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DIREÇÃO ARTÍSTICA LUÍSA TAVEIRA

PROGRAMA: CARNAVAL - JUN 2016

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CARNAVAL UMA FANTASIA A PARTIR DE O CARNAVAL DOS ANIMAIS DE CAMILLE SAINT-SAËNS Victor Hugo Pontes coreografia e direção · Camille Saint-Saëns, Sérgio Azevedo, Carlos Caires, Eurico Carrapatoso, Andreia Pinto Correia, Nuno Corte-Real, Pedro Faria Gomes, Mário Laginha, João Madureira, Carlos Marecos, Daniel Schvetz, Luís Tinoco e António Pinho Vargas música · F. Ribeiro cenografia · Aleksandar Protic figurinos com tratamento de imagem por Marco Arantes · Wilma Moutinho desenho de luz · Cesário Costa consultor musical · Marco da Silva Ferreira assistente do coreógrafo Artistas da Companhia Nacional de Bailado | Orquestra Sinfónica Portuguesa Cesário Costa direção musical | Mais informações: www.cnb.pt

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DIREÇÃO ARTÍSTICALUÍSA TAVEIRA

CARNAVALVictor Hugo Pontescoreografia e direção

Camille Saint-Saëns Sérgio AzevedoCarlos CairesEurico Carrapatoso Andreia Pinto Correia Nuno Côrte-RealPedro Faria GomesMário LaginhaJoão MadureiraCarlos MarecosDaniel SchvetzLuís Tinoco António Pinho Vargasmúsica

F. Ribeirocenografia

Aleksandar Proticfigurinos

Wilma Moutinhodesenho de luz

Cesário Costaconsultor musical

Marco da Silva Ferreiraassistente do coreógrafo

Rui Alexandre Fátima Britoensaiadores

Marco Arantestratamento de imagem

Junhodias 16, 17, 18, 23, 24 e 25 às 21hdias 19 e 26 às 16h

Escolas22 de junho às 15h

Ensaio GeralSolidário15 de junho às 21h

UMA FANTASIA A PARTIR DE O CARNAVAL DOS ANIMAISDE CAMILLE SAINT-SAËNS

ORQUESTRASINFÓNICAPORTUGUESACesário Costadireção musical

Sapos Carlos Marecos

Aquário, de O Carnaval dos

Animais Camille Saint-Saëns

Sereias João Madureira

Personagens com longas

orelhas, de O Carnaval dos

Animais Camille Saint-Saëns

Centauro - Quíron Luís Tinoco

O cuco nas profundezas do

bosque, de O Carnaval dos

Animais Camille Saint-Saëns

Flamingos Mário Laginha

Viveiro de aves, de

O Carnaval dos Animais

Camille Saint-Saëns

Fénix António Pinho Vargas

Pianistas, de O Carnaval dos

Animais Camille Saint-Saëns

Dinossauro Sérgio Azevedo

Fósseis, de O Carnaval dos

Animais Camille Saint-Saëns

Cérbero Andreia Pinto Correia

O Cisne, de O Carnaval dos

Animais Camille Saint-Saëns

Final, de O Carnaval dos

Animais Camille Saint-Saëns

Sequência das peças

musicais e respetivos

autores

Introdução e Marcha Real

do Leão, de O Carnaval dos

Animais Camille Saint-Saëns

Pinguins Pedro Faria Gomes

Galinhas e Galos, de

O Carnaval dos Animais

Camille Saint-Saëns

Porcos Daniel Schvetz

Hemíonos [animais velozes],

de O Carnaval dos Animais

Camille Saint-Saëns

Fauno Eurico Carrapatoso

Tartarugas, de

O Carnaval dos Animais

Camille Saint-Saëns

Lagartos Nuno Côrte-Real

O Elefante, de O Carnaval

dos Animais

Camille Saint-Saëns

Formigas Carlos Caires

Cangurus, de O Carnaval dos

Animais Camille Saint-Saëns

A FUNDAÇÃO EDP

É MECENAS PRINCIPAL DA COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO

E MECENAS EXCLUSIVO DA DIGRESSÃO NACIONAL

Uma raposa que tinha brincado com outra

no quintal da casa da mãe

às fábulas de La Fontaine antes de as ter lido

e que depois as leu e disse

as fábulas de La Fontaine tinham razão!

ficou com muita vontade de ir para a floresta

brincar a sério às fábulas de La Fontaine

à entrada da floresta estava uma raposa

a raposa perguntou isto é uma floresta

a sério ou a fingir?

a raposa da entrada da floresta

achou a pergunta tão ingénua

que achou que não valia a pena

estar a explicar à outra

que ali ou se come ou se é comido

e que para quem come como para quem é comido

saber se ali é uma floresta a sério ou a fingir

não é uma questão pertinente

isto aqui é uma casa particular

respondeu a raposa

e bocejou

¯¯¯ Adília Lopes,in Os 5 livros de versos salvaram o tio, 1991.Dobra – Poesia Reunida 1983-2014

CARNAVAL¯¯¯ Victor Hugo Pontes,

junho 2016

Escrevo este texto dez dias antes da estreia e antes mesmo de terminar a coreografia (falta o Final). Não sei, por isso, como acabará este Carnaval. Mas pos-so contar-vos como começou. Carnaval foi construí-do a partir de O Carnaval dos Animais, peça musical composta em 1886 por Camille Saint-Saëns. Uma das suas peculiaridades é a apropriação de peças de ou-tros compositores e de peças anteriores do próprio Saint-Saëns, que são revisitadas num tom parodísti-co e mascaradas com nomes de animais. Ora, apesar de truncar o título original de Saint-Saëns, Carnaval percorreu um caminho idêntico, ainda que inverso, de composição: doze compositores contemporâneos, portugueses, foram convidados a compor um tema ori-ginal associado aos catorze movimentos musicais de O Carnaval dos Animais. O desafio era aplicarem, nesse processo de composição, a técnica do cadavre-exquis: cada compositor convidado iniciaria a sua composição a partir do final do tema anterior, levando-a até ao tema seguinte; o mote era o nome de um animal que eu pró-prio lhes atribuí.

