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prév i as Notícias Sociedade Portuguesa de Hipertensão À frente da actual Direcção da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, o Prof. Luís Martins revela que, neste primeiro ano de mandato, apostou em estabilizar a Sociedade e conquistar espaço de comunicação en- tre pares e para a população em geral, através dos media. Segundo afirma, estes dois objectivos já foram alcançados, pois, de há um ano a esta parte, a SPH quase duplicou o número de sócios e os media têm dado mais atenção à HTA, principalmente depois da divulgação do estudo sobre a quantidade de sal no pão e a ingestão salina dos portugueses. O combate ao consumo excessivo de sal, informando sobre os seus malefícios e impulsionando a criação de uma lei para esse efeito, continuará a ser a grande linha orientadora desta Direcção. As conversações com o Grupo Parlamentar de Saúde do PS e com as as- sociações de panificação parecem estar a correr bem. A ambição do Prof. Luís Martins é que, ainda no decor- rer deste ano, surja, em Portugal, uma lei com vista à restrição do consumo salino, que seja suficientemente elástica para ter sucesso. Prof. Doutor Luís Martins, presidente da SPH «Reduzir o consumo de sal e melhorar a comunicação são os grandes objectivos da nossa Direcção» Publicação com distribuição gratuita e exclusiva neste Congresso 21 a 24 Fevereiro 2008 | Tivoli Marinotel, Vilamoura SUMÁRIO 2 Nos bastidores da Organização do Congresso Dr. Rasiklal Ranchhod e Dr. Fernando Pinto 3 Boas-vindas aos congressistas Dr. António Jara 4 Revista Portuguesa de Hipertensão e Risco Cardiovascular Prof. Doutor Braz Nogueira 5 Linha de acção da Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares Prof. Doutor Ricardo Seabra Gomes 6 Recentes guidelines das Sociedades Europeias de Hipertensão e Cardiologia Dr. José Nazaré 7 Importância da dieta, exercício físico e restrição salina Prof. Doutor Jorge Polónia 8 O que já implementou e o que aspira a actual Direcção da SPH Entrevista com o Prof. Doutor Luís Martins 10 Medidas para prevenir a hipertensão Prof. Doutor Manuel Carrageta 11 Hipertensão arterial na mulher e no idoso Dr.ª Paula Alcântara 12 Reunião dos Internos e criação do Núcleo de Internos da SPH Dr. Bruno Piçarra e Dr. Pedro Cunha 13 Expectativas do Congresso para a Medicina Geral e Familiar Dr. Luís Bimbo 14 SPH: uma Sociedade que aposta na formação Prof. Doutor Agostinho Monteiro e Dr. João Saavedra 15 Programa Científico Pág. 8/9

Prof. Doutor Luís Martins, presidente da SPH · mente «a capacidade de liderança do presidente da co», o Dr. antónio Jara. o formato não é muito diferente do habitual, até

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À frente da actual Direcção da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, o Prof. Luís Martins revela que, neste primeiro ano de mandato, apostou em estabilizar a Sociedade e conquistar espaço de comunicação en-tre pares e para a população em geral, através dos media. Segundo afirma, estes dois objectivos já foram alcançados, pois, de há um ano a esta parte, a SPH quase duplicou o número de sócios e os media têm dado mais atenção à HTA, principalmente depois da divulgação do estudo sobre a quantidade de sal no pão e a ingestão salina dos portugueses.

O combate ao consumo excessivo de sal, informando sobre os seus malefícios e impulsionando a criação de uma lei para esse efeito, continuará a ser a grande linha orientadora desta Direcção. As conversações com o Grupo Parlamentar de Saúde do PS e com as as-sociações de panificação parecem estar a correr bem. A ambição do Prof. Luís Martins é que, ainda no decor-rer deste ano, surja, em Portugal, uma lei com vista à restrição do consumo salino, que seja suficientemente elástica para ter sucesso.

Prof. Doutor Luís Martins, presidente da SPH

«Reduzir o consumo de sal e melhorar a comunicação são os grandes objectivos da nossa Direcção»

Publicação com distribuição gratuita e exclusiva neste Congresso21 a 24 Fevereiro 2008 | Tivoli Marinotel, Vilamoura

SUMÁRIO

2 Nos bastidores da Organização do CongressoDr. Rasiklal Ranchhod e Dr. Fernando Pinto

3 Boas-vindas aos congressistasDr. António Jara

4 Revista Portuguesa de Hipertensão e Risco Cardiovascular Prof. Doutor Braz Nogueira

5 Linha de acção da Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares Prof. Doutor Ricardo Seabra Gomes

6 Recentes guidelines das Sociedades Europeias de Hipertensão e Cardiologia Dr. José Nazaré

7 Importância da dieta, exercício físico e restrição salina Prof. Doutor Jorge Polónia

8 O que já implementou e o que aspira a actual Direcção da SPH Entrevista com o Prof. Doutor Luís Martins

10 Medidas para prevenir a hipertensão Prof. Doutor Manuel Carrageta

11 Hipertensão arterial na mulher e no idosoDr.ª Paula Alcântara

12 Reunião dos Internos e criação do Núcleo de

Internos da SPHDr. Bruno Piçarra e Dr. Pedro Cunha

13 Expectativas do Congresso para a Medicina Geral e Familiar Dr. Luís Bimbo

14 SPH: uma Sociedade que aposta na formaçãoProf. Doutor Agostinho Monteiro e Dr. João Saavedra

15 Programa Científico

Pág. 8/9

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N ot í c i a s P R É V i a s 21 a 24 Fe V eR e i Ro 20 08

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Evento organizado por:

Edição:

Esfera das Ideias - Produção de conteúdosLargo República da Turquia, n.º 5, 11.º C 1750-250 LisboaTel.: 219 172 815 • TLM: 966 690 [email protected] www.esferadasideias.pt

Redacção: Madalena Barbosa e Rute BarbedoFotografia: Celestino SantosDesign: Diana Chaves

Aabrir

préviasNotícias

tratando-se de um encontro focado no tema da hipertensão, mas total-

mente descentralizado no que diz res-peito à disposição geográfica dos par-ticipantes, o 2.º congresso Português de Hipertensão fez os seus organizadores «percorrerem muitos quilómetros». adi-vinharam-se algumas dificuldades, mas o diálogo e as capacidades de gestão da comissão organizadora (co) tor-naram possível o delineamento dos objectivos, a elaboração de planos e a optimização das metas.

contudo, a eficiência deste processo manteve-se, sobretudo, devido à «en-trega dos membros da organização», como afiança o Dr. Rasiklal Ranchhod, vogal da comissão organizadora do deste congresso, que destaca igual-mente «a capacidade de liderança do presidente da co», o Dr. antónio Jara.

o formato não é muito diferente do habitual, até porque só assim é possí-

Preparar este 2.º Congresso Português de Hipertensão não foi tarefa fácil. O processo começou há cerca de um ano, pelas mãos da Comissão Organizadora (CO), que teve de esquematizar cada detalhe e garantir fundos para a sua concretização. O resultado está à

vista de todos, entre os dias 21 e 24, aqui, no Tivoli Marinotel.

Nos bastidores da

Organização

vel conservar «várias das históricas ima-gens de marca patentes nas reuniões de hipertensão».

Quanto às novidades deste con-gresso, há três que se podem destacar: o peso da prática clínica no desenvolvi-mento profissional dos médicos e outros intervenientes, ao nível dos cuidados de saúde primários – facto que se cons- tata, por exemplo, na sessão Plenária entre a sPH e a aPMcG e no Grande Debate interdisciplinar; o apoio aos jo-vens internos e residentes das várias es-pecialidades médicas, através do debate a cargo do Núcleo de internos da sPH; e o fomento da componente cultural que contribui para um convívio focado noutras áreas do conhecimento.

a organização passo a passotodas as tarefas obedecem a «um pro-tocolo formal de maior incidência ofi-cial e sócio-profissional. apenas o trato e a correspondência comercial são mais despidos de formalismos», explica o Dr. Rasiklal Ranchhod.

ao longo do processo organizativo, foi decidido pela co que o secretaria- do executivo e a gestão de alojamen-tos e refeições dos congressistas fossem confiados a organizações profissionais do ramo, que «podem representar uma mais-valia na execução de determina-das tarefas».

Divulgar o acontecimento foi outra das funções da comissão organizadora, que começou por passar a palavra junto dos sócios da sPH, esclarecendo, simultanea-mente, até quando poderiam ser envia-dos os resumos para as comunicações Livres. Ultrapassando as portas da socie-dade, a co chegou a organizações de cuidados primários e centros de saúde de todo o País e, aqui, «cabe realçar a colaboração de muitas sociedades cientí-

ficas e da imprensa médica».após a definição das datas e local

do congresso, os organizadores selec-cionaram uma comissão científica e passaram à fase de convite dos vários oradores portugueses e estrangeiros. De seguida, foi constituída a comissão de Honra, foram coordenadas actividades com outras sociedades científicas e pro-cedeu-se a uma série de acreditações oficiais e autorizações legais, com o objectivo de resolver as questões mais burocráticas da organização. Por fim, como nenhum evento desta dimensão se concretiza sem apoios económicos, angariaram-se fundos e patrocínios.

o Dr. Rasiklal Ranchhod distingue, neste processo, as fases de selecção do painel de discussão e do maior número possível de comunicações livres para apre- sentação oral, bem como a atitude de incentivo ao gosto dos mais jovens pela investigação clínica ou laboratorial.

Para atingir o sucesso, a Direcção da sPH determinou como peremptório «não deixar de “surfar” sobre a onda de energia que foi possível levantar no tivoli Marinotel o ano passado. Depreende-se que pretenderia, assim, maximizar o seu aproveitamento ra-cional e mais completo».

os custos de montar um congressose pensarmos que todas as etapas da organização do congresso, minuciosa-mente levadas a cabo por uma socie-dade sem fins lucrativos, implicam um custo elevado, o cenário torna-se ainda mais complexo.

a escolha do local onde se realiza-ria o congresso foi uma das primeiras questões que a co resolveu. «tendo em conta a dimensão do 1.º con-gresso Português de Hipertensão (com quase 800 inscritos) e esperando que o seu êxito motive muitos colegas a es-tarem presentes neste 2.º congresso, considerou-se que Vilamoura reunia as melhores condições para aí se realizar o evento», diz o Dr. Fernando Pinto, te-soureiro da sPH.

Uma das primeiras tarefas organiza-tivas foi averiguar as condições espa-

ciais e técnicas do tivoli Marinotel e iniciar as conversações para reservar o local de realização do congresso, bem como perceber a disponibilidade da restante hotelaria de Vilamoura e arredores.

Para isso, o tesoureiro da sPH teve de «negociar os preços propostos pelos hotéis», mas sobretudo «tentar dilatar os prazos de pagamento das prestações por eles solicitadas, que correspondem a quantias avultadas», confirma o próprio.

Para além das reservas, foi necessário assegurar as viagens dos conferencis-tas estrangeiros e tratar das ajudas de custo aos membros da co. as receitas provenientes do aluguer de espaços na área de exposição técnica, da realiza-ção de simpósios satélite, das inscrições e de outras vias estão destinadas a suportar as despesas. contudo, «estes fundos apenas começarão a ser recebi-dos após o congresso, o que multiplica as dificuldades já existentes».

aliás, o Dr. Fernando Pinto acrescen-ta, a título de exemplo, que «algumas verbas referentes ao 1.º congresso – realizado em Fevereiro de 2007 – só foram creditadas no final do ano». ape-sar das dificuldades, uma vez que a sPH «goza de boa saúde financeira», foi possível adiantar esses montantes e resolver o problema.

com vista a minimizar os vários obs-táculos económicos, a Direcção da sPH definiu que o tesoureiro da co seria o mesmo da Direcção (o Dr. Fernando Pinto), uma medida que veio facilitar os procedimentos inerentes à facturação e aos pagamentos, tornando possível «a movimentação das verbas com a agi-lidade necessária». isto contribui para «uma maior celeridade na liquidação dos valores a receber», assegura o Dr. Fernando Pinto.

assim, no final de Janeiro de 2008, «já começaram a ser emitidas e envia-das as facturas referentes aos alugueres de espaços na exposição técnica e aos simpósios satélite», com o objectivo de conseguir que, este ano, «os pagamen-tos sejam efectuados com maior facili-dade e rapidez».

