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Emerson Pedro Nascimento RA:004200102007 8° Semestre PROCESSO DE ATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE UMA LINHA DE MONTAGEM: UM ESTUDO DE CASO. Campinas 2005

PROCESSO DE ATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE UMA …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/86.pdf · Conclusão de Curso, do Curso de Administração da ... NASCIMENTO, Emerson

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Emerson Pedro Nascimento

RA:004200102007 8° Semestre

PROCESSO DE ATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE UMA

LINHA DE MONTAGEM: UM ESTUDO DE CASO.

Campinas2005

Emerson Pedro Nascimento

RA:00420010207 8° Semestre

PROCESSO DE ATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE UMA

LINHA DE MONTAGEM: UM ESTUDO DE CASO.

Monografia apresentada à disciplina Trabalho deConclusão de Curso, do Curso de Administração daUnidade acadêmica da área de ciências jurídicas,humanas e sociais da Universidade São Francisco,sob a orientação do Prof. MS Wagner Cezar Lucato,como exigência para conclusão do curso degraduação.

Campinas2005

“Tecnologia de ultima geração é uma coisa que fica antiga no dia seguinte.”

(autor desconhecido)

“Sustentabilidade é criar as condições de sobrevivência, segurança e bem-estar

para todos. Desaprendendo, reaprendendo e dando vazão a novos aprendizados,

esta é essência verdadeira do desafio.”

(Stephen Sterling)

Dedico esta monografia aos professores em especial ao professor WagnerLucato que me auxiliou na elaboração da mesma, a minha namorada e aos meusfamiliares, que acreditaram no meu potencial, garra e dedicação. Por fim, meusmais sinceros agradecimentos aos meus colegas de turma que tiveramdisposição, dedicação e deram apoio e auxílio na execução deste trabalho.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida, pela oportunidade e a graça de podercumprir mais esta etapa e tarefa à que me propus no decorrer destes quatro anos.Agradeço também aos meus pais, namorada, e amigos que me apoiaram nesteperíodo, fazendo com que pudesse alcançar meu objetivo.

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS................................................................................................ 7RESUMO.................................................................................................................. 81. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 92. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................... 113. METODOLOGIA................................................................................................. 174. ESTUDO DE CASO: A ATUALIZAÇAO TECNOLOGICA DA LINHA DEMONTAGEM DO CORPO DE BORBOLETA......................................................... 255 O projeto.............................................................................................................. 456 ATUALIZAÇAO TECNOLÓGICA REALIZADA................................................... 587. CONSIDERAÇOES FINAIS............................................................................... 628. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 66

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Corpo de Borboleta Eletrônico – DVE-5................................................ 26Figura 2 - Esquema de Utilização no Automóvel................................................... 27Figura 3 - Visão Geral dos Componentes ............................................................. 28Figura 4 – Layout esquemático da Linha .............................................................. 44

NASCIMENTO, Emerson Pedro. Processo de atualização tecnológica de uma linha de

montagem: um estudo de caso, 70 fls. Monografia – Curso de Graduação em

Administração de Empresa da Universidade São Francisco, Campinas 2005.

RESUMO

Na busca constante pelo desenvolvimento, e da necessidade de estar sempre atendendo

as exigências dos mercados do mundo globalizado, é essencial que as empresas

busquem se manter atualizadas e em sintonia com a evolução industrial.

A atualização tecnológica é de fundamental importância para uma empresa se manter

competitiva no mercado, podendo produzir com melhor qualidade, maior volume, menor

tempo e menor custo. Este trabalho tem como objetivo nortear o processo de atualização

tecnológica de uma linha de produção que esteve desativada por um período de 4 anos e

foi colocada em funcionamento, tendo seus componentes obsoletos substituídos por

outros atualizados.

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta um projeto de pesquisa relacionado à área de

administração da produção, no qual se procura mostrar, o que a área de manutenção de

máquinas e equipamentos poderá fazer diante da necessidade de atualização tecnológica

em uma linha de produção que foi desativada e terá que ser colocada novamente em

condições de uso.

1.1 Caracterização da organização

Este trabalho está sendo executado para atender uma necessidade da organização

Robert Bosch do Brasil, que é uma indústria metalúrgica do segmento de autopeças que,

dentre outros, fabrica produtos para sistemas de injeção de combustível como, válvulas

de injeção, bombas de combustível e módulos eletrônicos de comando de injeção.

A Robert Bosch têm como seus principais clientes a GM, VW, Fiat, Ford e Honda,

também atende no mercado externo as empresas Chrysler, Rover, Renault e Peugeot.

Dentre os principais concorrentes destacam-se: Magnett Marelli e Delphire.

A produção dos itens citados é feita na unidade Campinas, que atualmente conta com um

efetivo de 4.000 colaboradores. A Robert Bosch é uma empresa multinacional de capital fechado e

que têm hoje um faturamento no Brasil de R$ 1,2 bilhões.

1.2 Situação problemática

Com a necessidade constante de expandir buscando novos produtos e novas

tecnologias, a empresa está planejando produzir na unidade Campinas um produto

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chamado acelerador eletrônico, que já é utilizado no mercado nacional, porém hoje é

importado.

Este investimento consiste em trazer para a fábrica de Campinas uma linha de

produção que está desativada na Alemanha há 4 anos.

A transferência de uma linha de produção que foi desativada há mais de 4 anos

poderá ter problemas das mais variadas formas, como o simples fato de equipamentos

que estão parados há muito tempo não funcionarem corretamente, sendo necessária uma

desmontagem para revisão do sistema, até a parte mais complexa de identificar que é a

de se fazer uma atualização tecnológica em equipamentos fora de linha, obsoletos ou

que não ofereçam garantias para a qualidade do produto que será produzido.

1.3 Objetivos

A questão que a presente pesquisa procurará responder é: como fazer a

atualização tecnológica de uma linha de produção que está desativada há mais de 4

anos?

Assim, o objetivo principal deste trabalho é o de estabelecer uma metodologia para

fazer a atualização tecnológica de máquinas e equipamentos. A linha de produção da

Bosch será considerada como um estudo de caso para fundamentar a proposição desta

metodologia.

O objetivo deste trabalho é o de se mostrar que a atualização foi feita antes de se

trazer a linha para o Brasil. Este processo de atualização foi feito na Alemanha na cidade

de Nurmberg, local no qual a linha foi montada. O pesquisador fez parte da equipe que

desenvolverá a atualização tecnológica da linha de montagem citada.

1.4 Justificativa

Esta pesquisa é importante, pois vai permitir estabelecer uma metodologia de

atualização tecnológica que poderá ser replicada pelas empresas em geral. Ela também é

viável e oportuna, pois o pesquisador faz parte da equipe encarregada de efetuar a

atualização tecnológica da linha de montagem.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Conforme citado por Slack (1996) a tecnologia influencia diretamente os custos do

produto. Operações feitas com qualidade não desperdiçam tempo e esforços com re-

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trabalho. Isso significa dizer que alta qualidade pode proporcionar custos baixos. O autor

também cita que operações rápidas reduzem o nível de estoque em processo e diminuem

custos administrativos indiretos e que com essas duas situações pode-se reduzir o custo

global de uma operação industrial.

Segundo Slack (1996) as operações confiáveis também são importantes para evitar

surpresas desagradáveis tanto para clientes internos como para externos, podendo-se

confiar que as entregas serão feitas conforme planejado. Isto elimina os problemas das

interrupções de produção, permitindo que todas as demais áreas trabalhem

eficientemente.

As operações flexíveis também são citadas por Slack (1996) como importantes para

a variação de produtos, ajustando-se facilmente e rapidamente às circunstâncias

mutantes, não desperdiçando tempo e capacidade produtiva, reduzindo novamente os

custos.

