos

A e xpe riência principal é o sair de si e ir ao e ncontro com o outro, ao

partilh ar a vida, os afe tos e os pe rte nce s. O outro é visto com o

se parado. D e se nvolve a capacidade de sim bolizar e de dar significado às

e xpe riências pe ssoais. A partir da confiança da fase ante rior, ainda q ue influe nciado e xte rnam e nte , inicia um

re lacionam e nto com D e us q ue é base para a ade são pe ssoal futura.

O rar pe las áre as de autocontrole e auto-conce ito. Pe rdão de si e do outro. Propiciar assistência para a

saída de com portam e ntos de inve ja, rivalidade , fe ch am e nto e

inse gurança, ajudando a criança a lidar com o m e do e a culpa.

Fam ília ou bone cos se parados, e stórias, bíblia infantil, m úsicas, m assinh a, pe q ue nas oraçõe s, oraçõe s e spontâne as, jogos, é

im portante ritualizar os e ncontros. Tre ino de várias capacidade s, valorizar o uso da palavra, a

linguage m de se nvolve -se à m e dida q ue vai e ncontrando o nom e das

coisas, pe ssoas, se ntim e ntos e valore s do e vange lh o.

7 a 11anos

Ide ntifica-se com um a tradição m e diante h istórias passadas por e ste ,

e q ue conte nh am um se ntido próprio ao se u grupo de pe rte nça.

O rar pe lo de se jo de apre nde r e pe los se us obstáculos. Para pre se rvar ou curar das e xpe riências q ue le vam a alie nar-se para ate nde r ao de se jo

dos de m ais, e m agradar a fim de não pe rde r a e stim a.

Estórias, h istórias bíblicas, aprofundar no uso da bíblia infantil,

m ím icas, te atro, jogos, de safios. Iniciar o e nsino das virtude s cristãs.

12 a 15anos

Busca um a de finição de q ue m é. As e scolh as sofre m grande influência do

grupo q ue pe rte nce .

Focar o valor do grupo e da com unidade , a auto-ace itação, a

ide ntidade pe ssoal e cristã, as de ce pçõe s, fracassos e abandonos, a

se xualidade e afe tividade .

Estudo diário da Palavra, cursos de form ação, diálogo, apoio,

acom panh am e nto e ince ntivo, pe ssoal e grupal e m dire ção a

e laboração de iniciativas e atividade s pastorais e com unitárias.

D e m odo ge ral, para todas as fase s é pre ciso o am or nas atitude s, a paciência para acom panh ar o de se nvolvim e nto do conh e cim e nto, a ace itação da criança e a com pre e nsão de sua posição fre nte a você, aos de m ais, a si m e sm a e a D e us.

O s se ntim e ntos de m e do e culpa pode m se r os grande s inibidore s conform e de form açõe s às q uais e stão suje itos e m re laçõe s afe tivas patogênicas. A re lação com o e vange lizador de ve , portanto, ate r-se principalm e nte para a acolh ida e acom panh am e nto constante , profundo, com pre - e nsivo e autêntico. O níve l de aute nticidade do am or vivido com a criança é um fator prim ordial, é o te ste m unh o, é o ato concre to

q ue de ve se r suste ntado pe la re lação do e vange lizador na pre se nça de D e us. Am ar a D e us sobre todas as coisas e ao próxim o com o a nós m e sm os é im possíve l se não disse rm os sim à iniciativa de D e us.

Le m bre -se q ue cada vida é um a obra do am or de D e us cujo alice rce é a ve rdade . E a ve rdade m uitas ve ze s não traz à tona a e ssência do am or de D e us, porq ue o am or do e vange lizador ao próprio D e us, é insuficie nte para o anúncio. O cam inh o da ve rdade é o am or.

A criança pre cisa do am or e da ve rdade q ue D e us e nsina a você. Este é o re curso fundam e ntal para q ue

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não as im pe çam os de ch e gar a Ele .O q uadro abaixo te ce um a com paração

sinte tizada q ue e ngloba várias face s do de se nvolvim e nto h um ano, sobre os q uais o Ministério de Crianças busca aplicar açõe s visando a cura, a libe rtação, a form ação da consciência cristã tanto para a própria criança com o

tam bém para os e vange lizadore s, pais e e ducadore s cristãos. Enfocam os aspe ctos da dinâm ica inte rior, e m ocionais e e spirituais, calcados no Cate cism o da Igre ja Católica – CIC, q ue são de vidam e nte com e ntados no capítulo: “O D e se nvolvim e nto Em ocional e da Fé na Infância”. Vam os ao q uadro:

D EUS MUND O

GRAÇASER

PECAD ONÃO SER

Pre se nte : vim de D e us e q ue ro voltar a EleCriatividade

D ivinizarH um anizar

Eq uilíbrio D inâm ico

Ause nte : não se i de onde vim ne m para onde ire iRe pe tiçãoRobotizarAnim alizar

Adoe cim e nto

EXPERIÊNCIAS

Vivências Im pulsionadorasAm or

Culpa - H um ildadeCura

Libe rtaçãoEnvolvim e nto

Vivências Contra- im pulsionadorasMe do

Culpa – Sobe rbaTraum a

O pre ssãoApatia

PO SIÇÃO NA VID A

Suje ito O bje to

AutênticaRe al

Libe rtadora

Se cundáriaD e form adaO pre ssora

NECESSID AD ES

AvançadasExploraçãoAm pliação

BásicasManute nção

Re strição

RELACIO NAMENTO

Eu-O utro-D e usD e spre ndim e nto

Libe rdadeCom pre e nsão

D ar

EuR igide zPosse

Conde naçãoRe ce be r

EFEITO S

Intim idadeAproxim ação

Abe rturaPre ve nção

Re sgate

Isolam e ntoAfastam e ntoFe ch am e ntoRe cupe raçãoCronificação

O s valore s de se nvolvidos são de vida-m e nte com e ntados no m ódulo: “O rie ntaçõe s para o Estudo das Virtude s e Vícios do Ministério para Criança”, no q ual faze m os a dife re nciação dos program as de cultura

de paz, virtude s nas e scolas e outras form as de apre se ntação bastante disse m inados na atualidade , e para o q ual re q ue r a form ação doutrinária do e vange lizador.

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O pe rdão é um a m áxim a no proce sso de am ar. Im plica um a incondicionalidade pois se dá na ce rte za concre ta da alte ridade do outro. Ele é com ple tam e nte e le m e sm o, não se apre se nta sob q ualq ue r form a condicionada à m inh a e xpe ctativa Q ualq ue r condição dife re nte de sta de scre ve um a re lação alie nante num de te rm inado grau. Não prom ove o e m e rgir da re alidade inte rior.

A distância e ntre e u e o outro é proporcional à q ue te m os de D e us. À m e dida q ue nos aproxim am os d’Ele , nos aproxim am os do outro e de nós m e sm os. A ve rdade é o cam inh o, Je sus é O Cam inh o. Em Je sus assum im os a atitude m ais ousada e radical de e ncontro conosco próprios, com o irm ão e com D e us, q ue fora d’Ele jam ais pode ríam os e xpe rie nciar.

A cam inh o de Je sus, pouco a pouco, vam os se ndo re staurados à se m e lh ança de D e us.

H oje te m os crianças fe ridas já no ve ntre m ate rno, sofre ndo toda sorte de agre ssõe s e ne gaçõe s do dire ito à vida e m dive rsos se ntidos. A re stauração da intim idade consigo e nvolve ao m e sm o te m po a intim idade com o outro e com D e us.

Pode m os constatar q ue a m aioria das dificuldade s de re lacionam e nto h um ano e e spiritual são ge radas na infância. Na m e sm a infância tão ne gada de sde o pode r público até a cada um de nós.

Não é fácil acolh e r a criança com o e la é. É m ais fácil calá-la, inibi-la, m odificá-la, m oldá-la às nossas conve niências. Faze m os isso a cada m om e nto q ue ne gam os ao nosso irm ão a sua e xpre ssão autêntica, a e xpre ssão da sua re alidade inte rior, se m o q ual o am or não pode e ntrar e D e us não é convidado a se r O Se nh or.

A cura da re lação do h om e m consigo, com se u se m e lh ante e com D e us é o q ue possibilita a inte gração últim a com O Criador e com o se m e lh ante . É e star na condição de scrita por S. Paulo “E aí o ve re m os face a face com o Ele é”. O ve re m os e nos ve re m os e m toda dim e nsão de sua obra m ais am ada.

A cura inte rior im plica a cura da prisão para a e closão da libe rdade , da vontade e da fé.

A fé é a dim e nsão e spiritual da confiança e m ocional, curar é re staurar a confiança e a fé, re construir um alice rce , re stabe le ce r o e lo e ntre o h om e m , o se u irm ão e D e us Pai Criador.

“O outro é um irm ão por m e io do q ual D e u s nos fala. Por m e io do q ual D e u s nos ajuda e nos consola, D e u s nos am a

e nos salva. O outro, q ualq u e r outro, é um irm ão a se r am ado. Ele e stá a cam inh o conosco para a casa do Pai. O

outro é Je su s.”Mich e l Q uoist

Se e m D e us h á am or, não h á e spaço para o m e do e a culpa na nossa re lação com e le . O m e do na sua função de prote ge r-nos do pe rigo, com o re sistirá num a re lação abe rta, e xposta, clara, com pre e nsiva, acolh e dora e re al? Não h á com o re sistir, não h á condição favoráve l para o se u suste nto. Tam pouco a culpa. Se passa a e xistir q uando o outro não com pre e nde o q ue sinto ou e xpre sso e re bate viole ntam e nte contra a m inh a pe rce pção da re lação, contra a pe rce pção a re spe ito da ve rdade q ue não pode se r dita, e m e le va à condição de m ante r um a re lação fraca, de svane cida, ve ncida, oculta na m orte . Não h á com o, não h á condição no am or libe rdade -ve rdade para o se u suste nto.

Mas por q ue sinto m e do e não pe rce bo se r m e re ce dor de se u am or e pre se nça e m m inh a vida?

O m e do e a culpa. A todas as e xpe riências q ue os confinam e im prim e m se u caráte r à re lação, D e us de sfe re se u am or e autoridade à m e dida q ue abraçam os a fé. Se o te m e m os e e ntão agim os nos e sconde ndo, ou se nos ach am os não m e re ce dore s de e star e m sua pre se nça e agim os com o indignos, apontam os para onde e stá a nossa prisão.

Estare m os com e le na nossa cura, no e ncontro profundo. A nossa cura nos libe rta para e starm os com Ele e Ele nos cura para e starm os livre s conosco m e sm os e com nosso irm ão.

Curar a vida, se r livre , e star na ve rdade . Eis a e ssência do am or, da re lação, do e ncontro, da com unh ão com D e us.

É ne ce ssário q ue com pre e ndam os q ue q uando curados, de sbloq ue am os:

a via para re lacionar ve rdade iram e nte com sua com unidade

a via para e scutar ve rdade iram e nte ao outro a via para e scutar ve rdade iram e nte a nós m e sm os

...ou se ja:a via para e scutar ve rdade iram e nte a D e us.

Expe riências ne gativas, traum atizante s inte rfe re m nas re laçõe s e na e scuta autêntica. Nossos atuais re lacionam e ntos pode m nos re m e te r a vivências

A CURA INTERIO R D A CRIANÇA

Capítulo IV

H yde Flávia Lobato Marinh o e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias

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dolorosas, m al re solvidas, não curadas q ue lim itam ou de form am nossa com pre e nsão.

O s próprios pais, de vido a um a inúm e ra série de vivências ativadas na e xpe riência da m ate r/pate rnidade , pode m se r influe nciados por tais, e q uando a form a de lidar com as e m oçõe s é pre cária, dá-se lugar a dive rsos m e canism os sintom áticos q ue m anife stam e m si conte údos inconscie nte s.

O q ue não sai pe la cura inte rior e com unh ão frate rna, sai pe lo sintom a. A criança e m de se nvolvim e nto pre cisa se r assistida de form a m adura

e com prom e tida para q ue consiga suportar, cre sce r com as dificuldade s e am adure ce r. Com o na m aioria das ve ze s care ce m os de q ue m suporte o de se rto conosco, provam os o am argor do abandono q ue só o am or do Pai pode curar.

A criança se m e star de posse de sua autonom ia e m ocional e e spiritual, e stará suje ita, por força de dive rsos m e canism os inconscie nte s, a e star conduzindo se us re lacionam e ntos conform e e sta re alidade inte rna. E e ste é o fator q ue conduz de te rm inadas disfunçõe s às ge raçõe s se guinte s.

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Cate ch e si Trade ndae 29 : “D e tudo isto se de duz a im portância dum a cate q u e se q u e inclua as e xigências m orais e pe ssoais re q u e ridas pe lo Evange lh o, e as atitude s cristãs fre nte à vida e fre nte ao m undo, se jam e las h e róicas ou as m ais sim ple s: nós costum am os ch am ar-lh e s virtude s cristãs ou virtude s e vangélicas. D aí tam bém o cu idado a te r na cate q u e se e m não om itir, ne m de ixar de e sclare ce r com o convém , num constante e sforço de e ducação da fé, re alidade s com o a ação do h om e m para a sua libe rtação inte gral (Evange lli Nuntiandi, nn. 30-38: AAS 68 (19 76), pp. 25-30), o e m pe nh o na bu sca de um a socie dade m ais solidária e frate rna e o com prom isso na luta pe la justiça e pe la construção da paz”.