Dr. Rasiklal Ranchhod

Dr. Fernando Pinto

Esfera das ideiasProdução de Conteúdos

Avenida Visconde de Valmor, n.º 12, R/C Dto. A 1000 – 291 LisboaTel.: +351 217 960 097 • Fax: +351 217 960 098E-mail: [email protected]

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21 a 24 Fe V eR e i Ro 20 08 N ot í c i a s P R É V i a s

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caros congressistas,

a organização do 2.º congresso Português de Hipertensão arterial saúda-vos, agradece a

vossa presença e deseja que as vossas expectati-vas sejam satisfeitas.

De 21 a 24 de Fevereiro de 2008, Vilamoura vai ser o palco onde centenas de intervenientes vão partilhar informações, experiências no campo da Hta, mas também na prevenção das doenças cardio e cerebrovasculares em geral. a par, ocor-rerá uma componente cultural, social e lúdica, não menos importante e complementar à componente científica.

Para a realização deste importante evento, foi decisivo o trabalho e dedicação de uma vasta equipa que, ao longo de cerca de um ano, pen-sou e montou este congresso, que todos deseja-mos que seja um grande acontecimento científico de nível não inferior ao do 1.º congresso Portu-guês de Hipertensão.

Procurámos manter a filosofia do 1.º congresso e cumprir os propósitos da missão principal da so-ciedade Portuguesa de Hipertensão: ser um fórum de actualizações, discussão e partilha de expe-riências de todos os médicos que lidam com a Hta e com a prevenção das doenças cardio e cere- brovasculares (especialistas de Medicina Geral e Familiar, internistas, cardiologistas, nefrologistas, neurologistas, endocrinologistas, obstetras e gine-cologistas, assim como os restantes profissionais de saúde que se preocupam com a abordagem do doente hipertenso).

tendo presente que as doenças cardio e ce-rebrovasculares constituem a principal causa de morbilidade e mortalidade em Portugal, que os

acidentes vasculares cerebrais (aVc) ocupam o primeiro lugar e têm como principal causa a Hta, e cientes do papel fundamental que cabe aos médicos de Medicina Geral e Familiar, tivemos o cuidado de os envolver na comissão organiza-dora do congresso e de incluir no programa uma sessão Plenária conjunta, presidida pelos presi-dentes da sPH e da aPMcG, que julgamos poder a vir a ser um ponto alto deste 2.º congresso.

Destacamos, ainda, do programa a organiza-ção de nove simpósios da indústria Farmacêutica (sem sobreposições nos horários); as sessões de comunicações (recebemos 80 trabalhos, tradu- zindo uma importante vertente da investigação clínica); o «Grande Debate interdisciplinar», moderado pela jornalista Judite de sousa; os «Pequenos-almoços de trabalho», com temas práticos; a «Reunião de Jovens internos»; as con-ferências (com cinco convidados estrangeiros de grande nome internacional); as seis mesas-redon-das; uma exposição de pintura; as exposições de fotografia (uma das quais aberta aos sócios da sPH e de tema livre) e, ainda, a conferência final por um convidado especial que nos falará do Neo-realismo.

a percentagem de doentes hipertensos não diagnosticados, não tratados e não controlados é ainda muito alta, o mesmo sucedendo com os factores de risco associados, incluindo os estilos de vida, com sedentarismo e hábitos alimentares que condicionam a obesidade central, a diabetes e a Hta.

os doentes com maior risco cardiovascular de-vem ter alvos terapêuticos mais baixos e uma in-tervenção global nos factores de risco, no sentido de se reduzir a morbilidade e mortalidade, no-meadamente prevenir os aVc, os enfartes agudos do miocárdio (eaM) e a insuficiência cardíaca congestiva (icc).

os médicos de Medicina Geral e Familiar têm um papel crucial e insubstituível numa intervenção concertada para modificar este panorama e, com este programa, procuramos mostrar que temos de trabalhar em conjunto, que isso é possível e que gostaríamos de os integrar na nossa sociedade.

Levar ao grande público, para quem o nosso trabalho se destina, algumas das nossas mensa-gens foi também um dos objectivos que norteou o nosso trabalho.

a todos um bom congresso.

o presidente da comissão organizadoraantónio Jorge Jara

Desenhar a

saúdePor vezes, uma imagem vale mais

do que mil palavras. Quando tal não acontece, poderá, pelo menos, ser um importante veículo de transmissão de

mensagens. Pode, por exemplo, ilustrar o combate à hipertensão arterial.

Da intersecção da arte com a Medicina, no imaginário de carlos teixeira, artista plástico, surgiu a pintura ilus-

trativa do 2.º congresso Português de Hipertensão. Pa-ralelamente às várias actividades do programa científico, do primeiro ao último dia deste congresso, é dada a possibilidade de conhecer o trabalho deste pintor, através de uma exposição que reúne algumas das suas obras mais marcantes.

Relativamente à pintura especialmente concebida para ilustrar este congresso, o autor explica que «acabaram por ser as noções que se prendem com o senso comum a conduzir o processo», no qual «a ideia dominante foi o exercício físico ao ar livre». incentivar a estilos de vida mais saudáveis é, portanto, a mensagem principal da pintura. Uma imagem onde se conjugam «o verde do ambiente», «o vermelho sanguíneo associável à hipertensão» e a presença de alimentos, que «chamam a atenção para a importân-cia da boa prática alimentar na prevenção e controlo da doença», vem acrescentar ao trabalho de carlos teixeira uma componente expressiva «mais próxima da ilustração».

No seu diálogo com a pintura, o artista utiliza o con-ceito do corpo como suporte, expressando, assim, as suas «preocupações plásticas e es-téticas», como pode constatar quem visitar a exposição La Donna è Mobile, patente aqui no tivoli Marinotel, que versa sobre temáticas exteriores às do congresso. com 44 anos, carlos teixeira desenvolve tra-balhos plásticos há uma década, embora o interesse por esta arte lhe tenha surgido em tenra idade. a sua última grande exposição foi na ArtExpo New York de 2007, onde integrou uma equipa de autores nacionais.

2.ºBem-vindos ao Congresso Português de Hipertensão

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O que pode encontrar nas páginas da Revista

• Estudos clínicos e laboratoriais originais e de reconhecido interesse científico;• Trabalhos inovadores de investigação básica e aplicada;• Casos clínicos de interesse pela sua raridade, complexidade ou didactismo;• Estados da arte ou revisões sobre temas de particular actualidade;• Normas/recomendações nacionais ou internacionais;• Comentários a publicações consideradas importantes ou polémicas;• Comunicações apresentadas em congressos/reuniões nacionais ou internacionais;• Entrevistas, debates e notícias sobre temas particularmente pertinentes;• Editoriais.

Factos

A Revista Portuguesa de Hipertensão e Risco Cardiovascular, que vai no seu 3.º número, está a ser distribuída neste 2.º Congresso Português de Hipertensão. Terá, portanto, a oportunidade

de saber as últimas novidades da área através do órgão oficial da Sociedade.

Divulgar as mensagens sobre a Hipertensão arterial de uma

forma mais eficaz, para os médi-cos sócios ou não sócios e para as outras sociedades científicas, é uma das prioridades da sociedade Por-tuguesa de Hipertensão (sPH). Por isso, em setembro de 2007, nasceu mais um instrumento que vai ajudar a concretizar este objectivo – a Revista Portuguesa de Hipertensão e Risco Cardiovascular.

De periodicidade bimestral, esta revista vai no seu 3.º número (referente aos meses de Janeiro/ /Fevereiro), que está a ser dis-

graves problemas de saúde pública», refere o Prof. Braz Nogueira.

Para além de dar a conhecer vários documentos científicos, a Revista Portu-guesa de Hipertensão e Risco Cardio-vascular tentará, também, fomentar a in-vestigação na área da Hipertensão, «o que depende da colaboração empenha- da e efectiva de todos os médicos e in-vestigadores das várias especialidades ou áreas que tenham como elo comum a Hipertensão arterial e o risco cardio-vascular», salienta o professor.

«aceitei o honroso (e irrecusável) convite do Prof. Luís Martins, presidente da nossa sociedade, para ser o editor- -chefe desta Revista e estou convicto de que os objectivos serão certamente atingidos. Para isso, conto com o Dr. Ví-tor Ramalhinho, como editor-adjunto, e com os colegas que constituem os con-selhos científico e redactorial. conto também com a colaboração de todos os que verdadeiramente “querem” que esta revista seja uma realidade», de-clara o Prof. Braz Nogueira.

Alguns conteúdos do último número

• Artigo do Prof. Doutor Massano Cardoso referente aos problemas relacionados com a HTA e o seu (não) controlo. O autor sugere algumas alterações na atitude de prevenção, tendo como preocupação central o número elevado de AVC, destacando os malefícios do consumo excessivo de sal. Para além da rotulagem dos alimentos com indicação do seu teor salino, este artigo propõe a criação do «Dia do Sal», de modo a chamar a atenção com mais «vigor e difusão»;

• Texto do Prof. Doutor Fernando Nobre sobre a importância do controlo eficaz da pressão arterial, onde são referidas algumas indicações das «V Directrizes Brasileiras de Hipertensão». É de salientar que esta é a primeira (das muitas que se esperam) colaboração de um especialista estrangeiro;

• Artigo da Dr.ª Susana Betoquine e seus colaboradores acerca das alterações psicológicas e de qualidade de vida nos hipertensos relativamente aos normotensos;

• Texto do Dr. Alves Martins e seus colaboradores que apresenta uma revisão detalhada sobre a hipertensão refractária, as suas causas e eventuais soluções terapêuticas;

• Entrevista com o Dr. José Manuel Boavida, autoridade no campo da Diabetologia e Coordenador Nacional do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes, salientando a relação entre a Hipertensão Arterial e a diabetes.

tante lacuna que existe em Portugal no campo da Hipertensão arterial, patolo-gia tão frequente entre nós, comum a várias especialidades e que é um dos factores de risco mais significativos da elevada morbimortalidade cardiovas-cular, constituindo, assim, um dos mais

Último número da Revista da SPH em circulação neste Congresso

Prof. Doutor Braz Nogueira

tribuído neste congresso. «a divul-gação de informação inovadora e útil a uma prática clínica correcta e actualizada» é o objectivo central desta nova publicação da sPH, como revela o seu editor-chefe, o Prof. Doutor J. Braz Nogueira. será, portanto, mais uma forma de reforçar a contribuição da sPH para «o eficaz controlo e prevenção da hipertensão arterial e das patolo-gias com ela relacionadas, que têm efeitos devastadores na vida dos por-tugueses».

como órgão oficial da sPH, estas páginas poderão «colmatar uma impor-

Quer saber mais sobre o Neo-realismo em Portugal?

a comissão organizadora decidiu preparar uma surpresa para o final

deste congresso, dando lugar a uma conferência de encerramento que abor-

dará o «Panorama sobre o movimento do Neo-realismo português».

o convidado especial é o Prof. Ví-tor Viçoso que, às 12h00 de domingo,

falará aos congressistas sobre esta «cor-rente de pintores e escritores do con-tra». o antigo professor de Literatura e cultura Moderna Portuguesa, da Facul-dade de Letras de Lisboa, foi indicado por David santos, director do Museu do Neo-realismo, em Vila Franca de Xira. trata-se de um espaço dedicado a esta corrente que marcou a primeira metade

do século XX e inspirou escritores como Fernando Namora ou Miguel torga.

esta conferência vem reavivar a memória dos que ainda viveram as manifestações do Neo-realismo e tentar arrastar os mais jovens nesta corrente, pois, «para inventar o futuro, há que conhecer o passado», salienta o Prof. Vítor Viçoso.

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21 a 24 Fe V eR e i Ro 20 08 N ot í c i a s P R É V i a s

Medidas nacionais

Quando, em 2005, assumiu o cargo de coordenador Nacional para

as Doenças cardiovasculares, do alto comissariado da saúde, e de presidente da comissão de coordenação do Pro-grama Nacional de Prevenção e controlo das Doenças cardiovasculares, ao Prof. Doutor Ricardo seabra Gomes foi lançado o repto de reduzir a mortalidade cardio-vascular em Portugal. tarefa complicada, tendo em conta que se trata da principal causa de morte em todo o mundo.

