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DIREITO DO PROCESSO CIVIL II PROFESSOR: ALCIRLEY MOURA BORGES 04/08/2011. Programa: 1. Procedimento sumário; 2. Juizados Especiais (Cíveis, Federais e Fazendários); 3. Teoria Geral das Cautelares; 4. Procedimentos Cautelares Específicos; 5. Procedimento Especial de Jurisdição Contenciosa. Procedimento Sumário - Base legislativa: artigo 275 e seguintes do CPC - Cap. 3, Título VII. O procedimento sumário que vale dizer até 1995, era denominado procedimento sumaríssimo (Lei 9.245/95), compõe o agrupamento do livro do processo de conhecimento “Livro I” no título “do processo e do procedimento”, capítulo III, artigos 275 a 281 do CPC. Aqui vale consignar que o processo de conhecimento visa a solução dos conflitos através da declaração jurisdicional da existência ou não do direito objeto da demanda, o que se estabeleceu com uma investigação aprofundada dos fatos no que se convencionou chamar de cognição exauriente. Procedimento Sumário: O procedimento comum sumário (artigo 272, CPC) é aquele em que tendo em vista o valor e a natureza jurídica da relação objeto da demanda se adota uma conduta mais simples e célere na busca da prestação jurisdicional, o que significa dizer que apesar de existir um processo que permita o conhecimento aprofundado dos fatos da lide os atos no âmbito deste tipo procedimento serão praticados de forma mais rápida e menos solene que aqueles praticados no âmbito do procedimento comum ordinário. Obs.: Importante observar os ensinamentos do Professor Luiz Guilherme Marinoni para quem o procedimento sumário, tal

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DIREITO DO PROCESSO CIVIL II PROFESSOR: ALCIRLEY MOURA BORGES

04/08/2011.Programa:

1. Procedimento sumário;2. Juizados Especiais (Cíveis, Federais e Fazendários);3. Teoria Geral das Cautelares;4. Procedimentos Cautelares Específicos;5. Procedimento Especial de Jurisdição Contenciosa.

Procedimento Sumário - Base legislativa: artigo 275 e seguintes do CPC - Cap. 3, Título VII.O procedimento sumário que vale dizer até 1995, era denominado procedimento sumaríssimo (Lei 9.245/95), compõe o agrupamento do livro do processo de conhecimento “Livro I” no título “do processo e do procedimento”, capítulo III, artigos 275 a 281 do CPC.

Aqui vale consignar que o processo de conhecimento visa a solução dos conflitos através da declaração jurisdicional da existência ou não do direito objeto da demanda, o que se estabeleceu com uma investigação aprofundada dos fatos no que se convencionou chamar de cognição exauriente.

Procedimento Sumário: O procedimento comum sumário (artigo 272, CPC) é aquele em que tendo em vista o valor e a natureza jurídica da relação objeto da demanda se adota uma conduta mais simples e célere na busca da prestação jurisdicional, o que significa dizer que apesar de existir um processo que permita o conhecimento aprofundado dos fatos da lide os atos no âmbito deste tipo procedimento serão praticados de forma mais rápida e menos solene que aqueles praticados no âmbito do procedimento comum ordinário.

Obs.: Importante observar os ensinamentos do Professor Luiz Guilherme Marinoni para quem o procedimento sumário, tal como posto no código de processo civil, não é um procedimento materialmente sumário, mas um procedimento formalmente sumário. Esclareceu ainda que existe diferença entre procedimento sumário e processo sumário, uma vez que o processo sumário não permite um conhecimento aprofundado dos fatos da demanda, como por exemplo, o processo cautelar em que os requisitos Fumaça do bom direito e perigo na demora permitem a tutela imediata sem a investigação típica do processo de conhecimento.

(PROVA) Processo de cognição sumária: é aquele que não possui uma análise aprofundada dos fatos, ou seja, é a cognição sumária material. Já o processo com procedimento sumário: por ser um procedimento mais célere, muitos confundem ser sua cognição sumária, porém o mesmo possui cognição exauriente, ou seja, a análise dos fatos são aprofundados seguindo materialmente o procedimento ordinário, logo sua cognição seria sumária formalmente.

- Hipóteses de Incidência do Procedimento Sumário:

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O legislador processual civil fixou no artigo 275, CPC - as demandas que devem atender ao procedimento sumário, quais sejam:

1. As que não ultrapassem a 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo;2. As que tratem das matérias arroladas nas alíneas “a” à “g” do inciso II do artigo

275, CPC.

11/08/2011.

Fixação do Procedimento Sumário em Razão do Valor

As demandas que não excedam 60 vezes ao valor do salário mínimo atenderão ao procedimento sumário, ressalvadas as hipóteses legais em sentido contrário, como por exemplo, parágrafo único do artigo 275 do CPC.

Devemos observar que o entendimento jurisprudencial e doutrinário que prevalece é aquele que determina a aplicação extensiva do artigo 87 do CPC. Para estabelecer o marco de fixação do procedimento, o que significa dizer, que o salário mínimo a ser considerado aquele em vigor no momento em que a ação for ajuizada.

Obs.: A aplicação do art. 87 do CPC é extensiva porque esse artigo fala de competência.