O processo de criação deste espetáculo foi-me inusual, já que toda a dramaturgia precedeu a criação do primeiro gesto ou movimento e toda a banda sonora foi compos-ta antes de avançar para o trabalho com os bailarinos. A ordem dos temas de O Carnaval do Animais foi man-tida, mas intercalada com novos animais. Logo desde o começo imaginei a construção de Carnaval em torno dos seus dois elementos-chave – dança e música –, e, portanto, foi bastante claro para mim que no tema dos pianistas haveria apenas os pianistas em cena, e que

depois dos pianistas surgiriam os bailarinos. A minha ideia não foi usar somente a música para ilustrar o movi-mento, ou vice-versa, mas sim preservar o lugar próprio de cada linguagem. O fim do tema da Fénix marca um outro momento diferente deste Carnaval: a paródia, a máscara, a indiferenciação dos animais e das suas fan-tasias dão lugar à invocação do passado, do que já não existe mas perdura, às cinzas da Quaresma depois do Carnaval. E é aqui que entram os dinossauros (que de-sapareceram), os fósseis (que são as marcas que restam do que um dia existiu) e Cérbero, o cão de três cabeças que guarda a porta para o mundo dos mortos.

Enquanto manifestação burlesca, o Carnaval tem muitas afinidades com o teatro e a dança: máscaras, mentiras, fingimento, suspensão da descrença por parte do públi-co, sem o qual todo o jogo seria impossível. A oscila-ção entre realidade e farsa é, de resto, o que sustenta quer um gesto artístico quer um disfarce carnavalesco. Também apenas no Carnaval, ou numa criação artísti-ca, aceitamos a existência de personagens mitológicos. E por isso este Carnaval está povoado de seres imaginá-rios – as sereias, a fénix, o fauno, o centauro – que no palco têm a mesma dimensão ontológica que os animais da natureza. O jogo prossegue.

Quando em maio de 2015 construí a dramaturgia deste espetáculo, estava longe de imaginar onde é que este carrossel (ou poço da morte) iria levar-me. As intenções iniciais mantiveram-se: criar a partir de uma partitura musical. E, tal como Saint-Saëns, também eu não pude deixar de me apropriar de peças minhas anteriores para imaginar esta nova. A Ballet Story (2012) também teve como ponto de partida uma partitura musical, embora com uma diferença gigantesca: em A Ballet Story, a composição estava concluída, ao passo que no Carna-val grande parte da composição musical foi criada a posteriori. E depois houve ZOO (2013), em que a fisica-lidade dos bailarinos parte de movimentos de animais.

No entanto, se em ZOO há uma ideia muito forte de observação e de metamorfose, de procura dos nossos instintos mais primários, em Carnaval essa fisicalidade é exposta de forma mais ilustrativa, mais fantasiada, numa procura da máscara, na proposta de um jogo de faz-de-conta.

Comecei com O Carnaval dos Animais, de Saint-Saëns, depois os compositores convidados deram-me música e contaram-me a sua própria narrativa, e então construí eu a minha história, sempre não linear, sempre com mui-tos espaços em branco, porque, como diz Adília Lopes, “isto aqui é uma casa particular”. —

Artistas CNB Ensaio de palco

VICTOR HUGO PONTESCOREOGRAFIA—

Nasceu em Guimarães, em 1978. É licenciado em Artes Plás-

ticas – Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universida-

de do Porto. Em 2001, frequentou a Norwich School of Art &

Design, Inglaterra. Concluiu os cursos profissionais de Teatro

do Balleteatro Escola Profissional e do Teatro Universitário do

Porto, bem como o curso de Pesquisa e Criação Coreográfica do

Forum Dança. Em 2004, fez o curso de Encenação de Teatro na

Fundação Calouste Gulbenkian, dirigido pela companhia ingle-

sa Third Angel, e, em 2006, o curso do Projet Thierry Salmon

– La Nouvelle École des Maîtres, dirigido por Pippo Delbono,

na Bélgica e em Itália. Como criador, a sua carreira começa a

despontar a partir de 2003 com o trabalho Puzzle. Desde então,

vem consolidando a sua marca coreográfica, tendo apresen-

tado o seu trabalho por todo o país, assim como em Espanha,

França, Itália, Alemanha, Rússia, Áustria, Brasil, entre outros.