Houve, então, que definir um caminho e traçar estratégias de actuação. Desde logo, o coordenador percebeu que era necessário melhorar o atendimento diag-nóstico do enfarte agudo do miocárdio (eaM) e do acidente vascular cerebral (aVc). «enquanto o tratamento da fase aguda da doença coronária já estava desenvolvido, quer com a trombólise, quer com as angioplastias primárias, no aVc encontrei um atraso muito grande», lembra o Prof. Ricardo seabra Gomes.

em Portugal, a mortalidade nos hos-pitais é ainda elevada. cerca de 15% das mortes hospitalares são devidas aos aVc e 10% estão relacionadas com os eaM. No entanto, a maioria das mortes – 70% a 80% – não ocorre nos hospi-tais. Por isso, nestes dois últimos anos, a prioridade da coordenação para as Doenças cardiovasculares foi desenvol- ver os cuidados na fase pré-hospitalar.

assim, decidiu-se apostar na melhoria das Vias Verdes do enfarte agudo do Miocárdio e do aVc, como estratégias

Nestes dois anos à frente da Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares, o grande desafio do Prof. Doutor Ricardo Seabra Gomes foi desenvolver os cuidados de saúde na fase pré-hospitalar para reduzir a mortalidade por enfarte agudo do miocárdio (EAM) e AVC. As Vias Verdes do EAM e do AVC estão já implementadas. Mas falta ainda que a população saiba disto.

organizadas de encaminhamento dos doentes para os hospitais mais habilitados a dar resposta a estes casos. antes disso, para haver «uma linguagem comum», a coordenação criou um documento, que foi lançado sob a forma de livro em abril de 2007, com as Recomendações para o tratamento na fase aguda e pré-hospi-talar do eaM e do aVc.

«as Vias Verdes já estão implementadas em todo o País, tendo a coordenação definido os hospitais com Urgências Po-livalentes e Médico-cirúrgicas que serão os «pontos de rede» das urgências car-diovasculares, embora os hospitais com Urgência Básica ainda não estejam com-pletamente definidos. Neste momento, estamos em fase de aumento progressivo da capacidade de resposta do instituto Nacional de emergência Médica (iNeM), para o transporte rápido dos doentes aos hospitais mais adequados e já definidos», adianta o Prof. seabra Gomes.

29 Unidades de aVc até ao final de 2008Nas grandes cidades, é muito rápido levar os doentes para um hospital que tenha capacidades de fazer intervenção coronária percutânea (angioplastia), mas, no interior do País, o mesmo já não se passa. as recomendações dizem que é possível tratar o enfarte nas primeiras duas horas após o aparecimento dos sintomas e que é tão eficaz a adminis-tração de trombolítico na veia como a angioplastia primária. Por isso, diz o Prof. seabra Gomes, «já não se com-

preende que a pessoa venha de longe, muito tempo depois do início dos sinto-mas, para desobstruir a artéria».

No enfarte agudo do miocárdio, já se começou a administrar trombolítico nas ambulâncias, nos centros de saúde e nos serviços de urgência básica. «este tratamento poderá vir a beneficiar muitas pessoas, sobretudo do interior do País, pois já não será preciso levá-las para os centros de angioplastias, que podem ficar muito longe.»

No caso dos aVc isquémicos, deve administrar-se o trombolítico até às três horas após o início dos sintomas, mas, antes disso, é necessário fazer uma tac (tomografia axial computorizada) para ter a certeza de que se trata de um aVc isquémico (os mais frequentes) e não de um aVc hemorrágico.

Dada esta necessidade, no caso dos aVc, os doentes têm de ser encaminha- dos para hospitais com Unidades de aVc e acesso a tac. «em 2005, havia nove Unidades de aVc. Neste momen-to, temos 20 e vamos acabar 2008 com 29. Por isso, as Vias Verdes do aVc vão ficar, durante 2008, quase tão cobertas como as Vias Verdes do enfarte», afirma o coordenador.

Falta anticoagulação nos doentes com fibrilhação auriculara segunda grande aposta da coorde-nação Nacional foi a formação des-tinada, essencialmente, aos médicos de Medicina Geral e Familiar (MGF).

assim, no primeiro trimestre de 2007, foi implementado um Programa de For-mação em Hipertensão e Risco Cardio-vascular Global, para os internos do primeiro ano de MGF, coordenado pelo Prof. espiga de Macedo.

segundo adianta o Prof. seabra Gomes, a terceira grande acção desta coordenação, que ainda não apareceu «no terreno», refere-se à necessidade de anticoagular os doentes com fibrilhação auricular de maior risco, de modo a evitar a embolia cerebral e o aVc isquémico.

«a fibrilhação auricular é, prova- velmente, a situação clínica que mais conduz ao aVc isquémico, sobretudo nos idosos. isto pode evitar-se com anti-coagulantes orais, que são muito pouco usados pelos médicos de clínica Geral devido ao receio das hemorragias. o controlo da hipocoagulação é sim-ples, requerendo apenas uma gota de sangue, pelo que não há razões para que não seja efectuada nos centros de saúde, como em outros países», explica o cardiologista.

Para combater este «receio» e incen-tivar os médicos que trabalham nos centros de saúde a utilizarem mais os anticoagulantes, a coordenação está quase a concluir as recomendações sobre a terapêutica antitrombótica da fibrilhação auricular escritas em portu-guês. Paralelamente, concedeu verbas às aRs para que todos os centros de saúde possam adquirir aparelhos de hipocoagulação.

Prof. Doutor Ricardo Seabra Gomes

Campanha «Seja mais rápido que um AVC/Enfarte»

As Vias Verdes estão operacionais, mas é preciso que as pessoas saibam que, mal apareçam os primeiros sintomas de AVC ou enfarte agudo do miocárdio (EAM), devem chamar imediatamente o INEM. O facto é que muitos portugueses ainda não reconhecem os sintomas e, por outro lado, também desconhecem que podem beneficiar dos corredores rápidos que são as Vias Verdes, digitando um simples número – o 112.

Por isso, no início do mês de Janeiro, a Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares lançou, para todo o País, a campanha de informação «Seja mais rápido que um AVC/ Seja mais rápido que um enfarte».

Primeiro, apareceram os cartazes e outdoors nas ruas, estações de metro e autocarros, depois os spots de rádio e, no final do mês de Janeiro, a actor Ruy de Carvalho e a fadista Mariza começaram a aparecer na versão televisiva desta campanha, que está a passar na RTP, SIC e TVI, apontando os sintomas do enfarte e do AVC e incentivando a chamar, de imediato, o INEM.

Actuar na fase pré-hospitalar para reduzir a mortalidade

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Opinião

avaliação do doente com hipertensão arterial

as guidelines para o tratamento da Hta fo-ram publicadas pelas sociedades europeia

de Hipertensão (seH) e de cardiologia (sec), em 2003, primeira vez. Recentemente (Junho de 2007), foram objecto de reformulação. trata-se de um texto extenso de recomendações que tem por finalidade retratar a situação actual da Hta na europa, com o intuito de servir de orientação para uma melhor análise clínica e definir regras preci-sas de tratamento, na perspectiva de aumentar o número de doentes controlados.

É objectivo da seH promover uma ampla divul-gação destas recomendações através das várias sociedades Nacionais, de modo a que a reali-dade europeia possa ser adaptada a cada país, em função das diferenças culturais e socioeconómi-cas de cada um deles. Neste contexto, a imple-mentação em Portugal tem de ser ajustada a uma população com elevada prevalência de acidentes vasculares cerebrais (aVc), possivelmente relacio- nada com hábitos de ingestão salina inadequados e taxas de controlo da Hta diminutas.

contrariamente às recomendações publicadas em 2003, as actuais inserem o doente com Hta no contexto dos outros factores de risco que eventual-mente coexistam. Nessa perspectiva, é dado grande realce à actuação que tem por objectivo intervir num contexto de risco cardiovascular global e não numa lógica simplista de avaliar e tratar a Hta, menospre-zando a avaliação do risco global do doente.

este conceito deriva do facto de que a maioria dos doentes tem vários factores de risco e de que o efeito de cada um deles se potencia. em termos práticos, pode afirmar-se que um doente com Hta, dislipidemia e diabetes tem um risco cardiovascular muito maior que a soma do risco dos três compo-nentes citados. Nesse enquadramento, os doentes são divididos em grupos de muito alto, alto, médio ou baixo risco e a estratégia terapêutica é, ob-viamente, diferente para cada um deles. o valor da pressão arterial é apenas mais um factor nesta avaliação global e não, como acontecia anterior-mente, um factor isolado a condicionar a actuação terapêutica.

a avaliação diagnóstica de um indivíduo sus-peito de ter Hta deve permitir diagnosticá-lo como hipertenso ou normotenso. No caso de ter Hta, a avaliação subsequente (avaliação clínica com recurso a meios complementares de diagnóstico

considerados adequados) deve ter como objectivo a identificação do risco cardiovascular global, de modo a que a escolha da terapêutica e a altura da sua instituição sejam as mais adequadas.

terapêutica do doente com HtaNo que se refere à estratégia terapêutica, é dada grande relevância à implementação de regras que levem à modificação do estilo de vida dos doentes. Referem-se as que têm uma relação directa com o nível da pressão arterial: a sugestão é diminuir a in-gestão de sal, reduzir o peso e promover a prática de exercício físico regular. Realçam-se, também, as que têm relação com o risco cardiovascular global do doente: aponta-se para a cessação tabágica e para a necessidade de normas dietéticas, visando uma alimentação saudável.

a utilização de fármacos, no contexto do doente com Hta, é também, como não poderia deixar de ser, bastante realçada. os fármacos de primeira es-colha continuam a ser os habitualmente referidos em todas as recomendações anteriores. a necessidade de associações terapêuticas é aqui citada como fundamental na maioria dos doentes e salientam-se as associações com maior eficácia. a utilização conjunta inicial de diuréticos e bloqueadores beta é referida como menos indicada, à luz de estudos recentes, sobretudo em doentes com síndrome meta-bólica ou com diabetes.

É dado um relevo especial à adesão terapêutica, na perspectiva do médico e do doente (sugerem-se consultas frequentes e informações ao doente sobre o benefício, a longo prazo, das normas terapêuticas prescritas), e tendo em conta regras fundamentais re-lacionadas com a terapêutica (escolha criteriosa dos medicamentos, preferência por regimes adequados ao dia-a-dia do doente e opção por fármacos com um número diminuto de efeitos secundários).

Pode concluir-se também que estas reco-mendações só se tornarão úteis se forem ampla-mente divulgadas, sobretudo junto dos médicos de Medicina Geral e Familiar, principais responsáveis pelo seguimento destes doentes.

se for conseguida uma divulgação alargada, po-deremos fazer com que seja possível diagnosticar mais doentes, tratá-los e controlá-los e, dessa ma-neira, contribuir, decisivamente, para a melhoria do prognóstico dos doentes com Hta.

*Apresentadas e publicadas em Junho de 2007, no Journal of Hyper-tension 2007: 25: 1105-1187

Dr. José NazaréChefe de serviço de Cardiologia do Hospital de Egas Moniz (CHLO) Secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Hipertensão

Últimas Guidelines das Sociedades Europeias

de Hipertensão e Cardiologia*

No Pequeno-almoço de trabalho «o hipertenso na 1.ª consulta» a Dr.ª Leonor carvalho e o Dr.

Fernando Gonçalves discutirão o facto de a hipertensão dever ser tratada pelo médico de família, dada a falta de capacidade para atender os doentes nas consultas de especialidade e também pelo facto de ser uma doença que envolve várias áreas da Medicina.

«Falaremos de casos clínicos específicos e faremos uma pequena reflexão teórica, baseada nas últimas guidelines do tratamento da hipertensão arterial da so-ciedade europeia de Hipertensão», adianta a Dr.ª Leonor carvalho, especialista de Medicina interna no Hospital de santa Maria, em Lisboa.

Baixar a pressão arterial, avaliar o risco cardiovascular de cada doente e planear o seu tratamento são os ob-jectivos desta primeira consulta. ainda assim, a Dr.ª Leonor carvalho garante que «é muito mais difícil convencer um hipertenso a modificar o seu estilo de vida do que a tomar uns comprimidos». Mas, «é fundamental explicar que a Hta é uma doença crónica e que, apesar de não provocar sintomas, está sujeita ao tratamento para o resto da vida».

a Dr.ª teresa Rodrigues e o Dr. Pedro cunha são os oradores do Pequeno- -almoço de trabalho «o hipertenso no serviço de urgência». «Vamos falar da nossa experiência quotidiana, sobretu-do no que toca às ditas “crises hiperten-sivas”», avança a Dr.ª teresa Rodrigues, internista no Hospital de santarém.

