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Produção e corte do COURO AUTOMOTIVO

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Produção e corte doCOURO AUTOMOTIVO

Produção e corte do couro AutoMotIVo

LectrA Produção e corte do couro AutoMotIVo 3

Introdução

Já faz tempo que o setor automotivo é valioso para os produtores de couro. Mas sua importância tem crescido substancialmente, em parte devido a uma grande queda na demanda desta matéria-prima por outros setores no decorrer desta década, sobretudo pelo setor de calçados populares, e em parte porque, desde 2013, a indústria global de curtumes vivencia um forte aumento na demanda do couro acabado para interiores de automóveis.

As montadoras são famosas pelo alto nível de exigências com seus fornecedores. Elas esperam que eles consigam ser cada vez mais eficientes e que isso resulte em diminuição de custos. Para obter excelência na cadeia de fornecimento, incentivam seus fornecedores, inclusive os de curtume, a aderirem ao modelo de produção Lean. Isso favorece a captura e o compartilhamento de dados importantes para o controle do processo produtivo.

As empresas automotivas, especialmente nos setores premium e luxo, consomem um grande volume da melhor qualidade de peles de couro do mercado e desempenham um papel cada vez mais importante na manutenção do fluxo de consumo dessa matéria-prima. Atualmente, o setor automotivo usa uma parcela que pode variar de 15% a 18% do número total de peles processadas, mas estima-se que essa parcela cresça para 25% até 2020. À medida que a demanda por peles de couro aumentar, as montadoras certamente exigirão mais eficiência e informações sobre a produção dos assentos automotivos. O uso de tecnologias avançadas, inclusive sistemas de corte automatizados, pode ajudar os curtumes a alcançar as melhorias operacionais exigidas e ao mesmo tempo gerar os dados necessários. Entretanto, isso requer não apenas um investimento em tecnologia, mas também, mudanças frequentes e profundas no modo como a empresa trabalha. Mudar é sempre difícil, mas atualmente muitas empresas já percebem a necessidade e o valor da mudança para aproveitar todos os benefícios das soluções tecnológicas. Por outro lado, as empresas de tecnologia também querem fornecer uma boa relação custo-benefício e se empenham em ajudar os curtumes a fazer as mudanças necessárias na organização e na cultura da empresa para que elas consigam usar toda a potencialidade da tecnologia. Já existe inclusive um movimento para tornar os curtumes agentes mais presentes na economia digital do século XXI.

Produção e corte do couro AutoMotIVo

LectrA Produção e corte do couro AutoMotIVo 5

Índice

Resultados principais 07

Situação geral da indústria do couro 08

Situação específica do couro automotivo 09

Importância do processo de corte 10

Motivos para mudar para a automação 11

A gestão de mudanças como uma chave para o sucesso 14

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Resultados principais A produção automotiva está em ascensão, com a China e outras economias em rápido desenvolvimento liderando o crescimento ao mesmo tempo em que o setor ressurge nos EUA.

Os curtumes veem isso como uma boa notícia, mas não consideram fácil a relação entre fornecedor e cliente no setor automotivo. Na maioria das vezes, eles estão em contato direto com as montadoras quando determinam o volume e a qualidade do couro que vão fornecer. Entretanto, os curtumes frequentemente devem enviar o couro acabado ou as peças de corte produzidas em suas instalações internas de corte para fornecedores especializados em assentos, os chamados tier-1, ao invés de mandar diretamente para as montadoras. Isso produz uma tensão natural, uma vez que muitos dos fornecedores tier-1 também podem fornecer serviço de corte ou corte e costura, e veem os curtumes como concorrentes. Em 2014, o maior fornecedor tier-1 fez um investimento substancial na produção de couro espalhando ondas de tensão a todos os pontos da cadeia de fornecimento do couro automotivo.

Sistemas avançados de corte automatizado podem ajudar os curtumes, permitindo que eles obtenham ganhos significativo de eficiência nas suas operações, atendam de maneira mais completa às exigências dos clientes e, mesmo que tenham apenas uma pequena margem no corte, consigam convencer as montadoras a incluírem o couro nas especificações de design de modelos novos e existentes.

Essas tecnologias possibilitam uma adaptação muito mais rápida às mudanças que as montadoras estão praticando em suas ofertas de produtos, de acordo com as necessidades e os gostos de diferentes mercados ao redor do mundo. Para alguns curtumes, as máquinas de corte computadorizadas permitem iniciar a operação de corte de forma profissionalizada, enquanto para outros, a maior taxa de rendimento e a menor taxa de desperdício que a tecnologia proporciona, oferece a confiança necessária para uma elevação de nível no mercado e o início de um trabalho com peles de melhor qualidade.

A tecnologia de ponta também é uma importante fonte de dados, que fornece às montadoras uma percepção aprofundada das operações de produção do couro, e também suporte e controle aos curtumes em casos de disputas com as montadoras ou seus fornecedores tier-1.

Atualmente, os curtumes parecem interessados em manter uma variedade de sistemas de corte. Eles reconhecem que a automatização e os sistemas digitais oferecem muitas vantagens, mas ainda precisam se convencer das vantagens de se executar todas as operações de corte de uma forma mais enxuta e estruturada.

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Os consumidores querem autenticidade. Isso é uma boa notícia para o couro.

As marcas para as quais o couro de alta qualidade é parte importante na diferenciação de seus produtos, como fabricantes de acessórios especiais, calçados, móveis e carros, são pouco afetadas por este cenário. O que está começando a chamar atenção é o fato dos consumidores quererem autenticidade. Isso significa que eles querem que fabricantes, marcas e varejistas sejam honestos e sinceros ao compartilhar informações sobre a composição de seus produtos, além de onde, como e por quem são produzidos. Essa deverá ser uma boa notícia para o couro, mas só se os curtumes continuarem a inovar, a enfatizar a naturalidade do produto e a oferecer todas as informações que seus clientes e consumidores finais possam querer sobre a rastreabilidade da matéria-prima, o uso de produtos químicos, a gestão ambiental e a responsabilidade social corporativa. Esse é um universo em que nada pode ser escondido, e o único modo de alcançar o sucesso é contando uma história verdadeira sobre a empresa e seus produtos. Nas áreas de commodity, fabricantes, marcas e consumidores estão propensos a comprometer qualquer ou todos os pontos acima mencionados em virtude do preço, algumas vezes mudando suas práticas, quando forçados pela lei ou por alguma publicidade negativa. Isso nos leva à uma outra discussão. Os fornecedores de couro deveriam tentar competir como commodity? Não seria mais inteligente se grupos de curtumes bem-sucedidos, continuassem investindo na melhoria da produção, investindo na qualidade e com a máxima eficiência possível, orgulhando-se do que produzem e cobrando um preço justo por isso?

Situação geral da indúStria do couroA admiração do couro como um material de superfície bonito, luxuoso, natural e valioso continua a ser alto entre os fabricantes de acabamento especial. Mas o alto preço que as peles atingiram nos últimos anos levou a uma queda na demanda desta matéria-prima entre empresas, como por exemplo, fabricantes de calçados. Com a queda recente no preço do petróleo, a tendência é que a maioria dos plásticos que as marcas de calçados utilizam para substituir o couro tenha seus preços reduzidos, resultando em uma diferença de preço ainda maior entre o couro e as alternativas sintéticas. Um aumento geral no número de pares de sapatos produzidos e vendidos ao redor do mundo compensa apenas parcialmente esse fato. Segundo alguns especialistas da indústria de calçados é muito improvável que o uso do couro em calçados esportivos retorne. Outros acreditam que provavelmente algo semelhante aconteça no setor mobiliário: os materiais sintéticos que algumas marcas utilizam como substituto do couro já estão disponíveis hoje, por, talvez, um terço do preço. Alguns fabricantes desses materiais imitam muito bem algumas das qualidades do couro, o que aumenta ainda mais a probabilidade de uma maior participação no mercado geral de móveis.

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Alguns números interessantes mostram que o interior de cada veículo produzido pela superluxuosa marca Rolls-Royce contém pelo menos 10 peles de couro inteiras, sendo que alguns modelos consomem 15. A BMW está atualmente produzindo mais de dois milhões de automóveis por ano. Nem todos possuem interior todo em couro, mas a empresa continua com uma grande demanda pelo material. Para ilustrar, no Fórum Internacional do Couro de 2007 em Paris, o Grupo BMW confirmou que, naquela época, estava usando 11. 000 peles a cada dia. Os curtumes sabem, no entanto, que essa é e continuará sendo uma área dinâmica e imprevisível dos negócios. Existe uma grande pressão sobre a maioria das montadoras em virtude dos altos níveis de concorrência que elas enfrentam. Por si só, isso pode significar grandes desafios para os curtumes.

Seus concorrentes, as empresas que produzem tecido ou plástico para interiores de automóveis, trabalham muito para tornar seu material atraente para as montadoras e fornecedores tier-1, tanto em desempenho quanto em preço. Mesmo assim, os curtumes confiam que o couro pode se tornar um diferencial ainda mais forte do que ele é agora, especialmente, como mostram os exemplos acima, no setor automotivo de alto padrão, em que muitas empresas automobilísticas escolhem o couro justamente por ser caro. Elas pagam aos curtumes mais do que pagariam aos fornecedores de materiais alternativos este custo é repassado para os consumidores, com aumentos de preço do produto final. Inspiradas por esse cenário, uma gama cada vez maior de marcas estão oferecendo couro como, no mínimo, uma opção de acabamento.