Abordar o te m a das Virtude s be m com o dos Vícios Capitais, foi algo q ue nasce u à m e dida q ue fom os pe rce be ndo o q uanto um a e vange lização profundam e nte com prom e tida com a construção de laços da criança com D e us, com o O utro e com a Com unidade , im pe le ao de se nvolvim e nto das virtude s, be m com o, o oposto fre nte às m ás condiçõe s às q uais m uitas e stão suje itas.

Com pre e ndê-las auxilia no se ntido de am pliar a consciência de sua orige m na q ual e stão raíze s de prom oção ou de te rioração da dim e nsão h um ana e e spiritual.

O Ministério para Criança vê na abordage m e com pre e nsão de sse te m a, um a im portante fe rram e nta no dire cionam e nto da ação e vange lizadora, com prom e tida com o de se nvolvim e nto inte gral da criança.

“O ra as obras da carne são m anife stas: fornicação, im pure za, libe rtinage m , idolatria, fe itiçaria, ódio, rixas,

ciúm e s, ira, discu ssõe s, discórdia, divisõe s, inve jas, be be de iras, orgias e coisas se m e lh ante s a e stas (...). Mas o

fruto do Espírito é am or, ale gria, paz, longanim idade , be nignidade , bondade , fide lidade , m ansidão, autodom ínio”.

(Gl 5, 19 -23)Q ue m cum pre os se us de ve re s, e m prim e iro lugar,

para com D e us, de pois para com o próxim o, por am or a D e us, re aliza “o m andam e nto novo”, o m andam e nto do am or. A e ssência da santidade consiste na caridade .

D e us, sabe doria pe rfe itíssim a, dá ao h om e m a possibilidade de se r santo:

“Entrai pe la porta e stre ita, porq u e largo e e spaçoso é o cam inh o q u e conduz à pe rdição. E m u itos os q u e e ntram por e le . Estre ita, porém é a porta e ape rtado o cam inh o

q u e conduz à vida. E poucos são os q u e o e ncontram ” (Mt 7,13-14)

A santidade é um fim a alcançar e e xige um a constante e dúplice disposição: a luta contra o m al - e vitar os vícios, e a prática do be m - re alizar as virtude s.

Sobre a Santidade Cristã o Cate cism o nos apre se nta q ue :CIC 2014 – O progre sso e spiritual te nde à união se m pre m ais íntim a com Cristo.CIC 2015 – Não e xiste santidade se m re núncia e se m com bate e spiritual.

E nos dá o cam inh o da pe rfe ição:CIC 1803 - “A virtude é um a disposição h abitual e firm e para faze r o be m . Pe rm ite à pe ssoa não só praticar atos bons, m as dar o m e lh or de si. Com todas as suas forças se nsíve is e e spirituais, a pe ssoa virtuosa te nde ao be m , pe rse gu e -o e e scolh e -o na prática”.CIC 1804 - “As virtude s h um anas são atitude s firm e s, disposiçõe s e stáve is, pe rfe içõe s h abituais da inte ligência e da vontade q u e re gulam nossos atos, orde nando nossas paixõe s e gu iando-nos se gundo a razão e a fé. Pe ssoa virtuosa é aq u e la q u e livre m e nte pratica o be m ”.CIC 1810 - “As virtude s h um anas adq u iridas pe la e ducação, por atos de libe rados e por um a pe rse ve rança se m pre re tom ada com e sforço, são purificadas e e le vadas pe la graça divina”;

Pode m os ch am ar de Tripé da Santidade as três virtude s das q uais vam os tratar e m m ais à fre nte :

H um ildadeO be diênciaD ocilidade

Se ndo a santidade a união pe rfe ita com Cristo, o vício é e xatam e nte a dire ção oposta. Constitui-se com o um ape go de sorde nado às criaturas, q ue nos afasta de D e us pode ndo ch e gar à se paração total d’Ele . Te m orige m na tríplice concupiscência:

· Sobe rba: da q ual nasce m o orgulh o, a inve ja e a ira;

· Carne : da q ual nasce m a luxúria e a pre guiça;· O lh os: da q ual nasce m a avare za e o ape go

de sorde nado às coisas.Aq ui convocam os os form adore s, e vange liza-

dore s, cate q uistas, inte grante s de pastorais e principalm e nte os pais para e ssa cam inh ada de santidade . A dire ção e spiritual é de sum a im portância. Praticada com since ridade , docilidade e pe rse ve rança é um cam inh o para dom inar os vícios e praticar as

AS VIRTUD ES E O D ESENVO LVIMENTO ESPIRITUAL D A CRIANÇA

Capítulo V

Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias

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virtude s.CIC 1811 - “Não é fácil ao h om e m fe rido pe lo pe cado m ante r o e q u ilíbrio m oral” (CIC 1811).

Aq ue le s a q ue m o Se nh or os ch am ou a cuidar de pe nde m de sua e ntre ga e trabalh o, do se u m orre r para si para q ue D e us re alize por e le s a sua vontade .CIC 2222 - O s pais de ve m conside rar se u s filh os com o filh os de D e u s e re spe itá-los com o pe ssoas h um anas. CIC 2225 - ...A e xpe riência da vida e m fam ília pode alim e ntar as disposiçõe s afe tivas q u e por toda a vida constitu irão autênticos pre âm bulos e apoios de um a fé viva.

As virtude s são disposiçõe s da alm a a se re m alcançadas por todos nós, para ate nde rm os ao ch am ado do Pai para se rm os santos e le varm os nossos irm ãos à santidade , q ue , e m sínte se , busca principalm e nte :

•A m aior glória de D e us;•A e dificação do próxim o; e•O be m da própria alm a.Enfim , o q ue de se jam os é a dire ção pe la q ual o

Ministério de Criança possa trilh ar e m sua m issão, ate nto à convocação do Se nh or e a da sua Igre ja:

“Ensina à criança o cam inh o q u e e la de ve se gu ir; m e sm o q uando e nve lh e ce r, de le não se h á de afastar” (Pv 22, 6)

CIC 1825 – Cristo m orre u por nosso am or q uando éram os ainda “inim igos” (Rm 5,10). O Se nh or e xige q u e am e m os com o e le , m e sm o os nossos inim igos (Mt 5,44), q u e nos torne m os o próxim o do m ais afastado (Lc 10, 27-37), q u e am e m os com o e le as crianças e os pobre s.

A consciência cristã é construída na e xistência do h om e m , não é algo pronto m as form ado a cada ve rdade e rguida na e xpe riência de D e us. Se às ve ze s não im aginam os a criança iniciada e m um cam inh o de fé, de ve m os re fle tir q ue e la já é a criatura com a q ual D e us q uis, de sde o se m pre , com partilh ar da nature za do se u Filh o.

O ve ntre q ue ge ra o h om e m , na m ais profunda conce pção de sua e xistência, é o próprio D e us.

É apoiando na ve rdade q ue “O h om e m capaz de D e u s” (D V 2), q ue vam os re fle tir sobre a infância e nq uanto fase do de se nvolvim e nto h um ano e a infância e spiritual, com o o pre lúdio, a base de cre scim e nto do h om e m sob os cuidados de D e us, cuja intim idade conduz à ple nitude da e xistência do h om e m .

O Cate cism o da Igre ja Católica, no título “A Form ação da Consciência”, nos traz o se guinte :CIC 1784 “A e ducação da consciência é um a tare fa de toda a vida. D e sde os prim e iros anos ale rta a criança para o conh e cim e nto e a prática da le i inte rior re conh e cida pe la consciência m oral. U m a e ducação prude nte e nsina a virtude , pre se rva ou cura do m e do, do e goísm o e do orgulh o, dos se ntim e ntos de culpabilidade e dos m ovim e ntos de com placência, nascidos da fraq u e za e das faltas h um anas. A e ducação da consciência garante a libe rdade e ge ra paz no coração”.

Evange lizar é e ducar para um a consciência ple na de si, do outro e de D e us.

Para tal é fundam e ntal q ue e vange lizadore s, pais e com unidade te nh am claro o q ue ocorre na criança a níve l de se ntim e ntos, re açõe s, atitude s, raciocínio, para, sob a ação do Espírito Santo, plane jar e de se nvolve r os re cursos de um a e vange lização e m sintonia com a condição daq ue le s a q ue m se anuncia o Re ino.

O rie ntaçõe s para o Estudo das Virtude s e Vícios do Ministério para Criança

As Virtude s Cristãs são conh e cidas por todos os e vange lizados. Porém m uitos nunca se aprofundaram no conh e cim e nto de sua e ssência, be m com o dos vícios ou pe cados capitais. Conh e ce r com o am bos se faze m pre se nte s na vida, é um fator q ue auxilia à form ação da consciência cristã. A consciência cristã e stá longe de se r som e nte e ste conh e cim e nto, porém e le pode se r de grande valia na m issão de e vange lizar.

Na e vange lização te m os o de ve r de nos form arm os para um grande de safio: pe rm itir, criar condiçõe s, se rm os disponíve is à ação de D e us para o se u e ncontro profundo com o h om e m .

O e vange lizador não pode se r m ais q ue um se rvo q ue , pe la consciência q ue a vida é dom de D e us, se dispõe com todas as suas forças para q ue Ele se ja louvado, am ado e adorado. E o se rvo som e nte pode faze r isso q uando tam bém possui a consciência de q ue é um filh o m uito am ado, tão am ado pe lo Pai com o O Filh o, Je sus Cristo.

O grande e ncontro do Pai com o h om e m , ocorre m e diante a iniciativa D ivina, não é m érito do e vange lizador. Este é um prim e iro ponto de nossa cam inh ada ne ssa m issão. O se rvo de ve conside rar-se não m ais q ue um a fe rram e nta q ue D e us e scolh e q uando lh e aprouve r. Mas se Ele e scolh e a você, se Ele o coloca ne sta m issão, lute por tornar-se totalm e nte se rvo de corpo, m e nte e alm a, e e ssa luta é basicam e nte e ntre faze r o q ue q ue re m os, ou e starm os disponíve is para faze r o q ue D e us q ue r.

O e vange lizador não é autor da iniciativa de D e us, não é o cam inh o, não é a ve rdade e não é a vida m as Je sus sim . Não pode m os form ar ou e vange lizar se D e us não o q uise r, não pode m os e scolh e r, por nós próprios, o cam inh o pe lo q ual as crianças de ve rão se guir.

Pode m os ve r com e ssa re fle xão inicial o q uanto nos falta de h um ildade , docilidade e obe diência. H um ildade para nos re colh e rm os pe rante a m aje stade de D e us, docilidade pe rante O Sum o Be m e Sapiência Infinita e obe diência à sua autoridade e e te rno am or.

A h um ildade é fruto na vida do cristão q ue te m vida de oração. Som e nte vive e m oração, aq ue le q ue re conh e ce q ue não é nada se m D e us. A oração é caracte rística do filh o e se rvo, e som e nte por e la se e stre ita a intim idade com D e us.

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O h om e m foi criado á im age m e se m e lh ança de D e us, q ue no se u infinito am or lh e dá a libe rdade e a vontade . E e stas são corrom pidas pe lo pe cado, q ue se m anife sta de form a tão abe rradora nos vícios, cuja palavra é m uito propícia porq ue indica onde re corre nte m e nte caím os, dos pe cados m ais ou m e nos fre q üe nte s, não nos ise ntando de ne nh um . Com ce rte za se carre gam os o pe cado, se som os pe cadore s, m anife stam os e m nós todas as fraq ue zas da m iséria h um ana.

O lh e para si, para sua vida. Som os de spre zíve is, m as som os criaturas de D e us, e é ne ssa contrição q ue pre cisam os re corre r a Ele .

Com o o Filh o Pródigo, pre cisam os conside rar a m iséria q ue vive m os e nos atirarm os aos pés de D e us. Não é ne ce ssário som e nte conside rar a m iséria, m as atirar-se , e não basta atirar-se por te rra, m as aos pés de D e us, e ntre gando a Ele a autoridade de colocar-nos de pé q uando e com o lh e aprouve r.

O s vícios são com o m anife staçõe s de um a dupla re fe rência do h om e m fre nte a D e us: ne gação da filiação de D e us e ne gação da autoridade de D e us.

A e vange lização de ve inte rvir sobre e sta dupla ne gação q ue se de scre ve m sob dois títulos q ue parcialm e nte ou totalm e nte carre gam os e m nossa te sta: Não Sou Filh o de D e us e Não Sou Se rvo de D e us. Este s pre cisam m udar para: Sou Pe cador Vale i-m e Pai e Sou Pe cador Vale i-m e Se nh or.

As dim e nsõe s da e vange lização, a sabe r: q ue rigm a e cate q ue se , de ve m atuar na vida do e vange lizando no q ue e ste m ais pre cisa: am ar e conh e ce r a D e us.

Conh e ce r os vícios e as virtude s é útil, à m e dida q ue buscam os se rm os filh os e se rvos. Se buscam os pouco, pouco se rá, e se buscam os m uito som e nte ajudará se o fize rm os e m oração. Então busq ue m e u irm ão na pre se nça de D e us. Ele fará a obra na sua vida m e diante o se u SIM.

