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Professor, o compromisso de excelência Relatório de estágio Profissional Orientador: Professor José Virgílio João David Mendes Silva Porto, Julho 2015 Relatório de estágio apresentado Com vista à obtenção do 2ºciclo (Decreto-lei nº76/2006 de 24 de Março e Decreto-lei 43/2007 de 22 de Fevereiro) em Ensino de Educação Física nos ensinos Básico e Secundário.

Professor, o compromisso de excelência Relatório de ... · ANEXO VI –REFLEXÃO AULA 17 E 18 ... inserida no plano de estudos do mestrado de ensino em ... fácil a minha iniciação

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Professor, o compromisso de excelência

Relatório de estágio Profissional

Orientador: Professor José Virgílio

João David Mendes Silva

Porto, Julho 2015

Relatório de estágio apresentado Com vista à obtenção do 2ºciclo (Decreto-lei nº76/2006 de 24 de Março e Decreto-lei 43/2007 de 22 de Fevereiro) em Ensino de Educação Física nos ensinos Básico e Secundário.

II

Silva, J (2015). Professor, o compromisso de excelência. Relatório de estágio

Profissional. Porto: J. Silva Relatório de Estágio apresentado com vista à

obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos

Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de desporto da Universidade

do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: Educação física, estágio Profissional, desporto

extracurricular.

III

AGRADECIMENTOS

Ao Mestre Rui Pacheco pela simplicidade e frontalidade das suas

avaliações e conselhos.

Ao João Almeida pela companhia nos “tempos mortos” passados na

escola.

Ao João Almeida pelo companheirismo na realização dos trabalhos.

Ao núcleo de estágio por realizar tudo o que foi proposto de forma

prática e rápida.

Aos meus pais e irmã por aturarem o mau humor quando chegava a

casa do estágio profissional.

V

Índice

AGRADECIMENTOS ........................................................................................ III

ÍNDICE DE TABELAS ....................................................................................... IX

ÍNDICE DE FIGURAS ........................................................................................XI

ÍNDICE DE anexos .......................................................................................... XIII

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1

2. ENQUADRAMENTO PESSOAL .................................................................. 3

2.1. Características Pessoais ............................................................. 3

2.2. Entendimento do Estágio Profissional ......................................... 4

2.3. Expetativas em relação ao estágio Profissional .......................... 5

3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL .................................. 6

3.1. A escola como local de aprendizagem e formação ..................... 6

3.2. Núcleo de estágio ........................................................................ 7

3.3. Caraterização da escola .............................................................. 8

3.4. Caraterização da turma ............................................................... 9

3.4.1. Constituição da Turma .................................................................... 9

3.4.2. Idade dos Alunos .......................................................................... 10

3.4.3. Local de Residência ..................................................................... 10

3.4.4. Estado Civil dos Pais .................................................................... 11

3.4.5. Número de Irmãos ........................................................................ 11

3.4.6. Agregado Familiar ........................................................................ 12

3.4.7. Habitação e transporte ................................................................. 12

3.4.8. Saúde ........................................................................................... 15

3.4.9. Prática Desportiva ........................................................................ 16

VI

3.4.10. Conclusão da análise da turma .................................................... 17

3.5. Planeamento Anual ...................................................................... 19

4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL .......................................... 22

4.1. ÁREA I - organização e gestão do ensino aprendizagem ............ 22

4.1.1. Conceção ..................................................................................... 22

4.1.2. Planeamento ................................................................................ 24

4.1.2.1. Modelos de ensino........................................................................ 28

4.1.2.1.1. MED – Modelo De Educação Desportiva ............................... 29

4.1.2.1.2. MID – Modelo De Instrução Direta ......................................... 31

4.1.3. Realização .................................................................................... 32

4.1.4. Avaliação ...................................................................................... 36

4.2. ÁREA II – participação na escola e relação com a comunidade .. 39

4.2.1. Desporto escolar........................................................................... 39

4.2.2. Torneios inter-turmas .................................................................... 40

4.2.3. Direção de turma .......................................................................... 41

4.2.4. Relação com a comunidade ......................................................... 42

4.3. ÁREA III – Desenvolvimento profissional ..................................... 43

4.3.1. Reflexões ...................................................................................... 43

4.4. PROJETO DE INVESTIGAÇÃO / Motivos que levam à não prática

de atividades desportivas extracurriculares na turma (do 8ºB ) da escola EB

2,3 de Leça do Balio .................................................................................. 45

Resumo ..................................................................................................... 45

Abstract...................................................................................................... 46

Introdução .................................................................................................. 47

4.4.1. Revisão da literatura ..................................................................... 48

4.4.2. Objetivos ....................................................................................... 49

VII

4.4.3. Material e métodos ....................................................................... 49

4.4.3.1. Amostra ........................................................................................ 49

4.4.3.2. Instrumento de recolha de dados ................................................. 49

4.4.3.3. Análise e recolha de dados .......................................................... 50

4.4.4. Apresentação dos resultados ....................................................... 50

4.4.5. Discussão dos resultados ............................................................. 52

4.4.6. Conclusões ................................................................................... 53

4.4.7. Propostas para futuras investigações ........................................... 53

4.4.8. Referências bibliográficas ............................................................. 54

5. CONCLUSÃO ............................................................................................ 55

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 60

7. ANEXOS .................................................................................................... 61

IX

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1 - RAZÕES PARA A NÃO PRÁTICA DE DESPORTO EXTRA CURRICULAR DA

TURMA DO 8ºB. (ORDEM DECRESCENTE DE IMPORTÂNCIA) ........................................... 51

TABELA 2 - RAZÕES PARA A NÃO PRÁTICA DE DESPORTO EXTRA CURRICULAR DOS

ALUNOS DO SEXO MASCULINO DO 8ºB. (ORDEM DECRESCENTE DE IMPORTÂNCIA) .. 51

TABELA 3 - TABELA 2 - RAZÕES PARA A NÃO PRÁTICA DE DESPORTO EXTRA

CURRICULAR DOS ALUNOS DO SEXO FEMININO DO 8ºB. (ORDEM DECRESCENTE DE

IMPORTÂNCIA) ...................................................................................................................... 52

XI

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 CONSTITUIÇÃO DA TURMA ----------------------------------------------------------------------- 9

FIGURA 2 - IDADE DOS ALUNOS ---------------------------------------------------------------------------- 10

FIGURA 3 – LOCAL DE RESIDÊNCIA ----------------------------------------------------------------------- 10

FIGURA 4– ESTADO CIVIL DOS PAIS ----------------------------------------------------------------------- 11

FIGURA 5– Nº DE IRMÃOS ------------------------------------------------------------------------------------- 11

FIGURA 6– AGREGADO FAMILIAR -------------------------------------------------------------------------- 12

FIGURA 7 - QUARTO INDIVIDUAL --------------------------------------------------------------------------- 12

FIGURA 8 - CONDIÇÕES DE ESTUDO ---------------------------------------------------------------------- 13

FIGURA 9– LOCAL DE ESTUDO ------------------------------------------------------------------------------ 14

FIGURA 10 – MEIO DE TRANSPORTE ---------------------------------------------------------------------- 14

FIGURA 11 – PORTADOR DE DOENÇAS ------------------------------------------------------------------ 15

XIII

ÍNDICE DE ANEXOS

ANEXO I - QUESTIONÁRIO DE CARATERIZAÇÃO DA TURMA ............................................ 62

ANEXO II - PLANO ANUAL 3º CICLO ..................................................................................... 63

ANEXO III - HORÁRIO DAS INSTALAÇÕES .......................................................................... 64

ANEXO IV - PLANO PERIÓDICO ........................................................................................... 65

ANEXO V - CALENDÁRIO E ORGANIZAÇÃO DOS JOGOS DE VOLEIBOL .......................... 68

ANEXO VI –REFLEXÃO AULA 17 E 18 .................................................................................. 69

ANEXO VII –REFLEXÃO AULA 10 ......................................................................................... 70

ANEXO VIII –REFLEXÃO AULA 40 ........................................................................................ 71

ANEXO IX - REFLEXÃO DA AULA 32 33 ............................................................................... 72

XV

RESUMO

O presente documento foi elaborado no âmbito da unidade curricular estágio

profissional (EP), inserida no plano de estudos do mestrado de ensino em

educação física nos ensinos básico e secundário e tem como principal objetivo

a conclusão do mesmo. O estágio profissional torna-se assim o culminar de

dois anos de formação académica contínua e consequente interligação com o

mundo real do trabalho do professor, a escola. O ano de estágio profissional foi

realizado na Escola EB 2,3 de Leça do balio onde estavam integrados para

além de mim mais dois estagiários da Faculdade de Desporto da Universidade

do Porto (FADEUP). No relatório de estágio profissional realço os aspetos mais

importantes e marcantes que ocorreram durante este ano letivo como professor

estagiário. O relatório de estágio está construído em cinco capítulos: o primeiro

é a introdução do documento; o segundo capítulo, “Enquadramento Pessoal”; o

terceiro é o “Enquadramento da prática profissional”; o quarto “realização da

prática profissional”; e por último, “conclusão”. No capítulo quatro, realização da

prática profissional é apresentado um estudo sobre Motivos que levam à não

prática de atividades desportivas extracurriculares na turma (do 8ºB) da escola

EB 2,3 de Leça do Balio.

PALAVRAS-CHAVE: Educação física, estágio Profissional, desporto

extracurricular.

XVII

ABSTRACT

This document was prepared for the professional internship of Physical

Education (EP), which is inserted in teaching master's curriculum in Physical

Education in primary and secondary education and aims to the completion of

the master’s. Thus the professional internship becomes the culmination of two

years of continuous academic and consequent interconnection with the real

world of the teacher's work at school. The year of traineeship was held at

Escola EB 2,3 de Leça do Balio, where besides me two other trainees from the

Sports School of the University of Porto (FADEUP) were integrated. In the

professional internship report the most important and striking aspects that

occurred during this school year as a trainee teacher are stressed. The report is

divided into five chapters: the first is the introduction of the document; the

second chapter, "Personnel setting"; the third is the "setting of the professional

practice"; the fourth "actual professional practice"; and finally, "conclusion". In

chapter four, actual professional practice presents a study on reasons that lead

to the non practice of extracurricular sports activities in the class (8.ºB) of the

school EB 2,3 Leça do Balio.

KEYWORDS: Physical Education, Professional internship, extracurricular sport.

XIX

Lista de abreviaturas

EP – Estágio Profissional

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

MED - Modelo de Educação Desportiva

1

1. INTRODUÇÃO

O relatório de estágio profissional insere-se na Unidade Curricular de Estágio

Profissional do Curso de Mestrado de Ensino de Educação Física nos ensinos

Básico e Secundário da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

O estágio profissional permite ao futuros professores vivenciarem a cultura

escolar na sua plenitude e experienciar as mais variadas componentes desta

cultura, desde as relações entre comunidade escolar, os valores, os costumes

e especificamente o compreender, sentir, agir e pensar dos docentes da

comunidade escolar. Assim, o EP é uma etapa de transição visto que fazemos

a passagem da vida escolar do lado da discência para o lado do docente. Há

passagem para um lado demasiado importante, neste ano letivo ocupo o lugar

de professor, embora estagiário, passando assim a ser um exemplo para os

alunos e como tal devo-me comportar e agir como, uma referências de postura,

educação e comportamento.

O Estágio Profissional teve lugar na escola EB 2,3 de Leça do Balio e o núcleo

de estágio era constituído por três elementos. Durante o ano letivo 2014/2015

fui responsável pelo processo de ensino-aprendizagem da turma do 8º B. Ao

Professor Cooperante foram atribuídas todas as turmas de 8º ano de

escolaridade da escola EB 2,3 de Leça do Balio. Como tal, o Professor

Cooperante possibilitou aos estagiários escolherem a turma. A ordem de

escolha não foi arbitrária, o critério foi a média final de licenciatura. O motivo da

minha escolha deveu-se principalmente ao horário da turma referente às aulas

de Educação Física.

