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PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS
E DOS SEDIMENTOS DA CTRSU – VALORSUL (1999-2015)
Carla Palma, Manuela Valença
Instituto Hidrográfico, Rua das Trinas, 49, 1249-093 Lisboa
MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL - MARINHA
Resumo
O programa de Monitorização da Qualidade das Águas e dos Sedimentos da
Central de Resíduos Sólidos Urbanos (CTRSU) implementado pela Valorsul, S.A. tem
vindo a ser executado pelo Instituto Hidrográfico (IH). Com vista ao acompanhamento da
evolução do estado da qualidade do meio marinho envolvente à central de tratamento,
foram efetuadas medições de parâmetros físico-químicos nas matrizes água e sedimento,
para a caracterização de possíveis impactos da atividade da CTRSU no estuário do rio
Tejo.
Neste trabalho efetua-se uma avaliação espácio-temporal dos resultados obtidos
nas matrizes água e sedimento para as diversas componentes do referido programa, no
período de 1999 a 2015 somente nas estações que foram amostradas ao longo dos 16
anos. Pelos resultados obtidos, foi possível verificar que nos locais sujeitos a avaliação e
nos parâmetros físico-químicos estudados, as variações registadas não são significativas
ao longo do período em estudo estando associadas, por um lado, à sazonalidade e à
dinâmica própria do estuário do rio Tejo, e por outro, à pressão antropogénica urbana e
industrial adjacente, pelo que não poderão ser relacionáveis diretamente à atividade da
CTRSU.
1. Introdução
O Programa de Monitorização da Qualidade das Águas e dos Sedimentos
implementado pela Valorsul desde 1998 tem como objetivo acompanhar e avaliar o
estado da qualidade ambiental do meio envolvente à Central de Tratamento de Resíduos
Sólidos Urbanos (CTRSU) no estuário do rio Tejo. Prevê também a avaliação do impacto
térmico gerado pelo Circuito de Água de Arrefecimento (CAR) na zona do estuário
adjacente. O programa é composto por quatro componentes: a medição das
temperaturas e velocidades de correntes relativas ao CAR em três estações de
amostragem; a determinação de parâmetros físico-químicos relevantes para o sistema
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em estudo nas águas superficiais e sedimentos do estuário do rio Tejo bem como na vala
de drenagem adjacente à CTRSU e a determinação de parâmetros físico-químicos nas
águas subterrâneas.
Com o presente trabalho pretende-se efetuar uma avaliação espácio-temporal
durante o período de 1999-2015 na matriz água e sedimento focando-se em alguns
parâmetros mais relevantes do programa de monitorização como os nutrientes, metais e
compostos orgânicos. A discussão dos resultados é efetuada individualmente nas duas
matrizes estudadas (água e sedimento), servindo de suporte a esta discussão o Decreto-
Lei nº 103/2010, de 24 de setembro, que ”…transpõe para a ordem jurídica nacional a
diretiva 2008/105/CE, de 16 de dezembro, que estabelece as normas de qualidade
ambiental (NQA) no domínio da política da água.”; o Decreto-Lei nº 218/2015, de 7 de
outubro, que altera o decreto anterior no que respeita às substâncias prioritárias e
normas de qualidade ambiental no domínio da política da água; a Portaria nº 1450/2007,
de 12 de Novembro que é um instrumento regulamentar que classifica os sedimentos de
acordo com o seu grau de contaminação em metais e compostos orgânicos no âmbito
das operações de dragagem e eliminação de inertes por deposição ou imersão; os guias
da Convenção para a Protecção do Ambiente Marinho do Atlântico Nordeste (OSPAR) -
Monitoring Guidelines (OSPAR, 2002); os relatórios Quality Status Report 2000: Region
IV – Bay of Biscay and Iberian Coast (OSPAR, 2000) e Co-ordinated Environmental
Monitoring Programme-Assessment manual for contaminants in sediments and biota
(OSPAR, 2008). A utilização destes documentos e dos critérios neles contidos na
avaliação dos parâmetros físico-químicos e sistemas monitorizados, será efetuada de
forma ponderada, uma vez que há diferenças entre o tipo de sistema em estudo e o tipo
de sistema para os quais os critérios referidos foram criados, podendo estes, em última
análise, funcionar apenas como valores indicativos.
2. Plano de Amostragem, Métodos e Controlo de qualidade
Nos anos de 1999 a 2015 foram ocupadas três estações no estuário (La1, La2 e
La3) e uma estação numa secção transversal da vala de drenagem (Lb) ao local de
implantação da CTRSU tal como se apresenta na Figura 1. Nos anos de1999 a 2003
também foi amostrada a estação La4 situada a leste da Ponta de Destroi.
As campanhas hidrológicas no estuário e na vala de drenagem decorreram em
situação considerada de maré morta e em duas situações de maré distintas; preia-mar
(PM) e baixa-mar (BM). A periocidade da amostragem das águas nas estações do
estuário foi variando ao longo do tempo, assim como os níveis de colheita em
profundidade - superfície (S) e fundo (F). Na Tabela I apresenta-se a periocidade ao
longo do tempo assim com os níveis de amostragem.
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Figura 1 – Localização das estações de amostragem no estuário e na vala de drenagem.
Tabela I – Periocidade e níveis de amostragem nas águas estuarinas e na vala de drenagem (1999-2015).
Anos Periocidade Nível
Superfície Fundo
1999 10 X X
2000 a 2002 12 X X
2003 10 X X
2004 a 2009 6 X X
2010 a 2012 4 X X
2013 2 X
2014 a 2015 4 X
A componente das águas subterrâneas teve início em 2003, apresentando-se na
Tabela II a periocidade ao longo do tempo assim com os piezómetros amostrados.
Tabela II – Periocidade de amostragem nas águas subterrâneas (2003-2015).
Anos Periocidade Nível
PZ1 PZ2 PZ3 PZ4 PZ5 PZ6
2003 a 2007 12 X X X X X X
2008 a 2009 6 X X X X
2010 a 2012 2 X X
2013 1 X X
2014 a 2015 2 X X X X
As amostras de água foram colhidas com garrafa de Niskin (Figura 2). Na
componente das águas subterrâneas foram efetuadas campanhas semestrais sendo a
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amostragem efetuada com uma bomba submersível com alimentação autónoma por
gerador. A amostragem dos sedimentos foi anual sendo a colheita efetuada com uma
draga Smith-McIntyre (Figura 3).
Figura 2 – Garrafa de Niskin para colheita de
amostras de água de superfície.
Figura 3 – Draga Smith-McIntyre para colheita de
amostras de sedimento.
Em termos analíticos houve necessidade de adaptação a novas metodologias
face à evolução do conhecimento – desde a optimização à acreditação de métodos de
análise, reforço das medidas de controlo de qualidade interno e atualização de
equipamentos. Os tratamentos efetuados às amostras de água e sedimento até ao
momento de análise, assim como a quantificação dos diversos parâmetros estão
descritos nos relatórios técnicos finais entregues à Valorsul, S.A (Central de Resíduos
Sólidos Urbanos).