O Ministério para Criança, q ue r form ar a consciência de q ue para o e vange lizador, e vange lizar é e xe rce r a filiação e o se rviço e para o e vange lizado é e xpe rim e ntar se r filh o e se rvo.

Q ue re m os crianças santas? Talve z ne m tanto ainda o q uanto de ve ríam os, m as D e us q ue r e m uito e é a e ssa m issão q ue nos ch am a. Crianças q ue re conh e çam q ue suas vidas são dom de D e us q ue vim os todos d’Ele e a Ele re tornare m os e assim sintam a ne ce ssidade da vida de oração e de dare m o de vido louvor, pois só assim re conh e ce rão a sua autoridade . Autoritarism o é im posição, re conh e ce r a autoridade de D e us é conse q üência do re conh e cim e nto do se u infinito am or.

O e vange lizador de criança pre cisa se r um a autoridade do am or de D e us, pe rante a q ual as crianças se ve jam tal com o D e us as vê.

A e vange lização de ve se r, portanto, e xe rcício de santidade e de santificação.

Para tal é fácil com pre e nde r q ue a pe ssoa do e vange lizador pre cisa e star tam bém ne sse proce sso de constante de cre scim e nto da consciência de q ue é filh o e se rvo.

A com unidade é para o e vange lizador, com o é para o e vange lizado. O e vange lizador por sua ve z não de ve cam inh ar sozinh o. Pois todos pre cisam os de um a orie ntação e spiritual, de cam inh ar na nossa cura inte rior, de nos form arm os com o m e m bros da Igre ja conh e ce ndo-a, e tudo isso e xige disponibilidade e e sforço.

O Ministério para Criança q ue r assistir os e vange lizadore s e as crianças com o um todo. Som os um a com unidade com um ch am ado q ue se inse re nas de m ais. Espe ram os q ue e ste e studo é m ais um m om e nto para prom ove r a nossa unidade .

Com e sse pe nsam e nto abordam os as virtude s e os pe cados capitais, a fim de q ue a partir do conh e cim e nto de stas dim e nsõe s possam os, pouco a pouco, irm os nos form ando, form ando pais, aprim orando nossa ação e vange lizadora, tom ando consciência de com o as re laçõe s vão criando, tanto e spaço para as virtude s com o tam bém para os vícios já a partir da infância, de pe nde ndo da sua q ualidade da sua fundação.

São apre se ntadas algum as virtude s, im plícitas às Virtude s Te ologais e Carde ais, às q uais fare m os um a associação com o as se guinte s:

A Virtude da Re ligião, o Fe rvor e a Purificação da Alm a, re lacionam -se com as três Virtude s Te ologais: Fé, Espe rança e Caridade ;

A H um ildade e as duas filh as – O be diência e D ocilidade – re lacionam -se com a Justiça e Prudência;

A D ocilidade te m ainda im plícita, a D ire ção Espiritual;

As virtude s da Pe nitência, Castidade , Virgindade e Pobre za com a Te m pe rança e Fortale za;

Enfim as virtude s constitue m todas juntas o fundam e nto indispe nsáve l no cam inh o da santificação.

Já os vícios se guire m os com as suas re spe ctivas associaçõe s:

A Sobe rba é o m ais grave dos pe cados porq ue im pe de ao h om e m sua subm issão ao supre m o dom ínio de D e us. É a raiz dos outros vícios e suas face s são: a pre sunção, a am bição, a vanglória e de sta de rivam ainda a jactância, a oste ntação e a h icrisia;

Em se guida a Avare za e as de rivaçõe s idolatria e re te nção;

A Luxúria e as de rivaçõe s adultério, be stialidade , fornicação, e stupro, ince sto, m asturbação, m e re trício, onanism o, sodom ia, h om osse xualidade , rapto e se dução;

A Ira e as de rivaçõe s: Im paciência e Mau H um or,

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irritação, violência, furor e ódio; A Gula e a Inve ja com suas de rivaçõe s

m ale dicência e à calúnia;A Pre guiça e o torpor na vida e spiritual

de nom inado pe lo te rm o acédia.O q ue as virtude s visam fortale ce r os vícios visam

e nfraq ue ce r. O q uadro no final de ste capítulo posiciona os vícios e de fronte as virtude s q ue os com bate m . O Se nh or pre cisa q ue cam inh e m os na virtude e e vange lize m os sobre e ste cam inh o. Esta e vange lização não pode rá se r m e ro e nsino, te rá q ue se r vivida, e xpe rie nciada na vida pe ssoal e com unitária. Com o aspe cto da e vange lização, de ve rá focar o h om e m e m si, e m sua convivência frate rna, e na sua re lação íntim a fre nte a D e us.

O s vícios são de scam inh os, disfunçõe s próprias da h um anidade pe cadora. Alguns são m ais de stacados e m de te rm inada pe ssoa do q ue e m outra, m as são todos pre se nte s na e strutura do h om e m e m função do pe cado. Com o e o q uanto vão progre dir são m otivos para nossas re fle xõe s e inte rve nçõe s ne ste m inistério, pois a criança é e xtre m am e nte suje ita a e ssas influências. Pre cisam os te r claro q ue o h om e m é pe cador, e u sou pe cador, nós som os pe cadore s, m as O Cristo ve io se r O Cam inh o, A Ve rdade e a Vida. D e ve m os te r a ce rte za de q ue Ele ve io nos re sgatar do m al, do pe cado e conduzirm os nossas vidas e as das crianças e m sua dire ção. Volte m os novam e nte ao ve rsículo de Provérbios:

“Ensina à criança o cam inh o q u e e la de ve se gu ir; m e sm o q uando e nve lh e ce r, de le não se h á de afastar” (Pv 22, 6)

O e vange lizador pre cisa ne ce ssariam e nte te r a consciência de um a tríplice re lação q ue e nvolve o e vange lizando. Ao m e sm o te m po e ste se re laciona consigo próprio, com o irm ão e com D e us. Se for de spre zada a re lação com o Se nh or, a e vange lização se re duz a um a m e ra ação h um ana, e pior, pe rfe itam e nte alinh ada com os princípios e m ine nte s da Nova Era.

Este m ovim e nto, contrário à fé cristã, visa prim ordialm e nte o e rguim e nto das capacidade s h um anas com o suficie nte s para a re alização das m ais profundas aspiraçõe s do se r h um ano. D e scarta com ple tam e nte a e xistência de D e us. Faz um a re le itura de todos os valore s e vangélicos te ntando e xtrair valore s conside rados unive rsais e próprios do h om e m , o q ue ne ga a orige m e o fim do h om e m e m D e us.

Este s princípios anti- e vangélicos e stão prolife rando e se diluindo sutilm e nte por toda a nossa volta. Nas e scolas no e nsino re ligioso é cada ve z m ais tolh ida a e xpre ssão re ligiosa ao invés do fom e nto do diálogo e cum ênico e inte r-re ligioso, os program as contra a violência cada ve z m ais se dissociam da e xpre ssão cristã. Pode re m os ve r daq ui a algum te m po na e scola de nossos filh os, o q ue já ocorre na França: o im pe dim e nto da e xpre ssão dos sím bolos re ligiosos, ou a asce nsão de um e spiritualism o não-re ligioso, a face da Nova Era.

Le itura re com e ndada, para um a com pre e nsão ade q uada, é o docum e nto do Vaticano “Je su s Cristo, Portador da Água Viva”, q ue o Profe ssor Fe lipe Aq uino, no se u livro “A Nova Era” (Editora Cléofas), te ce vários com e ntários e nos auxilia na tom ada de consciência de sse m ovim e nto.

Virtude s CristãsVirtude s im plícitas nas

Virtude s Cristãs Vícios Capitais

FéEspe rança

H um ildadeO be diênciaD ocilidade

Sobe rba

VALO RES D ESENVO LVID O S

Caridade Pobre za Avare za

Prudência Te m pe rança Ira

Justiça Pe nitência Gula

CastidadeVirgindade

Virtude da Re ligiãoFe rvor

LuxúriaInve jaFortale za

Te m pe rança Purificação da Alm a Pre guiça

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A e vange lização de se nrola-se num proce sso. Pode se dize r proce sso porq ue re q ue r um cuidado, re q ue r cam inh ar com o outro. E pode m os dize r ainda q ue e ste cam inh ar se faz e m um a dire ção, te m um obje tivo. O obje tivo da e vange lização é construir com o outro a consciência de D e us.

O s m ode los m ais m ode rnos de e ducação parte m do princípio de q ue não se form a a consciência se m q ue a pe ssoa q ue re ce be a inform ação participe do proce sso. Ela pre cisa se r ativa, e o e ducador o m e diador de sta participação. Não basta falar para o outro, é pre ciso construir com e le o conh e cim e nto. É daí q ue e le tom a posse , conq uista o sabe r, adq uire consciência.

O brincar é um a atividade q ue de ve se r le vada a sério. O brincar e stá para a criança assim com o a fala e stá para o adulto. O brincar é m e io e ficaz para a e struturação do conh e cim e nto, da afe tividade e da e spiritualidade do se r h um ano. Todas e stas dim e nsõe s são e xiste nte s na criança, o q ue de ve nos le var à consciência de q ue a infância não é um a lacuna no proce sso de de se nvolvim e nto.

Ne ste capítulo te ntare m os faze r um a sínte se q ue nos pe rm ita com pre e nde r as ne ce ssidade s das crianças, os de safios q ue e ncontra para um de se nvolvim e nto ple no e alguns cuidados q ue nos auxilie m a de se nvolve r m e ios e ficaze s para e vange lizá-las.

A criança busca sabe r q ue m e la é. D e sde a infância o h om e m busca a ve rdade ace rca de si próprio, e traz consigo as se guinte s q ue stõe s:

- O q ue é e ste m undo com tudo o q ue h á ne le ?

- Que m é você? (dirigindo-se aos pais, pare nte s, e ducadore s, e vange lizadore s).

- Sou com o você m e vê?- Que m sou e u?A criança utiliza re cursos inte rnos e e xte rnos para

se de se nvolve r e m todos os aspe ctos. E à m e dida q ue vai se de se nvolve ndo aprim ora cada ve z m ais tais re cursos. O brincar é um m e io onde a criança e xpe rim e nta e aprim ora tais re cursos.

Brincar é um a ne ce ssidade para a criança. É im pre ssionante com o pre cisa brincar. Com o é le vado a sério. Com o a criança se de dica tanto a e le . Mas, por q uê é assim ? O q ue h á por trás do brincar?

Brincar é a principal via de conh e cim e nto do m undo. O lh ar obje tos, tocar, m anuse ar, le var à boca,

jogar, rasgar, e m pilh ar, q ue brar, e ncaixar, fantasiar, transform ar, de ntre outras coisas, são açõe s pe las q uais a criança vai construindo a sua consciência do q ue é o m undo q ue a ce rca.

Brincar tam bém é um a via de conh e cim e nto do outro. Som e tudo dito acim a e pe nse o q ue aconte ce q uando o outro inte rage , q uando e la de scobre você! Se ja você a m ãe , o pai, e ducador, babá, e vange lizador, ne sse m om e nto a consciência do outro com e ça a se r construída. E a q ualidade de ssa re lação é fundam e ntal. A inte ração com o se u se m e lh ante , se ja criança ou adulto inse re e afirm a a condição h um ana de se rm os criados para nos re lacionarm os.

Porém o brincar tam bém é a principal via de autoconh e cim e nto. Q uando olh a, sorri, ch ora, toca, ape rta, ch upa, lam be e stá faze ndo o re conh e cim e nto de sse outro, se ja pe ssoa ou obje to, q ue e stá à sua fre nte e tam bém de si m e sm a. Expe rim e nta as se nsaçõe s físicas, de se nvolve se us se ntidos de tato, paladar, visão, audição e olfato. Expe rim e nta as e m oçõe s, se nte m e do, raiva e am or. Q uando com pre e ndida e ate ndida e m suas ne ce ssidade s se nte -se satisfe ita, cuidada, am ada. E é im portante re ssaltar q ue cuidar não é faze r tudo por e la, m as faze r com e la.

D e sde a sua conce pção e stá cam inh ando rum o ao cre scim e nto e inde pe ndência. Gradativam e nte vai de se nvolve r-se , saindo de um a total de pe ndência durante a ge stação e a fase de be bê, para a aq uisição da linguage m , da com unicação, do colo ao arrastar, e ngatinh ar, andar, corre r.

As condiçõe s q ue lh e s de ve m se r ofe re cidas re q ue re m sabe doria. Com o disse , e las pre cisam de se nvolve r, adq uirir suas h abilidade s, e ntão não pode m os faze r por e las pois isto de bilita o de se nvolvim e nto de suas capacidade s, tam pouco de ixá-las q ue façam por si m e sm as se m q ue te nh am q ualq ue r re curso para tal, o q ue im pe de , bloq ue ia e não a pe rm ite sair do lugar.

