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Escola de Civismo e Cidadania Seção de Recursos Didáticos /Mecanografia Página 1 R$ Democracia Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) feita na América Latina em 2002 revelou que 59% dos entrevistados brasileiros não sabem o que é democracia. Parece incrível, mas é verdade. Tem muita gente que não sabe o que é democracia, o que ela garante e como funciona. A Turma do Plenarinho não quer que você faça parte do grupo de brasileiros que está por fora desse assunto. Que tal aprender agora tudo e mais um pouco sobre democracia? O que é? A palavra democracia vem do grego. Nessa língua, demos significa povo e cracia quer dizer poder. Juntando as duas partes chegamos à conclusão que democracia significa poder do povo, ou ainda, poder no povo. Assim, uma pista para descobrir o que é uma democracia é fazer a pergunta "Quem governa?". Se na resposta aparecer a palavra povo, estamos falando de uma democracia. Numa democracia, as decisões passam de alguma maneira, pelo povo. O caminho da democracia A democracia pode ser trabalhosa. Geralmente, as vontades dos alunos (como no caso acima) ou do povo (como no nosso País) são bem diferentes. Alguns estudantes podem querer fazer uma festa de encerramento com dança e outros podem querer fazer uma feira com comidas e artesanato. Ou, no caso do Brasil, e de qualquer outra nação, alguns podem querer investir mais em educação e outros podem dar prioridade à economia. O conflito de interesses é comum numa democracia porque todos são considerados iguais e a importância de cada um na hora de tomar uma decisão é a mesma. Ninguém vale mais que ninguém. Assim, pode demorar um bocado para se chegar a um acordo. Na democracia, não há como decidir rapidamente questões que são muito importantes. As decisões mais maduras, que beneficiam de forma mais ampla o povo e que resultam em um bem coletivo para a sociedade, precisam ser muito bem discutidas e isso leva tempo. Texto C 02 - Democracia Por: Rafael Zago BIMESTRE Visto do Professor Nota Série Turma (s) Turno A B C D E F G VESPERTINO Disciplina: CIDADANIA Professor: Cb Moura e Cb Marcos Data: / / 2017 Aluno (a):

Professor (a):colegiomilitarhugo.g12.br/novosite/usuario/didatico/... · Web viewTexto C 02 - Democracia Por: Rafael Zago Democracia Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas

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Escola de Civismo e Cidadania Seção de Recursos Didáticos /Mecanografia

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Democracia

Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) feita na América Latina em 2002 revelou que 59% dos entrevistados brasileiros não sabem o que é democracia. Parece incrível, mas é verdade. Tem muita gente que não sabe o que é democracia, o que ela garante e como funciona. A Turma do Plenarinho não quer que você faça parte do grupo de brasileiros que está por fora desse assunto. Que tal aprender agora tudo e mais um pouco sobre democracia?

O que é?

A palavra democracia vem do grego. Nessa língua, demos significa povo e cracia quer dizer poder. Juntando as duas partes chegamos à conclusão que democracia significa poder do povo, ou ainda, poder no povo.

Assim, uma pista para descobrir o que é uma democracia é fazer a pergunta "Quem governa?". Se na resposta aparecer a palavra povo, estamos falando de uma democracia. Numa democracia, as decisões passam de alguma maneira, pelo povo.

O caminho da democracia

A democracia pode ser trabalhosa. Geralmente, as vontades dos alunos (como no caso acima) ou do povo (como no nosso País) são bem diferentes. Alguns estudantes podem querer fazer uma festa de encerramento com dança e outros podem querer fazer uma feira com comidas e artesanato. Ou, no caso do Brasil, e de qualquer outra nação, alguns podem querer investir mais em educação e outros podem dar prioridade à economia.

O conflito de interesses é comum numa democracia porque todos são considerados iguais e

a importância de cada um na hora de tomar uma decisão é a mesma. Ninguém vale mais que

ninguém. Assim, pode demorar um bocado para se chegar a um acordo. Na democracia, não há como decidir rapidamente questões que são muito importantes. As decisões mais maduras, que beneficiam de forma mais ampla o povo e que resultam em um bem coletivo para a sociedade, precisam ser muito bem discutidas e isso leva tempo.