É fundamental distinguir as emergên-cias hipertensivas das urgências hi-pertensivas, pois «a abordagem é com-pletamente diferente». «são situações que implicam actuações clínicas distin-tas, tendo em comum o facto de os valores tensionais se encontrarem muito elevados.» as emergências hipertensivas são situações de perigo imediato para o doente, ocorrendo lesão aguda ou progressiva de um órgão-alvo, como o cére-bro, o rim ou o coração. a terapêutica deve ser imediata e, muitas vezes, é necessária a hospitalização do doente.

No entanto, as situações mais frequentes são as urgên-cias hipertensivas, onde não há lesões de órgãos-alvo, mas foi notada uma elevação da pressão arterial. Muitas vezes, a razão prende-se com o abandono da terapêu-tica ou uma situação de stress ou de dor. «o importante é diferenciar estas duas noções e saber abordar e tratar cada uma delas», salienta a Dr.ª teresa Rodrigues.

Referindo-se às condições dos serviços de urgência em Portugal, sustenta: «Para muitos dos hipertensos que vão à Urgência só o facto de lá entrarem pode desencadear uma crise hipertensiva! É que, hoje, as urgências dos hospitais estão caóticas.»

O hipertenso na 1.ª consulta e nas urgências

A inaugurar o segundo dia do Congresso, os Pequenos-almoços de Trabalho pretendem

demonstrar uma componente de prática clínica e de interacção.

Dr.ª Leonor Carvalho

Dr.ª Teresa Rodrigues

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Importância da dieta, exercício físico e restrição salina

Opinião/Debate

cipalmente entre as crianças. acresce que a obesidade anda «de mãos da-das» com a diabetes. o exercício físi-co assume aqui um papel importante. Não é preciso fazer exercício intenso, mas andar meia hora por dia, a um passo acelerado, já é suficiente para a protecção cardiovascular.

Há estudos a demonstrar que, em Portugal, os níveis de prática de exer- cício físico são extraordinariamente baixos e, conjugando com os hábitos alimentares incorrectos, isto contribui para um aumento da obesidade e da diabetes em Portugal, que está a ser muito importante.

as previsões da oMs são catastró-ficas, pois prevêem uma evolução brutal das doenças cardiovasculares, exactamente por causa da dificuldade de adesão a este tipo de medidas e da necessidade de apostar muito no esclarecimento das pessoas.

Baixar 1g de sal/dia para salvar 2 640 vidas por anoo consumo excessivo de sal assume particular importância por duas razões: tem um contributo no desenvolvimento da Hta e Portugal é um dos países onde se consome mais sal. as expli-cações são múltiplas. em primeiro lu-gar, Portugal é dos países onde mais tarde chegaram outras formas de con-servação dos alimentos. a presença do sal passou a fazer parte inevitável da nossa alimentação até mais tarde e, assim, os portugueses habituaram-se a comer muito sal sem dar por ela.

Há um ano, fizemos um estudo na Fa- culdade de Medicina do Porto, na Uni-versidade Fernando Pessoa e no Hospi-tal de Pedro Hispano e chegámos à con-clusão que a quantidade de sal ingerido pelos portugueses, medindo a quanti-dade de sódio na urina, é de 12 gramas por dia, quando a oMs recomenda o consumo de 6g de sal por dia.

Neste estudo, participaram pessoas das várias faixas etárias e, indepen- dentemente da idade ou do facto de fazerem as refeições fora de casa, os níveis de consumo de sal eram sem-pre excessivos. o problema acresce porque as crianças até aos 6 anos de-veriam ingerir 3g de sal por dia e estão a ingerir o mesmo que os adultos, ou seja, quatro vezes mais.

está provado que o sal tem vários

os estilos de vida saudáveis, seja qual for o estádio da doença, de-

verão estar sempre presentes, porque são uma forma global de abordagem do doente com hipertensão arterial (Hta). a redução da ingestão calórica, tendo como objectivo o controlo e a redução do peso (combater a obesi-dade), o exercício físico e a restrição do consumo de sal são três das princi-pais medidas que permitem prevenir o aparecimento da doença.

Muitos estudos demonstram que as alterações nos estilos de vida são ca-pazes de reduzir a pressão arterial num número importante de doentes e podem contribuir, por si sós, para o controlo da pressão arterial em hipertensos ligeiros. isto constitui uma base de tratamento, até porque muitas destas medidas au-mentam o efeito dos medicamentos.

estamos a registar um aumento do número de obesos em Portugal, prin-

Debate interdisciplinar moderado por Judite de Sousa

A capacidade de colocar questões de forma directa e pertinente de Judite de Sousa é a mais-valia do Debate Interdisciplinar, que

conta com a participação de sete médicos.

logia; Prof. Victor oliveira, da Neu-rologia; Prof. José Luís Medina, da endocrinoligia; Prof. João Maciel, da cirurgia Geral; Dr. alfredo Loureiro, da Nefrologia; Prof. Jorge Polónia, da Me-dicina interna; e o Dr. alcindo Maciel Barbosa, presidente da aRs Norte, em representação da saúde Pública.

segundo a jornalista da RtP, hoje em dia, «a atenção pública sobre os te-mas relacionados com a saúde é muito grande e, por vezes, os médicos são demasiado técnicos, daí que haja ne-cessidade de encontrarem um discurso

mais próximo dos cidadãos». Mas a organização deste

congresso acha que também é necessário tornar a comunicação entre pares mais eficaz. «o facto de avaliarem a necessidade de melho-rar a comunicação interna é um bom sinal. os médicos têm de estar prepara-dos para interagir com o exterior e um bom princípio será perceberem que, no interior da classe, essa mesma comuni-cação terá de ser reforçada», comenta Judite de sousa.

Na sessão, a jornalista vai identificar

os principais ângulos relacionados com a hipertensão arterial e fazer circular as perguntas pelos diferentes especialistas. saliente-se que esta não é a primeira vez que Judite de sousa intervém num congresso médico, pelo que não hesita em afirmar: «É natural que se pretenda o envolvimento de um jornalista num de-bate com esta importância.»

a sPH e a comissão organizadora deste congresso querem adoptar

uma nova forma de comunicar ciência, mesmo entre médicos. a prova disso é que convidaram a jornalista da RtP, Judite de sousa, para moderar o «Grande De-bate interdisciplinar», que decorre na sex-ta-feira, 22, entre as 14h30 e as 16h00, no auditório das salas Fénix 1 e 2.

Neste debate estarão presentes os seguintes sete especialistas, que têm como elo comum o facto de lidarem com a Hta no seu quotidiano profis-sional: Prof. Luís Martins, da cardio-

mecanismos de criar doença. em primei-ro lugar, aumenta a pressão arterial, mas o problema não está só aí. Para além disso, tem efeitos tóxicos directos sobre o coração (o risco do coração aumentar de volume e de espessura está associado à ingestão de sal) e aumenta a rigidez dos vasos, levando à aterosclerose.

Portugal é dos países da europa, e provavelmente do mundo, com maior taxa de morte por aVc e morre-se mais do que por doença coronária. ora, há uma relação estreita demonstrada entre a ingestão de sal e a morte por aVc. Mas não só. o sal tem, também, um efeito facilitador de determinados problemas de estômago e Portugal é recordista europeu de cancro gástrico.

Por tudo isto, uma das medidas de saúde pública mais importantes que se tem de tomar é a redução do consumo de sal na população. É preciso que as entidades políticas estejam conscientes de que há realmente uma ingestão exagerada de sal e que é preciso alertar as pessoas para determinados tipos de alimentos que são muito ricos em sal. Uma sugestão é a colocação de um rótulo nos alimentos que informe sobre o seu teor alto de sal.

o grande problema é quando as pessoas estão a comer sal sem saber. Por isso, as atitudes correctas seriam es-clarecimento e medidas legislativas, não tanto para proibir, mas para distinguir, de uma forma muito clara, os alimen-tos salgados. se nós conseguíssemos baixar 1g de sal por dia, o que não é nada de impossível, estaríamos a salvar cerca de 2 640 vidas por ano.

Prof. Doutor Jorge PolóniaProfessor Associado da Faculdade de Medicina do PortoConsultor de Hipertensão na ULS MatosinhosConsultor científico na Universidade Fernando Pessoa

Dr.ª Leonor Carvalho

Dr.ª Teresa Rodrigues

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Entrevista

está quase a completar o primeiro ano de mandato como presidente da Di-recção da sociedade Portuguesa de Hipertensão. De então até agora, que balanço faz? Faço um balanço positivo. Dentro dos objectivos principais traçados para este biénio da Direcção, pusemos a questão de estabilizar a sociedade e conquistar espaço de comunicação. isto já foi al-cançado, porque a sPH está maior (quase duplicou o número de sócios), temos con-seguido passar as nossas mensagens e já captámos a atenção dos media.

organizámos este 2.º congresso apostando na inovação quanto à forma de comunicar, que é a terceira vertente do nosso mandato. com esse intuito, temos algumas sessões diferentes para nos permitirem mudar a forma de comu-nicar ciência.

a nossa quarta aposta – a formação – está também em andamento, pois já lançámos as bases da futura comissão de Formação da sPH. De acordo com os estatutos da sPH, a Direcção nome-ou uma comissão temporária de apoio à Direcção, que tem por incumbência a concepção dos programas de for-

Prof. Doutor Luís Martins

O combate ao consumo excessivo de sal, impulsionando a criação de uma lei para esse efeito, e a melhoria na comunicação, tanto entre pares como para a população em geral, são dois dos principais objectivos que o Prof. Luís Martins traçou para a Direcção da SPH a que preside. Saiba, através desta entrevista, que medidas já foram implementadas e o que está planeado.

mação. a sua primeira proposta já foi apresentada e, neste congresso, será anunciado o plano de actividades.

Diz que um dos grandes objectivos desta Direcção é melhorar a comuni-cação. com quem querem comunicar de forma mais eficaz?com os médicos e com a população em geral. Há mais de 20 anos sabe-mos que a hipertensão arterial é um pro- blema de saúde pública, que as suas consequências podem ser prevenidas e que pode ser eficazmente tratada. No entanto, cerca de 40% da população portuguesa é hipertensa, cerca de 2/3 dos hipertensos não sabem que o são e, dos que estão tratados e medica-dos, só 11% estão realmente contro-lados. se a mensagem está correcta e se, de um modo geral, é a mesma há 20 anos, qual a razão do insucesso? se isto não configura um problema de comunicação, eu não sei o que são problemas de comunicação.

Devemos reconhecer que estamos a comunicar mal, quer com a população em geral (doentes e não doentes), quer entre os próprios médicos. continua a

existir uma diferença muito grande entre aquilo que sabemos e o que pomos em prática e isto deve-se, pelo menos em parte, a erros de comunicação. estamos a comunicar mal, mas temos de ter a arte e o engenho de dar a volta à situa- ção e comunicar de forma mais agres-siva entre pares e para a população.

esta Direcção de que é presidente já to-mou diligências para melhorar a forma de comunicar?estudámos bem como se conquista a atenção dos media e delineámos medi-das para o fazer, que estão a resultar. Quer as acções do Dia Mundial da Hipertensão [17 de Maio] do ano pas-sado, quer o estudo, que divulgámos há cerca de dois meses, sobre a quanti-dade de sal no pão e a ingestão salina dos portugueses, tiveram muita atenção dos media.

conquistámos também a atenção da assembleia da República, nomeada-mente do Grupo de saúde do Partido socialista (Ps) e das associações de panificação. tive a grata surpresa de ver pessoas nas padarias a perguntar pelo pão sem sal, algo que há seis me-

ses era impensável. esta foi a primeira estratégia – passar mensagens isentas e cientificamente correctas, que desper-tem a atenção.

e quais serão as próximas estratégias?Neste momento, estamos a pensar no que poderemos fazer mais. Pessoal-mente, acho que devemos desenhar campanhas de comunicação bem mais agressivas do ponto de vista da comu-nicação para o grande público.

a principal causa de morte em Por-tugal – o aVc – é consequência da hipertensão. Maioritariamente, as pes-soas ainda pensam que se trata de uma consequência inevitável do avanço da idade e que só acontece aos outros. ora, as estatísticas mostram que, em Portugal, se não fizermos nada para alterar a situação, mais de um terço da população vai morrer de aVc. É preciso tomar consciência de que a Hta é um problema grave e que, como não dói, só se manifesta nas consequências dos estragos registados ao longo dos anos.

