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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE ATERRO SANITÁRIO: AVALIAÇÃO DE CUSTOS E REMOÇÃO DE DQO. Amanda de Sousa Juiz de Fora 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE

ATERRO SANITÁRIO: AVALIAÇÃO DE CUSTOS E REMOÇÃO DE DQO.

Amanda de Sousa

Juiz de Fora

2017

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PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE

ATERRO SANITÁRIO: AVALIAÇÃO DE CUSTOS E REMOÇÃO DE DQO.

Amanda de Sousa

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Amanda de Sousa

PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE

ATERRO SANITÁRIO: AVALIAÇÃO DE CUSTOS E REMOÇÃO DE DQO.

Trabalho Final de Curso apresentado ao

Colegiado do Curso de Engenharia Ambiental e

Sanitária da Universidade Federal de Juiz de

Fora, como requisito parcial à obtenção do título

de Engenheiro Sanitarista e Ambiental.

Área de concentração: Meio Ambiente

Linha de pesquisa: Tratamento de Efluentes

Orientador: Sue Ellen Costa Bottrel

Juiz de Fora

Faculdade de Engenharia da UFJF

2017

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OOPROCESSO FENTON HOMOGENEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADODE ATERRo sANrrÁRro: AVALTAÇÃo pn cusros E REMoÇÃo nn

DQO''

AMANDA DE SOUSA

Trabalho Final de Curso submetido à banca examinadora constituída de acordo com o

artigo 9o da Resolução CCESA 4, de 9 de abril de 2012, estabelecida pelo Colegiado do

Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, como requisito parcial à obtenção do título de

Ensenheiro Ambiental e Sanitarista.

Aprovado em 07 de dezembro de 2077 .

de Oliveira

Rodrizues Castro

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AGRADECIMENTOS

Agradeço inicialmente à minha mãe Eloiza, pela cumplicidade, apoio e amor, sem você

nada disso seria possível. Ao meu pai Ildo (in memoriam) por se fazer presente em

meus pensamentos e coração, sendo meu incentivo nos momentos difíceis. Ao meu

irmão Tiago por todos os momentos de parceria e amizade. Ao Pedro pelo

companheirismo e paciência durante todo esse tempo. Aos meus tios, primos e a minha

querida avó Eny, que sempre me apoiaram e estiveram ao meu lado. Aos meus amigos

da Engenharia, obrigada por tornarem minha caminhada mais leve e divertida.

A todos os professores do departamento de Engenharia Ambiental e Sanitária, pelo

profissionalismo e pelos ensinamentos transmitidos. Em especial a Professora Sue Ellen

Bottrel, por todo o conhecimento compartilhado e apoio durante a pesquisa. À Iramaia

pela ajuda nas atividades no laboratório e por ser tão solícita.

A todos que de certa forma me ajudaram a chegar até aqui, meu eterno agradecimento.

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RESUMO

O crescimento populacional, a industrialização e o alto consumo de bens e serviços

estão ligados ao aumento de geração de resíduos sólidos. Além desse acréscimo, os

resíduos atualmente possuem em sua composição elementos sintéticos e perigosos aos

ecossistemas e à saúde humana. A destinação correta em aterros sanitários aliado a um

bom gerenciamento contribui para que o solo e a água não sejam contaminados uma vez

que o lixiviado de aterro sanitário é caracterizado pela elevada concentração de matéria

orgânica, amônia e compostos tóxicos. Sendo assim, o objetivo do trabalho é avaliar os

custos e a remoção de DQO da operação do Processo Oxidativo Avançado (POA)

Fenton homogêneo para o tratamento do lixiviado gerado na CTR-Zona da Mata. O

custo de operação do processo foi estimado a partir dos dados de geração de lixiviado

da CTR-Zona da Mata e os parâmetros operacionais propostos previamente. O custo

final estimado por litro de lixiviado a ser tratado foi de R$ 0,075 e R$ 0,101, nas

configurações de processo que resultaram na remoção de DQO de 61% e 68%,

respectivamente. Esses valores finais são relativos aos gastos com reagentes e

disposição final adequada da massa de lodo gerada durante a operação do tratamento

Fenton. Além disso, no ensaio de avaliação de DQO do processo, foi possível obter

remoções de DQO aproximadamente de 75% em 10 minutos de processo.

Comparativamente a outros processos comumente utilizados no tratamento de

lixiviados, a utilização do processo se mostrou viável economicamente e com potencial

de gerar um efluente tratado com elevada qualidade.

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ABSTRACT

Population growth, industrialization and high consumption of goods and services are

linked to increased solid waste generation. Besides this increase, the residues currently

have in their composition elements that are synthetic and dangerous to ecosystems and

human health. Correct disposal in landfills together with good management contributes

to soil and water not being contaminated since landfill leachate is characterized by the

high concentration of organic matter, ammonia and toxic compounds. Therefore, the

objective of this work is to evaluate the costs and removal of COD from the operation

of the Fenton Advanced Oxidative Process (POA) for the treatment of the leachate

generated at the CTR-Zona da Mata. The cost of operating the process was estimated

from the leachate generation data from CTR-Zona da Mata and the operational

parameters previously proposed. The estimated final cost per liter of leachate to be

treated was R $ 0.075 and R $ 0.101, in the process configurations that resulted in the

removal of COD of 61% and 68%, respectively. These final values are relative to

reagent expenditures and adequate final disposal of the sludge mass generated during

the Fenton treatment operation. In addition, in the COD test of the process, it was

possible to obtain approx. 75% COD removals within 10 minutes of the process.

Compared to other processes commonly used in the treatment of leachates, the use of

the process has proven to be economically viable and with the potential to generate a

treated effluent of high quality.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 11

2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 13

2.1. Objetivo Geral ........................................................................................................... 13

2.2. Objetivos Específicos................................................................................................. 13

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 14

3.1. Aterro Sanitário de Resíduos Sólidos Urbanos e Lixiviado................................... 14

3.2. Tratamentos para Lixiviados de Aterros Sanitários. ............................................. 15

3.3. Processos Oxidativos Avançados ............................................................................. 20

3.4. Processo Oxidativo Avançado com Uso do Reagente Fenton ................................ 21

3.5. Análise de Custo do Tratamento de Lixiviado de Aterro Sanitários .................... 24

4. METODOLOGIA ............................................................................................................. 29

4.1. Caracterização do Efluente ...................................................................................... 29

4.2. Análise de Custo ........................................................................................................ 31

4.3. Ensaios Fenton e Avaliação da Remoção de DQO ................................................. 31

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 33

5.1. Caracterização do Efluente ...................................................................................... 33

5.2. Avaliação preliminar da cinética de acordo com os parâmetros otimizados por

Rocha (2014) .......................................................................................................................... 34

5.3. Análise de Custo do Tratamento com o Uso do Reagente Fenton – Ensaios

realizados por Rocha (2014) e massa de lodo gerada. ........................................................ 35

5.4. Comparação entre os custos do processo Fenton e outros processos Físico-

Químicos................................................................................................................................. 39

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 46

7. RECOMEDAÇÕES .......................................................................................................... 47

8. REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 48

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Esquema dos Processos Oxidativos Avançados. Fonte - Adaptado de Bottrel

(2012). ......................................................................................................................................... 21

FIGURA 2 - Procedimentos Realizados no Ensaio com o Uso do Reagente Fenton. Fonte -

Adaptado de Adário (2014). ........................................................................................................ 24

FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário. ........................................ 29

FIGURA 4 – Esquematização das etapas do ensaio Fenton ....................................................... 32

FIGURA 5 - Acompanhamento da DQO ao longo do tempo nos ensaio Fenton nas

concentrações de 5,47 g/L de FeSO4 e 31,5 g/L de H2O2. .......................................................... 34

FIGURA 6 - Remoção de DQO, Tempo de Reação e Custo de Acordo com a Literatura. ....... 45

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Tipologias de tratamentos convencionais para Lixiviados de Aterros Sanitários. 17

TABELA 2 – Estudo envolvendo o uso do processo Fenton no tratamento de lixiviado de aterro

sanitário. ...................................................................................................................................... 23

TABELA 3 - Custos para Tratamento de Lixiviado via Processos Físico-Químicos e Fenton. . 27

TABELA 4 - Análises, referências e materiais. ......................................................................... 30

TABELA 5 - Parâmetros de Caracterização. .............................................................................. 33

TABELA 6 – Custo dos reagentes utilizados nos ensaios Fenton em diferentes empresas. ...... 36

TABELA 7 - Gastos Finais com Reagentes e Disposição da Massa de Lodo Gerada. .............. 38

TABELA 8 - Levantamento de Informações de Acordo com a Literatura. ............................... 41

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1. INTRODUÇÃO

O crescimento populacional, a industrialização e o alto consumo de bens e serviços

estão ligados ao aumento de geração de resíduos sólidos. Além desse acréscimo, os

resíduos produzidos atualmente passaram a conter em sua composição elementos

sintéticos e perigosos aos ecossistemas e à saúde humana, em consequência das

tecnologias incorporadas aos produtos (GOUVEIA, 2012).

