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PODER JUDICIRIO FEDERALJUSTIA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 21 REGIO11 Vara do Trabalho de Natal
PROCESSO: 0001372-60.2014.5.21.0041CLASSE: AO CIVIL COLETIVA (63)AUTOR: SINDICATO DOS AGENTES DE SADE DO ESTADO RIO GRANDE DONORTE - SINDAS/RNRU: MUNICPIO DE TANGAR
SENTENA PJe-JT
1 RELATRIO.
Trata-se se AO CIVIL COLETIVA ajuizada pelo SINDICATO DOS AGENTES DE SADE DO
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - SINDAS/RN em face de MUNICPIO DE TANGAR/RN. Formulou
as pretenses elencadas na petio inicial. Juntou documentos e atribuiu causa o valor de R$50.000,00
A demandada, devidamente citada, apresentou contestao, suscitando preliminares e negando os direitos
vindicados. Requereu, ainda, a declarao de improcedncia da ao. Juntou documentos.
Oportunizadas vistas parte demandante.
Realizada prova pericia (laudo, ID c5940b2).
Dispensados os depoimentos das partes.
Os litigantes, em seguida, declararam que no tinham mais provas a produzir alm das j constantes nos
autos. A instruo processual foi encerrada. Razes finais em memoriais pelas partes.
Tentativas conciliatrias a tempo e modo infrutferas.
Em sntese, o relatrio.
2 FUNDAMENTAO.
DA COMPETNCIA MATERIAL DA JUSTIA DO TRABALHO. SERVIDOR PBLICO
ESTATUTRIO. CONTRATO TEMPORRIO.
Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ALINE FABIANA CAMPOS PEREIRAhttp://pje.trt21.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031812391908500000001693377Nmero do documento: 15031812391908500000001693377 Num. 1709293 - Pg. 1
No merece amparo a tese da defesa de que a Justia do Trabalho no detm competncia absoluta para
apreciar a presente lide, pelas razes que passo a expor.
No obstante a competncia material desta Justia especializada no abranja as relaes jurdicas
estatutrias, esta no sobremaneira a hiptese dos autos.
Alegado pelo ru que os substitudos pelo sindicato autor estavam sujeitos a regime jurdico previsto em
lei municipal que estabelece a contratao temporria de servidores, foi determinada em audincia a juntada da r.
lei, tendo a demandada se limitado a apresentar o documento de ID e73b5c1, constante na lei municipal n 287/95,
que apenas diz estabelecer o Regime Jurdico Estatutrio, sem que haja qualquer disposio regulamentadora.
Portanto, no foi juntado o regime jurdico a que aduz aquela lei no prazo determinado pelo juzo.
Inexistente, assim, prova de legislao que estabelea o regime jurdico estatutrio do servidor pblico
sujeito a contrato temporrio, seja quanto sua aprovao em devido processo legislativo, sua publicao e sua
vigncia, aplica-se aos substitudos nesta ao o regime celetista, o que remete a esta Justia do Trabalho a plena
competncia material para processar e julgar a causa.
Neste sentido, brilhante julgado do Tribunal Regional do Trabalho da 16 Regio, cuja apreciao de
preliminar transcreve-se ( ):grifei
O recorrente renova a preliminar de incompetncia desta Justia Especializada alegando, em suma, que
autora servidora pblica e est sujeita ao regime jurdico estatutrio, pois foi contratada mediante
processo seletivo e, dessa forma, a presente lide no estaria abrangida pela competncia material
es tabelec ida no ar t . do .114 Const i tu io Federal
A preliminar no deve prosperar.