A Tabela III apresenta os diversos parâmetros físico-químicos analisados nas
matrizes água e sedimento e as respetivas técnicas analíticas.
Tabela III – Parâmetros analisados nas diferentes componentes do programa de monitorização.
Parâmetro Técnica Analítica Matriz
Água
s
Sed.
Temperatura Termometria X
pH Potenciometria X X
Oxigénio Dissolvido Iodometria X
Salinidade Condutimetria X
Nutrientes (NO2, NH4) Espectrometria de Absorção Molecular (Fluxo Contínuo Segmentado)
X
Nutrientes (NO3, PO4) X
Metais (As, Cu, Zn, Fe, Cd, Mn, Ni, Pb, Hg) Espectrometria de Absorção Atómica X X
Óleos e Gorduras e Hidrocarbonetos Espectrometria de Infravermelho X X
Granulometria Peneiração e Difração Laser X
Carbono Orgânico Total Espectroscopia de Absorção de Infravermelho não Dispersivo X
Matéria Orgânica Gravimetria (Perda por Ignição a 550ºC) X
Pesticidas Organoclorados e Policlorobifenilos (PCB) Cromatografia Gasosa (GC-ECD) X
Hidrocarbonetos Aromáticos Espectrometria de Fluorescência de Ultravioleta X
Hidrocarbonetos Poliaromáticos (PAH) Cromatografia Gasosa / Espectrometria de Massa (GC-MSD) X
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O controlo de qualidade analítico interno e externo foi efetuado de acordo com os
requisitos definidos pelo laboratório, nomeadamente a realização de duplicados, ensaios
em branco e de recuperação, a utilização de materiais de referência certificados (MRC) e
a participação em ensaios interlaboratoriais (EIL). De referir que, para a maioria dos
parâmetros estudados, o desempenho do laboratório em EIL foi satisfatório. Os
laboratórios de Química e Sedimentologia do Instituto Hidrográfico são acreditados
segundo a norma NP EN ISO/IEC 17025.
3. Apresentação e Discussão dos Resultados
Na análise efetuada e para efeitos de cálculo, os valores ao nível do LQ foram
considerados em metade do seu valor absoluto conforme definido no art. 7º do DL
103/2010. Para efeitos de somatórios dos congéneres dos policlorobifenilos analisados,
dos isómeros do DDT e seus metabolitos e dos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos,
os valores abaixo do LQ são considerados como zero.
Os resultados dos metais são discutidos a partir de 2004, pois entre 1999 e 2003
as análises foram efetuadas por um laboratório contratado, sendo os seus limites de
detecção e método de determinação/quantificação diferentes do IH.
3.1. Águas superficiais do estuário do rio Tejo e da vala de drenagem
Os diversos parâmetros analisados são discutidos em função dos seus
indicadores estatísticos (média, mínimo e máximo) nas duas situações de maré (PM e
BM). No estudo das águas superficiais só se entrou em consideração com as estações
que foram amostradas no período 1999-2015 (La1, La2, La3 e Lb). De salientar que,
embora estejam a ser efetuadas comparações de teores médios anuais dos diferentes
parâmetros, o numero de amostragens por ano variou entre 2 e 12.
A Tabela IV apresenta os resultados obtidos no período 1999-2015 nas amostras
de água superficial colhidas nas estações do estuário do rio Tejo e na vala de drenagem
para os parâmetros temperatura (T), pH, oxigénio dissolvido (O2), salinidade (SAL) e na
Tabela V para os parâmetros nitrato (NO3), nitrito (NO2), azoto amoniacal (NH4) e fósforo
reativo (PO4).
A análise da Tabela IV permite concluir que para os parâmetros T, pH e SAL não
existem diferenças significativas no período estudado. Os teores de O2 variam entre
2,71 e 10,7 mg L-1 para a estação La1, entre 4,38 e 10,1 mg L-1 para a La2, entre
4,00 e 10,4 mg L-1 para a La3 e para a Lb entre <0,03 e 22,8 mg L-1. A amplitude
verificada nestes parâmetros está associada à sazonalidade nomeadamente às variações
de temperatura do ar e pluviosidade.
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Tabela IV – Teores médios, mínimo e máximo dos parâmetros físico-químicos T, pH, O2 e SAL nas amostras de água (1999-2015).
Ano T(ºC) pH O2 (mg L
-1) SAL (PSU)
La1 La2 La3 Lb La1 La2 La3 Lb La1 La2 La3 Lb La1 La2 La3
1999 média 18,7 18,8 19,2 19,0 8,04 8,08 8,06 8,08 7,89 6,90 7,80 3,42 15,234 25,621 23,216
min-max 11,0-24,5 11,0-24,0 12,6-25,0 11,0-24,5 7,74-8,42 7,68-8,39 7,85-8,38 7,55-8,20 5,92-9,64 5,54-8,37 4,36-9,33 <0,03-7,34 <2,000-33,368 2,642-34,525 5,913-34,230
