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I – Introdução Em geral, a relação jurídica é formada pelo triângulo juiz, autor e réu. Mas não é sempre que essa relação simples abarca todos os possíveis envolvidos ou interessados num processo, seja direta ou indiretamente. Em algumas situações, essas relações de direito material podem produzir efeitos, não somente sobre os litigantes diretos, mas sobre outras pessoas, em princípio estranhas ao processo. Dessa forma, a lei prevê a possibilidade de terceiros intervirem no processo , seja de forma espontânea ou provocada, seja em substituição a um dos litigantes ou em acréscimo. A este instituto dá-se o nome de “Intervenção de Terceiros”. Ocorre toda vez que alguma pessoa estranha à lide (que não é parte) ingressa no processo. Justifica-se apenas quando seu direito puder ser atingido pela decisão judicial (GONÇALVES, 2009, p. 147). É necessário, portanto, que o terceiro que intervier no processo tenha interesse jurídico no resultado da demanda, não sendo qualquer motivo que justifique sua entrada no litígio. Trata-se, de um incidente processual que, via de regra, causa morosidade ao processo, e só é permitido em alguns casos previstos em lei. Dependendo da modalidade da intervenção, ela pode ser voluntária ou compulsória (coercitiva). Não é possível a intervenção de terceiros no âmbito dos juizados especiais, em conformidade com o artigo 10 da lei 9.099/95, visto que tais juizados tem o objetivo de celeridade dos processos. Definição : “Dá-se à intervenção de terceiros quando uma pessoa ou ente, não sendo, originariamente, parte na causa, nela ingressa para defender seus próprios interesses ou os de uma das partes primitivas da relação processual”. (LEITE, 2009, p. 421). A Modalidades de intervenção de terceiros,Conforme Gonçalves, a intervenção de terceiros pode ser dividida em duas grandes classificações: a) Quando a iniciativa parte do terceiro, podendo ser assistência e oposição. b) Quando o ingresso de terceiro é provocado, podendo ser nomeação à autoria;denunciação da lide;chamamento ao processo. Nessa intervenção, um terceiro que tenha interesse no processo e se beneficie dele, poderá ingressar assistindo umas das partes.Ocorre, portanto, na hipótese de um terceiro intervir no processo para colaborar com uma das partes, pois tem interesse em que a parte seja vencedora da demanda, uma vez que a decisão também lhe afeta.Na assistência o assistente não avoca para si

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I IntroduoEm geral, a relaojurdica formada pelo tringulo juiz, autor e ru. Mas no sempre que essa relao simples abarca todos os possveis envolvidos ou interessados num processo, seja direta ou indiretamente. Em algumas situaes, essas relaes de direito material podem produzir efeitos, no somente sobre os litigantes diretos, mas sobre outras pessoas, em princpio estranhas ao processo.Dessa forma, a lei prev a possibilidade de terceiros intervirem noprocesso, seja de forma espontnea ou provocada, seja em substituio a um dos litigantes ou em acrscimo. A este instituto d-se o nome de Interveno de Terceiros.Ocorre toda vez que alguma pessoa estranha lide (que no parte) ingressa no processo. Justifica-se apenas quando seudireitopuder ser atingido pela deciso judicial (GONALVES, 2009, p. 147). necessrio, portanto, que o terceiro que intervier no processo tenha interesse jurdico no resultado da demanda, no sendo qualquer motivo que justifique sua entrada no litgio. Trata-se, de um incidente processual que, via de regra, causa morosidade ao processo, e s permitido em alguns casos previstos em lei.Dependendo da modalidade da interveno, ela pode ser voluntria ou compulsria (coercitiva). No possvel a interveno de terceiros no mbito dos juizados especiais, em conformidade com o artigo 10 da lei 9.099/95, visto que tais juizados tem o objetivo de celeridade dos processos.Definio: D-se interveno de terceiros quando uma pessoa ou ente, no sendo, originariamente, parte na causa, nela ingressa para defender seus prprios interesses ou os de uma das partes primitivas da relao processual. (LEITE, 2009, p. 421).