Das suas mais recentes criações como encenador/coreógrafo

destaca: Fuga Sem Fim, 2011, A Ballet Story, 2012, ZOO, 2013,

Ocidente, de Rémi de Vos, 2013, Fall, 2014, COPPIA, 2014, em

co-criação com Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves, Orlando,

2015, em co-criação com Sara Carinhas e Se alguma vez preci-

sares da minha vida, vem e toma-a, 2016. Em março de 2007,

venceu o 1º Prémio com o trabalho Ícones no 2nd International

Choreography Competition Ludwigshafen 07 – No ballet, em

Ludwigshafen, Alemanha. Com o espetáculo A Ballet Story,

foi nomeado, em 2013, para os Prémios SPA na categoria de

Dança – Melhor Coreografia. É, desde 2009, o Diretor Artístico

da Nome Próprio – Associação Cultural, com sede no Porto. —

F. RIBEIROCENOGRAFIA—

Nasceu em Lisboa, em 1976. Iniciou a sua formação artística

na área da Pintura, com Alexandre Gomes, em 1992, tendo

completado o Bacharelato em Realização Plástica do Espe-

táculo (1998) e a Licenciatura em Design de Cena (2008)

na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. Concluiu

igualmente o curso de Pintura da Sociedade Nacional de Belas

Artes de Lisboa e o curso de Ilustração da Fundação Calouste

Gulbenkian. Na área do teatro, concebeu espaços cénicos

para espetáculos dirigidos por Adriano Luz, Alberto Villareal,

Ana Luísa Guimarães, Andrzej Sadowski, António Durães,

António Feio, António Fonseca, António Pires, Carla Maciel,

Cláudia Gaiolas, Denis Bernard, Dinarte Branco, Fernando

Moreira, Gonçalo Waddington, Inês Barahona, Joana Antu-

nes, João Mota, Joaquim Horta, John Romão, José Carretas,

José Pedro Gomes, José Wallenstein, Luís Assis, Manuela

Pedroso, Manuel Coelho, Marcos Barbosa, Maria João Luís,

Marina Nabais, Miguel Fragata, Natália Luiza, Nuno Cardoso,

Nuno M Cardoso, Paula Diogo, Pedro Carraca, Pierre Woltz,

Rita Blanco, Rogério Nuno Costa, Sara Carinhas, Tiago Rodri-

gues, Tim Carroll, Tónan Quito e Victor Hugo Pontes. Em março

de 2015 recebeu uma menção honrosa pela Associação Portu-

guesa de Críticos de Teatro. —

EL GRAND TANGO DEL SEÑOR ARGENTINO SAURO

¯¯¯ Sérgio Azevedo,janeiro 2016

“ – A mim, calhou-me o Fauno, e a ti? – A mim? A mim saíu-me o Dinossauro!”. Este tipo de diálogo marcou o início do trabalho na peça: “A mim saíu-me o Dinossauro…” (primeiro pensamen-to: o que é que eu agora faço com um Dinossauro??). Coincidiu porém que, pouco tempo depois de saber que “a mim me calhara o Dinossauro”, estivesse a googlar “Dinossauro” na net, desesperado por encontrar uma ideia, enquanto, em simultâneo, ouvia uns tangos de, e por, Gardel. Farto da busca, experimentei juntar à pesquisa “Gardel” e “Tango” e surgiu-me um site de notícias que dava conta, na mesma página, de Gardel e da descoberta, na Argentina, dos esqueletos fósseis do maior dinossauro jamais encontrado: o Argentino-saurus, que chegou a pesar quase 90 toneladas, o que indica imediatamente uma aptidão natural para as dan-ças de salão.A partir desse momento, a imagem de dois enormes di-nossauros a dançarem o tango era por demais aliciante para a deixar escapar; um salão de dança na Argentina dos anos 30 do Período Jurássico, enfeitado para um Baile de Finalistas. No centro, alguns casais de animais pré-históricos rodopiam lentamente ao som de música de tango e, a um canto, um enorme mas tímido Argen-tinossauro lança subrepticiamente o olho a uma bela Argentinossaura sentada do lado oposto da sala, muito elegante no seu vestido cor-de-rosa com bolinhas bran-cas, e claramente à espera que o grandalhão se decida a convidá-la para dançar (não nos deixemos enganar pe-las 90 toneladas: brutamontes mas tímido e sensível à poesia, o Argentinossauro adolescente sente as borbu-lhas e a falta de experiência com miúdas, e não faz ideia de como se dança o tango. Além disso, é consumido por um enorme complexo de inferioridade devido à profecia

A ideia inicial seria apresentar o Carnaval dos Animais de Saint-Saëns. A sua curta duração, aproximadamente 23 minutos, obrigaria a encontrar outras obras que com-pletassem esta produção. A primeira opção, e a mais imediata, seria encontrar peças de outros composito-res em que a temática dos animais também estivesse presente. Outra possibilidade, passaria por alargar o conceito utilizado por Saint-Saëns, que utiliza temas de outros compositores no seu Carnaval, tais como: Rameau, Offenbach, Berlioz, Mendelssohn, Rossini; utiliza ainda temas de canções infantis francesas, bem como temas que ele próprio escreveu para outras obras. Assim, foram convidados 12 compositores portugueses, pela primeira vez reunidos em Portugal num projeto com estas características, a escreverem uma peça sobre um animal, para ser intercalada com a música do composi-tor francês. E foi desta forma que surgiu esta Fantasia sobre o Carnaval, com novos animais, que vieram, sem dúvida, enriquecer a música de Saint-Saëns. —

CARNAVAL¯¯¯ Cesário Costa,

maio 2016

de uma cigana: “ – O teu futuro é negro: serás extinto e, como se tal não bastasse, a evolução far-te-á regressar na forma de uma galinha”).Não obstante, a líbido falou mais alto, e anunciada a última dança da noite, lá arranja coragem e avança pela sala: “ – A menina dança? – Oh, siiiim…!” (outro mito destruído: estas grandes dinossauras tinham uma voz delicada e fininha). Agora, imaginemos dois Argenti-nosaurus, 90 toneladas cada, a dançarem – cheios de hormonas adolescentes – a mais erótica e violenta das danças de salão…Sim, adivinharam: uma carnificina na sala, pior que a da Carrie no seu Baile de Finalistas. Porém… quem está apaixonado não se dá conta do que se passa à sua volta. Assim, não se deram conta do as-teróide que os havia de extinguir e que atingiu em cheio o salão precisamente no fim do tango. As escavações na Argentina dão conta do fenómeno: dois dos esqueletos encontrados, os de um macho e de uma fémea jovens, continuavam abraçados numa dança eterna, mais tarde identificada como sendo “sem dúvida um tango”. Segun-do também os mesmos paleontólogos, que mediram a posição dos maxilares, os seus últimos rugidos terão sido: “ – Don’t cry for us, Argentina!”. Gardel, Che, Evita e Jorge Luís Borges teriam gostado de saber, mesmo que, para este último, a história tives-se muito mais graça contada com tigres. —

