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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO PROCESSO DO TRABALHO
INTRODUÇÃO
A Constituição Federal Brasileira, em seu artigo 114, reza que o Poder
Judiciário Trabalhista também deve julgar “outras controvérsias decorrentes da
relação de trabalho”, como se verifica abaixo:
Art. 114 - Compete à Justiça do
Trabalho processar e julgar:
IX - outras controvérsias decorrentes
da relação de trabalho, na forma da lei.
Faz, portanto, subsidiariamente, uso do Código Processual Civil. Por
isso, ver-se-á neste trabalho, uma série de citações do referido diploma legal,
no que diz respeito à ação rescisória, ação de consignação em pagamento,
mandado de segurança, inquérito para apuração de falta grave e ação civil
pública, que são institutos alvos de estudo e apresentação deste, muito embora
não sejam os únicos do tema, são os mais comuns.
AÇÃO RESCISÓRIA
A ação rescisória conceitua-se como uma ação de conhecimento, com
natureza constitutivo – negativa, que visa a desconstituição ou anulação da
coisa julgada. É uma ação autônoma, por sua vez, que visa desconstituir ou
anular sentença judicial transitada em julgado (ou acórdão), em função de
vícios insanáveis. Valendo-se da definição de Barbosa Moreira, citado por
Humberto Theodoro Júnior (curso de direito processual civil, vol. 1, pg 593):
“Chama-se rescisória a ação por meio da qual se pede a desconstituição de
sentença transitada em julgado, com eventual rejulgamento, a seguir, da
matéria nela julgada”.
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A ação rescisória tem como fundamento a ofensa à ordem pública e não,
meramente, a justiça. Ela, amplamente falando, cria certa insegurança jurídica
em nome de direitos maiores. E, por esse motivo, é cabível em hipóteses
raríssimas. Não se trata de um recurso simplesmente. O artigo 485 do CPC
traz uma lista exaustiva, e de interpretação restritiva, diga-se.
Existem alguns requisitos que são básicos para possibilidade de ação
rescisória. A saber, pressupõe sentença ou acórdão, não cabendo de
despacho interlocutório, evidentemente, sentença de mérito, pois do contrário
caberia nova ação, e trânsito em julgado. O artigo 836 da CLT, abaixo
transcrito, traz ainda o depósito de 20% do valor da condenação como
requisito, excetuado os casos de miserabilidade:
Art. 836. É vedado aos órgãos da
Justiça do Trabalho conhecer de
questões já decididas, excetuados os
casos expressamente previstos neste
Título e a ação rescisória, que será
admitida na forma do disposto no
Capítulo IV do Título IX da Lei no
5.869, de 11 de janeiro de 1973 –
Código de Processo Civil, sujeita ao
depósito prévio de 20% (vinte por
cento) do valor da causa, salvo
prova de miserabilidade jurídica do
autor. (g. n.)
Os casos em que cabe ação rescisória seguem a regra do art. 485 do
CPC, infracitado:
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Art. 485 - A sentença de mérito,
transitada em julgado, pode ser
rescindida quando:
I - se verificar que foi dada por
prevaricação, concussão ou corrupção
do juiz;
II - proferida por juiz impedido ou
absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo da parte
vencedora em detrimento da parte
vencida, ou de colusão entre as
partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar literal disposição de lei;
VI - se fundar em prova, cuja falsidade
tenha sido apurada em processo
criminal ou seja provada na própria
ação rescisória;
VII - depois da sentença, o autor
obtiver documento novo, cuja
existência ignorava, ou de que não
pôde fazer uso, capaz, por si só, de
lhe assegurar pronunciamento
favorável;
VIII - houver fundamento para invalidar
confissão, desistência ou transação,
em que se baseou a sentença;
IX - fundada em erro de fato,
resultante de atos ou de documentos
da causa.
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A ação em comento tem o prazo decadencial de 2 anos, contados do
trânsito em julgado da decisão transitada em julgado. A decisão procedente na
ação rescisória tem dupla característica: rescindir ou desconstituir a decisão
rescindenda e proferir nova decisão a respeito do tema.
A Competência de tal ação é dos tribunais, conforme se verifica na
Súmula 192-TST. Senão, vejamos:
TST Enunciado nº 192 - Res.
