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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS - CEFID COORDENADORIA DE TRABALHOS MONOGRAFICOS –CTM CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCACAO FISICA PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS: APTIDÃO FÍSICA E PERÍODO DE INTERRUPÇÃO MICHELLE FLORES DA ROSA FLORIANÓPOLIS 2006

programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

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Page 1: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS - CEFID

COORDENADORIA DE TRABALHOS MONOGRAFICOS –CTM

CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCACAO FISICA

PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS:

APTIDÃO FÍSICA E PERÍODO DE INTERRUPÇÃO

MICHELLE FLORES DA ROSA

FLORIANÓPOLIS 2006

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PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS:

APTIDÃO FÍSICA E PERÍODO DE INTERRUPÇÃO

Trabalho apresentado à Coordenadoria de Trabalhos Monográficos do Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos, da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Educação Física. FLORIANÓPOLIS, outubro 2006.

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS - CEFID

COORDENADORIA DE TRABALHOS MONOGRAFICOS –CTM

CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCACAO FISICA

PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS:

APTIDÃO FÍSICA E PERÍODO DE INTERRUPÇÃO

ELABORADO POR

MICHELLE FLORES DA ROSA

COMISSÃO EXAMINADORA

________________________________________ Profª. Drª. Giovana Zarpellon Mazo

Orientador/Presidente

________________________________________ Prof. Esp. Sergio Eduardo Parucker

Membro

________________________________________ Profª. Esp. Cristina Brust

Membro

FLORIANÓPOLIS, outubro 2006.

Page 4: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Nossa Senhora das Graças que sempre

intercedeu por mim junto ao pai, para que eu tivesse saúde e força pra lutar e

conseguir vencer a barreiras que me foram impostas ao longo desta trajetória

acadêmica.

Jamais poderia esquecer de agradecer a minha mãe que sempre me deu o

suporte, permitindo com isso que eu pudesse dar continuidade ao sonho de concluir

a esse curso. E também a minha “penca” de irmãos que sempre me incentivaram.

Obrigada!

Agradeço aos meus queridos sobrinhos que sempre me receberam com

alegria e que por isso muitas vezes deram sentido e alegria a minha vida em

especial a minha sobrinha/filha Gabriella que mesmo sendo uma adolescente dos

tempos modernos sempre foi doce e compreensiva ao me emprestar o seu

computador para que eu pudesse concluir esse e outros vários trabalhos da

faculdade. Valeu!

Agradeço ainda ao Gustavo o amor da minha vida que mesmo longe sempre

se fez presente escutando poucas e boas mesmo que pelo msn né amor? Tudo

culpa da monografia que separa ou uni de vez os amantes. Obrigada amor!

Em especial, agradeço a professora Giovana por ter sido sempre tão

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compreensiva, atenciosa e paciente mesmo com tanta coisa pra fazer nunca deixou

de me atender além de claro se a grande idealizadora desse estudo e um ser

humano especial. Muito Obrigada mesmo!

Quero agradecer aos grandes amigos que eu fiz ao longo da faculdade como

a adorável professora Adriana Seára Tirloni, que sempre me fortaleceu com a sua

vontade de fazer e acontecer. Valeu chefa!

Aos meus amigos de turma Íris e André que me ajudaram a crescer e a

construir o futuro caminho a ser trilhado em especial a Íris que em nossos momentos

de “esqueminha´ soube aconselhar-me e escutar minhas confidencias, angustias

alegrias e tristezas. Valeu miga!”.

E é claro minha sempre amiga Flavia, essa sim já escutou coisas, também

são tantos anos de amizade né amiga? Como já diria a intimidade faz a gente fazer

e falar coisas que até Deus dúvida. Que Deus te abençoe!

E a todos alunos que eu pude ministrar aulas e contribuíram de uma maneira

imensurável nesse processo de aprendizado, crescimento pessoal e profissional e

também aos professores e funcionários que de uma forma ou de outra participaram

desse meu crescimento.Valeu galera!

Page 6: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

RESUMO

Introdução: A perda nos níveis de adaptação adquirida no treino está intimamente relacionada ao período de tempo em que foram adquiridos. Deste modo, pesquisas relacionadas aos efeitos do período de interrupção de exercício físico regular nos idosos sobre a aptidão física relacionadas à saúde são insuficientes. Objetivo: Verificar a influência do período de interrupção de 12 semanas na aptidão física de mulheres idosas praticantes de atividades aquáticas. Metodologia: A amostra foi constituída por 31 idosas, com = 68,97 anos (SD = 5,34) praticantes de atividades aquáticas que fizeram os testes da Bateria da AAHPERD em novembro de 2005 e após 12 semanas de interrupção (março de 2006). Os resultados dos testes foram comparados com os valores normativos para a bateria da AAHPERD para idosas entre 60 a 79 anos de idade (Zago e Gobbi, 2003; Benedetti et al., 2006). O tratamento estatístico foi descritivo mediante a freqüência simples e percentagem, e o teste t para amostras emparelhadas/pareadas, com um nível de significância de p<0,05. Resultados: Observou-se diferença estatisticamente significativa da coordenação, da agilidade ou equilíbrio dinâmico, e do IAFG entre o final do programa e após o período de interrupção de 12 semanas deste. Ocorreu uma queda no IAFG bom de 12,9% no final do programa para 9,7% após o período de interrupção de 12 semanas e a coordenação foi boa (61,30%) no final do programa e aumentou para (80,6%) da coordenação fraca após o período de interrupção de 12 semanas. Conclusão: Existe influencia sobre o IAFG em idosas após 12 semanas de interrupção de exercício físico regular.Sendo assim, nossos resultados reforçam a importância do exercício físico e o quanto é importante criar uma consciência entre essa população sobre a importância de se manterem ativos mesmo no período de ferias a fim de que exista uma melhora e manutenção de bons níveis da aptidão física dessa população

Palavras-chave: atividade física; aptidão física; período de interrupção;

idosas.

Page 7: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 8

2 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................... 11

2.1 APTIDÃO FÍSICA E O IDOSO .............................................................................. 11 2.1.1 Capacidade Aeróbia ............................................................................................ 12 2.1.2 Flexibilidade ....................................................................................................... 13 2.1.3 Coordenação ....................................................................................................... 14 2.1.5 Força................................................................................................................... 15 2.1.6 Agilidade/ Equilíbrio Dinâmico........................................................................... 16

3 METODOLOGIA............................................................................................................. 19

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA.......................................................................... 19

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................................................. 19 3.3 INSTRUMENTOS ................................................................................................... 20 3.4 COLETA DE DADOS ............................................................................................. 20 3.5 TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................................... 21

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................... 24

5 CONCLUSÕES ................................................................................................................ 33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................. 36

ANEXOS.....................................................................................................................40

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1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional é um fato que pode ser observado em todo o

mundo, seja nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento. No Brasil, em 2002

o país tinha 16 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que representava 9,3%

da população brasileira. Em 2020 é possível que este número se eleve para 25

milhões de idosos referentes a 11,4% da população (IBGE, 2006).