Pensa lançar esta campanha de comu-nicação mais agressiva ainda no decor-rer do seu mandato?sim. temos de motivar as pessoas para o tratamento e alertar para os princi-pais factores de risco. o combate ao consumo excessivo de sal é uma acção importante que programámos para esta Direcção. temos perfeita consciência de que, se conseguíssemos diminuir o consumo diário de sal em três/quatro gramas nos próximos cinco/seis anos, esta seria a maior medida de saúde pública dos últimos 50 anos.

No entanto, a nós, sociedade cientí-fica, compete-nos apenas alertar e não legislar. temos o dever de assegu- rar informação isenta e cientificamente correcta, podendo fornecer aos órgãos que detêm a capacidade legislativa as evidências concretas que necessitam para a base de uma legislação eficaz.

estamos em conversação com o Grupo de saúde do Ps. os seus mem-bros conhecem bem a questão, sabem que é um problema gravíssimo de saúde pública e, felizmente, estão muito em-penhados em começar a tomar medidas nesta área.

Qual poderá ser o papel da sPH na implementação de uma legislação que vise reduzir o consumo de sal?a nós compete-nos tentar disciplinar a questão, pois a legislação cega pode ser ainda mais gravosa. se começarmos com uma legislação muito fundamen-talista numa questão que é sobretudo cultural, o êxito não será nenhum. Deve-

«Temos de comunicar de forma mais agressiva entre pares e para a população»

Presidente da Direcção da Sociedade Portuguesa de Hipertensão

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mos ter em atenção que muitos dos ali-mentos tradicionais portugueses – como os enchidos, o bacalhau ou o presunto – são de alto teor salino. Não é de um dia para o outro que se alteram hábitos ancestrais. e já não é de hoje que se alerta para os malefícios do sal.

Defendi, junto do Grupo Parlamentar de saúde do Ps, que não basta colocar a composição de sal nos alimentos, pois a maioria das pessoas não sabe qual é a diferença entre cloreto de sódio (sal) e sódio. e quase ninguém lê as fichas nutri-cionais ou as composições dos alimentos.

então qual poderá ser a solução?a minha sugestão foi colocar-se um sím-bolo, obrigatório por lei, nos alimentos que tenham um teor de sal a partir de de-terminado limite. Definir esse valor será da competência do legislador e não da sPH. Defendemos que a colocação deste símbolo deveria ser obrigatória e não a redução de sal nos alimentos. a educação das pessoas para o sig-nificado deste símbolo ficaria a cargo do poder público, das autoridades de saúde e das sociedades científicas.

Não acredito que, depois de informa-das, as pessoas escolham os alimentos com o símbolo que indica excesso de

sal. Penso que, passado algum tempo, esses símbolos terão tendência a desa-parecer: serão as leis do mercado a obrigar a indústria alimentar a reduzir o teor de sal, sob pena de perderem quota de mercado.

espero que a legislação surja ainda este ano e que seja suficientemente elás-tica para ter êxito. em minha opinião, os símbolos deverão ser um dos pilares dessa lei, pois não se estará a proibir ou impor nada. as empresas é que, se perderem mercado, se vão ver na obrigação de reduzir os níveis de sal.

contribuir para a criação desta lei é um dos objectivos do seu mandato. Para além disso, que outras acções es-tão planeadas?Quase todas as acções irão neste sen-tido. Para conquistar a atenção dos media demorei um quarto do mandato, para solidificar esta atenção vou de-morar mais outro quarto. Despertámos a atenção da assembleia da República já passava de um quarto do mandato. assim, espero que, até ao fim deste mandato, surjam medidas efectivas.

estamos também a desenvolver, em colaboração com a associação dos in-dustriais de Panificação do Norte e os

laboratórios da Faculdade de Fernando Pessoa, do Porto, vários tipos de pão saudável, com teores de sal progressivamente de-crescentes, de modo a que as pessoas não se aperce-bam que estamos a retirar sal. até ao final de Março de 2008, apresentaremos o pão da sPH.

No final deste mês, será editado um livro com conselhos alimentares e receitas especialmente concebidas por uma do-cente da Universidade Fernando Pessoa para a sPH. este livro, orientado para a população em geral, vai ter uma di-fusão nacional e procura contribuir para o controlo da hipertensão por meio de medidas dietéticas específicas e da co-zinha saudável.

imagine-se que estamos no ano de 2012. como quer que as pessoas recordem a sua passagem pela direcção da sPH?Gostaria de ser recordado pela ca-pacidade de estabilizar a sPH, de lhe dar uma orientação mais aberta e mais generalista em termos de visão, de intervenção e de proximidade com

a população. tudo isto sem descurar o papel fundamental da sPH – prestar atenção aos seus sócios.

Um outro motivo pelo qual gostaria de ser recordado é o facto de ter conse- guido, de uma vez por todas, introduzir o conceito de saúde na questão da doença. Éramos, essencialmente, uma sociedade de especialistas – funda-mentalmente cardiologistas e internistas – que trabalham nos hospitais, onde só chegam os doentes mais graves. Mas, felizmente, na sua maioria, os hiperten-sos não são doentes de alto risco, mas sim de risco baixo ou intermédio. enfim, gostava de ser recordado por ter con-gregado à volta da sPH as diversas es-pecialidades envolvidas nesta questão.

«Experimentem as novidades que vamos apresentar neste Congresso»

Pode-se dizer que a realização do 2.º congresso Português de Hipertensão foi uma meta alcançada da sua Direcção? a ver vamos. em termos de montagem e concepção do programa, foi um desafio alcançado, mas só o congresso nos dirá se corre bem. os dois dias iniciais dos congressos são essenciais e penso que, na sexta-feira à noite, poderei dizer se foi um objectivo plenamente alcançado. Neste momento, tudo nos leva a crer que sim.

Disse que este congresso apresenta dife- renças. a que se refere concretamente?Uma grande diferença é termos na comissão organizadora um colega da Medicina Geral e Familiar, pois este tam-bém é um congresso para eles. Depois, há duas sessões em que apostámos muito. Uma é a sessão conjunta entre a sPH e a aPMcG com casos clínicos, discussão aberta e televoto. Não será uma palestra tradicional, os moderadores não sabem o que será apresentado, por isso estarão em pé de igualdade com a assistência que vai poder discutir os casos clínicos.

a outra sessão será um debate científico moderado sob o ponto de vista jornalístico. Vamos ter a forma de

comunicar de uma jornalista – a Dr.ª Ju-dite de sousa – que vai moderar sete médicos de especialidades diferentes, mas que, profissionalmente, lidam com o risco cardiovascular. os especialistas do painel não terão slides e não sabem para que lado vai a discussão. Vão ter de apresentar e defender os seus pontos de vista assentes, essencialmente, no seu conhecimento científico e na sua prática clínica diária.

Pela primeira vez, não há simpósios satélite simultâneos. com esta estratégia, garantimos que um simpósio sem quali-dade não tem assistência.

Quer deixar alguma mensagem aos membros da comissão organizadora deste congresso?Quero dar-lhes os parabéns por tudo o que fizeram, pelo esforço titânico que é montar um congresso «longe de casa». só lhes tenho a agradecer, pois estou certo de que deram o seu melhor. a parte organizativa, neste momento, é um êxito e reflecte o trabalho de toda a gente, sem querer realçar ninguém. É óbvio que o presidente da comissão or-ganizadora (co), o Dr. antónio Jara, é a

pessoa a quem quero testemunhar o meu mais sincero agradecimento.

como presidente da Direcção e sócio da sPH, a todos manifesto o meu reco-nhecimento e agradeço, publicamente, o empenho e o esforço. sei que uma organização com esta dimensão é muito exigente e só com grande dedicação e muitos sacrifícios pessoais foi possível conduzi-la a bom porto.

e aos congressistas, o que quer dizer?a mensagem principal é: experimentem as novidades que vamos apresentar neste congresso e, sobretudo, façam-nos che-gar sugestões que nos permitam melho-rar a nossa comunicação. esta Direcção e esta comissão organizadora estarão sempre disponíveis para ouvir todas as sugestões que nos queiram fazer.

Neste congresso, podem encontrar uma caixa para deixar sugestões sobre o que acham útil, o que pode ser mu-dado ou quais são as áreas de melhoria. o objectivo é que o congresso da sPH possa continuar a ser o centro principal de comunicação e de troca de ideias entre todos os que têm como objectivo tratar a Hta e suas consequências.

Organizar o 2.º Congresso da SPH logo no primeiro ano de mandato foi um dos objectivos que a Direcção encabeçada pelo Prof. Luís Martins conseguiu alcançar. E, como o próprio admite, tal não seria possível sem «a dedicação e muitos sacrifícios pessoais» dos membros da Comissão Organizadora.

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Interacção SPH/FPC

o assunto não é novo, mas é preciso insistir, porque «os portugueses es-

tão sensibilizados, mas nunca suficiente-mente, para a importância da prevenção cardiovascular», como frisa o Prof. Dou-tor Manuel carrageta, presidente da Fundação Portuguesa de cardiologia (FPc) e director do serviço de cardiolo-gia do Hospital Garcia de orta.

as doenças cardiovasculares (DcV) constituem a maior causa de morte em Portugal e continuam, apesar de al-guns progressos, a tirar a vida a uma população ainda não completamente consciente deste problema. as causas prendem-se com os «estilos de vida prevalecentes na nossa sociedade» e devido aos factores de risco cardiovas-cular serem assintomáticos.

esta ausência de sintomas faz com que a hipertensão arterial seja subes-timada pela população em geral e também pela comunidade médica, que tem «um problema na própria noção dos valores normais da pressão arte-rial». Na verdade, «os valores óptimos são iguais ou inferiores a 120 mmHg de pressão sistólica e 80 mmHg de pressão diastólica e poucos de nós actuamos em função destes dados», observa o presidente da FPc.

a principal dificuldade no combate às doenças cardiovasculares é, pois, «o ambiente em que vivemos, que impele a população a ter uma vida sedentária, baseada numa alimentação rica em calorias e sal, como a fast food».

Que conduta seguir para evitar a Hta?«existem muitas maneiras para tentar ajudar não só a prevenir a hipertensão arterial como a controlá-la», garante o Prof. Manuel carrageta. essas atitudes passam por um estilo de vida sau-dável, assente num regime alimentar adequado e na prática de actividade física diária. a dieta deve ser rica em vegetais, fruta, lacticínios magros e, por outro lado, pobre em gorduras saturadas. Paralelamente, é necessário reduzir o consumo de sal, controlar o peso e não fumar.

associado a este regime alimentar deve haver ainda uma limitação no

Como prevenir a HTA?Grande parte da população hipertensa não sabe que o é. Não ter sintomas, para muitos, significa não sofrer de qualquer doença. Trata-se de uma ideia errada e urge

desvanecê-la, substituindo-a por uma atenção redobrada aos perigos da hipertensão arterial, que chegam silenciosamente.

consumo de álcool: «as mulheres não devem beber mais do que um ou dois copos de bebida alcoólica por dia e os homens podem beber, no máximo, três copos». apesar disso, segundo alguns estudos, o consumo moderado de vinho tinto associa-se não só a uma redução da doença coronária como do desenvolvimento de diabetes.

É importante, também, segundo acon- selha o presidente da FPc, «combater o stress diário, ter algum tempo para relaxar e praticar actividade física». e não importa tanto a intensidade, mas antes a duração do exercício físico; por exemplo, em termos de prevenção cardiovascular, não há vantagem signi-ficativa da corrida sobre a marcha.

a prevenção das doenças cardiovas-culares requer um controlo óptimo da pressão arterial. a esse nível, o Prof. Manuel carrageta sugere o desenvolvi-mento de programas para ensinar a população a medir a pressão arterial em casa, visando dar maior autonomia e co-responsabilizar ao doente, o que irá facilitar o controlo da mesma.

a probabilidade de se vir a sofrer de doenças cardiovasculares dispara quando se associam à Hta outros problemas. a obesidade, por exem-plo, gera «toda uma constelação de factores de risco que se desenvolvem e agravam, aumentando o risco das complicações da hipertensão arterial», afirma o cardiologista. Por outro lado, «existem duas outras epidemias que também estão a crescer, relacionadas

igualmente com a Hta: a diabetes e a apneia obstrutiva do sono».

Quando falamos em hipertensão arterial é obrigatório reflectir sobre o consumo de sal da população, so-bretudo tendo em conta que cerca de 50% das pessoas são sensíveis ao só-dio. «Reduzir o consumo de sal nestes indivíduos é essencial para diminuir a pressão arterial, mas, mais importante ainda, seria a introdução de um pro-grama, por via legislativa, que asse- gurasse uma redução da quantidade de sal acrescentada aos alimentos proces-sados», propõe o Prof. carrageta.

em Maio, juntos no combate à hipertensãoPara sensibilizar e educar a população no caminho da prevenção e controlo das doenças cardiovasculares, a Fundação Portuguesa de cardiologia e a sociedade Portuguesa de Hiperten-

são (sPH) entenderam que as iniciati-vas de «Maio – mês do coração» deste ano deveriam ser dedicadas à hiperten-são arterial, um dos principais factores de risco de doença cardiovascular.

«Na área da hipertensão arterial ainda há muito a fazer», afirma o Prof. Manuel carrageta. embora se tenham registado progressos, continua a ser «o maior problema da saúde pública no País», pois há «uma percentagem elevadíssima de hipertensos não iden-tificados, não tratados e sobretudo não controlados, o que se reflecte em grande medida no elevado número de eventos cardiovasculares que ocorrem na população portuguesa».

«temos várias actividades programa-das para Maio», adianta o presidente da FPc. «Vão haver spots na televisão e na rádio, vão ser afixados cartazes, mensagens nos autocarros, anúncios nos jornais, sessões informativas, ras-treios em massa, entre outras iniciati-vas», de modo a alertar os portugueses para um problema sobre o qual há um trabalho imenso a fazer.

«combater com sucesso a hiperten-são arterial implica a colaboração de todos, porque não basta apenas o esforço individual do doente. têm de existir iniciativas que envolvam sociedades científicas, fundações, farmácias, médicos, enfermeiros, políti-cos, a opinião pública e os doentes», diz o Prof. carrageta, salientando o exemplo desta «aliança» entre a FPc e a sPH nas acções de «Maio – mês do coração».

Prof. Doutor Manuel Carrageta

Prevenção pode começar nas escolasComo a hipertensão arterial é o maior problema de saúde pública em Portugal, acho que as escolas deveriam ter, dentro do programa de educação para a Saúde, uma área dedicada a esta questão. Os jovens são vitais para mudar a cultura de uma população e essa educação para a Saúde levá-los-ia a seguir uma vida mais saudável e, ao mesmo tempo, preventiva da hipertensão arterial.

Para isso, seria necessária uma componente prática que incluísse a aprendizagem da automedição da pressão arterial e, simultaneamente, nas cantinas escolares deveria ser obrigatório um menu saudável. Assim, as crianças e os jovens levariam esses hábitos e essa mensagem para casa e conseguiriam influenciar positivamente os hábitos alimentares da família.

As escolas devem ser o objectivo central de grande investimento na educação para a Saúde, sensibilizando os mais jovens para estas questões que são vitais – mais importantes, por exemplo, do que ter de decorar os nomes dos afluentes da margem esquerda de qualquer rio!

Prof. Doutor Manuel Carrageta

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Opinião

Hipertensão arterial na mulher e no idoso

Na generalidade, podemos afirmar que, durante a infância, as ra-

parigas têm uma pressão arterial mais elevada do que os rapazes e a, partir da adolescência, esta relação inverte- -se. também durante a idade adulta, a prevalência de hipertensão tende a ser superior nos homens do que nas mulheres. contudo, após a menopau-sa, e segundo dados do NHANES III e do PAPA Study, as mulheres têm uma prevalência de hipertensão igual ou su-perior à dos homens.

as mulheres hipertensas têm valores de pressão arterial menores que os homens (quer sistólica quer diastólica), mas, a partir da sétima década de vida, os valores de pressão arterial igualam-se aos dos homens, havendo uma descida da diastólica em ambos os géneros.

as causas destas diferenças entre os sexos continuam pouco claras, mas a diversidade hormo-nal entre ambos os géneros, nomeada-mente a presença de estrogénios, parecem ser uma das causas para a pressão arterial mais baixa. contudo, esta teoria está por provar; por outro lado, não podemos esquecer a presença de elevados níveis de testosterona nos homens após a ado-lescência, que também contribuem para

uma elevação da pressão arterial.em que medida estas alterações

hormonais em ambos os sexos podem contribuir na modificação do risco car-diovascular fica por provar. sabemos que a terapêutica de substituição hor-monal na peri-menopausa não aumenta o risco cardiovascular da mulher, mas, à medida que nos afastamos da meno- pausa, o risco em mulheres sob tera- pêutica de substituição é superior do que nas mulheres que não a fazem.

em pequenos estudos, temos infor-mação que nos leva a pensar que a resposta farmacológica pode variar ou ser diferente segundo os sexos, no en-tanto, não existe nenhum grande ensaio para equacionar este problema.

olhando para os grandes ensaios,

encontramos maiores ou menores dife- renças entre sexos nos resultados; em-bora, globalmente, os efeitos benéficos sejam universais, independentemente do sexo. Porque ocorrem estas dife- renças? Mais uma vez, não temos res-

posta ao nível da Medicina baseada na evidência.

Baseando-nos na literatura disponí-vel, é lícito pensar que o risco car-diovascular, após a menopausa, não apresenta diferenças significativas en-tre sexos. contudo, a nossa actuação como clínicos, mais permissiva nas mu-lheres, pode fazer pender a balança para o lado errado.

À medida que envelhecemos, outros problemas se levantam. em ambos os sexos a pressão sistólica aumenta com a idade e a diastólica tende a diminuir. este facto prende-se com o aumento da rigidez arterial que acompanha o en-velhecimento. também nos indivíduos mais idosos ocorrem perturbações/ /disfunção dos barorreflexos e outros sistemas neuro-hormonais que facilitam o aparecimento de perfis tensionais que podem constituir problemas na escolha de esquemas terapêuticos.

se a rigidez arterial contribui para o aumento da prevalência da hipertensão sistólica isolada, as alterações neuro- -hormonais e outras parecem contribuir para o aumento da prevalência de

perfis tensionais nocturnos aberrantes e com risco aumentado, nomeadamente os chamados «dipper extremos». am-bos os perfis tensionais estão relaciona-dos com o aumento do aVc e ambos levantam problemas terapêuticos.

também nos idosos, não podemos esquecer que, devido ao envelheci-mento, estes têm uma reserva funcional diminuída, aumentando, assim, a in-cidência de efeitos adversos dos fár-macos e as interacções medicamento-sas. considerando que os idosos têm múltipla patologia, com necessidade de múltiplos fármacos actuando em sistemas e órgãos diversos, o potencial para as interacções medicamentosas e suas complicações é enorme.

com base nestes pressupostos e outros, achámos justificarem-se mesas- -redondas ou conferências dedicadas a populações particulares como a mulher, a polifarmacoterapia no idoso, a hi-pertensão e a insuficiência cardíaca, a diabetes e a fibrilhação auricular, as reacções adversos com fármacos anti- -hipertensores ou a hipertensão e o uso de anti-inflamatórios não esteróides.

Dr.ª Paula Alcântara Especialista de Medicina Interna

do Hospital de Santa Maria

Dr.ª Paula Alcântara congratulamo-nos com o facto de

a participação neste congresso ter excedido, largamente, as nossas ex-pectativas. o número de trabalhos/ /resumos enviados quadruplicou em relação à média habitual. este interesse não só contribui, significativamente, para o sucesso do congresso, mas é também uma clara demonstração de que a hipertensão arterial é motivo de preocupação para muitos de nós.

De Norte a sul do País, temos

Trabalhos sob a forma de resumo quadruplicaram

novos participantes dentro das várias especialidades médicas que estão, di-recta ou indirectamente, envolvidas na prevenção, diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial. todos os traba- lhos foram apreciados pela comissão cientifica (co) e classificados se- gundo a sua relevância, originalidade e qualidade. com esta classificação e por ordem decrescente, escolhemos 18 trabalhos para comunicação oral seleccionada e 36 para comunicação de Poster.

Mas, a fim de todos os trabalhos envi-ados terem a sua oportunidade e serem motivo de discussão mais ou menos elaborada, a comissão organizadora decidiu que todos eles devem ser ex-postos, sob a forma de poster na sala Neptuno, durante toda a duração do congresso.

a co decidiu também instituir um prémio simbólico para cada categoria de trabalhos, nomeadamente prémio para a melhor comunicação oral, Prémio para a Melhor comunicação de

Poster e Prémio para o Melhor Poster. Um júri, constituído para cada catego-ria, apreciará os trabalhos e decidirá sobre a atribuição dos prémios.

esperamos que, em presença dos Posters, a discussão, as críticas e a troca de ideias seja activa e calorosa para benefício de todos. esperamos que esta tendência seja de futuro e a participação activa com os trabalhos de investigação continue a crescer.

a todos, um excelente congresso e sucesso no seu trabalho.

“A nossa actuação como clínicos, mais permissiva nas mulheres, pode fazer pender a balança para o lado errado ”

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N ot í c i a s P R É V i a s 21 a 24 Fe V eR e i Ro 20 08

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Novas iniciativas

o congresso Português de Hi-pertensão apresenta, nesta sua

2.ª edição e pela primeira vez, um es-paço dedicado ao encontro e troca de ideias entre os médicos internos. a reu- nião «Hipertensão arterial na perspec-tiva do interno» terá lugar no sábado, dia 23, entre as 7h30 e as 8h30, na sala Lince, sob a forma de um peque-no-almoço de trabalho matutino.

«Num mundo cada vez mais global, sobretudo na área da Medicina, pode-mos e temos quase o dever de partilhar os nossos conhecimentos, para que, em conjunto, possamos oferecer aos nossos doentes os melhores cuidados e trata-mentos possíveis», afirma o Dr. Bruno Piçarra, interno de cardiologia do Hos-pital Distrital espírito santo (Évora) e um dos impulsionadores desta reunião.

este encontro de médicos internos foi criado e pensado para que todos os participantes «possam discutir, de forma descontraída e aberta, diversas temáti-cas relacionadas com a Hta». assim, será dada a cada um a possibilidade de «aflorar assuntos que não sejam de-batidos neste congresso, aprofundar outros já referidos nas diversas sessões, ou somente partilhar as suas dúvidas e experiências com os internos de outras

Médicos Internos reúnem-se neste Congresso

Pensando no futuro da prevenção, controlo e tratamento da hipertensão, a SPH apoia os médicos mais jovens que se deparam com este problema.

A criação do Núcleo de Internos da SPH é uma prova disso e, neste Congresso, há um tempo e um espaço para que os Internos partilhem

ideias sobre esse futuro de combate à HTA que têm pela frente.

especialidades», explica o Dr. Bruno Piçarra.

a convergência de conteú-dos e procedimentos de várias áreas pode ajudar a combater a hipertensão e a ter outra ati-tude face a este grave proble-ma da saúde pública nacional. «apesar das características únicas de cada especialidade, este é um tema comum que nos une a todos», sublinha o interno de cardiologia.

entre os vários assuntos em debate nesta reunião, haverá uma apresentação interactiva, com o título «Que fármaco utilizar para tratar o doente hi-pertenso?», que versará sobre algumas das maiores dúvidas dos internos nesta área, tendo em conta a especificidade de cada doente e a dificuldade que existe, por vezes, na escolha da melhor via terapêutica.

sendo um espaço de exclusiva respon-sabilidade dos internos, «cada um dos intervenientes pode considerar-se como peça fundamental no planeamento do programa deste pequeno-almoço, que primará pela «flexibilidade necessária»

para ir de encontro às «questões mais pertinentes que cada um apresenta», an-tecipa o Dr. Bruno Piçarra.

o Núcleo de internos da sPH está aberto a todos os que demonstrem interesse pela área da Hipertensão arterial e quem estiver interessado em conhecer melhor os seus principais ob-jectivos e propósitos terá, nesta reunião

de internos, a oportunidade ideal. Para os que, como o próprio, agora

se iniciam num percurso profissional que, tantas vezes, se cruzará com a hipertensão arterial, o Dr. Bruno Piçarra deixa uma mensagem: «a relevância da Hta não diz apenas respeito ao seu passado ou presente, mas, fundamental-mente, ao seu FUtURo. este congresso oferece aos internos – futuros especia- listas – uma oportunidade, para que, desde já, possam começar um trabalho de cooperação e partilha, em prol da prestação dos melhores cuidados aos nossos doentes na área da Hta.»