14/1983, DJ 09.11.1983 - Nova
redação - Res. 121/2003, DJ
21.11.2003 - Incorporadas as
Orientações Jurisprudenciais nºs 48,
105 e 133 da SBDI-2 - Res. 137/2005,
DJ 22, 23 e 24.08.2005
Recurso de Revista e Embargos não
Conhecidos - Competência - Ação
Rescisória
I - Se não houver o conhecimento de
recurso de revista ou de embargos, a
competência para julgar ação que vise
a rescindir a decisão de mérito é do
Tribunal Regional do Trabalho,
ressalvado o disposto no item II. (ex-
Súmula nº 192 - alterada pela Res.
121/03, DJ 21.11.03)
II - Acórdão rescindendo do Tribunal
Superior do Trabalho que não conhece
de recurso de embargos ou de revista,
analisando argüição de violação de
dispositivo de lei material ou decidindo
em consonância com súmula de direito
material ou com iterativa, notória e
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atual jurisprudência de direito material
da Seção de Dissídios Individuais
(Súmula nº 333), examina o mérito da
causa, cabendo ação rescisória da
competência do Tribunal Superior do
Trabalho. (ex-Súmula nº 192 - alterada
pela Res. 121/03, DJ 21.11.03)
III - Em face do disposto no art. 512 do
CPC, é juridicamente impossível o
pedido explícito de desconstituição de
sentença quando substituída por
acórdão Regional. (ex-OJ nº 48 da
SBDI-2 - inserida em 20.09.00);
IV - É manifesta a impossibilidade
jurídica do pedido de rescisão de
julgado proferido em agravo de
instrumento que, limitando-se a aferir o
eventual desacerto do juízo negativo
de admissibilidade do recurso de
revista, não substitui o acórdão
regional, na forma do art. 512 do CPC.
(ex-OJ nº 105 da SBDI-2 - DJ
29.04.03)
V - A decisão proferida pela SBDI, em
sede de agravo regimental, calcada na
Súmula nº 333, substitui acórdão de
Turma do TST, porque emite juízo de
mérito, comportando, em tese, o corte
rescisório. (ex-OJ nº 133 da SBDI-2 -
DJ 04.05.04)
A legitimidade fica por conta do art. 487 do CPC c/c Súm 407 do TST:
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Art. 487 - Tem legitimidade para
propor a ação:
I - quem foi parte no processo ou o seu
sucessor a título universal ou singular;
II - o terceiro juridicamente
interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo, em
que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a sentença é o efeito de
colusão das partes, a fim de fraudar a
lei.
Súmula nº 407 - TST - Res. 137/05 -
DJ 22, 23 e 24.08.2005 - Conversão
da Orientação Jurisprudencial nº 83 da
SDI-II
Ação Rescisória - Ministério Público
- Legitimidade "Ad Causam"
A legitimidade "ad causam" do
Ministério Público para propor ação
rescisória, ainda que não tenha sido
parte no processo que deu origem à
decisão rescindenda, não está limitada
às alíneas "a" e "b" do inciso III do art.
487 do CPC, uma vez que traduzem
hipóteses meramente exemplificativas.
(ex-OJ nº 83 - inserida em 13.03.02)
Quanto ao procedimento da ação rescisória inicia-se com a primeira
peça, a petição Inicial, a qual deve atender os requisitos do art. 282, CPC,
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cumulando o autor dois pedidos: pedido de rescisão do julgado + novo
julgamento da causa; E, como já dito acima, com depósito prévio de 20% do
valor da causa, salvo miserabilidade jurídica do autor (836, CLT);
No que tange ao processamento, primeiramente é distribuída a petição
inicial da ação rescisória, em que poderá o juiz relator, de forma monocrática,
indeferi-la, com base no art. 295 do CPC, decisão esta sujeita ao recurso de
Agravo Regimental; É o que predispõe art. 489, CPC, a Súm. 405-TST, a OJ
76 SDI-II-TST e a OJ 131 SDI-II-TST;
Em segundo lugar, é recebida regularmente a petição inicial da AR, o
relator determinará a citação do réu a fim de que no prazo fixado (entre 15 e 30
dias), apresente resposta, ressalvado o disposto no art. 188, CPC; Obs.: Súm.
398-TST.