A Modalidades de interveno de terceiros,Conforme Gonalves, a interveno de terceiros pode serdivididaem duas grandes classificaes:a) Quando a iniciativa parte do terceiro, podendo ser assistncia e oposio.b) Quando o ingresso de terceiro provocado, podendo ser nomeao autoria;denunciao da lide;chamamento ao processo.Nessa interveno, um terceiro que tenha interesse no processo e se beneficie dele, poder ingressar assistindo umas das partes.Ocorre, portanto, na hiptese de um terceiro intervir no processo para colaborar com uma das partes, pois tem interesse em que a parte seja vencedora da demanda, uma vez que a deciso tambm lhe afeta.Na assistncia o assistente no avoca para si algum direito ou benefcio, mas tem o nico objetivo de que a parte a quem assiste tenha resultado positivo no processo. o caso, por exemplo, do sublocatrio, cujo senhorio, no caso o sublocador, est sendo litigado pelo locador para devolver o imvel a ele locado. Na hiptese de o locador ganhar a causa, fazendo com que o locatrio deixe o imvel, a implicao indireta que o sublocatrio tambm dever deixar o imvel em questo, embora ele no tenha nenhuma relao direta com o locador.H duas formas de assistncia: Simples ou Adesiva e Litisconsorcial.1.1.Assistncia Simples ou AdesivaDe acordo com o Cdigo de Processo Civil:Art.50.Pendendo uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro, que tiver interesse jurdico em que a sentena seja favorvel a uma delas, poder intervir no processo para assisti-la.Pargrafo nico.A assistncia tem lugar em qualquer dos tipos de procedimento e em todos os graus da jurisdio; mas o assistente recebe o processo no estado em que se encontra.Na assistncia simples o terceiro no tem ligao direta com o litgio, ou seja, no parte da ao, porm pode ser afetado pela deciso. Dessa forma ele ingressa no processo com o intuito de assistir, ajudar a uma das partes de forma a se beneficiar com a deciso judicial (NADU, 2010)Neste caso o assistente entra no processo como coadjuvante, e, embora sujeito do processo, no se torna parte dele. So necessrios trs requisitos: (i) que o terceiro tenha relao jurdica com as partes; (ii) que essa relao seja distinta da que est sendo discutida em juzo, e; (iii) que o resultado jurdico afete a relao jurdica do terceiro com a parte. (GONALVES, 2009, p. 151). Tem, portanto, o assistente, o interesse jurdico que a deciso da demanda seja favorvel ao assistido.A assistncia pode ser admitida em qualquer estgio do processo, sendo claro, conforme pargrafo nico do Art. 50, que o assistente participa do processo no estado em que se encontra, no podendo de nenhuma forma intervir em situaes j resolvidas anteriormente.

1.2.Assistncia LitisconsorcialTambm chamada de Assistncia Qualificada, assim descrita no Art. 54 do CPC:Art.54.Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente, toda vez que a sentena houver de influir na relao jurdica entre ele e o adversrio do assistido.Pargrafo nico.Aplica-se ao assistente litisconsorcial, quanto ao pedido de interveno, sua impugnao e julgamento do incidente, o disposto no art. 51.Neste caso, o assistente tem relao jurdica direta com o litigante do assistido, ou seja, o resultado da demanda afeta diretamente direito seu. o caso do herdeiro, em processo representado pelo esplio, cuja sentena tenha efeito direto no seu direito de herana.Nessa modalidade, o terceiro solicita o ingresso na ao na qualidade de litisconsorte, dessa forma, um pode representar o outro ou o grupo no processo (GONALVES, 2009, p. 155).Conforme Tornaghi, o assistente litisconsorcial deixa de ser coadjuvante e passa a ser litisconsorte facultativo do processo, como declara:Nesse ponto reside a grande diferena entre o assistente coadjuvante (art. 50) e o considerado litisconsorte (art. 54): aquele no pode assumir, em face do pedido, posio diversa da do assistido; esse, o assistente litisconsorcial, de que trata este artigo, pode faz-lo. A assistncia simples cessa nos casos em que o processo termina por vontade do assistido (art. 53); a litisconsorcial permite que o interveniente prossiga para defender o seu direito, ainda que a parte originria haja desistido da ao, haja reconhecido a procedncia do pedido ou haja transacionado com a outra parte (TORNAGHI, 1975, p. 231).Carlos Henrique Bezerra Leite coloca da seguinte forma:Na prtica, a assistncia litisconsorcial assemelha-se a uma espcie de litisconsrcio facultativo ulterior, na medida em que o assistente litisconsorcial poderia, desde o