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LÍNGUA PORTUGUESA VARIAÇÕES LINGUÍSTICA FIGURAS DE LINGUAGEM TRABALHO I UNIDADE 1º MB E 1MC Professora Isabel Lima

Procedimentos de leitura · Que tenha calo na mão É um esteio da nação. Aqui manifestei, A minha insatisfação Espero que os governantes Tomem alguma decisão, Traga a essa gente

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LÍNGUA PORTUGUESA

VARIAÇÕES LINGUÍSTICA

FIGURAS DE LINGUAGEM

TRABALHO I UNIDADE

1º MB E 1MC

Professora Isabel Lima

ATIVIDADE

Valor: 3,5 (1MB) e 4,0 (1MC)

Assunto: Variações linguísticas ou Figuras de

linguagem

Em equipe: De 04 a 07 pessoas

Data de apresentação: 08-05-2014

Metodologia: De forma lúdica (teatro,

gravação, cartazes, composição artística

variada) apresentar os conceitos estudados

de um dos referidos assuntos.

Exemplo: Construir uma peça de teatro,

documentário de jornal, entrevista, criar uma

música, paródia, poesia ou destacar exemplos

(não copiar da internet ou do livro). Por meio

dos quais sejam identificadas a presença das

VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS e/ou das

FIGURAS DE LINGUAGEM.

Parte escrita: CAPA – INTRODUÇÃO DO

ASSUNTO (O que é – Qual a importância –

Parte escrita da apresentação em sala e/ou

alguns exemplos (mínimo 05) – Referências

(onde fez a pesquisa)

COLÉGIO ESTADUAL SIMONE SIMÕES NERI

LINGUAGENS, SEUS CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

A LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES (VARIAÇÃO LINGUÍSTICA)

APRENDI ALGUMAS PALAVRAS, E

OUTRAS PERCEBI MAIS BELAS(FIGURAS DE LINGUAGEM)

Inhambupe/BA

2014

ALINE PEREIRA DO CARMO

MARCELO DE SOUZA SILVA

UEMERSON CAVALCANTI DOS SANTOS

COLÉGIO ESTADUAL SIMONE SIMÕES NERI

LINGUAGENS, SEUS CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

CAMINHANDO, VERSANDO E

SEGUINDO A CANÇÃO

Inhambupe/BA

2014

ALINE PEREIRA DO CARMO

MARCELO DE SOUZA SILVA

UEMERSON CAVALCANTI DOS SANTOS

CAMINHANDO, VERSANDO E

SEGUINDO A CANÇÃO

Inhambupe/BA

2014

ALINE PEREIRA DO CARMO

MARCELO DE SOUZA SILVA

UEMERSON CAVALCANTI DOS SANTOS

Trabalho construído por estudantes do

1ºMB/C, apresentado como pré-

requisito de conclusão da primeira

unidade na disciplina Língua

Portuguesa, no Colégio Estadual

Simone Simões Neri, orientado pela

professora Isabel Lima.

O que é o TAL e qual sua importância?

O Tempos de Arte Literária (TAL) é umconcurso de “talentos” literários promovido pelaSecretaria de Educação do Estado da Bahia. Esteprojeto tem como objetivo incentivar tanto aprodução artística, quanto a escrita autoral dosestudantes. Também trata-se de um projeto deincentivo à leitura, tendo em vista que quanto maisse lê, comumente melhor e mais se escreve.

Projeto voltado para a criação literária, o TAL jápremiou diversos estudantes e despertou o gostopela arte literária, em alguns, conhecida, em outros,até então adormecida.

Exemplos de critérios

Todo texto poderá ser inscrito, contando comorequisito principal: ORIGINALIDADE. As poesias serão“lapidadas” (correções de ortografia, coerência, coesão,etc.) com a ajuda dos professores de Redação e LínguaPortuguesa.

Haverá OFICINA de preparação para o Sarau, dataa definir.

Enquanto a vida não vem –

Enquanto a vida não vem...Fico andando pelos camposJuntando cores e prantosSentindo o vento soprar.