Em terceiro lugar, com a resposta, caso os fatos alegados dependam de
prova, o relator delegará a competência ao juiz da Vara do Trabalho na
localidade onde deva ser produzida, fixando prazo de 45 a 90 dias para
devolução dos autos (492, CPC).
Por fim, o relator determinará que se dê abertura de prazo sucessivo de
10 dias para autor e réu ofertarem razões finais, quando, finalmente serão os
autos submetidos a julgamento pelo tribunal respectivo.
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
A consignação em pagamento é uma ação proposta pelo devedor em
face de um ou mais credores para extinguir certa obrigação de entregar
determinada quantia ou coisa. Prevista nos arts. 890 a 900 do CPC deve-se
fundar em recusa do credor ou dúvida quanto a quem deve receber. Na Justiça
do Trabalho, quando o empregado se recusa a receber rescisórias, por
exemplo. Ou Utilizada nos casos em que o empregado nega-se a receber sua
quitação.
A ação de consignação em pagamento pode ser utilizada para restituir
coisa devida: consignação de chaves, consignação de ferramenta de trabalho,
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carro, equipamentos. Cabe, ainda, em caso de mais de um sindicato
postulando o pagamento de contribuição sindical obrigatória.
Pode ser tida como forma de extinção de obrigação, conforme os Arts.
334 a 345 do CC. O seu objetivo principal no processo do trabalho é exonerar o
empregador da mora do pagamento no pagamento de determinadas verbas.
É composta de duas fases: até o pagamento ou, não aceito, contesta-se o
pagamento. Há omissão na CLT, por isso usa-se subsidiariamente o CPC.
O seu cabimento pressupõe verbas rescisórias (art. 477). O empregado
não quis receber. Cabe do empregado ao empregador quanto às verbas a
mais, assim como de coisas: uniformes, materiais de serviço. Cabe, por fim,
extrajudicialmente. A competência é do local da prestação de serviços. Na
inicial tem que requerer o depósito em 5 dias. Se o juiz não se manifestar,
deposita-se até o quinto dia.
A defesa fundamenta-se quando não houve recusa, se foi justa a recusa,
se o depósito não foi efetuado no lugar do pagamento, ou se o depósito não é
integral. Não comparecendo o autor na audiência arquiva-se a ação. Se o réu
não comparecer dá-se revelia e confissão. Se há insuficiência de depósito
levanta-se a parte disponível e discute o resto. É cabível reconvenção.
MANDADO DE SEGURANÇA
O Mandado de segurança regia-se pela antiga lei 1.533 de 1951. Porém,
atualmente rege-se pela lei 12.016/10. Trata-se de um direito fundamental do
cidadão, com previsão no art. 5º, LXIX da CF.
Alguns requisitos precisam ser preenchidos em sede de mandado de
segurança. São eles: proteger direito líquido e certo; não ser caso de habeas
corpus ou habeas data; e ser responsável pela ilegalidade uma autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício do Poder Público.
Dos próprios requisitos temos o conceito de Mandado de Segurança,
qual seja, um tipo de remédio constitucional que visa a proteção de direito
líquido e certo, quando não amparado por habeas corpus ou habeas data, em
face de lesão ou ameaça de lesão a direito, por ato de autoridade praticado
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com abuso de poder. É uma ação, portanto, de conhecimento, com objeto
mandamental, em que o juiz determina à autoridade coatora o cumprimento
imediato da ordem.
O Mandado de Segurança tem natureza jurídica de ação. Seu cabimento
no processo do trabalho não está previsto na CLT sobre suas regras, por isso
utiliza-se a lei 12.016/10. Dos que podem ser a autoridade coatora na justiça do
trabalho está o juiz, diretor de secretaria, auditor fiscal do trabalho, etc.
A competência para Mandado de Segurança é originária do TRT. Art.
678, I, b, 3, conforme segue:
Art. 678. Aos Tribunais Regionais,
quando divididos em Turmas,
compete:
I - ao Tribunal Pleno, especialmente:
b) processar e julgar originariamente:
3) os mandados de segurança;
Quanto às hipóteses de cabimento, são elas – acórdão, sentença,
despacho, salvo se houver recurso previsto. Faz mister lembrar o que dispõe a
Súmula 267 do STF:
STF Súmula nº 267 - 13/12/1963 -
Súmula da Jurisprudência
Predominante do Supremo Tribunal
Federal - Anexo ao Regimento Interno.