cedio que a competncia da Justia do Trabalho, ampliada pela Emenda Constitucional n , no45
abrange as lides oriundas de relaes jurdicas estatutrias, contudo, no presente caso, esta condio
no restou evidenciada nos autos. Vejamos:
O recorrente no conseguiu comprovar que a recorrida tenha sido admitida como servidora pblica
sujeita ao Regime Jurdico Estatutrio do Municpio de Balsas, tampouco comprovou a existncia de
qualquer contrato especial, mormente a contratao temporria, o que traz a relao travada entre as
partes para o campo regulado pela .CLT
Diante disso, conclui-se, com base nos documentos acostados aos autos que o Municpio no
apresentou provas contundentes de que aprovou, obedecendo o devido processo legislativo, lei
.municipal determinando regime jurdico estatutrio para os seus agentes comunitrios de sade
Com efeito, visando a regulamentao do do art. da (EC n /2006), adveio pargrafo 5 198 CF/1988 51
a Lei Federal /2006 dispondo acerca do regime jurdico e disciplinou as atividades de agente11.350
, onde se destaca o artigo , in verbis:"Art. comunitrio de sade e agente de combate s endemias 8 8o
Os Agentes Comunitrios de Sade e os Agentes de Combate s Endemias admitidos pelos gestoresAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ALINE FABIANA CAMPOS PEREIRAhttp://pje.trt21.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031812391908500000001693377Nmero do documento: 15031812391908500000001693377 Num. 1709293 - Pg. 2
locais do SUS e pela Fundao Nacional de Sade - FUNASA, na forma do disposto no do art. 4o 198
da , Constituio submetem-se ao regime jurdico estabelecido pela Consolidao das Leis do Trabalho
- , salvo se, no caso dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, lei local dispuser de formaCLT
."diversa
Assim, como se pode observar do excerto acima transcrito, a situao dos agentes comunitrios de sade
encontra-se devidamente regulamentada e, tendo em vista que no existe lei municipal dispondo em
contrrio, h que prevalecer o estabelecido no dispositivo supracitado, o que, por via de conseqncia,
atrai a demanda para a competncia justrabalhista.
Para que a incompetncia da Justia do Trabalho fosse declarada, seria necessria prova do
enquadramento dos agentes comunitrios de sade em regime jurdico estatutrio, o que atrairia a
competncia da demanda para a Justia Comum.
nesse sentido que tem se manifestado a mais recente jurisprudncia do TST: "COMPETNCIA DA
JUSTIA DO TRABALHO - AGENTE COMUNITRIO DE SADE - LEI N /2006 -11.350
SUBMISSO AO REGIME DA - INAPLICABILIDADE DA JURISPRUDNCIA FIRMADA NOCLT
JULGAMENTO DA MEDIDA CAUTELAR NA ADI 3.395/DF - VIOLAO AO ARTIGO , , DA 114 I
NO CONFIGURADA. I - No se divisa ofensa ao artigo , , da , poisCONSTITUIO 114 I Constituio
o Colegiado local enfaticamente registrou no se tratar de contratao temporria a atrair a aplicao
da jurisprudncia do STF firmada no julgamento da Medida Cautelar na ADI n 3.395/DF, mas, sim, de
contratao de agente comunitrio de sade, regida pela Lei n /2006, a qual submete os referidos11.350
agentes ao regime jurdico da , no se divisando hiptese de relao de ordem estatutria ou deCLT
carter jurdico-administrativo, como quer fazer crer o recorrente. II - Convm salientar que, muito
embora o artigo da Lei n /2006 no atribua expressamente Justia do Trabalho a8 11.350
competncia para julgar lides envolvendo agentes comunitrios de sade - como equivocadamente
sustentou o Regional -, certo que preceitua a submisso dos referidos agentes ao regime jurdico
estabelecido pela , tornando possvel, assim, inferir que a competncia desta Justia EspecializadaCLT
extrada do inciso do artigo da , que remete a -outras controvrsias decorrentesIX 114 Constituio
-. III - Recurso no conhecido." (RR - 94300-84.2008.5.08.0014,da relao de trabalho, na forma da lei
Relator Ministro: Antnio Jos de Barros Levenhagen, Data de Julgamento: 02/09/2009, 4 Turma, Data
de Publicao: 11/09/2009)
Assim, fica evidenciada a competncia desta Justia para julgamento de lides que envolvam agentes
comunitrios de sade, desde que no haja lei municipal, regularmente publicada, dispondo em
contrrio.
