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RICARDO J. FERREIRA PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 83 CAPÍTULO 8 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 8.1 APLICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Os procedimentos de auditoria são o conjunto de procedimentos técnicos com base nos quais o auditor obtém evidências ou provas que sejam suficientes e adequadas para fundamentar o seu parecer sobre as demonstrações contábeis auditadas. Os procedimentos de auditoria são adotados: antes do encerramento do exercício; na data de seu término; após o encerramento do exercício e antes da elaboração das demonstrações; depois da elaboração das demonstrações. Os procedimentos de auditoria são divididos em testes de observância (ou aderência) e testes substantivos. Na aplicação dos testes de observância, o auditor deve verificar a existência, efetividade e continuidade dos controles internos. Os testes substantivos têm por finalidade a obtenção de evidências quanto à suficiência, exatidão e validade das informações produzidas pelo sistema contábil da entidade. Os testes substantivos dividem-se em testes de transações e saldos e procedimentos de revisão analítica. Na aplicação dos testes substantivos, o auditor deve objetivar as seguintes conclusões: 1 - existência - se o componente patrimonial existe em certa data; 2 - direitos e obrigações - se efetivamente existem em certa data; 3 - ocorrência - se a transação de fato ocorreu; 4 - abrangência - se todas as transações estão registradas; 5 - mensuração, apresentação e divulgação - se os itens estão avaliados, divulgados, classificados e descritos de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. 8.2 DETERMINAÇÃO DA AMPLITUDE DOS EXAMES DE AUDITORIA A aplicação dos procedimentos de auditoria deve ser realizada, em razão da complexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser, determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo. Não existe norma legal estabelecendo o percentual de testes substantivos que o auditor deve efetuar no sentido de afastar os riscos de auditoria. Alguns autores, porém, com base na prática dos serviços de auditoria, estabelecem percentuais mínimos e máximos, que variam de acordo com a nota dada pelo auditor aos controles internos da entidade. 8.3 DIFERENÇA ENTRE TESTE E AMOSTRAGEM Em sentido estrito, existe diferença entre teste e amostragem, muito embora os dois envolvam a verificação de apenas uma parte das transações e saldos. Por meio do teste, o auditor procura formar sua opinião apenas quanto aos itens examinados, sem que sua avaliação se estenda para toda a população de que fazem parte os elementos verificados. Na amostragem, o auditor procura, mediante o exame de alguns itens de uma população, elementos de convicção que sejam válidos

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CAPÍTULO 8

PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

8.1 APLICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Os procedimentos de auditoria são o conjunto de procedimentos técnicos com base nos quais o auditor obtém evidências ou provas que sejam suficientes e adequadas para fundamentar o seu parecer sobre as demonstrações contábeis auditadas. Os procedimentos de auditoria são adotados: antes do encerramento do exercício; na data de seu término; após o encerramento do exercício e antes da elaboração das demonstrações; depois da elaboração das demonstrações. Os procedimentos de auditoria são divididos em testes de observância (ou aderência) e testes substantivos. Na aplicação dos testes de observância, o auditor deve verificar a existência, efetividade e continuidade dos controles internos. Os testes substantivos têm por finalidade a obtenção de evidências quanto à suficiência, exatidão e validade das informações produzidas pelo sistema contábil da entidade. Os testes substantivos dividem-se em testes de transações e saldos e procedimentos de revisão analítica. Na aplicação dos testes substantivos, o auditor deve objetivar as seguintes conclusões: 1 - existência - se o componente patrimonial existe em certa data; 2 - direitos e obrigações - se efetivamente existem em certa data; 3 - ocorrência - se a transação de fato ocorreu; 4 - abrangência - se todas as transações estão registradas; 5 - mensuração, apresentação e divulgação - se os itens estão avaliados, divulgados,

classificados e descritos de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade.

8.2 DETERMINAÇÃO DA AMPLITUDE DOS EXAMES DE AUDITORIA A aplicação dos procedimentos de auditoria deve ser realizada, em razão da complexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser, determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo. Não existe norma legal estabelecendo o percentual de testes substantivos que o auditor deve efetuar no sentido de afastar os riscos de auditoria. Alguns autores, porém, com base na prática dos serviços de auditoria, estabelecem percentuais mínimos e máximos, que variam de acordo com a nota dada pelo auditor aos controles internos da entidade. 8.3 DIFERENÇA ENTRE TESTE E AMOSTRAGEM Em sentido estrito, existe diferença entre teste e amostragem, muito embora os dois envolvam a verificação de apenas uma parte das transações e saldos. Por meio do teste, o auditor procura formar sua opinião apenas quanto aos itens examinados, sem que sua avaliação se estenda para toda a população de que fazem parte os elementos verificados. Na amostragem, o auditor procura, mediante o exame de alguns itens de uma população, elementos de convicção que sejam válidos

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para o todo. Se o auditor seleciona uma certa quantidade de duplicatas para exame, com o objetivo de verificar se elas estão lançadas contabilmente, buscando identificar erros ou fraudes apenas nas duplicatas examinadas, temos um teste. Mas se o seu objetivo é avaliar o comportamento de todas as duplicatas a receber, mediante o exame de algumas duplicatas, temos uma amostragem. Devem ser adotadas medidas para que a amostra seja representativa da população que se procura avaliar. 8.4 SELEÇÃO DIRECIONADA Por meio da seleção direcionada, o auditor se limita a examinar as transações ou saldos que sejam enquadrados em parâmetros previamente determinados. Por ser tratar de um teste, as avaliações feitas pelo auditor se limitam às transações e saldos especificamente examinados. Os testes em seleção direcionada podem ser baseados em: 1 - valor - o auditor examina um grupo de transações que esteja dentro de um certo limite de

valor. Por exemplo, a inspeção de todos os ativos com valor acima de determinado limite; 2 - tipo de atividade - o auditor direciona o teste para o exame de uma atividade ou evento

específico. Por exemplo, o exame dos registros e documentos relativos à despesa de pessoal; 3 - período de atividade - o auditor examina as atividades ou eventos ocorridos dentro de um

determinado período. Por exemplo, o exame de todas as notas fiscais emitidas no último mês do exercício.

