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FUNDAMENTOS DE MACROECONOMIA
• Prof. Eliezer Lopes
• Email: [email protected]
UNIDADE II - PARTE I
CONTAS NACIONAIS
Aulas 3-6
MACROECONOMIA X CONTAS NACIONAIS
• Macroeconomia: explica o comportamento agregado da
economia e seus desdobramentos.
• Contabilidade Nacional: fornece as principais medidas - os
agregados macroeconômicos.
• Definição: Contabilidade Nacional é um sistema contábil que
permite a avaliação da atividade econômica.
• O método de avaliação consiste em hierarquizar fatos
econômicos, classificar transações relevantes e agrupá-las para
serem quantificadas e acompanhadas de forma sistemática e
coerente.
O Sistema de Contas Nacionais se desenvolveu dado
o reconhecimento pelos países da necessidade de
produção sistemática e comparável, no tempo e no
espaço, de estatísticas econômicas para orientar a
tomada de decisões, tanto na esfera pública como na
privada. Nesse sentido, a divisão de estatística as
Nações Unidas, desde o final da II Guerra Mundial,
elabora manuais metodológicos com objetivo de
servir de referência para a produção de estatísticas
pelos órgãos produtores oficiais.
Devemos lembrar que o seu desenvolvimento é
relativamente recente e data do surgimento da
macroeconomia keynesiana como um campo de
estudo dentro da teoria econômica.
A obra de Keynes inspiradora do desenvolvimento do
Sistema de Contas Nacionais foi How to Pay for the
War, publicado em 1940.
No sistema contábil de inspiração keynesiana, a
produção visa o mercado e é entendida como um
processo que se desdobra no tempo, conduzido por
empresas. A mensuração do produto agregado
considera que a produção de bens e serviços está
relacionada com a geração de renda que ocorre durante
o processo de produção.
Assim, os fluxos de produção, renda e despesa são
passíveis de serem acompanhados a partir de um
sistema de contabilidade que identifique e relacione
transações econômicas relevantes de serem medidas ao
longo do tempo.
FLUXO CIRCULAR DA RENDA
Empresas Famílias
Mercado de
Bens
e Serviços
Mercado
de
Trabalho
Bens e Serviços
Receita de
vendas
de bens e
serviços
Despesa na
compra
de bens e
serviços
Remuneração
do fator
trabalho
Força de
trabalho
Fluxos Reais
Fluxos
Monetários
Fluxos
Monetários
PIB (Produto Interno Bruto) Corresponde a toda a produção de bens e serviços
finais das empresas, instituições sem fins de lucro,
governo e famílias no território econômico em
determinado período a preços de mercado. O conceito
se restringe aos bens finais para que não haja dupla
contagem.
Riqueza é o estoque dos ativos enquanto PIB é o fluxo
de produção - renda gerada
A classificação de uma mercadoria ou serviço como
bem final ou bem intermediário dependerá do papel
que tal mercadoria tiver em determinado processo
produtivo.
PIB (Produto Interno Bruto)
“Produto” se refere ao resultado do processo de
produção.
“Interno” indica que a produção foi produzida dentro
do território econômico do País.
“Bruto” explica que o consumo de capital fixo
(depreciação) não foi deduzido do agregado.
ÓTICAS DE MENSURAÇÃO DO PRODUTO
• Ótica do Produto = Valor da Produção – Valor dos
Consumos Intermediários.
• Ótica da Renda = Soma das remunerações aos
fatores de produção.
• Ótica da Despesa = Soma dos gastos finais na
economia em bens e serviços.
Pela ótica de produção
• O PIB corresponde ao valor adicionado (VA)
total.
• Em cada etapa produtiva, o VA é dado pelo
seguinte cálculo:
VA = VBP – CI
VBP = Valor Bruto da Produção
CI = Consumo Intermediário
Soma do VA das atividades + impostos sobre
produtos (ICMS, IPI, ISS, etc) = PIB
Remuneração dos trabalhadores
+
Excedente Operacional Bruto
+
Rendimento Misto
+
Impostos sobre a produção e produtos
-
subsídios
=
PIB
Pela ótica da renda
Investimento Total da Economia =
FBC = FBCF + ∆E
• O investimento em macroeconomia é o acréscimo do
estoque físico de capital, por meio, por exemplo, da
produção de máquinas e equipamentos, construção de
novas fábricas e residências. Inclui também a
variação de estoques.
• FBC = Formação bruta de capital.
• FBCF = formação bruta de capital fixo, que é o
conceito de investimento por excelência porque
reflete diretamente a destinação de bens e serviços
para o aumento de capacidade produtiva do país.