Enquanto a vida não vem...Vou brincando com as criançasCriando formas de dançasIncentivando-as a sonhar.

Enquanto a vida não vem...Fico dentro da senzalaOlhando os troncos e varas,Que um dia hão de acabar.

Enquanto a vida não vem...Eu fico bem escondidoJunto ao meu povo sofridoDias melhores a esperar.

Enquanto a vida não vem...Vou servindo de animalCom minha força carnalNão ouso te desapontar!

Enquanto a vida não vem...Vou apenas existindoPensando, sonhando, rindoLágrimas a enxugar.

É a luta de um povo sofridoQue, sem tanto, foi oprimidoMas que, enquanto a vida não vinha,Jamais desistiu de lutar.

Giselle Souza Oliveira (17 anos), 2º ano do ensino médio do Colégio Estadual Governador Luiz Viana Filho - Santa Rita de Cássia - Direc 25 – Barreiras/Ba

Brasil rural

Boa tarde, minha gente!Com muita satisfação,Venho até este evento,Para esta apresentação.Seja o que Deus quiser,Represento CaetitéDe todo meu coração.

Sou filha de um pedreiro,Poeta e trovador.Herdei dele o mesmo dom,E por isso aqui estou.Eu também sou sertanejaE que Jesus nos proteja,Na santa paz do senhor.

Eu rimo Brasil rural,Falando de norte a sul,Rimo quem desbrava a terra,No cabo do Guantambu.Rimo leste e oesteE o sofrido nordesteSertão de mandacaru.

Estou vivendo o presente,O futuro a Deus pertence,Quem trabalha ele ajuda,Quem luta na vida vence.Não maltrate um lavrador,trate-o com amor:

Vivemos em um paísPossuidor de riquezas,Mas se o Brasil é tão rico,Por que há tanta pobreza?Gente passando fome,Vivendo nas ruas, com fome,Ô, meu Deus, quanta tristeza!

Tratados como animaisO nosso povo brasileiroTodo dia enfrenta lobosNa pele de um cordeiro.E os nossos governantesSempre bem-vestidos e elegantes,Só pensam em nosso dinheiro.

Às vezes eu me pergunto,Onde é que nós vamos parar?De leste a oeste e de norte a sul,Tem sempre alguém a queixar,Que é marginalizado.Muitas vezes deixado de ladoPor pessoas que dizem governar.

O que meu pai me ensinaPresto bastante atenção.Admiro o sertanejo,Que tenha calo na mãoÉ um esteio da nação.

Aqui manifestei,A minha insatisfaçãoEspero que os governantesTomem alguma decisão,Traga a essa gente sofridaUma melhor expectativa de vidaMudando essa situação.

Quero agradecer a todos,Que promovem esse eventoDando-me a oportunidadePara mostrar o meu talento.Agradeço à minha irmã,Meu futuro de amanhã,Nasce aqui neste momento.

Meus parabéns, Caetité!Pelo povo varonilE também um forte abraçoPara a classe estudantil.Vamos vencer a batalhaE receber a medalha,Futuro do meu Brasil.

Adoro o canto dos pássaros,Murmúrios de cachoeira.O nome da escritoraJoelma Santos FerreiraTudo que eu faço é com féEu nasci em Caetité,Terra de Anísio Teixeira.

Joelma, 20 anos, 2ª série do ensino médio do Instituto de Educação Anísio Teixeira, DIREC 24 – Caetité.

Poeta (des) inspirado

Cerca de vinte na sala...Mas tinham que ser vinte e cinco.VA BENE! Vinte pessoas com afincoTentando escrever um poemaQual será o meu tema?É o que cada um pensaFalta de pão na despensaFalta de mãe, de lar.Ladrões ricos ao marAlguns se tornaram sócios

Amores que viram consórcioSe despedaçam ante o divórcioEscrever, é o único lemaDiante do universo de temasDas vinte pessoas na sala

Cerca de vinte na salaEspere! Agora são vinte e quatroO último será um turista?Seu nome é o primeiro da listaO fato é que, na verdade,

Vinte quatro na salaTentam escrever um poemaMas há um sentado no canto

Pensa em falar do prantoDas drogas, da Intifada,Da mentira mal contada

Por um corrupto de BrasíliaDo amor de uma filhaPela mãe, e vice-versaDos amigos na conversa

Numa velha mesa de barDa terra, do sol, do marDa bondade, do ódio, da lutaDas artimanhas dos filhos-da ...Perfeita insanidade.