incio do processo, ter sido litisconsorte facultativo-unitrio da parte assistida (LEITE, 2009, p. 423).Citando Claudio Armando Couce de Menezes, o mesmo autor coloca que:Na assistncia simples, a relao jurdica com o assistido e na relao litisconsorcial com a parte contrria a do assistido; na assistencia litisconsorcial, o direito tanto do assistido quanto do assistente; j na assistncia simples o direito somento do assistido. Na assistncia litisconsorcial, no se aplica o disposto no art. 53 do CPC, pois o assistente litisconsorcial poder se opor desistncia do assistido, procedncia do pedido, transao e ao acordo, porque ele parte, litisconsorte; o assistente coadjuvante no pode assumir, em face do pedido, posio diversa da do assistido; o assistente litisconsorcial pode faz-lo; a assistncia simples cessa nos casos em que o processo termina por vontade do assistido (art. 53); a litisconsorcial possibilita a defesa do interveniente, mesmoque a parte originria tenha desistido, transacionado ou reconhecido (LEITE, 2009, p. 423 e 424).O Art. 55 do CPC diz que,Art.55.Transitada em julgado a sentena, na causa em que interveio o assistente, este no poder, em processo posterior, discutir a justia da deciso, salvo se alegar e provar que:Ipelo estado em que recebera o processo, ou pelas declaraes e atos do assistido, fora impedido de produzir provas suscetveis de influir na sentena;IIdesconhecia a existncia de alegaes ou de provas, de que o assistido, por dolo ou culpa, no se valeu.Quer dizer que, uma vez participante como terceiro no processo em discusso entre A e B, no poder C, em processo posterior, discutir o que foi julgado, a menos que prove que fora impedido de produzir provas que pudessem mudar o quadro da deciso, ou que o assistido, parte do processo, deixou de se valer de provas e alegaes de que dispunha. Vale dizer que tal impedimento deve ter ocorrido a partir do momento em que o terceiro entrou no processo, uma vez que no pode questionar atos anteriores sua entrada.2.Oposio art. 56 a 61Art.56.Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e ru, poder, at ser proferida a sentena, oferecer oposio contra ambos.Art.57.O opoente deduzir o seu pedido, observando os requisitos exigidos para a propositura da ao (arts. 282 e 283). Distribuda a oposio por dependncia, sero os opostos citados, na pessoa dos seus respectivos advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias.Pargrafo nico.Se o processo principal correr revelia do ru, este ser citado na forma estabelecida no Ttulo V, Captulo IV, Seo III, deste Livro.Art.58.Se um dos opostos reconhecer a procedncia do pedido, contra o outro prosseguir o opoente.Art.59.A oposio, oferecida antes da audincia, ser apensada aos autos principais e correr simultaneamente com a ao, sendo ambas julgadas pela mesma sentena.Art.60.Oferecida depois de iniciada a audincia, seguir a oposio o procedimento ordinrio, sendo julgada sem prejuzo da causa principal. Poder o juiz, todavia, sobrestar no andamento do processo, por prazo nunca superior a 90 (noventa) dias, a fim de julg-la conjuntamente com a oposio.Art.61.Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ao e a oposio, desta conhecer em primeiro lugar.Oposio a interveno onde um terceiro, por sua iniciativa e em nome prprio, postula em juzo contra autor e ru reclamando o bem ou direito objeto da ao (BARROSO, 2007). permitida no processo em rito ordinrio, sendo defesa no rito sumrio, conforme art. 280 do CPC que diz:Art. 280. No procedimento sumrio no so admissveis a ao declaratria incidental e a interveno de terceiros, salvo a assistncia, o recurso de terceiro prejudicado e a interveno fundada em contrato de seguro. um processo incidente, com todos os requisitos exigidos para a propositura de uma ao, conforme descritos nos artigos 282 e 283 do CPC. Processo incidente assim definido por Dinamarco:Processo incidente uma relao jurdica processual nova, assentada sobre um procedimento novo. Diz-seincidenteesse processo porque instaurado sempre de modo relacionado com algum processo pendente e porque visa a um provimento jurisdicional que de algum modo influir sobre este ou seu objeto. o que se d,v.g., no processo dos embargos do executado, no qual se produzir sentena destinada a atuar sobre o processo executivo ou sobre a prpria pretenso exeqenda. o