FORMIGAS¯¯¯ Carlos Caires,

maio 2016

O moinho de formigas é um fenómeno observado e no qual um batalhão de formigas, que sendo cegas, são se-paradas da principal forragem, perdem a pista da fero-mona e começam a seguir-se umas às outras, formando um circulo em contínua rotação. As formigas acabarão por morrer de exaustão. —

FAUNO – PEQUENA NOTA¯¯¯ Eurico Carrapatoso,

janeiro 2016

Quando recebi da Luísa Taveira e do Cesário Costa o convite para escrever uma peça a ser integrada num espetáculo coreográfico de Victor Hugo Pontes, tendo como pano de fundo o adorável Carnaval dos Animais de Camille Saint-Saëns, fiquei suspenso. A peça apa-receria colocada entre o 3º e o 4º andamentos, Animais velozes e Tartarugas, respetivamente.Acrescia o facto de o conceito base, ao convidar mais onze compositores, correr o risco de heterogeneida-de estética. Será, porém e afinal, uma celebração do mais fascinante dos aspetos da composição portugue-sa atual: a diversidade estética, muito precisamente. Ainda bem que nós doze temos ideias diferentes. Não seria uma tristeza se fôssemos todos como o peixe do cardume? Como diz Jean Baudrillard “quando os peixes viram todos instantaneamente no mesmo sentido, o ris-co de colisão é mínimo. Mas a hipótese de um encontro é nula.” Liberdade sempre. Fascismo nunca mais. A prenda principal, contudo, estava reservada para quando me anunciaram o animal que viria a significar na minha música: o fauno. Ser sensual sobre cascos, desafio de barbicha pontiaguda e chifres; ali estava à minha espera o almiscarado ser façanhudo que acomete ninfas, Diana, cães e tudo.O tema do fauno é oiro sobre azul no meu afeto, ainda para mais. Obra máxima e incontornável da literatura e da música, no par imbatível Mallarmé / Debussy, obra amada e tantas vezes revisitada nas minhas classes de composição, assombrosa declamação sinfónica de um poema (110 compassos para 110 versos), síntese impossível de perfeição apolínea e de sensualidade dionisíaca, regra-de-oiro-sobre-azul na minha própria mundividência musical. Não podia faltar, no ocaso da minha partitura, a homena-gem àquele legado gaulês na doce citação final do tema

LAGARTO¯¯¯ Nuno Côrte-Real,

maio 2016

Pequeno réptil sáurio da família dos lacertídeos, de corpo alongado, patas curtas, cauda comprida, língua bífida e retráctil. Os lagartos são animais de sangue frio. Por entre o rastejar quase misterioso, rápido e irregular, os lagartos fixam-se sem qualquer litígio com a lei da gravidade: no chão, de lado, em cima, verticalmente, obliquamente, com as suas patas ventosas, eles quedam-se por tempo inde-terminado, numa espera que nos confunde a paciência. Por vezes, sem que nos vejam, podemos vê-los rastejando, e revela-se então uma certa vaidade nos movimentos, como uma dança íntima sem público, numa espécie de ritual telúrico e primordial. Depois, rápidos, desaparecem. —

PINGUINS¯¯¯ Pedro Faria Gomes,

abril 2016

Pinguins desenrola-se num ambiente frio, muito marca-do pelo acorde inicial, que influencia toda a harmonia da peça. Apesar das cores tendencialmente frias, há dois tons distintos nesta peça: um em terra e outro no mar – como na vida dos pinguins. As colónias de pinguins, em terra, são geralmente muito densas e numerosas; musicalmente este é um espaço circunscrito, tenso e agitado. No mar, o movimento é mais livre e fluido. —

FLAMINGOS¯¯¯ Mário Laginha,

maio 2016

Não tendo eu tido nunca a oportunidade de observar os flamingos no estuário do Tejo (ou em qualquer outro habitat natural) recorri aos preciosos documentários de

de Debussy, com a fragrância enxofrada do trítono, con-duzindo a minha peça às Tartarugas de Saint-Saëns pela estafeta inevitável do acorde de sexta francesa. Foi pelo fim, por essa sexta francesa a tresandar a tons inteiros, que a peça começou, aliás. Fatal como o destino. —

CÉRBERO¯¯¯ Andreia Pinto Correia,

fevereiro 2016

Cérbero ou o cão do Hades, como foi descrito por Ho-mero, era filho de Tífon e Equiidna, devorador de car-ne humana e portador de múltiplas cabeças. Segundo Maurice Bloomfield, as diversas explicações sobre o cão do Hades e sobre o seu simbolismo multiplicam-se através dos tempos. No entanto, é só no II Século a.C. que Cérbero adopta a temível forma como desde então passa a ser conhecido: o cão das três cabeças (cada qual intimamente ligada a um dos três estádios da vida: infância, juventude e velhice), com cauda de dragão e com as costas cobertas de cabeças de serpentes. É des-ta forma que Cérbero foi retratado por Apolodoro, quan-do descreve o décimo segundo trabalho de Hércules.Das múltiplas referências ao cão do Hades, duas foram essenciais para esta composição musical. Na sua obra República, Platão classifica Cérbero como a imagem ideal da alma, na qual duas ou mais diferentes natu-rezas crescem em simultâneo até se unirem numa só. Inspirada por esta imagem, a pequena obra Cérbero manifesta constantemente estas múltiplas naturezas contraditórias. A outra fonte de inspiração é a Eneida de Virgílio. Nesta epopeia (Livro 6), a terrível ferocidade do cão guardador das portas do inferno é conquistada por Sibila através da oferta de guloseimas. Assim, temos um alternar de secções rápidas, “Furioso”, com secções (com a indicação “Tranquillo”) mais líricas e contempla-tivas, correspondentes à rendição de Cérbero. —

David Attenborough).Um bando de flamingos é um espetáculo fascinante. Entre os gestos de um só indivíduo quando se alimenta num lago, aos de todo o bando, numa cadência hipnóti-ca e repetitiva, tudo me convidava para a ideia de ritmo. Como vão perceber, aceitei o convite. —

SEREIAS¯¯¯ João Madureira,

maio 2016

Escrever Sereias, a propósito do Carnaval dos Animais de Camille Saint-Saëns, foi um enorme prazer. Porque adoro esta obra e a sua auto-ironia, que, não se enganem, está sempre presente. Foi, por isso, sempre com enorme es-panto que constatei, desde a minha adolescência, que o próprio Saint-Saëns não a considerava uma peça impor-tante do seu catálogo. Era, para ele, uma peça menor. E para mim não, ela é uma peça fundamental do reportório clássico do seu tempo. Porque ela oferece uma releitura constante dos seus materiais, num esforço hermenêutico invulgar, que ultrapassa em muito a sua aparente simpli-cidade formal. Restitui-la ao olhar contemporâneo pela mão da Companhia Nacional de Bailado, de Victor Hugo Pontes e da Orquestra Sinfónica Portuguesa sob direção de Cesário Costa foi, por isso, um enorme desafio a que não quis deixar de corresponder. —

NOTAS SOBRE SAPOS¯¯¯ Carlos Marecos,

março 2016

Os Sapos, a minha contribuição para o Carnaval, surge após os Cangurus de Saint-Saëns e antecede o Aquário, estando musicalmente integrada nesse contexto, onde procurei acolher alguns gestos e pequenas células me-lódicas do Aquário. Por outro lado, a atmosfera inicial

desta peça transportou-me para um lago no meio de uma floresta onde se podia escutar o canto de inúmeros sapos. Imaginei também uma presença feminina, talvez uma princesa, que ao luar aparece a mergulhar no lago, pelo que os sapos ao verem a sua presença interrom-pem o canto para admirarem a sua dança nas águas. —

PORCOS¯¯¯ Daniel Schvetz,

janeiro 2016

A descrição dos fundamentos em que esta peça está baseada constitui uma exposição do critério e inspira-ção evocados pelo compositor, na concepção da mesma. Esta é uma pequena obra de aproximadamente 4’ 20’’, articulada em 5 microsecções, com uma duração inferior ao minuto, cada.O porco, ou javali, é o 12º signo do horóscopo Chinês, no qual a cada ano corresponde um animal próprio, dos 12 que integram tal tradição. Simultaneamente há 5 ele-mentos: Terra, Metal, Água, Madeira e Fogo, associa-dos a cada ano e implicitamente a cada animal.Como consequência deste facto, cada um dos referidos elementos terá um período de influência de 12 anos, o ciclo de igual número de animais. Assim, a associação entre cada animal e um dos elementos repete-se, ape-nas, a cada 60 anos, tendo em conta a tradição e filoso-fia chinesas, respeitada ainda pela medicina chinesa e a milenar tradição Taoista.A ordem, já mencionada, em que os cinco elementos são evocados corresponde às cinco últimas oportunida-des em que aconteceu o ano do Porco: 1959, 1971, 1983, 1995 e 2007. A próxima será apenas em 2019.O Horóscopo Chinês constitui uma escolha de carácter absolutamente subjectivo, uma simbologia em que os cinco elementos, conforme tal tradição, agem sobre cada signo/animal, mudando a cada doze anos, como se de uma máscara se tratasse. —

das artes de todo o mundo é impressionante o seu tamanho gigantesco, próximo de uma águia enorme, a sua força que lhe permitia “transportar elefantes” e um aspecto quase sempre escuro, manifesto em vários séculos, com algo de assustador apesar das qualidades simbólicas ligadas à transformação diária das coisas da vida. Daqui parti para as ideias base desta peça: uma vaga noção de força; de potência; de recomeço; mas não ignorar a ficção face àquilo que mais atormenta os humanos desde sempre: a sua finitude. O resto foi compor uma música que, a partir destes vários motivos, os realizasse enquanto gesto, um gesto. —

QUÍRON¯¯¯ Luis Tinoco,

março 2016

Na mitologia grega, Quíron era um centauro que se distinguia dos seus pares pela sua imortalidade, inte-ligência e bondade. Com Apolo - o seu pai adoptivo - aprendeu as artes, música, poesia, filosofia, medicina e outros saberes. Altamente reverenciado como professor e tutor, entre seus pupilos contam-se diversos heróis como Teseu, Aquiles, Jasão, ou Héracles.A sua nobreza reflecte-se, também, na história que nar-ra a sua morte: Atingido na coxa por uma flecha enve-nenada que lhe provocou dores terríveis e incessantes, trocou a sua imortalidade pela vida de Prometeu. Este roubara o fogo dos deuses oferecendo-o aos homens e, por isso, fora condenado a padecer eternamente, amar-rado a um rochedo enquanto um pássaro devorava o seu fígado, que voltava a crescer no dia seguinte. Zeus, aceita então libertar Prometeu em troca da imortalidade de Quíron, que se liberta assim do seu sofrimento, mor-rendo tranquilamente. —

SOBRE FÉNIX¯¯¯ António Pinho Vargas,

fevereiro 2016

Antes de compor esta obra curta na sua duração, na ver-dade, tive de fazer um trabalho prévio idêntico àquele que sempre faço: identificar o que me foi proposto no Projecto Carnaval e pensar sobre o tema. O que sabia, que se tratava de um animal da mitologia grega que na sua morte entrava em combustão e renascia das suas cinzas, parecia-me insuficiente e fui ler algo mais. Mui-tos autores gregos escreveram sobre a Fénix, que vivia 500 anos para uns, 97 200 anos para outros; nas crenças cristãs mais tardias, tornou-se um símbolo da imortali-dade e do renascimento espiritual. Nas representações

ALEKSANDAR PROTIC FIGURINOS—

Aleksandar Protic nasceu em Belgrado, Sérvia. Em 1998,

licenciou-se na Academia das Belas Artes em Belgrado, no

departamento de Desenho da Moda e Figurinos. No mesmo

ano, frequenta a Academia Real de Belas Artes de Antuérpia,

Bélgica, no Departmento de Desenho da Moda. Ainda em

Belgrado, os prémios “Belgrade Fashion Statue” concederam-

-lhe o galardão de “Mais Promissor Designer de Moda”. No

mesmo ano, encerrou a Belgrade Fashion Week com a cole-

ção criada enquanto aluno finalista. Em 1999 mudou-se para

Lisboa, onde em 2000 abriu a sua própria loja e deu início à

marca Aleksandar Protic. Desde 2001 exibe regularmente as

suas coleções na Moda Lisboa, no calendário da Semana de

Moda de Lisboa. Além do seu trabalho enquanto designer de

moda, colabora como figurinista com diversos artistas de Dança

e Teatro Contemporâneos. Em 2010 foi selecionado pela Maison

de la Création para representar Portugal no projeto Cité Euromé-

diterranéenne de la Mode que culminou, em julho de 2013, com

a grande exposição na cidade de Marselha, Capital Europeia

da Cultura. O trabalho de Aleksandar Protic explora as formas,

esculpindo e drapeando, combinando formas estruturadas e

fluidas, criando coordenados dramáticos e, ao mesmo tempo,

práticos. Encontra, muitas vezes, a sua inspiração na arte, na

música e no mundo que o rodeia. —

WILMA MOUTINHODESENHO DE LUZ—

Nasceu em 1969 na Republica Federal da Alemanha. Concluiu

o Curso Intensivo de Iniciação ao Teatro, no Teatro Univer-

sitário do Porto, em 1994. Entre 1995 e 1998 frequentou o

Curso de Produção, Luz e Som, da Escola Superior de Música

e Artes do Espetáculo. Em 2003 frequentou o Curso de Robó-

tica (Montagem e Programação), no Centro de Tecnologia del

Espectáculo – Instituto Nacional de Las Artes Escenicas y de

La Música, em Madrid. Frequentou diversas formações na área

da iluminação. Na criação do desenho de luz em Teatro, ópera

e Dança trabalhou com: António Capelo, Carlos Avilez, Clara

Andermatt, Denis Bernard, Fernando Moreira, John Mowat,

José Carretas, Joclécio Azevedo, Júnior Sampaio, João Paulo

Costa, John Gardyn, Quico Cadaval, Marco da Silva Ferreira,

Roberto Merino e Victor Hugo Pontes, entre outros. Na música

trabalhou com: Be-Dom, Clã, Cesária Évora, Chicco César, Foge

Foge Bandido, Lufa-lufa, Lura, Ornatos Violeta, Pilar Homem de

Melo, Jorge Palma, Som Ibérico, Tanya Tagaq, entre outros.

Trabalhou como assistente dos iluminadores Marco Filibeck

– Carmina Burana, de Carl Orff, em 2003, com Franco Marri –

Tosca de Puccini, em 2002. Em 2007, foi cocriadora do projeto

Unicer Laboratório Criativo, que se realizou na Gare do Oriente

em Lisboa. Colaborou com Cristiana Rocha no projeto A Casa

Subterrânea – Atelier de Movimento e Luz para Crianças, em

2009/2010. Desde ai realizou diversos workshops de ilumina-

ção para crianças. Desde 2003 é responsável pela direção de

iluminação de todos os espetáculos e eventos dos Clã, realiza-

dos em Portugal e no estrangeiro. Em 2010 trabalhou com os

Liquid Theatre, no espetáculo Fare Away From Here, projeto

inserido no Interdance – Festival Internacional de Moscovo,

com direção de Victor Hugo Pontes, com quem trabalha desde

2003, assinando o desenho de luz e assumindo a direção técni-

ca de todas as criações deste artista. Desde 2010 que leciona a

disciplina de Oficina de Luz ao 3ºAno da Academia Contempo-

rânea do Espetáculo, Porto. —

CESÁRIO COSTADIREÇÃO MUSICAL

ORQUESTRA SINFÓNICAPORTUGUESA

— —

Cesário Costa (n. 1970) tem vindo a distinguir-se em Portugal

como um dos mais ativos maestros da sua geração. Depois

do Curso Superior de Piano (Paris), completou o Mestrado em

Direção de Orquestra (Würzburg, Alemanha), vencendo o III

Concurso Internacional Fundação Oriente para Jovens Chefes

de Orquestra. A sua atividade como maestro desenvolve-se

tanto em Portugal como no plano internacional. Apresentou-se

na Europa, Ásia, Cabo Verde e América com reportório que vai

do barroco ao contemporâneo, tendo sempre a preocupação de

divulgar obras de compositores portugueses. Colaborou com

solistas e encenadores de renome. Fez a estreia absoluta de

mais de cem obras, trabalhando com a maioria dos composi-

tores nacionais contemporâneos. Paralelamente à atividade

de maestro e de programador musical, tem sido professor em

diversas escolas e na Universidade Católica Portuguesa. Foi

Diretor Artístico e Maestro Titular da Orquestra do Algarve e

posteriormente presidente da Metropolitana e Diretor Artístico

da Orquestra Metropolitana de Lisboa. É atualmente Maestro

titular da OrchestrUtópica. —

Criada em 1993, a Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP) é um

dos corpos artísticos do Teatro Nacional de São Carlos e tem

vindo a desenvolver uma atividade sinfónica própria, incluindo

uma programação regular de concertos, participações em festi-

vais de música nacionais e internacionais. No âmbito de outras

colaborações, destaque-se também a sua presença nos seguin-

tes acontecimentos: 8.º Torneio Eurovisão de Jovens Músicos

transmitido pela Eurovisão para cerca de quinze países (1996);

concerto de encerramento do 47.º Festival Internacional de

Música e Dança de Granada (1997); concerto de gala da Aber-

tura da Feira do Livro de Frankfurt; concerto de encerramento

da Expo’98; Festival de Música Contemporânea de Alicante

(2000) e Festival de Teatro Clássico de Mérida (2003). Colabo-

ra regularmente com a Rádio e Televisão de Portugal através

da transmissão dos seus concertos e óperas pela Antena 2,

designadamente a realização da tetralogia O anel do Nibe-

lungo, transmitida na RTP2, e da participação em iniciativas

da própria RTP, como o Prémio Pedro de Freitas Branco para

Jovens Chefes de Orquestra, o Prémio Jovens Músicos-RDP e

a Tribuna Internacional de Jovens Intérpretes. No âmbito das

temporadas líricas e sinfónicas, a OSP tem-se apresentado

sob a direção de notáveis maestros, como Rafael Frühbeck

de Burgos, Alain Lombard, Nello Santi, Alberto Zedda, Harry

Christophers, George Pehlivanian, Michel Plasson, Krzysztof

Penderecki, Djansug Kakhidze, Milán Horvat, Jeffrey Tate e Iuri

Ahronovitch, entre outros. A discografia da OSP conta com dois

CD para a etiqueta Marco Polo, com as sinfonias nºs 1, 3, 5

e 6 de Joly Braga Santos, que gravou sob a direção do seu

primeiro maestro titular, Álvaro Cassuto, e Crossing Borders

(obras de Wagner, Gershwin e Mendelssohn), sob a direção de

Júlia Jones, numa gravação ao vivo pela Antena 2. No cargo de

maestro titular, seguiram-se José Ramón Encinar (1999-2001),

Zoltán Peskó (2001-2004) e Julia Jones (2008-2011); Donato

Renzetti desempenhou funções de primeiro maestro convidado

entre 2005 e 2007. Atualmente, a direção musical está a cargo

de Joana Carneiro. —

* Prestadores de serviço ** Regime de voluntariado

DIREÇÃO ARTÍSTICA Luísa Taveira

BAILARINOS PRINCIPAIS Adeline Charpentier; Ana Lacerda; Filipa de Castro; Filomena Pinto; Inês Amaral; Peggy Konik; Solange Melo;

Alexandre Fernandes; Carlos Pinillos; Mário Franco BAILARINOS SOLISTAS Isabel Galriça; Mariana Paz; Paulina Santos; Brent Williamson;

Luis d’Albergaria; BAILARINOS CORIFEUS Andreia Pinho; Annabel Barnes; Catarina Lourenço; Henriett Ventura; Irina de Oliveira; Maria

João Pinto; Marta Sobreira; Armando Maciel; Dukin Seo; Freek Damen; Miguel Ramalho; Sergio Navarro; Xavier Carmo CORPO DE BAILE

África Sobrino; Alexandra Rolfe; Almudena Maldonado; Andreia Mota; Carla Pereira; Catarina Grilo; Diletta Bonfante; Elsa Madeira; Filipa

Pinhão; Florencia Siciliano; Inês Ferrer; Inês Moura; Isabel Frederico; Isadora Valero; Júlia Roca; Leonor de Jesus; Margarida Pimenta; Maria

Barroso; Maria Santos; Marina Figueiredo; Miyu Matsui; Patricia Keleher; Rebecca Storani; Sílvia Santos; Susana Matos; Tatiana Grenkova;

Zoe Roberts; Aeden Pittendreigh; Christian Schwarm; Filipe Macedo; Frederico Gameiro; João Carlos Petrucci; José Carlos Oliveira; Joshua

Earl; Kilian Souc; Lourenço Ferreira; Nuno Fernandes; Ricardo Limão; Tiago Coelho BAILARINOS ESTAGIÁRIOS Hèctor Chicote; João Pedro

Costa; João Silva; Kilian Smith

MESTRES DE BAILADO Fernando Duarte (coordenador); Barbora Hruskova; Maria Palmeirim ENSAIADORES Fátima Brito; Rui Alexandre

ADJUNTO DA DIREÇÃO ARTÍSTICA João Costa COORDENADORA MUSICAL Ana Paula Ferreira COORDENADORA ARTÍSTICA

EXECUTIVA Filipa Rola COORDENADOR DE PROJETOS ESPECIAIS Rui Lopes Graça INSTRUTOR DE DANÇA NA PREVENÇÃO E

RECUPERAÇÃO DE LESÕES Didier Chazeau PROFESSOR DE DANÇA CONVIDADO Boris Storojkov* PIANISTAS CONVIDADOS

Humberto Ruaz*; Jorge Silva*; Hugo Oliveira*

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO OPART Presidente Carlos Vargas; Vogal Sandra Simões; Vogal Samuel Rego DIREÇÃO DE

ESPETÁCULOS CNB Diretora Margarida Mendes; Carla Almeida (coordenadora); Bruno Silva (digressão e eventos); Natacha Fernandes

(assistente) ATELIER DE COSTURA CNB Paula Marinho (coordenadora); Adelaide Pedro Paulo; Ana Fernandes; Conceição Santos; Helena

Marques DIREÇÃO TÉCNICA CNB Diretora Cristina Piedade; Sector de Maquinaria Alves Forte (chefe de sector); Miguel Osório

Sector de Som e Audiovisuais Bruno Gonçalves (chefe de sector); Paulo Fernandes Sector de Luz Vítor José (chefe de sector); Pedro

Mendes Sector de Palco Ricardo Alegria; Frederico Godinho; Marco Jardim DIREÇÃO DE CENA CNB Diretor Henrique Andrade; Vanda

França (assistente / contrarregra); Tom Colin (assistente) Conservação do Guarda Roupa Carla Cruz (coordenadora); Cristina Fernandes;

DIREÇÃO DE COMUNICAÇÃO CNB Diretora Cristina de Jesus; Pedro Mascarenhas Canais Internet José Luís Costa Vídeo e Arquivo

Digital Marco Arantes Design João Campos* Bilheteira Ana Rita Ferreira; Luísa Lourenço; Rita Martins ENSAIOS GERAIS SOLIDÁRIOS

CNB Luis Moreira** (coordenador) DIREÇÃO FINANCEIRA E ADMINISTRATIVA OPART Diretor Marco Prezado; António Pinheiro;

Fátima Ramos; Lucília Varela; Oscar Vaz; Rute Gato; Sandra Correia Limpeza e Economato Lurdes Mesquita; Maria Conceição Pereira;

Maria de Lurdes Moura; Maria do Céu Cardoso; Maria Isabel Sousa; Maria Teresa Gonçalves DIREÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

OPART Diretora Sofia Dias; André Viola; Sofia Teopisto; Vânia Guerreiro; Zulmira Mendes GABINETE DE GESTÃO DO PATRIMÓNIO

OPART Nuno Cassiano (coordenador); Armando Cardoso; Artur Ramos; Carlos Pires; Carlos Santos Silva; Daniel Lima; João Alegria; Manuel

Carvalho; Nuno Estevão; Rui Ivo Cruz; Rui Rodrigues; Victor Silva DIREÇÃO DE ASSUNTOS JURÍDICOS OPART Fernanda Rodrigues

(coordenadora); Anabela Tavares; Inês Amaral Secretária do Conselho de Administração Regina Sutre OSTEOPATA Altaf Jussub

SERVIÇOS DE FISIOTERAPIA CNB Fisiogaspar* GABINETE DE INFORMÁTICA OPART Pedro Penedo (coordenador)

BILHETEIRAS E RESERVASTeatro CamõesQuarta a domingodas 13h às 18h (01 nov – 30 abr)

das 14h às 19h (01 mai – 31 out)

Dias de espetáculo até meia-hora apóso início do espetáculo.Telef. 218 923 477

Teatro Nacional de São CarlosSegunda a sexta das 13h às 19hTelef. 213 253 045/6

Ticketlinewww.ticketline.ptTelef. 707 234 234

Lojas Abreu, Fnac, Worten,El Corte Inglés, C.C. Dolce Vita

CONTACTOSTeatro CamõesPasseio do Neptuno, Parque das Nações,1990 - 193 LisboaTelef. 218 923 470

INFORMAÇÕES AO PÚBLICONão é permitida a entrada na sala enquanto o espetáculo está a decorrer (DL n.º 23/2014, de 14 de fevereiro); É expressamente proi-bido filmar, fotografar ou gravar durante os espetáculos; É proibido fumar e comer/beber dentro da sala de espetáculos; Não se esqueça de, antes de entrar no auditório, desligar o seu telemóvel; Os menores de 6 anos não poderão assistir ao espetáculo nos termos do DL n.º 23/2014, de 14 de fevereiro; O programa pode ser alterado por motivos imprevistos.Espetáculo M/6

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PRÓXIMOSESPETÁCULOS—

Artista na Cidade 2016Faustin Linyekula

AlkantaraCCBCompanhia Nacional de BailadoCulturgestFestas de LisboaFundação Calouste GulbenkianMaria Matos Teatro MunicipalSão Luiz Teatro MunicipalTeatro Nacional D. Maria IITemps d’Images Lisboa

www.artistanacidade.com

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ROMEUE JULIETA

CARNAVAL

TEATRO NACIONAL D. MARIA II 14 JUL – 23 JUL

DIGRESSÃO NACIONALPORTO, TEATRO MUNICIPAL DO PORTO, RIVOLI01 JULHO – 21H3002 JULHO – 19H00

RUI HORTABRUNO PERNADAS

VICTOR HUGO PONTES

coprodução CNB e TeatroNacional D. Maria II

UMA FANTASIA A PARTIR DE O CARNAVAL DOS ANIMAISDE CAMILLE SAINT-SAËNS