Situação eSpecífica do couro automotivoNo setor do couro automotivo, o cenário vem se modificando desde 2012. A venda de carros aumentou graças, principalmente, ao número de consumidores das classes média e alta da China e de outras economias em rápido desenvolvimento, que passaram a comprar mais carros; e também graças a uma recuperação do mercado dos EUA. Projeções mostram que a venda de todas as montadoras para a China poderá chegar a 30 milhões de veículos até 2020, uma vez que a classe média continua a crescer no país (Figura 1).

Como dito anteriormente, alguns analistas estão convencidos de que, diante de uma queda na demanda pela indústria de calçados, o setor automotivo tem sido a salvação da indústria global do couro. Projeções afirmam que, globalmente, a participação do setor automotivo nos processos de curtume, atualmente está entre 15% e 18%, aumentará para, pelo menos, 25% até o final desta década (Figura 2). Um lugar onde essa transição já está acontecendo é o México. Em 2014, uma associação de indústrias do México informou que metade das 42. 000 peles processadas em Guanajuato, a principal área de produção de couro do país, antigamente dominada pelos calçados, destina-se agora ao setor automotivo. Guanajuato processa aproximadamente 85% do total do México.

A tendência aponta que a demanda por novos carros continuará alta, pelo menos a curto prazo, o que é positivo para as empresas que fornecem couro para o interior de automóveis, ou para alguma parte deles. No entanto, é importante ressaltar que, em termos de cadeia de fornecimento, este é um ecossistema particularmente complexo e exigente, no qual os melhores fornecedores podem prosperar, mas será extremamente desafiador para empresas ineficientes. Muitos designers de produto acham o couro um material interessante para se trabalhar, que possibilita expressar a criatividade de maneira mais completa que com poliuretano ou tecido, por exemplo.

34%

14%10%

42%

China

América do NorteEuropa

Restante do Mundo

FIguRa 1 PaRtIcIPação da chIna no cRescImento do setoR automotIvo global PaRa 2020

Fonte: McKinsey

2014275 milhões

16.25%

83.75%

230.3milhões de peles

44.7milhões de peles

Outras aplicações(calçados, móveis, artigos de couro, interiores de aeronaves)

Automotivo

25%

75%

68.75milhões de peles

206.25milhões de peles

2020275 milhões

FIguRa 2 dIsPonIbIlIdade global de Pelese a PaRtIcIPação do couRo automotIvoNúmero total de peles

Fonte: FAO

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Especialistas que apontam defeitos nas peles são mulheres e homens que dominam as margens.

importância do proceSSo de corteA pressão das montadoras levou muitos curtumes a introduzir serviços de corte como parte de suas ofertas. Um conjunto completo de peças de corte de couro para interiores de automóveis pode ser composta de até 150 partes (até mesmo a cobertura do volante consiste em quatro peças de couro separadas). Essa é uma operação complexa que os curtumes querem desempenhar corretamente para cumprir com as exigências das montadoras. Há grandes expectativas de que os curtumes oferecerão, cada vez mais, esse serviço como valor agregado. Não é provável que esta seja uma estratégia para obter lucro, mas como este é um serviço com forte demanda, ele agrega valor na relação entre as montadoras e as empresas que fornecem o couro. Os curtumes sabem a importância de agregar valor. Via de regra, eles calculam que levar uma pele crua até o estágio "wet blue" significa agregar aproximadamente 25% do valor desse material. Se o processo chegar até o estágio do couro acabado é possível agregar de 75% a 80% do valor (em algumas aplicações de nicho, como do setor automotivo de luxo e o da aviação, esse número pode ser próximo a 100%). Existe um consenso de que adicionar uma operação de corte não é um grande complemento, embora os curtumes estejam assumindo a tarefa de executar e aperfeiçoar as operações de corte como meio de vender seu couro. A atividade de corte enfrenta concorrentes de baixo custo, dizem os curtumes, alguns dos quais chegam a preços extremamente baixos. Não é possível imaginar alguns destes fornecedores investindo na matéria-prima, maquinário e mão de obra especializada necessárias para produzir o couro natural da mais alta qualidade. Mas o corte pode ser feito por qualquer um.

A gestão do rendimento é a chave para tudo. Os curtumes dizem que é neste ponto que é possível ser rentável. Os especialistas contratados para sinalizar defeitos na pele, tanto para processos de corte com matrizes quanto para processos de corte automatizado, são os homens e as mulheres que garantem o lucro da empresa. Eles sabem quantos defeitos são admissíveis para cada parte do modelo que seus clientes produzem. Quando uma pele acabada está pronta para o corte, o exame desses especialistas pode revelar defeitos e gerar questionamentos sobre a classificação que os seus colegas aplicaram à pele durante o processo de curtimento. Mas encontrar e manter esses profissionais especializados não é fácil. Isso fortalece o argumento dos fornecedores de tecnologia de que os curtumes terão mais vantagens se investirem na automação. Se a tecnologia puder tornar mais fácil e preciso, pelo menos parcialmente, o gerenciamento dos encaixes (o processo de selecionar que parte da pele será usada em cada peça do automóvel, e a definição da disposição da pele na mesa de corte para a obtenção do rendimento máximo), este investimento já valerá a pena.