Contudo, pode-se concluir que a alta produtividade com custos menores está

relacionada a cinco fatores importantes em questão: qualidade, flexibilidade,

confiabilidade, rapidez e custo.

• Qualidade: proporciona processos isentos de erro e produtos sob especificações;

• Flexibilidade: disponibiliza as operações para mudanças rápidas com uma ampla

variação de produtos ajustando os volumes de produção às entregas;

• Rapidez do processo: oferece uma produção rápida com tempo de entrega

reduzido;

• Confiabilidade: garante uma operação e uma entrega confiável.

• O custo está relacionado ao bom desempenho dos itens anteriores

Para que esses cinco objetivos de desempenho aconteçam é necessário que as

organizações tenham nas suas operações tecnologia moderna que permitam extrair o

máximo desses fatores citados.

Outro fator importante citado por Slack (1996) é o arranjo físico, que definido de

forma simples é a decisão de como dispor as instalações de máquinas , equipamentos e

pessoal de produção.

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Existem basicamente 4 tipos de arranjo físico citados pelo autor:

• Arranjo físico posicional

• Arranjo físico por processo

• Arranjo físico celular

• Arranjo físico por produto

O arranjo físico posicional tem como característica o fluxo dos materiais através de

uma operação. Os equipamentos, maquinários, instalações e pessoas é que se movem

no processo. Isto ocorre pelo fato do produto ser muito grande como, por exemplo, ocorre

na construção de um edifício, ou na construção de um navio. Uma das principais

vantagens é a flexibilidade de mix e produto muito alto. Uma desvantagem é a dificuldade

da programação de espaço ou atividade que pode ser complexa.

Este mesmo tipo de layout também é citado por Black, (1998) como layout de

posição fixa ou (project stop) e tem como característica principal a imobilidade dos itens

em fabricação.

Slack (1996) menciona que no arranjo físico por processo, o produto flui através da

operação, percorrendo uma seqüência de processo a processo de acordo com a

necessidade. Produtos diferentes percorrerão roteiros diferentes, como, por exemplo, a

usinagem de peças de motores de combustão, que necessitam de vários processos

como tratamento térmico, químico e usinagem. Uma vantagem neste tipo de layout é a

alta flexibilidade de mix de produto. A principal desvantagem é a complexidade do

controle do fluxo.

Black (1998) cita este tipo de layout como layout funcional ou job shop, sendo muito

comum nos EUA e é caracterizado por ter grande variedade de componentes e máquinas

de uso genérico, (tornos todos juntos, todas as fresadoras juntas, etc.). As peças são

encaminhadas pela fabrica em pequenos lotes para as diferentes máquinas.

Voltando as citações de Slack (1996), o arranjo físico por produto tem como

característica a seqüência de atividades. O produto segue um roteiro predefinido que

coincide com a seqüência do arranjo físico. O fluxo do produto é claro e visível o que faz

dele um arranjo fácil de controlar. Uma vantagem é o baixo custo para produção de altos

volumes e a especialização de equipamentos. Uma desvantagem é que não apresenta

muita força contra as interrupções.

Este tipo de layout também é citado por Black, (1998) como sistema em linha ou

flow shop, e é caracterizado por grandes lotes de máquinas para fins específicos, com

menor variedade e maior mecanização. Este tipo de layout normalmente é contínuo e

fabrica grandes lotes, mas ele não é mudado periodicamente para fazer outro

componente similar, pois isto poderia levar à perda de tempo, (às vezes horas ou dias).

No arranjo físico celular, todos os recursos transformados movimentam-se para

uma parte específica da operação (ou célula) de forma que todos os recursos

transformadores necessários se encontram agrupados como por exemplo, a montagem

de placas eletrônicas onde se exige um controle maior sobre a montagem dos

componentes.

Às vezes são necessárias salas climatizadas para montagem de alguns

componentes. Uma vantagem é o bom resultado entre custo e flexibilidade para as

operações com grande variedade. Uma desvantagem é o alto custo para rearranjo físico,

caso necessário.

Black, (1998) cita layout de células, como sistema de células de manufatura

interligadas ou conectadas. Ela usa uma forma única de estocagem e controle de

informação (Kanban). Ele também relata que, neste tipo de layout as peças similares são

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agrupadas em famílias semelhantes e podem muitas vezes serem fabricadas por um

conjunto de processos parecidos. Uma tecnologia de grupo de processo pode ser

conjugada para formar uma célula. Assim, de certa forma o layout funcional pode ser

reestruturado em célula. Este tipo de layout se parece com layout em linha, mas é

projetado para ter flexibilidade.

Contudo, conclui-se das citações de Slack (1996) e de Black (1998) que os tipos

básicos de arranjos físico têm características diferentes, não sendo possível tomar uma

decisão do tipo a ser adotado, baseando-se somente na questão custo e sim em algumas

características, como tipo do produto e volume produzido.

Uma das estratégias das indústrias atuais é de procurar tirar maior proveito de seus

equipamentos e sistemas através do uso da tecnologia, desenvolvendo competências

que levem a fabricação de produtos com menor custo e de melhor performance,

buscando melhorar a qualidade, elevar a vida útil dos produtos e também aumentar a

capacidade de produção.

Uma pesquisa que esta sendo feita pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI)

de São Bernardo do Campo (SP), no qual alunos da graduação fizeram um protótipo de

veículo da série econômicos, chamado x-13, equipado com motor de gerador de

eletricidade com 5,5 cavalos de potência e capacidade volumétrica de 0,16l, medidas

equivalentes a 16% de um motor 1.0 usado nos carros populares. Sem acelerador o

veículo deverá rodar até 45 km/h, com um sistema elétrico que corta a ignição nessa

velocidade religando a 15 km/h para aproveitar a inércia e percorrer mais quilômetros

sem gastar gasolina. Este é um exemplo de inovação e desenvolvimento da tecnologia

citado em na revista FAPESP (CARROS,2003), que faz com que as empresas busquem

se atualizar constantemente.

3. METODOLOGIA

3.1 Método de pesquisa

Para Marconi, Lakatos (2003), a pesquisa de campo é utilizada com o objetivo de

adquirir informações sobre um determinado problema que se deseja resolver.

“A pesquisa de campo propriamente dita “não deve ser confundida com a simples

coleta de dados ...” (Trujillo apud Marconi; Lakatos 2003)"

Para Tripodi et al apud Marconi; Lakatos (2003), as pesquisas de campo dividem-se

em três grupos e algumas subdivisões a seguir:

• Quantitativo-Descritivo: A finalidade é a análise das características dos fatos, a

avaliação de programas ou o isolamento de variáveis chaves. Este grupo está

subdividido em estudos de: verificação de hipóteses, avaliação de programas,

descrição de população e relações variáveis.

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Verificação de hipóteses:

São estudos quantitativo-descritivos, que contém em seu projeto de pesquisa

hipóteses explícitas que devem ser verificadas. Essas hipóteses são derivadas da teoria

e, por esse motivo consistem em associações entre duas ou mais variáveis, sem uma

referência entre elas.

Estudo de avaliação do programa:

Consiste no estudo quantitativo que diz respeito à procura dos efeitos e resultados

de todo um programa ou método específico de atividades e serviços ou que pode dizer

respeito à variedade de objetivos relacionados à educação, saúde e outros.

Estudo de descrição de população:

São estudos quantitativo-descritivos que possuem como função a exata descrição

de certas características quantitativas de populações como um todo, organizações ou

outras coletividades. Geralmente contém um grande número de variáveis e utilizam

técnicas de amostragem. Quando pesquisam aspectos qualitativos como atitudes e

opiniões, empregam escalas que permitem a quantificação.