A criança pre cisa do am or. E e ste é e xpre sso por aq ue le s q ue se dispõe m a cam inh ar ao se u lado, por onde e la vá. Por aq ue le s q ue buscam se r capaze s de se r um re fle xo nítido da se m e lh ança com D e us, e q ue não te m e m acolh ê-la, ouvi-la, com pre e ndê-la, pe lo q ue q ue r q ue e la faça, fale ou pe nse . E q ue e m se guida não vão e conom izar e sforços para q ue e la e ncontre a ve rdade q ue ultrapassa a sua vivência.

É im portante q ue agora com pre e ndam os q ue o brincar não é um passate m po, m as é a atividade q ue

BRINCAND O , FO RMAND O E EVANGELIZ AND O AS CRIANÇAS

Capítulo VI

Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias

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constrói nos e spaços disponíve is, a re lação da criança com tudo e m si e à sua volta.

E cada um de nós de ve m os se r os prom otore s e ntão com pre e nde r q ue q uando a criança nasce e la não te m consciência do m undo, do outro e de la própria, m as é capaz de de scobrir se h ouve r q ue lh e apre se nte . O outro se m pre se fará ne ce ssário.

Mas aq ui pre cisam os ir m uito além .Conh e ce r o m undo o outro e a si é suficie nte ? O

q ue pode e ntão afirm ar o valor re al da vida se não h á q ue m m e re sponda e satisfaça toda m inh a ne ce ssidade de se r e e star inte iro, firm e e inte iram e nte conscie nte fre nte à vida?

Entra a últim a e de finitiva q ue stão:

Que m é D e us?Esta q ue stão não é a últim a num a se q üência, m as é

a m ais profunda. Se inse re de sde o ve ntre , de sde a conce pção. Pode até se r inconscie nte , m as jam ais de ixa de se r infinitam e nte pre se nte . Envolve toda nossa ne ce ssidade de com pre e nsão a re spe ito do ve rdade iro se ntido da vida.

Muito além q ue o m undo, o outro e e u pode m os ofe re ce r, e stá D e us. Muito m ais não porq ue som os infinitam e nte m ais lim itados q ue Ele , D e us não utiliza de sse tipo de critério h um ano. Som os tudo para Ele . Tudo foi criado por sua vontade para q ue re alizásse m os se u Re ino aq ui. Está além , porq ue onde Ele e stá, e stá toda a sua criação e m ple na e ssência.

O m undo pe rfe ito é aq ue le e m q ue e u e m e u irm ão e stam os e m com unh ão com D e us e form am os um a unidade . O pe cado é a oposição à e ssa unidade . Ela é o de se jo de D e us pe la q ual é capaz de dar O Filh o para nos re m ir, libe rtar e re tom arm os o cam inh o até Ele .

Com o disse ante s, e sta q ue stão é im plícita, é pre se nte a cada passo e de scobe rta. Conh e ce r o m undo é bom , ao outro m aravilh oso, a m im é um êxtase , a D e us é a graça, é tudo.

Com pre e nda e ntão q ue o brincar se rve a e sse propósito últim o. Não o lim ite a um passate m po, com o o faz grande parte dos program as, e stórias e brinq ue dos criados para a criança pe la indústria do consum o, a q ual de turpa, fe re e ane ste sia. Não faça isso porq ue D e us não faz isso. D ’Ele só a cura, o cre scim e nto, a consciência. O brincar de ve se r e ntão o m om e nto e m q ue a criança de se nvolve suas condiçõe s para lidar com

se us conflitos e de safios, de scobre sua ve rdade , a ve rdade do outro e a ve rdade de D e us.

O brincar é a atividade e xploratória por e xce lência da criança e m sua busca pe la ve rdade , pe la q ual am plia o conh e cim e nto e busca situar-se fre nte a se us conflitos. Brincar, portanto, de ve se r um a atividade q ue le va a criança a um lugar se guro para e xpre ssar suas vivências. E não h á lugar m ais se guro q ue aq ue le onde D e us se faz pre se nte .

D e us se m pre e stá conosco. E faz uso, q uando lh e aprova, de alguém q ue se disponh a a cam inh ar conosco nas dificuldade s. Alguém q ue se ja re fle xo de sua divina com pre e nsão para e stabe le ce r um a re lação de confiança. Confiança é a se gurança q ue pe rm ite e xplorar. E a e xploração, daq ue le s q ue o Se nh or nos confia, de ve fundar o conh e cim e nto de le próprio, do se u irm ão, do m undo e de D e us.

E o cam inh o, a ve rdade e a vida e stão e m Je sus. Se gui-lo é o prim e iro passo para pode rm os apre se ntá-lo às crianças e a cada próxim o q ue Ele colocar e m nosso cam inh o. O e vange lizador fie l é aq ue le q ue é capaz de de spojar-se para ouvir e re alizar a vontade do Pai. Só assim vai se transform ando e tornando re fle xo de D e us e m se u infinito am or.

O am or é o am bie nte onde as crianças e ncontram D e us, q ue se e xpre ssa nos cuidados, e te ndo o brincar com o um valioso instrum e nto.

O brincar é um a atividade praze rosa e ch e ia de se ntido. Praze r e se ntido q ue dize m de um e ncontro profundo com a e ssência da vida. Q ue nos dá ale gria e vai e dificando nossa fe licidade , com o fruto da ce rte za de um a vida de se jada, e spe rada e am ada de sde se m pre por D e us.

Vam os concluir e ste m ódulo te ndo claro q ue a e ssência do nosso trabalh o de e vange lização e stá e m m e diar o e ncontro da criança com D e us, para o q ual pre cisam os se r se rvos h um ilde s, dóce is, obe die nte s, de spojados e disponíve is para Ele re alizar a sua vontade .

A criança é capaz de e stabe le ce r um re lacionam e nto íntim o com D e us, isto ocorre pe la iniciativa divina, não pe los m éritos de q ue m a e vange liza, m as da q ual participam os q ue foram ch am ados pe lo Se nh or a e ssa obra.

“O brincar é um cam inh o pe lo q ual, com am or, a criança

pode se r conduzida à pre se nça de D e u s”.Myle s A. A. Elias

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Mode lo de Proje to de Estruturação do Ministério para Crianças na Com unidade

Apêndice 1

H yde Flávia Lobato Marinh o D ias e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias

- APÊND ICES -

Apre se ntaçãoVim os por e sta apre se ntar o trabalh o

de se nvolvido pe lo Ministério para Criança da Re novação Carism ática Católica, cujo ch am ado é “re sgatar a de sce ndência e le ita”. As atividade s de se nvolvidas nos últim os anos são profundam e nte inte gradas as propostas do D NC. “A e vange lização é um a re alidade rica, com ple xa e dinâm ica, q u e com pre e nde m om e ntos e sse nciais e dife re nte s e ntre si (cf CT18 e 20; D GC 63): o prim e iro m om e nto é o anuncio de Je su s Cristo (q u e rigm a); a cate q u e se é o se gundo, dando-lh e continu idade ” (D NC33). O anúncio q ue rigm ático da Palavra de D e us ganh a ce ntralidade , cada ve z m aior, e inve stim e ntos significativos, sobre tudo na sólida form ação da fé e na sua vivência, por m e io de um a linguage m , dire ta, sim ple s e e ficaz”.

Esta apre se ntação faz-se para nos colocarm os à disposição para e sclare cim e ntos e apoio às atividade s e à form ação e inte rcâm bio e m vossa paróq uia, com aq ue le s q ue são ch am ados à e vange lizar os pe q ue ninos de D e us.

O Ministério para Criança na Com unidade

Introdução

O Ministério para Criança é um a fre nte de açõe s da Re novação Carism ática voltada para e vange lização e form ação de crianças e q ue m a e vange liza. Não é um a pastoral, m as sim um m ovim e nto q ue busca apoiar as pastorais e de m ais açõe s de e vange lização de crianças. Se u ch am ado é de ir onde h ouve r um a criança e criar condiçõe s de sua inse rção na re alidade do Re ino.

Conside rando a am plitude da e vange lização e m suas dim e nsõe s q ue rigm ática e cate q uética, o Ministério para Criança ve m trabalh ando para o q ue h oje nos convoca o D GC, buscando principalm e nte a unidade e a com unh ão com todos os ch am ados por Cristo a acolh e r o irm ão na infância.

Na Constituição D ogm ática D e i Ve rbum , o Santo Papa nos diz: “O h om e m é capaz de D e u s” (D V 3), a criança e stá tam bém aí inse rida. Pre cisam os form ar m uito ainda a consciência a se u re spe ito.

É vital apre se ntarm os q ue o Ministério de Criança, não conce be a criança se m um a fam ília, se m pais, se m

com unidade , e a partir disso busca acolh e r tudo o q ue ce rca a criança, se ndo, portanto, vital aos m ovim e ntos de fam ília e casais, à cate q ue se , às pastorais de criança e batism o, à infância m issionária, às e q uipe s de liturgia e aos trabalh os com unitários onde h ouve r um a criança, dirigindo-se a se nsibilizar, conscie ntizar e capacitar as açõe s dirigidas às crianças na com unidade .

A e vange lização é de re sponsabilidade de todo cristão ao q ual o Se nh or coloca um a criança no se u cam inh o. Para tal se ntim os o ch am ado de aliar:

•o anúncio q ue rigm ático•a form ação da consciência cristã•a linguage m e condição de assim ilação da

criança e •re cursos sim ple s vive nciaisA pre paração de todo o público q ue e nvolve a

criança ne ce ssariam e nte passa por um a form ação m ais am pla. A proposta é um a form ação inte gral, q ue le ve a um a conscie ntização q ue conte m ple aspe ctos com o: o pape l da m ate r/pate rnidade , a influência da auto-im age m e auto-conce ito, as ne ce ssidade s e m ocionais da criança, o de se nvolvim e nto da fé na infância, m e ios e ficie nte s de com unicação, o cre scim e nto nas virtude s cristãs, os lim ite s e re gras no convívio, a participação na vida com unitária e da Igre ja, de ntre outros.

O Ministério para Criança e nq uadra suas açõe s às D NC. Pode m os de finir q ue a principal m e ta é criar as condiçõe s para q ue a criança possa te r um e ncontro pe ssoal com Je sus. Ele é O Cam inh o, A Ve rdade e A Vida. D e ve m os pois form ar um a unidade , pois pais, cate q uistas, age nte s de pastorais e todo cristão, pre cisam os assum ir a postura de se rvos, dóce is, h um ilde s e obe die nte s para q ue D e us re alize por nós a sua obra.

“Foram -lh e s, e ntão, apre se ntadas algum as criancinh as para q u e pude sse as m ãos sobre e las e orasse por e las. O s discípulos, porém as afastavam . D isse -lh e s Je su s: “D e ixai vir a m im e stas criancinh as e não as im pe çais, porq u e o Re ino dos céus é para aq u e le s q u e se asse m e lh am .” E,

de pois de im por-lh e s as m ãos, continuou se u cam inh o”. (Mt 19 , 13-15)

É ne sta vivência q ue nossas crianças pre cisam m e rgulh ar e ao m e sm o ch am ado dos discípulos pre cisam os ate nde r: não as im pe dir. As crianças são m issão de D e us para nós. Re cuar, re cusar ou se rm os

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ine ficie nte s, m al form ados ou inform ados são im pe dim e ntos. Se r se rvo de oração, com unh ão e dirigido pe lo Se nh or Je sus.

D e se nvolvim e nto

O s m étodos são os m ais fam iliare s à condição da criança. Principalm e nte via o brincar e a atividade lúdica, inse re -se o conte údo do anúncio da salvação pe los te m as q ue rigm áticos, a sabe r:

· Am or de D e us· Pe cado· Salvação· Fé e Conve rsão· Espírito Santo· Com unidade Para apre se ntar e sse conte údo q ue rigm ático,

utilizam os os se guinte s re cursos:· Fantoch e s· Core s· Ge stos· Músicas e canto· Te atro· Estórias infantis· Brincade iras de roda· Brinq ue dos de m ate rial re ciclado fabricados pe la

própria criançaO obje tivo é aprove itar a re ce ptividade disponíve l

q ue h ouve r na criança e lançar as se m e nte s para sua e vange lização. D e us te m sido fie l e m todos os passos e te ste m unh ado se u am or e se u ch am ado a e ste m inistério, pe los frutos q ue te m os colh ido.

Na transcrição do tre ch o da D e i Ve rbum e stá im plícito q ue a criança é capaz de D e us. Assim foi com São João Batista ainda no úte ro, com o Sam ue l e os Pastorinh os de Fátim a. É no coração de criança q ue a Palavra de D e us é acolh ida e pode cre sce r. Nosso m inistério re conh e ce q ue o coração de criança é tam bém o coração da criança.