• ∆E = variação de estoques.
Bens de investimento também são chamados
de bens de capital, e o que define um bem
como de capital é a sua utilização em
contínuos processos produtivos de outros bens
e serviços, sem que sofra transformação.
A - Ótica da produção B - Ótica da despesa C - Ótica da renda
Produção Despesa de consumo final Remuneração dos empregados
Impostos líquidos de subsídios sobre
produtos Despesa de consumo das famílias Rendimento misto bruto
Consumo intermediário (-) Consumo das Instituições sem fins
de lucro Excedente operacional bruto
Despesa de consumo da
administração pública Impostos sobre a produção e importação
Formação bruta de capital Subsídios a produção e importação (-)
Formação bruta de capital fixo
Variação de estoque
Exportação de bens e serviços
Importação de bens e serviços (-)
PIB A PREÇOS DE MERCADO PIB A PREÇOS DE MERCADO PIB A PREÇOS DE MERCADO
Identidade contábil básica:
PRODUTO =DESPESA=RENDA
RENDA NACIONAL BRUTA - RNB
A Renda Nacional Bruta é o agregado que considera
o valor adicionado gerado por fatores de produção de
propriedade de residentes. Numa economia aberta, há
fatores de produção estrangeira (capital e trabalho)
produzindo no país e vice versa. Em contas
nacionais, trabalha-se com dois agregados referentes
à abrangência geográfica da atividade produtiva:
Produto Interno e a Renda Nacional. Por ex., a
produção de estrangeiros no Brasil conta no conceito
de interno, mas não no conceito de nacional. A
produção de brasileiros no exterior conta na Renda
Nacional do Brasil.
• RLEE = Renda líquida enviada ao exterior. É o pagamento líquido de fatores de produção.
• RLRE = renda líquida recebida do exterior. É o recebimento de pagamentos líquidos de fatores de produção.
• Saldo líquido:• Quando um país paga mais do que recebe ao
exterior é usado o RLEE, e quando o país recebe mais do que paga ao exterior é usado o RLRE.
PRODUTO NACIONAL BRUTO E
RENDA NACIONAL BRUTA
• RNB = PIB + RLRE,
RLRE é a Renda Líquida Recebida do exterior,
RNB>PIB, se RLRE>0.
• RNB = PIB – RLEE
RLEE é a Renda Líquida Enviada ao Exterior,
PIB>RNB, se RLEE>0.
PIB E RNB: Brasil, 1995
Brasil: Produto Interno e Nacional Bruto 1995
(1000R$)
Produto Interno Bruto 646 191 517
Menos rendimentos líquidos enviados ao resto do
mundo 10 153 742
Produto Nacional Bruto 636 037 775
Fonte: IBGE.
RENDA DISPONÍVEL BRUTA – RDB
conceito de Renda Nacional Disponível Bruta considera
o saldo das transferências correntes recebidas e
enviadas ao exterior. São consideradas transferências
correntes toda movimentação de recursos entre
gentes econômicos e países, sem contrapartida com
o processo de produção (por exemplo, remessa de
imigrantes para suas famílias no país, doações,
heranças etc.).
A Renda Nacional Disponível Bruta corresponde aos
cursos que os agentes econômicos têm para gastar
em consumo ou para poupar.
RENDA NACIONAL BRUTA E
RENDA DISPONÍVEL BRUTA
• Renda Disponível Bruta (RDB): considera o saldo das
transferências correntes recebidas e enviadas ao exterior.
• RDB = RNB + Tr
Tr = Transferências correntes líquidas recebidas.
RNB E RENDA NACIONAL
DISPONÍVEL BRUTA: BRASIL,1995
• (1.000R$)
• Produto Interno Bruto 646 191 517
• Menos rendimentos líquidos enviados ao resto do mundo 10 153 742
• Produto Nacional Bruto 636 037 775
• Menos: transferências unilateriais, líquidas, ao resto do mundo (-) 3 324 649
• Renda Disponível Bruta 639 362 424
• Fonte: IBGE
RENDA LÍQUIDA DO GOVERNO E
RENDA PRIVADA DISPONÍVEL• Renda Disponível Bruta = RLG + RPD
• Renda Líquida do Governo (RLG):
• Soma dos impostos diretos e indiretos arrecadados pelo governo e outras receitas correntes
menos
• As transferências e subsídios pagos pelo governo.• Renda Privada Disponível (RPD):
– salários,
– juros, lucros e aluguéis pagos a indivíduos,
– transferências pagas a indivíduos, menos impostos sobre renda e patrimônio e
– lucros retidos nas empresas e reserva para depreciação.
LÍQUIDO X BRUTO
• O conceito de líquido se aplica à ótica de mensuração do produto.• Valor da Produção R$ 1 000,00• Despesas Operacionais R$ 810,00
– Pagamento de Salários R$ 500,00– Custo de Matérias Primas R$ 300,00– Reserva para Depreciação R$ 10,00
• Receita Líquida de Vendas R$ 190,00•
• PIB = R$ 700,00• PIL (Produto Interno Líquido) = PIB - Depreciação = R$
690,00.
IDENTIDADES CONTÁBEIS:
ECONOMIA FECHADA E SEM
GOVERNO
• Yp =C+ Ip
• Yp é o Produto ou Renda Privada,
• C são os gastos de Consumo das Famílias,
• Ip são os gastos em Investimento Privado.
Yp = C + S
S é Poupança Privada
S = Yp – C
C + S = C + Ip
S = Ip
ECONOMIA ABERTA• PIB = C + I + X - M
• RNB = PIB – RLEE = C + I + X – M -RLEE
• RDB = PIB – RLEE + TU = C + I + X – M - RLEE+ TU
RDB é Renda Disponível Bruta
X -M é o saldo das exportações de bens e serviços(BC+BS)
RLEE é a renda líquida enviada ao exterior
TU: transferências unilateriais, líquidas, recebidas do restodo mundo
Obs: C inclui Consumo das famílias e Consumo daAdministração pública.
ECONOMIA ABERTA
Como RDB = C + S e RDB = C + I + X – M - RLEE+ TU
• C + S = C + I + X – M – RLEE + TU
• S – I = X – M - RLEE + TU (transações correntes do BP)
• ou S – I = TC
• I – S = - TC (déficit em transações correntes do BP) = Se
• I – (Sp + Sg) = - TC
• I = Sp + Sg + Se (- TC =Se = Poupança Externa)
• I = Sp + Sg + Se
• Sg = poupança do governo ou saldo do governo em conta
corrente = RLG - G
Renda, Absorção Interna e Conta
Corrente do BP
• RDB = PIB – RLEE + TU = C + I + X – M - RLEE+ TU
• X - M - RLEE+ TU = TC (transações correntes do BP)
• RDB = C + I + TC C + I = Absorção Interna (AI)
• RDB – (C + I) = TC ou RDB – (AI) = TC
• Se RDB > C + I => TC > 0 (Superávit em TC, país exporta poupança,
China)
• Se C + I > RDB => TC < 0 (Déficit em TC, país absorve poupança, ex:
Brasil, EUA, Espanha)
Poupança, Investimento e Conta
Corrente do BP
• S – I = TC (saldo em transações correntes do BP)
• Se S > I => TC > 0 (Superávit em TC, ex: China)
• Se I > S => TC < 0 (Déficit em TC, ex: Brasil, EUA,
Espanha)
• I – S = -TC (déficit em transações correntes do BP)
• I – S = Se
• I = S + Se
• I = Sp + Sg + Se
CONCEITOS DE DÉFICIT PÚBLICO
"Acima da Linha"
Quando calculado "acima da linha", o déficit público é o resultado da diferença entre o total de receitas do setor público e o total de despesas.
As receitas e as despesas aparecem discriminadas em diferentes níveis e subníveis.
"Abaixo da Linha"
O déficit apenas mede a dimensão do desequilíbrio das contas públicas mediante a variação do endividamento público sem que se saiba ao certo se ele mudou por motivos ligados à receita ou à despesa.
•Déficit nominal, operacional e primário
• Como déficit primário (DP), quando as despesas com juros e correção monetária são excluídas do cálculo do déficit;
• Como déficit operacional (DO) quando somente as despesas com correção monetária (CM) são excluídas do cálculo;
• Como déficit nominal (DN) quando as despesas com juros (JD) e correção monetária são consideradas.
Déficit público, investimento e
poupança do governo
• O déficit público do governo é dado por:
NFG = Ig - Sg
• Sendo assim, para que haja déficit do governo,
basta que o investimento seja maior que a
poupança.
Receitas
• A conta do governo inclui somente as
receitas correntes, não abrangendo as
operações de crédito.
• As receitas correntes são compostas pelos
impostos diretos e indiretos, pelas
contribuições sociais, pelas taxas e por outras
receitas correntes.
Despesas
• Somente são incluídos os gastos correntes,
ou seja, os investimentos públicos não são
contabilizados.
• As despesas correntes são compostas pelo
consumo do governo, as transferências que o
governo faz aos indivíduos e às empresas e os
subsídios.