Estudo de relações variáveis:

É uma forma de estudos quantitativo-descritivos que se referem à descoberta de

variáveis pertinentes à determinada questão ou situação, da mesma forma que a

descoberta de relações relevantes entre variáveis. Geralmente nem hipóteses e nem

perguntas específicas são formuladas de modo a se incluir no estudo grande número de

variáveis e o interesse é a de se encontrar as de valor preceptivo.

• Exploratório: O objetivo é a formulação de questões ou de um problema que tenha

tripla finalidade, com esse obtêm-se descrições tanto quantitativas como

qualitativas do objeto em estudo. Quanto às subdivisões essas podem ser:

estudos exploratório-descritivo combinados estudos usando procedimentos

específicos para coleta de dados e estudos de manipulação experimental.

Estudos exploratórios - descritivos combinados:

São estudos que têm por objetivo descrever completamente determinado

fenômeno, como, por exemplo, o estudo de um caso para o qual são realizadas análises

empíricas e teóricas. Podem ser encontradas tanto descrições quantitativas ou

qualitativas quanto acumulação de informações detalhadas como as obtidas por

intermédio da observação participante.

Estudos usando procedimento específico para coleta de dados:

Os estudos que usam procedimento específico para coleta de dados para o

desenvolvimento de idéias são aqueles estudos exploratórios que utilizam exclusivamente

um dado procedimento, com por exemplo análise de conteúdo para extrair generalizações

com o propósito de produzir categorias conceituais que possam vir a ser

operacionalizadas em um estudo subseqüente.

Estudo de manipulação experimental:

Consiste naqueles estudos exploratórios que tem por finalidade manipular uma

variável independente, a fim de localizar variáveis dependentes que estejam associadas a

ela, estudando-se o fenômeno em seu meio natural. O propósito desse estudo é

desmontar a viabilidade de determinada técnica ou programa como uma solução,

potencial e viável, para determinados programas práticos. Os procedimentos de coleta de

dados variam bastante e técnicas de observação podem ser desenvolvidas durante a

realização da pesquisa.

• Experimental: Consistem em investigações e o objetivo é o teste de hipóteses

relacionadas a causa-efeito. Os estudos desse tipo utilizam projetos que incluem

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os seguintes fatores: grupos de controle, seleção de amostras e manipulação das

variáveis. Esses estudos podem ser desenvolvidos tanto em campo quanto em

laboratório.

Essas técnicas rigorosas de amostragem têm o objetivo de possibilitar a

generalização das descobertas a que se chegam pela experiência, Os diversos tipos de

estudos experimentais podem ser desenvolvidos tanto em campo (ambiente natural)

quanto em laboratório, onde o ambiente é rigorosamente controlado.

Vantagens:

• Acúmulo de informações sobre determinado fenômeno, que podem ser analisadas

por outros pesquisadores, com objetivos diferentes.

• Facilidade na obtenção de uma amostragem de indivíduos, sobre determinada

população ou classe de fenômenos.

Desvantagens:

• Pequeno grau de controle sobre a situação de coleta de dados e a possibilidade

de que fatores desconhecidos para o investigador , possam interferir nos

resultados.

• O comportamento verbal ser relativamente de pouca confiança, pelo fato de os

indivíduos poderem fazer suas respostas.

Para Gil (2002) toda classificação se faz mediante alguns critérios e com relação às

pesquisas essas são classificadas com base em seus objetivos gerais e em três grupos a

seguir:

• Exploratórias: O objetivo principal é o aprimoramento de idéias ou a descoberta de

intuições e na maioria dos casos envolvem: a) levantamento bibliográfico, b)

entrevistas com pessoas e c) análise de exemplos que estimulem a compreensão

(Selltiz et al., 1967, p63).

• Descritiva: O objetivo é a descrição das características de determinada população

ou fenômeno, ou então a relação entre as variáveis. Sua característica é a

utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.

• Explicativas : A preocupação central é identificar os fatores que influenciam para a

ocorrência dos fenômenos, essa explica a razão, o porquê das coisas, ou seja

aprofunda o conhecimento da realidade, porém o risco de cometer erros é maior.

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As pesquisas descritivas e as exploratórias são aquelas voltadas aos pesquisadores

sociais preocupados com a atuação prática e por isso são as mais solicitadas por

instituições educacionais por exemplo.

Com base nos métodos citados pelos autores o mais recomendado e que será

utilizado é o método exploratório, pois é o tipo que mais se adequa aos objetivos da

pesquisa que se propõe.

Pois é uma pesquisa cujo objetivo é a formulação de questões ou de problemas

com tripla finalidade, desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador

com o ambiente e clarificar conceitos, e tudo isso sendo feito com um participante

“Em sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos diferentes

processos necessários para atingir certo fim ou um resultado desejado. Nas ciências,

entende-se por método o conjunto de processos empregados na investigação e na

demonstração da verdade” .(Cervo; Bervian,2002, p. 23).

3.2 Técnica de coleta de dados

Umas das técnicas que constituem o método e é elemento básico de investigação

científica utilizada na pesquisa de campo são as observações. Essas podem ser

divididas abaixo, conforme Lakatos apud Bervian;Cervo (2002) e Marconi; Lakatos

(2003);

• Observação Assistemática: é uma observação simples, sem utilização de técnicas

ou instrumentos, sem planejamento e sem controle;

• Observação Sistemática: é planejada, estruturada, têm como característica

principal o planejamento antecipado e utilização de anotações, recorrendo ao uso

de recursos técnicos;

• Observação Não-participante: ocorre quando o observador se mantém na posição

de observador e expectador, evitando se envolver com o objetivo da observação;

• Observação Participante: quando o observador se envolve e se deixa envolver

com o objetivo da pesquisa, passando a fazer parte dele;

• Observação Individual: ocorre quando a observação somente pode ser realizada

individualmente, tendo o observador que submeter o objetivo da pesquisa aos

seus próprios conhecimentos

• Observação em Equipe: quando um objeto de pesquisa é observado por várias

pessoas com o mesmo propósito;

• Observação Laboratorial: observação artificial, que têm como propósito principal

isolar o objeto da pesquisa de interferências externas.

É importante distinguir método e técnica. Método é o procedimento sistemático em

plano geral e a técnica é a aplicação do plano metodológico e a forma de se executar.

De acordo com a metodologia e técnicas estudadas e descritas pelos autores

relacionados ao longo do texto, conclui-se que a técnica de coleta de dados mais indicada

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para realizar a pesquisa de que se pretende realizar é a técnica da Observação

Participativa, em função do pesquisador fazer parte da equipe de atualização tecnológica

que se estuda.

4. ESTUDO DE CASO: A ATUALIZAÇAO TECNOLOGICA DA LINHADE MONTAGEM DO CORPO DE BORBOLETA

4.1 Descrição do produto

A função básica do produto é de substituir o corpo de borboleta com atuação

mecânica por um sistema eletrônico que visa eliminar a utilização do cabo de aço do

sistema do acelerador. A função é praticamente a mesma porem a funcionabilidade e

outra. Este sistema possui um controle eletrônico de abertura e fechamento da borboleta

de admissão de ar ao sistema de combustão do motor. Ao pressionar o acelerador do

veículo, este envia um sinal eletrônico ao corpo de borboleta que através de um motor

elétrico permitir uma maior ou menor entrada de ar no motor do veículo, fazendo com que

a queima de combustível seja a mais perfeita possível, sem desperdício ou consumo

excessivo do veículo. Este sistema oferece também uma performance melhor do veículo

reduzindo a emissão de gases no meio ambiente.O produto e sua utilização podem ser

ilustrados conforme as figuras abaixo:

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Figura1 - Corpode

Borboleta Eletrônico – DVE-5

Sistema deadmissão de ar

Linha decombustível

Figura 2 - Esquema de Utilização no Automóvel

Sistema de escape

Bomba decombustível

Central de controleeletrônica

Pedal acelerador

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4.2 Processo de montagem do produto

A montagem do produto é feita em uma linha com vários postos que envolvem

operações manuais e automáticas. Na figura abaixo se pode verificar esquematicamente

o produto em vista explodida.

