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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM IMUNOLOGIA ANA CRISTINA DE OLIVEIRA GONZALEZ PROCESSOS IMUNOBIOLÓGICOS QUE REGULAM A BIOSSÍNTESE E O REMODELAMENTO DA MATRIZ EXTRACELULAR NA CICATRIZAÇÃO DE FERIMENTOS CUTÂNEOS FOTOBIOMODULADOS (670nm) E NO CONTEXTO TUMORAL. Salvador, BA 2015

PROCESSOS IMUNOBIOLÓGICOS QUE REGULAM A … ACO.pdf · Ao Luciano, pela colaboração imprescindível na confecção das fotos deste estudo e pela amizade. À Isabela, pela atenção,

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM IMUNOLOGIA

ANA CRISTINA DE OLIVEIRA GONZALEZ

PROCESSOS IMUNOBIOLÓGICOS QUE REGULAM A BIOSSÍNTESE E O REMODELAMENTO DA MATRIZ

EXTRACELULAR NA CICATRIZAÇÃO DE FERIMENTOS CUTÂNEOS FOTOBIOMODULADOS (670nm) E NO

CONTEXTO TUMORAL.

Salvador, BA 2015

ANA CRISTINA DE OLIVEIRA GONZALEZ

PROCESSOS IMUNOBIOLÓGICOS QUE REGULAM A BIOSSÍNTESE E O REMODELAMENTO DA MATRIZ

EXTRACELULAR NA CICATRIZAÇÃO DE FERIMENTOS CUTÂNEOS FOTOBIOMODULADOS (670nm) E NO

CONTEXTO TUMORAL.

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Imunologia, da Universidade Federal da Bahia como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Imunologia. Orientador: Prof. Dr. Zilton de Araújo Andrade Co-orientadora: Profa Dra Alena Ribeiro Alves Peixoto Medrado

Salvador, BA 2015

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca do

Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz / FIOCRUZ - Salvador - Bahia.

Gonzalez, Ana Cristina de Oliveira

G643p Processos imunobiológicos que regulam a biossíntese e o remodelamento da

matriz extracelular na cicatrização de ferimentos cutâneos fotobiomodulados

(670nm) e no contexto tumoral. / Ana Cristina de Oliveira Gonzalez. - 2015.

115 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Prof. Dr. Zilton de Araújo Andrade, Laboratório de Patologia

Experimental.

Tese (Doutorado em Imunologia) – Universidade Federal da Bahia, Instituto

de Ciências da Saúde, 2015.

1. Cicatrização de feridas. 2. Irradiação a laser de baixa potência. 3.

Imuno-histoquímica. 4. Proteínas Hedgehog. 5. Câncer bucal. I. Título.

CDU 616-003.9

Dedico este trabalho:

Aos meus pais (in memorian), por absolutamente tudo, dos mais simples conselhos

aos mais belos ensinamentos e por terem sempre acreditado em

mim.

Aos meus filhos Bruno, Ingrid e Henrique por me permitirem conhecer o amor incondicional,

pelo carinho e força em muitos momentos.

Ao esposo Almir, pelo companheirismo e apoio na busca de novos conhecimentos.

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Zilton Andrade, fonte de sabedoria e conhecimentos pela orientação e

colaboração neste trabalho, assim como pelos princípios éticos que regem sua

conduta pessoal e profissional.

Minha homenagem carinhosa à Alena Medrado pela competente e criteriosa

orientação, pela constante disposição em resolver dúvidas e incertezas. O

resultado desse processo é que acabamos fortalecendo mais ainda a sólida

amizade que carregaremos para sempre!

Ao Prof. Dr. Moysés Sadigursky, por ter plantado em mim as primeiras

sementes da pesquisa, seus ensinamentos fundamentais e amizade, a quem

terei gratidão eterna!

Sou muito grata à amiga Eli, pela indescritível solidariedade e afeto, que se

traduziram sempre em entusiasmada e valiosa parceria.

À Maíra e Tila, pelas sugestões e pelas inúmeras demonstrações práticas

sobre o ato de compartilhar.

À Mariana Lobão e Tamires, pelas inestimáveis colaborações neste estudo e

pelos momentos de alegria e companheirismo.

Ao Luciano, pela colaboração imprescindível na confecção das fotos deste

estudo e pela amizade.

À Isabela, pela atenção, carinho, por muitos conselhos e conversas

incentivadoras.

À Dinalva e Márcia, pelas palavras acolhedoras, sábias e a certeza de que o

trabalho seria concluído.

À Ariane, Rita, Fátima, Sr. Antônio, Miguel, Everton, Léo, Tiago Pereira, Iuri e

Tiago Landin pelo privilégio da amizade e estímulo para que eu conseguisse

completar este percurso.

Aos funcionários Lia e Presciano pela ajuda e carinho de sempre.

À Daniela Andrade, pelo apoio e colaboração na utilização do citômetro de

fluxo.

À Fiscina e Vânia, funcionárias da Biblioteca do CPqGM, pelo apoio

imprescindível dispensado.

Ao CPqGM pela oportunidade que me proporcionou.

Ao PPGIM (UFBA) pelo comprometimento na realização do curso de

doutorado, assim como os professores e funcionários. À Dilcea, secretária

deste departamento, por sua dedicação.

À banca examinadora pela disponibilidade em aceitar e compartilhar comigo

deste momento.

Finalmente, a todos aqueles que participaram direta ou indiretamente desta

conquista.

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”

Antoine de Saint-Exupéry

“Ninguém pode voltar ao passado e fazer um novo começo, mas todos podem começar de novo e fazer um novo fim”

Chico Xavier

RESUMO

Os processos imunobiológicos que regulam a biossíntese e o remodelamento da matriz extracelular na cicatrização de ferimentos fotobiomodulados e no contexto tumoral foram contemplados no presente trabalho. Na primeira parte, foram descritas as fases da cicatrização integrantes do processo de reparo tecidual cutâneo, com ênfase no papel biológico desempenhado por diferentes células e suas moléculas sinalizadoras. Na segunda seção, foi realizado estudo experimental, duplo cego a fim de avaliar o efeito do laser de baixa potência na fase tardia da cicatrização, em especial em relação à angiogênese, células do sistema imune e a via de sinalização Hedgehog. Quarenta ratos foram alocados randomicamente em dois grupos experimentais, controle e tratado com laser diodo semicondutor de AsGaAl (670nm). Após indução de ferimento cutâneo padronizado, os espécimes foram eutanasiados em 14, 21, 28 e 35 dias. As secções teciduais foram submetidas à coloração com hematoxilina-eosina e à técnica de imuno-histoquímica com os anticorpos anti CD31, NG2, actina alfa de músculo liso, CD8, CD68, Ptch, Ihh e Gli-2. Os níveis séricos das citocinas IL-2, IL-4, IL-10 e IFNɣ foram avaliados através da técnica de citometria de fluxo. Todos os dados histomorfométricos foram submetidos à análise estatística e o nível de significância adotado foi p<0,05. Observou-se que a neoangiogênese persistiu, pois houve presença de CD31+(p=0,016), NG2+ e alfa actina de músculo liso (p=0,025) em ambos os grupos, sendo que no grupo tratado com laser ocorreu mais cedo. No grupo laser, aos 21 dias houve decréscimo de células CD68+ (p=0,032) e aumento de CD8+ (p=0,038). Os níveis sanguíneos de IL-2 e IL-10 foram indetectáveis em ambos os grupos experimentais, ao passo que o perfil de IL-4 e IFNɣ não foi significativo (p>0,05). Na fase do remodelamento, a sinalização da via Hedgehog pareceu estar ativada, haja vista a presença da expressão fenotípica de algumas proteínas desta via, embora, a expressão de Ihh e Ptch parece não ter sido fotobiomodulada, pois não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos experimentais. A terceira parte do trabalho abordou o processo de transformação neoplásica através de um estudo comparativo de lesões pré-cancerizáveis de mucosa oral e carcinoma escamocelular, no qual foi investigada a presença de algumas proteínas da via Hedgehog em dezesseis casos humanos. Observou-se significativo aumento progressivo da expressão de todas as proteínas da via Hedgehog, tanto no epitélio quanto na lâmina própria, quando se comparou as secções de mucosa oral normal, displasia e carcinoma (p<0,05). Através da realização do primeiro estudo, conclui-se que o laser de baixa potência foi capaz de modular a fase do remodelamento da matriz extracelular durante a cicatrização experimental, uma vez que os tecidos fotobiomodulados apresentaram alterações mais precoces em relação ao grupo controle e os eventos que ocorrem no reparo tecidual parecem ser cíclicos e continuam se desenvolvendo no tecido, independente do aspecto clínico da lesão que evidencia o seu fechamento e completa cicatrização. Em relação ao estudo realizado em mucosa oral humana, observou-se que a ativação da via Hedgehog pareceu influenciar na transformação neoplásica, pois foi demonstrado aumento progressivo de células Hedgehog positivas nas lesões pré-cancerizáveis presentes no mesmo indivíduo.

Palavras-chave: Cicatrização de feridas. Laser de baixa potência. Imuno-histoquímica. Sinalização Hedgehog. Câncer bucal.

ABSTRACT

This study evaluated the immunological processes that regulate the biosynthesis and extracellular matrix remodeling in the context of photobiomodulated wound healing and tumors. Initially, the stages of the skin tissue repair process were described, with emphasis on the biological role played by different cells and their signaling molecules. Subsequently, a double-blind experimental study was conducted, in order to assess the effect of low power laser in the late stages of healing, with emphasis on angiogenesis, immune cells and Hedgehog signaling. Forty rats were allocated randomly in two groups; control and those treated with laser diode of GaAlAs (670 nm). After induction of standardized skin wounds, the specimens were euthanized at 14, 21, 28 and 35 days. Tissue sections were subjected to hematoxylin-eosin and immunohistochemical techniques with antibodies to CD31, NG2, smooth muscle alpha actin, CD8, CD68, Ptch, Gli-2 and Ihh. Serum levels of the cytokines IL-2, IL-4, IL-10 and IFNɣ were assessed by flow cytometry. All histomorphometric data were statistically analyzed and significance level was at p<0,05. We observed that neoangiogenesis persisted, because of the presence of CD31+ (p=0,016), NG2+ and smooth muscle alpha actin (p=0,025) in both groups. The laser-treated group responded earlier. By day 21, the laser-treated group had decreased CD68+ cells (p=0,032) and increased CD8+ (p=0,038).Blood levels of IL-2 and IL-10 were undectable in both experimental groups, whereas IL-4 and IFNɣ profile was not significant (p>0,05). At the remodeling stage, the Hedgehog signaling pathway seemed to be activated, given the presence of phenotypic expression of some of its proteins, although the expression of Ihh and Ptch did not seem to have been photobiomodulated because there were no statistically significant differences between the experimental groups. The third part of our study dealt with neoplastic transformation process, through a comparative study of pre-cancerous lesions of the oral mucosa and squamous cell carcinoma, in which we investigated the presence of some proteins of the Hedgehog pathway in sixteen human cases. There was a significant progressive increase in the expression of all proteins in the Hedgehog pathway, both in the epithelium and lamina propria, when comparing lesions of normal mucosa, dysplasia and carcinoma (p<0,05). We concluded that laser therapy was able to modulate the remodeling phase because laser treated tissues showed modifications earlier than control group and the events that occur in tissue repair appear to be cyclical and continue to remodel the tissue, independent of the clinical aspects of the lesion such as its closure and completed healing. Regarding the study of human oral mucosa, it was observed that Hedgehog pathway activation seems to influence the neoplastic transformation. Progressive increase of Hedgehog positive cells was observed in precancerous lesions present in the same individual. Keywords: Wound healing. Low level laser. Immunohistochemistry. Hedgehog signaling. Oral cancer.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AC (actinic cheilitis; queilite actínica)

AsGaAl (Arseneto de Gálio e Alumínio)

Bmp (Bone morphogenetic protein)

CBA (Cytometric Bead Array)

CEC (Carcinoma escamocelular)

CD4 (Linfócitos T CD4 (auxiliares)

CD8 (Linfócitos T CD8 (supressores/citotóxicos)

CEUA (Comitê de Ética no Uso de Animais)

EROs (Espécies reativas de oxigênio)

FGF (Fator Crescimento de Fibroblasto)

Gli (Fator de transcrição Gli - Glioma associated oncogene homolog)

Hh (Hedgehog)

Dhh (Desert Hedgehog)

HE (Hematoxilina e eosina)

Ihh (Indian Hedgehog)

IL (Interleucina)

IFNɣ (Interferon gama)

MCP-1 (Proteína 1 quimiotática para monócitos)

MIF (Fator inibição de macrófago)

PDGF (Fator de crescimento derivado de plaquetas)

Ptch (Patched)

rpm (rotação por minuto)

SCC (squamous cell carcinoma)

Shh (Sonic Hedgehog)

Smo (Smoothened)

TEM (Transição epitélio mesênquima)

TGF β (Fator de crescimento e transformação beta)

Th (T auxiliador ou T helper)

TLBP (Terapia laser de baixa potência)

TNF (Fator de necrose tumoral)

VEGF (Fator de crescimento endotelial vascular)

Wnt (Via de sinalização Wingless)

LISTA DE SÍMBOLOS cm2 (centímetro quadrado)

CO2 (gás carbônico)

0C (grau centígrado)

g (grama)

J (joule)

J/cm2 (Joule por centímetro quadrado)

mg/kg (miligrama por quilo)

ml (mililitro)

µm (micrômetro)

mM (milimolar)

mW (miliwatt)

nm (nanômetro)

NO (óxido nítrico)

PE (ficoeritrina)

pg/ml (picrogramas por mililitro)

® - (marca registrada)

W/cm2 (watt por centímetro quadrado)

LISTA DE FIGURAS Figura 1: Acúmulo de fibrina (asterisco) em meio à área de edema na

matriz extracelular (Microscopia eletrônica de transmissão. 4.500X).

25

Figura 2: Eletromicrografia de um leucócito com evidente degeneração

hidrópica em fase exsudativa do processo inflamatório (Microscopia

eletrônica de transmissão. 7.000X).

26

Figura 3: Eletromicrografia que ilustra pericito (seta) em íntimo contato com

a célula endotelial (asterisco), compartilhando a membrana basal desta

célula que constitui a parede do vaso sanguíneo (Microscopia eletrônica de

transmissão. 7.000X).

29

Figura 4: Eletromicrografia que apresenta visão de parte do citoplasma de

um fibroblasto que exibe hiperplasia de retículo endoplasmático e

mitocôndrias que ilustram intensa atividade de síntese. (Microscopia

eletrônica de transmissão. 12.000X).

32

Figura 5: Neoangiogênese evidenciada através da imunomarcação com

anticorpo anti alfa actina de músculo liso em pele de rato 3 dias após a

indução de ferimento cutâneo padronizado (Imuno-histoquímica. 400X).

33

Figura 6 - Área correspondente à fibroplasia que evidencia ausência de

anexos cutâneos na matriz extracelular e re-epitelização completada

epiderme (Hematoxilina-eosina. 100X).

34

Figura 7 – Eletromicrografia que exibe feixes colagênicos com diferentes

orientações na matriz extracelular que indicam o ínicio do processo de

fibroplasia a partir do sétimo dia após a realização de um ferimento

cutâneo.

36

Figura 8: Intensa celularidade na área do ferimento, grupo Controle (100x)

(A). Presença de células basofílicas na proximidade do revestimento

endotelial. Grupo tratado com laser (400x) (B).

63

Figura 9: (A) Expressão imuno-histoquímica de alfa-actina em células

perivasculares em tecido cutâneo de animal controle 14 dias, (B) Idem

para tecido submetido à fotobiomodulação.