Pega o grafite, acabou a ponta?No menino sentado no canto(Ainda sem nenhum afinco)Uma esperança despontaDe tanto apertar o botão

Apenas olha, nada falaEntão, começa a escrever‘Cerca de vinte na sala...

- Diogo dos Santos Ferreira, 17anos, 3 º ano do ensino médio do Colégio Estadual, Dom Pedro II, Coração de Maria - Direc 2 – Feira de Santana/Ba.

Moderno mundo

Olhem! Vejam só!Tem um mendigo na rua.Enquanto o homem,pensa em voltar à lua.

Cadê? Cadê a flor que estava ao chão?Ninguém viu?Os homens passaram apressados.Os homens robôs com pastas na mãoe não viram a flor que estava ao chão.

Como já dizia Raul: “Parem o mundoque eu quero descer”

Como podem uns viverem tão beme outros não terem nada pra comer?

O que foi? O que há meu rapaz?Pais e filhos não se falam mais?Os homens emudecem,os excluídos padecem.

A voz se cala...Ninguém se fala...É o mundo moderno?É o moderno mundo?

Tem gente fazendo castelo. É bonito! É belo!Mas e a verba quem forneceu?

Foi o seu? Foi o meu?Ainda temos preconceito, ainda temos corrupção!Ainda temos muitos problemas sem solução!

As indústrias são as vilãs da vezmas elas, quem foi que fez?O capital que move, é o mesmo que envolve,que seduz, que te reduz...a uma máquina humana, que não ama.

Aline, 17 anos, 3ª série do ensino médio da Escola Estadual José

Bonifácio, DIREC 32 - Cruz das Almas.

Deus lhe pague!

Eu nunca pensei exatamente como seria se fosse rico, ir para ocolégio de carro com meus pais de manhã cedo e ainda sorrindo,simplesmente eles ficarem completamente contentes só pelopequeno fato de eu estudar, se preocuparem pelo mínimomotivo de não me esforçar nos estudos, mesmo tendo milpreocupações. Mas não tive tempo de sonhar.Era sol de meio-dia, estava sentado no chão em frente a minhacasa, com a barriga lotada de arroz e farinha. Eu não estavasozinho, um grupo de idosos ouvia a rádio, enquanto eu pegavacarona junto com eles.Toda rádio nunca deixa escapar um assunto de política, e todavez que toca nesse assunto sempre escuto dizer:— Sempre fazem ao contrário do que falam, e quando fazem étão pouco... - reclamou minha avó enquanto ouvia a rádio.

Mas até que eu concordava, sempre pergunto dentro de mimpor que eles só tomam alguma atitude antes de ganhar. Porque não deixar para fazer isso quando forem eleito? Masconsegui descobrir.♦ ♦ ♦

Lembro-me muito bem do dia cinco de setembro. No bairroonde morava nunca se ouviu tanto barulho quanto aqueledia. Passavam carros de som frequentemente, as senhorassaíam de suas casas de pau a pique e ficavam na portaescutando o pequeno discurso do tal candidato. Quando nãoera um discurso, era uma pequena paródia musical quetocava falando seus objetivos políticos pelo ritmo, enquantoisso as crianças dançavam felizes. Confesso que fui uma delas.Passei o dia inteiro sem comer nada, mainha prometeu quehoje comeríamos o dobro, mas não tinha nada para comer.

