37
Processo de Trabalho em Saúde B l Bucal Ênfase no CEO Ênfase no CEO Prof. Paulo Sávio Goes, PhD.

Processo de Trabalho em Saúde BlBucal Ênfase no CEO189.28.128.100/dab/docs/eventos/1EncontroCeoEsf/apresentacao_paulo... · A discussão sobre trabalho não é linear ao ... relação

  • Upload
    ngomien

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Processo de Trabalho em Saúde B lBucal 

Ênfase no CEOÊnfase no CEO

Prof. Paulo Sávio Goes, PhD.

MissãoMissão

Gerar conhecimento apropriado e válido com o foco nas necessidades em saúde bucalo foco nas necessidades em saúde bucal coletiva e o consequente uso desta informação para o planejamento, gestão e avaliação de políticas, programas e serviços, seja através de pesquisas, assessoria, consultoria e formação de pessoas paraconsultoria e formação de pessoas para atuar neste campo, estabelecendo também, interfaces multiprofissional e intersetorial na saúdesaúde.

INTRODUÇÃO

O trabalho ao longo do tempoO trabalho ao longo do tempoO trabalho odontológicoO processo de trabalho no CEO

A discussão sobre trabalho não é linear ao longo do tempo

Aristóteles ‐ Trabalho é visto com preconceito. O trabalho é incompatível com a vida livre, e defende o ócioo ócio.

Santo Agostinho ‐ O trabalho era um preceito religioso. Trabalhar os e rezar deveriam ser atividades gloriosos de todos cristãos.

H l (Sé XIX) P i i t i fil ófi dHegel (Séc. XIX)‐Primeira teoria filosófica do trabalho . A liberdade em sociedade também seria fruto do trabalho. 

Karl Marx X Hannah Arendta a a a e dt

Karl Marx‐Séc XIX A interpretação das relações econômicas ‐relação capital e trabalho.Alienação do trabalho industrial na economia capitalista. 

Hannah Arendt‐Séc. XXRetoma ao pensamento grego: Labor, Trabalho e Ação.A crítica do econômico antes do político

A tensão que permanece ‐ polarização da valorização do trabalho e do ócio como ocasião de realização do homem criador e livrecomo ocasião de realização do homem, criador e livre.

OS DILEMAS DO TRABALHO NO SÉCULO XXI

O TRABALHO COMO ATIVIDADE VITAL (Séc. XX) –MODELO QUE COMECA A RUIR NOS ÚLTIMOS VINTE ANOS :•Não há como incorporar os jovens no mercadop j

•Os idosos que estão aumentando do ponto de vista demográficodemográfico•As enormes jornadas trabalho a que estão sujeitos  (São Paulo‐17 horas )

•Há ainda ampliação do que Marx chamou de trabalho imaterial (comunicação, publicidade e marketing/ sociedade d l /d d i bóli d i ól é fl )do logos/da marca, do simbólico, do invólucro e supérfluo) 

Desemprego•50 milhões de empregos perdidos em 2009 (18,4 milhões na AL)•1,5 bilhão de trabalhadores sofrerão redução dos seus salários  (OIT, 2009)

l d d dOs limites da degradação 

•Os serviços públicos, como saúde, energia, educação e telecomunicação, previdência –Mercadolização.

•Aumento do trabalho escravo no campo (No nordeste 18 toneladas)18 toneladas).

•Subemprego oferecidos aos imigrantes com jornada de trabalho de 17 horas  diárias (Bolivianos , Chicanos(EUA); Dekasseguis (Japão);  Lavoro Nero (Itália).

•Empregados domésticos(PALLAMC, 2009)( , )

TRABALHO NA PRIMEIRA DÉCADA DOTRABALHO NA PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO  XXI

O trabalho estável passa a ser quase virtual, a erosão do trabalho contratado e regulamentado

•Empreendedorismo•CooperativismoT b lh l tá i•Trabalho voluntário

•Trabalho atípico

“Este quadro é caracterizado por um processo deprecarização do trabalho, que os capitais globais estãoi i d t bé d t d l i l ã i lexigindo também o desmonte da legislação social

protetora do trabalho.” Antunes, 2007.