Edição: Imprensa Nacional, 1964, p.
123.
Cabimento - Mandado de Segurança
Contra Ato Judicial Passível de
Recurso ou Correição
Não cabe mandado de segurança
contra ato judicial passível de recurso
ou correição.
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A petição inicial segue a regra do disposto no artigo 282 do CPC e, deve
ser feito em duas vias: toda a documentação. A autoridade coatora presta
informações, o que para tal tem o prazo de 10 dias. A prova documental já
constituída, por se tratar de direito líquido e certo. As provas devem vir com a
petição inicial. Pode haver concessão de liminar. Mas não se admite fase
probatória.
Comumente pode o impetrante requerer sejam requisitados documentos
em poder da repartição pública. O prazo para ajuizamento é de 120 dias. Do
processamento, após as informações prestadas será ouvido o Ministério
Público, após este, ao magistrado cabe proferir sentença em 5 dias. O Recurso
é ordinário. Prazo 8 dias. Contrarrazões: 8 dias.
INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE
O inquérito para apuração de falta traz como objetivo a rescisão do
contrato de trabalho de empregado estável que incorreu em justa causa. Sua
origem no Brasil deve-se à Lei Eloy Chaves, que é decreto 4.682 de 1923.
A CLT adotou o inquérito nos artigos 853 e 855 da CLT e o inquérito
deixou de ser administrativo para ser judicial. Empregados estáveis não podem
ser demitidos sem a instauração do inquérito, conforme pré-relata o art. 494 da
CLT. Assim como o empregado sindicalizado – art. 543, §3º da CLT. A Súmula
379 do TST, fala sobre Dirigente sindical – necessidade de inquérito, nos
seguintes termos:
Súmula nº 379 - TST - Res. 129/2005
- DJ 20, 22 e 25.04.2005 - Conversão
da Orientação Jurisprudencial nº 114
da SDI-1
Dirigente Sindical - Despedida -
Falta Grave - Inquérito Judicial -
Necessidade
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O dirigente sindical somente poderá
ser dispensado por falta grave
mediante a apuração em inquérito
judicial, inteligência dos arts. 494 e
543, §3º, da CLT. (ex-OJ nº 114 -
Inserida em 20.11.1997)
Pode fluir de tal direito, também, o empregado eleito para o cargo de
diretor em sociedade cooperativa, conforme regra do art. 543, CLT. No caso da
empregada gestante não há necessidade.
Há previsão do 853 da CLT – empregador contra empregado. Vejamos:
Art. 853. Para a instauração do
inquérito para apuração de falta grave
contra empregado garantido com
estabilidade, o empregador
apresentará reclamação por escrito à
Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30
(trinta) dias, contados da data da
suspensão do empregado.
A ação em comento é por escrito, não se admitindo verbal. O número de
testemunhas obedece ao disposto no art. 821 da CLT, qual seja, de até seis.
Sobre as custas, menciona-se ser de 2% sobre o valor do pedido.
Segundo o entendimento do art. 494 da CLT, não há obrigatoriedade de
suspensão do empregado. Novas faltas não há aditamento no inquérito, mas
sim novos inquéritos. O prazo é de 30 dias da suspensão. Não proposto em 30
dias após a suspensão o obreiro pode requerer a reintegração no emprego.
Súmula 403 do STF: decadência nos 30 dias. Vejamos:
STF Súmula nº 403 - 03/04/1964 - DJ
de 8/5/1964, p. 1239; DJ de 11/5/1964,
p. 1255; DJ de 12/5/1964, p. 1279.
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Decadência - Prazo para
Instauração do Inquérito Judicial -
Contegem - Suspensão, por Falta
Grave, de Empregado Estável
É de decadência o prazo de trinta dias
para instauração do inquérito judicial, a
contar da suspensão, por falta grave,
de empregado estável.
No caso de o trabalhador não ser suspenso, e passados os 30 dias em
que o empregado poderia ter sido suspenso, o inquérito deve ser ajuizado o
mais rápido possível pelo empregador, ocasião em que se pode entender que
houve perdão tácito da empresa em relação à falta praticada.