Minha barriga revirava de fome enquanto olhava as estrelas.Meus quinze irmãos já estavam dormindo e minha mãeestava sentada na porta da frente. Devia ser meia noite,quando escutei um barulho de carro. Os olhos de mainha searregalaram, senti que a sua preocupação estava por fimquando ela se levantou correndo. Eu estranhei a sua atitude esegui segurando a mão dela. A pressa era tão grande que elame pegou pelo colo e saiu correndo no meio da ruaempoeirada, cheia de buracos.Depois de alguns minutos, estava num beco escuro lotado degente esperneando. Muitos rostos presentes eu reconhecia,outros não fazia a mínima ideia de quem eram. Mas percebique o tal barulho de carro que eu escutei era justamenteaquele carro que retirava cestas básicas e entregava aosmoradores. Eles entravam em desespero quando viamretirando os mantimentos e iam alongando a fila indiana..

Minha mãe, em desespero, empurrava aqueles que estavamna nossa frente para chegar o mais perto possível do tal carro— e conseguimos — eles nos viram e nos puxaram bem maisperto.— Aqui está, senhora, dentro da cesta tem um santinho, sepretende que eu acabe com a fome de muita dessa genteainda e continue o que estou começando... — disse umhomem bem-educado que sorria tão aberto que não sentiasinceridade nele.Mainha olhou nos olhos dele, estendendo as suas mãoscalejadas de enxada, recebendo a cesta logo queme colocouno chão.— Deus lhe pague, meu filho! — agradeceu sorrindo,contente, mostrando seus poucos dentes ainda nãodominados pela cárie.

Juro que senti um sorriso ambicioso que soltava o tal homem,parecia que estava satisfeito em ter ouvido aquelas palavrassimples e tão humildes. Naquela hora queria decifrar oporquê de tanta satisfação, mas não consegui. Foi tão rápidoo sorriso dele, que logo após se desmanchou antes de beijarminha bochecha.Não gostei, devia me sentir honrado por um futuro prefeitobeijar o meu rosto, um rosto de qualquer, mas não senti.Cinco horas da manhã podia já sentir o cheiro do feijão,quando acordei. Levantei do chão e fui abraçar minha mãecom um sorriso grato. Na verdade, além de estar com fome,não aguentava mais comer arroz puro. Sei que deviaagradecer a Deus por estar comendo alguma coisa.

Passei junto com minha família comendo o dia inteiro, o diainteiro não foi. Às dezenove horas já não tinha nada maispara comer. Deu meia-noite, uma hora, duas horas da manhãe eu e mainha não escutamos nenhum barulho na rua,desistimos e fomos dormir.Depois de um ano, finalmente o homem que beijou meurosto se tornou prefeito, ele criou tal projeto comunitáriooferecendo cartões com uma quantidade financeira paraauxilio alimentar e escolar. Isso foi ótimo, não morri de fome,tenho agora vinte e três anos. Comecei a trabalhar comofaxineiro de um shopping e com esse mísero salário, afundeiminha cara nos livros. Comprava-os para que, de noite,pudesse estudar.Só hoje descobri o porquê do tal sorriso ambicioso do homemcandidato das cestas básicas. Ele queria mesmo era queminha família dependesse dele para o sustento, e não para

que um membro da família a sustentasse. Sem adependência, nós não reconheceríamos as atitudes dele, porisso ele lançou aquele sorriso ambicioso, que quanto mais aspessoas o agradeciam pela esmola mais votos ele teria a seufavor. Somente hoje fui entender por que não devemos sóolhar o presente e, sim, o futuro.Estou lutando para que eu consiga crescer, aprender mais emais, já que o tal homem político não investiu na educaçãopara que cedo eu pudesse estar estudando e hoje já estarformado. Pena, antes desejava estar com a barriga cheia, só abarriga, hoje estou querendo encher minha mente deinformações. Meu nome? Pra quê? Ninguém dá a mínimapara escritor, em breve saberá de mim quando eu forpresidente.

Marco Antonio, 16 anos, 2ª série do ensino médio da Escola Estadual InácioTosta Filho, DIREC 08 – Eunápolis.

REFERÊNCIAS

ABNT. Norma técnica de texto acadêmica. Disponível em:

<http://www.abnt.org.br/>. Acesso em: abril 2014.

Agradeço a professora Arlinda por parte do material do Tempos

de Arte Literária (TAL).

Profª Isabel Lima