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OAB XVII EXAME 2ª Fase Penal Simulado 4 Peça Prático Profissional: Carlos Augusto no dia 15 de julho de 2015, armado com um revólver de brinquedo, abordou Maria Helena, que estava parada no sinal de trânsito, com o objetivo de subtrair o automóvel que dirigia, entre outros pertences da vítima. Amedrontada pela grave ameaça realizada, a vitima entregou os pertences e desceu do carro correndo pela rua. Carlos Augusto fugiu do local na direção do carro da vítima, alguns metros depois, foi parado pela Policia Militar, após regular revista os policiais localizaram a arma e o prenderam em flagrante. Em sede policial, a vítima reconheceu o agente, mesmo afirmando que ele estava encapuzado, o que impedia que ela visse seu rosto no momento do roubo, mas que acreditava ser ele, pois tinha “cara de bandido”, o reconhecimento ocorreu na sala do Delegado, na presença apenas do agente, vítima e da autoridade policial. Após conclusão do inquérito, o agente foi denunciado, pelo ministério público, como incurso nos crimes de roubo, majorado pelo uso de arma (art. 157, §2o, I) e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 14 do Lei 10.826/2003), em concurso material. Recebida a denúncia e após regular trâmite, a audiência de instrução e julgamento fora marcada com as testemunhas de defesa sendo as primeiras a serem inquiridas única e exclusivamente pelo magistrado, que entendia pelo sistema presidencialista neste momento processual. Em seu interrogatório, ao final, Carlos alertado acerca do direito ao silêncio, fez jus à garantia. As alegações finais foram apresentadas com o órgão ministerial pugnando pela condenação e a defesa contrariando a mesma. Ao final, Carlos foi condenado pelos crimes imputados, sendo a pena total fixada em 10 anos de reclusão a ser iniciada em regime fechado. Intimado da decisão no dia 02.09.2015, quarta-feira, apresente a peça processual cabível, diversa de Habeas Corpus, ao caso em tela, no último dia do prazo. 1ª Questão: Sobre o Tribunal do Júri, responda abaixo de forma fundamentada: a) Qual a consequência da desclassificação de um crime doloso contra a vida para crime diverso ao doloso contra vida em plenário? b) Qual a consequência da recusa injustificada do jurado? E da justificada por convicção política? c) Permite-se a presença do assistente em plenário no Tribunal do Júri? Existe alguma exigência para sua participação nos debates? Como será a distribuição do tempo com o órgão ministerial? 2ª Questão: Joel, famoso prefeito da região do Sul de Minas vai a uma grande festa agropecuária de sua região. Diverte-se, encontra amigos, bebe, dança e faz parcerias políticas futuras. Ao retornar a sua cidade, cerca de 30km do local da festa, é parado, na estrada, por Denilson, probo policial rodoviário federal que solicita educadamente documentação pessoal e do veículo, além de pedir que Joel saia do carro pela suspeita de embriaguez. Joel, visivelmente constrangido pergunta ao nobre policial se o conhece, ouvindo a negativa do mesmo. Joel então, sem hesitar, oferece R$. 1000,00 para o policial deixá-lo voltar a sua cidade. Sobre a situação ora narrada, responda fundamentadamente: a) Qual(is) o(s) crime(s) eventualmente cometido(s) por Joel? b) Qual o foro competente para julgamento de eventual(is) crime(S) cometido(S)? c) Quais os mecanismos probatórios admitidos que teria Denilson de provar eventual embriaguez de Joel?

Prof. Rodrigo Bello - Simulado 04

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OAB XVII EXAME

2ª Fase Penal Simulado 4

Peça Prático Profissional:

Carlos Augusto no dia 15 de julho de 2015, armado com um revólver de brinquedo, abordou Maria Helena, que estava parada no sinal de trânsito, com o objetivo de subtrair o automóvel que dirigia, entre outros pertences da vítima. Amedrontada pela grave ameaça realizada, a vitima entregou os pertences e desceu do carro correndo pela rua. Carlos Augusto fugiu do local na direção do carro da vítima, alguns metros depois, foi parado pela Policia Militar, após regular revista os policiais localizaram a arma e o prenderam em flagrante. Em sede policial, a vítima reconheceu o agente, mesmo afirmando que ele estava encapuzado, o que impedia que ela visse seu rosto no momento do roubo, mas que acreditava ser ele, pois tinha “cara de bandido”, o reconhecimento ocorreu na sala do Delegado, na presença apenas do agente, vítima e da autoridade policial. Após conclusão do inquérito, o agente foi denunciado, pelo ministério público, como incurso nos crimes de roubo, majorado pelo uso de arma (art. 157, §2o, I) e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 14 do Lei 10.826/2003), em concurso material. Recebida a denúncia e após regular trâmite, a audiência de instrução e julgamento fora marcada com as testemunhas de defesa sendo as primeiras a serem inquiridas única e exclusivamente pelo magistrado, que entendia pelo sistema presidencialista neste momento processual. Em seu interrogatório, ao final, Carlos alertado acerca do direito ao silêncio, fez jus à garantia. As alegações finais foram apresentadas com o órgão ministerial pugnando pela condenação e a defesa contrariando a mesma. Ao final, Carlos foi condenado pelos crimes imputados, sendo a pena total fixada em 10 anos de reclusão a ser iniciada em regime fechado. Intimado da decisão no dia 02.09.2015, quarta-feira, apresente a peça processual cabível, diversa de Habeas Corpus, ao caso em tela, no último dia do prazo. 1ª Questão:

Sobre o Tribunal do Júri, responda abaixo de forma fundamentada:

a) Qual a consequência da desclassificação de um crime doloso contra a vida para crime diverso ao doloso contra vida em plenário?

b) Qual a consequência da recusa injustificada do jurado? E da justificada por convicção política? c) Permite-se a presença do assistente em plenário no Tribunal do Júri? Existe alguma exigência para sua

participação nos debates? Como será a distribuição do tempo com o órgão ministerial? 2ª Questão:

Joel, famoso prefeito da região do Sul de Minas vai a uma grande festa agropecuária de sua região. Diverte-se, encontra amigos, bebe, dança e faz parcerias políticas futuras. Ao retornar a sua cidade, cerca de 30km do local da festa, é parado, na estrada, por Denilson, probo policial rodoviário federal que solicita educadamente documentação pessoal e do veículo, além de pedir que Joel saia do carro pela suspeita de embriaguez. Joel, visivelmente constrangido pergunta ao nobre policial se o conhece, ouvindo a negativa do mesmo. Joel então, sem hesitar, oferece R$. 1000,00 para o policial deixá-lo voltar a sua cidade. Sobre a situação ora narrada, responda fundamentadamente: a) Qual(is) o(s) crime(s) eventualmente cometido(s) por Joel? b) Qual o foro competente para julgamento de eventual(is) crime(S) cometido(S)? c) Quais os mecanismos probatórios admitidos que teria Denilson de provar eventual embriaguez de Joel?