5.2.1 Seqüência da linha de montagem

Figura 3 - Visão Geral dos Componentes

4.3 Seqüência da linha de montagem

Montagem do motor estação 2 A (montar conjunto magnético)

Partes principais:

• Modulo da magnetização - Utilizado para magnetizar o ferrite dando a ele

propriedades magnéticas (igual a um imã).

• Painel de acionamento Bosch – Painel utilizado pelo operador para efetuar

movimentos manuais e selecionar funções de operação da máquina.

• Duas prensas pneumáticas – Utilizadas para executar a prensagem de um

componente em outro componente.

• Controle para força de prensagem e posicionamento - Equipamento utilizado para

controlar força e deslocamento dos componentes no momento da prensagem.

Descrição:

Neste posto executa-se a montagem do conjunto magnético e prensagem, deste

conjunto e mancal do motor. O conjunto magnético é montado com uma carcaça polar,

uma mola e o imã (ferrite). Após a montagem este conjunto é imantado através de uma

bobina localizada na parte traseira do equipamento, que serve para magnetizar o ferrite

deixando-o com características de um imã. Logo em seguida são feitas as prensagens do

conjunto e do mancal do motor na carcaça. Os componentes são todos abastecidos

manualmente.

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Montagem do motor Estação 2b (solda laser arruela e pinhão)

Partes principais:

• Controle para medição da folga do Pinhão - Este equipamento é utilizado para

medir a folga ou deslocamento do pinhão, funciona como uma régua ou um

paquímetro digital, porém com uma maior precisão.

• Painel de acionamento Bosch – Painel utilizado pelo operador para efetuar

movimentos manuais e selecionar funções de operação da máquina.

• Câmera e monitor – Utilizada para verificar o ponto da solda, tanto para o ajuste

como para acompanhamento durante o processo.

• Dois cabeçotes para solda a laser – Tem a função de direcionar o foco do laser

para o ponto de soldagem na peça.

Descrição:

Nesta estação executa-se a soldagem da arruela e do pinhão. O induzido vem de

outra estação com a arruela prensada para soldagem. Após a solda segue para montar o

pinhão e volta para soldagem novamente. Após a soldagem do pinhão, o induzido

completo é montado na carcaça automaticamente.

Montagem do motor estação 2b1 (montar arruela e induzido)

Partes principais:

• Prensa pneumática – Função de executar prensagem da arruela no eixo do

induzido.

• Painel de acionamento Bosch – Painel utilizado pelo operador para efetuar

movimentos manuais e selecionar funções de operação da máquina.

• Alimentador por vibração – Sistema de alimentação que transporta arruela por

uma calha através da vibração gerada por uma bobina elétrica.

• Sistema de segurança com barreiras eletrônicas - Função de proteger e garantir a

segurança do operador, fazendo com que a máquina pare caso ele tente colocar a

mão na parte interna quando em funcionamento.

Descrição:

Nesta estação executa-se a prensagem da arruela maior. A arruela é alimentada

automaticamente através de alimentador por vibração, é verificada a posição correta da

mesma e executada a prensagem.

Montagem do motor estação 2b2 (montar pinhão e agregado doinduzido)

Partes principais:

• Painel de acionamento Bosch – Painel utilizado pelo operador para efetuar

movimentos manuais e selecionar funções de operação da

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• Prensa pneumática – Utilizada para executar a prensagem de um componente em

outro componente.

• Sistema de segurança com barreiras eletrônicas - Função de proteger e garantir a

segurança do operador, fazendo com que a máquina pare caso ele tente colocar a

mão na parte interna quando em funcionamento.

Descrição:

Nesta estação executa-se a montagem do porta escovas, arruelas, mancal do

induzido e prensagem do pinhão. No dispositivo de montagem são posicionadas, as

arruelas, o porta escovas e o mancal do induzido. Após acionamento manual, o

equipamento posiciona este conjunto de peças no induzido e leva-o para a prensagem do

pinhão.

Montagem do motor estação 2c (parafusar motor)

Partes principais:

• Painel de acionamento Bosch – Painel utilizado pelo operador para efetuar

movimentos manuais e selecionar funções de operação da

• Parafusadeira e Fonte de alimentação – Sistema de parafusamento automático

com controle de torque.

Descrição:

Esta estação executa o parafusamento do motor na carcaça. Os parafusos são

alimentados manualmente, o equipamento posiciona a parafusadeira e o parafusamento

é feito automaticamente com controle eletrônico de torque e ângulo.

Montagem do motor estação 2c2 (prensar eixo intermediário)

Partes principais:

• Prensa pneumática – Utilizada para executar a prensagem de um componente em

outro componente.

• Controle para força de prensagem e posicionamento - Equipamento utilizado para

controlar força e deslocamento dos componentes no momento da prensagem.

• Painel de acionamento Bosch – Painel utilizado pelo operador para efetuar

movimentos manuais e selecionar funções de operação da máquina.

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Descrição:

Estação de prensagem do eixo da engrenagem. O eixo é abastecido manualmente

e prensado após acionamento manual do equipamento.

Montagem do motor estação 2d (testar motor)

Partes principais:

• Servo motor – Utilizado para gerar movimento simulando o funcionamento do

conjunto no motor do carro.

• Cabeçote de teste do motor – Executa as medições necessárias de tensão,

corrente e ângulo.

• Painel de controle de teste - Computador que processa as informações do teste e

da o resultado final de aprovação.

Descrição:

Esta estação executa-se o teste do motor. Após a montagem do motor na carcaça

corpo produto corpo de borboleta deverá ser colocado nesta estação para verificação do

funcionamento. O abastecimento e manual e o teste inicia-se após acionamento de um

botão de start.

Montagem final estação 1 (montar eixo e rolamento)

Partes principais:

• Prensa acionada por motor - Utilizada para executar a prensagem de um

componente em outro componente, porém através de movimento de um motor

elétrico.

• Comando de controle do motor da prensa – monitora e controla a força de

prensagem dos componentes.

• Painel utilizado pelo operador para efetuar movimentos manuais e selecionar

funções de operação da máquina.

• Controle para força de prensagem e posicionamento - Equipamento utilizado para

controlar força e deslocamento dos componentes no momento da prensagem.

Descrição:

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Esta estação possui uma prensa modular semi-automática acionada por motor para

prensagem do mancal de rolamento do eixo na carcaça do corpo de borboleta.

Externamente à estação o eixo é montado manualmente na carcaça , a qual é fixada no

dispositivo. O rolamento é posicionado manualmente em local definido e a prensagem é

iniciada através de botão externo.

Montagem final estação 6 (montar mancal e rolamento)

Partes principais:

• Prensa pneumática – Utilizada para executar a prensagem de um componente em

outro componente.

• Painel de acionamento Bosch – Painel utilizado pelo operador para efetuar

movimentos manuais e selecionar funções de operação da máquina.

• Controle para força de prensagem e posicionamento - Equipamento utilizado para

controlar força e deslocamento dos componentes no momento da prensagem.

Descrição:

Nesta estação possui uma prensa modular semi-automática para prensagem do

mancal do eixo (lado oposto à operação anterior) na carcaça do corpo de borboleta. A

carcaça é fixada no dispositivo, o mancal é posicionado manualmente em local definido e

a prensagem iniciada através de botão externo.