que se d tambm na oposio autnoma, que d origem a um processo novo e esse processo novo produzir sentena sobre matria prejudicial ao objeto do processo pendente (DINAMARCO, Interveno de Terceiros, 2002, p. 94).A ao de oposio de natureza espontnea, ou seja, cabe ao terceiro opositor decidir se e quando vai intervir no processo pendente.Com a ao demonstra o opositor interesse parcial ou total no objeto em litgio entre autor e ru do processo original, os quais passam condio de litisconsortes necessrios na nova ao. Sua entrada dever ser feita por petio inicial feita pelo terceiro visando o bem jurdico em questo no processo original e demanda em face do autor e ru da ao (BARROSO, 2007, p. 173)Tem o objetivo de ensejar julgamento simultneo em face de autor e ru originais, e deduz jurisdicionalmente pretenso incompatvel com interesses de autor e ru.Tal ao, como deduz a doutrina, s pode ser proposta at ser proferida a sentena, uma vez que, transitada em julgado, no h como entrar com ao de oposio em face daquele que perdeu a ao original, seno atravs de outro processo (BARROSO, 2007, p. 173).Sua distribuio ser por dependncia, ou seja, o juiz da causa principal dever ser competente para julgar a ao de oposio, pois se tratam de causas conexas.Na ao de oposio, a citao dos rus feita na pessoa de seus procuradores, independente de terem sido apoderados para isto ou no, pois trata-se de determinao especfica, constante do art. 57.H dois tipos de ao de oposio, quais sejam:1. Interveniente: ao incidente proposta antes do incio da audincia de instruo. Nesse caso haver uma nica instruo e uma nica sentena.2. Autnoma: ao incidente proposta aps iniciada a audincia. Nesse caso pode sobrestar, ou seja, prorrogar a audincia por at noventa dias, aguardando que os atos da ao de oposio se alinhem com os da principal, para que possam ser julgados em conjunto. Caso contrrio, julgar as duas aes isoladamente, ou seja, proferir sentenas em separado.No caso de julgamento das aes em conjunto, a ao de oposio ter primazia sobre a ao principal, pois tem carter de prejudicialidade, quer dizer, uma vez acolhida a ao de oposio como vencedora, julgou-se a ao principal como improcedente.3.Nomeao autoria art. 62 a 691. Art.62.Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome prprio, dever nomear autoria o proprietrio ou o possuidor.2. Art.63.Aplica-se tambm o disposto no artigo antecedente ao de indenizao, intentada pelo proprietrio ou pelo titular de um direito sobre a coisa, toda vez que o responsvel pelos prejuzos alegar que praticou o ato por ordem, ou em cumprimento de instrues de terceiro.3. 64.Em ambos os casos, o ru requerer a nomeao no prazo para a defesa; o juiz, ao deferir o pedido, suspender o processo e mandar ouvir o autor no prazo de 5 (cinco) dias.4. 65.Aceitando o nomeado, ao autor incumbir promover-lhe a citao; recusando-o, ficar sem efeito a nomeao.5. 66.Se o nomeado reconhecer a qualidade que Ihe atribuda, contra ele correr o processo; se a negar, o processo continuar contra o nomeante.6. 67.Quando o autor recusar o nomeado, ou quando este negar a qualidade que Ihe atribuda, assinar-se- ao nomeante novo prazo para contestar.7. 68.Presume-se aceita a nomeao se:Io autor nada requereu, no prazo em que, a seu respeito, Ihe competia manifestar-se;IIo nomeado no comparecer, ou, comparecendo, nada alegar.1. 69.Responder por perdas e danos aquele a quem incumbia a nomeao:Ideixando de nomear autoria, quando Ihe competir;IInomeando pessoa diversa daquela em cujo nome detm a coisa demandada. um incidente processual pelo qual o ru contesta ilegitimidade de parte e nomeia o verdadeiro ru.Cndido Rangel Dinamarco define que a utilidade da nomeao autoria consiste em antecipar solues para a questo da legitimidade passiva, mediante incidente razoavelmente simples, em que o autor, alertado, tem oportunidade de retificar a mira da demanda proposta. (DINAMARCO, Instituies de Direito Processual, 2004, p. 397).Trata-se, portanto, de procedimento que visa a correo do plo passivo da relao processual. uma das modalidades de interveno de terceiros e caracteriza-se pela entrada (interveno) coercitiva de terceiro, indicado pelo ru original, e que visa seu expurgo do processo como parte ilegtima. Em tese, ocorre a substituio do ru demandado erroneamente pelo ru ora nomeado.A nomeao somente pode ser provocada pelo demandado (ru). Trata-se de pessoa que detm coisa alheia, e que a tem demandada em nome prprio. Pode ser mero detentor ou mero executor ou cumpridor de ordens.No primeiro caso temos como exemplo a figura do caseiro que foi contratado para cuidar de uma gleba de terras, supostamente pelo dono. O caseiro, nesse caso tem a deteno da terra. Quando o verdadeiro dono descobre a invaso, promove ao em face do caseiro supondo ser ele o invasor. Ao arguir sua ilegitimidade como parte do processo, o caseiro deve nomear o verdadeiro possuidor das terras, por quem foi contratado.No segundo caso temos a figura do funcionrio que faz determinada tarefa a mando de seu patro, por exemplo, joga o lixo no terreno do vizinho e flagrado em tal ato. Ao entrar com ao contra esse funcionrio, o mesmo argi ilegitimidade de parte alegando que foi mero executor da ordem dada por seu patro, nomeando-o, assim, no processo.A nomeao autoria deve ser feita no prazo de defesa. Em caso de eventual indeferimento do pedido, o ru, que perdeu o prazo de defesa pois o utilizou para a contestao de ilegitimidade de parte tem novo prazo de defesa concedido pelo juiz.Se deferido o pedido, o juiz determina a suspenso do processo e manda ouvir o autor no prazo de 5 (cinco) dias, que poder aceitar ou no a nomeao, correndo o risco de extino do processo por carncia da ao e assuno das custas processuais e honorrios advocatcios em favor do ru.A aceitao por parte do autor da ao tida como tcita em caso de no manifestao dentro do periodo de 5 (cinco) dias. Cabe ao autor do processo promover a citao do nomeado (BARROSO, 2007, p. 176).O nomeado tambm tem a prerrogativa de aceitar ou no entrar no processo. Se o nomeado reconhecer a autoria, correr contra ele o processo e o antigo ru deixar o processo (PICOLIN, 2010). Em caso de recusa, o processo correr normalmente contra o demandado. Entretanto, fica o nomeado sujeito sentena a ser proferida no processo. (BARROSO, 2007, p. 176), ou seja, o fato de no reconhecer a autoria no o eximir de responsabilidade, pois a sentena pode produzir efeitos contra ele.Pode tambm, neste caso, o autor do processo, em descobrindo o verdadeiro autor do esbulho, desistir da ao contra o ru ilegtimo e mover nova ao contra o legitimado.De acordo com o art. 68 inc. II, ser considerada aceita a nomeao se o nomeadono comparecer, ou comparecendo nada alegar.Caso o ru, ainda que ilegtimo, deixe de fazer a nomeao autoria dentro do prazo de contestao, responde o ru pelas perdas e danos ocorridos no decurso do processo (art. 69 do CPC).Pode, contudo, o ru entrar com uma ao de regresso posterior em face do terceiro para reivindicar reparao dos danos eventualmente sofridos pela sentena, no entanto, trata-se de uma ao autnoma.4.Denunciao da Lide art. 70 a 7670.A denunciao da lide obrigatria:Iao alienante, na ao em que terceiro reivindica a coisa, cujo domnio foi transferido parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evico Ihe resulta;IIao proprietrio ou ao possuidor indireto quando, por fora de obrigao ou direito, em casos como o do usufruturio, do credor pignoratcio, do locatrio, o ru, citado em nome prprio, exera a posse direta da coisa demandada;IIIquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ao regressiva, o prejuzo do que perder a demanda.71.A citao do denunciado ser requerida, juntamente com a do ru, se o denunciante for o autor; e, no prazo para contestar, se o denunciante for o ru.72.Ordenada a citao, ficar suspenso o processo.1oA citao do alienante, do proprietrio, do possuidor indireto ou do responsvel pela indenizao far-se-:a) quando residir na mesma comarca, dentro de 10 (dez) dias;b) quando residir em outra comarca, ou em lugar incerto, dentro de 30 (trinta) dias.2oNo se procedendo citao no prazo marcado, a ao prosseguir unicamente em relao ao denunciante.73.Para os fins do disposto no art. 70, o denunciado, por sua vez, intimar do litgio o alienante, o proprietrio, o possuidor indireto ou o responsvel pela indenizao e, assim, sucessivamente, observando-se, quanto aos prazos, o disposto no artigo antecedente.74.Feita a denunciao pelo autor, o denunciado, comparecendo, assumir a posio de litisconsorte do denunciante e poder aditar a petio inicial, procedendo-se em seguida citao do ru.75.Feita a denunciao pelo ru:Ise o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo prosseguir entre o autor, de um lado, e de outro, como litisconsortes, o denunciante e o denunciado;IIse o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade que Ihe foi atribuda, cumprir ao denunciante prosseguir na defesa at final;IIIse o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor, poder o denunciante prosseguir na defesa.76.A sentena, que julgar procedente a ao, declarar, conforme o caso, o direito do evicto, ou a responsabilidade por perdas e danos, valendo como ttulo executivo.Outra das modalidades da interveno de terceiros, a denunciao da lide a mais complexa das intervenes. No Cdigo de Processo Civil de 1973 substituiu o antigo instituto que era chamado de Chamamento Autoria pela Denunciao da Lide. Esse instituto visa adicionar ao processo um terceiro, ao qual ser facultado assumir a qualidade de litisconsorte ao lado do denunciante, negar a qualidade que lhe foi atribuda ou ainda confessar os fatos alegados pelo denunciante (CAMPOS, 2008). interveno de garantia ou de direito de regresso, e visa incluir algum que vir futuramente ser responsabilizado pelo resultado da lide. A soluo da lide decidir no somente o conflito da ao principal, mas tambm aquele criado pela ao acessria, entre denunciante e denunciado.Pode ser provocada tanto pelo autor quanto pelo ru, tem natureza jurdica de ao sem, no entanto, ensejar processo autnomo, est ligado ao direito de regresso. O autor deve fazer a denunciao na petio inicial e o ru no prazo da contestao.EvicoO artigo 70 inciso I menciona a obrigatoriedade da denncia ao alienante, na ao em que terceiro reivindica a coisa, cujo domnio foi transferido parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evico Ihe resulta (CPC).Evico perda da propriedade ou posse de bem adquirido de quem no era o verdadeiro dono. Trata-se, por exemplo, do adquirente de bem imvel cujo alienante era suposto dono do imvel. No momento que se descobre tal transao, o verdadeiro dono pode entrar com ao reivindicatria para reaver o bem. Se condenado, ou seja, se reconhecido o direito do terceiro, tem o aquirente o direito de regresso em face do alienante para ressarcimento dos prejuzos orindos da evico. Nesse caso o adquirente deve denunciar lide o alienante para, em caso de condenao evico, seja o alienante tambm condenado ao ressarcimento dos prejuizos causados. Trata-se, portanto, de uma obrigatoriedade constante do caput do artigo 70, e que, neste caso, deve ser promovida pelo ru (adquirente).Como dissemos acima, a denunciao lide pode tambm ser promovida pelo autor. Suponhamos que Joo tenha adquirido um imvel de Pedro, ao tentar tomar posse do imvel, descobre que o mesmo est ocupado por Antonio. Joo, ento, move uma ao em face de Antonio, denunciando Pedro lide, que foi quem lhe vendeu o imvel. Neste caso Joo o autor (adquirente), Antonio o ru e Pedro o alienante (terceiro).Possuidor indiretoO artigo 70 inciso II do CPC determina a denunciao da lide ao proprietrio ou ao possuidor indireto quando, por fora de obrigao ou direito, em casos como o do usufruturio, do credor pignoratcio, do locatrio, o ru, citado em nome prprio, exera a posse direta da coisa demandada.Sobre posse temos no Cdigo Civil a seguinte definio:Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exerccio, pleno ou no, de algum dos poderes inerentes propriedade.Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, no anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.O cdigo civil, portanto, define como possuidor direto aquele que tem de fato o exerccio, pleno ou no, de algum dos poderes inerentes propriedade,isto , trata-se, por exemplo, do locatrio que durante a vigncia do contrato de locao tem a posse do imvel, do usufruturio que detm a posse do imvel para seu usufruto pelo tempo determinado no contrato que assim o denominou, do credor pignoratcio que tem o bem objeto da lide como garantia creditcia, sendo possuidor indireto aquele que entregou o bem em garantia, ou o locou, ou o concedeu em usufruto a algum.Nestes casos o ru, possuidor direto, deve denunciar lide o proprietrio ou possuidor indireto para, em caso de condenao, possa o ru ser ressarcido dos danos causados por aquela perda.So raros os casos enquadrados nesta situao, mas, como