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A Aprendizagem é um processo pessoal, gradual e integrativo. Psicologia da Aprendizagem: É o processo através do qual a criança se apropria ativamente do conteúdo da experiência humana, daquilo que o seu grupo social conhece. Principais Teorias da Aprendizagem(PerésGomés, 2000) 1.Associacionista, Comportamentalista, de Condicionamento, de Estímulo -Resposta. Principais autores: Pavlov, Watson, Guthrie, Hull, Thorndike e Skinner. • Os comportamentos do ser humano são aprendidos; • A aprendizagem passa a ter grande importância;• Atribuem imenso poder ao ambiente;• O homem é produto do meio. Educação: visão pragmática, objetiva a transmissão de conhecimentos e a capacitação técnica por meio de competências e habilidades. Aprendizagem: processo cego e mecânico de associação de estímulos e respostas, provocado e determinado pelas condições externas, ignorando as internas. Ensino: preparar e organizar as contingências de reforço que facilitam a aquisição dos esquemas e tipos de condutas desejadas. Alunos: passivos, à mercê das contingências do ambiente e dos agentes controladores; Conteúdos: visa objetivos e habilidades que levam à competência técnica; Professor: planejador e analista de contingências. Sua função é arranjar contingências de reforço; Metodologia: individualização do ensino (ensino dirigido , instrução programada, etc) Avaliação: classificatória, valoriza aspectos mensuráveis e observáveis.

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A Aprendizagem é um processo pessoal, gradual e integrativo.

Psicologia da Aprendizagem: É o processo através do qual a criança se apropria ativamente do conteúdo da experiência humana, daquilo que o seu grupo social conhece.

Principais Teorias da Aprendizagem(PerésGomés, 2000)

1.Associacionista, Comportamentalista, de Condicionamento, de Estímulo -Resposta. Principais autores: Pavlov, Watson, Guthrie, Hull, Thorndike e Skinner.

• Os comportamentos do ser humano são aprendidos; • A aprendizagem passa a ter grande importância;• Atribuem imenso poder ao ambiente;• O homem é produto do meio.

Educação: visão pragmática, objetiva a transmissão de conhecimentos e a capacitação técnica por meio de competências e habilidades.

Aprendizagem: processo cego e mecânico de associação de estímulos e respostas, provocado e determinado pelas condições externas, ignorando as internas.

Ensino: preparar e organizar as contingências de reforço que facilitam a aquisição dos esquemas e tipos de condutas desejadas.

Alunos: passivos, à mercê das contingências do ambiente e dos agentes controladores;

Conteúdos: visa objetivos e habilidades que levam à competência técnica;

Professor: planejador e analista de contingências. Sua função é arranjar contingências de reforço;

Metodologia: individualização do ensino (ensino dirigido , instrução programada, etc)

Avaliação: classificatória, valoriza aspectos mensuráveis e observáveis.

2. Mediacionais: Gestalt, Genético-Cognitiva, Genético-Dialética, Significativa...

• Destacam a importância da ação, do envolvimento e da interação do sujeito com o objeto a ser conhecido e a realidade;

• Dão importância às variáveis internas da aprendizagem; • Consideram a conduta humana como totalidade.

2. Mediacionais

• Aprendizagem

Ementa: Teorias da Aprendizagem;Estratégias de aprendizagem, Psicologia do desenvolvimento;Contribuições de Piaget e Vygotsky à educação;Educar e cuidar;Aprendendo a aprender.

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Secretaria Municipal de Educação

• Processo de conhecimento, de compreensão das relações em que as condições externas atuam mediadas pelas condições internas.

• Supremacia da aprendizagem significativa, que supõe reorganização cognitiva e atividade interna.

Aprendizagem segundo a Gestalt

Principaisbautores:Kofka, Köhler, Whertheimer, Maslow, Rogers.

• Analisam a conduta como totalidade organizada. • A compreensão parcelada e fracionária da realidade deforma e distorce a significação do conjunto. • O todo - os fenômenos de aprendizagem e conduta - é algo mais do que a soma e justaposição linear das partes.

Aprendizagem Genético-Cognitiva Piaget (1896-1980)

• Estudou o desenvolvimento humano e relacionou-o à aprendizagem, utilizando-se das Estruturas Cognitivas.

• A aprendizagem constrói-se em processos de troca, por isso sua teoria é chamada de construtivista.

Comportamento humano: não é inato, nem resultado de condicionamento.

• Sujeito e objeto interagem em um processo que resulta na construção e reconstrução de estruturas cognitivas.

As contribuições de Piaget

Epistemologia Genética: estudo dos mecanismos de formação do conhecimento lógico, tais como as noções de tempo, espaço, objeto, causalidade, etc; da gênese e evolução do conhecimento.

Inteligência: adaptação a situações novas. Dá-se em etapas ou estágios sucessivos, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras.

Construtivismo sequencial – desenvolvimento da inteligência faz-se pela complexidade crescente, onde um estágio é resultante de outro anterior.

Estágios do Desenvolvimento Genético-Cognitivo: patamares de desenvolvimento que se dá pela sucessão (organização de ações e pensamentos, característico de cada fase do desenvolvimento do indivíduo).

1. Período Sensório Motor: do nascimento aos 2 anos, aproximadamente, etapa básica manipulativa. A inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das ações (motor) através dos deslocamentos do próprio corpo.

É uma inteligência eminentemente prática. Sua linguagem vai da ecolalia (repetição de sílabas) à palavra-frase (água para dizer q quer beber água).

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2. Pré-operatório ou Simbólico ou Indutivo: 2 aos 7 anos, aproximadamente: Etapa intuitiva e de aprendizagem instrumental básica. Neste período surge a função semiótica que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, etc. Cria imagens mentais na ausência do objeto ou da ação, é o período da fantasia, do faz de conta, com a capacidade de formar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação.

3. Período Operatório Concreto: 7 aos 11 aos, aproximadamente.

Indivíduo consolida a construção das operações subjacentes às quais se encontram as possibilidades intelectuais do período. Tais operações são o resultado de ações mentais interiorizadas e reversíveis.

Reversibilidade: quando a operação deixa de ter um sentido unidirecional. Seria a capacidade de voltar, de retornar ao ponto de partida.

Conservação: uma invariante que permite a formação de novas estruturas.

4. Período Operatório Lógico Formal ouAbstrato: dos 12 aos 16 anos em diante

Período em que acaba a construção de estruturas intelectuais própria do raciocínio hipotético-dedutivo, característico nos adultos.

É o ápice do desenvolvimento da inteligência e corresponde ao nível de pensamento hipotético dedutivo ou lógico matemático.

Logicização: processo de transformar o pensamento simbólico e intuitivo em pensamento operatório.

Principais teóricos do Desenvolvimento e da Aprendizagem: Henri Wallon, Jean Piaget, Lev Vygotsky e Sigmund Freud

Desenvolvimento Físico/Psíquico

• Henri Wallon (1879-1962) - As principais ideias de Wallon propõe o estudo da pessoa completa. Tanto em seu caráter cognitivo quanto afetivo e motor.

• Perspectiva interacionista. Ressalta a importância das influências sociais e psicológicas no desenvolvimento humano.

• O processo de aprendizagem é dialético. Não existe verdades absolutas, apenas direções e possibilidades.

Conceito de Desenvolvimento Humano para Wallon

• É o processo pelo qual o indivíduo emerge de um estado de completa imersão social, em que não se distingue do meio, para o estado em que pode distinguir seus próprios motivos, dos motivos dos outros oriundos do seu meio ambiente.

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Estágios do Desenvolvimento Humano

1- Impulsivo-emocional: 1°ano de vida. Predomínio da afetividade que orienta a vida do bebê;

2- Sensório-motor: aparece a aquisição da marcha e da preensão que dão à criança maior autonomia na manipulação dos objetos. Vai até os 3 anos;

3- Personalismo: Desenvolve a consciência de si mesmo mediante as interações sociais. Dos 3 aos 6 anos;

4- Categorial: Os progressos intelectuais dirigem a interação da criança para o conhecimento e para a compreensão do mundo;

5- Predominância funcional: Ocorre nova definição dos contornos da personalidade, questões morais e existenciais são trazidas à tona.

Jean Piaget e a inteligência da criança

Rejeita o enfoque psicométrico e a padronização. Para ele a inteligência é uma adaptação biológica e é também a forma de equilibração para a qual todas as estruturas (cognitivas) tendem.

Equilíbrio

Refere-se a um ajustamento harmonioso entre dois fatos: ações mentais (as estruturas cognitivas) da pessoa e o ambiente.

Piaget enfatiza o aspecto evolutivo da inteligência. A criança gradualmente atinge estruturas cognitivas cada vez mais eficientes.

Teoria de Piaget distingue quatro aspectos fundamentais:

1. Conteúdo: refere-se aos dados comportamentais, ou seja, aquilo que o individuo sempre está pensando, ou como ele resolve um problema.

2. Estrutura: É um conceito nitidamente biológico. O desenvolvimento da inteligência é afetado por fatores biológicos. Um dos quais é a transmissão hereditária. A estrutura psicológica advém gradualmente à criança através das interações com o objeto. Uma estrutura psicológica é composta por esquemas.

3. Esquema: É uma espécie de padrão de comportamento ou uma ação que se manifesta com ordem e coerência. Ex: esquema de sucção, chupar o dedo.

4. Função: Tendências básicas: adaptação e organização.

Organização: Refere-se à tendência de todas as espécies de sistematizar e organizar seus processos em sistemas coerentes que podem ser físicos ou psicológicos.

Não pode haver adaptação (assimilação e acomodação) proveniente de uma fonte desorganizada, pois a adaptação tem como base uma organização inicial expressa no esquema.

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O pensamento se organiza mediante a constituição de esquemas que formam através do processo de adaptação.

Adaptação: Processo que se refere ao reestabelecimento do equilíbrio.O indivíduo modifica o meio e é também modificado por ele.Todo os organismos tem a tendência a se adaptar ao ambiente. Envolve um equilíbrio entre dois processos:Acomodação e Assimilação.

Assimilação: É o processo de integração de novos conhecimentos em estruturas já existentes. Refere-se ao processo de que é o organismo mais o objeto que é transformado e se torna parte do organismo.

Acomodação: Refere-se a mudanças que o organismo faz em suas estruturas a fim de poder lidar com estímulos ambientais.

O mecanismo de reformulação das estruturas em relação aos novos conteúdos que se incorporam.

É o processo de busca e ajustamento a novas condições e mutações no ambiente, de tal forma que os padrões comportamentais preexistentes são modificados para lidar com as novas informações ou com feedback das situações externas.

Níveis da personalidade:

ID- O id seria a fonte da energia psíquica (libido). É formado pelas pulsões - instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes.

EGO- O ego desenvolve-se a partir do Id com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o chamado princípio da realidade. É esse princípio que introduz a razão, o planejamento e a espera no comportamento humano.

A satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas.

SUPEREGO- é a parte moral psique e representa os valores da sociedade.

• Para Freud só pode ser educador aquele que penetrar na alma infantil e para isso ele precisará penetrar primeiro na sua própria infância.

O respeito à diversidade é um dos valores de cidadania mais importantes, sendo fundamental valorizar cada pessoa, independente de qual religião pertença, tendo consciência de que cada uma teve e tem sua contribuição ao longo da história. Assim, as diferentes expressões religiosas devem ser consideradas na escola, especialmente na escola pública.

“Ensino de religiões, estudo de diversidades, exercícios de alteridade: estes sim podem ser conteúdos trabalhados na escola pública. Da mesma forma que o professor de literatura faz referência a diversas escolas literárias; da mesma forma que o professor de História enfatiza diversos povos, assim o ensino de religiões deve enfatizar diversas expressões religiosas, considerando que as religiões fazem parte da aventura humana.“

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Segundo a LDB

9394/96, em seu artigo 33º podemos encontrar o seguinte esclarecimento,

“O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas do ensino fundamental, assegurando o respeito a diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.”

A liberdade religiosa é um dos direitos fundamentais da humanidade, como afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) em seu art. XVIII: Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou particular.

A própria Constituição Brasileira (1988) em seu art. 5º, inciso VI diz:

“É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.”

DIVERSIDADES DO CAMPO

A escola atende em seu cotidiano, muitos alunos advindos de diversos grupos, entre eles, possui os alunos do campo com sua cultura e seus valores que precisam ser reconhecidos e valorizados, pois são muitas as influências e contribuições trazidas por eles, principalmente em relação ao trabalho, a história, o jeito de ser, os conhecimentos e experiências, etc.

A LDB 9394/96 (1996), reconhece a diversidade do campo e as suas especificidades, estabelecendo as normas para a educação do campo em seu artigo 28.

A escola precisa refletir sobre a educação para as pessoas do campo, que muitas vezes são obrigados a aceitar e desenvolver seu processo educativo dentro de um currículo totalmente urbano, que desconhece a realidade e as necessidades do campo.

As pessoas que vivem no campo têm sua cultura, seus saberes de experiência, seu cotidiano, que acabam sendo esquecidos, fazendo com que percam sua identidade, supervalorizando somente o espaço urbano, quando eles têm muitos conhecimentos a serem considerados e aproveitados pela escola.

Na maioria das vezes esses alunos advindos do campo precisam deixar seu habitat para irem estudar nas cidades. Seria muito importante que a educação desses alunos fosse realizada no e do campo, privilegiando a cultura ali no seu espaço, de acordo com sua realidade.

O povo do campo quer ver garantido o seu direito à educação, mas que este seja assegurado ali no ambiente em que vivem, atendendo as suas especificidades.

De acordo com Caldart (2002, apud DCE Educação do Campo, 2006, p. 27) “[...] o povo tem o direito de ser educado no lugar onde vive; o povo tem o direito a uma educação pensada desde o seu lugar e com sua participação, vinculada à sua cultura e às suas necessidades humanas e sociais.”ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

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ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Aos alunos com necessidades educacionais especiais devem ser garantidos os mesmos direitos e as mesmas oportunidades dos alunos ditos “normais”, pois a escola é o espaço de formação para todos. Segundo Carvalho (2000, p. 106) “Enquanto espaço de formação, diz respeito ao desenvolvimento, nos educandos, de sua capacidade crítica e reflexiva, do sentimento de solidariedade e de respeito às diferenças, dentre outros valores democráticos.”

A Constituição Federal de 1988 define, em seu artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. No artigo 206, inciso 1, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola”, como um dos princípios para o ensino e, garante, como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional, preferencialmente na rede regular do ensino (art. 208).

A atual LDB 9394/96 (1996) também assegura aos alunos com necessidades educacionais especiais o atendimento, em seu artigo 4, inciso 3 “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino.”

Assim é preciso algumas modificações no sistema e na escola como:

- no currículo e nas adaptações curriculares; - na avaliação contínua do trabalho; - na intervenção psicopedagógica; - em recursos materiais; - numa nova concepção de especial em educação, etc.

Uma outra diversidade verificada no interior da escola pública, que vem sendo muito valorizada atualmente é com relação à educação escolar indígena.

Os indígenas também clamam por processos educacionais que lhes permitam o acesso aos conhecimentos universais, mas que valorize também suas línguas e saberes tradicionais.

A Constituição de 1988 reconheceu o direito dos índios (autóctones) de permanecerem índios e de terem suas tradições e modos de vida respeitados. Em seu art. 210 fica assegurado aos povos indígenas o direito de utilizarem suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem buscando transformar a instituição escolar em um instrumento de valorização e sistematização de saberes e práticas tradicionais, ao mesmo tempo em que possibilita aos índios o acesso aos conhecimentos universais e a valorização dos conhecimentos étnicos.

A partir da Constituição de 1988 e mais fortemente na LBB 9394/96 os indígenas passaram a ser reconhecidos legalmente em suas diferenças e peculiaridades. A LDB 9394/96 (1996) estabelece em seu artigo 78, que aos índios devem ser proporcionadas a recuperação de suas memórias históricas, a reafirmação de suas identidades étnicas e a valorização de suas línguas e ciências. Aos índios, suas comunidades e povos devem ser garantidos o acesso às

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informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e das demais sociedades indígenas e não-índias.

O Plano Nacional de Educação(2001) estabelece objetivos e metas para o desenvolvimento da educação escolar indígena diferenciada, intercultural, bilíngüe e de qualidade. Muitas ações em relação à educação escolar dos indígenas já foram realizadas, porém ainda se percebe um quadro desigual, fragmentado e pouco estruturado de oferta e atendimento educacional aos

índios.

LDB: Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida

familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos

movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte

e o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;

IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII - valorização do profissional da educação escolar;

VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos

sistemas de ensino;

IX - garantia de padrão de qualidade;

X - valorização da experiência extra-escolar;

XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

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Art. 4º. O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a

garantia de:

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram

acesso na idade própria;

II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades

especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;

IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de

idade;

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,

segundo a capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e

modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-

VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de

programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência

à saúde;

IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade

mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino

a prendizagem.

Art. 5º. O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer

cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de

classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder

Público para exigi-lo.

§ 1º. Compete aos Estados e aos Municípios, em regime de colaboração, e com a

assistência da União:

I - recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental, e os jovens e

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II - fazer-lhes a chamada pública;

III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

§ 3º. Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para

peticionar no Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do Art. 208 da Constituição Federal,

sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente.

§ 4º. Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir o oferecimento

do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de responsabilidade.

Art. 6º. É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos

sete anos de idade, no ensino fundamental.

Art. 7º. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:

I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e do respectivo sistema de

ensino;

II - autorização de funcionamento e avaliação de qualidade pelo Poder Público;

III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no Art. 213 da

Constituição Federal.

Art. 8º. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em

regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.

§ 1º. Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os

diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em

relação às demais instâncias educacionais.

§ 2º. Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta Lei.

Art. 9º. A União incumbir-se-á de:

I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito

Federal e os Municípios;

II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal

de ensino e o dos Territórios;

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III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva;

IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;

V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;

VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistema s de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;

VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino;

IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de

ensino.

1º. Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de Educação, com funções normativas e de supervisão e atividade permanente, criado por lei.

Art. 10º. Os Estados incumbir-se-ão de:

I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino;

II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino

fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades,

de acordo com a população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada

uma dessas esferas do Poder Público;

III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as

diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos

seus Municípios;

IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os

cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de

ensino;

V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;

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VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio.

Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes aos

Estados e aos Municípios.

Art. 11º. Os Municípios incumbir-se-ão de:

I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas

de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados;

II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;

III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;

IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de

ensino;

V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino

fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem

atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima

dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e

desenvolvimento do ensino.

IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de

ensino;

V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino

fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem

atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima

dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e

desenvolvimento do ensino.

Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema

estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de educação básica.

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Arauá

Área: 192,723 km² [2]

População: 10 684 hab. IBGE/2014 [3]

Altitude: 55,44 hab./km²

Clima: Tropical Úmido a Sub-Úmido

Gentílico: arauaense

Prefeito(a): Ana Helena Andrade Costa (PMDB) (2013–2016)

Trajetória

Sua trajetória vem desde a primeira metade do século XIX quando o seu território era vinculado a Estância. As terras produziam cana de açúcar com um razoável número de engenhos que por volta de 1854 chegava a 53 em diversas fazendas destacando-se os Engenhos Tuim, Poços e o Engenho Novo. O Engenho Tuim era de propriedade do coronel João Epiphânio Lima Neto e sua esposa, D Maria Joaquina de Andrade Lima, ambos herdeiros de muitas propriedades na região sul da Província de Sergipe D´el Rey. A propriedade foi herdada por seus filhos, entre eles o Sr. Urbano de Oliveira Lima Neto. Engenho Novo consta do século XIX sobre o comando do Sr. Olimpio Costa que ao ir embora de Arauá, deixa como administrador o seu tio Ioiô. A pedido do sobrinho o tio vende a propriedade ao Sr. Oswaldo Cruz Nunes e em seguida, o Engenho Novo foi adquirido pelo Sr. Antônio Francisco do Nascimento. O Engenho Poços pertencia em 1922 ao Brigadeiro Guilherme José Nabuco de Araújo, fidalgo da casa de sua Majestade Imperial e governador das armas dessa província. Atualmente, o engenho Poços integra o acervo inventariado de João Nabuco D´Ávila. O Brigadeiro foi enterrado na Igreja Matriz da Cidade de Estância em 1825. Mais tarde, por questões religiosas em relação as armas do Império que encontra-se na lápida do seu túmulo, a igreja queria retirar a lápida para ser trocada por outra. Seus familiares não aceitaram e resolveram transportar os restos mortais para a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, localizada no município de Arauá. Nossas terras eram rodeadas por vários engenhos e havia a necessidade de se criar nesta localidade um centro de vida social mais próximo do município de Estância. Os moradores sentiam a falta de uma escola, um local para orações e outras demais necessidades. Em 21 de dezembro de 1854 foi criada uma subdelegacia, próximo ao Riacho da Parida e no mesmo ano recebeu o nome de Arraial da Parida. Com casas simples, feitas de palha que lembrava realmente um arraial pobre e necessitado de ajuda. Em 1855 a localidade homenageia a proclamação do dógma da Imaculada Conceição pela Igreja Católica alterando assim o seu nome e passa a denominar-se Arraial de Nossa Senhora da Conceição da Parida. Esta iniciativa faz surgir uma nova esperança na busca da melhoria de vida. Em 1855 sob o comando de Joaquim José Góis, José Felix do Nascimento e seu irmão Tibúrcio Manoel do Nascimento constroem a capela a 1Km da povoação em sentido norte, pois o lugar era propício para também construírem uma praça. A Igreja preserva o mesmo local desde sua

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construção, apenas passou por uma grande reforma entre 1925 até 1941 de acordo com dados encontrados nos livros de tombo da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição.

Significado do nome Arauá

Uma grande curiosidade, é em relação ao significado do nome Arauá. Pois a informação é que o rio que deu origem ao município que era chamado de Aruá, devido suas margens serem ricas em molúscos que viviam na água ou em locais úmidos.

Com o passar dos tempos o termo Aruá tornou-se Arauá. Nomes que recebeu o município ao passar do tempo Arraial da Parida em 1854, toma este nome devido o Riacho da Parida que lhe ficava próximo. Arraial de Nossa Senhora da Conceição da Parida em 1855, devido a proclamação do dogma da Imaculada Conceição pela Igreja Católica. Nossa Senhora da Conceição do Arauá- acontece em 30 de abril de 1868. A comunidade homenageia o Rio que banha suas terras. Freguesia em 08 de junho de 1864. Vila em 09 de abril de 1870, conquistando assim a sua independência da cidade de Estância. Em 09 de dezembro de 1913 determina os limites com as demais vizinhanças. Cidade em 15 de dezembro de 1938. Nossa cidade é integrante da microrregião de Boquim, se localiza na Região Centro Sul do Estado, fazendo fronteira com os municípios sergipanos de Boquim, Estância, Itabaianinha, Umbaúba, Pedrinhas e Santa Luzia. Possui uma área territorial de 256 km2 sendo um dos municípios tipo médio em extensão territorial. E fica a 99 km da capital Aracaju.

Rio Piauí – É o principal, serve de limites com o município de Estância.

Rio Ariquitiba – serve de linha divisória com o município de Santa Luzia.

Rio Carnaíba – Serve de limite com o município de Itabaianinha.

Rio Arauá, que deu nome ao município, nasce no município de Tobias Barreto, penetrando no território de Arauá, com direção oeste-leste, atravessa o referido território correndo sempre na mesma direção e passando próximo a sede municipal, depois de receber alguns afluentes desemboca no Rio Piauí, nos limites com os municípios de Estância e Arauá.

Nossos povoados:

Casa Caida, Travessão I,Travessão II, Carnaíba, Bolandeira,Taboleiro,Camboatá, Sapé, Sucupira,Eugênia, Olhos D´ Água, Progresso, Palmeirinha,Poços e Limoeiro.

A economia do município tem como base a agropecuária. Na agricultura, há produção de laranja, limão, mandioca, manga, maracujá, abacaxi e tangerina. A pecuária explora a criação de bovinos, suínos, eqüinos, ovinos, existindo ainda criação de galináceos. [4]

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Em parceria com os sistemas de ensino, o MEC, por meio de sua Secretaria de Educação Básica (SEB), tem procurado consolidar a qualidade social da educação básica em quatro eixos norteadores, a saber: a) inclusão educacional; b) democratização da gestão; c) redefinição da política de financiamento da educação; d) formação e valorização dos profissionais da educação. O trabalho coletivo no âmbito escolar consiste na integração das atividades do corpo docente, direção e equipe pedagógica tendo por objetivo a aprendizagem do educando.

Na prática das escolas as disciplinas e, muitas vezes, os conteúdos de uma mesma disciplina são trabalhados de forma estanque, sem que docente ou aprendiz façam as relações necessárias entre eles. Essa forma de ver o conteúdo apenas como um conjunto de conceitos a serem armazenados de forma arbitrária, não mais condiz com as necessidades modernas.

Esta forma de organização das disciplinas ou mesmo dos conteúdos, seria uma das grandes dificuldades em se estabelecer um trabalho verdadeiramente coletivo na escola.

A sociedade contemporânea exige outra postura do trabalhador, este precisa saber relacionar-se em equipe, há uma valorização do coletivo, a escola precisa acompanhar essas mudanças. É importante salientar que trabalhar de forma coletiva, desenvolver criatividade, dentre outros são habilidades que podem ser desenvolvidas sem que o papel do professor ou mesmo dos conteúdos sejam deslocados para um segundo plano.

Outra fragilidade da escola para se estabelecer um trabalho coletivo é a dificuldade em mobilizar o corpo docente para esta tarefa: dificilmente é possível reunir o coletivo de professores para uma reunião pedagógica.

[...] tornar a escola democrática hoje significa modifica-la, a fim de que cada vez maior parcela das camadas populares nela ingresse e permaneça. Dessa forma a escola poderá cumprir aquilo que lhe é específico, enquanto instância social que luta pela transformação: a socialização do saber. (PIMENTA 2002, p12):

oda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao chamado projeto político-pedagógico - o famoso PPP. Se você prestar atenção, as próprias palavras que compõem o nome do documento dizem muito sobre ele:

É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo.

É político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.

É pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem.

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Ao juntar as três dimensões, o PPP ganha a força de um guia - aquele que indica a direção a seguir não apenas para gestores e professores mas também funcionários, alunos e famílias. Ele precisa ser completo o suficiente para não deixar dúvidas sobre essa rota e flexível o bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos. Por isso, dizem os especialistas, a sua elaboração precisa contemplar os seguintes tópicos:

Missão Clientela Dados sobre a aprendizagem Relação com as famílias Recursos Diretrizes pedagógicas Plano de ação

A construção coletiva do projeto político-pedagógico é um processo contínuo e dinâmico, que necessita ser realimentado cotidianamente. Exige profunda reflexão sobre as finalidades da escola. A elaboração do projeto político-pedagógico precisa ser coletiva, conforme Gadotti (2004)

O projeto da escola não é responsabilidade apenas de sua direção. Ao contrário, numa gestão democrática, a direção é escolhida a partir do reconhecimento da competência e da liderança de alguém capaz de executar um projeto coletivo [...] A autonomia e a gestão democrática da escola fazem parte da própria natureza do ato pedagógico. A gestão democrática da escola é, portanto, uma exigência de seu projeto político-pedagógico. Ela exige, em primeiro lugar, uma mudança de mentalidade de todos os membros da comunidade escolar.

A equipe pedagógica tem a incumbência de coordenar as discussões para a elaboração do projeto político-pedagógico “entendido como a própria organização do trabalho pedagógico da escola como um todo” (VEIGA, 2005, p12), daí sua importância. Sem o projeto político-pedagógico torna-se difícil definir que educação se deseja ter, que perfil de aluno pretende formar.

A gestão democrática da escola implica que a comunidade, os usuários da escola, sejam seus dirigentes e gestores e não apenas os seus fiscalizadores ou, menos ainda, os meros receptores dos serviços educacionais (GADOTTI, 2004 p.34

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TÉCNICAS/MÉTODOS DE ENSINO

Método : Caminho para se chegar a um determinado

Os métodos podem ser dividos em dois: Métodos Tradicionais: Exigem um comportamento Passivo do aluno.

Métodos Modernos: Consideram o Desenvolvimento natural do aluno e a necessidade de aprendizado activo, participante e de descobertas.

No ensino Primário e Secundário o ensino deve:

•Compreender (conceitos e princípios).

•Aplicação dos conhecimentos (habilidade reproductiva).

•Informar (factos e procedimentos).

Na Universidade: deve-se ter em considerações: informar compreender e aplicação dos conhecimentos.

•Alto Nivel de habilidade (habilidade produtiva).

Missão da Educação

Superior

• Difusão do Novo Conhecimento • Criação do Novo Conhecimento

• Formar estudantes que sejam cidadãs

Componentes Fundamentais do processo de ensino

1. Aluno 2. Aprendizagem 3. Objectivos 4. Conteúdo 5. Métodos

Caracterização das técnicas de Ensino

Técnicas Individualizadas.

Técnicas Socializadas .

Técnicas sócio-individualizadas

metodos CARACTERÍSTICA

Lógico : O método deve obedecer às leis do pensamento.

Psicológico: As fases do método devem fundamentar-se na observação do espírito infantil.

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Económico-didáctico: As medidas metódicas devem produzir com pouco esforço os melhores resultados.

Estético-ético: O método não pode transformar-se em processo de adestramento para atingir os fins desejados

Pessoal: O método didáctico deve ser utilizado por verdadeiros educadores. Integral isto é todas as dimensões da pessoa.

a) Validade: os conteúdos sejam representativos e actualizados.

b) Flexibilidade: devem estar sujeitos a modificações, adaptações, renovações e enriquecimentos. Este conteúdo

c) Significação: os conteúdo estejam relacionado às experiências do aluno/a

b)Possibilidade de elaboração pessoal: refere-se à recepção, assimilação e transformação da informação pelo próprio aluno/a. De acordo com esse critério o aluno poderá associar, comparar, compreender, organizar, criticar e avaliar o novo conteúdo.

e) Utilidade: uso dos conhecimentos em situações novas. Este critério estará presente quando conseguirmos harmonizar os conteúdos seleccionados para estudo com as exigências e características do meio ambiente.

f) Realismo: deve-se seleccionar conteúdos que possam ser aprendidos dentro das limitações de tempo e recursos disponíveis.

Métodos de Ensino

1. Trabalhos em Grupos

2.Os Métodos de Exposição pelo Professor. forma de exposição verbal ou aula expositiva, que ocorre em circunstâncias nas quais não é possível prover a relação directa do aluno com o material de estudo. Além desta, a demonstração e a ilustração fazem parte dos métodos de exposição. A aula expositiva é a técnica mais tradicional de ensino, consiste na apresentação de um tema logicamente estruturado. Esboço com título e subtítulos dos temas.

Tem duas posições:

Posição dogmática: a mensagem transmitida não poder contestada, deve ser aceitada e repetida sem discussão.

Posição de diálogo: A mensagem é pretexto pode ser contestada , pesquisa e discussão.

3.Métodos de Trabalho Independente. consiste em actividades dirigidas e orientadas pelo professor. Normalmente, as disciplinas de laboratório cuja parte teórica já tenha sido oferecida em outra disciplina como pré-requisito (exemplos, laboratório de compiladores, laboratório de sistemas operacionais, etc.) utilizam este método como parte do processo de aprendizagem.

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4. A Técnica de Perguntas e Respostas: perguntas aos alunos sobre algo que estudaram ou sobre sua experiência. Base de perguntas objectivos e tema.

5.Técnica de Solução de Problemas: ensinar é apresentar problemas e que aprender é resolver problemas.

Princípios fundamentais: •Desenvolver o pensamento reflexivo, pois só este resolve as situações novas;

6.Visita de Campo: Este pode ser feito indo em locais onde o fenómeno que se está estudando, o que está justamente acontecer. Os alunos têm oportunidade de ver as coisas acontecer na realidade. Por examplo: a visita a fábrica de cerveja, a visita ao parque national de Angola, a visita a Assembleia national.

7.Método de Ditado e Fascículo: O professor dita a matéria aos alunos. Vantajoso: toda a matéria é preparada pelo professor. Limitado: torna o aluno preguiçoso, o erro transmitido pelo professor será aprendido assim pelo aluno.

8.Métodos de Recursos humanos: Se convida alguém que é especialista em alguma matéria e ele expõe e partilha os seus conhecimentos com os alunos.

9.Métodos de discussão. Diálogo e partilha

-Examinar o problema e trabalhar para a sua solução.

-Procurar a informação que ainda não está registada.

-Envolve o aluno no processso de ensino.

-Estimular e desenvolver a habilidade de pensamento.

-Desenvolve cooperação, escuta e respeito pelos outros.

Valores: Democracia, Escuta, humildade e comunidade

LDB:Art. 12º. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu

sistema de ensino, terão a incumbência de:

I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;

II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;

III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;

IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;

V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;

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VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola;

VII - informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica.

Art. 13º. Os docentes incumbir-se-ão de:

I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

III - zelar pela aprendizagem dos alunos;

IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;

V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;

VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;

II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou

equivalentes.

Art. 16º. O sistema federal de ensino compreende:

I - as instituições de ensino mantidas pela União;

II - as instituições de educação superior criadas e mantidas pela iniciativa privada;

III - os órgãos federais de educação.

Art. 17º. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem:

I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público estadual e

pelo Distrito Federal;

II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal;

III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela iniciativa

privada;

IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.

Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de ensino.

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Art. 18º. Os sistemas municipais de ensino compreendem:

I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal;

II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada;

III - os órgãos municipais de educação.

Art. 19º. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas seguintes categorias administrativas:

I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Público;

II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

Art. 20º. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes categorias:

I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem as características dos incisos abaixo;

II - comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de professores e alunos que incluam na sua entidade mantenedora representantes da comunidade;

III - confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso anterior;

IV - filantrópicas, na forma da lei.

Art. 21º. A educação escolar compõe -se de:

I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio;

II - educação superior.

Art. 22º. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

Art. 23º. A educação básica poderá organizar -se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.

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§ 2º. O calendário escolar deverá adequar -se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei.

Art. 24º. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:

I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver;

II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino fundamental, pode ser feita:

a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria escola;

b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;

Art. 26º. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.

§ 1º. Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil.

§ 2º. O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.

§ 3º. A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos.

§ 4º. O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e européia.

§ 5º. Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição.

Art. 28º. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente:

I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;

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II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas

III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.

Art. 29º. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Art. 30º. A educação infantil será oferecida em:

I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.

Art. 31º. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.

Art. 32º. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:

I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

§ 1º. É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos.

§ 3º. O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de

aprendizagem.

§ 4º. O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais.

Art. 33º. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, sendo oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis, em caráter:

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I - confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu responsável, ministrado por professores ou orientadores religiosos preparados e credenciados pelasrespectivas igrejas ou entidades religiosas; ou

II - interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entidades religiosas, que se responsabilizarão pela elaboração do respectivo programa.

Art. 34º. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola.

De acordo com Aquino (1996, p. 34), a relação professor-aluno é muito importante, a ponto de estabelecer posicionamentos pessoais em relação à metodologia, à avaliação e aos conteúdos. Se a relação entre ambos for positiva, a probabilidade de um maior aprendizado aumenta. A força da relação professor-aluno é significativa e acaba produzindo resultados variados nos indivíduos.

Na abordagem Tradicional o ensino era centrado no professor. O aluno aprendiacom programas e disciplinas externas, dos quais ele tinha de adquirir conhecimentos impostos mesmo contra sua vontade. Saviani (2001, p. 41), por exemplo, sugeria que o papel do professor era garantir que o conhecimento fosse obtido, independente do interesse e vontade do aluno.

Muitas escolas ainda seguem essa abordagem, no entanto, a nossa LDB é bemclara quanto às mudanças. O conhecimento é considerado uma construção contínua. A educação resume-se em provocar situações de desequilíbrio para o aluno, adequado ao seu desenvolvimento, para que ele aprenda a interagir nessa situação.

O objetivo disso é que ele aprenda, por si mesmo, a conquistar a verdade detoda e qualquer situação. A escola começa ensinando à criança a observar,desenvolvendo suas potencialidades motoras, verbais e mentais, trabalhando emgrupos, dando-lhes liberdade de ação. Logo, o professor, segundo Snyders (1996, p. 21), não deve abster-se deestudar, se atualizar, senão não irá conseguir passar o prazer de aprender para seus alunos.Segundo esse autor, para ser um bom profissional devem-se planejarestratégias, com criatividade, para resolver os problemas que vão surgindo na escola, no dia-a-dia. Para ele, esses professores devem combinar a ciência, a técnica e a arte.Nesse caso, devem-se criar mecanismos na escola, condições de trabalho em equipe, dirigidas ao desenvolvimento do interesse do aluno para o aprendizado.

Segundo Gusdorf (1978, p. 13), "quanto mais se desenvolvem as disciplinas doconhecimento, diversificando-se, mais elas perdem o contato com a realidadehumana”. Esse autor, expressa claramente que a interdisciplinaridade, como fornece maior flexibilidade entre todas as disciplinas, pode representar uma

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alternativa para tentar estabelecer o diálogo do educando e do educador, ou seja, entre o sabercotidiano e o saber formal.Ele é a favor de que ideais interdisciplinares não se limitem ao ambiente daescola e ao seu ensino. Essas concepções não devem ser impostas, devem iniciar-se dentro da escola, sem deixar de englobar os ambientes externos.A interdisciplinaridade pedagógica é, portanto, uma elaboração a partir darelação de todos os envolvidos da escola, principalmente a relação professor-aluno que permite a atualização de todo o processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, o professor é o principal agente de mudança na direção de uma visão global do currículo escolar, já que ele, mesmo em uma concepção que entenda que o conhecimento se dá no interstício do seu discurso com o do aluno, preside o processo e o desenvolvimento dessa relação (FAZENDA, 1999, p. 92).

De acordo com Pierson (1997), no processo de apropriação e incorporação dos elementos freirianos nos projetos de ensino de Ciências/Física2, os Três Momentos Pedagógicos (3MP) ― Problematização Inicial, Organização do Conhecimento e Aplicação do Conhecimento ― são, juntamente com os conceitos unificadores (ANGOTTI, 1991), elementos desenvolvidos quepassam a ter presença marcante tanto nas propostas de intervenção quanto nasinvestigações e publicações de seus pesquisadores.

Essa dinâmica didático-pedagógica, conhecida como os “Três MomentosPedagógicos”, fundamentada pela perspectiva de uma abordagem temática(DELIZOICOV, ANGOTTI e PERNAMBUCO, 2002) e abordada inicialmentepor Delizoicov (1982), ao promover a transposição da concepção de educação dePaulo Freire para o espaço da educação formal, pode ser assim caracterizada:

Problematização Inicial: apresentam-se questões ou situações reais que osalunos conhecem e presenciam e que estão envolvidas nos temas. Nesse momentopedagógico, os alunos são desafiados a expor o que pensam sobre as situações, afim de que o professor possa ir conhecendo o que eles pensam. Para os autores,a finalidade desse momento é propiciar um distanciamento crítico do aluno ao sedefrontar com as interpretações das situações propostas para discussão e fazer comque ele sinta a necessidade da aquisição de outros conhecimentos que ainda nãodetém. Organização do Conhecimento: momento em que, sob a orientação do professor,os conhecimentos necessários para a compreensão dos temas e da problematizaçãoinicial são estudados; Aplicação do Conhecimento: momento que se destina a abordar sistematicamente o conhecimento incorporado pelo aluno, para analisar e interpretar tanto as situações iniciais que determinaram seu estudo quanto

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outras que, embora não estejam diretamente ligadas ao momento inicial, possam ser compreendidas pelo mesmo conhecimento.

Pelo projeto educativo, a escola procura concretizar sua missão educativa, semnegligenciar de também realizar a missão educativa estabelecida para a escola pela sociedade nacional representada pelas leis e determinações educacionais do país, Assim, a missão da escola se realiza pelo projeto educativo (prioridades coletivas) e pelas operações setoriais que podem ser ou fazer parte dele.

O projeto educativo é: Um documento... de referência...... e de orientação...... resultante de um consenso local...

Para Vidal, Cárave e Florencio (1992), o projeto educativo é:a) Um meio de adequação das intenções educativas da sociedade àscaracterísticas concretas de uma escola;b) Elemento orientador do conjunto de atividades educativas de uma escola;c) Instrumento integrador das atividades educativas de uma escola;d) Garantia de coerência e de continuidade nas diferentes atuações dos membrosde uma comunidade escolar;e) Critério para avaliar e homologar os processos;f) Documento dinâmico para definir as estruturas e estratégias organizacionais daescola;g) Ponto de referência para a solução dos conflitos de convivência.

O projeto educativo traduz o engajamento da instituição escolar, suas prioridades, seusprincípios. Ele define o sentido de suas ações e fixa as orientações e os meios para colocá-las em prática. É formulado por um documento escrito que estabelece a identidade da escola (diz o que ela é), apresenta seus propósitos gerais (diz o que ela quer) e descreve seu modelo geral de organização (diz como ela se organiza).

Segundo o professor Cipriano Carlos Luckesi, citado por LIBÂNEO (1991; p196) "a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho."[2]

Para GOLIAS (1995; p90) a avaliação é "entendida como um processo dinâmico, continuo e sistemático que acompanha o desenrolar do ato educativo".

"avaliação é um processo contínuo de pesquisas que visa a interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento dos alunos, propostas nos objetivos, a fim de que haja condições de decidir sobre alternativas de planificação do trabalho e da escola como um todo" PILETTII (1986; p190)[3]

Reflete a unidade: objetivo/conteúdo/método: o aluno precisa saber para o que estão trabalhando e no que estão sendo avaliados e quais serão os métodos utilizados.

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Revisão do plano de ensino: ajuda a tornar mais claro os objetivos que se quer atingir, onde o professor à medida que vai ministrando os conteúdos vai elucidando novos caminhos, ao observar os seus alunos, o que possibilitará tomar novas decisões para as atividades subsequentes.

Desenvolve capacidades e habilidades: uma vez que o objetivo do processo ensino e aprendizagem é que todos os alunos desenvolvam as suas capacidades físicas e intelectuais, sua criticidade para a vida em sociedade

Ser objetiva: deve garantir e comprovar os conhecimentos realmente assimilados pelos alunos, de acordo com os objectivos e os conteúdos trabalhados.

Promove a auto percepção do professor: permite ao professor responder questões como: Os meus objectivos são claros? Os conteúdos são acessíveis, significativos e bem dosados? Os métodos são os mais apropriados aos meus "clientes"? Auxilio bem os que apresentam dificuldades de aprendizado?

Tarefas da avaliaçãoConhecer o alunoVerificar os ritmos de progresso do alunoDetectar as dificuldades de AprendizagemOrientar a aprendizagem

Tipos de avaliaçãoAvaliação diagnóstica

Este tipo de avaliação realiza-se no início do curso, do ano letivo, do semestre/ trimestre, da unidade ou de um novo tema e pretende verificar o seguinte:

Identificar alunos com padrão aceitável de conhecimentos; Constata deficiências em termos de pré-requisitos; Constata particularidades.

Avaliação formativa

Esta avaliação ocorre ao longo do ano letivo. É através desta avaliação que se faz o acompanhamento progressivo do aluno; ajuda o aluno a desenvolver as capacidades cognitivas, ao mesmo tempo fornece informações sobre o seu desempenho.

Avaliação sumativa

Esta avaliação classifica os alunos no fim de um semestre/trimestre, do curso, do ano lectivo, segundo níveis de aproveitamento. Tem a função classificadora (classificação final).

Tipos de testesProvas orais

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Provas escritasProvas práticas: Este tipo de provas é característico do Desenho Técnico.

Critérios de avaliação Tem que ser benéfico; Deve ser justo e uniforme; Deve ser global; Deve ser eficaz na produção e mudanças no comportamento; Deve estar ao alcance dos alunos; O processo de avaliação deve ser aberto; As conclusões finais devem ter certa validade e longo prazo. Deve ser praticável e não deve ser incómodo e inútil.

A Constituição Federal/88 estabeleceu princípios para a educação brasileira, dentre eles: obrigatoriedade, gratuidade, liberdade, igualdade e gestão democrática, sendo esses regulamentados através de leis complementares.

No âmbito educacional, a gestão democrática tem sido defendida como dinâmica a ser efetivada nas unidades escolares, visando a garantir processos coletivos de participação e decisão.Tal discussão encontra respaldo, Apesar da superficialidade com que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) trata da questão da gestão da educação, ao determinar os princípios que devem reger o ensino, indica que um deles é a gestão democrática.

Mais adiante (art. 14), a referida lei define que ossistemas de ensino devem estabelecer normas para o desenvolvimento da gestão democrática nas escolas públicas de educação básica e que essas normas devem, primeiro, estar de acordo com as peculiaridades de cada sistema e, segundo, garantir a “participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola”, além da “participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”.

A construção da gestão democrática implica luta pela garantia da autonomia da unidade escolar, participação efetiva nos processos de tomada de decisão, incluindo a implementação de processos colegiados nas escolas, e, ainda, financiamento pelo poder público, entre outros.

A gestão democrática é entendida como a participação efetiva dos vários segmentos da comunidade escolar, pais, professores, estudantes e funcionários na organização, na construção e na avaliação dos projetos pedagógicos, na administração dos recursos da escola, enfim, nos processos decisórios da escola. Portanto, tendo mostrado as semelhanças e diferenças da organização do trabalho pedagógico em relação a outras instituições sociais, enfocamos os mecanismos pelos quais se pode construir e consolidar um projeto de gestão democrática na escola. Nesse sentido, está posto no Plano Nacional de Educação que “a gestão deve estar inserida no processo de relação da instituição educacional com a sociedade, de tal

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forma a possibilitar aos seus agentes a utilização de mecanismos de construção e de conquista da qualidade social na educação”.

A gestão democrática implica um processo de participação coletiva. Sua efetivação na escola pressupõe instâncias colegiadas de caráter deliberativo, bem como a implementação do processo de escolha de dirigentes escolares, além da participação de todos os segmentos da comunidade escolar na construção do Projeto Político-Pedagógico e na definição da aplicação dos recursos recebidos pela escola.

Ao discutir a autonomia da escola, Veiga (1998) destaca quatro dimensões consideradas básicas para o bom funcionamento de uma instituição educativa e que, segundo ela, devem ser relacionadas e articuladas entre si:

Autonomia administrativa – consiste na possibilidade de elaborar e gerir seus planos, programas e projetosAutonomia jurídica – diz respeito à possibilidade de a escola elaborar suas normas eorientações escolares em consonância com as legislações educacionais, como, por exemplo, matrícula, transferência de alunos, admissão de professores, concessão de grau

Autonomia financeira – refere-se à disponibilidade de recursos financeiros capazes de dar à instituição educativa condições de funcionamento efetivoAutonomia pedagógica – consiste na liberdade de propor modalidades de ensino e pesquisa.Está estreitamente ligada à identidade, à função social, à clientela, à organização curricular, à avaliação, bem como aos resultados e, portanto, à essência do projeto pedagógico da escola.(VEIGA, 1998, p. 16-19)

Conselho escolarO conselho escolar é um órgão de representação da comunidade escolar. Trata-se de uma instância colegiada que deve ser composta por representantes de todos os segmentos da comunidade escolar e constitui-se num espaço de discussão de caráter consultivo e/ou deliberativo.

Conselho de classeO conselho de classe é mais um dos mecanismos de participação da comunidade nagestão e no processo de ensino-aprendizagem desenvolvido na unidade escolar. Constitui-se numa das instâncias de vital importância num processo de gestão democrática, pois "guarda em si a possibilidade de articular os diversos segmentos da escola e tem por objeto de estudo o processo de ensino, que é o eixo central em torno do qual desenvolve-se o processo de trabalho escolar" (DALBEN, 1995, p. 16).Deve atuar em espaço de avaliação permanente, que tenha como objetivo avaliaro trabalho pedagógico e as atividades da escola. Nessa ótica, é fundamental que se reveja a atual estrutura dessa instância, rediscutindo sua função, sua natureza e seu papel na unidade escolar.

Associação de pais e mestres

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A associação de pais e mestres, enquanto instância de participação, constitui-se em mais um dos mecanismos de participação da comunidade na escola. É uma aproximação entre os pais e a instituição, contribuindo para que a educação escolarizada ultrapasse os muros da escola e a democratização da gestão seja uma conquista possível.

Grêmio estudantilNuma escola que tem como objetivo formar indivíduos participativos, críticos e criativos, a organização estudantil adquire importância fundamental, à medida que se constitui numa "instância onde se cultiva gradativamente o interesse do aluno, para além da sala de aula".

Estágios de desenvolvimento cognitivo da criança segundo Piaget

1º Sensório-motor: de zero a dois anos, aproximadamente. No estágio sensório-motor, a inteligência da criança é essencialmente prática e as ações de reflexo predominam. A relação com o meio ambiente não se dá pelo raciocínio lógico ou pela representação simbólica, mas pela ação e experimentação direta.

2ºEstágio Pré-operatório: de 2 a 7 anos. Egocentrismo, leitura parcial e incompleta da realidade. Sua percepção abstrata começa a ser aguçada a medida que aumenta sua capacidade de simular, imaginar situações, figuras e pessoas semelhantes.

3ºEstágio Operações concretas: de 7 aos 12 anos. Lógica começa a desenvolver-se. Ainda depende do mundo concreto para realizar abstrações.

4ºEstágio Operações formais e Pensamento Hipotético-dedutivo:lógica formal, realiza abstrações.

Na perspectiva construtivista de Piaget, o começo do conhecimento é a ação do sujeito sobre o objeto, ou seja, o conhecimento humano se constrói na interação homem-meio, sujeito-objeto.

Conhecer consiste em operar sobre o real e transformá-lo a fim de compreendê-lo, é algo que se dá a partir da ação do sujeito sobre o objeto de conhecimento. As formas de conhecer são construídas nas trocas com os objetos, tendo uma melhor organização em momentos sucessivos de adaptação ao objeto. A adaptação ocorre através da organização, sendo que o organismo discrimina entre estímulos e sensações, selecionando aqueles que irá organizar em alguma forma de estrutura. A adaptação possui

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dois mecanismos opostos, mas complementares, que garantem o processo de desenvolvimento: a assimilação e a acomodação. Segundo Piaget, o conhecimento é a equilibração/reequilibração entre assimilação e acomodação, ou seja, entre os indivíduos e os objetos do mundo.

A assimilação é a incorporação dos dados da realidade nos esquemas disponíveis no sujeito, é o processo pelo qual as idéias, pessoas, costumes são incorporadas à atividade do sujeito. A criança aprende a língua e assimila tudo o que ouve, transformando isso em conhecimento seu. A acomodação é a modificação dos esquemas para assimilar os elementos novos, ou seja, a criança que ouve e começa a balbuciar em resposta à conversa ao seu redor gradualmente acomoda os sons que emite àqueles que ouve, passando a falar de forma compreensível.

LEV VYGOTSKY

Para Vygotsky, a criança nasce inserida num meio social, que é a família, e é nela que estabelece as primeiras relações com a linguagem na interação com os outros. Nas interações cotidianas, a mediação (necessária intervenção de outro entre duas coisas para que uma relação se estabeleça) com o adulto acontece espontaneamente no processo de utilização da linguagem, no contexto das situações imediatas.

Essa teoria apóia-se na concepção de um sujeito interativo que elabora seus conhecimentos sobre os objetos, em um processo mediado pelo outro. O conhecimento tem gênese nas relações sociais, sendo produzido na intersubjetividade e marcado por condições culturais, sociais e históricas.

 Segundo Vygotsky, o homem  se produz na e pela linguagem, isto é, é na interação com outros sujeitos que formas de pensar são construídas por meio da apropriação do saber da comunidade em que está inserido o sujeito. A relação entre homem e mundo é uma relação mediada, na qual, entre o homem e o mundo existem elementos que auxiliam a atividade humana. Estes elementos de mediação são os signos e os instrumentos.

Ser humano social: Aprendizagem nas relações sociais contribui para a construção de conhecimentos que darão suporte ao desenvolvimento mental.

NASCIMENTO = FUNÇÕES PSICOLÓGICAS ELEMENTARES + APRENDIZADO DA CULTURA = FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES. TRABALHO COLETIVO CRIA INSTRUMENTOS FACILITANDO A SOBREVIVÊNCIA.

PROCESSO DA APRENDIZAGEM: Zona de desenvolvimento potencial Atividade/conhecimento que a criança não domina, mas espera-se que seja capaz de saber e/ou realizar, independente de etnia, religião ou cultura.

Zona de desenvolvimento real: Tudo aquilo que a criança é capaz de realizar sozinha.

Zona de desenvolvimento proximal: Distância entre o que a criança já pode realizar sozinha e aquilo que ela é capaz de desenvolver com o auxílio de alguém.É a zona cooperativa do conhecimento, o mediador ajuda a criança a transformar o desenvolvimento potencial em desenvolvimento real.

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HENRI WALLON

 criança, para Wallon, é essencialmente emocional e gradualmente vai constituindo-se em um ser sócio-cognitivo. O autor estudou a criança contextualizada, como uma realidade viva e total no conjunto de seus comportamentos, suas condições de existência.

Segundo GALVÃO (2000), Wallon argumenta que as trocas relacionais da criança com os outros são fundamentais para o desenvolvimento da pessoa. As crianças nascem imersas em um mundo cultural e simbólico, no qual ficarão envolvidas em um "sincretismo subjetivo", por pelo menos três anos. Durante esse período, de completa indiferenciação entre a criança e o ambiente humano, sua compreensão das coisas dependerá dos outros, que darão às suas ações e movimentos formato e expressão.

Antes do surgimento da linguagem falada, as crianças comunicam-se e constituem-se como sujeitos com significado, através da ação e interpretação do meio entre humanos, construindo suas próprias emoções, que é seu primeiro sistema de comunicação expressiva.

Estes processos comunicativos-expressivos acontecem em trocas sociais como a imitação. Imitando, a criança desdobra, lentamente, a nova capacidade que está a construir (pela participação do outro ela se diferenciará dos outros) formando sua subjetividade. Pela imitação, a criança expressa seus desejos de participar e se diferenciar dos outros constituindo-se em sujeito próprio. Wallon propõe estágios de desenvolvimento, assim como Piaget, porém, ele não é adepto da idéia de que a criança cresce de maneira linear. O desenvolvimento humano tem momentos de crise, isto é, uma criança ou um adulto não são capazes de se desenvolver sem conflitos. A criança se desenvolve com seus conflitos internos e, para ele, cada estágio estabelece uma forma específica de interação com o outro, é um desenvolvimento conflituoso.

O ritmo das etapas do desenvolvimento é dialético.

Impulsivo-emocional 1º no de vida- Afetividade orienta as primeiras reações do bebê às pessoas.

Sensório-motor e projetivo Até os 3 anos- Movimentos da marcha e da prensão dá autonomia na manipulação dos objetos e exploração dos espaços. Desenvolvimento da função simbólica e da linguagem.

Personalismo Dos 3 aos 6 anos- Construção da consciência de si, mediante as interações sociail.

Categorial Dos 7 aos 12 anos- Interesse para o conhecimento e conquista do mundo exterior, sociabilidade ampliada. Predominância funcional (adolescência) Transformações fisiológicas e psíquicas, preponderância afetiva. Condicionamento da pessoa pelo meio social.

PAULO FREIRE

educação é um processo de construção e reconstrução dos processos sociais, proporcionando uma consciência crítica dos diversos atores envolvidos neste universo educativo- a sociedade.

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O princípio fundamental é educar para transformar,educar para a cidadania.

Segundo Emília Ferreiro, aquele que aprende geralmente percorre o seguinte caminho até chegar ao nível de aprendizado desejavél para ser considerado leitor e escritor.

1- Fase pré – silábica- Sabe que a escrita é uma forma de representação;- Pode usar letras ou pseudoletras, garatujas, números;- Não compreende que a escrita é a representação da fala;- Organiza as letras em quantidade ( mínimo e máximo de letras para ler);- Vai direto para o significado, sem passar para sonora;- Relaciona o tamanho da palavra com o tamanho do objeto (Realismo Nominal).

2- Fase silábicaEsta fase desdobra-se em duas:A) Silábica Sem valor sonoro:- Ainda não faz relação do som com a grafia da letra que utiliza;- A escrita ainda não é percebida como representação da fala;- Usa uma letra para representar cada sílaba, sem se preocupar com o valor sonoro.

B) Silábica Com valor sonoro:- A escrita começa a representar a fala;- Percebe a relação de som com a grafia;- Escreve uma letra para cada sílaba.

3- Fase silábica-alfabética- Apresenta escrita algumas vezes com sílabas completas e outras incompletas;- Alterna escrita  silábica com alfabética.

4-  Fase alfabética- Faz a correspondência entre fonemas (som) e grafemas (letras);- Ainda não domina as normas ortográficas da língua;- Escreve como fala.Exs.:CAMELO _______KAMELUTOMATE_______ TUMATI 

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5- Fase Alfabética-ortográfica

- Faz a correspondência entre letras e grafemas da língua;- Amplia o conhecimento sobre as normas ortográficas;- Faz a correção do seu próprio texto.

Exs.:JARDIN _____ JARDIMCORREO _____ CORREIOCABESA _____ CABEÇAISO ________ ISSO

Para Frith (1985), a aquisição e o desenvolvimento da leitura e da escrita é um processo interativo e passa por três fases: logográfica, alfabética e ortográfica.

Na fase logográfica, a criança lê de maneira visual direta. Ela reconhece palavras familiares pertencentes ao seu vocabulário de visão. Toma como referência as características gráficas das palavras e não considera a ordem das letras.

Na fase alfabética, a criança começa adquirir conhecimento sobre o princípio alfabético, exigindo dela a consciência dos sons que compõem a fala; inicia-se o processo de associação fonema-grafema, podendo decodificar palavras novas e escrever algumas palavras simples. Em um primeiro momento, se aprende as regras mais simples (decodificação sequencial) e, depois, as regras contextuais (decodificação hierárquica). Com isto, a criança consegue, por exemplo, ler “sapato” sem alterar a sonorização dos fonemas (fazendo sua real correspondência com os grafemas), porém pode alterar a sonorização do fonema /z/ na palavra “casa” devido à letra [s], e corrigir em seguida, dependendo de sua contextualização (estar isolada ou dentro de um texto, associada por imagem...).

No momento em que a criança consegue analisar as palavras em unidades ortográficas – grupos de letras e morfemas – sem realizar a conversão fonológica, podemos considerar que ela se encontra na fase ortográfica, pois estas unidades já estão armazenadas no léxico. A criança realiza a leitura e a escrita de palavras, não somente regulares, mas também irregulares, de forma automática. Podemos simplificar afirmando que, neste estágio, temos uma fusão da fase logográ- fica (reconhecimento instantâneo) com a fase alfabética (habilidade de análise sequencial). É relevante dizermos que, dependendo do contexto de leitura e escrita ao qual a criança estiver exposta, os estágios podem acontecer concomitantes e não apenas sequencialmente. Estudos populacionais que acompanham a criança desde o nascimento até a vida adulta comprovam o que muitos educadores percebem ao longo de anos de experiência, “cada criança tem o seu ritmo de aprendizado e divergem em suas habilidades e dificuldades

A idéia de uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, como característica inerente à constituição de qualquer sociedade. Partindo desse principio e tendo como horizonte o cenário ético dos Direitos Humanos, sinaliza a necessidade de se garantir o acesso e a participação

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de todos, a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada individuo.

O paradigma da inclusão vem ao longo dos anos, buscando a não exclusão escolar e propondo ações que garantam o acesso e permanência do aluno com deficiência no ensino regular. No entanto, o paradigma da segregação é forte e enraizado nas escolas e com todas as dificuldades e desafios a enfrentar, acabam por reforçar o desejo de mantê-los em espaços especializados.

Contudo a inclusão coloca inúmeros questionamentos aos professores e técnicos que atuam nessa área. Por isso é necessário avaliar a realidade e as controvertidas posições e opiniões sobre o termo.

Outro aspecto a ser considerado é o papel do professor, pois é difícil repensar sobre o que estamos habituados a fazer, além do mais a escola está estruturada para trabalhar com a homogeneidade e nunca com a diversidade.

A tendência é focar as deficiências dos nossos sistemas educacionais no desenvolvimento pleno da pessoa, onde se fala em fracasso escolar, no déficit de atenção na hiperatividade e nas deficiências onde o problema fica centrado na incompetência do aluno. Isso é cultura na escola, onde não se pensa como está se dando esse processo ensino-aprendizagem e qual o papel do professor no referido processo. Temos que refletir sobre a educação em geral para pensarmos em inclusão da pessoa com deficiência.

Há também que se lembrar que todos os alunos vêm com conhecimentos de realidade que não pode ser desconsiderado, pois faz parte de sua história de vida, exigindo uma forma diferenciada no sistema de aprendizagem.

Mas temos que pensar que para que a inclusão se efetue, não basta estar garantido na legislação, mas demanda modificações profundas e importantes no sistema de ensino. Essas mudanças deverão levar em conta o contexto sócio.econômico, além de serem gradativos, planejadas e contínuas para garantir uma educação de ótima qualidade (Bueno, 1998).

Portanto a inclusão depende de mudança de valores da sociedade e a vivência de um novo paradigma que não se faz com simples recomendações técnicas, como se fossem receitas de bolo, mas com reflexões dos professores, direções, pais, alunos e comunidade. Contudo essa questão não é tão simples, pois, devemos levar em conta as diferenças. Como colocar no mesmo espaço demandas tão diferentes e específicas se muitas vezes, nem a escola especial consegue dar conta desse atendimento de forma adequada, já que lá também temos demandas diferentes?

Kunc (1992), fala sobre inclusão: "o principio fundamental da educação inclusiva é a valorização da diversidade e da comunidade humana. Quando a educação inclusiva é totalmente abraçada, nós abandonamos a idéia de que as crianças devem se tornar normais para contribuir para o mundo".

Temos que diferenciar a integração da inclusão, na qual na primeira, tudo depende do aluno e ele é que tem que se adaptar buscando alternativas para se integrar, ao passo que na inclusão, o social deverá modificar-se e preparar-se para receber o aluno com deficiência.

A inclusão também passa por mudanças na constituição psíquica do homem, para o entendimento do que é a diversidade humana. Também é necessário considerar a forma como nossa sociedade está organizada, onde o acesso aos serviços é sempre dificultado pelos mais variados motivos.

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Jamais haverá inclusão se a sociedade se sentir no direito de escolher quais os deficientes poderão ser incluídos. É preciso que as pessoas falem por si mesmas, pois sabem do que precisam, de suas expectativas e dificuldades como qualquer cidadão. Mas não basta ouvi-los, é necessário propor e desenvolver ações que venham modificar e orientar as formas de se pensar na própria inclusão.

PLANO DE ENSINO

É um instrumento didático-pedagógico e administrativo de elaboração e uso obrigatório. Permite a divulgação dos planos de ensino de todas as disciplinas oferecidas.

 temos o plano de aula que é um instrumento particular que está inerente ao processo de ensino (por isso queem qualquer prova didática é NECESSÁRIO entregar seu plano de ensino a banca examinadora).

O primeiro passo para elaborar o plano realize um diagnóstico respondendo a questões:

– a quem ensinar: tipos de aluno– por que ensinar: objetivos da educação e da escola– o quê ensinar: conteúdo– como ensinar: recursos didáticos– como verificar: avaliação do aprendizado

Em um modelo prático teremos estruturalmente as seguintes partes do plano de aula

Cabeçalho e Identificação:Turma:Disciplina:Professor(a):Data:                                                                          Duração:Tema:Conteúdo:

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PLANO ESCOLAR - É um documento da escola, homologado pela Diretoria de Ensino, que registra as decisões decorrentes do Planejamento Escolar e operacionaliza procedimentos previstos em seu Regimento, além disso, contempla informações circunstanciais e relevantes para a escola e sistema de supervisão, tais como: calendário escolar, matriz curricular, quadro de pessoal, horário de funcionamento, etc.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996 diz que a proposta pedagógica é um documento de referência. Por meio dela, a comunidade escolar exerce sua autonomia financeira, administrativa e pedagógica.Também chamada de projeto pedagógico, projeto político-pedagógico ou projeto educativo, a proposta pedagógica pode ser comparada ao que o educador espanhol Manuel Álvarez chama de "uma pequena Constituição". Nem por isso ela deve ser encarada como um conjunto de normas rígidas. Elaborar esse documento é uma oportunidade para a escola escolher o currículo e organizar o espaço e o tempo de acordo com as necessidades de ensino. Além da LDB, a proposta pedagógica deve considerar as orientações contidas nas diretrizes curriculares elaboradas pelo Conselho Nacional da Educação e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Para Álvarez, o ideal é que o documento seja o resultado de reflexão coletiva;

LDA: Do Ensino MédioArt. 35º. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de trêsanos, terá como finalidades:I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensinofundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuaraprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições deocupação ou aperfeiçoamento posteriores;III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética eo desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos,relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

Da Educação de Jovens e AdultosArt. 37º. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveramacesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.§ 1º. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que nãopuderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas,consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho,mediante cursos e exames.§ 2º. O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhadorna escola, mediante ações integradas e complementares entre si.Art. 38º. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, quecompreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de

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estudos em caráter regular.§ 1º. Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:

I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.§ 2º. Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informaisserão aferidos e reconhecidos mediante exames. Da Educação ProfissionalArt. 39º. A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, aotrabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões paraa vida produtiva.Parágrafo único. O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e superior,bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto, contará com a possibilidade de acessoà educação profissional. Art. 41º. O conhecimento adquirido na educação profissional, inclusive no trabalho,poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ouconclusão de estudos.Parágrafo único. Os diplomas de cursos de educação profissional de nível médio, quandoregistrados, terão validade nacional.Art. 42º. As escolas técnicas e profissionais, além dos seus cursos regulares,oferecerão cursos es peciais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à capacidadede aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade. Da Educação SuperiorArt. 43º. A educação superior tem por finalidade:I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e dopensamento reflexivo;II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção emsetores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, ecolaborar na sua formação contínua;III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando odesenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, dessemodo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos queconstituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, depublicações ou de outras formas de comunicação;V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional epossibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendoadquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração;VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular osnacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com estauma relação de reciprocidade;VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão dasconquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológicageradas na instituição.Art. 44º. A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas:I - cursos seqüenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, abertosa candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino;II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ouequivalente e tenham sido classificados em processo seletivo;III - de pós -graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos deespecialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos degraduação e que atendam às exigências das instituições de ensino;IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em

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cada caso pelas instituições de ensino. Art. 47º. Na educação superior, o ano letivo regular, independente do ano civil, tem,no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aosexames finais, quando houver. Art. 58º. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade deeducação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandosportadores de necessidades especiais.§ 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular,para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviçosespecializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não forpossível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.§ 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixaetária de zero a seis anos, durante a educação infantil. Art. 68º. Serão recursos públicos destinados à educação os originários de:I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicípios;II - receita de transferências constitucionais e outras transferências;III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais;IV - receita de incentivos fiscais;V - outros recursos previstos em lei.Art. 69º. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, oDistrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivasConstituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de impostos, compreendidas astransferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público

A interdisciplinaridade busca relacionar as disciplinas no momento de enfrentar temas de estudo. A interdisciplinaridade visa garantir a construção de um conhecimento globalizante, rompendo com os limites das disciplinas. Ainda que pese a polissemia do termo, a interdisciplinaridade pode ser traduzida em tentativa do homem conhecer as interações entre mundo natural e a sociedade, criação humana e natureza, e em formas e maneiras de captura da totalidade social, incluindo a relação indivíduo/sociedade e a relação entre indivíduos. Consiste, portanto, em processos de interação entre conhecimento racional e conhecimento sensível, e de integração entre saberes tão diferentes, e, ao mesmo tempo, indissociáveis na produção de sentido da vida.

Os jogos, as atividades para exercitar a habilidade mental e a imaginação, asbrincadeiras tipo desafios, as brincadeiras de rua, ou seja, toda a atividade lúdicaagrada, entretém, prende a atenção, entusiasma e ensina com maior eficiência,

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porque transmite as informações de várias formas, estimulando diversos sentidos aomesmo tempo e sem se tornar cansativo. Em um jogo a carga informativa pode sersignificantemente maior, os apelos sensoriais podem ser multiplicados e isso faz comque a atenção e o interesse do aluno sejam mantidos, promovendo a retenção dainformação e facilitando a aprendizagem. Portanto, toda a atividade que incorporar aludicidade pode se tornar um recurso facilitador do processo de ensino eaprendizagem.

Segundo Dinello, 2004, por meio de atividades lúdicas:As crianças manifestam, com evidência, uma aprendizagem dehabilidades, transformam sua agressividade em outras relaçõescriativas, crescem em imaginação e se socializam, melhorandoo vocabulário e se tornando independentes

As atividades lúdicas por meio das tecnologias digitais têm provocadoprofundas transformações na realidade social, o que impõem novas exigênciastambém para o processo educacional e podem auxiliar com propostas criativas eemancipatórias. Não há como negar a presença dos recursos tecnológicos no dia adia e se associados ao processo lúdico permitem trabalhar qualquer conteúdo deforma prazerosa e divertida. As atividades digitais, entre elas, o jogo, se constituemem ferramentas que bem utilizadas ensinam enquanto divertem.Os jogos educacionais computadorizados são softwares que apresentamconteúdo e atividades práticas com objetivos educacionais baseados no lazer ediversão. Nesses jogos a abordagem pedagógica adotada utiliza a exploração livre eo lúdico e como conseqüência estimula o aprendiz. Os jogos digitais auxiliam naconstrução da autoconfiança e podem incrementar a motivação no contexto daaprendizagem. A atividade de jogar é uma alternativa de realização pessoal quepossibilita a expressão de sentimentos, de emoção e propicia a aprendizagem decomportamentos adequados e adaptativos. Segundo Silveira, 1998:Os jogos computadorizados são elaborados para divertir osalunos e com isto prender sua atenção o que auxilia noaprendizado de conceitos, conteúdos e habilidades embutidosnos jogos, pois, estimulam a auto-aprendizagem, a descoberta,despertam a curiosidade, incorporam a fantasia e o desafio. O uso dos jogos no processo de ensino e aprendizagem serve comoestímulo para o desenvolvimento do aluno e faz com que ele aprenda o valor dogrupo. Por meio do lúdico, o aluno realiza aprendizagem e torna-se um agentetransformador encontrando uma forma de representar o seu contexto. É o vínculo queune a vontade e o prazer durante a atividade.Os jogos educacionais se caracterizam por estimular a imaginação infantil,auxiliar no processo de integração grupal, liberar a emoção infantil, facilitar aconstrução do conhecimento e auxiliar na aquisição da auto-estima.Segundo Zacharias, 2002, Piaget diz que os jogos consistem em uma

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assimilação funcional, no exercício das ações individuais já aprendidas, umsentimento de prazer pela ação lúdica e domínio sobre as ações.

A alfabetização é uma das etapas que contribui para a evolução intelectual do aluno, e é um processo contínuo que ocorre de maneira gradativa. Não basta apenas codificar e decodificar. O aluno precisa interpretar, compreender e assimilar o conteúdo para que efetivamente ocorra o ensino e a aprendizagem da leitura e escrita. Conforme Ribeiro (2003, p. 91), alfabetização “é o processo pelo qual se adquire o domínio das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja, o domínio da tecnologia-Outro fator que possui importante papel no processo de desenvolvimento do aluno é a família, pois é de suma importância que os pais acompanhem a vida escolar dos filhos cotidianamente, isto é, reforcem as atitudes boas e corrijam os comportamentos inadequados. É oportuno, portanto, destacar “a importância de se reconhecer as famílias como parceiras ativas e essenciais na educação das crianças, ou seja, famílias e instituição precisam trocar saberes e competências [...]”. (SANTA CATARINA, 2005, p. 63). Por isso, é primordial que haja interação e diálogo entre escola e família. do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita”. Nesse sentido, alfabetização significa exercer e interpretar as práticas sociais da leitura e da escrita. Compreender e interpretar sobre o significado da leitura e da escrita, mediante o letramento, possibilitará o uso e as habilidades na construção do conhecimento. Atualmente, com o Ensino Fundamental de nove anos1, os alunos iniciam a etapa da alfabetização aos seis anos de idade e um dos grandes desafios do professor é trabalhar com a alfabetização e o letramento em sala de aula. O Parecer nº 4/2008 (BRASIL, 2008) define a obrigatoriedade da matrícula de crianças com seis anos de idade completos até o início do ano letivo, no primeiro ano do ensino fundamental. Esse Parecer, também, ressalta que: “os três anos iniciais são importantes para a qualidade da Educação Básica: voltados à alfabetização e ao letramento, é necessário que a ação pedagógica assegure, nesse período, o desenvolvimento das diversas expressões e o aprendizado das áreas de conhecimento.

De acordo com o art. 21 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394/96), a educação escolar compõe-se de: I. Educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; II. Educação superior. A educação básica «tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores» (art. 22). Ela pode ser oferecida no ensino regular e nas modalidades de educação de jovens e adultos, educação especial e educação profissional, sendo que esta última pode ser também uma modalidade da educação superior. «A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, emseus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade» (art. 29). A educação infantil é oferecida em creches, para crianças de zero a três anos de idade, e pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos.

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Princípios previstos no artigo 37 da Constituição Federal:

- Legalidade - Impessoalidade - Moralidade - Publicidade - Eficiência

cabe à União estabelecer “competências e diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum” (BRASIL, 2010a, p. 1). Relembra, assim, a competência do CNE para legislar sobre o currículo da educação básica, definindo diretrizes curriculares nacionais.

No campo das teorias curriculares, é razoável generalizar que, de alguma forma, as questões em torno do que ensinar se tornaram centrais e se vinculam à preocupação do campo do currículo com o conhecimento. A pergunta que Spencer fazia já em 1859 ressoa ainda hoje, com formatos diversos, em diferentes autores: qual conhecimento é o mais válido?

Dito de forma resumida, o currículo é a organização do conhecimento escolar.

ssa organização do currículo se tornou necessária porque, com o surgimento da escolarização em massa, precisou-se de uma padronização do conhecimento a ser ensinado, ou seja, que as exigências do conteúdo fossem as mesmas. 

No entanto, o currículo não diz respeito apenas a uma relação de conteúdos, mas envolve também:

“questões de poder, tanto nas relações professor/aluno e administrador/professor, quanto em todas as relações que permeiam o cotidiano da escola e fora dela, ou seja, envolve relações de classes sociais (classe dominante/classe dominada) e questões raciais, étnicas e de gênero, não se restringindo a uma questão de conteúdos”. (HORNBURG e SILVA, 2007, p.1)

Veiga (2002) complementa

“Currículo é uma construção social do conhecimento, pressupondo a sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilá-los, portanto, produção, transmissão e assimilação são processos que compõem uma metodologia de construção coletiva do conhecimento escolar, ou seja, o currículo propriamente dito.” (VEIGA, 2002, p.7)

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Assim, isso implica que essa organização – feita principalmente no projeto-político-pedagógico de cada escola – deve levar em conta alguns princípios básicos da sua construção. Entre eles o fato de, como já dito, o processo de desenvolvimento do currículo ter sido cultural e, portanto, não neutro. Sempre visa privilegiar determinada cultura e, por isso, há a necessidade de uma criteriosa análise e reflexão, por parte dos sujeitos em interação, no caso as autoridades escolares e os docentes com o mesmo objetivo, baseando-se em referenciais teóricos.

O currículo não é estático, pelo contrário, ele foi e continua sendo construído. A reflexão sobre isso é importante, porque, conforme Veiga (2002, p. 7) afirma, “a análise e a compreensão do processo de produção do conhecimento escolar ampliam a compreensão sobre as questões curriculares”.

Hoje em dia, a organização do currículo escolar se dá de forma fragmentada e hierárquica, ou seja, cada disciplina é ensinada separadamente e as que são consideradas de maior importância em detrimento de outras recebem mais tempo para serem explanadas no contexto escolar.

Vários autores apontam para a possibilidade de o currículo não ser organizado baseando-se em conteúdos isolados, pois vivemos em um mundo complexo, que não pode ser completamente explicado por um único ângulo, mas a partir de uma visão multifacetada, construída pelas visões das diversas áreas do conhecimento. A organização do currículo deve procurar viabilizar uma maior interdisciplinaridade, contextualização e transdisciplinaridade; assegurando a livre comunicação entre todas as áreas.

“a teoria técnica do curriculum expressa o curriculum como um plano estruturado de aprendizagem centrado nos conteúdos ou nos alunos ou ainda nos objetivos previamente formulados, com vista a um dado resultado ou produto (Pacheco, 1996). De acordo com a primeira perspectiva, o curriculum centra-se nos conteúdos como produtos do saber culto e elaborado sob a formalização de diferentes disciplinas. Mas o curriculum pode também expressar-se, de acordo com as concepções de curriculum propostas por Gimeno Sacristán (1991), através das experiências e dos interesses dos alunos, sendo entendido como um meio de promoção da sua autorrealização. E, por último, o curriculum pode ser entendido como um plano de orientação tecnológica que se prende com aquilo que deve ser ensinado e como deve ser, em ordem a um máximo de eficiência. Neste sentido, o professor é um mero "operário curricular" que tem a tarefa de executar um plano.” (CORREIA e DIAS, 1998, p. 115).

A DIDÁTICA ATUAL:• Precisa estar em consonância com

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propostas pedagógicas de cunhoemancipatório, superando o caráterinstrumental a que ficou reduzida aolongo do tempo. Como afirma Luckesi:• “o ensino da didática não pode seperpetuar como apêndice de orientaçõesmecânicas e tecnológicas, mas devebuscar desenvolver um modo prático dedesenvolver uma prática educativa.”

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Nesta perspectiva, o planejamento deve serentendido como uma possibilidade paraestabelecer as condições ideais à ativaçãodo processo ensinoaprendizagem.

Concepção:

de educação

de ensino aprendizagem.O planejamento de ensino nãopode ser reduzido a algo

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estático e sim como uma açãoreflexiva que visa estabelecerintenções do processo ensinoaprendizagem,possibilitandoum fazer docente + efetivo.“o ato de planejar é um ato decisóriopolítico, científico e tecnológico.(...) toda equalquer ação depende de uma decisãofilosóficopolítica.Essa decisão dá a

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direção para onde vai se conduzir a ação.”(1994, p29)

EMENTATrataseda apresentação e resumo dasfinalidades da disciplina, evidenciando a relaçãodesta com as propostas pedagógicasestabelecidas pelo projeto pedagógico de cursoem questão.

OBJETIVOSPara se traçar objetivos significativos énecessário considerar a viabilidade destes

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durante o processo ensino/aprendizagem. Osconteúdos devem ir além do conteúdoespecífico da disciplina; sendo contempladosos conteúdos:•Conceituais (saber: fatos, conceitos, princípios);•Procedimentais (saber fazer);•Atitudinais (ser: valores, normas e atitudes).

...OBJETIVOSSão indicadores estabelecidos ou resultadospreviamente determinados que indicam aintencionalidade da ação educativa, ou seja, oque o aluno deverá ser capaz de fazer comoconseqüência do percurso didáticopossibilitado a ele.

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OBJETIVOS GERAISSão aqueles mais amplos e querefletem o conteúdo do curso oudisciplina, ou semestre, incluindoos resultados esperados para aefetiva aprendizagem.

OBJETIVOS ESPECÍFICOSEstão vinculados aos objetivos gerais e

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particularizam os aspectos precedentes,explicitando o caráter pedagógico nodecorrer do processo como afirmaLibâneo: “...podemos concluir que a práticaeducacional se orienta, necessariamente,para alcançar determinados objetivos, pormeio de uma ação intencional esistemática.” (1994, p.123)

CONTEÚDOS DE ENSINO:

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• Para melhor compreensão destecomponente da didática é importante que osalunos se reconheçam e dêem significadosaos conteúdos articulando objetivosconteúdosmétodose assimilálosde formaconsciente.

METODOLOGIAPara Candau metodologia não pode serentendida como um instrumento neutromas: “como um instrumental teóricoprático

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que permita o conhecimento o mais realpossível”

Alguns princípios metodológicos• Não existe um método bom ou ruim, mas simaquele que melhor atende às concepções quetemos de educação;• É preciso saber onde queremos chegar (educadore educando);

AVALIAÇÃO

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• A avaliação em uma didática atenta aoprocesso ensinoaprendizagem,nãose constitue como último ponto a serabordado, mas sim uma reflexão/açãoconstante da realidade e da totalidadeeducacional.

ALGUMAS POSSIBILIDADES• A interdisciplinaridade como

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possibilidade de integração dosconhecimentos em situações depesquisa na educação. Como apontaIvani Fazenda: “Interdisciplinaridadenão é categoria de conhecimento, masde ação.” (1994, p.89)

• Uso de mapas conceituais comorompimento da linearidade que dominaos modelos institucionais.A matemática, modelizando situações ou estruturando problemas, fazparte do diálogo vital que o homem teve com o meio. A educaçãoetnomatemática é um processo antropológico que veicula todas ascomponentes do nosso conceito de cultura:• Aspectos semióticos, simbólicos e comunicacionais• Aspectos sócio-políticos, de organização do trabalho, de relaçõescom o poder

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• Aspectos cognitivos, modos de saber• Aspectos tecnológicos (desde o domínio das condições naturais àcriação de espaços de lazer).

A etnomatemática surgiu na década de 1970, com base em críticas sociais acerca do ensino tradicional da matemática, como a análise das práticas matemáticas em seus diferentes contextos culturais. Mais adiante, o conceito passou a designar as diferenças culturais nas diferentes formas de conhecimento. Pode ser entendida como um programa interdisciplinar que engloba as ciências da cognição, da epistemologia, da história, da sociologia e da difusão. A palavra foi cunhada da junção dos termos techné, mátema e etno. Segundo Ubiratan D'Ambrósio o Programa Etnomatemática "tem seu comportamento alimentado pela aquisição de conhecimento, de fazer(es) e de saber(es) que lhes permitam sobreviver e transcender, através de maneiras, de modos, de técnicas, de artes (techné ou 'ticas') de explicar, de conhecer, de entender, de lidar com, de conviver com (mátema) a realidade natural e sociocultural (etno) na qual ele, homem, está inserido."[1]

Tomando o campo da matemática como exemplo, numa perspectiva etnomatemática, o ensino deste ganha contornos e estratégias específicas, peculiares ao campo perceptual dos sujeitos aos quais se dirige. A matemática vivenciada pelos meninos em situação de rua, a matemática desenvolvida em classes do ensino supletivo, a geometria na cultura indígena, são completamente distintas entre si em função do contexto cultural e social na qual estão inseridas.

A ampla finalidade da Etnomatemática é reconhecer a cultura plural, que é responsável pela constituição do país e elaborar um padrão educacional que responda aos anseios de seu povo. Ela deve estar a serviço da construção da responsabilidade social e da cidadania. A etnomatemática é uma abordagem histórico-cultural da disciplina. A matemática deve ser compreendida não apenas como uma constituição social mas também como uma construção histórica e política. Os povos com suas diferentes culturas, têm múltiplas maneiras de trabalhar com o conceito matemático. Todos os diferentes grupos sociais produzem conhecimentos matemáticos. A etnomatemática valoriza estas diferenças e afirma que toda a construção do conhecimento matemático é válida e está intimamente vinculada a tradição, à sociedade e à cultura de cada povo. Devemos lembrar que, a matemática apareceu para suprir as necessidades básicas do homem, através da construção de matérias de pedra, de osso, de barro, de metal, e esse material era utilizado em moradias, vasilhames, utensílios, etc.

Estatuto da Criança e do Adolescente

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idadeincompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto àspessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes àpessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, porlei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar odesenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dedignidade.Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder públicoassegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, àalimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao

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respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção àinfância e à juventude.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei federal (8.069 promulgada em julho de 1990), que trata sobre os direitos das crianças e adolescentes em todo o Brasil.

Trata-se de um ramo do direito especializado, dividido em partes geral e especial, onde a primeira traça, como as demais codificações existentes, os princípios norteadores do Estatuto. Já a segunda parte estrutura a política de atendimento, medidas, conselho tutelar, acesso jurisdicional e apuração de atos infracionais.

A partir do Estatuto, crianças e adolescentes brasileiros, sem distinção de raça, cor ou classe social, passaram a ser reconhecidos como sujeitos de direitos e deveres, considerados como pessoas em desenvolvimento a quem se deve prioridade absoluta do Estado.

O objetivo estatutário é a proteção dos menores de 18 anos, proporcionando a eles um desenvolvimento físico, mental, moral e social condizentes com os princípios constitucionais da liberdade e da dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade.

O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária para meninos e meninas, e também aborda questões de políticas de atendimento, medidas protetivas ou medidas socioeducativas, entre outras providências. Trata-se de direitos diretamente relacionados à Constituição da República de 1988.

Para o Estatuto, considera-se criança a pessoa de até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela compreendida entre doze e dezoito anos. Entretanto, aplica-se o estatuto, excepcionalmente, às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade, em situações que serão aqui demonstradas.

Dispõe, ainda, que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, por qualquer pessoa que seja, devendo ser punido qualquer ação ou omissão que atente aos seus direitos fundamentais. Ainda, no seu artigo 7º, disciplina que a criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.

As medidas protetivas adotadas pelo ECA são para salvaguardar a família natural ou a família substituta, sendo está ultima pela guarda, tutela ou adoção. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional, a tutela pressupõe todos os

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deveres da guarda e pode ser conferida a pessoa de até 21 anos incompletos, já a adoção atribui condição de filho, com mesmos direito e deveres, inclusive sucessórios.

A instituição familiar é a base da sociedade, sendo indispensável à organização social, conforme preceitua o art. 226 da CR/88. Não sendo regra, mas os adolescentes correm maior risco quando fazem parte de famílias desestruturadas ou violentas.

Cabe aos pais o dever de sustento, guarda e educação dos filhos, não constituindo motivo de escusa a falta ou a carência de recursos materiais, sob pena da perda ou a suspensão do pátrio poder.

Caso a família natural, comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes, descumpra qualquer de suas obrigações, a criança ou adolescente serão colocados em família substituta mediante guarda, tutela ou adoção.

Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.

Por tal razão que a responsabilidade dos pais é enorme no desenvolvimento familiar e dos filhos, cujo objetivo é manter ao máximo a estabilidade emocional, econômica e social.

A perda de valores sociais, ao longo do tempo, também são fatores que interferem diretamente no desenvolvimento das crianças e adolescentes, visto que não permanecem exclusivamente inseridos na entidade familiar.

Por isso é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos das crianças e dos adolescentes. Tanto que cabe a sociedade, família e ao poder público proibir a venda e comercialização à criança e ao adolescente de armas, munições e explosivos, bebida alcoólicas, drogas, fotos de artifício, revistas de conteúdo adulto e bilhetes lotéricos ou equivalentes.

Cada município deverá haver, no mínimo, um Conselho Tutelar composto de cinco membros, escolhidos pela comunidade local, regularmente eleitos e empossados, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.

O Conselho Tutelar é uma das entidades públicas competentes a salvaguardar os direitos das crianças e dos adolescentes nas hipóteses em que haja desrespeito, inclusive com relação a seus pais e responsáveis, bem como aos direitos e deveres previstos na legislação do ECA e na Constituição. São deveres dos Conselheiros Tutelares:

1. Atender crianças e adolescentes e aplicar medidas de proteção.

2. Atender e aconselhar os pais ou responsável e aplicar medidas pertinentes previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente.

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3. Promover a execução de suas decisões, podendo requisitar serviços públicos e entrar na Justiça quando alguém, injustificadamente, descumprir suas decisões.

4. Levar ao conhecimento do Ministério Público fatos que o Estatuto tenha como infração administrativa ou penal.

5. Encaminhar à Justiça os casos que a ela são pertinentes.

6. Tomar providências para que sejam cumpridas as medidas sócio-educativas aplicadas pela Justiça a adolescentes infratores.

7. Expedir notificações em casos de sua competência.

8. Requisitar certidões de nascimento e de óbito de crianças e adolescentes, quando necessário.

9. Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentaria para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente.

10. Entrar na Justiça, em nome das pessoas e das famílias, para que estas se defendam de programas de rádio e televisão que contrariem princípios constitucionais bem como de propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.

11. Levar ao Ministério Público casos que demandam ações judiciais de perda ou suspensão do pátrio poder.

12. Fiscalizar as entidades governamentais e não-governamentais que executem programas de proteção e socioeducativos.

Considerando que todos têm o dever de zelar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor, havendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra alguma criança ou adolescente, serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar para providências cabíveis.

Ainda com toda proteção às crianças e aos adolescentes, a delinqüência é uma realidade social, principalmente nas grandes cidades, sem previsão de término, fazendo com que tenha tratamento diferenciado dos crimes praticados por agentes imputáveis.

Os crimes praticados por adolescentes entre 12 e 18 anos incompletos são denominados atos infracionais passíveis de aplicação de medidas socioeducativas. Os dispositivos do Estatuto da Criança e do Adolescente disciplinam situações nas quais tanto o responsável, quanto o menor devem ser instados a modificarem atitudes, definindo sanções para os casos mais graves.

Nas hipóteses do menor cometer ato infracional, cuja conduta sempre estará descrita como crime ou contravenção penal para os imputáveis, poderão sofrer sanções específicas aquelas descritas no estatuto como medidas socioeducativas.

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Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, mas respondem pela prática de ato infracional cuja sanção será desde a adoção de medida protetiva de encaminhamento aos pais ou responsável, orientação, apoio e acompanhamento, matricula e freqüência em estabelecimento de ensino, inclusão em programa de auxílio à família, encaminhamento a tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, abrigo, tratamento toxicológico e, até, colocação em família substituta.

Já o adolescente entre 12 e 18 anos incompletos (inimputáveis) que pratica algum ato infracional, além das medidas protetivas já descritas, a autoridade competente poderá aplicar medida socioeducativa de acordo com a capacidade do ofensor, circunstâncias do fato e a gravidade da infração, são elas:

1) Advertências – admoestação verbal, reduzida a termo e assinada pelos adolescentes e genitores sob os riscos do envolvimento em atos infracionais e sua reiteração,

2) Obrigação de reparar o dano – caso o ato infracional seja passível de reparação patrimonial, compensando o prejuízo da vítima,

3) Prestação de serviços à comunidade – tem por objetivo conscientizar o menor infrator sobre valores e solidariedade social,

4) Liberdade assistida – medida de grande eficácia para o enfretamento da prática de atos infracionais, na medida em que atua juntamente com a família e o controle por profissionais (psicólogos e assistentes sociais) do Juizado da Infância e Juventude,

5) Semiliberdade – medida de média extremidade, uma vez que exigem dos adolescentes infratores o trabalho e estudo durante o dia, mas restringe sua liberdade no período noturno, mediante recolhimento em entidade especializada

6) Internação por tempo indeterminado – medida mais extrema do Estatuto da Criança e do Adolescente devido à privação total da liberdade. Aplicada em casos mais graves e em caráter excepcional.

Antes da sentença, a internação somente pode ser determinada pelo prazo máximo de 45 dias, mediante decisão fundamentada baseada em fortes indícios de autoria e materialidade do ato infracional.

Nessa vertente, as entidades que desenvolvem programas de internação têm a obrigação de:

1) Observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;

2) Não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de internação,

3) Preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente,

4) Diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares,

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5) Oferecer instalações físicas em condições adequadas, e toda infraestrutura e cuidados médicos e educacionais, inclusive na área de lazer e atividades culturais e desportivas.

6) Reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade competente.

Uma vez aplicada as medidas socioeducativas podem ser implementadas até que sejam completados 18 anos de idade. Contudo, o cumprimento pode chegar aos 21 anos de idade nos casos de internação, nos termos do art. 121, §5º do ECA.

Assim como no sistema penal tradicional, as sanções previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente apresentam preocupação com a reeducação e a ressocialização dos menores infratores.

Antes de iniciado o procedimento de apuração do ato infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder o perdão (remissão), como forma de exclusão do processo, se atendido às circunstâncias e consequências do fato, contexto social, personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.

Por fim, o Estatuto da Criança e do Adolescente institui medidas aplicáveis aos pais ou responsáveis de encaminhamento a programa de proteção a família, inclusão em programa de orientação a alcoólatras e toxicômanos, encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico, encaminhamento a cursos ou programas de orientação, obrigação de matricular e acompanhar o aproveitamento escolar do menor, advertência, perda da guarda, destituição da tutela e até suspensão ou destituição do pátrio poder.

O importante é observar que as crianças e os adolescentes não podem ser considerados autênticas propriedades de seus genitores, visto que são titulas de direitos humanos como quaisquer pessoas, dotados de direitos e deveres como demonstrado.

A implantação integral do ECA sofre grande resistência de parte da sociedade brasileira, que o considera excessivamente paternalista em relação aos atos infracionais cometidos por crianças e adolescentes, uma vez que os atos infracionais estão ficando cada vez mais violentos e reiterados.

Consideram, ainda, que o estatuto, que deveria proteger e educar a criança e o adolescente, na prática, acaba deixando-os sem nenhum tipo de punição ou mesmo ressocialização, bem como é utilizado por grupos criminosos para livrar-se de responsabilidades criminais fazendo com que adolescentes assumam a culpa.

Cabe ao Estado zelas para que as crianças e adolescentes se desenvolvam em condições sociais que favoreçam a integridade física, liberdade e dignidade. Contudo, não se pode atribuir tal responsabilidade apenas a uma suposta inaplicabilidade do estatuto da criança e do adolescente, uma vez que estes nada mais são do que o produto da entidade familiar e da sociedade, as quais têm importância fundamental no comportamento dos mesmos.

 

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Antes de o ECA ser promulgado, o Estado entendia que não havia diferença entre criança e adolescente. Também era comum ver crianças trabalhando ao invés de estudarem ou brincarem. O ECA contribuiu para que muitas mudanças acontecessem:

Reconhecimento de direitos: garantir que as crianças e adolescentes brasileiros, até então reconhecidos como meros objetos de intervenção da família e do Estado, passem a ser levados a sério e tratados como sujeitos autônomos. Hoje as crianças são vistas como cidadãos em desenvolvimento e que precisam de proteção.

Ensino: todo jovem tem direito a escola gratuita. E os pais são obrigados a matricular os filhos na escola.

Lazer: toda criança tem o direito de brincar, praticar esportes e se divertir Saúde: crianças e adolescentes têm prioridade no recebimento de socorro

médico, devem ser vacinados gratuitamente. Políticas públicas de atendimento à infância e juventude: estabeleceu uma maior

participação da sociedade civil, poderes públicos e dos municípios em ações de proteção e assistência social.

Proteção contra a violência: reconheceu a proteção contra a discriminação, violência, abuso sexual e proibição de castigos imoderados e crueis

Proibição do trabalho infantil: determinação da proibição de trabalho infantil e proteção ao trabalho do adolescente. A única exceção é dada aos aprendizes, que podem trabalhar a partir dos 14 anos com carga horária reduzida.

Conselho Tutelar: para cumprir e fiscalizar os direitos previstos pelo ECA, foi criado o Conselho Tutelar, órgão municipal formado por membros da sociedade civil. Atualmente 98% dos municípios contam com o apoio de conselheiros.

Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente: foram criados os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, que existem nas esferas municipal, estadual e nacional e têm como atribuição o monitoramento e a proposição de políticas públicas.

Novas regras para o adolescente infrator: foram definidas medidas socioeducativas para infratores entre 12 e 18 anos que precisam cumprir pena em unidades que visam à reeducação e a reintegração do jovem. 

DIFERENTES PERSPECTIVAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO1 A noção de desenvolvimento está atrelada a um contínuo de evolução, em que nós

caminharíamos ao longo de todo o ciclo vital. Essa evolução, nem sempre linear, se dá em diversos campos

da existência, tais como afetivo, cognitivo, social e motor. Este caminhar contínuo não é determinado apenas por processos de maturação biológicos

ou genéticos. O meio (e por meio entenda-se algo muito amplo, que envolve cultura, sociedade, práticas e

interações) é fator de máxima importância no desenvolvimento humano. Os seres humanos nascem “mergulhados em cultura”, e é claro que esta será uma das

principais influências no desenvolvimento. Embora ainda haja discordâncias teóricas entre as abordagens sobre o grau de influência

da maturação biológica e da aprendizagem com o meio no desenvolvimento, o contexto cultural é o palco

das principais transformações e evoluções do bebê humano ao idoso.

Na Psicologia do Desenvolvimento, temos algumas perspectivas diversas:• Para os teóricos Ambientalistas, por exemplo Skinner, as crianças nascem como tábulas rasas, que vãoaprendendo tudo do ambiente por processos de imitação ou reforço.

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• Para os teóricos Inatistas, como Chomsky, as crianças já nascem com tudo que precisam na suaestrutura biológica para se desenvolver. Nada é aprendido no ambiente, e sim apenas disparado por este.• Para os teóricos Construcionistas, tendo como ícone Piaget, o desenvolvimento é construído a partir deuma interação entre o desenvolvimento biológico e as aquisições da criança com o meio.• Ainda existe a visão de desenvolvimento Psicanalítica, em que temos como expoentes Freud, Klein,Winnicott e Erikson. Tal perspectiva procura entender o desenvolvimento humano a partir de motivaçõesconscientes e inconscientes da criança, focando seus conflitos internos durante a infância e pelo resto do ciclo vital.

Conceitos fundamentais no desenvolvimento da inteligênciaHereditariedade: herdamos um organismo que amadurece em contato com o meio ambiente, uma série deestruturas biológicas que favorecem o aparecimento das estruturas mentais. Como conseqüência inferimosque a qualidade da estimulação interferirá no processo de desenvolvimento da inteligência.Adaptação: possibilita ao indivíduo responder aos desafios do ambiente físico e social. Dois processoscompõem a adaptação, ou seja, a assimilação (uso de uma estrutura mental já formada) e a acomodação(processo que implica a modificação de estruturas já desenvolvidas para resolver uma nova situação).Os esquemas: constituem a nossa estrutura básica. Podem ser simples, como por exemplo, uma respostaespecífica a um estímulo-sugar o dedo quando ele encosta nos lábios, ou, complexos, como o modo desolucionarmos problemas matemáticos. Os esquemas estão em constante desenvolvimento e permitem que oindivíduo se adapte aos desafios ambientais.Equilibração das estruturas cognitivas: o desenvolvimento consiste em uma passagem constante de umestado de equilíbrio para um estado de desequilíbrio. É um processo de auto regulação interna.

Aprender a aprenderO primeiro posicionamento pode ser assim formulado: são mais desejáveis as aprendizagens que oindivíduo realiza por si mesmo, nas quais está ausente a transmissão, por outros indivíduos, deconhecimentos e experiências. O construtivista espanhol César Coll é um dos autores que explicitam esseprincípio. Esse autor chega mesmo a apresentar o “aprender a aprender” como a finalidade última daeducação numa perspectiva construtivista:Numa perspectiva construtivista, a finalidade última da intervenção pedagógica é contribuir para que oaluno desenvolva a capacidade de realizar aprendizagens significativas por si mesmo numa ampla gama desituações e circunstâncias, que o aluno “aprenda a aprender”. (Coll, 1994, p. 136)Nessa perspectiva, aprender sozinho contribuiria para o aumento da autonomia do indivíduo, enquantoaprender como resultado de um processo de transmissão por outra pessoa seria algo que não produziria aautonomia e, ao contrário, muitas vezes até seria um obstáculo para a mesma (Newton Duarte, Ver. Brasileirade Educação, DEZ 2001 / n° 18).