Montagem final estação 3 (montar e parafusar borboleta)

Partes principais:

• Painel de acionamento Bosch – Painel utilizado pelo operador para efetuar

movimentos manuais e selecionar funções de operação da máquina

• Parafusadeira e Fonte de alimentação – Sistema de parafusamento automático

37

Descrição:

Nesta estação executa-se a montagem e parafusamento da borboleta no eixo. O

dispositivo de fixação e o dispositivo de montagem dedicados a cada variante do produto

auxiliam a montagem e o alinhamento da borboleta. Dois parafusos são abastecidos

manualmente e parafusados com auxilio da parafusadeira eletrônica.

Montagem final estação 4 (montar acoplamento e mola)

Partes principais:

• Painel de controle Bosch - Painel de acionamento Bosch – Painel utilizado pelo

operador para efetuar movimentos manuais e selecionar funções de operação da

máquina

• Unidade prensagem pneumática e rotação com motor – Utilizado para montagem

do acoplamento. Funciona através do movimento de um cilindro pneumático com

movimento giratório.

• Módulo de controle de alimentação – Equipamento que garante a presença de

peça na máquina, através de sensores ópticos.

Descrição:

Estação de montagem da mola de torção e acoplamento. A mola é posicionada

manualmente na carcaça e o acoplamento encaixado em dispositivo próprio. Estes são

posicionados e fixados no dispositivo do equipamento e através dos botões o mesmo é

acionado. Neste caso alem do movimento de descida da existe um movimento de rotação

do dispositivo onde se encontra o acoplamento.

Montagem final estação 5 (ajustar acoplamento e soldar)

Partes principais:

• Unidade de solda e controle do Laser – Responsável por gerar o laser e também

fazer o monitoramento do mesmo, como controle de potência e foco.

• Cabeçote da solda laser – Tem a função de direcionar o foco do laser.

• Painel de acionamento Bosch – Painel utilizado pelo operador para efetuar

movimentos manuais e selecionar funções de operação da máquina

39

Descrição:

Estação de alinhamento e soldagem do acoplamento. O corpo de borboleta é fixado

manualmente no dispositivo da estação para que seja feito o alinhamento do

acoplamento em relação à borboleta. Após o alinhamento, automaticamente é feita a

solda a laser fixando definitivamente o acoplamento ao eixo. A estação central de laser

emite laser para as estações através de cabo de fibra óptica coordenada pelo painel de

comando.

Montagem final estação 7 (montar cover e presilhas)

Partes principais:

• Prensa pneumática – Utilizada para executar a prensagem de um componente em

outro componente.

• Painel de controle Bosch - Painel de acionamento Bosch – Painel utilizado pelo

operador para efetuar movimentos manuais e selecionar funções de operação da

máquina.

Descrição:

Estação para montagem da engrenagem de transmissão, da tampa e colocação

das presilhas . O corpo de borboleta é fixado manualmente no dispositivo da estação, a

engrenagem a tampa são abastecidos manualmente em posição definida. Após os

abastecimentos o equipamento é acionado e automaticamente a tampa e as presilhas

são montadas no corpo de borboleta

Montagem final estação 8 (montar selo e tubo)

Partes principais:

• Painel de acionamento Bosch – Painel utilizado pelo operador para efetuar

movimentos manuais e selecionar funções de operação da máquina.

• Controle para força de prensagem e posicionamento - Equipamento utilizado para

controlar força e deslocamento dos componentes no momento da

prensagem.Controle de força e posicionamento em todos os módulos -

• Comando de controle do motor da prensa – monitora e controla a força de

prensagem dos componentes.

Descrição:

Nesta estação executa-se a montagem do selo de proteção do eixo e tubos de

diversos tipos de corpo de borboleta. As peças são abastecidas manualmente e

prensados após acionamento.

Montagem final estação 9 (teste final)

Partes principais:

41

• Medidor de resistência – Utilizado para medição do posicionamento da abertura do

corpo de borboleta que controla a entrada de ar no motor. Isto é feito através da

medição e diferencial de resistência x ângulo de posicionamento.

• Canhão para impressão a Laser – Utilizado para gravar a laser n° de tipo do

produto e logo do cliente na carcaça.

• Painel de acionamento Bosch – Painel utilizado pelo operador para efetuar

movimentos manuais e selecionar funções de operação da máquina.

Descrição:

Nesta estação se faz o teste final para verificar a resistência do potenciômetro do

corpo em relação ao ângulo da borboleta.

Com a aprovação da peça automaticamente se dispara a gravação a Laser dos

dados da peça aprovada.

43

4.4 Layout da linha

Para a consecução de todas as operações descritas, a disposição das máquinas e

equipamentos está disposta segundo um layout em linha conforme ilustra a figura abaixo:

Figura 4 – Layout esquemático da Linha

Montar Acoplamento e mola

Posto 4Ajustar o Acoplamento e Soldar

Posto 5

Posto 7Montar Cover e

Presilhas

Testar Vedação Cover

Posto 10

Posto 11

Aplicar Molykote

Messgerät

Laser Central

Unidade Refrigeração

Comando Laser Exaustão

Posto 15

Montar Acoplamen

to Montar e Parafusar Borboleta

Posto 3Posto 6

Posto 1Montar Mancal

RolamentoMontar Eixo e

Rolamento

Montar Selo / Tubo

Posto 8.1

Montar Tubo

Posto 8.2

Testar Vazamento

Tubos Honda

Posto12

Posto 9

Posto 14

Visual Embalagem

Montar Cover PSA

Posto 13

Teste Final

Testar Motor

Posto 2D

Prensar Eixo

Intermediário

Posto 2C2

Parafusar Motor

Posto 2C

Solda Laser

Arruela e pinhão

Schutzgas

Posto 2B

Montar Pinhão e agregado

do induzido

Posto 2B2

Posto 2B1

Montar Arruela e Induzido

Montar Conjunto Magnéti

co

Posto 2A

Posto 16

Prensar Guia p/ cabo.

Manuellenlift

5 O projeto

Este projeto teve início quando a empresa matriz situada na Alemanha decidiu que

o fornecimento e produção do conjunto denominado corpo de borboleta ou acelerador

eletrônico deveria ser feito pela empresa filial instalada no Brasil.

O motivo para tal decisão foi a questão custo, ou seja, produzir com custo menor

proporcionado um lucro maior. Este produto já é utilizado pelas montadoras de

automóveis há mais de dez anos na Europa, porém aqui no Brasil as montadoras têm

utilizado o acelerador eletrônico nas linhas de montagem automotiva há pouco tempo,

sendo necessária sua importação.

Porém como o produto já está sendo substituído na Europa por outro modelo mais

atualizado, a continuidade da produção se faz necessária para manter o fornecimento no

mercado de reposição externo e também de produzir para o mercado nacional, evitando a

importação.

O projeto tem como foco principal a transferência de uma linha de produção que

estava desativada há quatro anos, e o maior desafio foi o de colocá-la em funcionamento,

produzindo em níveis (volume) satisfatórios e com qualidade. Para que isto ocorresse foi

necessário que várias etapas fossem cumpridas, a fim de levantar todas as necessidades

para que a linha pudesse ser transferida da Alemanha para o Brasil, instalada liberada

para produzir com sucesso.

45

5.1 A visita de reconhecimento

O primeiro passo após a informação de que tal projeto iria ocorrer, foi indicar dois

técnicos (planejador de manutenção e de produção), para visitar a linha desativada na

Alemanha. Esta visita ocorreu alguns meses antes da fase inicial do projeto, que

compreendia a montagem da linha na Alemanha onde estava desativada e guardada em

um depósito.