exemplo, temos o inquilino que faz obra de melhorias necessrias no imvel que detm a posse, a mando do locador, e que provoca danos ao imvel contguo, sendo acionado para a devida reparao. Assim, por direito de regresso, pode o locatrio provocar a entrada do locador no processo, denunciando-o lide, para responder pelas perdas causadas pela eventual condenao, ressarcindo o locatrio.4.3 Direito de RegressoH ainda o inc. III do art. 70 que diz da denunciao da lide quele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ao regressiva, o prejuzo do que perder a demanda. Trata-se de um artigo com amplitude tal que abarca, inclusive, os casos mencionados nos incisos I e II, j que aqueles so previstos em lei. H vrios contratos que preveem o direito de regresso, entre eles est o de seguro, em que a seguradora contratada recebe prmio para garantir eventual ressarcimento de perdas e danos, inclusive de terceiros envolvidos em eventual acidente de transito, do Estado em relao ao funcionrio pblico que culposamente causou dano a terceiros.A denunciao da lide tem como objeto o direito de regresso, questo no discutida no processo principal.Com base no caput do artigo 70, Campos defende que a no denunciao da lide acarretar na perda do direito de regresso em direitos formais (CAMPOS, 2008). Contudo, embora conste a obrigatoriedade da denunciao da lide, nos casos dos incisos II e III pode o detentor do direito de regresso optar pela denunciao da lide ou a moo de um processo em separado, sem que haja perda do seu direito. Perdura ainda a obrigatoriedade da denunciao, nos casos do inciso I, que trata da evico, contudo h entendimentos de que nem mesmo neste caso, o evicto deve perder o seu direito de regresso.Diz o acrdo do Superior Tribunal de Justia, REsp 255.639-SP, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, publicado no DJU de 11.06.2001:Evico. Denunciao da lide. Precedentes da Corte. 1. J assentou a Corte, em diversos precedentes, que o direito que o evicto tem de recobrar o preo, que pagou pela coisa evicta, independe, para ser exercitado, de ter ele denunciado a lide ao alienante, na ao em que terceira reivindicara a coisa. (Jus Brasil).1. 5.Chamamento ao processo art. 77 a 80Art.77. admissvel o chamamento ao processo:(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973)Ido devedor, na ao em que o fiador for ru;(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973)IIdos outros fiadores, quando para a ao for citado apenas um deles;(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973)IIIde todos os devedores solidrios, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dvida comum.(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973)Art.78.Para que o juiz declare, na mesma sentena, as responsabilidades dos obrigados, a que se refere o artigo antecedente, o ru requerer, no prazo para contestar, a citao do chamado.Art.79.O juiz suspender o processo, mandando observar, quanto citao e aos prazos, o disposto nos arts. 72 e 74.Art.80.A sentena, que julgar procedente a ao, condenando os devedores, valer como ttulo executivo, em favor do que satisfizer a dvida, para exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou de cada um dos co-devedores a sua quota, na proporo que Ihes tocar.Definio: incidente pelo qual o devedor demandado chama para integrar o mesmo processo os coobrigados pela dvida, de modo a faz-los tambm responsveis pelo resultado do feito (THEODORO JUNIOR, 2003, p. 135).O objetivo deste instituto incluir no processo em andamento o devedor principal e/ou os coobrigados pela dvida demandada no plo passivo da ao, como litisconsortes (CAMPOS, 2008), com o fim especfico de que o juiz profira sua deciso exarando a responsabilidade de cada um dos coobrigados. Aqueles que so chamados ao processo possuem alguma obrigao com o objeto da ao em curso e poderiam ter sido demandados diretamente pelo autor.O reclamado pode chamar ao processo pendente os demais coobrigados, mas se no o fizer, poder mover ao regressiva posterior em face deles, no perdendo, portanto, o seu direito de regresso (CAMPOS, 2008). Tal procedimento visa a economia processual que, se no exercido tal direito, fica o ru, na hiptese de nova ao, nesse caso regressiva, sujeito s custas processuais de um novo processo . um instituto destinado somente aos