Isto im plica q ue o coração do adulto pre cisa se r re novado e o da criança pre se rvado, e ncorajado, acolh ido, curado, fortale cido. A e xte nsão do pre se nte trabalh o, portanto, pode se aplicar aos se guinte s m ovim e ntos paroq uiais:

· Cate q ue se· O bras sociais· Conse lh o Paroq uial· Eq uipe de Liturgia· Grupos de O ração· Infância Missionária· Grupos de Casais· Pastoral do Me nor· Pastoral do Batism o· Pastoral da Fam íliaAtravés de atividade s com o:· Grupos de O ração com crianças · Missa com Liturgia Infantil

· Re tiros para Crianças· O ração para Cura e Libe rtação com Criança · Evange lização da Criança nos Me ios de

Com unicação · Música, Corais, Te atro· Eve ntos com crianças – pontos fundam e ntais de

sua organização.O Ministério para Criança e m níve l nacional te m

buscado agre gar todas as atividade s ide ntificadas com o e sse nciais ao ate ndim e nto inte gral à criança. Para tal e num e ram os algum as iniciativas e os atuais re sponsáve is no se u de se nvolvim e nto q ue e stão de ntre m uitas q ue o Espírito Santo te m suscitado:

· Form ação de Se rvos do Ministério para Crianças· Form ação para Pais· Estudos Bíblicos· Re tiros para se rvos· Evange lizando com Fantoch e s · Evange lizando com H istórias e m Q uadrinh os· Evange lizando com Brinq ue dos de Mate rial

Re ciclado· Evange lizar por m e io da Anim ação de Fe stas

Infantis· Virtude s Cristãs e Estórias Infantis· Mate rial de apoio à e vange lização de crianças na

fam ília e na cate q ue se : conte údo focalizado nos te m as do q ue rigm a, utilizando brinq ue dos de m ate rial re ciclado, e stórias infantis, m úsicas e brincade iras de roda, conside rando-os m e ios sim ple s e ace ssíve is à q ualq ue r re alidade .

Para suce sso das iniciativas, o Ministério de Criança, busca na form ação pe rm ane nte o cam inh o valioso e im pre scindíve l. A form ação da consciência da criança e a re spe ito de la, voltada para pais e e vange lizadore s, com pre e ndidos todos age nte s de pastorais, cate q uistas e re ligiosos. Inicialm e nte citam os alguns m ódulos fundam e ntais:

· D ire trize s Ge rais do Ministério para Crianças · D ocum e ntos da Igre ja· Afe tividade e Se xualidade da Criança· Alfabe tizar Evange lizando e m Cre ch e s· D e se nvolvim e nto Em ocional e Espiritual na

Infância A linguage m do q ue rigm a para a criança· O brincar com o m e io de e vange lização e

conscie ntização· A form ação da consciência e com unh ão cristã· As virtude s e os e le m e ntos da santidade cristã

aplicados à infância· O de se nvolvim e nto e m ocional e e spiritual na

infância· O pape l dos pais e e vange lizadore s na form ação

e m ocional e e spiritual das criançasEsta é um a apre se ntação inicial de nosso trabalh o.

Espe ram os q ue possa suscitar o de se jo de conh e cê-lo e de cam inh arm os juntos. A obra de D e us pre cisa de nossa com unh ão frate rna, partilh a e trabalh o, e a isso nos colocam os à disposição.

Este jam na paz do Me nininh o Je sus!

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A Estruturação de um Grupo de O ração para CriançasApêndice 2

H yde Flávia Lobato Marinh o D ias

A coorde nação do Ministério para Criança do GO C de ve rá e star e m unidade com a coorde nação dioce sana, e stadual e nacional facilitando assim a orie ntação, form ação e re alização de proje tos.

O GO C lugar privile giado para partilh ar da Palavra de D e us, partilh ar a h istória de cada um , e sclare ce r dúvidas e e nganos, re gras e com prom issos com os valore s do Evange lh o, e nsinar form as de oração, e nsinar o e studo da Palavra e onde os dons carism áticos se rão praticados com naturalidade , orde m e sim plicidade . Nosso carism a é o batism o do Espírito Santo.

“Ne ce ssitam os de um novo Pe nte coste s! Ne ce ssitam os sair ao e ncontro das pe ssoas (crianças), das fam ílias, das com unidade s e dos povos para lh e s com unicar e com partilh ar o dom do e ncontro com Cristo, q u e te m pre e nch ido nossas vidas de “se ntido”, de ve rdade e de am or de ale gria e e spe rança”

O GO C dife re ncia do grupo de oração para adultos não só na linguage m , no louvor, nas atividade s, nas oraçõe s, com o tam bém na m e todologia. A criança não é ouvinte e la é participante , apre nde o q ue e xpe rim e nta. Sua linguage m é o brincar, por isto m ate riais concre tos com o fantoch e s, brinq ue dos, jogos de ve m faze r parte do dia a dia da e vange lização.

A m issão do Ministério para Criança não é cuidar da criança, m as a e vange liza-la e e vange lizar criança é ouvi-la e m suas ne ce ssidade s. “O e vange lizador pre cisa conh e ce r e ouvir cada criança para de scobrir o m e lh or m odo de cum prir sua m issão” (D NC19 8)

D iante de ste de safio e ate ntos ‘as faixas e tárias da criança o ide al se ria criar três e spaços de e vange lização:

1º Espaço: Apoio aos Pais - para crianças de 0 a 3 anos

O s pais de crianças de 0 a 3 anos pre cisam de um e spaço se guro e ade q uado para se us filh os. No local do grupo de oração adulto se rão re se rvadas cade iras para os pais participare m do GO ao lado de um ce rcadinh o (ch iq ue irinh o) para os be bês com fraldário, colch one te (se a criança dorm ir), tape te e alm ofadas no ch ão (para a criança e ngatinh ar, asse ntar, brincar) e vários brinq ue dos pe dagógicos de m ontar (todos sile nciosos).

O s e vange lizadore s pode rão e nsinar oraçõe s com ge stos, contar h istórias bíblicas, brincar de roda, dar de se nh o e pintura e nq uanto os pais trocam fraldas, alim e ntam e carre gam se us filh os q uando h ouve r ne ce ssidade .

2º Espaço: Evange lização - para crianças de 4 a 10 anos

Local se guro, am plo, lim po, com filtro de água e banh e iros e xclusivos. Ne ste e spaço as crianças se rão e vange lizadas através de dinâm icas, jogos, cantigas de roda, oficina de brinq ue dos fe itos com m ate rial re ciclado. A e vange lização, o Se m inário de Vida no Espírito, as Expe riências de O ração, Tarde de Louvor, Re tiros se rão m inistrados com linguage m própria para criança conform e m ate rial de apoio do m inistério.

3º Espaço: Evange lização de Adole sce nte s - para crianças de 10 a 14 anos

O m om e nto de louvor pode até aconte ce r junto com o grupo de crianças de 4 a 10 anos, m as a e vange lização se rá be m dife re nte . Ne sta idade além de partilh ar a Palavra de D e us, os adole sce nte s form arão e q uipe s de pre gadore s, inte rce ssore s, te atro, m úsica, anim ação, cura e libe rtação. As e q uipe s orie ntadas e acom panh adas pe los se rvos do m inistério se rvirão nas tarde s de louvor, re tiros e se m inários das outras crianças com o tam bém nos trabalh os m issionários.

Suge stõe s para Grupo de O ração para Criança - GO C

Pre paração

Re úna sua e q uipe para orar, disce rnir e pre parar o e ncontro.

Acolh ida

Conform e o te m a do e ncontro acolh e r as crianças usando fantasias de pe rsonage ns bíblicos, pe rsonage ns infantis (palh aço, bone cos) ou utilizando fantoch e s, brinq ue dos, te xtos bíblicos para com unicar am or e se gurança.

D e ze na do te rço

Para a criança apre nde r os m istérios do rosário suge rim os e m cada e ncontro conte m plar um m istério dife re nte variando se m pre a form a de apre se ntá-los: cantar cada m istério (CD Padre Joãozinh o); de scre ve r a foto de cada m istério; le r na Bíblia cada m istério; dram atizar os m istérios; contar a h istória de cada m istério; faze r pe rguntas sobre cada m istério; faze r m ím ica do m istério para o grupo de scobrir q ual é, e tc.

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Re zar o Pai Nosso e a Ave Maria com ge stos;D ar tare fas com o: Cada Ave Maria colocar um a

rosa na im age m de Nossa Se nh ora, ou dar um a m arte lada na cabe ça da se rpe nte , ou form ar um círculo e m volta de Maria, e tc.

Louvor

Cantar duas ou três m úsicas de louvor (m úsicas infantis pe q ue nas, anim adas com ge stos) e finalizar com um a m úsica de inte riorização. Entre as m úsicas faze r pe q ue nos com e ntários ou dinâm icas re lacionadas ao te m a do dia.

O ração de e fusão

Suge rim os as oraçõe s:· de louvor a D e us pe lo q ue Ele é e por Sua obra

(le m bre -se louvar é e logiar);· de pe rdão e scrita ou de se nh ada ou a partir de

um ve rsículo bíblico;· através de brinq ue dos, jogos;· de cura inte rior através de brinq ue dos;

de se nh os, h istórias;· conte m plativa, através de fotos do Me nino

Je sus, de Maria, da nature za;Pre gação e Ensino

Suge rim os usar nas pre gaçõe s e e nsino:· fantoch e s· te atro, dança e arte s e m ge ral· brinq ue dos, jogos, dinâm icas· h istórias· cartaze s e outros.

Partilh a e Fixação

As crianças se paradas e m pe q ue nos grupos por idade ou por inte re sse de se nvolve rão o te m a com atividade s ade q uadas a cada faixa e tária.

Para a partilh a suge rim os:A criança lê o te xto do dia na Bíblia e dialoga:· o q ue e nte nde u;· o q ue m ais gostou - m e nsage m ;· com o aplicar e sta m e nsage m e m sua vida;· re tirar do te xto prom e ssa, orde m e princípio

e te rno;· e xpe riências;· com o le var a m e nsage m para os fam iliare s,

cole gas e am igos.Para fixação do te m a suge rim os:· oficina de brinq ue dos e m ate rial de

e vange lização e m q ue a criança se rá instruída com o e vange lizar sua fam ília, se us cole gas e am igos;

· oficina de arte ;· oficina de pre gação, inte rce ssão, m úsica e tc· tare fas para vive r a se m ana. (q ue m le var o

anjinh o para casa se rá o inte rce ssor da se m ana, ou e studo bíblico, ou prática de um a virtude )

Final

Te ste m unh o e anive rsariante s da se m ana. Suge rim os orie ntar e m três parte s o te ste m unh o para ficar m ais clara a com pre e nsão: com o e u e ra ante s de Cristo; com o Je sus inte rve io, o fato e m si; e com o e u fiq ue i de pois de Cristo.

O dom da vida de ve se r ce le brado com m uita ale gria, gratidão e sim plicidade .

Ate nção: Nossa e xpe riência com "le m bran-cinh as" e fe stas com be bida e com ida nos le vam a suge rir q ue se e vite e sta prática por provocar disputas, de spe sas e m uitas ve ze s por suge rir “suborno” ou "com prar" a criança. A m otivação para a criança ir ao Grupo de O ração de ve se r se m pre a de "Q ue re m os ve r Je sus". Por e ste m e sm o m otivo suge rim os o uso m ode rado de e nfe ite s não cristãos com o be xiga (bola de soprar), de coração m uito colorida por tam bém agitar a criança. Estas práticas são pe dagógicas para re alçar m om e ntos e spe ciais, m as se m pre e m caráte r com unitário. (Isto e m nada im pe de as açõe s sociais da com unidade e m ate nde r as crianças care nte s).

Apre se ntação das Atividade s D e se nvolvidas

A criança te m ne ce ssidade de e logio e aprovação da com unidade para se se ntir ince rida. Por isto é m uito im portante tornar visíve is se us progre ssos e se us trabalh os através de apre se ntaçõe s nos pe q ue nos grupos de partilh a, ou para todas as crianças do louvor; ou para os convidados (padre , pais, profe ssore s), ou para o grupo de oração de adultos. Se possíve l um a ve z por m ês prom ove r um a de stas apre se ntaçõe s.

O ração final

O ração de agrade cim e nto através de ge stos e palavras; O ração de inte rce ssão por pe ssoas e pe la m issão; O ração de pe tição com im posição de m ãos; e O ração re zada com o Pai Nosso, Anjo da Guarda, Salve Rainh a, e tc.

"O pe rfe ito Louvor vos é dado pe la boca dos m ais pe q u e ninos" (Sl 8)

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A O ração com a CriançaApêndice 3

H yde Flávia Lobato Marinh o D ias

No princípio D e us criou o h om e m à sua im age m e se m e lh ança e D e us "viu q ue e ra bom ". Criado por am or e para o am or, o pe cado atrapalh a o Plano de D e us de ixando m arcas para im pe dir a vida e m ple nitude e provocar o rom pim e nto do h om e m consigo m e sm o, com o outro e com D e us.

A cura inte rior atua na alm a re tirando e stas m arcas e re staura a obra prim a de D e us e com o e ra no princípio (im age m e se m e lh ança de D e us) voltam os a se r agora e para se m pre . Am ém !

A criança pre cisa do m e sm o am or de dicado a q ualq ue r irm ão, porém a atitude de ve se r dife re nciada àq ue la q ue dam os ao adulto. Na Cura Inte rior para Criança de ve -se le var e m conta as fase s de de se nvolvim e nto da criança, os e stágios da fé, a linguage m da criança, e nfim , o se rvo de ve e star ate nto a tudo q ue possa facilitar a com unicação libe rtadora da ação de D e us.