Direta ou representativa

Lá na Grécia era fácil ser democrático. Eram poucos os cidadãos e eles se reuniam em praça pública, chamada de Ágora, para discutir a política e os assuntos de interesse da comunidade.

Ah! Sabe por que existiam poucos cidadãos na Grécia Antiga? Porque para esse povo, nessa época, nem todos eram considerados cidadãos. Só eram cidadãos os homens livres, nascidos na Grécia, que não precisavam trabalhar para sobreviver. Assim, ficavam de fora da cidadania grega os homens trabalhadores, como comerciantes e artesãos, as mulheres, os escravos, os estrangeiros e as crianças.

Mas depois de tantos anos, o conceito de cidadania mudou e, com isso, mudou a forma de colocar a democracia em prática. O número de habitantes e cidadãos de cada nação cresceu muito. Na Grécia dos dias de hoje ou no Brasil é impossível reunir os cidadãos numa praça para discutir os rumos da educação, saúde ou lazer. É muita gente! E as decisões são bem mais complexas (imagina como é complicado para elaborar o orçamento do país?!).

Já imaginou juntar os mais de 180 milhões de habitantes para discutir uma lei? Impossível, né? Por isso existe a democracia indireta ou representativa. Na impossibilidade de juntar essa gente toda para tomar decisões tão difíceis, os cidadãos precisam escolher entre eles alguns que os representem, ou seja, que discutam os assuntos importantes e tomem as decisões em nome de todos.

Texto C 02 - Democracia Por: Rafael Zago

2º BIMESTREVisto do Professor Nota

Série Turma (s) Turno

8º A B C D E F G VESPERTINODisciplina: CIDADANIA Professor: Cb Moura e Cb Marcos Data: / / 2017Aluno (a): Nº

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Essa delegação ou transferência de poder é uma adaptação que precisou ser feita naquela democracia direta lá da Grécia Antiga. Na democracia representativa, o poder está nas mãos do povo, mas não é ele que governa. Como diz nossa Constituição, o poder "emana do povo", o que significa que o poder vem do povo. Os cidadãos escolhem, por meio da eleição, quem os representará no poder.

Voto: um importante instrumento

Mas quais são os ingredientes que garantem uma democracia? O professor de Ciência Política Leonardo Barreto, da Universidade de Brasília (UnB), explica: "Para existir uma democracia, é preciso que o povo tenha liberdade e participação. E a principal forma de participação é o voto". O voto é assim tão importante porque é por meio dele que escolhemos nossos representantes. Já que não podemos exercer o poder todos juntos (ou diretamente), é com esse instrumento precioso que dizemos quem pode governar no nosso lugar. E, se você pensar bem, vai ver que a democracia faz com que todos sejam iguais. Como? O voto de cidadãos diferentes (ricos ou pobres, alfabetizados ou não, empregados ou desempregados) tem o mesmo peso na escolha dos representantes. Um voto não vale mais do que o outro.

Como é viver sem democracia

Hoje, o Brasil é uma república democrática. Temos um presidente que é chefe de estado e chefe de governo e elegemos nossos representantes. Além disso, nossos direitos estão assegurados pela

Constituição de 1988, a mais recente da nossa história. Mas nem sempre foi assim. Em alguns momentos da nossa República, o governo brasileiro não foi

democrático. Foram momentos em que o poder saiu das mãos do povo e ficou concentrado nas mãos de uma pessoa ou de um pequeno grupo. Um desses momentos ocorreu entre 1937 e 1945, quando foi instituído por aqui o chamado Estado Novo, uma ditadura sob o comando do presidente Getúlio Vargas. Tratava-se de um verdadeiro

governo autocrático (auto = em si mesmo e cracia = poder), em que o poder se concentrava na mão de uma figura –  no caso, Getúlio. Naquela época, o Congresso Nacional foi fechado e o povo ficou sem poder eleger seus representantes.

Nossa! Não deve ter sido muito bom viver nessa época, não é? Já pensou como é viver sem liberdade? Liberdade?!! Sim! É que viver sem democracia é viver sem liberdade. Afinal de contas, com democracia podemos votar e expressar nossa vontade, influenciado o processo de tomada de decisão.

in: http://www.plenarinho.gov.br (adaptado)

RUBEM ALVESExplicando política às crianças

No Brasil, são muitos os partidos que, no frigir dos ovos, se reduzem a dois: o das raposas e o das galinhas

1. Somos uma democracia. A democracia é o

melhor sistema político. É o melhor porque nele, ao contrário das ditaduras, é o povo que toma as decisões;

2. Em Atenas, berço da democracia, era fácil consultar a vontade do povo. Os cidadãos se reuniam numa praça e tomavam as decisões pelo voto. Mas no Brasil são milhares de cidades, espalhadas por milhares de quilômetros e os cidadãos são milhões. Não podemos fazer uma democracia como a de Atenas. Esse problema foi resolvido de forma engenhosa: os cidadãos, milhões, escolhem por meio de votos uns poucos que irão representá-los. O Congresso é a nossa Atenas...;

3. Os representantes do povo, eleitos pelos votos dos cidadãos -vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores, presidente-, são pessoas que abriram mão dos seus interesses e passaram a cuidar dos interesses do povo;

4. É assim que dizem as teorias. Na prática, não é bem assim...;

5. No Brasil, são muitos os partidos que, no frigir dos ovos, se reduzem a dois: o partido das raposas e o partido das galinhas;

6. As raposas, devotas de São Francisco, sabem que é dando que se recebe. Assim, movidas por esse ideal espiritual, elas dão milho para as galinhas...;

7. As galinhas acreditam nas boas intenções das raposas e tomam esse gesto de dar milho como expressão de amizade. A abundância do milho as

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faz confiar nas raposas. E, como expressão da sua confiança nascida do milho, elas elegem as raposas como suas representantes. Assim, na democracia brasileira, as raposas representam as galinhas;

8. Eleitas por voto democrático, às raposas é dado o direito de fazer as leis que regerão a vida das galinhas e das raposas...;

9. As leis que regem o comportamento das raposas não são as mesmas das galinhas. Sendo representantes do povo, precisam de proteção especial. Essa proteção tem o nome de "privilégios", isto é, leis que se aplicam só a elas;

10. Privilégio é assim: raposa julga galinha. Mas galinha não julga raposa. Raposa julga raposa. Logo, raposa absolve raposa;

11. "Todos os cidadãos são livres e têm o direito de exercer a sua liberdade." As galinhas são livres para serem vegetarianas e têm o direito de comer milho. As raposas são carnívoras e livres para comer galinhas;

12. A vontade das galinhas, ainda que de todas elas, não tem valia. Vontade de galinha solitária só serve para escolher suas representantes;

13. Permanece a sabedoria secular de Santo Agostinho, aqui em linguagem brasileira: "Tudo começa com uma quadrilha de tipos fora da lei, criminosos, ladrões, corruptos, doleiros, burladores do fisco, mafiosos, mentirosos, traficantes. Se essa quadrilha de criminosos se expande, aumenta em número, toma posse de lugares, de cargos, de ministérios, da presidência de empresas e fica poderosa ao ponto de dominar e intimidar os cidadãos -e estabelecendo suas leis sobre como repartir a corrupção-, ela deixa de ser chamada quadrilha e passa a ser chamada de Estado. Não por ter-se tornado justa, mas porque aos seus crimes se agregou a impunidade".

14.Portanto, galinhas do Brasil! Acordai! Uni-vos contra as raposas!

São Paulo, terça-feira, 07 de julho de 2009

ATIVIDADES:

Questão 01- O que vem a ser a democracia?

Questão 02- Qual a diferença entre Democracia Direta e Representativa?

Questão 03- Qual a importância do ato de votar?

Questão 04- Como seria nosso país se nõao vivessemos em uma democracia?

Questão 05- Comente o texto de Rubens Alves: Explicando política às crianças. De sua opinião sobre as comparações contidas no texto.