rus, uma vez que autor, no caso de incluso dos demais coobrigados, o faria na petio inicial. Nessa linha, conforme Ovdio Araujo Batista, uma faculdade legal outorgada apenas aos rus, para que eles chamem causa como seus litisconsortes passivos, na demanda comum, ou o outro, ou os outros coobrigados, perante o mesmo devedor. (BATISTA DA SILVA, 2003, p. 302).Esse mesmo entendimento defendido pelo prof. Carneiro, quando escreve:O chamamento, convm no esquecer, foi institudo em favor do ru, no do autor. Assim, s admissvel quando possa beneficiar ao ru. (CARNEIRO, 1998).Por se tratar de dvida solidria, o credor no obrigado a demandar todos os coobrigados, como se l no cdigo civil art. 275:Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dvida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.Pargrafo nico. No importar renncia da solidariedade a propositura de ao pelo credor contra um ou alguns dos devedores.Como vemos, o artigo 275 do CC diz que o credor tem direito, no obrigao, ou seja, ele pode cobrar a dvida de um s devedor.Mas, pelas regras do artigo 77 do CPC, o ru tem o direito de chamar ao processo todos os demais devedores, citando, no inc. I o devedor, na ao em que o fiador for ru, no inc. II os outros fiadores, quando para a ao for citado apenas um deles,e no inc. IIItodos os devedores solidrios, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dvida comum.Trata-se, portanto, de litisconsrcio facultativo, pois facultado ao ru chamar os terceiros coobrigados para que respondam solidariamente a lide(CAMPOS, 2008).De acordo com o inciso I, o ru, o fiador do devedor principal, que provoca a participao do devedor principal para solidariamente responder pela dvida demandada. evidente que devedor principal no pode chamar ao processo o fiador ou fiadores, visto que no existe direito de regresso neste caso, como declara Grecco:. ao ru no assiste interesse processual em chamar o terceiro como seu litisconsorte se no puder, pelo menos em tese, exercer posteriormente direito de regresso contra ele. O chamamento existe por causa da economia processual, como vimos, para atender o interesse do ru coobrigado, no para facilitar o atendimento da pretenso material do autor que escolheu, entre os codevedores, contra quem demandar. (GRECCO FILHO, 1986).No inciso I, temos claro que a denunciao atinge to somente proprietrio ou possuidor indireto.J no inciso II, a denunciao dirigida aos demais fiadores no inclusos na petio inicial, e feita pelo fiador arrolado como ru na demanda principal.E no inciso III, a denunciao dirigida a todos os demais devedores solidrios no inclusos na petio inicial.Trata-se, portanto, de interveno de solidariedade, que visa a correo do plo passivo, tal como na nomeao autoria. O ru chama ao processo os demais devedores ou fiadores que contraram a obrigao, mas que no foram demandados na lide em andamento, para que respondam solidariamente, reunindo num nico processo todos os coobrigados, que sero responsabilizados pela parte que lhes cabe. Inclusos no processo, todos os chamados passam condio de litisconsortes.Na hiptese de o ru principal, o denunciante, ter de arcar com o pagamento da dvida, a sentena que o condenou vale como ttulo executivo contra os demais coobrigados denunciados, no sendo necessria nova ao.Vale lembrar que este instituto possvel somente na fase de conhecimento.III ConclusoVimos que o instituto da interveno de terceiros visa a economia processual, dando queles, na condio de assistentes (coadjuvantes) ou participantes ativos, a possibilidade de defenderem seus direitos perante os litigantes do processo original, seja porque o resultado da lide os atinja indiretamente e neste contexto interessa-lhes que a parte assistida seja a vencedora, seja para defender direito exclusivo em que as partes litigam sobre direito que no lhes cabe, seja para fazer com que a sentena seja justa para com todos os envolvidos fazendo com que todos os coobrigados sejam responsabilizados, sejam reivindicando direito de ressarcimento.Vimos tambm que, em alguns casos, a interveno de terceiros pode provocar retardamento no processo de forma prejudicial aos principais interessados, e que neste caso o juiz tem o poder de decidir que a mesma ocorra ou no.BibliografiaBARROSO, D. 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