O presente relatório encontra-se organizado em cinco capítulos: “Introdução”,

“Enquadramento Pessoal”, “Enquadramento da Prática Profissional”,

“Realização da Prática Profissional” e “Conclusão”.

No capítulo inicial, “Introdução” pretendo fazer uma apresentação do

documento e consequentemente do estágio profissional.

2

No segundo capítulo, “Enquadramento Pessoal” apresento o meu projeto de

formação individual fazendo a minha apresentação. Neste capítulo é

apresentado o meu percurso de vida, as minhas vivências desportivas e

académicas, e por fim as expetativas referentes ao estágio profissional;

O terceiro capítulo é o “Enquadramento da Prática Profissional”, este capítulo

serve para mostrar a caraterização da escola, do núcleo de estágio, da turma e

apresentar o planeamento anual e periódico referente à turma do 8º B;

O quarto capítulo, “Realização da Prática Profissional” encontra-se dividido em

três áreas de intervenção profissional: área I - Organização e gestão do ensino

aprendizagem; área II - Participação na escola e relação com a comunidade;

área III – Desenvolvimento profissional. Para além destas três áreas é neste

capítulo que apresento o meu projeto de investigação ação sobre os Motivos

que levam à não prática de atividades desportivas extracurriculares na turma

(do 8ºB) da escola EB 2,3 de Leça do Balio.

No último capítulo, “Conclusão” faz referência à importância do EP no meu

crescimento a nível profissional e pessoal.

3

2. ENQUADRAMENTO PESSOAL

2.1. Características Pessoais

Chamo-me João David Mendes Silva, nascido a 12 de Abril de 1991 no Porto,

tenho 23 anos e sou natural do concelho da Maia. Resido no concelho da Maia

distrito do Porto, a cerca de vinte minutos da escola onde estou a lecionar, a

escola EB 2/3 de Leça do Balio. Tenho uma irmã, mas neste momento o meu

agregado familiar sou eu e os meus pais. Estas quatro pessoas e a minha

participação no desporto ao nível de competição federada são a base daquilo

que me tornei ao longo destes anos de contínuo crescimento. Foi graças à

educação que me deram e aos valores que me incutiram que passei de criança

a adulto.

Relativamente às experiências desportivas, diria que faço desporto desde que

me lembro. Os meus pais são fãs incondicionais de desporto e isso tornou mais

fácil a minha iniciação a nível desportivo. Ao contrário de muitos jovens tive a

possibilidade de praticar diferentes modalidade, desde futebol e motocross,

passando pelo surf, voleibol, hóquei patins, entre outras. Pratiquei natação dos

4 aos 8 anos, depois iniciei-me no desporto federado na modalidade de futebol.

Joguei futebol até aos 14 anos. Desde dessa idade tive ao privilégio de alargar

o meu leque de experiências desportivas. Mas desde então o meu desporto de

eleição foram o motocross e o voleibol.

Sou piloto de motocross e participei 3 anos no campeonato nacional de

motocross, um dos desafios mais difíceis e aliciantes de toda a minha vida.

Sempre gostei de desporto e isso era evidente contudo tinha uma grande

paixão por biologia Marinha e essa foi a minha primeira escolha no ensino

universitário. Mas, no fim do primeiro ano optei por mudar para a Universidade

de Desporto da Universidade do porto e ingressar no curso de Ciências do

Desporto.

4

Durante a licenciatura fui um aluno mediano, pois sempre fiz o meu percurso

académico para aprender e não para decorar para os testes e avaliações. Não

tenho dúvidas que as notas que consegui revelam o que eu efetivamente sei e

não o que decorei. Por outro lado sempre estive envolvido em vários projetos

em simultâneo com a faculdade e houve momentos em que a minha prioridade

não eram todas as disciplinas do currículo. Desta forma consegui facilmente ao

longo destes quatro anos conciliar o curso na faculdade com treinar, competir,

dar treino e assistir a conferências e congressos em áreas do meu interesse.

2.2. Entendimento do Estágio Profissional

No meu entender o estágio profissional é mais uma etapa do mestrado de

ensino e é tão importante como as etapas de formação anteriores.

Neste momento da nossa carreira académica temos a primeira experiência

como professor responsável por uma turma, embora sempre com controlo e

ajuda por parte do Professor Cooperante.

Assim, no EP a formação adquirida durante o primeiro ano de Mestrado é posta

à prova no contexto profissional de professor responsável por uma turma.

No meu entender há também o contacto com a realidade e a possibilidade de

perceber o que é passível de realizar face ao idealismo utópico que temos em

mente realizar.

As didáticas específicas lecionadas no primeiro ano de Mestrado permitem

adquirir bases sólidas para lecionar essas mesmas unidades didáticas aos

alunos durante o ano de EP.

Para além dos aspetos ligados à didática existe também o contacto com

funções e tarefas mais burocráticas como o acompanhamento do diretor de

turma, a planificação de visitas de estudo. Resumindo, tudo o que poderemos

desempenhar como futuros professores.

Concluindo, o estágio será muito trabalhoso mas permitirá perceber e

interpretar o papel de professor na totalidade das suas funções atuais. Assim, o

5

desempenho de diferentes funções prepara-nos para o desempenho da

profissão de professor no futuro.

2.3. Expetativas em relação ao estágio Profissional

Sinceramente não tinha grandes expetativas nem planos para este ano letivo,

queria viver um dia do estágio de cada vez.

Senti-me feliz por ter sido colocado na minha primeira opção e assim estar a

lecionar numa escola perto do meu local de residência.

Ao longo deste ano quis tentar dissipar algumas dúvidas e inquietações que

senti durante o primeiro ano de mestrado em disciplinas maioritariamente

teóricas e se a elevada carga horária dessas disciplinas iria ser útil durante

este ano letivo.

Espero ao longo do ano ser capaz de fazer os planos de aula mais

rapidamente e perceber, realmente, se as imensas horas que passamos com

planos e projeções fazem sentido, visto que estamos a lidar com seres

humanos e não com máquinas que evoluem e respondem da forma que nós

esperamos.

Logicamente, tinha a expetativa de ser capaz de concluir o mestrado de ensino

sem abdicar do meu grande foco desta época que é o treino de voleibol e ser

campeão nacional e júnior feminino e conciliar com a época desportiva de

motocross.

Em relação especificamente ao EP pretendia realizar o mestrado de forma

coerente e profissional. Ambicionava melhorar a minha capacidade de

superação em situações menos agradáveis de leccionamento assim como a

organização de documentos para conseguir sustentar e justificar as minhas

opções e avaliações enquanto professor sempre que necessário. Outra

expetativa e curiosidade que tinha referente ao EP era perceber a importância

de todos os agentes de ensino no funcionamento da Escola.

6

3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

3.1. A escola como local de aprendizagem e formação

Atualmente, inserida na busca incessante da educação para a vida, a

instituição Escola procura educar de forma holística todos os alunos. Na

população de alunos da escola é possível encontrar alunos provenientes de

diferentes meios sociais, de diferentes etnias e diferentes culturas familiares.

Com esta diversidade de alunos a escola deixa de ser apenas um local de

acesso à formação académica. A Escola, ao espelhar a região local e torna-se

o lugar perfeito para uma educação íntegra e completa onde é possível

aprender a viver com as diferenças e desigualdades. Assim, a instituição

escola tem a oportunidade de promover o respeito e a entre ajuda na

comunidade.

No confronto com estes desafios da sociedade o poder educativo da escola

assume uma importância indubitável, na medida que guia o indivíduo para uma

intervenção ativa na vida em comunidade, consciencializando os alunos dos

seus deveres, direitos e responsabilidades.

Mas, é importante ter consciência que a Educação advêm de vários fatores

como, o desenvolvimento social e cultural, juntamente com os valores e

conhecimentos ensinados pelos professores. Assim, enquanto docentes,

somos corresponsáveis pela educação dos nossos alunos e pelos papéis que

eles desempenharão nas sociedades futuras. É importante lançar sementes

para a sociedade colher bons frutos (Estanqueiro, 2010).

O professor, como pedagogo tem que proporcionar aprendizagem em vez de

educar no sentido lato da palavra. Assim, como professor de educação física

compete-me, no decorrer do ano letivo, proporcionar aos alunos aprendizagens

significativas e contribuir para o desenvolvimento das suas personalidades

(Bento, 1995).

7

Na minha perspetiva, a escola desempenha um papel fundamental na

sociedade. Sendo a escola um local de passagem obrigatório para todas as

crianças, esta passagem deve ser marcante o incutir valores e ensinamentos.

Assim, a carreira e vida de professor é demasiado importante e como tal tem

que ser encarada como algo de fulcral importância na aprendizagem e

formação dos jovens.

Em consonância com os valores da escola em que leciono pretendo utilizar

todos os momentos de contacto com os alunos para contribuir positivamente

para a sua formação.

O lema da escola é “formar cidadãos para o mundo globalizado”. Para tal os

valores e características a escola pretende formar alunos dinâmicos,

democráticos, inclusivos, inovadores, solidários e tolerantes.

Em sincronia com os valores enfatizados pela Escola e acreditando na

importância destas características nos cidadãos do amanha pretendo em todos

os momentos defender a importância destes valores e ensina-los e incutir aos

alunos.

3.2. Núcleo de estágio

Para além de mim, o núcleo de estágio é constituído por mais dois estagiários,

também alunos do Mestrado de ensino de Educação Física nos Ensinos

Básicos e Secundários da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. O

Professor Cooperante tem larga experiência enquanto professor cooperante.

Esta enorme experiência foi muito vantajosa para os três estudantes

estagiários porque desde sempre houve partilha por parte do Professor

Cooperante de experiências e vivências passadas de modo a melhorar a nossa

prestação como futuros profissionais.

8

Em relação as dois elementos do núcleo de estágio importa referir que foi fácil

trabalhar com eles. Sempre promovemos uma relação de comunicação direta e

muito prática com divisão de tarefas de forma equitativa sempre que possível.

A comunicação direta e, sem meias palavras, permitiu um trabalho fácil entre

os três.

3.3. Caraterização da escola

A realização do meu estágio profissional decorre na Escola EB 2,3 de Leça do

Balio em Matosinhos. Leça do Balio é uma freguesia portuguesa do concelho

de Matosinhos, com 8,88 km² de área e 17 571 habitantes (2011). Densidade:

1 978,7 hab/km². Presume-se que a palavra Leça ou Leza deriva do nome de

uma “villa” romana chamada Decia, Villa Decia. Balio faz alusão a um cavaleiro

de grau superior ao de comendador, proprietário de balia, antiga comenda das

ordens militares.

A escola EB 2,3 de Leça do Balio tem excelentes infraestruturas para a prática

da educação física, possuindo um pavilhão devidamente equipado e um campo

de jogos exteriores com pista de atletismo. Dentro do recinto escolar existe

uma piscina municipal, que graças à boa vontade e atenção da Câmara

municipal de Matosinhos permite que se lecione na disciplina de Educação

Física a modalidade de natação, um privilégio que nem todas as escolas têm. A

escola pertence ao agrupamento de Escolas do Padrão da Légua. O número

de alunos inscritos na escola ronda os 450, que se distribuem pelo 2º e 3º

ciclos e ensino profissional.

9

3.4. Caraterização da turma

Na primeira reunião do núcleo de estágio o professor cooperante propôs aos

estagiários a elaboração de um questionário (anexo I) para entregar aos

alunos. A posterior análise dos dados retirados do questionário permitiria

realizar a caraterização da turma. A partir da análise dos dados retirados do

questionário foi possível caracterizar a turma. Após realizar um documento com

a caraterização da turma o mesmo foi enviado, após solicitação do diretor de

turma para que ele na primeira reunião do conselho de turma pudesse

apresentar aos professores.

Neste ponto do relatório apresento a caraterização da turma efetuada com

base na análise dos dados obtidos no questionário.