Núcleo de internos congrega diferentes especialidadesao criar o seu Núcleo de internos – o NisPH – a sociedade Portuguesa de Hipertensão provou, uma vez mais, que aposta na «congregação do es-forço técnico de diferentes especiali-dades médicas e é uma instituição científica abrangente e transversal no que toca ao conhecimento na área da Hipertensão arterial, em todas as suas dimensões», afiança o Dr. Pedro cunha, elemento da Direcção da sPH responsável pela coordenação da es-truturação do NisPH.

a criação deste Núcleo de internos está em curso, mas o objectivo da sPH é atingir, de forma célere, a massa crítica representativa da realidade nacional, de modo a que a estrutura orgânica e os corpos sociais do NisPH sejam definidos ainda durante o primeiro se-mestre de 2008.

segundo revela o Dr. Pedro cunha, «será solicitada à comissão temporária de Formação da sPH a estruturação de um projecto de educação médica abrangente, a partir do qual serão planificadas acções de formação diri- gidas ao NisPH». a Direcção da sPH pretende levar a cabo, no mínimo, três acções de formação anuais, incluindo a já conhecida Hypertension Summer School, e propondo que uma dessas acções passe a integrar a habitual es-trutura do congresso de Hipertensão.

No decorrer deste 2.º congresso Português de Hipertensão, estão dis-poníveis, no secretariado, as fichas de inscrição para todos os interessados em integrar o Núcleo de internos da sPH. «a Direcção da sPH coloca-se, ainda, ao dispor de todos os que pretendam colocar questões ou avançar propostas no sentido de melhor estruturar e di-vulgar o NisPH», ressalva o Dr. Pedro cunha. Para isso, basta enviar as infor-mações por correio, para a sede da sPH, ou via e-mail, para o endereço [email protected].

Dr. Bruno Piçarra Dr. Pedro Cunha

Objectivos do Núcleo de Internos da SPH

• Estruturar um plano de formação comum aos médicos internos interessados no estudo da hipertensão arterial e/ou que acompanham doentes hipertensos;

• Criar um espaço de partilha de conhecimentos entre médicos em formação, de diferentes proveniências em termos de áreas do saber;

• Estabelecer um fórum que ajude a divulgar as iniciativas científicas/académicas dos diferentes grupos nacionais e criar pontes de investigação/trabalho científico entre esses mesmos grupos;

• Fortalecer e alargar a rede de clínicos com conhecimentos abrangentes na abordagem multifacetada do doente hipertenso;

• Incentivar a estruturação de documentos que espelhem a produção científica e o trabalho clínico dos médicos internos, através do órgão oficial da SPH - a Revista Portuguesa de Hipertensão e Risco Cardiovascular.

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Opinião

Expectativas do Congresso para a Medicina Geral e Familiar se já não é fácil discorrer sobre ex-

pectativas em termos pessoais e in-dividuais, será, sem dúvida, muito mais difícil falar das expectativas que terão, no seu conjunto, os médicos de Me-dicina Geral e Familiar presentes, e do proveito que poderão retirar deste 2.º congresso Português de Hipertensão.

Não estou a falar em nome de nin-guém, não falei com todos, mas aque-les com quem falei têm opinião muito próxima. tão pouco tenho procuração passada, nem pretensões de ser exaus-tivo ou profeta, antes vou antecipar o que me parece ser o «sentir» daqueles que procuraram este evento como for-ma de reciclar atitudes e procedimen-tos, com vista a agilizar e aperfeiçoar o seu «mister», seja onde for que o exerçam, desde o mais afastado e iso-lado recôndito do País ao local mais mundano e cosmopolita.

idealmente, sempre que qualquer um de nós se desloca a um congresso, curso, Jornada ou simpósio, é com a intenção de obter melhor informação, esclarecimento e formação. todavia, nem sempre assim acontece e, não raras vezes, após terminados os tra-balhos, sentimos algum desconforto, dando até por mal empregue o nosso tempo e, ainda assim, o transtorno.

as sociedades verdadeiramente científicas nunca podem ser organi-zações herméticas, mas antes devem voltar-se para o exterior, cumprindo, assim, um dos seus mais importantes desígnios, que é, sem dúvida, a divul-gação do seu «saber» às comunidades onde estão inseridas.

este ano, o programa científico é muito cuidado, equilibrado e completís-simo, vindo ao encontro das dificul-dades sentidas, por todos nós, no nos-so dia-a-dia. Destaco sessões como: «o hipertenso na primeira consulta»; «o hipertenso no serviço de urgên-cia»; «Guidelines actuais»; «Hta em populações especiais - mulheres, ado-lescentes e grávidas», etc. trata-se de um rol de temas muito actualizado, que acrescenta, estou certo disso, mais-vali-as aos nossos conhecimentos e reforça os que, na verdade, já possuíamos.

Numa altura em que a actual Di-recção da sociedade Portuguesa de Hi-pertensão (sPH) diligencia no sentido de escancarar, de par em par, uma janela de oportunidades aos médicos de Me-dicina Geral e Familiar, como a partici-pação, de uma forma nunca antes vista, no seu congresso e, particularmente, na sessão Plenária. seria, pois, um desper-dício não aproveitar tamanha facilidade

e o seu evidente potencial.aproximam-se novos tempos em que,

na saúde das comunidades, terá de ser dado ainda mais realce aos aspec-tos preventivos. No actual panorama da Hipertensão nada, ou muito pouco, é tão simples quanto o era mesmo há bem poucos anos. os colegas com quem tenho conversado têm consciên-cia disso e esperam, sobretudo, que este congresso lhes traga o que de mais actual existe no vasto campo da Hipertensão, quer a nível nacional, quer mundial, agora que esta «antiga» e individualizada entidade nosológica é considerada, com maior proprie-dade, doença hipertensiva. o objec-tivo é que possam ficar actualizados e venham a dispor de «ferramentas» fundamentais, independentemente do local ou da comunidade onde exercem a sua profissão.

será, pois, um «fórum» de partilha e de intercâmbio de experiências profis-sionais entre a Medicina Geral e Fa-miliar e outras especialidades aqui superiormente representadas, que, sem dúvida, todos aproveitarão. se de algu-ma forma modificarmos, para melhor, os nossos pontos de vista, atitudes e comportamentos, em relação a esta «doença», teremos então obtido benefí-cio para os nossos utentes.

Parafraseando Fernado Pessoa, no Mostrengo, direi que «eu aqui, enquan-to alinhavo estas linhas, sou mais que eu, sou a vontade de um colectivo» – os médicos de Medicina Geral e Familiar, que querem dar mais anos à vida, e melhor vida aos anos, dos utentes que neles confiam.

a todos os colegas, desejo muito bom proveito de tudo aquilo que aqui conseguirem apreender.

Dr. Luís BimboAssistente hospitalar graduado de

Medicina Geral e Familiar Centro de Saúde de Borba

Coro de Santo Amaro de Oeiras na Sessão de Abertura

música para cinema, teatro e partici-pações em festivais, entre tantas outras actividades. Para além da música coral propriamente dita, o coro já participou em projectos de música popular portu-guesa e música ligeira.

o coro de santo amaro de oeiras decidiu, ao longo dos anos, criar vários subgrupos, dinamizando, assim, a sua acção e abrangendo um público mais vasto. existem, hoje, o Com-Clave, um agrupamento juvenil, o Contraponto, formado pelos instrumentistas e pelo grupo Ministars, e o grupo MaisMúsi-ca, com elementos do coro infantil.

o coro infantil de santo amaro de oeiras nasceu em 1976, com um grupo de 17 crianças. Foi o primeiro em Portugal, acabando por abrir ca- minho a outros. tem participado, por

exemplo, no Natal dos Hospitais e na campanha Pirilampo Mágico, com um reportório composto por poemas de Miguel torga, Vinicius de Moraes, cecília Meireles ou Fernando Pessoa.

todas as actividades do coro de san-to amaro de oeiras são gratuitas, dado que conta com o apoio da câmara Municipal de oeiras. assim, contribui, de forma importante, para a difusão da cultura, dentro e fora do País. a primeira viagem do coro foi em 1987, para ac-tuar em França. No ano seguinte, foram a cabo Verde participar no Festival da Baía da Praia das Gatas.

Hoje, o coro de santo amaro de oeiras dá som a este 2.º congresso Português de Hipertensão, com mais uma actuação que continua a escrever a sua história. Usufrua!

A Sessão Solene de Abertura deste Congresso encerra com um momento cultural – – o concerto do Coro de Santo Amaro de Oeiras.

ao «cair da cortina», na sessão de abertura deste congresso, que

está marcada para hoje, quinta-feira, às 19h00, sobem coristas e maestro ao palco. o coro de santo amaro de oeiras foi convidado pela comissão organizadora para animar o encerra-

mento deste primeiro dia de trabalho. Fundado pelo Maestro césar Bata-

lha há 47 anos, este coro tem vindo a realizar inúmeros concertos ao vivo por todo o País, para os mais diversos tipos de audiência, bem como programas de televisão, rádio, gravações em disco,

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Prof. Doutor Agostinho Monteiro Dr. João Saavedra

Programas de formação

inerente a uma assistência médica efi-ciente, está a necessidade de fomentar o

avanço da Medicina pelas mãos dos profis-sionais que a erguem. a sociedade Portu-guesa de Hipertensão (sPH) não esquece que formar e incentivar à investigação os médicos mais jovens é o caminho certo para a prestação de cuidados de saúde mais eficazes, nomeadamente no combate à primeira causa de morbimortalidade em Portugal – a hipertensão arterial.

criada em 2004 pelo Prof. Doutor agostinho Monteiro, na altura presidente da sPH, a Hypertension Summer School é uma actividade pedagógica direccionada para a investigação, uma vez que, após três dias de aprendizagem intensiva, «o melhor aluno» desta acção de formação tem a possibilidade de partir para o es-trangeiro com uma bolsa de investigação. Neste ano de 2008, realizar-se-á a 5.ª edição da Summer School e, segundo o seu coordenador, «o objectivo da iniciati-va continua a ser o mesmo: formar núcleos de investigação clínica ou fundamental na área da hipertensão arterial».

este ano, a Summer School terá lugar novamente no Buçaco, entre os dias 25 e 28 de setembro, e será dividida em três sessões de formação intensiva. «Vamos ter novamente o Prof. Joël Ménard, que irá falar sobre epidemiologia, o Prof. Xavier, Jeunemaitre, que falará de genética e o Prof. Michel azizi, que abordará difer-entes aspectos na área da farmacologia clínica», adianta o Prof. agostinho Mon-teiro.

os prelectores são sempre especia-listas relacionados com a área da hi-pertensão e de reconhecimento a nível europeu. o número de alunos situa-se entre os 20 e os 25 e, um mês antes, os candidatos têm acesso à biblio- grafia necessária, que, garante o Prof. agostinho Monteiro, «é imensa». «Quem não tem background não conse-

SPH: uma Sociedade

que aposta na formaçãoCombater a hipertensão arterial (HTA) pode passar, em grande parte, pela formação dos médicos mais jovens que, no seu quotidiano profissional, se deparam com este problema. A Hypertension Summer School e o «Curso

de Formação para os especialistas de Clínica Geral/Medicina Familiar» são exemplos da forte

aposta em formação por parte da Sociedade Portuguesa de Hipertensão.

gue digerir a informação. No fim, a ava- liação é extraordinariamente rigorosa e o candidato que só estudou durante aqueles três dias não terá condições para vencer o prémio.»

Um dos casos de sucesso da Hyperten-sion Summer School foi o do Dr. Pedro cunha, actualmente internista do Hospital de Nossa senhora da oliveira, em Gui-marães, que «fez um trabalho brilhante e, um ano mais tarde, regressou a Paris, ao Hôpital Georges Pompidou, para acabar de escrever e publicar um artigo». No ano passado, o vencedor da bolsa foi o Dr. tiago Gregório, do serviço de Me-dicina interna do Hospital s. João.

a Hypertension Summer School é uma iniciativa que reúne médicos de todo o País e de diferentes especialidades, como a Medicina interna, a cardiolo-gia, a Nefrologia ou a endocrinologia, por exemplo, permitindo-se, assim, que as várias perspectivas possam centrar-se, sob diferentes abordagens, na área da hipertensão arterial.

