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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP FACULDADE DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS DEPARTAMENTO DE MÚSICA PEDAGOGIA DO INSTRUMENTO TRABALHO FINAL PROCESSO DE INICIAÇÃO MUSICAL POR MEIO DA IMITAÇÃO AO PIANO GUSTAVO LUÍS MANFRIM

Processo de Iniciação Musical Por Meio Da Imitação Ao Piano

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Page 1: Processo de Iniciação Musical Por Meio Da Imitação Ao Piano

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP

FACULDADE DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS

DEPARTAMENTO DE MÚSICA

PEDAGOGIA DO INSTRUMENTO

TRABALHO FINAL

PROCESSO DE INICIAÇÃO MUSICAL POR MEIO DA IMITAÇÃO AO PIANO

GUSTAVO LUÍS MANFRIM

Nº USP 7584759

Page 2: Processo de Iniciação Musical Por Meio Da Imitação Ao Piano

PROCESSO DE INICIAÇÃO MUSICAL POR MEIO DA IMITAÇÃO AO PIANO

Introdução: Este processo, ao qual não nos referiremos ainda como método, busca proporcionar ao aluno, especialmente criança e recém alfabetizado, o contato com o instrumento e o fazer musical, de maneira bastante natural e intuitiva, tornando essa iniciação ao instrumento, sobretudo lúdica e, consequentemente, prazerosa. Surgiu da ideia de que, assim como acontece o aprendizado da língua materna, dentre uma série de outros costumes e hábitos, a imitação seria o caminho mais natural possível. Também da observação de que, em alguns experimentos de iniciação musical com princípio na criação, era inevitável que houvesse essa prática de imitação como primeiro caminho. Daí então se desenvolveu (em mim) esse pensamento: já que, então, é inevitável esse processo, por que, então, não assumi-lo, desenvolvê-lo e torná-lo parte essencial do processo de aprendizagem musical? Com base nesse pensamento comecei a fazer algumas observações e desenvolver pensamentos nesse sentido que levaram a esse estudo inicial, conforme descrevo no processo a seguir. É válido lembrar que se trata de um pensamento ainda pré-maturo e que deve servir como uma como opção de caminho a ser estudado e desenvolvido antes de ser adotado e defendido. Também não há pretensão de ser entendido como algo essencialmente novo revelador, apenas como pensamento válido e opção de caminho.

ESTE PROCESSO DE INICIAÇÃO MUSICAL DEVE SER ENTENDIDO E DESENVOLVIDO EM 3 ETAPAS.

1) Estímulo à imitação:

Com uma única nota a criança reproduz, pelo processo de imitação, a maneira como o professor toca o instrumento: a intensidade, o ritmo, o andamento e o toque. Esse processo estimula a atenção e a percepção auditiva. Em seguida, passa a imitar a sequência de notas que o professor executa, criando pequenos motivos melódicos, inicialmente em grupos de 3 figuras (notas) que variam entre três notas consecutivas (do, ré, mi, por exemplo). Esta parte do processo estimula a percepção melódica através da imitação de melodias e da percepção de cadências melódicas. Para isso o professor deve ajudar questionando as “cadências”, comparando-as, colocando frases textuais nesses motivos (do tipo “vou tocar”, “que legal”, “olha só”, “pra você”, “começar”...)

Nesta fase da iniciação o intuito da aula deve estar concentrado em promover o desenvolvimento da percepção musical e do prazer no fazer musical. Dessa forma, o contato do aluno com o instrumento deve ser encarado sobremaneira como meio para a produção do som e parte do processo de iniciação, ainda não como objetivo. Assim sendo, ainda não há preocupações com dedilhados, forma de mão, ou qualquer outra particularidade de caráter técnico instrumental.

Os exercícios devem estar concentrados na experimentação sonora e devem intercalar o contato com o instrumento a práticas corporais como de dança e o canto.

Esta deve ser a maior e mais elaborada etapa do processo, pois, pode consistir, na maioria das vezes, não só no primeiro contato do aluno com o instrumento, mas também no seu primeiro contato com o fazer musical.

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2) Introdução ao instrumento:

Nesta fase, o professor começa a dar orientações técnicas sobre a forma da mão, posicionada os dedos sobre as teclas e corrige superficialmente o toque. Os exercícios continuam muito semelhantes aos da primeira etapa, porém com novas informações sobre o toque no teclado.

3) Introdução à leitura de partitura

Através de agrupamentos de notas, geralmente de 3 notas, o professor deve proporcionar que o aluno identifique os motivos que tocaram ao instrumento com as imagens correspondentes. Essas imagens podem ser desenhadas na hora, ou mesmo apresentadas através de cartões pré-construídos. Esses exercícios de identificação dos padrões motívicos podem ser executados de diferentes maneiras. O professor pode sortear os “motivos” dos cartões e pedir para o aluno tocar, pode combiná-los criando melodias, pode associar uma frase textual a cada motivo, ou mesmo brincar de adivinhação, de identificação sonora dos motivos, quando ele toca e o aluno adivinha, exatamente como num ditado melódico.

Após esse período de iniciação do aluno ao instrumento e ao fazer musical através do instrumento, a continuação do ensino de música deve proceder de acordo com a escolha do professor, observadas as aptidões e dificuldades de cada aluno. Esses princípios devem continuar sendo trabalhados nas aulas seguintes com o intuito de manter o aprendizado lúdico do instrumento e o prazer do aluno ao “fazer música”.

processo pro.ces.so sm (lat processu) 1 Ato de proceder ou de andar. 2 Sociol Sucessão sistemática de mudanças numa direção definida. 3 Concatenação ou sucessão de fenômenos. 4 Seguimento, decurso: O processo dos tempos. 5 Série de ações sistemáticas visando a certo resultado:   O processo de fazer vinho.

métodomé.to.do1

sm (lat methodu). 1 Conjunto dos meios dispostos convenientemente para alcançar um fim e especialmente para chegar a um conhecimento científico ou comunicá-lo aos outros. 2 Ordem ou sistema que se segue no estudo ou no ensino de qualquer disciplina. 3 Maneira sistemática de dispor as matérias de um livro. 4 Maneira de fazer as coisas; modo de proceder. 5 Circunspecção, prudência. 6 Mat Conjunto de regras para resolver problemas análogos.