Rejeito a preliminar
(TRT-16 , Relator: GERSON DE OLIVEIRA COSTA FILHO, Data de Julgamento: 31/05/2011)
Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ALINE FABIANA CAMPOS PEREIRAhttp://pje.trt21.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031812391908500000001693377Nmero do documento: 15031812391908500000001693377 Num. 1709293 - Pg. 3
Neste cenrio, no h como se acolher a preliminar.
Rejeito.
DA COMPETNCIA MATERIAL DA JUSTIA DO TRABALHO. NATUREZA DA CONTRATAO
DO SERVIDOR PBLICO.
Sem razo o reclamado.
Em que pese o cancelamento da Orientao Jurisprudencial da SbDI-I, do C. TST, no objeto desta
ao a discusso acerca da natureza contratual administrativa havida entre o ente pblico demandado e os
contratados ora substitudos pelo sindicado demandante, cuja matria deslocaria a competncia Justia comum. O
pedido da ao civil pblica limita-se ao pagamento/depsito fundirio com incidncia sobra a gratificao natalina;
pagamento de adicional de insalubridade e da indenizao compensatria do PIS.
No havendo lide neste sentido a excluir a competncia deste Judicirio trabalhista, rejeito.
DA ILEGITIMIDADE ATIVA SOBRE AS CONTRIBUIES PREVIDENCIRIAS.
A reclamada aduz ser parte autora ilegtima para requerer o recolhimento das contribuies
previdencirias, ao argumento de que no pertence nem ao sindicato, nem aos substitudos r. direito, que entende
ser alheio.
Ora, de interesse direto dos trabalhadores o regular recolhimento previdencirio sobre os valores
salariais percebidos, no havendo que se falar em direito alheio aos substitudos, sendo, inclusive, a execuo
judicial realizada de ofcio pela Justia do Trabalho estas contribuies incidentes sobre as parcelas pecunirias
objeto de condenao.
Ex positis, a preliminar.rejeito
DA PRESCRIO BIENAL.
Desde que reconhecida em linhas anteriores a sujeio dos empregados aqui substitudos ao regime
celetista, no h amparo a acolhimento de prescrio bienal suscitada em defesa, mormente no haver ocorrido
trmino contratual ou mesmo alterao do r. regime jurdico celetista a dar fixar marco prescricional inicial sobre
direitos inerentes a regime anterior.
Rejeito.
Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ALINE FABIANA CAMPOS PEREIRAhttp://pje.trt21.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031812391908500000001693377Nmero do documento: 15031812391908500000001693377 Num. 1709293 - Pg. 4
DA PRESCRIO QUINQUENAL.
Oportunamente arguida, a prescrio suscitada pela reclamada (art. 7, XXIX, CF) e declaroacolho
extintos com resoluo do mrito (art. 269/CPC) os efeitos pecunirios as parcelas exigveis anteriormente a
05.11.2009.
Ressalvam-se os pleitos declaratrios, por imprescritveis.
DA ANOTAO NA CTPS.
No havendo controvrsia acerca da prestao de servios pelos trabalhadores elencados na exordial, e
considerando ainda que, diante da falta de estatuto de servidor, estes sujeitam-se ao regime celetista, devido o
registro dos correspondentes contratos de trabalho na CTPS dos substitudos.
No houve impugnao especfica em defesa acerca da anotao contratual, demonstrando o sindicato
autor, com cpia do documento profissional dos trabalhadores em questo, a ausncia dos competentes registros.