Os curtumes reconhecem que possuem o conhecimento para remarcar as peles corretamente. Por essa razão, as montadoras veem o curtume como o lugar mais lógico para essa remarcação acontecer e, para cortar a pele. O acordo parece se adequar a todos os parceiros da cadeia de fornecimento. É importante lembrar que pelo menos 40% da pele acabada não será entregue para a montadora e nem para seu fornecedor de sistemas tier-1. Então, quem melhor que o próprio curtume para encontrar um comprador ou outro uso para o couro descartado?

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As montadoras frequentemente especificam o volume e a qualidade do couro necessário e escolhem os curtumes que o fornecerão, mas querem que o couro acabado ou as peças de corte sejam enviados para um fabricante de assentos tier-1, em vez de diretamente para a instalação de montagem dos veículos finalizados. Isso adiciona um nível extra de complexidade e tensão a essa parte da cadeia de fornecimento. Dentre as empresas de tier-1, existem algumas que acreditam que deveriam ser as responsáveis pelo corte. Essas empresas são rápidas em sinalizar erros que acreditam que os curtumes cometeram na classificação das peles, na identificação de defeitos, no gerenciamento do rendimento, entre outros. Se o curtume discordar, a consequência inevitável será uma disputa entre os dois. Com frequência, as montadoras se veem responsáveis por decidir qual de seus fornecedores está certo. Em 2014, uma grande empresa de tier-1, a operadora global Lear Corporation, aproximou-se ainda mais da produção e adquiriu o grupo de couro automotivo Eagle Ottawa. Ela pretendia produzir e cortar o couro para os assentos que produz em sua própria rede de produção e fornecê-los para as montadoras ao redor do mundo. É pouco provável que ela seja capaz de produzir couro suficiente sozinha. Além disso, há outro fator complicado: a Eagle Ottawa é fornecedora de couro e peças de corte a outros fabricantes de bancos tier-1. Portanto, a recém-expandida Lear terá que encontrar formas de trabalhar efetivamente com rivais e concorrentes para atender às necessidades das montadoras. Essa é uma situação complexa e disputas contínuas parecem prováveis. Apesar dos curtumes simpatizarem com o desejo das montadoras de resolver disputas específicas, eles dizem que existe uma tendência entre certos clientes de utilizar esses dados para resolução de conflitos de forma inadequada. “Elas querem melhorias contínuas e querem que os benefícios dessas melhorias atinjam 100% dos negócios”, dizem os curtidores sobre as montadoras. "Mas só podemos manter algum controle sobre cerca de 35% ou 40% do custo do couro acabado. Não importa quantas melhorias contínuas nós somos capazes de realizar, existe uma grande parte dos negócios que não será afetada".

É possível que as montadoras estejam comparando inadequadamente a produção de couro e a de outros materiais que elas usam em seus veículos, como plásticos ou metal. Existem etapas definidas no processo de produção de plástico ou metal, e é possível calcular o tempo do ciclo e o preço de seus produtos de modo relativamente fácil. O processo é aberto. Em contrapartida, a produção do couro envolve aproximadamente 50 etapas de produção e cada uma tem um impacto sobre a qualidade do couro acabado. Pedir para os curtumes reduzirem o número de etapas é convidá-los a abrir mão da responsabilidade pela qualidade, o que eles se recusam a fazer.

É difícil para os curtumes aprimorarem seus negócios como um todo; eles têm controle sobre apenas 35% ou 40% dos custos. Eles querem continuar sendo responsáveis pela qualidade do couro acabado, mas dizem que todas as etapas são necessárias para alcançar a qualidade que as montadoras exigem. "A economia é importante", dizem os curtumes, "mas não em da qualidade".

motivoS para mudar para a automaçãoNa segunda década do século XXI, o mercado automotivo, assim como a maioria dos setores voltados ao consumidor, passou a ter uma fluidez maior. Especialistas da indústria frequentemente citam a proposta de Henry Ford de que os clientes poderiam ter os carros na cor que gostassem, "desde que fosse preta", como uma ilustração de como as coisas são diferentes hoje em dia. Após anos tentando simplificar suas cadeias de fornecimento, as montadoras perceberam que para se manter competitivas, precisam administrar um espaço crescente ocupado pela produção global, combinado com uma rede de abastecimento mundial cada vez maior, fazendo adaptações locais nas suas ofertas em todos os grandes mercados (veja a Figura 3 com o exemplo da BMW). Nenhum deles sonharia em restringir as escolhas dos seus clientes da forma que o Sr. Ford fazia tranquilamente.