Diante desse processo de envelhecimento da população observa-se que

medidas/estratégias devem ser tomadas para garantir a qualidade de vida e a

autonomia/independência dos idosos. Neste sentido, uma das estratégias propostas

pela Organização Mundial da Saúde é o envelhecimento ativo, onde a atividade

física é um dos fatores comportamentais determinante para a adoção de um estilo

de vida saudável e a participação ativa no cuidado da própria saúde. A participação

em atividades físicas regulares e moderadas pode retardar declínios funcionais,

além de diminuir o aparecimento de doenças crônicas em idosos saudáveis ou

doentes crônicos (WHO, 2005).

Mazo; Lopes e Benedetti (2004) destacam que, especialmente para idosos, a

prática de atividade física, quando bem orientada e realizada regularmente, pode

ocasionar vários benefícios, tais como manutenção da independência e autonomia

maior longevidade, melhora da capacidade fisiológica em portadores de doenças

crônicas, além, dos benefícios psicológicos e sociais, como por exemplo, a melhora

da auto-estima e o contato social.

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Entretanto questiona-se sobre os efeitos da interrupção de programas de

atividade física regular para idosos, visto que a perda nos níveis de adaptação

adquirida no treino está intimamente relacionada ao período de tempo em que foram

adquiridos (ZATSIORSKY, 1999). Como regra geral: quanto maior o período de

treinamento, maior será o período de destreino, ou seja, toda aquisição que se

ganha lentamente e em um tempo prolongado, mantém-se com mais facilidade e

perde-se com mais lentidão, do que as aquisições conseguidas rapidamente e em

um curto período de tempo (BARBANTI, 1994).

O período interrupção ou redução do volume de treinamento, ou seja, o

destreino caracteriza-se por ser um processo de descondicionamento que afeta o

desempenho através da diminuição da capacidade fisiológica (FLECK & KRAEMER,

1999).

Alguns estudos relacionados ao período de interrupção de exercício físico

para idosos demonstraram que em 8 semanas de interrupção de um programa de

exercícios com pesos livres houve um efeito negativo na força muscular de mulheres

idosas, especialmente após a oitava (8ª) semana e que ocorreu um decréscimo

estatisticamente significativo na força muscular de ambas extremidades (RASO,

MATSUDO e MATSUDO, 2001).

Em 12 semanas de interrupção de um programa de ginástica verificou-se que

houve diferença estatisticamente significativa nas variáveis antropométricas da

massa corporal e do IMC, e nas fisiológicas de consumo máximo de oxigênio e no

teste de flexibilidade, concluindo que as atividades ministradas no programa foram

de baixo teor metabólico a ponto de não favorecer a uma melhora no consumo

máximo de oxigênio e que durante o período de férias os sujeitos passaram a

caminhar mais (em tempo e distância), o que pode ter melhorado essa variável

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durante este período (SILVA, OLIVEIRA e MADUREIRA, 2006).

De acordo com Raso, Matsudo e Matsudo (2001) embora existam estudos

que demonstrem os efeitos da interrupção subseqüente a um programa de

exercícios com pesos em adultos de ambos os sexos, a quantidade de trabalhos que

têm características semelhantes em populações idosas é extremamente baixa.

Deste modo torna-se relevante verificar os efeitos do período de interrupção

de exercício físico regular nos idosos quanto as variáveis da aptidão física

relacionadas à saúde. O período de interrupção (destreino) da pratica de exercício

físico regular pelos idosos, ocorrem, normalmente, nas férias de verão e/ou inverno.

Este estudo, também, justifica-se pela necessidade de informar aos

profissionais da área da saúde e a comunidade em geral, sobre a importância dos

programas de atividade física, em especial, das atividades aquáticas (natação e

hidroginástica) para os idosos e o benefício que este poderá proporcionar na aptidão

física relacionadas à saúde, bem como, a manutenção da aptidão física no período

de interrupção dos programas (férias de verão e/ou inverno) com outras atividades

físicas.

Assim, esta pesquisa tem como objetivo geral:

-Verificar a influência do período de interrupção de 12 semanas na aptidão

física de mulheres idosas praticantes de atividades aquáticas.

Esse estudo tem como objetivos específicos:

- Identificar a aptidão física das idosas antes e após o período de interrupção

de 12 semanas de atividades aquáticas;

-Comparar a aptidão física antes e após o período de interrupção de 12

semanas de atividades aquáticas.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 APTIDÃO FÍSICA E O IDOSO

A aptidão física é a capacidade funcional do individuo de executar uma

determinada tarefa. (LIMA 2002).

Segundo Guccione (2000) as alterações associadas à idade relacionadas que

são a estruturas físicas e ao funcionamento, do organismo e que afetando a

capacidade de sobrevivência da pessoa ou funcionamento são chamadas de

envelhecimento biológico.

Com o aumento da idade as pessoas se tornam menos ativas e com isso

ocorre uma perda na capacidade funcional e uma diminuição na pratica de atividade

física, ocasionando o surgimento de doença que ajudam a deteriorar o processo de

envelhecimento. (MATSUDO, 2000). O benefício mais importante do exercício é o

aumento de 6 a 10 anos na expectativa de vida ajustada à qualidade de vida.

(SHEPHARD, 2003).

Logo, de acordo com os autores acima, o envelhecimento associa-se

obrigatoriamente à redução na capacidade aeróbia máxima, da força muscular, das

respostas motoras mais eficientes, da capacidade funcional geral, ou seja, à redução

da aptidão física (OKUMA, 1998), e que todos estes fatores, além dos psicológicos e

sociais, podem ser alterados com a atividade física (GOBBI, 1997).

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Os resultados de estudos sugerem que a pratica de exercício físico regular é

importante para a manutenção e a melhora no índice de aptidão física geral em

idosos No estudo realizado por Etchepare et al. (2003) que teve como objetivo

verificar o efeito da prática da hidroginástica sobre as variáveis da aptidão física

(equilíbrio estático, agilidade e flexibilidade) em idosas, concluiu que houve melhora

em todas as qualidades físicas testadas, ou seja, melhorou o índice de aptidão física

geral das idosas praticantes de exercício físico regular.

2.1.1 Capacidade Aeróbia

Capacidade aeróbia é a capacidade do sistema cardiopulmonar em oferecer

aos músculos ativos oxigênio e sangue e desses músculos em utilizar o oxigênio e

substratos energéticos para realizar trabalho durante esforço físico máximo.

(ASTRAND e RODAHL apud SPIRDUSO ,1999)

Essa capacidade aeróbia segundo o mesmo autor é determinada aferindo o

consumo máximo de oxigênio (VO2) que pode ser adquirido durante o trabalho

físico.

Conforme Kauffman (2001), com o envelhecimento ocorre uma queda no

desempenho cardíaco e com isso a diminuição das reservas cardíacas. Com o

envelhecimento tende a diminuir também o consumo máximo de oxigênio (VO2

máx.) uma medida do aporto de oxigênio corporal total na expiração e um índice de

condicionamento cardiovascular e pulmonar total.

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O mesmo autor destaca que os idosos que praticam exercícios físicos

regularmente são capazes de reverter muitas das alterações associadas à idade na

função cardiovascular exibindo uma menor redução do VO2 max.

As perdas podem ocorrer em maior ou menor grau, vai depender da pratica

de atividade física regular e dos fatores genéticos do individuo. (MAZO, 2004)

Estudos apontam que as pratica de atividade física pode ocasionar uma

melhora na capacidade aeróbia, Zago e Gobbi (2003) dizem que quando idosos

sedentários passam a freqüentar programas de atividade física, há uma melhora

significativa na capacidade aeróbia tanto dos homens quanto das mulheres.

2.1.2 Flexibilidade

Flexibilidade foi definida por Gobbi, (2003) como a amplitude máxima de

movimento em uma ou mais articulações.A flexibilidade é um componente da

aptidão física que é requisitada a todo o momento no cotidiano do individuo.

Para Dantas (1999), a flexibilidade é essencial para o desempenho das

tarefas cotidianas, a manutenção da postura, e principalmente para a manutenção

da mobilidade e motricidade em geral.

Segundo Heyward (2004) a flexibilidade é um importante componente da

aptidão física relacionada à saúde, com isso a flexibilidade em um nível adequado

ajudar a manter a independência funcional na vida diária de um individuo, tais como

abaixar para pegar algo, sair de dentro de um carro, entre outros.

Segundo Mazo; Lopes e Benedetti, (2004), não se sabe ao certo se a

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flexibilidade diminui com o envelhecimento ou com a diminuição da amplitude na

pratica de atividade física ou pelos dois. A flexibilidade reduzida pode trazer

implicações para saúde, principalmente quanto a dores lombares, lesões s

articulares e musculares. Fazendo alongamento diariamente pode-se obter um

aumento na amplitude do movimento e conseqüentemente um melhor desempenho

nas atividades da vida diária.

Em estudo realizado por Silveira (2006) o qual avaliou a flexibilidade dos

membros inferiores de 51 idosos participantes do programa de hidroginástica, foi

possível verificar uma melhora na flexibilidade dos mesmos concluindo que a

participação de idosos em programas de atividade física, como a hidroginástica,

pode melhorar os níveis de flexibilidade nesses indivíduos.

2.1.3 Coordenação

Coordenação é o intercâmbio do sistema nervoso central e da musculatura

esquelética num movimento ou numa série de movimentos (BARBANTI, 2003) logo

é sempre necessário manter o nível de coordenação bom (SPIRDUSO, 2005) cita

que a coordenação significa organizar e ativar músculos grandes e pequenos com a

magnitude de força correta na seqüência mais eficiente.

Ela é importante para executar atividades do cotidiano do idoso, como andar,

levantar, abrir uma porta, tomar banho entre outros. Portanto é importante manter os

níveis de coordenação bons para contribuição na boa qualidade de vida do idoso, na

prevenção de quedas, pois será mais fácil retomar o equilíbrio caso o perca, (ZAGO,

Page 15: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

15

2002)

Com o envelhecimento existe uma redução nos movimentos que exige

coordenação. A coordenação depende da interação de outros componentes da

aptidão física, como: forca, flexibilidade, resistência entre outros. Pode a

coordenação ser trabalhada através de jogos e exercícios. MAZO; LOPES e

BENEDETTI, (2004).

Em um estudo que avaliou os níveis de coordenação motora de 10 idosas

participantes de atividade física generalizada, verificou-se que a prática contribuiu

para a melhora e ou manutenção do nível de coordenação motora das idosas,

amenizando os efeitos do processo de envelhecimento nessa habilidade. DIAS e

DUARTE, (2005).

2.1.5 Força

Forca muscular é a quantidade de forca que um músculo produz para realizar

uma contração (SPIRDUSO, 2005)

A mais importante alteração relacionada à idade no sistema neuromuscular é

o declínio da força muscular estática, dinâmica e elétrica evocada. Este fenômeno

geralmente ocorre nos membros superiores e inferiores de homens e mulheres

Geralmente esse declínio ocorre no inicio da terceira década de vida e acelera na

sexta e sétima década (KAUFFMAN, 2001).

O mesmo autor menciona que o treinamento de força em pessoas idosas

mostrou que mesmo com a idade, o potencial para aumentar a força muscular é

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mantido com rotinas de exercícios simples de calistenia sem o uso de equipamentos

com exercícios de hipertrofia e exercícios isotônicos, isométricos e isocinéticos

obtendo resultados.

O aumento da hipertrofia e da força, juntamente com as alterações da

composição corporal e hormonal, além das adaptações do sistema nervoso, tem um

impacto representativo nas atividades da vida diária e na independência funcional do

idoso (GUCCIONE,2000)

Segundo Hopp e Thompson apud Frontera, (2001) a habilidade para gerar e

força é inversamente proporcional à idade, ou seja, com o aumento da idade a forca

diminui. O músculo perde massa à medida que envelhece, por causa da diminuição

dos neurônios motores.

Com a melhora da forca pode ocorre uma melhora no equilíbrio, coordenação

e nas habilidades da vida diária, (FRONTERA, 2001).

Segundo Spirduso (2005) à medida que os indivíduos envelhecem as

aptidões físicas como a força e a resistência muscular tornam-se mais importante. A

força de perna adequada pode evitar que o individuo caia, pois permite corrigir

perdas de equilíbrio momentâneo a tempo de evitar situações de quedas, e a força

da musculatura da parte superior do corpo pode reduzir a quantidade de lesões que

resultam de uma queda interrompendo a aceleração da queda ou estabilizando as

articulações durante esta.

2.1.6 Agilidade/ Equilíbrio Dinâmico

Page 17: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

17

O equilíbrio dinâmico é o uso pertinente das informações internas e externas

para reagir a perturbações de estabilidade e ativar o músculo para trabalhar em

coordenação de modo a prevenir mudanças no equilíbrio (SPIRDUSO, 2005). Nas

atividades diárias constantemente o individuo precisa ser ágil para executar uma

tarefa com eficiência, (MAZO; LOPES e BENEDETTI, 2004), cita que a agilidade

permite mudar a direção do movimento de um lugar para o outro ou a posição do

corpo no menor tempo possível.

A agilidade é a capacidade de mudar de posição e direção rapidamente, com

precisão e sem a perda de equilíbrio. A agilidade depende de velocidade, força,

equilíbrio e coordenação. Ela é muito importante no mundo dos esportes, mas

também é útil quando se pretende evitar lesões em atividades recreativas e em

situações de práticas esportivas. Ela pode ser melhorada com prática e experiência

(SHARKEY 1998)

Segundo Spirduso (2005) os principais sistemas sensoriais responsáveis pelo

o equilíbrio são o visual, o vestibular (o ouvido interno) e o somatosensorial.

O comprometimento nesses sistemas é resultado do processo de

envelhecimento contribuindo assim para a perda do equilíbrio.

O sistema vestibular é o responsável por dar informações de referencias

necessárias para controlar a oscilação postural e o equilíbrio dinâmico.

Com envelhecimento a quantidade de oscilação da postura sobre uma base

de apoio na postura bípede aumenta, esse aumento ocorre mais em mulheres do

que nos homens e mais no equilíbrio sobre uma perna que na postura em pé sem

movimento.

Para manter o equilíbrio dinâmico, caminhar e prevenir quedas é importante

Page 18: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

18

forca da perna distal. O exercício físico fortalece os músculos aumenta a

flexibilidade, mantém o peso corporal, diminui o risco de doença cardiovascular e

reduza a probabilidade de necessidade de medicação, e pode contribuir

significativamente para a prevenção de quedas.

Utilizando a bateria de testes da AAHPERD Salim et al. (2006) verificou que o

equilíbrio estático e dinâmico de praticantes de hidroginástica e natação em 22

mulheres e 17 homens teve resultados satisfatórios em ambos os testes. Sendo que

no equilíbrio dinâmico 43% mantiveram os resultados dentro do estabelecido e 56%

tiveram resultados superiores ao índice máximo desejado. No equilíbrio estático 62%

apresentam bom equilíbrio (39%) e mantêm-se próximos ao escore mínimo para

idade.

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3 METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Este estudo foi de campo do tipo comparativo, constituindo-se da coleta de

dados e registro de variáveis para posteriores análises. Este tipo de pesquisa não

permite o isolamento e controle de variáveis supostamente relevantes, mas permite

estabelecer relações entre as mesmas (RUIZ, 1996).

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população desta pesquisa foi composta por 100 (cem) idosos, 90 do sexo

feminino e 10 masculino, do programa de hidroginástica e natação do Grupo de

Estudos da Terceira Idade – GETI da Universidade do Estado de Santa Catarina -

UDESC. O processo de amostragem foi casual, assistemático, pois se pretendeu

que voluntariamente as pessoas aceitassem participar da pesquisa.

A amostra foi constituída por 31 idosos do sexo feminino, com = 68,97 anos

(SD = 5,34) praticantes de hidroginástica (23) e natação (8) que fizeram os testes da

Bateria da AAHPERD em novembro de 2005 e março de 2006.

Nesse estudo a opção da amostra ser do sexo feminino se dá ao fato que os

Page 20: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

20

valores normativos da aptidão funcional geral existente no Brasil, avaliados por meio

da bateria de testes da AAHPERD, foram desenvolvidos, até o momento, para o

sexo feminino, por Zago e Gobbi (2003) e Benedetti et al. (2006).

3.3 INSTRUMENTOS

- Formulário com dados de identificação das idosas (gênero, idade e

programa);

- A bateria de testes para idosos da American Alliance for Health, Physical

Education, Recreation and Dance - AAHPERD (OSNESS et al., 1990), que

apresenta testes motores que avaliam a coordenação (COO), resistência de força

(RESISFOR), flexibilidade (FLEX), agilidade e equilíbrio dinâmico (AGIL), e a

resistência aeróbia geral (RAG), ou seja, a aptidão funcional dos idosos.

3.4 COLETA DE DADOS

Esta pesquisa faz parte da pesquisa intitulada “Desenvolvimento de valores

normativos para a bateria de testes da AAHPERD para idosos” que foi aprovada no

Comitê de Ética da UDESC em 29/03/2005, processo nº 163/2005 (Anexo A).

Os dados foram coletados por alunos do CEFID/UDESC previamente

treinados. Foi feito inicialmente um contato pessoal com os idosos do Programa

Page 21: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

21

GETI/UDESC, onde foi explicado o objetivo da pesquisa e solicitada a sua

colaboração nesta, após foi agendada a data, o horário e o local para aplicação dos

testes.

No dia do teste foi explicado para os idosos como deviam realizar os testes,

conforme protocolo (Anexo B). Os idosos ao concordarem em participar da pesquisa

assinaram o termo de consentimento em duas vias, ficando uma via de posse do

idoso e outra do GETI (Anexo C). Após foram aplicados os teste da bateria da

AAHPERD. As idosas participavam do programa de natação e hidroginástica durante

um período mínimo de 6 meses no ano de 2005, fizeram os testes físicos em

novembro de 2005 e após um período de interrupção de 12 semanas, foram

avaliadas novamente em março de 2006. Os testes foram aplicados no ginásio e na

pista de atletismo do CEFID/UDESC.

3.5 TRATAMENTO DOS DADOS

Os resultados dos testes foram comparados com os valores normativos para

a bateria da AAHPERD elaborados por Zago e Gobbi (2003) para mulheres idosas

com idade entre 60 a 70 anos e do relatório de pesquisa de Benedetti et al. (2006)

para mulheres idosas com idade entre 70 a 79 anos.

Tabela 1 Valores normativos da bateria de testes da AAHPERD, baseados no cálculo de percentis, de mulheres entre 60 e 70 anos.

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Fonte: Zago e Gobbi (2003

Tabela 2 Valores normativos da bateria de testes da AAHPERD, baseados no cálculo de percentis, de mulheres entre 70 e 79 anos.

Fonte: Beedetti et al (2006)

Os valores normativos para a população de idosas de 60 a 70 anos e para a

população de idosas de 70 a 79 anos usam a mesma classificação de 5 níveis, de

acordo com a tabela abaixo (Tabela 3).

Tabela 3 Classificação dos testes motores e do Índice de Aptidão Funcional Geral (IAFG),

referentes aos pontos obtidos em cada teste da bateria da AAHPERD, de mulheres ativas entre 60 e 70 e 70 e 79 anos.

Testes motores Categoria RAG IAFG 0-19 Muito fraco 0-99 20-39 Fraco 100-199 40-59 Regular 200-299 60-79 Bom 300-399 80-100 Muito bom 400-500

Para obter o Índice de Aptidão Funcional Geral (IAFG) deve-se fazer o

somatório dos percentis de cada teste conforme resultado, de acordo com as tabelas

de cada extrato etário, ou seja, idosas de 60 a 70 anos e idosas de 70 a 79 anos.

Feito o somatório, toma-se o valor e verifica-se a classificação de acordo com a

tabela 3. As tabelas 1 e 2 trazem os percentis para cada categoria da avaliação.

Dessa forma, para valores exatos dos percentis de acordo com o desempenho,

Classificação Percentil COO(s) RESISFOR (rep)

FLEX (cm) AGIL (s) RAG (s)

Muito fraco 0-19 25,3 – 14,6 10 – 17 11,5 – 24,0 44,4 – 26,5 727 – 547 Fraco 20-39 14,5 – 12,8 18 – 21 24,5 – 44,5 26,4 – 23,7 546 – 509 Regular 40-59 12,7 – 11,7 22 – 24 45,0 – 53,5 23,6 – 21,5 508 – 491 Bom 60-79 11,6 – 10,1 25 – 28 54,0 – 61,5 21,4 – 19,6 490 – 463 Muito bom 80-100 10,0 – 7,7 29 - 43 62,0 – 82,5 19,5 – 10,3 462 - 393

Classificação

Percentil COO(s) RESISFOR (rep)

FLEX (cm) AGIL (s) RAG (s)

Muito fraco 0-19 >14,5 < 17 < 49,0 > 28,9 > 601 Fraco 20-39 14,4 – 12,1 18 –19 49,1 – 56,0 28,8 – 26,3 600 – 546 Regular 40-59 12,0 – 11,1 20 – 21 57,0 – 62,9 26,2 – 24,4 545 – 525 Bom 60-79 11,0 – 10,2 22 – 24 63,0 – 70,0 24,3 – 22,8 524 – 505 Muito bom 80-100 < 10,1 > 25 >71,0 < 22,7 < 504

Page 23: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

23

deve-se conferir as tabelas dos artigos originais (ZAGO; GOBBI, 2003; BENEDETTI

et al., 2006).

Tabela 4 Exemplo de cálculo do IAFG de mulheres idosas com idade entre 60 a 69 anos.

Fonte: Zago e Gobbi (2003)

Os dados foram organizados no programa excel e analisados no programa

estatístico SPSS 13.0 for Windows. Para verificar a normalidade das variáveis foi

utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov. A distribuição foi normal, valores

superiores a 0,05. Assim, as distribuições das pontuações das idosas no final do

programa (novembro de 2005) e após um período de 12 semanas (março de 2006)

são normais. O tratamento estatístico foi o teste T para amostras

emparelhadas/pareadas, com um nível de significância de p<0,05.

Testes Resultado do Teste Pontos (escore percentil) COO(s) 11,7 57 RESISFOR (rep) 20 33 FLEX (cm) 50,9 51 AGIL (s) 26,4 20 RAG (s) 510 38 IAFG 199

Page 24: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

24

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 5 apresentam-se os resultados descritivos (freqüência simples e

percentagem) acerca dos dados da amostra referentes à avaliação da aptidão física

no final do programa (novembro de 2005) e após o período de interrupção de 12

semanas (março de 2006).

Tabela 5 Freqüência (f), percentagem (%), Média (X), desvio padrão (sd) aptidão física no final do programa (novembro de 2005) e após o período de interrupção de 12 semanas (março de 2006).

Verificou-se na Tabela 5 que o índice de aptidão física geral - IAFG no final do

programa era na maioria regular (54,8%) passando a ser fraca (58,1%) após o

período de interrupção de 12 semanas, acorrendo assim uma queda no IAFG bom

Final do programa Após período de interrupção

Aptidão física f %

X

sd f %

X

sd Coordenação Boa 19 61,3 4 13,0 Regular 5 16,1 2 6,5 Fraca 7 22,6

11,35

1,98

25 80,6

15,70

4,84

Flexibilidade Boa 20 64,5 17 54,9 Regular 4 12,9 8 25,8 Fraca 7 22,6

61,97

10,85

6 19,4

61,32

9,36

Agilidade Boa 0 0 4 13,0 Regular 2 6,5 5 16,1 Fraca 29 93,6

30,28

4,00

22 70,9

26,66

3,68

Força membros superiores Boa 6 19,4 6 19,4 Regular 2 6,5 4 12,9 Fraca 23 74,2

18,10

4,69

21 67,7

19,19

5,06

Capacidade Aeróbia - RAG Boa 9 32,0 10 32,3 Regular 6 19,4 3 9,7 Fraca 16 51,7

525,65

61,08

18 61,1

532,87

58,17

IAFG Bom 4 12,9 3 9,7 Regular 17 54,8 10 32,3 Fraco 10 32,3

212,68

80,03

18 58,1

198,45

76,47

Total 31 100 31 100

Page 25: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

25

de 12,9% para 9,7% e do regular de 54,8% para 32,3%.

No estudo realizado por Etchepare et al. (2003) que teve como objetivo

verificar o efeito da prática da hidroginástica sobre as variáveis da aptidão física

(equilíbrio estático, agilidade e flexibilidade) em mulheres na terceira idade, após 20

sessões de exercícios numa amostra composta por 15 mulheres, concluiu que houve

melhora em todas as qualidades físicas testadas, ou seja, melhorou o índice de

aptidão física geral das idosas praticantes de exercício físico regular.

Os resultados no levam a crer que a pratica de exercício físico regular é

importante para a manutenção e a melhora no índice de aptidão física geral em

idosos e que para tanto se faz necessário o incentivar os idosos a praticarem

exercício físico regularmente, a fim de manterem a sua qualidade de vida.

Simons (2006) em estudo, com sujeitos idosos, na maioria mulheres (45

mulheres e 19 homens), foi aplicada a bateria de testes da AAHPERD, foi avaliado a

força, resistência, coordenação, agilidade e flexibilidade em três grupos: um grupo

fazia treinamento de força, o outro treinamento cardiovascular e um terceiro, que

servia de grupo controle. Ao analisar os resultados foi possível observar melhoras

significativas em todas as variáveis.

Em relação à coordenação no final do programa a maioria das idosas

apresentou a coordenação boa (61,30%) e após o período de interrupção de 12

semanas a coordenação estava fraca (80,6%). Isso demonstra com isto que

atividade física influencia na coordenação.

Vários sistemas modificam-se com o envelhecimento e podem afetar o

equilíbrio, predispondo o idoso à quedas. A diminuição dos mecanismos de

equilíbrio (principalmente o da estabilidade postural); o prejuízo da audição e visão;

a diminuição da função vestibular; a diminuição da sensibilidade vibratória e

Page 26: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

26

propriocepção; a diminuição da força muscular e as alterações posturais afetam as

tarefas motoras que solicitam equilíbrio e motricidade global. (MOURA et al. 1999)

Estudo como o de Ourania et al. (2003) que verificou melhoras significativas

em variáveis como equilíbrio, coordenação, flexibilidade e força muscular, após doze

semanas de exercícios físicos realizados com mulheres idosas,

Quanto à flexibilidade observou-se que a maioria das idosas no final do

programa tinha boa flexibilidade (64,5%) e que esta se manteve boa (54,9%) após

um período de interrupção de 12 semanas. O número de idosos com a flexibilidade

considerada regular aumentaram após o retorno as atividades de 4 (12,9%) para 8

(25,8%).

De acordo com Zago e Gobbi (2003) a flexibilidade é crucial para o

movimento e essencial para a aptidão funcional do idoso. Entretanto, ao nível de

flexibilidade é reduzido em muito ao envelhecer (VALE, NOVAES e DANTAS, 2005).

Uma das principais medidas que devem ser tomadas para que o envelhecimento

não prejudique a atividade funcional de um indivíduo, segundo o ACSM (1998) é a

pratica regular de atividade física, podendo melhorar entre muitas variáveis a

flexibilidade.

Estudo realizado, em uma amostra de 51 idosos do programa de

hidroginástica do Grupo de Estudos da Terceira Idade – GETI da Universidade do

Estado de Santa Catarina – UDESC, teve um resultado positivo em relação à

melhora dos níveis de flexibilidade após o programa de atividade física de 6 meses

(SILVEIRA, 2006).

Em estudo de Simons (2006) constatou-se que a flexibilidade melhorou

significativamente nos grupos de idosos que participaram do treinamento de força

(10%) e treinamento cardiovascular (11%) em comparação ao grupo controle (2%).

Page 27: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

27

Deste modo, observa-se que a prática de exercício físico regular traz benefícios

quanto à melhora da flexibilidade em idosos.

Em relação à agilidade ou equilíbrio dinâmico. Verificou-se que a maioria das

idosas no final do programa apresentou a agilidade fraca (93,6%) e após um período

de interrupção de 12 semanas manteve-se fraca (70,9%), porém houve uma melhora

da agilidade considerada como boa em 12,9% (4) das idosas e regular em 16,1%

(5).

Segundo Sharkey (1998) a agilidade é a capacidade de mudar de posição e

direção rapidamente, com precisão e sem a perda de equilíbrio. A agilidade depende

de velocidade, força, equilíbrio e coordenação. E é muito importante quando se

pretende evitar lesões em atividades recreativas e em situações de práticas

esportivas. Podendo ser melhorada com prática e experiência.

Estudo realizado com 40 mulheres em que a metade era praticante de

hidroginástica a mais de 6 meses e a outra metade sedentária, obteve-se um escore

no resultado do teste da escala de equilíbrio de Berg (EEB) para mulheres

praticantes de hidroginástica significativamente maior que a média obtida no grupo

sedentário, concluindo que possivelmente a pratica de hidroginástica contribui para

melhoria do equilíbrio e conseqüentemente redução no risco de queda de mulheres

da terceira idade (AGUIAR et al., 2006).

Nesse estudo, em relação ao teste de força dos membros superiores,

observa-se que a maioria das idosas manteve sua força como fraca, mas acorreu

um decréscimo do final do programa de 74,2% (23) para 67,7% (21) idosas após um

período de interrupção de 12 semanas, e um aumento da força considerada regular

para 12,9% (4) idosas depois da pausa.

Estudo realizado em uma amostra constituída por oito mulheres idosas

Page 28: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

28

saudáveis que foram envolvidas previamente à interrupção, em um programa de

exercícios com pesos livres durante 12 semanas, três vezes por semana, três séries

de 10 repetições a 50%1-RM para seis tipos de exercícios para membros superiores

e inferiores, verificou que após o período de interrupção de 8 semanas ocorreu um

decréscimo estatisticamente significativo na força muscular de ambas extremidades.

Logo a interrupção de exercícios com pesos livres produz efeito negativo na força

muscular de mulheres idosas, especialmente após a oitava (8ª) semana (RASO,

MATSUDO e MATSUDO, 2001).

Segundo Spirduso (2005) à medida que os indivíduos envelhecem as

aptidões físicas como a força e a resistência muscular tornam-se mais importante. A

força de perna adequada pode evitar que o individuo caia, pois permite corrigir

perdas de equilíbrio momentâneo a tempo de evitar situações de quedas, e a força

da musculatura da parte superior do corpo pode reduzir a quantidade de lesões que

resultam de uma queda interrompendo a aceleração da queda ou estabilizando as

articulações durante esta.

Em relação aos resultados da capacidade aeróbia (RAG) (Tabela 5) a maioria

das idosas apresentou a RAG fraca no final (16) e após a pausa de 12 semanas (18)

do programa. Havendo um aumento de idosas (2) com a RAG fraca após o período

de interrupção. A RAG manteve-se boa no final e após o período de interrupção de

12 semanas em 9 idosas (32%). Observa-se que um período de interrupção de

exercícios por 12 semanas ocasiona uma diminuição na RAG.

Em estudo de Martins (2006) com 52 idosas com idade média de 68,62 (+

4,8) anos, participantes dos programas de natação (n=12) e hidroginástica (n=40) no

Grupo de Estudos da Terceira Idade (GETI) da UDESC verificou-se que mais da

metade (55,7%) dos participantes tiveram baixo escore de capacidade aeróbia;

Page 29: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

29

sendo 28,8% classificados como “fraco” e 26,9% como “muito fraco”, após seis

meses de prática.

Diante destes resultados Matsudo et al. (2000) diz que os efeitos do

envelhecimento na aptidão física acontecem na redução da potência aeróbia em

torno de 1% ao ano que começam próximo aos 50 anos, porém nos indivíduos ativos

essas perdas são menores. Isso explicaria valores tão baixos de RAG e nos sugere

que talvez estes valores pudessem ser menores se os idosos não praticassem

regularmente nenhum tipo de exercício físico.

Entretanto, Zago e Gobbi (2003) dizem que quando idosos sedentários

passam a freqüentar programas de atividade física, há uma melhora significativa na

capacidade aeróbia tanto dos homens quanto das mulheres. Essa afirmação nos

leva novamente a propor que talvez os níveis de RAG pré-exercício eram menores

que os atuais, e que o exercício teria trazido sim uma melhora desta variável, por

mais que esta ainda não seja a ideal.

Assim, torna-se importante que as idosas mantenham-se ativas para que sua

RAG mantenha-se ou melhore. As atividades aquáticas melhoram o

condicionamento cardiorespiratório (CHU et al., 2004; CIDER et al., 2005).

Na Tabela 6 apresenta-se a comparação da avaliação da aptidão física no

final do programa (novembro de 2005) e após o período de interrupção de 12

semanas (março de 2006), bem como a média, desvio padrão, intervalo de

confiança e o teste t.

Page 30: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

30

Tabela 6 Média ( ), desvios padrão (sd), Intervalo de Confiança (95%IC), teste t para amostras pareadas (t) e nível de significância (p) da aptidão física no final do programa (novembro de 2005) e após o período de interrupção de 12 semanas (março de 2006)

Variáveis Sd 95%IC t p

Coordenação novembro 2005

X Coordenação março 2006

-4,35

3,99

-5,82-2,88

-6,06

0,000*

Flexibilidade novembro 2005

X Flexibilidade março 2006

0,65

5,89

-1,51-2,81

-0,61

0,545

Agilidade novembro 2005

X Agilidade

março 2006

3,62

2,79

2,59-4,65

7,21

0,000*

Força novembro 2005

X Força de

março 2006

-1,09

3,07

-2,22-0,29

-1,99

0,056

RAG novembro 2005

X RAG

março 2006

-7,23

30,33

-18,35-3,90

-1,33

0,195

IAFG novembro 2005

X IAFG

março 2006

0,29

0,53

-0,48-0,09

-3,06

0,005*

*p<0,05 RAG= capacidade aeróbia

Na Tabela 6 verificou-se diferença estatisticamente significativa da

coordenação (p=0,000), da agilidade ou equilíbrio dinâmico (p=0,000), e do IAFG

(p=0,005) entre o final do programa e após o período de interrupção de 12 semanas

deste.

Não houve diferença estatisticamente significativa entre o final do programa e

após o período de interrupção para as seguintes aptidões físicas: flexibilidade

(p=0,545), a força dos membros superiores (p=0,056) e RAG (p=0,195).

O IAFG e a coordenação entre o final do programa e após um período de

interrupção de 12 semanas apresentaram diferença estatisticamente significativa

Page 31: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

31

(p<0,05), demonstrando que o período de interrupção interferiu nessas variáveis e,

sendo que as mesmas diminuíram, ou seja, aumentou o número de idosas com a

aptidão física considerada fraca.

A agilidade também apresentou diferença estatisticamente significativa entre

o final do programa e após o período de interrupção de 12 semanas, mas verificou-

se que, após o período de interrupção, aumentou o número (4) de idosas com

agilidade considerada boa (Tabela 5 e 6).

Salim et al. (2006) ao verificar o equilíbrio estático e dinâmico de praticantes

de hidroginástica e natação em 22 mulheres e 17 homens utilizou a bateria de teste

da AAHPERD e teve resultados satisfatórios em ambos os testes. Sendo que no

equilíbrio dinâmico 43% mantiveram os resultados dentro do estabelecido e 56%

tiveram resultados superiores ao índice máximo desejado. No equilíbrio estático 62%

apresentam bom equilíbrio (39%) e mantêm-se próximos ao escore mínimo para

idade.

Segundo a mesma autora o equilíbrio é um dos componentes que contribuem

para dar estabilidade ao corpo e permitir que ele se movimente livre e

independentemente. O déficit traz risco de quedas e delas surgem incapacidades,

medo de novos acidentes e limitações.

Assim, as atividades aquáticas, como observado nos estudos mencionados

acima, trazem benefícios ao equilíbrio dinâmico e à agilidade dos idosos e por isso

são atividades que devem ser estimuladas e aplicadas aos idosos com a finalidade

diminuir perdas nessa variável tão importante para qualidade de vida, independência

e mobilidade do idoso.

A coordenação motora dos idosos (Tabela 6) também teve diferenças

estatísticas significativas. Estudo de Dias e Duarte (2002) sobre os níveis de

Page 32: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

32

coordenação motora de 10 idosas participantes de atividade física generalizada,

com idade entre 62 e 70 anos, verificaram que esta prática contribui para a melhoria

ou manutenção do nível de coordenação motora das idosas, amenizando os efeitos

do processo de envelhecimento nessa habilidade.

Pereira e Graup (2006) verificaram que houve melhora significativa na

flexibilidade, no equilíbrio estático e na agilidade de 15 mulheres da terceira idade,

após 20 sessões de hidroginástica.

Nesse estudo em relação à flexibilidade não houve diferença estatisticamente

significativa (p<0,05) entre o final do programa e após o período de interrupção de

12 semanas. Estudo realizado por Silveira (2006) que avaliou a flexibilidade de 51

idosos que participam do programa de hidroginástica do Grupo de Estudos da

Terceira Idade – GETI/UDESC no início (março) do programa e após 9 meses de

prática, verificou que a flexibilidade melhorou significativamente.

Diante disto, pressupõe-se que o período de interrupção de 12 semanas não

acarreta uma diminuição significativa na flexibilidade, pelo fato das idosas manterem

bons níveis de flexibilidade, por serem independentes e autônomas nas suas

atividades da vida diária.

Quanto a RAG também não houve diferença estatisticamente significativa

(p<0,05) entre o final do programa e após o período de interrupção de 12 semanas.

Isto pode ser justificado pela capacidade aeróbia ser fraca desde o final do programa

e com o período de interrupção manter-se neste nível.

Estudo realizado por Silva, Oliveira, e Madureira (2006) sobre os efeitos nas

variáveis antropométricas e fisiológicas após um período de 12 semanas de

interrupção de um programa de exercício físico, com uma amostra de 11 mulheres

com idade entre 55 e 69 anos, com duração de 16 semanas, verificou diferença

Page 33: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

33

estatisticamente significativa nos varáveis fisiológicas de consumo máximo de

oxigênio e no teste de flexibilidade, inferindo que as atividades ministradas no

programa de ginástica tenham sido de baixo teor metabólico a ponto de não

favorecer a uma melhora no consumo máximo de oxigênio e que durante o período

de férias os sujeitos passaram a caminhar mais (em tempo e distância), conforme

relatos dos idosos sobre suas atividades nas férias, o que pode ter melhorado essa

variável durante este período.

Em nosso estudo verificaram-se baixos índices na RAG das idosas tanto no

final do programa e após o período após de pausa de 12 semanas, sendo assim

corroboramos que as atividades praticadas por essas idosas não tenham sido com

teor metabólico alto suficiente para favorecer uma melhora no consumo de oxigênio,

portanto sugere-se que seja feita uma reavaliação do programa a fim de melhorar

sua eficiência e eficácia nessa variável.

Diante disto, é consenso na literatura a afirmação de Okuma (1998) que diz

que a atividade física regular e sistemática aumenta ou mantém a aptidão física da

população idosa e tem o potencial de melhorar o bem-estar funcional e,

conseqüentemente, diminuir a taxa de morbidade e mortalidade entre essa

população.

5 CONCLUSÕES

Page 34: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

34

Os resultados demonstram que a pratica de exercício físico regular trouxe

benefícios para a aptidão física geral das idosas e que o período de interrupção

ocasionou perdas na aptidão física geral das idosas. Assim existe uma necessidade

em se estimular à prática de atividade e exercício físico, devidamente orientado por

um profissional preparado para o trato com os idosos, buscando a promoção de um

estilo de vida ativa e, uma melhor aptidão física geral.

Os resultados sugerem também que após um determinado período de

interrupção nos exercícios físicos regulares ocorre uma perda na força das idosas.

Sendo assim é importante manter os idosos em programas de exercícios que

promovem a melhoria da força muscular.

Outros resultados deste estudo revelam que a agilidade e o equilíbrio

dinâmico tendem a melhorar significativamente com a pratica de atividades

aquáticas e com isso faz do profissional de educação física um mediador e

orientador indispensável nesta pratica para uma maior qualidade de vida dos idosos.

Observou-se nesse estudo uma diferença estatisticamente significativa da

coordenação (p=0,000), da agilidade ou equilíbrio dinâmico (p=0,000), e do IAFG

(p=0,005) entre o final do programa e após o período de interrupção de 12 semanas

deste. O IAFG e a coordenação entre o final do programa e após um período de

interrupção de 12 semanas apresentaram diferença estatisticamente significativa

(p<0,05), demonstrando com isto que o período de interrupção interferiu no IAFG e

na coordenação, sendo que estes diminuíram, ou seja, aumentou o número de

idosas com a aptidão física considerada fraca. Neste momento sugere-se a

Page 35: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

35

necessidade das idosas manterem a praticarem atividades físicas mesmo quando

estão em férias para que consigam manter o IAFG em bom nível.

Ressalta-se aqui, mais uma vez, a importância em se intervir com programas

de atividade e exercício físico regular na promoção da saúde das idosas. Para que,

desta maneira os idosos ativos fisicamente possam manter ou elevar este nível, e o

mesmo aconteça em seu nível de aptidão física geral.

A realização de outras pesquisas envolvendo aptidão física e período de

interrupção em idosos deve ser incentivada, visto que estes elementos têm um papel

importante para um envelhecimento saudável. Avaliar estes fatores em outras

populações, como idoso institucionalizado, não participante de grupos de

convivência e, até mesmo para sabermos ate que ponto o envolvimento em

determinadas atividades físicas podem contribuir no período de interrupção de

outras.

Deve-se conscientizar as idosas a materem-se ativas, independente de

estarem vinculadas a programas de atividade física a fim de que melhorem e

mantenham os bons níveis de aptidão física.

E o programa deve se preocupar em desenvolver atividades que

proporcionem a melhora das variáveis que tiveram melhoras após o período de

destreino.

Page 36: programa de atividade física para idosos: aptidão física e período de

36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS

ANEXO A – Bateria de testes da AHHPERD;

ANEXO B – Aprovação do Comitê de Ética;

ANEXO C – Modelo do documento de consentimento por escrito.

Protocolo da bateria de testes físicos da AHHPERD PESO – MASSA CORPORAL Posição do avaliador: Em pé, de frente para a escala de medida. Posição do avaliado: Em pé, de frente para o avaliador.

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Procedimento: O avaliado deve subir cuidadosamente na plataforma, colocando um pé de cada vez e se posicionando no centro da mesma. Realiza-se apenas uma medida. ESTATURA Posição do avaliado: em pé, pés descalços e unidos, procurando estar em contato com o instrumento de medida as superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital. A cabeça deve estar orientada no plano Frankfurt. Posição do avaliador: Em pé, ao lado direito do avaliado (se necessário, subir em um banco para realizar a medida). Procedimento: O cursor (toesa) deve estar em ângulo de 90º em relação à escala, tocando o ponto mais alto da cabeça. São realizados, no mínimo, duas medidas. A cada medida, pede-se para o avaliado sair e retornar à posição. Observações: A MEDIDA E FEITA COM A RESPIRAÇÃO NORMAL. PERÍMETROS/CIRCUNFERÊNCIAS

Braço relaxado

Referência anatômica: ponto central entre o acrômio e a articulação úmero-radial do braço direito. Posição do avaliado: Em pé, coluna ereta, braços ao longo do corpo e palmas das mãos voltadas para a coxa. BRAÇOS ESTENDIDOS AO LONGO DO CORPO. Posição do avaliador: ao lado do avaliado. Procedimento: Marca-se o ponto e envolve o braço com a fita métrica, de forma que se aloje sobre o ponto marcado, e faz-se a medida. Observação: pode se realizar esta medida com o avaliado sentado. Cintura

Posição do avaliado: Em pé, ereto. Posição do avaliador: de frente para o avaliado. Procedimento: Passa-se a fita em torno do avaliado de trás para frente, tendo-se o cuidado em manter a mesma no plano horizontal. Faz-se a leitura após o avaliado realizar uma expiração normal. FITA NA CICATRIZ UMBILICAL (UMBIGO). Quadril Referência anatômica: Maior proporção da região glútea (nádegas). Posição do avaliado: Em pé, coluna ereta, coxas unidas e braços ao longo do corpo. Posição do avaliador: Ao lado direito do avaliado. Procedimento: Faz-se a mensuração no maior perímetro do quadril, levando-se em consideração a porção mais volumosa das nádegas, que é localizada observando-se lateralmente a pelve. Teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (AGIL):

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Posição do avaliado: sentado na cadeira com os pés (calcanhares) tocando o solo Posição do avaliador: próximo ao avaliado Procedimento: Ao sinal de “pronto, já”, move-se para a direita e circunda o cone que está posicionado neste sentido, retornando para a cadeira e senta-se, levantando levemente os pés. Em seguida (imediatamente), o participante se levanta e move-se para a esquerda e circunda o segundo cone posicionado neste sentido, retornando para a cadeira e sentando-se novamente. Isto completou um circuito. O avaliado deverá concluir dois circuitos completos. Observação: demonstrar o teste e o idoso deverá repetir sem contar o tempo (caminhando o mais rápido possível). São realizadas duas tentativas, conta-se o melhor tempo (o menor). Anota-se em segundos como o resultado final.

3,60 m

Início / Fim

1,50 m 1,50m

1,80m 1,80m FIGURA 2 – Ilustração do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (adaptada de OSNESS et al., 1990).

Teste de coordenação (COO):

Posição do avaliado: O participante senta-se de frente para a mesa e usa sua mão dominante para realizar o teste. Posição do avaliador: Próximo ao avaliado com cronômetro na mão. Procedimento: Quando o avaliador sinalizar, o cronômetro é acionado e o participante vira a lata invertendo a sua base de apoio, de forma que a lata 1 será colocada na posição 2; a lata 2 na posição 4 e; a lata 3 na posição 6. Sem perda de tempo, o avaliado, estando agora com o polegar apontado para baixo, apanha a lata 1 e inverte novamente sua base, recolocando-a na posição 1 e, da mesma forma como procedeu colocando a lata 2 na posição 3 e a lata 3 na posição 5, completando assim um circuito. Uma tentativa equivale a realização do circuito duas vezes, sem interrupções. No caso do participante ser canhoto, o mesmo procedimento é adotado, exceto que as latas são colocadas a partir da esquerda, invertendo-se as posições. Para cada participante, são concedidas duas tentativas de prática, seguidas por outras duas válidas para avaliação, sendo estas últimas anotadas até décimos de segundo, e considerado como resultado final o menor dos tempos obtidos. Observação: Inverter a posição das latas no caso de ser canhoto.

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Teste de flexibilidade (FLEX): Organização do teste: Uma fita adesiva de 50,8 cm foi afixada no solo e uma fita métrica de metal também foi afixada no solo perpendicularmente, com a marca de 63,5 cm diretamente colocada sobre a fita adesiva. Foram feitas duas marcas eqüidistantes 15,2 cm do centro da fita métrica (figura 4). Posição do avaliado: O participante, descalço, senta-se no solo com as pernas estendidas, os pés afastados 30,4 cm entre si, os artelhos apontando para cima e os calcanhares centrados nas marcas feitas na fita adesiva. O zero da fita métrica aponta para o participante. Posição do avaliador: ao lado do avaliado, segurando o joelho do avaliado para não permitir que o mesmo se flexione. Procedimento: Com as mãos uma sobre a outra, o participante vagarosamente desliza as mãos sobre a fita métrica tão distante quanto pode, permanecendo na posição final no mínimo por 2 segundos. São oferecidas duas tentativas de prática, seguidas de duas tentativas de teste. O resultado final é dado pela melhor das duas tentativas anotadas.

15 cm

15 cm 63,5 cm

0 cm

Teste de força membros superiores (RESISFOR): Halteres de 1,814 Kg

(mulheres) e para homens de 3,6 Kg, cadeira sem braços.

Organização do teste: cadeira num local confortável e halteres próximos à cadeira. Posição do avaliado: sentado em uma cadeira sem braços, apoiando as costas no encosto da cadeira, com o tronco ereto, olhando diretamente para frente e com a planta dos pés completamente apoiadas no solo. O braço dominante deve permanecer relaxado e estendido ao longo do corpo (mão voltado para o corpo),

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enquanto a mão não dominante apoiada sobre a coxa. O halter deve estar paralelamente ao solo, com uma de suas extremidades voltadas para frente. Posição do avaliador: DOIS AVALIADORES. O primeiro avaliador se posiciona ao lado do avaliado, colocando uma mão sobre o bíceps e outra tríceps do mesmo e a outro avaliador segura o halter que foi colocado na mão dominante do participante, com o cronômetro na mão.

Procedimento: o segundo avaliador, responsável pelo cronômetro, sinaliza

o comando “vai”, o participante contrai o bíceps, realizando uma flexão do cotovelo

até que o antebraço toque na mão do primeiro avaliador, que está posicionada no

bíceps do avaliado. Quando esta prática de tentativa for completada, o halter deve

ser colocado no chão e 1 minuto de descanso é permitido ao avaliado. Após este

tempo, o teste é iniciado, repetindo-se o mesmo procedimento, mas desta vez o

avaliado realiza o maior número de repetições no tempo de 30 segundos, que é

anotado como resultado final do teste.

Teste de resistência aeróbia geral e habilidade de andar (RAG): Organização do teste: em uma pista de atletismo. Posição do avaliado: em pé, no local de saída. Posição do avaliador: próximo ao avaliado, com cronômetro em mãos. Procedimento: ao sinal de “já”, o participante começa a caminhar (sem correr) 804,67 metros na pista de atletismo de 400 m, o mais rápido possível. É anotado o tempo gasto para realizar tal tarefa em minutos e segundos, e posteriormente transformado para segundos. PEGAR A FREQUÊNCIA CARDÍACA.

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ANEXO B – Aprovação do Comitê de Ética

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ANEXO C – Modelo do documento de consentimento por escrito

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS - CEFID

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Título do Projeto: DESENVOLVIMENTO DE VALORES NORMATIVOS PARA A BATERIA DE TESTES DA AAHPERD PARA IDOSOS

TERMO DE CONSENTIMENTO Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e, que recebi de forma clara e objetiva todas as explicações pertinentes ao projeto e, que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo, as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim. Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento. Nome por extenso _________________________________________________________ . Assinatura _____________________________________ Florianópolis, ____/____/____ .