Na criança:· A fé é ge nuína com o um "barro m ole " facilm e nte

m oldado;· A confiança é ple na e e stá abe rta ao be m e ao

m al q ue faze m a e la;· A im aginação e a re alidade se confunde m . A

criança "e ntra e m ce na" com o se fize sse parte da h istória ou com o se a h istória fosse re al;

· O s brinq ue dos, os jogos, os fantoch e s têm vida própria;

· A m e m ória tanto a intraute rina, a inconscie nte e a conscie nte pode m aflorar com m ais facilidade , se m re spe ito h um ano;

· A vontade livre de pre conce itos, e conce itos culturais ou fam iliare s torna a criança m ais de te rm inada e pronta para um a vida nova.

D e ve m os pe dir porção dobrada dos dons do Espírito Santo, principalm e nte o dom re spe ito, da fide lidade à Palavra de D e us e do disce rnim e nto.

Erros grave s de ve m e pode m se r e vitados:· A criança é suje ito e não obje to na oração. O

diálogo de ve se r pe rm ane nte ge rando confiabilidade ;

· Evitar "brincar de D e us", isto é, ne gar o se r criado por D e us e te ntar m oldar um a nova criatura;

· Suge stionar a criança. Idéias, se ntim e ntos, e m oçõe s de ve m se r trazidos à tona e não incutidos;

· Am or, m e do, raiva, culpa são se ntim e ntos q ue de ve m os ajudar a criança a nom e á-los e distingui-los para se u auto-conh e cim e nto e não e vitá-los ou ne gá-los;

· D e us re spe ita o livre arbítrio. Forçar, coagir a criança im pe de a cura e libe rtação;

· Com o protagonista a criança de ve se r ouvida, e no diálogo de ixar Je sus faze r a obra;

· A cada um é dado o dire to de e scre ve r sua própria h istória e no te m po q ue for ne ce ssário.

O local de oração de ve se r be m aconch e gante . Faze r “cabaninh a” com alm ofadas, fotos de anjo da guarda, m úsica calm a faz a criança se ntir abe rtura para oração. Só e ntão pe dir o Espírito Santo e re laxar.

Algum as suge stõe s de oraçõe s: Com m assinh a –faze r um bone co com m assinh a e de pois fe ch ar os olh os e se im aginar se ndo criado por D e us.Conte m plativa – m ostrar um a foto de Je sus, Maria e José e pe rguntar:O q ue você vê? O q ue você se nte ? D e pois le var a criança a se im aginar na foto.D e se nh ada – e m oração pe dir a criança para im aginar um a casa. Pe dir para e la de scre ve r com o é a casa e de pois de se nh a-la. Assim q ue a criança te rm inar o de se nh o, pe dir q ue volte a im aginar Je sus olh ando para casa, e ntrando ne la e de pois re form ando a casa. Pe dir q ue de se nh e tudo q ue foi m udado.Com Brinq ue do – D e ixar a criança e scolh e r o brinq ue do e pe rguntar: Você gosta do brinq ue do? Por q ue ?Ele gosta de você? Por q ue ? O q ue o brinq ue do pre cisa para se r fe liz? (a criança transfe re para o brinq ue do todos se us se ntim e ntos). Je sus pre cisa cura-la de q ue ? Túne l – Faze r um túne l com te cido ou e nfile irando cade iras. Colocar o Coração de Je sus na porta para criança bate r e pe dir para passar de ixando tudo q ue e stive r atrapalh ando do lado de fora.

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Suge stõe s para a Pre gação Q ue rigm ática Adaptada à Linguage m da Criança

Apêndice 4

H yde Flávia Lobato Marinh o D ias

1 - Am or de D e us: D e us am a você!•D e us é luz e o am or de D e us é com o o sol.•Com o a luz acaba com a e scuridão, o am or de

D e us acaba com as tre vas do coração. As tre vas do m e do, da triste za, da falta de am or.

•Com o o sol nunca de ixa de brilh ar, o am or de D e us é e te rno, nunca acaba.

•A luz do sol e ntra por pe q ue nos furos na jane la, com o o am or de D e us e ntra e faz m orada no coração, m e sm o se você abrir só um pouq uinh o.

•O sol nasce para todos. D e us am a a todos porq ue é am or.

•Se m o sol não h á vida. No am or de D e us tudo foi criado e tudo q ue re spira louva o Se nh or!

•Se m o sol não h á calor. O calor do am or de D e us faz am ar o irm ão.

•Nada fica e scondido q uando a luz ch e ga. D e us criou você e ante s de você nasce r Ele sabia se u nom e .

•Q uando você ficou pronto D e us Pai disse : "És Me u!". E carim bou a le tra "M" na palm a da sua m ão. "M" de MEU !

•Vou contar um se gre do: e xiste algo q ue D e us Todo Pode roso não conse gue faze r. Sabe o q ue ? D e ixar de am ar você! “És pre cios o aos m e us olh os . Eu te apre cio e te am o. Eu te ch am o pe lo nom e . És m e u” (Is 43,1-7)

•D e us Paizinh o criou você para m orar no céu, por isto faz vir até você Se u Re ino de fe licidade .

2 - O Pe cado: Algo q ue im pe de você de se ntir o am or de D e us.

•O pe cado é com o um guarda-ch uva. O am or de D e us cai...cai...cai com o ch uva, e o pe cado não de ixa você se ntir nada!

•O pe cado ce ga os olh os, é com o andar de olh os fe ch ados. Caím os, m ach ucam os e m ach ucam os os outros.

•O pe cado é com o um a picada de um a cobra e se u ve ne no im pe de de am ar. Pre cisam os de um re m édio q ue cure e pre vina.

•Já viu alguém dize r q ue fe z um e sforço para pe car? Faz parte ! Já nasce m os "pe cadinh o". Je sus e nsinou q ue podíam os e nfre ntar a dor, a traição, pe rse guição e até tribunais. Mas um ale rta e le fe z: "Foge da te ntação!".

•A te ntação, m aior q ue a re sistência h um ana, é com o um a virose q ue passa de pe ssoa e m pe ssoa

de sde a de sobe diência de Adão. • Pre cisam os de alguém obe die nte .•O pe cado é com o um a som bra. Para acabar com a

som bra só te m os duas saídas: O u ficar no e scuro total ou ficar be m de baixo da luz com o o sol do m e io dia.

•Com o ninguém nasce u para vive r no e scuro, pre cisam os de um a luz.

•Vou contar o e strago q ue faz o pe cado no h om e m .Nos olh os é com o um a le nte q ue de form a a

im age m e u só ve jo o m al e m cada um ! Pre cisam os de um m édico!

Nos ouvidos a voz do pe cado é com o m úsica barulh e nta. Se m pe rce be r todos com e çam a dançar. Pre cisam os se r salvos!

O pe nsam e nto fica com o CD arranh ado re vive ndo e m aq uinando tudo q ue é m al. Pre cisam os de alguém livre para nos libe rtar!

O coração fica alge m ado q ue r faze r o be m , m as pratica o m al q ue não q ue r. Pre cisam os de alguém se m pe cado!

•Se pe car fosse com o asse ntar num form igue iro ninguém pe cava. Mas pe car dá um a falsa se nsação de praze r q ue provoca um vazio.

•Pare ce le var vantage m , m as o salário do pe cado é a m orte . Pre cisam os de alguém q ue ve nça a m orte .

•O s céus são os céus do Se nh or, m as a te rra, de u-a aos filh os de Adão (Salm o 115,16). Se a te rra foi dada aos h om e ns, para re sgatar a te rra pre cisa se r um h om e m !

•O pe cado rouba o m aior te souro de D e us: Eu e você! Criados a im age m do am or à se m e lh ança de D e us, pre cisam os de vida nova!

3 - A salvação: Je sus tira o pe cado do m undo! Ele é o cam inh o, a ve rdade e a vida!

•Com o um a am bulância Je sus ve m salvar! Com o um m édico Je sus ve m curar! Com o um re m édio Je sus ve m traze r o am or e o pe rdão!

•Je sus te m o pode r de ve nce r o pe cado, ve nce o m al, ve nce a m orte !Vou contar com o isto aconte ce u:Je sus e ncarna e ntão D e us e o h om e m se tornam

um a só criatura. Nada pode m ais nos se parar do am or de D e us.

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•Ante s da e ncarnação de Je sus e ra Moisés, Isaias...D e pois da e ncarnação pode m os se r santos! Santos

inoce nte s, São João Batista, e u e você e todos os santos!•Je sus m orre . Com o um re sgate e le pagou o pre ço

de nossa libe rdade . Mas com o um policial le va um crim inoso até sua ce la, o crim inoso fica pre so e o policial não. Je sus m orre , m as não fica m orto. Ele ve nce a m orte ! Isto q ue r dize r q ue e m Je sus posso não m ais pe car, e stou livre para am ar!

•Je sus re ssuscita. Re ssuscita, sobe aos céus e e stá asse ntado à dire ita de D e us Pai.Pe nse be m : Je sus é a cabe ça e nós som os o se u

corpo. Se a cabe ça e stá no trono de D e us e te m o m undo

sob os se us pés o corpo tam bém e stá! Em Je sus te m os vida nova! Vida de re ssuscitado!

Vida de Filh o de D e us!•Vou contar o conse rto q ue a salvação faz no

h om e m . O s olh os passam a ve r só o be m e m cada um .

•A salvação é com o um cotone te q ue lim pa se us ouvidos para ouvir a voz do Pastor.

•O sangue de Je sus de rram ado na cruz é:m e lh or q ue sabone te q ue lava porq ue tira todo o

m al e não de ixa m anch as.m e lh or q ue sh am poo q ue lim pa e dá brilh o

porq ue im pe de o m al de voltar.m e lh or q ue plástica porq ue re faz a im age m e

se m e lh ança de D e us.•Je sus e ra Filh o Único de D e us, porq ue e ra o único

se m pe cado.Mas q uando re ssuscita se torna o prim ogênito.Prim ogênito é o filh o m ais ve lh o de todos os

irm ãos.E se irm ão de Je sus h e rde iros de D e us. Com dire ito ao céu.

•Je sus é Luz q ue acaba com as tre vas.Je sus é a Porta por onde se passa e e ncontra

"pastage m ".Je sus é o pão vivo q ue de sce u do céu e sacia nossa

fom e .Je sus é o Bom Pastor q ue conduz suas ove lh as.Je sus é a fonte de água cristalina q ue jorra para a

vida e te rna.

4 - Fé e Conve rsão: Cre ia e m Je sus e m ude de vida!

•Je sus já salvou você. Mas você é um salvo? Para se r um salvo pre cisa de duas coisas: Cre r e se r batizado.

•Batizado fom os ao nasce r, m as com o se i se te nh o a fé? A fé q ue salva é acre ditar e m um a pe ssoa: Je sus.

Portanto buscar fe licidade fora de Je sus q ue r dize r q ue não te nh o a fé q ue salva.

•Com o se i se e u cre io e m Je sus?Q ue m cre r e m Je sus vai:am ar com o Je sus am ou, pe nsar com o Je sus

pe nsou; sonh ar com o Je sus sonh ou, vive r com o Je sus vive u; se ntir o q ue Je sus se ntia, sorrir com o Je sus sorria.

•O lh e para o e spe lh o e faça o "Te ste do Salvo":O se u sorriso é com o o de Je sus?O q ue te m pe nsado, sonh ado?Com o te m vivido?O q ue te m se ntido por D e us, por você e pe lo

irm ão?•A fé ou se transform a e m atitude s ou nunca foi fé.

É a fé q ue nos le va a re nunciar a nós m e sm os para se guir Je sus.

•Fé é o fundam e nto da e spe rança é um a ce rte za daq uilo q ue não se vê. Estar ve ndo dispe nsa a fé. É a fé q ue nos faz te r e spe rança.

•Conve rte r é m udar de dire ção. U m carro q uando q ue r faze r um a conve rsão basta m udar de cam inh o. Mas a conve rsão do h om e m é e m três níve is: cam inh o, ve rdade e vida.

•Ante s de Je sus e u andava com o m e nino de rua se m rum o. Se r irm ão de Je sus é andar pe lo cam inh o do am or.

•Ante s de Je sus e u sabia o q ue e ra ce rto pe lo q ue se ntia ou "ach ava". D e pois de Je sus e u sigo a ve rdade do Evange lh o da Paz.

•Ante s de Je sus ne m pe nsava no be m com um . D e pois de Je sus e nte ndi q ue vida q ue não é para se rvir não se rve para vive r."Faça o "Te ste da Conve rsão" Se r um conve rtido é tornar-se um instrum e nto

com o um violão nas m ãos de D e us.Pe rgunte -se : Estou afinado com a orq ue stra do

céu?D e pois cante a "O ração de São Francisco" e vai se

avaliando:"Se nh or, faze i-m e instrum e nto de vossa paz.O nde h ouve r ódio q ue e u le ve o am or. O nde h ouve r e rro q ue e u le ve a ve rdade .O nde h ouve r ofe nsa q ue e u le ve o pe rdão..."

5 - Espírito Santo: D e ixai-vos conduzir pe lo Espírito Santo de D e us!

•Espírito Santo é um a pe ssoa, a te rce ira pe ssoa da Santíssim a Trindade . Me sm o te ndo se m anife stado sob a form a de pom ba e língua de fogo, o Pai, o Filh o e o Espírito Santo são três pe ssoas e um só D e us.

•Este Espírito Santo é o m e sm o q ue pairava sobre as águas e tudo foi criado;

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q ue agia no Prim e iro Te stam e nto e m pe ssoas e spe ciais;

q ue fe cundou Maria;q ue re ssuscitou Je sus dos m ortos;q ue conduz cada santo à santidade .

•Com o um pre se nte re ce be m os o Espírito Santo no Batism o. Se Adão podia conve rsar com D e us, o batism o

nos faz te m plos, h abitação. "Não sabe is q ue sois te m plo do Espírito e q ue o Espírito Santo h abita e m vós?"

•Te m os o Espírito Santo, m as o Espírito Santo nos te m ? Com o posso usar ou de ixar guardado um pre se nte ? Cuidado para "não e ntriste ce r o Espírito Santo de D e us" (Efésios 4,30).

•Ele te m um a difícil m issão para cum prir. Transform ar nosso coração de pe dra q ue não

sabe am ar ne m pe rdoar... ...e m um coração de carne q ue se de ixa

conduzir pe lo Espírito e conse gue dar fruto de am or, ale gria, paz, fide lidade , bondade , m ansidão, castidade e paciência ao se re lacionar com D e us, consigo e com o irm ão

•É o Espírito Santo q ue pre para toda a Igre ja com o um a noiva - pura, santa e im aculada - para a vinda de Je sus, o noivo. Se r noiva é te r Je sus com o Se nh or e "só pe lo Espírito se diz: Je sus Cristo é o Se nh or".

•É o Espírito q ue nos faz um com o Pai e o Filh o e um com os irm ãos.

•Você q ue r e star ch e io do Espírito Santo le m bre -se : Assim com o a corsa suspira pe la água é pre ciso te r

se de do Espírito de D e us. Para se be be r água é pre ciso q ue o copo e ste ja

lim po, se e le e stive r de boca para baixo é pre ciso virar e q uanto m e nor o copo m ais de pre ssa se transborda.

•A som bra de Pe dro curava (Atos 5,15). O le nço de Paulo curava (Atos 19 ,12). E você o q ue te m fe ito com o Espírito Santo q ue h abita e m você?

•A ação do Espírito é para se r pe rce bida e m você, com o foi e m Maria. Prom e tido pe lo Pai, o Espírito Santo capacita com se us dons para toda boa obra.

6 - Com unidade : Viva e m Com unidade !

•Som os im age m e se m e lh ança de D e us q ue é Pai,

Filh o e Espírito Santo. Se ndo com um -unidade e m Je sus re fle tim os e sta com unidade U na e Trina. Com um -com - Je sus é se r um com o irm ão e unidade com Je sus é faze r a vontade do Pai.

•Com o um a te le visão m ostra a im age m do ve rdade iro nos re fle tim os a im age m de D e us. D e us é am or e à sua se m e lh ança som os am orzinh o. E o am or é criativo, é com unicativo, é acolh im e nto, é ale gria, é doação.

•Com o um corpo te m vários m e m bros D e us fe z o h om e m dife re nte um do outro. Cada um te m se u valor, m as são incom ple tos para pre cisare m de D e us e dos irm ãos. Se r incom ple to e stava nos Planos de D e us, o pe cado não.

•Com o um q ue bra-cabe ça som os com ple m e ntare s h om e m e m ulh e r a im age m de D e us. Se i q ue m sou q uando m e re laciono, por isto D e us nos q uis com unidade de am or para nossa santificação.

•U m a com unidade é com o um a m e sa de q uatro pés:Se faltar um dos pés a m e sa cai, assim um a

com unidade cristã pre cisa: - pe rse ve rar na doutrina dos Apóstolos (e studar e

se guir a doutrina); - se r assíduo à com unh ão frate rna (ce le brar a fé), - se r assíduo na fração do pão (partilh ar); - se r assíduo na oração.•"Ve jam com o se am am !" Com e ntavam sobre os

Apóstolos e dirão dos q ue usare m a Arm adura do Cristão. Assim com o o soldado de trânsito faz parar até carre tas grande s se e stive r de uniform e , m as se m uniform e é atrope lado, assim o soldado de Cristo te m a arm adura do cristão para ve nce r o m al.O capace te da salvação, a couraça da justiça, o

cinto da ve rdade , a bota da prontidão para anunciar o Evange lh o da paz.

O e scudo da fé e a e spada do Espírito para apagar os dardos inflam ados do inim igo, afinal nossa luta não é contra pe ssoas, m as contra o m al.

•Com o D avi m atou o gigante Golias usando cinco pe drinh as. Nós te m os o je jum , a oração a Eucaristia, a confissão e a Palavra de D e us. Arm as pode rosas contra o gigante da m e ntira, da pre guiça, da fofoca, do rancor...

•Conduzidos pe lo Espírito Santo, som os a Igre ja de

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Apêndice 5

A Criança e a Palavra de D e usH yde Flávia Lobato Marinh o D ias

A Criança na BíbliaCam inh ando na Palavra de D e us e ncontrare m os

te xtos q ue m ostram a criança. São e pisódios ch e ios de lição para todos nós. Ve rifiq ue com o as crianças apare ce m , o q ue faze m e com o D e us e /ou os h om e ns as tratam ; Ve rifiq ue o pe ríodo da h istória bíblica e m q ue o fato aconte ce u. Faça um a fich a para cada criança, re sponda:Q ual é a passage m Bíblica?Q ual o nom e da criança? Com o você vê a situação da criança ne ste te xto?Q ual a m issão de cada criança? Q ual foi a atitude dos adultos diante da(s) criança(s)?E com o D e us agiu e m re lação à(s) criança(s) ne ste caso?

20 Passage ns Bíblicas D e us ouve o grito da criança q ue ch ora. Isaac

de sm am ado brinca Gn 21,8-12;D e us de fe nde a vida da criança, Abraão le va o filh o

para sacrificar (Javé provide nciará) Gn 22,1-19 ; As parte iras salvam crianças h e bréias.

e xclusão/prote ção Ex1,15-22;Vocação de Sam ue l - Criança e scolh ida por D e us

ISm 3,1-11; O profe ta Elias é instrum e nto e m favor da vida. O

filh o da viúva re ssuscita IRs 17,17-24;O profe ta Elise u re ssuscita a criança 2Rs 4, 32-37;Crianças ocultada não é sacrificada 2Rs 6, 24-30;Sacrifício de crianças no m undo da e scravidão. Ne

5, 1-6;No Re ino m e ssiânico, vida para as crianças Is 65, 19 -

25;Te rnura de D e us Pai com um a criança. O s 11,1-4;Crianças ale gram as praças das cidade s. Z c 8, 40-42;Violência de H e rode s contra as crianças. Mt 2,13-

18;Je sus re ssuscita um a m e nina "Talita Cum i" Mc 5,21-

24 ; 35-43 e Lc 8, 40-42; Je sus libe rta um a criança. Mc 9 , 20-27.42;As crianças e o Re ino. Mc 10,13-16;Criança abre m ão de sua m e re nda. Jo 6,3-11;

Criança, prioridade no Re ino. Mt 18,1-5;Cura de um a criança ao longe . Mc 7,24-30;Je sus tam bém foi criança. Lc 2,39 -40;

Luta do dragão contra a criança. Ap 12,1-6;

Estudo Bíblico para CriançaA Escritura suste ntáculo da fé. "Tu, porém ,

pe rm ane ce firm e naq uilo q ue apre nde ste e cre ste . Sabe s de q ue m apre nde ste . E de sde a infância conh e ce s as sagradas Escrituras e sabe s q ue e las têm o condão de te proporcionar a sabe doria q ue conduz à salvação, pe la fé e m Je sus Cristo. Toda a Escritura é inspirada por D e us, e útil para e nsinar, para re pre e nde r, para corrigir e para form ar na justiça. Por e la o h om e m de D e us se torna pe rfe ito, capacitado para toda boa obra" (II Tim 3,14-17).

O e vange lizador de criança q ue conse guir le var a criança ao am or a Eucaristia e a Palavra de D e us cum priu sua m issão. A Palavra de D e us é algo q ue de sde a infância de ve rá faze r parte da vida da criança. A Eucaristia ce ntro de nossa fé cristã pre ssupõe a vivência de todos os outros sacram e ntos.

A palavra de D e us m ante ve e m antém a unidade da igre ja com se us e nsinam e ntos. A re ligião cristã m ante rá viva a fé se proclam ar e sta palavra e a vive nciar. A fé ve m da pre gação e a form ação de pre gadore s infantis é urge nte . Ninguém m e lh or do q ue crianças para e vange lizar crianças. A e xe m plo de Je sus q ue aos doze anos fazia doutore s da le i e spantare m com sua sabe doria a criança do dia de h oje de ve rá se r le vada a e ncontrar na palavra de D e us a fonte de sta sabe doria.

O e studo da Bíblia de ve se r orie ntado por um adulto. Ajudar a criança na tare fa de e scolh e r o local e h orário ide al com o tam bém da se q üência e dosage m das le ituras a se re m fe itas. Criar situaçõe s e m q ue todas as dúvidas possam se r e sclare cidas tanto q uanto ao te m po, linguage m ou inte rpre tação.

Para o e studo da Palavra de D e us suge rim os:1º Le itura Bíblica se gundo a Le ctio D ivina q ue

consiste na le itura da Palavra de D e us, m e ditação, m om e nto de oração e conte m plação se guida de proposta de ação.

2º O D iário Espiritual. O D iário Espiritual pode se r de se nh ado ou e scrito. Consiste e m anotar diariam e nte o te xto lido, a data e após a le itura da Palavra de D e us se le cionar (a cada e tapa ir orie ntando o q ue a criança de ve se le cionar com o suge rim os a se guir):a) A m e nsage m . Em toda le itura algo de staca no coração da criança, e sta é a m e nsage m .b) U m a orde m . Re tirar do te xto lido um a orde m dada por D e us. Ex: "O rai" ou "Pe rdoai", e tc. A criança de se te anos acim a conse gue faze r e sta tare fa.c) U m a prom e ssa. D e us q uis contar com o h om e m . Q uando prom e te algo e le condiciona o cum prim e nto à

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ação do h om e m . Ex: "Q ue m pe rdoar se rá pe rdoado". A criança acim a de nove anos é capaz de faze r e sta tare fa.d) U m princípio e te rno. D e us é e te rno e Sua Palavra não passará. Princípios e te rnos são ve rdade s. Ex: "D e us é luz" ou "Q ue m ne ga o Filh o é o anti Cristo". Para ce rtificar se aq ue la ve rdade é um princípio e te rno, pe rguntam os e m três te m pos assim : D e us e ra luz? D e us é luz? D e us se rá luz? Se a re sposta for sim , e ncontram os um princípio e te rno. Só após de z anos a criança pe rce be o princípio e te rno.e ) Aplicação. Com o aplicar e m m inh a vida. Conform ar nossa vida com a ve rdade do Evange lh o é tare fa diária. A criança pode rá de se nh ar ou e scre ve r um a oração, um a m e ditação, um a proposta de vida e ação m ante ndo assim um diálogo constante de am or. Em todas as idade s é possíve l e sta atividade .f) Tare fas e spe cíficas se gundo o te m po litúrgico, ou

fe stas re ligiosas, ou m ês te m ático com o m ês da Bíblia, de Maria, e tc.

O e studo de ve se r gradativo e introduzido conform e a criança vai re sponde ndo as m otivaçõe s para o cum prim e nto de cada tare fa. U m a criança q ue com e ça se u e studo da Palavra de D e us aos se te anos, com ce rte za aos doze te rá te rm inado a prim e ira le itura com ple ta de toda a e scritura e se rá sua te ste m unh a a e xe m plo de Je sus "Não o te ndo e ncontrado, voltaram a Je rusalém à sua procura. Foi no fim de três dias q ue o e ncontraram no Te m plo, se ntado e m m e io aos m e stre s, ouvindo-os e inte rrogando-os. Todos os q ue o ouviam se e xtasiava com a inte ligência das suas re spostas" (Lc 2,45-48).

"Conh e ce re is a ve rdade e a ve rdade vos libe rtará" (Jo 8,32)

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Apêndice 6

Ce le bração D urante a Gravide zH yde Flávia Lobato Marinh o D ias

Rito InicialCanto:D irige nte : Em nom e do Pai, do Filh o e do Espírito Santo.Todos: Am ém !Pais: Minh a alm a e ngrande ce o Se nh or e m e u e spírito e xulta e m D e us m e u Salvador (o casal faz o sinal da cruz tam bém na te sta um do outro e os dois na barriga da m am ãe )Todos: Estam os diante de D e us q ue é Pai e nos faz ge rar a vidaH om e ns: O Se nh or fe z e m m im m aravilh as, Santo é o se u nom e . Todos: Estam os diante de D e us Filh o q ue se e ncarnou.Crianças: O Se nh or fe z e m m im m aravilh as, Santo é o se u nom e . Todos: Estam os na pre se nça de D e us Espírito Santo, q ue te ce no se io m ate rno a nova vida.Mulh e re s: O Se nh or fe z e m m im m aravilh as, Santo é se u nom e .Pais: D e us olh ou para a h um ildade de se us se rvos, doravante as ge raçõe s nos ch am arão de Be m -Ave nturados.Todos: O Todo Pode roso fe z grande s coisas e m nosso favor. Se u nom e é Santo!D irige nte : Estam os re unidos para ce le brar a vida.Todos: D e us é vida.