Atualmente, a destinação dos resíduos sólidos urbanos se dá em aterros sanitários,

sendo reforçada pela implantação da Lei nº 12305, de 2 de agosto de 2010, a qual deu

um prazo de 4 anos para a implantação da destinação ambientalmente adequada dos

rejeitos nos municípios. Porém, muitas localidades ainda dispõem de forma inadequada

os resíduos sólidos.

A destinação correta de resíduos com boa infraestrutura e um bom gerenciamento dos

aterros sanitários contribui, para que o solo e a água não sejam contaminados. Além

disso, o licenciamento ambiental de aterros sanitários exige um sistema de tratamento

de efluentes que atinja os padrões exigidos pela legislação.

O lixiviado de aterro sanitário é o líquido proveniente da matéria orgânica dos resíduos,

dos produtos de degradação biológica dos materiais orgânicos e da água de infiltração

na camada de cobertura e interior das células de aterramento (MORAVIA et al., 2011).

Além disso, este efluente é caracterizado pela elevada concentração de matéria orgânica

refratária, amônia e compostos tóxicos.

Segundo Silva et al. (2000), os processos mais utilizados no Brasil para tratamento de

lixiviado de aterros sanitários são os biológicos e os físico-químicos (coagulação,

filtração e precipitação química), juntamente com o tratamento combinado com os

esgotos domésticos. Porém, algumas dificuldades podem ocorrer ao utilizar tratamentos

biológicos devido à vazão e carga orgânica muito variável, necessidade de uma grande

área de implantação, baixa eficiência para lixiviado estabilizado ou pouco

biodegradável e insuficiência para o atendimento aos padrões de lançamento

estabelecidos pela legislação nacional CONAMA nº 430 de 2011.

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Considerando a complexidade do lixiviado de aterro sanitário, muitas vezes é necessário

buscar alternativas de tratamento além das convencionais (como o uso combinado com

esgotos domésticos em estações de tratamento de esgotos ou lodos ativados, por

exemplo) ou que as complemente (LANGE et. al, 2006). Uma alternativa seriam os

tratamentos baseados em processos químicos capazes de promover a degradação ou, até

mesmo, a mineralização da matéria orgânica poluente, podendo haver combinação de

técnicas ou ainda agindo conjuntamente com os processos biológicos (MORAVIA et

al., 2011).

Como exemplo, têm-se os Processos Oxidativos Avançados (POA) que são baseados na

geração de radicais hidroxilas muito reativos, que tem o poder de mineralização de

vários poluentes orgânicos. Assim, os radicais livres formados atacam o composto

orgânico oxidando-o e produzindo CO2 e H2O, ou quando resulta em uma oxidação

parcial, pode ocorrer o aumento da biodegradabilidade dos poluentes, e por fim, esses

poluentes residuais podem ser removidos por técnicas biológicas. Portanto, é dentro

deste conceito que são aplicados os POA para tratamento do lixiviado de aterro

sanitário.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

O objetivo do trabalho foi avaliar os custos de operação do processo Fenton no

tratamento do lixiviado da CTR-Zona da Mata e sua remoção de DQO frente aos

tratamentos convencionais.

2.2. Objetivos Específicos

Caracterizar o lixiviado coletado na CTR- Zona da Mata em termos de DQO,

condutividade, turbidez, sólidos sedimentáveis, nitrogênio amoniacal e pH;

Estimar os custos envolvidos na operação do processo Fenton, nas condições

ótimas previamente propostas por Rocha (2014);

Avaliar preliminarmente a cinética da remoção de DQO da reação Fenton

homogêneo com o lixiviado da CTR- Zona da Mata de acordo com as condições

propostas por Rocha (2014).

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Aterro Sanitário de Resíduos Sólidos Urbanos e Lixiviado

De acordo com a norma brasileira NBR-10004/2004 (ABNT, 2004), resíduos sólidos

urbanos são:

Resíduos nos estados sólidos ou semissólidos, que resultam de

atividades de origem industrial, hospitalar, comercial, agrícola, de

serviços e de varrição. Incluem como resíduos os lodos

provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados

em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como

determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu

lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam

para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à

melhor tecnologia disponível.

Como outra definição para resíduos sólidos urbanos, a NBR 8419 (ABNT, 1992) afirma

que são resíduos gerados em um aglomerado urbano, excetuados os resíduos industriais

perigosos, hospitalares sépticos e de aeroportos e portos.

Segundo a NBR 8419 (ABNT, 1992), Aterro Sanitário de Resíduos Sólidos Urbanos se

trata de uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar

danos à saúde publica e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais. Este

método confina os resíduos sólidos à menor área possível e reduzindo ao menor volume

permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de

trabalho.

Mesmo se tratando da maneira correta para a disposição dos resíduos nos Aterros

Sanitários são gerados contaminantes, como o lixiviado que apresenta um problema

ambiental devido ao seu alto potencial de contaminação (LANGE et. al, 2006). Por isso

é de extrema importância que tais áreas sejam monitoradas frequentemente.

O lixiviado é o líquido que percola entre as camadas do aterro e possui um grande

potencial de contaminação, tanto para o solo e quanto para as águas subterrâneas. A

norma brasileira NBR 8849/1985 (ABNT, 1985), o lixiviado é definido como o líquido

produzido pela decomposição de substâncias contidas nos resíduos sólidos, de cor

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escura e mau odor. Segundo Rocha (2014), este percolado possui grandes dificuldades

no seu tratamento por apresentar altas concentrações de substâncias orgânicas e

inorgânicas. No trabalho desta autora, por exemplo, o lixiviado caracterizado obteve

resultados de DQO e DBO, respectivamente, 4832 mg/L e 2660 mg/L.

O lixiviado é um liquido composto por substâncias orgânicas e inorgânicas, por

soluções e diversas espécies de microrganismos. São advindos do processo de

decomposição de resíduos sólidos elevadamente concentrados por materiais orgânicos,

nitrogênio e sais inorgânicos (BARBOSA et al., 1999).

Segundo Butt & Oduyemi (2003), o potencial de um aterro poluir o ambiente pode ser

entendido considerando o processo de degradação de seus resíduos, por isso, os riscos

causados por aterros devem ser analisados e gerenciados com o objetivo de proteger o

meio ambiente de produtos perigosos.

3.2. Tratamentos para Lixiviados de Aterros Sanitários.

O lançamento de lixiviado em corpos hídricos não é gerenciado por nenhuma legislação

específica, sendo assim, confere-se a ele tratamento similar ao de efluentes de origem

industrial, portanto, regido por resoluções federais e estaduais. Para este tipo de

lançamento, tem-se a Resolução 430 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA) de 13 de maio de 2011 que “dispõe sobre as condições e padrões de

lançamento de efluentes”. Tal resolução dispõe de uma remoção mínima de 60% em

termos de DBO, não sendo encontrados valores mínimos para DQO neste mesmo

documento.