3.4.1. Constituição da Turma

Como se pode confirmar na figura, existe na turma um número

superior de elementos do sexo feminino, já que 60% (15 ) dos alunos

são raparigas e 40% (10) são rapazes. Da totalidade dos alunos 5 são

repetentes.

Figura 1 Constituição da turma

10; 40%

15; 60%

Rapazes Raparigas

10

3.4.2. Idade dos Alunos

Os alunos do 8º B apresentam idades compreendidas entre os 12 e os

15 anos. Como se pode verificar na figura 2 a maioria dos alunos tem 13

anos de idade, com uma representação de 68% (17). Na turma há três

alunos com doze anos, cinco com catorze e um com quinze.

Figura 2 - idade dos alunos

3.4.3. Local de Residência

Pelos resultados obtidos no questionário podemos constatar que a

maioria dos alunos reside em Matosinhos num total de 96% (23). Só um

aluno é natural do concelho do Porto 4% (1) como se pode constatar na

figura 3.

Figura 3 – Local de Residência

24; 96%

1; 4%

Local de Residência

Matosinhos

Porto

3; 12%

17; 68%

4; 16% 1; 4%

Idade dos Alunos

12 anos

13 anos

14 anos

15 anos

11

3.4.4. Estado Civil dos Pais

Em relação estado civil dos pais; 83% (19) tem os pais casados e os

restantes 17% (4) dos alunos tem os pais separados.

Figura 4– Estado Civil dos Pais

3.4.5. Número de Irmãos

Em relação ao número de irmãos dos alunos fica implícito neste

inquérito a realidade dos tempos modernos e o reflexo

socioeconómico da sociedade contemporânea. Como é refletido nas

tendências nacionais cada vez mais as famílias tendem a encurtar de

geração em geração e essa é uma realidade aqui presente. Pode-se

constatar na figura seguinte (figura 5) que 29% (7) dos alunos são

filhos únicos e 42% (10) só tem um irmão. Os restantes 29% (7) têm

2 ou mais irmãos.

Figura 5– Nº de irmãos

19; 83%

4; 17%

Estado Civil dos Pais

Casado

Separado

7; 29%

10; 42%

3; 12%

4; 17%

Nº Irmãos

0

1

2

mais de2

12

3.4.6. Agregado Familiar

Em relação ao agregado familiar (figura 6) os resultados mostram

que 75% (18) dos alunos vivem com os pais. Enquanto 25%(5)

alunos vivem só com um dos pais.

Figura 6– Agregado Familiar

3.4.7. Habitação e transporte

Um dos alunos não respondeu a este grupo de perguntas do

inquérito.

3.4.7.1. Quarto individual

Como se verifica na figura 7, a maioria dos alunos, 78% (18)

tem quarto individual. Os restantes 22% (5) alunos partilham o

quarto

Figura 7 - Quarto Individual

18; 75%

5; 21%

1; 4%

Agregado familiar

Pais

Mãe

Pai

18; 78%

5; 22%

Quarto

individual

Partilhado

13

3.4.7.2. Condições de estudo em casa

Apenas 5% (1) dos alunos identificou a sua casa como um

mau local de estudo.

Os mesmos valores são apresentados quando se pergunta

aos alunos se gostam da sua casa. Apenas 5% (1) dos alunos

afirma que não gosta da sua casa. Os restantes 95% (18)

alunos afirmam que têm boas condições de estudo como se

pode verificar na figura 8.

Figura 8 - Condições de estudo

18; 95%

1; 5%

condições de estudo em casa

Boas

más

14

3.4.7.3. Local de estudo

A grande maioria dos alunos 65% (15) estuda em casa.

Apenas 4% (1) dos alunos estuda com a explicadora. Os

restantes alunos estudam no ATL/casa como se pode verificar

na figura 9.

3.4.7.4. Meio de transporte para a escola

Os meios de transporte utilizados pelos alunos para se

deslocarem para a escola são variados. 44% (10) dos alunos

deslocam-se para a escola de carro. O meio de transporte

menos utilizado é o metro que só é usado por 4% (1) dos

alunos. Como se pode constatar na figura 10.

3; 13%

15; 65%

4; 18% 1; 4%

Local de estudo

atl/casa

casa

atl

explicadora

1; 4%

7; 30%

10; 44%

3; 13%

2; 9%

meio de transporte

metro

carro

bus

carrinha do centro

Figura 9– Local de estudo

Figura 10 – Meio de transporte

15

3.4.8. Saúde

Ao nível da saúde esta turma não causa qualquer preocupação.

Apenas três alunos são portadores de doença. 9% (2) com asma e 4%

(1) com alergia ao atum. Este aspeto é muito positivo, pois não põe

quaisquer tipos de constrangimento e preocupação para o decorrer das

aulas. Estes dados podem ser observados na figura 13.

Figura 111 – Portador de Doenças

20; 87%

1; 4% 2; 9%

Portadores de doenças

nenhuma doença

alegia

asma

16

5 4

2

4 4 4 4 4 4

6

3 3

futebol atletismo andebol natação voleibol basquetebol

Perceção da dificuldade/facilidade da modalidade

dificulade facilidade

3.4.9. Prática Desportiva

Nesta turma apenas nove alunos assumem que participam

assiduamente nas atividades desportivas extra curriculares. Nas

preferências dos alunos destacam-se as participações no corta-mato (6

alunos) e no Mega-sprinterr (3 alunos).

Da totalidade da turma apenas 43% (10) alunos praticam atividade

desportiva fora da escola. As modalidades praticadas variam entre

voleibol, natação, dança, kick-boxe e futsal como se pode verificar nas

figuras 16.

Figura 12– Modalidades extracurricular e Prática de atividade Física

Em relação à dificuldade e facilidade e modalidades é possível constatar

no gráfico seguinte que a turma é muito heterogénea como se pode verificar na

figura 18.

Figura 13 - Perceção da dificuldade/facilidade da modalidade

2; 20%

2; 20%

1; 10% 1; 10%

4; 40%

Modalidades extracurriculares

Futsal

Dança

voleibol

kick boxe

10; 43%

13; 57%

Pratica Atividade Física

Sim

Não

17

3.4.10. Conclusão da análise da turma

A turma do 8º B é composta por vinte cinco (25) alunos, quinze raparigas e dez

rapazes. Em termos etários, a turma é heterogénea, sendo constituída por

alunos com idades entre os doze e os quinze anos. A média de idades da

turma é treze anos.

Da totalidade dos alunos apenas um (1) habita no concelho do Porto. Todos os

restantes habitam no concelho de Matosinhos.

Em relação ao agregado familiar a maioria dos alunos vive com os pais.

Relativamente às condições de estudo em casa apenas um (1) aluno afirma

não ter boas condições de estudo. O principal local de estudo de quinze (15)

alunos é em casa; os restantes dez (10) alunos afirmam que estudam ou em

casa ou no ATL.

Os hábitos alimentares referentes ao número de refeições diárias traduzem os

seguintes resultados: quinze (15) alunos fazem cinco refeições por dia; dois (2)

alunos apenas fazem três (3) refeições, os restantes nove (9) alunos fazem

quatro refeições.

O local de almoço dos alunos da turma divide-se entre a casa e a escola. Vinte

(20) alunos almoçam sempre em casa, três (3) na escola e cinco (5) variam

entre casa e a escola.

Os meios de transporte dos alunos para a escola varia; dez (10) alunos

deslocam-se de carro para a escola; sete (7) fazem o percurso a pé; três (3) de

autocarro; um (1) de metro; e dois (2) deslocam-se na carrinha do centro de

estudos.

Em relação à saúde dos alunos, um (1) aluno é alérgico a atum, dois (2) têm

asma, os restantes não indicaram qualquer doença.

18

Em relação aos comportamentos sociais extra escola que foi possível analisar

com os dados retirados do preenchimento do inquérito é possível constatar que

a maioria dos alunos opta por estudar sozinho e em casa. Contudo o ambiente

familiar é propício a essa decisão porque os alunos afirmam que os pais os

ajudam com os trabalhos de casa e todos os alunos identificam que os pais são

preocupados com o seu percurso escolar e que todos comparecem às reuniões

de pais.

Especificamente à disciplina de Educação física, todos alunos frequentaram

aulas da disciplina desde a escola primária e todos assumem que gostam das

aulas da disciplina de Educação Física e atribuem-lhe a mesma ou maior

importância do que as restantes disciplinas.

Um aspeto higiénico em relação à turma é o facto de que dos vinte cinco

alunos que compõem a turma 20 tomarem banho após as aulas práticas.

Concluindo, esta análise foi fundamental para melhor conhecer a turma na sua

generalidade e orientar a minha relação de professor com a turma.

19

3.5. Planeamento Anual

A planificação anual já estava definida antes do início do ano letivo. Quando

estabelecemos o primeiro contato com o professor cooperante ele já tinha na

sua posse o planeamento anual para todos os anos de escolaridade da escola

Eb 2.3 de Leça do Balio. Este planeamento foi construído no final do ano letivo

anterior por parte da Área Disciplinar de Educação Física. Aos tês estagiários

foi entregue o planeamento referente ao 3º ciclo (Anexo II) porque ambos iriam

lecionar turmas do 8º ano de escolaridade.

Neste planeamento estão divididas as unidades didáticas por período e por ano

de escolaridade. É de ressalvar que nos três períodos está presente a unidade

didática de Condição física. Desde o início o professor cooperante enfatizou a

necessidade de salientar aos alunos a importância da prática regular de

exercício físico e que uma boa condição física era uma vantagem em qualquer

situação do dia-a-dia.

Ao longo ano letivo estavam planeadas avaliações das diferentes capacidades

motoras. Assim, durante o período era estimulada a capacidade motora a ser

avaliada no final do mesmo. Assim, os professores estagiários não tiveram

influência na decisão das modalidades a ensinar nem da sua organização

anual. A disposição das modalidades pelos diferentes anos de escolaridade já

tem esta organização base há alguns anos embora sofra ligeiros ajustes

anualmente. O objetivo desta organização é que durante os ciclos de ensino os

alunos possam aprender de forma solidificada ao longo dos anos de ensino as

diferentes modalidades, sejam elas coletivas ou individuais. Há também a

preocupação de em todos os períodos sincronizar as modalidades coletivas

com as individuais. Em relação as modalidades escolhidas para cada ano e

período, tem obrigatoriamente que haver uma seleção porque não há tempo

para ensinar todas as modalidades. Em relação à seleção das modalidades

concordo especialmente com a sincronia de modalidades coletivas e individuais

em todos os períodos. Em relação à modalidade de atletismo, o Professor

20

Cooperante também especificou a especialidade que devia ser ensinada no 8º

ano para não repetir os conteúdos ensinados no ano anterior.

Esta organização vertical bem definida entre os diferentes anos de

escolaridade permite a coordenação e progressão de conteúdos. Esta

progressão ao longo dos 3 anos do 3º ciclo permite solidificar os

conhecimentos e aprendizagem dos alunos.

Em relação as atividades propostas pelo agrupamento de Educação Física

estavam agendados vários torneios e outras atividades.

No final do 1º período estava agendado o corta mato escolar para os dois

ciclos de ensino da escola. Os alunos do 5º e 6º ano realizavam um percurso

mais curto e os alunos do 7º, 8º e 9º percorriam um percurso mais longo.

No final do 2º período estava agendado o inter-turmas do 3º ciclo e cada ano

de escolaridade iria disputar um torneio de uma modalidade coletiva. Assim, a

modalidade coletiva destinada ao 7º ano de escolaridade era o basquetebol,

para o 8ºano o andebol e para o 9º ano o voleibol.

No final do 3º período estava agendado o torneio inter-turmas de futebol para

todos os anos de escolaridade.

Para além da organização de todos os torneios, os professores estagiários

eram também responsáveis pela organização do corta-mato, do Mega-sprinterr

e de uma visita de estudo a ser realizada no último período letivo.