Os curtumes tendem a se adaptar melhor à esta dinâmica quando eles têm um alto nível de automação em todos os estágios da produção, principalmente o corte. As opções tipicamente exibidas nas instalações de corte variam de totalmente automatizadas, totalmente digitalizadas, sistemas de corte controlados por computador a máquinas mais tradicionais que envolvem combinações de mesas de corte, matrizes de corte e uma prensa ou placa giratória.

Exemplos recentes de mudanças que os curtumes tiveram que acompanhar incluem solicitações aparentemente simples de consumidores, por exemplo, um lugar no carro para colocar um iPhone. Muitas vezes estas demandas resultam na necessidade de se reprojetar todo o interior do carro. A tecnologia usada para analisar cada pele em tempo real é flexível e se adapta rapidamente ao dinamismo das exigências dos clientes.

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Os sistemas de corte de última geração podem oferecer a segurança que os curtumes precisam para trabalhar com peles de melhor qualidade e procurar setores mais caros do mercado, inclusive as vendas no mercado de reposição. E, obviamente, usar ao máximo as habilidades dos profissionais experientes em couro e maximizar o rendimento de cada pele, reduzindo o desperdício. Reduzir o desperdício no couro acabado significa oferecer aos grandes curtumes automotivos a economia de centenas de milhares de euros a cada ano.

O corte com matriz ainda é um método eficiente para vários curtumes e instalações de corte. As empresas de tecnologia que tentam convencer os curtumes a investir na automatização elencam uma série de motivos para a sua resistência às mudanças.

Os sistemas de corte automatizados estão no mercado há aproximadamente 20 anos, mas as empresas de tecnologia hoje reconhecem que ferramentas de corte automatizadas de gerações anteriores muitas vezes não conseguiram atender às expectativas. Os curtumes, em sua maioria empresas familiares, ainda recordam a decepção que as primeiras versões da tecnologia causaram. Mas hoje, a situação é diferente. A tecnologia avançou, os sistemas podem fazer mais e com mais precisão do que antes. Ainda existe a necessidade de aprendizado para a sua utilização, mas depois da pele ser posicionada corretamente, é possível executar a maior parte do trabalho usando apenas uma ferramenta: o mouse. Outra argumentação em favor da tecnologia refere-se à tendência dos curtumes de restringir a sua avaliação apenas em uma vantagem oferecida pelo corte com matrizes

2

4

AraquariBrasildesde 2015

San Luis PotosíMexicodesde 2019

SpartanburgEstados Unidos

RosslynÁfrica do Sul

DadongTiexiChina

RegensburgDingolfingMunichLeipzigAlemanha

FIguRa 3 maPa da ÁRea de PRodução da bmW

A tecnologia usada para analisar cada pele em tempo real é flexível e se adapta rapidamente ao dinamismo das exigências dos clientes. Os fornecedores de tecnologia reconhecem que existe um alto nível de conhecimento prático dos funcionários sêniores das equipes de operações de corte nos curtumes, especialmente entre as pessoas que classificam as peles e sinalizam os defeitos. No entanto, eles argumentam que combinar essas habilidades com sistemas de corte automatizado é uma forma de otimizar o conhecimento. Para alguns, os sistemas automatizados podem oferecem um serviço que não apenas corte as peles em peças ou em kits e conjuntos completos para assentos, painéis de portas, volantes e outras partes do interior de um automóvel, mas que seja capaz de modificar as peças que são cortadas mais frequentemente, obtendo, em consequência, uma maior participação de mercado. Para outros, esta pode ser uma simples questão de oferecer, pela primeira vez, uma operação de corte para os seus clientes. Ao mesmo tempo, as empresas de tecnologia acreditam que também existem curtumes que se recusaram a comprar peles mais caras e a aumentar o nível de qualidade de seu couro acabado por receio de, eventualmente, não serem capazes de obter rendimentos proporcional que compensasse o investimento nas peles acabadas. Os sistemas de corte de última geração podem oferecer a segurança que os curtumes precisam para trabalhar com peles de melhor qualidade e procurar setores mais caros do mercado, inclusive as vendas no mercado de reposição.

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para a produtividade, ou seja, considerar apenas um ponto de vista e ignorar outros, que levam em consideração o quadro geral e o custo total de propriedade de qualquer sistema.

O preço da tecnologia avançada de corte automatizado é alto, o suficiente para fazer com que alguns curtumes deixem de investir, mesmo com as empresas de tecnologia dizendo que o retorno sobre o investimento pode acontecer em até um ano. Alguns curtumes automotivos administram redes globais de curtumes e instalações de corte; Automatizar todos os cortes das suas operações pode representar um investimento em máquinas para uma série de locais. Pode-se argumentar que esses grupos poderiam ter dado esse passo anos atrás com um nível muito mais baixo de investimento, mas esta é uma questão discutível. Em grupos desse porte, o processo de decisão é lento. Ao mesmo tempo, os processos de corte com matrizes são estáveis, os curtumes e as equipes das áreas de cortes estão satisfeitos com eles. Eles entendem que novas tecnologias oferecem mais, mas não estão 100% certos de que, no dia-a-dia, eles serão capazes de transformar as promessas em melhorias permanentes.