A vista da linha desativada foi de fundamental importância para que se fizesse um

primeiro contato com os equipamentos e máquinas, buscando analisar os pontos críticos

mais visíveis e quais componentes deveriam ser substituídos por estarem obsoletos e

não terem reposição no mercado ou também danificados pela ação do tempo e falta de

cuidados na armazenagem. Este levantamento foi feito, em grande parte através de

análises em catálogos e contato com a área de manutenção da empresa na Alemanha.

Outro ponto importante foi para que se preparasse a equipe de técnicos e

responsáveis pela transferência e atualização da linha.

5.2 A equipe de trabalho

Para dar seqüência ao projeto, foi montada uma equipe de trabalho para fazer a

montagem, atualização e transferência da linha de montagem e o mais importante e

desafiador de tudo, o de colocá-la em funcionamento no Brasil.

Considerando todas as necessidades observadas na visita de reconhecimento e

considerando também a complexidade dos equipamentos tanto na parte operacional

quanto na execução, foi estabelecida para este projeto uma equipe composta por um

líder da parte de produção e um líder da manutenção. O líder de produção teve como

membros de sua equipe dois operadores e um supervisor de produção. O líder de

manutenção teve um técnico eletrônico e um técnico mecânico como membros de sua

equipe. O líder desta ultima equipe foi o pesquisador e autor deste trabalho.

O projeto seguiu em duas linhas de frente, uma de responsabilidade do líder de

produção, que focou nas necessidades de processo, qualidade e produto. Outra sob o

comando do líder de manutenção, que focou nas atividades de montagem, atualização

tecnológica e transferência.

A equipe foi definida analisando as várias necessidades e competências para tal

projeto, levando em consideração conhecimento técnico, idioma, relacionamento

interpessoal, comunicação e flexibilidade dos participantes.

47

5.3 A montagem da linha na Alemanha

Par iniciar as atividades de campo, foi providenciada a montagem da linha ainda na

Alemanha, na cidade de Nuremberg na unidade matriz da empresa, que disponibilizou

dois técnicos do setor de montagem de máquinas especiais. Essa parceria foi importante

pois, tratava-se do inicio do levantamento das necessidades de atualização tecnológica

que a linha desativada deveria sofrer. Não havia ninguém melhor do que os técnicos que

já conheciam esta linha para fornecer as informações.

Todas as necessidades de reparo e substituição de equipamentos danificados

foram feitas no momento da montagem que foi de responsabilidade do setor de

montagem de máquinas da Alemanha, já que na negociação de compra e venda entre

Brasil e Alemanha, foi contemplada a venda de uma linha de produção em

funcionamento. Portanto os itens danificados deveriam ser trocados para que as

máquinas e equipamentos fizessem os movimentos e operações necessárias.

Porém o mais complexo e difícil de executar não estava contemplado como

responsabilidade do vendedor. Tratava-se da substituição de componentes obsoletos,

que não possuíam mais peças de reposição no mercado e que não mais atendiam as

necessidades de qualidade exigidas para produzir o produto dentro dos padrões atuais.

Após a linha ter sido montada e colocada todas as estações em funcionamento,

iniciou-se o processo de treinamento e levantamento das necessidades de atualização

tecnológica.

5.4 O treinamento

Depois de colocada em funcionamento a linha de produção, foi iniciada uma

seqüência dos treinamentos, que compreendia a parte operacional e execução das

atividades de manutenção.

Nesta parte do projeto as duas equipes brasileiras se juntaram na unidade matriz e

passaram a receber as informações do treinamento acompanhando toda a seqüência de

montagem do produto e operação das máquinas. Este acompanhamento é importante

pois nos casos de intervenções de manutenção o técnico deve conhecer os movimentos

e etapas do processo de montagem, conseguindo assim identificar uma falha do

equipamento com maior facilidade e rapidez.

O treinamento também se estendeu para os softwares, partes mecânicas e

lubrificação. Nesta etapa, teve início o levantamento das necessidades de atualização

referente ao item qualidade do processo, pois foram levantadas as deficiências de alguns

componentes mostravam na execução das operações, podendo comprometer o bom

funcionamento da linha como um todo.

Em paralelo com este levantamento de necessidades, foram feitos vários

treinamentos com representantes de componentes de equipamentos da Alemanha, como

fornecedores de sistema de solda a laser, da gravação a laser, dos controladores de

motor de passo e vários outros que, por sua vez, auxiliaram muito na identificação das

necessidades de atualização tecnológica e substituição de componentes fora de linha.

Estes contatos com fornecedores da Europa foram de fundamental importância

para estreitar o relacionamento, facilitando a negociação e compra de novos

componentes importados.

49

5.5 O levantamento das necessidades de atualização tecnológica

Depois de identificadas as necessidades de atualização referente aos itens de

qualidade de processo, também foram relacionados e levantados os pontos referentes a

obsolescência, reposição no mercado e representação do fabricante no Brasil.

Depois de identificados todos os itens, foi feito um levantamento dos principais

fornecedores e agendadas visitas aos fabricantes de componentes e máquinas especiais

na Alemanha. Nestas visitas os fabricantes mostraram as várias opções de produtos e

componentes que poderiam substituir os que estavam sendo utilizados na linha de

produção, como também forneceram orçamentos com os custos dos equipamentos e os

respectivos prazos de entrega.

Outro ponto importante foi a recomendação de das peças que seriam necessárias

adquirir como reposição, ou seja, quais eram os itens sujeitos a uma troca mais

constante. O fato de o fabricante ter representante no Brasil também foi levado em

consideração na seleção de fornecedores.

5.6 A atualização tecnológica

Vários itens que foram identificados para serem substituídos foram atualizados

antes da liberação ou aprovação final da linha na Alemanha, outros foram analisados

após a transferência da linha, na instalação no Brasil, pois alguns itens tinham prazo de

entrega maior do que 60 dias.

Um item que foi atualizado ainda na Alemanha, foi o cabeçote de solda laser, pois

os cabeçotes de solda não eram mais compatíveis com a potência necessária para a

solda, pois a distância entre as lentes, espessura e o ângulo eram diferentes e não

tinham controle de temperatura e reflexão, o que causava uma solda deficiente. Ele foi

substituído ainda na Alemanha, pois para fazer a aprovação da linha era necessário que

o sistema de solda estivesse funcionando corretamente.

Algumas atualizações na parte de software também foram realizadas em estações

que exigiam seqüência de operações diferentes ou que não propiciavam condições

mínimas de segurança. A definição de quais componentes seriam atualizados foi tomada

em função dos itens já citados anteriormente, como obsolescência, representação no

Brasil, e itens de reposição no mercado.

Os orçamentos obtidos na Alemanha foram encaminhados para o Brasil e todo o

processo de compra e negociação foi feito pelo setor responsável por essa atividade.

5.7 A liberação da linha

Após feita a atualização dos itens que foram possíveis de serem atualizados dentro

do prazo estimado e feita todas as intervenções de reparos e correções de software ainda

na Alemanha, foi dado início a uma simulação de produção, ou seja, foi feita a produção

de um lote de peças para aprovação e liberação do setor responsável por qualidade.

Foi montada uma equipe de qualidade com funcionários da empresa da Alemanha

que ficou responsável por acompanhar o processo de montagem posto a posto, avaliando

os potenciais de erro de operação, falhas que efetivamente ocorreram e a habilidade dos

operadores brasileiros que foram treinados.

Esta auditoria final se repetiu por duas vezes, pois problemas foram identificados

durante o processo produtivo e somente seria liberada a linha caso estes fossem

sanados. Essa liberação foi fundamental para garantir um padrão de qualidade e

estabelecer um parâmetro de funcionamento da linha após a instalação no Brasil.