Desta feita, a demandada na obrigao de fazer constante em anotar os contratos havidos com oscondeno
substitudos, observadas as datas de admisso constantes do documento de ID abc7a4e, tambm no rechaado pela
parte contrria, sob salrio mnimo correspondente ao ano de admisso, no prazo de 48 horas a contar do trnsito
em julgado desta deciso, conforme artigo 880, da CLT, sob pena de multa diria no importe de R$50,00 por cada
CTPS no anotada, at o limite de 30 dias-multa.
Sem prejuzo da multa acima cominada, decorridos 30 dias sem entrega da documentao, dever a
Secretaria da Vara proceder reanotao, nos termos do art. 39, pargrafo 1, da CLT.
Haja vista os termos da RECOMENDAO TRT/CR N 01/2008, Superintendncia dooficie-se
Trabalho e Emprego no Rio Grande do Norte, para que promova s retificaes necessrias no CNIS atravs da
alterao dos dados alusivos ao CAGED.
Oficie-se igualmente a Unio (Receita Federal e INSS), CEF e Ministrio Pblico do Trabalho, com
cpia deste , para aplicao de multas e demais direitos aplicveis espcie.decisum
O RECOLHIMENTO DO FGTS. DA MULTA DE 20% SOBRE O FGTS.
Tendo em vista o reconhecimento do vnculo empregatcio entre as partes atravs de contrato temporrio,
cujo provimento deu-se regularmente por concurso pblico, no havendo que se falar, portanto em contrato nulo,
so devidos os recolhimentos fundirios, no tendo sido comprovado seu cumprimento pela r, desde suas
respectivas admisses at a data do ajuizamento desta ao.
Neste sentido a jurisprudncia deste Tribunal Regional do Trabalho da 21 Regio, consoante ementa
abaixo transcrita:
Regime Jurdico nico. Ausncia de publicao vlida. Competncia da Justia do Trabalho. No se
pode validar o regime jurdico nico do municpio tendo por fundamento a alegao da notoriedade do
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regime estatutrio, quando no comprovada a regular publicao da lei instituidora. Prevalece, assim, a
v i g n c i a d o r e g i m e c e l e t i s t a .
. A falta deDepsitos do FGTS no perodo celetista. Ausncia de comprovao. Depsitos devidos
comprovao dos depsitos do FGTS, durante a vigncia do regime celetista, importa na obrigao da
entidade pblica em recolher os valores em conta vinculada do empregado, ainda que vigore na
atualidade o regime jurdico estatutrio e o contrato de trabalho tenha sido extinto.
(TRT-21 , Relator: MARIA DE LOURDES ALVES LEITE, Data de Julgamento: 09/09/2009)
Em relao multa de 20% prevista no artigo 22 da Lei n 8036/90, no merece prosperar a pretenso, eis
que aquele artigo no favoreceu o trabalhador com a referida parcela, possuindo natureza administrativa e, portanto,
no detendo legitimidade nem o sindicato, nem mesmo seus substitudos, para pugnar sua cominao.
Neste sentido o entendimento esposado no Acrdo do Processo 2329-2011-089-09-00-2 (RO), do
Tribunal Regional do Trabalho da 9 Regio, de relatoria do Des. Ney Fernando Oliv Malhadas, consoante
fragmento :in verbis
O artigo 22 da Lei n. 8.036/90, fixa a multa ao empregador inadimplente ou em mora na obrigao de
recolher o FGTS, mas no determina que o pagamento seja direto ao trabalhador, pois referido
montante consiste em recurso que se incorpora ao Fundo, no a uma conta vinculada especfica, nos
termos do artigo 2, pargrafo primeiro, alnea "d", do supracitado diploma legal. Incumbe ao
Ministrio do Trabalho, a cobrana da referida multa, atravs do INSS, nos termos do artigo 54, do
Decreto 99.684/90.
Neste sentido, a referida multa tem cunho administrativo, no revertendo ao empregado, razo pela qual
a r. sentena no merece reforma neste particular.