Há um trabalho em andamento para demonstrar aos curtumes a economia e o valor que as tecnologias atuais podem agregar. O desafio é encontrar, dentro dos curtumes, indivíduos influentes que acreditem neste potencial e que atuem como líderes da mudança dentro de suas empresas. Dentre os fornecedores de tecnologia, há um sentimento de que a situação atual no mercado do couro automotivo está se abrindo para, pelo menos, iniciar uma conversa sobre novas soluções. Eles falam sobre isso como um processo de conscientização que envolve seminários, workshops locais, exercícios de prova de conceito e uma rede forte de suporte e informação, mas insistem que precisam tomar a iniciativa neste processo, pois esperar que os curtumes recorram às empresas de tecnologia seria esperar demais.

Dentre os benefícios que eles apontam está a habilidade da tecnologia em capturar dados sobre cada pele (sobre rendimento, custos, rastreabilidade, qualidade da matéria-prima, tempo para cortar, adequação as necessidades específicas e modelos particulares por parte das montadoras, entre outros). As montadoras desejam esses dados. Talvez em breve elas exijam isso como uma condição para fazer negócios. Os curtumes e outros fornecedores já estão sentindo a pressão. No lado positivo, entretanto, como já mencionado, os dados gerados pela tecnologia podem também ajudar os curtumes a gerenciarem suas empresas. Links para o gerenciamento de pedidos, planejamento de recursos corporativos e uma ampla gama de sistemas internos e ferramentas analíticas são simples e claros, fornecendo às empresas usuárias informações em tempo real que elas podem usar para aumentar a produtividade e a eficiência. Não se trata apenas

de ter os dados, mas sim o que fazer com eles. Os curtumes podem usá-los para aperfeiçoamentos contínuos e controle de custos dentro de suas próprias empresas, ao invés de simplesmente atender ao desejo das montadoras por informações.

Henry Ford não aprovaria, mas os consumidores estão clamando por mais variações e personalizações, particularmente no interior dos carros. Essa lista de opções continua a crescer. Como todos sabem, o preço das peles tem se mantido consistentemente alto por muitos meses e, apesar das montadoras terem um forte interesse pelo couro como um meio de atrair e satisfazer os clientes, elas geralmente tentam fazer uma negociação muito agressiva. Como resultado, os curtumes que atuam no setor do couro automotivo ficam sob pressão. O fluxo de caixa para muitos deles é apertado, e existe uma consciência clara que uma boa operação de corte é onde eles podem ganhar ou perder. Cortar com precisão e conforme as especificações das montadoras ou de seus fornecedores de tier-one e, ao mesmo tempo, manter o rendimento alto e o desperdício baixo, com a obrigação de fazer tudo isso da melhor maneira, é o que buscam os curtumes. Se o rendimento for baixo demais ou se o desperdício for alto demais, eles ficarão sob uma pressão ainda maior. Há uma percepção entre alguns fornecedores de tecnologia de que os curtumes automotivos da Europa têm sido mais rápidos para reagir a essa pressão do que seus parceiros na América do Norte.

Os curtumes também enfrentam outra situação. Em muitos casos, as condições da pele não beneficiada pioram quando elas passam da fazenda ou do confinamento para o abatedouro ou quando passam do abatedouro para o armazém. Mesmo peles de origens, que tradicionalmente oferecem alta qualidade, estão chegando agora com mais danos que antes, causados por picadas de insetos, visto que os fazendeiros e operadores de confinamentos decidiram investir menos no controle de insetos e no banho dos bovinos. A estiagem em lugares como o sul dos EUA também tem sido um fator no declínio da qualidade das peles. Ainda não está claro se essa situação ajudará os fornecedores de tecnologia a justificarem suas soluções de corte automatizado.

Por outro lado, quanto mais defeitos a pele tiver, mais benefícios os softwares específicos para encaixe podem oferecer. Isso ocorre porque o desafio de atingir a meta de rendimento (geralmente uma média de aproximadamente 60%) normalmente será mais fácil para o software do que para o mais experiente olho humano. Contudo, o contra-argumento é que se estaria buscando um retorno sobre o investimento com uma pequena porcentagem de ganho sobre o rendimento de uma pele de qualidade e valor inferiores.

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Esta não é uma questão exclusiva de curtumes que trabalham com matéria-prima cara. Os fornecedores das tecnologias também têm clientes em economias de custo mais baixo.