51

Os problemas identificados foram resolvidos e as pendências de atualização

tecnológica que ficaram pendentes, foram registradas para que fossem feitas no Brasil

antes da liberação feita pela auditoria final do processo produtivo.

5.8 A desmontagem

Logo na seqüência da liberação da linha feita pela auditoria, iniciou-se a

desmontagem da linha na Alemanha. A desmontagem foi feita pelos técnicos brasileiros

observando-se vários passos e medidas necessárias para uma desmontagem segura.

Foram identificados todos os cabos elétricos, mangueiras hidráulicas e pneumáticas que

seriam desconectadas, para facilitar o religamento quando o equipamento fosse montado

novamente no Brasil.

Foram tiradas fotos de todas as estações de vários ângulos, buscando mostrar

como os componentes a serem desmontados estavam conectados, posicionados e

fixados.

Todos os pontos das máquinas que apresentam movimentos com os cilindros,

guias lineares, portas e proteções foram travadas com madeira ou amarradas com cintas

e cordas para evitar movimento durante o transporte.

Os componentes sensíveis a impactos e frágeis foram retirados e embalados em

caixas com isopor para maior proteção.

Os equipamentos com reservatório de água e óleo foram esgotados para evitar

transbordamento e contaminação do meio ambiente durante o transporte, e até mesmo

para redução do peso do equipamento.

Foi contratada uma empresa de embalagem e transporte de máquinas para

providenciar as embalagens conforme dimensões de cada equipamento e executar a

movimentação das maquinas com equipamentos corretos como empilhadeiras e pontes

rolantes par facilitar as embalagens.

Todas as máquinas foram revestidas com plástico para proteção contra maresia,

pois o transporte seria no marítimo.

53

Após devidamente embaladas, todas as caixas tiveram coladas em suas laterais

fotos do equipamento que estava dentro de cada embalagem, par facilitar a liberação

alfandegária e a identificação do transporte na instalação.

Todos estes passos foram seguidos para garantir que os equipamentos chegassem

com segurança ao Brasil.

5.9 A instalação

Um mês antes da chegada da linha, todo o processo relacionado ao layout foi

providenciado pela equipe responsável na planta de Campinas. A liberação da área a ser

utilizada foi feita com antecedência seguindo orientações e informações da equipe da

Alemanha, procurando deixa-lá o mais livre possível para que as empilhadeiras tivessem

espaço físico suficiente para manobras.

Toda parte de alimentação elétrica, pneumática e hidráulica estavam definidas e

prontas par receber a linha, todos os pontos de alimentação elétrica com as tensões

corretas como por exemplo, neste caso pontos com 220 v e 440 v. a alimentação

hidráulica com pontos de água com registros já instalados par as máquinas que

necessitam de refrigeração.

Alimentação pneumática com pontos de rede com 6bar e 10bar de pressão e calhas

para passagem de cabos elétricos instalados e prontas para receber os equipamentos.

Todo o material e mão de obra necessária para concluir a instalação, como pessoal

para fazer nivelamento, fixação das máquinas no piso e lubrificadores para completar os

reservatórios com óleos lubrificantes e refrigerantes foi providenciado antecipadamente.

Todos estes passos são fundamentais para que a instalação ocorra com sucesso e

dentro do prazo estimado.

Assim que as máquinas chegaram na empresa, foram desembaladas e

transportadas uma a uma, procurando seguir a seqüência de instalação para evitar

transtornos no layout.

A instalação da linha ocorreu sem maiores problemas, pois na fase de

desmontagem foram identificados todos os pontos que seriam desconectados, o que

facilitou muito a montagem.

55

5.10 A produção piloto

Assim que todas as máquinas e equipamentos foram instalados, foi iniciada uma

produção piloto. Esta etapa serve para que todos os movimentos, ajustes e parâmetros

de máquinas e processo sejam corrigidos e ajustados.

Foi produzido um lote de cinqüenta peças para testar o funcionamento passo a

passo de trabalho, checando se todas as dimensões e valores estavam dentro das

tolerâncias determinadas.

Esta produção piloto foi feita com o acompanhamento de uma equipe de

manutenção, produção e o setor de qualidade, que foi responsável pela aprovação e

liberação da linha.

Também participaram desta produção piloto, um dos principais clientes externos,

neste caso a GM. Como todas as etapas anteriores foram executadas corretamente ou

cumpridas, poucas falhas ocorreram e os ajustes necessários foram feitos sem maiores

problemas.

Após a liberação ter sido feita pelo setor responsável do controle de qualidade da

empresa, a linha foi liberada para iniciar seu processo de produção para cumprir os

compromissos de fornecimento firmados com os clientes.

A produção iniciou-se lentamente, pois as primeiras semanas foram para adaptação

dos novos operadores com os equipamentos. O processo de produção na linha,

apresentou um crescimento do volume de forma gradual, devido a necessidade de

ajustes e pouca prática nos Setup’s , que em pouco foi aprimorado.

O primeiro lote de peças produzidas foi para a montadora GM e a quantidade inicial

produzida foi de cem peças.

Após este primeiro lote a produção entrou em processo de aceleração, passando a

aumentar o volume produzido, buscando atingir a capacidade máxima de produção, que

neste caso por ser uma linha com vários postos com operações manuais possui

capacidade de produção relativamente baixa, de apenas cinqüenta peças por hora.

57

6 ATUALIZAÇAO TECNOLÓGICA REALIZADA

Após terem sido levantadas todas as necessidades de atualização tecnológica,

orçado e comprado os componentes, foi dado início na execução das modificações, onde

algumas modificações foram feitas na Alemanha e outras no Brasil.

6.1 Equipamento steiger mohilo

O controlador de força do fabricante Steiger Mohilo foi um componente com

necessidade de substituição, pois não existe representante para este equipamento no

Brasil e também não se encontra mais peças de reposição na Europa.

A opção foi de substituir por um controlador de força da marca Burster que já é

utilizado em vários equipamentos na empresa aqui no Brasil e com peças de reposição

no mercado nacional, representação e assistência técnica.

Isto trouxe um ganho em vários sentidos, tanto na parte de custos, pois já existem

peças de reposição em estoque e também na parte operacional pois o equipamento da

Burster tem uma tela de programação mais simples de ser programada.

Este controlador de força tem como função principal monitorar os valores de força e

deslocamento exercida sobre o produto em uma de suas operações de prensagem,

garantindo assim a qualidade do produto.

6.2 Cabeçote de solda laser

Durante o acompanhamento do try-out da linha na Alemanha, foi identificado uma

deficiência (falha) na Solda Laser.

Isto somente foi possível de ser identificado comparando-se um produto que havia

sido montado na linha da Alemanha com um produto montado na linha desativada.

Depois de identificado esta diferença entre os produtos das duas linhas, foi

questionado o setor de qualidade da Alemanha sobre este problema e a resposta foi que

realmente deveriam ser substituídos os cabeçotes de Solda Laser.

O motivo é que o produto passou por melhorias no processo de produção, e estas

melhorias consistem também na modificação da matéria prima utilizada em alguns

componentes do produto.

Neste caso em específico foi alterado o material da engrenagem, sendo que , os

cabeçotes de solda antigos não eram mais compatíveis com o valor de potência

necessário para solda.

A distancia entre as lentes a espessura e o ângulo era diferente e não tinham

controle de temperatura e reflexão o que causava uma solda deficiente.

Foi feita então a substituição dos cabeçotes de solda Laser do fabricante Haas, por

cabeçotes modernos do mesmo fabricante.

Foi feito também uma visita ao fornecedor do laser na Alemanha, para adquirir informações

sobre o novo sistema laser e também estreitar o relacionamento.