Armadilha da pobreza biomédicabiomédica

E b i t lEmpobrecimento a longo prazoR d ãRedução no acesso a assistência a saúdeM bid d ã t t dMorbidade não tratadaUso irracional de drogas

(Whit h d t l 2001(Whitehead et al. 2001)

• Direito de cidadaniaÚ• Sistema Único de Saúde

• Universalidade, Integralidade e aUniversalidade, Integralidade e a Equidade

• Diretrizes estratégicas– A descentralização – A integralidade – Participação social p ç– Regionalização– Hierarquização

CARACTERIZAÇÃO DO TRABALHOCARACTERIZAÇÃO DO TRABALHO EM SAÚDE

D l i t i tit i l•Desenvolvimento institucional•Características da divisãoCaracterísticas da divisão pormenorizada do trabalho•Lógica Teylorista da divisão do trabalhotrabalho

“O trabalho em saúde é um trabalho essencial para a vida humana e é parte doessencial para a vida humana e é parte do setor de serviços. É um trabalho da esfera da produção não material que seda produção não material, que se completa no ato de sua realização. Não tem como resultado um produto materialtem como resultado um produto material, independente do processo de produção e comercialização no mercado O produto écomercialização no mercado. O produto é indissociável do processo que o produz; é a própria realização da atividade”própria realização da atividade

PIRES, 2000

CENTROS DE ESPECIALIDADES

ODONTOLÓGICAS (CEO): ODONTOLÓGICAS (CEO): Um estudo linha de base para a U es udo a de base pa a aavaliação e monitoramento dos 

i B ilserviços para o Brasil.VISÃO DO GESTOR

Ministério da Saúde

Caracterização da política de gestão de pessoas para os trabalhadores do CEOp p

•24,5% dos municípios  possuem planos de cargos e salários institucionalizados, contemplando os profissionais do CEO.•61,2% do serviços monitoram o cumprimento da carga horária profissional. •51% avaliam o grau de satisfação dos profissionais.

Ministério da Saúde

CENTROS DE ESPECIALIDADES

ODONTOLÓGICAS (CEO): ODONTOLÓGICAS (CEO):

VISÃO DOS PROFISSIONAIS

Ministério da Saúde

CONDIÇÕES DE TRABALHO EM TERMOS DE ÇINSTRUMENTAIS E MATERIAL DE CONSUMO

•80 % CONSIDERAM O INSTRUMENTAL ÓTIMO OU BOM.

•79% CONSIDERAM O INSTRUMENTAL SUFICIENTESUFICIENTE.

•85% AFIRMAM QUE O MATERIAL DE85% AFIRMAM QUE O MATERIAL DE CONSUMO UTILIZADO É BOM OU ÓTIMO.

•APENAS 2% RELATAM QUE OS MATERIAIS SEMPRE FALTAM.

Ministério da Saúde

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃOEQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

•86% CONSIDERAM O EPI FORNECIDO ÓDE QUALIDADE ÓTIMA OU BOA.

•APENAS 2% RELATAM QUE SEMPRE FALTAM.

