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Professor Doutor Rui Pinto Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

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Professor Doutor Rui Pinto

Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

INVERSÃO DO CONTENCIOSO CAUTELAR

E REFORMA DA AÇÃO EXECUTIVA

NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Rui Pinto, 2013

A questão de mérito na tutela cautelar. A obrigação genérica de não

ingerência e os limites da responsabilidade civil, Coimbra Editora,

2009

Manual da Execução e Despejo, Coimbra Editora, 2013 (novo Código)

Critérios judiciais de convolação não homogénea pelo artigo 16.º do

Regime Processual Civil Experimental, RMPúb, 31/n.º 121, Jan-Mar

2010

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

I. Inversão do contencioso

cautelar

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

RENUMERAÇÃO

Arts. 381.º - 392.º (Providência Cautelar inominada) => Arts. 362.º -

376.º

INVERSÃO DO CONTENCIOSO Arts. 369.º, 370.º n. 1, 371.º, 372.º

n. 2 e 376.º n. 4

Arts. 393.º - 395.º (Restituição provisória da posse) => Arts. 377.º -

379.º

Arts. 396.º - 398.º (Suspensão de deliberações sociais) => Arts.

380.º - 383.º

Arts. 399.º - 402.º (Alimentos provisórios) => Arts. 84.º - 387.º

Arts. 403.º - 405.º (Arbitr. reparação provisória) => Arts. 388.º -

390.º

Arts. 406.º - 411.º (Arresto) => Arts. 391.º - 396.º

Arts. 412.º - 420.º (Embargo de obra nova) => Arts. 397.º - Arts.

402.º

Arts. 421.º - 427.º (Arrolamento) => Arts. 403.º - 409.º

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REGRAS GERAIS DA PROVIDÊNCIA CAUTELAR

NÃO ESPECIFICADA

ARTIGO 362.º = ARTIGO 381º

Âmbito das providências cautelares não especificadas

1 - Sempre que alguém mostre fundado receio de que outrem cause lesão grave e dificilmente reparável ao seu direito, pode requerer a providência conservatória ou antecipatória concretamente adequada a assegurar a efectividade do direito ameaçado.

ARTIGO 364.º = ARTIGO 383.º

Relação entre o procedimento cautelar e a acção principal

1 - Exceto se for decretada a inversão do contencioso, o procedimento cautelar é sempre dependência dade uma causa que tenha por fundamento o direito acautelado e pode ser instaurado como preliminar ou como incidente de acçãoação declarativa ou executiva.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REGRAS GERAIS DA PROVIDÊNCIA CAUTELAR

NÃO ESPECIFICADA

ARTIGO 373.º = ARTIGO 389º

Caducidade da providência

1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 369.º [INVERSÃO DO CONTENCIOSO], o procedimento cautelar extingue-se e, quando decretada, a providência caduca extingue-se e, quando decretada, a providência caduca:

a) Se o requerente não propuser a ação da qual a providência depende dentro de 30 dias, contados da data em que lhe tiver sido notificado o trânsito em julgado [NOVIDADE] da decisão que a haja ordenado, sem prejuízo do disposto no n.º 2;

b) Se, proposta a acção, o processo estiver parado mais de 30 dias, por negligência do requerente;

c) Se a acção vier a ser julgada improcedente, por decisão transitada em julgado;

d) Se o réu for absolvido da instância e o requerente não propuser nova acção em tempo de aproveitar os efeitos da proposição da anterior;

e) Se o direito que o requerente pretende acautelar se tiver extinguido.

2 – Se o requerido não tiver sido ouvido antes do decretamento da providência, o prazo para a propositura da acção de que aquela depende é de 10 dias, contados da notificação ao requerente de que foi efectuada ao requerido a notificação prevista no n.º 6 do artigo 385.º.

3 - Quando a providência cautelar tenha sido substituída por caução, fica esta sem efeito nos mesmos termos em que o ficaria a providência substituída, ordenando-se o levantamento daquela.

4 - A extinção do procedimento, ou o levantamento da providência, são determinados pelo juiz, com prévia audiência do requerente, logo que se mostre demonstrada nos autos a ocorrência do facto extintivo.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

ALGUNS LUGARES PARALELOS

E DIREITO COMPARADO

A) Regime Processual Civil Experimental

ART. 16º do Decreto-Lei nº 108/2006, de 8 de Junho

“Quando tenham sido trazidos ao procedimento cautelar os elementos necessários à resolução definitiva do caso, o tribunal pode, ouvidas as partes, antecipar o juízo sobre a causa principal”

SOLUÇÃO DE TUTELA SUMÁRIA: antecipa-se a sentença final;

B) CPC Italiano

ART. 669º-octies

“L'ordinanza di accoglimento, ove la domanda sia stata proposta prima dell'inizio della causa di merito, deve fissare un termine perentorio non superiore a sessanta giorni per l'inizio del giudizio di merito (…). In mancanza di fissazione del termine da parte del giudice, la causa di merito deve essere iniziata entro il termine perentorio di sessanta giorni ”;

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

ALGUNS LUGARES PARALELOS

E DIREITO COMPARADO

ART. 669º-novies CPC Italiano

“Se il procedimento di merito non e' iniziato nel termine perentorio (…) il provvedimento cautelare perde la sua efficacia.”

MAS ATENÇÃO

“Le disposizioni di cui al presente articolo e al primo comma dell'articolo 669-novies non si applicano ai provvedimenti di urgenza emessi ai sensi dell'articolo 700 [PROV CAUT INOMINADAS] (…) agli altri provvedimenti cautelari idonei ad anticipare gli effetti della sentenza di merito (…) [PROV ANTECIPATÓRIAS], (…) ai provvedimenti emessi a seguito di denunzia di nuova opera o di danno temuto [EMBARGO DE OBRA NOVA], ma ciascuna parte puo' iniziare il giudizio di merito”.

SOLUÇÃO DE TUTELA NÃO SUMÁRIA: não se dá a sentença final, mas a decisáo cautelar vale enquanto não for revogada; nenhuma parte tem ónus de abertura da ação principal em certo prazo; não há consolidação formal;

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

ALGUNS LUGARES PARALELOS

E DIREITO COMPARADO

C) ALEMANHA

SOLUÇÃO DE TUTELA NÃO SUMÁRIA: não se dá a sentença final, mas a decisão cautelar vale enquanto não for revogada (não há consolidação formal); o requerente só tem ónus de abertura da ação principal em certo prazo, se o requerido o pedir;

• Só a requerimento da parte passiva é que o prazo será fixado pelo juiz (§ 926/I ZPO, geral ex vi § 936 ZPO);

• Requerido pode propor uma acção de simples apreciação negativa, sem estar dependente da diligência do requerente;

• Se for fixado prazo e a acção principal não for proposta terá sempre a parte passiva de requerer a revogação da medida (§ 926/II ZPO);

• As partes podem concordar em renunciar à propositura da acção principal, acabando por tornar a decisão provisória em título definitivo de regulação dos seus interesses.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