2000 média 13,2 13,5 14,4 18,6 8,16 8,29 8,11 7,88 8,22 7,11 7,88 6,60 9,209 19,722 17,531
min-max 10,0-16,5 10,-16,0 10,0-16,5 11,0-28,0 7,77-8,30 8,11-8,65 8,02-8,23 6,63-8,99 6,04-10,0 5,83-8,70 4,00-9,49 1,44-15,0 <2,000-25,347 <2,000-31,613 <2,000-28,795
2001 média 20,3 19,9 19,1 19,8 8,07 8,14 8,06 8,13 8,47 7,52 8,15 8,35 6,016 16,935 12,561
min-max 12,1-24,5 12,4-25,0 12,0-24,0 13,0-28,0 7,68-8,71 7,87-8,60 7,77-8,30 7,49-9,13 6,40-9,91 5,87-9,86 4,41-10,4 3,02-18,4 <2,000-27,491 <2,000-32,589 <2,000-31,144
2002 média 14,0-26,0 14,0-27,0 13,5-23,6 13,5-16,0 7,66-8,22 7,80-8,45 7,80-8,21 7,39-9,42 7,78 6,86 7,65 8,15 <2,000-30,256 <2,000-33,443 <2,000-32,452
min-max 14,0-26,0 14,0-27,0 13,5-23,6 13,5-16,0 7,66-8,22 7,80-8,45 7,80-8,21 7,39-9,42 6,13-8,79 5,17-7,84 6,22-8,88 2,43-19,5 <2,000-30,256 <2,000-33,443 <2,000-32,452
2003 média 12,6 13,3 13,0 15,1 8,07 8,49 8,08 8,13 8,52 7,60 8,33 9,36 8,929 19,088 14,726
min-max 10,5-15,5 10,0-16,0 11,2-15,4 8,0-23,5 7,40-8,26 8,22-8,69 7,94-8,20 7,18-8,86 6,94-10,7 6,38-10,1 6,99-10,4 4,43-22,8 <2,000-27,839 <2,000-32,136 <2,000-30,675
2004 média 18,0 18,0 17,9 20,0 7,94 8,09 7,98 8,25 8,48 7,56 7,86 9,18 8,002 18,528 15,930
min-max 12,6-26,3 12,8-26,0 13,2-25,1 13,8-25,1 7,65-8,16 7,92-8,27 7,79-8,11 7,91-8,9 6,79-10,1 6,64-8,61 5,80-9,64 4,24-15,9 <2,000-24,308 9,715-31,138 5,589-28,629
2005 média 18,0 18,6 18,1 22,8 7,91 8,10 7,99 8,16 7,87 7,30 7,66 7,92 17,736 26,028 23,756
min-max 10,7-26,3 12,1-27,2 11,2-26,4 14,5-26,4 7,42-8,26 7,88-8,40 7,75 7,66 3,39-9,44 6,55-7,98 6,26-9,47 <0,03-18,7 <2,000-31,391 14,056-34,091 9,628-33,814
2006 média 17,6 18,1 17,5 21,0 8,11 8,11 8,04 7,91 8,59 7,38 8,33 7,35 8,351 18,556 12,575
min-max 10,8-23,0 12,2-24,2 10,9-22,6 12,4-22,6 7,95-8,81 7,90-8,43 7,74-8,23 6,72-,50 6,63-9,97 4,38-8,75 6,62-9,47 <0,03-15,9 <2,000-26,545 4,624-31,272 <2,000-28,536
2007 média 17,5 17,9 17,2 18,0 7,87 8,02 7,93 8,03 7,16 6,47 7,37 6,69 11,706 22,724 17,585
min-max 12,1-22,4 12,9-22,2 12,3-21,6 10,0-21,6 7,71-8,11 7,84-8,23 7,808,08 7,53-8,57 2,71-9,10 5,21-7,48 5,71-9,12 1,61-19,0 <2,000-26,294 13,050-31,078 4,712-29,723
2008 média 17,9 18,0 17,7 20,9 8,03 8,10 8,01 8,02 8,36 6,98 8,10 8,07 11,462 23,810 20,538
min-max 12,4-23,7 12,2-23,9 12,9-23,1 14,9-23,1 7,83-8,31 7,89-8,34 7,90-8,11 7,77-8,29 7,22-10,7 5,74-8,20 7,40-9,50 4,57-15,0 <2,000-26,827 12,956-31,937 8,247-30,270
2009 média 19,3 18,4 18,3 22,9 8,03 8,08 8,01 8,07 7,55 6,93 8,02 7,75 11,303 24,858 21,461
min-max 10,6-24,5 11,7-25,1 24,1 24,1 7,89-8,31 7,92-8,3 7,88-8,15 7,60-8,45 3,27-9,42 5,07-8,25 6,68-9,36 4,10-14,3 3,453-21,872 13,324-33,356 9,423-31,262
2010 média 17,6 18,1 17,9 18,6 7,87 8,00 7,89 6,99 8,00 7,04 7,69 4,73 7,817 19,168 15,098
min-max 11,4-23,7 12,3-25,1 11,7-24,4 12,0-34,0 7,70-8,09 7,81-8,23 7,58-8,11 7,45-8,65 6,43-9,82 5,78-8,95 4,77-9,74 2,18-10,17 <2-22,599 5,942-30,259 3,228-28,03
2011 média 17,6 17,6 17,4 17,3 7,92 8,05 7,97 7,13 8,05 7,63 8,21 6,68 10,330 23,060 17,342
min-max 9,8-22,0 10,7-22,1 9,4-21,7 11,0-27,2 7,44-8,17 7,88-8,23 7,59-8,13 7,72-8,33 3,48-10,31 5,85-9,87 6,89-10,1 4,19-11,84 <2-27,579 5,786-32,576 3,228-28,280
2012 média 18,1 17,9 17,9 16,5 8,01 8,08 8,00 7,96 8,22 7,20 8,08 5,05 16,426 28,483 23,642
min-max 11,0-23,1 11,1-23,9 11,5-22,7 7,6-27,6 7,83-8,15 7,92-8,21 7,92-8,08 7,92-9,83 6,75-9,65 5,56-9,08 6,61-9,59 3,81-7,79 2,732-29,222 13,818-32,817 3,410-32,344
2013 média 16,3 16,6 16,1 16,4 7,96 8,11 8,05 8,00 8,55 7,85 8,53 7,93 6,589 21,300 14,956
min-max 11,1-21,2 11,8-21,6 10,7-21,3 11,3-19,9 7,68-8,20 8,01-8,21 8,01-8,08 7,87-8,09 7,00-10,00 6,70-9,40 7,00-10,0 6,50-8,90 <2,000-13,772 14,057-29,247 8,439-19,214
2014 média 17,7 16,8 17,7 20,7 7,84 8,11 7,94 7,82 8,54 7,74 8,36 4,46 9,823 16,655 13,142
min-max 11,7-22,9 12,2-20,5 11,7-22,5 16,5-26,6 7,6-22,9 7,77-8,87 7,88-8,10 7,74-8,31 7,50-10,00 7,30-9,00 7,60-10,0 0,47-10,0 2,669-16,561 7,983-29,564 4,315-24,705
2015 média 18,0 18,5 18,0 20,1 7,74 7,70 7,79 7,81 8,44 7,85 8,06 6,31 7,771 22,248 17,825
min-max 11,0-24,1 12,6-25,5 11,8-2,3 14,6-25,5 6,90-8,22 6,65-7,99 6,89-8,04 7,40-8,06 7,70-9,40 7,10-8,90 6,90-9,00 3,70-8,60 <2,000-19,809 13,727-30,344 11,011-28,473
7
Tabela V – Teores médios, mínimo e máximo dos nutrientes NO3, NO2, NH4 e PO4 nas amostras de água (1999-2015).
Ano NO3 (µg-N L
-1) NO2 (µg-N L
-1) NH4(µg-N L
-1) PO4 (µg-P L
-1)
La1 La2 La3 Lb La1 La2 La3 Lb La1 La2 La3 La1 La2 La3
1999 média 575 423 470 2941 29 42 35 522
_ _ _ 130 113 109
min-max 69-1040 72-920 52-1010 34-29440 4,2-78 9,2-80 6,3-80 11,9-1865 46-290 46-280 55-241
2000 média 761 589 643 3055 21 36 26 159
_ _ _ 134 123 118
min-max 170-1240 220-1340 160-1260 160-4940 3,9-54 13,8-58 12,6-49 12,6-253 67-277 60-190 62-217
2001 média 903 654 749 1080 24 25 19 54
_ _ _ 104 101 98
min-max 200-1444 139-1410 147-1450 240-7340 8,2-101 11,4-47 10,0-34 12,8-205 64-166 59-156 48-141
2002 média 999 620 716 3020 24 38 28 243
_ _ _ 114 105 103
min-max 310-2870 143-1270 143-1090 390-5140 8,5-52 8,9-71 6,8-61 14,6-222 61-157 51-169 50-164
2003 média 760 555 617 4562 23 28 22 174
_ _ _ 111 95 93
min-max 290-1190 131-1111 160-1080 3330-16600 6,9-77 12,3-56 6,8-60 244-498 63-226 50-206 52-169
2004 média 1013 719 731 879 21 32 22 237
_ _ _ 135 121 113
min-max 502-1363 210-1047 237-1111 348-1097 9,9-42 17,9-47 11,1-33 14,8-429 15,0-213 70-185 67-187
2005 média 701 510 516 3013 27 38 25 149 97 343 99 135 110 109
min-max 245-1175 235-791 208-915 266-5749 15,3-51 22-51 17,9-41 79-326 6,8-211 136-564 8,1-207 78-192 77-155 75-171
2006 média 814 682 686 1437 19 34 22 73 81 317 99 131 104 111
min-max 279-1209 1741112 211-1125 503-2792 4,8-38 14,1-68 11,4-36 50-181 12,6-228 121-642 25-229 95-237 66-171 61-188
2007 média 890 622 719 1925 19 27 20 242 94 271 117 145 112 121
min-max 486-1412 350-1063 333-1275 441-3342 5,3-32 14,4-49 10,3-30 42-1135 6,2-157 114-430 79-150 96-237 67-172 72-185
2008 média 734 558 546 1649 22 36 22 179 101 356 116 126 101 100
min-max 431-1000 305-888 303-799 303-2521 8,3-39 21-55 15,8-35 50-500 12,7-240 105-685 4,5-295 99-155 73-143 75-136
2009 média 792 508 563 2709 22 29 22 165 98 302 108 137 99 108
min-max 393-1284 177-927 218-997 460-5200 4,73-52 13,0-51 11,1-41 55-328 11,8-138 74-640 11,7-210 102-183 74-121 79-137
2010 média 1033 760 838 2189 15,5 25,0 16,9 131 66 298 94 105 100 94
min-max 630-1300 400-1200 480-300 540-5400 11,2-23 14,9-36 10,7-26 52-190 31-150 160-500 47-134 61-152 65-132 47-134
2011 média 859 528 703 2884 10,8 17,1 11,6 146 53 252 69 75 73 69
min-max 600-1500 240-740 400-1200 580-6300 7,2-15,3 10,5-23 8,2-16 28-260 <14-110 76-460 52-90 57-98 43-99 52-90
2012 média 663 401 470 2950 13,5 29,9 16,7 186 83 481 90 98 81 90
min-max 340-1080 210-750 230-900 1100-4400 7,6-22 15,3-51 10,2-27 97-250 19-190 140-750 62-112 44-132 4,3-114 62-112
2013 média 768 483 590 2685 22,6 25,4 22,3 54 60 205 91 104 88 91
min-max 570-1100 310-640 490-690 540-5900 4,2-39 12,4-46 7,7-37 19-105 <14-140 150-260 78-99 95-110 75-108 78
2014 média 743 596 514 2408 20,5 21,6 15,3 218 68 238 70 75 83 70
min-max 350-970 160-1300 49-810 <7-6000 9,7-62 12,5-36 9,4-33 110-350 <14-180 110-550 51-93 57-109 59-108 51-93
2015 média 645 438 396 3607 16,6 18,1 14,1 105 89 230 79 93 84 79
min-max 59-990 120-770 <14-860 99-680 6,9-37 8,1-26 7,3-26 29-180 <14-190 92-360 54-111 73-136 51-116 54-111
8
Pela análise da Tabela V verifica-se que nas estações estuarinas (La1, La2 e La3)
o teor médio de NO3 apresenta diferenças pouco significativas, com os teores mais
elevados na estação situada mais a montante (La1) onde é maior a influência do regime
de descarga do rio. Os teores médios variaram entre 59 e 2870 µg – N L-1 para a estação
La1, entre 72 e 1410 µg – N L-1 para a La2 e para a La3 entre <14 e 1260 µg – N L-1. O
NO2 registou valores médios semelhantes ao longo do estuário e ao longo do tempo, com
valores a variarem entre 3,9 e 80 µg-N L-1.
Na vala de drenagem ocorreram sistematicamente os valores máximos de NO3 e
NO2, verificando-se que entre 1999 e 2003 os teores máximos encontrados são muito
superiores aos encontrados nos anos seguintes. Entre 1999 e 2003 os teores máximos
foram de 29400 µg – N L-1 para o NO3 e de 1865 µg – N L-1 para o NO2, enquanto que
nos anos de 2004 a 2015 estes máximos foram de 6300 µg – N L-1 para o NO3 e
1135 µg – N L-1 para o NO2.
Não se verificam diferenças significativas no comportamento do PO4 ao longo do
tempo, com as médias consistentes e amplitudes estáveis, variando os seus teores entre
15 e 290 µg-P L-1.
A evolução dos teores médios de NH4 apresentam um comportamento semelhante
e da mesma ordem de grandeza para as estações La1 e La3, variando entre 6,2 e 45 µg-
N L-1. Os valores encontrados na estação La2 foram superiores, variando entre 74 e 640
µg-N L-1, o que pode estar relacionado com alguma influência, não quantificada, de
escorrências da vala de drenagem.
Na Figura 4 apresentam-se os resultados em gráficos no qual estão
representadas as medidas estatísticas: mediana (Median), percentil de valores entre 25%
e 75% em redor da mediana (25%-75%), os valores máximo e mínimo (Non-Outlier Rang)
e os valores aberrantes (Outliers e Extremes), para o nitrato (NO3), nitrito (NO2), azoto
amoniacal (NH4) e fósforo reativo (PO4) para as estações La1, La2, La3 e Lb. Não se
entrou em consideração os teores do NO3 e NO2 na estação Lb nos anos de 1999 a
2003.
9
Figura 4 – Mediana (Median), percentil de valores entre 25 e 75% em redor da mediana (25-75%), valores máximo e mínimo (Non-Oultier Rang) e valores aberrantes (Outliers e Extremes) do NO3 (a), NO2
(b), NH4 (c) e PO4 (d) no estuário do rio Tejo e na vala de drenagem nos anos de 1999 a 2015.
Verifica-se que os valores da mediana dos diversos nutrientes são superiores em
situação de BM relativamente aos valores de PM. O percentil de valores entre 25% e
75% em redor da mediana, para cada um dos parâmetros NO3 (Figura 4 (a)), NO2 (Figura
4 (b)) e PO4 (Figura 4 (d)) para as estacões do estuário (La1, La2 e La3) são da mesma
ordem de grandeza, enquanto para o parâmetro NH4 (Figura 4 (c)) já se verificam
variações entre estações. O percentil de valores entre 25% e 75% em redor da mediana
para os parâmetros NO3 (Figura 4 (a)) e NO2 (Figura 4 (b)) apresenta variações
significativas.
A Tabela VI apresenta os resultados obtidos no período 2004-2015 para as
amostras de água estuarinas (La1, La2 e La3) e para a vala de drenagem (Lb) para os
metais arsénio (As), cádmio (Cd), cobre (Cu), ferro (Fe), mercúrio (Hg), níquel (Ni),
chumbo (Pb) e zinco (Zn).
(a) NO3 (µg-N L-1
) (b) NO2 (µg-N L-1
)
(c) NH4 (µg-N L-1
) (d) PO4 (µg-P L-1
)
10
Tabela VI – Teores médios, mínimo e máximo dos metais As, Cd, Cu, Fe, Hg, Ni, Pb e Zn nas amostras de água (1999-2015).
Ano As (µg L
-1) Cd Cu Fe
La1 La2 La3 Lb La1 La2 La3 Lb La1 La2 La3 Lb La1 La2 La3 Lb
2004 média 3,13 2,45 2,81 5,39 0,309 0,436 0,387 0,340 2,85 2,03 2,63 8,21 15,9 13,6 17,0 47
min-max 2,01-4,09 1,44-4,93 1,66-4,70 2,58-18,6 0,107-0,499 0,084-0,856 0,217-0,863 0,101-0,672 1,78-4,63 1,25-2,49 0,779-5,69 1,70-26 6,17-37 4,61-32 2,83-83 2,21-144
2005 média 3,14 3,09 2,82 4,29 0,195 0,153 0,252 0,14 3,0 1,83 2,79 4,82 6,45 7,36 5,53 57
min-max 2,18-5,55 1,78-4,80 1,29-5,37 1,16-11,8 <0,03-0,404 <0,03-0,258 0,053-0,626 0,040-0,281 0,429-8,75 0,963-3,60 1,65-5,56 1,18-16,3 2,53-14,8 2,01-16,9 2,39-12,7 5,33-308
2006 média 3,23 3,03 2,88 4,30 0,143 0,148 0,154 0,11 3,2 2,42 4,94 5,78 23,15 7,22 6,15 62
min-max 1,54-5,30 0,700-3,61 1,55-4,20 2,81-6,85 <0,03-0,599 <0,03-0,717 <0,03-0,779 <0,03-0,370 1,03-9,05 0,795-7,84 1,48-32 1,51-23 <1-141 <1-29 1,19-36 2,16-389
2007 média 3,54 3,99 3,55 5,69 0,208 0,085 0,132 0,06 3,0 2,48 2,78 5,77 3,58 4,01 4,55 30
min-max 0,961-5,00 1,73-4,42 1,89-5,23 2,58-11,0 <0,03-1,87 <0,03-0,386 <0,03-0,473 <0,03-0,145 0,30-12,8 1,14-4,35 2,08-4,98 1,94-23 0,316-13,1 1,26-9,45 1,59-13,1 2,24-233
2008 média 2,98 2,77 2,69 4,95 0,072 0,037 0,088 0,05 2,6 2,74 4,35 6,26 2,89 2,84 2,06 22
min-max 2,51-3,79 2,17-3,13 2,33-3,7 2,30-7,12 0,030-0,150 0,030-0,053 <0,03-0,421 <0,03-0,182 <0,3-8,64 1,30-5,72 1,48-14,5 3,08-21 <1-7,31 <1-9,16 <1-4,42 2,31-85
2009 média 2,93 2,52 2,50 4,22 0,199 0,066 0,454 4,22 3,3 2,83 3,12 10,00 2,30 3,81 1,96 12
min-max 1,61-4,83 1,97-3,0 1,90-3,33 1,39-8,64 <0,03-0,596 <0,03-0,232 <0,03-0,086 1,39-8,64 1,88-5,03 1,61-5,74 1,73-5,99 2,01-57 <14,10 <1-11,1 <1-3,45 1,16-56
2010 média 2,29 1,97 2,21 4,52 0,046 0,057 0,123 <0,03 10,2 3,61 4,84 6,84 7,89 3,40 7,76 26
min-max 1,40-2,88 0,275-2,58 1,59-2,57 2,06-9,14 <0,03-0,086 <0,03-0,130 <0,03-0,649 <0,03-0,041 2,35-53 2,28-6,17 2,96-8,78 2,92-11,9 2,43-4,30 2,46-5,40 1,92-29 2,80-56
2011 média 1,93 1,85 1,54 3,00 0,039 0,089 0,064 0,061 7,95 6,20 9,39 13,7 31 3,94 9,20 13,2
min-max 1,66-2,66 1,63-2,07 <0,03-2,12 2,27-4,65 <0,03-0,085 <0,03-0,185 <0,03-0,155 <0,03-0,193 1,78-24 1,84-1405 1,35-31 1,77-65 4,84-137 1,44-8,71 3,82-32 3,01-38
2012 média 2,25 2,06 2,16 2,34 0,070 0,100 0,051 0,031 68 9,33 10,1 4,55 2,97 1,89 2,34 11,2
min-max 1,89-2,83 1,7-2,46 1,91-2,65 0,832-3,81 <0,03-0,229 <0,03-0,542 <0,03-0,152 <0,03-0,139 2,22-235 0,727-22 1,15-28 0,307-11,6 <1-5,46 <1-3,24 1,05-3,77 <1-50
2013 média 3,62 2,78 3,07 1,74 <0,03 <0,03 <0,03
<0,03 0,534 0,851 <0,3 2,80 2,62 2,80 1,66 2,81
min-max 3,21-4,02 2,39-3,16 2,96-3,17 1,22-2,26 <0,03-0,918 <0,03-0,038 <0,03-0,152 <0,3-0,918 0,422-1,028 <0,3 2,39-3,07 <1-4,74 <1-5,1 1,17-2,14 1,23-4,39
2014 média 1,71 2,16 1,93 3,64
<0,03 <0,03 <0,03 0,040 2,75 4,86 3,48 12, 8 9,42 4,57 6,83 44
min-max 1,27-2,09 1,31-2,60 1,48-2,47 2,36-5,40 <0,03-0,173 1,01 1,35-10,6 1,64-4,92 4,41-32 3,81-16,4 1,39-8,40 2,33-10,6 9,07-110
2015 média 2,11 5,45 0,069 0,105 0,069 0,105 0,332 0,032 2,39 1,77 10,3 3,33 7,51 9,41 2,11 5,45
min-max 1,78-2,40 4,22-6,99 <0,03-0,230 <0,03-0,223 <0,03-0,230 <0,03-0,223 <0,03-0,892 <0,03-0,119 0,797-5,36 0,761-4018 <1-25 2,27-5,61 2,64-16,6 2,95-18,7 1,78-2,40 4,22-6,99
11
Tabela VI (continuação) – Teores médios, mínimo e máximo dos metais As,Cd, Cu, Fe, Hg, Ni, Pb e Zn nas amostras de água (1999-2015).
Ano Hg Ni Pb Zn
La1 La2 La3 Lb La1 La2 La3 Lb La1 La2 La3 Lb La1 La2 La3 Lb
2004 média 0,03 0,02 0,02 0,07 1,22 0,973 1,12 5,39 0,965 1,13 0,991 2,37 4,34 4,17 4,86 59
min-max <0,01-0,12 <0,01-0,04 <0,01-0,06 0,02-0,38 0,825-1,54 0,686-1,16 0,628-1,82 2,58-18,6 0,534-1,89 0,700-1,54 0,727-1,39 1,15-5,50 2,32-8,92 1,23-9,83 1,70-7,51 7,80-215
2005 média 0,020 0,014 0,013 0,019 0,750 0,630 0,700 4,29 1,45 1,25 1,35 1,81 8,59 7,71 9,67 75
min-max <0,01-0,07 <0,01-0,03 <0,01-0,02 <0,01-0,06 0,319-1,04 0,309-7,92 0,329-1,06 1,16-11,8 0,809-3,25 0,637-1,94 0,753-2,62 0,807-4,38 2,61-16,7 2,05-13,9 3,52-18,8 10,4-213
2006 média 0,022 0,029 0,025 0,027 3,08 2,07 2,23 4,30 1,12 1,092 1,30 1,83 7,89 8,60 11,5 181
min-max <0,01-0,09 <0,01-0,04 <0,01-0,06 <0,01-0,05 1,22-7,65 0,321-3,80 0,423-6,59 2,81-6,85 0,264-2,25 0,308-2,70 0,330-3,32 0,436-6,19 2,83-13,0 2,70-15,7 4,99-26 9,83-638
2007 média 0,018 0,010 0,018 0,018 3,46 4,01 4,03 5,69 0,896 0,261 0,345 0,899 4,50 3,44 9,96 73
min-max <0,01-0,04 <0,01-0,05 <0,01-0,04 <0,01-0,06 0,300-6,75 0,300-11,4 0,463-9,8 2,58-11,0 0,03-7,03 <0,03-0,815 0,062-0,999 <0,03-3,81 2,10-9,53 1,24-7,87 1,86-73 4,83-206
2008 média 0,021 0,023 0,011 0,019 1,40 1,27 0,96 4,95 0,700 0,853 0,667 0,965 4,13 4,23 5,32 92
min-max <0,0075-0,129 <0,0075-0,021 <0,0075-0,021 <0,0075-0,061 0,192-4,89 0,296-5,03 0,300-2,02 2,30-7,12 0,338-1,41 0,214-4,07 0,205-1,97 0,253-2,20 1,48-7,41 1,06-8,92 1,59-18,7 10,5-493
2009 média 0,012 0,018 0,012 0,023 4,55 4,06 5,14 4,22 0,610 0,796 0,633 2,17 11,5 8,95 9,81 378
min-max <0,0075-0,053 <0,0075-0,010 0,008-0,021 <0,0075-0,065 0,750-7,45 1,62-11,9 1,49-10,5 1,39-8,64 0,305-1,21 0,458-1,83 0,304-1,77 0,622-6,14 4,88-47 3,76-16,1 3,93-18 7,76-2082
2010 média 0,033 0,037 0,025 0,039 8,94 4,94 4,68 4,52 0,562 0,505 0,513 0,906 8,58 6,51 7,45 85
min-max 0,009-0,084 <0,0075-0,042 0,012-0,048 0,023-0,062 2,85-15,4 0,201-10,1 0,470-11,0 2,06-9,14 0,341-0,965 0,069-017 0,330-0,930 0,423-1,92 4,83-15,1 3,60-9,74 4,27-10,7 10,7-526
2011 média 0,017 0,012 0,013 0,012 3,73 1,62 2,45 5,61 1,17 0,57 0,96 1,35 13,23 17,42 19,53 21
min-max <0,0075-0,061 <0,0075-0,019 <0,0075-0,026 <0,0075-0,023 <0,03-12,6 <0,03-3,35 <0,03-7,08 <0,03-32 0,321-2,70 0,270-1,11 0,299-3,50 0,206-4,60 4,25-29 3,20-69 6,88-55 4,09-68
2012 média <0,0075 <0,0075 <0,0075 <0,0075 14,2 3,77 3,94 2,34 4,73 0,860 1,08 1,10 55 9,34 11 22
min-max <0,0075-0,008 <0,0075-0,008 <0,0075-0,008 <0,0075-0,013 1,93-54 <0,03-13,4 <0,03-8,60 0,832-3,81 0,389-20 0,159-1,36 0,218-3,27 0,201-2,60 5,49-187 2,19-17,2 3,16-17,4 0,907-123
2013 média <0,0075 <0,0075 <0,0075 <0,0075 1,89 0,763 1,53 1,61 0,473 2,28 1,66 0,49 3,62 2,78 1,74 1,37
min-max <0,0075-0,010 <0,0075-0,009 <0,0075-0,010 <0,0075-0,010 0,160-5,26 0,169-1,91 0,107-2,95 0,077-6,34 0,150-1,40 0,150-7,65 0,312-5,26 4,74-5,10 3,21-4,02 2,39-3,16 1,22-2,26 1,22-3,17
2014 média 0,008 0,010 <0,0075 0,010 1,61 2,47 1,68 3,64 0,334 0,196 0,479 1,250 5,15 10,6 9,32 13,86
min-max <0,0075-0,034 <0,0075-0,085 <0,0075-0,019 <0,0075-0,027 1,28-2,08 0,630-5,33 <0,03-3,18 2,36-5,40 0,068-0,968 0,037-0,472 <0,03-0,938 0,225-3,24 3,61-6,10 6,48-18,2 5,60-14,6 9,13-20
2015 média
<0,0075 <0,0075 <0,0075 <0,0075 1,84 0,72 1,65 5,45 0,278 0,078 0,128 0,108 4,97 5,07 11,09 5,22
min-max 0,155-6,6 0,140-2,35 0,104-7,40 4,22-6,99 <0,03 -0,846 <0,03-0,197 <0,03-0,360 <0,03-0,270 1,28-9,18 2,72-7,68 3,96-16,1 3,22-7,66
12
Os teores médios dos metais As, Cd, Cu, Fe, Hg, Ni, Pb e Zn nas estações do
estuário e da vala de drenagem estuário (Tabela VI) são da mesma ordem de grandeza.
São exceção os teores encontrados na estação La1 para os metais Cu, Ni, Pb e Zn no
ano de 2012 e na estação Lb para o Zn e Cd em 2009. Não entrando com as referidas
exceções, os teores médios variaram entre 0,105 e 5,69 µg L-1 para o As, entre
<0,03 e 0,454 µg L-1 para o Cd, entre 0,534 e 10,2 µg L-1 para o Cu, entre
<0,0075 e 0,07 µg L-1 para o Hg, entre 0,630 e 8,94 µg L-1 para o Ni, entre 0,078 e 2,37
µg L-1 para o Pb. Para o Zn os valores variaram entre 1,74 e 19,5 µg L-1 para as amostras
do estuário e entre 1,37 e 181 µg L-1 para a vala de drenagem.
Na generalidade os teores em metal encontrados nas estações estuarinas (La1,
La2 e La3) são inferiores aos encontrados na vala de drenagem (Lb).
Os teores obtidos para os metais Mn e Fe são aleatórios variando respetivamente
entre <1 e 141 µg L-1 para a estação La1, entre <1 e 32 µg L-1 para a La2, entre <1 e
83 µg L-1 para a La3 e para a Lb entre <1,16 e 389 µg L-1.
Na Figura 5 apresentam-se os resultados em gráficos no qual estão
representadas as medidas estatísticas: mediana (Median), percentil de valores entre 25%
e 75% em redor da mediana (25%-75%), os valores máximo e mínimo (Non-Outlier Rang)
e os valores aberrantes (Outliers e Extremes), para os metais arsénio (As), cobre (Cu),
niquel (Ni) e chumbo (Pb) e zinco (Zn) para as estações La1, La2, La3 e Lb.
Verifica-se que para o As, Cu, Ni, Pb e Zn não há diferenças significativas entre as
situações de PM e BM, verificando-se que para todas as estações há valores
considerados aberrantes (Outliers e Extremes).
13
Figura 5 – Mediana (Median), percentil de valores entre 25 e 75% em redor da mediana (25-75%), valores
máximo e mínimo (Non-Oultier Rang) e valores aberrantes (Outliers e Extremes) do As (a), Cu (b), Ni (c), Pb (d) e Zn (e) no estuário do rio Tejo e na vala de drenagem nos anos de 2004 a 2015.
Na Tabela VII apresentam-se os valores de referência definidos como EAC pela
OSPAR (2000) e as NQA-MA estabelecidas no DL 218/2015. Os valores de EAC
representam concentrações abaixo das quais não há risco para o ambiente. Os valores
de NQA-MA representam as normas de qualidade ambiental expressas em valor médio
anual, sendo apenas valores guias para as amostras estuarinas.
(a) As (µg L-1
) (b) Cu (µg L-1
)
(c) Ni (µg L-1
) (d) Pb (µg L-1
)
(e) Zn (µg L-1
14
Tabela VII – Critérios de referência (NQA e EAC).
As
(µg L-1
) Cd
(µg L-1
) Cu
(µg L-1
) Hg
(µg L-1
) Ni
(µg L-1
) Pb
(µg L-1
) Zn
(µg L-1
)
EAC (a) 1-10 0,01-0,1 0,005-0,05 0,005-0,05 ─ 0,5-5 0,5-5
NQA-MA (b) ─ 0,2 ─ 0,05 8,6 1,3 ─
(a)OSPAR Commission, 2000;
(b)DL 103/2010
Em relação às amostras do estuário (La1,La2 e La3) verifica-se que de um modo
geral os teores dos metais situam-se nos intervalos definidos como EAC pela OSPAR
(2000) (Tabela VI), com exceção de alguns valores observados para o Cd, Cu e Zn. Do
ponto de vista do NQA-MA verifica-se que os teores médios de Cd, Hg, Ni e Pb são
inferiores aos estabelecidos pelo DL 218/2015.
Quanto aos teores de hidrocarbonetos e de óleos e gorduras verifica-se que de
um modo geral os valores são baixos com frequente incidência ao nível do LQ do método
de ensaio, ou seja, 0,05 mg L-1.
3.2. Águas subterrâneas
Na Tabela VIII apresentam-se para os diferentes piezómetros e para cada ano do
estudo os teores médios anuais do nitrato (NO3), nitrito (NO2), azoto amoniacal (NH4) e
fósforo reativo (PO4) e dos metais arsénio (As), cádmio (Cd), cobre (Cu), ferro (Fe),
mercúrio (Hg), manganês (Mn), níquel (Ni), chumbo (Pb) e zinco (Zn).
De referir que o teor médio para cada parâmetro é referente a todas as
amostragens em épocas distintas enquanto o valor de 2013 é referente apenas a uma
amostragem efetuada em outubro. O teor médio do As apresentado refere-se aos anos
de 2013 a 2015.
Pela Tabela VIII verifica-se que os teores médios de NO3, NO2 e NH4, assim como
dos metais As, Cd, Cu, Hg, Ni, Pb e Zn são variáveis de estação para estação e de ano
para ano.
15
Tabela VIII – Teores médios dos nutrientes NO3, NO2, NH4 e PO4 e metais As, Cd, Cu, Fe, Hg, Mn Ni, Pb e Zn nas amostras de água subterrâneas (2003-2015).
NO3
(µg-N L-1
NO2
(µg-N L-1
)
NH4
(µg-N L-1
)
PO4
(µg-P L-1
)
As
(µg L-1
Cd
(µg L-1
)
Cu
(µg L-1
)
Fe
(µg L-1
Hg
(µg L-1
)
Mn
(µg L-1
)
Ni (µg L
-1
Pb
(µg L-1
)
Zn
(µg L-1
)
PZ1
2003 28 9,96 14168 45 ── ── ── ── ── ── ── ── ──
2004 7,1 35,0 56174 224 ── 0,444 3,69 1684 0,14 ── 1,07 1,42 4,84
2005 49 5 13289 129,7 ── 0,153 1,66 1332 0,06 ── 0,882 1,77 7,7
2006 711 23 1636 13,5 ── 0,686 2,53 527 0,04 31 2,39 1,12 11,0
2007 276 1,05 12437 352 ── 0,093 1,54 1078 0,03 65 3,61 0,515 4,34
2008 2,99 0,36 1955 70 ── 0,031 4,35 239 0,01 94 3,03 0,831 4,89
2009 <7 0,59 2212 171 ── <0,03 3,90 824 0,06 55 3,16 0,501 9,35
2010 <7 <1,4 1700 82 ── <0,030 4,55 547 0,07 14,7 19,1 0,507 10,2
2011 12 <1,4 1150 46 ── <0,030 3,05 200 <0,0075 52 6,73 0,415 13,3
2012 8 <1,4 1900 78 ── 0,037 69 143 <0,0075 70 7,87 2,88 70
2013 8 <1,4 2200 160 4,00 <0,030 <0,300 22 0,008 91 4,90 0,163 4,90
2014 18 <1,4 1600 156 3,96 0,168 2,62 247 0,0075 132 1,69 0,708 12,5
2015 3400 2,45 374 50 0,876 <0,030 1,35 6,39 <0,0075 37 2,81 1,62 25
PZ2
2003 210 4,81 8409 21 ── ── ── ── ── ── ── ── ──