Ministério da Saúde

PRONTUÁRIOS84% CONSIDERAM QUE OS•84% CONSIDERAM QUE OS

PRONTUÁRIOS SÃO ORGANIZADOS

•81% CONSIDERAM OS PRONTUÁRIOS PREENCHIDOS CORRETAMENTE

•92% PREENCHEM O PRONTUÁRIO DIARIAMENTEDIARIAMENTE

•11% DOS CEO POSSUEM PROTUÁRIOS11% DOS CEO POSSUEM PROTUÁRIOS INFORMATIZADOS

Ministério da Saúde

DISPONIBILIDADE DE PROTOCOLOS CLÍNICOSPROTOCOLOS CLÍNICOS

•21% DOS SERVIÇOS VISITADOS USAM ÉO PROTOCOLO DO MINISTÉRIO

DA SAÚDE.Ó•24% USAM PROTOCOLO PRÓPRIO

•48 % NAO USAM PROTOCOLO CLÍNICOÕ6% NÃO SOUBE INFORMAR

Ministério da Saúde

ÊREFERÊNCIA E CONTRA-REFERÊNCIA

•88% DOS PACIENTES REFERENCIADOS POR ESCRITOPOR ESCRITO

•75% DAS NECESSIDADES DE INTERCONSULTA SÃO RESOLVIDAS DENTRO DO PRÓPRIO SERVIÇO

•51% DOS CASOS QUE PRECISAM DE ATENÇÃO TERCIÁRIA SÃOATENÇÃO TERCIÁRIA SÃO MONITORADOS PELO CEO

Ministério da Saúde

INTEGRAÇÃO COM ATENÇÃO PRIMÁRIAINTEGRAÇÃO COM ATENÇÃO PRIMÁRIA

MÉDIA DA PROPORCÃO DE CASOSMÉDIA DA PROPORCÃO DE CASOS CORRETAMENTE REFERÊNCIADOS PARA ATENCAO SECUNDÁRIA

ESPECIALIDADE MÉDIA DP MEDIANA 95%  IC

DIAGNÓSTICO 74% 30% 82% 62%‐86%

ENDODONTIA 78% 23% 80% 72%‐85%

PERIODONTIA 68% 24% 70% 60% 76%PERIODONTIA 68% 24% 70% 60%‐76%

CIRURGIA 77% 23% 80% 69%‐84%

PACIENTES COM  74% 30% 82% 62%‐86%NECESSIDADES ESPECIAIS

Ministério da Saúde

INTEGRAÇÃO COM ATENÇÃO PRIMÁRIAINTEGRAÇÃO COM ATENÇÃO PRIMÁRIA

MÉDIA DA PROPORCÃO DE CASOSMÉDIA DA PROPORCÃO DE CASOS PRONTOS PARA INCIAR TRATAMENTO

ESPECIALIDADE MÉDIA DP MEDIANA 95%  IC

ENDODONTIA 62% 27% 70% 52%‐71%

PERIODONTIA 59% 33% 66% 46%‐71%

CIRURGIA 67% 33% 75% 55%‐79%

PACIENTES COM 78% 35% 100% 60% 95%PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS

78% 35% 100% 60%‐95%

Ministério da Saúde

CONTROLE MONITORAMENTO ECONTROLE, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

58% AFIRMAM CONHECER AS METAS PROPOSTAS PELA PORTARIA 600

64% RECONHECEM QUE FAZEM ACOMPANHAMENTO DESSAS METAS JUNTO COM AS COORDENAÇÕES Ç(46% MENSALMENTE)

52% USAM ESSAS INFORMAÇÕES PARA GESTÃO52% USAM ESSAS INFORMAÇÕES PARA GESTÃO

APENAS 18% DESENVOLVERAM INSTRUMENTOS PRÓRPIOS DE AVALIAÇÃO E CONTROLEPRÓRPIOS DE AVALIAÇÃO E CONTROLE

Ministério da Saúde

TRIANGULANDO DADOSTRIANGULANDO DADOS GESTORES E PROFISSIONAIS

METAS AVALIAÇÃO UTILIZAÇÃOVISÕES

METAS PORT. 600

AVALIAÇÃO MENSAL

UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃOPARAGESTÃO

GESTORES 91% 49% 81%

PROFIS. 58% 46% 52%

Ministério da Saúde

C i t d M t d CEO

Tabela – Cumprimento das Metas segundo Subgrupo de Especialidades. Brasil, 2008.

Subgrupo

Cumprimento das Metas do CEO

Não Cumpre Cumpre Total

N % N % N %

Atenção 121 19 7 492 80 3 613 100

Básica121 19,7 492 80,3 613 100

PeriodontiPeriodonti

a301 49,1 312 50,9 613 100

E d d tiEndodonti

a301 49,1 312 50,9 613 100

Cirurgia

Oral 452 73,7 161 26,3 613 100Menor

COMO DISCUTIR UMCOMO DISCUTIR UM MODELO DE PROCESSO 

DE TRABALHO PARA O CEO

CEO CECEO

CEO

EstratégiaCEOO

CEO

O

EstratégiaCEOCEO

CEO

CATENÇÃO SECUNDÁRIAATENÇÃO SECUNDÁRIA

CEOCEO

CEOCEOATENÇÃO SECUNDÁRIAATENÇÃO SECUNDÁRIA

CEO

CEO

em saúde bucalO

CECEO

CECEO

CEO

CECEO OCEOCEO

SERÁ QUE ESTAMOS ACOMPANHANDO AS MUDANCAS DOS MODELOS DE PROCESSO DEMUDANCAS DOS MODELOS DE PROCESSO DE TRABALHO DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA?