Ato Pe nite ncialD irige nte : Nós cristãos ge ram os filh os para povoare m o céu, por isto clam am os pe la m ise ricórdia de D e us q ue pe rdura de ge ração e m ge ração. A re sposta se rá: "Pai, pe rdoai as nossas ofe nsas e livrai-nos de todo o m al".Avós: Pe las m arcas de de sam ore s de ixados pe los nossos ante passados;Pais: (dize r o nom e da criança), você foi ge rada no Am or de D e us q ue é pe rfe ito e q ue nunca te abandona. Nosso am or é im pe rfe ito e pode m os falh ar;Irm ãos ou pare nte s: Je sus cre scia e m graça e sabe doria diante de D e us e dos h om e ns. (nom e ) tam bém cre sce rá e e u q ue ro colaborar, m as q uando não conse guir;Am igos: D e us Pai e scolh e u um pai justo e um a m ãe santa, para Je sus. Q uando faltar o "Sim " à justiça e à santidade ;Todos: q ue D e us Todo Pode roso pe rdoe os nossos pe cados e nos conduza a vida e te rna. Am ém !

GlóriaD irige nte : É nosso de ve r dar glórias, pois o Se nh or agiu com a força de se u braço e dispe rsou os h om e ns de coração orgulh osos; D e pôs pode rosos de se us tronos e a h um ilde s e xaltou.Todos: Pe la vida de (nom e ) nós dam os glória ao Pai;Pais: Por nos te r e scolh ido para ge rar a vida de ste te u filh o(a), nós dam os glória ao Filh o;Irm ãos e fam iliare s: Por nos te r e scolh ido para cam inh arm os juntos com (dize r o nom e ) rum o ao céu, nós dam os glória ao Espírito Santo;Am igos: Porq ue a (nom e ) é sinal de q ue D e us ainda confia nos h om e ns, nós dam os glória à Trindade de Am or;Todos: Glórias ao Pai, ao Filh o e ao Espírito Santo. Am ém !

Evange lh oD irige nte : D e us e stá no m e io de nós e q ue r nos falar. Vam os e scutar o Evange lh o de Je sus Cristo se gundo são Lucas (Lc 1,26-33)Todos: Glória a vos Se nh orLe itor: No se xto m ês, o anjo Gabrie l foi e nviado por D e us a um a cidade da Galiléia, ch am ada Nazaré, a um a virge m de sposada com um varão ch am ado José, da casa de D avi; e o nom e da virge m e ra Maria. Entrando onde e la e stava, disse -lh e : "Ale gra-te , ch e ia de graça, o Se nh or e stá contigo! "Ela ficou intrigada com e ssa palavra e pôs-se a pe nsar q ual se ria o significado da saudação. O Anjo, porém , acre sce ntou: "Não te m as, Maria! Encontraste graça junto de D e us. Eis q ue conce be rás e darás à luz um filh o, e tu o ch am arás com o nom e de Je sus. Ele se rá grande , e se rá ch am ado Filh o do Altíssim o, e o Se nh or D e us lh e dará o trono de D avi, se u pai; e le re inará na casa de Jacó para se m pre e o se u re inado não se rá fim ". Palavra da Salvação!Todos: Glória a vos Se nh or!Partilh a da palavra

Cre ioD irige nte : Profe ssar nossa fé é concordar com a Palavra de D e us e com prom isso de vivê-la.Todos: Cre io e m D e us Pai...

Pre ce sPais: Tam bém ouvim os a voz do Anjo q ue anuncia.

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D are m os à luz a um (a) filh o(a) com o nom e de (nom e ) e e le (a) se rá (dize r um a profe cia (Ex: Gabrie la se rá luz, ale gria e prospe ridade para nossa casa). Em se guida todos os pre se nte s tam bém profe tizam ).

Consagração(se possíve l aspe rgir Água Be nta)Canto: D e ixa a Luz do Céu EntrarPai: O Se nh or, le m brado de sua m ise ricórdia, cum ulou de be ns a fam ília (dize r o sobre nom e da fam ília) e nossa de sce ndência para se m pre .Mãe : Le itura do Livro de Je re m ias (Jr 1,5). "D iz o Se nh or: Ante s m e sm o de te form ar no ve ntre m ate rno, e u te conh e ci; ante s q ue saísse s do se io, e u te consagre i".Partilh ar e sta palavra.Pai: (nom e ), com o é a argila na m ão do ole iro, assim

se re is vos nas m ãos do Se nh or (Jr 18,6).(faze ndo um a cruz na te sta da criança com água be nta)Mãe : (nom e ), de ixe a luz do céu e ntrar, acolh a o am or de D e us e o nosso am or no se u coração.(tam bém faz a cruz)Todos: Pai Nosso...

Be nção FinalPais: Se nh or, a m e u(m inh a) filh o(a) (nom e ) dai um coração ínte gro para q ue guarde te us m andam e ntos, te us pre ce itos e le is, q ue (nom e ) os ponh a todos e m prática e trabalh e na construção de Se u Re ino q ue tam bém é nosso.(I Cr 29 , 19 )Todos: Q ue de sça sobre nós a be nção de D e us Todo Pode roso, Pai, Filh o e Espírito Santo. Am ém !D irige nte : Be ndigam os ao Se nh or!Todos: D e m os graças a D e us!

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Apêndice 7

Ce le bração Pre parando para o PartoH yde Flávia Lobato Marinh o D ias

Rito InicialCanto: Salm o 8D irige nte : Em nom e do Pai do Filh o e do Espírito Santo. Todos: Am ém !D irige nte : O anjo anunciou à MariaTodos: E e la conce be u do Espírito Santo. Ave -Maria ch e ia de graça...D irige nte : Eis aq ui a se rva do Se nh or.Todos: Faça-se e m m im se gundo a sua palavra. Ave -Maria ch e ia de graça..D irige nte : E o ve rbo se fe z carne .Todos: E h abitou no m e io de nós. Ave -Maria...D irige nte : Este é o canto da Vitória de Moisés após passar pe lo m ar ve rm e lh o: "Eu cantare i a D e us, porq ue se ve stiu de Glória; e le lançou ao m ar o cavalo e o cavale iro. D e us é a m inh a força e m e u canto, a e le de vo a salvação. Ele é m e u D e us e o glorifico, o D e us do m e u pai e o e xalto, D e us é um gue rre iro, D e us é o se u nom e ".Todos: Q ue re m os todos cantar tam bém a vitória de (dize r o nom e da criança) q ue e stá para ch e gar.D irige nte : Ao nasce r, Moisés tam bém passou pe las águas do R io. Foi salvo porq ue e stava e m um a ce stinh a de papiro, re ve stida de be tum e e pich e , pre parada por sua m ãe . (Ex 2,3) Pais: Estam os aq ui re unidos para tam bém pre pararm os a ce stinh a de (dize r o nom e da criança). Por nove m e se s pude m os carre gá-lo(a) conosco. Agora e stá ch e gando a h ora de partilh arm os com todos e ste pre se nte de D e us. Todos: Q ue ale gria pode r ajudar a trançar um a ce sta de am or, re ve stida de oração e be nção para (nom e ) ve nce r com se gurança e sta passage m para um a vida nova.

Ato Pe nite ncialD irige nte : D e us criou h om e m e m ulh e r à sua im age m e se m e lh ança e nunca m ais disse "Faça-se ", Ele pre fe riu contar com cada um de nós na construção do Re ino.Pais: D e us Pai e scolh e u para Je sus um pai justo e um a santa m ãe . Para D e us todos os filh os são com o Je sus e e spe ra q ue todos pais digam "Sim " com o José e Maria; por isto nós contam os com sua m ise ricórdia, Se nh or!Todos: Se nh or Te nde pie dade de nós!Fam ília: D e us é com unidade -Pai, Filh o e Espírito Santo e nos q ue r unidos no am or, por isto nós contam os com sua m ise ricórdia, Se nh or!Todos: Cristo Te nde Pie dade de nós!Am igos: Cada vida q ue nasce é sinal q ue D e us ainda

confia aos h om e ns a construção de um m undo m e lh or, por isto nós contam os com sua m ise ricórdia, Se nh or! Todos: Se nh or, te nde pie dade de nós!

Glória D irige nte : D e us, todo pode roso, com pade ce de nós e nos dá a sua paz, por isto, com o aconte ce u no nascim e nto de Je sus "de re pe nte juntou-se ao anjo um a m ultidão do e xército ce le ste a louvar a D e us dize ndo: "Glória a D e us no m ais alto dos céus e paz na te rra aos h om e ns q ue e le am a!" (Lc 2,13-14)" nós h oje nos unim os ao coro dos anjos e santos para cantar: Música: Je sus Cristo é o Se nh orD irige nte : Vam os ouvir a palavra do Se nh or! É de am or q ue e le q ue r nos falar!Le itor 1 : O D e us da paz vos conce da santidade pe rfe ita; e q ue o vosso se r inte iro, o e spírito, a alm a e o corpo se jam guardados de m odo irre pre e nsíve l para o dia da Vinda de nosso Se nh or Je sus Cristo. Q ue m vos ch am ou é fie l, é e le q ue vai agir. ( I Ts 5,23-24). Palavras do Se nh or.Todos: D e m os graças a D e us!D irige nte : No salm o de re sposta q ue re m os dize r com (nom e )Todos: O Se nh or é m e u pastor e nada m e faltará!Le itor 2: O Se nh or é m e u pastor, nada m e falta./ Em ve rde s pastage ns m e faz re pousar/Para as águas tranq üilas m e conduz e re staura m inh as forças / e le m e guia por cam inh os justos, por causa do se u nom e .Ainda q ue e u cam inh e por um vale te ne broso,/ ne nh um m al te m e re i, pois e stás junto a m im ;Te u bastão e te u cajado m e de ixam tranq üilo/. Todos: D iante de m im pre paras um a m e sa à fre nte dos m e us opre ssore s; / unge s m inh a cabe ça com óle o, e m inh a taça transborda./Sim , fe licidade e am or m e se guirão todos os dias da m inh a vida;Minh a m orada é a casa do Se nh or por dias se m fim . Todos:Le itor 3: Evange lh o de Je sus Cristo se gundo São Lucas (Lc 1,39 - 45)Todos: Glória a vós, Se nh or!Le itor 3: Naq ue le s dias, Maria pôs-se a cam inh o para a re gião m ontanh osa, dirigindo-se apre ssadam e nte a um a cidade de Judá. Entrou na casa de Z acarias e saudou Isabe l. O ra, q uando Isabe l ouviu a saudação de Maria, a criança lh e e stre m e ce u no ve ntre e Isabe l ficou re ple ta do Espírito Santo. Com um grande grito, e xclam ou: "Be ndita és tu e ntre as m ulh e re s e be ndito é o fruto do

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vosso ve ntre ! D onde m e ve m q ue a m ãe do m e u Se nh or m e visite ? Pois q uando a tua saudação ch e gou aos m e us ouvidos, a criança e stre m e ce u de ale gria e m m e u ve ntre . "Fe liz aq ue la q ue cre u, pois o q ue lh e foi dito da parte do Se nh or se rá cum prido. Palavra da Salvação!Todos: Glória a vós, Se nh or!Partilh a da Palavra de D e us.

Cre do

Pre ce sTodos: Q ue re m os q ue (nom e ) tam bém e stre m e ça de ale gria diante da pre se nça de Je sus e Maria. (re zar) Ave -Maria e Pai Nosso

O fe rtaPais: (Nom e ), é grande a nossa ale gria porq ue e ntre todos os casais do m undo, nós fom os os e scolh idos por D e us para ge rar você. Tudo fare m os para ajudá-lo(a) a andar se m pre e m dire ção ao céu. Gostaríam os de não falh ar, m as som os lim itados. Por isto q ue re m os dize r

"fiq ue tranq üilo(a) te m os um am igão q ue nunca falh a, q ue jam ais nos abandona e nos am a com am or e te rno: Je sus. Conte tam bém com a prote ção de Maria q ue o(a) acolh e rá com se u Manto no dia do nascim e nto e por toda vida. Q ue o Se nh or possa faze r de cada um a de nós instrum e ntos de am or.Canto: O ração de são Francisco

Be nção FinalTodos: Fe lize s todos os q ue te m e m o Se nh or e andam e m se us cam inh os!D o trabalh o de tuas m ãos com e rás tranq üilos e fe lize s:/ sua e sposa se rá vinh a fe cunda, no re ce sso do te u lar;/ Te us filh os re be ntos de olive ira, ao re dor de tua m e sa./ Assim vai se r abe nçoado o h om e m q ue te m e o Se nh or/ Q ue o Se nh or te abe nçoe de Sião e ve rás a prospe ridade de Je rusalém todos os dias de tua vida; / e ve rás os filh os de te us filh os. Paz sobre Israe l! (Sl 127)D irige nte : Q ue de sça sobre nós a be nção de D e us todo pode roso, Pai, Filh o e Espírito Santo. Todos: Am ém !

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