Cito como precedente o voto proferido nos autos RTord 252-2003-089-09-00-6 (RO 9559/2004),
publicado em 14.01.2005, de relatoria da Exma. Desembargadora NAIR MARIA RAMOS. A deciso
deste Colegiado, invocada pela recorrente, publicada em 08/07/94, e no representa o atual
entendimento desta e. 5 Turma.
Assim exposto, apenas o recolhimento fundirio nos termos acima traados.defiro
DA INDENIZAO COMPENSATRIA DO PIS/PASEP.
Incontroversa a competncia material da Justia do Trabalho para apreciao de demandas acerca de
cadastramento no Programa de Integrao Social - PIS, consoante se depreende da Smula n 300, do C. TST, e da
Smula n 82, do extinto TRF, cujas orientaes sumulares se lhe aplicam hodiernamente:
SMULA 300. TST. COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO. CADASTRAMENTO NO PIS
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Compete Justia do Trabalho processar e julgar aes ajuizadas por empregados em face de
empregadores relativas ao cadastramento no Programa de Integrao Social (PIS).
SMULA N 82. TRF.
Compete Justia do Trabalho processar e julgar as reclamaes pertinentes ao cadastramento no Plano
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de Integrao Social (PIS) ou indenizao compensatria pela falta deste, desde que no envolvam
relaes de trabalho dos servidores da Unio, suas autarquias e empresas pblicas.
Tendo em vista que at o ajuizamento desta ao civil coletiva no houve registro dos contratos, objeto de
condenao nesta deciso, o Municpio ru obrigao de fazer constante na regularizao dos contratoscondeno
de trabalho em questo perante todos os rgos competentes, o que inclui a obrigao pertinente RAIS.
Repise-se que o direito ao oportuno levantamento do PIS exige que o trabalhador tenha remunerao
inferior a dois salrios mnimos (art. 9, II, da Lei n 7.998/90).
No havendo cadastrado quando da admisso dos substitudos os dados na Relao Anual de Informaes
Sociais (RAIS), documento este imprescindvel identificao do trabalhador para aferio do direito ao abono do
PIS/PASEP, no pode o ru beneficiar-se de sua prpria torpeza.
H que se enfrentar que a no inscrio dos obreiros no PIS pela reclamada j lhes onera uma vez e que o
no deferimento de compensao pela inrcia penalizaria duas vezes os substitudos.
Destarte, o Municpio demandado a pagar, a ttulo de indenizao compensatria correspondentecondeno
aos anos contratuais at o ajuizamento desta ao, o valor de um salrio mnimo a cada substitudo qualificado na
exordial, em razo do no cadastramento destes no PIS/PASEP.
DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
O sindicato autor requereu a condenao do ru ao pagamento de adicional de insalubridade por
exposio a "riscos qumicos, fsicos e biolgicos, sobretudo, em contato direto, manipulando sem qualquer EPI, a
" (petio inicial, IDagentes biolgicos do tipo dilfubenzuron, novaluron, que so altamente prejudiciais a sade
ffe505e).
Determinada a prova pericial, o laudo tcnico foi bastante elucidativo, consoante trechos abaixo
transcritos:
"O servio de aplicao de vacinas, retirada de sangue de ces e de inspeo em residncias, terrenos
baldios, hospital e quintais com criao de animais, expe os trabalhadores a risco iminente de contgio
a vrias e imprevisveis doenas.
Todos se encontram expostos de modo habitual e permanente a agentes
biolgicos durante toda a jornada de trabalho.
(...)
A RECLAMADA no apresentou as fichas de fornecimento de EPI's com os seus respectivos certificados
de aprovao.
(...)
A empresa no apresentou os programas bsicos, tais como PPRA, PCMSO e LTCAT correspondente a
todo o perodo laboral. No foi apresentado ao Perito, nem consta nos autos, registro de treinamento
dos RECLAMANTES ou de qualquer outro funcionrio.
Pelo desenvolvimento das suas atividades - agentes de combate a endemias - os RECLAMANTES
estavam sujeitos aos agentes infectocontagiosos, vrus, fungos, bactrias, protozorios, etc., de forma
habitual e repetida."
Ao final, o referido laudo concluiu pela existncia de agentes insalubres no ambiente e desempenho do
trabalho, enquadrados no risco de grau mdio (20%).
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Ao contrrio do que sustenta a r na manifestao de ID 46b6f2a, o laudo pericial no indicou que o local
de trabalho era um hospital, apenas citou que o "servio de aplicao de vacinas, retirada de sangue de ces e de
inspeo em residncias, terrenos baldios, hospital e quintais com criao de animais, expe os trabalhadores a
s" e foi bem claro na percia realizada (assimrisco iminente de contgio a vrias e imprevisveis doena in loco
inclusive por fotos constantes do prprio laudo) que a constatao da insalubridade recaiu principalmente sobre o
servio de aplicao de vacinas e de inspeo, sem utilizao de EPIs adequados.
Tendo o laudo pericial levado em considerao a natureza do agente, a intensidade e o tempo de
exposio, irretocvel o enquadramento da atividade desenvolvida nas hipteses elencadas pela NR 15.
Ante a prova produzida, a reclamada ao pagamento de adicional de insalubridade, no percentualcondeno
mensal de 20% sobre o valor do salrio mnimo nacional (art. 192, da CLT, Smula Vinculante 4, do STF), nos
perodos contratuais j tratados, assim como reflexos em dcimo terceiro salrio, frias + tero constitucional,
FGTS e contribuies previdencirias.
DOS HONORRIOS PERICIAIS
Ante a complexidade dos trabalhos, o tempo despendido na realizao do ato pericial e na elaborao do
laudo, assim como o grau de zelo e a diligncia empregados pelo perito na desincumbncia do munus que lhe foi
atribudo, com amparo no Provimento TRT21/CR 2/2005 e Resoluo 66/2010 do CSJT, mantenho o valor
arbitrado em audincia os honorrios periciais em R$1.500,00, cujo encargo deve ser suportado pela r, eis
sucumbente no objeto da percia.
O Municpio demandado antecipou o referido montante no documento de ID a67342d, ao que determino a
liberao imediata ao perito.
DOS BENEFCIOS DA JUSTIA GRATUITA.
Em que pese os substitudos pelo sindicato autor enquadrem-se na qualidade de hipossuficientes, perfilho
o entendimento, j trilhado pelo C. TST, de que o ente sindical no destinatrio dos benefcios da gratuidade da
justia, ainda que em condio de substituto processual, especialmente em no demonstrar a condio de
miserabilidade. Neste sentido, jurisprudncias abaixo transcritas:
GRATUIDADE DA JUSTIA A SINDICATO. AUSNCIA DE PREVISO LEGAL. No h previso
legal para o deferimento da gratuidade da Justia ao sindicato quando pleiteia o pagamento de
contribuio sindical, taxas convencionais e multas por atraso nos recolhimentos. Precedente desta Egr.
Turma: RO 00413-2008-017-10-00-7, julgado em 11/2/2009.
(TRT-10 - RO: 1222200880110002 TO 01222-2008-801-10-00-2 , Relator: Desembargador Pedro Luis
Vicentin Foltran, Data de Julgamento: 13/08/2009, 1 Turma, Data de Publicao: 21/08/2009)
GRATUIDADE DA JUSTIA. SINDICATO. ALCANCE. O sindicato, mesmo agindo na condio de
substituto processual, no faz jus ao benefcio da gratuidade judiciria.
(TRT-5 - RO: 283002220055050134 BA 0028300-22.2005.5.05.0134, Relator: ELISA AMADO, 1.