INVERSÃO DO CONTENCIOSO:

ÂMBITO, PRESSUPOSTOS E PROCEDIMENTO

I. REQUERIMENTO (artigo 369º)

- Requerimento, até ao encerramento da audiência final;

II.I. DECISÃO (PRESSUPOSTOS E ÂMBITO) (artigo 369.º e artigo 376.º n. 4)

- O juiz, na decisão que decrete a providência, pode proferir DISPENSA DO ÓNUS DA AÇÃO PRINCIPAL se

1º ) a matéria adquirida no procedimento lhe permitir formar convicção segura acerca da existência do direito acautelado e se

2º) a natureza da providência decretada for adequada a realizar a composição definitiva do litígio.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

INVERSÃO DO CONTENCIOSO:

ÂMBITO, PRESSUPOSTOS E PROCEDIMENTO

II.II. ÂMBITO (artigo 369º nº 1, artigo 376º nº 4)

- Providências cautelares atípicas antecipatórias;

- Providências cautelares típicas:

- Restituição provisória da posse;

- Suspensão de deliberações sociais;

- Alimentos provisórios;

- Embargo de obra nova;

- Providência cautelar em legislação avulsa cuja natureza

permita realizar a composição definitiva do litígio;

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

INVERSÃO DO CONTENCIOSO:

ÂMBITO, PRESSUPOSTOS E PROCEDIMENTO

III. RECURSO (artigo 370º nº 1)

1 - A decisão que:

Decrete a inversão do contencioso só é recorrível em conjunto com o recurso da decisão sobre a providência requerida;

Indefira a inversão é irrecorrível;

2 – Das decisões proferidas nos procedimentos cautelares, incluindo a que determine a inversão do contencioso, não cabe recurso para o Supremo Tribunal de Justiça, sem prejuízo dos casos em que o recurso é sempre admissível.

- Nos procedimentos sem contraditório prévio o requerido pode opor-se à inversão do contencioso (arts. 369.º n. 2 e 372.º n. 2) conjuntamente com a impugnação da providência decretada ou mediante recurso;

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

Atenção!

INVERSÃO DO CONTENCIOSO:

ÂMBITO, PRESSUPOSTOS E PROCEDIMENTO

IV. ÓNUS DO REQUERIDO DE PROPOSITURA DA AÇÃO REVOGATÓRIA (artigo 371º)

Logo que transite em julgado a sentença de inversão:

1 - O requerido é:

Notificado da Sentença de inversão;

Advertido de que deve intentar a ação destinada a impugnar a existência do direito acautelando nos 30 dias após a notificação;

2 – O requerido:

Não intenta a ação revogatória (intenta a ação mas fica parada por mais de 30 dias por negligência do autor, réu-requerente é absolvido da instância e o autor-requerido não propõe nova ação em tempo de aproveitar os efeitos da propositura da anterior);

ou

Intenta a ação revogatória;

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

INVERSÃO DO CONTENCIOSO:

EFICÁCIA E AÇÃO REVOGATÓRIA

V.I. A AÇÃO REVOGATÓRIA É INTENTADA (artigo 371º N. 3)

AÇÃO DE SIMPLES APRECIAÇÃO NEGATIVA

DA EXISTÊNCIA DO DIREITO ACAUTELADO

O autor é o requerido / o réu é o requerente;

Cabe ao autor-requerido fazer a prova dos factos impeditivos, moficativos ou extintivos (ART. 343º Nº1 CC);

A procedência, por decisão transitada em julgado, da ação proposta pelo requerido determina a caducidade da providência decretada.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

INVERSÃO DO CONTENCIOSO:

EFICÁCIA E AÇÃO REVOGATÓRIA

V.II. A AÇÃO REVOGATÓRIA NÃO É INTENTADA OU EM CASOS EQUIPARADOS (artigo 371º NºS 1 E 2)

A PROVIDÊNCIA DECRETADA CONSOLIDA-SE COMO

COMPOSIÇÃO DEFINITIVA DO LITÍGIO

Força de caso julgado material, nos termos gerais do art. 619º => art. 671º;

Força executiva, nos termos gerais do art. 703º nº1 al. a) => art. 46º nº 1 al. a).

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II. Reforma da Ação Executiva

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

Supressão da força executiva do documento particular assinado pelo devedor

(art. 703.º n. 1 al. c));

Alargamento das categorias de agente de execução

(art. 722.º);

Destituição fundamentada do agente de execução

(art. 722.º n. 4);

Redistribuição das competências entre juiz, secretaria e agente de execução

(arts. 719.º - 723.º);

Admissão expressa de duas formas de processo

(art. 550.º):

Ordinária (arts. 724.º e ss.);

Sumária (art. 855.º);

RESENHA GERAL

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

Execução de sentença

(arts. 85.º e 626.º);

Reforço dos direitos do agente de execução ao pagamento dos

honorários e despesas:

art. 724.º n. 6 (data de apresentação do requerimento executivo);

art. 721.º (cfr. Decreto-Lei 4/2013, de 11 de Janeiro);

Clarificação dos fundamentos de oposição à execução de injunção (art.

857.º);

Reforço da tutela do direito à habitação efectiva do executado, no

objecto da penhora, na execução provisória de sentença, no efeito

suspensivo da oposição à execução e à penhora

(arts. 751.º n. 3, 704.º n. 4, 733.º n.5, 785.º n. 4, 856.º n. 4);

Incidente de comunicabilidade da dívida (arts. 741.º e 742.º);

RESENHA GERAL

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

RESENHA GERAL

Clarificação e maior tutela do executado na penhora de rendimentos

(art. 738.º);

Penhora de saldo bancário sem autorização judicial (art. 780.º n. 1);

Plano de pagamentos credor / devedor – penhora vale como hipoteca /

penhor e extinção da execução (arts. 806.º e ss.);

Acordo global de pagamentos - credor / devedor (art. 810.º);

Venda em leilão eletrónico passa a ser a regra (arts. 837.º n. 1);

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

RENUMERAÇÃO

Arts. 45.º e 46.º => Arts. 10.º n. 5 e 6, 703.º;

Arts. 47.º - 54.º => Arts. 704.º - 711.º

Arts. 55.º - 60.º => Arts. 53.º - 58.º;

Arts. 90.º - 95.º => Arts. 895.º - 90.º;

Arts. 801.º - 922.º-B => Arts. 712.º - 853.º;

Art. 922.º-C => Art. 870.º;

Arts. 855.º e 856.º ----- Processo Sumário;

Arts. 928.º - 931.º => Arts. 859.º - 867.º;

Arts. 933.º - 942.º => Arts. 868.º - 877.º;

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II.I. Supressão da força executiva

dos documentos particulares

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

SUPRESSÃO DA FORÇA EXECUTIVA

DOS DOCUMENTOS PARTICULARES

(“antigo” CPC) ARTIGO 46.º

Espécies de títulos executivos

1 - À execução apenas podem servir de base:

a) As sentenças condenatórias;

b) Os documentos exarados ou autenticados, por notário ou por outras entidades ou profissionais com competência para tal, que importem constituição ou reconhecimento de qualquer obrigação;

c) Os documentos particulares, assinados pelo devedor, que importem constituição ou reconhecimento de obrigações pecuniárias, cujo montante seja determinado ou determinável por simples cálculo aritmético de acordo com as cláusulas dele constantes, ou de obrigação de entrega de coisa ou de prestação de facto; d) Os documentos a que, por disposição especial, seja atribuída força executiva.