- Hipóteses de fixação do procedimento sumário em razão da matéria

Além do critério de fixação em razão do valor o legislador fixou o inciso II do artigo 275 do CPC, demandas em que independentemente do valor se adotará o procedimento comum sumário, assim é que temos:

A) Arrendamento rural ou de parceria agrícola: Esta matéria está disciplinada na lei 4.504/64 e em síntese revela negócio jurídico que viabiliza o uso e o gozo de imóvel rural mediante pagamento de aluguel (arrendamento rural) ou divisão dos lucros (parceria agrícola). Art. 275, II, alínea “a” do CPC.

B) Cobrança de quantias devidas ao condomínio: Esta matéria está disciplinada nos artigos 1314 ao 1358 do CC e em síntese cuida da pluralidade de proprietário e de coisa indivisível e assim é que toda e qualquer quantia tenha origem nesta relação, poderá ser exigida judicialmente através do procedimento comum sumário.

C) Ressarcimentos por danos em prédios urbanos ou rústicos: Tal hipótese revela que todo ato que cause dano a bem imóvel urbano ou rural poderá ser objeto de ação de indenização ou ação indenizatória que atenderá ao procedimento comum sumário, desde que o imóvel se enquadre no conceito rústico, que vale dizer que não possui um conceito jurídico determinado.

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D) Indenização por danos causados em acidentes de veículos de via terrestre; Aqui questões devem ser observadas: A primeira refere-se ao termo acidente que deve ser considerado muito mais como dano do que como acidente propriamente dito, já que ainda que presente o elemento vontade ele não será suficiente para afastar a adoção do procedimento sumário. A segunda observação diz respeito ao critério veículo terrestre que engloba todo e qualquer veículo terrestre, mas exclui os aéreos, fluviais e os navais.

E) Cobrança de seguro relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução: O objetivo aqui é o mesmo da alínea D, porém a demanda neste caso será proposta em face da seguradora com base no contrato de seguro.

Observação: Na hipótese da alínea “e”, II do artigo 275 não foi feita a restrição quanto a veículos terrestres de sorte que em princípio podemos concluir que os contratos de seguro de veículos aéreos, navais, fluviais e terrestre poderão deflagrar ajuizamento de ação pelo procedimento sumário.

F) Cobrança de honorários dos profissionais liberais: Aqui devemos observar que com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n° 45 que ampliou a competência da justiça do trabalho tal demanda em tese deveria ser submetida aquela justiça, porém o STJ através da súmula 363 fixou entendimento segundo o qual as ações de cobrança de honorários dos profissionais liberais é de competência da Justiça Comum Estadual, de sorte que prevaleça a determinação da alínea “F”, II, do art. 275 do CPC segundo a qual tais demandas atenderão ao procedimento sumário.

G) Revogação de doação: A matéria está regulada nos arts. 555 ao 564 do CC e deflagrará a adoção do procedimento sumário,vale dizer que tal hipótese de adoção do procedimento sumário foi inserido pela lei 12.122/2009.

- Exceções quanto aos critérios de fixação do procedimento sumário

De acordo com o disposto do parágrafo único do artigo 275 do CPC, mesmo que a demanda não ultrapasse a 60 vezes o valor do salário mínimo não será adotado procedimento sumário quando tenham por objetos questões relativas ao estado e a capacidade das pessoas.

- Incidentes expressamente proibidos no procedimento sumárioO art.280 do CPC não admite os seguintes incidentes:

1. Ação declaratória incidental (Art.325; Art.4°, Art. 5 do CPC);2. Intervenção de terceiros (Arts. 56 ao 80 do CPC)

Tais vedações que nos permitem afirmar que no âmbito do procedimento sumário não se admitirá a ampliação subjetiva incidental bem como a objetiva declaratória.

Observação: Devemos observar que a assistência do recurso de terceiro prejudicado bem como a intervenção fundada em contrato de seguro não se enquadram na vedação do art. 280 do CPC.

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18/08/2011. Fases do Procedimento Sumário:

1. Ato - Petição Inicial

De acordo com o art. 276 do CPC a petição inicial das demandas submetidas ao procedimento sumário deverá indicar o rol de testemunhas, os quesitos da perícia e o nome do assistente técnico. Sendo certo que, tais requisitos não afastam a incidência do art. 282 do CPC, o que significa dizer que, a petição inicial no procedimento sumário tem requisitos específicos.

2. Citação

A citação no procedimento sumário atenderá ao disposto no artigo 277 do CPC, porém é importante consignar que o conteúdo e a finalidade deste ato permanecem o mesmo em Sede de procedimento sumário. Observando como diferença essencial o prazo, ou seja, a forma com que o procedimento irá considerar os efeitos da citação. Já que a citação do réu deverá ser feita com antecedência mínima de dez (10) dias da data designada para audiência, que vale dizer será o momento em que o réu não obter a conciliação deverá oferecer a sua resposta que poderá ser escrita ou oral e seguir as modalidades consignadas no artigo 297 do CPC. Aqui devemos ressaltar, no entanto que a reconvenção é incompatível com o procedimento sumário, devendo o réu adotar o denominado pedido contraposto ou pedido reconvencional nos moldes do artigo 278 do CPC.

Oferecida a resposta e havendo necessidade de produção da prova oral, o juiz designará a audiência de instrução e julgamento, conforme previsto no §2º do artigo 278 do CPC ≠ da Lei 9.099 / 95 (Lei do Juizados).

Observação: A prova pericial complexa e incompatível com o procedimento sumário neste sentido é que temos: o §5º do artigo 277 do CPC, que vale dizer que determina a conversão do procedimento sumário em ordinário, toda vez que houver a necessidade de prova pericial complexa.

Observação: De tudo devemos observar ainda que no procedimento sumário a fase postulatória se completa em audiência com o oferecimento da resposta do réu e somente nela (audiência) se fará o saneamento e se estabilizará de modo definitivo a demanda, abrindo-se a fase instrutória nos moldes do § 2º do artigo 278 do CPC.

Por fim, devemos consignar que as fases decisórias recursal e eventualmente de antecipação da tutela irão seguir o mesmo regramento do procedimento ordinário por ausência de tratamento especial ou específico (especial) o que remete a orientação do parágrafo único do artigo 272 do CPC.

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Juizados Especiais Cíveis (Alexandre Freitas Câmara)

Os Juizados Especiais são em síntese um meio menos formal de solução de conflitos (lide). Foram instituídos na tentativa de implementar economia processual e celeridade nas demandas cíveis de menor complexidade, bem como facilitar o acesso a justiça prevista na CRFB/ 88 no seu artigo 5º, LXXIV.Sendo certo que hoje podemos afirmar a existência de um meio de sistema de prestação jurisdicional previstos nas Leis Nº 9.099/1995, Nº 10.259/ 2001 e Nº 12.153/2009.

Observação: Considerando que as demandas de menor complexidade em sua grande maioria são de baixo valor, o legislador infraconstitucional ao instituir os juizados adotou o critério valor para definir o que será menor complexidade e assim é que temos no artigo 3º da lei nº 9.099/1995 que as causas cujo valor não exceda a 40 vezes o salário mínimo será de competência do Juizado Especial Cível.

25/08/2011.

Princípios Fundamentais dos Juizados Especiais (Art. 98, I, CRFB/88)

Apesar de não serem exclusivos os procedimentos adotados pelos juizados especiais, os princípios apontados no artigo 2º da lei nº 9.099/1995 identificam e diferencia essa nova forma de prestar jurisdição. E assim é que temos os princípios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade.

Oralidade: Princípio segundo o qual a prática de atos processuais submetidos ao procedimento especial dos juizados, será oral, minimizando a sua burocratização e acelerando a solução dos conflitos, nesse sentido podemos citar, por exemplo, o §3º do artigo 13 e o artigo 36, ambos da lei nº 9.099/1995;

Simplicidade: Princípio segundo o qual se busca facilitar a compreensão da atividade jurisdicional instituindo em procedimento simplificado, dispensando incidente e formalidades típicas do processo comum e neste sentido que dispõe o §1º do artigo 14 da lei nº 9.099/1995.

Informalidade: Princípio segundo o qual desde que atendidas às garantias fornecidas aos litigantes todo ato deve ser considerado como válido, bastando para tanto que seja atingida a sua finalidade, conforme orientação fixada no artigo 13 da lei nº 9.099/1995.

Economia Processual: Busca concentrar e acelerar a relação jurídica processual utilizando o número de atos processuais necessários a realização da atividade jurisdicional, neste sentido podemos citar, por exemplo, o artigo 33 da lei nº 9.099/1995.

Celeridade: Busca a solução efetiva do conflito em tempo razoável, ou seja, de forma tempestiva. Neste sentido temos inclusive a previsão constitucional para duração razoável do processo fixado no inciso LXXVIII do artigo 5º da CRFB/88.

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Estrutura dos Juizados Especiais

No âmbito da estrutura dos juizados especiais devemos observar que funcionam apenas 3 órgãos, quais sejam:

1º Grau: Os Juizados Especiais Civis (Art. 1º ao 59 da lei nº 9.099/1995); Juizados Especiais Criminais (Art. 60 ao 92 da lei nº 9.099/1995);Juizados Especiais Federais Civis e Criminais (Art. 1º da Lei 10.259/2001);Juizados Especiais Fazendários (Fazenda Pública) – Art. 1º da Lei 12.153/2009.

2º Grau: Turmas recursais compostas por juízes de 1º grau, ou seja, os órgãos recursais no âmbito dos juizados especiais são órgãos de 1º grau no exercício do segundo grau de jurisdição (parte final do inciso I do art. 98 da CRFB/ 88 e §1º do artigo 41 da lei nº 9.099/1995).

Por fim, havendo violação direta da norma constitucional atuará no terceiro grau – Supremo Tribunal de Justiça, valendo observar que por força do disposto no inciso III do artigo 105 da CRFB/ c/c §1º da lei nº 9.099/1995 o STJ não funcionaria no âmbito das demandas submetidas ao regime dos julgados especiais.

- Competência: Conforme fixado no artigo 3º da lei nº 9.099/1995 a competência dos Juizados Especiais será para conciliação e julgamento das causas civis de menor complexidade entendidas estas as que não ultrapassem a 40 vezes o salário mínimo na época do ajuizamento da ação, bem como aquelas especificamente apontadas nos incisos II, III, IV do artigo 3º da lei nº 9.099/1995.