A visita de estudo intitulava-se “Sensibilização ao Surf” e pretendia possibilitar

aos alunos a experimentação da modalidade de surf. Por limitações de

transporte ficou decidido que só iriam à visita de estudo 55 alunos. O critério de

seleção escolhido pelo núcleo foi a prestação nas aulas de educação física. A

visita de estudo teve o custo de 3 euros.

A organização da visita foi fácil porque tínhamos acesso a uma escola de surf o

que baixou os custos e a logística da atividade. Quando os alunos chegaram à

praia em Vila do Conde, dois estagiários já tinham organizado todo o material

21

de forma a acelerar o processo dos alunos se equiparem e assim aumentar o

tempo útil da aula de surf dentro de água. A atividade decorreu dentro dos

horários estabelecidos e todos os alunos puderam experimentar a modalidade.

22

4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

A docência é uma atividade complexa e o processo de ensino aprendizagem

requer um planeamento e uma organização de toda a plenitude do processo.

Para um processo de ensino aprendizagem eficaz há uma interligação entre as

três áreas (ÁREA I - organização e gestão do ensino aprendizagem, ÁREA II -

Participação na escola e relação com a comunidade e ÁREA III –

Desenvolvimento profissional). Para além desta divisão orientadora por áreas

há uma interligação entre conceitos, domínios abordados ao longo do estágio

profissional que permitem otimizar as vivências como professor.

4.1. ÁREA I - organização e gestão do ensino aprendizagem

A organização e gestão do ensino aprendizagem é uma área constituída por

quatro etapas: conceção, planeamento, realização e avaliação (Zélia Matos,

2015). As quatro etapas orientam e estabelecem uma ordem sequencial

facilitadora do processo de ensino aprendizagem.

Nesta área o estudante estagiário deve aplicar os conhecimentos aprendidos

ao longo da sua formação académica, em especial os conhecimentos

adquiridos no primeiro ano do mestrado de Ensino em Educação Física nos

Ensinos Básico e Secundário.

4.1.1. Conceção

A etapa inicial da organização e gestão do ensino aprendizagem é a conceção.

Esta etapa caracteriza-se pela necessidade que o professor tem de observar

todo o ambiente envolvente, desde o contexto social da escola até as

características mais específicas da turma. Após a recolha destas informações,

é nesta etapa que o professor deve preparar toda a sua atuação. Para ajudar a

iniciar o processo, no início do ano, foi pedido aos estagiários que realizassem

23

um projeto de formação individual. Este documento continha um

Enquadramento pessoal, institucional e operacional.

O Enquadramento pessoal era o local do documento destinado a introspeção

onde expunha as minhas características pessoais e o meu entendimento e

expetativas em relação ao estágio.

No Enquadramento institucional era feita uma caraterização da escola. No

Enquadramento operacional eram definidas as áreas orientadoras do processo

de ensino aprendizagem.

Outro documento que foi solicitado no início do estágio foi a caraterização da

turma. Este documento foi solicitado por parte do professor Cooperante, Mestre

Rui Pacheco para posteriormente ser entregue ao diretor de turma. O

documento, Caraterização da Turma foi de vital importância porque permitiu

aumentar de forma concreta e pertinente o conhecimento referente aos alunos

no que diz respeito ao agregado familiar, habitação, saúde, hábitos saudáveis e

interesse pela escola e disciplina de educação física.

Estes dois documentos permitiram um início positivo no desempenho do papel

de agente de ensino enquanto professor estagiário.

Assim, após realizar a caraterização da escola e conhecer as instalações é

possível, desde logo, começar a planear e arquitetar mentalmente a disposição

e organização da turma e da aula. Foi importante perceber que a distribuição

dos espaços pelas turmas é definido nos momentos antes da aula e por essa

razão é importante ter estratégias para o caso da aula ter que se realizar num

espaço onde não é tão favorável. Deste modo, em todas as aulas ia precavido

para o caso de o local ou espaço da aula ser diferente do que tinha pensado

inicialmente enquanto escrevia o plano de aula.

Lendo e analisando a caraterização da turma foi possível perceber que quase

metade da turma praticava desporto. Contudo estes dados não estavam

corretos como se foi confirmando no diálogo com os alunos nas aulas

24

seguintes. Dos dez alunos que afirmaram que praticavam desporto apenas

três, realmente praticavam.

Com a análise da perceção da dificuldade/facilidade que os alunos tinham das

modalidades foi possível constatar que não existiam diferenças entre as

modalidades. De todas as modalidades, nenhuma era apontada como fácil ou

difícil para a generalidade da turma. Desta forma, desde logo percebi que

teoricamente nenhuma das modalidades ia ser mais fácil ou mais difícil do que

as restantes. Foi também importante perceber que apenas três alunos eram

portadores de doença e que nenhum dos casos perturba o decorrer das aulas.

4.1.2. Planeamento

O planeamento é a segunda etapa da Organização e Gestão do Ensino

aprendizagem. No planeamento, o professor estagiário deve planear a prática

pedagógica em função das análises realizadas durante a etapa anterior:

Conceção.

Na primeira reunião, como acima foi referido, foi entregue aos estudantes

professores estagiários a planificação Anual referente ao 3ºciclo (Anexo II). A

planificação estava fracionada pelos 3 anos constituintes do 3º ciclo e pelos

três períodos do ano letivo. Assim, para cada ano de escolaridade e período

estava indicada a unidade didática a lecionar e o número de horas que a ela

deveríamos dedicar.

Após a consulta conjunta de todos os elementos do núcleo de estágio ficou

definido que cada um dos estagiários deveria construir uma unidade didática.

Para permitir a construção de uma unidade didática adequada ao ano de

escolaridade o professor cooperante aconselhou a consulta do Programa

Nacional de Educação Física do 3º Ciclo. Esta consulta permitiu um ajuste e

Enquadramento dos objetivos para a turma e para as aulas de acordo com os

objetivos estabelecidos no Programa Nacional.

25

Como o programa nacional tem como base uma turma fictícia foram feitos

alguns ajustes nos objetivos e conteúdos a lecionar por parte de todos os

professores estagiários em função da sua turma e da carga horária dedicada a

cada unidade didática. Em todas as modalidades o programa nacional foi

consultado para definir objetivos e conteúdos a lecionar. No entanto, com o

intuito de permitir aprendizagens consolidadas aos alunos, os objetivos e

conteúdos foram adequados ao nível da turma. Em algumas modalidades,

como por exemplo, na ginástica o programa objetiva a realização de

“cambalhota à frente”, “cambalhota à frente saltada”, “cambalhota à

retaguarda”, “pino de braços”, “Roda”, “avião” e três saltos gímnicos. Contudo,

para a turma foram definidos como conteúdos de aprendizagem o “rolamento à

frente”, “rolamento à retaguarda”, “avião” e “salto com meia pirueta”. No caso

do voleibol, o programa colocava os alunos em situação de jogo de 4x4. Na

turma foi maioritariamente utilizado o jogo de 2x2 para promover a sustentação

com habilidades técnicas do jogo de voleibol.

O professor Cooperante sugeriu que após uma avaliação diagnóstica realizada

na primeira aula fosse feito um ajuste aos objetivos e planeamento da unidade

didática para que esta se tornasse mais coerente com a realidade da turma e

se tornasse um guia mais eficaz para as progressões durante o planeamento

das aulas.

Desde a primeira semana de aulas foi construído um horário com a ocupação

das instalações desportivas (Anexo III). Este horário permitia consultar quantas

turmas estavam em aula em simultâneo.

Neste horário não estavam definidos os espaços para cada professor/turma.

No entanto, na minha situação em concreto, ao longo deste ano letivo, não

houve nenhum conflito de interesses para a ocupação do mesmo espaço de

aula. Antes do início da aula os professores que lecionavam em simultâneo

conversavam e escolhiam o espaço mais conveniente a modalidade que

estavam a lecionar.

26

Seguindo a sugestão do professor cooperante as unidades didáticas foram

lecionadas de forma alternada, e sempre que possível, intercalava-se uma

modalidade coletiva com uma individual.

Para facilitar a organização desta alternância de modalidades ao longo do

período foi construído um plano periódico (Anexo IV). O plano periódico

revelou-se uma ferramenta indispensável ao longo dos três períodos.

Este plano está estruturado sob a forma de tabela. Nessa tabela existem seis

colunas que permitem uma interpretação fácil e, assim, de forma imediata é

possível saber que unidade didática é que se vai lecionar em cada data e em

que dia da semana é a aula. Para além desta informação é possível também

saber o número da aula, a hora e o número da unidade didática.

Nos últimos parágrafos deste ponto enumero os documentos que se revelaram

úteis a um melhor planeamento e realização do processo de ensino

aprendizagem: MEC, as unidades didáticas, planos de aula, grelhas de

avaliação e grelha de auto e hétero avaliação diária.

Os MEC foram úteis porque permitem estruturação de todo o conhecimento e

conteúdos referentes à modalidade a lecionar. Para além de um dos módulos

permitir a criação e posterior consulta de progressões pedagógicas.

Resumindo, os MEC permitiram consolidar e rever e posteriormente consultar o

que de mais importante é preciso saber para lecionar cada modalidade.

As unidades didáticas permitiram planear todo o processo de ensino

aprendizagem desde a avaliação diagnóstica até a avaliação sumativa. Como

era de esperar esta ferramenta teve que ser ajustada ao longo das aulas

porque velocidade do processo de ensino-aprendizagem dos não acontece

conforme o planeado.

Na construção das unidades didáticas os estagiários era responsáveis pelos a

seleção dos conteúdos a lecionar nas aulas. Estes conteúdos eram conformes

ao que estava previsto no Programa Nacional. Para além de estarem de acordo

com o programa Nacional, a escolha dos conteúdos a lecionar era

27

supervisionada pelo Professor Cooperante e só após o seu consentimento é

que a unidade didática estava pronta a ser utilizada.

Com o decorrer do ano, e após os três professores estagiários experienciarem

a realidade das aulas foi notória uma diminuição de conteúdos a ensinar nas

unidades didáticas.

As grelhas de avaliação eram construídas em simultâneo com a unidade

didática e, foi sugerido pelo Professor Cooperante as habilidades a avaliar

fossem poucas e com critérios bem definidos para a avaliação durante as aulas

ser mais eficiente e eficaz. O Professor Cooperante sugeriu que as habilidades

avaliadas na avaliação diagnóstica tinham de ser também avaliadas na

avaliação sumativa.

A grelha de auto e hétero avaliação diária foi uma ferramenta construída para

usar no segundo período. Esta ferramenta consiste numa grelha preenchida,

com uma nota de 1 a 5, no final de todas as aulas por parte dos alunos. Após

os alunos fazerem a auto avaliação da aula o professor informa-os se concorda

com a nota ou não e porquê.

Esta grelha permitiu consciencializar os alunos para o seu comportamento e

assim melhorarem a sua postura durante as aulas. A média final das

avaliações diárias traduz a nota dos alunos na componente de avaliação

atitudes que representa 10% da nota final do período. É de salientar que a

grelha de auto e hétero avaliação preenchida no final das aulas foi uma

ferramenta eficaz e útil para consciencializar os alunos dos seus

comportamentos ao longo da aula. Outro aspeto importante sobre esta

estratégia foi a auto avaliação dos alunos na generalidade dos casos coincidir

com a avaliação do professor. Ao longo do ano, a nota da autoavaliação e da

heteroavaliação tiveram tendência a coincidir.

Os planos de aula são o ponto de partida para a realização da prática

pedagógica. Esta foi a ferramenta que construí de forma mais regular. Desde a

primeira aula que o professor cooperante exigiu que para lecionar a aula o

professor estagiário tinha que ter na sua posse o plano de aula.

28

Todos os planos de aula eram corrigidos pelo Professor Cooperante. As

correções permitiram uma melhoria na construção dos planos de aula e ficou

notória uma diminuição de correções ao longo do primeiro período.