Os custos da mão de obra são menores que na Europa e nos EUA, mas nem sempre isso torna fácil para os operadores contratar e manter o número suficiente de funcionários. Alguns descobriram que investir nas tecnologias atuais não apenas permite que eles gerenciem tudo com menos mão de obra, mas também aumentem sua reputação com os funcionários existentes, que gostam da ideia de trabalhar com máquinas de ponta, vendo isso como mais um motivo de orgulho da empresa em que trabalham. Existe também uma vantagem prática. As empresas que usam o processo de corte com matrizes calcularam que um operador pode levantar o equivalente a 1. 500 quilogramas durante um dia devido ao número de peças de metal envolvidas na operação e do número de vezes que elas precisam ser levantadas e abaixadas. Alguns fornecedores de tecnologia afirmam que pode ser surpreendente o fato de que eles vendem mais na Ásia do que em locais onde a produção automotiva está mais estabelecida, como os EUA. Os operadores da Ásia estão sedentos por sucesso, entusiasmados em participar desse mercado em expansão. Eles sentem que estão atrasados em relação aos outros e estão dispostos a fazer as mudanças e os investimentos necessários em suas organizações para compensar o tempo perdido.

Ao mesmo tempo, os curtumes de economias mais desenvolvidas ainda são importantes fontes de empregos nas comunidades onde operam. O uso da tecnologia de corte automatizada e digital pode ajudá-los a obter e manter o status de nível mundial. Isso também pode ajudar nas relações entre empregador e empregado. Para os curtumes localizados em economias mais caras manterem a competitividade, todos os seus trabalhadores devem colaborar para que essas empresas operem com o máximo de eficiência possível e os mais altos níveis de serviço. As pessoas tendem a achar seu trabalho mais satisfatório quando se sentem parte de uma empresa de nível mundial. Além disso, existe uma percepção crescente entre os curtumes de países de maior custo de que eles estão fornecendo uma alternativa importante para os empregos do setor de serviços, que agora constituem a maior proporção de oportunidades de emprego no local. Até mesmo as economias que estão no topo se beneficiam com a produção de produtos tangíveis e de alto valor. O couro e os produtos acabados que ele ajuda a compor, inclusive carros, enquadram-se nessa categoria.

Hoje em dia, os curtumes, muitas vezes, possuem tecnologias atualizadas, com a automação cada vez mais presente, especialmente em áreas de produção como carregamento de produtos químicos e no deslocamento de peles pesadas ao longo do processo produtivo do curtume (em alguns

curtumes, a pele pode ir do início ao fim do processo sem ser tocada). Os curtumes têm um incentivo extra ao atuarem no setor automotivo, talvez pelo fato desta indústria ser tradicionalmente mais aberta às inovações tecnológicas e as montadoras tenderem a olhar com entusiasmo para a adoção de tecnologias entre seus fornecedores. O século XXI é o século digital, esse debate continua, e recorrer a ferramentas de corte digital significa acompanhar essa tendência. A natureza digital oferece outro bônus. Os desenvolvedores de tecnologia podem monitorar as condições de seus produtos remotamente e intervir quando necessário para evitar uma falha técnica mais séria no desenvolvimento, na economia de tempo e dinheiro, possivelmente evitando uma grande multa para uma montadora, caso uma entrega atrasada de peças de couro resulte em atrasos mais à frente na cadeia de fornecimento.

a geStão de mudançaS como uma chave para o SuceSSo

A instalação de um sistema de corte automatizado, assim como em todas as principais implementações tecnológicas, representaria uma grande mudança. Mudanças na organização e nos processos e fluxos de trabalho podem intimidar os curtumes que pretendam fazer a transição para uma maior automação, na medida em que isso exige “uma lógica totalmente nova”, como descreveu um especialista em tecnologia. A visão geral dos fornecedores de tecnologia é de que este é um exercício necessário, ainda que doloroso. Eles admitem que, historicamente, também subestimaram o nível de mudança organizacional exigido para fazer com que projetos inovadores como esse tenham sucesso. O pensamento lean é difundido, mas transformar o pensamento em práticas lean, com um comprometimento genuíno com o aperfeiçoamento contínuo, é um trabalho árduo. As empresas de tecnologia insistem que podem oferecer não apenas as ferramentas, mas também certo grau do conhecimento especializado necessário para fazer a transição.

Segundo eles, o ponto mais importante a considerar é o fato de que outros produtores já percorreram esse mesmo caminho, sendo que os melhores sobreviveram e prosperaram e alguns dos que não conseguiram implementar as mudanças necessárias à cultura e às operações tiveram que cessar a atividade comercial. Até aproximadamente 2012, a cadeia de fornecimento de estofamento de tecido incluiu também vários produtores tradicionais que também eram resistentes às mudanças e relutavam em alterar suas operações para trabalhar de novas formas e com novas tecnologias. Eles queriam apenas ligar as novas máquinas e começar a economizar dinheiro instantaneamente.

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LectrA Produção e corte do couro AutoMotIVo 15

Nos últimos três anos, observadores desse mercado viram uma mudança: as empresas que permaneceram competitivas não tiveram escolha a não ser mudar o modo de trabalhar e, ao fazer isso, permitir que as novas tecnologias as ajudassem a fazer uma diferença grande o suficiente nos seus níveis de receptividade e produtividade para que elas permanecessem no mercado.