01/09/2011.

Competências dos Juizados Especiais (Art. 3º, II da Lei nº 9.099/1995)

- Art. 3º, II da lei nº 9.099/1995 c/c art. 47, III da lei 8.245/1991.Além do critério em razão do valor o artigo 3º da lei nº 9.099/1995, admiti as demandas que tenha como causa de pedir aquelas arroladas no inciso II do artigo 275 do CPC, bem como o despejo para o uso próprio e a ação possessória sob bens imóveis.Sendo certo que, segundo a orientação jurisprudencial dominante todas estas demandas deverão observar o limite estabelecido no I do artigo 3º da lei nº 9.099/1995, qual seja: 40 vezes o valor do salário mínimo na data do ajuizamento da ação.

Importante ressaltar que em doutrina e jurisprudência se discute se o critério é de fixação da competência dos juizados seria absoluto ou relativo, sendo certo que o posicionamento que se firmou foi de apontar como relativo sob alegação de que o valor é critério relativo, o que significa dizer que, os juizados serão utilizados como mais uma alternativa de solução dos conflitos de interesse cabendo às partes determinarem se querem ou não submeter seus interesses a apreciação daqueles órgãos jurisdicionais.

Observação: Devemos observar que no âmbito dos Juizados Especiais Federais e da Fazenda Pública a competência será absoluta, o que significa dizer que atendidas os critérios de fixação da competência de tais órgãos a parte terá que submete a demanda a sua apreciação neste sentido é que temos o §3º do art. 3º da lei nº 10. 259/2001 e §4º do artigo 2º da lei nº 12. 153 / 2009.

** O novo CPC elimina o procedimento sumário.

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Competência Territorial (Em razão do lugar)

No que concerne à competência territorial dispõe o artigo 4º da lei nº 9.099/1995 que será competente, para as causas previstas nesta lei o juizado do foro do domicílio do réu no lugar onde a obrigação deve ser satisfeita ou o domicílio do autor, sendo certo que tais hipóteses revelam uma faculdade para o autor que em qualquer hipótese poderá propor a ação no domicílio do réu conforme o parágrafo único do artigo 4º da lei 9.099/95.

*A regra é o domicílio do réu – apenas no juizado especial que é o domicílio do autor – e no CDC no domicílio do consumidor.

Observação: devemos observar que o disposto acima mencionado, ou seja, o parágrafo único do artigo 4º da lei nº 9.099/1995 não está sendo observado pelos órgãos vinculados ao tribunal de justiça do Rio de Janeiro que ignorando a faculdade implementada pela lei adota o entendimento jurisprudencial, segundo o qual o foro competente em razão do lugar será o do domicílio do autor sem alternativa.

Sujeitos na relação jurídica processual submetida ao Juizado Especial Cível

No âmbito JEC são sujeitos da relação jurídica processual: o autor, o réu, o juiz, o conciliador e o juiz leigo, conforme se observa em especial nos artigos 5º 7º da Lei 9.099/1995.Percebe-se que a uma aplicação da concepção básica dos sujeitos do processo com a inclusão das figuras: conciliador e do juiz leigo que de acordo com o disposto no 7º da Lei 9.099/1995 – são auxiliadores da justiça.

- Artigo 139 do CPC c/c Artigo 7º da Lei 9.099/1995. -As partes previstas no artigo 8º da Lei 9.099/1995.- Artigo 109 da CRFB/88.

No âmbito dos Juizados Especiais não serão admitidas as demandas que tenham como parte a Entidade da Administração Pública direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), bem como suas Autarquias e Empresas Públicas independentemente da sua posição na relação jurídica, ou seja, não serão admitidos nem como autores e nem como réus. Na qualidade de autor só poderá demandar perante os Juizados a pessoa física, a microempresa, o microempreendedor e as OSCIP, nesse sentindo é que temos o artigo 8º da Lei 9.099/1995. Aqui prevalece a ideia segundo a qual os Juizados Especiais foram concebidos para atender a parcela mais necessitada da população que em princípio não teriam condições de arcar com o custo do processo na justiça comum.

08/09/2011.

Trabalho em aula - Questões: Responda com base nas Leis Nº 10.259/2001, Nº 12.153/1999 e Lei Nº 9.099/1995.

1-Qual a competência dos Juizados Especiais Federais? R.: De acordo com o artigo 3º da lei nº 10.259/2001: “Compete ao Juizado Especial Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de 60 (Sessenta) salários mínimos, bem como executar as suas sentenças (Art. 109, CRFB/88)”.

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2-Qual a competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública?

R.: Tendo em vista o art. 2º da Lei 12.153 /2009, “é de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos”.

3-É correto afirmar que no âmbito dos Juizados Especiais Federais e Fazendários (Fazenda Pública) a fixação da competência é absoluta.

R.: Sim, de acordo com o§3º do artigo 3º da lei 10.259/2001 e §4º do artigo 2º da lei 12.153/ 2009, a competência será absoluta, o que significa dizer que atendidas os critérios de fixação de tais órgãos a parte terá que submeter a demanda a sua apreciação.4-De acordo com entendimento jurisprudencial e doutrinário dominante, é correto afirmar que a competência dos Juizados Especiais Estaduais Cíveis é relativa?

R.: Sim. O posicionamento que se firmou foi de apontar que o valor é critério relativo, significa dizer que, os Juizados serão utilizados como mais uma alternativa a solução dos conflitos de interesse, cabendo às partes definirem se querem ou não submeter seus interesses a apreciação daqueles órgãos jurisdicional.

5- Quem serão os réus no âmbito dos Juizados Especiais Federais?

R.: De acordo com o artigo 6º, inciso II da Lei 10. 259/2001, como parte rés a União, Autarquias, Fundações e Empresas Públicas Federais.

6- É possível a instalação de Juizados Especiais Federais com competência exclusiva para ações previdenciárias. A quem cabe essa decisão?

R.: É possível, Presidente do TRF é quem decide. De acordo com o art.19, parágrafo único da Lei 10.259/2001.

7- Haverá no âmbito dos Juizados Especiais Federais prazo diferenciado para as pessoas jurídicas de direito público?

R.: Não. Tendo em vista o art. 9 da Lei 10.259/2001.

8- No âmbito JEF é possível recurso de decisão interlocutória. Caso possível em que circunstância? R.: Sim, art.4º e 5º da Lei 10.259/ 2001.

**As decisões de medidas cautelares são passíveis de impugnação de recurso agravo.

9- É correto afirmar que no âmbito dos Juizados Especiais Estaduais, o juiz leigo exerce o mesmo papel que o oficial de justiça no processo comum.

R.: Sim. De acordo com 7º da Lei 9.099/1995 c/c 139 do CPC.

10- É correto afirmar que no âmbito dos Juizados Especiais Federais o conciliador poderá conduzir a instrução ouvindo as partes e as testemunhas sobre os contornos fáticos da demanda.

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R.: No Juizado Federal admitido por entendimento jurisprudencial, não há previsão legal.

***Só tem previsão no Juizado Especial Fazenda Pública – art. 16, §1º da Lei 12.153/2009.

** Art. 41 da Lei 9.099/1995.

15/09/2011.Procedimento no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais

→ Petição Inicial: É a petição inicial no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais cumpre o mesmo papel da petição inicial submetida à ação Justiça Comum, ou seja, visa provocar, requerer a prestação jurisdicional. Porém no âmbito Juizados Especiais a prática de tal ato atende a requisitos específicos concebidos segundo a uma orientação da simplicidade e da informalidade (Art.2 da Lei 9.099/1995), segundo o qual a petição inicial no âmbito dos Juizados será elaborada de forma simples, linguagem acessível e atendendo aos seguintes elementos: I- Indicação da autoridade competente; II- Qualificação das partes, com indicação de endereços; III- Uma síntese dos fatos e fundamentos da demanda; IV- O pedido e seu valor . Tudo isso revela que a elaboração da petição inicial nos Juizados será muito mais simples do que na justiça comum, já que para as relações processuais submetidas no processo comum vale o fixado no artigo 282, CPC.

Observação: Devemos ressaltar que a elaboração da petição inicial no âmbito do juizado, de acordo com artigo 282 do CPC - não traz qualquer prejuízo ao regular desenvolvimento do processo, atende com sobras ao mínimo exigido pela legislação especial.

Citação no âmbito do Juizado: No artigo 18 da Lei 9.099/1995.Modalidades previstas no artigo 221 do CPC.Justiça Comum – artigo 222 do CPC.No Juizado especial– artigo 18 da Lei 9.099/1995 c/c artigo 215 do CPC — Citação mão própria – citação pessoal.

** Mencionado a comparação: Art.18, inciso III da Lei 9.099/1995 (Sendo necessária, a citação será por oficial de justiça) ≠ Art. 222, “f”, CPC.

A citação no âmbito dos Juizados Especiais será feita pelo correio, significar dizer que, diferentemente do que ocorre na Justiça Comum, aqui o autor não poderá requerer a citação por oficial de justiça já que de acordo com disposto no III, da Lei 9.099/1995 — a citação por oficial de justiça só será autorizada quando necessária exigindo-se a comprovação da necessidade nos autos. Sendo certo ainda que, por força do disposto no §2º do art.18 da Lei 9.099/1995 não será admitido a citação por edital.

Por fim vale dizer que, quanto à citação por meio eletrônico, apesar de não regulamentada em tese será compatível, já que o art. 19 da Lei 9.099/1995 ao tratar da intimação admite a prática de tal por qualquer meio idôneo de comunicação.

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Respostas do Réu nos Juizados Especiais

A resposta do réu no âmbito dos Juizados Especiais de acordo com o previsto no art. 30 da Lei 9.099/1995 será oferecida na audiência de instrução e julgamento, sendo certo que, diferentemente do que ocorre no processo comum, aqui a revelia será caracterizada pela ausência da parte (réu) na conciliação ou à audiência de instrução e julgamento, conforme prevê o art. 20 da Lei 9.099/1995.

Considerando as modalidades de resposta fixada no art. 297do CPC, devemos observar que no âmbito dos Juizados Especiais só serão admitidas as contestações e as exceções de suspeição e impedimento, o que significa dizer que, a reconvenção não será admitida nos Juizados, nesse sentido é que temos o art. 31 da Lei 9.099/1995.

O Prazo: É o momento da instrução e julgamento.

Obs.: Admiti o contraposto na audiência de instrução e julgamento, só não admite reconvenção.

Provas nos Juizados Especiais

De acordo com disposto no art. 32 da Lei 9.099/1995 todos os meios de prova serão admitidos no âmbito dos Juizados Especiais, o que significa dizer, também a prova técnica poderá ser produzida nos Juizados Especiais. Nesse sentido é que temos o art. 35 da Lei 9.099/1995, sendo certo ainda que de acordo com art. 33 da Lei 9.099/95, todas as provas serão produzidas na audiência, ainda que não requeridas. A prova testemunhal é de no máximo 3 pessoas para cada parte, art. 34 da Lei 9.099/95.

Sentença nos Juizados Especiais

A sentença no âmbito dos Juizados Especiais seguirá ao disposto nos artigos 38 e 40 da Lei 9.099/1995, admitido aqui o chamado de projeto de sentença proferido pelo juiz leigo e homologado pelo juiz togado.

Recursos nos Juizados Especiais

O sistema recursal dos Juizados é extremamente sucinto já que comporta apenas 3 espécies recursais e ainda sim não admiti recurso de decisão interlocutória, desse modo é que temos:

1º Espécie - Os chamados recursos inominados — artigo 42 da Lei 9.099/95 — como meio de impugnação das sentenças no JEC. O prazo de interposição recursal será 10 dias e órgão competente é a turma recursal composta por juízes de 1º grau no exercício Duplo Grau de Jurisdição — parte final do artigo 98, I da CRFB/88.

2º Espécie recursal no âmbito dos Juizados Especiais é: Os Embargos de Declaração que deverão ser interposto no prazo de 5 dias com efeito suspensivo, conforme prevê o artigo 50 da Lei 9.099/95. Aqui cabe observar que os efeitos dos embargos declaratórios revelam uma peculiaridade dos juizados, já que no processo comum o efeito é interruptivo, conforme prevê o artigo 538 do CPC.

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3º Espécie recursal: admitido é o recurso extraordinário que quando interposto deverá observar a legislação em vigor.

22/09/2011.Considerações Finais

Observação: Por ter que transitar em julgado a decisão, ou seja, não sendo admitida a impugnação por nenhuma espécie recursal é fato que no âmbito dos Juizados não será a ação rescisória, conforme dispõe o artigo 59 da Lei 9.099/95.

Processo Cautelar (Livro III do CPC)Título único com dois capítulos.

Base legislativa: artigo 796 ao 889 do CPC.

A princípio devemos observar que o ordenamento jurídico brasileiro classificou o processo em três grandes grupos, quais sejam: Processo de Conhecimento; Processo de Cautelar; Processo de Execução.

→ O Processo Cautelar é de preservação dos resultados pretendidos no processo de conhecimento ou no processo de execução, ou seja, o processo cautelar é acessório e visa afastar o risco que o tempo pode gerar na efetividade da prestação jurisdicional.

Observação: Devemos consignar que o processo cautelar é de cognição sumária, ou seja, aqui não haverá análise aprofundada dos fatos da demanda, mas sim o exame superficial que revele probabilidade do direito (de existência do direito) bem como o risco da demora no procedimento satisfativo.

Conceito de Ação Cautelar: Processo cautelar é aquele que se instaura em caráter provisório e urgente com o objetivo de preservar os bens jurídicos envolvidos no processo e por conseguinte a utilidade da prestação jurisdicional. O caráter urgente é o elemento legitimador do processo cautelar e faz com que a investigação seja sumária, ou seja, há uma averiguação superficial e provisória dos fatos, visando a formação de juízo de probabilidade acerca do direito alegado. Desse modo, podemos dizer que se investiga no processo cautelar é a existência da titularidade, validade e eficácia do direito, além do perigo na demora de solução do conflito gerado em torno daquele direito.

Observação: Importante observar a distinção entre processo cautelar que pressupõe autonomia e procedimento específico de medida cautelar mais abrangente e abstrata podendo ser conceituada como qualquer medida de urgência que vise garantir a efetividade do provimento jurisdicional definitivo, ainda que não faça parte de uma relação jurídica autônomo.

Poder Geral de Cautelar — Artigo 804 do CPC c/c Artigo 798 do CPC.

- Pressupostos da Cautelar:São dois pressupostos específicos: Fumus boni juris (fumaça do bom direito) e Periculum in mora (perigo em mora) que devem ser alegados preliminarmente sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito.

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→ Fumus boni juris: revela-se como probabilidade ou possibilidade da existência do direito invocado pelo autor da ação cautelar em que justifica a sua proteção em caráter urgente.

→ Periculum in mora: caracteriza-se pela probabilidade de dano a uma das partes de futura ou atual ação principal resultante do regular processamento e julgamento da questão satisfativa.

Características do Processo Cautelar: Acessoriedade; Autonomia; Urgência; Sumariedade de cognição; Provisoriedade; Revogabilidade; Fungibilidade.

13/10/2011.

1) Acessoriedade: assim como o processo em geral (No direito Processual civil), o processo cautelar não é um fim em si mesmo, busca na verdade, proteger um bem jurídico que estar sendo e irá ser perseguido no processo principal. E sob este aspecto é que podemos afirmar que o processo cautelar é acessório, pois sempre estará vinculado ao processo principal, seja de forma preparatória ou de forma incidental e aqui nos referimos ao art. 796 do CPC que entre outros reconhece a possibilidade do processo cautelar ser fixado antes (preparatório) ou depois (incidental) do processo principal.

2) Autonomia: apesar de acessório, o processo cautelar caracteriza-se pela sua autonomia, ou seja, a ação cautelar revela procedimento específico na relação jurídica processual e, por conseguinte, regras de existência ou formação, desenvolvimento e julgamento próprios.

3) Urgência: a urgência elemento fundamental e justificada do processo cautelar, já que seu objetivo é garantir a eficácia do provimento jurisdicional satisfativo perseguido no processo principal e sob esse aspecto é que podemos afirmar a própria sumariedade de cognição e a aceleração procedimental.

4) Sumariedade de cognição: característica que viabiliza a urgência do provimento cautelar e determina uma análise superficial nos fatos afirmados com a formação, por conseguinte de juízo de mera probabilidade.

5) Provisoriedade: a medida cautelar só terá eficácia até que o provimento satisfativo seja produzido ou até que uma situação posterior a torne desnecessária. Ex.: art. 806, CPC.

6) Revogabilidade: conforme já mencionado, as cautelares são deferidas com base em juízo de mera probabilidade e por esse motivo poderá ser revogadas, caso alguma circunstância superveniente contribua para a modificação do convencimento do juízo quanto à existência do direito ou perigo na demora.

7) Fungibilidade: característica segundo a qual o juiz poderá conceder provimento cautelar quando o requerimento tenha sido de antecipação dos efeitos da tutela e vice-versa. Nesse sentido é que temos art. 273, §7º do CPC.

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Classificação das Cautelares

De acordo com o disposto nos artigos 796 e 798 ambos do CPC, as cautelares podem ser classificadas quanto ao momento de sua apresentação, quanto ao procedimento e quanto ao objeto.

Quanto ao momento: elas podem ser preparatórias ou incidentais.

Quanto ao procedimento: elas serão específicas ou inominadas.

Quanto ao objeto: elas podem ser restritivas de direito; conservativas de bens e direito; e constritiva de bens (arresto, sequestro).

As cautelares restritivas são aquelas que obstam o regular exercício do direito em litígio, como por exemplo, as cautelares que visam impedir determinadas deliberações sociais.

As cautelares conservativas de bens: são aquelas que visam exclusivamente a manutenção de determinada circunstância fático- jurídico , que vale dizer que serão essenciais ao desenvolvimento do processo principal. Exemplo: cautelar de produção antecipada de prova.

As cautelares constritivas de bens a princípio devemos afirmar que tais medidas representam a maioria das cautelares e visam assegurar futura penhora de bens que integrem o patrimônio do devedor, apreendendo –lhes judicialmente. Exemplo: cautelar de arresto.

Poder Geral de Cautelar

O poder Geral de Cautelar previsto no artigo 798 do CPC caracteriza-se possibilidade do juiz conceder medida cautelar independentemente de previsão específica, desde que tal providência tenha fundamento em situação que o tempo comprometeria a efetividade do provimento jurisdicional de natureza satisfativa.

Procedimento no Processo Cautelar

A competência nas ações cautelares seguirá o critério apresentado no artigo 800 do CPC e assim é que será competente para conhecer da cautelar o juízo que for competente para conhecer do processo principal, observados neste caso, os critérios fixados em razão do lugar, em razão da matéria e em razão da hierarquia.

Observação: Devemos observar que em atenção ao disposto no parágrafo único do artigo 800 do CPC, toda vez que o processo principal estiver na fase recursal, a medida cautelar será requerida diretamente ao tribunal.

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20/10/ 2011.

A Petição Inicial: diferentemente do que ocorre no processo de conhecimento, no processo cautelar a petição inicial deverá a ter-se o perigo na demora a fumaça do bom direito, o que significa dizer que haverá uma sumária exposição das razões de fato e de direito (objeto da demanda). E é com base nessa premissa e que temos o artigo 801 do CPC, que vale dizer aponta os requisitos específicos da petição inicial nas ações cautelares.

Art. 801, CPC:I- Autoridade competente;II- Qualificação das partes;III- Razões de fato.

Citação e Resposta

A citação no processo cautelar atende aos mesmos critérios da citação no processo de conhecimento, produzindo todo o efeito fixado no artigo 219 do CPC. Quanto a resposta do réu só serão admitidas as modalidades: contestação, exceção de incompetência e a impugnação do valor da causa, o que significa dizer que a reconvenção será incompatível com o processo cautelar em especial pelo fato de as cautelares não terem natureza satisfativa. Nesse sentido é que temos o artigo 802 do CPC, sendo certo ainda que o prazo para a resposta será de 05 dias, contados da juntada aos autos do mandado de citação – Artigo 241, CPC / Artigo 802, parágrafo único do CPC.