Na construção do plano de aula tenho em conta vários fatores, como por

exemplo, o objetivo geral da aula, os objetivos específicos dos exercícios, a

duração da aula, a quantidade de conteúdos a exercitar e as suas

componentes críticas, o tempo de exercitação de cada exercício e o material

necessário para a aula.

4.1.2.1. Modelos de ensino

Nenhum modelo, método ou estratégia de ensino é universalmente eficaz. Não

existe uma técnica de ensino infalível, capaz de servir todos os objetivos e em

todas as condições de trabalho.

O ensino implica a interligação e inter-relação entre os atores do processo. É

importante um compromisso dos sujeitos que ensinam e, não menos

importantes dos, sujeitos que aprendem. Cada estratégia pode ser eficaz em

determinadas situações e ineficaz noutras. A eficácia depende da adequação

da totalidade das ações do professor em conformidade com o local e com os

alunos de forma a alcançar os objetivos previamente definidos.

Durante o ano letivo utilizei várias estratégias e modelos de ensino conforme o

local da aula e a unidade didática a lecionar. O local da aula, realizada nos

campos do exterior ou no pavilhão, influenciava a minha estratégia de

organização. No espaço interior utilizava mais vezes o método de estações e

de circuito porque no interior conseguia controlar melhor o empenhamento e

comportamento dos alunos e com este método conseguia maior autonomia dos

alunos mas sempre com o controlo e ritmo de aula. No espaço exterior preferia

o ensino por vagas porque assim era mais fácil marcar o ritmo da aula.

29

De acordo com a unidade didática a lecionar também alterava a estratégia de

organização. Em modalidades em que os alunos intrinsecamente eram mais

autónomos como o andebol e o atletismo podia conferir-lhes mais autonomia e

“desenhar” a aula com estações ou em circuito porque eles mantinham a

intensidade de execução em todos os momentos.

No entanto, nas aulas de voleibol, ginástica ou de atletismo utilizava várias

vezes a estratégia das vagas e modelo de instrução direta porque me facilitava

o controlo da turma e permitia manter o ritmo e intensidade da aula

A turma não tinha hábitos desportivos o que por vezes dificultava a aula. Por

essa razão a estratégia de vagas e modelo de instrução direta foi mais vezes

utilizado porque permite maior controlo e impede que os alunos se tornem

passivos e não realizem os exercícios.

A única exigência relacionada com os modelos de ensino por parte do

professor cooperante foi que a unidade didática de andebol fosse lecionada

segundo o modelo de ensino: Modelo de Educação Desportiva (MED).

4.1.2.1.1. MED – Modelo De Educação Desportiva

Conforme enunciado anteriormente este modelo de ensino foi utilizado na

unidade didática de andebol.

A origem do MED está inerente à tese de doutoramento de Siedentop, onde o

autor colocava a atividade lúdica num papel central na disciplina de educação

física (Graça & Mesquita, 2009). Contudo o objetivo do MED, durante as aulas

de educação física na unidade didática de andebol era incutir uma afiliação às

equipas.

Segundo Siedentop (2000), o modelo de educação desportiva é um modelo de

ensino desenhado para proporcionar aos estudantes vivências na aula de

30

educação física o mais similar com as experiências vividas num contexto

desportivo mais autêntico.

Durante o desenho da unidade didática de andebol, em conformidade com o

MED foi possível cumprir as principais características do MED. A unidade

didática foi construída sob a forma de época desportiva com momentos de pré-

poca, época regular e final. Foi possível promover a afiliação com a divisão da

turma em equipas. Durante as aulas existiram momentos de competição formal

com alunos a desempenhar o papel de árbitro e estatístico. O conceito de

record era obtido através da classificação, sempre atualizada no final das

aulas. Houve a existência de um Evento Culminante coincidente com a final da

época desportiva onde foi possível distribuir prémios. Em todas as aulas a

festividade esteve presente com “gritos de equipa” e com alunos a

desempenhar a função de claque.

Assim, o grande objetivo para o uso deste modelo de educação era

desenvolver alunos desportivamente mais cultos, entusiastas e competentes. O

modelo de educação desportiva nas aulas da unidade didática de andebol

permitiu incutir uma maior autonomia nos alunos e promover uma afiliação e

trabalho em equipa. Em todas as aulas, um período da mesma era destinado

ao treino em equipa. Neste período cada equipa era responsável por realizar

determinado exercício referente a uma habilidade ensinada na aula anterior.

É de salientar que cada equipa tinha características que permitiam a distinção

das restantes. Resumindo, cada equipa tinha um nome próprio, uma cor

principal e um lema. Em todas as aulas era obrigatório usar uma camisola

referente à cor da equipa.

31

4.1.2.1.2. MID – Modelo De Instrução Direta

O modelo de instrução direta centra o professor como responsável pela tomada

de decisão e são promovidas estratégias de controlo delimitado da turma. Para

além destas características, o professor é o centro do processo de ensino –

aprendizagem.

Assim, todo o envolvimento e ação dos alunos na aula, todo o controlo da

turma, e as ações a serem realizadas pelos alunos são claramente prescritas

pelo professor. Determinando de forma clara as regras e as rotinas de início e

cessão de atividades para controlar e promover maior eficácia do desenrolar da

aula.

Neste modelo de ensino a minha atuação pedagógica adquiria um estilo

prescritivo e unidirecional. Utilizava muitas vezes este modelo de instrução

direta em situações de baixo interferência contextual, em situações mais

analíticas.

Concluindo, com a utilização deste modelo pretendia aumentar o tempo de

exercitação dos alunos monitorizando e controlando de forma estreita as suas

ações e em aulas onde objetivava, maioritariamente, a realização de uma

habilidade e não pretendia grandes tomadas de decisões.

32

4.1.3. Realização

Como o próprio nome indica, a fase da realização tem como objetivo colocar

em prática todo o planeamento.

Um dos aspetos que o Professor Cooperante evidenciou como mais importante

foi o controlo da turma. E é evidente que se existir um controlo eficaz da turma

o desenrolar da aula torna-se mais fácil e processo de ensino aprendizagem é

facilitado e mais eficaz.

Desde o início estabeleci rotinas e regras. Como o próprio nome indica, as

rotinas demoram algum tempo a serem criadas. Mas é com agrado que afirmo

que terminei o primeiro período com as rotinas mecanizadas

(reflexão da aula 17 e 18) (anexo VI). Durante o primeiro período notei alguma

necessidade de mostrar intransigência e de punir os alunos com castigos para

estes não prejudicarem as aulas. Algumas vezes tive que ordenar que os

alunos se sentassem para que a aula decorresse com normalidade e os

restantes alunos usufruíssem da aula de Educação Física e, efetivamente

aprendessem alguma coisa durante a mesma.

Ao longo do período os alunos foram-me conhecendo e perceberam a minha

forma de estar na aula. Da mesma forma, eu também os fui conhecendo cada

vez melhor. Este conhecimento mútuo permitiu que os castigos diminuíssem e

as aulas fossem decorrendo cada vez melhor.

O facto de ter seguido os conselhos dados pelo Professor Cooperante no final

de todas as aulas foi essencial e facilitou o controlo da turma porque aprendi a

“Hoje qualquer comportamento fora da tarefa realizado

repetidamente era punido. O aluno sentava-se afastado dos

colegas e assim a aula correu melhor. Em relação às rotinas

procuradas, após o apito, os alunos já sabiam para que campo se

deslocar.”

33

organizar cada vez melhor a aula diminuindo tempos de espera, tempos de

transição. Entre os exercícios ou em explicações mais prolongadas no início da

aula o Professor Cooperante sugeriu sentar os alunos para os manter sob

controlo mais facilmente.

(reflexão da aula 10) (anexo VII). Também por sugestão do Professor

Cooperante os alunos que não faziam aula sentavam-se afastados uns dos

outros e, se estivessem devidamente equipados podiam ajudar na colocação

do material.

“A aula começou com alguma agitação por parte dos alunos. Para

evitar mais atrasos coloquei de imediato os alunos a realizar o

primeiro exercício de passe com deslocamento. Embora o

exercício não estivesse a ser realizado como eu idealizei optei por

não intervir para não interromper a atividade motora. Escolhi esta

estratégia porque como os alunos estavam muito irrequietos

pensei que se interrompesse a aula ia ser difícil eles estarem em

silêncio durante a correção e porque ia atrasar o recomeço do

exercício e principalmente porque os critérios mínimos de êxito

estavam a ser cumpridos.

Na transição de exercícios sentei os alunos e rapidamente voltei a

explicar como deveria ter sido feito exercício. A partir deste

momento a aula correu sem grandes sobressaltos e com alunos a

executarem os objetivos do exercício em situação de jogo 1x1 que

nesta aula era a colocação da bola no espaço vazio para obrigar o

adversário a deslocar. A rotação entre os campos também

melhorou e já foi realizada de forma mais rápida e eficiente.”

34

(reflexão da aula 38) (anexo VIII). Na realidade os comportamentos desviantes

dos alunos foram diminuindo ao longo do primeiro período. Passando a ocorrer

de forma muito esporádica. Em cada um dos comportamentos desviantes

ocorridos, no final da aula eu refletia e tentava perceber em que situação é que

tal comportamento ocorreu e ser é possível evitar que ocorra novamente. Estas

reflexões também foram úteis e porque me ajudaram a atuar de forma

diferente, perante situações que já tinham ocorrido, com um resultado melhor.

Os alunos eram pontuais na generalidade das aulas. Os casos de atrasos

ocorriam raramente e sobretudo em períodos de testes. Nesse aspeto a turma

cumpria a hora estabelecida para o início da aula.

A grande dificuldade foi na motivação dos alunos para a prática desportiva.

Alguns alunos eram preguiçosos e pouco sérios na realização das tarefas e

sempre que eu desviava o olhar ou eles pensavam que eu não estava a olhar

aproveitavam para ter o menor empenhamento motor possível. Como isto era

avaliado na ficha de auto e hétero avaliação diária houve uma melhoria ao

longo do ano letivo.

Contudo esta é a minha maior lacuna. Sinto dificuldade em motivar os alunos

para a prática desportiva. Claro que os informei das vantagens inerentes ao

desporto e aos hábitos de vida saudável mas não tenho a capacidade de estar

constantemente a motivar quem não quer ouvir, e quem nem pretende

“Sendo a primeira aula do segundo período estava um pouco

apreensivo em relação ao comportamento dos alunos devido à

excitação pós-férias. Para além disto a aula foi lecionada na sala

de aula. Desde o início que falei de forma muito assertiva e com a

intenção de um discurso com muito ritmo e com poucas pausas

para os alunos não dispersarem. Os alunos colaboraram durante

toda a aula e esta correu de forma quase perfeita. O professor

cooperante sugeriu que os alunos que não fizessem aula se

sentassem afastados uns dos outros e ajudassem nas tarefas de

organização do material na aula.”

35

perceber o benefícios do desporto. Sou impaciente nesse aspeto e é uma das

características que tenho que melhorar.

Sinto que os alunos têm que querer e se eles quiserem eu esforço-me ao

máximo com eles, mas se eles não quiserem e se, além disso prejudicarem a

aula, é muito complicado para mim “lutar por eles” e esforçar-me para os

ajudar.

Em relação ao feedbacks senti uma enorme diferença em relação ao contexto

do treino. No treino os feedbacks têm que ser muito mais específicos e

direcionados para a execução técnica. Nas aulas senti necessidade de um

feedback mais afetivo e sempre com um carácter motivador o que se torna algo

saturante. Por vezes tinha que definir castigos para penalizar os alunos que

não cumprissem os períodos de corrida que estavam estabelecidos.

(reflexão da aula 32 e 33) (anexo IX).

“Para os alunos não pararem durante a corrida inicial avisei-os

que se parassem o tempo de corrida recomeçava. Uma aluna

parou e por isso recomeçaram a corrida. Esta estratégia surtiu

efeito porque não pararam mais nenhuma vez e os alunos que

não pararam no fim foram avisar a aluna que parou para não

voltar a parar.”

36

4.1.4. Avaliação

A quarta etapa é a avaliação. Esta etapa é a etapa finalizadora da Organização

e Gestão do ensino e aprendizagem e permite confirmar se o planeamento e a

realização foram concebidos da melhor forma e levaram ao sucesso e evolução

dos alunos. A avaliação decorreu sem exceção ao longo de todas as aulas e, a

partir do segundo período com um caráter formal onde os alunos em conjunto

comigo preenchiam uma tabela classificando a sua prestação na aula. Esta

classificação era referente ao “saber-estar” na aula e nada tinha ver com

classificar a habilidade de execução ou performance da modalidade. A

avaliação diária focava-se na vertente dos comportamentos e atitudes que

influencia a nota final do aluno em dez por cento (critério estabelecido pelo

Grupo de Educação física). A avaliação diária facilitou a atribuição de uma nota

referente às atitudes e valores no final do segundo e terceiro período. Porque

para além de os alunos saberem a sua prestação no final da aula eu podia

fazer uma média das notas e saber a avaliação final do período referente Às

atitudes e valores. “A autoavaliação realizada no final de todas as aulas

contribuiu de forma muito positiva para o melhoramento do comportamento dos

alunos” (reflexão do 2º período)

Em todas as unidades didáticas, seguindo o conselho do professor cooperante,

era imprescindível a realização da avaliação diagnóstica. Também por

aconselhamento do Professor cooperante os parâmetros avaliados na

avaliação diagnóstica deviam ser também alvo de avaliação na avaliação

sumativa. O professor Cooperante defende, e eu concordo com a sua

perspetiva de, que a avaliação final deve ser realizada em condições

semelhantes com a da avaliação diagnóstica para aumentar a probabilidade de

perceção e avaliação da evolução dos alunos.

A avaliação diagnóstica foi de enorme importância em todas as unidades

didáticas porque permite perceber qual o nível da turma. Este conhecimento

sobre o nível dos alunos permite depois definir estratégias e metas de ensino

para os conteúdos que pretendemos ensinar ao longo da unidade didática.

37

Como foi sugerido pelo Professor Cooperante as minhas grelhas de avaliação

diagnóstica tinham poucos conteúdos, normalmente três. Assim, com este

número de conteúdos era possível facilitar a observação de todos os alunos em

todos os conteúdos a avaliar e facilitava o processo dedicado à avaliação.

A grelha da avaliação sumativa era idêntica a grelha da avaliação diagnóstica.

Esta similaridade das grelhas permitia de forma rápida e eficaz comparar os

resultados dos alunos e perceber de imediato se existia evolução.

Como já foi referido no início deste ponto, durante todas as aulas do segundo e

terceiro períodos era registada a nota da aula em relação às atitudes e

comportamentos dos alunos. A classificação era registada de 1 a 5. A nota 5

implicava que durante a aula não se verificasse nenhum comportamento

desajustado e que durante toda a aula o empenho fosse máximo.

Para avaliar os conhecimentos dos alunos referentes às modalidades

lecionadas no final de cada período era realizado um teste escrito. Como a

escola não exige livro de educação física aos alunos nas semanas que

antecediam o teste o núcleo de estágio construía um documento referente às

modalidades lecionadas e colocava-o à disposição dos alunos na reprografia e

em formato virtual. Em relação ao teste era evidente a falta de estudo e

seriedade com que as turmas encaravam este momento de avaliação. Era

assumido por parte dos alunos que só uma minoria adquiria os documentos de

estudo. Os estudantes estagiários sempre procuram construir testes acessíveis

e com perguntas com resposta direta e sempre com questões explícitas e

iguais ao texto do documento de apoio para promover melhores classificações.

No entanto, as notas dos testes escritos ficaram sempre abaixo do esperado.

Referente á atribuição da classificação, um meio facilitador foi o facto, como foi

acima referido, das grelhas de avaliação terem poucos critérios. Ao serem

construídas desta forma podia focar a minha avaliação em aspetos,

habilidades, ações e comportamentos bem definidos e delimitados. Para além

destes parâmetros bem definidos também atribuía uma nota à performance

geral do aluno. Assim, podia comparar uma classificação mais delimitada por

38

critérios bem estruturados com uma avaliação global da performance do aluno

na modalidade. Estas duas estratégias de avaliação permitem atribuir uma nota

mais adequada às capacidades do aluno.

39

4.2. ÁREA II – participação na escola e relação com a comunidade

A área dedicada à participação na escola e relação com a comunidade tem

como objetivo, num contexto de estágio pedagógico, promover o sucesso

educativo, reforçar o papel do docente de educação física na escola e

comunidade escolar e local e promover a disciplina de educação física (Matos,

2013).

Sintetizando, esta área II pretende enfatizar todas as atividades não letivas

realizadas com a comunidade escolar durante o período de estágio

pedagógico. Estas atividades devem promover a interligação entre a

comunidade escolar e a comunidade adjacente à escola, a comunidade local.

Durante o período tive a possibilidade de assistir a reuniões de diretores de

turma, reuniões de conselhos de turma e reuniões do grupo de educação física,

organizar torneios e eventos e acompanhar o diretor de turma A presença

nestas reuniões permitiu-me perceber melhor a dinâmica da vida de docente

escolar.

A divulgação das atividades extracurriculares esteve a cargo do núcleo de

estágio. Em todas as atividades e eventos as divulgações foram realizadas

com a colocação de cartazes em locais estratégicos da escola e com a

divulgação junto das turmas por parte dos professores de educação física na

aula.

4.2.1. Desporto escolar

A escola não tinha grupo de desporto escolar, mas por coincidência o clube

onde estou a trabalhar (Porto vólei 2014) promove um trabalho de cooperação

com as escolas do porto e sou um dos responsáveis pela ligação entre o clube

e as escolas. Esta parceria permitiu-me acesso ao desporto escolar em várias

escolas mas nunca na escola onde realizei o estágio pedagógico.

40

Dedicado ao desporto escolar, o núcleo de estágio organizou o “Mega-

sprinterr” e o “Corta-Mato”. Estes dois eventos permitiram definir quais os

alunos que apuravam para os eventos regionais.

A organização e posterior acompanhamento dos alunos aos distritais do

“Mega-sprinter” contribuíram para o meu crescimento com docente.

Durante a organização dos eventos o núcleo de estágio construiu e organizou

as fichas de inscrição, a organização dos horários das provas por escalões

etários. Foi possível perceber também como se procedem as requisições de

material, como se solicita o apoio de organizações como é o caso da polícia e

bombeiros. Na organização destes eventos foi possível constatar e comprovar

a importância dos regulamentos para evitar situações de dúvidas e protestos.

Em relação ao Corta- Mato escolar, a escola não participou no evento distrital.

No que diz respeito ao Mega-sprinter distrital tive a possibilidade de

acompanhar os alunos até ao Parque da Lavandeira, em Gaia. No entanto,

nenhum dos alunos se apurou para os Nacionais.

4.2.2. Torneios inter-turmas

No segundo período realizou-se o torneio inter turmas do terceiro ciclo. O

torneio foi realizado no último dia de aulas do segundo período. A modalidade

era distinta para cada ano de escolaridade do 3º ciclo. Assim, os alunos do 7º

ano participaram no torneio de basquetebol, os do 8º ano no torneio de andebol

e os do 9º ano no torneio de voleibol.

Cada elemento do núcleo de estágio ficou responsável pela organização de

cada um dos torneios. Como sou da área de voleibol o professor cooperante

atribui-me a organização do torneio dessa modalidade. Para a melhor

organização do torneio criei fichas de jogo para cada campo e uma folha onde

compilei todo o calendário (anexo v). Esta folha permitia-me consultar os

horários e os campos onde cada equipa jogava, deste modo podia organizar

41

melhor as equipas e a distribuição dos árbitros para cada jogo sem me

deslocar à zona da organização onde estavam afixados os resultados e

calendários.

Em forma de balanço, o torneio decorreu sem sobressaltos e os alunos

evidenciaram um bom conhecimento das regras e promoveram o fair-play em

todos os jogos.

No terceiro período realizou-se o torneio inter turmas de futebol. Ao contrário

dos torneios do segundo período, o regulamento deste torneio de futebol não

exigia equipas compostas por alunos do sexo feminino e por alunos do sexo

masculino. O torneio de inter turmas de futebol foi realizado no campo sintético

do Desportivo de Leça do Balio. O fato do torneio ser realizado no estádio do

Leça do Balio empolgou os alunos e a vontade de participar por parte dos

alunos ficou evidente com o número de equipas inscritas e com o seu

comportamento durante os jogos.

Neste torneio houve jogos de futebol masculino (7x7) e jogos de futebol

feminino (5x5).

4.2.3. Direção de turma

A diretora de turma sempre esteve disponível para me ajudar e mostrar como

se desempenha as funções de diretor de turma em relação aos meios de

comunicação com os encarregados de educação, as justificações de falta e a

caraterização da turma.

A caraterização da turma foi um documento por mim elaborado e

posteriormente usado pela diretora de turma durante as reuniões do primeiro

período.

42

4.2.4. Relação com a comunidade

A relação com a comunidade escolar sempre foi excecional. Todo o corpo de

pessoal não docente da escola se mostrou disponível para ajudar quando

solicitado por parte do núcleo de estágio.

A simpatia e disponibilidade de todos os elementos da escola facilitaram o

decorrer do ano letivo.

Os professores da escola sempre proporcionaram o entrosamento entre

professores e estagiários. Esta “abertura” por parte dos professores da escola

facilitou a compreensão da vida de docente e permitiu também a construção de

uma boa relação com os professores da escola. Esta relação contribui para

uma melhoria quer como pessoa quer como futuro professor.

Na primeira vez que o núcleo de estágio se reuniu na escola, o Professor

Cooperante fez uma visita guiada pela mesma. Esta visita serviu para o

Professor Cooperante apresentar as instalações e as pessoas que fazem parte

da instituição escola. Esta visita foi essencial porque mostrou a importância do

pessoal não docente e permitiu que desde cedo mantivéssemos o contacto

com eles. Assim, a apresentação da escola e das pessoas que dela fazem

parte serviu de base para a boa relação que se foi construindo ao longo do ano

letivo com a comunidade educativa.

43

4.3. ÁREA III – Desenvolvimento profissional

4.3.1. Reflexões

Após todas as aulas e atividades realizadas na escola tínhamos que escrever

uma reflexão.

Sempre fui muito auto reflexivo e auto crítico mas penso que o ter que escrever

sobre tudo o que refletimos pode ser um pouco exagerado.

O ato de refletir é de extrema importância pois permite-nos consciencializar

sobre a nossa ação. Assim, as reflexões são vantajosas e obrigam a uma

análise de consciência.

Na minha opinião, em tudo o que uma pessoa faz deve refletir sobre a sua

ação, sobretudo se lida diretamente com outras pessoas. Não consigo é

afirmar que escrever a reflexão seja algo assim tão importante. Após todas as

aulas e treinos reflito sobre o que se passou, o que correu bem e menos bem.

Naturalmente, estas reflexões influenciam as próximas aulas/treinos. È

essencial e de extrema importância refletir sobre as ações e atitudes que

tomamos. Também é bom recebermos críticas de quem assiste ao nosso

trabalho, são estas críticas realizadas por alguém que percebe mais e é mais

experiente que permite o crescimento como treinador/professor.

Acho que a reunião no final de todas as aulas era o exemplo perfeito de uma

reflexão da aula. O estagiário que deu a aula expunha o que sentiu, mostrando

as suas dificuldades durante o leccionamento da aula e explicando o porquê de

cada decisão tomada durante a aula. Após esta exposição os restantes

estagiários contribuíam com comentários e por fim o Professor Cooperante

também tecia alguns comentários e conselhos para as próximas aulas.

