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Portefólio: O quê e para quê? Leonor Santos Universidade de Lisboa Programa de Formação Contínua em Matemática – 1º ciclo Viana do Castelo, Julho 2006

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Portefólio: O quê e para quê?

Leonor SantosUniversidade de Lisboa

Programa de Formação Contínuaem Matemática – 1º ciclo

Viana do Castelo, Julho 2006

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Fazer recurso ao portefólio (didáctico) émais do que utilizar um novo instrumentode avaliação, é sobretudo um acto teórico

(Shulman, 1999)

A construção do portefólio estáinevitavelmente orientada pela teoria quesustentamos sobre o ensino e aaprendizagem [e a avaliação]

(Lyons, 1999)Leonor Santos

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Modelos pedagógicos e deavaliação: sua relação

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Significado de formação?

Leonor Santos

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• De fora para dentro• Ênfase nas carências

• Compartimentada porassuntos

• Parte da teoria

• Cursos

• De dentro para fora• Ênfase nas

potencialidades• Implica um professor

como um todo• Teoria e prática

interligadas• Múltiplas formas

Formação ou desenvolvimentoprofissional?

Formação Desenvolvimentoprofissional

Leonor Santos

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Desenvolvimento profissional• Princípio da pessoalidade

- singularidades pessoais e do contexto- sentido de autoria

• Princípio da auto-implicação– criação de desequilíbrios– natureza intra e interpessoal

• Princípio da aprendizagem porcompreensão– pensamento reflexivo: dúvida, perplexidade,

busca, procura, …– processos de metacognição: tomar decisões de

forma fundamentada (o que se faz, como se faze porque se faz)

Leonor Santos

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Leonor Santos

Significado de avaliação?

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Leonor Santos

• Função de controlo• Julgamento sobre a

acção• Ênfase nos efeitos• No final (ex-post)• Externa

• Função formativa• Sistema de acção

• Ênfase nos processos• Durante (ongoing)• Externa e interna

Avaliação para seleccionar ou paraaprender?

Sumativa Reguladora

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Desenvolvimento profissional

Como levar à prática este conjunto depressupostos?

Avaliação reguladora

Uma resposta possível: O O portefólioportefólioLeonor Santos

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Portefólio

Uma narrativa múltipla, de naturezabiográfica, que se situa entre o aprender e oviver, enquanto construção social das suashistórias de vida

(Luwisch, 2002)

O quê?

Leonor Santos

O portefólio não é em si mesmo um fim, masum processo que ajuda a desenvolver aaprendizagem

(Klenowski, 2002)

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Portefólio

Amostra diversificada e representativa detrabalhos realizados ao longo de um períodoamplo de tempo, que cubra a abrangência,a profundidade e o desenvolvimentoconceptual

(Pinto & Santos, 2006)

O quê?

Leonor Santos

Como um diálogo do aluno consigo próprio,como uma forma de organizar o pensamentoe a aprendizagem

(Simão, 2005)

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• Qual(ais) objectivo(s) daelaboração de um portefólio?

• Como levá-lo à prática?

• Quais os critérios de sucesso?

Portefólio Como?

Leonor Santos

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• Estrutura acordada (diversas lógicas) (introdução; diversas partes – limitação definida à

partida; reflexão final)

• Trabalhos datados (permita aceder à evolução)

• Possibilidade de aperfeiçoamentos(nova oportunidade de aprendizagem)

Portefólio Como?

Leonor Santos

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• Diversidade detrabalhos

Portefólio Como?

Leonor Santos

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• Diversidade detrabalhos

Portefólio• Planificações• Resolução detarefas• Análise detextos• Narrativas desituaçõesvividas• Comentáriosde outrosintervenientes•…

Como?

Leonor Santos

A negociar àpartida

Fundamentadonos objectivosda formação

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• Diversidade detrabalhos

• Sempreacompanhados dereflexões

• Com carácterdinâmico

Portefólio

Coerência comas experiênciasde aprendizagem

Apenasalguns/Selecçãopelo próprio

Como?

Leonor Santos

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Portefólio Como?

Leonor Santos

Fase de arranque

Fase dedesenvolvimento

Um processoparticipado

Formando(s) eFormador

processo de feedback:formador + outros formandos

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Leonor Santos

• Organização e apresentação(aspectos gráficos; de escrita e organizativos)

• Representatividade das tarefasseleccionadas

(coerência com as experiências deaprendizagem)

• Análise desenvolvida (adequação; fundamentação)• Qualidade das reflexões (natureza pessoal; problematização; abrangência

e profundidade)

PortefólioIndicadores

dequalidade?

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Leonor Santos

• Flexibilidade (respeita diversos estilos deaprendizagem)

• Valorização pessoal (permite potencializarpontos fortes)

• Continuidade (dá acesso à evolução)• Globalidade (atende a uma visão global)• Carácter dialógico (trabalho próximo e

negociado)• Favorece a reflexão e a metacognição (e

como tal a auto-regulação)• Visibilidade (torna explícita a relação entre

currículo prescrito, implementado e avaliado)

PortefólioPotenciali-

dades?

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• Estudo em condensado (não pode ser feitonuma tarde, processo ao longo de um período detempo amplo)

• Processo técnico e superficial (normalizar)• Trivialização (incluir itens não adequados à

reflexão)• Exibição do nosso melhor (critério

enviesado de selecção)• Subverter a natureza (na procura de critérios

objectivos)

Portefólio

Leonor Santos

Riscos aevitar?

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• Consome muito tempo• Ausência de escalas de classificação

normalizadas• Insegurança dos que o realizam pela

primeira vez• Dificuldades em desenvolver um

acompanhamento adequado

Portefólio

Leonor Santos

Constrangi-mentos?

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Portefólio: O quê e para quê?

Leonor [email protected]

Programa de Formação Contínuaem Matemática – 1º ciclo

Viana do Castelo, Julho 2006

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Alguma bibliografiaI. Sá-Chaves (Org.) (2005). Os “Portfolios” reflexivos (também) trazem gente

dentro. Porto: Porto Editora.N. Lyons (Org.), (1999). El uso de portafolios. Propuestas para un nuevo

profesionalismo docente. Buenos Aires: Amorrortu Editores (obra originalem inglês, publicada em 1998)

Porter, A.; Youngs, P. & Odden, A. (2001). Advances in teacherassessments and their uses. In V. Richardson (Ed.), Handbook ofresearch on teaching (pp. 259-297). Washington: AERA.

Tillema, H. H. (1998). Design and validity of a portfolio instrument forprofessional training. Studies in educational evaluation, 24(3), 263-278.

Tillema, H. H. & Smith, K. (2000). Learning from portfolios: Differential use offeedback in portfolio construction. Studies in educational evaluation, 26,193-210.

Wade, R. & Yarbrough, D. (1996). Portfolios: A tool for reflective thinking inteacher education? Teaching & Teacher Education, 12(1), 63-79.

http://www.nwrel.org/eval/library/pdfs/folio.pdf