Anotação: Numa análise literal do artigo 802 do CPC, só é admitida a modalidade de resposta do réu a contestação, mas a doutrina admite também a impugnação (ao valor da causa) e exceção (de incompetência).

**O juiz tem 3 atos: decisão interlocutória (pedido liminar); despacho; sentença.

Artigo 114, CPC.Artigo 112, CPC.

** A lei só trata de contestação como modalidade de resposta do réu do processo cautelar – Artigo 802, CPC.

Liminar: A legislação processual civil admite que o juiz conceda liminarmente a medida cautelar, inclusive sem ouvir o réu, mas mediante a justificação prévia que revele tal necessidade (Artigo 804, CPC).

Sentença: Por ser um processo autônomo, a demanda cautelar termina com a sentença, que resolve ou não o mérito (artigo 267 e 269 do CPC). Sendo certo que o mérito da ação cautelar não se confunde com o mérito da ação (processo) principal, o que significa dizer que, o mérito da cautelar implica na verificação da fumaça do bom direito e no perigo na demora.

** O sistema recursal das cautelares é o mesmo do processo de conhecimento.

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Procedimentos Cautelares Específicos

Além das questões atreladas a teoria geral das cautelares, o legislador processual civil fixou a partir do artigo 813 do CPC, fixou um rol específico de medidas cautelares e assim é que temos:

I- Arresto (artigo 813 ao 821 do CPC);II- Sequestro (artigo 822 a 825 do CPC);III- Caução (artigo 826 ao 838 do CPC);IV- Busca e Apreensão (artigo 839 ao 843 do CPC);V- Exibição (artigo 844 e 845 do CPC);VI- Produção antecipada de provas (artigo 846 ao 851 do CPC);VII- Alimentos provisionais (artigo 852 a 854 do CPC);VIII- Arrolamento de bens (artigo 855 a 860 do CPC);IX- Justificação (artigo 861 ao 866 do CPC);X- Notificação (artigo 867 ao 873 do CPC);XI- Cautelares específicas homologações de penhor legal (artigo 874 ao 876 do

CPC);XII- Posse em nome do nascituro (artigo 877 e 878 do CPC);XIII- Atentado (artigo 879 a 881 do CPC);XIV- Protesto e da Apreensão de Títulos (artigo 882 ao 887 do CPC).

27/10/2011.Medidas Cautelares Específicas

ARRESTO: está previsto do artigo 813 ao 821 do CPC. É medida cautelar que visa garantir futura execução por quantia certa contra devedor desqualificado, ou seja, devedor que se enquadre em algumas das situações previstas no artigo 813 do CPC. Dentre quais podemos citar o devedor sem domicílio ou o devedor que tenta ausentar-se furtivamente. Sendo certo que, a medida cautelar de arresto só será concedida nessas circunstâncias.

**Arresto, sequestro: tem a busca e apreensão do bem do devedor.

SEQUESTRO: com previsão do artigo 822 ao 825 do CPC. O sequestro é medida cautelar que visa assegura futura execução para entrega de coisa certa, ou seja, diferentemente do que ocorre com o arresto em que se pretende a apreensão de qualquer bem que compõe o patrimônio do devedor (réu na cautelar) vale dizer aqui sequestro o bem a ser apreendido é determinado (específico).

Observação: O arresto visa garantir a penhora do bem.

BUSCA E APREENSÃO: está previsto do artigo 839 ao 843 do CPC. A busca e apreensão é medida cautelar de natureza residual em que se pretende a apreensão de bem do devedor que não se enquadre na condição de desqualificado, mencionado no artigo 813 do CPC, bem como de dívida que em tese ainda não seria líquida e certa.

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**Artigo 839 do CPC – Busca e apreensão de coisa e pessoa (incapaz, ou seja, menor ou interdito).

Por fim devemos observar que, uma característica exclusiva da busca e apreensão é a possibilidade de busca e apreensão de pessoas. Conforme fixado no artigo 839 do CPC, o que significa dizer que o ordenamento jurídico autoriza medida cautelar para apreensão de pessoas que nesse caso serão exclusivamente os incapazes de acordo com a legislação civil e sempre com relação aqueles que são seus responsáveis e exercem a sua guarda.

EXIBIÇÃO E PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS:

As cautelares de exibição e produção antecipada de provas tem como marco de identificação a natureza satisfativa, ou seja, das medidas não necessitam obrigatoriamente do ajuizamento da ação principal, de sorte que a elas não se aplica o disposto no artigo 806 do CPC.

EXIBIÇÃO: é a medida cautelar de natureza satisfativa que visa entre outros fornecer ao autor da ação cautelar informações do seu interesse que estejam contidas em documento próprio ou comum de posse do réu, bem como permitir o exame de coisa móvel que o autor aponte como de sua propriedade.

PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS: é a medida cautelar de caráter processual que visa antecipar uma das fases da relação jurídica processual, toda vez que o seu cumprimento regular se revele prejudicial à efetiva prestação jurisdicional, como por exemplo, a antecipação da prova pericial de imóvel que está prestes a ser demolido.

10/11/2011.

ALIMENTOS PROVISIONAIS E A POSSE EM NOME DO NASCITURO: