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Secretaria Federal de Controle Interno Programa de Fiscalização em Entes Federativos – V04º Ciclo Número do Relatório: 201701675 Sumário Executivo Manhuaçu/MG Introdução Este documento trata do resultado dos exames realizados pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União no Quarto Ciclo do Programa de Fiscalização de Entes Federativos, instituído pela Portaria CGU nº 208, de 17 de janeiro de 2017. Os trabalhos foram realizados em campo, no município de Manhuaçu/MG, nos meses de junho e julho de 2017. A definição do escopo foi feita a partir de critérios de relevância, criticidade e de materialidade dos programas de governo, buscando verificar a regularidade da aplicação dos recursos públicos federais descentralizados ao município. No que concerne aos recursos da área da saúde descentralizados pelo Ministério da Saúde, os trabalhos de fiscalização incidiram sobre termos de convênio firmados entre o Ministério e o Hospital César Leite de Manhuaçu/MG, no valor total de R$ 3.062.778,90, custeados por meio de Emenda Parlamentar, devidamente inseridas no orçamento do ministério concedente. A ação fiscalizada destinou-se a verificar a legalidade, a economicidade e a eficácia da gestão dos recursos federais descentralizados ao convenente, aplicados em ações de aquisição de equipamentos hospitalares e material médico-hospitalar de uso único. Quanto aos programas/ações do Ministério da Educação, foram avaliadas a aplicação dos recursos do Programa/Ação Educação Profissional e Tecnológica/Apoio à Formação Profissional, Científica e Tecnológica, verificando-se o cumprimento, pela instituição de ensino Colégio América do Norte, dos requisitos para oferta de cursos no âmbito do Pronatec. Por sua vez, quanto aos recursos repassados pelo Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação- FNDE, foram fiscalizadas obras de construção de duas unidades escolares do Programa Proinfância, executadas mediante o Termo de Compromisso nº PAC 9152/2014.

Programa de Fiscalização em Entes Federativos – · Quanto aos recursos destinados pelo Ministério das Cidades, ... execução dos Programas de Governo ou à instauração da

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Secretaria Federal de Controle Interno

Programa de Fiscalização em Entes Federativos – V04º Ciclo Número do Relatório: 201701675

Sumário Executivo Manhuaçu/MG

Introdução

Este documento trata do resultado dos exames realizados pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União no Quarto Ciclo do Programa de Fiscalização de Entes Federativos, instituído pela Portaria CGU nº 208, de 17 de janeiro de 2017. Os trabalhos foram realizados em campo, no município de Manhuaçu/MG, nos meses de junho e julho de 2017. A definição do escopo foi feita a partir de critérios de relevância, criticidade e de materialidade dos programas de governo, buscando verificar a regularidade da aplicação dos recursos públicos federais descentralizados ao município. No que concerne aos recursos da área da saúde descentralizados pelo Ministério da Saúde, os trabalhos de fiscalização incidiram sobre termos de convênio firmados entre o Ministério e o Hospital César Leite de Manhuaçu/MG, no valor total de R$ 3.062.778,90, custeados por meio de Emenda Parlamentar, devidamente inseridas no orçamento do ministério concedente. A ação fiscalizada destinou-se a verificar a legalidade, a economicidade e a eficácia da gestão dos recursos federais descentralizados ao convenente, aplicados em ações de aquisição de equipamentos hospitalares e material médico-hospitalar de uso único. Quanto aos programas/ações do Ministério da Educação, foram avaliadas a aplicação dos recursos do Programa/Ação Educação Profissional e Tecnológica/Apoio à Formação Profissional, Científica e Tecnológica, verificando-se o cumprimento, pela instituição de ensino Colégio América do Norte, dos requisitos para oferta de cursos no âmbito do Pronatec. Por sua vez, quanto aos recursos repassados pelo Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação- FNDE, foram fiscalizadas obras de construção de duas unidades escolares do Programa Proinfância, executadas mediante o Termo de Compromisso nº PAC 9152/2014.

Por sua vez, no que se refere aos recursos destinados pelo Ministério das Cidades, foi verificada a aplicação dos seguintes programas/ações: - 2049 - Moradia Digna / 00AF – Integralização de Cotas ao Fundo de Arrendamento Residencial – FAR, empreendimento denominado Residencial Clube do Sol contemplado no Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV; - 0122 - Serviços Urbanos de Água e Esgoto / 1N08 - Apoio a Sistemas de Esgotamento Sanitário em Municípios de Regiões Metropolitanas, de Regiões Integradas de Desenvolvimento Econômico, Municípios com mais de 50 mil Habitantes ou Integrantes de Consórcios Públicos, execução do Termo de Compromisso nº 0251.768-71/2008 (Siafi nº 653053) firmado entre a União Federal, por intermédio do Ministério das Cidades, representada pela Caixa Econômica Federal, e o município de Manhuaçu/MG, que teve o Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE como interveniente executor.

Indicadores Socioeconômicos do Ente Fiscalizado

População: 79574 Índice de Pobreza: 23,21 PIB per Capita: 14.423,46 Eleitores: 49325 Área: 627

Fonte: Sítio do IBGE.

Informações sobre a Execução da Fiscalização Ações de controle realizadas nos programas fiscalizados:

Ministério Programa Fiscalizado Qt. Montante Fiscalizado

por Programa MINISTERIO DA EDUCACAO

Educação de qualidade para todos

2 3.174.382,35

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DA EDUCACAO 2 3.174.382,35 MINISTERIO DA SAUDE

Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS)

5 3.061.278,90

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DA SAUDE 5 3.061.278,90 MINISTERIO DAS CIDADES

Moradia Digna 1 17.274.460,79 Serviços Urbanos de Água e Esgoto

1 3.888.167,56

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DAS CIDADES 2 21.162.628,35 TOTALIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO 9 27.398.289,60

Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados tendo se manifestado oportunamente conforme registrado em campo específico desse relatório. Dessa forma, cabe ao Ministério supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades.

Consolidação de Resultados

Durante os trabalhos de fiscalização realizados no município de Manhuaçu/MG no âmbito do Quarto Ciclo do Programa de Fiscalização em Entes Federativos, foram constatadas falhas na aplicação dos recursos federais examinados. Dentre estas, destacam-se, a seguir, as de maior relevância. No âmbito dos recursos da área da saúde, com base nos exames realizados, conclui-se que a execução dos termos de convênio firmados entre o Ministério e o Hospital César Leite, no tocante às ações pertinentes ao convenente, está devidamente adequada à totalidade dos normativos, bem como aos regulamentos norteadores da celebração e execução de convênios firmados com a União. Por sua vez, quanto à aplicação dos recursos do Programa/Ação Educação Profissional e Tecnológica/Apoio à Formação Profissional, Científica e Tecnológica, transferidos pelo Ministério da Educação, verificou-se falhas no que diz respeito a repasses financeiros registrados no Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica - Sistec relativos a períodos de aula não frequentados por determinados alunos e a não disponibilização, no portal eletrônico da instituição de ensino, de documentos orientadores dos cursos ofertados no âmbito do Bolsa-Formação. Já no que se refere aos recursos repassados pelo Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação- FNDE para as obras de construção de duas unidades escolares do Programa Proinfância, foram constatadas as seguintes situações: obras relativas a localidade Santo Amaro ainda não iniciadas à época da fiscalização e atraso injustificado na execução das obras de construção de escola tipo Proinfância na localidade de Villa Nova. Quanto aos recursos destinados pelo Ministério das Cidades, referente ao empreendimento Residencial Clube do Sol contemplado no Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV, verificou-se que, até o momento, as obras de implantação do empreendimento não foram concluídas, totalizando um atraso de 40 meses em relação à data originalmente estabelecida. No entanto, apesar de terem ficado um período paralisadas, atualmente, as obras estão em andamento, com previsão de conclusão para abril de 2018. Já no que concerne ao Termo de Compromisso nº 0251.768-71/2008 (Siafi nº 653053) executado pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE do município de Manhuaçu/MG, foram constatadas as seguintes situações: - Falta de funcionalidade nas obras realizadas com recursos do Termo de Compromisso decorrente de falhas no projeto original;

- Falhas no Pregão nº 039/2009 para o fornecimento de tubos destinados a construção de interceptores, com possibilidade de restrição ao caráter competitivo do certame; - Falhas na Concorrência nº001/2009 para a execução da ETE, relacionadas a cláusula do edital restritiva à competitividade; - Falhas na Concorrência nº 002/2009 para a implantação da rede interceptora e interligação da rede coletora de esgoto sanitário, relacionadas a cláusulas restritivas do edital e a descumprimento de exigência de qualificação técnica; - Objeto do Termo de Compromisso paralisado desde 2011, com as obras e materiais adquiridos em deterioração e/ou sujeitos a intempéries.

Ordem de Serviço: 201701378 Município/UF: Manhuaçu/MG Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO Instrumento de Transferência: Não se Aplica Unidade Examinada: COLEGIO AMERICA DO NORTE Montante de Recursos Financeiros: R$ 2.903.876,27 1. Introdução

Os trabalhos foram realizados junto ao Colégio América do Norte, localizado no município de Manhuaçu/MG, no período de 05 de junho de 2017 a 13 de julho de 2017, sobre a aplicação dos recursos do Programa 2031 - Educação Profissional e Tecnológica/Ação 20RW - Apoio à Formação Profissional, Científica e Tecnológica, sob a responsabilidade do Ministério da Educação – MEC.

A ação de controle destina-se a avaliar a Bolsa-Formação, executada por meio da Ação 20RW - Apoio à Formação Profissional e Tecnológica, que objetiva ampliar o acesso à educação profissional e tecnológica de qualidade, alinhado com as demandas sociais e do mercado de trabalho locais e regionais, contemplando as especificidades da diversidade e da inclusão. No âmbito da Bolsa-Formação, são ofertados cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional (cursos FIC) e de educação profissional e tecnológica de nível médio (cursos técnicos). Os cursos técnicos podem ser oferecidos nas formas: Concomitante, para estudantes em idade própria; concomitante ou integrada, na modalidade educação de jovens e adultos; e subsequente.

Para a execução do programa a instituição ofertante recebeu repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, no valor total de R$ 3.373.115,28, entre o período de outubro de 2013 a julho de 2017, conforme dados constantes do Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica - Sistec.

A realização deste trabalho de avaliação compreendeu, inicialmente, a análise sob uma amostra aleatória de 80 alunos que foi selecionada, provenientes de 04 das 23 turmas de cursos técnicos ofertados pela instituição, tendo a mesma sido ampliada após a detecção de falhas na execução do programa.

Os trabalhos foram realizados em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal.

Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por este Ministério.

2.1 Parte 1

Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas especiais, as quais serão monitoradas pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Das informações gerais sobre a realização do cursos pelo colégio. Fato Para fins de verificação do cumprimento, por parte da instituição de ensino, do disposto na Portaria MEC nº 817/2015, em especial no que diz respeito a confirmar se os seus cursos constam do catálogo nacional de cursos técnicos do MEC; se são presenciais, bem como se a

carga horária ofertada corresponde ao mínimo disposto na legislação vigente (800 a 1200 horas) e, se as atividades pedagógicas e educacionais são realizadas pela própria instituição de ensino, sem recorrer a outras instituições para efetivar a oferta do curso, foi emitida a Solicitação de Fiscalização n. º 201701378/01, de 14 de junho de 2017.

Em resposta à solicitação, a instituição disponibilizou documentação que comprovou o cumprimento das referidas exigências.

Ressalta-se, entretanto, que por meio de consulta ao seu portal eletrônico, não foram verificados, disponíveis nele, a publicidade dos projetos planos de curso, regimentos, normas internas e demais documentos orientadores dos cursos ofertados no âmbito da Bolsa Formação. ##/Fato##

2.1.2. Repasses financeiros registrados no Sistec, à instituição de ensino, no valor total de R$ 82.024,95, relativos a períodos de aula não frequentados por determinados alunos. Fato Trata-se, o presente trabalho, do resultado da verificação do cumprimento, pela instituição de ensino, do atendimento aos critérios definidos na legislação vigente para recebimento das parcelas do Bolsa – Formação, notadamente aqueles relativos à participação dos estudantes beneficiários dos cursos ofertados.

A instituição fiscalizada, Colégio América do Norte (CNPJ: 06.168.866/0001-92), entidade privada, localizada no município de Manhuaçu/MG, tornou-se habilitada a ofertar cursos no âmbito do Pronatec, em 29 de novembro de 2011. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas - IFSULDEMINAS foi a instituição que avaliou o colégio,

credenciando-o para o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego - Pronatec.

Desta feita, em 12 de julho de 2013, foi firmado, pelo colégio, o Termo de Adesão ao Pronatec, na condição de parceiro ofertante de vagas em cursos de educação profissional técnica de nível médio na forma subsequente, no âmbito da Bolsa – Formação.

No Sistec, sistema que gerencia informações relativas à educação profissional e tecnológica, encontram-se os dados relativos aos cursos, turmas e alunos, informados pela respectiva instituição de ensino. Nele, são também identificados os valores pagos pelo FNDE às mantenedoras das instituições de ensino para financiar as mensalidades dos alunos, o que é realizado somente após a confirmação de matrícula e frequência, por cada estudante, no Sistec.

No caso do Colégio América do Norte, conforme dados dispostos no Sistec, foram repassados pelo FNDE, recursos da ordem de R$ 3.373.115,28, para o pagamento das mensalidades dos alunos matriculados em 23 turmas de cursos técnicos, subdivididos em 09 áreas.

Os cursos, oferecidos no turno noturno, realizados entre outubro de 2013 a julho de 2017, com duração variando entre 1,5 a 2 anos, são os descritos a seguir:

Quadro: Cursos ofertados pela instituição no âmbito do Bolsa-Formação

Curso Duração Técnico em Agricultura 606 16/10/2013 A 16/10/2015 Técnico em Agricultura 593 16/10/2013 A 16/10/2015 Técnico em Agricultura 32666 03/08/2015 a 03/07/2017 Técnico em Eletrônica 601 16/10/2013 A 16/10/2015 Técnico em Eletrônica 16817 05/05/2014 a 05/05/2016 Técnico em Enfermagem 605 16/10/2013 A 16/10/2015 Técnico em Enfermagem 576 16/10/2013 A 16/10/2015 Técnico em Enfermagem 21544 18/08/2014 a 08/07/2016 Técnico em Farmácia 599 16/10/2013 A 16/10/2015 Técnico em Farmácia 21521 18/08/2014 a 08/07/2016 Técnico em Farmácia 32673 03/08/2015 a 03/07/2017 Técnico em Informática 607 16/10/2013 A 16/04/2015 Técnico em Informática 600 16/10/2013 A 16/04/2015 Técnico em Informática 21596 18/08/2014 a 18/12/2015 Técnico em Informática 32659 03/08/2015 a 16/12/2016 Técnico em Meio Ambiente 602 16/10/2013 A 16/04/2015

Técnico em Meio Ambiente 16808 05/05/2014 a 14/10/2015 Técnico em Radiologia 1403 16/10/2013 A 16/10/2015 Técnico em Radiologia 21578 18/08/2014 a 08/07/2016 Técnico em Radiologia 32643 03/08/2015 a 03/07/2017 Técnico em Redes de Computadores 597 16/10/2013 A 16/10/2015 Técnico em Segurança do Trabalho 585 16/10/2013 A 16/10/2015 Técnico em Segurança do Trabalho 21556 18/08/2014 a 08/07/2016

Fonte: dados constantes do Sistec.

Do total de R$ 3.373.115,28 que foram repassados, R$ 435.516, 62 foram gastos com alunos que abandonaram o curso. Representando 12,91% daquele valor, trataram-se de gastos com estudantes que não cumpriram o objetivo do programa, já que não concluíram seus cursos.

Com relação aos alunos que abandonaram seus cursos, quando confrontadas as informações que foram repassadas pela instituição de ensino (obtidas em respostas a solicitações de fiscalização) com os dados que constam no Sistec, em especial os relacionados aos valores das mensalidades que a ela foram repassados pelo FNDE, constatou-se casos de divergências entre as informações, ou seja, enquanto no Sistec consta registrado como tendo sido repassado à instituição, o valor total das mensalidades destinadas a determinado aluno de um curso (mesmo ele tendo o abandonado), nos documentos disponibilizados pela instituição, também provenientes do Sistec, constam que a mesma recebeu os repasses apenas durante o período em que o respectivo aluno compareceu às aulas.

As tabelas que serão apresentadas adiante ilustram esta situação. Elas foram preenchidas com base em informações obtidas por meio de respostas à Solicitação de Fiscalização nº 201701378/01, de 14 de junho de 2017, emitida aos gestores do programa, no Colégio América do Norte, confrontadas com os valores dos repasses que foram realizados à mantenedora desta instituição de ensino, pelo FNDE, e registrados no Sistec.

As informações que foram disponibilizadas pela instituição, tratam-se das fichas de frequência dos alunos da Bolsa – Formação provenientes do colégio e, também, dos registros das frequências lançados pela instituição no Sistec, com a posterior confirmação, ou não, da presença em aula, pelos alunos. De acordo com as regras do programa, a exemplo do parágrafo único, do art. 5.º, da Resolução n. º 30, de 5 de julho de 2013, o pagamento dos valores é realizado em parcelas, pelo FNDE, a partir de solicitação da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação – Setec, somente após a confirmação da frequência de cada beneficiado informada pela instituição de ensino e validada pelo estudante mensalmente.

Nas tabelas, de acordo com as informações que constam no Sistec, estão demonstradas as ocorrências de supostos recebimentos indevidos, pela instituição de ensino, do valor integral das mensalidades relacionados aos alunos que abandonaram os cursos. Dessa forma, a esses alunos, mesmo não tendo concluído seus cursos, teriam sido pagos valores integrais, como se eles os tivessem concluído.

Para efeito de cálculo do valor que teria sido pago a mais, para cada aluno, multiplicou-se o valor da hora aula, pelo total da carga horária não frequentada.

O valor da hora aula pode ser obtido, dividindo-se o valor do repasse integral que foi destinado ao aluno que concluiu o curso (informado no Sistec), pela carga horária total do curso, que foi informada pela instituição e, também, pode ser obtida no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT) do Ministério da Educação.

A título de exemplo, tem-se o valor da hora aula do curso de Técnico em Segurança do Trabalho, cujo período de realização foi de 18 de agosto de 2014 a 18 de julho de 2016. A carga horária deste curso foi de 1.440 horas e o repasse integral das mensalidades, para cada aluno concluinte do curso, de R$ 7.416,00.

Dividindo-se o valor do repasse (R$ 7.416,00), pela carga horária (1.440), obtém-se o valor da hora aula: R$ 5,15. Ressalta-se que, para este curso, o valor da mensalidade foi R$ 309,00, ou seja, 1.440 hs (carga horária) x 5,15 (valor hora aula) /24 (duração do curso em meses) = 309,00.

As tabelas a seguir estão separadas por curso e descrevem o momento a partir do qual o aluno abandonou, obtendo-se, desta forma, os valores que teriam sido indevidamente pagos a mais para a instituição. Os períodos não frequentados pelos alunos foram verificados nos relatórios de frequência do Sistec, disponibilizados em resposta às Solicitações de Fiscalização nºs 201701378/01 e 06, onde estão lançadas, pela instituição ofertante, as presenças e faltas dos alunos, com a confirmação dos mesmos, conforme previsto pelo art. 71 da Portaria MEC nº 817/2015. Ressalta-se que, para efeito de cálculo do prejuízo com as mensalidades que teriam sido pagas indevidamente, nos casos em que o mês de janeiro foi período de férias, ele não foi contabilizado.

Tabela 01 – Valor que teria sido pago a mais aos alunos que abandonaram o curso de Técnico em Segurança do Trabalho (Turma: 21.556) – 18 de agosto de 2014 a 18 de julho de 2016

Aluno

(N. º de CPF descaracterizado)

Valor da

hora aula

(R$)

Valor total das

mensalidades pagas -

mesmo pago ao concluinte

do curso (R$)

Valor da mensalidade

(R$)

Período não frequentado pelo aluno

Duração do curso

(em meses)

Carga horária

total do

curso

Valor pago a mais,

equivalente ao período

não frequentado

(R$)

***.494.566 - ** 5,15 7.416,00 309,00 Fev/16 a Jul/16 (6 meses)

24 1.440 1.854,00

***.273.516 - ** 5,15 7.416,00 309,00 Abr/16 a Jul/16 (4 meses)

24 1.440 1.236,00

***.466.876 - ** 5,15 7.416,00 309,00 Mai/16 a Jul/16 (3 meses)

24 1.440 927,00

Total 4.017,00

Fonte: registros de frequência do Colégio América do Norte e registros lançados no SISTEC.

Tabela 02 – Valor que teria sido pago a mais aos alunos que abandonaram o curso de Técnico em Informática (Turma: 32.659) – 03 de agosto de 2015 a 16 de dezembro de 2016

Aluno

(N. º de CPF descaracterizado)

Valor da

hora aula

(R$)

Valor total das

mensalidades pagas -

mesmo pago ao concluinte

do curso (R$)

Valor da mensalidade

(R$)

Período não frequentado pelo aluno

Duração do curso

(em meses)

Carga horária

total do

curso

Valor pago a mais,

equivalente ao período

não frequentado

(R$)

***.524.276 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Out/15 a Dez/16 (14

meses)

17 1.000 5.097,68

***.750.066 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Set/16 a Dez/16 (4

meses)

17 1.000 1.456,48

***.565.966 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Out/15 a Dez/16 (14

meses)

17 1.000 5.097,68

***.359.906 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Ago/16 a Dez/16 (5

meses)

17 1.000 1.820,60

***.292.686 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Abr/16 a Dez/16 (9

meses)

17 1.000 3.277,08

***.342.606 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Nov/15 a Dez/16 (13

meses)

17 1.000 4.733,56

***.426.106 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Ago/16 a Dez/16 (5

meses)

17 1.000 1.820,60

***.212.506 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Out/15 a Dez/16 (14

meses)

17 1.000 5.097,68

***.685.666 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Nov/15 a Dez/16 (13

meses)

17 1.000 4.733,46

***.476.516 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Set/15 a Dez/16 (15

meses)

17 1.000 5.461,80

***.736.396 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Dez/16 (1 mês) 17 1.000 364,12

***.295.566 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Out/15 a Dez/16 (14

meses)

17 1.000 5.097,68

***.193.616 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Set/16 a Dez/16 (4

meses)

17 1.000 1.456,48

***.638.706 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Mar/16 a Dez/16 (10

meses)

17 1.000 3.641,20

***.676.866 - ** 6,19 6.190,00 364,12 Ago/16 a Dez/16 (5

meses)

17 1.000 1.820,60

Total 50.976,70

Fonte: registros de frequência do Colégio América do Norte e registros lançados no SISTEC.

Tabela 03 – Valor que teria sido pago a mais ao aluno que abandonou o curso de Técnico em Eletrônica (Turma: 16.817) – 05 de maio de 2014 a 05 de maio de 2016

Aluno

(N. º de CPF descaracterizado)

Valor da

hora aula

(R$)

Valor total das

mensalidades pagas -

mesmo pago ao concluinte

do curso (R$)

Valor da mensalidade

(R$)

Período não frequentado pelo aluno

Duração do curso

(em meses)

Carga horária

total do

curso

Valor pago a mais,

equivalente ao período

não frequentado

(R$)

***.375.816 - ** 5,18 6.221,20 259,00 Jun/15 a Mai/16 (11

meses)

24 1.200 2.849,00

Total 2.849,00

Fonte: registros de frequência do Colégio América do Norte e registros lançados no SISTEC.

Tabela 04 – Valor que teria sido pago a mais aos alunos que abandonaram o curso de Técnico em Enfermagem (Turma: 21.544) – 18 de agosto de 2014 a 08 de julho de 2016

Aluno

(N. º de CPF descaracterizado)

Valor da

hora aula

(R$)

Valor total das

mensalidades pagas -

mesmo pago ao concluinte

do curso (R$)

Valor da mensalidade

(R$)

Período não frequentado pelo aluno

Duração do curso

(em meses)

Carga horária

total do

curso ¹

Valor pago a mais,

equivalente ao período

não frequentado

(R$)

***.849.726 - ** 5,15 7.416,00 322,43 Fev/16 a Jul/16 (6 meses)

23 1.440 1.934,58

***.764.286 - ** 5,15 7.416,00 322,43 Abr/15 a Jul/16 (15 meses)

23 1.440 4.836,45

***.236.196 - ** 5,15 7.416,00 322,43 Ago/15 a Jul/16 (11

meses)

23 1.440 3.546,73

Total 10.317,76

Fonte: registros de frequência do Colégio América do Norte e registros lançados no SISTEC.

Obs. n. º 1: neste caso, de acordo com a instituição ofertante, a carga horária foi de 1.800 hs, sendo que o PRONATEC paga somente 1.440 hs, razão pela qual foi considerada esta última para efeito dos cálculos do quadro – 04.

Tabela 05 – Valor que teria sido pago a mais aos alunos que abandonaram o curso de Técnico em Farmácia (Turma: 21.521) – 18 de agosto de 2014 a 08 de julho de 2016

Aluno

(N. º de CPF descaracterizado)

Valor da

hora aula

(R$)

Valor total das

mensalidades pagas -

mesmo pago ao concluinte

do curso (R$)

Valor da mensalidade

(R$)

Período não frequentado pelo aluno

Duração do curso

(em meses)

Carga horária

total do

curso

Valor pago a mais,

equivalente ao período

não frequentado

(R$)

***.216.066 - ** 5,15 7.416,00 322,43 Nov/15 a Jul/16 (8 meses)

23 1.440 2.579,44

***.401.226 - ** 5,15 7.416,00 322,43 Ago/15 a Jul/16 (11

meses)

23 1.440 3.546,73

***.683.826 - ** 5,15 7.416,00 322,43 Nov/15 a Jul/16 (8 meses)

23 1.440 2.579,44

***.466.376 - ** 5,15 7.416,00 322,43 Fev/16 a Jul/19 (6 meses)

23 1.440 1.934,58

Total 10.640,19

Fonte: registros de frequência do Colégio América do Norte e registros lançados no SISTEC.

Tabela 06 – Valor que teria sido pago a mais ao aluno que abandonou o curso de Técnico em Radiologia (Turma: 21.578) – 18 de agosto de 2014 a 08 de julho de 2016

Aluno

(N. º de CPF descaracterizado)

Valor da

hora aula

(R$)

Valor total das

mensalidades pagas -

mesmo pago ao concluinte

do curso (R$)

Valor da mensalidade

(R$)

Período não frequentado pelo aluno

Duração do curso

(em meses)

Carga horária

total do

curso ³

Valor pago a mais,

equivalente ao período

não frequentado

(R$)

***.724.696 - ** 5,15 7.416,00 322,43 Set/15 a Jul/16 (10

meses)

23 1.440 3.224,30

Total 3.224,30

Fonte: registros de frequência do Colégio América do Norte e registros lançados no SISTEC.

Obs. n. º 2: neste caso, de acordo com a instituição ofertante, a carga horária foi de 1.600 hs, sendo que o PRONATEC paga somente 1.440 hs, razão pela qual foi considerada esta última para efeito dos

cálculos do quadro – 06.

Constatou-se, portanto, que, do montante de R$ 435.516, 62 que foram gastos com os alunos que abandonaram os cursos ofertados pelo Colégio América do Norte, no âmbito do Pronatec, de acordo com registros do Sistec, R$ 82.024,95 (representando 18,84% daquele valor), teriam sido pagos indevidamente à instituição, uma vez que este montante se refere às mensalidades que continuaram sendo pagas mesmo após o abandono do curso pelos alunos.

Em termos percentuais, quando considerado todo o repasse que foi realizado pelo FNDE ao colégio (R$ 3.373.115,28), o prejuízo com os pagamentos indevidos foi de 2,43%.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício n. º 20/2017, de 04 de agosto de 2017, emitido em resposta ao relatório Preliminar nº 201701378, a Instituição de ensino se manifestou conforme descrito a seguir: Em resposta ao Relatório Preliminar n° 201701378 do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União – Núcleo de Ações de Controle da Regional no Estado de Minas Gerais, acerca do processo n° 00210.100343/2017-54, quanto a gestão dos recursos federais do PRONATEC destinados ao Colégio América do Norte, apresento as seguintes

justificativas, devidamente instruídas com documentos necessários à comprovação respectiva:

1. Quanto ao suposto recebimento indevido de mensalidades, no valor total de R$ 96.114,31, o peticionário apresenta a seguir quadro explicativo – no mesmo formato apresentado no indigitado Relatório Preliminar (para facilitar a compreensão) – demonstrando assim, de forma hialina, o evidente equívoco no que diz à sua conclusão neste ponto específico.

Tabela 01 – Valor quimericamente pago a mais aos alunos que abandonaram o curso de Técnico em Segurança do Trabalho (Turma: 21.556) – 18 de agosto de 2014 a 18 de julho de 2016

Aluno

(N. º de CPF

descaracterizado) Justificativa

Documentos

Comprobatórios –

Anexos

***.494.566 - **

O referido aluno frequentou o curso de agosto/2014 a dezembro/2015, tendo sido aprovado no 3° período. O aluno abandonou o curso no 4° período, que teve início em fevereiro/2016. O Colégio recebeu mensalidades referentes ao período de frequência do aluno (ago/2014 a dez/2015), acrescido do período de férias(jan/2016), pois o abandono do aluno se deu em período posterior. Quanto ao repasse financeiro do período de fevereiro/2016 a julho/2016 o Colégio não recebeu mensalidades referentes a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 1 – Ficha de matricula, Contrato de prestação de serviços (Rematricula) e Fichas Individuais por período Anexo 2 – Diários de Classe (Comprovante de frequência) Anexo 3 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.273.516 - ** O referido aluno freqüentou o curso de agosto/2014 a março/2016, o Colégio recebeu mensalidades referentes a este período. Não recebemos repasses financeiros no período de abri/2016 a julho/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 1 – Ficha de matricula, Contrato de prestação de serviços (Rematricula) e Fichas Individuais por período Anexo 2 – Diários de Classe (Comprovante de frequência) Anexo 3 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.466.876 - ** O referido aluno frequentou o curso de agosto/2014 a abril/2016, o Colégio recebeu mensalidades referentes a este período. Não recebemos repasses financeiros no período de maio/2016 a julho/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 1 – Ficha de matricula, Contrato de prestação de serviços (Rematricula) e Fichas Individuais por período Anexo 2 – Diários de Classe (Comprovante de frequência) Anexo 3 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

Tabela 02 – Valor quimericamente pago a mais aos alunos que abandonaram o curso de Técnico em Informática(Turma: 32.659) – 03 de agosto de 2015 a 16 de dezembro de 2016

Aluno

(N. º de CPF

descaracterizado) Justificativa

Documentos

Comprobatórios –

Anexos

***.524.276 - **

O aluno frequentou o curso nos meses de agosto e setembro de 2015. Não recebemos repasses financeiros no período de outubro/2015 a dezembro/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 6 - Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.750.066 - ** O aluno frequentou o curso no período de agosto/2015 a agosto/2016. Não recebemos repasses financeiros no período de setembro/2016 a dezembro/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 6 - Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.565.966 - ** O aluno frequentou o curso nos meses de agosto e setembro de 2015. Não recebemos repasses financeiros no período de outubro/2015 a dezembro/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 6 - Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.359.906 - ** O aluno frequentou o curso no período de agosto/2015 a julho/2016. Não recebemos repasses financeiros no período de agosto/2016 a

Anexo 4 – Ficha de matricula, Contrato de prestação de serviços

dezembro/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

(Rematricula) e Fichas Individuais por período Anexo 5 – Diários de Classe (Comprovante de frequência) Anexo 6 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.292.686 - ** O aluno frequentou o curso no período de agosto/2015 a fevereiro/2016. Não recebemos repasses financeiros no período de março/2016 a dezembro/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 6 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.342.606 - ** O aluno frequentou o curso no período de agosto/2015 a outubro/2015. Não recebemos repasses financeiros no período de novembro/2015 a dezembro/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 4 – Ficha de matricula, Contrato de prestação de serviços (Rematricula) e Fichas Individuais por período Anexo 5 – Diários de Classe (Comprovante de frequência) Anexo 6 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.426.106 - ** O aluno frequentou o curso no período de agosto/2015 a julho/2016. Não recebemos repasses financeiros no período de agosto/2016 a dezembro/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 6 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.212.506 - ** O aluno frequentou o curso nos meses de agosto e setembro de 2015. Não recebemos repasses financeiros no período de outubro/2015 a

Anexo 6 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os

dezembro/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.685.666 - ** O aluno frequentou o curso no período de agosto/2015 a outubro/2015. Não recebemos repasses financeiros no período de novembro/2015 a dezembro/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 4 – Ficha de matricula, Contrato de prestação de serviços (Rematricula) e Fichas Individuais por período Anexo 5 – Diários de Classe (Comprovante de frequência) Anexo 6 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.476.516 - ** O aluno frequentou o curso no mês de agosto/2015. Não recebemos repasses financeiros no período de setembro/2015 a dezembro/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 6 - Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.736.396 - ** O aluno frequentou o curso até o último período (3° período). Porém, no último período de avaliação, segundo semestre de 2016, teve problemas de saúde, entregando ao Colégio Licença Saúde, conforme orienta a Lei Federal 1.044, de 21 de outubro de 1969. O Colégio utilizou de recursos pedagógicos para recuperação do conteúdo. Porém, no mês de dezembro/2016, o aluno não compareceu para realizar as últimas avaliações do referido período, abandonando o curso. O Colégio recebeu mensalidades do aluno até o mês de novembro/2016, conforme consta no relatório financeiro.

Anexo 5 – Diários de Classe (Comprovante de frequência) Anexo 6 - Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio) Anexo 7 - Ficha de matricula, Contrato de prestação de serviços (Rematricula), Fichas Individuais por período e Licença de Saúde.

***.295.566 - ** Não recebemos nenhum repasse financeiro referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 6 - Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.193.616 - ** O aluno frequentou o curso no período de agosto/2015 a agosto/2016. Não recebemos repasses financeiros no período de setembro/2016 a dezembro/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 4 – Ficha de matricula, Contrato de prestação de serviços (Rematricula) e Fichas Individuais por período Anexo 5 – Diários de Classe (Comprovante de frequência) Anexo 6 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.638.706 - ** O aluno frequentou o curso no período de agosto/2015 a fevereiro/2016. Não recebemos repasses financeiros no período de março/2016 a dezembro/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 6 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.676.866 - ** O aluno frequentou o curso no período de agosto/2015 a julho/2016. Não recebemos repasses financeiros no período de agosto/2016 a dezembro/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 4 – Ficha de matricula, Contrato de prestação de serviços (Rematricula) e Fichas Individuais por período Anexo 5 – Diários de Classe (Comprovante de frequência) Anexo 6 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos

recebidos pelo Colégio)

Tabela 03 – Valor pago a mais ao aluno que abandonou o curso de Técnico em Eletrônica (Turma: 16.817) – 05 de maio de 2014 a 05 de maio de 2016

Aluno

(N. º de CPF

descaracterizado) Justificativa

Documentos

Comprobatórios –

Anexos

***.375.816 - **

O aluno frequentou o curso no período de maio/2014 a maio/2015. Não recebemos repasses financeiros no período de junho/2015 a maio/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 8 – Ficha de matricula, Contrato de prestação de serviços (Rematricula) e Fichas Individuais por período Anexo 9 – Diários de Classe (Comprovante de frequência) Anexo 10 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

Tabela 04 – Valor pago a mais aos alunos que abandonaram o curso de Técnico em Enfermagem (Turma: 21.544) – 18 de agosto de 2014 a 08 de julho de 2016

Aluno

(N. º de CPF

descaracterizado) Justificativa

Documentos

Comprobatórios –

Anexos

***.849.726 - **

O aluno frequentou o curso no período de agosto/2014 a dezembro/2015. Não recebemos repasses financeiros no período de janeiro/2016 a julho/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 13 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.764.286 - **

O aluno frequentou o curso no período de agosto/2014 a março/2015. Não recebemos repasses financeiros no período de abril/2015 a julho/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 11 – Ficha de matricula, Contrato de prestação de serviços (Rematricula) e Fichas Individuais por período

Anexo 12 – Diários de Classe (Comprovante de frequência) Anexo 13 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.236.196 - **

O aluno frequentou o curso no período de agosto/2014 a julho/2015. Não recebemos repasses financeiros no período de agosto/2015 a julho/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 13 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

Tabela 05 – Valor pago a mais aos alunos que abandonaram o curso de Técnico em Farmácia (Turma: 21.521) – 18 de agosto de 2014 a 08 de julho de 2016

Aluno

(N. º de CPF

descaracterizado) Justificativa

Documentos

Comprobatórios –

Anexos

***.216.066 - **

O aluno frequentou o curso no período de agosto/2014 a outubro/2015. Não recebemos repasses financeiros no período de novembro/2015 a julho/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 16 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.401.226 - **

O aluno frequentou o curso no período de agosto/2014 a julho/2015. Não recebemos repasses financeiros no período de agosto/2015 a julho/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 14 – Ficha de matricula, Contrato de prestação de serviços (Rematricula) e Fichas Individuais por período Anexo 15 – Diários de Classe (Comprovante de frequência) Anexo 16 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.683.826 - **

O aluno frequentou o curso no período de agosto/2014 a outubro/2015. Não recebemos repasses financeiros no período de novembro/2015 a julho/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 16 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

***.466.376 - **

O aluno frequentou o curso no período de agosto/2014 a dezembro/2015. Não recebemos repasses financeiros no período de janeiro/2016 a julho/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 16 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

Tabela 06 – Valor pago a mais ao aluno que abandonou o curso de Técnico em Radiologia (Turma: 21.578) – 18 de agosto de 2014 a 08 de julho de 2016

Aluno

(N. º de CPF

descaracterizado) Justificativa

Documentos

Comprobatórios –

Anexos

***.724.696 - **

O aluno frequentou o curso no período de agosto/2014 a agosto/2015. Não recebemos repasses financeiros no período de setembro/2015 a julho/2016 referente a esse aluno, conforme relatório financeiro.

Anexo 17 – Relatório Financeiro extraído do SISTEC (Confirmando os pagamentos recebidos pelo Colégio)

(...)

À vista do exposto e dos documentos trazidos com esta manifestação, convocados, com maior empenho, os doutos suprimentos de Vossa Senhoria, está o peticionário plenamente seguro de ver – no que diz a falsa imputação de recebimento indevido de mensalidades de recursos do PRONATEC – declarado insubsistente o relatório preliminar nº 201701378, e assim extirpadas dele as inexatas afirmações de recebimento indevido valores/mensalidades, para os fins de direito.

Por fim, vem dizer o manifestante que se encontra a inteira disposição de Vossa Senhoria para quaisquer outros esclarecimentos que porventura se façam ainda necessários.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Primeiramente, faz-se necessário informar que os cálculos para se chegar ao prejuízo total, com as mensalidades pagas indevidamente, foram refeitos.

Na presente constatação, foi considerando como mensalidade paga a mais, o mês a partir do qual o aluno parou de frequentar as aulas, ou seja, quando ele, de fato, abandonou o curso. Ainda que, no início do curso e, antes de abandoná-lo, ele não houvesse atingido o mínimo de 75% de frequência, tal fato não foi considerado (como havia sido na versão anterior), já que, caso tivesse dado sequência a sua frequência até o final do curso, ainda poderia superar a frequência mínima exigida. Dado o devido esclarecimento, dá-se prosseguimento a essa análise do controle interno, sob a manifestação da instituição de ensino. A planilha contendo os dados relativos aos cursos, turmas e alunos, utilizada como subsídio às análises realizadas pela equipe de fiscalização, foi extraída diretamente do Sistec. Ressalta-se que tais dados foram extraídos do referido sistema em dezembro de 2016 e foram utilizados para cálculo dos pagamentos efetuados pelo FNDE diretamente às mantenedoras das instituições de ensino. Com relação aos pagamentos que foram realizados às mantenedoras, estes estão demonstrados por meio da coluna “total_mensalidade_pago” na citada planilha. Nesta coluna estão apresentados os valores que foram repassados à instituição para que a mesma pudesse arcar com as despesas inerentes ao curso por aluno matriculado. Já na coluna “situação_matrícula_aluno_atual” estão caracterizadas as situações dos alunos em relação ao curso. No caso dos alunos que foram relatados por meio desta constatação, eles foram caracterizados na situação de “abandono”, ou seja, abandonaram seus cursos antes do término dos mesmos. Entretanto, de acordo com o que consta na planilha do Sistec, mesmo tendo abandonado seus cursos, foram pagos valores integrais a estes alunos, como se os mesmos os houvessem concluído. A seguir são apresentadas as citadas colunas, que foram extraídas da planilha do Sistec, demonstrando os valores que foram pagos, com relação aos alunos constantes desta constatação:

Tabela 07 - Colunas extraídas da planilha do Sistec que demonstram que os alunos que abandonaram seus cursos receberam valores integrais de mensalidades

Aluno

(N. º de CPF descaracterizado)

total_mensalidade_pago situação_matrícula_aluno_atual

***.494.566 - ** 7.416,00 ABANDONO

***.273.516 - ** 7.416,00 ABANDONO

***.466.876 - ** 7.416,00 ABANDONO

***.524.276 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.750.066 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.565.966 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.359.906 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.292.686 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.342.606 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.426.106 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.212.506 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.685.666 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.476.516 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.736.396 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.295.566 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.193.616 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.638.706 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.676.866 - ** 6.190,00 ABANDONO

***.375.816 - ** 6.221,20 ABANDONO

***.849.726 - ** 7.416,00 ABANDONO

***.764.286 - ** 7.416,00 ABANDONO

***.236.196 - ** 7.416,00 ABANDONO

***.216.066 - ** 7.416,00 ABANDONO

***.401.226 - ** 7.416,00 ABANDONO

***.683.826 - ** 7.416,00 ABANDONO

***.466.376 - ** 7.416,00 ABANDONO

***.724.696 - ** 7.416,00 ABANDONO

Fonte: planilha contendo os dados relativos aos cursos, turmas e alunos informados pela instituição de ensino no Sistec.

Obs.¹: os valores constantes na coluna “total_mensalidade_pago” correspondem aos mesmos que foram destinados aos alunos que concluíram os respectivos cursos.

Por meio de sua manifestação, a Instituição apresentou documentos anexos ao Ofício n. º 20/2017. Dentre a documentação que foi disponibilizada, merecem destaque os Relatórios Financeiros do Sistec, que demonstraram as mensalidades que foram pagas aos alunos e os Diários de Classe do Colégio América do Norte, onde constam as frequências dos alunos, registradas por esta instituição de ensino. Com relação aos Relatórios Financeiros, em que pese terem sido detalhadas as despesas que a instituição arcou com os alunos durante o período de sua presença no curso, restou esclarecer a razão de, no Sistec, constar, para esses mesmos alunos, repasses do FNDE, mesmo após o abandono dos respectivos cursos. Para os citados alunos, conforme detalhado por meio da tabela acima, foram destinados recursos para a realização de todo o período do curso. Tomando-se por exemplo o aluno de CPF n. º ***.524.276 - **, selecionado aleatoriamente, proveniente da Turma n.º 32.659, do curso de Técnico em Informática, que foi realizado do período de 03 de agosto de 2015 a 16 de dezembro de 2016, verificou-se, por meio das mensalidades constantes dos Relatórios Financeiros do Sistec (disponibilizado pela Instituição por meio do Ofício n. º 20/2017) que ele teria recebido o valor total de R$ 728,24, referentes a sua presença em sala de aula durante os dois primeiros meses do curso. A tabela a seguir, contendo dados que foram extraídos destes relatórios, detalha a situação:

Tabela 08 - Dados constantes dos Relatórios Financeiros – (MEC-Sistec)

Mês/Ano Valor mensalidade (R$)

Confirmação da presença pelo aluno

Agosto/2015 364,12 10/11/2015

Setembro/2015 364,12 10/11/2015

Outubro/2015 -- --

Novembro/2015 -- --

Dezembro/2015 -- --

Fevereiro/2016 -- --

Março/2016 -- --

Abril/2016 -- --

Maio/2016 -- --

Junho/2016 -- --

Julho/2016 -- --

Agosto/2016 -- --

Setembro/2016 -- --

Outubro/2016 -- --

Novembro/2016 -- --

Dezembro/2016 -- --

TOTAL 728,24

Fonte: Relatórios Financeiros (MEC – Sistec) disponibilizados pelo Colégio América do Norte por meio do Ofício n. º 20/2017

Confrontando-se o valor total das mensalidades que foram gastas pela Instituição com relação a este aluno (Tabela – 08), com o valor constante na coluna “total_mensalidade_pago” da

planilha do Sistec (Tabela – 07), verifica-se uma diferença de R$ 5.461,76, ou seja, esse seria o valor pago à Instituição pelo FNDE, só que após o abandono do aluno. Ressalta-se que, a Instituição, por meio dos documentos disponibilizados em sua manifestação (anexos ao Ofício n. º 20/2017, de 04 de agosto de 2017), não acrescentou fatos novos que pudessem elidir esta constatação. As despesas que a instituição arcou com os alunos durante o período de sua presença no curso, assim como as confirmações de suas frequências, demonstradas por meio desses documentos (Anexos 3, 6, 10, 13, 16, 17 e 20) já haviam sidos apurados por meio da presente constatação deste relatório. Já com relação aos Diários de Classe do Colégio América do Norte, por meio de sua análise, foram verificadas inconsistências. Quando tais diários foram confrontados com os registros de frequência do Sistec, documentos que haviam sido disponibilizados pela Instituição anteriormente, em resposta às Solicitações de Fiscalização nºs 201701378/01 e 06, verificou-se a seguinte situação: o número de faltas lançadas nos diários não coincide com as que estão registradas no Sistec. Os três alunos do curso de Técnico em Segurança do Trabalho (Turma: 21.556), que compuseram a Tabela – 01 desta Constatação, foram tomados como exemplo para ilustrar essa situação:

Discrepância entre as frequências constantes no diário de classe da Instituição e as que estão registradas no Sistec durante o período do curso: 18 de agosto de 2014 a 18 de julho de 2016

Aluno

(N. º de CPF descaracterizado)

N. º de faltas registradas

no Diário de Classe da

Instituição

N. º de faltas registradas

no Sistec

***.494.566 - ** 197 74

***.273.516 - ** 134 53

***.466.876 - ** 126 61

Fonte: Diários de Classe do Colégio América do Norte (anexo 02) e registros lançados no SISTEC.

Diante do exposto, verificamos que, por meio de sua manifestação, mediante os documentos que disponibilizou anexos ao Ofício n. º 20/2017, de 04 de agosto de 2017, o Colégio América do Norte não esclareceu a razão dos valores que teriam sido repassados a mais pelo FNDE, conforme constatado por meio deste relatório de fiscalização. ##/AnaliseControleInterno##

2.1.3. Da inspeção física realizada na instituição ofertante de vagas para o Pronatec. Fato No dia 12 de julho de 2017 a equipe de fiscalização esteve no município de Manhuaçu para fins de inspeção “in loco” na instituição ofertante. Foram inspecionados os laboratórios‚ salas de aulas‚ biblioteca‚ unidades didáticas que deram suporte aos cursos selecionados para a vistoria: Técnico de Agricultura‚ Técnico de Farmácia‚ Técnico de Segurança do Trabalho e Técnico em Informática.

Tais cursos tiveram como sede, parte, no Prédio I do Colégio América‚ na Av. Getúlio Vargas nº 733‚ bairro Coqueiro e, também, no Prédio II‚ situado na Rua Juventino Nunes‚ n. º 41‚ centro.

Os cursos em tela foram ministrados de 03 de agosto de 2015 a 03 de julho de 2017. Segundo informações‚ após final desses cursos‚ não houve mais aporte de recursos do Pronatec‚ assim sendo‚ as salas de aula‚ os laboratórios‚ as unidades didáticas‚ situados no Prédio II‚ estavam em fase de desativação‚ com alguns equipamentos sendo encaixotados‚ para serem destinados ao Prédio I (sede).

Considerando que os locais atualmente estão em desativação (prédio II) foram estas as instalações que deram suporte aos cursos em apreço.

Com relação ao prédio I‚ no momento da vistoria, as salas de aula‚ laboratórios‚ biblioteca‚ unidades didáticas estavam em utilização por outras demandas distintas do Pronatec. Mas, uma vez que no período de realização dos cursos foram utilizados em prol do Programa, inferiu-se que a Instituição dispunha das condições de infraestrutura mínima requeridas para realização adequada desses cursos‚ nos termos das disposições contidas no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos.

Esses espaços pedagógicos apresentavam boa luminosidade‚ ventilação‚ fácil acessibilidade e espaço físico suficiente para atender às demandas dos cursos em tela.

As fotos a seguir ilustram a situação encontrada:

Foto 1 - Biblioteca‚ situada no Prédio I da Escola América do Norte, Manhuaçu (MG), 12/07/2017.

Foto 2 - Laboratório de Informática (Prédio I), Manhuaçu (MG), 12/07/2017.

Foto 3- Sala de aula padrão (Prédio I)‚ salas essas utilizadas em todos os cursos Pronatec. Manhuaçu (MG), 12/07/2017.

Foto 4- Laboratório de farmácia (Prédio I). Manhuaçu (MG), 12/07/2017.

Foto 5- Laboratório de equipamentos de proteção individual do curso de Técnico de Segurança do Trabalho‚ no Prédio II‚ Manhuaçu (MG), 12/07/2017.

Foto 6 - Laboratório de classificação e armazenamento dos produtos agrícolas do curso de Técnico em Agricultura‚ (Prédio II), Manhuaçu (MG), 12/07/2017.

Foto 7 - Laboratório de solos (técnico em Agricultura) também laboratório de microbiologia (Técnico de Farmácia) ‚ ocupando o mesmo espaço no prédio I. Manhuaçu (MG), 12/07/2017.

Foto 8 - Materiais sendo embalados para desativação do Prédio II. Nesse local funcionou laboratórios de suporte básico a vida (Tec. Seg. Trabalho). Unidades Didáticas de produção vegetal armazenamento e mecanização (Tecn. Agricultura). Manhuaçu (MG), 12/07/2017.

##/Fato##

2.2 Parte 2 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal.

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais não está adequada e exige providências de regularização por parte dos gestores federais, principalmente no que se refere ao seguinte item: - Repasses financeiros registrados no Sistec, à instituição de ensino, no valor total de R$ 82.024,95, relativos a períodos de aula não frequentados por determinados alunos.

Ordem de Serviço: 201701490 Município/UF: Manhuaçu/MG Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO Instrumento de Transferência: Não se Aplica Unidade Examinada: PREFEITURA MUNICIPAL DE MANHUACU Montante de Recursos Financeiros: R$ 270.506,08 1. Introdução

Este relatório apresenta os resultados da ação de controle de fiscalização realizada no período de 10 a 14 de julho de 2017 nas obras de construção de duas unidades escolares do Programa Proinfância, uma localizada no Distrito de Santo Amaro e a outra, em Villa Nova, ambas no Município de Manhuaçu/MG, em atendimento à Ordem de Serviço nº 201701490. Ressalta-se que o empreendimento está sendo executado com recursos repassados pelo Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação- FNDE, mediante o Termo de Compromisso nº PAC 9152/2014, no valor total de R$ 2.403.475,22 ( dois milhões, quatrocentos e três mil, quatrocentos e setenta e cinco reais e vinte e dois centavos).

Os trabalhos foram realizados junto à Prefeitura Municipal de Manhuaçu/MG em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas as técnicas de análise documental, inspeção física, conferência de cálculos, entrevistas e indagação escrita. Não foi imposta à equipe de fiscalização qualquer restrição à execução deste trabalho.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por este Ministério.

2.1 Parte 1 Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas especiais, as quais serão monitoradas pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Obras relativas ao Proinfância da localidade Santo Amaro ainda não iniciadas à época da fiscalização, sendo que a ordem de início havia sido lavrada há cerca de 6 meses. Fato Em 2014 foi celebrado o Termo de Compromisso nº PAC 9152/2014 com a Prefeitura Municipal de Manhuaçu/MG, cuja primeira reformulação que se deu em 2016, previa que aquele Município se comprometeria a executar as ações relativas ao Termo de Compromisso em tela, condicionado à execução das obras abaixo listadas, mediante o método convencional

de construção, consoante regras definidas na Resolução/CD/FNDE nº 13/2012 e diretrizes do referido termo de compromisso:

1) 102198- Espaço Infantil Educar- Rua do Campo s/nº - Villa Nova Projeto 2 Convencional R$ 1.201.737,61

2) 10588- PAC 2- Creche Pré Escola 001- Rua Boa Vista- Santo Amaro Projeto 2 Convencional R$ 1.201.737,61 Para a contratação de empresa especializada para execução das obras de construção das escolas Proinfância acima citadas, foi aberta, em 25/07/2016, a Concorrência nº 02/2016, tipo menor preço por item(obra), sendo que uma das escolas seria construída no Distrito de Santo Amaro (item 01) e a outra em Villa Nova ( item 02), ambas em Manhuaçu/MG. Os preços orçados pela Prefeitura Municipal foram de R$ 1.223.753,42 para cada uma das escolas. De acordo com a ata de reunião do dia 25/07/2016, cinco empresas compareceram à reunião de abertura. Nessa reunião ficou registrado que a empresas Construtora Hura Ltda e Palace Construções Ltda solicitaram parecer técnico de profissional para análise da documentação relativa à Qualificação Econômico Financeira, quando se concluiu que os índices apresentados pelas empresas retrocitadas atenderam aos critérios previstos no edital. Por conseguinte, em reunião da CPL em 22/08/2016, foram consideradas habilitadas as empresas: Construtora Hura Ltda. ( CNPJ nº 20.815.063/0001-03); DNA Engenharia, Construtora e Incorporadora Ltda. ME ( CNPJ nº 08.731.768/0001-47); Palace Construções Ltda.-ME (CNPJ nº 13.175.870/0001-43) e GG Construtora Pré Moldados Material de Construção em Geral, Serviços e Empreendimentos Ltda. ( CNPJ 08.173.281/0001-96). Por fim, de acordo com a ata de abertura das propostas, ocorrida em 05/09/2016, foram sagradas vencedoras as empresas GG Construtora Ltda., com proposta de R$ 941.746,21 para o item 01- Creche Santo Amaro e DNA Engenharia Ltda. , com proposta de R$ 1.062.743,71, para o item 02- Creche Villa Nova. Assim sendo, somente em 29/09/2016 foi celebrado o Contrato nº 126/2016 com a empresa GG Construtora Ltda., para execução da creche em Santo Amaro, no valor de R$ 941.746,21, com prazo de execução, conforme cronograma físico financeiro, de 8 meses contados da assinatura da ordem de início, que se deu somente em 05/01/2017, cerca de 3 meses após celebração contratual. Vale destacar que em 28/12/2016 foi celebrado o 1º Termo Aditivo ao contrato retrocitado, prorrogando o prazo contratual para 31/12/2017, ou seja, somente após a celebração deste termo aditivo é que foi lavrada a ordem de início das obras. Entretanto, embora tenha ocorrido a lavratura da ordem para início das obras, a CGU, em inspeção “in loco” ocorrida em 13/07/2017 constatou que as obras da creche na localidade de Santo Amaro ainda não haviam sido iniciadas. Mediante a Solicitação de Fiscalização nº 201700716/02, de 17/07/2017, foram requeridas as justificativas para o não início das obras em tela, mesmo após mais de 6 meses da emissão da ordem de início. Em resposta, encaminhada mediante expediente s/nº datado em 19/07/2017, a prefeitura assim se pronunciou sobre essas obras: “(...)

Iniciando pela obra do Distrito de Santo Amaro, Proinfância (Espaço Infantil Educar), cadastrada no SIMEC sob o nº 1009229,ocorreram lançamentos de informações do processo licitatório no dia 09 de dezembro de 2016, porém, no início de 2017, quando iniciamos a gestão entramos em contato com a empresa e relatou não haver a Ordem de

Serviço para início da obra.Logo, em 05 de janeiro de 2017, foi emitida a OS, mas devido a um bloqueio sem justificativa no sistema SIMEC (FNDE),não conseguimos o desembolso do dinheiro, e após muitos esforços de solicitações junto ao FNDE para liberação deste sistema, somente em 14 de junho do ano corrente ocorreu o desbloqueio para lançamento dos documentos e solicitações pertinentes a obra. Sendo assim, quanto a esta obra não foi iniciado a execução por parte da contratante pelos motivos supracitados e após a liberação do sistema já ocorreram todos os lançamentos necessários e inclusive o pedido de desembolso que até a presente data não foi gerado. Para corroborar nossa argumentação realizamos o “PRINT” da tela para comprovar as informações justificadas. (...)” Em que pesem as justificativas acima e constar no Simec desbloqueio do sistema em 14 de junho de 2017, não foi apresentada a documentação que comprova que o bloqueio acima informado tenha ocorrido durante todo o período de janeiro a junho de 2017, bem como as tratativas para saneamento do problema junto ao FNDE. A questão central é que, conforme a situação ilustrada nas fotos abaixo, são inequívocas as evidências de que as obras, de fato, ainda não haviam sido iniciadas até os trabalhos de campo desta fiscalização, o que já está impactando seu prazo de conclusão, malgrado a celebração de termo aditivo. Como consequência, o público alvo está sendo diretamente afetado, em face do atraso e/ou da possibilidade de não atingimento dos objetivos colimados.

Foto 01 – Placa alusiva às obras do Proinfância no Distrito Santo Amaro. (Manhuaçu/MG- 14/07/2017).

Foto 02 – Vista do terreno onde deveriam estar sendo executadas as obras de construção da referida unidade Proinfância. (Manhuaçu/MG- 14/07/2017).

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada A Prefeitura Municipal de Manhuaçu/MG, mediante o Ofício nº 104/2017, de 26/10/2017, apresentou a seguinte manifestação: “(...) 2.1 - Obras relativas ao Proinfância da localidade Santo Amaro: Conforme se vê na documentação em anexo o cronograma foi cumprido, sendo que 5,83% do total geral da obra, cujo valor licitado foi de R$ 941.746,21.

Assim, já foi pago o valor de R$24.711,83, que corresponde a 2,62% do valor total licitado. Ainda se encontra pendente de pagamento o valor de R$30.263,10, que corresponde a 3,21% do total geral contratado da obra. (...)”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Preliminarmente, cabe reiterar que a assinatura da ordem de início das obras ocorreu em 05/01/2017, ou seja, 3 meses após a celebração contratual. De acordo com o cronograma físico-financeiro, estabelecido por força do 1º Termo Aditivo, de 28/12/2017, as obras seriam executadas no prazo de 8 meses, contados da ordem de início. De acordo com o item 2.3, Cláusula II, ao Contrato nº 126/2016, a primeira medição deveria ser executada de acordo com o cronograma físico financeiro e, as demais medições, deveriam seguir o mesmo critério. Assim sendo, pelo critério acima, deveriam ser efetuadas 8 medições, até o 8º mês de obra, sendo que a 1ª medição ocorreria ao final do 1º mês de obras, ou seja, em fevereiro/2017. Porém, verificou-se que o 1º Boletim de Medição, de R$ 24.711,83 foi emitido em 11/09/2017, ou seja, cerca de oito meses após o previsto no cronograma físico financeiro. Foi apresentado, em anexo, cópia do 2º Boletim de Medição, no valor de R$ 30.263,10, de 16/10/2017. Ambas as medições somadas, representam 10,55% de obra executada em relação a sua totalidade, bem aquém do estipulado no cronograma físico financeiro, que no “Mês 8” deveria constar 100% de serviços medidos. Posto isso, não há base técnica para o gestor municipal afirmar, em seu arrazoado, que o cronograma foi cumprido, salientando que, por ocasião da inspeção “in loco”, em 14/07/2017, as obras sequer haviam sido iniciadas. Conclusivamente, diante dos fatos acima relatados, infere-se que tal situação aponta para a possibilidade de novos atrasos, lembrando que o prazo final do contrato em tela, estipulado no termo aditivo lavrado em 28/12/2016, está fixado em 31/12/2017. #/AnaliseControleInterno## ##/AnaliseControleInterno##

2.1.2. Atraso injustificado na execução das obras de construção de escola tipo Proinfância, na localidade de Villa Nova, em Manhuaçu/MG Fato Conforme citado em item antecedente, foi aberta em 25/07/2016, a Concorrência nº 02/2016, tipo menor preço por item (obra), para execução das obras de construção de duas creches Proinfância, uma no Distrito de Santo Amaro (item 01) e outra em Villa Nova ( item 02), ambas em Manhuaçu/MG. Sagraram-se vencedoras as empresas GG Construtora Ltda., com proposta de R$ 941.746,21 para o item 01- Creche Santo Amaro e DNA Engenharia Ltda., com proposta de R$ 1.062.743,71, para o item 02- Creche Villa Nova. Assim sendo, somente em 29/09/2016 foi celebrado o Contrato nº 127/2016 com a empresa DNA Engenharia Ltda., para execução da creche em Villa Nova, no valor de R$ 1.062.743,71, com prazo de execução, conforme cronograma físico-financeiro, de 8 meses contados da assinatura da ordem de início, que se deu somente em 05/01/2017, cerca de 3 meses após celebração contratual. Vale destacar que em 28/12/2016 foi celebrado o 1º Termo Aditivo ao contrato retrocitado, prorrogando prazo contratual para 31/12/2017, ou seja, somente após celebração deste termo aditivo é que foi lavrada a ordem de início das obras. Entretanto,

embora tenha ocorrido a lavratura da ordem para início das obras, a CGU, em inspeção “in loco” ocorrida em 13/07/2017, constatou que as obras da creche na localidade de Vila Nova estavam em estágio inicial de execução, com cerca de apenas 10% de execução. Mediante a Solicitação de Fiscalização nº 201700716/02, de 17/07/2017, requereu-se à prefeitura as justificativas para o atraso das obras. Em resposta, encaminhada mediante expediente s/nº datado em 19/07/2017, a prefeitura assim se pronunciou sobre essas obras: “(...)” Quanto à creche Proinfância Vila Nova, obra cadastrada no SIMEC sob o nº 1009230, inicialmente houve o mesmo bloqueio da obra de Santo Amaro e os mesmos procedimentos, ou seja, lançamento inicial do processo licitatório no sistema no ano de 2016, contato com a empresa, emissão da Ordem de Serviço no dia 05 de janeiro de 2017, à empresa DNA ENGENHARIA CONSTRUTORA E INCOPORADORA LTDA – ME, no entanto, imediatamente a empresa iniciou a obra, havendo nesse caso 05 vistorias pela Engenheira Fiscal Sra. L. O. S., como se comprova no “PRINT” do histórico junto ao FNDE logo abaixo.Mas como não houve desembolso pelo FNDE das vistorias lançadas, a empresa restringiu a execução do objeto pactuado, justificando dificuldades em cumprir com suas obrigações financeiras. (...) A prefeitura, nas justificativas acima descritas, malgrado tenha comprovado as vistorias pela engenheira fiscal, não comprovou, mediante documentação correlata, que o bloqueio acima informado tenha ocorrido durante todo o período de janeiro a junho de 2017 e as tratativas para saneamento do problema junto ao FNDE, a exemplo do ocorrido nas obras da creche de Santo Amaro. Destaca-se que, de acordo com as informações do Simec, ocorreram, no dia 10/04/2017, inserções de documentos pela prefeitura inerentes à contratação da DNA Engenharia. Além disso, consta no sistema que houve o desbloqueio da obra em 14/06/2017 e as vistorias foram inseridas no sistema apenas em 10/07/2017. Vale destacar que esse atraso no cronograma, em face da morosidade na execução das obras pela contratada, pode vir a impactar seu prazo de conclusão, malgrado a celebração de termo aditivo de prazo, afetando diretamente a população alvo, em face da possibilidade de não atingimento aos objetivos colimados. A situação da obra, durante os trabalhos de fiscalização, está ilustrada nas fotos a seguir:

Foto 01 – Placa alusiva às obras do Proinfância no Distrito Villa Nova. (Manhuaçu/MG- 14/07/2017).

Foto 02 – Vista do andamento das obras, cujo ritmo se mostra lento e em atraso em relação ao cronograma do termo aditivo de prazo. (Manhuaçu/MG- 14/07/2017).

Foto 03 – Outra tomada no interior do canteiro de obras. (Manhuaçu/MG- 14/07/2017).

Foto 04 – Única frente de trabalho encontrada no dia da inspeção, serviços de carpintaria e montagem de formas. (Manhuaçu/MG- 14/07/2017).

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada A Prefeitura Municipal de Manhuaçu/MG, mediante o Ofício nº 104/2017, de 26/10/2017, apresentou a seguinte manifestação: “(...) 2.2. Obras relativas ao Proinfância da localidade de Vila Nova: Conforme se vê na documentação em anexo o cronograma foi cumprido, sendo que 20,28% do total geral da obra, cujo valor licitado foi de R$ 1.062.743,71.

Assim, já foi pago o valor de R$180.879,35, que corresponde a 17,02% do valor total licitado. Ainda se encontra pendente de pagamento o valor de R$34.651,74, que corresponde a 3,26% do total geral contratado da obra. (...)” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Preliminarmente, cabe reiterar que a assinatura da ordem de início das obras ocorreu em 05/01/2017, ou seja, 3 meses após a celebração contratual. De acordo com o cronograma físico financeiro, estabelecido por força do 1º Termo Aditivo, de 28/12/2017, as obras seriam executadas no prazo de 8 meses, contados da ordem de início. De acordo com o item 2.3, Cláusula II, ao Contrato nº 127/2016, a primeira medição deveria ser executada de acordo com o cronograma físico financeiro e, as demais medições, deveriam seguir o mesmo critério.

Assim sendo, pelo critério acima, deveriam ser efetuadas 8 medições, até o 8º mês de obra, sendo que a 1ª medição ocorreria ao final do 1º mês de obras, ou seja, em fevereiro/2017. Porém, verificou-se que o 1º Boletim de Medição, de R$ 180.879,35, foi emitido em 13/09/2017, ou seja, cerca de oito meses após o previsto no cronograma físico financeiro. Foi apresentado, em anexo, cópia do 2º Boletim de Medição, no valor de R$ 34.651,74 (medidos e ainda não pagos), datado em 20/10/2017, representando 3,26%. Este percentual, somado aos 17,02% da 1ª medição, perfizeram um percentual de execução efetiva de 20,28%, bem aquém do estipulado no cronograma físico-financeiro, que no “Mês 8” deveria constar 100% de serviços medidos. Posto isso, não há base técnica para o gestor municipal afirmar, em seu arrazoado, que o cronograma foi cumprido. Ademais, por ocasião da inspeção “in loco”, ocorrida em 14/07/2017, o percentual executado, estimado de forma expedita pela CGU, era de 10%. Conclusivamente, diante dos fatos acima relatados, infere-se que tal situação aponta para a possibilidade de novos atrasos, lembrando que o prazo final do contrato em tela, estipulado no termo aditivo lavrado em 28/12/2016, está fixado em 31/12/2017. ##/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal.

3. Conclusão

Em decorrência dos exames realizados e dos fatos apontados neste relatório, foram constatadas as seguintes situações: - Obras relativas ao Proinfância da localidade Santo Amaro ainda não iniciadas à época da fiscalização, sendo que a ordem de início havia sido lavrada há cerca de 6 meses. - Atraso injustificado na execução das obras de construção de escola tipo Proinfância, na localidade de Villa Nova, em Manhuaçu/MG.

Ordem de Serviço: 201700678 Município/UF: Manhuaçu/MG Órgão: MINISTERIO DA SAUDE Instrumento de Transferência: Convênio - 825381 Unidade Examinada: HOSPITAL CESAR LEITE Montante de Recursos Financeiros: R$ 600.000,00 1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 24 a 28/07/2017 sobre a aplicação dos recursos atinentes ao termo de convênio nº 825381/2015, firmado entre o Ministério da Saúde e Hospital César Leite de Manhuaçu/MG, no valor total de R$ 600.000,00, custeados por meio de Emenda Parlamentar, devidamente inserida no orçamento do ministério concedente. A ação fiscalizada destina-se a verificar a legalidade, a economicidade e a eficácia da gestão dos recursos federais descentralizados ao convenente, aplicados em ações de aquisição de equipamentos hospitalares, nos termos do objeto pactuado no aludido termo de convênio. Para tanto, foram extraídos dados e documentos do Sistema Informatizado de Administração de Convênios - SICONV, bem como foram realizadas verificações documentais e inspeções físicas nas instalações do convenente, com vistas à identificação dos equipamentos adquiridos. Também, foram realizadas as análises na movimentação financeira do convênio em questão, bem como a verificação da conformidade dos processos de aquisição dos bens e da compatibilidade dos preços pagos com aqueles praticados pelo mercado.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por este Ministério.

2.1 Parte 1 Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas especiais, as quais serão monitoradas pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Dados do Convênio nº 825381/2015. Fato

Em 23/12/2015, o Ministério da Saúde firmou o convênio nº 825381/2015 com o Hospital César Leite, CNPJ nº 22.263.081/0001-55, situado na praça Dr. César Leite, nº 383, em Manhuaçu/MG, no valor total de R$ 600.000,00. O referido convênio destinou-se à aquisição de equipamentos de uso hospitalar, sendo que a totalidade dos recursos financeiros envolvidos foi repassada pelo concedente, uma vez que não houve a pactuação de contrapartida devida pelo convenente. Os recursos federais foram transferidos ao convenente no dia 30/06/2016, por meio da ordem bancária nº 2016OB826666. A vigência inicial do termo de convênio, que foi de doze meses, foi prorrogada por duas vezes, de modo que seu término atual está fixado para o dia 30/06/2017, embora já tenha sido solicitada nova prorrogação, a qual ainda não foi concedida, posto que encontra-se em análise pelo concedente. De acordo com o plano de trabalho avençado, foram estabelecidos treze itens a serem adquiridos, conforme demonstrado na tabela seguir:

TABELA 01: Relação dos equipamentos hospitalares pactuados no plano de trabalho do convênio nº 825381/2015.

Item Equipamento Quantidade Valor unitário R$

Valor total R$

1 Balança antropométrica 05 1.100,00 5.500,00 2 Sistema de Vídeo Endoscopia

Flexível 01 220.000,00 220.000,00

3 Computador (Desktop Básico) 20 2.000,00 40.000,00 4 Suporte de Soro 08 470,00 3.760,00 5 Serra/Perfuradora Ortopédica 03 66.690,00 200.070,00 6 Cadeiras de rodas 05 950,00 4.750,00 7 Carro para transporte de material 04 2.500,00 10.000,00 8 Garrote Pneumático Eletrônico 01 16.000,00 16.000,00 9 Mesa Cirúrgica Elétrica 01 43.000,00 43.000,00 10 Bisturi Elétrico 02 18.000,00 36.000,00 11 Carro de Emergência 02 3.500,00 7.000,00 12 Banqueta 40 280,00 11.200,00 13 Cadeira fixa de aço 16 170,00 2.720,00 Total 108 - 600.000,00

Fonte: dados extraídos do sistema SICONV. De acordo com os exames efetuados, constatou-se que os recursos financeiros envolvidos foram devidamente depositados e mantidos na conta bancária específica do convênio, de nº 2191-9, na Caixa Econômica Federal, agência 0131-7. Os valores em questão foram devidamente aplicados no mercado financeiro, tendo sido utilizados somente para aquisição de equipamentos previstos no plano de trabalho. Os recursos ainda não gastos, em virtude de que não foram adquiridos todos os equipamentos pactuados, encontra-se depositados em conta, cujo montante em 07/07/2017 é da ordem de R$ 520.736,64, já computados os rendimentos financeiros auferidos. ##/Fato##

2.1.2. Execução do Convênio nº 825381/2015. Fato

Com vistas à execução do convênio nº 825381/2015, com a consequente aquisição dos equipamentos hospitalares pactuados em seu plano de trabalho, o hospital César Leite realizou uma cotação eletrônica de preços, de nº 07/2016, por meio do Sistema Informatizado de Administração de Convênios-SICONV. Em decorrência da referida cotação de preços, diversas empresas apresentaram propostas financeiras, sendo que, ao final do certame, cada item licitado foi fornecido por uma empresa diferente. Ressalta-se, que foram adquiridos apenas oito dos treze equipamentos hospitalares pactuados no termo de convênio em questão, em virtude de não ter havido propostas para os cinco itens restantes. A tabela a seguir demonstra os equipamentos adquiridos, com os respectivos valores pagos e as empresas fornecedoras:

Fonte: dados extraídos das notas fiscais constantes do sistema SICONV. De acordo com os exames efetuados, em consulta na rede mundial de computadores, constatou-se que os preços pagos pelos equipamentos anteriormente descritos encontram-se compatíveis com os praticados pelo mercado, no tocante a produtos similares e de marcas congêneres. Os equipamentos ainda não adquiridos, que totalizam cinco itens distintos, aguardam a prorrogação da vigência atual do convênio, que já foi solicitada pelo convenente, para que possam ser novamente licitados e efetivamente comprados. Diante disso, considerando-se o fato de que o convênio foi celebrado em dezembro de 2015, e que os recursos foram transferidos integralmente ao convenente em junho de 2016, tem-se

TABELA 02: Relação dos equipamentos hospitalares adquiridos no âmbito do convênio nº 825381/2015.

Equipamento

Qt

Valor unitário R$

Valor total R$

Nº NF/ data

Fornecedor

Cadeiras de rodas

05 1.048,50 5.242,50 7013 30/03/17

ACI Comércio Eireli 71.208094/0001-37

Carro para transporte de material

04 2.450,50 9.802,00 53.864 31/03/17

Minas WIPE Negócios Ltda 10.387.368/0001-08

Garrote Pneumático Eletrônico

01 16.000,00 16.000,00 5083 06/04/17

AA Med. Comércio de Equipamentos Eireli-EPP 10.238.563/0001-76

Mesa Cirúrgica Elétrica

01 42.990,00 42.990,00 15809 28/03/17

Barrfab Ind. Com. IMP. ExP. Equipe Hospitalares Ltda 02.836.248/0001-12

Bisturi Elétrico

02 18.000,00 36.000,00 30.574 12/04/17

Wem Equipamentos Eletrônicos Ltda 54.611.678/0001-30

Carro de Emergência

02 3.314,28 6.628,56 6441 02/05/17

KSS Comércio e Indústria de Equipamentos Ltda 79.805.263/0001-28

Banqueta 40 280,00 11.200,00 1984 24/05/17

MVM Indústria Metalúrgica Ltda – EPP 10.829.277/0001-85

Cadeira fixa de aço

16 140,00 2.240,00

que existem deficiências de operacionalização evidentes na execução do objeto pactuado no termo de convênio em análise, na medida em que, após todo esse transcurso de tempo, o convenente ainda não realizou a aquisição da totalidade dos equipamentos avençados no plano de trabalho. Por fim, é mister relatar que os recursos financeiros envolvidos foram utilizados exclusivamente na execução do objeto avençado, pagos diretamente aos fornecedores dos equipamentos, conforme consta da movimentação financeira da conta bancária específica do convênio. ##/Fato##

2.2 Parte 2 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal.

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, conclui-se que a execução do convênio nº 825381/2015, no tocante às ações pertinentes ao convenente, está devidamente adequada à totalidade dos normativos referentes ao objeto pactuado, bem como aos regulamentos norteadores da celebração e execução de convênios firmados com a União.

Ordem de Serviço: 201700680 Município/UF: Manhuaçu/MG Órgão: MINISTERIO DA SAUDE Instrumento de Transferência: Convênio - 821954 Unidade Examinada: HOSPITAL CESAR LEITE Montante de Recursos Financeiros: R$ 500.000,00 1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 24 a 28/07/2017 sobre a aplicação dos recursos atinentes ao termo de convênio nº 821954/2015, firmado entre o Ministério da Saúde e Hospital César Leite de Manhuaçu/MG, no valor total de R$ 501.500,00, custeados por meio de Emenda Parlamentar, devidamente inserida no orçamento do ministério concedente. A ação fiscalizada destina-se a verificar a legalidade, a economicidade e a eficácia da gestão dos recursos federais descentralizados ao convenente, aplicados em ações de aquisição de equipamentos hospitalares, nos termos do objeto pactuado no aludido termo de convênio. Para tanto, foram extraídos dados e documentos do Sistema Informatizado de Administração de Convênios - SICONV, bem como foram realizadas verificações documentais e inspeções físicas nas instalações do convenente, com vistas à identificação dos equipamentos adquiridos.

Também, foram realizadas as análises na movimentação financeira do convênio em questão, bem como a verificação da conformidade dos processos de aquisição dos bens e da compatibilidade dos preços pagos com aqueles praticados pelo mercado.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por este Ministério.

2.1 Parte 1 Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas especiais, as quais serão monitoradas pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Dados do convênio nº 821954/2015. Fato

Em 25/11/2015, o Ministério da Saúde firmou o convênio nº 821954/2015 com o Hospital César Leite, CNPJ nº 22.263.081/0001-55, situado na praça Dr. César Leite, nº 383, em Manhuaçu/MG, no valor total de R$ 501.500,00. O referido convênio destinou-se à aquisição de equipamentos de uso hospitalar, sendo que, do montante financeiro pactuado, R$ 500.000,00 foram repassados pelo ministério concedente, e R$ 1.500,00 foram aportados pelo convenente a título de contrapartida. Os recursos federais foram transferidos ao convenente no dia 27/06/2016, por meio da ordem bancária nº 2016OB826074. A vigência inicial do termo de convênio, que foi de doze meses, foi prorrogada por duas vezes, de modo que seu término está fixado para o dia 27/06/2017, embora já tenha sido solicitada nova prorrogação, a qual ainda não foi concedida, posto que encontra-se em análise pelo concedente. De acordo com o plano de trabalho avençado, foram estabelecidos três itens a serem adquiridos, conforme demonstrado na tabela seguir:

TABELA 01: Relação dos equipamentos hospitalares pactuados no plano de trabalho do convênio nº 821954/2015.

Item Equipamento Quantidade Valor unitário R$

Valor total R$

1 Cama para Parto Hospitalar(PPP) com preparação para Pré-Parto, Parto e Pós Parto

08 25.000,00 200.000,00

2 Arco Cirúrgico com intensificador de imagens para aplicações em procedimentos ortopédicos e cirurgias gerais

01 270.000,00 270.000,00

3 Cama Hospitalar Tipo Fawler Mecânica

07 4.500,00 31.500,00

Total 16 - 501.500,00 Fonte: dados extraídos do sistema SICONV.

De acordo com os exames efetuados, constatou-se que os recursos financeiros envolvidos foram devidamente depositados e mantidos na conta bancária específica do convênio, de nº 2175-7, na Caixa Econômica Federal, agência 0131-7. Os valores em questão foram devidamente aplicados no mercado financeiro, tendo sido utilizados somente para aquisição de equipamentos previstos no plano de trabalho. Os recursos ainda não gastos, em virtude de que não foram adquiridos todos os equipamentos pactuados, encontra-se depositados em conta, cujo montante em 07/07/2017 é da ordem de R$ 290.440,87, já computados os rendimentos financeiros auferidos. ##/Fato##

2.1.2. Execução do Convênio nº 821954/2015. Fato Com vistas à execução do convênio nº 821954/2015, com a consequente aquisição dos equipamentos hospitalares pactuados em seu plano de trabalho, o hospital César Leite realizou

três cotações eletrônicas de preços, de nºs 05/2016, 06/2016 e 03/2017 por meio do Sistema Informatizado de Administração de Convênios-SICONV. Em decorrência das referidas cotações de preços, diversas empresas apresentaram propostas financeiras, sendo que, ao final do certame, cada item licitado foi fornecido por uma empresa diferente. Ressalta-se, que foram adquiridos apenas dois dos três equipamentos hospitalares pactuados no termo de convênio em questão, em virtude de não ter havido propostas para o item “cama de parto PPP”. A tabela a seguir demonstra os equipamentos adquiridos, com os respectivos valores pagos e as empresas fornecedoras:

De acordo com os exames efetuados, em consulta na rede mundial de computadores, constatou-se que os preços pagos pelos equipamentos anteriormente descritos encontram-se compatíveis com os praticados pelo mercado, no tocante a produtos similares e de marcas congêneres. Os equipamentos ainda não adquiridos, que estão identificados em um item, aguardam a prorrogação da vigência atual do convênio, que já foi solicitada pelo convenente, para que possam ser novamente licitados e efetivamente comprados. Diante disso, considerando-se o fato de que o convênio foi celebrado em novembro de 2015, e que os recursos foram transferidos integralmente ao convenente em junho de 2016, tem-se que existem deficiências de operacionalização evidentes na execução do objeto pactuado no termo de convênio em análise, na medida em que, após todo esse transcurso de tempo, o convenente ainda não realizou a aquisição da totalidade dos equipamentos avençados no plano de trabalho. Por fim, é mister relatar que os recursos financeiros envolvidos foram utilizados exclusivamente na execução do objeto avençado, pagos diretamente aos fornecedores dos equipamentos, conforme consta da movimentação financeira da conta bancária específica do convênio. ##/Fato##

2.2 Parte 2

TABELA 02: Relação dos equipamentos hospitalares adquiridos no âmbito do convênio 821954/2015.

Equipamento

Qt

Valor unitário

R$

Valor total R$

Nº NF/ data

Fornecedor/CNPJ

Cama hospitalar Mecânica tipo Fawler

07 3.640,00 25.480,00 9399 20/02/17

RC Artigos e Equipamentos Hospitalares Ltda 02.377.937/0001-06

Arco Cirúrgico móvel com intensificador de imagens para aplicações em procedimentos ortopédicos e cirurgias gerais

01 220.000,00 220.000,00 8425 09/12/16

GE Healthcare do Brasil Comércio e Serviços para Equipamentos Médicos Hospitalares Ltda 00.029.372/0001-21

Fonte: dados extraídos das notas fiscais constantes do sistema SICONV.

Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal.

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, conclui-se que a execução do convênio nº 8219541/2015, no tocante às ações pertinentes ao convenente, está devidamente adequada à totalidade dos normativos referentes ao objeto pactuado, bem como aos regulamentos norteadores da celebração e execução de convênios firmados com a União.

Ordem de Serviço: 201700681 Município/UF: Manhuaçu/MG Órgão: MINISTERIO DA SAUDE Instrumento de Transferência: Convênio - 821952 Unidade Examinada: HOSPITAL CESAR LEITE Montante de Recursos Financeiros: R$ 1.000.000,00 1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 24 a 28/07/2017 sobre a aplicação dos recursos atinentes ao termo de convênio nº 821952/2015, firmado entre o Ministério da Saúde e Hospital César Leite de Manhuaçu/MG, no valor total de R$ 1.000.000,00, custeados por meio de Emenda Parlamentar, devidamente inserida no orçamento do ministério concedente. A ação fiscalizada destina-se a verificar a legalidade, a economicidade e a eficácia da gestão dos recursos federais descentralizados ao convenente, aplicados em ações de aquisição de equipamentos hospitalares, nos termos do objeto pactuado no aludido termo de convênio. Para tanto, foram extraídos dados e documentos do Sistema Informatizado de Administração de Convênios - SICONV, bem como foram realizadas verificações documentais e inspeções físicas nas instalações do convenente, com vistas à identificação dos equipamentos adquiridos. Também, foram realizadas as análises na movimentação financeira do convênio em questão, bem como a verificação da conformidade dos processos de aquisição dos bens e da compatibilidade dos preços pagos com aqueles praticados pelo mercado.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por este Ministério.

2.1 Parte 1 Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas especiais, as quais serão monitoradas pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Dados do convênio nº 821952/2015. Fato Em 26/11/2015, o Ministério da Saúde firmou o convênio nº 821952/2015 com o Hospital César Leite, CNPJ nº 22.263.081/0001-55, situado na praça Dr. César Leite, nº 383, em Manhuaçu/MG, no valor total de R$ 1.000.000,00.

O referido convênio destinou-se à aquisição de equipamentos de uso hospitalar, sendo que a totalidade dos recursos financeiros envolvidos foi repassada pelo ministério concedente, uma vez que não houve a pactuação de contrapartida devida pelo convenente. Os recursos federais foram transferidos ao convenente no dia 27/06/2016, por meio da ordem bancária nº 2016OB825942. A vigência inicial do termo de convênio, que foi de doze meses, foi prorrogada por três vezes, de modo que seu término está fixado para o dia 27/06/2017, embora já tenha sido solicitada nova prorrogação, a qual ainda não foi concedida, posto que encontra-se em análise pelo concedente. De acordo com o plano de trabalho avençado, foram estabelecidos treze itens a serem adquiridos, conforme demonstrado na tabela seguir:

TABELA 01: Relação dos equipamentos hospitalares pactuados no plano de trabalho do convênio nº 821952/2015.

Item Equipamento Quantidade Valor unitário R$

Valor total R$

1 Escada com dois degraus 71 170,00 12.101,00 2 Monitor Multi Parâmetros 05 16.000,00 80.000,00 3 Cama Hospitalar Tipo Fawler

Mecânica 79 4.500,00 360.500,00

4 Ultrassom Diagnóstico-Cardio/ex 01 115.000,00 115.000,00 5 Mesa de Cabeceira em Aço 100 1.200,00 120.000,00 6 Cardioversor 02 30.000,00 60.000,00 7 Lavadora Ultrassônica acima de 15

objetos 01 50.000,00 50.000,00

8 Cadeira Fixa de Aço 20 170,00 3.400,00 9 Oxímetro de Pulso 01 5.000,00 5.000,00 10 Carro de emergência 03 3.500,00 10.500,00 11 Bisturi Elétrico a partir de 200W 01 18.000,00 18.000,00 12 Ventilador Pulmonar Pressométrico 02 52.500,00 105.000,00 13 Berço Hospitalar com Grade 11 5.500,00 60.500,00 Total 297 - 1.000.001,00

Fonte: dados extraídos do sistema SICONV. De acordo com os exames efetuados, constatou-se que os recursos financeiros envolvidos foram devidamente depositados e mantidos na conta bancária específica do convênio, de nº 2176-5, na Caixa Econômica Federal, agência 0131-7. Os valores em questão foram devidamente aplicados no mercado financeiro, tendo sido utilizados somente para aquisição de equipamentos previstos no plano de trabalho. Os recursos ainda não gastos, em virtude de que não foram adquiridos todos os equipamentos pactuados, encontra-se depositados em conta, cujo montante em 07/07/201 é da ordem de R$ 841.843,60, já computados os rendimentos financeiros auferidos. ##/Fato##

2.1.2. Execução do Convênio nº 821952/2015. Fato

Com vistas à execução do convênio nº 821952/2015, com a consequente aquisição dos equipamentos hospitalares pactuados em seu plano de trabalho, o hospital César Leite realizou uma cotação eletrônica de preços, de nº 01/2017, por meio do Sistema Informatizado de Administração de Convênios - SICONV. Em decorrência da referida cotação de preços, diversas empresas apresentaram propostas financeiras, sendo que, ao final do certame, cada item licitado foi fornecido por uma empresa diferente. Ressalta-se, que foram adquiridos apenas onze dos treze equipamentos hospitalares pactuados no termo de convênio em questão, em virtude de não ter havido propostas para “monitor multiparamétrico” e “cardioversor”. A tabela a seguir demonstra os equipamentos adquiridos, com os respectivos valores pagos e as empresas fornecedoras: Fonte: dados extraídos das notas fiscais constantes do sistema SICONV.

TABELA 02: Relação dos equipamentos hospitalares adquiridos no âmbito do convênio nº 821952/2015.

Equipamento

Qt

Valor unitário R$

Valor total R$

Nº NF/ Data

Fornecedor

Escada com dois degraus

71 169,00 11.999,00 3110 20/06/17

Medi Saúde Produtos Médicos Hospitalares Eirelli - ME 02.563.570/0001-15

Cama Hospitalar Tipo Fawler Mecânica

39 3.000,00 117.000,00 7125 26/06/17

Meta Móveis de Metais Ind. e Comércio Ltda 01.886.388/0001-70 40 3.000,00 120.000,00 7124

26/06/17 Ultrassom Diagnóstico- Cardio/ex

01 94.000,00 94.000,00 11146 14/06/17

GE Healthcare do Brasil e Comércio e Serviços para Equipamentos Médicos Hospitalares Ltda 22.263.081/0001-55

Lavadora Ultrassônica Acima de 15 Objetos

01 50.000,00 50.000,00 83037 04/04/17

H. Strattner & Cia Ltda 33.250.713/0002-43

Cadeira Fixa de Aço 20 127,00 2.540,00 2909 28/04/17

D’ Aquino Ind. e Com. de Móveis Hospitalares. 08.839.778/0001-09

Monitor Mult. Vita 200E +SPO2

01 4.000,00 4.000,00 4475 26/04/17

Alfa Med Sistemas Médicos 11.405.384/0001-49

Carro de Emergência

03 3.480,00 10.440,00 6442 02/05/17

KSS Com. Ind. de Equipamentos Médicos Ltda 79.805.263/0001-28

Bisturi Elétrico a partir de 200W

01 13.500,00 13.500,00 30673 27/04/17

Wem Equipamentos Eletrônico Ltda 54.611.678/0001-30

Ventilador Pulmonar Pressométrico

02 39.500,00 79.000,00 40842 26/05/17

Intermed Equipamento Medico Hospitalar Ltda 49.520.521/0001-69

Berço Hospitalar com Grade

11 3.141,00 34.551,00 2754 12/05/17

Móveis Andrade Ind. Com. De Móveis Hospitalares 04.941.323/0001-73

Mesa de Cabeceira em Aço

100 513,00 51.300,00

De acordo com os exames efetuados, em consulta na rede mundial de computadores, constatou-se que os preços pagos pelos equipamentos anteriormente descritos encontram-se compatíveis com os praticados pelo mercado, no tocante a produtos similares e de marcas congêneres. Os equipamentos ainda não adquiridos, que totalizam dois itens distintos, aguardam a prorrogação da vigência atual do convênio, que já foi solicitada pelo convenente, para que possam ser novamente licitados e efetivamente comprados. Diante disso, considerando-se o fato de que o convênio foi celebrado em novembro de 2015, e que os recursos foram transferidos integralmente ao convenente em junho de 2016, tem-se que existem deficiências de operacionalização evidentes na execução do objeto pactuado no termo de convênio em análise, na medida em que, após todo esse transcurso de tempo, o convenente ainda não realizou a aquisição da totalidade dos equipamentos avençados no plano de trabalho. Por fim, é mister relatar que os recursos financeiros envolvidos foram utilizados exclusivamente na execução do objeto avençado, pagos diretamente aos fornecedores dos equipamentos, conforme consta da movimentação financeira da conta bancária específica do convênio. ##/Fato##

2.2 Parte 2 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal.

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, conclui-se que a execução do convênio nº 8219521/2015, no tocante às ações pertinentes ao convenente, está devidamente adequada à totalidade dos normativos referentes ao objeto pactuado, bem como aos regulamentos norteadores da celebração e execução de convênios firmados com a União.

Ordem de Serviço: 201700682 Município/UF: Manhuaçu/MG Órgão: MINISTERIO DA SAUDE Instrumento de Transferência: Convênio - 810599 Unidade Examinada: HOSPITAL CESAR LEITE Montante de Recursos Financeiros: R$ 495.000,00 1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 24 a 28/07/2017 sobre a aplicação dos recursos atinentes ao termo de convênio nº 810599/2014, firmado entre o Ministério da Saúde e Hospital César Leite de Manhuaçu/MG, no valor total de R$ 495.000,00, custeados por meio de Emenda Parlamentar, devidamente inserida no orçamento do ministério concedente. A ação fiscalizada destina-se a verificar a legalidade, a economicidade e a eficácia da gestão dos recursos federais descentralizados ao convenente, aplicados em ações de aquisição de equipamentos hospitalares, nos termos do objeto pactuado no aludido termo de convênio.

Para tanto, foram extraídos dados e documentos do Sistema Informatizado de Administração de Convênios - SICONV, bem como foram realizadas verificações documentais e inspeções físicas nas instalações do convenente, com vistas à identificação dos equipamentos adquiridos.

Também, foram realizadas as análises na movimentação financeira do convênio em questão, bem como a verificação da conformidade dos processos de aquisição dos bens e da compatibilidade dos preços pagos com aqueles praticados pelo mercado.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por este Ministério.

2.1 Parte 1 Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas especiais, as quais serão monitoradas pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Dados do Convênio nº 810599/2014. Fato

Em 09/09/2014, o Ministério da Saúde firmou o convênio nº 810599/2014 com o Hospital César Leite, CNPJ nº 22.263.081/0001-55, situado na praça Dr. César Leite, nº 383, em Manhuaçu/MG, no valor total de R$495.000,00. O referido convênio destinou-se à aquisição de equipamentos de uso hospitalar, sendo que, do montante financeiro pactuado, R$ 495.000,00 foram repassados pelo concedente, sem que que houvesse exigência de contrapartida. Os recursos federais foram transferidos ao convenente no dia 30/10/2015, por meio da ordem bancária nº 2015OB843826. A vigência inicial do termo de convênio, que foi de doze meses, foi prorrogada por duas vezes, de modo que seu término está fixado para o dia 29/10/2017, embora já tenha sido solicitada nova prorrogação, a qual ainda não foi concedida, posto que encontra-se em análise pelo concedente. De acordo com o plano de trabalho avençado, foram estabelecidos três itens a serem adquiridos, conforme demonstrado na tabela seguir:

QUADRO 01: Relação dos equipamentos hospitalares pactuados no plano de trabalho do convênio nº 810599/2015.

Item Equipamento Quantidade Valor unitário R$ Valor total R$

1 Cama Hospitalar Mecânica Tipo Fawler

20 2.750,00 55.000,00

2 Cama Hospitalar Elétrica Tipo Fawler

10 8.000,00 80.000,00

3 Aparelho de Anestesia com monitor 02 80.000,00 160.000,00 4 Sistema de Vídeo Endoscopia

Flexível 01 200.000,00 200.000,00

Total 33 - 495.000,00 Fonte: dados extraídos do sistema SICONV.

De acordo com os exames efetuados, constatou-se que os recursos financeiros envolvidos foram devidamente depositados e mantidos na conta bancária específica do convênio, de nº 1985-0, na Caixa Econômica Federal, agência 0131-7. Os valores em questão foram devidamente aplicados no mercado financeiro, tendo sido utilizados somente para a aquisição de equipamentos previstos no plano de trabalho. Os recursos ainda não gastos, em virtude de que não foram adquiridos todos os equipamentos pactuados, encontra-se depositados em conta, cujo montante em 07/07/2017 é da ordem de R$ 258.607,05, já computados os rendimentos financeiros auferidos. ##/Fato##

2.1.2. Execução do Convênio nº 810599/2014. Fato Com vistas à execução do convênio nº 810599/2014, com a consequente aquisição dos equipamentos hospitalares pactuados em seu plano de trabalho, o hospital César Leite realizou três cotações eletrônicas de preços, de nºs 0001/2016, 0003/2016 e 02/2017 por meio do Sistema Informatizado de Administração de Convênios-SICONV.

Em decorrência da referida cotação de preços, diversas empresas apresentaram propostas financeiras, sendo que, ao final do certame, cada item licitado foi fornecido por uma empresa diferente. Ressalta-se, que foram adquiridos apenas três dos quatro equipamentos hospitalares pactuados no termo de convênio em questão, em virtude de não ter havido propostas para o item “aparelho de anestesia com monitor”. O quadro a seguir demonstra os equipamentos adquiridos, com os respectivos valores pagos e as empresas fornecedoras:

QUADRO 01: Relação dos equipamentos hospitalares pactuados no plano de trabalho do convênio nº 810599/2015.

Equipamento

Qt

Valor unitário

R$

Valor total R$

Nº NF/ data

Fornecedor/CNPJ

Cama Hospitalar Mecânica Tipo Fawler

20 2.569,52 53.960,00 8790 03/10/16

R.C. Art. E Equip. Hosp. Ltda. 02.377.937/0001-06

Cama Hospitalar Elétrica Tipo Fawler

10 7.519,04 78.950,00 6319 01/11/16

M01.866.388/0001-70eta móveis de metal Ltda

Sistema de Vídeo Endoscopia Flexível

01 172.870,00 172.870,00 7380 27/12/16

Labormed. Aparelhagem de Prec. Ltda. 32.150.633/0004-15

Total 31 - 305.780,00 Fonte: dados extraídos das notas fiscais constantes do sistema SICONV.

De acordo com os exames efetuados, em consulta na rede mundial de computadores, constatou-se que os preços pagos pelos equipamentos anteriormente descritos encontram-se compatíveis com os praticados pelo mercado, no tocante a produtos similares e de marcas congêneres. Os equipamentos ainda não adquiridos, que estão identificados em um item, aguardam a prorrogação da vigência atual do convênio, que já foi solicitada pelo convenente, para que possam ser novamente licitados e efetivamente comprados. Diante disso, considerando-se o fato de que o convênio foi celebrado em setembro de 2014, e que os recursos foram transferidos integralmente ao convenente em outubro de 2015, tem-se que existem deficiências de operacionalização evidentes na execução do objeto pactuado no termo de convênio em análise, na medida em que, após esse transcurso de tempo, o convenente ainda não realizou a aquisição da totalidade dos equipamentos avençados no plano de trabalho. Por fim, é mister relatar que os recursos financeiros envolvidos foram utilizados exclusivamente na execução do objeto avençado, pagos diretamente aos fornecedores dos equipamentos, conforme consta da movimentação financeira da conta bancária específica do convênio. ##/Fato##

2.2 Parte 2 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal.

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, conclui-se que a execução do convênio nº 810599/2014, no tocante às ações pertinentes ao convenente, está devidamente adequada à totalidade dos normativos referentes ao objeto pactuado, bem como aos regulamentos norteadores da celebração e execução de convênios firmados com a União.

Ordem de Serviço: 201700684 Município/UF: Manhuaçu/MG Órgão: MINISTERIO DA SAUDE Instrumento de Transferência: Convênio - 777417 Unidade Examinada: HOSPITAL CESAR LEITE Montante de Recursos Financeiros: R$ 466.278,90 1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 24 a 28/07/2017 sobre a aplicação dos recursos atinentes ao termo de convênio nº 777417/2012, firmado entre o Ministério da Saúde e Hospital César Leite de Manhuaçu/MG, no valor total de R$ 466.278,90, custeados por meio de Emenda Parlamentar, devidamente inserida no orçamento do ministério concedente. A ação fiscalizada destina-se a verificar a legalidade, a economicidade e a eficácia da gestão dos recursos federais descentralizados ao convenente, aplicados na aquisição de material médico-hospitalar de uso único, nos termos do objeto pactuado no aludido termo de convênio. Para tanto, foram extraídos dados e documentos do Sistema Informatizado de Administração de Convênios - SICONV, bem como foram realizadas verificações documentais.

Foram realizadas análises na movimentação financeira do convênio em questão, bem como a verificação da conformidade dos processos de aquisição dos itens e da compatibilidade dos preços pagos com aqueles praticados pelo mercado.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por este Ministério.

2.1 Parte 1 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2 Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas ministeriais. Este Ministério não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Dados do Convênio nº 777417/2012. Fato Em 26/12/2012, o Ministério da Saúde firmou o convênio nº 777417/2012 com o Hospital César Leite, CNPJ nº 22.263.081/0001-55, situado na praça Dr. César Leite, nº 383, em Manhuaçu/MG, no valor total de R$466.278,90. O referido convênio destinou-se à aquisição de material médico hospitalar de uso único, não tendo sido exigida contrapartida. Os recursos federais foram transferidos ao convenente no dia 18/03/2014, por meio da ordem bancária nº 2014OB812684, no exato valor do convênio. A vigência inicial do termo de convênio, que foi de doze meses, foi prorrogada por quatro vezes, de modo que seu término atual está fixado para o dia 23/08/2017. De acordo com o plano de trabalho avençado, foram estabelecidos 56 itens a serem adquiridos, conforme demonstrado quadro a seguir:

Tabela 01: Relação dos materiais médico-hospitalares pactuados no plano de trabalho do convênio nº 777417/2012.

Item Descrição Qtde Valor Unitário

R$

Valor Total R$

1 BR0239064-LÂMINA BISTURI, AÇO INOXIDÁVEL

15 (cx100un) 10,00 150,00

2 BR0251682-ATADURA, TECIDO ALGODÃO, 10 CM

1.800 (Un) 0,19 342,00

3 BR0269837-LUVA CIRÚRGICA, LÁTEX NATURAL,

12.000 (Par) 0,82 9.840,00

4 BR0269838-LUVA CIRÚRGICA, LÁTEX NATURAL,

33.000 (Par) 0,68 22.440,00

5 BR0269893-LUVA PARA PROCEDIMENTO NÃO CIR M

11.000 (cx100un)

11,00 121.000,00

6 BR0269894-LUVA PARA PROCEDIMENTO NÃO CIR P

6.000 (cx100un)

11,00 66.000,00

7 BR0269946-LUVA CIRÚRGICA, LÁTEX NATURAL,

8.500 (Par) 0,85 7.225,00

8 BR0269947-LUVA CIRÚRGICA, LÁTEX NATURAL,

1.000 (Par) 0,88 880,00

9 BR0269971-COMPRESSA GAZE, TECIDO 100% AL

100 (cx500un)

9,50 950,00

10 BR0272906-ABAIXADOR LÍNGUA, MADEIRA, DES

130 (cx100un)

1,61 209,30

11 BR0273207-MICRONEBULIZADOR, ADULTO, MÁSC

100 (Un) 5,89 589,00

12 BR0273208-MICRONEBULIZADOR, PEDIÁTRICO,

50 (Un) 5,10 255,00

13 BR0276877-ESCOVA DEGERMAÇÃO, COM CLOREXI

30.000 (Un) 0,90 27.000,00

14 BR0277768-ESCALPE, TUBO PVC CRISTAL LEVE

400 (Un) 0,12 48,00

15 BR0278497-ESCALPE, TB PVC CRISTAL FLEXÍV

5.200 (Un) 0,12 624,00

16 BR0278499-ESCALPE, TB PVC CRISTAL FLEXÍV

2.000 (Un) 0,12 240,00

17 BR0278698-TORNEIRINHA, PLÁSTICO RÍGIDO T

2.000 (Un) 0,32 640,00

18 BR0278705-CLAMP, PVC RÍGIDO, UMBILICAL, 8.000 (Un) 0,30 2.400,00

19 BR0279301-ATADURA, TECIDO ALGODÃO, 20 CM

840 (Un) 0,36 302,40

20 BR0279302-ATADURA, TECIDO ALGODÃO, 15 CM

1.500 (Un) 0,27 405,00

21 BR0279306-ATADURA GESSADA, TELA TIPO GIR

2.400 (Un) 0,86 2.064,00

22 BR0279308-ATADURA GESSADA, TELA TIPO GIR

960 (Un) 1,34 1.286,40

23 BR0279309-ATADURA GESSADA, TELA TIPO GIR

240 (Un) 2,20 528,00

24 BR0279402-SERINGA, POLIPROPILENO TRANSP 5ml

50.000 (Un) 0,07 3.500,00

25 BR0279406-SERINGA, POLIPROPILENO TRANSPA

50.000 (Un) 0,06 3.000,00

26 BR0279408-SERINGA, POLIPROPILENO TRANSPA

360.000 (Un) 0,12 43.200,00

27 BR0279410-SERINGA, POLIPROPILENO TRANSP 20ml

120.000 (Un) 0,24 28.800,00

28 BR0279415-SERINGA, POLIPROPILENO TRANSP 60ml

300 (Un) 1,85 555,00

29 BR0279569-DRENO CIRÚRGICO, DE PENROSE, L

150 (Un) 0,55 82,50

30 BR0279570-DRENO CIRÚRGICO, DE PENROSE, L

200 (Un) 0,60 120,00

31 BR0279571-DRENO CIRÚRGICO, DE PENROSE, L

60 (Un) 0,88 52,80

32 BR0279577-DRENO CIRÚRGICO, DE SUCÇÃO 3.0

100 (Un) 14,90 1.490,00

33 BR0279578-DRENO CIRÚRGICO, DE SUCÇÃO COM 4.8

300 (Un) 14,93 4.479,00

34 BR0279630-AGULHA, HIPODÉRMICA, 25 X 7, C 300 (cx100un)

2,81 843,00

35 BR0279631-AGULHA, HIPODÉRMICA, 25 X 8, C 4.500 (cx100un)

2,85 12.825,00

36 BR0279638-AGULHA, HIPODÉRMICA, 13 X 4,5, 60 (cx100un) 2,63 157,80

37 BR0279761-CATETER ASPIRAÇÃO TRAQUEAL, PV

12.000 (Un) 0,36 4.320,00

38 BR0279765-CATETER ASPIRAÇÃO TRAQUEAL, PV

100 (Un) 0,35 35,00

39 BR0279767-SONDA, LÁTEX SILICONIZADO, FOL

2.000 (Un) 0,84 1.680,00

40 BR0279768-SONDA, LÁTEX SILICONIZADO, FOL

500 (Un) 0,78 390,00

41 BR0279769-SONDA, LÁTEX SILICONIZADO, FOL

20 (Un) 0,84 16,80

42 BR0279770-SONDA, LÁTEX SILICONIZADO, FOL

20 (Un) 0,84 16,80

43 BR0279776-SONDA, LÁTEX SILICONIZADO, FOL

400 (Un) 0,77 308,00

44 BR0279777-SONDA, LÁTEX SILICONIZADO, FOL

150 (Un) 0,80 120,00

45 BR0316405-GORRO DESCARTÁVEL, TIRAS, 30 G

150 (cx100un)

6,70 1.005,00

46 BR0317676-FRASCO COLETOR PARA EXAME, PLÁ

3.573 (Un) 0,20 714,60

47 BR0352012-LENÇOL DESCARTÁVEL, PAPEL, 0.7

390 (Un) 6,30 2.457,00

48 BR0361762-ATADURA, CREPOM, 100% ALGODÃO,

6.000 (Un) 0,44 2.640,00

49 BR0361766-ATADURA, CREPOM, 100% ALGODÃO,

11.000 (Un) 0,86 9.460,00

50 BR0361770-ATADURA, CREPOM, 100% ALGODÃO,

12.000 (Un) 0,67 8.040,00

51 BR0363482-COLETOR MATERIAL PÉRFURO-CORTA

4.500 (Un) 2,35 10.575,00

52 BR0366903-LÂMINA BISTURI, AÇO INOXIDÁVEL

25 (cx100un) 10,00 250,00

53 BR0385662-EXTENSOR EQUIPO SORO, P/ PERFU

18.000 (Un) 0,92 16.560,00

54 BR0385697-EQUIPO, DE INFUSÃO, PVC CRISTA

650 (Un) 1,95 1.267,50

55 BR0385704-EQUIPO, DE INFUSÃO, PVC CRISTA

55.000 (Un) 0,68 37.400,00

56 BR0405505-SERINGA, POLIPROPILENO TRANSPA

50.000 (Un) 0,09 4.500,00

Total

466.278,90

Fonte: dados extraídos do sistema SICONV

De acordo com os exames efetuados, constatou-se que os recursos financeiros envolvidos foram devidamente depositados e mantidos na conta bancária específica do convênio, de nº 1566-8, na Caixa Econômica Federal, agência 0131-7. Os valores em questão foram devidamente aplicados no mercado financeiro, tendo sido utilizados somente para aquisição dos itens previstos no plano de trabalho. Os recursos ainda não gastos, em virtude de que não foram adquiridos todos os insumos pactuados, encontram-se depositados em conta, cujo montante em 07/07/2017 é da ordem de R$ 413.947,08, já computados os rendimentos financeiros auferidos. ##/Fato##

2.2.2. Execução do Convênio nº 777417/2017. Fato Com vistas à execução do convênio nº 777417/2012, com a consequente aquisição dos materiais médico hospitalares pactuados em seu plano de trabalho, o hospital César Leite realizou os pregões presenciais 01/2014, em 08/05/2014, e 01/2015, em 14/10/2015. A tabela a seguir demonstra os equipamentos adquiridos, com os respectivos valores pagos e as empresas fornecedoras:

De acordo com os exames efetuados, em consulta na rede mundial de computadores, constatou-se que os preços pagos pelos materiais anteriormente descritos se encontram compatíveis com os praticados pelo mercado, no tocante a produtos similares e de marcas congêneres. Os materiais ainda não adquiridos aguardam a prorrogação da vigência atual do convênio, que já foi solicitada pelo convenente, para que possam ser novamente licitados e efetivamente comprados. Diante disso, considerando-se o fato de que o convênio foi celebrado em dezembro de 2012, e que os recursos foram transferidos integralmente ao convenente em março de 2014, tem-se que existem deficiências de operacionalização evidentes na execução do objeto pactuado no termo de convênio em análise, na medida em que, após todo esse transcurso de tempo, o convenente ainda não realizou a aquisição da totalidade dos equipamentos avençados no plano de trabalho. Por fim, é mister relatar que os recursos financeiros envolvidos foram utilizados exclusivamente na execução do objeto avençado, pagos diretamente aos fornecedores dos equipamentos, conforme consta da movimentação financeira da conta bancária específica do convênio. ##/Fato##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, conclui-se que a execução do convênio nº 777417/2012, no tocante às ações pertinentes ao convenente, está devidamente adequada à totalidade dos

Descrição Qtde Planejada Qtde adquirida Empresa/CNPJNota Fiscal

Nº Data Valor

BR0269893-LUVA PARA PROCEDIMENTO NÃO CIR M 11.000 (cx100un) 6.500 65.780,00

BR0269894-LUVA PARA PROCEDIMENTO NÃO CIR P 6.000 (cx100un) 3.500 35.420,00

BR0279415-SERINGA, POLIPROPILENO TRANSP 60ml 300 (Un) 300Girofarma

07.876.749/0001-4617.462 13/08/2014 450,00

BR0269971-COMPRESSA GAZE, TECIDO 100% AL 100 (cx500un) 100 950,00

BR0279402-SERINGA, POLIPROPILENO TRANSP 5ml 50.000 (Un) 20.000 1.400,00

BR0279410-SERINGA, POLIPROPILENO TRANSP 20ml 120.000 (Un) 40.000 9.200,00

BR0279577-DRENO CIRÚRGICO, DE SUCÇÃO 3.0 100 (Un) 50 705,00

BR0279578-DRENO CIRÚRGICO, DE SUCÇÃO COM 4.8 300 (Un) 100 1.490,00

BR0279577-DRENO CIRÚRGICO, DE SUCÇÃO 3.0 100 (Un) 50 11.438 11/09/2014 705,00

BR0278705-CLAMP, PVC RÍGIDO, UMBILICAL, 8.000 (Un) 8.000Distrilaf

04.889.013/0001-14 38.52619/09/2014 2.400,00

BR0279578-DRENO CIRÚRGICO, DE SUCÇÃO COM 4.8 300 (Un) 50Equipex

08.719.179/0001-43 11.58129/09/2014 745,00

BR0277768-ESCALPE, TUBO PVC CRISTAL LEVE 400 (Un) 141 16,92

BR0278497-ESCALPE, TB PVC CRISTAL FLEXÍV 5.200 (Un) 4.900 588,00

BR0278499-ESCALPE, TB PVC CRISTAL FLEXÍV 2.000 (Un) 2.000 240,00

BR0363482-COLETOR MATERIAL PÉRFURO-CORTA 4.500 (Un) 2.976 17.559 05/12/2014 6.993,00

BR0279402-SERINGA, POLIPROPILENO TRANSP 5ml 50.000 (Un) 15.000 1.050,00

BR0279410-SERINGA, POLIPROPILENO TRANSP 20ml 120.000 (Un) 40.000 9.200,00

BR0279402-SERINGA, POLIPROPILENO TRANSP 5ml 50.000 (Un) 15.000 1.050,00

BR0279410-SERINGA, POLIPROPILENO TRANSP 20ml 120.000 (Un) 40.000 9.200,00

BR0273207-MICRONEBULIZADOR, ADULTO, MÁSC 100 (Un) 100 499,00

BR0273208-MICRONEBULIZADOR, PEDIÁTRICO, 50 (Un) 50 249,50

BR0316405-GORRO DESCARTÁVEL, TIRAS, 30 G 150 (cx100un) 150Equipex

08.719.179/0001-43 15.952 21/03/2016810,00

149.141,42

Fonte: Notas fiscais

TOTAL

Tabela: Aquisições Convênio 777417/2012

Alta Farma 08.628.861/0001-20

17.462

Alfalagos 05.194.502/0001-14

100.830

11/11/2014

08/12/2014

109.233 15/05/2015

128.473 15/03/2016

S3 Med 09.660.958/0001-83

148.929 31/07/2014

94.650 15/08/2014

11.216 18/08/2014

Alfalagos 05.194.502/0001-14

Equipex 08.719.179/0001-43

normativos referentes ao objeto pactuado, bem como aos regulamentos norteadores da celebração e execução de convênios firmados com a União.

Ordem de Serviço: 201700715 Município/UF: Manhuaçu/MG Órgão: MINISTERIO DAS CIDADES Instrumento de Transferência: Não se Aplica Unidade Examinada: CAIXA ECONOMICA FEDERAL Montante de Recursos Financeiros: R$ 17.274.460,79 1. Introdução

O Programa e ação objeto da ação de controle foram, respectivamente, 2049 - Moradia Digna e 00AF – Integralização de Cotas ao Fundo de Arrendamento Residencial – FAR. O empreendimento está contemplado no Programa Minha Casa Minha Vida - PMCMV, gerido pelo Ministério das Cidades, com a finalidade de propiciar casa própria a famílias de baixa renda. O empreendimento Residencial Clube do Sol contempla a execução e a implantação de 18 blocos com 04 apartamentos por andar, com 04 pavimentos, contemplando um total de 288 unidades habitacionais. De acordo com informações veiculadas na imprensa, esse empreendimento ficou um período paralisado tendo em vista o abandono das obras por parte da empresa responsável pela execução das obras. O objetivo da ação de controle foi verificar a situação do empreendimento acima referenciado, tendo em vista que, segundo notícias veiculadas na mídia, nova empresa foi contratada para realização da obra. Foram avaliadas as seguintes questões de auditoria:

- Qual a situação das obras dos empreendimentos? Estão paralisadas? Se encontram abandonadas? - Quais os motivos da paralisação/abandono das obras? - As unidades habitacionais e a infraestrutura do empreendimento foram ou estão sendo construídas em conformidade com as especificações técnicas previstas em projeto e com as normas técnicas vigentes?

Por se tratar de obra em que houve a rescisão contratual com a empresa inicialmente contratada e a substituição por outra, o escopo do trabalho envolveu a verificação do processo de substituição da empresa, levantando os motivos da rescisão, a regularidade da nova contratação e eventuais prejuízos, bem como a verificação da atuação da Caixa no gerenciamento do contrato. Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e registros fotográficos, análise documental e realização de entrevistas. Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados, porém não apresentaram manifestação após o encaminhamento do relatório preliminar, cabendo ao Ministério supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por este Ministério.

2.1 Parte 1 Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas especiais, as quais serão monitoradas pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Do Programa e do Empreendimento Fato Do Programa O Programa Minha Casa Minha Vida - PMCMV, gerido pelo Ministério das Cidades, foi criado em 25/03/2009 pela Medida Provisória - MP nº 459, convertida na Lei nº 11.977, de 07/07/2009, com a finalidade de propiciar casa própria a famílias de baixa renda. A Lei do PMCMV foi regulamentada inicialmente pelos Decretos nº 6.819, de 13/04/2009, e nº 6.962, de 17/09/2009 (ambos revogados). Atualmente, a Lei é regulamentada pelo Decreto nº 7.499, de 16/06/2011, alterado pelos Decretos nº 7.795, de 24/08/2012, e nº 7.825 de 11/10/2012. Trata-se de um programa de grande alcance social, financiado com recursos da União transferidos ao Fundo de Arrendamento Residencial – FAR, ao Fundo de Desenvolvimento Social – FDS (dois fundos gerenciados pela Caixa) e diretamente do Orçamento Geral da União – OGU para a Caixa, agente operador do Programa. Grande parte dos recursos do PMCMV é destinada à Faixa I (0 a 3 salários mínimos). Inicialmente, o Decreto nº 6.819, de 13/04/2009, estabeleceu que os recursos seriam destinados às famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 1.395,00 reais na época) e agricultores familiares e trabalhadores rurais com renda de até R$15.000,00 ao ano. Posteriormente, por meio do Decreto nº 7.499, de 16/06/2011, o valor de R$ 1.395,00 foi alterado para R$ 1.600,00. Desde o início do Programa em 2009, os beneficiários na área urbana do PMCMV Faixa 1 responsabilizavam-se por prestações mensais de R$50,00 ou no máximo 5% de sua renda familiar mensal, que deveriam ser pagas ao longo de dez anos. A partir do Decreto nº 7.795, de 24/08/2012, art. 8º, §10, a prestação mensal passou para R$25,00 como valor mínimo, podendo alcançar no máximo 5% da renda bruta familiar. Ao final, o imóvel é transferido para o nome do beneficiário. A Caixa Econômica Federal - CEF é a instituição responsável pela aprovação e acompanhamento do empreendimento Residencial Clube do Sol, objeto desta fiscalização. Dos chamamentos públicos e das Contratações do empreendimento Residencial Clube do Sol

a) Chamamento Público nº 004/2011 A Prefeitura Municipal de Manhuaçu realizou o primeiro chamamento público para contratação de construtora com a publicação do Comunicado Público nº 004/2011, de 28 de dezembro de 2011, que tinha como objeto a seleção de empresa do ramo da construção civil para apresentação de proposta para construção de habitação de interesse social no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida. A empresa selecionada foi a Construtora Alfa Imóveis Construções Ltda. A operação nº 0395.808-05 contemplou o Contrato por Instrumento Particular de Doação de Imóvel e de Produção de Empreendimento Habitacional no Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV – Recursos FAR, com pagamento parcelado, firmado em 28/12/2012, com as seguintes características: Doador – Prefeitura Municipal de Manhuaçu; Construtora/Contratada – Alfa Imóveis Construções Ltda.; Donatária/Contratante – Fundo de Arrendamento Residencial, representado pela Caixa Econômica Federal; Valor global da Operação – o valor global da operação é de R$ 17.274.460,79 e contempla os valores de produção do empreendimento, tributos, seguros, despesas de legalização, IPTU, Projeto Trabalho Social e conservação do empreendimento; Valor da doação do imóvel – doação é feita a título gratuito, atribuindo-se ao imóvel, para efeitos fiscais, o valor de R$ 410.000,00; Valor do Projeto Trabalho Social – o valor total do Projeto Técnico Social – PTS é de R$ 345.489,21 e compõe o custo da operação correspondendo a 2,00% do valor de aquisição da unidade habitacional; Valor para produção do empreendimento – equivale à diferença entre o valor global da operação, o valor do PTS e o valor do imóvel (R$ 16.929.971,58); Prazo para conclusão das obras – 15 meses, conforme previsto no cronograma físico financeiro. O imóvel doado pelo Município de Manhuaçu é uma gleba de terras com área de 14.921,35 metros quadrados, localizada no perímetro urbano, às margens da BR 262. Em 26 de junho de 2013, a Construtora Alfa suspendeu a execução das obras e solicitou a revisão do orçamento. Essa suspensão gerou a paralisação das obras que culminou, em 18 de julho de 2013, com o distrato amigável do contrato celebrado entre as partes. b) Chamamento Público nº 03/2014 Em 29 de março de 2014, a Prefeitura Municipal de Manhuaçu publicou a Chamada Pública nº 03/2014 para selecionar pessoas jurídicas da atividade de construção civil para elaboração de projeto arquitetônico, de infraestrutura e de engenharia e a execução do mesmo projeto para edificação de condomínio vertical de unidades habitacionais denominado Residencial Clube do Sol II e para dar continuidade ao empreendimento iniciado através do Chamamento Público nº 04/2011, denominado Residencial Clube do Sol I, ambos enquadrados no Programa Minha Casa Minha Vida. O objetivo era executar um novo empreendimento para tornar mais atrativa a conclusão do empreendimento em execução, que havia sido paralisado.

O processo de Chamada Pública foi homologado em 04 de junho de 2014 tendo como empresa vencedora a Construtora Cherem Ltda. Porém, o contrato não foi celebrado, pois à época da contratação, não havia dotação orçamentária para a contratação do Residencial Clube do Sol II e, com isso, a empresa vencedora não demonstrou interesse em executar somente as obras que estavam paralisadas. c) Contratação da Construtora Solare Em outubro de 2015, mais de um ano da segunda chamada pública, a empresa Solare Construtora e Incorporadora Ltda. apresentou proposta para retomada das obras sem suplementação de recursos. Foi celebrado, em 10 de dezembro de 2015, contrato para execução de obras e serviços necessários à conclusão da produção de empreendimento habitacional, contemplando os valores de produção do empreendimento, despesas de legalização, IPTU e a guarda e conservação do empreendimento, no valor total de R$ 14.170.383,32. Do Empreendimento O empreendimento Residencial Clube do Sol contempla a implantação de 18 blocos com 04 apartamentos por andar, com 04 pavimentos, totalizando 288 unidades habitacionais. Todas as unidades habitacionais possuem 01 sala, 02 quartos, 01 banheiro, 01 cozinha e 01 área de serviço, com área privativa de 49,87 metros quadrados. Inicialmente, o empreendimento possuía 254 vagas de garagem, porém, posteriormente esse quantitativo foi alterado para 179 vagas de garagem. O empreendimento possui as seguintes características: - Fundações em estacas; - Estrutura em alvenaria estrutural com bloco cerâmico estrutural e lajes em concreto armado; - Cobertura com estrutura metálica e telha de fibrocimento com espessura mínima de 06 mm; - As fachadas serão rebocadas e pintadas com tinta acrílica; - As esquadrias externas serão em alumínio e vidro; - Todos os compartimentos terão piso em cerâmica padrão popular. As paredes da sala, quartos e circulação serão revestidas em gesso liso e tinta PVA. As paredes do banheiro, cozinha e área de serviço terão revestimento em cerâmica padrão popular até 1,50m; acima de 1,50m, pintura acrílica. Com exceção do banheiro e área de serviço que terão revestimento do teto em forro de gesso e tinta PVA, os demais cômodos terão revestimento em gesso liso e tinta PVA.

Foto 1 - Residencial Clube do Sol – localização próximo à BR 262.

##/Fato##

2.1.2. Atraso na execução das obras. Fato O Contrato por Instrumento Particular de Doação de Imóvel e de Produção de Empreendimento Habitacional do PMCMV, firmado entre a Caixa Econômica Federal (contratante), a Prefeitura Municipal de Manhuaçu (doadora do terreno) e a Construtora Alfa Imóveis Construções Ltda. (construtora/contratante), celebrado em 28 de dezembro de 2012, estabeleceu como prazo para conclusão das obras o período de 15 meses, conforme previsto no cronograma físico-financeiro pactuado entre as partes. Com isso, o prazo final de execução das obras correspondia a 28/03/2014. Verificou-se que, até o momento, as obras de implantação do empreendimento não foram concluídas totalizando um atraso de mais de 40 meses em relação à data originalmente estabelecida. Ressalta-se, como ponto positivo, que o empreendimento, após ficar um tempo paralisado, foi retomado pela Construtora Solare Engenharia e as obras encontram-se em andamento com um prazo previsto de término para abril de 2018, de acordo com informações apresentadas pela Caixa em resposta à Solicitação de Fiscalização nº 02, de 16/08/2017. As principais causas para o atraso nas obras foram: a) Paralisação das obras e distrato contratual com a empresa Alfa Imóveis Construções. Em 26 de junho de 2013, a construtora Alfa Imóveis Construções apresentou uma série de questionamentos ao Fundo de Arrendamento Residencial - FAR e à Caixa Econômica Federal em relação à execução do contrato, conforme resumido a seguir: - A construtora questionou o fato de o orçamento elaborado pela empresa e aprovado pela Caixa não ter reajuste de valor ao longo do tempo, ou seja, orçamento mantém-se fixo durante toda a execução do contrato. Alegou que isso gera um enorme desequilíbrio entre o custo orçado previsto e o custo final previsto;

- Questionou também que houve, por parte da Caixa Econômica Federal, solicitações de adequação e/ou correção de projetos gerando custos não previstos no orçamento aprovado pela Caixa; - Informou a retenção arbitrária de R$ 173.000,00 tendo como justificativa a necessidade de verba para construção da rede de energia elétrica que iluminará o trajeto ao empreendimento. Com isso, a Construtora Alfa suspendeu a execução das obras e solicitou a revisão do orçamento. Nessa data, as obras acumulavam um valor bruto de R$ 2.758.588,25, totalizando um percentual de obras acumuladas de 16,48%. Essa paralisação culminou com o distrato ao Contrato por Instrumento Particular de Doação de Imóvel e de Produção de Empreendimento Habitacional ao PMCMV, celebrado entre o Fundo de Arrendamento Residencial – FAR e a ALFA Imóveis Construções Ltda., em 18 de julho de 2013. b) Falhas na contratação de nova empresa para continuidade das obras. Em junho de 2014, ou seja, praticamente um ano após o distrato com a empresa Construtora Alfa, realizou-se novo chamamento público para contratação de empresa para retomada e conclusão das obras. Com o intuito de tornar essa contratação mais atrativa às empresas de engenharia, a prefeitura abriu chamada conjunta para novo empreendimento em terreno adjacente (Residencial Clube do Sol II) com 240 unidades vinculando sua execução à retomada das obras do Residencial Clube do Sol I. O processo de Chamada Pública foi homologado em 04 de junho de 2014, tendo como empresa vencedora a Construtora Cherem Ltda. Porém, a contratação não foi efetuada, pois como, na época da contratação, não havia dotação orçamentária para a contratação do Residencial Clube do Sol II, a empresa vencedora não demonstrou interesse em executar somente as obras que estavam paralisadas. Esse fato resultou em mais atrasos na execução do empreendimento. c) Não cumprimento do cronograma físico-financeiro pela Construtora Solare. Em outubro de 2015, mais de um ano da segunda chamada pública, a Construtora Solare apresentou proposta para retomada das obras sem suplementação de recursos. Foi celebrado em 10 de dezembro de 2015, contrato para execução de obras e serviços necessários à conclusão da produção de empreendimento habitacional – PMCMV – FAR. O prazo de conclusão estabelecido era de 15 meses, conforme previsto no cronograma físico-financeiro. Dessa forma, a data final de conclusão do empreendimento era 10 de abril de 2017. Na visita, verificou-se que as obras se encontram em andamento. Consulta realizada em 15/09/2017 à página da Caixa na internet, Sistema Acompanhamento de Obras, informa que as obras estão em situação atrasada, com um percentual acumulado de obras e serviços de 57,47%. Resta evidenciado, portanto, um atraso de mais de 40 meses em relação ao cronograma inicial pactuado na primeira contratação. Registra-se, porém, que as obras foram retomadas e encontram-se em execução com previsão de conclusão para abril de 2018, conforme informações prestadas pela Caixa Econômica Federal.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Não houve manifestação da unidade examinada para esse item. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no campo “Fato”. ##/AnaliseControleInterno##

2.1.3. Visita às obras. Fato Foi realizada no dia 09/08/2017 visita às obras de implantação do empreendimento Residencial Clube do Sol, no Município de Manhuaçu - MG. Apresenta-se a seguir relatório fotográfico do empreendimento vistoriado:

Foto 1 – Residencial Clube do Sol – Serviços de pintura externa em execução.

Foto 2 – Residencial Clube do Sol – serviços de infraestrutura entre os blocos residenciais.

Foto 3 – Residencial Clube do Sol – canteiro de obras.

Foto 4 – Residencial Clube do Sol – serviços de pintura externa em execução.

Foto 5 – Residencial Clube do Sol – pintura externa e esquadrias de alumínio.

Foto 6 – Residencial Clube do Sol – sala – serviços de cerâmica executados.

Foto 7 – Residencial Clube do Sol – Instalações hidrossanitárias em execução.

Foto 8 – Residencial Clube do Sol – Cozinha – revestimento cerâmica executado.

Foto 9 – Residencial Clube do Sol – Execução de arruamento interno do Condomínio.

Foto 10 – Residencial Clube do Sol – execução de serviços de fundação em radier.

##/Fato##

2.1.4. Execução de serviços divergente das especificações técnicas. Fato Durante a visita às obras de implantação do Residencial Clube do Sol, identificou-se que alguns serviços estavam sendo executados de forma divergente em relação aos projetos e às especificações aprovadas pela Caixa, conforme detalhado a seguir: a) Fundações

O projeto originalmente aprovado previa a execução de fundações profundas em estacas. A Construtora Alfa Engenharia executou a fundação de 16 dos 18 blocos de apartamento de acordo com os projetos de engenharia aprovados. Com o abandono das obras por parte da Construtora Alfa Engenharia, a Construtora Solare assumiu as obras. Durante a visita ao empreendimento, verificou -se que a Construtora Solare ao iniciar a construção de um dos blocos, estava adotando uma concepção de fundação rasa do tipo radier, divergente da solução aprovada pela Caixa, conforme registrado a seguir:

Foto 1 – fundação em tipo radier em execução em novo bloco a

ser implantado pela Construtora Solare. Por meio da solicitação de Fiscalização nº 02, de 16 de agosto de 2017, a Caixa Econômica Federal foi questionada em relação à essas alterações no projeto de fundação. A Caixa, mediante e-mail s/ nº, de 04 de setembro de 2017, apresentou os seguintes esclarecimentos:

“A solicitação de alteração nas fundações foi analisada pela equipe técnica da CAIXA e não foi aprovada. Quando da próxima vistoria pela CAIXA, sendo detectado execução de serviços divergentes com o projeto aprovado, a CAIXA solicitará a devida adequação. Os serviços que porventura já tenham sido executados não serão pagos.”

Portanto, de acordo com a Caixa, a alteração de fundação profunda em estacas para fundação rasa em radier não foi aprovada pela Caixa. Dessa forma, a Construtora deverá promover a correção dos serviços. b) Muros de arrimo para contenções do terreno. Durante a visita ao empreendimento, verificou-se que duas contenções em muro de arrimo a serem realizadas nas laterais do empreendimento foram excluídas do projeto tendo em vista a adoção de taludes suaves em áreas adjacentes, pertencentes ao município de Manhuaçu. Apresenta-se registro fotográfico de um desses taludes:

Foto 2 – Vista geral de talude lateral ao empreendimento em locais onde seria executado muro de arrimo.

Novamente questionada, a Caixa apresentou o seguinte esclarecimento:

“Não foi apresentada ainda pela construtora projeto referente a substituição do muro de arrimo por talude. Portanto, a alteração não foi analisada nem aprovada pela CAIXA.”

De acordo com a resposta da Caixa, as soluções adotadas pela empresa para os taludes laterais ao empreendimento ainda não foram aprovadas pela Caixa. Porém, na visita “in loco”, os responsáveis pela Construtora informaram que os muros de arrimo não serão executados e serão substituídos por taludes mais suaves a serem executados em áreas adjacentes ao terreno, pertencentes ao Município de Manhuaçu. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Não houve manifestação da unidade examinada para esse item. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Considerando-se que não houve nova manifestação da unidade examinada sobre esta constatação, após a manifestação que está transcrita no campo ‘fato’, a análise do Controle Interno consta registrada no referido campo. ##/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2 Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

ministeriais. Este Ministério não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Seleção de beneficiários. Fato

O Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) recebe recursos transferidos do Orçamento Geral da União (OGU) para viabilizar a construção de unidades habitacionais. A indicação e seleção dos beneficiários é de responsabilidade do Poder Público, sendo que os nomes destes são inscritos no CADÚNICO e devem ser apresentados à Caixa Econômica Federal em até oito meses contados da contratação do empreendimento, conforme critérios nacionais e adicionais de priorização, definidos na Portaria nº 412 do Ministério das Cidades, de 06/08/2015.

Podem participar do MCMV apenas famílias que não possuem casa própria ou financiamento em qualquer unidade da Federação ou que não tenham recebido anteriormente benefícios de natureza habitacional do governo federal. A Faixa 1 atende famílias com renda de até R$ 1,8 mil.

A prioridade de atendimento será para famílias residentes em áreas de risco ou insalubres que tenham sido desabrigadas, a partir de documento público que comprove, além de mulheres responsáveis pela unidade familiar e pessoas com deficiência.

Vale lembrar que a execução das obras do empreendimento é realizada por construtora contratada pela CAIXA, que se responsabiliza pela entrega dos imóveis concluídos e legalizados. Os imóveis contratados são de propriedade exclusiva do FAR e integram seu patrimônio até que sejam alienados.

Em 19/07/2017, o Ministério das Cidades publicou no Diário Oficial da União (DOU) a Portaria nº 488, contendo nova regulamentação acerca da rescisão dos contratos de beneficiários de moradias do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) financiadas pelo Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). O regulamento desses distratos se aplica aos casos de desistência do beneficiário, descumprimento contratual, ocupação irregular, desvio de finalidade e inadimplemento com os pagamentos das prestações da compra e venda. O texto substitui portaria de dezembro do ano passado que tratava do assunto. De acordo com a Portaria, o FAR deverá reincluir o imóvel objeto da rescisão no Minha Casa Minha Vida ou no programa habitacional que estiver vigente para destiná-lo à aquisição por outro beneficiário. Se o imóvel não voltar ao programa, poderá ser levado a leilão, dentro das normas exigidas pela Caixa Econômica Federal, gestora do FAR.

Com relação aos terrenos dos empreendimentos, estes devem ser urbanos ou em áreas de expansão urbana. As vias de acesso deverão ser pavimentadas, com drenagem pluvial, calçadas, guias e sarjetas, rede de energia elétrica e iluminação pública, rede de abastecimento de água, e solução para esgotamento sanitário bem como declaração de viabilidades operacionais emitida pelas respectivas concessionárias.

No que se refere à seleção de beneficiários para o empreendimento Residencial Clube do Sol, em Manhuaçu/MG, conforme ata da reunião ocorrida no dia 18/04/2016, os membros da Comissão de Avaliação do Programa Minha Casa Minha Vida estabeleceram 03 critérios adicionais de responsabilidade do Município a serem empregados no processo de seleção: famílias residentes no município há no mínimo 05 anos; famílias beneficiadas com o Bolsa Família ou Benefício de Prestação Continuada ( BPC); famílias com filhos em idade inferior a 18 anos. Posteriormente, os referidos critérios foram aprovados pelo Conselho Municipal de Assistência Social, por meio da Resolução nº 07/2016 de 27 de abril de 2016. O Decreto Municipal nº 989, de 23 de maio de 2016, regulamentou a matéria. Verificou-se que, em 11 e 15/02/2017, ocorreu a publicação no Diário Oficial Eletrônico do município de Manhuaçu de convocação para atualização cadastral dos inscritos no Programa. Foi apresentada à equipe da CGU, por ocasião da visita ao município, ocorrida em 08/08/2017, relação contendo 315 beneficiários selecionados, a serem encaminhados a CEF para análise do perfil econômico. ##/Fato##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais não está adequada e exige providências de regularização por parte dos gestores federais. Verificou-se que, até o momento, as obras de implantação do empreendimento não foram concluídas, totalizando um atraso de 40 meses em relação à data originalmente estabelecida. No entanto, apesar de terem ficado um período paralisadas, atualmente, estão em andamento, com previsão de conclusão para abril de 2018. O motivo da paralisação foi a suspensão e o abandono das obras por parte da primeira empresa contratada, Construtora Alfa, fato que gerou o distrato amigável com o FAR – Fundo de Arrendamento Residencial. Posteriormente, a empresa Solare Engenharia foi contratada para dar sequência ao empreendimento por meio de contratação direta pela Caixa, conforme previsão normativa. Durante a visita, verificou-se divergência entre os serviços executados e as especificações aprovadas pela Caixa correspondentes à execução de fundação rasa em radier ao invés de fundação profunda em estaca e substituição de muros de arrimo por taludes em áreas laterais ao empreendimento.

Ordem de Serviço: 201700716 Município/UF: Manhuaçu/MG Órgão: MINISTERIO DAS CIDADES Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 653053 Unidade Examinada: PREFEITURA MUNICIPAL DE MANHUACU Montante de Recursos Financeiros: R$ 3.888.167,56 1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 10 a 14 de julho de 2017 e trataram da fiscalização da aplicação dos recursos do Programa 0122 - Serviços Urbanos de Água e Esgoto, Ação: 1N08 - Apoio a Sistemas de Esgotamento Sanitário em Municípios de Regiões Metropolitanas, de Regiões Integradas de Desenvolvimento Econômico, Municípios com mais de 50 mil Habitantes ou Integrantes de Consórcios Públicos, no município de Manhuaçu/MG. A ação fiscalizada refere-se à execução do Termo de Compromisso nº 0251.768-71/2008 (Siafi nº 653053) firmado em 26/12/2008 entre a União Federal, por intermédio do Ministério das Cidades, representada pela Caixa Econômica Federal, e o município de Manhuaçu/MG, que teve o Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE como interveniente executor. Na consecução dos trabalhos, foi analisada a aplicação do montante pactuado, sendo R$3.918.275,00 com recursos federais e R$206.225,00 de contrapartida, totalizando R$4.124.500,00 para a execução total do Termo de Compromisso.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por este Ministério.

2.1 Parte 1 Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas especiais, as quais serão monitoradas pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Falta de funcionalidade nas obras realizadas com recursos do Termo de Compromisso nº 0251.768-71/2008 decorrente de falhas no projeto original. Fato Em 26 de dezembro de 2008, a União Federal – por intermédio do Ministério das Cidades, representada pela Caixa Econômica Federal – CAIXA e o Município de Manhuaçu, tendo como Co-Compromissado o Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE, celebraram o Termo de Compromisso nº 0251.768-71/2008, cujo objeto era a implantação da rede

interceptora de esgoto sanitário e a 1ª etapa da estação de tratamento de esgoto, no município de Manhuaçu/MG, no valor de R$4.124.500,00, sendo R$3.918.275,00, correspondente ao repasse federal, e R$206.225,00 referente à contrapartida municipal, e com prazo de vigência até 30/10/2010. Foram celebrados oito termos aditivos ao Termo de Compromisso, conforme se segue: - 1º TA, de 30/09/2009, incluiu a SAAE como interveniente executor e determinou suas obrigações. - 2º TA, de 20/10/2009, alterou o valor pactuado, da seguinte forma: Repasse da União: valor mínimo de R$3.975.204,92 podendo alcançar o valor máximo de R$3.992.778,35; Contrapartida: valor mínimo de R$210.146,23 podendo atingir o valor máximo de R$227.719,66. - 3º TA, de 10/09/2010, alterou vigência do Termo de Compromisso para 20/06/2012; - 4º TA, de 27/06/2010, alterou vigência do Termo de Compromisso para 30/06/2013; - 5º TA, de 26/06/2013, alterou vigência do Termo de Compromisso para 30/06/2014; - 6º TA, de 26/06/2014, alterou vigência do Termo de Compromisso para 30/06/2015; - 7º TA, de 29/06/2015, alterou vigência do Termo de Compromisso para 31/12/2015; - Ofício 1686/2015/GAE/CCCOT/SNSA/MCIDADES, de 16/10/2015, prorrogou a vigência do Termo de Compromisso “ex-ofício” para 30/03/2016; - 8º TA, de 30/03/2016, alterou vigência do Termo de Compromisso para 30/03/2017. Na documentação analisada, não havia novo Termo Aditivo prorrogando o prazo de vigência do Termo de Compromisso. Destaca-se que a Portaria do Ministério do Planejamento nº 348/2016, publicada no DOU de 16/11/2016, estabeleceu que os municípios que estivessem com obras paralisadas e retomassem sua execução até 30/06/2017, teriam o prazo até 30/12/2018 para concluírem suas obras. Ressalta-se que, até a data dos trabalhos de campo dessa fiscalização, o município de Manhuaçu não havia chegado a um acordo com a Caixa e o Ministério das Cidades sobre a retomada dos serviços. Entretanto, em consulta ao site da Caixa em 22/09/2017, verificou-se que consta para o Termo de Compromisso em tela que a vigência foi alterada para 30/06/2018. O Ministério das Cidades disponibilizou para a consecução do objeto, o montante de R$3.888.167,56, que corresponde a 97,38% do total pactuado, conforme demonstrado:

Quadro 01 – Repasses recurso federal Ofícios Valor (R$) Data

1197/2010 399.277,84 30/06/2010 1451/2010 2.276.192,67 11/08/2010 1583/2010 22.534,12 09/10/2010 1872/2010 38.645,65 27/10/2010 0196/2011 634.452,48 25/01/2011 0363/2011 355.756,55 17/03/2011 0764/2011 13.974,73 03/06/2011 0878/2011 147.333,52 24/06/2011

Total 3.888.167,56 Fonte: Processo disponibilizados pela Caixa

O projeto original para a execução do objeto foi elaborado pelo então engenheiro do SAAE, CPF _***.160.487**, e contemplava as instalações da ETE e das tubulações que percorreriam

as margens direita do Rio Manhuaçu, de um trecho que começava na ponte da Avenida Barão do Rio Branco, localizada na Baixada, até a Estação, no final do Bairro Engenho da Serra. O Relatório Síntese – Operações com recursos OGU, elaborado pela Caixa em 26/12/2008, concluiu que a operação estava apta a contratação sob os aspectos normativamente determinados, observadas as condições suspensivas relativas à documentação técnica de engenharia e licenciamento ambiental, que foram consideradas sanadas posteriormente. Entretanto, o projeto original aprovado pela Caixa apresentou falhas, sendo considerado posteriormente pelo SAAE como inexequível. Segundo Histórico do Termo de Compromisso elaborado pelo SAAE, em 08/08/2013, não foram encontrados na Autarquia dados considerados imprescindíveis para a análise da viabilidade técnica e econômica do projeto, como serviços topográficos para a elaboração do levantamento planialtimétrico e serviços de sondagem. O histórico cita ainda que o ““Estudo Técnico de Alternativa Locacional” apresentado à época ao Órgão Gestor e por ele aprovado, contém omissões e análises superficiais, não contemplando os dados técnicos locais, e que, diante disso, o estudo de concepção não atendeu as especificidades do local de implantação da obra”. O processo teve tramitação normal pelo setor Técnico da Caixa e foram aprovados os processos licitatórios para execução da ETE, aquisição dos tubos e execução de rede interceptora. Os tubos PRVF de 800 mm e 900 mm foram adquiridos em sua totalidade, pelo valor de R$1.383.582,00, conforme previsto no Contrato nº 21/2010. A Estação de Tratamento de Esgoto, no valor de R$2.252.500,00, também foi executada de acordo com o estabelecido no Contrato nº 22/2010. Foram adquiridos por meio de Dispensa de Licitação, os tubos de PVC DN 300 mm, pelo valor de R$39.545,00. Porém, com relação à execução dos 3.355 metros de rede interceptora, objeto do Contrato 25/2010, que teve valor de R$505.930,24, foram executados apenas 350 metros, sendo pago o valor de R$43.804,53, correspondente aos serviços executados. Em que pese ter sido executado cerca de 95% do previsto no cronograma físico-financeiro, a obra não atingiu sua funcionalidade, uma vez que a rede interceptora não foi concluída e nem foi feita a interligação das redes coletoras à ETE, estando a obra paralisada desde 2011. Após a ETE já estar concluída, a prefeitura detectou que a obra tinha sido construída em área de servidão de transmissão da CEMIG DISTRIBUIÇÃO S/A, o que impedia a ligação de energia na ETE. A CEMIG ajuizou Ação de manutenção de posse com pedido de liminar em desfavor do SAAE, sendo concedida liminar para demolição da obra, em 15/12/2011. Após providências legais adotadas pelo SAAE para evitar a demolição da ETE, em 17/01/2014, o processo foi extinto por superveniente perda do interesse de agir. Após a paralisação das obras, foram realizadas diversas videoconferências e reuniões presenciais com a participação de dirigentes do SAAE e da Prefeitura e representantes da Caixa e do Ministério das Cidades para tratar da necessidade de adequação do projeto, visando assegurar a operacionalização da obra. Em julho de 2013, deu-se início a reprogramação do projeto de interceptores e, após solicitações da Caixa acerca de detalhamentos e dados adicionais do projeto, o SAAE concluiu pela inconsistência do projeto e a impossibilidade de sua execução na forma originalmente proposta.

Em 08/08/2013, por meio do Ofício nº 192/2013, o SAAE solicitou à Caixa a prorrogação de prazo do Termo de Compromisso, em função da necessidade de elaboração de um novo projeto básico de execução dos primeiros trechos de rede de emissário de esgoto. O referido ofício cita como causas para a necessidade de elaboração do novo projeto, a ocorrência de erros insanáveis, omissões graves no projeto original, linhas topográficas do terreno e da tubulação projetada em perfil sem a configuração de um adequado caimento para a rede, dentre outros fatores. Considerou também a inviabilidade de executar reforma no projeto original, uma vez que o projeto não possuía uma linha básica executiva viável, não sendo cabível a realização de ajustes. Visando solucionar o problema, em 30/07/2014, a Prefeitura contratou, com recursos próprios, por meio de Pregão Presencial, a empresa Sanehatem Consultoria e Projetos Ltda. (CNPJ: 05.065.971/0001-33) para elaboração do estudo de viabilidade e projetos executivos. A empresa analisou três possibilidades de solução para os interceptores/emissário, sendo a primeira composta de Estação Elevatória, a segunda utilizando perfuração por método destrutivo e a terceira a retomada do projeto original, sendo, essa última hipótese declarada inexequível pelo SAAE e pela própria Sanehatem. A proposta de solução baseada em aplicação de método destrutivo em extensão de cerca de 1,5 km. foi considerada pela empresa como a mais adequada para ser executada. Dessa forma, esta solução foi detalhada e apresentada à Caixa e ao Ministério das Cidades, em março de 2015. O SAAE informou, por meio do Ofício nº 172, de 10/09/2015, que não possuía recursos próprios necessários para a execução do novo projeto e seria necessário que a União complementasse os recursos. Por meio do Ofício 1686/2015/GAE/DDCOT/SNA/MCidades, de 16/10/2015, o Ministério das Cidades informou que a solução apresentada pela prefeitura para a resolução do problema não foi comprovada como sendo a de menor custo e que para que houvesse o aporte de recursos federais seria necessário que fosse executada a solução de menor custo. Por essa razão foi solicitada que a Solução nº 01, composta de estação elevatória e de interceptor, fosse detalhada. Com o pedido de desenvolvimento da Solução nº 01, que não foi apontada como a mais adequada pela empresa Sanehatem, conforme Ofício nº 173/2015/Diretoria Geral SAAE, de 18/09/2015, o SAAE contratou, em 10/11/2015, também com recursos próprios, a mesma empresa para elaboração de projeto executivo para a execução da estação elevatória de esgoto, linha de recalque e complementação de interceptor isolado para interligação da ETE existente. O projeto licitado foi entregue à Caixa, em 10/03/2016, por meio do Ofício 41/2016/Diretoria Geral/SAAE. Em 24/08/2016, a Caixa apontou pendências na documentação analisada, que precisariam ser sanadas pelo município para a conclusão da reprogramação do Termo de Compromisso. Em 31/01/2017, foi elaborado um Relatório Técnico pela atual equipe do SAAE que emitiu as seguintes considerações relativas à viabilidade do funcionamento do sistema existente: “- Terá que desapropriar dois imóveis, sendo um para Estação Elevatória e outra para uma rede de servidão até a rua; - Para o funcionamento completo do sistema, deverá ser feito uma manutenção da ETE, pois os equipamentos se encontram deteriorados pelo tempo e má conservação, e até mesmo muitos foram furtados, levando em consideração que essa reforma acarretará em um elevado custo, e que deverá ser feito por empresa especializada;

- Após a aprovação e execução da rede interceptora deverá ser feito as redes coletoras com separação absoluta dos bairros, Santa Terezinha, Engenho da Serra e parte do bairro Santana; - A rede coletora e os ramais deverão ser refeitos pelo SAAE, ocasionando um elevado custo de implantação, que deverá ser arcado pelo SAAE (Município); - A elevatória está locada numa área considerada alagável; - O valor que temos em caixa hoje para terminar a execução da obra é de aproximadamente R$ 300.000,00, e o projeto feito pela empresa é de R$ 7.000.000,00, onde deverá solicitar uma complementação do valor total do empreendimento; - Mediante projeto constata-se que a execução é de alta complexidade de implantação, e acarretará transtorno nas vias públicas; - Terá um alto custo para manutenção, operação especializada e energia elétrica para o funcionamento da estação elevatória de esgoto; - Os tubos comprados anteriormente não são adequados para a utilização de acordo com os projetos, e os mesmos estão aproximadamente 9 anos depositados num local exposto a ação do sol e chuva, podendo não ser aproveitados mais devido ao mal armazenamento; - A rede de recalque não pode ser interligada no interceptor já existente, pois uma rede pressurizada não pode ser ligada em uma rede de conduto livre, podendo a mesma em caso de entupimento ou algum outro problema, voltar esgoto nas residências; - Em discussão com os técnicos do SAAE, chegou-se à conclusão de que o melhor projeto para implantação do sistema seria o projeto inicial, onde a rede interceptora deverá passar no leito do Rio, acompanhando o desnível natural do terreno, uma vez que foi feito os estudos pelo UFMG e UFV apontando como melhor concepção de intercepção seria atrás de condutos livres nas margens do Rio; – Segundo o que foi informado o primeiro projeto iniciou-se com empresas que não eram capacitadas; - A empresa que ganhou a licitação para executar a obra não possuía qualificações técnicas, maquinário e nem mão de obra qualificada, sendo que a obra era de grande complexidade e exigia conhecimento na área; - A execução da ETE foi feita sobre uma obra de terraplanagem onde não atendia as necessidades e a capacidade de carga do solo para a implantação do empreendimento e não foi feito a compactação necessária do solo; - A ETE se encontra debaixo de uma linha de transmissão da CEMIG; - Não foi feito uma contenção da margem do rio para dar suporte ao empreendimento; - A instalação dos tubos pode não estar nas cotas adequadas pois segundo informações dos técnicos do SAAE da época, foi visto que o serviço não foi acompanhado por uma equipe de topografia e nem por profissionais qualificados”. Quanto a funcionalidade do sistema foi informado: “não podemos afirmar que a ETE possui condições de tratabilidade, e ainda permanece dentro das condições de garantia de funcionalidade, pois embora construída a muito tempo, nunca foi colocada em operação, o que iria permitir a apresentação dos relatórios de eficiência, estanqueidade e operação. Por tanto, seria importuno qualquer tipo de afirmação positiva ou negativa a respeito da ETE em questão”. Por meio do Ofício nº 0106/2017/GIGOV Governador Valadares, de 31/01/2017, a Caixa notificou à Prefeitura Municipal, nos Termos da Portaria nº 348/2016, do Ministério do Planejamento, sobre as diretrizes para a retomada das obras vinculadas ao Termo de Compromisso.

Em 19/04/2017, foi realizada mais uma videoconferência para definição pelas partes das condições para a retomada e conclusão do empreendimento. O Ministério das Cidades estipulou um prazo até 31/07/2017 para que todas as pendências fossem regularizadas. Ficou definido também, que caso o município não cumprisse o prazo estabelecido, seriam tomadas pela Caixa as providências para instauração de Tomada de Constas Especial – TCE. Conforme verificado na documentação disponibilizada, até a data dos trabalhos de campo, as pendências apontadas pela Caixa para a retomada das obras com vistas a dar funcionalidade aos serviços já executados ainda persistiam. Diante do exposto, verificou-se que para concluir a primeira fase do projeto e operacionalizar o sistema de esgotamento sanitário que foi iniciado será necessária a execução de novo projeto, que ainda não foi aprovado pela Caixa. Para a execução das obras relativas ao novo projeto estimou-se o valor de aproximadamente R$ 7 milhões, sendo que o recurso disponível para ser desbloqueado pela Caixa para o Termo de Compromisso, no montante de R$456.004,96, não é suficiente para arcar com essa despesa. Ressalta-se que, decorridos oito anos e sete meses da assinatura do Termo de Compromisso e tendo sido utilizado cerca de 95% dos recursos disponibilizados pelo Ministério das Cidades, as obras relativas à implantação da rede interceptora de esgoto sanitário e a 1ª etapa da estação de tratamento de esgoto encontravam-se inoperantes e já em estado de deterioração. A solução a ser adotada para dar funcionalidade às obras ainda não estava aprovada pela Caixa, bem como não havia sido definida qual seria a fonte de recursos utilizada para a execução física do projeto escolhido. Cabe destacar que Ofício nº 001686/2015/GAB/DDCOT/SNSA/MCidades, de 16/10/2015, esclareceu ao município que, caso não for possível o aporte de recursos adicionais pela União, caberá à Prefeitura a prestação de contas dos recursos aplicados, devendo ser comprovada a funcionalidade da obra executada e caso, não se comprove, será solicitada a devolução dos recursos aplicados e a instauração de Tomada de Contas Especial – TCE. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 104/2017, de 26 de outubro, de 2017, a Prefeitura Municipal de Manhuaçu/MG apresentou a seguinte manifestação: “1) Quanto à Rede Interceptora de Esgoto Sanitário e da 1ª Etapa da Estação de Tratamento de Esgoto (Termo de Compromisso nº 0251.768-71/2008), informamos que o Município protocolizou solicitação de abertura de Tomada de Contas Especial, em face dos Gestores do Executivo Municipal que tiveram atuação em tal procedimento, como em relação aos administradores do SAAE, conforme se vê na cópia em anexo.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Na manifestação apresentada, o gestor municipal não apresentou contraposições aos fatos apontados neste relatório e reconheceu não ter condições de finalizar a obra, de modo a garantir sua funcionalidade.

Em anexo à sua manifestação, a Prefeitura apresentou o documento encaminhado à Caixa Econômica Federal em Governador Valadares, o qual requereu a instauração de Tomada de Contas Especial em face dos ex-gestores do Município de Manhuaçu, utilizando como fundamento o § 6º do art. 59 da Portaria Interministerial nº424, de 30/12/2016, em virtude da impossibilidade da conclusão da obra/prestar contas do objeto do Termo de Compromisso nº 0251768-71/2008 e/ou devolver o valor aplicado na execução da obra. O referido documento faz referência ao Ofício nº 008/2017/GIGOV/GV – TC nº 0251768-71/2008, de 29/08/2017, em que a Caixa notificou a prefeitura a providenciar a devolução total dos recursos repassados para o município, no montante de R$3.888.167,56 atualizados monetariamente e acrescidos de juros de mora, na forma da lei, até o efetivo recolhimento, e que, caso a situação não seja regularizada no prazo concedido, será instaurada Tomada de Contas Especiais. A Prefeitura informou ainda, que distribuiu em 14/09/2017, ação civil pública em face dos ex-gestores, sob o número 0002429-65.2017.4.01.3819 que está em trâmite na 1ª Vara Federal em Manhuaçu. Cabe destacar que, em 25/10/2017, segundo notícias veiculadas no site G1 – Minas Gerais e em outros sites regionais, um incêndio iniciado em uma mata no município de Manhuaçu atingiu e danificou os tubos de fibra destinados ao sistema de tratamento de esgoto, que estavam armazenados próximo à vegetação. Em 31/10/2017, a prefeitura encaminhou, em adicional a manifestação já apresentada, o Ofício nº 105/2017/Gabinete, de 30/10/2017, que apresentou “(...) o Boletim de Ocorrência do dia 26 de outubro de 2017, em relação ao incêndio em vegetação que atingiu o depósito da Tubulação para Estação de Tratamento de Esgoto localizado na área do Bairro Clube do Sol, próximo ao Loteamento do “Minha Casa, Minha Vida”, as margens da rodovia BR 262. (...)” O Boletim de Ocorrência, BO nº B4753-2017-0000391, registrado em 26/10/2017 pela 3 CIA IND/1CIA/2PEL (Manhuaçu), teve como ocorrência principal “Incêndio em Área Urbana pertencente a Órgão Público” e citou no Histórico da ocorrência o seguinte: “Nesta data fomos acionados via centro de comunicações para atender a uma ocorrência em um aglomerado de tubulações que se encontrava próximo ao loteamento Minha Casa, Minha Vida às margens da Rodovia 262. (...) O estabelecimento foi montado com três linhas de ataque, pois era possível realizar o confinamento das chamas na tentativa de preservar a tubulação que ainda não havia sido atingida pelo fogo. No entanto, devido à restrição de alguns recursos em tempo hábil, foi possível preservar apenas duas tubulações que estavam parcialmente isoladas das demais. O trabalho de combate direto às chamas durou aproximadamente (cinco) horas sendo o rescaldo feito posteriormente com o apoio do maquinário da Prefeitura Municipal de Manhuaçu. (...)” Desta forma, considerando que a prefeitura solicitou a abertura de Tomada de Contas Especial em face dos gestores antecessores, alegando impossibilidade da conclusão do sistema de esgotamento sanitário e/ou da devolução do valor aplicado na execução da obra, além da destruição dos tubos adquiridos em decorrência do incêndio ocorrido, ratifica-se o posicionamento da Caixa, expresso no Ofício nº 008/2017/GIGOV/GV, para que se dê continuidade as providências necessárias relativas à devolução dos recursos aplicados e/ou a instauração de Tomada de Contas Especial – TCE. ##/AnaliseControleInterno##

2.1.2. Objeto do Termo de Compromisso nº 0251.768-71/2008 paralisado desde 2011. Fato

A consecução do objeto conveniado foi dividida em três etapas: compra dos tubos, construção da ETE e execução dos interceptores, conforme detalhado a seguir: - Para o fornecimento de tubos com vistas à construção de interceptores, foi celebrado, em 25/03/2010, o Contrato nº 21/2010 junto à empresa Ameron Polyplaster Indústria e Comércio Ltda. no valor de R$1.415.030,02 e prazo de nove meses a partir da Ordem de Serviço. Em 12/04/2010, foi celebrado o Termo Aditivo ao Contrato excluindo o fornecimento do item 4 (102,27 metros de tubo C-PRFV DN 700 mm) e alterando o preço final para R$1.383.582,00. A Cláusula Segunda do Termo Aditivo apresentou a seguinte justificativa para a exclusão do referido item: “Tendo em vista o fato de que o Item 4 (quatro), especificado no Anexo I do Edital do Processo Licitatório SAAE/nº 046/09, Pregão Presencial nº 039/09, não corresponde à especificação contida na Planilha original, devendo portanto, ser excluído da aquisição, a cláusula quinta do Contrato SAAE/MÇU/Nº 021/2010, passa a vigorar com os seguintes valores”. Em 02/09/2010, foi feito o pagamento de R$1.383.582,00 à empresa, sendo atestado pela prefeitura e pela Caixa o fornecimento de 1.890,60 m de tubo DN 900 e 964,80m de tubo DN 800. Em razão da licitação para os tubos de PVC DN 300 mm ter sido deserta, em 06/10/2010, foi aberto o processo de Dispensa de Licitação nº 053/2010 para aquisição dos Tubos de PVC DN 300 mm, que não foram fornecidos pela Empresa Ameron Polyplaster. Por meio do Contrato nº 29/2010, de 06/10/2010, o material foi adquirido da empresa Pregão Materiais de Construção Ltda. (CNPJ: 25.546.193/0001-01), na quantidade de 500 metros e valor unitário de R$79,00, totalizando R$39.545,00. Os Tubos foram recebidos pelo SAAE – Manhuaçu, em 11/01/2011 e o pagamento foi efetuado em 14/02/2011. Cabe destacar que, no Pregão 01/2009 - Contrato 21/2010, foi prevista a quantidade de 100 metros do Tubo PVC DN 300 mm para a construção de interceptores de esgoto, e o Termo de Referência, que era parte integrante da dispensa, previu a quantidade de 500 metros do Tubo PVC DN 300 mm. Na análise do processo, não foi identificada documentação que justificasse o aumento da quantidade dos tubos adquiridos. - Para a contratação de estação de tratamento de esgoto, foi celebrado o Contrato nº 22/2010, em 26/03/2010, com prazo de 9 meses para a execução a partir da Ordem de Serviço, emitida em 21/06/2010. Em 26/12/2010, foi celebrado o Termo Aditivo ao Contrato, prorrogando o prazo contratual por mais seis meses. Foram realizadas sete medições da seguinte forma:

Quadro 01 – Medições Sanevix Medição Período Nota

Fiscal Data

Pagto. Valor (R$) %

Executado 1ª 18/05/10 a

30/08/10 2810 08/10/10 112.163,50 4,98

2ª 30/08/10 a 06/10/10

0050 10/11/10 964.814,49 42,33

3ª 06/10/10 a 25/11/10

0176 14/01/11 345.407,35 15,33

3ª 06/10/10 a 25/11/10

0177 14/02/11 45.398,75 2,02

Medição Período Nota Fiscal

Data Pagto.

Valor (R$) % Executado

4ª 25/11/10 a 11/01/11

0244 17/02/11 365.592,27 16,23

5ª 11/01/11 a 01/03/11

0350 06/06/11 260.129,28 11,55

6ª 01/03/11 a 27/04/11

0422 22/06/11 155.094,34 6,89

7ª 01/03/11 a 27/04/11

0517 25/08/11 3.900,00 0,17

Total 2.252.500,00 100,00 Fonte: Processo disponibilizados pela Prefeitura

Em 27/04/2011, a Sanevix Engenharia protocolou no SAAE – Manhuaçu, sob o nº 065 – Livro 1 – Folha 6, o Termo de Recebimento Provisório de Entrega da Obra, o qual atestou que executou e concluiu a Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário – ETE, tipo Reator Anaeróbico de Manta de Lodo (UASB), Biofiltro Aerado Submerso (BF), com Decantador Secundário (DS), com capacidade nominal de 40,00 l/s, no período de 16/08/2010 a 15/04/2011, conforme o Contrato nº 022/2009. A Sanevix declarou ainda que cumpriu todos os requisitos necessários à entrega da obra, ficando pendente o treinamento dos operadores de partida do sistema, que estaria condicionado ao término da instalação da rede de esgoto e que, a partir de 20/04/2011, a vigilância de todo o sistema ficaria sob a responsabilidade do SAAE. - Para implantação de rede interceptora e interligação de rede coletora de esgoto sanitário foi celebrado o Contrato nº 25/10, em 18/06/2010, cujo prazo foi fixado em 9 meses, com início na data de emissão da Ordem de Serviço, que ocorreu em 20/08/2010. Do total dos 3.355 metros de rede prevista para ser realizada, foram executados apenas 350 metros, que foram medidos e pagos conforme demonstrado abaixo:

Quadro 03 – Medições Somar Medição Período Nota

Fiscal Data

Pagto. Valor (R$) %

Executado 1ª 18/05/10 a

26/10/10 062 10/02/11 13.832,93 2,73

2ª 26/10/10 a 16/12/10

062 10/02/11 16.028,30 3,17

3ª 16/12/10 a 21/03/11

065 11/05/11 13.943,30 2,76

Total 43.804,53 8,66 Fonte: Processo disponibilizados pela Prefeitura

Em razão de não estar cumprindo o cronograma de execução da obra, a empresa Somar foi notificada pelo SAAE em 26/01/2011 e em 09/05/2011. A primeira notificação solicitou que a Somar apresentasse explicações por escrito em relação ao atraso no cronograma de execução das obras e a segunda, solicitou que o cronograma fosse cumprido. Em 18/05/2011, a Somar Engenharia solicitou ao SAAE o aditamento do prazo do contrato, que venceria em 20/05/2011. O engenheiro do SAAE responsável pela obra encaminhou o Memorando nº31/2011, de 20/05/2011 informando ao Diretor do SAAE que a empresa Somar não cumpriu o cronograma físico-financeiro das obras, destacando que dos 3.355 metros previstos, a empresa executou apenas 350 metros. Assim, nesta mesma data, o Diretor do SAAE emitiu

Decisão, rescindindo o Contrato nº 25/10 em função dos atrasos e da incapacidade da empresa em adimplir suas obrigações com base no inciso IV e V do artigo 78 da Lei 8.666/93 e no princípio da boa gestão dos recursos públicos: “a rescisão se impõe em face dos princípios da boa gestão dos negócios públicos”. A decisão informa que o setor competente tomará as providências necessárias à apuração de possíveis prejuízos causados à Administração, bem como a aplicação das penalidades à contratada. Por meio do Ofício nº091/2011, de 20/05/2011, o SAAE comunicou à Somar a rescisão contratual. Não foi verificado no processo, qualquer resposta ou posicionamento da empresa em relação à rescisão contratual. Em 28/10/2013 foi feita a colocação de dois tubos de 800mm no “3º trecho”, executada diretamente pelo SAAE, no valor de R$ 569,40. A Caixa emitiu doze RAE’s que atestaram a realização de 95,03% do total dos serviços contratados, conforme demonstrado a seguir:

RAE Data Valor (R$) % Serviços Medidos 1 11/08/2010 1.383.582,00 32,92 Aquisição de tubos da empresa

AMERON 2 16/09/2010 112.163,52 2,67 Serviços relativos à construção da

ETE realizados pela SANEVIX 3 07/10/2010 964.814,49 22,96 Serviços relativos à construção da

ETE realizados pela SANEVIX 4 01/11/2010 13.832,93 0,33 Serviços relativos à construção dos

interceptores realizados pela SOMAR

5 15/12/2010 390.806,10 9,30 Serviços relativos à construção da ETE realizados pela SANEVIX

6 15/12/2010 16.028,30 0,38 Serviços relativos à construção dos interceptores realizados pela SOMAR

7 31/01/2011 39.545,00 0,94 Aquisição de tubos da empresa Pregão Materiais de Construção

8 31/01/2011 365.592,27 8,70 Serviços relativos à construção da ETE realizados pela SANEVIX

9 05/04/2011 274.072,58 6,52 Serviços realizados pela Sanevix e Somar

10 23/05/2011 155.094,34 10,21 Serviços relativos à construção da ETE realizados pela SANEVIX (houve glosa de R$3.900,00)

11 26/07/2011 3.900,00 0,09 Pagamento da glosa anterior à Sanevix

12 27/11/2013 569,40 0,014 Construção de interceptor de esgoto feito por Administração direta do SAAE

Total 3.720.000,93 95,03 Na visita realizada no local das obras, em 12/07/2017, a equipe de fiscalização verificou a seguinte situação:

- A ETE encontrava-se construída, porém cercada de matos que cresceram ao longo dos anos, aparentando situação de abandono. - As casas de apoio foram depredadas e tiveram vários objetos furtados; - A estrutura metálica da ETE apresentava-se deteriorada em função das intempéries climáticas; - Os tubos adquiridos estavam depositados em local aberto onde ficam expostos às condições do tempo; - A execução da rede interceptora foi iniciada e encontrava-se paralisada. Até a data dos trabalhos de fiscalização, haviam sido executados cerca de 95% do objeto do Termo de Compromisso, tendo sido realizada a aquisição dos tubos PRFV DN 800mm e 900 mm e dos tubos PVC DN 300mm, a construção da ETE e a execução de 350 m da rede interceptora de esgoto. Em função da rescisão contratual com a empresa Somar, os 3005 m restantes previstos para a conclusão da rede interceptora não foram executados, não atingindo a funcionalidade do sistema. Posteriormente, foi identificado pela equipe do SAAE, que o projeto original da rede interceptora era inexequível, conforme já tratado em item específico deste relatório. As fotos a seguir demonstram a situação encontrada:

Foto 01 – Vista geral da ETE. Manhuaçu, 12/07/2017.

Foto 02 - Vista da casa do aerador e de apoio a operação. Manhuaçu, 12/07/2017.

Foto 03 – Vista da ETE tomada pelo mato. Manhuaçu, 12/07/2017.

Foto 04 – Vista dos tubos metálicos depreciados pela ação do tempo. Manhuaçu, 12/07/2017.

Foto 05 – Vista do armazenamento dos tubos adquiridos. Manhuaçu, 12/07/2017.

Foto 06 - Vista do trecho final da rede interceptora executada. Manhuaçu, 12/07/2017.

Foto 07 – Vista da estação da caixa de área, caixa de gordura e estação elevatória, tomadas pelo mato. Manhuaçu, 12/07/2017.

Foto 08 - Vista do leito de secagem. Manhuaçu, 12/07/2017.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 104/2017, de 26 de outubro, de 2017, a Prefeitura Municipal de Manhuaçu/MG apresentou a seguinte manifestação:

“1) Quanto à Rede Interceptora de Esgoto Sanitário e da 1ª Etapa da Estação de Tratamento de Esgoto (Termo de Compromisso nº 0251.768-71/2008), informamos que o Município protocolizou solicitação de abertura de Tomada de Contas Especial, em face dos Gestores do Executivo Municipal que tiveram atuação em tal procedimento, como em relação aos administradores do SAAE, conforme se vê na cópia em anexo.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Na manifestação apresentada, o gestor municipal não apresentou contraposições aos fatos apontados neste relatório e reconheceu não ter condições de finalizar a obra, de modo a garantir sua funcionalidade. Em anexo à sua manifestação, a Prefeitura apresentou o documento encaminhado à Caixa Econômica Federal em Governador Valadares, o qual requereu a instauração de Tomada de Contas Especial em face dos ex-gestores do Município de Manhuaçu, utilizando como fundamento o § 6º do art. 59 da Portaria Interministerial nº424, de 30/12/2016, em virtude da impossibilidade da conclusão da obra/prestar contas do objeto do Termo de Compromisso nº 0251768-71/2008 e/ou devolver o valor aplicado na execução da obra. O referido documento faz referência ao Ofício nº 008/2017/GIGOV/GV – TC nº 0251768-71/2008, de 29/08/2017, em que a Caixa notificou a prefeitura a providenciar a devolução total dos recursos repassados para o município, no montante de R$3.888.167,56 atualizados monetariamente e acrescidos de juros de mora, na forma da lei, até o efetivo recolhimento, e que, caso a situação não seja regularizada no prazo concedido, será instaurada Tomada de Contas Especiais. A Prefeitura informou ainda, que distribuiu em 14/09/2017, ação civil pública em face dos ex-gestores, sob o número 0002429-65.2017.4.01.3819 que está em trâmite na 1ª Vara Federal em Manhuaçu. Cabe destacar que, em 25/10/2017, segundo notícias veiculadas no site G1 – Minas Gerais e em outros sites regionais, um incêndio iniciado em uma mata no município de Manhuaçu atingiu e danificou os tubos de fibra destinados ao sistema de tratamento de esgoto, que estavam armazenados próximo à vegetação. Em 31/10/2017, a prefeitura encaminhou, em adicional a manifestação já apresentada, o Ofício nº 105/2017/Gabinete, de 30/10/2017, que apresentou “(...) o Boletim de Ocorrência do dia 26 de outubro de 2017, em relação ao incêndio em vegetação que atingiu o depósito da Tubulação para Estação de Tratamento de Esgoto localizado na área do Bairro Clube do Sol, próximo ao Loteamento do “Minha Casa, Minha Vida”, as margens da rodovia BR 262. (...)” O Boletim de Ocorrência, BO nº B4753-2017-0000391, registrado em 26/10/2017 pela 3 CIA IND/1CIA/2PEL (Manhuaçu), teve como ocorrência principal “Incêndio em Área Urbana pertencente a Órgão Público” e citou no Histórico da ocorrência o seguinte: “Nesta data fomos acionados via centro de comunicações para atender a uma ocorrência em um aglomerado de tubulações que se encontrava próximo ao loteamento Minha Casa, Minha Vida às margens da Rodovia 262. (...) O estabelecimento foi montado com três linhas de ataque, pois era possível realizar o confinamento das chamas na tentativa de preservar a tubulação que ainda não havia sido atingida pelo fogo. No entanto, devido à restrição de alguns recursos em tempo hábil, foi possível preservar apenas duas tubulações que estavam parcialmente isoladas das demais. O trabalho de combate direto às chamas durou aproximadamente (cinco) horas sendo o rescaldo feito posteriormente com o apoio do maquinário da Prefeitura Municipal de Manhuaçu. (...)”

Desta forma, considerando que a prefeitura solicitou a abertura de Tomada de Contas Especial em face dos gestores antecessores, alegando impossibilidade da conclusão do sistema de esgotamento sanitário e/ou da devolução do valor aplicado na execução da obra, além da destruição dos tubos adquiridos em decorrência do incêndio ocorrido, ratifica-se o posicionamento da Caixa, expresso no Ofício nº 008/2017/GIGOV/GV, para que se dê continuidade as providências necessárias relativas à devolução dos recursos aplicados e/ou a instauração de Tomada de Contas Especial – TCE. ##/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2 Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas ministeriais. Este Ministério não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Falhas no Pregão nº 039/2009 para o fornecimento de tubos destinados a construção de interceptores, com possibilidade de restrição ao caráter competitivo do certame. Fato O Procedimento Licitatório nº 046/2009, modalidade Pregão Presencial nº 039/2009 teve como objeto a contratação de empresa especializada para o fornecimento de tubos C-PRFV e de PVC 300, especificados no Anexo I da seguinte forma: 1 - 964,80 metros de tubo C-PRFV DN 800mm 2 -1890,6 metros de tubo C-PRFV DN 900mm 3 - 100 metros de tubo PVC DN 300mm 4 - 102,27 metros de tubo C-PRFV DN 700mm Toda a documentação relativa à especificação técnica que foi exigida no Anexo V, referiu-se ao objeto descrito no item 1: “As especificações contidas neste documento definem condições operacionais e características mínimas exigíveis para o fornecimento de tubo CPRF – Poliéster reforçado com fibra de vidro centrifugado para esgoto sanitário e tubos de PVC Rígido com junta elástica integrada. ” A sessão realizou-se em 10/02/2010 e apresentaram credenciais para participar do certame, as empresas Ameron Polyplaster Indústria e Comércio Ltda. (CNPJ:08.575.668/0001-79), Petrofisa do Brasil Ltda. (CNPJ: 02.240.839/0001-22) e Amitech Brasil Tubos Ltda. (CNPJ: 02.865.153/0001-27). Conforme declarado na Ata de Sessão Pública, de 10/02/2010, as empresas Petrofisa do Brasil e Ameron Polyplaster foram desclassificadas por terem apresentado a descrição dos materiais relativos aos itens 1, 2 e 4 como Tubos PRFV, enquanto o edital havia especificado Tubos C-PRFV, e a empresa Amitech Brasil teve sua proposta rejeitada por apresentar preços

superiores aos aceitáveis. Desta forma, o procedimento licitatório foi considerado frustrado e reaberto pelo pregoeiro, com nova sessão determinada para a data de 02/03/2010. O aviso de licitação deserta foi publicado no Diário Oficial da União em 17/02/2010, mesma data em que foi publicado o aviso da reabertura do edital, que também teve sua publicação no Diário Oficial de Minas Gerais, em 13/02/2010. Entretanto, no novo edital a especificação do objeto foi alterada, passando de Tubo C-PRFV para Tubo PRFV. Cabe destacar que a nova descrição do Tubo (PRFV) foi a mesma rejeitada na sessão anterior, em razão do material não ser o pretendido pela Administração, conforme descrito na ata de sessão pública, de 10/02/2010: “Analisando a proposta da empresa Petrofisa do Brasil Ltda., constatou-se que a descrição dos itens não confere com os do Edital do certame. A descrição dos tubos seria “C-PRFV” e não “PRFV” como gravado na proposta. Consultando sobre a substancialidade na descrição, verificou tratar-se do processo de fabricação do objeto em questão. Sendo assim, e por considerar que a diferença, embora de uma simples letra, faria alusão a outro material não pretendido nesse momento pela Administração esse pregoeiro declarou Desclassificada a proposta apresentada pela Licitante. Analisando a proposta da empresa Ameron Polyplaster Indústria e Comércio Ltda., não foi constatado nenhum equívoco. Muito embora, o Sr. H.M.R.L, representante legal da empresa, afirmou que apesar de estar gravado na proposta, sua empresa não teria como entregar os materiais exigidos “C-PRFV”, pois somente fabrica “PRFV”. Diante tal fato, esse Pregoeiro declarou Desclassificada a proposta apresentada pela licitante. (...) ” Na análise do procedimento licitatório disponibilizado pelo SAAE não foi detectada qualquer justificativa que respaldasse a alteração das especificações do objeto licitado, embora o Parecer Jurídico que embasou a contratação da empresa, datado de 03/03/2010, citou que o Engenheiro Responsável apresentou uma declaração contendo as justificativas para a alteração das especificações do objeto. Apenas a empresa Ameron Polyplaster Indústria e Comércio Ltda. participou do novo certame. A empresa apresentou a mesma documentação apresentada na sessão anterior, porém com a alteração da especificação do objeto, teve sua proposta classificada, tendo sido habilitada e declarada vencedora para os itens 1, 2 e 4, com o valor de R$1.415.030,02. Não houve proposta para o item 3, tendo sido declarado deserto. O fato de, na reabertura da licitação, a especificação do objeto ter sido alterada para a mesma especificação que eliminou os participantes na primeira sessão, sem constar no processo a devida justificativa técnica para seu respaldo, demonstra possibilidade de direcionamento no pregão em tela. Constatou-se também que o SAAE realizou o pregão na forma presencial em detrimento do pregão eletrônico, contrariando o previsto no art.1º, §1 do Decreto 5.504/2005 e na jurisprudência do Tribunal de Contas da União (Acórdão 6.707/2009 - Segunda Câmara). Por se tratar de utilização de recurso federal provindo da assinatura do Termo de Compromisso nº 0251.768-71/2008, firmado com a União, em 26 de dezembro de 2008, constatou-se tanto a inobservância do retrocitado normativo, quanto da Cláusula Terceira, alínea “i” do Termo de Compromisso avençado. A utilização do pregão presencial em vez do pregão na forma eletrônica pode comprometer o caráter competitivo do certame, podendo, desta forma, ter acarretado atos de gestão antieconômicos.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Não houve manifestação específica da Prefeitura Municipal de Manhuaçu para esse item. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Diante da ausência de manifestação da prefeitura para esse item, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no campo “fato”. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.2. Falhas na Concorrência nº001/2009 para a execução da ETE, relacionadas a cláusula do edital restritiva à competitividade. Fato O Procedimento Licitatório nº 047/2009, modalidade Concorrência Pública nº 001/2009 teve como objeto a contratação de serviços de Engenharia para Construção de Estação de Tratamento de Esgoto. A data prevista para abertura das propostas foi 04/03/2010 e apenas a empresa Sanevix Engenharia Ltda. (CNPJ: 02.776.035/0001-42) participou do processo, tendo sido declarada vencedora, com o valor de R$2.252.500,00. Na análise do edital detectou-se falha quanto ao item 3.1.3.2, o qual estabelece que a visita técnica deveria ser realizada obrigatoriamente pelo responsável técnico da concorrente, o mesmo que vier a ser indicado nos documentos de sua proposta. A exigência de que a visita técnica seja efetuada pelo Responsável Técnico da empresa configura-se como restrição a ampla participação no certame. É entendimento do TCU que a Administração não deve exigir que essa visita seja realizada pelo responsável técnico da empresa ou pelo profissional detentor dos atestados ou por profissional integrante do quadro da empresa, conforme Acórdão 571/2006 – 2ª. Câmara, Acórdão 1264/2010 – Plenário, Acórdão n.º 2179/2011-Plenário, Acórdão n.º 2299/2011-Plenário e Acórdão n° 785/2012 – Plenário. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Não houve manifestação específica da Prefeitura Municipal de Manhuaçu para esse item. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Diante da ausência de manifestação da prefeitura para esse item, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no campo “fato”. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.3. Falhas na Concorrência nº 002/2009 para a implantação da rede interceptora e interligação da rede coletora de esgoto sanitário, relacionadas a cláusulas restritivas do edital e a descumprimento de exigência de qualificação técnica. Fato

O Procedimento Licitatório nº 048/2009, na modalidade Concorrência nº 002/2009, do tipo Empreitada por Preço Global teve como objeto a contratação de serviço de engenharia para implementação da rede interceptora e interligações de rede coletora de esgotos sanitários de Manhuaçu, com data prevista de 18/02/2010 para abertura das propostas. Na análise do edital, detectou-se falha quanto ao item 3.1.3.2, o qual estabelece que a visita técnica deveria ser realizada obrigatoriamente pelo responsável técnico da concorrente, o mesmo que vier a ser indicado nos documentos de sua proposta. A exigência de que a visita técnica seja efetuada pelo Responsável Técnico da empresa configura-se como restrição a ampla participação no certame. É entendimento do TCU que a Administração não deve exigir que essa visita seja realizada pelo responsável técnico da empresa ou pelo profissional detentor dos atestados ou por profissional integrante do quadro da empresa, conforme Acórdão 571/2006 – 2ª. Câmara, Acórdão 1264/2010 – Plenário, Acórdão nº 2179/2011-Plenário, Acórdão nº 2299/2011-Plenário e Acórdão n° 785/2012 – Plenário. Em 10/02/2010, a empresa G3 Construtora e Incorporadora Ltda. (CNPJ: 09.345.145/0001-07) impugnou o edital em função do solicitado no item 4.5, alínea b, relativo à habilitação técnica das empresas, conforme descrito a seguir: “Atestados em nome de empresa, emitidos pelo contratante titular (proprietário ou concessionário do serviço público de esgoto, pessoa jurídica destinatária do objeto contratado), obrigatoriamente pessoa jurídica de direito público ou privado, comprovando a execução de serviços de características semelhantes, de complexidade tecnológica e operacional equivalentes ou superiores a seguir descrita: - Implantação de rede interceptora de esgoto sanitário em tubulação de ferro fundido junta elástica, CPRFV com diâmetro igual ou superior a 600 (seiscentos) mm”. Segundo a empresa o referido item fere o princípio da legalidade e igualdade uma vez que o artigo 30 da Lei 8.666/93 não prevê tal exigência para a empresa, mas sim, para seus responsáveis técnicos. A empresa destacou também que o edital não deveria exigir que o atestado do responsável técnico tenha tubulação de ferro fundido junta elástica, CPRFV com diâmetro igual ou superior a 600 (seiscentos), mas sim que o detentor do atestado tenha realizado serviços de natureza semelhante ao objeto licitado e não exigir características idênticas, como faz o edital. A Comissão de Licitação não analisou a impugnação impetrada, por ter sido protocolado fora do prazo estabelecido no edital. Por meio da Ata da Sessão Pública de 17/02/2010, o recurso foi julgado intempestivo. Em 17/02/2010, a Comissão procedeu o recebimento dos envelopes de documentação e Proposta. Apenas a empresa G3 Construtora e Incorporadora Ltda. credenciou-se para participar do certame, sendo considerada inabilitada por não ter apresentado o atestado exigido no item 4.5 – b do edital. Em 23/02/2010 foi publicado no Diário Oficial da União – DOU a reabertura da Concorrência nº 02/2009, com data prevista para 23/03/2010 para entrega dos envelopes de habilitação e proposta comercial. Apenas a empresa Constronews Souza e Azevedo Ltda. (CNPJ: 09.351.650/0001-56) participou do certame, tendo sido declarada inabilitada por não ter apresentado o atestado exigido no item 4.5 b do edital, além de ter apresentado a certidão exigida no item 4.2 c vencida.

Em 07/04/2010, o SAAE solicitou à Comissão de Licitação a alteração da letra b, do item 4.5 – Qualificação Técnica do edital, propondo a supressão do texto “em tubulação de ferro fundido junta elástica, CPRFV com diâmetro igual ou superior a 600 (seiscentos) mm”, permanecendo apenas “Implantação de rede interceptora de esgoto sanitário”. Foi solicitada também a exclusão dos subitens “b1) Não serão aceitos atestados emitidos por contratada em nome de suas subcontratadas”, “b2) Devem constar explicitamente dos atestados: as características exigidas; identificação da pessoa jurídica emitente; nome e cargo do signatário; endereço completo do emitente ou identificação que permita fácil contato para averiguações; objeto contratual”; e “b3) Os atestados deverão estar acompanhados das respectivas Certidões de Acervo Técnico (CAT), emitidas pelo CREA dos profissionais de nível superior detentor es) dos atestados técnicos a seguir: b3.1) O(s) profissional(is) detentor(es) das CATs deverão integrar a equipe técnica da empresa; b3.2) O(s) profissional (is) deverão fazer parte da empresa, na data de apresentação dos documentos de habilitação e proposta, obrigatoriamente, com comprovação por meio de documentação pertinente, na condição de: - Empregado (carteira de trabalho e FGTS); ou - Sócio (contrato social); ou - Diretor (contrato social); ou - Autônomo (contrato de prestação de serviços)”. Como justificativa técnica para a solicitação, o SAAE alegou que a alteração na qualificação técnica para contratação de empresa para executar a obra de interceptor de esgoto de Manhuaçu seria necessária para acompanhar a realidade regional, em que as obras de interceptação de esgoto são de pequena vazão final de esgoto, possuindo diâmetro máximo do interceptor de 200 mm. O Parecer Jurídico, de 07/04/2010, manifestou-se favorável à solicitação do SAAE. Entretanto, embora tenham sido alteradas as exigências do edital relativas à qualificação técnica, não foi detectado qualquer registro de mudança no projeto quanto à vazão final do esgoto, bem como os serviços descritos na planilha orçamentária continuaram contendo o assentamento de tubulação de ferro fundido junta elástica com diâmetros superiores a 600 mm, como vinha sendo exigido nos editais anteriores. Ressalta-se, também, que os tubos adquiridos por meio do Pregão Presencial nº 39/2009 apresentaram as dimensões inicialmente previstas de 800 mm e 900 mm. No Pregão nº 39, os referidos tubos também tiveram sua especificação alterada de CPRFV para PRFV, e a na Concorrência em questão foi solicitada a qualificação técnica para implantação de rede interceptora de esgoto sanitário em tubulação CPRFV. A licitação foi novamente reaberta, com data prevista para 11/05/2010, sendo que o novo edital sofreu alterações quanto ao item 4.5 – Qualificação Técnica, que trouxe a seguinte redação: “4.5 – Qualificação Técnica a) Certidão de Registro de Pessoa Jurídica, emitido pelo CREA, em nome da empresa, com validade na data da apresentação da documentação. b) Atestados em nome da empresa, emitidos pelo contratante titular (proprietário ou concessionário do serviço público de esgoto, pessoa jurídica destinatária do objeto contratado), obrigatoriamente pessoa jurídica de direito público ou privado, comprovando a execução de serviços de características semelhantes, de complexidade tecnológica e operacional equivalentes ou superiores a seguir descrita:

- Implantação de rede interceptora de esgoto sanitário em tubulação de ferro fundido junta elástica, CPRFV com diâmetro igual ou superior a 200 (duzentos) mm. Com relação aos atestados, observar sob pena de desclassificação: B1.1) O(s) profissional(is) detentor(es) das CATs deverão integrar a equipe técnica da empresa; B1.2) Deverá ser o responsável pela execução da obra devendo apresentar a RT de execução no ato da ordem de serviço; B1.3) Declaração de conhecimento do local onde se desenvolverão os serviços objeto desta licitação; B1.4) Atestado de visita expedido pelo SAAE”. A exigência do item 4.5, b), combinada com as exigências do item 4.5, B1.1) e item 4.5, B1.2), mostra-se restritiva, tendo em vista que obrigou que as comprovações de qualificação técnica da empresa licitante e do profissional responsável técnico estivessem vinculadas a um mesmo atestado. De acordo com o Acórdão TCU 1.332/2006 - Plenário, “a qualificação técnica abrange tanto a experiência empresarial quanto a experiência dos profissionais que irão executar o serviço. A primeira seria a capacidade técnico-operacional, abrangendo atributos próprios da empresa, desenvolvidos a partir do desempenho da atividade empresarial com a conjugação de diferentes fatores econômicos e de uma pluralidade de pessoas. A segunda é denominada capacidade técnico-profissional, referindo-se à existência de profissionais com acervo técnico compatível com a obra ou serviço de engenharia a ser licitado”. Ao exigir, para fins dos atestados emitidos em nome da empresa (item 4.5, b), que os profissionais detentores das CATs deveriam integrar a sua equipe técnica responsável pela obra (itens 4.5 B1.1 e item 4.5, B1.2) extrapolou o previsto no art. 30 da Lei, vinculando a comprovação da capacidade técnico-operacional à comprovação da capacidade técnico-profissional. Ademais, para cumprimento dessa exigência do edital, era necessário que o profissional indicado como responsável técnico pertencesse ou tivesse pertencido ao quadro da licitante previamente à data da licitação, em desacordo com a jusrisprudência do TCU, como a exarada no Acórdão 2.882/2008 – Plenário. Apenas a empresa Somar Engenharia e Construções Ltda. (CNPJ:10.412.126/0001-27), participou da licitação e foi declarada vencedora do certame, com a proposta de R$505.930,24. Para atender à exigência relativa ao item 4.5 – Qualificação Técnica, a Somar Engenharia apresentou um atestado emitido pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais – Copasa - Diretoria Operacional Leste, em nome da empresa Hércules Construções e Saneamento Ltda. Embora o atestado da referida empresa contivesse o mesmo responsável técnico da empresa Somar Engenharia, houve descumprimento do edital, uma vez que a letra b do item 4.5 determinou que o atestado deveria ser em nome da empresa licitante. O outro atestado apresentado pela Somar, foi emitido pela Construtora Petrina Ltda. atestando que a Somar Engenharia e Construções executou como sub-empreitada a construção de rede coletora de esgotamento sanitário com diâmetros de 200 mm, em ferro fundido. No entanto, a planilha com a comprovação dos serviços executados não foi apresentada. Além disso, não consta na documentação certidão do CREA comprovando a efetividade da execução dos serviços pela empresa, bem como não apresentou a Certidão de Acervo Técnico – CAT do profissional que atuaria como responsável pela obra, descumprindo o item 4.5, B1.1) e B1.2).

Mesmo descumprindo as exigências do edital com relação à qualificação técnica, a empresa Somar foi considerada habilitada e qualificada pela Comissão de Licitação para executar a implantação da rede, porém do total de 3.355 m, executou apenas 350 m, correspondente a 8,66% do total previsto. Ressalta-se que o contrato com a referida empresa foi rescindido unilateralmente em razão do descumprimento do cronograma estabelecido. O Relatório Técnico Simples, de 31/01/2017, elaborado pela atual equipe do SAAE, apontou que, segundo informações, a empresa vencedora da licitação não possuía qualificações técnicas, maquinário e nem mão de obra qualificada e a obra era de grande complexidade e exigia certo conhecimento na área. Desse modo, pode-se concluir que o descumprimento da cláusula 4.5 do edital, relativa à Qualificação Técnica pode ter comprometido o atingimento do objeto da Concorrência 02/2009.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Não houve manifestação específica da Prefeitura Municipal de Manhuaçu para esse item. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Diante da ausência de manifestação da prefeitura para esse item, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no campo “fato”. ##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Em decorrência dos exames realizados e dos fatos apontados neste relatório, foram constatadas as seguintes situações: - Falta de funcionalidade nas obras realizadas com recursos do Termo de Compromisso nº 0251.768-71/2008 decorrente de falhas no projeto original. - Falhas no Pregão nº 039/2009 para o fornecimento de tubos destinados a construção de interceptores, com possibilidade de restrição ao caráter competitivo do certame. - Falhas na Concorrência nº001/2009 para a execução da ETE, relacionadas a cláusula do edital restritiva à competitividade. - Falhas na Concorrência nº 002/2009 para a implantação da rede interceptora e interligação da rede coletora de esgoto sanitário, relacionadas a cláusulas restritivas do edital e a descumprimento de exigência de qualificação técnica. - Objeto do Termo de Compromisso nº 0251.768-71/2008 paralisado desde 2011, com as obras e materiais adquiridos em deterioração e/ou sujeitos a intempéries.