De acordo com Contrera (2008) apud Massarotto (2010), o tratamento de lixiviados de

aterros sanitários no Brasil ainda possui muitas dificuldades, devido à complexidade e

ao alto custo para poder atingir os padrões de lançamento de efluentes em corpos

hídricos.

Visando o tratamento do lixiviado, com a finalidade de homogeneizar ao máximo sua

composição, é aconselhável que o tratamento seja precedido por um peneiramento e um

tanque de equalização com um conjunto de aeração superficial para efetuar uma melhor

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homogeneização da massa líquida e melhorar as condições aeróbias do lixiviado

(MONTEIRO et al., 2001).

Além disso, alguns fatores devem ser levados em consideração ao se escolher o

tratamento adequado para o lixiviado de aterro (BILA, 2000):

Relação entre a composição orgânica e inorgânica;

Determinação de concentrações de compostos químicos tóxicos e metais

pesados;

Verificação de alternativas de disposição do efluente tratado de acordo com a

legislação vigente;

Levantamento de parâmetros para projeto e operação do aterro com o objetivo

de escolher a tecnologia mais adequada;

Avaliação das tecnologias disponíveis;

Custos de implantação e operação.

Muitos autores consideram que a escolha do processo depende dos parâmetros como

DQO, DBO/DQO, concentração de nitrogênio amoniacal e ácido graxo presentes no

lixiviado (BAHÉ, 2008). Além disso, altas concentrações de sólidos dissolvidos totais e

toxicidade de metais pesados podem caracterizar um efluente de difícil tratamento

biológico.

Diante de todas essas características de tratamento e da complexidade do lixiviado, o

seu tratamento pode ser realizado por meio de uma combinação dos processos de

tratamento físico, químico e biológico.

A Tabela 1 contém alguns dos sistemas de tratamento propostos para lixiviados de

aterro sanitário, suas referências, eficiências e condições para o funcionamento do

processo. Nesta tabela é possível perceber a alta remoção de DQO em processos como

lodos ativados (entre 90 e 99%), wetlands (86%, com possível remoção de nutrientes) e

o tratamento combinado com Esgotos Domésticos em ETE (com aproximadamente

45%, sendo viável principalmente em pequenas cidades, pois diminui os custos).

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TABELA 1 - Tipologias de tratamentos convencionais para Lixiviados de Aterros Sanitários.

(continua)

Tratamento Referência Remoção

de DQO Condições Observações

Filtros Percoladores Bidone (1997) >50%

Pré – filtros (DN 150, brita granítica 01, camada de

cacos de tijolos com granulometria 01); Filtros

Percoladores (DN 200, carvão ativado de casca de

côco, aparas de couro curtido “wet blue”, argila

expandida/nodulizada, areia regular, brita 00, cacos

de tijolos maciços).

Taxa de aplicação de

5L/dia; 5 dias de

aplicação por 2 dias de

descanso.

Lagoas de Aeração

Mecânica

Silva et al. (2007)

apud Bidone

(2007)

19% TDH de 5, 10, 15, 30 e 40 dias; Lagoas de 2 a 5 m.

Aumento do TDH não

determinou incremento

significativo na remoção

de matéria orgânica;

Remoção de DBO foi de

82 %.

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18

(continuação)

Tratamento Referência Remoção

de DQO Condições Observações

Lodos Ativados

Lu et al. (1984),

Qasim & Chiang

(1994) apud

Bidone (2007).

Entre 90 e 99 %

SSV entre 5000 e 10000 mg/L; Relação alimento p/

microrganismos entre 0,02 e 0,06 d-1; TDH entre 1

e 10 d; Tempo de detenção celular entre 15 e 60 d;

Demanda nutricional: DBO5,20: N: P =

100:3,2:0,5.

Possibilidade de remoção

de metais entre 80 e 99%

Wetlands Mannarino et al.

(2006) 86 %

Tanque em formato de tronco de pirâmide com

bases retangulares, medindo 13,0m x 8,0m e 10,0m

x 5,5m, e altura, 1,5m; Volume util de 20 m³;

Gramínea existente na lagoa de equalização da

ETC; TDH de 9 d.

Remoção de nitrogênio

amoniacal 89 %;

Tratamento de parte do

lixiviado efluente do

processo de lodos

ativados da estação.

Carvão Ativado Vasconcelos et al.

(2017) Entre 62,5 e 69 %. 3 a 5 g/L de carvão ativado.

Maiores concentrações de

carvão ativado levam a

maiores eficiências de

remoções.

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(continuação)

Tratamento Referência Remoção

de DQO Condições Observações

Reator UASB Santos (2002) 43%

Altura = 1m; diâmetro = 10 cm; Lodo Granular

Inoculado (SSV = 4,7 g/L; AME = 0,293);

Chorume de aterro antigo (DQO/DBO = 3,5 a 6)

como substrato.

Eficiência limitada pela

recalcitrância do chorume

e concentração elevada de

amônia.

Tratamento Combinado

com Esgotos Domésticos

em ETE

Facchin et al.

(2000) ±45%

Lagoas de Estabilização tipo Australiano; Dois

módulos, cada um com 5 lagoas (1 anaeróbia, 1

facultativa e 3 de maturação).

Alternativa viável

principalmente em

pequenas cidades.

Minimiza custos de

implantação e operação.

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3.3. Processos Oxidativos Avançados

Os Processos Oxidativos Avançados (POA) caracterizam-se principalmente pela

geração de radicais hidroxila, altamente oxidante capaz de mineralizar matéria orgânica

a dióxido de carbono, água e íons inorgânicos, utilizando abstração de hidrogênio ou

por adição, dependendo da natureza do contaminante (ROCHA, 2014).

Como outra definição, os POAs são processos que envolvem a geração de radicais

hidroxilas, altamente reativos, que tem capacidade de destruição total de muito

poluentes orgânicos. Os radicais livres formados atacam o composto orgânico levando à

oxidação completa, produzindo CO2 e H2O, ou quando resulta em uma oxidação parcial,

geralmente ocorre um aumento da biodegradabilidade dos poluentes e, neste caso, os

compostos orgânicos residuais podem ser removidos por meio de técnicas biológicas

(MORAVIA et al., 2011), resultando em subprodutos com menor toxicidade.

Os radicais hidroxila podem ser gerados como: pela combinação de oxidantes fortes,

como ozônio (O3) e peróxido de hidrogênio (H2O2); com catalisadores como íons

metálicos ou fotocatalisadores; e por fim, com irradiação, como o ultravioleta, ultrassom

e feixe de elétrons (PASQUALINI, 2010). Quando se utiliza de catalisadores sólidos, os

processos são chamados heterogêneos. Caso contrário, são denominados homogêneos.

Já no sistema heterogêneo, utiliza-se a presença de um catalisador, formando um

sistema polifásico. Estes catalisadores ativados geralmente por irradiação de fótons

aumentam a velocidade da reação alcançando equilíbrio químico rapidamente, isto se

denomina fotocatálise (GUIMARÃES, 2000).

O uso de processos oxidativos avançados apresentam elevadas eficiências na remoção

de poluentes orgânicos, com custo relativamente baixo e facilidade operacional

(LANGE et. al, 2006). Esses processos podem ser associados aos processos de

tratamento biológico, com o intuito de aumentar a biodegradabilidade do lixiviado. A

Figura 1 esquematiza o processo citado.

Page 21: PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE ATERRO … · 2017-12-21 · FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário. ..... 29 FIGURA 4 – Esquematização

21

FIGURA 1 - Esquema dos Processos Oxidativos Avançados.

Fonte - Adaptado de Bottrel (2012).

3.4. Processo Oxidativo Avançado com Uso do Reagente Fenton

O Regente de Fenton é um processo oxidativo avançado que consiste na combinação de

um sal de ferro com peróxido de hidrogênio (H2O2) em meio ácido. Trata-se de uma

reação de catálise homogênea onde são produzidos radicais hidroxila (HO•) que podem

oxidar vários compostos orgânicos. A formação dos radicais hidroxila no processo

Fenton, se dá pela transferência de elétrons entre o peróxido de hidrogênio e íon ferroso.