2 – Consideram-se abrangidos pelo título executivo os juros de mora, à taxa legal, da obrigação dele constante.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

SUPRESSÃO DA FORÇA EXECUTIVA

DOS DOCUMENTOS PARTICULARES

(“novo” CPC) ARTIGO 703.º

Espécies de títulos executivos

1 -

a)

b)

c) Os títulos de crédito, ainda que meros quirógrafos, desde que, neste

caso, os factos constitutivos da relação subjacente constem do

próprio documento ou sejam alegados no requerimento executivo; d)

2 –

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II.II. Alargamento das categorias

de Agente de Execução

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

ALARGAMENTO DAS CATEGORIAS

DE AGENTE DE EXECUÇÃO

Solicitador / Advogado;

Oficial de Justiça:

Execução em que o Estado seja exequente;

Execução em que o Ministério Público represente o exequente;

Execução em que não há agente de execução inscrito na comarca:

• Para iniciar a execução, mediante autorização do juiz a requerimento do

exequente, desde que haja “desproporção manifesta dos custos que

decorreriam da atuação de agente de execução de outra comarca” (art. 724.º n.

1 al. c) - Requerimento executivo);

• Para cumprir diligência em substituição de agente de execução de processo de

fora da comarca, mediante autorização do juiz a requerimento do agente de

execução, desde que “as diligências executivas impliquem deslocações cujos

custos se mostrem desproporcionados”;

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

ALARGAMENTO DAS CATEGORIAS

DE AGENTE DE EXECUÇÃO

Solicitador / Advogado;

Oficial de Justiça:

Execuções de valor não superior ao dobro da alçada do tribunal de 1.ª

instância em que sejam exequentes pessoas singulares, que tenham

como objecto créditos não resultantes de uma atividade comercial ou

industrial, desde que o solicitem no requerimento executivo e paguem a

taxa de justiça devida, cfr. Art. 19.º Decreto-Lei 226/2008 (art. 724.º, n.

1 al. c) - Requerimento Executivo);

Execuções de valor não superior à alçada da Relação, se o crédito

exequendo for de natureza laboral, se o exequente o solicitar no

requerimento executivo e pagar a taxa de justiça devida;

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II.III. Destituição fundamentada

do Agente de Execução

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

DESTITUIÇÃO FUNDAMENTADA

DO AGENTE DE EXECUÇÃO

[“antigo” CPC] ARTIGO 808.º (n. 6)

O agente de execução pode ser livremente substituído pelo exequente ou, com fundamento em actuação processual dolosa ou negligente ou em violação grave de dever que lhe seja imposto pelo respectivo estatuto, destituído pelo órgão com competência disciplinar sobre os agentes de execução.

[“novo” CPC] ARTIGO 722.º (n. 4)

Sem prejuízo da sua destituição pelo órgão com competência disciplinar, o agente de execução pode ser substituído pelo exequente, devendo este expor o motivo da substituição; a destituição ou substituição produzem efeitos na data da comunicação ao agente de execução, efetuada nos termos definidos por portaria do membro do Governo responsável pela área da justiça.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II.IV. Redistribuição de competências

entre Juiz, Secretaria e Agente de

Execução

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

AGENTE DE EXECUÇÃO (1)

PODER DE DIREÇÃO DA EXECUÇÃO

Art. 808.º n. 1 → Art. 719.º n. 1

COMPETÊNCIA EXECUTIVA GENÉRICA (NÃO TÍPICA)

[“antigo” CPC] ARTIGO 808.º n. 1

Cabe ao agente de execução, salvo quando a lei determine o contrário, efectuar todas

as diligências de execução, incluindo, nos termos de portaria do membro do Governo responsável pela área da justiça, as citações, notificações e publicações.

]“novo” CPC] ARTIGO 719.º n. 1

Cabe ao agente de execução, efetuar todas as diligências do processo executivo que não estejam atribuídas à secretaria ou sejam da competência do juiz, incluindo, nomeadamente, citações, notificações, publicações, consultas de bases de dados, penhoras e seus registos, liquidações e pagamentos.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

AGENTE DE EXECUÇÃO (2)

TIPOS DE ATOS (Art. 723.º n. 1 al. c))

Regra: Atos Executivos (por ex. penhora);

Residualmente: Atos Decisórios (por ex. despacho de venda);

NOVIDADES

Mesmo após a extinção da instância, o agente de execução deve assegurar a realização dos atos emergentes do processo que careçam da sua intervenção (Art. 719.º n. 2);

PENHORA DE SALDO BANCÁRIO sem autorização judicial (Art. 780.º n. 1);

O AGENTE DE EXECUÇÃO PERDE A MAIOR PARTE DOS ATOS DECISÓRIOS PARA A COMPETÊNCIA DECLARATIVA DO JUIZ.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

JUIZ DE EXECUÇÃO (1)

COMPETÊNCIAS TÍPICAS

PODER GERAL DE CONTROLO – PASSIVO (Art. 809.º n. 1 => Art. 723.º n. 1)

Provocado:

[“antigo” CPC] ARTIGO 809.º n. 1

1. Sem prejuízo de outras intervenções estabelecidas na lei, compete ao juiz de

execução: c) Julgar, sem possibilidade de recurso, as reclamações de actos e

impugnações de decisões do agente de execução, no prazo de 10 dias;

[“novo” CPC] ARTIGO 723.º n. 1

1. Sem prejuízo de outras intervenções que a lei especificamente lhe atribui, compete

ao juiz c) Julgar, sem possibilidade de recurso, as reclamações de actos e impugnações

de decisões do agente de execução, no prazo de 10 dias;

Oficioso: Sempre que tome contacto com o processo (oposição,

requerimentos, etc.);

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

JUIZ DE EXECUÇÃO (2)

COMPETÊNCIA DECLARATIVA (Art. 809.º n. 1 => Art. 723.º )

Conhecer de reclamação dos actos do agente de execução;

Conhecer de questões levantadas pelas partes, terceiros

intervenientes ou pelo agente de execução, que não sejam

reclamações;

Julgar processos declarativos acessórios de oposição à

execução (cfr. Art. 728.º ss.), oposição à penhora (cfr. Arts. 784.º e

ss.), embargos de terceiro (cfr. Arts. 342.º ss.) e de reclamação,

verificação e graduação de créditos (cfr. Arts. 788.º ss.);

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

JUIZ DE EXECUÇÃO (3)

NOVA COMPETÊNCIA DECLARATIVA (Cabia ao agente de execução)

Dirigir as diligências de acertamento e liquidação da obrigação

(Arts. 550.º n. 3 als. a) e b), 714.º n. 1, 715.º e 716.º);

Decidir da isenção / redução da penhora

(Art. 738.º);

Conhecer do incidente de comunicação de dívida conjugal

(Arts. 741.º e 742.º);

Fazer a apreciação da qualidade dos bens e âmbito da herança, na

execução de herdeiro

(Art. 744.º n. 3);

Julgar a prestação de contas nas execuções de prestação de facto

(Arts. 871.º n. 1 e 872.º n. 1);

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

JUIZ DE EXECUÇÃO (3)

COMPETÊNCIA EXECUTIVA

(Residual)

Proferir despacho liminar

(Art. 723.º n. 1 al. a));

Autorizar o uso da força pública

(Art. 757.º n. 4);

Presidir à sessão de abertura das propostas de compra em carta fechada

(Art. 820.º n. 1);

NOVA COMPETÊNCIA EXECUTIVA

(Cabia ao agente de execução) Autorizar o fracionamento de imóvel divisível

(Art. 759.º n. 1);

Nomear fiscal ou administrador de estabelecimento comercial

(Art. 782.º);

Autorizar a venda antecipada de bens

(Art. 814.º n. 1);

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

SECRETARIA (1)

COMPETÊNCIA GENÉRICA (Art. 719.º)

[“antigo” CPC] ARTIGO 719.º n. 3

Incumbe à secretaria, para além das competências que lhe são especificamente atribuídas no presente título, exercer as funções que lhe são cometidas pelo artigo 157.º na fase liminar e nos procedimentos ou incidentes de natureza declarativa, salvo no que respeita à citação. ;

[“novo” CPC] ARTIGO 157.º n. 1 e 2

Dever de assegurar o expediente, autuação e regular tramitação;

Execução dos despachos judiciais e o cumprimento das orientações de serviço emitidas pelo juiz;

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

SECRETARIA (2)

COMPETÊNCIAS TÍPICAS

Receber ou recusar o requerimento executivo na FORMA ORDINÁRIA (Art. 725.º);

Designar agente de execução (Art. 720.º n. 2);

Gerir o registo informático de execuções (ARTs. 717º e 718º e Decreto-Lei nº 201/2003, de 10, de Setembro);

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II.V. Admissão Expressa de Duas

Formas de Processo

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

QUADRO ANTERIOR A 2003

FORMA ORDINÁRIA – Execução de título extrajudicial e de

decisão judicial que carecesse de liquidação incidental, com

despacho liminar e citação prévia

[Arts. 465.º, n. 1, 234.º, n. 4 al. e) e 811.º, n. 1 do Código anterior

a 2003];

FORMA SUMÁRIA – Execução de decisão judicial que não

carecesse de ser liquidada em execução, com despacho liminar

e citação posterior à penhora e prazo de embargos mais curto

[Art. 465.º, n. 2, 926.º, n. 1 e 928.º, n. 2];

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REFORMA DO CPC DE 2003

FORMA ÚNICA (“novo” CPC Art. 465.º), mas com 2 procedimentos

CITAÇÃO PRÉVIA – execução com despacho liminar e

citação prévia (regra, títulos que não coubessem no Art. 812.º-C);

DISPENSA DE CITAÇÃO PRÉVIA – Execução que coubesse

no Art. 812.º-C (por ex., decisão judicial, injunção) sem despacho

liminar e citação posterior à penhora / execução com dispensa

judicial (Art. 812.º-F, n. 3);

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REFORMA DO CPC DE 2013 (1)

[“novo” CPC] Art. 550.º: “o proceso comum para pagamento de quantia certa é ordinário ou sumário”

FORMA ORDINÁRIA – Forma-regra, com recebimento pela

secretaria judicial, despacho liminar e citação prévia (títulos que não

caibam no Art. 550.º n. 2 ou, ainda que caibam, fiquem salvaguardados

pelo n. 3):

[Arts. 724.º ss.]

FORMA SUMÁRIA – Execução de título que caiba no Art. 550.º n. 2,

com recebimento pelo agente de execução, sem despacho liminar e

sem citação prévia:

[Arts. 855.º a 858.º]

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REFORMA DO CPC DE 2013 (2)

ÂMBITO RELATIVO

ARTIGO 550.º

Forma do processo comum 1 - O processo comum para pagamento de quantia certa é ORDINÁRIO ou SUMÁRIO.

2 - Emprega-se o PROCESSO SUMÁRIO nas execuções baseadas:

a) Em decisão arbitral ou judicial nos casos em que esta não deva ser executada no próprio processo;

[atenção !]

b) Em requerimento de injunção ao qual tenha sido aposta fórmula executória;

c) Em título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida,garantida por hipoteca ou penhor;

d) Em título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida cujo valor não exceda o dobro da alçada do

tribunal de 1.ª instância.

3 – NÃO É, PORÉM, APLICÁVEL A FORMA SUMÁRIA.

a) Nos casos previstos nos artigos 714.º e 715.º;

b) Quando a obrigação exequenda careça de ser liquidada na fase executiva e a liquidação não

dependa de simples cálculo aritmético;

c) Quando, havendo título executivo diverso de sentença apenas contra um dos cônjuges, o exequente

alegue a comunicabilidade da dívida no requerimento executivo;

d) Nas execuções movidas apenas contra o devedor subsidiário que não haja renunciado ao benefício

da excussão prévia.

4 O processo comum para entrega de coisa certa e para prestação de facto segue

FORMA ÚNICA.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REFORMA DO CPC DE 2013 (3)

FORMA ORDINÁRIA

RECEBIMENTO – SECRETARIA (Art. 725.º)

DESPACHO LIMINAR (Art. 726.º)

CITAÇÃO

PENHORA

ATENÇÃO: PODE HAVER DISPENSA DE CITAÇÃO PRÉVIA (Art. 727.º).

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REFORMA DO CPC DE 2013 (4)

ESPECIALIDADES DA FORMA SUMÁRIA

ARTIGO 855.º Tramitação inicial

1 - O requerimento executivo e os documentos que o acompanhem são imediatamente enviados por via eletrónica, sem precedência de despacho judicial, ao agente de execução designado, com indicação do número único do processo.

2 -Cabe ao agente de execução:

a) Recusar o requerimento (…),

b) Suscitar a intervenção do juiz, nos termos do disposto na alínea d) do n.º 1 do artigo 723.º, quando se lhe afigure provável a ocorrência de alguma das situações previstas no n.º 2 e no n.º 4 do artigo 726.º, ou quando duvide da verificação dos pressupostos de aplicação da forma sumária.

3 - Se o requerimento for recebido e o processo houver de prosseguir, o agente de execução inicia as consultas e diligências prévias à penhora, que se efetiva antes da citação do executado.

(…)

ARTIGO 856.º Oposição à execução e à penhora

1 – Feita a penhora, é o executado citado para a execução e, em simultâneo, notificado do ato de penhora, podendo deduzir, no prazo de 20 dias, embargos de executado e oposição à penhora.

2 – A citação do executado deve ter lugar no próprio ato da penhora, sempre que ele esteja presente; se não estiver, a citação realiza-se no prazo de cinco dias, contados da efetivação da penhora.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REFORMA DO CPC DE 2013 (5)

FORMA SUMÁRIA

RECEBIMENTO – AGENTE DE EXECUÇÃO (Art. 855.º)

PENHORA

CITAÇÃO

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REFORMA DO CPC DE 2013 (6)

CONCLUSÕES

Forma ordinária é a forma do juiz;

Forma sumária é a forma do agente de execução;

Princípio da coincidência: Despacho liminar sempre que houver

citação prévia; não há despacho liminar se não houver citação prévia.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REFORMA DO CPC DE 2013 (6)

UMA PERPLEXIDADE…

Art. 550.º Forma do Processo Comum

(…)

2 – Emprega-se o Processo Sumário nas execuções baseadas:

c) Em título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida, garantida por

hipoteca ou penhor;

(…)

Excesso de favor creditoris: Seja qual for o montante da obrigação

exequenda, qualquer entidade bancária passa a poder executar sem aviso o

cliente com empréstimo hipotecário;

Violação da garantia constitucional de defesa prévia pois não é uma

restrição razoável;

Atribui a certos credores uma celeridade processual na obtenção da penhora

que viola o princípio da igualdade.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II.VI. Regime da Execução Imediata

da Sentença no Próprio Processo

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REGIME DA EXECUÇÃO IMEDIATA DA

SENTENÇA NO PRÓPRIO PROCESSO

I. Apresentação do requerimento de execução nos próprios

autos da ação declarativa e execução nesses autos (regra):

Art. 85.º n.1

“Na execução de decisão proferida por tribunais portugueses o requerimento

executivo é apresentado no processo em que aquela foi proferida, correndo

a execução nos próprios autos e sendo tramitada de forma autónoma,

excepto quando o processo tenha entretanto subido em recurso, casos em que

corre no translado.”

ATENÇÃO AO ART. 85.º n. 2: Apresentação nos autos, mas seguida de

remessa

Quando, nos termos da lei de organização judiciária, seja competente para a

execução secção especializada de execução [JUIZO DE EXECUÇÃO], deve

ser remetida a esta, com carácter de urgência, cópia da sentença, do

requerimento que deu início à execução e dos documentos que o

acompanham.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REGIME DA EXECUÇÃO IMEDIATA DA

SENTENÇA NO PRÓPRIO PROCESSO

II. Forma de execução:

a) Decisão judicial – Forma ordinária:

[aparente contradição com o art. 550.º n. 2 al. a) ]

Art. 626.º n. 1:

“A execução da decisão judicial condenatória inicia-se mediante requerimento, ao qual se

aplica, com as necessárias adaptações, o disposto nos artigos 724.º e seguintes [

FORMA ORDINÁRIA], salvo nos casos de decisão judicial condenatória proferida no

âmbito do procedimento especial de despejo.“ = forma única da ex. para entrega e

para prestação de facto (cf. art. 550º nº 4), sem prejuizo da especialidade do art. 626º

nº 3: (“Na execução de decisão judicial que condene na entrega de coisa certa, feita a

entrega, o executado é notificado para deduzir oposição (…)”).

b) Decisão judicial condenatória em quantia certa – Forma sumária:

Art. 626º n. 2:

“a execução da decisão condenatória no pagamento de quantia certa segue a tramitação

prevista para a FORMA SUMÁRIA, havendo lugar à notificação do executado após a

realização da penhora.”

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REGIME DA EXECUÇÃO IMEDIATA DA

SENTENÇA NO PRÓPRIO PROCESSO

III. Execução cumulada de todos os pedidos julgados procedentes pela

mesma sentença, seja qual for a sua finalidade (Art. 710.º);

IV. Forma da execução cumulada (Art. 626.º n. 3 a 5)

4 - Se o credor, conjuntamente com o pagamento de quantia certa ou com a entrega

de uma coisa [FORMA SUMÁRIA], pretender a prestação de um facto [FORMA

ÚNICA], a citação prevista no n.º 2 do artigo 868.º [CITAÇÃO DA FORMA ÚNICA] é

realizada em conjunto [É ATRASADA] com a notificação do executado para deduzir

oposição ao pagamento ou à entrega.

5 - Se a execução tiver por finalidade o pagamento de quantia certa e a entrega de

coisa certa ou a prestação de facto, podem ser logo penhorados bens suficientes para

cobrir a quantia decorrente da eventual conversão destas execuções, bem como a

destinada à indemnização do exequente e ao montante devido a título de sanção

pecuniária compulsória.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

RESUMINDO…

Sentença (Pagamento de Quantia Certa)

=> FORMA SUMÁRIA (salvo o art. 550 n. 3):

Quando se execute no próprio processo (art. 626.º n. 2);

Quanto não se execute no próprio processo (art. 550.º n. 2 al. a);

Injunção (Pagamento de Quantia Certa)

=> FORMA SUMÁRIA (salvo o art. 550.º n. 3);

Títulos Extrajudiciais com Hipoteca / Penhora (Pagamento Quantia Certa)

=> FORMA SUMÁRIA (salvo o art. 550.º n. 3);

Títulos Extrajudiciais até 10000€ (Pagamento Quantia Certa)

=> FORMA SUMÁRIA (salvo o art. 550.º n. 3);

FORMA SUMÁRIA (salvo o art. 550.º n. 3);

FORMA SUMÁRIA LIMITADA – CITAÇÃO PRÉVIA (art. 855.º n. 5);

Título para Entrega / Prestação FORMA ÚNICA (art. 550.º n. 4);

Sendo sentença Entrega Coisa Certa – Sem Citação Prévia mas com

diferimento liminar (art. 626.º n. 3);

Sendo sentença CUMULADA – PROCESSO MISTO (art. 626.º n. 4);

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

RESUMINDO…

Restantes casos de Pagamento de Quantia Certa:

=> FORMA ORDINÁRIA (art. 550 n. 1):

Salvo o art. 727.º;

“O exequente pode requerer que a penhora seja efectuada sem a

citação prévia do executado, desde que alegue factos que

justifiquem o receio de perda da garantía patrimonial do seu

crédito e ofereça de imediato os mieos de prova.”

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II.VII. Reforço dos Direitos do Agente

de Execução ao Pagamento de

Honorários e Despesas

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REFORÇO DOS DIREITOS DO AGENTE DE EXECUÇÃO AO

PAGAMENTO DE HONORÁRIOS E DESPESAS

Data de apresentação do requerimento executivo:

(Art. 724.º n. 6 e 7)

6 – O requerimento executivo só se considera apresentado:

a) Na data do pagamento da quantia inicialmente devida ao agente de execução, a

título de honorários e despesas, a realizar nos termos definidos por portaria do

membro do Governo responsável pela área da justiça ou da comprovação da

concessão do benefício de apoio judiciário, na modalidade de atribuição de agente

de execução;

b) b) Quando aplicável, na data do pagamento da retribuição prevista no n.º 8 do

artigo 749. [remuneração por identificação do executado e de bens, quando

exequente seja uma sociedade comercial que tenha dado entrada num tribunal,

secretaria judicial ou balcão, no ano anterior, a 200 ou mais execuções], nos casos em

que este ocorra após a data referida na alínea anterior.

7 – Aplicam-se ao disposto no número anterior os n.ºs 5 e 6 do artigo 552.º, com as

devidas adaptações.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

REFORÇO DOS DIREITOS DO AGENTE DE EXECUÇÃO AO

PAGAMENTO DE HONORÁRIOS E DESPESAS

Pagamento de quantias devidas ao Agente de Execução

(Art. 721.º cfr. Decreto-Lei 4/2013, de 11 de Janeiro)

1– Os honorários devidos ao agente de execução e o reembolso das despesas por ele efetuadas, bem como os débitos a terceiros a que a venda executiva dê origem, são suportados pelo exequente, podendo este reclamar o seu reembolso ao executado nos casos em que não seja possível aplicar o disposto no artigo 541.º.

2 -A execução não prossegue se o exequente não efetuar o pagamento ao agente de execução de quantias que sejam devidas a título de honorários e despesas.

3 - A instância extingue-se logo que decorrido o prazo de 30 dias após a notificação do exequente para pagamento das quantias em dívida, sem que este o tenha efetuado, aplicando-se o disposto no n.º 3 do artigo 849.º.

4 - O agente de execução informa o exequente e o executado sobre as operações contabilísticas por si realizadas com a finalidade de assegurar o cumprimento do disposto no n.º 1, devendo tal informação encontrar-se espelhada na conta-corrente relativa ao processo.

5 - A nota discriminativa de honorários e despesas do agente de execução da qual não se tenha reclamado, acompanhada da sua notificação pelo agente de execução ao interveniente processual perante o qual se pretende reclamar o pagamento, constitui título executivo.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II.VIII. Clarificação dos Fundamentos

de Oposição à Execução de Injunção

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

CLARIFICAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DE OPOSIÇÃO

À EXECUÇÃO DE INJUNÇÃO

ARTIGO 857.º Fundamentos de oposição à execução baseada em

requerimento de injunção

1- Se a execução se fundar em requerimento de injunção ao qual tenha sido

aposta fórmula executória, apenas podem ser alegados os fundamentos de

embargos previstos no artigo 729.º [EXECUÇÃO DE SENTENÇA], com as

devidas adaptações, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.

2- VERIFICANDO-SE JUSTO IMPEDIMENTO à dedução de oposição ao

requerimento de injunção, tempestivamente declarado perante a secretaria de

injunção, nos termos previstos no artigo 140.º, podem ainda ser alegados os

fundamentos previstos no artigo 731.º [EXECUÇÃO DE OUTRO TÍTULO],

nesse caso, o juiz receberá os embargos, se julgar verificado o impedimento e

tempestiva a sua declaração.

3- INDEPENDENTEMENTE DE JUSTO IMPEDIMENTO, o executado é ainda

admitido a deduzir oposição à execução com fundamento:

a) Em questão de conhecimento oficioso que determine a improcedência,

total ou parcial, do requerimento de injunção;

b) b) Na ocorrência, de forma evidente, no procedimento de injunção de

exceções dilatórias de conhecimento oficioso.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II.IX. Suspensão da Execução;

Tutela do Direito à Habitação Efetiva

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO

ARTIGO 818.º

Efeito do recebimento da oposição

1- Havendo lugar à citação prévia do executado, o recebimento da oposição só suspende

o processo de execução quando o opoente preste caução ou quando, tendo o opoente

impugnado a assinatura do documento particular e apresentado documento que constitua

princípio de prova, o juiz, ouvido o exequente, entenda que se justifica a suspensão.

2 - Não havendo lugar à citação prévia, o recebimento da oposição suspende o processo

de execução, sem prejuízo do reforço ou da substituição da penhora.

3 - A execução suspensa prosseguirá se a oposição estiver parada durante mais de 30

dias, por negligência do opoente em promover os seus termos.

4 - Quando a execução prossiga, nem o exequente nem qualquer outro credor pode obter

pagamento, na pendência da oposição, sem prestar caução.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO

ARTIGO 733.º

Efeito do recebimento (FORMA ORDINÁRIA E SUMÁRIA)

1- O recebimento dos embargos só suspende o prosseguimento da execução se:

a) O embargante prestar caução;

b) Tratando-se de execução fundada em documento particular, o embargante tiver

impugnado a genuinidade da respetiva assinatura, apresentando documento que

constitua princípio de prova, e o juiz entender, ouvido o embargado, que se justifica a

suspensão sem prestação de caução;

c) Tiver sido impugnada, no âmbito da oposição deduzida, a exigibilidade ou a

liquidação da obrigação exequenda e o juiz considerar, ouvido o embargado, que se

justifica a suspensão sem prestação de caução.

2 - A suspensão da execução, decretada após a citação dos credores, não abrange

o apenso de verificação e graduação dos créditos.

(…)

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO

ARTIGO 733.º

Efeito do recebimento (FORMA ORDINÁRIA E SUMÁRIA)

•(…)

3 - A execução suspensa prossegue se os embargos estiverem parados durante mais de

30 dias, por negligência do embargante em promover os seus termos.

4- Quando a execução embargada prossiga, nem o exequente nem qualquer outro credor

pode obter pagamento, na pendência dos embargos, sem prestar caução.

5– Se o bem penhorado for a casa de habitação efetiva do embargante, o juiz pode,

a requerimento daquele, determinar que a venda aguarde a decisão proferida em 1.ª

instância sobre os embargos, quando tal venda seja suscetível de causar prejuízo

grave e dificilmente reparável.

6 – Quando seja prestada caução nos termos do n.º 1, aplica-se, com as necessárias

adaptações, o disposto no n.º 3 e no n.º 4 do artigo 650.º

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

TUTELA DO DIREITO À HABITAÇÃO EFETIVA:

SOLUÇÕES IDÊNTICAS DE TUTELA DO DIREITO À HABITAÇÃO

OPOSIÇÃO À PENHORA (ART. 785º Nº4)

Se a oposição respeitar ao imóvel que constitua habitação efetiva do executado,

aplica-se o disposto no n. 5 do artigo 733.º.

OPOSIÇÃO À PENHORA AUTÓNOMA (ART. 856º Nº4)

Quando não se cumule com os embargos de executado é aplicável ao incidente

de oposição à penhora o disposto nos n. 2 e 6 do artigo 785.º.

EXECUÇÃO PROVISÓRIA (ART. 704º Nº 4 = ART. 47º)

4 - Enquanto a sentença estiver pendente de recurso, se o bem penhorado for a

casa de habitação efetiva do executado, o juiz pode, a requerimento daquele,

determinar que a venda aguarde a decisão definitiva, quando aquela seja

suscetível de causar prejuízo grave e dificilmente reparável.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

TUTELA DO DIREITO À HABITAÇÃO

NO OBJECTO DA PENHORA

Art. 751.º n. 3 => Art. 834.º n. 2 (após a Lei nº 60/2012, de 9/11)

Ainda que não se adeqúe, por excesso, ao montante do crédito exequendo, é

admissível a penhora de bens imóveis ou do estabelecimento comercial, desde

que a penhora de outros bens presumivelmente não permita a satisfação

integral do credor.

No prazo de doze meses, no caso de a dívida não exceder metade do valor

da alçada do tribunal de primeira instância— i.e., ser até 2500 euros — e o

imóvel seja a habitação própria permanente do executado;

No prazo de dezoito meses, no caso de a dívida exceder metade do valor

da alçada do tribunal de primeira instância— i.e., ser superior a 2500 euros

— e o imóvel seja a habitação própria permanente do executado;

No prazo de seis meses, nos restantes casos (solução única antes da Lei)

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II.X. Incidente de Comunicabilidade

da Dívida

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

INCIDENTE DE COMUNICABILIDADE DA DÍVIDA

Regra fundamental na penhora de bens comuns

ARTIGO 740.º (<= art. 825º)

Penhora de bens comuns em execução movida contra um dos cônjuges

1 - Quando, em execução movida contra um só dos cônjuges, forem penhorados bens

comuns do casal, por não se conhecerem bens suficientes próprios do executado, é o

cônjuge do executado citado para, no prazo de 20 dias, requerer a separação de bens

ou . juntar certidão comprovativa da pendência de ação em que a separação já tenha

sido requerida, sob pena de a execução prosseguir sobre os bens comuns.

2- Apensado o requerimento de separação, ou junta a certidão, a execução fica

suspensa até à partilha; se, por esta, os bens penhorados não couberem ao executado,

podem ser penhorados outros que lhe tenham cabido, permanecendo a anterior penhora

até à nova apreensão.

Citação prevista no art. 786.º n. 1 al. a) primeira parte

( = art. 864.º n. 3 al. a) primeira parte)

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

INCIDENTE DA COMUNICABILIDADE

SUSCITADO PELO EXEQUENTE

ARTIGO 741.º

1-Movida execução apenas contra um dos cônjuges, o exequente pode alegar

fundamentadamente que a dívida, constante de título diverso de sentença,

é comum; a alegação pode ter lugar:

No requerimento executivo (art. 724.º n. 1 al. e) segunda parte, GARANTIA

DE DESPACHO LIMINAR / FORMA ORDINÁRIA (cf. art. 550º nº 3 al. b)) ou

Até ao início das diligências para venda ou adjudicação, devendo, neste

caso, constar de requerimento autónomo, deduzido nos termos dos artigos

293.º a 295.º e autuado por apenso.

2- (…) é o cônjuge do executado citado para no prazo de 20 dias, declarar

se aceita a comunicabilidade da dívida, baseada no fundamento alegado, com a

cominação de que, SE NADA DISSER, a dívida é considerada comum.

5 – (..) se a dívida for considerada comum a execução prossegue também

contra o cônjuge não executado, cujos bens próprios podem ser nela

subsidiariamente penhorados se, antes da penhora dos bens comuns, tiverem

sido penhorados bens próprios do executado inicial, pode este requerer a

respetiva substituição.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

INCIDENTE DA COMUNICABILIDADE

SUSCITADO PELO EXEQUENTE

3 – O cônjuge não executado PODE IMPUGNAR a comunicabilidade da dívida:

a) Se a alegação (...) tiver sido incluída no requerimento executivo, - em oposição à

execução, quando a pretenda deduzir / ou - em articulado próprio, quando não

pretenda opor-se à execução; no primeiro caso, se o recebimento da oposição não

suspender a execução, apenas podem ser penhorados bens comuns do casal, mas a

sua venda aguarda a decisão a proferir sobre a questão da comunicabilidade;

b) Se a alegação (…) tiver sido deduzida em requerimento autónomo, - na respetiva

oposição.

4 - A dedução do incidente previsto na segunda parte do n.º 1 determina a suspensão da

venda, quer dos bens próprios do cônjuge executado que já se mostrem penhorados,

quer dos bens comuns do casal, a qual aguarda a decisão a proferir, mantendo-se

entretanto a penhora já realizada.

5 - (..) se a dívida for considerada comum a execução prossegue também contra o

cônjuge não executado (…).

6 - Se a dívida não for considerada comum e tiverem sido penhorados bens comuns

do casal, o cônjuge do executado deve, no prazo de 20 dias após o trânsito em

julgado da decisão, requerer a separação de bens ou juntar certidão comprovativa da

pendência da ação em que a separação já tenha sido requerida, sob pena de a execução

prosseguir sobre os bens comuns, aplicando-se o n.º 2 do art. 740º.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

INCIDENTE DA COMUNICABILIDADE

SUSCITADO PELO EXECUTADO(A)

ARTIGO 742.º

- Movida execução apenas contra um dos cônjuges e + penhorados bens próprios do

executado, na oposição à penhora;

- O executado pode alegar fundamentadamente que a dívida, constante de título diverso

de sentença, é comum, - - especificando logo quais os bens comuns que podem ser

penhorados;

- O cônjuge não executado é citado nos termos e para os efeitos do n.º 2 do art. 741º.

2 – Opondo-se o exequente ou sendo impugnada pelo cônjuge a comunicabilidade

da dívida,

A questão é resolvida pelo juiz no incidente de oposição à penhora,

suspendendo-se a venda dos bens próprios do executado e aplicando-se o art. 741º nºs 5

e 6 , consoante a dívida seja ou não considerada comum.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II.XI. Clarificação da penhora de

rendimentos

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

CLARIFICAÇÃO DA PENHORA DE RENDIMENTOS

Artigo 738.º <= Artigo 824.º

OBJECTO:

”1 - São impenhoráveis dois terços da parte líquida dos vencimentos, salários,

prestações periódicas pagas a título de aposentação ou de qualquer outra regalia social,

seguro, indemnização por acidente, renda vitalícia, ou prestações de qualquer natureza

que assegurem a subsistência do executado.”

ATENÇÃO: apenas são considerados os descontos

legalmente obrigatórios.

REDUÇÃO DE PENHORA - passa para o juiz = (art. 824º nº 4 “novo” CPC):

“6 - Ponderados o montante e a natureza do crédito exequendo, bem como as

necessidades do executado e do seu agregado familiar, pode o juiz, excecionalmente e a

requerimento do executado, reduzir, por período que considere razoável, a parte

penhorável dos rendimentos e mesmo, por período não superior a um ano, isentá-los de

penhora.”

AUMENTO DA PENHORA - suprimido (art. 824ºnº 7).

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II.XII. Penhora de Saldo Bancário

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

PENHORA DE SALDO BANCÁRIO

Artigo 780.º <= Artigo 861.º-A

Supressão da necessidade de despacho judicial prévio

“1- A penhora que incida sobre depósito existente em instituição legalmente autorizada a

recebê-lo é feita por comunicação eletrónica realizada pelo agente de execução às

instituições legalmente autorizadas a receber depósitos nas quais o executado

disponha de conta aberta ( ! );

Procedimento de preparação (“bloqueio”) e consumação da penhora

“2 - O agente de execução comunica, por via eletrónica, às instituições de crédito (..),

que o saldo existente, ou a quota-parte do executado nesse saldo fica BLOQUEADO

desde a data do envio da comunicação, até ao limite estabelecido no n.º 3 do artigo 735.º”

[valor da dívida, custas e honorários]

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

PENHORA DE SALDO BANCÁRIO

Artigo 780.º <= Artigo 861.º-A

“8 - Após a comunicação (…), as instituições de crédito, no prazo de dois dias úteis,

comunicam, por via eletrónica, ao agente de execução:

a) O montante bloqueado; ou

b) O montante dos saldos existentes, sempre que, pela aplicação do disposto nos n.os 4 e

5 do artigo 738.º, a instituição não possa efetuar o bloqueio a que se refere o n. 2; ou

c) A inexistência de conta ou saldo.

“9 - Recebida a comunicação (…), o agente de execução, no prazo de cinco dias,

respeitados os limites previstos nos n.os 4 e 5 do artigo 738.º [imp. parcial] comunica por

via eletrónica às instituições de crédito a PENHORA dos montantes dos saldos

existentes que se mostrem necessários para satisfação da quantia exequenda e o

DESBLOQUEIO dos montantes não penhorados, sendo a penhora efetuada

comunicada de imediato ao executado pela instituição de crédito.”

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II.XIII. Plano de Pagamentos

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

PLANO DE PAGAMENTOS

Anteriores Artigos 882.º a 884.º

ARTIGO 882.º

Requerimento para pagamento em prestações

1- É admitido o pagamento em prestações da dívida exequenda, se exequente e

executado, de comum acordo, requererem, ao agente de execução, a suspensão da

execução.

2 - O requerimento para pagamento em prestações é subscrito por exequente e

executado, devendo conter o plano de pagamento acordado e podendo ser

apresentado até à transmissão do bem penhorado ou, no caso de venda mediante

propostas em carta fechada, até à aceitação de proposta apresentada.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

PLANO DE PAGAMENTOS

Anteriores Artigos 882.º a 884.º

ARTIGO 883.º

Garantia do crédito exequendo

1 - Na falta de convenção em contrário, vale como garantia do crédito exequendo a

penhora já feita na execução, que se manterá até integral pagamento (…).

ARTIGO 884.º

Consequência da falta de pagamento

A falta de pagamento de qualquer das prestações, nos termos acordados, importa o

vencimento imediato das seguintes, podendo o exequente requerer o prosseguimento

da execução para satisfação do remanescente do seu crédito.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

PLANO DE PAGAMENTOS

Novos Artigos 806.º a 808.º

ARTIGO 806.º

Requerimento para pagamento em prestações

1- 0 exequente e o executado podem acordar no pagamento em prestações da dívida

exequenda, definindo um plano de pagamento e comunicando tal acordo ao agente de

execução.

2- A comunicação (…) pode ser apresentada até à transmissão do bem penhorado ou, no

caso de venda mediante proposta em carta fechada, até à aceitação de proposta

apresentada e determina a extinção da execução.

ARTIGO 883.º

Garantia do crédito exequendo

1- Se o exequente declarar que não prescinde da penhora já feita na execução, aquela

converte-se automaticamente em hipoteca ou penhor, beneficiando estas garantias da

prioridade que a penhora tenha (…)

3- As partes podem convencionar que a coisa objeto de penhor fique na

disponibilidade material do executado.

4 - O agente de execução comunica à conservatória competente a conversão da

penhora em hipoteca, bem como a extinção desta após o cumprimento do acordo.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

PLANO DE PAGAMENTOS

Novos Artigos 806.º a 808.º

ARTIGO 884.º

Consequência da falta de pagamento

A falta de pagamento de qualquer das prestações, nos termos acordados, importa o

vencimento imediato das seguintes, podendo o exequente requerer a renovação da

execução para satisfação do remanescente do seu crédito, aplicando-se:

o art. 850º nº 4 = art. 920º nº 5 do “antigo” CPC

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II.XIV. Acordo Global de Pagamentos

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

ACORDO GLOBAL DE PAGAMENTOS

Novo Artigos 810.º

ARTIGO 806.º

Requerimento para pagamento em prestações

1 – O executado, o exequente e os credores reclamantes podem acordar num plano de

pagamentos, que pode consistir nomeadamente numa simples moratória, num perdão,

total ou parcial, de créditos, na substituição, total ou parcial, de garantias ou na

constituição de novas garantias.

(aplica-se, com as necessárias adaptações, as regras procedimento do plano

de pagamentos)

3 – O incumprimento dos termos do acordo, no prazo de 10 dias após interpelação

escrita do exequente ou de credor reclamante, implica, na falta de convenção expressa

em contrário, a caducidade do acordo global, podendo o exequente ou o credor

reclamante requerer a renovação da execução para pagamento do remanescente do

crédito exequendo e dos créditos reclamados, aplicando-se, com as necessárias

adaptações, o disposto nos n.ºs 2 e 3 do artigo 808.º.

4 – A caducidade do acordo global prevista no número anterior não prejudica os efeitos

entretanto produzidos.

5 – O exequente e os credores reclamantes conservam sempre todos os seus direitos

contra os coobrigados ou garantes do executado.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

II.XV. Venda em Leilão Eletrónico

- Regra

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

VENDA EM LEILÃO ELETRÓNICO - REGRA

Anterior Artigo 907.º-B

“1 - Excepto nos casos referidos nos artigos 902.º e 903.º, a venda de bens imóveis e de

bens móveis penhorados é sempre feita em leilão electrónico, nos termos a definir por

portaria (…):

a) Quando, ouvidos o executado, o exequente e os credores com garantia sobre os

bens a vender, estes não se oponham no prazo de cinco dias;

b) Nos casos referidos nas alíneas d) e e) do artigo 904.º e no n.º 3 do artigo 907.º,

quando o agente de execução entenda preferível a venda em leilão electrónico à

venda por negociação particular ou à venda por propostas em carta fechada.“

Novo Artigo 837.º

“1- Excepto nos casos referidos nos artigos 902.º e 903.º [venda em bolsa e venda direta],

a venda de bens imóveis e de bens móveis penhorados é feita preferencialmente em

leilão eletrónico, nos termos a definir por portaria(…)”.

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

MUITO OBRIGADO.

Rui Pinto, 2013

Rui Pinto / Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa