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2019
PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE INDICADORES SOCIOECONÔMICOS RELATÓRIO SEMESTRAL
JANEIRO
2020
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 2
APRESENTAÇÃO
A Nexa Resourses, uma associação das empresas Votorantim Metais e Milpo, está implantando, em
parceria com a Karmin Exploration, um projeto de mineração subterrânea de chumbo, zinco e cobre
com respectivo beneficiamento por moagem, flotação e filtração - o maior projeto de mineração do
Mato Grosso. Localizado na Serra do Expedito, a 25 km da sede urbana do município, o projeto
polimetálico tem estimativa de vida útil mínima de 15 anos e capacidade produtiva anual de 1,8 milhão
de toneladas de minério.
Para controlar, mitigar e monitorar os impactos do empreendimento, a Licença de Instalação emitida
pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA/MT) em dezembro de 2018 condiciona a execução
do Plano de Controle Ambiental (PCA), através dos programas ambientais nas áreas de influência do
município. A Synergia foi contratada para gerenciar e executar os programas ambientais relacionados
ao tema “Desenvolvimento Econômico e Participação Social”, sendo eles: Programa de
Desenvolvimento de Empreendedores e Fornecedores Locais; Programa de Desenvolvimento de
Produtores Rurais; Programa de Educação Ambiental; Programa de Monitoramento de Indicadores
Socioeconômicos (PMIS). Também é papel da consultoria desenvolver ações definidas no
Planejamento Estratégico da área de Projetos Sociais, a exemplo da construção de uma Agenda Social,
através de um Grupo de Participação Comunitária.
O documento apresenta a seguinte estrutura: a introdução contém a caracterização do
empreendimento e informações relevantes sobre o processo de Licenciamento Ambiental. O item
objetivo traz o propósito do programa de acompanhar a evolução da dinâmica socioeconômica do
município, prevendo as alterações indesejadas e indicando os elementos causadores. O capítulo sobre
as áreas de influência do empreendimento delimita a abrangência territorial dos impactos diretos e
indiretos do Projeto Aripuanã, conforme o Estudo de Impacto Ambiental (MINERAÇÃO DARDANELOS,
2017). A origem de cada fonte de informação é detalhada no item aspectos metodológicos e, em
seguida, são apresentados os resultados preliminares obtidos durante a primeira campanha de
monitoramento socioeconômico. Foram consideradas 345 pesquisas por amostra de domicílio, 611
pesquisas de preço da cesta básica em estabelecimentos econômicos, transações formais de
venda/aluguel de imóveis nas imobiliárias locais, registros obtidos junto às Secretarias Municipais da
Prefeitura de Aripuanã e indicadores oriundos de fontes estatísticas oficiais (secundárias). O último
capítulo apresenta as considerações finais sintetizando os principais impactos identificados no
território até o momento.
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 3
LISTA DE FIGURAS Figura 1. Linha do tempo com principais marcos do Projeto Aripuanã ................................................ 13
Figura 2. Planta do Projeto Aripuanã .................................................................................................... 15
Figura 3. Delimitação das áreas de influência do empreendimento .................................................... 16
Figura 4. Rede de impactos e indicadores do PMIS .............................................................................. 18
Figura 5. Sistema de Inteligência Socioambiental (SIS): Gestão das informações da pesquisa
socioeconômica por amostra de domicílios – Aripuanã/2019 .............................................................. 21
Figura 6. Entrevistas domiciliares: Aripuanã – 2019 ............................................................................. 22
Figura 7. Registro de preço da cesta básica na Feira dos Produtores Rurais: Aripuanã – 2019 ........... 23
Figura 8. Locais de coleta de preço dos alimentos da cesta básica – Aripuanã/MT ............................. 24
Figura 9. Vista aérea da área urbana: Aripuanã/MT ............................................................................. 26
Figura 10. População residente por setor censitário: Aripuanã - 2010 ................................................ 28
Figura 11. Estoque de migrantes por Unidade Federativa de nascimento: Aripuanã - 2010 ............... 30
Figura 12. Rendimento nominal mensal: Aripuanã - 2010 ................................................................... 34
Figura 13. Extração de madeira: Aripuanã - 2019 ................................................................................. 39
Figura 14. Percentual de domicílios com abastecimento de água pela rede geral: Aripuanã - 2010 ... 51
Figura 15. Percentual de domicílios com esgoto coletado pela rede geral: Aripuanã - 2010 .............. 53
Figura 16. Percentual de domicílios com lixo coletado: Aripuanã - 2010 ............................................. 54
Figura 17. Domicílios situados em áreas de risco: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ........... 62
Figura 18. Local de trabalho: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ............................................ 65
Figura 19. Famílias em situação de pobreza e beneficiárias por programas sociais: Aripuanã (sede
urbana) – 2019 (out./dez.) .................................................................................................................... 67
Figura 20. Local de estudo: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)............................................... 70
Figura 21. Formas de abastecimento de água: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ................ 78
Figura 22. Formas de escoamento dos dejetos: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ............... 79
Figura 23. Formas de descarte do lixo: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ............................ 80
Figura 24. Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF): Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ..... 83
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 4
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. População residente: Aripuanã – 2010/2019 ....................................................................... 27
Gráfico 2. População por sexo e idade: Aripuanã – 2010 ..................................................................... 27
Gráfico 3. População residente por situação rural/urbana: Aripuanã - 2010 ....................................... 29
Gráfico 4. População residente por situação rural/urbana: Aripuanã - 2010 ....................................... 29
Gráfico 5. Movimentação de emprego (admitidos, desligados e saldo): Aripuanã – 2010/2019 ........ 32
Gráfico 6. Produto Interno Bruto a preços correntes: Aripuanã – 2002/2017 ..................................... 35
Gráfico 7. Valor adicionado por setor da economia: Aripuanã – 2002/2016 ....................................... 35
Gráfico 8. Receitas próprias do município (autonomia fiscal): Aripuanã – 2013/2017 ........................ 37
Gráfico 9. Percentual dos gastos correntes em relação ao total de gastos: Aripuanã- 2013/2017 ..... 38
Gráfico 10. Estabelecimentos agropecuários por atividade econômica: Aripuanã – 2017 .................. 39
Gráfico 11. Estabelecimentos agropecuários por finalidade da produção: Aripuanã – 2017 .............. 39
Gráfico 12. Forma de obtenção da terra: Aripuanã – 2017 .................................................................. 40
Gráfico 13. Área dos estabelecimentos (em ha): Aripuanã – 2017 ...................................................... 40
Gráfico 14. Taxa de alfabetização por sexo: Aripuanã – 2010 .............................................................. 41
Gráfico 15. Pessoas com 15 anos ou mais por nível de instrução: Aripuanã – 2010 ............................ 42
Gráfico 16. Número de matrículas por etapa de ensino: Aripuanã – 2010/2018 ................................. 42
Gráfico 17. Taxa de aprovação por etapa de ensino: Aripuanã – 2010/2017 ...................................... 43
Gráfico 18. Taxa de distorção idade-série: Aripuanã – 2010/2017....................................................... 43
Gráfico 19. Taxa de abandono por etapa de ensino: Aripuanã – 2010/2017 ....................................... 44
Gráfico 20. Percentual de cobertura da Estratégia de Saúde da Família: Aripuanã – 2007/2014........ 45
Gráfico 21. Número de estabelecimentos de saúde: Aripuanã - 2010/2019 ....................................... 45
Gráfico 22. Número de médicos por dez mil habitantes: Aripuanã – 2011/2019 ................................ 46
Gráfico 23. Atendimento ambulatorial por habitantes: Aripuanã – 2011/2019 .................................. 46
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 5
Gráfico 24. Internação hospitalar por mil habitantes: Aripuanã – 2010/2019 ..................................... 47
Gráfico 25. Número de leitos por mil habitantes: Aripuanã – 2011/2017 ........................................... 48
Gráfico 26. Taxa de homicídio (óbitos por agressão por cem mil habitantes): Aripuanã – 2010/2017 49
Gráfico 27. Domicílios por situação rural/urbana: Aripuanã – 2010 .................................................... 50
Gráfico 28. Número de famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família: Aripuanã – 2010/2018 .. 55
Gráfico 29. Valor repassado pelo Programa Bolsa Família: Aripuanã – 2010/2018 ............................. 56
Gráfico 30. Gestantes adolescentes: Aripuanã – 2010/2014 ................................................................ 56
Gráfico 31. Número de consultas pré-natal: Aripuanã – 2010/2017 .................................................... 57
Gráfico 32. Taxa de mortalidade infantil: Aripuanã – 2011/2017 ........................................................ 57
Gráfico 33. Óbitos por acidente de transporte: Aripuanã – 2010/2017 ............................................... 58
Gráfico 34. População por sexo e idade: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) .......................... 60
Gráfico 35. População com raça ou cor: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) .......................... 60
Gráfico 36. População por Unidade Federativa de nascimento: Aripuanã (sede urbana) – 2019
(out./dez.) .............................................................................................................................................. 61
Gráfico 37. Local de trabalho: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) .......................................... 64
Gráfico 38. Renda domiciliar per capita por faixas de salário mínimo: Aripuanã (sede urbana) – 2019
(out./dez.) .............................................................................................................................................. 66
Gráfico 39. Renda domiciliar total por faixas de salário mínimo: Aripuanã (sede urbana) – 2019
(out./dez.) .............................................................................................................................................. 66
Gráfico 40. Escolaridade: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) .................................................. 69
Gráfico 41. Taxa de alfabetização das pessoas com 15 anos ou mais .................................................. 69
Gráfico 42. Local de estudo: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ............................................. 69
Gráfico 43. Pessoas com deficiência: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ............................... 72
Gráfico 44. Pessoas com doenças crônicas: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ..................... 72
Gráfico 45. Pessoas que realizam tratamento ou acompanhamento de saúde: Aripuanã (sede urbana)
– 2019 (out./dez.) .................................................................................................................................. 72
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 6
Gráfico 46. Pessoas que tiveram alguma emergência médica no último ano: Aripuanã (sede urbana) –
2019 (out./dez.) ..................................................................................................................................... 73
Gráfico 47. Uso dos serviços da delegacia de polícia: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ...... 73
Gráfico 48. Frequência de convivência dos moradores: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) .. 75
Gráfico 49. Conflitos entre moradores (brigas, desentendimentos e/ou violência): Aripuanã (sede
urbana) – 2019 (out./dez.) .................................................................................................................... 75
Gráfico 50. Frequência dos conflitos (brigas, desentendimentos e/ou violência): Aripuanã (sede
urbana) – 2019 (out./dez.) .................................................................................................................... 75
Gráfico 51. Famílias em situação de pobreza: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) .................. 81
Gráfico 52. Índice de Desenvolvimento da Família: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ......... 82
Gráfico 53. Dúvidas e preocupações sobre o Projeto Aripuanã: Aripuanã (sede urbana) – 2019
(out./dez.) .............................................................................................................................................. 85
Gráfico 54. Valor da cesta básica de alimentos: Aripuanã – 2019 (set/dez) ........................................ 86
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 7
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Terras indígenas: Aripuanã – 2010 ........................................................................................ 31
Tabela 2. Unidades de conservação: Aripuanã – 2010 ......................................................................... 31
Tabela 3. Estoque de emprego por setor de atividade: Aripuanã – 2010/2017 ................................... 32
Tabela 4. Salário médio do emprego formal por setor de atividade: Aripuanã – 2010/2017 .............. 33
Tabela 5. Estabelecimentos formais por setor econômico: Aripuanã – 2010/2018 ............................. 36
Tabela 6. Receitas correntes: Aripuanã – 2013/2017 ........................................................................... 37
Tabela 7. Despesas correntes: Aripuanã – 2013/2017 ......................................................................... 38
Tabela 8. Preço da terra por atividade econômica: Aripuanã – 2009/2018 ......................................... 41
Tabela 9. Média de alunos por turma por etapa de ensino: Aripuanã – 2010/2018 ............................ 44
Tabela 10. IDEB: Aripuanã – 2005/2017 ............................................................................................... 44
Tabela 11. Internação hospitalar por classificação de doença: Aripuanã – 2010/2019 ....................... 47
Tabela 12. Registros de crimes violentos: Mato Grosso – 2015/2018 .................................................. 49
Tabela 13. Indicadores sobre a rede de abastecimento de água: Aripuanã -2014/2017 ..................... 52
Tabela 14. Indicadores sobre rede de esgoto: Aripuanã -2014/2017................................................... 52
Tabela 15. Indicadores sobre resíduos sólidos: Aripuanã – 204/2017 ................................................. 52
Tabela 16. Atendimentos individualizados (pessoas atendidas) pelo serviço da Assistência Social:
Aripuanã – 2014/2019 .......................................................................................................................... 55
Tabela 17. Tipos de veículos emplacados: Aripuanã – 2010/2019 ....................................................... 58
Tabela 18. Situação ocupacional principal por faixas de idade: Aripuanã (sede urbana) – 2019
(out./dez.) .............................................................................................................................................. 63
Tabela 19. Setor da ocupação principal por faixas de idade: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
............................................................................................................................................................... 63
Tabela 20. Frequenta escola ou creche? Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) .......................... 68
Tabela 21. Motivos para não frequentar a escola: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)........... 68
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 8
Tabela 22. Avaliação da escola por etapa de ensino: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)....... 71
Tabela 23. Mulheres gestantes e lactantes por faixa etária: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
............................................................................................................................................................... 71
Tabela 24. Avaliação dos estabelecimentos de saúde: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) .... 73
Tabela 25. Avaliação dos serviços da delegacia de polícia: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
............................................................................................................................................................... 74
Tabela 26. Avaliação do relacionamento com os moradores da região: Aripuanã (sede urbana) – 2019
(out./dez.) .............................................................................................................................................. 74
Tabela 27. Convívio dos moradores da região: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ................ 74
Tabela 28. Motivos dos conflitos (brigas, desentendimentos e/ou violência): Aripuanã (sede urbana) –
2019 (out./dez.) ..................................................................................................................................... 76
Tabela 29. Formas de abastecimento de água: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ................ 76
Tabela 30. Formas de escoamento dos dejetos: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) .............. 77
Tabela 31. Destino do lixo: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ............................................... 77
Tabela 32. Fontes de acesso à energia elétrica: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ............... 77
Tabela 33. Pessoas atendidas pelo CRAS e CREAS: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) .......... 81
Tabela 34. Avaliação do CRAS e CRAS: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ............................. 81
Tabela 35. Mudanças positivas do Projeto Aripuanã: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ...... 84
Tabela 36. Mudanças negativas do Projeto Aripuanã: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.) ..... 84
Tabela 37. Provisões mínimas estipuladas pelo Decreto Lei Nº 399 por regiões ................................. 86
Tabela 38. Valores médios apurados por alimentos: Aripuanã – 2019 (set/dez) ................................. 87
Tabela 39. Custo e horas de trabalho para alimentação básica: Aripuanã, Cuiabá e outras capitais –
2019 (dez) .............................................................................................................................................. 87
Tabela 40. Preço médio de imóveis: Aripuanã – 2019 .......................................................................... 88
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 9
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ATLAS BRASIL - Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
DATASUS - Banco de dados do Sistema Único de Saúde
DENATRAN - Departamento Nacional de Trânsito
DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral
EIA / RIMA – Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de Impacto Ambiental
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
MDS - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (atual Ministério da Cidadania)
MS - Ministério da Saúde
MTE/CAGED - Ministério do Trabalho e Emprego - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
MTE/RAIS - Ministério do Trabalho e Emprego - Relação Anual de Informações Sociais
PCA – Plano de Controle Ambiental
PEA – Programa de Educação Ambiental
PMIS – Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos
PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
RENAVAN - Sistema de Registro Nacional de Veículos Automotores
SEMA/MT – Secretaria Estadual de Meio Ambiente / Mato Grosso
SIH/SUS - Sistema de Informações Hospitalares / Sistema Único de Saúde
SIM - Sistema de Informações sobre Mortalidade
SISP - Sistema Integrado de Segurança Pública
STN - Secretaria do Tesouro Nacional
SUS - Sistema Único de Saúde
SVS - Secretária de Vigilância em Saúde
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 12
2 OBJETIVO ................................................................................................ 14
3 ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO ...................................... 15
4 ASPECTOS METODOLÓGICOS .................................................................. 17
4.1 COLETA DE DADOS EM FONTES ESTATÍSTICAS OFICIAIS (SECUNDÁRIAS); ....................... 19
4.2 REGISTROS OBTIDOS JUNTO ÀS SECRETARIAS MUNICIPAIS (PREFEITURA DE ARIPUANÃ); 20
4.3 REGISTROS DE CRIMINALIDADE .................................................................................... 20
4.4 PREÇOS DE IMÓVEIS ..................................................................................................... 20
4.5 PESQUISA SOCIOECONÔMICA POR AMOSTRA DE DOMICÍLIO ........................................ 21
4.6 PESQUISA DE PREÇO DA CESTA BÁSICA EM ESTABELECIMENTOS ECONÔMICOS ............. 23
5 RESULTADOS PRELIMINARES .................................................................. 25
5.1 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) ............................................................................. 25
5.1.1 DINÂMICA POPULACIONAL DA AII............................................................................................. 26
5.1.1.1 Áreas protegidas: Terras Indígenas e Unidades de Conservação ............................................. 31
5.1.2 EMPREGO E RENDA DA AII ........................................................................................................ 31
5.1.3 COMPETITIVIDADE E CRESCIMENTO ECONÔMICO DA AII .......................................................... 35
5.1.3.1 Finanças públicas ...................................................................................................................... 36
5.1.3.2 Desenvolvimento rural ............................................................................................................. 38
5.1.4 PRESSÃO NOS SERVIÇOS SOCIAIS BÁSICOS DA AII ..................................................................... 41
5.1.4.1 Educação da AII ......................................................................................................................... 41
5.1.4.2 Saúde da AII .............................................................................................................................. 45
5.1.4.3 Segurança da AII ....................................................................................................................... 48
5.1.5 INFRAESTRUTURA URBANA DA AII ............................................................................................ 50
5.1.6 POBREZA E VULNERABILIDADE SOCIAL DA AII ........................................................................... 55
5.1.7 FLUXO DE VEÍCULOS DA AII ....................................................................................................... 57
5.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) ............................................................................... 59
5.2.1 PESQUISA SOCIOECONÔMICA POR AMOSTRA DE DOMICÍLIO ................................................... 59
5.2.1.1 Dinâmica populacional da AID .................................................................................................. 59
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 11
5.2.1.2 Emprego e renda da AID ........................................................................................................... 63
5.2.1.3 Educação da AID ....................................................................................................................... 68
5.2.1.4 Saúde da AID ............................................................................................................................. 71
5.2.1.5 Segurança da AID ...................................................................................................................... 73
5.2.1.6 Infraestrutura urbana da AID .................................................................................................... 76
5.2.1.7 Pobreza e Vulnerabilidade social da AID .................................................................................. 81
5.2.1.8 Percepção sobre o Projeto Aripuanã ........................................................................................ 84
5.2.2 PESQUISA DE PREÇO DA CESTA BÁSICA EM ESTABELECIMENTOS ECONÔMICOS DA AID ........... 85
5.2.3 PESQUISA DE PREÇO DE IMÓVEIS DA AID .................................................................................. 88
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 89
7 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 90
8 ANEXOS .................................................................................................. 91
ANEXO A. ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA (IDF) .................................................... 91
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 12
1 INTRODUÇÃO O Projeto Aripuanã é uma Joint Venture entre a Votorantim Metais, Milpo e a Karmin Exploration e
consiste na implantação de uma mineração subterrânea de chumbo, zinco e cobre com respectivo
beneficiamento por moagem, flotação e filtração.
Com investimento previsto de US$ 392 milhões de dólares, será o maior projeto de mineração do
estado do Mato Grosso. Localizado na Serra do Expedito, a 25 km da sede urbana do município, o
projeto polimetálico tem estimativa de vida útil mínima de 15 anos e capacidade produtiva anual de
1,8 milhão de toneladas de minério. Anualmente, serão produzidas cerca de 66.7 mil toneladas de
concentrado de zinco, 23 mil toneladas de concentrado de chumbo e 3.7 mil toneladas de concentrado
de cobre.
A lavra subterrânea dos minérios reduz impacto visual da paisagem e de supressão vegetal. Outro
diferencial do projeto está também na disposição dos rejeitos a seco, o que elimina a construção de
barragem de rejeito, que serão utilizados, em parte, para preencher a cava da mina. A produção será
escoada por meio de transporte rodoviário até metalurgias (fundições para produção de metal) no
Brasil e no exterior, para posterior refino.
As pesquisas geológicas começaram em 1993, sendo que a Votorantim Metais assumiu o controle
sobre a exploração mineral em 2004, a partir de uma associação com a Anglo American e Karmin
Exploration Corporation, dando origem à empresa denominada Mineração Dardanelos Ltda. Desde
então, a Dardanelos concentrou esforços na sondagem dos corpos minerais denominados Arex e
Ambrex pelo método de lavra subterrânea.
Em 2008, realizou-se um estudo arqueológico preliminar, que não identificou vestígios arqueológicos
ou alvos potenciais, conforme requisito do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN) ao processo de licenciamento ambiental. O Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de
Impacto Ambiental (EIA / RIMA) do projeto foi protocolado em maio de 2014 na Secretaria de Estado
de Meio de Ambiente do Estado de Mato Grosso (Sema-MT). As audiências públicas ocorreram no ano
seguinte, com objetivo de apresentar o diagnóstico e os impactos potenciais, positivos e negativos,
nas fases de implantação e operação do empreendimento.
Em 2018, obtém-se a licença prévia, em abril, e em respostas às condicionantes ambientais, apresenta-
se o Plano de Controle Ambiental (PCA), documento que detalha os planos e os programas de controle,
mitigação e monitoramento dos impactos identificados na fase de diagnóstico. Em dezembro do
mesmo ano o projeto obtém a Licença de instalação, permitindo o início das obras de terraplanagem
e infraestrutura em março de 2019. A etapa de desenvolvimento de mina foi realizada durante o
primeiro semestre e, em setembro, mais de 800 metros de túneis de acesso foram construídos. Para
fornecimento de energia, uma linha de transmissão provisória (e independente ao sistema da cidade)
foi construída durante o segundo semestre. A previsão para solicitação da Licença de Operação é 2020,
quando se inicia a montagem da planta e dos equipamentos, conforme linha do tempo (Figura 1).
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 13
Figura 1. Linha do tempo com principais marcos do Projeto Aripuanã
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 14
2 OBJETIVO Conforme definição do Plano de Controle Ambiental (PCA), o Programa de Monitoramento de
Indicadores Socioeconômicos (PMIS) tem por objetivo geral “acompanhar a evolução da dinâmica
socioeconômica do município de Aripuanã através da elaboração de relatórios periódicos, de modo a
constar e na medida do possível prever alterações indesejadas na evolução do quadro socioeconômico
local e apresentando seus elementos causadores e as medidas necessárias” (SETE, 2018, p.831).
Tem-se, portanto, o desafio de monitorar indicadores que retratam de maneira fidedigna as condições
de infraestrutura e serviços públicos, geração de emprego e renda e o quadro de vulnerabilidade
social, de forma a identificar desvios que comprometam a trajetória de desenvolvimento econômico
e social de Aripuanã.
São objetivos específicos do PMIS:
� Manter a relação entre impacto e mitigação lastreada na matriz de impactos do EIA/RIMA;
� Monitorar os indicadores primários e secundários indicados no PCA e no Diagnóstico
Socioeconômico (2016) durante a toda a fase de implantação e nos três primeiros anos de
operação;
� Divulgar os resultados do monitoramento de modo apoiar tomada de decisão quanto as ações
potencializadoras das mudanças positivas e às ações de controle, mitigação e correção dos
efeitos negativos;
� Atender às ações, cronogramas e públicos envolvidos previstos no Programa.
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 15
3 ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO De acordo com o Estudo de Impacto Ambiental (MINERAÇÃO DARDANELOS, 2017), para os estudos do
Meio Socioeconômico, as Áreas de Influência Direta (AID) e Área de Influência Indireta (AII) foram
consideradas, respectivamente, a sede urbana de Aripuanã e todo o território do município 1. A Área
Diretamente Afetada (ADA) pelo empreendimento restringe às proximidades do projeto, incluindo as
seguintes estruturas: duas minas subterrâneas; planta de beneficiamento; dois depósitos de estéril;
quatro pilhas de rejeito secos; depósito de madeira; Pond de água industrial recuperada; barragem de
água; paiol de explosivo e acessórios; depósito de top-soil; e estradas e vias de acesso (Figura 2).
Figura 2. Planta do Projeto Aripuanã
Fonte: NEXA (<https://www.projetoaripuana.com.br/pagina/o-projeto>, acesso em 19/12/2019).
A Figura 3 localiza o município de Aripuanã dentro do estado de Mato Grosso, divisas municipais e
estaduais, as principais rodovias de acesso e alguns corpos d’água. O Projeto está localizado a
aproximadamente 25km a noroeste da cidade de Aripuanã, município que se situa na porção noroeste
do estado de Mato Grosso e do Brasil e pode ser acessado por 935 km, de rodovia pavimentada e de
terra, a Cuiabá capital do estado de Mato Grosso.
1 Destaca-se que para o Meio Socioeconômico foi necessário adotar áreas de influência distintas daquelas para os meios Físico e Biótico, tendo em vista as especificidades relacionadas aos temas. De acordo com EIA / RIMA, as microbacias e bacias hidrográficas desenvolvidas a partir dos conjuntos de morros que forma essa serra foram consideradas como critério fundamental na definição das áreas de influência do empreendimento, como também a abrangência das intervenções de superfície e subsuperfície.
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Figura 3. Delimitação das áreas de influência do empreendimento
Fonte: Elaboração Synergia Consultoria, 2019.
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4 ASPECTOS METODOLÓGICOS Foi-se o tempo em que gestores públicos e administradores privados podiam tomar decisões sem
aferir os impactos causados às coletividades que governam ou influenciam. Hoje, é quase obrigatória
a referência a indicadores de situação, de impacto e de resultado para que se propague programas ou
as atividades efetivadas.
Um indicador social é uma medida, em geral, quantitativa, dotada de significado social substantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um conceito social abstrato, de interesse teórico (para pesquisa acadêmica) ou programático (para formulação de políticas). É um recurso metodológico, empiricamente referido, que informa algo sobre um aspecto da realidade social ou sobre mudanças que estão se processando na mesma (Jannuzzi, 2012, p.21).
A abordagem da Licença Social para Operar (LSO) emerge nos debates acadêmicos e nas práticas
empresariais das indústrias extrativistas. Pode-se entendê-la como o nível de aceitação ou aprovação
da comunidade local para a operação do empreendimento ou projeto (ERNST &YOUNG, 2011). As
comunidades solicitam cada vez mais informações e desejam participar do processo de gestão dos
riscos e impactos dos quais estão sujeitas. Os conflitos socioambientais podem desgastar a imagem
das empresas de mineração e aumentar significativamente o tempo para obtenção e/ou renovação
das licenças ambientais. A manutenção dos canais de comunicação com a população (ouvidorias,
audiências públicas, pesquisa de opinião, diálogo social, entre outras ferramentas) facilitam um melhor
relacionamento com as comunidades locais (LIMA e VASCONSCELOS, 2013).
Nesse sentido, o PMIS organizará as seguintes frentes de trabalho:
� Coleta de dados em fontes estatísticas oficiais (secundárias);
� Registros obtidos junto às Secretarias Municipais (Prefeitura de Aripuanã);
� Preços de imóveis;
� Pesquisa socioeconômica por amostra de domicílio;
� Pesquisa de preço da cesta básica em estabelecimentos econômicos;
A figura abaixo representa um diagrama de rede com as interrelações entre os temas de análise,
impactos e os indicadores socioeconômicos que serão monitorados durante as fases de implantação e
operação. São eles: Potencial aumento de déficit habitacional; Geração de emprego e renda; Geração
de oportunidade de novos negócios; Aumento da arrecadação de impostos; Aumento da demandas
sobre os serviços sociais básicos; Aumento da demandas sobre os serviços sociais básicos; Potencial
aumento da incidência das endemias, principalmente as transmitidas por insetos e vetores, em função
da chegada dos migrantes; Aumento da demandas sobre os serviços sociais básicos; Potencial
aumento nos índices de prostituição, violência e consumo de drogas e conflitos socioculturais devido
à chegada de imigrantes; Geração de incômodos e exposição da população a risco de acidentes
provenientes do tráfego de veículos.
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Figura 4. Rede de impactos e indicadores do PMIS
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19
4.1 Coleta de dados em fontes estatísticas oficiais (secundárias);
A coleta e sistematização de dados secundários é uma atividade de constante atualização, conforme
o calendário de divulgação das fontes estatísticas oficiais. O acúmulo de conhecimento sobre o
território através da leitura de indicadores socioeconômicos permitiu uma avaliação sobre os possíveis
impactos do empreendimento e o surgimento de novas temáticas de análise, a saber: Dinâmica
populacional; Emprego e renda; Competitividade e crescimento econômico; Pressão nos serviços
sociais básicos (educação, saúde e segurança); Infraestrutura urbana; Pobreza e vulnerabilidade social
e Fluxo de veículos. As fontes consultadas até o momento foram:
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE):
Censo Demográfico
Censo Agropecuário
Contas Nacionais e Regionais
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio
Ministério da Economia:
Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED)
Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)
Sistema de informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI)
Ministério de Educação:
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)
Ministério da Saúde:
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC)
Sistema de informações sobre Mortalidade (SIM)
Sistema de Informação Hospitalar (SIH)
Sistema de Informação Ambulatorial (SIA)
Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB)
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)
Ministério de Desenvolvimento Regional:
Sistema Nacional de Informação Sobre Saneamento (SNIS)
Ministério de Infraestrutura:
Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN)
Ministério da Cidadania:
Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico)
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Ministério da Justiça e Segurança Pública:
Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de
Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (SINESP)
Sistema Nacional de Estatística de Segurança Pública e Justiça Criminal (SINESPJC)
4.2 Registros obtidos junto às Secretarias Municipais (Prefeitura de Aripuanã);
Os ofícios de solicitação de dados foram protocolados na Prefeitura Municipal de Aripuanã/MT, junto
às secretarias de Educação e Cultura; Saúde; Assistência Social; Desenvolvimento Rural; Finanças;
Infraestrutura; Meio Ambiente, Turismo e Comércio; Governo e Planejamento.
Até o momento, o PMIS recebeu resposta formal da Sra. Andreia Cristina de Medeiros Rodrigues
(Secretária Municipal de Finanças) através do Ofício Nº 026/2019-SEMUFI. Ademais, por intermédio
da Nexa, foram entregues relatórios impressos da Secretaria da Educação e Cultura, conforme
evidenciado nos relatórios mensais de atividades. Não houve retorno formal sobre as demais
informações solicitadas à Prefeitura Municipal de Aripuanã, cuja mobilização deverá ser reforçada nos
semestres seguintes.
4.3 Registros de criminalidade
O ofício de solicitação dos registros de criminalidade em Boletins de Ocorrência foi protocolado junto
à Polícia Judiciária Civil. Em resposta, a Sra. Cristianne Maria Demicheli (Escrivã de Polícia) indicou que
tais informações podem ser sigilosas e, portanto, devem ser requeridas à Diretoria da Polícia Civil do
Estado e à Secretaria de Segurança, conforme aponta o Ofício Nº 2121/2019. De acordo a orientação,
a Synergia protocolou na sede da Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso, em Cuiabá/MT,
Ofício Nº 001/2019 solicitando os registros criminais de Aripuanã. Até o momento não houve retorno
formal sobre as informações solicitadas à Secretaria Pública de Mato Grosso, cuja mobilização deverá
ser reforçada nos semestres seguintes.
4.4 Preços de imóveis
Para monitorar o custo de venda e locação dos imóveis no município, o PMIS sistematiza as seguintes
informações: data da negociação (mês/ano), tamanho (m2), preço (R$), uso do imóvel (residencial,
comercial ou misto), tipo do imóvel (casa, apartamento, galpão, sítio, terreno), situação rural/urbana
e endereço (tipo, logradouro, número, bairro etc.).
A solicitação dos dados sobre as transações formais de venda ou aluguel de imóveis foi protocolada
nas imobiliárias locais. Até o momento, apenas a Imobiliária Aripuanã disponibilizou os registros de
preços de imóvel.
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4.5 Pesquisa socioeconômica por amostra de domicílio
A primeira campanha da pesquisa socioeconômica por amostra de domicílio foi iniciada em
25/09/2019. Ao todo, a equipe de pesquisadores realizou 345 entrevistas domiciliares, contemplando
informações sobre 990 moradores nos bairros do Centro, Cidade Alta, Cidade Baixa, Cristo Rei, Jardim
Boa Esperança, Jardim Planalto, Jardim Paraná, Mangueiral, Monte Castelo, Parque São Domingos, Vila
Faxinal, Vila Nova e Vila Operária.
O tamanho da amostra foi aderente ao plano amostral, obtendo a representatividade estatística
desejada de 5% de margem de erro e 95% de intervalo de confiança. A amostra foi distribuída
proporcionalmente ao número de domicílios particulares permanentes nos setores do Censo
Demográfico 2010 (IBGE, 2010). A verificação do georreferenciamento das pesquisas é realizada
durante a análise de consistência da base de dados, junto aos demais critérios de validação das
informações (respostas ausentes, respostas fora do formato padrão, ausência ou mais de um
responsável na composição familiar, entre outras incoerências analíticas observadas nos dados).
Através do Sistema de Inteligência Socioambiental (SIS), desenvolvido pela Synergia para
gerenciamento das informações produzidas nos territórios de atuação, foi possível monitorar o avanço
das pesquisas realizadas em Aripuanã. A figura abaixo ilustra a representação espacial oferecida pelo
sistema para as entrevistas domiciliares, permitindo que as análises de crítica e consistência dos dados
fossem realizadas paralelamente à aplicação das pesquisas.
Figura 5. Sistema de Inteligência Socioambiental (SIS): Gestão das informações da pesquisa socioeconômica por amostra de domicílios – Aripuanã/2019
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
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A entrevista domiciliar durou, em média, 30 minutos (considerado uma família com dois ou três
moradores). Todavia, com cinco ou mais moradores, a duração da entrevista aumentava para 60
minutos. Todos os dados foram coletados através dispositivos móveis (tablet), sem depender do
acesso à internet. Diariamente, as informações foram sincronizadas com o servidor, possibilitando a
extração da base de dados para acompanhamento e tratamento dos dados. As fotos da figura abaixo
evidenciam as entrevistas realizadas com o uso do tablet por pesquisadoras da Synergia, devidamente
uniformizadas e identificadas (crachá).
Figura 6. Entrevistas domiciliares: Aripuanã – 2019
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
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Entre os desafios enfrentados durante a primeira campanha destacam-se:
Dificuldade de acesso: As estradas possuem condições ruins de tráfego; pontes quebradas e
desvios longos para trechos interditados (até 20 km de distância);
Mudança no território: Desde 2010, Aripuanã passou por transformações territoriais (vetores
de crescimento), de modo que hoje alguns setores não oferecem mais o número de domicílios
desejados no plano amostral, sendo necessário adequar a distribuição da amostra de acordo
com cenário atual da sede urbana do município;
Receptividade dos moradores: Após o fechamento do garimpo na Fazenda Dardanelos pela
Polícia Federal houve receio dos pesquisadores de uma recepção ruim dos moradores em
bairros onde residem os garimpeiros, que insistem em associar a paralisação da atividade à
chegada da Nexa e as empresas contratadas para o desenvolvimento do Projeto Aripuanã;
Recusa de respostas: Especificamente questões relacionadas a valores monetários, observou-
se uma taxa alta de “não respostas”, demonstrando receio ou falta de confiança necessária da
família para declarar informações sensíveis, tais como renda de trabalho, recebimento de
benefícios sociais, entre outros.
4.6 Pesquisa de preço da cesta básica em estabelecimentos econômicos
A coleta de dados da pesquisa de preço da cesta básica de alimentos em Aripuanã/MT é realizada
mensalmente e os resultados são analisados nos relatórios trimestrais (Boletim de Preço da Cesta
Básica em Estabelecimentos Socioeconômicos), conforme cronograma do plano de trabalho. Até o
momento foram registrados os preços de 612 alimentos através da observação do valor nas etiquetas
dos produtos em mercados, padarias, açougues e feiras. As pesquisas foram realizadas entre
06/09/2019 e 09/12/2019 e os locais de coleta podem ser observados no mapa da Figura 8.
Figura 7. Registro de preço da cesta básica na Feira dos Produtores Rurais: Aripuanã – 2019
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
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Figura 8. Locais de coleta de preço dos alimentos da cesta básica – Aripuanã/MT
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
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5 RESULTADOS PRELIMINARES
A seguir encontram-se os resultados preliminares, durante o período de junho a dezembro de 2019,
da Área de Influência Indireta (AII), que corresponde ao município de Aripuanã, e da Área de Influência
Direta (AID), que corresponde a sede urbana do município.
5.1 Área de influência Indireta (AII)
Este tópico apresenta uma leitura do município de Aripuanã, por meio de dados secundários. Os
indicadores selecionados demonstram as principais características socioeconômicas relacionadas aos
impactos indicados na fase de diagnóstico do licenciamento para a AII do Projeto Aripuanã.
O município de Aripuanã foi criado em 31 de dezembro de 1943, mas durante muitos anos ficou à
margem da movimentação do Estado de Mato Grosso, vivendo mais na dependência de Manaus/AM.
Até sua configuração administrativa atual ocorreram sucessivos desmembramentos territoriais, com a
cessão do município de Alta Floresta, em 1980, além dos desmembramentos mais recentes – Apiacás,
Nova Bandeirante, Castanheira, Cotriguaçu, Juína, Juruena, Nova Monte Verde, Paranaíta,
Rondolândia e Colniza. A ocupação desse vasto território teve fatos marcantes como, por exemplo, a
construção da rodovia MT-170 (antiga AR-1), além de projetos governamentais de ocupação dirigida,
que estimularam a migração de empresários e agricultores/pecuaristas do sul do país. Tais projetos
tiveram importante papel para fragmentação territorial e formação dos novos municípios.
Em 1974, a Companhia de Desenvolvimento do Mato Grosso (CONDEMAT) dá início ao Projeto Juína,
atraindo empreendedores agrícolas para implantar uma nova cidade e abertura de novos corredores
de exportação. Da mesma forma, em 1976, inicia-se o projeto de ocupação da Colonizadora INDECO
(Integração, Desenvolvimento e Colonização), empresa fundada pelo Ariosto da Riva e responsável
pela ocupação de grande área no norte mato-grossense, em especial, Alta Floresta e Apiacás. Observa-
se, portanto, duas formas de ocupação dirigida utilizadas no Mato Grosso: a ocupação oficial feita por
órgãos estatais e a particular feita por empresários coordenados por órgãos estatais.
Na década de 1980, a madeira e o ouro foram atividades econômicas que também atraíram a migração
de seringueiros e garimpeiros, respectivamente, em busca de trabalho. O ciclo de outro e diamantes
entre 1988 e 1995 já não se caracterizava mais por escavações manuais de outrora, mas por um
sistema de lavra mecanizada, com equipamentos pesados como dragas, tratores e instalações de
tratamento de minério (MINERAÇÃO DARDANELOS, 2017).
Em 2000, a construção de empreendimentos como, por exemplo, a Usina Hidroelétrica de Dardanelos
também colaborou com empregabilidade, economia local e infraestrutura da região, através das
condicionantes ambientais da fase de implantação (2007) e fase de operação (2011), direcionadas à
Eletronorte e, posteriormente, ao consórcio formado pelas empresas que compõe SPE Energética
Águas da Pedra.
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Atualmente, a base econômica do município está alicerçada na indústria extrativista, principalmente,
a madeireira, na agropecuária e no potencial turístico (em desenvolvimento). A mineração de zinco,
cobre e chumbo traz um novo ciclo de oportunidade de desenvolvimento ao município.
Figura 9. Vista aérea da área urbana: Aripuanã/MT
Fonte: Prefeitura de Aripuanã (<https://www.aripuana.mt.gov.br/#/home>, acesso em 06/01/2020)
5.1.1 Dinâmica populacional da AII
A análise demográfica visa compreender os componentes da variação e mudança populacional da AII.
Considera-se a população um elemento importante na determinação das demandas por serviços
públicos de educação e saúde, assistência social, insumos básicos, habitação etc. Nesse sentido, os
processos migratórios no entorno das áreas de implantação de empreendimentos podem trazer
sobrecargas aos sistemas públicos dos serviços mencionados acima.
A população é dimensionada pelo IBGE nos Censos Demográficos e na Contagem Populacional nos
municípios de até 170 mil habitantes. Em 2019, estimou-se habitantes em 22.354 em Aripuanã (IBGE,
2019). A taxa de crescimento apresentada para o período 2010 e 2019 foi de 2,03% a.a., ritmo de
crescimento superior ao município vizinho, Juína, que durante o mesmo período cresceu em média
0,48% a.a. Os resultados do Censo Demográfico de 2020 (IBGE), quando divulgado, poderá confirmar
ou corrigir as estimativas oficiais do órgão estatístico, oferecendo novos indicadores ao Programa de
Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos (PMIS).
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Gráfico 1. População residente: Aripuanã – 2010/2019
Fonte: IBGE / Censo Demográfico, 2010; IBGE / Estimativas da população, 2011-2019 (Elaboração Synergia)
No que se refere à composição da população por sexo e idade, o gráfico a seguir sugere que o processo
de transição demográfica foi iniciado no município a cerca de trinta anos, evidenciando fenômenos
como o envelhecimento populacional, resultante da diminuição dos índices de mortalidade e
natalidade. Na medida em que se estreita a base da pirâmide etária, as coortes (gerações) mais
numerosas da população passam a atingir idades mais avançadas. Ao longo desse processo, Aripuanã
viverá nas próximas décadas um período denominado “janela de oportunidades”, momento onde há
um acúmulo de maior número de pessoas em idade ativa e menor proporção de idosos e crianças,
diminuindo assim a razão de dependência econômica do município.
Gráfico 2. População por sexo e idade: Aripuanã – 2010
Fonte: IBGE / Censo Demográfico, 2010 (Elaboração Synergia)
A figura a seguir apresenta a distribuição da população residente nos setores censitários do município,
de acordo com o Censo Demográfico 2010 (IBGE). Observa-se menor concentração de pessoas fora da
sede urbana do município e nas proximidades das rodovias MT-208 e MT-420, onde se encontram as
localidades de Medalha Milagrosa e Vale do Sonho, respectivamente. Outras localidades mais
distantes da sede municipal encontram-se ao longo de outras rodovias, como Conselvan (MT-313);
Trivelato, Cidade Morena e Araçatuba (MT-183) e Lontra (MT-311).
18.656 19.006 19.344 19.919 20.293 20.657 21.011 21.357 21.987 22.354
0
5000
10000
15000
20000
25000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
1500 1000 500 0 500 1000 1500
0 a 4 anos5 a 9 anos
10 a 14 anos15 a 19 anos20 a 24 anos25 a 29 anos30 a 34 anos35 a 39 anos40 a 44 anos45 a 49 anos50 a 54 anos55 a 59 anos60 a 64 anos65 a 69 anos70 a 74 anos75 a 79 anos80 a 84 anos85 a 89 anos90 a 94 anos95 a 99 anos
100 anos ou mais
Mulheres Homens
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Figura 10. População residente por setor censitário: Aripuanã - 2010
Fonte: Elaboração Synergia Consultoria, 2019.
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Em 2010, cerca de 63% da população aripuanense residia em setores urbanos, restando pouco mais
de um terço dos moradores nas áreas rurais, o que confirma a constatação da figura acima de um vasto
território com baixa concentração de pessoas fora da sede urbana do município.
Gráfico 3. População residente por situação rural/urbana: Aripuanã - 2010
Fonte: IBGE / Censo Demográfico, 2010 (Elaboração Synergia)
No que se refere aos processos migratórios, Aripuanã acumulou, até 2010, um estoque de imigrantes
não naturais do estado de Mato Grosso de 48% da população residente no município, sendo Paraná,
Rondônia, São Paulo e Minas Gerais os principais locais de origem desses migrantes (Figura 11). Ou
seja, nessa definição considera-se migrante todo morador não natural do município, independente da
data do deslocamento ou tempo de residência no município.
Gráfico 4. População residente por situação rural/urbana: Aripuanã - 2010
Fonte: IBGE / Censo Demográfico, 2010 (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
63%
37%
Urbana
Rural
9.751
2.561
1.822
463
459
3.524
Mato Grosso
Paraná
Rondônia
São Paulo
Minas Gerais
Outros
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Figura 11. Estoque de migrantes por Unidade Federativa de nascimento: Aripuanã - 2010
Fonte: Elaboração Synergia Consultoria, 2019.
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5.1.1.1 Áreas protegidas: Terras Indígenas e Unidades de Conservação
Um componente importante no processo de ocupação do território da Amazônia Legal é a presença
de áreas protegidas, em especial, terras indígenas e unidades de conservação. Na região encontram-
se a Terra Indígena Aripuanã com 750.649,26 hectares nos municípios de Aripuanã e Juína e a Terra
Indígena Arara do Rio Branco com 114.842,47 hectares nos municípios de Aripuanã e Colniza.
Destaca-se, portanto, a presença de áreas tradicionalmente ocupadas pela etnia Cinta-Larga, onde
vivem 394 indígenas (IBGE, 2010) e pela etnia Arara do Rio Branco, onde vivem 214 indígenas
(SIASI/SESAI, 2014). De acordo com o Instituto Socioambiental, ambas as terras indígenas vivem
pressões e ameaças pela exploração de recursos da madeira e do garimpo.
Tabela 1. Terras indígenas: Aripuanã – 2010
Área (ha) População Etnia
TI Aripuanã 750.649,26 352 Cinta Larga
TI Arara Rio Branco 114.842,47 249 Arara do Rio Branco
Fonte: Instituto Socioambiental, 2019. (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
Entre as estratégias para conter o avanço da fronteira agropecuária e da exploração da madeira ilegal,
as unidades de conservação exercem um importante papel na conservação do bioma amazônico,
protegidas em caráter de proteção integral ou uso sustentável. Destacam-se na região: RESEX
Guarabira-Roosevelt com 164,224,00 hectares criada 1996 e a ESEC do Rio Flor do Pardo com 8.517,00
hectares criada em 2003, conforme Tabela 2.
Tabela 2. Unidades de conservação: Aripuanã – 2010
Área (ha) Tipo de uso Instância responsável
Estação Ecológica Rio Flor do Prado Decreto nº 2.124 de 09/12/2013
8.517,00 Proteção Integral Estadual
Reserva Extrativista Guariba Roosevelt Decreto nº 956 de 19/06/1996
164.224,00 Sustentável Estadual
Fonte: Instituto Socioambiental, 2019 (ISA < https://uc.socioambiental.org/pt-br>, acesso 06/01/2020) (Elaboração Synergia)
5.1.2 Emprego e renda da AII
Para entender melhor os possíveis reflexos da implantação do Projeto Aripuanã nas temáticas de
emprego e renda, faz-se necessária uma visão mais ampla de toda dinâmica de trabalho no município.
A análise contempla o perfil dos empregos através dos dados disponibilizados pelo Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (CAGED), da atual Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia.
O estoque de emprego formal em Aripuanã aumentou de 3.308 para 4.687 trabalhadores com registro
em carteira profissional, o que representa uma taxa de crescimento de 9,1% a.a. O ano de 2019
registrou aumento expressivo em relação ao ano anterior (variação de 26,8%), tendo a construção civil
um importante papel no aumento do estoque de trabalhadores – um quarto dos empregos formais
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Elaborado por Synergia Socioambiental 32
foram registrados na construção civil. As indústrias de transformação também apresentam um
estoque significativo de empregos no município, em geral, indústrias ligadas ao setor moveleiro e
serrarias de pranchas utilizadas em obras de construção civil.
Tabela 3. Estoque de emprego por setor de atividade: Aripuanã – 2010/2017
2015 2016 2017 2018 2019
Construção Civil 171 93 41 586 1.171
Indústria de transformação 1.376 992 954 1.077 1.145
Comércio 809 711 613 821 988
Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca 726 749 810 869 810
Serviços 208 173 152 235 386
Serviços Industriais de Utilidade Pública 14 134 142 93 134
Extrativa mineral 4 10 19 16 53
Total 3.308 2.862 2.731 3.697 4.687
Fonte: Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
Por meio do CAGED é possível monitorar também a movimentação do emprego formal, no que se
refere às admissões e desligamentos dos estabelecimentos formais com funcionários em regime
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Observa-se no gráfico abaixo o registro de saldo positivo nos
últimos três anos, ou seja, as admissões superam os desligamentos – reflexo de aquecimento da
economia. Em 2019 foram admitidos 2.439 trabalhadores formais, maior valor dos últimos cinco anos,
conforme Gráfico 6.
Gráfico 5. Movimentação de emprego (admitidos, desligados e saldo): Aripuanã – 2010/2019
Fonte: Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
Entre 2015 e 2019, o salário médio do trabalhador formal em Aripuanã aumentou de R$ 1.247,11 para
R$ 1.679,92, o que representa uma variação de 34,7% durante o período. Novamente, o setor da
construção civil registrou a maior remuneração (R$ 2.460,80) e a maior variação no período (30,8%),
conforme os valores apresentados na Tabela 4.
-78 -36
73
561191
1.6151.413 1.402
2.1292.439
-1.693-1.449 -1.329
-1.568
-2.248-3.000
-2.000
-1.000
0
1.000
2.000
3.000
2015 2016 2017 2018 2019
Ad
mit
ido
s /
Des
ligad
os
Saldo Admitidos Desligados
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 33
Tabela 4. Salário médio do emprego formal por setor de atividade: Aripuanã – 2010/2017
2015 2016 2017 2018 2019
Construção Civil R$ 1.882,01 R$ 1.424,39 R$ 1.403,80 R$ 1.865,80 R$ 2.460,80
Serviços Industriais de Utilidade Pública R$ 1.271,79 R$ 1.552,10 R$ 1.547,60 R$ 1.653,38 R$ 1.639,28
Indústria de transformação R$ 1.328,77 R$ 1.423,80 R$ 1.377,20 R$ 1.386,85 R$ 1.474,35
Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca R$ 1.237,87 R$ 1.276,96 R$ 1.341,15 R$ 1.399,31 R$ 1.473,80
Extrativa mineral R$ 844,00 R$ 984,40 R$ 1.093,42 R$ 1.320,63 R$ 1.457,79
Serviços R$ 1.139,15 R$ 1.503,30 R$ 1.460,18 R$ 1.308,08 R$ 1.411,77
Comércio R$ 1.011,61 R$ 1.125,76 R$ 1.190,56 R$ 1.244,31 R$ 1.283,82
Total R$ 1.247,11 R$ 1.320,63 R$ 1.336,52 R$ 1.435,45 R$ 1.679,92
Fonte: Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
Deve-se ressaltar, porém, que a remuneração do emprego formal, restringe-se aos trabalhadores com
carteira profissional assinada, desconsiderando, portanto, trabalhadores informais. O Censo
Demográfico 2010 (IBGE) permite localizar os setores censitários com moradores de baixo rendimento
médio mensal por faixas de salário mínimo2. Observa-se na Figura 12 que a sede municipal concentra
os setores censitários de maiores rendimentos, em bairros como Centro, Cidade Alta, Vila Nova e Vila
Operária.
2 Valor considerado para salário mínimo, em 2010, de R$ 510,00.
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 34
Figura 12. Rendimento nominal mensal: Aripuanã - 2010
Fonte: Elaboração Synergia Consultoria, 2019.
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 35
5.1.3 Competitividade e crescimento econômico da AII
Aripuanã possui duas atividades econômicas chaves que proporcionam dinamização e certo
crescimento econômico: madeira e pecuária de corte. No entanto, uma das consequências do
processo histórico de ocupação da Amazônia, que ocorre de forma desigual e polarizada, é que por
um lado existem grandes produtores, com acesso aos mercados nacional e internacional e, por outro
lado, pequenos produtores que buscam no mercado local o destino da sua produção.
Nesse sentido, o Produto Interno Bruto (PIB) real é o principal medidor do crescimento econômico de
uma região. Nesse indicador é medida a produção na indústria, na agropecuária e no setor de serviços,
o consumo das famílias, o gasto do governo, o investimento das empresas e a balança comercial. O
Gráfico 6 mostra a evolução do indicador para o município entre 2002 e 2017, atingindo ao final do
período cerca de R$ 709,4 milhões. A variação real calculada a partir do IPCA 2017 revela um
crescimento médio de 9,1% a.a. durante o período de quinze anos - ritmo superior, por exemplo, ao
município vizinho, Juína, cujo crescimento médio anual do PIB foi de 6% durante o mesmo período.
Gráfico 6. Produto Interno Bruto a preços correntes: Aripuanã – 2002/2017
Fonte: IBGE em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo (Elaboração Synergia Consultoria, 2019). Nota: IPCA 2017 =100
Após 2010 observa-se que o setor industrial adiciona valores expressivos à economia do município.
Em menor proporção, as atividades de serviço e administração pública também respondem às
oportunidades de crescimento impulsionadas pela atividade industrial. No entanto, pode-se dizer que
a agropecuária mantém um crescimento estável ao longo de todo período.
Gráfico 7. Valor adicionado por setor da economia: Aripuanã – 2002/2016
Fonte: IBGE em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).Nota: IPCA 2017 =100
R$0,00
R$100,00
R$200,00
R$300,00
R$400,00
R$500,00
R$600,00
R$700,00
R$800,00
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Milh
ões
R$0,00
R$100,00
R$200,00
R$300,00
R$400,00
R$500,00
R$600,00
R$700,00
R$800,00
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Milh
ões
Agropecuária Indústria Serviços Administração Públicas
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 36
Sob a ótica da atração de estabelecimentos formais ao município, a Tabela 5 apresenta um aumento
de 3.572 para 3.697 empresas entre 2010 e 2018, uma variação positiva de 3% durante oito anos. No
entanto, 2013, 2016 e 2017 foram anos marcados pela redução do número de estabelecimentos, se
comparados aos anos anteriores. Em 2018, o setor da indústria possuía 32% do total de empresas de
Aripuanã, seguido pela agropecuária (24%), comércio (22%), construção civil (16%) e serviços (6%).
Adicionalmente, deve-se destacar o aumento expressivo do número de empresas no setor de
construção civil que, em 2018, totalizou 586 estabelecimentos formais, reforçando o período de
dinamização econômica proporcionado em períodos de implantação de grandes empreendimentos.
Tabela 5. Estabelecimentos formais por setor econômico: Aripuanã – 2010/2018
Industria Construção
Civil Comércio Serviços
Agropecuária, extração vegetal, caca e pesca
Total
2010 1.493 344 812 204 719 3.572
2011 1.436 304 733 212 775 3.460
2012 1.355 184 803 183 704 3.229
2013 1.181 93 802 191 684 2.951
2014 1.165 189 844 221 718 3.137
2015 1.394 171 809 208 726 3.308
2016 1.136 93 711 173 749 2.862
2017 1.115 41 613 152 810 2.731
2018 1.186 586 821 235 869 3.697
Fonte: Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
5.1.3.1 Finanças públicas
No que se refere as finanças públicas, monitorar a composição da receita orçamentária e suas
alterações durante período de implantação do Projeto Aripuanã será de fundamental importância para
avaliar se as oportunidades de desenvolvimento econômico do município serão aproveitadas também
por seus gestores municipais. As receitas orçamentárias são aquelas que ingressam de forma definitiva
no patrimônio e, portanto, representam a fonte de recursos utilizadas pelos municípios em programas
e ações cuja finalidade é atender às necessidades públicas e demandas da sociedade.
A Tabela 6 revela uma trajetória ascendente das receitas correntes de Aripuanã nos últimos cinco anos,
bem como a evolução dos tributos municipais3, repasses intergovernamentais e demais contas
públicas. O sistema tributário brasileiro em geral possui a característica de alta dependência dos
municípios em relação às transferências correntes, oriundas de repasses de outras esferas
governamentais. Aripuanã não foge à regra, pois cerca de 80% das receitas são oriundas de repasses
externos. Tais repasses incluem os impostos específicos e as chamadas “cotas-parte” das
transferências da união (FPM, IOF-ouro, ITR, IPI, FUNDEF, LC - Lei Kandir, etc.), transferências estaduais
(ICMS, IPVA, IPI-exportação, FUNDEB, CFEM, etc.) e demais transferências (instituições privadas,
outras instituições públicas, de pessoas físicas, convênios, do exterior etc.).
3 A receita tributária é a receita própria do município compõe-se de tributos de suas competências, definidos nos art. 145 e 156 da Constituição Federal de 1988. São eles: Imposto Sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), Imposto Sobre Transmissão "Inter Vivos" (ITBI), Impostos Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS); Taxas; e Contribuições de Melhoria.
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 37
Tabela 6. Receitas correntes: Aripuanã – 2013/2017
2013 2014 2015 2016 2017
Receitas Correntes = (1+2+3+4+5+6) 47.596.983,30 52.304.387,81 58.076.441,31 68.811.094,84 70.911.974,46
Receita Tributária – 1 3.434.763,08 3.937.353,04 4.012.327,25 4.718.706,66 5.325.498,98
IPTU 213.164,87 607.498,28 737.160,31 750.216,26 755.221,90
IR 756.899,65 706.298,17 625.767,97 924.046,41 1.079.394,66
ITBI 372.360,94 332.915,34 567.397,40 470.188,17 575.967,38
ISSQN 1.620.553,40 1.820.697,25 1.574.850,39 2.093.423,10 2.355.315,82
Taxas 471.784,22 469.944,00 507.151,18 480.832,72 559.599,22
Receitas de Contribuições – 2 1.228.834,70 1.243.345,75 1.337.719,07 1.793.282,97 1.836.790,28
Receita Patrimonial – 3 1.221.960,27 2.632.844,49 2.811.029,60 5.070.797,40 4.736.991,45
Receita de Serviços – 4 1.096.772,95 1.049.318,19 1.037.986,64 908.438,66 1.016.820,75
Transferências Correntes – 5 39.829.159,85 42.876.583,17 48.176.908,86 55.685.133,96 56.885.752,72
Outras Receitas Correntes – 6 785.492,45 564.943,17 700.469,89 634.735,19 1.110.120,28
Fonte: Sistema de informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
A autonomia fiscal é dada pelo peso da receita própria dentro das receitas correntes do município, ou
seja, quanto maior a arrecadação de tributos municipais, menor será a dependência do município em
relação aos repasses intergovernamentais. De acordo com o Gráfico 8, as receitas próprias de Aripuanã
representam quase 8% das receitas correntes em 2017, compostas por tributos municipais como, por
exemplo, ISS (44%), IR (20%), IPTU (14%), ITBI (11%) e Taxas (11%). Deve-se destacar a que a
contribuição do setor da construção civil na economia do município também está refletida na
arrecadação do Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza.
Gráfico 8. Receitas próprias do município (autonomia fiscal): Aripuanã – 2013/2017
Fonte: Sistema de informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
A Tabela 7 detalha as despesas correntes do município de Aripuanã nos últimos cinco anos. Observa-se que
durante o período o saldo das contas públicas foi superavitário, ou seja, as receitas foram superiores às despesas,
ambas, porém, ascendentes. Em 2017, cerca de 53% das despesas correntes representaram pagamentos com
pessoal e encargos sociais. As despesas por função cumprem a Lei Orçamentária do município, respeitando os
gastos previstos em Constituição para seguridade social (saúde e educação, por exemplo, consomem quase 50%).
7,22% 7,53%6,91% 6,86%
7,51%
2013 2014 2015 2016 2017
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 38
Tabela 7. Despesas correntes: Aripuanã – 2013/2017
2013 2014 2015 2016 2017
Despesas Correntes (1+2+3) 38.146.992,16 42.711.748,74 49.149.441,36 52.835.856,03 56.724.935,39
Pessoal e Encargos Sociais – 1 18.745.348,25 20.855.315,25 23.432.479,68 27.436.916,44 29.868.993,58
Aplicações Diretas 17.602.068,24 19.471.318,23 21.664.579,69 25.197.342,10 27.414.220,29
Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos
1.143.280,01 1.383.997,02 1.767.899,99 2.239.574,34 2.454.773,29
Juros e Encargos da Dívida – 2 7.836,68 0,00 62.188,05 95.147,93 79.268,53
Aplicações Diretas 7.836,68 0,00 62.188,05 95.147,93 79.268,53
Outras Despesas Correntes – 3 19.393.807,23 21.856.433,49 25.654.773,63 25.303.791,66 26.776.673,28
Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos
167.067,50 289.232,00 293.696,00 292.976,00 424.200,00
Execução Orçamentária Delegada a Consórcios Públicos 380.604,49 0,00 358.154,37 0,00 0,00
Aplicações Diretas 18.846.135,24 21.171.034,28 25.002.923,26 24.587.761,71 25.938.509,28
Fonte: Sistema de informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
Apesar do equilíbrio fiscal e superávit evidenciado na diferença entre as receitas realizadas e despesas
empenhadas no município, uma cidade que gasta uma grande parte do seu orçamento em custos operacionais
pode não ter a capacidade financeira para investir em outras formas que aportam um crescimento e
desenvolvimento econômico. Nesse sentido, o Gráfico 9 apresenta o percentual dos gastos correntes em relação
aos gastos totais, que reflete essa capacidade limitada com investimentos em bens e capital, em função dos altos
gastos operacionais – cerca 90% das despesas são custos operacionais.
Gráfico 9. Percentual dos gastos correntes em relação ao total de gastos: Aripuanã- 2013/2017
Fonte: Sistema de informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
5.1.3.2 Desenvolvimento rural
O Censo Agropecuário 2017 (IBGE) revela total de 2.084 estabelecimentos rurais em Aripuanã, com
ênfase na produção da pecuária bovina (cerca de 440 mil cabeças de gado). A pecuária leiteira possui
relevância na região (cerca de 9 milhões de litros de leite produzidos) e, posteriormente, o extrativismo
vegetal da madeira (cerca de 240 mil m3 de madeira em toda). Em menor escala destacam-se as
produções de café, fruticultura, hortifrutigranjeira, borracha (látex), entre outras, das quais pequenos
produtores rurais destinam os produtos ao abastecimento local. O Gráfico 10 apresenta o número de
estabelecimentos rurais por atividade econômica de acordo com os dados do Censo Agropecuário
(IBGE, 2017).
91,77% 91,73% 91,13%
92,31%
90,63%
2013 2014 2015 2016 2017
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 39
Gráfico 10. Estabelecimentos agropecuários por atividade econômica: Aripuanã – 2017
Fonte: IBGE/Censo agropecuário, 2017 (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
No que tange ao extrativismo vegetal, a exploração de recursos madeireiros como, por exemplo,
madeira em tora e lenha, estão associados à cadeira da produção florestal e produtos madeireiros
processados (pisos, portas, janelas, vigas, tábuas, lâminas etc.) ligados à indústria da madeira em
Aripuanã. Entre os produtos não-madeireiros, destaca-se em menor escala a extração de castanha,
látex, urucum, palmito, entre outros.
Figura 13. Extração de madeira: Aripuanã - 2019
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
A produção agropecuária de Aripuanã possuía, em sua maioria, a finalidade de comercialização, visto
que em 2017, cerca de 86% dos estabelecimentos agropecuários destinam seus produtos ao mercado.
De acordo com o Gráfico 11, cerca de 14% dos estabelecimentos agropecuários tinham a finalidade de
seus produtos para consumo próprio (IBGE, 2017).
Gráfico 11. Estabelecimentos agropecuários por finalidade da produção: Aripuanã – 2017
Fonte: IBGE/Censo agropecuário, 2017 (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
1.628
891
137 122 79 17 4 2
Pecuária Horticultura Produçãovegetal
Agroindústriarural
Apicultura Extração vegetal Aquicultura Silvicultura
299
1.785
Consumo próprio
Comercialização da produção
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 40
A titulação da terra garante acesso às fontes de financiamentos e crédito rural, como do Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), visando a ampliação e modernização da
produção rural. No entanto, a questão fundiária na Amazônia em geral é marcada pela ausência de
documentações e registros de propriedade, com propriedades ocupadas por grilagem de terras
públicas, projetos de colonização e assentamentos do INCRA (MINERAÇÃO DARDANELOS, 2017). De
acordo com os dados do IBGE (2017), cerca de 85% dos estabelecimentos foram obtidos através da
compra de particulares, 3% via herança ou doação, 3% posse não titulada, entre outros meios de
obtenção da terra.
Gráfico 12. Forma de obtenção da terra: Aripuanã – 2017
Fonte: IBGE/Censo agropecuário, 2017 (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
Aripuanã possui grande extensão territorial e, por consequência, os estabelecimentos agropecuários
do município possuem grandes áreas, revelando uma alta concentração de terras. De acordo com os
dados do IBGE (2017), a maioria dos estabelecimentos do município possuíam entre 100 e 1.00
hectares, conforme Gráfico 13.
Gráfico 13. Área dos estabelecimentos (em ha): Aripuanã – 2017
Fonte: IBGE/Censo agropecuário, 2017 (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
Em relação ao preço da terra observa-se que quanto mais difícil o acesso a áreas com cobertura da
floresta Amazônica, menor o valor por hectare, de acordo com os dados da empresa IEG FNP (2018).
A Tabela 8 revela que os maiores valores de terras do município estão associados às pastagens
formadas, o que mostra uma dificuldade na Amazônia de agregar valor à floresta “em pé”.
1.766
62
59
37
35
23
3
2
0
0
19
Compra de particular
Posse não titulada
Herança ou doação
Concessão de terra indígena
Concessão de direito real de uso (licença de ocupação)
Titulação ou licença de ocupação por reforma agrária
Usucapião
Compra via crédito fundiário (cédula da terra, Banco da terra, etc.)
Titulação por regulamentação na amazônia legal (Programa…
Titulação de comunidade quilombola (inclusive aquelas em fase…
Não sabe
54
90
188
801
806
126
19
Produtor sem área
Até 1 ha
De 1 a 10 ha
De 10 a 100 ha
De 100 a 1000 ha
De 1000 a 10.000 ha
Mais de 10.000 ha
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 41
Tabela 8. Preço da terra por atividade econômica: Aripuanã – 2009/2018
Município Grupo de atividade Detalhamento 2009 2017 2018 Variação 18/17 Variação 18/09
Aripuanã Pastagem Formada R$ 1.500,00 R$ 3.200,00 R$ 3.267,00 2,1% 54,1%
Aripuanã Floresta Amazônica Fácil Acesso R$ 307,00 R$ 1.200,00 R$ 1.267,00 5,3% 75,8%
Aripuanã Floresta Amazônica Difícil acesso R$ 157,00 R$ 450,00 R$ 478,00 5,9% 67,2%
Fonte: IEG/FNP (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
5.1.4 Pressão nos serviços sociais básicos da AII
Os capítulos a seguir buscam avaliar através de indicadores socioeconômicos eventuais interferências
nos serviços sociais básicos, em especial, educação, saúde e segurança pública, por parte da
implantação do Projeto Aripuanã. Considerando a vinda de trabalhadores ao empreendimento, deve-
se monitorar eventuais situações de desequilíbrio entre oferta e a demanda desses serviços, ou
mesmo, sobrecarga no atendimento à população.
5.1.4.1 Educação da AII
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394, de 20/12/1996) estabelece que o
atendimento da educação infantil seja feito essencialmente pelo poder público municipal. Os estados
devem priorizar o ensino médio, mas também atuar, em parceria com os municípios, na oferta de
ensino fundamental. À União cabe organizar o sistema como um todo e regular o ensino superior.
Em 2017, Aripuanã possuía 19 estabelecimentos da educação básica (ensino infantil, fundamental e
médio), de acordo com o Censo Escolar (INEP, 2017). Destacam-se algumas particularidades na rede
de ensino do município como, por exemplo, a presença de escolas indígenas para o atendimento das
duas etnias existentes e uma escola do campo, localizada em Conselvan, para o atendimento das
demais áreas rurais.
A taxa de alfabetização não é somente um indicador de desempenho escolar, mas também de
atendimento, uma vez que considera o estoque de uma parcela da população que ainda está fora da
escola – condições ruins das estradas ainda se configuram barreiras para o acesso à educação. O
Gráfico 14 apresenta indicador desagregado por sexo, revelando que as mulheres aripuanenses eram
ligeiramente mais alfabetizadas do que os homens (IBGE, 2010).
Gráfico 14. Taxa de alfabetização por sexo: Aripuanã – 2010
Fonte: IBGE/Censo Demográfico, 2010 (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
90,8% 91,0%
9,2% 9,0%
Homens Mulheres
Não alfabetizados
Afabetizados
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 42
Para além do desafio de acesso, o fluxo escolar também se configura um desafio aos gestores
municipais, ou seja, a transição dos alunos ao longo dos anos escolares. O Gráfico 15 considera o nível
de instrução das pessoas com 15 anos ou mais, revelando que 56% da população nessa faixa etária
não possuía instrução ou ainda não havia concluído o ensino fundamental (IBGE, 2010). Apenas 1%
das pessoas com 15 anos ou mais já tinha concluído o ensino superior.
Gráfico 15. Pessoas com 15 anos ou mais por nível de instrução: Aripuanã – 2010
Fonte: IBGE/Censo Demográfico, 2010 (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
O número de matrícula representa a demanda efetivamente atendida pela rede de ensino, cuja
tendência é de queda, exceto na etapa do ensino infantil (Gráfico 16). Os dados do Censo Escolar (INEP,
2018) mostram que se por um lado as matrículas no ensino infantil aumentaram 30% entre 2010 e
2018, por outro lado, as matrículas no ensino fundamental e médio diminuíram, respectivamente, 28%
e 8% durante o mesmo período. A maior demanda no município encontra-se no ensino fundamental,
que representou quase 60% do total de matrículas em 2018 (INEP, 2018). Até o momento, não há
indícios de impacto direto do empreendimento na demanda por serviços de educação do município.
Nas próximas campanhas, o monitoramento dos indicadores fornecerá subsídios para avaliação da
capacidade de atendimento escolar de Aripuanã.
Gráfico 16. Número de matrículas por etapa de ensino: Aripuanã – 2010/2018
Fonte: INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
O Gráfico 17 aponta que alguns alunos possuem dificuldades em continuar os estudos nas etapas de
ensino mais avançadas como, por exemplo, no ensino médio, onde a taxa de aprovação reduz
significativamente se comparada ao ensino fundamental (anos iniciais e finais). Entre as razões
possíveis sugere-se o ingresso dos jovens no mercado de trabalho nos setores da agropecuária e
indústria madeireira.
131
7.323
2.521
2.505
593
Não determinado
Sem instrução e fundamental incompleto
Fundamental completo e médio incompleto
Médio completo e superior incompleto
Superior completo
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Mat
rícu
las
Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio Educação de Jovens e Adultos (EJA)
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 43
Gráfico 17. Taxa de aprovação por etapa de ensino: Aripuanã – 2010/2017
Fonte: INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
A dificuldade de concluir o ensino médio na idade considerada adequada também pode ser
evidenciada no indicador taxa de distorção idade-série. Considera-se uma situação de defasagem
escolar, o aluno com mais de dois anos de atraso em relação à idade normativa. No Brasil, em geral, o
aluno deve ingressar no 1º ano do ensino fundamental aos 6 anos de idade e concluir o 9º ano com 14
anos de idade. O Gráfico 18 apresenta a taxa de distorção idade-série para Aripuanã entre 2010 e 2017,
de acordo com os dados do Censo Escolar (INEP, 2017).
Gráfico 18. Taxa de distorção idade-série: Aripuanã – 2010/2017
Fonte: INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
É preciso entender quais os obstáculos do fluxo educacional para os alunos que ingressam o sistema
de ensino, mas não conseguem completam o Ensino Médio dentro do período esperado, impactando
nas taxas de abandono e evasão escolar. O Gráfico 19 mostra que a taxa de abandono vem diminuindo
em todas as etapas de ensino entre 2010 e 2017; de 1,1% para 0,1% no ensino fundamental (anos
iniciais); de 2,4% para 1,6% no ensino fundamental (anos finais); de 29,3% para 15,3% no ensino médio.
De acordo com Resumo Técnico do Censo Escolar, nos últimos anos, vem acontecendo uma adequação
do sistema educacional, em especial, na modalidade regular do ensino fundamental, que possuía
histórico de retenção e, consequentemente, altos índices de distorção idade-série. Deve-se considerar
que o potencial aluno do ensino médio é o concluinte do ensino fundamental. Dessa forma, após as
melhorias realizadas para aumentar a taxa de aprovação nos anos iniciais do ensino fundamental é
necessário voltar atenções para os anos finais de modo a promover a demanda para o ensino médio.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Fundamental - Anos Iniciais Fundamental - Anos Finais Ensino Médio
43,6
21,6 19,4 17,712
15,25 14,25 15,3519
49,9 51,747 46,6
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Ensino Fundamental Ensino Médio
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 44
Gráfico 19. Taxa de abandono por etapa de ensino: Aripuanã – 2010/2017
Fonte: INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
Através do Projeto de Lei 504/2011, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação foi alterada para
estabelecer número máximo de alunos nas escolas, não excedendo 25 alunos na pré-escola e 35 alunos
no ensino fundamental e no ensino médio. A tabela a seguir apresenta a média de alunos por turma
em Aripuanã entre 2010 e 2018, revelando que o município se encontra dentro do limite estipulado.
Durante o período apresentado, todas as etapas de ensino reduziram o tamanho médio das turmas,
principalmente, a média de alunos nas creches (redução de 30%).
Tabela 9. Média de alunos por turma por etapa de ensino: Aripuanã – 2010/2018
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Creche 18,8 16,2 14,6 12,7 12,5 11,3 13,1 12,9 13,1
Pré-Escola 16,8 16,4 18,9 16,8 15,5 14,7 14,8 15,5 16,2
Fundamental - Anos Iniciais 20,6 19 20,3 20,9 19 19,5 20,7 20,2 18,8
Fundamental - Anos Finais 24,3 22,2 24,3 22,2 20,9 20,4 21,4 22,1 20,4
Ensino Médio 22,97 26,10 25,50 24,87 23,53 22,70 21,07 20,90 21,67
Fonte: INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
Um dos indicadores de desempenho mais importantes é o Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (IDEB), calculado para os municípios com base no desempenho dos alunos em avaliações do
INEP (Prova Brasil) e em taxas de aprovação. O índice é medido a cada dois anos, visando o alcance
das metas municipais e estaduais, conforme Plano Nacional da Educação. A Tabela 10 apresenta
evolução positiva das notas do IDEP para o ensino fundamental (anos finais) entre 2011 e 2017, porém,
abaixo da nota do IDEB para o ensino fundamental (anos iniciais), que se mantém estável nas últimas
três avaliações. Deve-se observar que Aripuanã ainda não atingiu a meta esperada para o Brasil em
2021, cuja nota estabelecida foi 6,0 para os anos iniciais do ensino fundamental.
Tabela 10. IDEB: Aripuanã – 2005/2017
2011 2013 2015 2017
Ensino Fundamental - Anos Iniciais 4,9 5,4 5,5 5,4
Ensino Fundamental - Anos Finais 4,1 4,2 4,4 4,9
Ensino Médio 0 0 0 0
Fonte: INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Elaboração Synergia Consultoria, 2019)
1,1% 0,4% 0,5% 0,5% 0,1% 0,3% 0,4% 0,1%2,4%
4,5% 3,4% 3,0%1,1% 1,6% 2,2% 1,6%
29,3%26,6% 26,4%
19,1%
14,0%
27,2%
17,6%15,3%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Fundamental - Anos Iniciais Fundamental - Anos Finais Ensino Médio
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 45
5.1.4.2 Saúde da AII
O Ministério da Saúde disponibiliza através do Sistema de Informação sobre Atenção Básica (SIAB) os
resultados do cadastramento familiar realizados por agentes comunitários de saúde através de visitas
domiciliares. No entanto, em função da extensão territorial, apenas 37,5% da população do município
foi cadastrada em 2014 pela atenção básica, conforme Gráfico 20. Aripuanã possui cinco equipes de
saúde da família, composta por diversos profissionais (médicos, enfermeiros, auxiliares de
enfermagem e agentes comunitários de saúde).
Gráfico 20. Percentual de cobertura da Estratégia de Saúde da Família: Aripuanã – 2007/2014
Fonte: Ministério da Saúde / Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
A rede de saúde de Aripuanã conta com 32 estabelecimentos distribuídos na sede e nas localidades
rurais (Lontra, Cidade Morena, Milagrosa, AR2, Vale dos Sonhos e Gleba Rio Branco). Entre eles,
destacam um hospital geral, quatro Unidades Básicas de Saúde, dez Unidades de Atenção Indígena,
cinco Unidades de Serviço a Apoio a Diagnose e Terapia, duas Policlínicas, uma Farmácia, entre outros.
Gráfico 21. Número de estabelecimentos de saúde: Aripuanã - 2010/2019
Fonte: Ministério da Saúde / Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
A Rede Interagencial de Informações para Saúde (RIPSA), do Ministério da Saúde, afirma que o nível
de oferta de médicos considerado adequado aos padrões internacionais é de um médico para cada mil
habitantes (IDB 2012. Disponível em < http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2000/fqe01.htm>, acesso
em 12 jan. 2019). De acordo com o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (MS/CNES),
observa-se aumento de 1,8 para 2,0 médicos por dez mil habitantes em Aripuanã entre 2011 e 2019,
cinco vezes menor ao parâmetro da RIPSA (Gráfico 22).
34,7%
42,9% 42,8%39,1% 38,9% 37,3% 36,6% 37,5%
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
29 3133 31 32
2015 2016 2017 2018 2019
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 46
Gráfico 22. Número de médicos por dez mil habitantes: Aripuanã – 2011/2019
Fonte: Fonte: Ministério da Saúde/Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) (Elaboração Synergia, 2019).
No que se refere à produção ambulatorial, porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS),
Aripuanã registrou queda de 19,2 para 7,5 atendimentos por habitante entre 2011 e 2018. Registros
parciais de 2019 já acumularam 6,6 atendimentos por habitante no município. Através do Sistema de
Informação Ambulatorial (SIA) do SUS, a produção ambulatorial será monitorada ao longo da
implantação do Projeto Aripuanã, de modo identificar eventuais indícios de sobrecarga no sistema de
saúde, em função da chegada de trabalhadores no município. De acordo com o Gráfico 23, o ano de
2012 registrou maior produção ambulatorial (390.635 atendimentos), um volume 2,4 vezes maior do
que a produção de 2018 (164.342 atendimentos).
Gráfico 23. Atendimento ambulatorial por habitantes: Aripuanã – 2011/2019
Fonte: Ministério da Saúde / Sistema de Informação Ambulatorial (SIA-SUS) (Elaboração Synergia, 2019).
7 7
4
6
8 8
11
98
1,8 1,8
1,0
1,5
2,0 2,0
2,8
2,2
2,0
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
0
2
4
6
8
10
12
14
16
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Médicos Taxa de medicos por dez mil habitantes
19,220,2
12,0 11,6 12,1 12,0 11,9
7,56,6
0
5
10
15
20
25
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Ate
nd
imen
to a
mb
ula
tori
al
Atendimento ambulatorial Taxa de atendimento ambulatorial por habitante
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 47
No que tange às demandas por serviços de média e alta complexidade de saúde, Aripuanã diminuiu
de 71,1 para 62,3 internações hospitalares por mil habitantes entre 2011 e 2018. Registros parciais de
2019 já acumularam 18,3 internações por mil habitantes no município (Gráfico 24). Através do Sistema
de Informação Hospitalar (SIH) do SUS a produção hospitalar será monitorada ao longo da implantação
do Projeto Aripuanã, de modo identificar eventuais indícios de sobrecarga no sistema de saúde, em
função da chegada de trabalhadores no município. Até o momento não há evidências de impacto
direto do empreendimento na demanda por serviços de saúde do município. Os indicadores
continuarão sendo monitorados durante período de implantação do Projeto Aripuanã, de modo
fornecer subsídios para avaliação da capacidade de atendimento de saúde do município.
Gráfico 24. Internação hospitalar por mil habitantes: Aripuanã – 2010/2019
Fonte: Ministério da Saúde / Sistema de Informação Hospitalar (SIH-SUS) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
Tabela 11. Internação hospitalar por classificação de doença: Aripuanã – 2010/2019
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 233 339 168 177 201 182 196 206 63
II. Neoplasias (tumores) 0 0 0 2 1 0 1 0 0
III. Doenças sangue órgãos hematopoéticos e transtornos imunitários 6 7 4 0 2 2 4 3 1
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 18 24 39 33 22 34 27 38 10
V. Transtornos mentais e comportamentais 0 0 0 0 3 0 1 2 0
VI. Doenças do sistema nervoso 3 0 4 4 3 3 9 13 6
VIII. Doenças do ouvido e da apófise mastoide 0 0 0 0 1 1 1 0 0
IX. Doenças do aparelho circulatório 36 52 47 56 33 46 51 48 14
X. Doenças do aparelho respiratório 149 112 109 172 141 147 153 189 58
XI. Doenças do aparelho digestivo 60 41 50 63 48 51 60 63 18
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 0 3 0 11 15 9 7 1 2
XIII. Doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo 1 1 0 2 1 2 1 0 0
XIV. Doenças do aparelho geniturinário 129 134 112 123 109 77 110 127 43
XV. Gravidez parto e puerpério 380 360 345 322 340 359 311 347 70
XVI. Algumas afecções originadas no período perinatal 1 1 3 5 2 3 6 4 2
XVII. Malformação congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas
0 0 0 0 0 0 0 1 0
XVIII. Sintomas sinais e achados anormais de exames clínicos e laboratoriais
2 0 0 0 0 0 2 0 0
XIX. Lesões envenenamento e algumas outras consequências por causas externas
37 40 27 19 17 42 27 31 13
XXI. Contatos com serviços de saúde 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Fonte: Ministério da Saúde / Sistema de Informação Hospitalar (SIH-SUS) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
71,1 71,7
58,365,3
60,7 62,1 59,9 62,3
18,3
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
0
500
1000
1500
2000
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Inte
rnaç
ão h
osp
ital
ar
Internação hospitalar Taxa de internação por mil habitantes
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 48
A tabela acima descreve os motivos das internações hospitalares, conforme os capítulos da
Classificação Internacional de Doenças (CID 10). Em 2018, os três principais motivos de internação
hospitalar foram (1) gravidez, parto e puerpério; (2) doenças infecciosas e parasitárias; e (3) doenças
respiratórias.
Outra forma de analisar a capacidade física é através do número de leitos. O gráfico a seguir apresenta
o número de leitos por mil habitantes entre 2011 e 2017. Observa-se que o indicador se mantém
estável durante o período, apesar da redução de 3,8 para 3,4 leitos por mil habitantes. Deve-se
considerar que a capacidade física de Aripuanã atende aos parâmetros da Organização Mundial de
Saúde (OMS), que recomenda de 3 a 5 leitos por mil habitantes.
Gráfico 25. Número de leitos por mil habitantes: Aripuanã – 2011/2017
Fonte: Ministério da Saúde / Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
5.1.4.3 Segurança da AII
A análise dos reflexos possíveis da implantação de empreendimentos sobre o tema segurança baseia-
se, em geral, no acompanhamento dos registros históricos de ocorrência criminal. Contudo, considera-
se de fundamental importância uma avaliação sobre a infraestrutura da segurança pública municipal
(recursos físicos e humanos) e capacidade de atendimento à população residente no município.
De acordo com o relatório da NEXA (2019), elaborado pelo Instituto Sou da Paz, Aripuanã integra a
RISP 8 – Juína4, que compreende também os municípios de Castanheira, Colniza, Cotriguaçu, Juara,
Juruena, Novo Horizonte do Norte, Porto dos Gaúchos e Taborã. Adicionalmente, o Diagnóstico
Socioeconômico, elaborado pela Diagonal Urbana Consultoria LTDA em 2016, afirma que a “Polícia
Civil dispõe de uma delegacia no centro da cidade (...) composta de 04 investigadores, 03 escrivães e
01 delegado de polícia. O efetivo é insuficiente para atender toda a demanda. Atualmente dispõe de
01 veículo oficial e 02 civis que foram apreendidos em ações policiais e cedidos pelo Tribunal de Justiça
do Mato Grosso para uso da polícia” (DIAGONAL, 2016).
4 O Decreto 1.676/2013 institui as Regiões Integradas da Segurança Pública (RIPS), que por sua vez são subdivididas em Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP), de acordo com os dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) do governo de Mato Grosso (SESP. < http://www.sesp.mt.gov.br/estatisticas-mato-grosso>, acesso em 13/01/2020).
3,8 3,83,6
3,9 3,9 3,9
3,4
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
0
20
40
60
80
100
120
140
160
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Leit
os
ho
spit
alar
es
Leitos hospitalares Leitos hospitalares por mil habitantes
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 49
Deve-se considerar que dados de segurança pública são mais restritos, menos sistematizados e
disponíveis em meios oficiais na sua forma mais abrangente e detalhada. Há pouca disponibilidade de
informações desagregadas em nível municipal sobre Aripuanã, motivo pelo qual a Tabela 12 apresenta
os registros de crimes violentos para o Estado de Mato Grosso entre 2015 e 2018. Apesar da solicitação
formal à Secretaria de Estado de Segurança Pública (ANEXO B), até o momento não houve resposta
aos indicadores de segurança pública.
Tabela 12. Registros de crimes violentos: Mato Grosso – 2015/2018
2015 2016 2017 2018
Furto de veículo 307 267 237 201
Estupro 95 116 130 109
Tentativa de homicídio 128 108 129 104
Homicídio doloso 65 94 97 77
Roubo seguido de morte (latrocínio) 7 4 4 3
Lesão corporal seguida de morte 1 0 1 1
Roubo de carga 3 0 5 1
Roubo a instituição financeira 0 4 0 1
Furto 0 0 0 0
Fonte: SESP/MT (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
De acordo com Jannuzzi (2012), os registros administrativos das Secretarias de Segurança Pública ainda
não gozam de plena confiabilidade para basear a construção de indicadores de criminalidade. O
subregistro de ocorrências policiais, em especial, pequenos delitos, revelam uma cobertura espacial
não homogênea. São estatísticas importantes, mas frequentemente subdimensionadas, pois muitos
dos crimes não são notificados, sobretudo em áreas rurais. Portanto, de maneira complementar, as
taxas de mortalidade por causas violentas e agravos de notificação são provenientes das Estatísticas
do Registro Civil, Estatísticas Vitais e Informações de Notificação Compulsória, do Ministério da Saúde,
sendo fontes de maior confiabilidade e organização das bases de dados.
O Gráfico 26 apresenta a taxa de homicídio (óbitos por agressão por cem mil habitantes) entre 2008
e 2017. Desde 2013, o maior registro da série histórica, observa-se uma redução do indicador de 50,2
para 42,1 óbitos por agressão por cem mil habitantes. Ao comparar a taxa de homicídio de Aripuanã
com os dados apresentados para RISP-8 Juína e Mato Grosso (respectivamente, 36,0 e 30,0 óbitos
por agressão por cem mil habitantes), sugere-se que a segurança pública seja um ponto de atenção
aos gestores locais, evitando que exista uma “escalada da violência” no município.
Gráfico 26. Taxa de homicídio (óbitos por agressão por cem mil habitantes): Aripuanã – 2010/2017
Fonte: Ministério da Saúde / Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
910
78
6
109
78
9
45,248,8
37,542,1
31,0
50,244,4
33,938,1
42,1
0,0
20,0
40,0
60,0
0
5
10
15
20
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Óbitos por agressão Taxa de homicídio
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 50
5.1.5 Infraestrutura urbana da AII
No que se refere às características urbanísticas dos domicílios, os dados oficiais ficam restritos às datas
censitárias do IBGE. O Gráfico 27 revela que 62% dos domicílios particulares permanentes localizavam-
se em setores urbanos em 2010, percentual inferior ao Mato Grosso (83% dos domicílios em áreas
urbanas) e Brasil (86% dos domicílios em áreas urbanas).
Gráfico 27. Domicílios por situação rural/urbana: Aripuanã – 2010
Fonte: IBGE/Censo Demográfico, 2010 (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
Sabe-se, porém, que o crescimento urbano pode agravar necessidades habitacionais. De acordo com
os dados da Fundação João Pinheiro, 3.949 domicílios se enquadram no conceito de inadequação
habitacional5, ou seja, 73,5% do total domicílios. O déficit habitacional6 foi calculado em 1.403
domicílios, sendo 70% na área urbana e 30% na área rural de Aripuanã. Reforça-se, portanto, uma
situação de precariedade dos serviços de saneamento e infraestrutura urbana, que pode ser ainda
mais agravado com a chegada de trabalhadores ao Projeto Aripuanã.
O acesso à água tratada no município via rede geral de abastecimento alcançava 60,2% dos domicílios.
Observa-se na Figura 14 que a cobertura da rede estava restrita a alguns bairros da sede urbana (Boa
Esperança, Centro, Cidade Alta, Jd. Aeroporto, Jd. Paraná, Jd. Planalto, Mangueiral, Três Poderes, Vila
Operária, Vila Nova, entre outros). Nos setores rurais, em geral, menos de 20% dos domicílios eram
abastecidos via rede geral água, sendo poço ou nascentes as formas mais comuns de abastecimento
em Conselvan, Cidade Morena, Milagrosa, Lontra, entre outros bairros rurais.
Através do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), no âmbito da Secretaria
Nacional de Saneamento do Ministério de Desenvolvimento Regional, é possível ter uma visão mais
recente sobre o número de domicílios ligados à rede de abastecimento de água (economias ativas),
extensão da rede e volume de água produzida e tratada no município. Em 2017, Aripuanã tratou 78%
do volume total de água produzida - 1.390,65 (1000m³/ano) – distribuindo por 4.150 economias ativas
de água através de 80,9 km de extensão da rede de abastecimento, conforme Tabela 13.
5 De acordo com a Fundação João Pinheiro (2011), a inadequação habitacional refere-se às moradias existentes, porém, sem condições saudáveis aos moradores e requerem melhorias na qualidade do domicílio por limitação dos serviços de saneamento e infraestrutura urbana.
6 O déficit habitacional é entendido pela necessidade direta de construção de novas habitações, englobando habitações precárias (domicílios improvisados ou construídos de taipa não revestida, madeira aproveitada, palha ou outro material impróprio à construção), coabitação familiar (famílias conviventes com intenção declarada de se mudar), ônus excessivo de aluguel (superior a 30% da renda domiciliar) e adensamento excessivo em domicílios (domicílios alugados com mais de três habitantes) (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2011).
333762%
203538%
Urbana
Rural
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 51
Figura 14. Percentual de domicílios com abastecimento de água pela rede geral: Aripuanã - 2010
Fonte: Elaboração Synergia Consultoria, 2019.
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 52
Tabela 13. Indicadores sobre a rede de abastecimento de água: Aripuanã -2014/2017
2014 2015 2016 2017
Volume Produzido (1000m³/ano) 1.738 1.987,2 1.664,4 1.390,65
Volume Tratado (1000m³/ano) 1.639 1.788,48 1.204,5 1.084,05
Economias Ativas 4.033 4.129 4.257 4.150
Extensão da rede (km) 136 77,96 80,1 80,9
Fonte: SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
Em 2010, a rede geral de esgoto ou pluvial de Aripuanã estava restrita a 1,53% dos domicílios, sendo
a fossa rudimentar o método mais comum para esgotamento dos dejetos (88,3% dos domicílios). O
tratamento do esgoto é de fundamental importância para prevenção de doenças infecciosas e
parasitárias. Historicamente, os grandes progressos contra mortalidade infantil devem-se à ampliação
dos serviços de saneamento. A Figura 15 destaca os setores do município com maior cobertura da rede
de esgoto. Nesse caso, observa-se que o acesso fica totalmente restrito à sede municipal, ainda assim
em bairros específicos (Centro, Cidade Alta, Jd. Paraná, Jd. Planalto etc.).
Através dos dados do SNIS é possível ter uma visão mais recente sobre a rede geral de esgoto.
Conforme Tabela 14, em 2017, Aripuanã tratou 99,9% do volume total produzido de esgoto - 25,95
(1.000 m³/ano) – coletado em 107 economias ativas de esgoto, por meio de 5,1 km de extensão da
rede de esgotamento sanitário.
Tabela 14. Indicadores sobre rede de esgoto: Aripuanã -2014/2017
2014 2015 2016 2017
Volume Produzido (1.000 m³/ano) 9,8 25,93 25,94 25,95
Volume Tratado (1.000 m³/ano) 9,8 25,93 25,94 25,94
Economias Ativas 30 91 105 107
Extensão da Rede (km) 2,3 2,3 2,3 5,1
Fonte: SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
Quanto à destinação do lixo, observa-se que, em 2010, cerca de 62,75% dos domicílios eram atendidos
pelo serviço de coleta de resíduos sólidos, restrito ao perímetro urbano da sede municipal e, em menor
proporção, em bairros rurais nas proximidades da sede (Conselvan, Cidade Morena, Lontra, Trivelato),
conforme Figura 16. Os demais destinos declarados foram resíduos queimados na propriedade
(22,8%), jogados em terreno baldio ou logradouro (2,5%), enterrados na propriedade (1,6%) ou outro
destino (0,1%). A tabela abaixo reúne os dados do SNIS para o município entre 2014 e 2017.
Tabela 15. Indicadores sobre resíduos sólidos: Aripuanã – 204/2017
2014 2015 2016 2017
Quantidade coletada de resíduo domiciliar 7801 7801 9241 6840
População atendida 20.293 20.293 20.293 18.570
Taxa de cobertura do serviço de coleta 100% 98,2% 96,6% 87,0%
População atendida com frequência diária (%) 10,0% 10,0% 10,0% 44,8%
População atendida com frequência de 2 ou 3 vezes por semana 40,0% 40,0% 40,0% 32,2%
População atendida com frequência de 1 vez por semana 50,0% 50,0% 50,0% 23,0%
Fonte: SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 53
Figura 15. Percentual de domicílios com esgoto coletado pela rede geral: Aripuanã - 2010
Fonte: Elaboração Synergia Consultoria, 2019.
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 54
Figura 16. Percentual de domicílios com lixo coletado: Aripuanã - 2010
Fonte: Elaboração Synergia Consultoria, 2019.
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 55
5.1.6 Pobreza e vulnerabilidade social da AII
A porta de entrada ao Sistema Único da Assistência Social (SUAS) são os centros de referência
governamentais. O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é local onde são executados
serviços básicos de proteção social, organizando a rede de serviços socioassistenciais para áreas de
vulnerabilidade social. O Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), por sua
vez, é o local onde se oferece apoio às famílias ou a indivíduos com direitos violados, através do
acompanhamento especializado de profissionais capacitados. A Tabela 16 apresenta uma redução
significativa do número de pessoas atendidas pelo serviço da Assistência Social do município entre
2014 e 2019, o que sugere que até o momento não evidencia-se uma situação de sobrecarga de
atendimento em função da implantação do Projeto Aripuanã.
Tabela 16. Atendimentos individualizados (pessoas atendidas) pelo serviço da Assistência Social: Aripuanã – 2014/2019
2014 2015 2016 2017 2018 2019
CRAS 3043 2230 2015 2701 920 54
CREAS 155 4 2 15 13 3
Fonte: Ministério da Cidadania / VISData (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) é uma fonte de dados de
fundamental importância para caracterização das famílias de baixa renda7. O processo de
recadastramento obrigatório para receber qualquer tipo de benefício social do Governo Federal ocorre
a cada dois anos, permitindo que os dados divulgados estejam sempre atualizados. Entre os programas
de transferência de renda, o Bolsa Família tem como objetivo combater à pobreza e desigualdade
social através do complemento de renda familiar, acesso aos direitos básicos (condicionalidades
estabelecem compromissos de acesso à educação, saúde e assistência social) e articulação de ações
em combate às situações de vulnerabilidade, conforme o Plano Brasil Sem Miséria, criado em 2011.
Os gráficos a seguir apresentam uma redução no número de famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa
Família entre 2010 e 2019; garantindo hoje um repasse de aproximadamente R$ 2 milhões às famílias
de baixa renda em Aripuanã.
Gráfico 28. Número de famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família: Aripuanã – 2010/2018
Fonte: Ministério da Cidadania / Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
7 Podem se inscrever no CadÚnico famílias com renda mensal até meio salário mínimo por pessoa, famílias com renda mensal total de até três salários mínimos, ou famílias unipessoais que vivem em situação de rua.
1.1591.1691.262
1.129
1.4131.506
1.7851.7791.7261.533
2019201820172016201520142013201220112010
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 56
Gráfico 29. Valor repassado pelo Programa Bolsa Família: Aripuanã – 2010/2018
Fonte: Ministério da Cidadania / Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
O relatório do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) “Situação da População Mundial em
2013”, aponta que a gravidez na adolescência - caracterizada pela gestação de jovens até 19 anos –
está associada às carências de renda, educação, saúde e desigualdade de gênero, o que resulta na falta
de um projeto de futuro para as meninas nessas condições sociais.
Os impactos da gravidez precoce abrangem diversas dimensões. Biologicamente, o risco para a saúde
da mãe e do bebê é maior, pois além da imaturidade anátomo-fisiológica da gestante, em muitos
casos, o acompanhamento pré-natal não é realizado desde o início da gestação, o que pode levar a
complicações antes, durante e após o momento do parto.
As dimensões econômica e educacional também são afetadas, pois é comum que essas jovens
abandonem a escola para cuidar de seus filhos e, em função do baixo nível de escolaridade, encontram
dificuldades futuras para se posicionar no mercado de trabalho e obter êxito em uma carreira
profissional qualificada. De acordo com o relatório da UNFPA (2013), é comum mães adolescentes se
tornarem dependentes de parceiros e/ ou familiares. As implicações da gravidez na adolescência
também afetam negativamente a economia do município, por redirecionar investimentos de áreas
prioritárias, como, por exemplo, da educação e saúde. O município deixa de obter retornos
econômicos, dadas as dificuldades dessas meninas em gerar renda.
Observa-se no Gráfico 30 que Aripuanã reduziu de 644 para 164 gestantes adolescentes (até 19 anos)
entre 2009 e 2014, de acordo com os dados da Atenção Básica da Saúde. A ausência de dados mais
recentes em fontes secundárias dificulta o acompanhamento do indicador e possíveis reflexos do
Projeto Aripuanã.
Gráfico 30. Gestantes adolescentes: Aripuanã – 2010/2014
Fonte: Ministério da Saúde / SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
R$0,00
R$500.000,00
R$1.000.000,00
R$1.500.000,00
R$2.000.000,00
R$2.500.000,00
R$3.000.000,00
201820172016201520142013201220112010
492438
375
547644
494447
353 387
164
0
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 57
O acompanhamento pré-natal é um exemplo de atendimento que pode ser realizado no âmbito da
Atenção Básica ao invés do ambiente hospitalar. O Ministério da Saúde (MS) recomenda, no mínimo,
seis consultas pré-natais durante a gravidez. Quanto maior o número de consultas, maior a garantia
de uma gestação e parto seguros, prevenindo, assim, a saúde da mãe e do bebê. Entre 2013 e 2017,
observa-se uma redução de 402 para 362 consultas pré-natal em Aripuanã (Gráfico 31), conforme os
dados da Atenção Básica de Saúde.
Gráfico 31. Número de consultas pré-natal: Aripuanã – 2010/2017
Fonte: Fonte: Ministério da Saúde / SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) tem sido empregada, tradicionalmente, como um indicador social
representativo das condições gerais de vida ou de saúde prevalecentes em uma região ou segmento
populacional. O indicador refere-se ao risco de morrer antes do primeiro ano de vida. Através dele
pode-se inferir sobre a eficácia dos serviços públicos de saúde, campanhas de vacinação, alimentação
e condições domiciliares de saneamento básico. O Gráfico 32 revela um aumento da TMI de 17,9 para
27,6 óbitos infantis por mil nascidos vivos entre 2010 e 2017
Gráfico 32. Taxa de mortalidade infantil: Aripuanã – 2011/2017
Fonte: Ministério da Saúde / Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
5.1.7 Fluxo de veículos da AII
O relatório busca verificar uma possível pressão na mobilidade do município em função de eventual
incremento de tráfego de veículos gerado pelo Projeto Aripuanã. No entanto, deve-se ponderar que o
aumento da frota é um fenômeno que ocorre nos últimos anos em todo o Brasil, observado também
em Aripuanã, conforme Tabela 17. A frota no município aumentou de 7.579 para 10.904 veículos entre
2013 e 2019, o que representa uma taxa de crescimento média de 6,3% a.a. durante o período.
526
360 364 351
444 421 414
335
403 395 386 390 379 402367 345 337
362
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
7
3 3 4
75
10
17,9
7,9 7,5
10,9
20,3
14,8
27,6
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Óbito infantil Taxa de mortalidade infantil
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 58
Tabela 17. Tipos de veículos emplacados: Aripuanã – 2010/2019
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Motocicleta 3.808 4.119 4.384 4.678 4.851 5.069 5.321
Automóvel 1.044 1.101 1.156 1.281 1.367 1.463 1.623
Motoneta 1.117 1.192 1.276 1.304 1.325 1.368 1.425
Caminhonete 874 943 1.013 1.097 1.169 1.240 1.424
Caminhão 384 412 437 462 485 496 529
Camioneta 77 84 93 107 120 132 163
Reboque 103 115 119 128 133 134 141
Semirreboque 52 58 60 59 59 63 83
Ônibus 44 45 53 53 55 59 66
Utilitário 34 38 42 44 43 52 57
Caminhão Trator 27 30 30 26 27 35 52
Micro-ônibus 10 9 9 10 11 12 14
Ciclomotor 3 3 4 4 4 4 4
Triciclo 2 2 2 2 2 2 2
Sidecar 0 0 0 0 0 0 0
Trator rodas 0 0 0 0 0 0 0
Total 7.579 8.151 8.678 9.255 9.651 10.129 10.904
Fonte: Ministério da Infraestrutura / Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN). Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
O aumento no tráfego de veículos nas vias e estradas é fator preponderante para o aumento do
número de acidentes de trânsito, incremento no tempo de deslocamento, deterioração das vias e
sobrecarga no serviço de transporte de uma forma geral. Os acidentes de transporte são os principais
motivos das causas externas de morbidade e mortalidade, impactando não somente as internações
hospitalares, como também o número de óbitos nos municípios. O Gráfico 33 apresenta o indicador
entre 2010 e 2017, revelando um pico de 59,1 óbitos por acidente de transporte por cem mil
habitantes em 2014. Em 2017, último ano disponível da série histórica, Aripuanã registrou 14,1 óbitos
por acidente de transporte por cem mil habitantes, conforme dados de mortalidade do Ministério da
Saúde.
Gráfico 33. Óbitos por acidente de transporte: Aripuanã – 2010/2017
Fonte: Ministério da Saúde / Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
35
4
12
56
3
15,8
25,820,1
59,1
24,228,6
14,0
0
10
20
30
40
50
60
70
0
5
10
15
20
25
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Óbitos por acidente de transporte Taxa de acidentes de transporte (por cem mil habitantes)
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 59
5.2 Área de influência Direta (AID)
Este capítulo apresenta os principais resultados obtidos por meio de levantamentos de dados
primários e pesquisas aplicadas na sede urbana do município, delimitação da Área de Influência Direta
(AID) dos impactos do meio socioeconômico do Projeto Aripuanã.
Conforme o detalhamento dos aspectos metodológicos, já apresentados anteriormente, o Programa
de Monitoramento dos Indicadores Socioeconômicos (PMIS) realizou as seguintes atividades durante
o segundo semestre de 2018: (1) pesquisa socioeconômica semestral por amostra de domicílios; (2)
pesquisa mensal de preço de cesta básica de alimentos em estabelecimentos econômicos; (3) pesquisa
de preço de imóveis junto às imobiliárias locais; (4) solicitação de registros das Secretarias Municipais
da Prefeitura de Aripuanã, visando a complementação das estatísticas oficiais dos órgãos
governamentais coletadas em fontes secundárias.
5.2.1 Pesquisa socioeconômica por amostra de domicílio
A primeira campanha da pesquisa socioeconômica por amostra de domicílio iniciou em 25/09/2019.
Obteve-se assim através de entrevistas presenciais informações sobre 345 domicílios na sede urbana
de Aripuanã, contemplando o perfil socioeconômico de 385 núcleos familiares8 e 990 pessoas
residentes nos bairros Centro, Cidade Alta, Cidade Baixa, Cristo Rei, Jd. Boa Esperança, Jd. Planalto, Jd.
Paraná, Mangueiral, Monte Castelo, Parque São Domingos, Vila Faxinal, Vila Nova e Vila Operária.
5.2.1.1 Dinâmica populacional da AID
No que se refere à distribuição por sexo e idade dos moradores entrevistados, observa-se no Gráfico
34 um equilíbrio exato entre homens (50%) e mulheres (50%), predominantemente, em idade
“jovem/adulta”, evidenciada no índice de envelhecimento (57,3 idosos para cada cem crianças) e na
razão de dependência (53,49 idosos e crianças para cada cem adultos).
O estreitamento da base da pirâmide etária mostra um primeiro declínio da natalidade experimentado
por essa população durante quase 50 anos atrás, mudança condizente com o processo de transição
demográfica que atravessa o país. Os “efeitos de coortes” populacionais (gerações) numerosas podem
ser observados nessa pirâmide etária há 20 e 40 anos atrás, quando ocorrem reflexos em gerações
futuras, tornando-as ainda mais numerosas.
A distribuição da população por grupos de idade, por si só, sugere atenção às necessidades básicas do
ser humano, por envolver a atenção à saúde, educação, moradia e proteção social. Os jovens e adultos,
por exemplo, demandam serviços de educação, emprego e saúde materno-infantil. Para o público
idoso a ênfase das necessidades básicas está na saúde, previdência e assistência social.
8 Por núcleo familiar entende-se famílias coabitantes no mesmo domicílio. Há, portanto, 40 famílias conviventes entre as moradias amostradas pela pesquisa socioeconômica na sede urbana de Aripuanã, reforçando análise de déficit habitacional da Fundação João Pinheiro apresentada nos capítulos anteriores do relatório.
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 60
Gráfico 34. População por sexo e idade: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
A cor ou raça mais declarada durante as entrevistas domiciliares realizadas na sede urbana de Aripuanã
foi parda (63,6%), seguida por branca (29,5%), preta/negra (6,1%), indígena (0,6%) e amarela (0,2%),
conforme apresenta o Gráfico 35. Deve-se ressaltar que não há qualquer interferência por parte dos
pesquisadores nas respostas declaradas, tendo os moradores direito à recusa em qualquer momento
da entrevista.
Gráfico 35. População com raça ou cor: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
O Gráfico 36 apresenta o local de origem da população residente na sede urbana, identificando o
estoque de migrantes na AID através da Unidade Federativa de nascimento. Os cinco locais mais
frequentes foram o próprio estado de Mato Grosso (39,3%), Rondônia (16,5%), Paraná (14,9%),
Maranhão (3,4%) e Minas Gerais (3,0%). Tais processos migratórios coincidem com resultados já
apresentados para AII, com base nas informações divulgadas pelo Censo Demográfico 2010 (IBGE).
Deve-se considerar que entre os moradores entrevistados existem três estrangeiros, que nasceram no
Paraguai.
5,2%
3,9%
3,2%
2,6%
3,7%
4,4%
3,5%
4,1%
3,5%
3,7%
2,5%
3,0%
2,3%
1,6%
1,0%
0,9%
0,3%
0,2%
4,5%
2,4%
2,8%
4,7%
5,1%
4,2%
3,8%
4,0%
4,3%
2,2%
2,7%
2,6%
1,9%
2,3%
0,9%
0,7%
0,4%
0,1%
0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
65 a 69 anos
70 a 74 anos
75 a 79 anos
80 a 84 anos
Maior que 90 anos
Feminino Masculino
63,6%
29,5%
6,1%
0,6%
0,2%
Parda
Branca
Preta/negra
Indígena
Amarela
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 61
Gráfico 36. População por Unidade Federativa de nascimento: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Sabe-se que os processos desordenados de ocupação do território podem direcionar os domicílios para
dentro de áreas de risco. A Figura 17 identifica as entrevistas realizadas, cujos domicílios encontram-
se nas seguintes situações: (1) áreas sujeitas à inundação (por exemplo, no bairro vila operária); e
(2) áreas ocupadas em desacordo ao Plano Municipal de Desenvolvimento Urbano (por exemplo, nos
bairros mangueiral, Três Poderes, Cidade Alta e Boa Esperança).
39,3%
16,5%
14,9%
3,4%
3,0%
2,5%
2,3%
2,2%
1,9%
1,9%
1,7%
1,6%
1,5%
1,5%
1,4%
1,1%
0,8%
0,6%
0,4%
0,3%
0,3%
0,2%
0,1%
0,1%
0,1%
0,3%
0,8%
MT
RO
PR
MA
MG
SP
BA
MS
ES
SC
RS
AM
AL
CE
PA
GO
PI
AC
RJ
PE
RN
TO
DF
SE
PB
Outro país
Não sabe
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Figura 17. Domicílios situados em áreas de risco: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Elaboração Synergia Consultoria, 2019.
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5.2.1.2 Emprego e renda da AID
A ocupação atual é questionada às pessoas com mais de 06 anos de idade. As situações ocupacionais
mais frequentes entre os adultos (18 anos ou mais) são: Empregados com carteira de trabalho assinada
(21,5%); bico (20,9%); e “do lar” (16,8%). Já os adolescentes entre 14 e 17 anos declaram-se como
estudante (55%); “do lar” (12%) e trabalhadores por conta própria (bico) (11,8%), conforme Tabela 18.
Tabela 18. Situação ocupacional principal por faixas de idade: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Situação ocupacional principal
Pessoas entre 14 e 17 anos
Pessoas com 18 anos ou mais
Abs. % Abs. %
Empregado com carteira de trabalho assinada 3 6% 157 21,5%
Trabalhador por conta própria (bico) 6 11,8% 153 20,9%
Do lar 6 12% 123 16,8%
Empregado sem carteira de trabalho assinada 5 9,8% 80 10,9%
Aposentado 77 10,5%
Militar ou servidor público 35 4,8%
Trabalhador por conta própria (autônomo com INSS) 31 4,2%
Desempregado 3 5,9% 29 4,0%
Trabalhador temporário em área rural 12 1,6%
Empregador 11 1,5%
Estudante 28 55% 9 1,2%
Pensionista 6 0,8%
Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 2 0,3%
Outro 5 0,7%
Não sabe 1 0,1%
Total 51 100,0% 731 100,0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Os setores de serviços, indústria e comércio são as atividades econômicas da ocupação principal mais
citadas, tanto para os adultos (18 anos ou mais), quanto para os adolescentes (entre 14 e 17 anos). Em
menor proporção, a pecuária, agricultura e a construção civil também foram setores econômicos
citados na ocupação principal da população residente na sede urbana de Aripuanã (Tabela 19).
Tabela 19. Setor da ocupação principal por faixas de idade: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Setor da ocupação principal
Pessoas entre 14 e 17 anos
Pessoas com 18 anos ou mais
ABS % ABS %
Serviço 6 42,9% 247 51,4%
Indústria 4 28,6% 100 20,8%
Comércio 3 21,4% 69 14,3%
Administração pública 41 8,5%
Pecuária 12 2,5%
Agricultura 7 1,5%
Construção civil 1 7,1% 1 0,2%
Outro 4 0,8%
Total 14 100,0% 481 100,0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
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O Gráfico 37 apresenta o local de trabalho da população entrevistada. Observa-se que os
deslocamentos motivados por trabalho para outros bairros do município são os mais frequentes
(54,1%), seguidos por aqueles que não possuem local fixo (21,4%). As pessoas que trabalham no
próprio domicílio (12,7%) ou no mesmo bairro de sua residência (11,5%) são menos frequentes. A
Figura 18 apresenta, para cada bairro, o número de pessoas por local de trabalho, de acordo com a
planta base do abairramento do município.
Gráfico 37. Local de trabalho: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
No que se refere à renda domiciliar per capita, o Gráfico 38 revela que quase 30% das moradias
possuem famílias que vivem abaixo da linha de pobreza (até ½ de salário mínimo per capita) e 17,4%
em condição de extrema pobreza (até ¼ de salário mínimo per capita). Deve-se destacar que menos
de 40% dos domicílios possuem renda per capita acima do salário mínimo vigente em 2019 (R$998,00).
A situação financeira parece melhorar quando considerada a renda domiciliar total, o que indica que
a renda se concentra em apenas alguns membros da família e nem todos contribuem para o
rendimento total do domicílio. De acordo com o Gráfico 39, quase 80% das moradias possuem renda
domiciliar superior a um salário mínimo.
12,7%
11,5%
54,1%
21,4%
0,2%
No domicílio
No bairro
Outro bairro do município
Sem local fixo
Não sabe
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Figura 18. Local de trabalho: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Elaboração Synergia Consultoria, 2019.
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Gráfico 38. Renda domiciliar per capita por faixas de salário mínimo: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019. Nota: Valor do salário mínimo vigente em 2019: R$998,00
Gráfico 39. Renda domiciliar total por faixas de salário mínimo: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019. Nota: Valor do salário mínimo vigente em 2019: R$998,00
A Figura 19 apresenta as famílias em situação de pobreza (renda domiciliar per capita até ½ de salário
mínimo) e localiza as famílias beneficiadas com programas sociais de transferência de renda como, por
exemplo, o Programa Bolsa Família (PBF) e Benefício de Prestação Continuada (BPC). Quanto mais
distante da sede urbana do município, maior o percentual de famílias de baixa renda – a exemplo de
bairros rurais como: Conselvan, São Francisco, Benfica, Poção, São Lourenço, Cidade Morena etc. A
primeira campanha do programa de monitoramento localizou diversas famílias em situação de baixa
renda que, por sua vez, se enquadram nos critérios do PBF e BPC para complemento da renda
domiciliar – a exemplo de bairros como: Centro, Vila Nova, Vila Operária, Três Poderes e Jd. Planalto.
17,4%
12,2%
31,3%
27,8%
6,1%
3,5%
1,7%
0 a 1/4 SM
Maior que 1/4 a 1/2 SM
Maior que 1/2 a 1 SM
Maior que 1 a 2 SM
Maior que 2 a 3 SM
Maior que 3 a 6 SM
Maior que 6 SM
13,9%
2,6%
4,3%
30,4%
19,1%
22,6%
7,0%
0 a 1/4 SM
Maior que 1/4 a 1/2 SM
Maior que 1/2 a 1 SM
Maior que 1 a 2 SM
Maior que 2 a 3 SM
Maior que 3 a 6 SM
Maior que 6 SM
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Figura 19. Famílias em situação de pobreza e beneficiárias por programas sociais: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
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5.2.1.3 Educação da AID
No que diz respeito ao acesso à escola, deve-se considerar que a educação formal é obrigatória entre
os 04 e 17 anos de idade (Emenda Constitucional 59/2009). A entrada das crianças menores de 3 anos
no sistema escolar, ainda que não compulsória, possibilita o estímulo, a sociabilização e as condições
favoráveis ao trabalho dos progenitores, em especial, das mães. A Tabela 20 revela que 85,5% das
pessoas frequentam ou já frequentaram escola ou creche.
Tabela 20. Frequenta escola ou creche? Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
ABS %
Sim 182 18,4%
Não, mas já frequentou 664 67,1%
Nunca frequentou 73 7,4%
Não sabe 19 1,9%
Não respondeu 52 5,3%
Total 990 100.0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Entre aqueles que não tiveram a mesma oportunidade (7,4%), os motivos mais citados para não
frequentar a escola foram a idade avançada (53,8%), necessidade de trabalhar (30,8%), dificuldades
no transporte (2,6%), ausência de vagas na escola (1,3%), entre outros motivos (5,3%) relacionados à
mudança de cidade ou residência, falta de oportunidade etc.
Tabela 21. Motivos para não frequentar a escola: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Abs. %
Não tem mais idade para estudar 42 53,8%
Precisa trabalhar 24 30,8%
Dificuldades de transporte 2 2,6%
Não há vaga na escola 1 1,3%
Não sabe 3 3,8%
Não respondeu 1 1,3%
Outro 47 6,4%
Total 78 100%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
A escolaridade daqueles que tiveram contato com escolarização formal, ou seja, aqueles que
frequentam ou já frequentaram a escola encontra-se representada no Gráfico 40. Cerca de 3,8% das
pessoas entrevistadas concluíram o Ensino Infantil (creche e pré-escola), 54,1% finalizaram o Ensino
Fundamental (sendo, 32,5% os anos iniciais e 21,6% os anos finais), 31,7% terminaram o Ensino Médio
e apenas 5,9% completaram o Ensino Superior. Deve-se ressaltar que uma situação de baixa
escolaridade representa fragilidades frente às oportunidades de inserção no mercado de trabalho e
na própria qualificação dos postos almejados por essas pessoas.
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Gráfico 40. Escolaridade: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
O gráfico abaixo apresenta a taxa de alfabetização das pessoas com 15 anos ou mais de idades,
revelando que 93% da população residente na sede urbana da Aripuanã sabem ler e escrever,
enquanto que 7% não tiveram esse aprendizado e apropriação do sistema de escrita.
Gráfico 41. Taxa de alfabetização das pessoas com 15 anos ou mais
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Quanto ao local de estudo, o Gráfico 42 revela que os deslocamentos motivados para educação para
outros bairros do município (62,1%) são mais frequentes do que aqueles que estudam no mesmo
bairro da sua residência. Destacam-se duas pessoas que afirmaram frequentar curso de Ensino
Superior, cujo local de estudo é em outro país (Paraguai).
Gráfico 42. Local de estudo: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
1,1%
2,7%
4,0%
5,1%
4,8%
8,5%
10,0%
6,5%
4,7%
5,6%
4,8%
6,9%
6,1%
18,7%
2,4%
5,9%
2,0%
0,1%
Creche (faixa etária - até 3 anos)
Pré-escola (faixa etária 4 e 5 anos)
1º ano do Ensino Fundamental
2º ano/ 1ª série do Ensino Fundamental
3º ano/ 2ª série do Ensino Fundamental
4º ano/ 3ª série do Ensino Fundamental
5º ano/ 4ª série do Ensino Fundamental
6º ano/ 5ª série do Ensino Fundamental
7º ano/ 6ª série do Ensino Fundamental
8º ano/ 7ª série do Ensino Fundamental
9º ano/ 8ª série do Ensino Fundamental
1º série do Ensino Médio
2º série do Ensino Médio
3º série do Ensino Médio
Superior incompleto
Superior completo
Não sabe
Não respondeu
93,0%
7,0%
Sabe ler/escrever
Não sabe ler/escrever
35,7%
62,1%
1,1%
1,1%
No bairro onde reside
Outro bairro do município
Outro país
Não sabe
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Figura 20. Local de estudo: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
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As escolas de Aripuanã, em geral, são bem avaliadas pela população residente na sede urbana do
município. De acordo com a Tabela 22, cerca de 94% das avaliações foram “ótimo” ou “bom”. Seguindo
esse critério, as escolas do Ensino Médio tiveram a melhor avaliação (100%), enquanto as escolas do
Ensino Infantil e escolas do Ensino Fundamental tiveram, respectivamente, 97% e 91% das avaliações
“ótimo” ou “bom”.
Tabela 22. Avaliação da escola por etapa de ensino: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo Não sabe Total
Escola de Ensino Infantil 0 31 1 0 0 0 32
Escola de Ensino Fundamental 4 64 5 0 0 2 75
Ensino Médio 1 21 0 0 0 0 22
Total 5 116 6 0 0 2 129
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
5.2.1.4 Saúde da AID
A pesquisa socioeconômica por amostra de domicílio buscou identificar situações nas famílias onde as
necessidades de atenção à saúde podem estar sendo inadequadamente atendidas. A vulnerabilidade
de uma família pode estar associada ao volume de recursos adicional que ela requer para satisfazer
necessidades básicas, em comparação ao que seria requerido uma família “padrão”. A presença de
uma mulher gestante, por exemplo, exige a atenção especial quanto à nutrição e atendimento médico
pré-natal. A Tabela 23 indica a presença de 09 gestantes (1,8% das mulheres) e 28 lactantes (5,7% das
mulheres). Deve-se destacar a presença de 02 gestantes e 04 lactantes até 19 anos. Conforme exposto
anteriormente, a gravidez na adolescência pode trazer carências de renda, educação, saúde e
desigualdade de gênero (UNFPA, 2013)
Tabela 23. Mulheres gestantes e lactantes por faixa etária: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Mulheres por faixa etária Mulheres gestantes Mulheres lactantes
ABS % ABS %
Até 19 anos 2 22,2% 4 7,1%
Entre 20 e 24 anos 3 33,3% 14 14,3%
Entre 25 e 29 anos 1 11,1% 3 46,4%
Entre 30 e 34 anos 2 22,2% 5 10,7%
Entre 35 e 39 anos 0 0,0% 2 17,9%
Acima de 40 anos 1 11,1% 0 3,6%
Total 9 100,0% 28 100,0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Da mesma forma, a presença de pessoas com deficiência exige uma atenção especial da família com a
saúde e atendimento médico. Tais cuidados especiais despendem um volume de recurso adicional não
necessário em famílias sem pessoas com essa característica. O gráfico a seguir aponta a presença de
13 (1,3%) pessoas com deficiência, sendo 07 (0,7%) física (dificuldade de mobilidade), 02 (0,2%)
cegueira ou baixa visão, 02 (0,2%) surdez total ou parcial e 02 (0,2%) intelectual ou mental.
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Gráfico 43. Pessoas com deficiência: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Quanto as condições de saúde, 143 (14,4%) declaram declararam sofrer um ou mais tipos de doenças
crônicas (Gráfico 44). Entre elas, as mais citadas foram doença de coluna ou costas (2,9%), doenças
cardíacas (2,2%), diabetes (2,0%), hipertensão (1,2%) e depressão (1,0%).
Gráfico 44. Pessoas com doenças crônicas: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Ao todo, 63 (6,4%) pessoas realizam algum tipo de tratamento contínuo ou acompanhamento médico
regular (Gráfico 45). Contudo, apenas 32 (3,2%) pessoas tiveram alguma emergência básica no último
ano (Gráfico 46). O que permite inferir sobre uso do serviço da atenção básica e demandas por serviços
de média e alta complexidade de saúde.
Gráfico 45. Pessoas que realizam tratamento ou acompanhamento de saúde: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
1,3%
98,7%
Sim
Não
14,4%
85,1%
0,5%
Sim
Não
Não sabe
6,4%
93,3%
0,3%
Sim
Não
Não sabe
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Gráfico 46. Pessoas que tiveram alguma emergência médica no último ano: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Os estabelecimentos de saúde não tiveram uma avaliação positiva da população residente tal qual as
escolas. De acordo com a Tabela 24, cerca de 51,2% das avaliações foram “ótimo” e “bom” para
UBS/posto de saúde, porém, apenas 32,6% avaliaram da mesma forma o Hospital Municipal, cujo
percentual de avaliações “ruim” e “péssimo” somam 27,9%.
Tabela 24. Avaliação dos estabelecimentos de saúde: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Avaliação UBS / Posto Hospital Municipal
ABS % ABS %
Ótimo 2 1,0% 8 2,6%
Bom 101 50,2% 93 30,5%
Regular 74 36,8% 119 39,0%
Ruim 9 4,5% 28 9,2%
Péssimo 15 7,5% 57 18,7%
Total 201 100,0% 305 100,0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
5.2.1.5 Segurança da AID
A pesquisa socioeconômica por amostra de domicílios buscou avaliar as condições e uso dos serviços
da segurança pública na sede urbana de Aripuanã, bem como as relações de convívio e conflito entre
moradores. O Gráfico 47 aponta que apenas 7 (2,6%) das famílias fizeram algum uso da Delegacia da
Polícia Civil de Aripuanã. Entre elas, a maioria avalia positivamente os serviços oferecidos, conforme
Tabela 25.
Gráfico 47. Uso dos serviços da delegacia de polícia: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
3,2%
96,2%
0,6%
Sim
Não
Não sabe
2,6%
97,0%
0,4%
Sim
Não
Não sabe
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Tabela 25. Avaliação dos serviços da delegacia de polícia: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Avaliação ABS %
Bom 4 57,1%
Regular 1 14,3%
Ruim 1 14,3%
Péssimo 1 14,3%
Total 7 100,0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
O relacionamento entre os moradores da região, em geral, é bem avaliado pelos moradores da sede
urbana, conforme os dados da tabela abaixo. As avaliações “ótimo” e “bom” representam juntas 88,1%
das opiniões das famílias aripuanenses.
Tabela 26. Avaliação do relacionamento com os moradores da região: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Avaliação ABS %
Ótimo 38 11,0%
Bom 266 77,1%
Regular 34 9,9%
Não tenho Relacionamento 7 2,0%
Total 345 100,0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Os principais locais de convívio indicados pelos moradores foram a vizinhança da residência (79,1%),
trabalho (10,1%), casa de parente e amigos (3,5%) e igreja (3,5%). Festas, bares ou local de estudo
foram locais de convívios menos frequentes entre as respostas citadas, conforme Tabela 27. Deve-se
ressaltar que o convívio diário entre moradores foi citado em 44,3% das respostas, enquanto 42,3%
afirmam que raramente convivem com os moradores da região (Gráfico 48).
Tabela 27. Convívio dos moradores da região: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Local ABS %
Na vizinhança da residência 273 79,1%
No trabalho 35 10,1%
Na casa de parentes e amigos 12 3,5%
Na Igreja 12 3,5%
Em festas 3 0,9%
Em bares 1 0,3%
No local de estudo 1 0,3%
Outro 2 0,6%
Não sabe 5 1,4%
Não respondeu 1 0,3%
Total 345 100,0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
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Gráfico 48. Frequência de convivência dos moradores: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
A existência de conflitos entre moradores (brigas, desentendimento e/ou violência) foi declarada por
19 (5%) famílias na sede urbana do município (Gráfico 49), sendo conflitos predominantemente
“eventuais” ou “raros” – juntos somam 52,6% das respostas (Gráfico 50). Os dados sugerem que até o
momento não há uma percepção de insegurança da população em função da implantação do Projeto
Aripuanã. Os indicadores também serão monitorados nas próximas campanhas, de modo identificar
os reflexos possíveis do empreendimento na segurança pública do município.
Gráfico 49. Conflitos entre moradores (brigas, desentendimentos e/ou violência): Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Gráfico 50. Frequência dos conflitos (brigas, desentendimentos e/ou violência): Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
44,3%
11,6%
42,3%
1,2%
0,6%
Diariamente
Eventualmente
Raramente
Não respondeu
Não sabe
5%
61%
34%
Sim
Não
Não sabe
47,4%
36,8%
15,8%
Frequentemente
Raramente
Eventualmente
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De acordo com a Tabela 28, os motivos dos conflitos mais citados entre as famílias que afirmaram a
existência de brigas, desentendimentos e/ou violência foram brigas entre vizinhos (37,5%), abuso de
álcool e drogas (37,5%), violência doméstica (8,3%) e tráfico de drogas (4,2%).
Tabela 28. Motivos dos conflitos (brigas, desentendimentos e/ou violência): Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
ABS %
Brigas entre vizinhos 9 37,5%
Abuso de álcool e drogas 9 37,5%
Brigas no geral 3 12,5%
Violências/ brigas domésticas 2 8,3%
Tráfico de drogas 1 4,2%
Total 24 100,0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
5.2.1.6 Infraestrutura urbana da AID
A primeira campanha do monitoramento socioeconômico realizada durante o segundo semestre de
2018 buscou avaliar as condições de infraestrutura e saneamento básico dos 345 domicílios
entrevistados, de modo identificar situações de inadequação domiciliar em função da limitação dos
serviços de abastecimento de água, esgotamento dos dejetos e águas servidas, coleta de resíduos
sólidos e acesso à energia elétrica.
Quanto à forma de abastecimento de água 97,4% dos domicílios entrevistados na sede urbana do
município estão ligados a rede geral. Poço ou nascente são utilizados por 1,7% dos domicílios (na
própria propriedade) ou 0,9% dos domicílios (fora da propriedade), conforme dados apresentados na
tabela abaixo. A forma de acesso é de fundamental importância não somente pela suposta qualidade
da água ingerida pela população, como também pela prevenção de doenças de veiculação hídrica e
transmissão por insetos e vetores.
Tabela 29. Formas de abastecimento de água: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
ABS %
Rede geral de abastecimento 336 97,4%
Poço ou nascente na propriedade 6 1,7%
Poço ou nascente fora da propriedade 3 0,9%
Total 345 100,0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Deve-se ressaltar, porém, que a rede geral de esgoto se faz ausente entre os domicílios entrevistados.
Conforme Tabela 30, cerca de 99,1% dos domicílios possuem fossa rudimentar sem qualquer tipo de
isolamento ou impermeabilização do solo para escoar os dejetos e águas servidas. Tal limitação do
serviço de tratamento do esgoto pode ser uma das causas das internações hospitalares por doenças
parasitárias e infecciosas, conforme análise dos capítulos anteriores.
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
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Tabela 30. Formas de escoamento dos dejetos: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
ABS %
Fossa rudimentar 342 99,1%
Rede geral de esgoto 2 0,6%
Fossa séptica 1 0,3%
Total 345 100,0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Outra questão importante para avaliação das condições de saneamento na sede urbana do município
é o destino do lixo residencial. São contemplados pelo serviço de limpeza 69,9% dos domicílios, cuja
coleta dos resíduos sólidos é realizada na porta da residência e 26,4% dos domicílios, cuja coleta é
realizada em caçamba. Contudo, 3,8% dos domicílios afirmam queimar o lixo domiciliar, conforme os
dados apresentados na Tabela 31.
Tabela 31. Destino do lixo: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
ABS %
Coletado na porta por serviço de limpeza 241 69,9%
Coletado em caçamba por serviço de limpeza 91 26,4%
Queimado 13 3,8%
Total 345 100,0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Todos os domicílios entrevistados na Área de Influência Direta (AID) possuem energia elétrica. Porém,
nem todos estão ligados à rede de distribuição de energia através de um medidor de uso exclusivo e,
portanto, assumem individualmente as despesas com energia (98,2%). Cerca de 1,8% dos domicílios
fazem uso de “gatos” ou possuem medidor comum a outros domicílios, conforme apresenta a tabela
abaixo.
Tabela 32. Fontes de acesso à energia elétrica: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
ABS %
Rede de distribuição com medidor de uso exclusivo 336 98,2%
Rede de distribuição com medidor comum a outros domicílios 6 1,8%
Total 342 100,0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
As figuras a seguir localizam as 345 pesquisas domiciliares, representando cada domicílio de acordo
com a forma de abastecimento de água (Figura 21), escoamento dos dejetos (Figura 22) e descarte do
lixo (Figura 23), oferecendo uma visão sobre a cobertura dos serviços de saneamento básico na sede
municipal.
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 78
Figura 21. Formas de abastecimento de água: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Elaboração Synergia Consultoria, 2019.
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 79
Figura 22. Formas de escoamento dos dejetos: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Elaboração Synergia Consultoria, 2019.
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 80
Figura 23. Formas de descarte do lixo: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 81
5.2.1.7 Pobreza e Vulnerabilidade social da AID
Em relação ao acesso aos serviços da assistência social para população em situação de vulnerabilidade
social de Aripuanã, observa-se na Tabela 33 que 1,4% dos moradores da sede urbana de Aripuanã
recebem atendimento do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e 0,2% das pessoas
recebem atendimento do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS).
Tabela 33. Pessoas atendidas pelo CRAS e CREAS: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Recebe atendimento? CRAS CREAS
ABS % ABS %
Sim 14 1,4% 2 0,2%
Não 975 98,5% 987 99,7%
Não sabe 1 0,1% 1 0,1%
Total 990 100,0% 990 100,0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
A avaliação dos centros de referência governamentais, em geral, é positiva. De acordo com a Tabela
34, a avaliação “bom” foi dada por 80% das pessoas que recebem o atendimento realizado do CRAS e
50% das pessoas que recebem atendimento do CREAS. Os demais deram avaliação regular ao serviço
oferecido da Assistência Social do município.
Tabela 34. Avaliação do CRAS e CRAS: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Avaliação CRAS CREAS
ABS % Abs. %
Bom 4 80,0% 1 50,0%
Regular 1 20,0% 1 50,0%
Total 5 100,0% 2 100,0%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
A pesquisa socioeconômica identificou 34 famílias em situação de pobreza (renda domiciliar per capita
até ½ de salário mínimo), público alvo de programas governamentais de transferência de renda como,
por exemplo, o Bolsa Família. O Gráfico 51 aponta que 32,4% das famílias que se encontram abaixo da
linha de pobreza não recebem qualquer tipo de benefício social. Deve-se destacar que a renda média
advinda dos programas sociais corresponde R$ 171,90, permitindo uma renda média de R$943,00 às
famílias que recebem o benefício social – o auxílio representa, em média, 18% da renda domiciliar.
Gráfico 51. Famílias em situação de pobreza: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
32,4%
67,6%
Famílias em situação de pobreza sembenefícios sociais
Famílias em situação de pobreza combenefícios sociais
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 82
O Índice de Desenvolvimento da Família (IDF) é, portanto, uma proposta de agregar os diferentes
meios pelos quais as famílias satisfazem suas necessidades (BARROS, R. P. et al., 2009). Seu valor varia
de zero a um. Quanto melhores as condições da família, mais próximo de um será o seu indicador. O
IDF foi elaborado a partir de 41 indicadores básicos, 22 componentes e 6 dimensões, conforme
metodologia detalhada no ANEXO A.
Cada componente é calculado pela média aritmética de seus indicadores. Da mesma forma, cada
dimensão é calculada pela média aritmética de seus componentes e, por fim, o indicador sintético é
calculado pela média aritmética de suas dimensões. As dimensões analíticas contempladas no
indicador são: vulnerabilidade, acesso ao conhecimento, acesso ao trabalho, disponibilidade de
recurso, desenvolvimento infantil e condições habitacionais.
Considerando as famílias residentes na sede urbana de Aripuanã, o IDF final é 0,68. Das seis dimensões
agregadas no indicador final, o acesso ao trabalho, acesso ao conhecimento e a disponibilidade de
recurso reúnem os principais pontos de atenção para essas famílias, conforme revela o Gráfico 52.
Gráfico 52. Índice de Desenvolvimento da Família: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
A Figura 24 localiza os domicílios entrevistados de acordo com o valor do IDF final, permitindo
identificar os bairros de maior vulnerabilidade social e necessidades básicas insatisfeitas. Observa-se
que quanto mais distante do centro, menor o valor do indicador. Bairros como, por exemplo, Jd.
Aeroporto, Distrito Industrial, Mangueiral, ou ainda, nas proximidades da rodovia MT-208, concentram
moradias com IDF até 0,50.
0,68
0,58
0,51
0,61
0,97
0,70
Vulnerabilidade
Acesso ao Conhecimento
Acesso ao Trabalho
Disponibilidade de Recursos
Desenvolvimento Infantil
Condições Habitacionais
IDF = 0,68
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Figura 24. Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF): Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Elaboração Synergia Consultoria, 2019.
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5.2.1.8 Percepção sobre o Projeto Aripuanã
Esse capítulo reúne as percepções da população residente na sede urbana de Aripuanã acerca do
Projeto Aripuanã. De acordo com a Tabela 35, as principais mudanças positivas do empreendimento
declaradas pelos moradores foram emprego (31,0%), valorização dos terrenos (28,8%), renda (14,8%),
cursos (12,0%), desenvolvimento (9,8%) e infraestrutura (3,5%).
Tabela 35. Mudanças positivas do Projeto Aripuanã: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
ABS %
Emprego 170 31,0%
Valorização de terrenos 158 28,8%
Renda 81 14,8%
Cursos 66 12,0%
Desenvolvimento 54 9,8%
Infraestrutura 19 3,5%
Não sabe 1 0,2%
Total 549 100%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Entre as mudanças negativas percebidas pela população residente estão a presença de pessoas
estranhas (18,6%), aumento do custo da alimentação básica (17,7%), aumento do custo dos imóveis
(15,6%), prostituição (12, 5%), consumo de drogas (7,8%), casos de roubo/assalto (6,1%), entre outras
mudanças conforme tabela abaixo.
Tabela 36. Mudanças negativas do Projeto Aripuanã: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
ABS %
Pessoas estranhas 162 18,6%
Aumento do custo da alimentação básica 154 17,7%
Aumento do custo de imóveis 136 15,6%
Prostituição 109 12,5%
Consumo de drogas 68 7,8%
Casos roubo/assalto 53 6,1%
Remanejamento da população 46 5,3%
Casos briga/ desentendimento 45 5,2%
Violência 37 4,2%
Barulho 18 2,1%
Destruição meio ambiente 15 1,7%
Desmatamento 7 0,8%
Poluição 7 0,8%
Falta água 6 0,7%
Qualidade da água 4 0,5%
Poeira 3 0,3%
Não sabe 1 0,1%
Total 871 100%
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
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O Gráfico 53 aponta que 4,9% das famílias aripuanenses possuem dúvidas e preocupações
relacionadas à implantação do Projeto Aripuanã. Em geral, as indagações estão relacionadas aos
benefícios que serão proporcionados ao município, quais os minérios explorados, qual o tempo de
exploração da mina, quais as ações de compensação do empreendimento (obras de infraestrutura,
rodovias, asfalto, tratamento de esgoto etc.). As percepções sobre o empreendimento levantadas pelo
Programa de Monitoramento dos Indicadores Socioeconômicos (PMIS) são de fundamental
importância ao Programa de Comunicação Social (PCS), que com base nas dúvidas e preocupações dos
moradores pode direcionar melhor as informações divulgadas nos meios de comunicação.
Gráfico 53. Dúvidas e preocupações sobre o Projeto Aripuanã: Aripuanã (sede urbana) – 2019 (out./dez.)
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
5.2.2 Pesquisa de preço da cesta básica em estabelecimentos econômicos da AID
A coleta de dados da pesquisa de preço da cesta básica de alimentos em Aripuanã/MT é realizada
mensalmente e os resultados são analisados nos boletins trimestrais, conforme plano de trabalho do
PMIS. Até o momento foram registrados os preços de 612 alimentos através da observação do valor
nas etiquetas dos produtos em mercados, padarias, açougues e feiras entre 06/09/2019 e 09/12/2019.
Busca-se monitorar o custo de vida da população aripuanense, comparando o poder aquisitivo dos
trabalhadores e o custo da alimentação básica determinada por lei9 e o salário mínimo vigente.
Para esse acompanhamento, adotou-se como referência metodológica o Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), que realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da
Cesta Básica de Alimentos em 17 capitais estaduais do Brasil. Adicionalmente, utiliza-se os resultados
divulgados pelo Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (IMEA), que realiza a mesma
pesquisa para capital mato-grossense , Cuiabá.
De acordo com a metodologia do DIEESE, cesta básica é a ração essencial mínima, composta de treze
produtos da alimentação básica, em quantidade quantidades suficientes para garantir, em um mês, o
sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta. Os bens e quantidade são diferenciados por
região, de acordo com os hábitos alimentares locais (Tabela 37 ).
9 Decreto Lei Nº399, de 30/04/1938
4,9%
94,5%
0,6%
Sim
Não
Não respondeu
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Tabela 37. Provisões mínimas estipuladas pelo Decreto Lei Nº 399 por regiões
ALIMENTOS UNIDADE REGIÃO 1 REGIÃO 2 REGIÃO 3
Açúcar Kg 3 3 3
Arroz Kg 3 3,6 3
Banana Unid. 90 90 90
Batata Kg 6 6 6
Café Kg 0,6 0,3 0,6
Carne Kg 6 4,5 6,6
Farinha Kg 1,5 3 1,5
Feijão Kg 4,5 4,5 4,5
Leite L 7,5 6 7,5
Manteiga Kg 0,75 0,75 0,75
Óleo de soja L 0,750 0,750 0,900
Pão francês Kg 6 6 6
Tomate Kg 9 12 9
Fonte: Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Nota: Região 1: SP, MG, ES, RJ, GO e DF;
Região 2: PA, PE, BA, CE, RN, AL, SE, AM, RR E MA; Região 3: PR, SC, RS, MT e MS.
Entre setembro e dezembro de 2019, o valor da cesta básica de Aripuanã aumentou de R$ 451,98 para
R$ 506,49, uma variação de 12,06% durante o período. Os resultados recentes divulgados pelo IMEA
colocam pela primeira vez o custo da alimentação básica em Cuiabá acima de Aripuanã, tendo o preço
da cesta básica na capital mato-grossense aumentado de R$ 451,98 para R$ 511,98 em quatro meses,
conforme Gráfico 54.
Gráfico 54. Valor da cesta básica de alimentos: Aripuanã – 2019 (set/dez)
Fonte: Synergia, 2019; IMEA, 2019 (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
A Tabela 38 apresenta os valores médios apurados por tipo de alimento, mês a mês, cuja soma compõe
o preço total da cesta básica de alimentos nos estabelecimentos econômicos. Entre os alimentos mais
caros e que mais impactam a composição do preço da cesta básica estão a carne (33,4%), pão francês
(13,1%), tomate (10,3%), manteiga (9,2%) e banana (7,7%). Contudo, as maiores variações durante o
período foram vivenciadas pelo açúcar (37%), tomate (24%), carne (21%) e pão francês (16%).
451,98464,07
474,5
506,49
438,75
455,49
470,06
511,98
R$ 400
R$ 420
R$ 440
R$ 460
R$ 480
R$ 500
R$ 520
R$ 540
set/19 out/19 nov/19 dez/19 jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20
Synergia - Aripuanã IMEA - Cuiabá
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Tabela 38. Valores médios apurados por alimentos: Aripuanã – 2019 (set/dez)
Produto set/19 out/19 nov/19 dez/19 jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20
Açúcar 7,91 6,89 7,59 10,83
Arroz 9,16 9,82 9,80 10,02
Banana 36,45 36,66 39,70 38,84
Batata 29,70 23,65 24,61 26,16
Café 12,36 13,24 12,69 12,71
Carne 140,14 141,66 145,80 169,05
Farinha 5,88 6,16 6,42 6,18
Feijão 22,97 24,85 22,92 25,81
Leite 38,61 37,70 38,20 37,23
Manteiga 44,85 36,05 40,79 46,78
Óleo 4,78 4,11 4,33 4,37
Pão francês 57,04 72,77 75,24 66,38
Tomate 42,13 50,52 46,41 52,14
Cesta Básica (R$) 451,98 464,07 474,5 506,49
Fonte: Synergia Consultoria, 2019.
Em comparação com os dados do DIEESE e IMEA, Aripuanã ficou 5º lugar no ranking do custo e horas
de trabalho para alimentação básica, conforme Tabela 39. De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta
Básica de Alimentos (DIEESE), as capitais Rio de Janeiro (R$ 516,91), Florianópolis (R$ 511,70), São
Paulo (R$ 506,50) apresentam valores superiores ao preço da cesta básica de Aripuanã (R$ 506,50).
Tabela 39. Custo e horas de trabalho para alimentação básica: Aripuanã, Cuiabá e outras capitais – 2019 (dez)
Valor da Cesta (R$)
Porcentagem do Salário Mínimo Líquido (%)
Tempo de trabalho
Variação anual (%)
Variação mensal (%)
Rio de Janeiro 516,91 56,30 113h57m 10,75 13,51
Cuiabá 511,98 51,30 112h52m -
Florianópolis 511,70 55,73 112h48m 11,77 6,90
São Paulo 506,50 55,16 111h39m 7,44 8,74
Aripuanã 506,49 50,75 111h40m 12,06 2,67
Porto Alegre 506,30 55,14 111h37m 8,95 11,56
Vitória 499,23 54,37 110h03m 23,64 8,04
Brasília 473,90 51,61 104h28m 8,74 -
Curitiba 458,88 49,98 101h10m 9,50 10,94
Goiânia 454,75 49,53 100h15m 16,94 13,64
Campo Grande 450,08 49,02 99h13m 6,43 6,64
Belo Horizonte 444,91 48,46 98h05m 8,86 13,04
Fortaleza 433,64 47,23 95h35m 9,14 9,55
Belém 414,13 45,1 91h17m 8,32 8,62
Recife 393,80 42,89 86h49m 15,63 11,04
Natal 383,76 41,8 84h36m 12,41 10,31
João Pessoa 373,56 40,69 82h21m 8,21 7,61
Salvador 360,51 39,26 79h28m 4,85 5,58
Aracaju 351,97 38,33 77h35m -1,89 8,17
Fonte: DIEESE, 2019; IMEA, 2019; (Elaboração Synergia Consultoria, 2019).
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Considerando o salário mínimo vigente desde 01/01/2019, no valor R$ 998,00, um trabalhador assim
remunerado em Aripuanã/MT necessitaria de 111h40min de trabalho em dezembro para arcar com
as despesas da alimentação básica. Tempo superior se comparado com um trabalhador que ganha um
salário mínimo em Cuiabá/MT (112h52). O percentual do custo da alimentação básica em relação ao
salário mínimo líquido é de 50,75% em Aripuanã/MT e 51,30% em Cuiabá/MT.
5.2.3 Pesquisa de Preço de imóveis da AID
O programa de monitoramento buscou monitorar as transações formais de venda e aluguel dos
imóveis de Aripuanã através dos seguintes dados solicitados às imobiliárias locais: data da negociação
(mês/ano), tamanho (m2), preço (R$), uso do imóvel (residencial, comercial ou misto), tipo do imóvel
(casa, apartamento, galpão, sítio, terreno), situação rural/urbana e endereço (tipo, logradouro,
número, bairro etc.).
Até o momento, apenas a Imobiliária Aripuanã disponibilizou seus registros de negócio, conforme
Tabela 40. Embora sejam dados bastante limitados para qualquer conclusão definitiva, percebe-se que
os negócios fechados na imobiliária estão restritos aos bairros Cidade Alta e Centro, tanto no primeiro
semestre, quanto no segundo semestre de 2019.
Tabela 40. Preço médio de imóveis: Aripuanã – 2019
Tipo de imóvel Preço atual (R$) Bairro
Atualização no 1º semestre 2019
Casa R$ 800,00 Cidade Alta
Casa R$ 1.500,00 Centro
Casa R$ 1.500,00 Cidade Alta
Casa R$ 1.000,00 Cidade Alta
Atualização no 2º semestre 2019
Misto (comercial com casa) R$ 2.100,00 Centro
Casa R$ 2.700,00 Cidade Alta
Fonte: Imobiliária Aripuanã, 2019.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos (PMIS) do Projeto Aripuanã se
apresenta como um importante instrumento de avaliação da dinâmica socioeconômica do município
e dos impactos nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento. A construção do
conhecimento sobre território pode contribuir com estratégias efetivas de controle e minimização dos
impactos negativos, bem como sugerir ações para potencializar e divulgar os impactos positivos do
empreendimento, de modo contribuir ao desenvolvimento local da região.
O aprofundamento da análise nas próximas campanhas de monitoramento prevê atualizações
periódicas dos dados coletados em fontes secundárias e a produção de dados primários– a exemplo
da Pesquisa Socioeconômica por Amostra de Domicílio e da Pesquisa de Preço da Cesta Básica de
Alimentos em Estabelecimentos Econômicos. Durante esse processo, engajar novos atores10 capazes
de complementar informações ainda limitadas sobre os temas de análise permitirá maior
compreensão da realidade social, visando um ambiente participativo na gestão dos impactos
socioeconômico do empreendimento.
Com base nos dados apresentados até o momento, as alterações dos indicadores monitorados não
sugerem situações de desequilíbrio entre a oferta e a demanda dos serviços e equipamentos públicos
de Aripuanã, em especial, nos serviços sociais básicos (educação, saúde e segurança). Por outro lado,
o relatório já demonstrou alguns dos impactos positivos como, por exemplo, o aumento do estoque
dos empregos formais; saldo positivo de emprego nos últimos três anos; aumento do salário médio
dos trabalhadores com registro em carteira profissional (em especial, no setor da construção civil);
aumento dos estabelecimentos formais (empresas ativas); equilíbrio fiscal e saldo superavitário nos
últimos cinco anos. Os pontos de atenção levantados serão acompanhados nos próximos relatórios,
como a precariedade do serviço de saneamento básico (predominam as fossas rudimentares entre as
formas de escoamento dos dejetos e águas servidas) e situações de vulnerabilidade social (aumento
da mortalidade infantil e a presença de gestantes adolescentes até 19 anos).
Por fim, ressalta-se que o monitoramento, ainda em seu estágio inicial, já permite analisar informações
que visam mensurar os reais efeitos da fase de implantação do Projeto Aripuanã na dinâmica
socioeconômica do município. Além disso, possibilita maior compreensão dos resultados das políticas
públicas implementadas nos últimos anos.
10 Esforços serão empreendidos para obter registros mais recentes junto às Secretarias Municipais (Prefeitura de Aripuanã); Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Governo do Estado de Mato Grosso); imobiliárias locais; até mesmo dados internos da implantação do empreendimento (compras locais, tributos gerados, empregos diretos e indiretos etc.).
Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 90
7 REFERÊNCIAS
BRASIL. MINISTÉRIO DAS CIDADES. SECRETARIA DA NACIONAL DA HABITAÇÃO. Déficit Habitacional do Brasil 2008. Brasília/DF: Fundação João Pinheiro 2011.
ERNEST & YOUNG. Business Risk Facing Minig and Metals 2011-2012, World Finance Review, Sept.2011.
FIPE (FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS). Índice FIPZAP de preços de imóveis anunciados. Notas Metodológicas. São Paulo, 2014.
IBGE. Censo Demográfico, 2010.
IBGE. Estimativas da população 2011-2019.
JANNUZZI, P. M. Indicadores sociais do Brasil. Campinas, SP: Editora Alínea, 2012.
LIMA, P. C. V; VASCONSELOS, V. V. Grandes empreendimentos minerários e seus impactos sociais. Direito coletivo, v. 12, n. 20, jan.-jun. 2013, p.209-226.
MINERAÇÃO DARDANELOS. Estudo de Impacto Ambiental Projeto Aripuanã/MT: Mina Subterrânea de Polimetálicos. Cuiabá/MT: Geominas, 2017.
MINERAÇÃO DARDANELOS. Relatório de Impacto Ambiental – Projeto Aripuanã: Mina Subterrânea de Polimetálicos. Cuiabá/MT: Geominas, 2017.
MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL. SNIS – Sistema Nacional de informações de Saneamento, 2010-2017.
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. CAGED – Cadastro Geral de Emprego e Desemprego, 2015-2019.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2010-2018.
MINISTÉRIO DE INFRAESTRUTURA. DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito, 2013-2019.
MINISTÉRIO DA SAÚDE / CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, 2011-2019.
MINISTÉRIO DA SAÚDE / SIA-SUS – Sistema de Informação Ambulatorial, 2011-2019.
MINISTÉRIO DA SAÚDE / SIAB-SUS – Sistema de Informação de Atenção Básica, 2005-2014.
MINISTÉRIO DA SAÚDE / SIH-SUS – Sistema de Informação Hospitalar, 2011-2019.
MINISTÉRIO DA SAÚDE / SINASC – Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos, 2011-2017
MINISTÉRIO DA SAÚDE / SIM – Sistema de Informação de Mortalidade, 2011-2017
NEXA. Projeto Aripuanã Cidade Segura. Aripuanã/MT: Instituto Sou da Paz, 2019
SETE. Plano de Controle Ambiental – PCA: Projeto Aripuanã. Belo Horizonte/MG: Mineração Dardanelos, 2018
TESOURO NACIONAL / SICONFI - Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro, 2013-2017.
UNFPA. Situação da População Mundial 2013. Maternidade precoce: enfrentando o desafio da gravidez na adolescência. 2013
VEIGA, J. E. Cidades Imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula. Campinas- São Paulo, Editores Associados, 2002
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8 ANEXOS
ANEXO A. Índice de Desenvolvimento da Família (IDF)
O quadro a segui apresenta as dimensões, componentes e indicadores utilizados pelo Índice de
Desenvolvimento da Família (IDF), através dos seguintes cálculos:
Cada componente (Ajk) é calculada pela média aritmética de seus indicadores:
Da mesma forma, cada dimensão (Bk) é calculada pela média aritmética de suas componentes.
Por fim, o indicador global (C) é calculado pela média aritmética de suas dimensões
Quadro 1. Dimensões, componentes e indicadores do Índice de Desenvolvimento da Família (IDF)
Dimensão Componente Indicador
Vulnerabilidade
Gestação e amamentação Ausência de gestante
Ausência de mães amamentando
Crianças, adolescentes e jovens
Ausência de crianças (0 - 6 anos)
Ausência de crianças e adolescentes (7-14 anos)
Ausência de crianças, adolescentes e jovens (7-17 anos)
Portadores de deficiência e idosos Ausência de portadores de deficiência
Ausência de idosos
Dependência econômica
Presença de cônjuge
Mais da metade de membros encontram-se em idade ativa
Acesso ao conhecimento
Analfabetismo Ausência de adultos analfabetos
Ausência de adultos analfabetos funcionais
Escolaridade
Presença de pelo menos um adulto com fundamental completo
Presença de pelo menos um adulto com secundário completo
Presença de pelo menos um adulto com alguma educação superior
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Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos - Relatório Semestral
Elaborado por Synergia Socioambiental 92
Dimensão Componente Indicador
Acesso ao trabalho
Disponibilidade de trabalho Mais da metade dos membros em idade ativa encontram-se ocupados
Qualidade dos postos de trabalho
Presença de pelo menos um ocupado no setor formal
Presença de pelo menos um ocupado em atividade não agropecuária
Remuneração
Presença de pelo menos um ocupado com rendimento superior a 1 SM
Presença de pelo menos um ocupado com rendimento superior a 2 SM
Disponibilidade de recursos
Extrema pobreza
Despesa familiar per capita superior à linha de extrema pobreza (1/4 salário mínimo)
Renda familiar per capita superior à linha de extrema pobreza (1/4 salário mínimo)
Despesa com alimentos superior à linha de extrema pobreza (1/4 salário mínimo)
Pobreza
Despesa familiar per capita superior à linha de pobreza (1/2 salário mínimo)
Renda familiar per capita superior à linha de pobreza (1/2 salário mínimo)
Capacidade de geração de renda Maior parte da renda não advém de transferências
Desenvolvimento infantil
Trabalho precoce
Ausência de pelo menos uma criança de menos de 10 anos trabalhando
Ausência de pelo menos uma criança de menos de 16 anos trabalhando
Acesso à escola
Ausência de pelo menos uma criança de 0 - 6 anos fora da escola
Ausência de pelo menos uma criança de 7-14 anos fora da escola
Ausência de pelo menos uma criança de 7-17 anos fora da escola
Progresso escolar
Ausência de pelo menos uma criança com até 14 anos com mais de 2 anos de atraso
Ausência de pelo menos um adolescente de 10 a 14 anos analfabeto
Ausência de pelo menos um jovem de 15 a 17 anos analfabeto
Condições habitacionais
Propriedade do domicílio Domicílio próprio
Domicílio próprio, cedido e invadido
Déficit habitacional Densidade de até dois moradores por dormitório
Habitabilidade Material de construção permanente
Acesso adequado à água Abastecimento de água adequado
Acesso adequado a saneamento e esgotamento sanitário Esgoto sanitário adequado
Acesso à coleta de lixo Lixo é coletado
Acesso à energia elétrica Acesso à energia elétrica