A reação I promove a geração de radicais hidroxila, os quais, como foi dito

anteriormente, têm alto poder oxidante. O ferro III produzido reage com o peróxido e o

radical HO2• que leva a regeneração de ferro II, conforme as reações V e VI, sendo

também possível reagir com radicais orgânicos intermediários, conforme a reação VII,

realimentando parte do processo. Este conjunto de reações caracteriza o processo de

reativo de Fenton (RODRIGUES, 2004).

Fe2+

+ H2O2 → Fe3+

+ OH- + •OH (em meio ácido) I

RH + •OH → R• + H2O II

R• + Fe3+

→ R+ + Fe

2+ III

Page 22: PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE ATERRO … · 2017-12-21 · FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário. ..... 29 FIGURA 4 – Esquematização

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Fe2+

+ •OH → Fe3+

+ OH- IV

Fe3+

+ H2O2 → Fe2+

+ HO2• + H+ V

Fe3+

+ HO2• → Fe2+

+ O2 + H+ VI

Fe3+ R• → Fe2+

+ R+ VII

O processo de oxidação com reagente de Fenton ocorre, basicamente, por quatro

estágios. O primeiro é o ajuste de pH, onde sua faixa ideal deve estar entre 3 e 6. O

segundo estágio é a reação de oxidação, processada em um reator não pressurizado e

com agitação. É nesta fase que ocorre a adição de sulfato ferroso e peróxido de

hidrogênio. O terceiro é a neutralização e coagulação, que é feito um ajuste de pH na

faixa entre 6 e 9, com o objetivo de precipitar o hidróxido de ferro. A decantação é o

ultimo estágio, onde o hidróxido de ferro e alguns metais pesados precipitam e podem

ser removidos da solução pelo lodo gerado.

De acordo com Bigda (1995) e Carissimi (2001) a relação H2O2/Fe2+

para a reação do

processo Fenton geralmente ocorre na faixa de 5:1 a 10:1 em massa. Porém, ainda de

acordo com esses autores, é importante salientar que a definição da dosagem está ligada

ao tipo de efluente, e grandes quantidades de ferro resultam em uma necessidade

adicional para a sua remoção.

A Tabela 2 mostra estudos que avaliaram o processo Fenton realizados por outros

autores, com suas respectivas eficiências em relação à remoção de DQO e condições de

ensaio. Nesta tabela é possível notar que, de modo geral, o aumento da remoção de

DQO vem acompanhado do aumento da concentração de reagentes utilizados no

processo. Dentre os estudos incluídos nesta tabela, destaca-se o tratamento proposto

por Rocha (2014) que obteve remoções de 61% e 68% como melhores resultados em 60

minutos de reação. Em tais ensaios utilizaram-se 27,36 g/L de FeSO4 e 2,2 g/L de H2O2,

e 5,47 g/L de FeSO4 e 31,5 g/L de H2O2 para obtenção das remoções de 61 e 68%,

respectivamente.

Page 23: PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE ATERRO … · 2017-12-21 · FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário. ..... 29 FIGURA 4 – Esquematização

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TABELA 2 – Estudo envolvendo o uso do processo Fenton no tratamento de lixiviado de aterro sanitário.

Referência Reagentes Remoção de DQO

Moravia et al. (2011) H2O2 = 1,7 g/L; FeSO4.7H2O = 9,01 g/L 77%

Lange et al. (2006) H2O2 = 3,6 e 5,4 g/L; FeSO4 = 0,9 e 1,8 g/L. > 46%

Rodrigues (2004) H2O2 = 1,5 g/L; FeSO4 = 0,992 g/L 59%

Silva et al. (2006) H2O2 = 3,0 g/L; FeSO4.7H2O = 0,15 g/L 88%

Maus et al. (2009) H2O2 = 0,14 g/L; FeSO4 = 0,18 g/L 54%

Rocha (2014) II – FeSO4 = 27,36 g/L e H2O2 = 2,2 g/L;

IV – FeSO4 = 5,47 g/L e H2O2 = 31,5 g/L

II – 61 %

IV – 68 %

Canizales et al. (2013) H2O2 (50%) = 2,6 g/L; FeSO4.7H2O = 3,92 g/L 79%

Hermosilla et al. (2008) H2O2 = 0,213 g/L; FeSO4 = 0,18 g/L 64%

Page 24: PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE ATERRO … · 2017-12-21 · FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário. ..... 29 FIGURA 4 – Esquematização

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A Figura 2 ilustra simplificadamente os procedimentos realizados durante o ensaio do

processo oxidativo avançado com o uso do reagente Fenton.

FIGURA 2 - Procedimentos Realizados no Ensaio com o Uso do Reagente Fenton.

Fonte - Adaptado de Adário (2014).

A eficiência da oxidação empregando reagente Fenton pode depender das condições do

meio onde acontecem as reações. Os fatores que podem afetar o processo oxidativo do

tipo Fenton são: a dose dos reagentes, sendo muito importante a relação entre o oxidante

e o catalisador; o tipo de catalisador e o tempo de reação podem ser maiores

dependendo do tipo de poluente. A faixa de pH ótima para reação ocorre entre 3 e 6,

tanto o H2O2 quanto os íons ferrosos são mais estáveis em pH ácido. Em pH alcalino, o

H2O2 é instável podendo ser decomposto em oxigênio e água. O pH afeta a especiação

do ferro ocorrendo a desativação do catalisador ferroso em pH maior que 6, com a

formação de complexos de hidróxidos férricos, podendo levar a precipitação de espécies

de Fe3+ reduzindo a quantidade de catalisador disponível. Já a temperatura ótima de

reação ocorre em valores de aproximadamente 20 e 40ºC (CARISSIMI, 2001). Tais

fatores devem ser considerados e monitorados.

3.5. Análise de Custo do Tratamento de Lixiviado de Aterro Sanitários

Muitos fatores são importantes ao se avaliar técnicas para tratamento de efluentes.

Dentro desses fatores são destacados a experiência operacional, energia disponível,

Page 25: PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE ATERRO … · 2017-12-21 · FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário. ..... 29 FIGURA 4 – Esquematização

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eficiência do processo e impactos ambientais relacionados. Mas independente dos

fatores adotados, o mais importante na seleção de tais técnicas é o custo.

É nesse contexto que estão os processos oxidativos avançados, por se mostrarem como

métodos eficazes na degradação de matéria orgânica recalcitrante e, portanto,

representam uma alternativa economicamente viável para o tratamento de efluentes

como o lixiviado de aterro sanitário (OLOIBIRI et al., 2016).

Os processos oxidativos avançados com o uso do reagente Fenton também possuem

condições operacionais simples se comparados com os processos físico-químicos

convencionais, com metodologia relativamente descomplicada, reagentes de baixo valor

econômico e fáceis de encontrar.

Dentre os processos oxidativos avançados, destaca-se o foto-Fenton que também tem se

mostrado como uma boa opção para a pré-oxidação de lixiviados. A reação foto-Fenton

consiste na reação de Fenton na presença de radiação UV. A radiação tem um efeito

positivo na taxa de reação, promovendo a fotorresistência de íons férricos para íons

ferrosos, produzindo radicais hidroxila adicionais (SILVA et al., 2016).

Além dos processos oxidativos avançados utilizados para tratamento deste efluente, os

tratamentos biológicos convencionais, principalmente baseados no sistema de lodo

ativado, seguidos de métodos físico-químicos clássicos, destinados a remover

substâncias recalcitrantes, foram considerados há muitos anos como as tecnologias mais

adequadas para o tratamento de lixiviados (CASSANO et al., 2011).

Os processos físico-químicos podem apresentar alta eficiência de remoção da matéria

orgânica no tratamento do lixiviado, contudo, os sistemas mais utilizados no Brasil -

coagulação, filtração e precipitação química – não têm apresentado bons resultados de

remoção deste efluente (LANGE et al., 2006).

A Tabela 3 mostra os custos dos processos oxidativos avançados com o uso do reagente

Fenton para o tratamento de lixiviado de aterro sanitário utilizado por outros autores.

Além disso, para fins comparativos, também se encontram nesta Tabela 3 alguns

valores dos custos de processos físico-químicos para lixiviado. Vale ressaltar que nos

custos estão incluídos os gastos com reagentes. Assim, nesta tabela nota-se que o

Page 26: PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE ATERRO … · 2017-12-21 · FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário. ..... 29 FIGURA 4 – Esquematização

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tratamento de lixiviado utilizando o Fenton, se mostrou vantajoso em relação aos

processos físico-químicos, principalmente em termos de tempo de reação e custos, uma

vez que muitos dos valores levantados para os reagentes dos processos físico-químicos

se mostraram maiores que os valores gastos com os reagentes por litro de lixiviado a ser

tratado pelo tratamento com o uso do Fenton.

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TABELA 3 - Custos para Tratamento de Lixiviado via Processos Físico-Químicos e Fenton.

(continua)

Processo de Tratamento Características (1)

Remoção Tempo de Reação Custos (R$/L de

efluente tratado) (2)

Referências

Processos Físico-Químicos

Coagulação + Carvão

Ativado Granular

DQOi = 23700 mg/L

DQOf = 237 mg/L 99% 38h01min

(3) 0,052 R$/L Kiliç et al. (2007)

Lime treatment +

ammonia stripping

DQOi = 23700 mg/L

DQOf = 19197 mg/L 19% 26h 0,013 R$/L Kiliç et al. (2007)

Ultrafiltração + osmose

reversa

DQOi = 1700 mg/L

DQOf = 17 mg/L 99% - 0,0030 R$/L

Ozturkt et al.

(2003)

SBBGR(4)

+ O3 DQOi = 2800 a 3600 mg/L

DQOf < 500 mg/L ± 84% 8 h 0,010 R$/L

Cassano et al.

(2011)

O3/UV COTi = 545 mg/L

COTf = 213 mg/L 61% 4 h 1,07 R$/L

Bauer & Fallmann

(1997)

UV/H2O2 COTi = 545 mg/L

COTf = 474,15 mg/L 13 % 3 h 0,44 R$/L

Bauer & Fallmann

(1997)

Coagulação/Floculação +

O3

DQOi = 6200 mg/L

DQOf = 558 mg/L 91% 3 h 0,024 R$/L

Anfruns et al.

(2013)

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28

(continuação)

Processos Oxidativos Avançados – Fenton e suas derivações

Fenton DQOi = 340 mg/L

DQOf = 183,6 mg/L 46% 40 min 0,0040 R$/L

Cortez et al.

(2011)

Fenton DQOi = 1403 mg/L

DQOf = 294,63 mg/L 79% 2h 0,0090 R$/L

Canizales et al.

(2013)

Fenton DQOi = 1800 mg/L

DQOf = 702 mg/L 61% 30 min 0,023 R$/L

Lange et al.

(2006)

Foto-Fenton DQOi = 6200 mg/L

DQOf = 620 mg/L 98% 1 h 0,022 R$/L

Anfruns et al.

(2013)

Foto-Fenton DQOi = 1129 a 1534 mg/L

DQOf = 234 a 498 mg/L 57% a 80% 6,4 a 30,4 h 0,021 a 0,034 R$/L Silva et al. (2015)

Foto-Fenton COTi = 545 mg/L

COTf = 218 mg/L 60% 3 h 0,198 R$/L

Bauer & Fallmann

(1997)

Fenton/O3 DQOi = 2800 mg/L

DQOf = 1008 mg/L 64% 1h06min 0,018 R$/L Amr et al. (2012)

(1) DQOi = DQO inicial; DQOf = DQO final; COTi = carbono orgânico total inicial; COTf = carbono orgânico final.

(2)Valores convertidos da cotação Euro para o Real, de acordo com o ano da referência e o ano atual do trabalho (ago/2017). US$ 1 = R$ 3,15.

(3)Tempo relativo a 2h01min para o processo de coagulação, e 36h para o processo de carvão ativado granular.

(4)SBBGR = Sequencing Batch Biofilter Granular Reactor (Reator granular de biofiltro de lotes de sequenciamento).

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29

4. METODOLOGIA

4.1. Caracterização do Efluente

As amostras foram coletadas no mês de junho no Aterro Sanitário Municipal de Juiz de

Fora, localizado no km 772 da BR 040. O lixiviado produzido nas células do aterro

sanitário é coletado pela rede de drenagem e encaminhado para uma lagoa antes de ser

levado para a Central de Tratamento de Efluentes. Assim, foi realizada uma amostragem

simples de 6 litros do efluente bruto, diretamente na calha Parshall antes desta lagoa. A

Figura 3 ilustra a lagoa para onde vai o lixiviado coletado no aterro sanitário.

FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário.

Após coletadas, as amostras foram conduzidas para o Laboratório de Qualidade

Ambiental (LAQUA) do departamento de Engenharia Ambiental e Sanitária da UFJF,

onde foram realizadas todas as análises. As análises e suas respectivas referências e

materiais estão descritas na Tabela 4.

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Tabela 4 - Análises, referências e materiais.

Análises Referências e Materiais

DQO APHA/AWWA/WEF (2005) – Método 5220 D

Condutividade Condutivímetro de bancada – Marca Gehaka, modelo

CG 1800

Turbidez Turbidímetro de bancada – Marca Del Lab, modelo

DLT – WV

Sólidos Sedimentáveis APHA/AWWA/WEF (2005) – Método 2540 F

Sólidos Suspensos APHA/AWWA/WEF (2005) – Método 2540 D

Índice Volumétrico de Lodo (IVL) APHA/AWWA/WEF (2005) – Método 2710 D

Nitrogênio Amoniacal APHA/AWWA/WEF (2005) – Método 4500 – NH3 B

e C

pH Phmetro de bancada – Marca Metro Digital

Microprocessado, modelo DLA - PH

As análises de DQO, condutividade, turbidez, sólidos sedimentáveis, sólidos suspensos,

IVL nitrogênio amoniacal e pH foram realizadas para caracterizar o efluente do aterro

sanitário.

O Índice de Volumétrico de Lodo (IVL) é o volume em mililitros ocupados por 1 g de

uma suspensão após 30 minutos de sedimentação. O IVL normalmente é usado para

monitorar as características de sedimentação dos lodos ativados e outras suspensões

biológicas (APHA, 2005). A sua interpretação indica que quanto maior o seu valor, pior

é a decantabilidade do lodo, ou seja, ocupa um maior volume no decantador secundário.

De acordo com von Sperling (2005), os lodos de esgotos domésticos que possuem um

IVL na faixa de 50 a 100 mL/g possuem boa decantabilidade, já os que estão na faixa de

200 a 300 mL/g possuem má decantabilidade.

O procedimento para eliminação da interferência do H2O2 foi realizado uma vez que de

acordo com Wang, Li e Irini (2013), foi verificado que o peróxido de hidrogênio

(H2O2), após ser adicionado para a reação no ensaio Fenton, pode interferir

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superestimando a DQO. Portanto, ainda de acordo o procedimento proposto por Wang,

Li e Irini (2013), para interromper a reação do peróxido, foi adicionado bissulfito de

sódio (NaHSO3) na proporção molar de 1:1, obedecendo a relação 1H2O2:1NaHSO3, e

posteriormente o bissulfito residual foi oxidado a sulfato por meio da agitação da

solução em agitador magnético por 30 minutos.

4.2. Análise de Custo

A análise de custo dos processos foi realizada por meio de pesquisa com empresas de

boa reputação no mercado, que fornecem os reagentes necessários para o ensaio Fenton.

Tal pesquisa foi realizada com quatro empresas nacionais fornecedoras de reagentes

químicos para uso industrial e baseado nas condições estabelecidas nos melhores

resultados obtidas por Rocha (2014) que resultou de dois ensaios listados abaixo, que

foram levados em consideração ao realizar a análise de custo.

61% de remoção de DQO – 27,36 g/L de FeSO4 e 2,2 g/L de H2O2;

68% de remoção de DQO – 5,47 g/L de FeSO4 e 31,5 g/L de H2O2.

A análise de custo levou em consideração somente o gasto com reagentes para o

processo do ensaio Fenton, e o gasto para a disposição da massa de lodo gerada durante

a reação.

4.3. Ensaios Fenton e Avaliação da Remoção de DQO

O ensaio com 68% de remoção de DQO e 27,36 g/L de FeSO4 e 2,2 g/L de H2O2

proposto por Rocha (2014) foi reproduzido com o intuito de avaliar a remoção de DQO

ao longo do tempo. Este ensaio pode ser descrito a partir das seguintes etapas:

I. Foi separada uma alíquota de 400 mL do lixiviado;

II. Realizado o ajuste no pH para 3 com adição de H2SO4 da marca Alphatec

(13,8 g/L);

III. Adição de FeSO4.7H2O da marca Cinética;

IV. Adição de H2O2 30% da marca Synth;

V. Agitação em agitadores magnéticos por 60 minutos;

VI. Ajuste do pH entre 7 e 8 com adição NaOH da marca Synth (0,01 g/L);

VII. Amostras em repouso para precipitação do Fe3+

e geração do lodo.

Page 32: PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE ATERRO … · 2017-12-21 · FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário. ..... 29 FIGURA 4 – Esquematização

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Após deixar as amostras em repouso, uma alíquota do sobrenadante foi retirada e

filtrada em membrana de nitrato de celulose ø 47 µm (marca Sartorius Stedim) para

análise de DQO após o tratamento. A Figura 4 esquematiza as etapas descritas

anteriormente.

Para acompanhar a remoção de DQO ao longo do tempo, realizou-se o ensaio, e durante

o processo de reação, foram retiradas alíquotas de 50 mL nos tempos de 5, 10, 30 e 60

minutos para analisar o comportamento da remoção de DQO ao longo do tempo.

FIGURA 4 – Esquematização das etapas do ensaio Fenton

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33

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. Caracterização do Efluente

A caracterização do lixiviado do aterro sanitário foi realizada com o intuito de conhecer

melhor o efluente do trabalho e conta com as análises de condutividade, turbidez,

sólidos sedimentáveis, sólidos suspensos, nitrogênio amoniacal e pH. Tais análises

foram realizadas em duplicata.

A Tabela 5 possui os valores médios obtidos em cada um dos parâmetros listados. Além

disso, para fins de comparação, a tabela também possui uma coluna com os resultados

da caracterização do efluente do mesmo aterro sanitário de acordo com o trabalho

realizado por Rocha (2014).

Tabela 5 - Parâmetros de Caracterização.

Parâmetros Caracterização do

Lixiviado

Caracterização do

Lixiviado de obtida por

Rocha (2014)

Condutividade (µS/cm) 14,1 13851,2

pH 7,9 8,1

Nitrogênio Amoniacal (mg/L) 2259 1067,8

Turbidez (NTU) 142 -

DQO (mg/L) 4115 4832

Sólidos Sedimentáveis

(mL/L) 1,4 -

Sólidos Suspensos (mg/L) 0,6 806

IVL (mL/g) 1546,2 -

De acordo com a Tabela 5 observa-se que o lixiviado possui elevada carga orgânica, o

que confirma que tais pesquisas por tratamentos alternativos devem ser cada vez mais

incentivadas.

Ainda de acordo com a Tabela 5, pode-se notar que o pH e os sólidos suspensos estão

em conformidade com a legislação estadual DN COPAM/CERH – MG n° 01/08, que

preconiza valores de pH de 6 a 9 e para sólidos suspensos, no caso mais restritivo,

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valores de ate 50 mg/L. Já o nitrogênio amoniacal, a turbidez e a DQO não estão de

acordo com a legislação citada anteriormente, a qual preconiza que o nitrogênio

amoniacal deve ser menor que 20 mg/L, a turbidez até 100 NTU e a DQO menor que

180 mg/L ou 65% de remoção para percolados de aterros sanitários municipais. Mais

uma vez confirmando a necessidade de que tal efluente deve sofrer um tratamento antes

de ser lançado em um corpo hídrico.

5.2. Avaliação preliminar da cinética de acordo com os parâmetros otimizados

por Rocha (2014)

O acompanhamento da remoção da DQO ao longo do tempo, nas condições ensaiadas

por Rocha (2014) no ensaio em que a autora obteve 68% de remoção foi realizado com

objetivo de verificar a possibilidade de diminuição do tempo do processo, uma vez que

a autora avaliou a remoção de DQO apenas após 60 minutos de reação. Sendo assim, foi

possível obter resultados da remoção da DQO de acordo ao longo do tempo de reação.

A Figura 5 ilustra os resultados observados, onde é possível perceber um aumento da

remoção de DQO conforme o aumento do tempo da reação.

Figura 5 - Acompanhamento da DQO ao longo do tempo nos ensaio Fenton nas

concentrações de 5,47 g/L de FeSO4 e 31,5 g/L de H2O2.

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De acordo com os valores encontrados, pode-se perceber que a partir de 10 minutos são

encontradas eficiências de remoção superiores as reportadas por Rocha (2014), uma vez

que, na reação realizada pela autora, a remoção de DQO foi de 68% avaliada em 60

minutos de reação. A diferença entre os resultados está possivelmente associada às

características distintas do lixiviado utilizado nos estudos. Há diferença nas

características do lixiviado gerado ao longo do tempo, pois mesmo sendo do mesmo

aterro sanitário, o efluente sofre mudanças em função dos resíduos destinados e aos

índices pluviométricos. Os valores da DQO e concentração de nitrogênio amoniacal

encontrados pela autora, que eram de 4832 mg/L e 1067,8 mg/L, respectivamente

comprovam tal diferença. Os valores obtidos para parâmetros de caracterização neste

estudo apresentaram pouca diferença em termos de DQO se comparado com o trabalho

de Rocha (2014), porém, para nitrogênio amoniacal foi observado uma diferença maior

(2259,18 mg/L no lixiviado caracterizado no presente estudo).

Considerando o objetivo de lançar esse efluente tratado em um corpo hídrico, deve-se

respeitar a DN COPAM/CERH – MG n° 01/08, que estabelece uma remoção de no

mínimo 65% de DQO ou uma concentração de até 180mg/L. Portanto, para garantir

esse mínimo de remoção, o tempo de reação dever ser próximo a 10 minutos, conforme

dados do acompanhamento da reação ao longo do tempo obtidos no presente estudo.

5.3. Análise de Custo do Tratamento com o Uso do Reagente Fenton – Ensaios

realizados por Rocha (2014) e massa de lodo gerada.

A análise do comportamento da remoção de DQO ao longo do tempo realizado com

base no ensaio de Rocha (2014) (68% de remoção de DQO; 5,47 g/L de FeSO4 e 31,5

g/L de H2O2), visa também uma economia no que diz respeito ao processo do

tratamento. Assim, essa análise prevê também uma economia financeira na implantação

desse processo de tratamento.

Portanto, foram levantados orçamentos com empresas responsáveis pela distribuição de

reagentes para o ensaio com o reagente Fenton. Esses orçamentos foram realizados via

telefone ou e-mail com o intuito de verificar a viabilidade financeira para aplicar tal

sistema de tratamento atualmente. A Tabela 6 organiza os orçamentos realizados e os

menores preços de cada reagente em cada empresa.

Page 36: PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE ATERRO … · 2017-12-21 · FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário. ..... 29 FIGURA 4 – Esquematização

36

Tabela 6 – Custo dos reagentes utilizados nos ensaios Fenton em diferentes empresas.

Empresa Sulfato Ferroso

(R$/kg)

Peróxido de Hidrogênio

30% (R$/kg) Ácido Sulfúrico (R$/kg)

Hidróxido de Sódio

(R$/kg)

I 20,50 9,42 4,70 3,57

II 1,59 8,73 1,65 3,88

III (1)

- 17,84 6,43 13,06

IV (1)

- 2,55 1,49 2,52

Menor Preço Adotado

(R$/kg) 1,59 (2) 2,55 (2) 1,49 2,52

(1) Sulfato Ferroso não é fornecido por essas empresas.

(2) Valor promocional referente a compra em grandes quantidades.

(3) Valores cotados em agosto/2017.

Page 37: PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE ATERRO … · 2017-12-21 · FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário. ..... 29 FIGURA 4 – Esquematização

37

Este trabalho possui um foco nos melhores ensaios Fenton realizados por Rocha (2014),

e, portanto efetuado um custo final por litro de efluente a ser tratado nas condições

estabelecidas por esta autora. As quantidades de reagentes utilizados nos dois melhores

ensaios propostos por esta autora, ou seja, os dois ensaios com menores quantidades de

reagentes e bons resultados para remoção de DQO, foram listados na Tabela 7.

No cálculo do custo final dos reagentes, foram consideradas as empresas que

apresentaram os menores preços para os reagentes utilizados no processo Fenton. Sendo

assim, para o sulfato ferroso foi adotado o valor fornecido pela empresa II. Para o

peróxido de hidrogênio, ácido sulfúrico e hidróxido de sódio foi adotado o preço da

empresa IV, uma vez que essas empresas apresentam valores promocionais para grandes

quantidades de reagentes, que é o caso da CTR Zona da Mata, pois a mesma gera uma

grande quantidade de lixiviado a ser tratado por dia.

Além do gasto com reagentes, como descrito na metodologia, os ensaios feitos com o

reagente Fenton geram uma massa de lodo basicamente composta pelo ferro precipitado

como hidróxido de ferro e outros sais. Sendo assim, o lodo deve ser disposto de forma

adequada, ou seja, recolhida por empresas responsáveis por resíduos industriais, uma

vez que não pode ser levada para aterros sanitários por se tratar de resíduo Classe I de

acordo com NBR 10004/2004 (ABNT, 2004).

Na região em estudo, foi possível encontrar uma empresa responsável por essa

disposição e recolhimento, que se responsabiliza pela coleta, armazenamento e

disposição adequada desses tipos de resíduos. O valor para esse serviço é fixo para uma

massa resíduo de até 1 tonelada, correspondendo a um valor de R$ 700,00.

Para o cálculo do volume de massa de lodo gerada, considerou-se a sua composição em

termos de Fe(OH)3. Assim, a cada 56 g de Fe adicionado, gera-se 107 g de Fe(OH)3.

Tendo como base os ensaios realizados por Rocha (2014), foram obtidos valores

preliminares para a massa de lodo gerada com o uso do tratamento utilizando o reagente

Fenton na central de tratamento apresentados na Tabela 8. Os valores estimados para o

tratamento do lixiviado na CTR Zona da Mata utilizando o reagente Fenton, leva em

consideração os custos dos reagentes e o gasto com a disposição da massa de lodo. O

valor total fornecido na Tabela 7 corresponde ao gasto com reagentes e disposição da

massa de lodo por litro de lixiviado a ser tratado.

Page 38: PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE ATERRO … · 2017-12-21 · FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário. ..... 29 FIGURA 4 – Esquematização

38

Tabela 7 - Gastos Finais com Reagentes e Disposição da Massa de Lodo Gerada. E

nsa

ios

de

Roch

a

(2014)

% de

Remoção de

DQO

Sulfato

Ferroso (g/L)

Peróxido de

Hidrogênio

(g/L)

Ácido

Sulfúrico (g/L)

Hidróxido de

Sódio (g/L)

61 27,37 2,2 13,8 0,0144

68 5,47 31,5 13,8 0,0144

Valor Gasto com Reagentes (R$/L) Total (R$/L) Total (€/L) (1)

En

saio

s

de

Roch

a

(2014) - 0,043 0,0056 0,020 0,00003 0,068 0,21

- 0,0087 0,08 0,020 0,00003 0,10 0,34

Quantidade de massa gerada

(kg/L) Valor Gasto com Disposição da Massa de Lodo (R$/L)

Total reagente +

lodo (R$/L)

Total reagente +

lodo (€/L) (1)

En

saio

s

de

Roch

a

(2014) 0,0105 0,00735 0,075 0,24

0,0021 0,00147 0,101 0,32

(1)Valor da cotação do Euro em ago/2017. (R$ 1 = € 3,15).

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39

A Central de Tratamento de Percolado da CTR Zona da Mata foi dimensionada para

atender uma demanda de descarga média de lixiviado de 40 m³/dia. Sendo assim, gera-

se por dia 420 kg de massa de lodo no caso do ensaio de 27,37 g/L de FeSO4 e 2,2 g/L

de H2O2, e 84 kg no caso do ensaio de 5,47 g/L de FeSO4 e 31,5 g/L de H2O2. Sendo

assim, para que seja viável financeiramente a disposição, recomenda-se que a massa de

lodo gerada seja armazenada no aterro sanitário para que atinja a massa de 1 tonelada

para o recolhimento da mesma. Assim, caso seja adotado e ensaio com 61% de remoção

de DQO, a massa de lodo poderá ser recolhida aproximadamente de 3 em 3 dias. Já para

o ensaio com 68% de remoção de DQO, o recolhimento poderá acontecer de 10 em 10

dias, ocorrendo assim uma economia no que diz respeito à disposição da massa de lodo.

Vale ressaltar também que caso seja adotado o ensaio que possui 27,37 g/L de FeSO4 e

2,2 g/L de H2O2, para o tratamento do lixiviado, tem-se um gasto diário de 1094,8 kg de

sulfato ferroso e 88 kg de peróxido de hidrogênio. No caso do ensaio que possui 5,47

g/L de FeSO4 e 31,5 g/L de H2O2, estima-se um gasto diário de 218,8 kg de sulfato

ferroso e 860 kg de peróxido de hidrogênio. O gasto com ácido sulfúrico (552 kg) e

hidróxido de sódio (845,2 kg) é o mesmo nas duas configurações dos ensaios.

Assim, ao se adotar uma ou outra configuração, deve-se levar em consideração o gasto

diário com cada reagente, uma vez que grandes quantidades serão armazenadas para o

processo. Portanto, para definir o ensaio a ser adotado, deve-se levar em conta a

remoção de DQO desejada (sendo a máxima possível), a área disponível para

armazenamento dos reagentes e local adequado para tal, além da área para

armazenamento da massa de lodo. Assim como operadores qualificados para manuseio

dessas grandes quantidades.

Portanto, visando os resultados apresentados, verifica-se que a condição do ensaio que

possui 68% de remoção de DQO mostra-se viável economicamente, pois mesmo

apresentando valores maiores com o gasto de reagentes, verifica-se uma economia em

relação à disposição da massa de lodo, principalmente de ter a possibilidade de

armazenar tal produto.

5.4. Comparação entre os custos do processo Fenton e outros processos Físico-

Químicos

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40

Muito se discute sobre o processo de tratamento a se adotar em lixiviados de aterros

sanitários, uma vez que se trata de efluentes com alta carga de matéria orgânica

biorecalcitrante. Atualmente os processos oxidativos avançados, principalmente com o

uso do reagente Fenton, têm se mostrado uma alternativa eficaz e muitas vezes

econômica para este objetivo.

Foi realizada uma comparação entre os custos de processos físico-químicos reportados

na literatura, com processos que utilizam o Fenton e suas variantes. Tal comparação foi

mostrada na Tabela 8. Todos esses estudos consideram apenas o gasto com reagentes

para o processo.

Nesta tabela, percebe-se que o processo Fenton e suas variantes se mostraram mais uma

vez vantajoso em relação aos processos físico-químicos reportados na literatura. Tais

vantagens são comprovadas pelo menor tempo de reação e menor custo em relação ao

gasto com reagentes.

Esse menor gasto com reagentes também é percebido pelos valores encontrados na

análise de custo realizada para os ensaios de Rocha (2014). Eles também reportam

valores menores que os obtidos na literatura para os processos físico-químicos,

confirmando a viabilidade de aplicar esse processo de tratamento.

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41

Tabela 8 - Levantamento de Informações de Acordo com a Literatura.

(continua)

FENTON, FOTO-FENTON E FENTON/O3

Referências Remoção de DQO

(%)

Tempo de Reação

(h)

Custo por litro de lixiviado a

ser tratado (R$/L)

Cortez et al. (2011) 46 0,67 0,004

Canizales et al. (2013) 79 2 0,009

Lange et al. (2006) 61 0,5 0,023

Anfruns et al. (2015) 98 1 0,022

Silva et al. (2015) 57 a 80 6,4 a 30,4 0,021 a 0,034

Bauer & Fallmann (1997) 60 3 0,198

Amr et al (2012) 64 1,1 0,018

Médias 68,07 2,09 0,043

Page 42: PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE ATERRO … · 2017-12-21 · FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário. ..... 29 FIGURA 4 – Esquematização

42

(continuação)

PROCESSOS FÍSICO-QUÍMICOS

Referências Remoção de DQO

(%)

Tempo de Reação

(h)

Custo por litro de lixiviado a

ser tratado (R$/L)

Kiliç et al. (2007) 99 38,017 0,052

Kiliç et al. (2007) 19 26 0,013

Ozturkt et al. (2003) 99 - 0,003

Cassano et al. (2011) 84 8 0,01

Bauer & Fallmann (1997) 61 4 1,07

Bauer & Fallmann (1997) 13 3 0,44

Anfruns et al. (2013) 91 3 0,024

Médias 66,57 11,71 0,23

Page 43: PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE ATERRO … · 2017-12-21 · FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário. ..... 29 FIGURA 4 – Esquematização

43

A Figura 6 (a) é apresentado o gráfico box plot feito com os dados da Tabela 8. Os

gráficos foram feitos com o objetivo agrupar os dados de remoção de DQO, tempo de

reação e custos dos processos Fenton e físico-químicos para fins de comparação entre os

tipos de tratamento avaliados em lixiviado de aterro sanitário. Em relação à

porcentagem de remoção de DQO, é possível perceber na Figura 6 (a), que os trabalhos

com processos oxidativos avançados reportados na literatura, embora apresentem

remoção média inferior às remoções médias reportadas por estudos que avaliam

processos físico-químicos, apresentam menor amplitude entre os valores máximo e

mínimo de remoção.

Ainda de acordo com levantamento feito na literatura e com a Figura 6 (b), enquanto o

tempo médio de reação dos processos físico-químicos é de 11,71 horas, os processos

Fenton, Foto-Fenton e Fenton/O3 apresentam tempo médio de reação de 2,09 horas,

comprovando o quão rápido pode ser este processo para que ocorra a reação de

tratamento do lixiviado.

Ainda de acordo com a Figura 6 (c) é possível perceber que o processo oxidativo

avançado com o uso do reagente Fenton, dentre os estudos avaliados, apresenta custo

médio inferior ao dos processos físico-químicos reportados na literatura e abordados

nesse estudo. Ressalta-se ainda a grande variabilidade dos custos dos processos físico-

químicos, o que pode se relacionar à maior diversidade de processos incluídos nesse

conjunto de dados.

O processo Fenton, em algumas situações, apresenta um custo mais alto do que suas

variantes, como o Foto-Fenton e o Fenton/O3. Mesmo sendo demandando o uso de

energia elétrica, esses sistemas têm se mostrado mais eficientes e necessitam de

menores quantidade de sais de ferro e peróxido de hidrogênio, o que pode justificar o

menor custo.

No trabalho de Rocha (2014) o tempo de reação foi de 60 min para um lixiviado com

DQO igual a 4832 mg/L e no presente estudo foram atingidas remoções de DQO da

ordem de 74% nas mesmas condições (31,5 g/L de H2O2 e 27,37 g/L de FeSO4), porém

a DQO inicial do lixiviado foi de 4115 mg/L.

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44

Já no trabalho apresentado por Lange et al. (2006), a melhor remoção de DQO atingiu

aproximadamente um valor de 75% em 30 min de reação com baixas quantidades de

reagentes (3,6 g/L de H2O2 e 1,8 g/L de FeSO4), e consequentemente proporcionando

menores gastos de operação. Vale ressaltar que o valor da DQO do lixiviado bruto do

trabalho dessa autora, possuía um valor de 2313 mg/L, praticamente metade do trabalho

de Rocha (2014). Os custos estimados foram de aproximadamente R$0,023/L, assim

acredita-se que o emprego do Fenton como tratamento é bastante promissor, pois o

custo não é tão elevado em relação aos benefícios que serão agregados. Assim como

Rocha (2014), Lange et al. (2006) também não realizou os cálculos da geração do lodo.

Bauer & Fallmann (1997) alcançaram uma remoção de 61% de carbono orgânico total

(COT), através do processo físico-químico de O3/UV durante um período de 4h de

reação. O lixiviado bruto tinha como característica uma concentração de 545 mg/L de

COT. Apesar da remoção considerada boa, os custos para este tipo de tratamento podem

ser considerados altos se comparado com os que utilizam o Fenton. Os custos ficaram

por volta de R$1,07/L de lixiviado a ser tratado. Sendo assim, percebe-se que mesmo

alcançando remoções de altas grandezas, este tipo de processo se mostrou mais caro

quando comparado ao uso do Fenton e suas variantes.

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45

Figura 6 - Remoção de DQO, Tempo de Reação e Custo de Acordo com a Literatura.

Page 46: PROCESSO FENTON HOMOGÊNEO NO TRATAMENTO DO LIXIVIADO DE ATERRO … · 2017-12-21 · FIGURA 3 - Lagoa que Armazena o Lixiviado do Aterro Sanitário. ..... 29 FIGURA 4 – Esquematização

46

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir de dados apresentados, pode-se concluir que a implantação do Processo

Oxidativo Avançado com o uso do reagente Fenton homogêneo se mostrou

economicamente viável para a CTR Zona da Mata, uma vez que os valores gastos com

reagentes e disposição da massa de lodo foram competitivos ao se comparar com

resultados reportados pela literatura de processos físico-químicos.

Além disso, o ensaio de Rocha (2014) que possui remoção de DQO de 68% obteve

resultados promissores para os custos, uma vez que apresenta pouca diferença de

remoção de DQO quando comparado com o ensaio de 61% de remoção de DQO.

Mesmo o ensaio de 68% de remoção tendo um gasto maior com reagentes, é possível

armazenar a massa de lodo e prolongar o gasto com a contratação da empresa para a

disposição desse resíduo. Porém, sua única limitação seria o armazenamento desses

reagentes, pois necessitaria de áreas maiores para tal.

A análise de custo realizada para o trabalho de Rocha (2014) confirmou a viabilidade

financeira de se implantar esse processo de tratamento em estações como a da CTR

Zona da Mata, se mostrando com valores menores, mesmo incluindo a destinação da

massa de lodo nos cálculos. Ainda sim, esse processo prevaleceu com um custo menor

que os processos físico-químicos reportados na literatura que incluem apenas os gastos

com reagentes.

Ressalta-se também que com o ensaio de Rocha (2014) repetido, foi possível avaliar a

remoção de DQO ao longo do tempo da reação. Assim, nota-se que a remoção de pelo

menos 65% da DQO foi obtida em tempos menores (5 minutos) ao estabelecido no

trabalho de Rocha (2014) (60 minutos), atendendo o que preconiza a legislação estadual

DN COPAM/CERH – MG n° 01/08.

As vantagens e desvantagens apresentadas comprovam que no Fenton prevalecem as

vantagens quando comparado com os processos físico-químicos geralmente usados em

lixiviados de aterros, principalmente na questão dos valores gastos com os reagentes dos

processos de tratamento e na remoção de DQO, apresentando baixos custos e remoções

satisfatórias de DQO.

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47

7. RECOMEDAÇÕES

- Realizar análises de parâmetros como sólidos suspensos, sólidos sedimentáveis e

nitrogênio amoniacal após o processo de tratamento;

- Realizar mais amostragens em diferentes períodos como seca e chuva para avaliar o

comportamento do processo de tratamento;

- Realizar análise de custo do processo incluindo os gastos de implantação e os

energéticos.

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