«coordenar a Summer School é algo que me dá imensa satisfação pessoal», confessa o Prof. agostinho Monteiro, «e é um projecto que tem contribuído para a formação e investigação em hipertensão arterial». Prova disso é que «a opinião acerca dos portugueses que foram para o estrangeiro tem sido extraordinariamente positiva. e eles trazem uma bela bagagem quando regressam, reconhecendo esta oportunidade como única na sua carreira».

1.º curso de Formação para especialistas de MGF inicia-se em abriloutra das actividades de formação de grande relevo da sPH é o «curso de For-mação para os especialistas de clínica Geral/Medicina Familiar», cujo início está previsto para o próximo mês de abril. trata-se de um «projecto de longo fôlego da sPH» e os primeiros contactos

para o organizar foram feitos na vigência da anterior Direcção, presidida pelo Dr. João saavedra.

entretanto, a nova Direcção da sPH, presidida pelo Prof. Doutor Luís Martins, «apoiou vivamente o projecto» e consti- tuiu, em setembro de 2007, uma comissão de Formação da sPH, pre-sidida pelo Dr. João saavedra, da qual também fazem parte os Profs. agostinho Monteiro e José carmona, e os Drs. João Maldonado e Paula alcântara.

«a nossa tarefa será propor as linhas ori-entadoras das acções de formação da socie-dade, dinamizar as já existentes e articulá-las entre si, além de con-tinuar o processo do “curso de Formação para os especialis-tas de clínica Geral/ /Medicina Familiar”», revela o Dr. saavedra.

a ideia deste curso surgiu do facto de a «Bí-blia da Hipertensão» – o Clinical Hypertension, de Norman Kaplan – «ser um livro demasiado extenso e complexo para poder ser ministrado nos moldes previstos». Resolveu-se, então, «construir um livro de textos da sPH, escrito pelos seus sócios, com o apoio de diapositivos, que será a base de trabalho para os seminários do curso», explica o coordenador.

os objectivos do «curso de Formação para os especialistas de clínica Geral/ /Medicina Familiar», a metodologia e a descrição do seu conteúdo serão apresen-tados neste 2.º congresso Português de Hipertensão, através da distribuição de um folheto que contém estas e outras infor-mações, «de modo a que os colegas que

queiram efectuar a sua inscrição prévia o possam fazer, independentemente do fu-turo recrutamento de mais interessados.»

Quanto a este 1.º curso, o objec-tivo é que se inicie no próximo mês de abril, tenha um seminário por mês e fique concluído até ao final do mês de Julho. em termos gerais, este curso será constituído por quatro seminários (ver caixa), com a duração de 90 minutos cada, a realizar, sempre que possível, simultaneamente, em vários locais.

No final dos quatro seminários, que se efectuarão em período pós-laboral, realizar- -se-á um teste anónimo de avaliação glo-bal sobre os assuntos ministrados no curso. «os “alunos” que completarem o curso terão direito a um diploma, ao livro de tex-tos, a um cD com os diapositivos e a uma inscrição como sócio da sPH por período limitado», adianta o Dr. João saavedra.

contando com a presença de dois prelectores e com uma audiência de 20 «alunos», ao todo, estão previstos 13 gru-pos de formação que, «no entanto, pode- rão vir a ser alargados».

Conteúdos dos quatro seminários do Curso

1.º Seminário: • Hipertensão: prevalência em Portugal e no Mundo;• Consequências da HTA e risco global;• Medição da pressão arterial: consultório, automedição e MAPA; • Fisiopatologia da hipertensão essencial; • História natural e avaliação da hipertensão essencial.

2.º Seminário: • Tratamento da hipertensão: porquê, quando e até onde;• Tratamento da hipertensão: modificação do estilo de vida;• Tratamento da hipertensão: terapêutica farmacológica.

3.º Seminário: • Crises hipertensivas e hipertensão resistente;• Hipertensão renal parenquimatosa;• Hipertensão renovascular;• Hipertensão do adolescente, da gravidez e da pílula.

4.º Seminário: • Feocromocitoma, aldosteronismo e hipercorticalismo;• Hipertensão e co-morbilidades (diabetes, cardiopatia isquémica, insuficiência cardíaca);• Hipertensão sistólica isolada e perda de elasticidade arterial;• Problemas práticos de adesão à terapêutica.

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Quinta-feira – 21 de fevereiro

14.30h - Abertura do Secretariado

14.30h - Abertura da Exposição Técnica

15.30h-16.30h - Simpósio Pfizer

Sala Neptuno

16.30h-17.30h - Simpósio Novartis

Sala Fénix 3

17.30h-18.30h - Simpósio Servier

Sala Neptuno

19.00h-.20.00h - Sessão Solene de Abertura

- Actuação do Coro de St.º Amaro de Oeiras

Auditório Fénix 1 e 2

20.30h - Jantar do Congresso

Salas Aires 1 e 2, Tivoli Marinotel

sexta-feira – 22 de fevereiro

7.30h-8.30h - Pequenos-almoços de trabalho

- O hipertenso na 1.ª consulta

Leonor Carvalho e Fernando Gonçalves Sala Lince

- O hipertenso no serviço de urgência

Teresa Rodrigues e Pedro CunhaSala Hidra

8.30h-9.30h - Comunicações livres seleccionadas

Salas Fénix 3, Pegaso e Neptuno

9.30h-10.00h - Conferências

- Programa Nacional de Prevenção e Tratamento do Risco

e das Doenças Cardiovasculares

Presidente – José Carmona Istvan Kiss, Hungria

Sala Fénix 3

- Hipertensão e transplante renal

Presidente: M. Martins PrataFernando Nolasco

Sala Neptuno

10.00h-10.30h - Pausa/Visita à Exposição Técnica

10.30h-12.00h - Mesas-redondas

- Guidelines da ESH/ESC

Aspectos diagnósticos - Luís Martins Aspectos terapêuticos - José NazaréPainel de discussão:

João Saavedra, Agostinho Monteiro, Albertino Damasceno, Mário Évora, Jorge Polónia e Vítor Ramalhinho

Sala Fénix 3

- Hipertensão Arterial em populações particulares

Moderadores: Braz Nogueira e Jorge Cotter HTA no adolescente – Mário Espiga de Macedo

HTA na mulher – Paula Alcântara

HTA durante a gravidez – Filomena Cardoso

12.00h-13.00h - Simpósio Boehringer Ingelheim

Sala Fénix 3

13.00h-14.30h - Almoço

Programa Científico

14.30h - 16.00h – Grande Debate Interdisciplinar

Moderador - Judite de Sousa (Jornalista)Painel – Luís Martins, Luís Medina, Jorge Polónia, Jorge Maciel, Alfredo Loureiro, Vítor Oliveira, Alcindo Maciel BarbosaPatrocínio Sanofi-Aventis

Auditório das Fénix 1 e 2

16.00h-16.30 - Conferências- A importância da capacidade económica na adesão ao tratamento

da hipertensão e nas opções terapêuticas

Presidente: Braz NogueiraCsaba Farsang, Hungria

Sala Fénix 3

- Importância da dieta, do exercício físico e da restrição salina no controlo

da hipertensão

Presidente: Agostinho MonteiroJorge Polónia

Sala Neptuno

16.30h-17.00h - Pausa/Visita à Exposição Técnica

17.00h-18.00h - Simpósio Sanofi-BMS

Sala Neptuno

18.00h-19.00h - Simpósio Novartis

Sala Fénix 3

sábado – 23 de fevereiro

7h30 - 8h30 - Hipertensão arterial na perspectiva do Interno

Núcleo de Internos da SPHSala Lince

8.30h-9.30h - Comunicações de Posters

Salas Fénix 3, Pegaso e Neptuno

9.30h-11.00h – Sessão Plenária da SPH/APMCG

Presidentes: Luís Martins e Luís Pisco Moderadores: Paula Alcântara e Luís Bimbo1- O doente com HTA no Centro de Saúde:

a) Importância da medição casual, automedição e medição ambulatória da pressão arterial - Paulo Pessanha

b) Abordagem terapêutica - Rui Pombal

2- Casos Clínicos – Discussão com televotação

Madalena Barata e Alexandra FernandesPainel de discussão:

José Nazaré, José Alberto Silva Joana Campina, Márcia Braga Auditório das Fénix 1 e 2

11.00h-11.30h. - Pausa/Visita à Exposição Técnica

11.30h - 12.00h - Conferências

- Custo-eficácia do tratamento da HTA no doente diabético

Presidente: João SaavedraPeter Nilsson, Suécia

Sala Fénix 3

- Reacções adversas com fármacos anti-hipertensores

Presidente: Mário Espiga de MacedoHenrique Luz Rodrigues

Sala Neptuno

12.00h-13.00h - Simpósio Servier

Sala Fénix 3

13.00h-14.30h - Almoço

14.30h-15.00h - Conferências

- A importância de calcular o risco cardiovascular na terapêutica da hipertensão

Presidente: José Alberto SilvaAntónio Coca, Espanha

Sala Fénix 3

- Guidelines da automedição da pressão arterial

Presidente: José NazaréJoão Maldonado

Sala Neptuno

15.00h-16.30h - Mesas-redondas

- HTA e doenças concomitantes

Moderadores: Manuel Carrageta e Pedro Marques da Silva HTA e ICC – Paula Amado HTA e diabetes – Alberto Mello e Silva HTA e doença renal – José Barbas

Sala Fénix 3

- HTA e doença cerebrovascular

Moderadores: Castro Lopes e Gorjão ClaraTerapêutica da HTA na fase aguda do AVC - Teresa Fonseca HTA e função cognitiva - Vítor Oliveira Prevenção secundária - Pastor Santos SilvaPatrocínio AstraZeneca

Sala Neptuno

16.30h-17.00h - Pausa/Visita à Exposição Técnica

17.00h-18.00h - Simpósio Menarini

Sala Neptuno

18.00h-19.00h - Simpósio MSD/Schering Plough

Sala Fénix 3

domingo – 24 de fevereiro

9.30h-11.00h – Mesas-redondas

- Problemas frequentes na hipertensão arterial

Moderadores: António Jara e Mariano PêgoHipertensão arterial e fibrilhação auricular - Armando Bordalo e Sá

A polifarmacoterapia do idoso - Carlos Moreira

Disfunção eréctil - Maria João Lima

Sala Fénix 3

- Problemas não resolvidos na Hipertensão Arterial

Moderadores: Lacerda Nobre e Mário Rui FerreiraPré-hipertensão – Fernando Pinto

Hipertensão mascarada – José CarmonaHipertensão e uso de AINE’s – Cristina Alcântara

Sala Neptuno

11.00h-11.30h - Conferência Científica de Encerramento

- Management of Hypertension. Messages from recent Trials

Presidente: Luís MartinsJohn Chalmers, Austrália

Sala Fénix 3

11.30h-12.00h - Pausa/Visita Exposição Técnica

12.00h-12.30h - Conferência de Encerramento

- Panorama sobre o movimento neo-realista portuguêsPresidente: António JaraVítor Viçoso

Sala Fénix 3

12.30h - Assembleia-Geral

Sala Fénix 3

enCerramento

Programa

Page 16: Prof. Doutor Luís Martins, presidente da SPH · mente «a capacidade de liderança do presidente da co», o Dr. antónio Jara. o formato não é muito diferente do habitual, até

Para isso, basta contactar a Sociedade Portuguesa de Hipertensão:

Avenida Visconde de Valmor, n.º 12, R/C Dto. A 1000 – 291 LisboaTel.: +351 217 960 097 • Fax: +351 217 960 098

E-mail: [email protected]

Ou enviar e-mail para o endereço [email protected]

Núcleo de Internos da Sociedade Portuguesa de Hipertensão

(NISPH)

A Direcção da SPH coloca-se ao dispor de todos os que pretendam colocar questões ou avançar propostas no sentido de melhor estruturar e divulgar o NISPH

A Direcção da SPH informa que se encontra em fase de estruturação um Núcleo para os internos de especialidade de diferentes áreas clínicas ligadas ao estudo e controlo da Hipertensão Arterial em Portugal

O objectivo da SPH é que a estrutura orgânica e os corpos sociais do NISPH sejam definidos ainda durante o primeiro semestre de 2008

No Secretariado deste Congresso, podem-se levantar as fichas de inscrição para todos os interessados em integrar o Núcleo de Internos da SPH