Em relação as reflexões dos torneios, unidades didáticas e períodos, a minha

opinião mantém-se. É importante refletirmos sobre todas essas temáticas mas

44

as reflexões diárias mentais já influenciam todas as nossas decisões e opções

para as aulas/unidades didáticas/torneios seguintes.

As reflexões escritas podem ser importantes para a avaliação do estagiário

mas não tanto para o estagiário em si.

45

4.4. PROJETO DE INVESTIGAÇÃO / Motivos que levam à não prática de

atividades desportivas extracurriculares na turma (do 8ºB ) da

escola EB 2,3 de Leça do Balio

Resumo

Com este estudo pretende-se identificar os Motivos que levam à não prática de

atividades desportivas extracurriculares na turma do 8ºB da escola EB 2,3 de

Leça do Balio. A amostra foi constituída por alunos de ambos os sexos, quinze

raparigas e dez rapazes com idades compreendidas entre os doze e os quinze

anos de idade. O instrumento utilizado para perceber os motivos da não prática

foi um inquérito. As perguntas do inquérito foram selecionadas do inquérito já

existente IMAAD – Inquérito de Motivações para a Ausência de Atividade

Desportiva.

Para realizar o processamento estatístico foi utilizado o programa Microsoft

Excel, versão de 2007 e o programa estatístico SPSS (Statistical Package for

the Social Sciences), versão 20.0.

Os resultados mostram que os motivos mais importantes para a não prática de

atividades desportivas extracurriculares são “reduzida oferta desportiva”, “há

coisas mais interessantes” e “não gosto de ficar a transpirar”.

PALAVRAS-CHAVE: Motivos; Desporto extra curricular; Motivação

46

Abstract

This study aims to identify the reasons that lead to the non practice of

extracurricular sports activities in the class 8.ºB of EB 2,3 Leça do Balio. The

sample consisted of students of both sexes, fifteen girls and ten boys aged

between twelve and fifteen years old. The instrument used to understand the

reasons for the practice was a survey. The survey questions were selected from

an existing survey held out by IMAAD - Motivations Survey for the Sports

Activity Office.

To perform the statistical processing we used the Microsoft Excel 2007 version

and the SPSS (Statistical Package for Social Sciences), version 20.0.

The results show that the most important reasons for the non practice of

extracurricular sports activities are "reduced Sporting opportunities", "there are

more interesting things to do" and "don’t like to feel sweaty."

KEYWORDS: Reasons, extracurricular sport, motivation

47

Introdução

A atividade desportiva é uma atividade que caminha de braços dados com o

ser humano desde os tempos mais primitivos e conhecidos da história humana.

Na atualidade o desporto é uma realidade presente em todos os locais do

mundo e com grande impacto na sociedade. Além dos benefícios físicos para o

corpo humano inerentes à atividade desportiva, o desporto também tem um

papel a nível da formação pessoal do seu praticante ajudando-o a tornar-se um

ser na plenitude das suas capacidades. Na sociedade atual a oferta de

atividades extra curricular é enorme e assim a oferta para ocupação dos

tempos livres nunca foi tão grande. Para perceber a escolha de determinadas

atividades em detrimento de outra é importante perceber a motivos que levam

à escolha e prática de cada atividade (Jesus, 1993).

No início do ano letivo foi construída uma caraterização da turma. Na análise

desse documento era evidente que os alunos não praticavam desporto extra

curricular. Imediatamente após o conhecimento dos resultados do inquérito, e

durante todo o primeiro semestre, como professor de educação física incentivei

e promovi a prática de atividade desportiva extra curricular aos alunos.

Contudo, conforme consegui saber em conversas informais durante as aulas, o

aumento de atividade desportiva extra curricular por parte dos alunos não se

verificou.

Para perceber efetivamente a causa para a não prática desportiva extra

curricular procedi a realização de um inquérito com o intuito de dissolver as

minhas dúvidas e saber, na realidade desta turma, quais são os fatores para a

não prática desportiva. O objetivo do inquérito foi recolher dados referentes aos

motivos que os alunos enunciavam como responsáveis para a não prática

desportiva extra curricular para posterior análise.

48

4.4.1. Revisão da literatura

Conceito de motivação

No universo académico e desportivo o conceito de motivação está

frequentemente presente e a o tema da motivação é alvo e gerador de

discussão. Bastantes vezes, os agentes do ensino atribuem os maus

resultados e fracos desempenhos dos alunos à falta de motivação para

desempenhar a tarefa.

Os próprios atletas e alunos assumem os seus comportamentos desadequados

devido a índices baixos de motivação (Alves, Brito e Serpa, 1996).

Embora seja largamente utilizado, o conceito motivação é complexo. Ainda

hoje existem autores que encaram a motivação como algo inato ao aluno. Mas,

segundo Roberts (1992), a motivação não é inata. É uma característica que

pode ser aprendida e desenvolvida pelas pessoas.

A motivação é entendida, ao longo deste trabalho como a “força de vontade”

que faz com que a pessoa realize determinada atividade. Assim, a motivação

pode ter características intrínsecas e extrínsecas. Samulski (2002) menciona

que a motivação abrange fatores externos (desejo de sucesso, desejo de

aquisição de prémios). O mesmo autor refere que a motivação é também

interior à pessoa, e não se pode observar.

Motivos para a não prática desportiva.

Na adolescência há um abandono do desporto por parte dos jovens (Carmo et

al., 2009; Costa, 2008, Gonçalves, 1999). De acordo com estudos efetuados a

desistência de prática desportiva, ou a não prática desportiva, é evidente no

intervalo de idades compreendido entre os 12 e 15 anos.

Segundo estudos já realizados (Oliveira et al., 2007) os motivos para a não

prática desportiva são falta de tempo para conciliar o estudo com o desporto,

as instalações desportivas ficarem longe da habitação, falta de interesse e falta

de apoio.

49

Segundo Martens (1980, cit. in Cruz, 1996) as grandes causas para a não

prática desportiva eram a falta de tempo, perceção de falta de capacidades

físicas.

4.4.2. Objetivos

O objetivo principal do estudo é identificar as causas que levam os alunos da

turma do 8ºB da escola EB 2.3 de Leça do Balio à não prática de desporto

extra curricular. A compreensão das causas da não prática permite a criação

de estratégias de promoção do desporto nestes alunos.

4.4.3. Material e métodos

4.4.3.1. Amostra

O estudo contou com a colaboração de todos os alunos da turma do 8ºB. No

entanto, a amostra utilizada na investigação é de conveniência. Como duas

alunas praticavam desporto extra curricular não participaram no estudo. O

questionário foi aplicado aos alunos que não praticavam desporto extra

curricular no decorrer do ano letivo 2014/2015. O questionário foi respondido

por 9 alunos do sexo masculino e 13 do sexo feminino com idades

compreendidas entre os 13 e os 15 anos.

4.4.3.2. Instrumento de recolha de dados

Para a recolha de dados foi aplicado o inquérito IMAAD – Inquérito de

Motivações para a Ausência de Atividade Desportiva com adaptações à

realidade e contexto da investigação.

O questionário utilizava a escala de Lickert, escala esta com 5 níveis. O

questionário é constituído por doze questões com respostas entre 1 e 5,

correspondendo a 5 níveis de importância, onde o nível 1 tem o significado

50

“discordo plenamente”, o nível 2 “discordo”, o nível 3 “nem discordo, nem

concordo”, o nível 4 “concordo” e o nível 5 significa “concordo plenamente”.

O questionário foi entregue de forma direta no início de uma aula prática de

educação física. Antes da entrega os alunos foram instruídos com a

informação necessária ao correto preenchimento do questionário. Foi garantido

a confidencialidade e o anonimato. No questionário era assinalado o sexo do

aluno que preencheu o inquérito de forma a ser verificar possíveis diferenças

nos resultados segundo a variante sexo.

4.4.3.3. Análise e recolha de dados

Para caracterizar a amostra utilizei a estatística descritiva que inclui média,

desvio padrão, frequência relativa e frequência absoluta.

O tratamento dos dados foi realizado com a ferramenta informática Microsoft

Excel, versão de 2007 e do programa estatístico SPSS (Statistical Package for

the Social Sciences) , versão 20.0.

4.4.4. Apresentação dos resultados

O presente estudo objetivava mostrar as causas para a não prática de desporto

extra curricular por parte dos alunos do 8º B da escola Eb 2.3 de Leça do Balio.

O estudo foi realizado com uma amostra de 22 alunos, 41% do sexo masculino

e 59% do sexo feminino.

No decorrer da análise dos dados foi pertinente verificar se existiam diferenças

entre os motivos de não prática apontados pelos alunos do sexo masculino e

os do sexo feminino.

Os resultados vão ser apresentados em tabelas. A tabela 1 apresenta as

razões para a não prática de desporto extra curricular da turma do 8ºB. A

51

tabela 2 apresenta os resultados dos alunos do sexo masculino. A tabela 3

apresenta os resultados dos alunos do sexo feminino.

Tabela 1 - Razões para a não prática de desporto extra curricular da turma do 8ºB. (ordem decrescente de importância)

Item / motivo média desvio padrão

4.Reduzida oferta desportiva 2,41 1,14

9.Não gosto de ficar a transpirar 2,41 1,84

3.Há coisas mais interessantes 2,32 1,39

1.Não tenho tempo 2,09 1,27

7.Os outros são melhores 2,00 1,15

8.Tenho limitações físicas 1,91 1,15

11.Os meus amigos/as também não praticam 1,91 1,19

2.Não tenho jeito 1,82 1,10

6.Dificuldades económicas 1,82 1,01

10.Tenho vergonha 1,73 1,16

5.Não estou em forma 1,59 0,85

12.Os meus pais não deixam 1,45 1,06

Tabela 2 - Razões para a não prática de desporto extra curricular dos alunos do sexo masculino do 8ºB. (ordem decrescente de importância)

Item / motivo média desvio padrão

3.Há coisas mais interessantes 2,33 1,50

1.Não tenho tempo 2,22 1,48

4.Reduzida oferta desportiva 2,22 1,09

2.Não tenho jeito 2,11 1,45

7.Os outros são melhores 2,11 1,17

8.Tenho limitações físicas 2,00 1,00

9.Não gosto de ficar a transpirar 1,89 1,76

6.Dificuldades económicas 1,78 1,09

10.Tenho vergonha 1,78 1,39

11.Os meus amigos/as também não praticam 1,67 1,12

12.Os meus pais não deixam 1,67 1,32

5.Não estou em forma 1,44 0,73

52

Tabela 3 - Tabela 2 - Razões para a não prática de desporto extra curricular dos alunos do sexo feminino do 8ºB. (ordem decrescente de importância)

Item / motivo media desvio padrão

9.Não gosto de ficar a transpirar 2,77 1,88

4.Reduzida oferta desportiva 2,54 1,20

3.Há coisas mais interessantes 2,31 1,38

11.Os meus amigos/as também não praticam 2,08 1,26

1.Não tenho tempo 2,00 1,15

7.Os outros são melhores 1,92 1,19

6.Dificuldades económicas 1,85 0,99

8.Tenho limitações físicas 1,85 1,28

5.Não estou em forma 1,69 0,95

10.Tenho vergonha 1,69 1,03

2.Não tenho jeito 1,62 0,77

12.Os meus pais não deixam 1,31 0,85

Após o registo dos motivos que os alunos da turma do 8º B da Escola Eb 2,3

de Leça do Balio apresentaram para não praticar desporto extra curricular

utilizei o instrumento estatístico para averiguar se os resultados são

estiticamente significativos e perceber efetivamente quais são os motivos que

levam à não prática de desporto fora da escola.

4.4.5. Discussão dos resultados

A observação dos resultados permite tirar algumas ilações aos motivos

apresentados pelos inquiridos para a não prática de desporto extra curricular.

De acordo com os resultados, as razões evocadas para não prática desportiva

a “reduzida oferta desportiva”. Efetivamente, a escola da turma em estudo não

oferece desporto extra curricular. As atividades desportivas escolar destinadas

a estes alunos têm local noutra escola do agrupamento e as únicas atividades

oferecidas na área são o futsal e o futebol, modalidades que podem não

agradar aos alunos.

Observando os resultados dos alunos do sexo masculino, o motivo principal

indicado para a não prática desportiva é “ter coisas mais interessantes para

53

fazer”. Este motivo pode ser o resultado de não terem sido incentivados à

prática desportiva em idades mais jovens impedindo a criação de hábitos

desportivos regulares.

“não gosto de ficar a transpirar” é o motivo apontado para a não prática

desportiva por parte dos alunos do sexo feminino. Este motivo pode ser

resultado da falta de hábitos de higiene após a realização de atividades

desportivas porque como é possível constatar poucos alunos tomam banho

após as aulas ficando assim pouco asseados até o término do dia.

4.4.6. Conclusões

A realização deste trabalho permitiu identificar a existência de uma grande

lacuna relativa à falta de oferta de atividades desportivas na região e na escola,

Como foi possível verificar este foi o principal motivo apontado pelos alunos

para a não prática desportiva. Partindo do princípio que as atividades físicas

devem estar em sintonia com o crescimento da criança apela-se às escolas,

autarquias e clubes para a criação de oferta desportiva em zona circundantes

às escolas.

4.4.7. Propostas para futuras investigações

Para futuras investigações sugiro um acompanhamento longitudinal dos alunos

desde idades mais jovens para realmente identificar quais os motivos para a

não prática desportiva extracurricular. Além disso, outra proposta seria

identificar os motivos que levam os jovens a abandonar a atividade desportiva.

54

4.4.8. Referências bibliográficas

Alves, J., Brito, A., & Serpa, S. (1996). Psicologia do desporto. Manual do

Treinador (vol. I). Edições Psicosport.

Costa, L. (2008). Motivação para a participação e abandono desportivo de jovens em idade escolar. Dissertação de Doutoramento. Porto: Faculdade de Desporto. Universidade do Porto. Costa, L.M.C.M. (2008). Motivação para a participação e abandono desportivo de jovens em idade escolar. Porto: Universidade do Porto. Cruz, J. (1996). Motivação para a prática e competição desportiva. In J. F. Cruz

(Ed.), Manual de psicologia do desporto (pp. 305 - 331). Braga: SHO.

Oliveira, V.E.R.; Medeiros, G.S.; Fernandez, O.V.; Filho, P.O.R. & Maldonado,

L. (2010). Esportes e escola na educação de jovens: conciliação ou

antagonismo? Disponível em:http://www.efdeportes.com/efd144/esportes-e-

escola-na-educacao-de-jovens.html

Roberts, G. (1992). Motivation in sport and exercise: conceptual constraints and

convergence. In Roberts, G. (Ed.). Motivation in sport and exercise (pp.3-29).

Champaign, IL: Human Kinetics.

Silvestre, R. J.C. (2013). Motivos da Não Prática Desportiva em Alunos da

Escola Básica e Secundária Dr. José Leite de Vasconcelos de Tarouca.

Dissertação apresentada para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de

Educação Física dos Ensino Básico e Secundário. Vila Real. Universidade de

Trás-os-Montes e Alto Douro.

55

5. CONCLUSÃO

Com o finalizar do relatório de estágio profissional e coincidentemente o

término da minha experiência como professor estagiário na escola EB 2,3 de

Leça do Balio chegou o momento de fazer um balanço sobre esta experiência.

Foram três períodos onde a procura da promoção do ensino de Educação

Física e da promoção de alunos educados desportiva e socialmente foi

incessante. Ao longo do ano letivo procurei ajudar os alunos a saber estar no

desporto, nas aulas de Educação Física e, sobretudo, capazes de transpor os

valores fomentados na aula para o quotidiano. Para concretizar estes objetivos

e ajudar à construção de melhores alunos e cidadãos, sustentei as minhas

intervenções recorrendo aos conteúdos lecionados nas unidades curriculares

do primeiro ano de mestrado. Assim, passado um ano, ficou evidente a

importância das unidades curriculares mais teóricas na resolução de problemas

e na tarefa facilitadora de passagem de valores e atitudes do desporto para a

vida quotidiana. Foi sempre minha intenção transpor as situações críticas

ocorridas na aula para questões do dia-a-dia para que os alunos percebessem

que muito do que acontece na turma pode ocorrer na sociedade. Promovendo

a passagem das atitudes corretas da aula para a vida diária tentei dar

ferramentas e conhecimentos aos alunos para optarem por fazer boas escolhas

e terem atitudes positivas no dia-a-dia.

Como o contacto com os alunos era tão curto desde cedo lhes transmiti a

mensagem que não podia perder tempo com alunos que não quisessem

aprender e prejudicassem a aprendizagem da restante turma. Penso que esta

atitude de os tratar como adultos fez com que os alunos percebessem que nas

aulas era muito valorizado o comportamento e que quem prejudicasse a aula

não ia ter contemplações da minha parte. Como o comportamento dos alunos

foi, na maioria das vezes, o correto o ano letivo decorreu de forma tranquila.

No entanto, o empenhamento motor dos alunos durante o ano letivo não foi

nada de excecional, embora tenha existido uma melhoria progressiva ao longo

dos três períodos. Muitas das vezes os alunos estavam lá somente para não

ter falta. Para não me desgastar e, consequentemente prejudicar a minha

56

atividade profissional, muitas vezes avisava os alunos que tinham que ser

responsáveis pelas suas atitudes e que se mantivessem o fraco empenho

podiam fazer a aula mas a classificação era negativa. Estas situações

aconteceram sobretudo no primeiro período. Para tentar responsabilizar os

alunos, no segundo período a criação de uma ficha de auto e hétero-

classificação da postura na aula fez com que os alunos fossem mais

responsáveis e melhorassem a sua postura na aula. Com esta estratégia o

comportamento dos alunos melhorou.

Com o decorrer do ano letivo, a construção dos planos de aula foi efetuada de

forma cada vez mais rápida e com menos erros. Para a construção dos planos

de aula foi importante as unidades curricular de tópicos, principalmente, para

escolha dos exercícios e das componentes críticas de cada habilidade dentro

das diferentes modalidades. Ficou claro que o tempo investido nas aulas de

didática específica deu resultados e permitiu-me a construção de exercícios de

forma sustentada e com consciência das componentes críticas importantes em

cada um. Neste aspeto, devido às aulas de didática específica que me

preparam de forma sólida senti-me seguro e com capacidade para lecionar as

diferentes modalidades na aula de Educação Física embora sempre

plenamente consciente de que tenho muito para melhorar e evoluir. Assim, a

base de conhecimentos adquiridos nas aulas de didática também me

permitiram melhorar a organização da aula, intervir de forma segura e

sustentada e fazer ajustes aos exercícios na aula sempre que era necessário.

Em relação aos planos de aulas muitas vezes optava por não os seguir

rigorosamente porque a evolução dos alunos na aula era diferente da que eu

esperava. Assim, mais uma vez, os conhecimentos adquiridos nas aulas de

didática deram-me a capacidade de intervir e alterar o plano de aula para que o

nível e exigência da aula fossem adequados à prestação e evolução dos

alunos.

A construção faseada deste relatório permitiu que a sua construção não fosse

muito maçadora. Por outro lado, ao ser construído ao longo do ano letivo

permite mostrar como me senti e evolui ao longo dos três períodos.

57

Durante todo o ano letivo sinto que evoluí como professor. Em todas as

intervenções com os meus alunos tentei ser sempre o mais justo e coerente

possível para desta forma manter uma relação séria e profissional com a turma.

Para a minha prestação nas aulas foi importante a boa relação com todos os

agentes de ensino. Com os professores de Educação Física foi importante esta

boa relação profissional porque assim a não existência de mapa de distribuição

das turmas pelas instalações nunca foi um entrave ao bom funcionamento das

aulas. Antes da aula, ou em situações mais exigentes em termos de

necessidade de utilização de um determinado espaço a boa relação e

comunicação existente entre os professores de Educação Física permitiu que

ao longo do ano a falta de mapa de rotação das instalações não gerasse

nenhum problema. Assim, relativamente a este aspeto, o ano letivo decorreu

sem sobressaltos ou quezílias. Como o local da aula era na grande maioria das

vezes decidido nos momentos que a antecediam os auxiliares de ação

educativa tinham um papel importante sendo extremamente prestáveis e

atenciosos na preparação do material para as aulas.

O projeto de investigação permitiu-me conhecer e realizar os passos de uma

investigação. No entanto o meu estudo só se refere a minha turma e a minha

intenção principal, mais do que a recolha e análise dos dados, era perceber

como se realiza um projeto de investigação e perceber quais as dificuldades e

prazeres na realização de um projeto de investigação científico.

Agora que terminou o estágio profissional, o qual realizei sempre com o

máximo de profissionalismo e seriedade, cumprindo as tarefas solicitadas pelo

Professor Cooperante. Todos os documentos foram entregues dentro do prazo

estabelecido e melhorei a minha capacidade de organização de documentos.

Esta evolução na organização de documentos permitiu-me consultar mais

rapidamente e sempre que necessário documentos de avaliação, informações

sobre a turma, sobre a escola e nunca falhar com a entrega de documentos

solicitados.

A capacidade organizativa foi uma característica que desenvolvi e melhorei ao

longo do ano letivo. Ser organizado tornou-se um hábito. Este hábito foi

58

transportado para as restantes tarefas da minha vida o que se tornou vantajoso

para mim.

Felizmente, em paralelo com o estágio foi possível manter as minhas outras

atividades. A conciliação da atividade como treinador e como preparador físico

de motocross permitiu-me ter motivação e concluir o estágio, aguentando os

dias mais desgastantes e menos motivadores do estágio profissional.

59

60

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENTO, J. O. (1995). O outro lado do desporto vivências e reflexões

pedagógicas. Porto: Campo das Letras

CABRAL, F. (2014). “Ser Professor: o maestro na sinfonia didática!”

Relatório de Estágio Profissional. Porto: F. Cabral. Relatório de estágio

apresentado com vista à obtenção do 2º ciclo em Ensino de Educação

Física nos Ensinos Básico e Secundário.

CRUZ, J. (2014). A Última Etapa da Formação, o início da Atividade

Docente. Porto; J. Cruz. Relatório de estágio apresentado com vista à

obtenção do 2º ciclo em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e

Secundário.

ESTANQUEIRO, A (2010). Boas práticas na educação: o papel dos

professores. Lisboa: editorial Presença

GRAÇA, A & MESQUITA, I. (2009). Pedagogia do Desporto: Modelos

instrucionais no ensino do desporto. Lisboa. Edições FMH

Matos, Z. (2015). REGULAMENTO DA UNIDADE CURRICULAR ESTÁGIO

PROFISSIONAL DO CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE

MESTRE EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ENSINOS BÁSICOS E

SECUNDÁRIO DA FADEUP. Porto: Faculdade de Desporto da Universidade

do Porto.

Matos, Z. (2015). NORMAS ORIENTADORAS DO ESTÁGIO PROFISSIONAL

DO CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM

ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ENSINOS BÁSICOS E SECUNDÁRIO

DA FADEUP. Porto: Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

61

7. ANEXOS

62

ANEXO I - QUESTIONÁRIO DE CARATERIZAÇÃO DA TURMA

63

ANEXO II - PLANO ANUAL 3º CICLO

64

ANEXO III - HORÁRIO DAS INSTALAÇÕES

65

ANEXO IV - Plano periódico

66

67

68

ANEXO V - calendário e organização dos jogos de voleibol

69

ANEXO VI –reflexão aula 17 e 18

70

ANEXO VII –reflexão aula 10

71

ANEXO VIII –reflexão aula 38

72

ANEXO IX - reflexão da aula 32 33