63

Figura 10: Expressão imuno-histoquímica de Ptch (A), Ihh (B) e Gli-2 (C),

respectivamente, em células dispostas na área da fibroplasia do grupo

controle14 dias (100x), Idem para animal tratado com laser (D,E,F). Imuno-

histoquímica, anticorpo anti-Ihh, anti-Ptch e anti-Gli2.

65

Figura 11: Expressão de células CD31+ em grupo Controle 21 dias (A),

idem para grupo Laser 21 dias (B). Aumento 200x.

66

Figura 12: Expressão de alfa-actina de músculo liso (A) e NG2 (B),

respectivamente em secções teciduais obtidas de animal controle 21 dias.

Idem para animal do grupo tratado com laser (C,D).

67

Figura 13: Distribuição celular na matriz conjuntiva correspondente à área

de fibroplasia em animal controle (A) – 28 dias. Idem para animal tratado

com laser (B).

68

Figura 14: Expressão imuno-histoquímica de NG2 em células

perivasculares na área do ferimento em animal controle 28 dias (A). Idem

para o grupo Laser (B). Aumento 200x.

69

Figura 15: Expressão de células Gli-2 em grupo Controle 35 dias. Idem

para grupo laser. Aumento 200x.

70

Figure 16 (a-l). Hedgehog proteins expression in normal oral mucosa,

dysplasia and carcinoma, respectively (GLi 2 + cells, [a-c]; Shh+ cells [d-f];

SMO+ cells [g-i] and Ptch+ cells [j-l]). Immunohistochemistry, streptavidin-

biotin peroxidase (Anti Gli2, Anti Sonic, Anti SMO and Anti Patched

antibodies). 400X.

87

Figure 17 (a-h). Hedgehog proteins expression in lamina propria of normal

oral mucosa (Gli 2+ cells [a], SMO+ cells [c] and Shh+ cells [e]) and

immunostained area of Ptch [g] of displastic and neoplastic lesions (Gli 2+

89

cells [b], SMO+ cells [d] and Shh+ cells [f]) and the positive immunostained

area of Ptch [h]. Immunohistochemistry, streptavidin-biotin peroxidase (Anti

Gli2, Anti Sonic, Anti SMO and Anti Patched antibodies). 400X.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Caracterização dos grupos e respectivos dias de eutanásia.

58

Tabela 2: Relação dos anticorpos primários monoclonais produzidos em

coelho.

59

Tabela 3: Relação dos anticorpos primários monoclonais produzidos em

camundongo.

60

Tabela 4: Expressão imuno-histoquímica de CD8, CD31, CD68, Alfa actina de

músculo liso e NG2.

64

Tabela 5: Expressão imuno-histoquímica de Gli-2, Ihh e Ptch.

65

Tabela 6: Dosagem das citocinas (pg/ml), através da técnica de Citometria de tria de

Fluxo.

67

Table 7: Positive cell area for Patched, Sonic Hedgehog, Gli-2 and

Smoothened immunostaining in normal oral mucosa epithelial tissue (control),

dysplasia and squamous cell carcinoma.

88

Table 8: Positive area for Patched, Smoothened, Gli- 2 and Sonic Hedgehog in

normal oral lamina propria (control group) and in underlying connective tissue

dysplasia and oral squamous cell carcinoma.

90

Table 9: Immunohistochemical expression of Patched, Smoothened, Gli-2 and

Sonic Hedgehog in normal oral mucosa cells (control) and groups with

different degrees of dysplasia and oral squamous cell carcinoma.

91

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Relação das citocinas utilizadas do kit Cytometric Bead

Array.

61

Box 2: Immunostaining pattern of Sonic Hedgehog, Patched, Gli-2 and

Smoothened.

85

SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO GERAL 20

2 REVISÃO DE LITERATURA: A cicatrização cutânea:

células, biomoléculas e laserterapia – uma revisão

narrativa.

22

2.1 Introdução 22

2.2

2.2.1

2.2.2

2.2.3

2.2.4

2.2.5

2.2.6

2.3

Revisão de Literatura

Fase Inflamatória

Fase Proliferativa

Fase de Remodelamento

Interação Epitélio-Mesênquima na cicatrização

Sinalização da via Hedgehog

Uso da laserterapia na cicatrização

Considerações finais

23

24

28

35

38

39

41

43

Referências 45

3 HIPÓTESE E OBJETIVOS 53

4 CAPÍTULO 1: Artigo Científico 1: Angiogênese,

participação de pericitos, do sistema imune e da via de

sinalização Hedgehog, no remodelamento de ferimentos

cutâneos submetidos à fotobiomodulação laser.

55

4.1 Introdução 55

4.2

4.2.1

4.2.2

4.2.3

4.2.4

2.2.5

4.2.6

Materiais e métodos

Grupos experimentais

Histopatologia

Imuno-histoquímica

Histomorfometria

Citometria de Fluxo

Análise estatística

57

57

58

59

60

60

61

4.3 Resultados 62

4.4 Discussão 70

4.5 Considerações finais 70

Referências

77

5 CAPÍTULO 2: Artigo Científico 2: Immunohistochemical

Evaluation of Hedgehog signaling in

Epithelial/Mesenchymal Interactions in Squamous Cell

Carcinoma Transformation: A Pilot Study.

80

5.1 Introduction 80

5.2

5.2.1

Materials and methods

Case Selection

80

82

5.2.2 Histopathology 82

5.2.3 Immunohistochemical Procedures 83

5.2.4 Histomorphometry 84

5.2.5 Statistical Analysis 85

5.3 Results 86

5.4

Discussion

References

91

95

6 CONCLUSÃO GERAL 99

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANEXOS

20

1 INTRODUÇÃO GERAL

A cicatrização tem sido um tema, desde há muito tempo, descrito na

literatura, pois se trata de um processo biológico fundamental que engloba a

inflamação e geralmente evolui para o reparo dos ferimentos.

Tal processo compreende a restauração da integridade do tecido, pois

envolve a organização de células, sinais químicos e matriz extracelular.

Alterações essencialmente vasculares e proliferativas têm sido descritas e as

células que participam destas, exercem um papel importante na síntese e

remodelamento da matriz extracelular.

Com o decorrer do processo de maturação e remodelamento, a maioria

dos vasos, fibroblastos e células inflamatórias desaparece do local da lesão,

mediante processos de emigração, apoptose ou outros mecanismos de morte

celular.

Contudo, após a cicatrização, em especial a cutânea, quando a camada

epitelial é recomposta e o processo é tido como concluído, há indícios de

algumas modificações ainda possam ocorrer por um tempo variável e tais

alterações ainda não foram plenamente elucidadas (VELNAR et al., 2009).

Estas envolvem a ação de sinais bioquímicos que contribuem para a

remodelação, “limpeza” e posterior diferenciação em tecidos. Tais alterações

aqui têm sido estudadas como elementos participantes da diferenciação

morfogênica, tal como a sinalização Hedgehog que tivemos oportunidade de

investigar.

Em adição a este fato, o mecanismo dos efeitos sobre a cicatrização

tardia, no sistema imunológico induzido pelo laser de baixa potência, in vivo,

ainda não está bem compreendido, embora alguns estudos tenham fornecido

evidências das atividades imunomodulatórias desta fototerapia nas etapas

iniciais do reparo tecidual. De fato, há um vasto acervo de manuscritos que

descreve os efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e proliferativos

desencadeados no tecido em razão da utilização do laser terapêutico até 14

dias, em média, após a indução de um ferimento (MEDRADO et al., 2003;

REIS et al., 2006).

21

O presente estudo foi realizado para verificar, por meio da análise

histológica, imuno-histoquímica e citométrica, o papel da terapia laser de baixa

potência (TLBP), mais precisamente com o laser de arseneto de gálio e

alumínio (AsGaAl) no processo de reparo tecidual tardio e sua relação com a

biossíntese de fibras colágenas, infiltrados celulares, pericitos e proteínas da

via de sinalização Hedgehog, promovendo a reorganização tecidual. Mediante

a análise histológica e histomorfométrica, este trabalho pretende avaliar o

comportamento imunológico de feridas cutâneas provocadas na região dorsal

de ratos, que foram submetidos à TLBP, em especial no tocante à

angiogênese, proliferação fibroblástica e pericítica e expressão de proteínas

sinalizadoras da via Hedgehog.

A segunda parte deste trabalho de pesquisa objetivou analisar, através

de métodos imuno-histoquímicos, a expressão das proteínas integrantes da via

Hedgehog, em queilite actínica (QA) e carcinoma escamocelular oral (CEC) e,

desta forma, avaliar o papel da interação epitélio-mesênquima na progressão

tumoral em um mesmo indivíduo.

A queilite actínica é considerada uma lesão cancerizável do lábio, com

forte ligação com a exposição solar crônica e costuma se estabelecer, em sua

maior parte, no lábio inferior. A relação entre o grau de displasia e a

probabilidade de progressão maligna para carcinoma escamocelular já está

bem estabelecida (GURGEL et al., 2014). Diversas vias de sinalização são

deflagradas e estimulam a transformação maligna do epitélio displásico assim

como alterações significativas da matriz extracelular. Atualmente, a relevante

interação epitélio-mesênquima tem sido demonstrada através de estudos que

realizaram abordagens imuno-histoquímicas para caracterizar uma importante

via de sinalização celular conhecida como Hedgehog.

A participação da via de sinalização já foi descrita em associação à

patogênese do carcinoma basocelular. Embora existam alguns trabalhos

científicos que estudaram sua relação com o CEC, são escassos os que

avaliaram a progressão da displasia para o referido carcinoma oral.

Deste modo, o segundo manuscrito apresentado aprofundou a sua análise

apenas nesta temática a fim de caracterizar comparativamente a expressão

das proteínas da via Hedgehog em lesões displásicas e neoplásicas.

22

2 REVISÃO DE LITERATURA: A CICATRIZAÇÃO CUTÂNEA: CÉLULAS,

BIOMOLÉCULAS E LASERTERAPIA – UMA REVISÃO NARRATIVA

2.1 Introdução

A cicatrização de feridas na pele é um processo fisiológico essencial que

consiste na colaboração de muitas linhagens celulares e seus produtos.¹ As

tentativas de restaurar a lesão induzida por uma agressão local começam

muito cedo na fase inflamatória. No final, resultam em reparo, que consiste na

substituição de estruturas especializadas pela deposição de colágeno, e

regeneração, que corresponde ao processo de proliferação celular e posterior

diferenciação a partir de células pré-existentes no tecido e/ou células tronco.²

Estes mecanismos não se excluem mutuamente, ou seja, após a lesão cutânea

no mesmo tecido, pode haver regeneração e reparo, a depender das linhagens

celulares comprometidas pela injúria.

Os processos de regeneração e reparo tecidual ocorrem após o

estabelecimento de uma lesão, quer esta seja de origem traumática ou

proveniente de uma determinada condição patológica. Uma lesão é criada por

todo estímulo que rompe a continuidade física de tecidos funcionais. Os

estímulos que causam lesões podem ser externos ou internos; podem ser

físicos, químicos, elétricos ou térmicos. As lesões podem resultar em danos em

organelas específicas ou nas células como um todo.¹

O reparo não é um simples processo linear no qual os fatores de

crescimento deflagram a proliferação celular e sim, uma integração de

alterações dinâmicas que envolvem mediadores solúveis, células do sangue,

produção de matriz extracelular e proliferação de células parenquimatosas. O

processo de cicatrização em pele, segundo Mitchel et al.³, é ilustrativo dos

princípios de reparo para a maioria dos tecidos.

Os eventos celulares e bioquímicos, no reparo das feridas, podem ser

divididos em fases, a saber, reação inflamatória, proliferação celular e síntese

dos elementos que compõem a matriz extracelular, e o período posterior

23

denominado como remodelamento.4 Essas fases não são mutuamente

excludentes e sim, sobrepostas no tempo3 (Gráfico 01).

Gráfico 1: Ilustração sequencial das fases envolvidas no reparo tecidual.

O objetivo desta revisão de literatura é destacar os processos biológicos

que estão envolvidos durante a cicatrização cutânea, com ênfase nas células,

fatores de crescimento e citocinas que participam no processo de reparo

tecidual.

2.2 Revisão da literatura

2.2.1 Fase inflamatória

Na resposta inflamatória vascular, os vasos lesados contraem e o

sangue extravasado coagula, contribuindo para a manutenção da sua

integridade. O coágulo consiste na agregação de trombócitos ou plaquetas

24

numa rede de fibrina mediante ação de alguns fatores através da ativação e

agregação destas células.5 A rede de fibrina, além de restabelecer a

homeostasia e formar uma barreira contra a invasão de micro-organismos,

organiza a matriz provisória necessária para migração celular (Figura 1).

Assim, esta matriz temporária restaura a função da pele como uma barreira

protetora, mantendo a integridade do tecido¹. Possibilita ainda, a migração de

células para o microambiente da lesão, e o estímulo para a proliferação dos

fibroblastos.

A resposta celular da fase inflamatória é caracterizada pelo influxo de

leucócitos na área da ferida (Figura 2). Tal resposta é muito rápida e coincide

com os sinais cardinais da inflamação, que são evidenciados através do edema

e eritema no local da lesão. Normalmente, ela se estabelece nas primeiras 24

horas e pode se estender até dois dias. Acontece também uma rápida ativação

de células imunes residentes no tecido a exemplo de mastócitos, células gama-

delta e células de Langerhans, que por sua vez secretam quimiocinas e

citocinas. A inflamação é uma resposta tecidual localizada, protetora,

desencadeada pela lesão, com destruição de tecido. As células inflamatórias

têm um importante papel durante a cicatrização das feridas e contribuem para

a liberação de enzimas lisossomais e espécies reativas de oxigênio, bem como

facilitam a limpeza de debris celulares diversos.6

25

Figura 1: Acúmulo de fibrina (asterisco) em meio à área de edema na matriz extracelular

(Microscopia eletrônica de transmissão. 4.500X).

Fonte: Arquivos do Laboratório de Patologia Experimental, LAPEX, FIOCRUZ, BA.

26

Figura 2: Eletromicrografia de um leucócito com evidente degeneração hidrópica em fase

exsudativa do processo inflamatório (Microscopia eletrônica de transmissão. 7.000X).

Fonte: Arquivos do Laboratório de Patologia Experimental, LAPEX, FIOCRUZ-BA.

Buckley7 comenta que a interação entre leucócitos e células estromais,

durante a resposta inflamatória aguda, acarreta a resolução do foco

inflamatório. Os neutrófilos são conhecidos por expressar muitas citocinas pro-

inflamatórias e uma grande quantidade de substâncias antimicrobianas

altamente ativas como, por exemplo, os EROs (espécies reativas de oxigênio),

peptídeos catiônicos e proteases no local da lesão. A resposta inflamatória

continua com o recrutamento ativo dos neutrófilos em resposta à ativação do

sistema Complemento, desgranulação de plaquetas e produtos da degradação

bacteriana.8 Eles são atraídos por numerosas citocinas inflamatórias

produzidas por plaquetas ativadas, células endoteliais e produtos de

degradação de agentes patogênicos.9 Desta forma, os neutrófilos são as

primeiras células ativadas e recrutadas que desempenham um papel na

limpeza do tecido e contribuem para a morte dos agentes invasores. 3

27

Poucas horas após a lesão, uma quantidade de neutrófilos transmigra

através das células endoteliais, presentes nas paredes dos capilares

sanguíneos, os quais são ativados por citocinas pró-inflamatórias como IL-1 β,

TNF α (fator de necrose tumoral alfa), e IFN-γ (interferon gama) no local da

lesão. Tais citocinas promovem a expressão de várias classes de moléculas de

adesão. As moléculas de adesão são determinantes para a diapedese dos

neutrófilos e entre elas, pode-se citar as selectinas e integrinas (CD11a/CD18

(LFA-1); CD11b/CD18 (MAC-1) e CD11c/CD18 (gp150, 95) e CD11d/CD18),²

que interagem com as já presentes na superfície da membrana das células

endoteliais. As referidas células também influenciam em muitos outros

aspectos do reparo, como na resolução do coágulo de fibrina e da matriz

extracelular, indução da angiogênese e reepitelização.¹

A partir de 48 horas após o estabelecimento da lesão, intensifica-se a

migração de monócitos de vasos vizinhos que também infiltram a área da lesão

e a partir do novo perfil de expressão gênica, diferenciam-se em macrófagos.

Estes, ativados através de sinais quimiotáticos, podem atuar como células

apresentadoras de antígenos e auxiliar os neutrófilos na fagocitose.²

Assim, além dos macrófagos residentes, a principal população de

macrófagos na lesão é recrutada do sangue em resposta aos produtos

quimiotáticos, a exemplo de fragmentos de proteína da matriz extracelular, TGF

β, MCP-1 (proteína 1 quimiotática para monócitos).10

Com base nos perfis de expressão gênica, os macrófagos podem ser

classificados como classicamente ativados (M1 pro-inflamatório) e

alternativamente ativados (M2 anti-inflamatório e pro-angiogênico).11 Os

macrófagos liberam fatores de crescimento como o PDGF e o VEGF que são

provavelmente necessários para iniciação e propagação de novo tecido na

área lesionada, pois animais com depleção de macrófagos apresentam defeito

no reparo das feridas, conferindo a estas células um papel central na transição

da fase exsudativa para a proliferativa do processo de reparo.12

Os macrófagos desempenham as funções de fagocitose de debris

musculares, produção e liberação de citocinas e fatores pro-angiogênicos,

inflamatórios e fibrogênicos, bem como de radicais livres.13 Ademais, os

macrófagos ao secretarem fatores quimiotáticos, atraem outras células

inflamatórias ao local da ferida. Produzem também prostaglandinas, que

28

funcionam como potentes vasodilatadores afetando a permeabilidade dos

microvasos. Juntos, tais fatores deflagram a ativação das células endoteliais.14

As referidas células, conforme Mendonça & Coutinho Netto15, também

produzem PDGF, TGF β, FGF e VEGF, que se destacam como as principais

citocinas capazes de estimular a formação do tecido de granulação.

2.2.2 Fase Proliferativa

O objetivo da fase proliferativa é diminuir a área de tecido lesionado por

contração e fibroplasia, estabelecendo uma barreira epitelial viável para a

atividade dos queratinócitos. Esta fase é responsável pelo fechamento da lesão

propriamente dita e compreende a angiogênese, a fibroplasia e a

reepitelização. Estes processos têm início no microambiente da lesão a partir

das primeiras 48 horas e podem se desenrolar até o 14º dia após o

estabelecimento da lesão.14

O remodelamento vascular induz mudanças no fluxo sanguíneo. A

angiogênese é um processo coordenado, envolvendo proliferação celular

endotelial, ruptura e rearrumação da membrana basal, migração e associação

em estruturas tubulares e recrutamento de células perivasculares. Há muito

tempo, a angiogênese tem sido descrita como essencial para diversas

condições fisiológicas e patológicas, tais como a embriogênese, cicatrização,

crescimento tumoral e metástase.16

A elaboração subsequente de vasos, conforme Gonçalves et al.17,

envolve produção de veias colaterais por meio de dois mecanismos:

brotamento e divisão celular. Os plexos vasculares resultantes são

remodelados para se diferenciar em grandes e pequenos vasos. O endotélio é

então preenchido pelas células acessórias e células musculares lisas. A nova

microvasculatura que se forma, viabiliza transporte de fluido, oxigênio,

nutrientes e de células imunocompetentes para o estroma.18

Além da participação ativa de células endoteliais e dos linfócitos neste

processo biológico, os pericitos constituem um grupo celular proveniente da

linhagem mesenquimal de células musculares lisas, descritos há muitas

29

décadas.19 As células mencionadas aparecem como entidades solitárias,

compartilhando a membrana basal de vasos sanguíneos e células endoteliais

(Figura 3).20 Os pericitos são células do tecido conjuntivo que se coram

palidamente e possuem processos citoplasmáticos longos e delgados de

posição imediatamente externa ao endotélio de capilares sanguíneos e

pequenas vênulas nas quais os capilares se esvaziam. Segundo Ribatti et al.21,

Charles Rouget em 1873, foi o primeiro a descrever tais células, não

pigmentadas e que apresentavam elementos contráteis. Contudo, não

conseguiu corá-las e Mayer, em 1902, através da coloração com azul de

metileno pôde visualizá-las. Foram denominadas de pericitos, por Zimmermann

em 1923, em virtude de sua posição em torno do vaso e dispersas ao longo

deste, com seus processos envoltos em torno da superfície basal de seu

endotélio.

Figura 3: Eletromicrografia que ilustra pericito (seta) em íntimo contato com a célula endotelial

(asterisco), compartilhando a membrana basal desta célula que constitui a parede do vaso

sanguíneo (Microscopia eletrônica de transmissão. 7.000X).

Fonte: Arquivos do Laboratório de Patologia Experimental, LAPEX, FIOCRUZ-BA.

30

Através de longos prolongamentos citoplasmáticos que se estendem e

circundam o tubo endotelial, o pericito faz contatos focais com o endotélio por

meio de junções especializadas.22 Adicionalmente, tal célula influencia a

estabilidade do vaso mediante a deposição de matriz e/ou liberação e ativação

de sinais que promovem a diferenciação ou quiescência das células

endoteliais.23,24

Os pericitos são células murais dos microvasos sanguíneos, que estão

envolvidos na membrana basal, que é contínua com a membrana basal

endotelial. Alguns pericitos são provavelmente células da linhagem

mesenquimal ou progenitoras, os quais originam os adipócitos, cartilagem,

osso e músculo.22 Há evidências substanciais de que os pericitos retêm na vida

adulta uma potencialidade mesenquimal suficiente para dar origem não só a

fibroblastos como também a células musculares lisas.25 Estes elementos

celulares podem apresentar características de células pluripotentes,

constituindo-se em uma importante “fonte de reserva celular”. Embora a

plasticidade dos pericitos ainda não tenha sido amplamente estudada,

Farrington-Rock et al.26 relataram o seu potencial de diferenciação em

osteoblastos, condrócitos, fibroblastos, leiomiócitos e adipócitos. Esta

propriedade parece ser muito pertinente para o reparo tecidual, uma vez que

estas células poderiam contribuir sobremaneira para o repovoamento do tecido

cicatricial.

O tecido de granulação começa a se formar, aproximadamente quatro

dias após a lesão. Seu nome deriva da aparência granular do tecido recém-

formado, conferindo esta característica para o novo estroma. Segundo Calin et

al.27, o tecido de granulação é formado através dos seguintes mecanismos:

aumento da proliferação fibroblástica, biossíntese colagênica e elástica, a qual

forma uma rede tridimensional extracelular de tecido conjuntivo e produção de

fatores quimiotáticos e IFN-beta pelos fibroblastos. Fibroblastos e células

endoteliais expressam receptores de integrina, e através desses, invadem o

coágulo no espaço da lesão.28

Para que o processo de reparo tecidual seja compreendido, não se pode

deixar de mencionar algumas particularidades do sistema imune como a

participação de linfócitos B e mais especificamente a multifuncionalidade dos

linfócitos T. Morfologicamente, os linfócitos T se subdividem em populações

31

funcionais: CD4 (linfócitos T auxiliares) e CD8 (linfócitos T

supressores/citotóxicos). As células T CD4 são caracterizadas com base em

seus perfis de produção de citocinas, como a sub-população Th1, produtoras

de Il-2 e IFN gama, a Th2, que produz IL-4, IL-5 e IL-10 e a Th17, que se

caracteriza pela produção de IL-17.2 Outras subpopulações de Th foram

descobertas como: Th22, Th9 e Treg. As citocinas produzidas por estas

subpopulações desempenham papeis críticos principalmente na diferenciação

das células imunes.29

Quando ocorre uma lesão tecidual, o processo de reparo é modulado

pela atividade das células da resposta inflamatória, das células dos bordos da

lesão (queratinócitos) e pela variedade de citocinas e fatores de crescimento

que influenciam a migração, proliferação e a diferenciação celular local.30

Medrado et al.25 comentaram que a fibroplasia tem início na formação do

tecido de granulação, caracterizada pela proliferação de fibroblastos, principais

responsáveis pela deposição de nova matriz (Figura 4). O principal

componente de uma cicatriz de tecido conjuntivo maduro é o colágeno. Os

fibroblastos, produtores colagênicos, são recrutados da derme da margem da

ferida para sintetizar essa proteína. A formação da membrana basal intacta,

entre a epiderme e a derme, é essencial para o restabelecimento da

integridade e função. Durante a fase inicial do reparo, o colágeno tipo III é

predominante, sintetizado pelos fibroblastos no tecido de granulação. 31

32

Figura 4: Eletromicrografia que apresenta visão de parte do citoplasma de um fibroblasto que

exibe hiperplasia de retículo endoplasmático e mitocôndrias que ilustram intensa atividade de

síntese. (Microscopia eletrônica de transmissão. 12.000X).

F/onte: Arquivos do Laboratório Patologia Experimental, LAPEX, FIOCRUZ-BA.

Medrado et al.25 observaram que nesta fase, inicia-se o processo de

contração da ferida, desempenhada pelos fibroblastos, ricos em alfa actina de

músculo liso, sendo conhecidos como miofibroblastos. Tais células,

acumuladas nas margens das feridas, executam atividades contráteis e

contraem as bordas da lesão para o centro.27

A angiogênese ocorre na matriz extracelular do leito da ferida com a

migração e estimulação mitogênica das células endoteliais.15 Tal

neovascularização acompanha a fase fibroblástica, comentada acima. A boa

irrigação das bordas da ferida é essencial para a cicatrização, pois, permite o

aporte adequado de nutrientes e oxigênio32 e de células imunocompetentes

para o estroma (Figura 5).33

33

Figura 5: Neoangiogênese evidenciada através da imunomarcação com anticorpo anti alfa

actina de músculo liso em pele de rato 3 dias após a indução de ferimento cutâneo

padronizado (Imuno-histoquímica. 400X).

Fonte: Arquivos do Laboratório de Patologia Experimental, LAPEX, FIOCRUZ-BA.

Paralelamente a todos os eventos supracitados, as células epiteliais de

revestimento, sob a ação de citocinas específicas, proliferam e migram a partir

das bordas do ferimento na tentativa de fechá-lo. Este processo é denominado

de reepitelização. A reepitelização de uma ferida por queratinócitos, é realizada

pela combinação da fase proliferativa e migração de células próximas à lesão.14

A migração dos queratinócitos ocorre na direção da pele remanescente da

lesão às extremidades desta.

Células epidérmicas dos folículos pilosos rapidamente removem o

coágulo e o estroma danificado. Li et al.14 comentaram que as células

germinativas epidérmicas do folículo piloso que originam o bulbo capilar,

servem de reservatório para os queratinócitos no processo de cicatrização.

Após aproximadamente doze horas do estabelecimento da lesão, há

desenvolvimento e alongamento de projeções tipo pseudópodo dos

queratinócitos, perda dos contatos matriz extracelular-célula e célula-célula,

34

retração de tonofilamentos e formação de filamentos de actina na extremidade

de seus citoplasmas. Quando a migração cessa, possivelmente como um

resultado da inibição por contato, os queratinócitos religam-se ao substrato, e

reconstituem a membrana basal. Há, então, a culminância do seu processo de

diferenciação para originar a nova epiderme estratificada (Figura 6).14

Figura 6 - Área correspondente à fibroplasia que evidencia ausência de anexos cutâneos na

matriz extracelular e reepitelização completa da epiderme (Hematoxilina-eosina. 100X).

Fonte:Arquivos do laboratório de Patologia Experimental, LAPEX, FIOCRUZ-BA.

35

2.2.3 Fase de Remodelamento

A terceira fase da cicatrização consiste no remodelamento que começa

duas a três semanas após a lesão e pode durar um ano ou mais. O principal

objetivo da fase de remodelamento é alcançar a máxima força tênsil pela

reorganização, degradação e ressíntese da matriz extracelular. Nesta última

fase do processo de cicatrização de lesões, ocorre uma tentativa de

recuperação da estrutura tecidual normal e o tecido de granulação vai sendo

gradualmente remodelado, formando um tecido cicatricial, que é menos celular

e vascular³ e que exibe um aumento progressivo da concentração de fibras

colágenas (Figura 7). Este estágio é marcado pela maturação dos elementos

com profundas alterações na matriz extracelular e resolução da inflamação

inicial. Assim que a superfície da lesão é coberta por uma monocamada de

queratinócitos, sua migração epidérmica cessa e uma nova epiderme

estratificada com lâmina basal subjacente é restabelecida das margens da

ferida ao interior desta.5 Nesta etapa há deposição de matriz e subsequente

mudança em sua composição.14 Com o fechamento da ferida, o colágeno tipo

III sofre degradação e a síntese do colágeno tipo I aumenta. Ao longo do

remodelamento, há redução de ácido hialurônico e fibronectina, os quais são

degradados por células e metaloproteinases plasmáticas e, assim processa-se

concomitantemente a crescente expressão de colágeno do tipo I já citada.17

36

Figura 7 – Eletromicrografia que exibe feixes colagênicos com diferentes

orientações na matriz extracelular que indicam o inicio do processo de fibroplasia a

partir do sétimo dia após a realização de um ferimento cutâneo (Microscopia

eletrônica de transmissão. 12.000X).

Fonte: Arquivos do Laboratório de Patologia Experimental, LAPEX, FIOCRUZ-BA.

Vários autores, como Sampaio & Riviti34, confirmaram que nesta última

etapa as fibras colágenas tornam-se mais espessas e orientadas em

paralelismo, resultando em maior resistência tênsil do tecido, em modelo

experimental.

A fase de resolução é essencial para restauração da funcionalidade e

aparência “normal” do tecido lesionado.¹ Isso decorre da baixa produção de

quimiocinas por citocinas anti-inflamatórias como IL-10 ou TGF-β1. A regulação

da síntese de colágeno é controlada por diversos fatores de crescimento como

o TGF-β1 e o FGF, que exercem fortes efeitos na expressão gênica desta

proteína.

Com o decorrer do processo de maturação e remodelagem, a maioria

dos vasos, fibroblastos e células inflamatórias desaparece do local da ferida

mediante processos de emigração, apoptose ou outros mecanismos

desconhecidos de morte celular. Esse fato leva à formação da cicatriz com

37

reduzido número de células. Em fase mais tardia, os fibroblastos do tecido de

granulação alteram seu fenótipo, passando a expressar temporariamente

actina de músculo liso, recebendo a denominação especial de

miofibroblastos.6,27

Os miofibroblastos, segundo Calin et al.27, adquirem algumas

propriedades contráteis das células musculares lisas, aproximando as margens

do ferimento, sendo responsáveis pela contração deste. Desta forma, as

referidas células apresentam bandas bem desenvolvidas de microfilamentos

contráteis compostos de actina. São mantidas unidas através de junções

comunicantes e os seus filamentos citoplasmáticos de actina se ligam através

de receptores de integrinas às fibrilas de fibronectina e os colágenos I e III da

matriz extracelular.1,14 É digno de nota que os miofibroblastos são os principais

produtores de matriz extracelular nos processos de fibrose.31

De acordo com Midwood et al.35 e Badylak36, a matriz extracelular não é

um elemento estático e é capaz de desempenhar um papel relevante nesta

fase do reparo através da interação de seus constituintes estruturais e os

diferentes tipos celulares presentes no tecido. Tais constituintes estruturais

representados por proteínas como colágeno, fibronectina, fibrina, entre outros,

proveem sinais e desencadeiam atividades celulares específicas na área do

ferimento. A fibronectina, por exemplo, gera um arcabouço que viabiliza a

adesão e a migração celular. Outra glicoproteína adesiva, a vitronectina, pode

contribuir para a contração do tecido mediada pelo colágeno produzido pelos

fibroblastos. Em virtude da existência destes processos, o controle local das

interações células/matriz tem sido alvo de promissoras abordagens

terapêuticas.

Em todos esses processos citados, urge salientar que fatores exógenos

e endógenos podem modular tais eventos e influenciar o curso da cicatrização.

Em especial desordens sistêmicas como diabetes, imunossupressão, estase

venosa e aquelas provenientes de agentes externos como uso de

corticoterapia e tabagismo, podem dificultar o fechamento precoce da ferida.

Em adição a esses possíveis fatores complicadores, procede o

estabelecimento de cicatrizes hipertróficas e queloides.37

38

2.2.4 Interação Epitélio-Mesênquima na cicatrização

As células endoteliais sofrem transição epitélio-mesênquima (TEM) e

migram para os órgãos para se diferenciarem em seus componentes

mesenquimais incluindo fibroblastos, células musculares lisas dos vasos e mais

provavelmente também os pericitos.22

A pele assim como os intestinos, o fígado, os pulmões e os tecidos

glandulares apresenta células epiteliais e mesenquimais. As células epiteliais

estão firmemente aderidas umas as outras, formando camadas nas quais

exibem polaridade basoapical. As mesenquimais são não polarizadas, capazes

de movimentação como células individuais devido à perda de conexões

intercelulares.38

O processo biológico que ocorre na transição epitélio-mesênquima

possibilita a uma célula epitelial polarizada sofrer alterações moleculares,

adquirindo um fenótipo mesenquimal, com capacidade migratória através da

matriz extracelular, resistência à apoptose e aumento de produção dos

componentes da matriz.39

A expressão de genes regulatórios normais promotores e/ou inibidores

do crescimento celular que se expressam nas células presentes na matriz

extracelular ocorre na cicatrização, embora venha sendo estudada

primariamente no contexto tumoral. Liu et al. descreveram que a transição

epitélio-mesênquima pode ser regulada por microRNAs, a exemplo do miR-

221, assim como por outros oncogenes. Tome-Garcia et al. relataram que a

superexpressão do gene ras e do ERBB2 resultaram em um aumento da

mobilidade celular na matriz extracelular e no potencial metastático do câncer

de próstata. Embora estas alterações tenham sido descritas no microambiente

tumoral, tais resultados podem ser observados também na cicatrização.40,41

São conhecidos três tipos de transição epitélio-mesênquima. O tipo I

acontece quando os tecidos são construídos durante a embriogênese, a

exemplo dos fibroblastos dérmicos do tecido conjuntivo que fornecem sinais

determinantes para o posicionamento, tipos de pelos e outros apêndices

cutâneos que se diferenciarão na epiderme sobrejacente.5 A transição epitélio-

mesênquima também ocorre em tecidos adultos em reação ao remodelamento

39

e fibrose (tipo II).39 O processo metastático (tipo III) compreende células de

carcinoma que sofrem conversão fenotípica e adquirem mobilidade, usando o

programa de transição epitélio-mesênquima, que normalmente serve a

formação de fibroblastos adultos.42

A transição epitélio-mesênquima tipo II está associada à cicatrização do

tecido, regeneração e fibrose. Tal evento, ligado ao reparo, origina fibroblastos

e outras células relacionadas com objetivo de reconstruir tecidos seguidos de

traumas e inflamação. Esse tipo de transição epitélio-mesênquima, associado à

inflamação cessa assim que esta é atenuada.42

Através de análises moleculares, foi possível identificar a maioria dos

fatores morfogênicos que compreendem uma rede de sinais entre o epitélio e o

mesênquima, que incluem Bmp, Wnt (wingless), Notch/Delta e Hedgehog.43 Os

mecanismos de sinalização de Wnt e Notch estão criticamente envolvidos na

determinação da diferenciação terminal das células que participam do reparo

cutâneo. Shi et al.44 realizaram um estudo experimental no qual foi avaliada a

participação destas vias de sinalização durante a cicatrização. Os autores

observaram que o incremento na atividade de tais vias sinalizadoras promoveu

o fechamento das feridas cutâneas nos espécimes estudados e que a sua

inibição ou ativação pode afetar a proliferação de células tronco, assim como a

diferenciação e migração de queratinócitos e regeneração dos folículos pilosos.

Adicionalmente, segundo Sicklick et al.45, há hipóteses de que os

miofibroblastos possam produzir o ligante Hedgehog, proteína transmembranar

que controla também a construção tissular e o remodelamento, regulando a

viabilidade e atividade migratória de vários tipos celulares responsivos ao

referido ligante.

2.2.5 Sinalização da Via Hedgehog

Hedgehog (Hh) é uma família de moléculas sinalizadoras secretadas

que está envolvida em muitos processos, inclusive, agentes-chave na

padronização de numerosos tipos de tecihos.46 Compreende uma cascata de

proteínas que regula diversos processos biológicos como: desenvolvimento

40

embriológico, homeostase, tumorigênese e reparo de tecidos. Considerando-se

que o ligante Hedgehog pode ser regulador de angiogênese, sua sinalização

poderia influenciar o remodelamento tecidual.

O gene Hedgehog foi identificado em trabalhos genéticos sobre

segmentação de corpo em Drosophila melanogaster, a mosca da fruta. Os

pesquisadores alemães Nüsslein e Wieschaus,47 em 1980, estudando o

controle genético de embriões de Drosophila melanogaster, identificaram que a

perda de um gene causava projeções nestes. Tal fenótipo mutante adquiria

uma forma oval, com dentículos desorganizados, lembrando um ouriço-caixeiro

(tradução da língua portuguesa para hedgehog).

Os homólogos de Hh têm sido identificados em muitos invertebrados e

vertebrados e se mantêm conservados, desempenhando papeis similares vitais

no controle da padronização tissular, diferenciação e proliferação celular no

desenvolvimento embriológico e no controle do comportamento da célula

germinativa e homeostase no adulto.48 Essa via é extremamente essencial no

desenvolvimento, principalmente na formação dos membros e tubo neural.49

Muitos genes têm sido identificados para codificar componentes

citoplasmáticos da maquinaria de transdução de sinal Hh. Três homólogos,

identificados em vertebrados, do gene Hh foram designados pelos prefixos:

Sonic (Shh), Indian (Ihh) e Desert (Dhh).50,51

A via Hh pode ser iniciada, conforme Omeneti et al.52, por sinais

autócrinos, parácrinos ou endócrinos. Os ligantes Hh são sintetizados e sofrem

quebra autocatalítica para gerar um fragmento N-terminal, que é modificado

pela adição de colesterol e palmitato, antes de ser liberado para o espaço

extracelular.53

A ativação da via de sinalização Hedgehog é feita pela ligação de um

dos membros da família no receptor de doze passagens na membrana,

denominado Patched (Ptch). Este trabalha associado a um correceptor de sete

passagens na membrana, denominado Smoothened (Smo).54 Na ausência do

ligante Hedgehog, o receptor Ptch inibe o correceptor Smo, que fica em

vesículas na base do cílio primário e, portanto longe dos fatores de transcrição

Gli-1, 2 e 3 abundantes na superfície dessa organela.53 Isso faz com que Gli-3

seja transportado via microtúbulos até o proteassoma, onde é parcialmente

degradado originando um fragmento Gli-3 repressor que vai no núcleo e

41

reprime a transcrição dos genes alvo envolvidos na diferenciação,

sobrevivência e proliferação celular.

Em contrapartida, quando acontece a ligação de Hh ao Ptch, ocorre a

internalização desse receptor, ocorrendo uma mudança conformacional em sua

estrutura, liberando o correceptor Smo, que migra para o topo do cílio primário,

onde ativa a família Gli de fatores de transcrição. A ativação de Smo inibe o

processamento proteolítico dos referidos fatores, liberando-os para ativação

transcricional.43 Assim, Gli-1, 2 e 3 migram ao núcleo ativando a transcrição de

genes alvo desta via. 48

As desordens de desenvolvimento na sinalização Hedgehog podem ser

através da inativação ou superatividade. Teglund & Tofgard49 (2010)

descreveram que a ativação inapropriada da sinalização Hedgehog contribui

para vários cânceres e síndromes. Luo et al 55 evidenciaram que a atividade da

sinalização Sonic hedgehog (Shh) é necessária para a cicatrização normal e

que em camundongos com diabetes, tal via é impedida, sendo que a aplicação

exógena de Shh acelera a cicatrização por aumentar a função de NO (óxido

nítrico).

2.2.6 O uso da Laserterapia na Cicatrização

Ao longo dos anos, diversos estudos têm sido realizados para

compreender o processo de reparo tecidual, bem como os possíveis efeitos da

fotobiomodulação laser no processo de cicatrização das feridas.56

Dentre as várias técnicas e métodos, a laserterapia apresenta grande

eficácia no processo cicatricial e seu êxito se deve às respostas que induz nos

tecidos, como redução de edema e diminuição do processo inflamatório.17,57

O emprego do raio laser para estudar o processo de reparação dos

tecidos foi demonstrado pela primeira vez por Mester, em 1968, quem primeiro

empregou o termo terapia laser de baixa potência, que foi considerado um

bioestimulador, daí esse sinônimo para definir este tipo de laser.59 Mester

utilizou esta terminologia, pois esta terapia com laser acelerava o processo de

42

cicatrização. Na época, não se conhecia bem seu mecanismo de ação, mas,

observou-se excelente resultado nos tratamentos de úlceras abertas.

Em 1971, Mester60 e colaboradores observaram evidências de maior

acúmulo de fibras colágenas e vesículas intracitoplasmáticas eletrodensas nos

fibroblastos estimulados com laser. A partir daí, vários outros estudos foram

realizados e comprovaram o efeito benéfico do laser na cicatrização. Por

exemplo, Reddy61 após estudar a hipótese da fotobioestimulação pelo laser

induzir aceleração da cicatrização em ratos diabéticos, concluiu que o processo

de bioestimulação pela luz laser, acelerou a produção de colágeno.

Acrescentou ainda que promoveu uma estabilidade de todo o tecido conjuntivo

na cicatrização das referidas lesões.

Segundo Dederich & Bushick62, o efeito fotobiológico dos lasers de hélio-

neônio, arseneto-gálio e arseneto, gálio e alumínio, altera o comportamento

dos fibroblastos, regulando sua proliferação, maturação e locomoção. Muitos

estudos têm sido descritos e publicados sobre seus efeitos como: promoção de

cicatrização, alívio da dor, melhora de circulação local e da inflamação e ainda,

efeitos bactericidas63.

Além disso, o laser é capaz de aumentar a proliferação e ativação de

linfócitos, bem como elevar a capacidade fagocítica dos macrófagos, secreção

de fatores de crescimento de fibroblasto e intensificar a reabsorção de fibrina58.

No estudo de Gál et al., o tratamento com laser proporcionou efeitos

anti-inflamatórios, reduziu o dano e acelerou a regeneração da ferida em ratos

durante a fase inflamatória aguda57.

O mecanismo de TLBP na cicatrização, segundo Yasukawa et al.64 pode

induzir uma moderada reação inflamatória, traduzida pelo estímulo à secreção

do cortisol endógeno. Na cicatrização, a atividade de linfócitos por TLBP pode

fazê-los mais responsivos a mediadores presentes em tecidos lesionados.65 De

acordo com os autores, o referido hormônio, liberado pelas glândulas adrenais,

age como anti-inflamatório natural que estimula a angiogênese em volta da

lesão com subsequente aumento do fluxo sanguíneo, promovendo, então, a

cicatrização.

Apesar de existirem poucos trabalhos científicos que analisaram a

interação da fotobiomodulação laser com o pericito e células do sistema imune,

em um estudo, desenvolvido por Medrado et al.6, demonstrou-se um padrão de

43

marcação positiva para alfa actina de músculo liso em células que se

apresentavam em íntima justaposição às células endoteliais e dispersas em

meio ao tecido de granulação durante o processo cicatricial. Este dado foi

observado tanto nos grupos irradiados com laser de baixa potência quanto no

grupo controle.

É sabido que a alfa actina de músculo liso pode ser expressa por células

que exibem um aparato contrátil, a exemplo de pericitos e miofibroblastos.

Assim, Medrado et al.25 investigaram a análise ultraestrutural com foco no

estudo de miofibroblastos ratificando a sua presença, porém, não foi realizada

descrição detalhada dos aspectos morfológicos apresentados pelos pericitos.

É digno de nota, que muitos autores têm demonstrado que a

interferência do laser de baixa potência se faz tanto quantitativa como

qualitativamente66,67. Tem sido relatado aumento da proliferação celular e da

síntese de colágeno, assim como dos demais elementos que constituem a

matriz extracelular68. Todavia, as mudanças mais significativas ocorrem no

âmbito qualitativo, a exemplo da distribuição e orientação mais organizada das

fibras colágenas sintetizadas na área da lesão após a irradiação com laser.69,70

Ademais, outros autores documentaram um incremento da circulação

local após a irradiação com o laser.71,72 De fato, esta melhora circulatória pode

ser atribuída a dois fenômenos biológicos, a saber, vasodilatação e nova

proliferação vascular ou angiogênese.

2.3 Considerações finais

A cicatrização cutânea reproduz a maioria dos fenômenos biológicos que

caracterizam este processo em diferentes tecidos e se constitui um excelente

modelo de estudo para avaliar as múltiplas fases do reparo tecidual. Estas

etapas são finamente reguladas por moléculas sinalizadoras produzidas por

uma grande variedade de células presentes na matriz extracelular. Novos

estudos são necessários a fim de detalhar as possíveis interações epitélio-

mesênquima que contribuem para a histodiferenciação, em especial,

investigações que contemplem a influência de adjuvantes, a exemplo do laser

44

de baixa potência, sobre as vias sinalizadoras e processos biológicos

deflagrados pela lesão inicial.

45

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53

3 HIPÓTESES E OBJETIVOS

HIPÓTESES

O laser de baixa potência é capaz de imunomodular a expressão das

proteínas da via de sinalização Hedgehog, ativação e proliferação de

pericitos, células endoteliais e células imunocompetentes durante a

etapa tardia do reparo tecidual, em ferimentos cutâneos induzidos

experimentalmente em ratos.

A via de sinalização Hedgehog induz a transformação neoplásica de

lesões displásicas orais para carcinoma escamocelular.

OBJETIVOS

Geral

Identificar a expressão das proteínas da via de sinalização Hedgehog,

ativação e proliferação de pericitos, células endoteliais e células

imunocompetentes sob a ação do laser de arseneto de gálio e alumínio,

no leito do ferimento durante a fase tardia do reparo tecidual, em um

modelo experimental já desenvolvido e divulgado na literatura e no

contexto de lesões displásicas e neoplásicas orais.

Específicos

Analisar através da técnica de imuno-histoquímica, o perfil biológico dos

pericitos perivasculares, células endoteliais e células do sistema

imunológico durante a fase de remodelamento da matriz extracelular sob

a ação do laser de baixa potência.

54

Compreender a expressão de pericitos e células endoteliais na

angiogênese estimulada pela luz laser.

Identificar e avaliar, através da técnica de citometria de fluxo, o perfil de

citocinas representativas das subpopulações Th1 e Th2, a partir de

amostras sorológicas coletadas de espécimes representativas dos

diferentes grupos experimentais.

Identificar através de métodos imuno-histoquímicos a presença de

ligantes e fatores de transcrição da via de sinalização Hedgehog,

durante o reparo tecidual de ferimentos submetidos à laserterapia.

Caracterizar comparativamente a presença de ligantes e fatores de

transcrição da via de sinalização Hedgehog em lesões displásicas e

neoplásicas orais.

55

4 CAPÍTULO 1: Angiogênese, participação de pericitos, do sistema imune

e da via de sinalização Hedgehog, no remodelamento de ferimentos

cutâneos submetidos à fotobiomodulação laser.

4.1 Introdução

Muitas pesquisas têm demonstrado que a terapia com laser de baixa

potência (TLBP) acelera a fase aguda da inflamação, estimula os fenômenos

proliferativos, aumenta a contração de feridas cutâneas e acelera a

reepitelização (MEDRADO et al., 2008; REIS et al., 2008; FELICE et al., 2009;

GONÇALVES et al., 2014). Contudo, o mecanismo de reparo numa fase mais

tardia da cicatrização, sob o efeito primário da laserterapia, ainda não está bem

esclarecido e não se sabe ao certo por quanto tempo os benefícios oriundos da

fotobiomodulação poderiam se perpetuar nos tecidos irradiados.

Após as evidências clínicas do final da cicatrização, quando a camada

epitelial é recomposta e o processo é tido como concluído, há indícios de que

algumas modificações no tecido podem ocorrer por um tempo variável

(VELNAR et al., 2009). Nestes termos, procedem a perpetuação da

angiogênese e a permanência de células imunorreguladoras no leito do

ferimento (DELAVARY et al., 2011).

Até o momento, as descrições das ações desencadeadas pelo laser de

baixa potência concentraram-se nas fases iniciais do reparo tecidual. No

entanto, sabe-se que o estudo da presença ativa das células do sistema imune

e seu papel interativo no reparo, até mesmo na fase de remodelamento deste,

são relevantes para ampliar a compreensão das alterações morfológicas e

funcionais que se desenrolam durante a fase tardia da cicatrização, sob a

influência da laserterapia (PUGLIESE et al., 2003).

Medrado et al., (2008), descreveram alterações nos processos de

biossíntese de colágeno e proliferação de células alfa-actina positivas na etapa

tardia do processo de reparo cutâneo em feridas induzidas experimentalmente

em ratos, submetidos à luz laser de 670 nm. Os autores relataram que a

maturação das fibras colágenas e a angiogênese se perpetuaram até 60 dias

56

após a realização da cirurgia cutânea. Em virtude destas observações, foi

hipotetizado se a laserterapia poderia atuar como agente biomodulador sobre

os pericitos, células endoteliais e do sistema imune, assim como deflagrar,

ainda que numa fase mais avançada do reparo tecidual, a ativação de uma via

de sinalização até então descrita como Hedgehog.

As proteínas que integram esta via de sinalização foram identificadas por

estudos genéticos em Drosophila e se mantêm conservadas em vertebrados

(INGHAN et al., 2011). São conhecidos três ligantes da família Hedgehog:

Shh, Ihh e Dhh. Para que a sinalização ocorra, são necessárias também as

atividades de duas proteínas transmembranares: Ptch e Smo. Ptch é

considerado o receptor primário. A ativação de Smo, seu correceptor, é

indispensável para a transdução do sinal. Assim, este correceptor desloca-se

para o topo do cílio primário, o qual quando ativado, inicia uma série de

eventos intracelulares que resulta na estabilização de fatores de transcrição de

genes-alvo Hh, denominados de Gli, os quais induzem a transcrição de

proteínas essenciais para a morfogênese e histodiferenciação (BYRD &

GRABEL, 2004).

A via Hedgehog participa ativamente em muitos aspectos do

desenvolvimento embriológico, incluindo morfogênese, angiogênese e reparo

(BIELEFELD et al., 2013). Contudo, sua ação no reparo cutâneo, ainda é um

tópico pouco explorado em comparação ao papel desta via no desenvolvimento

da pele.

Mediante a realização de análises sorológicas, histológicas e

histomorfométricas, este trabalho objetivou caracterizar as células imunes e

endoteliais, miofibroblastos e pericitos, bem como a expressão de algumas

proteínas da via de sinalização Hedgehog no reparo tecidual tardio de feridas

cutâneas na região dorsal de ratos tratados com TLBP de 670nm.

57

4.2 Materiais e Métodos

4.2.1 Grupos Experimentais

Quarenta ratos machos da linhagem Wistar, Rattus norvegicus albinus,

com peso variando entre 200 a 300 gramas, foram cedidos pelo Centro de

Pesquisas Gonçalo Moniz, Fiocruz, Salvador-Bahia. Os animais foram

mantidos em sala com ar filtrado, sob condições controladas de temperatura,

umidade e iluminação e permaneceram em gaiolas individuais. Receberam

dieta comercial padrão e água ad libitum, ambas esterilizadas durante todo o

experimento. Os procedimentos foram conduzidos conforme a legislação do

Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Fiocruz, sob aprovação do Comitê de

Ética no Uso de Animais (CEUA) com protocolo de número 010/11.

A anestesia dos espécimes foi realizada por via intraperitoneal com

associação de quetamina (50mg/Kg) e xilazina (10mg/kg), ministrando 0,2 mL

para cada 100 gramas de peso corpóreo. Após a anestesia, procedeu-se a

tricotomia e posterior assepsia da região dorsal (coxim adiposo), com iodóforo

(Bioquímica, Rio de Janeiro, Brasil).

Foi realizado um ferimento cutâneo através da remoção de um

fragmento de tecido padronizado, com um bisturi circular de oito milímetros de

diâmetro (Biopsy Punch-Stiefel, Germany). Não foi realizada nenhuma sutura

nos ferimentos para que a cicatrização ocorresse por segunda intenção.

Após a realização do ferimento cirúrgico, os animais foram mantidos sob

isolamento individual e diariamente inspecionados para análise do

sangramento, perda da crosta e formação de exsudado purulento.

Os espécimes foram randomicamente distribuídos em dois grupos

experimentais descritos a seguir.

Grupo Laser – Após o procedimento cirúrgico, foi realizada aplicação de

laser diodo semicondutor de AsGaAl, em emissão contínua (9mW, 670 nm,

0,031W/cm²), com área da ponta ativa do aparelho de 0,28 cm² (Laser VR-KC-

610 – Dentoflex, Brasil) e fluência da ordem de 4 J/cm2. Aplicou-se 1 J/cm2 nos

58

quatro pontos correspondentes aos vértices das linhas diametrais da área

circular. Tal aplicação foi realizada no dia do ferimento cirúrgico e no 3° e 5°

dias após este, até que se obtivesse uma dose total de 12 J/cm2.

Grupo Controle - Foi realizado um procedimento caracterizado pelo

contato da ponta ativa do laser de baixa potência com o tecido cruento, sem

haver emissão de luz. A referida ação aconteceu nos mesmos moldes descritos

para o grupo tratado com laser.

Foram determinados quatro períodos para a realização da eutanásia de

cada grupo experimental, listados na tabela 01.

Tabela 1: Caracterização dos grupos e respectivos dias de eutanásia.

Grupos Experimentais

Períodos de Eutanásia (dias)

14 21 28 35

Controle (n) 5 5 5 5

Laser 4 J/cm2 (n) 5 5 5 5

Nos respectivos tempos, os animais foram eutanasiados em câmara de

CO2. Constatado o óbito, foi retirada amostra de sangue da veia mesentérica,

que após retração do coágulo, foi submetida à centrifugação para obtenção do

soro. Os soros foram identificados e acondicionados em freezer -80°C.

4.2.2 Histopatologia

O tecido cutâneo da área lesionada foi removido e fixado em solução de

formalina tamponada a 4% com pH 7,4 por um período de vinte e quatro horas.

Seguiu-se a utilização de álcool a 70%, para continuação do processamento

histológico, até inclusão em blocos de parafina.

Os fragmentos teciduais incluídos em parafina foram cortados em

micrótomo, obtendo-se cortes com 4 m de espessura para a coloração com

Hematoxilina-eosina (HE), assim como para os testes imuno-histoquímicos.

59

4.2.3 Imuno-histoquímica

As lâminas foram previamente tratadas com adesivo à base de

organosilano (3-aminopropyltriethoxi-silano, SIGMA, St. Louis, MO, USA). Foi

realizada a padronização de todos os anticorpos utilizados no estudo, conforme

especificado nas tabelas 2 e 3. O método de imunomarcação utilizado foi o da

peroxidase.

Os cortes histológicos foram submetidos à desparafinização em xilol,

reidratados com álcool absoluto e depois com água à temperatura ambiente. A

recuperação antigênica foi realizada com Tampão Citrato 10 mM, pH 6,0 em

banho-maria a 96°C, com posterior bloqueio da peroxidase endógena,

utilizando o Dako Dual Enzyme Block (Dako, Carpinteria, CA, USA).

A eliminação das ligações inespecíficas foi realizada com Protein Block

Serum Free (Dako, Carpinteria, CA, USA) e assim, os cortes foram incubados a

4°C com os anticorpos primários, em câmara úmida por uma noite.

O anticorpo secundário foi o Polymer Dako Envision Peroxidase (Dako,

Carpinteria, CA, USA) incubado por 30 minutos, à temperatura ambiente. A

reação foi revelada através de DAB (Dako, Carpinteria, CA, USA) com uma

solução de peróxido de hidrogênio a 3%. As lâminas foram contracoradas com

hematoxilina de Harris e montadas com Bálsamo do Canadá.

Adotou-se uma graduação qualiquantitativa padrão para indicar a

intensidade da reação imuno-histoquímica, na qual zero foi considerado como

ausência de reatividade, + (discreto), ++ (moderado) e +++ (intenso).

Tabela 2: Relação dos anticorpos primários monoclonais produzidos em

coelho.

Isótipo igG Diluição Padrão Especific. Fonte Imunolocalização

Anti-CD31 1:1000 ++ SC-1506 S Cruz Biotech

Citoplasma

Anti Ptch1 1:1000 ++ NB200-118 Novus Biological

memb/citoplasma

Anti-Gli-2 1:1000 +++ GWB-CE7858

GenWay Biotech

Nuclear

Anti-Ihh 1:250 +++ AB 39634 Abcam Citoplasma

60

Tabela 3: Relação dos anticorpos primários monoclonais produzidos em

camundongo.

Isótipo igG Diluição Padrão Especific. Fonte Imunolocalização

Anti-NG2 1:200 ++ MAB 5384 Millipore

Citoplasma

Anti-Actina 1:200 +++ M0851 DakoCytomation

Citoplasma

Anti-CD8 1:10 +++ AR0801 Biosource

Citoplasma

Anti-CD68 1:200 ++ MCA341R AbD Serotec Citoplasma

4.2.4 Histomorfometria

As análises histológicas e imuno-histoquímicas, de todas as secções,

foram realizadas sem o conhecimento prévio dos grupos aos quais os animais

pertenciam. Na análise imuno-histoquímica, as áreas com padrão de marcação

positiva, para os anticorpos supracitados, foram mensuradas através de

morfometria e os resultados tabulados e submetidos à análise estatística.

A histomorfometria foi realizada através de imagens capturadas através

do software Motic Images Advanced 3.0. Foi estabelecida uma área padrão

para análise de todos os casos, a saber, 12288,000000 pixels. Foram

analisadas cinco áreas de cada secção, retiradas da área da lesão de cada

lâmina histológica, no aumento de 400 vezes.

A análise foi feita pelo programa Adobe Photoshop CS5 Extended,

Versão 12.0x32, Adobe Systems Incorporated, USA, que quantifica a

porcentagem de tecido corado. Em seguida, estes dados foram comparados

em relação à área total selecionada. Todas as análises foram feitas por um

examinador calibrado para evitar viés de tendenciosidade.

4.2.5 Citometria de Fluxo

Os níveis séricos de IL-2, IFN-ɣ, IL-4 e IL-10 foram avaliados pela citometria de

fluxo. Os soros dos ratos foram testados sem diluição (Tabela 4).

61

Foi utilizado o kit CBA (Cytometric Bead Array) Rat Soluble Protein Flex

Set System, da BD Biosciences e todo o procedimento foi realizado conforme

instruções do fabricante (San Jose, CA, USA). O kit possui esferas de captura

específicas para cada citocina, essas são ligadas a um anticorpo específico

com intensidades de fluorescência distintas, e um anticorpo de detecção

conjugado à ficoeritrina (PE).

Os anticorpos evidenciaram um sinal fluorescente proporcional com a

quantidade de citocinas capturadas. Para a realização da dosagem, as

amostras de soro foram incubadas com as esferas e o PE, por três horas a

4°C. Após a incubação foi realizada a lavagem (centrifugação refrigerada, 1500

rpm, 10min). Depois da calibração do citômetro de fluxo e ajustes dos seus

canais/filtros, assim como a aquisição da curva padrão (fornecida pelo kit), foi

realizado o procedimento de leitura no Citômetro de Fluxo FACS ARRAY (BD

Biosciences, USA).

A análise foi realizada pelo Software FCAP Array (BD Biosciences

Pharmingen,San Diego, CA, USA) considerando uma curva padrão com

valores conhecidos (pg/mL). Na leitura, os dados foram importados para

planilha do software Excel para processamento das análises.

Quadro 1: Relação das citocinas utilizadas do kit Cytometric Bead Array.

Proteína Especificação Fonte

Rat IL-2

51-9007072

BD Biosciences - CBA

Rat IL-4

51- 9004113

BD Biosciences – CBA

Rat IL-10

51-9004112

BD Biosciences – CBA

Rat IFNγ 51-9004111 BD Biosciences – CBA

BD BiosciencePharmingen, San Diego, CA, USA

4.2.6 Análise estatística

O banco de dados foi criado no Excel 2003 Microsoft® e analisado no

software R (versão 3.1.3), onde foi realizada uma análise descritiva (mediana e

62

quartis) com a finalidade de identificar as características gerais e específicas da

amostra estudada.

Foi adotado o teste de Shapiro-Wilk para a verificação da normalidade

da distribuição dos dados. De acordo com esta análise, as varáveis

paramétricas foram analisadas pelo teste T de Student e para as não

paramétricas, utilizou-se o teste de Mann-Whitney para amostras

independentes.

Para identificar as diferenças significativas nos níveis de CD-31, NG-2,

Ihh, Ptch e Gli-2, com o decorrer do tempo de estudo, foi utilizado o teste

paramétrico ANOVA para medidas repetidas ou o não paramétrico de

Friedman, seguidos quando necessário, pelos testes a posteriori de Bonferroni

e de Dunn, respectivamente. O nível de significância estabelecido, para este

estudo, foi de 5% (p <0,05).

4.3 Resultados

14 dias

No período de 14 dias, os diferentes grupos experimentais apresentaram

derme com intensa celularidade na área correspondente à fibroplasia. Nesta

região, não foram visualizados anexos cutâneos, mas apenas células

fusiformes e de morfologia romboidal com intensa basofilia e presença de

capilares sanguíneos. No grupo submetido à fotobiomodulação com laser de

baixa potência, havia ainda moderada vascularização e alguns vasos

sanguíneos exibiam células basofílicas que proliferavam para a matriz

extracelular a partir da parede do endotélio vascular (Figura 8). Estas células

apresentaram também positividade para imunomarcação com os anticorpos

anti-alfa actina de músculo liso e anti-NG2.

63

Figura 8: intensa celularidade na área do ferimento, grupo Controle (100x) (A). e presença de

céls. basofílicas na proximidade do revestimento endotelial. Grupo tratado com laser (400x)

(B).

Na análise morfométrica realizada a partir da técnica imuno-

histoquímica, foi observada a presença de células monomorfonucleares, CD8+

e CD68+, em ambos os grupos experimentais, sem diferenças estatisticamente

significativas (p> 0,05). Houve um maior número de células CD31+ no grupo

controle em relação ao tratado (p> 0,05). Células alfa actina de músculo liso e

NG2+ foram mais numerosas no grupo controle, e esta diferença foi

estatisticamente significativa apenas para células alfa actina de músculo liso

(p< 0,001) (Figura 9); (Tabela 4).

Figura 9: (A) Expressão imuno-histoquímica de alfa-actina em células perivasculares

em tecido cutâneo de animal controle -14 dias, (B) Idem para tecido submetido à

fotobiomodulação.

64

65

Os componentes da via Hedgehog avaliados neste período

demonstraram distribuição mais expressiva da área de células Ihh+ e Ptch+ em

relação ao componente Gli-2+ tanto para o grupo Controle, quanto para o

tratado com Laser. O padrão de imunomarcação foi mais evidente em células

de aspecto fusiforme, presentes no estroma da lesão. No entanto, quando os

dois grupos experimentais foram comparados, as diferenças não foram

estatisticamente significativas (Figura 10) (Tabela 5).

Figura 10: Expressão imuno-histoquímica de Ptch (A), Ihh (B) e Gli-2 (C), respectivamente, em

células dispostas na área da fibroplasia do grupo controle-14 dias (100x), Idem para animal

tratado com laser (D,E,F). Imuno-histoquímica, anticorpo anti-Ihh, anti-Ptch e anti-Gli2.

Tabela 5: Expressão imuno-histoquímica de Gli-2, Ihh e Ptch. Anticorpo Gli-2 Ihh Ptch

Mediana (Q1-Q3) Mediana (Q1-Q3) Mediana (Q1-Q3)

14 d Laser 80,7 ( 46,9;92,3) 24766,7 (12244,1;35553,7) 1601,2 ( 951,2;1926,9)

14d Controle 89,0 (52,4;126,9) 29467,4 (19660,6;39274,2) 1166,2 (546,4;2516,7)

21d Laser 79,0 (53,0;117,5) 19532,3 (15532,6;32332,3) 1776,0 (1171,2;2380,9)

21d Controle 117,0 (77,5;160,3) 30602,2 (15532,6;32332,3) 1516,7 (674,1;1888,6)

28d Laser 152,6 (92,9;188,2) 12462,2 (5836,0;31550,7) 598,2 (358,5;904,8)

28d Controle 98,5 (72,3;130,7) 12623,4 (11743,4;17011,3) 1021,1 (521,7;1481,3)

35d Laser 134,4 (127,3;180,9) 5057,7 (4471,7;14524,5) 1574,8 (1221,9;2520,7)

35d Controle 125,4 (86,0;159,1) 10537,2 (8720,6;18883,4) 1698,2 ( 666,7;3390,9)

66

Neste período de tempo e nos que sucederam a este, não houve níveis

sanguíneos detectáveis de IL-2 e IL-10 em ambos os grupos experimentais. No

tocante às citocinas IL-4 e IFN-γ, os valores foram muito semelhantes para o

grupo Laser e o Controle (p> 0,05).

21 dias

Nas secções histológicas obtidas dos animais eutanasiados 21 dias

após a cirurgia cutânea, aspectos semelhantes aos descritos no período

precedente foram observados. As células de aspecto romboidal apresentaram-

se mais concentradas abaixo da epiderme, próximas à membrana basal. No

grupo controle, poucos vasos foram observados e houve discreto infiltrado

inflamatório linfo-plasmocitário na derme reticular. No grupo tratado com laser,

os vasos sanguíneos presentes apresentavam-se congestos.

Neste período, a presença de células monomorfonucleares aumentou

em relação ao 14o dia. Houve maior expressão de células CD8+ em relação ao

grupo controle (p= 0,038). No grupo tratado com laser, houve valores menores

para as células CD68+, com diferença estatisticamente significante (p= 0,032).

Também houve uma maior área de células CD31+ no grupo laser em

comparação ao controle, com significância estatística (p= 0,016) (Figura 11).

Figura 11: Expressão de células CD31+ em grupo Controle 21 dias (A), idem

para grupo Laser 21 dias (B). Aumento 200x.

Células com fenótipo de miofibroblastos e pericitos, actina alfa de

músculo liso e NG2+, foram mais visualizadas na matriz extracelular no grupo

controle (p= 0,025; p> 0,05, respectivamente) (Figura 12).

67

Figura 12: Expressão de alfa-actina de músculo liso (A) e NG2 (B),

respectivamente em secções teciduais obtidas de animal controle 21

dias. Idem para animal do grupo tratado com laser (C,D).

Houve maior número de células Gli-2+ e Ihh+ no grupo controle em

comparação ao tratado, e relação inversa foi observada no tocante à área de

células Ptch+, embora estas diferenças não tenham sido estatisticamente

significativas (p>0,05).

Os níveis sanguíneos das citocinas IL-4 e IFN-γ foram semelhantes para

ambos os grupos experimentais (p > 0,05); (Tabela 6).

Tabela 6: Dosagem das citocinas (pg/ml), através da técnica de Citometria de Fluxo. Anticorpo IL-4 IFN-ɣ

Mediana (Q1-Q3) Mediana (Q1-Q3)

14d Laser 18,1 (17,6;19,5) 22,3 ( 21,8;22,9)

14d Controle 18,5 (17,8;20,0) 21,8 ( 21,5;22,5)

21d Laser 18,1 (17,3;20,5) 21,7 (21,1;22,0)

21d Controle 18,1 (17,7;19,3) 21,4 ( 21,2;22,5)

28d Laser 18,3 ( 17,3;19,8) 21,8 (21,0;22,4)

28d Controle 19,0 ( 17,5;20,1) 21,6 (21,2;22,9)

68

35d Laser 17,4 (17,1;17,7) 21,3 (21,1;21,5)

35d Controle 17,9 ( 17,3;18,9) 21,6 (21,3;22,2)

28 dias

Neste período do estudo, houve diminuição da celularidade na derme

em ambos os grupos experimentais, embora tenha sido observada uma

expressiva concentração de células basofílicas de aspecto ora fusiforme, ora

romboidal, na área subepitelial no grupo tratado com Laser (Figura 13). Poucos

vasos foram visualizados nas secções teciduais e estes, quando presentes,

concentravam-se mais na derme reticular.

Figura 13: Distribuição celular na matriz conjuntiva correspondente à área de fibroplasia em

animal controle (A) – 28 dias. Idem para animal tratado com laser (B).

Embora a área correspondente às células inflamatórias

monomorfonucleares tenha sido superior no grupo tratado com laser quando

este foi comparado ao controle, esta diferença não foi significativa (p>0,05).

As medianas relativas às células CD31+ foram semelhantes para ambos

os grupos experimentais. No entanto, no grupo submetido à fotobiomodulação,

o número de células CD31+ foi significativamente menor em comparação ao

período de tempo anterior (p=0,014).

A expressão de células NG2+ foi maior neste período, quando

comparado ao 14odia (p=0,014); (Figura 14). No entanto, quando os grupos

experimentais foram comparados entre si, neste ponto específico do sacrifício,

as diferenças observadas não foram estatisticamente significativas, nem em

69

relação à presença de células actina alfa de músculo liso e NG2+, nem para as

células Gli-2+, Ihh+ e Ptch+ (p> 0,05).

Figura 14: Expressão imuno-histoquímica de NG2 em células perivasculares na

área do ferimento em animal controle 28 dias (A). Idem para o grupo Laser (B).

Aumento 200x.

Embora, o grupo Controle tenha evidenciado uma discreta elevação dos

níveis sanguíneos de IL-4 em relação ao grupo Laser, esta diferença não foi

estatisticamente significativa (Tabela 6).

35 dias

Secções teciduais obtidas de animais tratados e controles evidenciaram

extensa área de fibroplasia e ausência de anexos cutâneos. Nestes espécimes

pode-se observar redução de células CD8+ e CD68+ em comparação ao

período de 28 dias (p>0,05).

O valor correspondente à mediana de células CD31+ no grupo tratado

com laser foi menor do que aqueles observados no grupo controle nesta fase

da cicatrização, embora sem significância estatística (p> 0,05). No tocante à

presença de células actina alfa de músculo liso, também não houve diferença

estatisticamente significativa entre os grupos, sendo o maior valor descrito para

o grupo laser neste período. Relação inversa foi observada para as células

NG2+, embora sem significância estatística (p>0,05).

A área de células Gli2+ foi maior no grupo submetido à laserterapia,

(Figura 15); ao passo que a área correspondente às células Ihh+ e Ptch+

predominaram no grupo controle, embora esta diferença não tenha sido

estatisticamente significativa (p> 0,05). A expressão de células Gli-2+ foi maior

70

neste período quando comparado aos períodos de 14 e 21 dias, apenas para o

grupo submetido ao tratamento com laser (p> 0,05).

Figura 15: Expressão de células Gli-2 em grupo Controle 35 dias. Idem para grupo

laser. Aumento 200x.

O grupo Controle evidenciou uma diminuição das citocinas IL-4 e IFN-γ

em relação aos períodos de tempo anteriores, mas os níveis séricos das

referidas citocinas ainda mantiveram-se maiores quando comparados ao grupo

Laser, embora estas diferenças não tenham sido estatisticamente significativas

(Tabela 6).

4.4 Discussão

Há evidências crescentes de que as alterações celulares, bioquímicas e

moleculares que se desenvolvem precocemente em um tecido submetido à

uma nova agressão, muitas vezes se perpetuam por mais tempo durante o

reparo tecidual (VELNAR et al., 2009). O aspecto clínico final de um ferimento

pode não corresponder à ocorrência simultânea de fenômenos biológicos

complexos que se desenrolam no contexto cicatricial. Sendo assim, a presente

investigação objetivou caracterizar a população de células imunocompetentes,

assim como miofibroblastos, pericitos e quaisquer outros tipos celulares que

evidenciassem, através da técnica de imuno-histoquímica, a expressão

fenotípica de algumas proteínas integrantes da via de sinalização Hedgehog,

em fases mais avançadas do reparo tecidual. Em adição a este aspecto, foi

71

investigado se os efeitos primários desencadeados pelo laser de baixa potência

poderiam de alguma forma influenciar o curso dos eventos biológicos com o

avançar do reparo.

O modelo experimental de cicatrização cutânea em ratos tem sido muito

utilizado ao longo dos anos para investigar as diferentes etapas do reparo (GÁL

et al., 2006). Em especial, a ação de possíveis fatores endógenos e exógenos

considerados como agentes biomodulatórios, a exemplo do laser de baixa

potência (ROCHA et al., 2006; GONÇALVES et al., 2010; MEDRADO et al.,

2003, 2008, 2010). Em um estudo desenvolvido por Medrado et al., (2003),

estes autores descreveram a biomodulação da laserterapia de 670 nm na pele

de ratos e observaram um significativo incremento da transdiferenciação de

miofibroblastos durante a evolução da cicatrização. No entanto, neste estudo

os autores investigaram apenas as fases iniciais do reparo e estenderam a sua

análise até o 140 dia. Posteriormente, em 2008, os mesmos autores avaliaram

a cicatrização cutânea agravada pela ação do dióxido de silício até sessenta

dias após a indução do ferimento cutâneo padronizado. Embora não houvesse

diferenças estatisticamente significativas, entre os grupos experimentais nos

períodos mais avançados do reparo, correspondentes a 30 e 60 dias, houve

algumas alterações discretas a exemplo da angiogênese e presença de

miofibroblastos, fato este que instigou a realização do presente estudo.

Nesta pesquisa, optou-se por iniciar a análise do período cicatricial, a

partir do 140 dia após a realização da cirurgia cutânea. Neste período,

observou-se que a área correspondente às células CD8+ apresentava-se

menor no grupo tratado com laser, em comparação ao grupo controle. Tal fato

pode ser respaldado por resultados semelhantes descritos em inúmeros

estudos experimentais e clínicos, os quais ratificam a potente ação anti-

inflamatória do laser de baixa potência, que tem início nos períodos iniciais do

reparo e podem se estender até o período de tempo citado (CATÃO, 2004;

ROCHA JR et al., 2006).

A cicatrização é uma sequência de eventos celulares e bioquímicos

reguladas para restaurar a injúria tecidual (PARK & BARBOUL, 2004). Há uma

ampla evidência de trabalhos in vivo e in vitro de que os linfócitos T CD8+

participam da cicatrização e exercem efeitos regulatórios (BARBOUL et al.,

1988). Boyce et al., (2000) demonstraram o aumento de células T CD8

72

supressoras em fases mais avançadas da cicatrização, sugerindo o

envolvimento destes linfócitos neste processo, provavelmente mediado pela

liberação de citocinas/fatores de crescimento, modulando o reparo, através do

papel regulador das citocinas do perfil CD 4 Th-1. De fato, no grupo submetido

à laserterapia houve um aumento crescente da expressão de células CD8+ até

o período de 28 dias, sendo que esta diferença só foi estatisticamente

significante no período de 21 dias, quando este grupo foi comparado ao

Controle.

No tocante à expressão de células CD68+, observou-se que esta foi

sempre maior no grupo laser em quase todos os tempos de estudo. Isso está

de acordo com trabalhos no qual o laser de baixa potência promove o estímulo

da atividade macrofágica (SOUZA et al., 2004). Somente no período de 21 dias

o grupo laser apresentou diminuição e esta diferença foi estatisticamente

significativa em comparação ao grupo controle (p <0,005). Este decréscimo na

expressão de células CD 68+ e aumento de células T CD 8+, neste mesmo

período, pode ser explicado pela ação regulatória dos linfócitos T CD8+ através

da produção de moléculas sinalizadoras que afetam tanto macrófagos e

fibroblastos como MIF, IFN ɣ, TGF e outros. Sabe-se que o macrófago é capaz

de produzir simultaneamente mediadores inflamatórios e pró-fibróticos

(DELAVARY et al., 2011). Este segundo grupo de mediadores químicos

poderia determinar a fibroplasia mais rápida no grupo laser (MEDRADO et al.,

2008). Esta aparente modulação sugere que a permanência de tais células no

microambiente da cicatriz fibrosa pode estar relacionada à ação de uma

possível via sinalizadora estimulatória para o aumento na biossíntese do

colágeno.

A expressão de alfa actina de músculo liso, biomodulada pelo laser de

baixa potência tem sido investigada na literatura (HOURELD et al., 2014).

Embora esta proteína indique o processo de transdiferenciação do fibroblasto

para miofibroblasto, outros tipos celulares podem expressar tal miofilamento.

Medrado e colaboradores (2010) sugeriram que os miofibroblastos presentes

em secções teciduais de animais tratados com laser, poderiam ser

provenientes de células perivasculares (pericitos) ou de fibroblastos pré-

existentes na matriz extracelular, uma vez que estas células compartilharam a

expressão de NG2, actina alfa de músculo liso e desmina ao longo da

73

cicatrização. No presente estudo, houve maior expressão de células NG2+ no

grupo laser em relação ao grupo controle apenas no período de 28 dias,

embora sem significância estatística. Isto sugere que o processo de contração

máxima da ferida neste tempo, pode estar relacionado com o aumento

significativo de vasos neoformados no período precedente, observado nas

secções teciduais de animais tratados com laser.

Os papeis desempenhados por células actina alfa de músculo liso

positivas e NG2+, no leito do ferimento, abrangem um amplo espectro de

processos biológicos, como por exemplo, a produção de colágeno, o

repovoamento do tecido e as suas respectivas funções essencialmente

estruturais (CHERNG et al., 2008). Em estudo prévio, desenvolvido por nosso

grupo de pesquisa, (Medrado et al., 2003), observou-se um aspecto

semelhante com expressão de células alfa actina de músculo liso positivas,

maior no grupo laser. No entanto, a diferença estatística só se fez presente no

70 dia após a realização do ferimento, uma vez que por volta do 140 dia houve

um decréscimo da expressão deste miofilamento. Frente a estes achados e

aos do presente estudo, tais oscilações do fenótipo celular podem sugerir que a

contração da ferida parece ser um fenômeno cíclico, que sob o efeito da

fotobiomodulação costuma se apresentar mais precocemente. Em adição a

esta hipótese, procede ao fato de que o estado imunológico exerce um efeito

determinante na atividade de certos elementos celulares, a exemplo dos

miofibroblastos e pericitos (PARK & BARBOUL, 2004).

A angiogênese, ou seja, a formação de novos capilares a partir dos pré-

existentes, é um componente essencial para a cicatrização devido ao aumento

da demanda de nutrientes (DELAVARY et al., 2011). Segundo Andrade (2013),

a angiogênese é um processo biológico que exerce um impacto positivo no

remodelamento de feridas. Sendo assim, utilizou-se na presente pesquisa, o

anticorpo CD31 para avaliar a participação das células endoteliais na evolução

da cicatrização fotobiomodulada. Observou-se que a máxima neoangiogênese

aconteceu apenas no período de 21 dias no grupo de animais irradiados com

laser, quando comparado ao controle (p< 0,05). A permanência de vasos no

microambiente da lesão, neste período, pode ter contribuído não só para

garantir o maior aporte de oxigênio e nutrientes, mas, também para o

repovoamento celular neste local (TAZIMA et al., 2008).

74

Vários estudos têm demonstrado que pericitos presentes nos capilares

proliferados podem se destacar da parede do capilar e se acumular nos tecidos

lesionados onde se diferenciam em miofibroblastos e passam a depositar

matriz extracelular (LEE et al., 2007). Em especial, a maior quantidade de

células actina alfa de músculo liso e NG2+ no período imediatamente posterior,

ou seja, 28 dias, pode indicar que os miofibroblastos e pericitos foram

provenientes da parede dos vasos neoformados. Sendo assim, a

neoangiogênese seria responsável também por fornecer uma “fonte de reserva

celular” para o tecido em formação. É digno de nota que este mesmo processo

ocorreu no grupo controle, mas com pelo menos uma semana de atraso.

Tem sido documentada na literatura a via de sinalização Hedgehog, que

está envolvida em muitos aspectos do desenvolvimento embriológico, incluindo

morfogênese, angiogênese e reparo (BIELEFELD et al., 2013). E sua ação no

reparo, ainda é um tópico pouco explorado, comparando-se ao papel desta via

no desenvolvimento da pele.

Em relação à imunomarcação de Ptch, sua presença foi mais expressiva

no grupo laser nos períodos de 14 e 21 dias, embora sem significância

estatística, evidenciando a possibilidade de ligação com alguma proteína da via

na histodiferenciação da pele. Este achado é biologicamente relevante e pode

indicar que as células, sob a ação da laserterapia, aumentaram o número de

receptores em preparação para a possível ativação da via Hedgehog. Contudo,

embora esse dado possa estar relacionado com a maior expressão de Gli-2

nos tempos de 28 e 35 dias de animais tratados com laser, a expressão de Ihh,

neste grupo experimental, parece não ter sido influenciada. De fato, a

expressão de tal anticorpo foi sempre maior no grupo controle, embora sem

significância estatística. De acordo com Athar et al., (2006), a proteína

transdutora Shh tem sido demonstrada como a mais atuante no processo de

cicatrização cutânea. Neste caso, o laser de baixa potência poderia ter inibido a

expressão de Ihh e ativado Shh ou outra proteína da via Hedgehog, que não foi

objeto de análise neste estudo.

Foi observado que a área correspondente às células que expressaram o

fator de transcrição Gli-2 esteve aumentada no grupo tratado com laser nos

períodos de 28 e 35 dias, em relação ao grupo controle. Desta forma, sugere-

se que a via Hh possa ter promovido a proliferação de miofibroblastos, haja

75

vista a maior expressão de actina alfa de músculo liso nos mesmos períodos,

ou seja, 28 e 35 dias, sob a ação do laser de baixa potência. Isso é apoiado no

estudo de Sicklick et al., (2006). Tais autores descreveram que os

miofibroblastos podem produzir o ligante Hedgehog (Hh), o qual controla a

construção tissular e o remodelamento. Tal ligante pode também regular a

viabilidade e a atividade migratória de vários tipos celulares estimulados pela

sinalização.

Investigações adicionais que avaliem a expressão de outras proteínas

transdutoras de sinais, no modelo de cicatrização cutânea sob a ação do laser

de baixa potência, serão necessárias a fim de caracterizar o impacto da

fotobiomodulação sobre o reparo do tecido cutâneo.

Embora o microambiente da área do ferimento apresentasse diferentes

perfis de populações celulares ao longo do tempo, nos grupos experimentais

estudados, no presente estudo não se conseguiu demonstrar diferenças

significativas nos níveis sanguíneos de IL-2, IL-4, IL-10 e IFN-ɣ. A ação

sistêmica da laserterapia tem sido objeto de discussão na literatura. Vilela et

al., (2012) demonstraram a atividade sistêmica do laser de baixa potência e

relataram que a resposta ao laser de 670 nm não dependeu exclusivamente do

eixo hipotálamo-pituitária-adrenal e assim, sugeriram que outros tecidos extra-

adrenais poderiam influenciar a resposta imune a este tipo de fototerapia. No

entanto, estes autores e alguns outros avaliaram a ação sistêmica do laser em

períodos de tempo diferentes dos da presente investigação (RODRIGO et al.,

2009; MAYER et al, 2013). De fato, sua análise se concentrou nas fases iniciais

do reparo tecidual. A aparente discrepância dos nossos resultados pode indicar

que a ação sistêmica do laser exerce o seu maior impacto no início da

cicatrização, ao passo que na etapa correspondente ao remodelamento, esta

parece não se manter mais tão ativa, uma vez que o nível das citocinas não foi

significativo, em nenhum dos períodos estudados. Além disso, os níveis

indetectáveis das citocinas IL-2 e IL-10 podem ser justificados em virtude do

grande espaço de tempo decorrido entre a última sessão da laserterapia e os

períodos de eutanásia do presente estudo.

Contudo, ainda assim, os fenômenos biológicos que ocorreram no leito

do ferimento demonstraram a influência do laser localmente no tecido, haja

76

vista a presença de células que expressaram diferentes perfis na área sujeita à

remodelação.

4.5 Considerações Finais

Os achados do presente estudo sugerem que o laser de baixa potência

foi capaz de modular a fase de remodelamento da matriz extracelular durante a

cicatrização experimental, uma vez que os tecidos fotobiomodulados

apresentaram alterações mais precoces em relação ao grupo controle.

Embora as ações primárias da laserterapia sejam mais marcantes no

período inicial do reparo, elas podem se perpetuar ao longo do tempo no

microambiente da lesão, mesmo que estas sejam discretas ou até mesmo

imperceptíveis do ponto de vista clínico.

77

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80

5 CAPÍTULO 2: ARTIGO CIENTÍFICO 2: Immunohistochemical Evaluation

of Hedgehog signaling in Epithelial/Mesenchymal Interactions in

Squamous Cell Carcinoma Transformation: A Pilot Study

5.1 Introduction

Actinic cheilitis (AC) is a premalignant lesion of the lip attributed to

chronic sun exposure that occurs most often in the lower lip (1,2).Clinically, AC

may have different characteristics, for example: keratosis; crust formation and

cracking; erythema and atrophy (3). In histopathological examinations, atypical

cells are found, having altered nucleus-cytoplasm ratio, hyperchromatic nuclei,

cellular and nuclear pleomorphism, large numbers of irregular mitoses, islands

of possibly invasive malignant epithelial cells and keratin pearls (4).

Although all of the above features can be related to AC, the loss of

sharpness of the red edge of the lip and the infiltrative aspect is clinically

correlated with neoplastic transformation (4).The role of existing inflammatory

components in AC is a recurrent subject of study in the literature, because they

can act as immunomodulators in the process of malignant transformation, from

its beginning to the final development of tumours (1,5).

The relationship between the degree of dysplasia and the probability of

malignant transformation of lesions is well established. According to some

authors, the presence of inflammatory components is related to greater

disorganisation of keratinocytes in epithelial dysplasia (5).

In previous studies, the clinical aspects of oedema and erythema were

seen in AC cases that progressed to squamous cell carcinoma (SCC) (1,5).

There are reports that the only histological characteristics associated with the

degree of epithelial atypia and the presence of invasive spinous carcinoma cells

is the intensity of the inflammatory process observed in AC (1).

SCC is defined as a malignant neoplasm arising from squamous

epithelial cells that originate in the stratified epithelium of the oral mucosa. It

accounts for 90% of malignant lesions of the stomatognathic system and is the

most common type of oral cancer. In SCC, several signalling pathways are

81

triggered and stimulate malignant transformation of the dysplastic epithelium, as

well as significant changes in the extracellular matrix. Recently, the relevant

epithelial/mesenchymal interaction has been demonstrated by

immunohistochemical studies to involve an important cellular pathway known as

Hedgehog signaling. The participation of this signaling pathway has previously

been described in association with the pathogenesis of basal cell carcinoma (6,

7). Although there are some scientific studies regarding its relationship with

SCC (8, 9), there are few studies that evaluate the progress from dysplasia to

squamous cell carcinoma in relation to Hedgehog signalling. As a matter of fact,

several proteins in the Hedgehog signaling pathway have been studied as

prognostic biomarkers for oral squamous cell carcinoma (10).

Proteins that belong to the Hedgehog (Hh) signaling pathway are active

in the embryogenesis of insects and vertebrates (11). In humans, the Hedgehog

signaling pathway is quiescent in adulthood, but its activation has been

described in several neoplastic processes (12,13).The proteins involved are

Sonic Hedgehog (Shh), Indian Hedgehog (Ihh) and Desert Hedgehog (Dhh) and

they act as secreted ligands for the transmembrane receptor proteins Patched 1

(Ptch1) and Patched 2 (Ptch2). The three morphogens are homologous and

have the same function: to induce Hh signal transduction, varying in the way

they bind to the receptor and their signaling potential. This process controls the

activity of a membrane signal transducer, named Smoothened (Smo). Once

stimulated, the Smoothened protein begins an intracellular cascade of

transcription modulated by the glycoproteins, Gli-1 Gli-2 and Gli-3, which have

nuclear effects.

The Gli-1 protein acts as a positive transcriptional factor and Gli-3 as a

negative factor, while Gli-2, depending on its post-transcriptional modification,

can act positively or negatively (13). Sonic Hedgehog (Shh) is the most highly

expressed homologue of Hh in vertebrates, participating in the formation of

various organs of the plate and neural tube, brain, axial skeleton, teeth and hair.

Epithelial tissue has great influence in the maintenance of stem cells. The

mutation of the protein Patched (Ptch) is the cause of Gorlin-Goltz syndrome,

which results in various tissue abnormalities including basal cell carcinoma (14).

Given the involvement of Hedgehog signaling pathway components in

physiological and pathological processes, this study aims to analyse the

82

expression of the proteins of the Hedgehog signaling pathway in actinic cheilitis

and squamous cell carcinoma using immunohistochemistry, and thus evaluate

the role of epithelium/mesenchyme interactions in tumour transformation.

5.2 Materials and methods

The project was submitted to the Human Research Ethics Committee

and was approved with protocol number 495.219.

5.2.1 Case Selection

Sixteen AC cases with associated lip SCC were selected from lower-lip

biopsies of the oral pathology laboratory archives of a private higher education

institution. The anatomical and pathological diagnoses had been reviewed and

confirmed by two experienced pathologists using slides stained with

hematoxylin-eosin (HE) and analysed morphologically by light microscopy. As a

control group, five cases of normal tissue resections mucocele were used,

which were chosen at random in order to observe the immunohistochemical

pattern of the antibodies in normal lip epithelium and lamina propria.

5.2.2 Histopathology

For the analysis of AC lesions, the histological criteria for diagnosis of

epithelial dysplasia defined by the World Health Organization were used (WHO,

1978). Each section was examined for the presence or absence of: irregular

stratification; epithelial hyperplasia of basal cells; reticular drop-shaped

processes; loss of polarity of basal cells; increased nucleus/cytoplasm ratio;

83

nuclear polymorphism; increase in size of nucleoli; nuclear hyperchromatism;

reduced intercellular adhesion and suprabasal mitosis and dyskeratosis. To

measure the degree of dysplasia, the standards suggested by Banoczy and

Csiba (1976) were used: a) epithelium with no atypia; b) light epithelial

dysplasia where two features are present; c) moderate epithelial dysplasia

characteristics where four or more features are present; d) severe epithelial

dysplasia, where five or more features are present.

The histological evaluations of squamous cell carcinomas were

performed according to the malignancy grading system developed by the WHO

(WHO, 2005), that classifies tumours as poorly, moderately or well-

differentiated. There were no poorly-differentiated tumours found in the study.

Well-differentiated tumours presented a tissue architecture similar to a normal

squamous epithelium standard, while moderately-differentiated lesions

presented a certain degree of cellular pleomorphism and mitotic activity, with

little keratinisation.

5.2.3 Immunohistochemical Procedures

The material was embedded in paraffin, sectioned at a thickness of four

microns and mounted on glass slides which had been previously prepared by

treatment with 3-aminopropyl triethoxysilane (Sigma Aldrich, St. Louis, Missouri,

USA).

Peroxidase was employed as the immunohistochemical method.

Monoclonal primary antibodies used were: anti-Ptch (1:1000) (Novus Biological,

USA), anti-Gli-2 (1:2000) (Gen way Biothec Inc, San Diego, California, USA),

anti-Shh (1:6000) (Epitomics, Burlingame, California, USA) and anti-Smo

(1:100) (Epitomics, Burlingame, California, USA). The slides underwent

deparaffinization followed by sequential baths of xylene, alcohol (absolute, 95%,

70%, 50%, 30%) and distilled water. Antigen retrieval was performed in 10mM

citrate buffer, pH 6.0 in a water bath at 96°C, with subsequent blocking of

endogenous peroxidase with Duo Enzyme Block (DAKO, Corporation, USA)

and non-specific binding with Serum Free Protein Block (DAKO, Corporation,

84

USA). Slides were then incubated at 4°C overnight with primary antibody.

Secondary antibody was the Polymer Dako Envision Peroxidase (Dako

Corporation, USA) and the developing was performed using DAB with

3% hydrogen peroxide. The slides were counterstained with Harris

haematoxylin and mounted with cover slips and Canada balsam for

morphological and quantitative analysis. Mucocele cuts, removed by previous

surgical resection, were used as positive controls.

5.2.4 Histomorphometry

Images captured from tissue sections were submitted to

immunohistochemical analysis for Sonic Hedgehog, Patched, Gli-2 and

Smoothened, performed using the Advanced Motic Images 3.0 software. A

standard area of analysis of 13107.200000 pixels was established. Fifteen

standard images of the established dimensions were captured and the area

corresponding to the immunostaining pattern of each antibody studied was

measured using Adobe Photoshop CS5 Extended software, Version 12.0x32

(Adobe Systems Incorporated, USA). These data were compared to the total

area selected. All analyses were performed using an examiner calibrated to

avoid bias. The immunostaining pattern of each antibody is described in Box 01.

The immunohistochemical scoring system used to determine staining positivity

was based in the degree of cells staining and was considered as absent,

discreet, moderate and intense.

85

Box 2: Immunostaining pattern of Sonic Hedgehog, Patched, Gli-2

and Smoothened.

Antibody Intensity of staining Locations of expression

Sonic Moderate Cytoplasmic

Patched Intense Extracellular matrix and

epithelial cell cytoplasm

Gli-2 Intense Nuclei

Smoothened Discreet Cytoplasmic

5.2 .5 Statistical Analysis

The database was created in Microsoft Excel® 2010 (version

14.0.7132.5000), Microsoft® Office Professional Plus 2010, and analysed using

R software (version 3.1.1). A descriptive analysis was performed

(absolute/relative frequency, mean, median and standard deviation and

quartiles).The distribution of the data was tested for normality with the Shapiro–

Wilk test. According to this analysis, the variables of Smo and Gli-2 in epithelial

tissue were considered non-parametric, as were Ptch and Shh in the lamina

propria tissue. Methods for analysis of nonparametric variables were therefore

applied.

For comparisons among the control, dysplasia and carcinoma

(epithelium) samples, the areas labelled by Ptch and Shh antibodies were

submitted to ANOVA followed by the Bonferronipost-hoc test. For Smo and Gli-

2 antibodies, we used the Kruskal–Wallis test followed by Dunn’s test. To

analyse Smo and Gli-2 expression, Student’s t-test was used; for Ptch and Shh,

the Mann–Whitney U test was used. The established significance level for this

work was p<0.05.

86

5.3 Results

Tissue sections stained with haematoxylin-eosin from dysplasia (AC) and

carcinoma were classified according to the histological grade of their

abnormalities. It was observed that of the total dysplasias, four (25%) were

classified as light, nine (56.3%) as moderate and three (18.7%) as severe.

Among dysplasic histological changes, atypical epithelial stratification was the

most common, followed by nuclear hyperchromatism, presence of reticular drop

processes and basal layer hyperplasia. Regarding the classification of

carcinomas, 11 (69.3%) were well-differentiated and five (30.7%) moderately-

differentiated. There were no cases of poorly-differentiated carcinoma among

the samples.

The immunohistochemical staining pattern was more intense in tissue

sections subjected to treatment with anti Gli-2, which labelled the nuclei of

dysplasic and neoplasic epithelial cells (Figure 16). Other antibodies exhibited

cytoplasmic staining in the same cells. In the lamina propria nuclear Gli-2

expression and cytoplasmic expression of Shh and Smo was observed.

87

Figure 16 (a-l). Hedgehog proteins expression in normal oral mucosa, dysplasia

and carcinoma, respectively (GLi 2 + cells, [a-c]; Shh+ cells [d-f]; SMO+ cells [g-i]

and Ptch+ cells [j-l]). Immunohistochemistry, streptavidin-biotin peroxidase (Anti

Gli2, Anti Sonic, Anti SMO and Anti Patched antibodies). 400X.

Only endothelial cells of blood vessels dispersed in the matrix were

positive for the expression of both Smo and Shh. Anti-Ptch antibody stained the

extracellular matrix.

Table 7 shows the number of cells that had a positive staining pattern for

all antibodies used. A progressive and significant increase in Gli-2-positive (Gli-

2+), Smoothened-positive (Smo+), Patched-positive (Ptch+) and Sonic

Hedgehog-positive (Shh+) cell areas was observed in dysplasia and carcinoma

tissue sections compared with the normal mucosal oral epithelium (p<0.05). In

particular, Gli-2+ and Smo+ areas were significantly increased in carcinoma

88

cells compared with normal epithelial cells (p = 0.011 and p = 0.001,

respectively) (Figure 17). Ptch+ cell expression, was significantly different

between the control group and carcinoma (p = 0.032) and between the

dysplasia group and carcinoma (p = 0.017).

Table 7: Positive cell area for Patched, Sonic Hedgehog, Gli-2 and Smoothened

immunostaining in normal oral mucosa epithelial tissue (control), dysplasia and squamous cell

carcinoma.

Ptch+ ♦

Shh+ ♦

Gli-2 +►

Smo+►

Groups Median

D.

Standard (DP)

Average

D.

Standard (DP)

Median

Quartiles

(Q3-Q5) Median

Quartiles

(Q3-Q5)

ORAL

MUCOSA

126.1 B

109

167.6 B

103.7

66 B

26.9

- 240.5

2.6 B

1.6

- 4.3

DYSPLASIA 201.8 B 186.4

380.5 AB 273.1

491.7 AB 311.2

- 681.4

120.1 AB 25.8

- 385.5

CARCINOMA 469.1 A 318.2 1007.4 A 597.4 642.5 A 247.6

- 681.6

419.9 A 209.3

- 1107.4

♦1-way ANOVA and Bonferroni correction.

► Kruskal–Wallis and Dunn.

Different letters represent findings of significance (p <0.05) between the groups in each

antibody (A, B).

89

Figure 17 (a-h). Hedgehog proteins expression in lamina propria of normal oral

mucosa (Gli 2+ cells [a], SMO+ cells [c] and Shh+ cells [e]) and immunostained

area of Ptch [g] of displastic and neoplastic lesions (Gli 2+ cells [b], SMO+ cells [d]

and Shh+ cells [f]) and the positive immunostained area of Ptch [h].

90

Immunohistochemistry, streptavidin-biotin peroxidase (Anti Gli2, Anti Sonic, Anti

SMO and Anti Patched antibodies). 400X.

Similar changes were found for the Shh+ cells in these study groups (p =

0.002 and p = 0.001, respectively) (Figure 17).

Immunohistochemical expression of the proteins in this study was further

assessed in the lamina propria (Table 8). Although an increase in the area

corresponding to the expression of all of the proteins was observed, this

difference was statistically significant only for Smo+, Ptch+ and Shh+ (p = 0.05,

p <0.0001 and p = 0.001 respectively) (Figure 17).

Table 8: Positive area for Patched, Smoothened, Gli- 2 and Sonic Hedgehog in normal oral lamina propria (control group) and in underlying connective tissue dysplasia and oral squamous cell carcinoma.

●Ptch+

Shh+●

Gli-2+▲

Smo+▲

Groups Median

Quartiles

(Q3-Q5) Median

Quartiles

(Q3-Q5) Average

D.

Standard

(DP)

Average

D.

Standard

(DP)

ORAL

MUCOSA

52.2 B

31.05

- 164

5.6 B

7.1

51.5 A

15.85

- 117.8

106.4 B

57.71

- 234.55

Dysplasia / CARCINOMA

101.7 A 29.27

- 159.27

114.3 A 90.4

200 A 111.87

- 368.05

186.4 A 144.22

- 268.55

● Mann–Whitney U test;

▲ Student's t-test;

Different letters represent significant findings (p <0.05) between groups in each antibody studied

(A, B).

Table 9 shows the area of cells that exhibited positive staining for the

proteins examined in the study. A progressive increase in Hedgehog signalling

pathway expression was found in neoplastic lesions compared with the control

group (p <0.05). Although similar observations were made for the dysplasia

group, this increase was not statistically significant (p> 0.05). There was a

statistically significant difference between the light and moderate dysplasia

groups compared with the different degrees of carcinoma, in particular from light

91

dysplasia to well-differentiated carcinoma (p=0.01) and moderately-

differentiated carcinoma (p = 0.004); (Table 9).

Table 9: Immunohistochemical expression of Patched, Smoothened, Gli-2 and Sonic Hedgehog

in normal oral mucosa cells (control) and groups with different degrees of dysplasia and oral

squamous cell carcinoma. Study groups (N)

Ptch+area Smo+ area Gli-2+ area Shh+ area

Median Median Median Median Oral mucosaA (5)

51.5 1.3 52.2 106.4

Light DysplasiaB (4)

245.4 299.1 573.3 192.8

Moderate DysplasiaC (9)

157.3 105.9 487.5 276.3

Severe dysplasiaD (3)

168.3 57 528 715.2

CW differentiatedE (11)

417.55 450.85 619.51 856

CM differentiatedF (5)

537.35 264.95 680.65 1193.8

Statistically significant differences observed between: AE (p = 0.04); AF (p = 0.015); BE (p = 0.011); BF (0.004); EC (p = 0.012); CF (p = 0.005).Values submitted to the Shapiro–Wilk test, followed by Kruskal–Wallis. CW Differentiated: well-differentiated carcinoma; CM Differentiated: moderately-differentiated carcinoma.

In some histological sections a positive immunohistochemical pattern

was observed in inflammatory cells dispersed in extracellular matrix.

5.4 Discussion

The Hedgehog signaling pathway has recently been investigated in the

neoplasic context and constitutes a central theme in several literature reviews

(15,16). Extensive expression of the pathway proteins has been observed in

neoplastic tissue. Sonic Hedgehog protein acts as a secreted ligand and is

perceived by its receptor, the transmembrane protein Patched. The

establishment of these connections controls the activity of Smo, which is a

membrane signal transducer. This stimulation triggers a series of intracellular

reactions with nuclear effects transmitted via the Gli-1, Gli-2 and Gli-3

glycoproteins (13). This is an important signalling pathway, which, in addition to

actively participating in vertebrate embryogenesis, is triggered in various types

92

of neoplasms such as those present in the lung (17), epithelium, gastric mucosa

(18), and oesophagus among others (19). In immunohistochemical and PCR

analyses, a relationship was found between the expression of Shh pathway

proteins and the prognosis for cancer in patients with non-small cell lung

cancer, and it was established that Shh has an important role in the

transformation of these tumours (17). The transformation of lesions to malignant

neoplasms was not analysed by these authors, but it was one of the goals of

the present study. As a progressive increase in the expression of all protein

components of the Hedgehog pathway in AC and SCC was observed, it can be

suggested that they do participate in the transformation of epithelial dysplasia to

squamous cell carcinoma of the lip.

According to authors who have analysed Gli-2 function in osteosarcoma

pathogenesis, some drugs like arsenic trioxide, vismodegib and GANT61, were

able to inhibit the transcriptional activity of Gli-2 as well as migration and

metastasis of osteosarcoma cells, confirming that Gli-2 regulates the

transformation of this specific type of tumour (20). As a gradual increase of Gli-2

was seen in the cases studied in the present work, it is possible that this protein

also has some participation in tumour transformation of lip SCC. Zang et al

have demonstrated that the expression of Gli-2 is strongly associated with a

poor clinical outcome in oral squamous cell carcinoma patients, and their data

suggested that a subset of these patients might benefit from anti-HH/GLI

therapies (21).

In dentistry, the Shh protein has been reported as an important mediator

of epithelial/mesenchymal interactions in odontogenesis (11, 22) and in the

pathogenesis of odontogenic tumours — keratocysts and ameloblastomas (6,

23,24). In the present study, the values corresponding to Shh protein

expression were statistically significant in both epithelium and lamina propria

ofdifferent studied groups (control, dysplasia and carcinoma). In particular,

endothelial Gli-2 and Shh positive cells were observed, which may suggest

vascular endothelium involvement in neoplastic transformation.

In the present investigation, positive immunostaining for all proteins of

the Hedgehog family was found. Although the most obvious expression was

observed in dysplastic and neoplastic cells located in the epithelium, the

underlying stroma also showed a positive staining pattern, in particular in the

93

matrix-dispersed endothelial capillaries. The Hedgehog signalling pathway has

been shown to have an active role in the inflammatory process (23). These

findings are in agreement with the present study, because the inflammation was

present in epithelial dysplasia and carcinoma extracellular matrix and some

inflammatory cells were positive for immunohistochemical staining.

It has been reported that the Hh pathway produces morphological or

migratory changes in endothelial cells and interferes with angiogenesis by

increasing the expression of pro inflammatory cytokines, such as VEGF (25).

Hh signalling has also been linked to tumorigenesis of SCC of the oral cavity

and pharynx (26).PCR analysis of the Hh pathway in oral carcinoma and

odontogenic tumours (ameloblastomas and keratocysts) showed

overexpression of Shh, Smo, and Ptch genes. These results were similar to our

findings in the present study (8, 24). The above studies did not observe the

expression of Hh pathway proteins in normal oral mucosa (control). In the

present study protein expression was observed even in normal oral mucosa,

which can be explained by the great potential of cell renewal and repair in this

tissue. The involvement of the Hh pathway has also been reported in tissue

repair and healthy adult tissues (26, 27). The pathological process of tumor

transformation has not been analysed yet in relation to the Hh pathway in

actinic cheilitis. In this study, Ptch and Shh proteins were shown to have a

progressive and statistically significant expression between normal oral

mucosa, dysplasic and neosplastic cells, while Smo and Gli-2 protein

expression was significantly increased between normal oral tissue and

carcinoma cells.

Inhibition of the Hedgehog pathway has shown positive results when

applied in cancer treatment. The inhibition of Gli-2 proved to be effective in

osteosarcoma (20) and gastric cancer (18) as well as in non-surgical treatment

of basal cell carcinomas (28). The findings of the present work, in conjunction

with previously published data, can open the way for clinical studies analyzing

the performance of Hh pathway inhibitors in the treatment of squamous lip

carcinoma.

The results of this study strongly suggest that the Hedgehog signalling

pathway influences neoplastic transformation and that both - epithelium and

connective tissue participate in the process. In view of these findings, a medical

94

approach with inibitors for such Hedgehog proteins would be very useful for

dysplastic and neoplastic lesions treatment.

95

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99

6 CONCLUSÃO GERAL

A revisão de literatura que compôs o capítulo 1 do presente trabalho nos

permitiu ratificar que o reparo tecidual é um processo biológico finamente

regulado por células e moléculas sinalizadoras, entre as quais, destacam-se as

proteínas da via Hedgehog. No entanto, há escassez de estudos que abordam

a participação desta via sob a influência da laserterapia.

A técnica de imuno-histoquímica contribuiu para a visualização da

expressão fenotípica das proteínas estudadas na fase tardia da cicatrização

fotobiomodulada.

Observou-se que no modelo experimental de cicatrização cutânea,

houve uma diminuição inicial de células T CD8+ no grupo submetido ao laser

com posterior aumento destas até o período de 28 dias, o que sugere a sua

ação imunoreguladora neste processo biológico, em especial no tocante à sua

inter-relação com as células T CD68+.

Na fase de remodelamento do reparo tecidual houve continuidade do

processo de neoangiogênese confirmado através da presença de células

CD31+, actina alfa de músculo liso e NG2+ no microambiente da área de

fibroplasia, tanto para os animais controle quanto os tratados com laser.

Contudo, no grupo irradiado, este evento ocorreu mais precocemente.

Os níveis sanguíneos de IL-2 e IL-10 foram indetectáveis em ambos os

grupos experimentais e não houve diferenças estatisticamente significativas no

perfil de expressão de IL-4 e IFN ɣ entre os grupos de estudo. Tal fato sugere

que na etapa tardia da cicatrização, o efeito sistêmico desencadeado pelo

TLBP seja atenuado e que as alterações locais sejam mais evidentes e se

perpetuem por mais tempo a partir da dosimetria inicial empregada no tecido.

Os eventos que ocorrem no reparo tecidual parecem ser cíclicos e

continuam se desenvolvendo no tecido, independente do aspecto clínico da

lesão que evidencia o seu fechamento e completa cicatrização.

Houve indícios da ativação da via de sinalização Hedgehog na etapa de

remodelamento da matriz, haja vista a presença de células Ptch +, Ihh+ e Gli-2+.

Porém, a expressão de Ihh e Ptch parece não ter sido fotobiomodulada, uma

100

vez que não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos

experimentais.

Em relação à ativação da via de sinalização Hedgehog no estudo

realizado em mucosa oral humana, observou-se que esta pareceu influenciar

positivamente a transformação neoplásica, uma vez que houve aumento

progressivo de células Hedgehog positivas nas lesões pré-cancerizáveis

presentes no mesmo indivíduo. Tanto o epitélio quanto a matriz conjuntiva

participaram deste processo.

Os resultados preliminares do presente estudo experimental, referentes

à via de sinalização Hedgehog, fortalecem a necessidade da realização de

investigações que contemplem os períodos iniciais do processo de cicatrização

cutânea.

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