6.3 Modificação do software

Em algumas estações de trabalho foi necessário modificação no software e

hardware para garantir a segurança e também uma melhor qualidade do produto.

No caso da estação de prensagem da arruela do motor existia uma falha no

software que permitia que a máquina continuasse sua operação em automático, mesmo

após sua barreira óptica de segurança ter sido acionada.

59

6.4 Vibrador linear e rotativo

Em uma das estações que possui um sistema de alimentação de componentes por

vibração houve necessidade de fazer a substituição das bobinas magnéticas de 50 hz

para 60 hz, pois no Brasil esta freqüência é de 60 hz, isto fazia com que não fosse

possível ajustar a intensidade de vibração.

6.5 Sistema de refrigeração do laser

Foi necessário fazer aquisição de um sistema de refrigeração para controle da

temperatura do laser. O sistema existente era com um equipamento que proporcionava

uma troca de calor pequena, porém este funcionava devido às condições climáticas da

Alemanha de baixas temperaturas no inverno e clima ameno no verão.

6.6 Transformador de tensão

Foi necessário também a instalação de um transformador para reduzir a tensão de

entrada de 440 v para 380 v, pois toda a linha trabalha com alimentação de 380 v e na

fábrica que foi instalada a tensão utilizada é de 440 v.

6.7 Equipamento de gravar a laser

O equipamento de gravação a laser do fabricante NWL foi um componente que

houve necessidade de substituição, pois não existe representante para este equipamento

no Brasil e também não se encontra mais peças de reposição na Europa, a possibilidade

seria de substituir por uma nova versão.

Foram feitas várias cotações e optado por um fabricante que possui representante

no Brasil e o custo de aquisição é menor , sendo que o suporte técnico será feito por

representante aqui no Brasil.

61

7. CONSIDERAÇOES FINAIS

Todo o processo de atualização tecnológica deve ter etapas que devem ser

seguidas e analisadas.

Primeiramente é necessário identificar qual é a necessidade principal, ou seja, a

máquina ou linha de produção no qual está trabalhando ou será colocada em

funcionamento deve ter seus pontos críticos identificados, como por exemplo; se a

necessidade for de aumentar a produtividade de um equipamento produzindo mais peças

em um menor tempo o foco da atualização deverá ser em partes da máquina ou da linha

que sejam “gargalos“, que executem movimentos e operações mais lentos que os demais

pontos ou seja, as operações deverão ter seus ciclos ajustados de forma a serem

cadenciados.

Para este objetivo existem componentes e equipamentos que podem ser

substituídos ou atualizados fazendo com que se produza com melhor desempenho.

Com relação ao caso analisado nesse trabalho, o objetivo foi o de fazer uma

atualização tecnológica em uma linha de produção que estava desativada. Neste caso o

objetivo era o de colocar em funcionamento equipamentos e máquinas que possuíam

vários equipamentos obsoletos e a necessidade principal era a de substituí-los por

componentes modernos e que tivessem reposição no mercado brasileiro.

Também foi considerada a questão produtividade, pois em alguns casos

equipamentos ou componentes modernos puderam oferecer melhor desempenho tendo

com isso uma produtividade maior.

Outro fator importante foi com relação à qualidade, pois as peças e componentes

com tecnologia avançadas geralmente garantem e oferecem uma qualidade melhor, o

que se reflete no produto final e isso é um ponto positivo.

Como contribuição ao conhecimento, este trabalho procurará estabelecer, com

base no caso analisado, uma relação de ações a serem a serem efetivadas sempre que

alguma atualização tecnológica em equipamentos for necessária.

Assim, pode-se sugerir uma metodologia para realizar atualização tecnológica de

maquinas e equipamentos em geral.

• Visitar equipamentos que já estejam em funcionamento e que possuam

tecnologia moderna, pois isto poderá nortear a atualização de uma linha ou

uma máquina que esteja desativada.

• Levantar informações sobre pontos críticos com operadores e manutentores,

pois eles poderão orientar sobre as partes da linha ou da máquina que mais

apresentam problemas, isso também ajudará na elaboração das

necessidades de atualização ou modificação dos equipamentos.

• Acompanhar durante um período o processo de fabricação posto a posto de

trabalho ou o funcionamento de uma máquina para identificar o que se tem

de mais crítico nas operações e entender o processo. O conhecimento do

processo é fundamental para identificar as necessidades de atualização

tecnológica.

• Identificar e analisar os pontos críticos no processo que possam afetar a

qualidade do produto.

• Identificar e analisar os pontos críticos no processo que possam oferecer

riscos à segurança do operador.

63

• Analisar os planos de Manutenção preventiva mecânica, juntamente com os

técnicos responsáveis a fim de avaliar e entender o que deve ser feito

preventivamente e por que; (como checagem de alinhamentos, ajustes,

nivelamento, etc).

• Analisar os planos de Manutenção preventiva elétrica, juntamente com os

técnicos responsáveis para avaliação e fazer levantamento do que deve ser

feito preventivamente e por que; (como por exemplo: ajuste de calibração de

placas eletrônicas, testes em sistemas de emergência e segurança, etc).

• Analisar os planos de lubrificação, juntamente com os técnicos responsáveis

para avaliar os pontos necessários a serem lubrificados e os tipos de graxas

e óleos que são utilizados e suas quantidades.

• No caso de equipamentos importados é fundamental identificar os

componentes e equipamentos que poderão sofrer danificações com relação

a diferenças climáticas, diferenças na alimentação de energia elétrica,

como,: tensão de 380 v para 440 v ou freqüência de 50 hz para 60 hz.

• Fazer levantamento e analise de todas as máquinas e equipamentos por

meio de catálogos, para identificar peças e componentes especiais e peças

fora de linha.

• Depois de identificados os componentes especiais e fora de linha entrar em

contato com representantes e fabricantes nacionais solicitando indicações e

sugestões de equipamentos equivalentes.

• Fazer analise técnica dos orçamentos recebidos e avaliar o custo beneficio

de cada fabricante, analisando se os equipamentos sugeridos são

compatíveis com as necessidades para produzir com qualidade.

• Visitar o fabricante local para verificar suas instalações e condições de

suporte técnico.

• Solicitar ao fabricante treinamento aos técnicos e operadores dos novos

equipamentos que serão instalados.

• Em caso de equipamentos importados preferencialmente optar por

fabricantes que tenham representantes no Brasil.

• Solicitar para que o fabricante forneça quais serão as peças de reposição

necessárias para serem adquiridas juntamente com o equipamento (peças

de desgaste).

• Solicitar para que a instalação seja feita pelo fabricante ou por um

representante autorizado.

• Cuidados na embalagem, caso o equipamento seja transportado de um local

a outro.

• Providenciar e preparar antecipada e adequadamente a área para receber

os equipamentos.

A atualização tecnológica de uma linha de montagem, ou de uma máquina é um

processo complexo que exige uma análise detalhada de todos os componentes.

Os passos mencionados no decorrer deste trabalho poderão auxiliar na execução

de atualização e transferência de uma linha, porém deverão ser adaptados para cada

necessidade.

65

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERVIAN, Alcino Pedro,CERVO Amado Luis. Metodologia Científica. 5.ed. São Paulo :

Prentice Hall, 2002.

Black; J.T. O projeto da fabrica com futuro. Reimpressão.Porto Alegre: Bookman,

1998.

CARROS econômicos e futuristas. São Paulo: Revista FAPESP n°94, 2003.

GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4.ed. São Paulo :

Atlas,2002.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia

Científica. 5.ed. São Paulo : Atlas, 2003.

SLACK, Nigel. et al. Administração da Produção. 1.ed. São Paulo : Atlas,1996.