8.5 APLICAÇÃO DOS TESTES Na aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditor deve considerar os seguintes procedimentos técnicos básicos: 1 - inspeção - exame de registros, documentos e de ativos tangíveis; 2 - observação - acompanhamento de processo ou de procedimento quando de sua execução; 3 - investigação e confirmação - obtenção de informações junto a pessoas ou entidades

conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade; 4 - cálculo - conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e

demonstrações contábeis e outras circunstâncias; 5 - revisão analítica - verificação do comportamento de valores significativos, mediante índices,

quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas.

8.6 INSPEÇÃO A inspeção consiste no exame de registros, como é o caso da verificação dos lançamentos nos Livros Diário e Razão; no exame de documentos, tais como notas fiscais, faturas, títulos de créditos e extratos bancários que tenham servido como base para os lançamentos; e no exame de ativos tangíveis (corpóreos), como a constatação da existência física de máquinas, equipamentos, móveis e utensílios, registrados contabilmente. Também são objeto de inspeção os ativos intangíveis ou incorpóreos, mas não por meio do exame do ativo propriamente, uma vez que não existem fisicamente. Neste caso, a inspeção se dá pelo exame dos documentos que comprovem os direitos sobre o bem incorpóreo. De acordo com a Resolução CFC n° 820/97, item 11.2.6.7, alínea “b”, quando o valor envolvido for expressivo em relação à posição patrimonial e financeira e ao resultado das operações, o auditor deve acompanhar o inventário físico realizado pela entidade, executando os testes de contagem física e procedimentos complementares aplicáveis.

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O auditor é responsável pelo acompanhamento do levantamento físico dos estoques, mas a contagem física é tarefa de responsabilidade do pessoal da entidade. Cabe ao auditor acompanhar o inventário e executar contagens em base de testes, até convencer-se da correção das contagens realizadas pela entidade. 8.7 OBSERVAÇÃO A observação consiste no acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução. Ao avaliar a possibilidade de mercadorias saírem de um estabelecimento industrial sem a devida documentação, por exemplo, o auditor pode observar se os procedimentos de controle interno previstos estão sendo cumpridos, no sentido de se identificar a circulação de mercadorias, mediante a conferência das mercadorias e da documentação exigida, no momento da saída. Trata-se de um teste de observância flagrante. 8.8 INVESTIGAÇÃO E CONFIRMAÇÃO O procedimento técnico de investigação e confirmação consiste na obtenção de informações com pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade, tais como empregados, administradores, fornecedores, clientes e bancos. A informação de fonte externa tende a ser mais confiável do que a obtida na entidade auditada. Normalmente, quando esse procedimento é aplicado a pessoas conhecedoras da transação dentro da entidade auditada, o auditor realiza entrevistas. Caso deseje entender melhor como funcionam os controles internos previstos no manual de normas de controles internos da entidade, o auditor pode, por exemplo, fazer entrevistas com empregados e administradores da entidade, solicitando esclarecimentos. Quando o procedimento técnico de investigação e confirmação é aplicado a pessoas de fora da entidade auditada, como fornecedores, clientes, bancos, o auditor utiliza a circularização. De acordo com a Resolução CFC n° 820/97, item 11.2.6.7., alínea “a”, quando o valor envolvido for expressivo em relação à posição patrimonial e financeira e ao resultado das operações, o auditor deve confirmar os valores das contas a receber e a pagar, por meio de comunicação direta com os terceiros envolvidos. Circularização - A circularização (ou pedido de confirmação) é o procedimento de auditoria que consiste em fazer com que a entidade auditada expeça cartas dirigidas a empresas ou a pessoas com as quais mantém relações de negócios, solicitando que confirmem, por meio de carta dirigida diretamente ao auditor, a situação desses negócios, em data determinada. Consiste na obtenção de declaração formal de pessoas não ligadas à entidade auditada, de fatos relativos a operações realizadas pela entidade. O fato de as pessoas de quem as declarações são obtidas não serem ligadas, isto é, não terem interesses a proteger perante a entidade auditada, permite que as informações sejam fornecidas com isenção e possibilitem, portanto, um maior grau de confiança. Pedido de Confirmação - O pedido de confirmação pode ser: 1 - positivo; 2 - negativo. Pedido de Confirmação Positivo - O pedido de confirmação positivo é usado quando, por intermédio da entidade, o auditor solicita uma resposta à pessoa de quem deseja a confirmação de informações. Pode ser dividido em: 1 - branco - quando não são indicados no pedido valores ou saldos a serem confirmados; 2 - preto - quando são indicados no pedido valores ou saldos, de um determinado período, a

serem confirmados.

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Pedido de Confirmação Negativo - No pedido de confirmação negativo, na falta de confirmação por parte da pessoa consultada, entende-se que ela concorda com os valores ou saldos a serem confirmados. A falta de resposta significa a confirmação dos valores ou saldos consultados. Normalmente, o pedido negativo é usado como complementação do pedido positivo. O uso de carta registrada garante que a pessoa de quem se deseja obter a confirmação recebeu o pedido. 8.9 CÁLCULO O procedimento técnico de cálculo consiste na conferência aritmética de documentos comprobatórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias. Por meio do procedimento de cálculo, o auditor revisa as operações aritméticas realizadas na elaboração dos registros contábeis. São exemplos a revisão dos cálculos de provisões, depreciação, amortização, apuração de estoques. 8.10 REVISÃO ANALÍTICA Por meio do procedimento técnico de revisão analítica, o auditor verifica o comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vista à identificação de situação ou tendências atípicas. No procedimento de revisão analítica, o auditor utiliza a técnica de análise contábil. 8.11 APLICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE REVISÃO ANALÍTICA Na aplicação dos procedimentos de revisão analítica, o auditor deve considerar: 1 - o objetivo dos procedimentos e o grau de confiabilidade dos resultados alcançáveis; 2 - a natureza da entidade e o conhecimento adquirido nas auditorias anteriores; 3 - a disponibilidade de informações, sua relevância, confiabilidade e comparabilidade. Se o auditor, durante a revisão analítica, não obtiver informações objetivas suficientes para dirimir as questões suscitadas, ele deverá efetuar verificações adicionais, aplicando novos procedimentos de auditoria, até alcançar conclusões satisfatórias. 8.12 AUDITORIA DAS CONTAS PATRIMONIAIS Os procedimentos aplicáveis à auditoria das contas varia muito de acordo com o auditor. A título de exemplificação, apresentamos alguns dos procedimentos básicos de auditoria que podem ser aplicados aos principais elementos que compõem o balanço patrimonial. Além dos procedimentos indicados, outros podem ser aplicados, de acordo com as circunstâncias. 8.12.1 AUDITORIA DAS CONTAS DO ATIVO CIRCULANTE E REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 8.12.1.1 DISPONIBILIDADES Caixa - inspeção física (contagem do dinheiro); inspeção documental para exame da documentação de pagamento e recebimento.

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Bancos Conta Movimento – inspeção documental (extratos bancários); investigação e confirmação, pela solicitação de informações ao banco (circularização); revisão dos cálculos de conciliações bancárias. Aplicações de Liquidez Imediata - inspeção documental (extratos bancários, certificados, recibos) e investigação e confirmação, pela solicitação de informações ao banco (circularização). 8.12.1.2 CRÉDITOS Duplicatas e Outros Títulos a Receber – inspeção documental dos títulos; investigação e confirmação mediante circularização junto de devedores. Provisão para Devedores Duvidosos – revisão dos cálculos por meio da conferência da exatidão aritmética do valor e inspeção para verificação dos documentos que serviram como base para a fixação dos critérios de cálculo. 8.12.1.3 ESTOQUES Mercadorias e Matérias-Primas – acompanhamento de inventário; inspeção física; inspeção documental das notas fiscais, faturas, duplicatas; conferência dos cálculos na apuração das saídas e dos estoques finais. Produtos Acabados e em Elaboração – acompanhamento do inventário; inspeção física; inspeção e revisão dos cálculos dos documentos e registros da contabilidade de custos. 8.12.1.4 DESPESAS ANTECIPADAS Juros, Seguros, Salários e Outras Despesas Antecipadas – inspeção dos documentos e revisão dos cálculos para a verificação dos valores apropriados como despesa do exercício. Também são aplicáveis os procedimentos de investigação e confirmação, por intermédio da circularização de pessoas que receberam os valores antecipadamente. 8.12.2 AUDITORIA DAS CONTAS DO ATIVO PERMANENTE 8.12.2.1 INVESTIMENTOS Participações Permanentes em Outras Sociedades – inspeção documental para a verificação de contratos, estatutos e suas alterações, certificados de ações, estratos de ações escriturais etc.; revisão dos cálculos de provisões para perdas, da aplicação do método da equivalência patrimonial e do custo de aquisição. 8.12.2.2 IMOBILIZADO Bens de Uso Permanente – inspeção dos documentos de aquisição de bens tangíveis e contratos representativos de bens intangíveis; investigação e confirmação com fornecedores de bens móveis e no Registro Imóveis, para comprovar a propriedade de imóveis; inspeção física para constatar a existência dos bens; revisão dos cálculos nos casos de depreciação, amortização e exaustão acumuladas.

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8.12.2.3 DIFERIDO Despesas Pré-Operacionas e Outras Despesas Diferidas - inspeção dos documentos e revisão dos cálculos para a verificação dos valores apropriados como despesa do exercício; revisão dos cálculos no caso da amortização acumulada. 8.12.3 AUDITORIA DAS CONTAS DO PASSIVO CIRCULANTE E EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Fornecedores - inspeção pelo exame dos documentos de compra e investigação e confirmação mediante circularização de fornecedores. Empréstimos e Financiamentos Bancários - inspeção pelo exame dos contratos e títulos representativos das dívidas e investigação e confirmação, por meio de circularização de bancos. 8.12.4 AUDITORIA DAS CONTAS DE RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS Receitas de Exercícios Futuros - inspeção dos documentos relativos a recebimentos antecipados e revisão dos cálculos para a verificação dos valores apropriados ao resultado do exercício; revisão dos cálculos e verificação dos documentos no caso dos custos e despesas correspondentes às receitas de exercícios futuros. 8.12.5 AUDITORIA DAS CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social – inspeção pelo exame de contrato ou estatuto e suas alterações; investigação e confirmação na junta comercial do registro dos atos de constituição e alterações. Reservas de Capital - inspeção pelo exame dos documentos (títulos, contratos, escrituras etc.) e investigação e confirmação mediante circularização de pessoas relacionadas aos fatos geradores das reservas. Reserva de Reavaliação – inspeção pelo exame de documentos (atas de assembléias de acionistas, laudos de peritos etc.). Reservas de Lucros – verificação dos cálculos feitos na constituição das reservas; inspeção de atas, relatórios e demais documentos que justifiquem a constituição. 8.13 AUDITORIA DAS CONTAS DE RESULTADO A auditoria das contas de resultado tem como objetivo verificar se: 1 - as receitas e despesas foram apropriadas de acordo com os Princípios Fundamentais de

Contabilidade, aplicados uniformemente em relação ao exercício anterior; 2 - as despesas e receitas antecipadas ou diferidas estão corretamente apresentadas em contas

patrimoniais; 3 - as notas explicativas esclarecem os principais critérios adotados em relação à apropriação das

receitas e despesas; 4 - foram apropriadas todas as despesas correspondentes às receitas realizadas no período. O auditor deve fazer a análise do comportamento das receitas e despesas (revisão analítica), procurando identificar variações que lhe parecem anormais e que mereçam uma verificação mais detalhada dos documentos.

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Os procedimentos aplicados sobre as contas patrimoniais também têm reflexos sobre as contas de resultado. Quando o auditor examina as duplicatas a receber, os elementos obtidos na confirmação (circularização) servem também para a auditoria da receita de vendas a prazo, em função do uso do método das partidas dobradas. Ao auditar os estoques, o auditor obtém elementos que servem para a auditoria do custo das mercadorias vendidas. Ao revisar os cálculos das provisões e da depreciação acumulada, auditor estará também verificando a correção dos saldos das despesas com provisões e depreciação. Normalmente, a confirmação e a observação não são feitas propriamente para as contas de resultados. As informações obtidas por meio desses procedimentos se destinam, mais diretamente, às contas patrimoniais. A inspeção é adotado em relação às contas de resultado no que diz respeito ao exame de documentos e livros. Em geral, não envolve a verificação da existência de ativos tangíveis. Quando os controles internos da entidade auditada forem considerados inadequados, a melhor ocasião para a adoção dos procedimentos de auditoria das contas de resultado é a data do encerramento do exercício. 8.14 TESTES DE CORTE (“CUT-OFF”) As demonstrações contábeis objeto da opinião do auditor devem contemplar a situação do patrimônio da entidade na data do encerramento de cada exercício auditado, bem como os elementos de resultado de cada exercício específico. O corte das transações é feito principalmente para a verificação da observância do Princípio da Competência, de forma a se constatar se as receitas e despesas foram registradas no período ao qual pertencem. Todavia, existem elementos patrimoniais em relação aos quais os procedimentos de corte também são aplicáveis. É o caso, por exemplo, dos estoques de mercadorias e das duplicatas a receber. Para se assegurar de que não existem valores de um exercício registrados em exercício anterior ou posterior, o auditor deve realizar os testes de corte, que podem incluir: 1 - determinação do momento em que os registros contábeis auxiliares e os documentos a eles

relacionados refletem o levantamento do inventário. As mercadorias adquiridas no ano 2, por exemplo, não podem constar do inventário do ano 1;

2 - pedido de informação a clientes, fornecedores e bancos quanto a direitos e obrigações que devem estar indicados nas demonstrações de determinado exercício;

3 - confronto das notas fiscais de venda emitidas até a data do encerramento do exercício com os documentos de despacho, com vistas à confirmação da remessa das mercadorias aos clientes até a data do balanço. A realização da receita de vendas ocorre no momento da entrega das mercadorias ao cliente.

8.15 TERMINOLOGIA CONTÁBIL As definições de algumas das expressões usuais em Contabilidade são apresentadas em seguida. Capital Autorizado - no caso das sociedades anônimas, é um limite previsto no estatuto para novas subscrições de capital sem a necessidade de alteração estatutária. É uma autorização prévia para novas subscrições de capital, dentro de certo limite. Capital Social ou Capital Social Subscrito - é o capital social fixado no estatuto ou contrato social. Os sócios devem subscrever (assumir o compromisso de realizar) todas as ações ou cotas em que se divide o capital social, ainda que seja realizada apenas uma parte do capital subscrito. Capital Nominal ou Capital Declarado - é o capital social fixado no estatuto ou contrato social. Também é conhecido como capital social ou capital social subscrito.

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Subscrição - ato pelo qual os sócios assumem o compromisso de realizar determinado valor a título de capital social. A subscrição pode ser relativa a compromisso de realização do capital social inicial ou a aumento do capital. Capital a Realizar - é a parte do capital social subscrito que os sócios ainda não realizaram. Capital Realizado - é a parte do capital social subscrito que os sócios já realizaram, em dinheiro, outros bens ou créditos. É calculado pela diferença entre o capital social subscrito e o capital social a realizar: Capital Realizado = Capital Subscrito - Capital a Realizar. Capital Próprio - o mesmo que recursos próprios. É representado pelo patrimônio líquido. Capital de Terceiros ou Capital Alheio - o mesmo que recursos de terceiros. É o passivo exigível. No balanço patrimonial de uma empresa, corresponde à soma do passivo circulante (dívidas de curto prazo) com o passivo exigível a longo prazo (dívidas de longo prazo). Capital Total à Disposição - é a soma do capital próprio com o capital de terceiros. Capital Aplicado - é o ativo total. Capital Imobilizado - é o ativo permanente imobilizado, quer dizer, são os bens de uso que têm valor relevante e vida útil superior a 1 ano. Capital Fixo - é o ativo permanente. Para alguns autores, o capital fixo é formado apenas pelo ativo imobilizado. Ativo Oculto - a expressão pode ser utilizada para indicar um elemento do ativo que não foi reconhecido contabilmente ou a subavaliação do ativo. O ativo oculto representa os bens de titularidade da empresa que não foram lançados em seus registros contábeis. Ativo Líquido ou Capital Líquido - é o ativo total menos o passivo exigível. É equivalente ao patrimônio líquido. Ativo Real - são os elementos do ativo que efetivamente representam moeda ou que nela podem ser convertidos. Normalmente, é o ativo total menos as despesas antecipadas e diferidas, uma vez que estas, em regra, não são conversíveis em dinheiro. Ativo Operacional - corresponde aos elementos do ativo que são aplicados nas atividades usuais da empresa. É o ativo total menos os investimentos temporários e permanentes, adiantamentos, empréstimos e demais ativos não usuais na exploração das atividades da sociedade. Ativo Fixo ou Bens Fixos - é o ativo imobilizado. Alguns autores entendem que é o ativo permanente total. Ativo Médio ou Ativo Total Médio - é a média aritmética do ativo num determinado período. Pode ser anual, semestral, mensal etc. Bens de Venda - são os bens que a empresa mantém em constante rotatividade no desempenho de suas atividades, destinando-os à comercialização. É o caso das matérias-primas, dos produtos em elaboração, dos produtos acabados e das mercadorias. Bens Numerários - são as disponibilidades financeiras, como, por exemplo, dinheiro em tesouraria, depósitos bancários de livre movimentação, aplicações de liquidez imediata, cheques em cobrança.

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Bens de Renda - são os ativos destinados a atividades não usuais da empresa que podem gerar renda. É o caso dos imóveis destinados à locação e das participações no capital de outras sociedades. Patrimônio Bruto - é o ativo total. Passivo Real - é o passivo total menos o patrimônio líquido. Corresponde ao passivo exigível, representando as obrigações efetivas da sociedade. Passivo Fictício - a expressão é utilizada para indicar o valor registrado no passivo exigível que não corresponde efetivamente a uma obrigação. Exemplo: um valor registrado no passivo exigível como empréstimo bancário, quando de fato não existiu o empréstimo. Passivo Não Exigível - é o patrimônio líquido. O passivo não exigível são os recursos do passivo total que não representam obrigações efetivas. Créditos de Funcionamento - são as contas a receber, os adiantamentos concedidos e os valores a compensar decorrentes das atividades normais da empresa. É o caso das duplicatas a receber por vendas a prazo de mercadorias, dos adiantamentos a fornecedores de mercadorias, do ICMS e IPI a recuperar. Créditos de Financiamento - são as contas a receber, os adiantamentos concedidos e os valores a compensar decorrentes das operações estranhas às atividades da empresa. É o caso de empréstimos a diretores e adiantamentos a acionistas. Capital Circulante ou Capital de Giro - é o ativo circulante, vale dizer, os bens e direitos realizáveis a curto prazo. Capital Circulante Líquido ou Capital de Giro Líquido - é a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante (CCL = AC - PC). Capital Circulante Próprio ou Capital de Giro Próprio - é a diferença positiva entre o ativo circulante e o passivo circulante.

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EXERCÍCIOS 01- (AFRF/2002/ESAF) Quando a administração de uma entidade solicita, por carta postal, aos

seus clientes que respondam diretamente aos seus auditores independentes, caso não concorde com o saldo em aberto informado, numa determinada data, tem-se uma circularização:

a) branca b) preta c) positiva d) negativa e) atestatória

02- (AFRF/2002/ESAF) No momento da circularização de advogados da empresa auditada, o

objetivo do auditor é

a) identificar todos os compromissos. b) questionar os ativos e passivos contingentes. c) identificar todos os passivos contingentes. d) questionar as chances de sucesso das ações. e) identificar os valores a serem divulgados.

03- (AFRF/2002/ESAF) Durante o acompanhamento de um inventário físico de estoques, o auditor

deve efetuar o cut-off para:

a) determinar o momento em que os registros contábeis auxiliares, bem como os documentos com eles relacionados, refletem o levantamento do inventário.

b) comprovar que efetivamente todos os itens a serem inventariados estão adequadamente acondicionados no almoxarifado da empresa.

c) determinar o momento em que as três últimas compras e as três últimas vendas de mercadorias ocorreram durante o inventário.

d) comprovar que os procedimentos adotados pela administração para a contagem de estoques são adequados às práticas usuais.

e) comprovar que os documentos de compras de mercadorias estão suportados por documentação suporte às necessidades da empresa.

04- (AFRF/2002/ESAF) Durante o trabalho final de auditoria, o auditor identificou algumas

diferenças numéricas em determinadas áreas testadas. Assinale, entre os pontos relacionados abaixo, o de maior relevância.

a) Diferença de 2% no valor da depreciação anual do imobilizado. b) Ausência de apropriação pro-rata temporis de receita financeira. c) Diferença de 5% no valor da provisão para devedores duvidosos. d) Ausência de contratos de seguros dos veículos e caminhões. e) Diferença de 5%, considerado imaterial, de conciliação bancária.

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05- (AFC/2002/ESAF) A revisão analítica vem a ser a(o)

a) análise de desvios anormais constatados durante o período de auditoria de acordo com os valores projetados pelo auditor.

b) obtenção de informação junto à administração com o objetivo de confrontar a exatidão aritmética dos valores apresentados.

c) acompanhamento de um determinado processo ou procedimento quando de sua execução por parte da empresa auditada.

d) verificação de comportamento de valores significativos com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas.

e) obtenção de informação junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade auditada.

06- (AFC/2002/ESAF) Os procedimentos de auditoria descritos no programa de trabalho devem ser

aplicados em termos de:

a) oportunidade, controle interno e relevância. b) volume de saldo, relevância e extensão. c) natureza, oportunidade e extensão. d) risco, complexidade e relevância. e) volume de operações, relevância e saldo.

07- (AFC/2002/ESAF) O pedido de uma confirmação externa, denominada circularização, quando

solicita a confirmação de todas as operações em aberto é denominada:

a) positiva b) negativa c) preta d) branca e) aberta

08- (AFRF/2001/ESAF) O pedido de confirmação (circularização) no qual o auditor solicita que o

destinatário responda apenas se a informação está errada é usualmente denominado na atividade de auditoria independente:

a) Positivo b) Em branco c) Negativo d) Em preto e) Com divergência

09- (AFRF/2001/ESAF) O procedimento de auditoria de verificação do comportamento de valores

relevantes, mediante índices, quocientes e outros meios, visando identificar tendências ou situações anormais, denomina-se:

a) Revisão analítica b) Observação c) Investigação e confirmação d) Conferência de cálculo e) Inspeção

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10- (AFRF/2001/ESAF) Para certificar-se que direitos de crédito efetivamente existem em determinada data, o auditor independente utiliza, principalmente, o procedimento de:

a) conferência de cálculo dos créditos b) observação de processo de controle c) inspeção de ativos tangíveis d) confirmação junto aos devedores e) revisão analítica dos recebíveis

11- (AFRF/2001/ESAF) A confirmação de assinaturas autorizadas é um procedimento usual de

auditoria aplicado:

a) nos Investimentos b) nas Contas a Receber c) nas Contas a Pagar d) no Ativo Imobilizado e) no Disponível

12- (AFRF/2001/ESAF) A auditoria das doações e subvenções para investimentos é realizada na

seguinte área do balanço:

a) Despesas Antecipadas b) Ativo Diferido c) Contas a Pagar d) Patrimônio Líquido e) Receitas e Despesas

13- (AFRF/2001/ESAF) A empresa auditada possui investimento permanente relevante em

subsidiária integral. O principal procedimento de auditoria aplicável é:

a) conferência do cálculo da correção monetária integral b) conferência do cálculo de equivalência patrimonial c) confirmação dos investimentos através de circularizações d) acompanhamento de inventário físico das cautelas de ações e) exame dos subsídios recebidos para investimentos

14- (AFRF/2001/ESAF) Assinale o melhor procedimento técnico de auditoria para certificar a

adequação do saldo contábil da depreciação acumulada:

a) Inspeção b) Observação c) Investigação e Confirmação d) Revisão Analítica e) Cálculo

15- (AFRF/2001/ESAF) A confirmação, por escrito, de um fornecedor que mantém estoques da

empresa auditada em seu poder na data-base do balanço:

a) É um procedimento que não deve ser aplicado na auditoria contábil de estoques. b) Não pode ser aceito pelo auditor como prova de propriedade e existência do ativo. c) Deve obrigatoriamente ser validado com a realização de inspeção física no local. d) É um procedimento usual de auditoria independente das demonstrações contábeis. e) Deve gerar uma ressalva no parecer dos auditores e constar das notas explicativas.

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16- (ISS/NATAL/2001/ESAF) Em razão do método de partida dobrada, diversas contas patrimoniais e de resultado são inter-relacionadas. Das opções abaixo, assinale a que não corresponde a esta afirmativa.

a) Vendas - Contas a Receber b) Compras - Contas a Pagar c) Estoques - Custo das Mercadorias Vendidas d) Investimentos - Resultado da Equivalência Pa-trimonial e) Imobilizado - Provisão para Devedores Duvidosos

17- (ISS/NATAL/2001/ESAF) O sócio-diretor pagou diversos compromissos pessoais com

recursos financeiros da empresa e determinou que tais valores fossem contabilizados como duplicatas a receber de um determinado cliente. A situação descrita caracteriza-se como:

a) Ativo fictício b) Ativo oculto c) Passivo fictício d) Passivo oculto e) Ativo intangível

18- (ISS/NATAL/2001/ESAF) No processo de acompanhamento do inventário físico de estoques

de matéria-prima, o auditor constatou a existência de quantidades relevantes de itens que não constavam dos registros físico-financeiros e contábeis. Neste caso, o auditor pode ter descoberto

a) ativos e passivos fictícios b) ativos e passivos ocultos c) ativos ocultos e passivos fictícios d) ativos fictícios e passivos ocultos e) ativos obsoletos e passivos a descoberto

19- (ISS/NATAL/2001/ESAF) No encerramento do exercício social, o balanço patrimonial

apresentava a rubrica contábil “Caixa” com saldo credor. Indique a opção que pode justificar essa situação.

a) pagamentos a fornecedores não contabilizados b) empréstimos concedidos não contabilizados c) recebimentos de numerários não contabilizados d) adiantamentos recebidos de clientes e) compras a prazo canceladas

20- (ISS/NATAL/2001/ESAF) Um ajuste contábil proposto pelo auditor independente afetou de

maneira relevante a relação entre capital de terceiros e capital próprio. Assinale a opção que apresenta os grupos contábeis do balanço patrimonial que poderiam estar envolvidos nesse evento.

a) Passivo Circulante, Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido. b) Ativo Circulante, Realizável a Longo Prazo e Ativo Permanente. c) Ativo Circulante e Passivo Circulante. d) Ativo Permanente e Ativo Total. e) Passivo Circulante e Ativo Permanente.

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21- (ISS/NATAL/2001/ESAF) Efetuando análises verticais e horizontais das demonstrações de resultados mensais de uma empresa, o auditor constatou expressivas variações nas margens operacionais em determinados meses. A fórmula de cálculo utilizada para obter tal margem foi:

a) Lucro Líquido/Vendas Líquidas b) Lucro Operacional/Vendas Brutas c) Lucro Líquido/Despesas Operacionais d) Lucro Operacional/Vendas Líquidas e) Despesas Operacionais/Vendas Brutas

22- (ISS/NATAL/2001/ESAF) O auditor constatou que o balanço patrimonial da empresa foi

manipulado para apresentar melhor Índice de Liquidez Seca. Indique a opção que apresenta a evidência do fato.

a) Reclassificação de contas a pagar de curto prazo para longo prazo. b) Reclassificação de realizável a longo prazo para ativo permanente. c) Reclassificação de duplicatas descontadas do ativo circulante para passivo circulante. d) Contabilização de resultado negativo de equivalência patrimonial de investimentos. e) Avaliação dos estoques pelo princípio contábil do registro pelo valor original.

23- (ISS/NATAL/2001/ESAF) Na análise dos indicadores de atividade da empresa, o auditor constatou significativa variação no prazo médio de estocagem. Indique a fórmula que o profissional utilizou para mensurar esse prazo em dias.

a) (Estoque Final/Custo dos Produtos Vendidos Final) x 360 b) (Estoque Inicial/Custo dos Produtos Vendidos do Ano Anterior) x 360 c) (Estoque Médio Anual/Custo dos Produtos Vendidos do Ano) x 360 d) (Estoque Final/Custo dos Produtos Vendidos do Ano) x 12 e) (Estoque Inicial/Custo dos Produtos Vendidos no Ano) x 360

24- (ISS/NATAL/2001/ESAF) O procedimento de auditoria independente que consiste na

obtenção de informações junto às instituições que emprestaram recursos financeiros à entidade auditada é denominado:

a) revisão analítica b) testes de observância c) investigação e confirmação d) eventos subseqüentes e) carta de gerência

25- (ISS/NATAL/2001/ESAF) Os exames efetuados por um auditor nos documentos

comprobatórios de despesas de hospedagens e transportes, caracterizam-se como:

a) testes de observância b) testes de indagação c) procedimentos analíticos d) testes substantivos e) procedimentos de cálculo

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26- (ISS/NATAL/2001/ESAF) O auditor comparou os valores constantes no orçamento anual, elaborado pela administração da entidade auditada, com os valores realizados, apresentados nos balancetes analíticos contábeis. O procedimento de auditoria aplicado, nesse caso, denomina-se:

a) revisão analítica b) cálculo c) observação d) investigação e confirmação e) inspeção

27- (AFC/SFC/2000/ESAF) A técnica de auditoria utilizada na obtenção de declaração formal e

independente de pessoas não ligadas à entidade auditada denomina-se:

a) circulação b) carta de conforto c) carta gerencial d) circularização e) carta de responsabilidade da administração

28- (AFC/SFC/2000/ESAF) Os procedimentos de auditoria mais eficazes para detectar a omissão

de passivos nas demonstrações contábeis são:

a) exame das conciliações bancárias e análise das pendências relevantes b) confirmação de contas a pagar e inventário físico de mercadorias c) exames de pagamentos subseqüentes e inventário físico de mercadorias d) análise da composição dos saldos de fornecedores e outras contas a pagar e) confirmação de contas a pagar e exames de pagamentos subseqüentes

29- (AFC/SFC/2000/ESAF) No acompanhamento dos inventários físicos de estoques de

materiais, o auditor observou a existência de diversos itens obsoletos. Qual procedimento deve adotar?

a) Propor a imediata baixa dos estoques para despesas não-operacionais. b) Propor reclassificação dos itens para outros valores a receber. c) Propor a imediata baixa dos estoques para o custo dos produtos vendidos. d) Propor a constituição de provisão para perdas em estoques. e) Propor a constituição de provisão de créditos de liquidação duvidosa.

30- (AFTN/98/ESAF) A obtenção de informações junto a pessoas ou entidades, para confirmação

de transações, conhecida na atividade de auditoria como "circularização", pode ser de dois tipos, quanto à forma de resposta:

a) branca e preta b) aberta e fechada c) positiva e negativa d) interna e externa e) ativa e passiva

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31- (AFTN/98/ESAF) Os procedimentos de auditoria de conferência de cálculo da equivalência patrimonial aplicam-se às contas contábeis que registram

a) capital social subscrito e integralizado b) investimentos permanentes relevantes em controladas c) capital social subscrito e a subscrever d) importação de bens do imobilizado em andamento e) investimentos temporários em ações de empresas

32- (AFTN/98/ESAF) Assinale a opção abaixo que não corresponde a um procedimento

geralmente empregado na auditoria das disponibilidades financeiras das entidades.

a) confirmação de assinaturas autorizadas b) análise do fluxo de caixa projetado c) contagem de fundo fixo de caixa d) confirmação de contas bancárias paralisadas e) exame documental dos avisos bancários

33- (AFTN/98/ESAF) O procedimento técnico de confirmação não se aplica nos exames de

auditoria de

a) reavaliação de imobilizado b) saldos de fornecedores c) saldos de clientes d) cobertura de seguros e) passivos contingentes

34- (AFTN/98/ESAF) O auditor realiza o procedimento técnico de inspeção para

a) verificação do comportamento de valores relevantes b) acompanhamento de processos, no momento da execução c) conferência da exatidão aritmética de documentos e registros d) exame de registros, documentos e de ativos tangíveis e) obtenção de informações junto a terceiros

35- (AFTN/98/ESAF) Assinale a opção que apresenta um procedimento não aplicável à auditoria

dos estoques de materiais de uma entidade.

a) Coordenação e responsabilidade pela realização de contagens físicas. b) Revisão preliminar das instruções de inventário físico. c) Exame do "corte" dos documentos de movimentação dos estoques. d) Verificação da existência de penhoras e/ou hipotecas de itens. e) Confirmação de materiais em poder de terceiros.

36- (AFTN/98/ESAF) Nos exames de auditoria das contas da demonstração de resultados, os

seguintes procedimentos técnicos não são usualmente aplicados pelos auditores:

a) inspeção e cálculo b) confirmação e observação c) conferência de cálculo e registros d) revisão analítica e inspeção e) revisão analítica e cálculo

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37- (ISS/FORTALEZA/1998/ESAF) De acordo com a Resolução CFC no 700/91, a obtenção de informações junto a pessoas ou entidades, externas ou internas, conhecedoras de determinadas transações ou eventos da entidade auditada, é um procedimento técnico de auditoria denominado

a) testes de observância b) revisão analítica c) transações com partes relacionadas d) investigação e confirmação e) carta de responsabilidade da administração

38- (AFTN/1996/ESAF) Das opções abaixo, assinale a que não corresponde a um procedimento

usual de auditoria.

a) Exame físico, inspeção e conferência de cálculo b) Conferência de cálculo e exame da escrituração c) Exames dos documentos originais e confirmação d) Análise do balanço e análise do fluxo de caixa e) Inspeção, investigação minuciosa e observação

39- (AFTN/1996/ESAF) Assinale a opção que representa alguns procedimentos técnicos básicos

de auditoria, conforme as normas de auditoria independente das demonstrações contábeis.

a) Inspeção, observação, investigação e confirmação. b) Inspeção, observação e composição de saldos contábeis. c) Revisão analítica, cálculo e conciliação bancária. d) Investigação e confirmação, inventário de estoques. e) Composição e conciliação de saldos de fornecedores.

40- (AFTN/1996/ESAF) A investigação constitui-se em um dos procedimentos da auditoria. Este

deve ser utilizado em qual caso abaixo?

a) Exame do saldo contábil de duplicatas a receber e dos contratos. b) Exame dos saldos bancários de livre movimentação e dos contratos. c) Exame de contratos e do saldo de contas a pagar. d) Exame da variação de saldo de contas a pagar e dos contratos. e) Exame detalhado das aprovações de baixas de duplicatas incobráveis.

41- (AFTN/1996/ESAF) Para realização da contagem de Caixa, o auditor deverá tomar os cuidados

necessários para que o resultado seja válido. Indique a opção que não representa uma atitude de zelo do auditor.

a) Realização de contagem sem prévio aviso. b) Obter declaração formal de devolução dos numerários contados. c) Anotações da contagem em papel de trabalho. d) Certificar-se do número de caixas existentes na empresa. e) Dispensa da presença do responsável pelo caixa, no ato da contagem.

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42- (AFTN/1996/ESAF) A confirmação implica a obtenção de declaração formal e isenta de pessoas independentes à companhia. Quais dos procedimentos abaixo não estão relacionados com os exames de confirmação.

a) Seleção criteriosa dos itens, por serem examinados através do procedimento de

confirmação. b) Controle dos pedidos de confirmação, por serem despachados aos destinatários. c) Procedimento alternativo de verificação para as respostas de confirmações não recebidas. d) As respostas do pedido de confirmação devem ser endereçadas à empresa auditada. e) Confirmações obtidas pessoalmente, nos casos julgados apropriados pelo auditor.

43- (AFTN/1996/ESAF) Assinale a opção que representa um objetivo exclusivo de auditoria das

contas contábeis representativas do Ativo Imobilizado de uma empresa.

a) determinar a existência física e estado geral de conservação. b) determinar se pertence à empresa ou a terceiros. c) verificar se foram aplicados os princípios fundamentais de contabilidade. d) constatar e divulgar a existência de itens penhorados ou de uso restrito. e) constatar a adequação dos cálculos e registros contábeis das depreciações.

44- (AFTN/1996/ESAF) Indique a opção que não representa um ponto forte dos controles internos

das disponibilidades financeiras da empresa, considerando a execução dos trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis.

a) Segregação de funções entre controles bancários e registros contábeis. b) Sistema formal de autorizações de emissões de ordens de pagamento. c) Sistema de fundo fixo de caixa para pagamentos de pequena monta. d) Contagem física dos cheques emitidos no exercício social auditado. e) Assinatura dos cheques, sempre, por duas pessoas independentes.

GABARITO

01 - D 12 - D 23 - C 34 - D 02 - C 13 - B 24 - C 35 - A 03 - A 14 - E 25 - D 36 - B 04 - E 15 - D 26 - A 37 - D 05 - D 16 - E 27 - D 38 - D 06 - C 17 - A 28 - E 39 - A 07 - E 18 - B 29 - D 40 - E 08 - C 19 - C 30 - C 41 - E 09 - A 20 - A 31 - B 42 - D 10 - D 21 - D 32 - B 43 - E 11 - E 22 - A 33 - A 44 - D