A GUISA DE CONCLUSÃO.....

MODELO DE PROCESSO DE TRABALHO PARA O CEOPARA O CEOOperacional 

• Formar habilidades e competências em• Formar habilidades e competências em Planejamento, Gestão e Avaliação

•Estabelecer redes de atenção em saúde bucal

•Protocolos X Modelos Lógicos de atenção a saúdesaúde

Afetivo emocionalAfetivo‐emocional•É necessário reencantar o trabalho do cirurgião‐dentistadentista

OPERACIONALOPERACIONAL: Formar habilidades e competências em 

Planejamento Gestão e AvaliaçãoPlanejamento, Gestão e Avaliação

•Gestores e gerentes do CEO devem ser•Gestores e gerentes do CEO devem ser competentes nos seus planejamentos anuais, bem como estabelecer metas de avaliação ebem como estabelecer metas de avaliação e monitoramento.

•Devem possuir habilidades no manuseio de tecnologias leves como gerenciamento detecnologias leves como gerenciamento de filas, escuta dos usuários, avaliação da satisfação dos profissionaissatisfação dos profissionais...

OPERACIONALEstabelecer redes de atenção em saúde bucalç

•Criar mecanismos de referência‐contra referência para os outros níveis de atenção.

•Responsabilizar e territorializar a atenção em saúde bucal tendo o CEO como agente catalisador desse processo.

OPERACIONALProtocolos e/ou Modelos LógicosProtocolos e/ou Modelos Lógicos 

de atenção a saúde bucal 

•Enfatizar a implementação dos manual (protocolo) do Ministério da Saúde nos CEO(protocolo) do Ministério da Saúde nos CEO

•Estabelecer um manual de funcionamentoEstabelecer um manual de funcionamento do CEO

•Discutir a implementação de modelos lógicos para orientação da ação e avaliaçãopara orientação da ação e avaliação 

Afetivo‐emocional

ÉÉ necessário reencantar o trabalho do cirurgião‐dentista

Teoria da centralidade do trabalho:

•Domínio individual•Domínio das relações entre homens e mulheres•Domínio político•Domínio da teoria do conhecimento 

(Dejours, 2009)

“A saúde mental no trabalho está intrinsecamente ligada a l ã d i ã d b lh ”evolução da organização do trabalho”

EXISTE UMA DISTÂNCIA ENORME ENTRE COORDENAÇÃO E COOPERAÇÃO

Esse processo envolve sofrimentos, conflitos e discussõesp ,

A cooperação só é possível se os indivíduos se engajarem nos conflitos e nos debates coletivos, ou seja se eles senos conflitos e nos debates coletivos, ou seja se eles se tornarem riscos.

Retribuição pode ser de dois tipos:Retribuição pode ser de dois tipos: Material (salários, honorários, gratificações)Simbólica (Reconhecimento)Simbólica (Reconhecimento)

(Dejours, 2009)

“Portanto apenas quando se obtêm reconhecimento o a o ape as qua do se ob ê eco ec e oda utilidade e da qualidade do trabalho é que  se tem a satisfação intensa da relação com o trabalho permitindo transformar o sofrimento em prazer”permitindo transformar o sofrimento em prazer

(Dejours, 2009)

Portanto não há como avançarmos no estabelecimento dos nossos processos deestabelecimento  dos nossos processos de trabalho, enquanto a sociedade de fato não nos reconhecer como importantes para a realização das suas atividades do dia a dia. Precisamos mostrar para os milhões de b il i tibrasileiros que nunca tiveram acesso a serviços odontológicos que podemos dar esta oportunidade a eles.esta oportunidade a eles.

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO -- UPEUPEFACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO FOPFOPFACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO –– FOPFOP

CENTRO COLABORADOR EM VIGILÂNCIA A SAÚDE BUCAL CENTRO COLABORADOR EM VIGILÂNCIA A SAÚDE BUCAL

psagoes@ ol com [email protected]

www.gestbucal.com.brg