Na audiência o requerido tem 20 minutos para contestar oralmente ou
por escrito. Apresentam testemunhas, até seis, como dito anteriormente. As
Razões finais serão feitas em 10 minutos. O juiz renova conciliação e
sentencia.
Após sentença, desta surgem os efeitos, qual sejam, se acolhe a
pretensão extingue o contrato de trabalho a partir da propositura do inquérito.
Se houver rejeição da pretensão, não provada a falta, o empregado estável
terá o prosseguimento normal de seu contrato de trabalho, na hipótese de não
ter sido suspenso. E suspenso, será reintegrado ao emprego.
A conversão da reintegração em indenização é faculdade do juiz e não
das partes. Ocorre quando o juiz acreditar que não há mais compatibilidade
para o retorno.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Um bom conceito de ação civil pública diz que tal é o instrumento
processual constitucionalmente assegurado para a defesa judicial dos
interesses ou direitos metaindividuais, quais sejam, interesses ou direito
difusos, coletivos e individuais homogêneos.
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Direitos difusos são entendidos como direitos transindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas
pó circunstâncias de fato. Já os direitos coletivos: são os direitos
transindividuais de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou
classe de pessoas ligadas entre si ou com parte contrária por uma relação
jurídica base. E, por fim, direitos individuais homogêneos são direitos
decorrentes de origem comum, divisíveis, cujos titulares são perfeitamente
identificáveis e individualizáveis. Cada titular pode perfeitamente buscar a
devida reparação.
A competência material da Justiça do Trabalho para conhece e julgar a
ação civil pública decorre do disposto no art. 114 da CF/88, da Lei n.º 7.347/85
(LACP), da Lei n.º 8.078/90 (CDC) e da LC 75/93 (LOMPU, art. 83, III).
Observado a OJ 130 SDI-II-TST.
Tem Legitimidade o MPT para defesa do interesse individual homogêneo
dos trabalhadores e do interesse difuso ou coletivo, em face dos dispositivos
constitucionais e normas previstas no ordenamento jurídico pátrio.
No caso de Litisconsórcio reza o art. 5º, §2º, Lei n.º 7.347/85, abaixo
transcrito, que faculta ao Poder Público e a outras associações legitimadas a
habilitarem-se como litisconsortes de qualquer das partes:
Art. 5o Têm legitimidade para propor a
ação principal e a ação cautelar:
(...)
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e
a outras associações legitimadas nos
termos deste artigo habilitar-se como
litisconsortes de qualquer das partes.
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No que se refere ao objeto, prevalece a regra do art. 3º, Lei n.º 7.347/85
que coloca a condenação em dinheiro, ou o cumprimento de obrigação de fazer
ou não fazer. Podendo, inclusive, haver cumulação de pedidos, se compatíveis
entre si.
Sobre a tutela preventiva fundamentada nos arts. 4 e 12 da Lei n.º
7.347/85, sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela
liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.
Relativamente aos casos de prescrição e decadência, se houver
interesses e direitos difusos e coletivos não haverá prescrição ou decadência.
Porém, se houver interesses e direitos individuais homogêneos aplica-se a
prescrição comum prevista no art. 7º, XXIX, CF/88
Em sede de coisa julgada e litispendência, a coisa Julgada Material é a
eficácia que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso
ordinário ou extraordinário (467, CPC). Se se trata de interesses difusos o
efeito é erga omnes, se coletivos, ultra partes e, se Individuais Homogêneos,
erga omnes. As ações coletivas não induzem litispendência para as ações
individuais.
CONCLUSÃO
O presente trabalho tem finalidade cognitiva, à pedido da professora de
Direito Processual do Trabalho. Foi muito importante esta pesquisa e registro
de informações porque possibilitou um aprofundamento maior no tema, vez que
demandou um bom tempo de leitura para compreensão e apresentação do
tema. O conteúdo foi exposto de forma bem sucinta e linguagem jurídica
simples, porém, acertada, creio, favorecendo assim um melhor entendimento
sobre o assunto.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARTINS, Sergio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas,
2007.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Processo do Trabalho. São
Paulo: Saraiva, 2011.
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. São
Paulo. LTr, 2007.
TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Ação Rescisória no Processo do Trabalho.
São Paulo, LTr, 2010.
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