TURMA, Data de Publicao: DJ 24/04/2007)
Por esta razo, .indefiro
3 DISPOSITIVOAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ALINE FABIANA CAMPOS PEREIRAhttp://pje.trt21.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031812391908500000001693377Nmero do documento: 15031812391908500000001693377 Num. 1709293 - Pg. 8
Ante o exposto, e de tudo mais que dos autos consta, na ao trabalhista proposta por SINDICATO DOS
AGENTES DE SADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - SINDAS/RN decide o Juzo da 11 Vara
do Trabalho de Natal, declarando a competncia material e a prescrio quinquenal, acolher parcialmente as
pretenses deduzidas em petio inicial e condenar o MUNICPIO DE TANGAR/RN nas obrigaes de fazer e
pagar, acrescidas de juros e atualizao monetria, conforme anexa planilha, que parte integrante do ,decisum
quais sejam:
a) efetuar os registros dos contratos na CTPS dos substitudos, nos moldes determinados na
fundamentao, com regularizao dos r. contratos perante todos os rgos competentes, inclusive RAIS;
b) recolher o FGTS relativos aos contratos de trabalhos dos substitudos at a data do ajuizamento desta
ao;
c) pagar, a ttulo de indenizao compensatria correspondente aos anos contratuais at o ajuizamento
desta ao, o valor de um salrio mnimo a cada substitudo qualificado na exordial, em razo do no cadastramento
no PIS/PASEP; e
d) pagar o adicional de insalubridade, no percentual mensal de 20% sobre o valor do salrio mnimo
nacional (art. 192, da CLT, Smula Vinculante 4, do STF), nos perodos contratuais j tratados, assim como
reflexos em dcimo terceiro salrio, frias + tero constitucional, FGTS e contribuies previdencirias, sendo que
os reflexos em FGTS devero ser depositados em conta vinculada quando o contrato de trabalho ainda estiver em
vigncia;
Liberem-se, em favor do perito, os honorrios depositados antecipadamente, independentemente do
trnsito em julgado da sentena, registrando-se o pagamento no Sistema PJE.
Dever a reclamada recolher e comprovar nos autos o recolhimento de contribuies fiscais e
previdencirias, autorizada a reteno da cota da parte autora;
No concedidos parte autora os benefcios da justia gratuita.
Incumbe devedora efetuar o pagamento da quantia ora fixada no prazo de 48 (quarenta e oito) horas a
contar do trnsito em julgado, sob pena de penhora.
Custas, pela parte reclamada, conforme planilha anexa, em importe correspondente a 2% sobre o valor da
condenao.
Descumprida a sentena, proceda a Secretaria da Vara incluso dos dados da reclamada no Banco
Nacional de Devedores Trabalhistas, conforme Lei 12.440/11.
Acaso no interposto quaisquer apelos, registre-se o trnsito em julgado e aguarde-se o prazo definido
para cumprimento das obrigaes, aps o que, registre-se o pagamento no sistema PJE, com arquivamento dos
autos, ou, inadimplente a r, Contadoria Judicial para atualizao com incluso das correspondentes multas,
dando-se incio execuo forada, nos termos do Provimento 01/2011, artigo 1, a partir da alnea "b".
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Expeam-se os ofcios determinados na fundamentao DRT, Unio (INSS e Receita Federal), Caixa
Econmica Federal e Ministrio Pblico do Trabalho, com cpia desta sentena, para as medidas que entenderem
cabveis.
Cientes as partes. Acaso a disponibilizao virtual nos autos eletrnicos d-se antes da data
aprazada ou aps o prazo das 48 horas, nos termos da Smula 197, intimem-se as partes.
ALINE FABIANA CAMPOS PEREIRA
Juza do Trabalho Substituta
Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ALINE FABIANA CAMPOS PEREIRAhttp://pje.trt21.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031812391908500000001693377Nmero do documento: 15031812391908500000001693377 Num. 1709293 - Pg. 10
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