Elas também receberam uma grande ajuda dos fornecedores de tecnologia. Um projeto recente no México envolveu um fornecedor importante de sistemas de assentos de tecido para a Nissan. A equipe de serviços profissionais dos fornecedores de tecnologia encontrou um nível razoavelmente alto de resistência quando pediu uma oportunidade inicial de apresentar uma nova solução de corte, enfrentando a falta de confiança resultante da insatisfação com o uso de quatro máquinas antigas da empresa. Com o passar do tempo, a empresa de assentos abriu suas portas para os especialistas em corte observar durante dois dias as suas práticas e dar sugestões.

O foco principal era uma instalação que funcionava há quatro anos, usando uma operação de corte com matrizes. O fabricante queria mais eficiência e decidiu investir em uma máquina de corte automatizado, desde que o provedor de tecnologia pudesse mostrar que o retorno sobre o investimento fosse satisfatório. Para garantir que a empresa atingisse o retorno sobre o investimento, a equipe de serviços passou um tempo com os operadores na fábrica, conduzindo workshops e sessões de treinamento prático para ajudar os trabalhadores na construção do conhecimento da nova tecnologia e na habilidade de fazer uso completo da máquina. Esses esforços começaram a dar frutos rapidamente, e a empresa notou que o espaço entre as peças cortadas diminuiu, em média, de seis a oito milímetros para quatro a seis milímetros. Além disso, mesmo com tecidos, o custo do material de estofamento representava mais da metade do custo total do assento. Assim, essa redução do espaço entre as peças cortadas representou uma economia substancial.

Logo em seguida, a mesma empresa abriu uma planta adicional na mesma parte do México e, com os níveis de confiança bem mais altos do que antes, convidou o fornecedor de tecnologia e sua equipe de serviços para participar do novo projeto desde o início. "Eles nos trataram como parte da família", afirma um participante do projeto. Tempos de resposta mais curtos, níveis de rastreabilidade mais altos e serviços aperfeiçoados como um todo são os meios das empresas focadas em têxteis continuarem a ter vantagem. Esta não é mais uma questão de custo para elas, mais sim uma questão de sobrevivência.

Couro e tecido não se comportam exatamente da mesma forma no interior dos carros, mas os paralelos são claros. As empresas que investem em novas tecnologias e na gestão de mudanças podem obter importantes avanços em eficiência e efetividade, além de responderem bem às demandas dos clientes e tornarem suas posições na cadeia de valor mais seguras.

Empresas inovadoras e voltadas para o futuro têm uma chance maior de sucesso nesse mercado exigente, em comparação àquelas que repousam nos louros do passado, ficam estagnadas e permitem que os concorrentes saiam à frente e levem vantagem.

Aplicar esses mesmos argumentos ao couro é dizer que os curtumes precisam agir agora para ficarem prontos evitando futuros problemas.

A demanda por couro automotivo é certamente grande, mas este é um mercado no qual a demanda extra traz não só a responsabilidade de fornecer mais couro, mas também de oferecer mais receptividade, variação e precisão. A concorrência intensa nesse mercado também significa que os curtumes de sucesso devem ser tão eficientes quanto possível, gerenciando com cuidado o rendimento e a habilidade para preservar as margens. Os fornecedores de tecnologia reforçam que as suas soluções de corte automatizado não buscam substituir a experiência que as pessoas que trabalham nos curtumes e nas instalações de corte têm a oferecer, mas sim servir como um complemento a este conhecimento e possibilitar que eles a usem ao máximo. Sistemas de corte totalmente computadorizados vão fornecer também meios efetivos de capturar e compartilhar com os clientes os dados ligados à matéria-prima e à rastreabilidade do couro, assim como ao rendimento, aos custos, ao tempo de corte e a outros detalhes. O mercado automotivo exige aperfeiçoamentos e investimentos contínuos em inovações e na mudança organizacional. As novas tecnologias que podem ajudar os curtumes alcançar esse objetivo.

Com entusiasmo para a adoção de tecnologias entre seus fornecedores.

Sobre a lectraA Lectra é líder mundial em soluções de tecnologia integradas (softwares, sistemas de corte automático e serviços associados) especialmente desenvolvidos para automatizar, racionalizar e acelerar os processos de projetos e fabricação de produtos em indústrias que usam materiais flexíveis. A empresa atua em uma grande variedade de mercados, incluindo o da moda (confecção, acessórios e calçados), automotivo (airbags, bancos e interiores de automóveis) e de móveis estofados, assim como outros setores, tais como aeronáutica, náutica, energia eólica e equipamentos de proteção individual. Com mais de 1.500 funcionários, a Lectra tem desenvolvido parcerias com clientes em mais de 100 países, contribuindo para a sua excelência operacional. A empresa está cotada na bolsa Euronext. Para obter mais informações, acesse www. lectra. com