2004 182 9,40 9282 25 ── 0,619 1,46 640 0,02 ── 1,30 1,26 4,52
2005 149 5,67 11744 38 ── 0,116 0,62 852 0,01 ── 0,894 1,09 7,23
2006 65 3,29 6666 128 ── 0,165 1,48 364 0,04 56 2,19 1,07 6,88
2007 181 9,27 7809 313 ── 0,066 0,618 91 0,01 187 2,86 0,389 4,80
2008 61 2,30 8912 382 ── 0,019 1,36 49 0,01 90 2,34 1,07 4,25
2009 577 6,47 5780 393 ── 0,144 2,16 28 0,02 73 5,53 0,608 3,87
2010 530 <2,1 6000 460 ── <0,030 1,46 35 0,02 35 4,61 0,420 7,10
2011 479 8,9 2800 150 ── <0,030 1,38 89 0,020 70 7,91 0,347 7,20
2012 1057 <1,4 720 85 ── 0,054 38 12,0 <0,0075 7,63 8,64 4,90 78
2013 <7 <1,4 1200 60 1,24 <0,030 <0,300 7,56 <0,0075 52 0,950 0,138 0,488
2014 10 <1,4 1850 222 1,56 <0,030 1,35 29 <0,0075 59 2,42 0,763 10,3
20015 770 2,40 519 65 0,547 <0,030 2,60 3,10 <0,0075 2,08 1,18 0,451 5,36
PZ5
2003 20,9 1,51 2565 151 ── ── ── ── ── ── ── ── ──
2004 3,0 33,9 2232 101 ── 0,459 0,908 780 0,02 ── 0,670 1,02 5,01
2005 <7 0,77 3842 225 ── 0,101 0,55 156 0,01 ── 0,398 1,09 11,0
2006 34 0,78 1817 327 ── 0,077 0,81 32 0,02 40 1,78 0,817 5,36
2007 5,64 0,77 2913 465 ── 0,078 0,429 47 0,01 66 9,83 0,319 1,63
2008 521 6,12 2945 527 ── <0,03 0,515 31 <0,01 94 3,03 0,831 1,98
2009 8,1 0,66 3288 486 ── <0,03 0,472 77 <0,01 35 9,96 0,563 3,49
2010 23 16 3800 700 ── <0,030 1,05 35 0,01 35 5,24 0,395 4,50
2011 2352 2,0 1590 139 ── <0,030 1,91 72 <0,0075 34 9,58 0,215 8,70
2012 2552 2,0 1580 247 ── 0,034 15,3 27 <0,0075 17,0 8,35 1,65 38
2013 9,0 <1,4 2700 560 0,588 <0,030 2,28 19,1 <0,0075 6,23 72 0,242 2,36
2014 17 <1,4 1450 333 0,208 0,042 0,950 70 <0,0075 79 1,81 0,260 5,35
2015 378 <1,4 1104 286 0,373 <0,030 3,86 9,54 <0,0075 10,0 1,49 1,13 6,55
PZ6
2003 247 7,14 2600 140 ── ── ── ── ── ── ── ── ──
2004 54 3,87 3380 30 ── 0,424 1,09 1713 0,02 ── 0,869 1,07 3,14
2005 <7 0,75 5155 19 ── 0,102 0,72 1936 0,01 ── 0,330 1,07 4,87
2006 72 7,46 3228 961 ── 0,120 1,05 114 0,02 77 1,51 1,05 7,80
2007 <7 0,61 9533 973 ── 0,076 0,691 45 0.02 90 4,64 0,320 2,35
2008 899 9,87 27903 616 ── <0,03 0,792 67 0,01 45 3,09 1,18 5,47
2009 23, 0,83 18350 1378 ── <0,03 <0,3 137 0,02 31 6,97 0,899 6,96
2010 1103 11 4900 1115 ── <0,030 2,50 31 0,02 14,3 2,95 0,614 5,00
2011 956 27 3100 720 ── <0,030 1,35 42 0,010 27 7,14 0,275 7,40
2012 50 <1,4 1920 496 ── <0,030 3,67 12,0 <0,0075 10,8 5,28 0,784 14,7
2013 8 <1,4 2800 810 0,762 <0,030 <0,300 5,04 0,014 26 0,520 0,238 <0,3
2014 415 30 1400 520 0,470 0,450 38 91 <0,0075 66 40 2,84 20
2015 1675 2,75 29 45 1,59 <0,030 3,23 3,63 <0,0075 0,444 1,30 0,489 7,77
16
Nas Figuras 6 e 7 apresentam-se os resultados em gráficos no qual estão
representadas as medidas estatísticas: mediana (Median), percentil de valores entre 25%
e 75% em redor da mediana (25%-75%), os valores máximo e mínimo (Non-Outlier Rang)
e os valores aberrantes (Outliers e Extremes), para o NO3 (a), NH4 (b) e PO4 (c) e na
Figura 7 para os metais Cd (a), Cu (b), Ni (c), Pb (d) e Zn (e).
Figura 6 – Mediana (median percentil de valores entre 25 e 75% em redor da mediana (25-75%), valores
máximo e mínimo (Non-Oultier Rang) e valores aberrantes (Outliers e Extremes) do NO3 (a), NH4
(b) e PO4 (c) nos piezómetros instalados no terreno envolvente à CTRSU nos anos de 2003 a 2015.
(a) NO3 (µg-N L-1
(b) NH4 (µg-N L-1
) (c) PO4 (µg-P L-1
)
17
Figura 7 – Mediana (Median), percentil de valores entre 25% e 75% em redor da mediana (25-75%), valores
máximo e mínimo (Non-Oultier Rang) e valores aberrantes (Outliers e Extremes) do Cd (a), Cu (b), Ni (c), Pb (d) e Zn (e) nos piezómetros instalados no terreno envolvente à CTRSU nos anos de 2003 a 2015.
Analisando a Figura 6 (NO3 (a), NH4 (b) e PO4 (c)) e Figura 7 (Cd(a), Cu (b), Ni (c),
Pb (d) e Zn (e)) verificam-se grandes variações no percentil de valores entre 25% e 75%
em redor da mediana, assim como muitos valores aberrantes.
(a) Cd (µg L-1
) (b) Cu (µg L-1
)
(c) Ni (µg L-1
) (d) Pb (µg L-1
)
(e) Zn (µg L-1
18
Quanto aos teores de hidrocarbonetos e de óleos e gorduras verifica-se que de
um modo geral os valores são baixos com frequente incidência ao nível do LQ do método
de ensaio, ou seja, 0,05 mg L-1.
3.3. Sedimentos do estuário do rio Tejo e da vala de drenagem
As caraterísticas granulométricas dos sedimentos, assim como o teor em
carbonatos são importantes para a caraterização e possibilidade de efetuar estudos
comparativos entre os sedimentos (Salomons, 1980; Loring, 1991; Kersten, 2002,
OSPAR, 2002).
A Tabela IX apresenta a percentagem da fração <63 µm (silte+argila) dos
sedimentos amostrados entre 2004-2015.
Tabela IX – Análise textural da fração fina (silte + argila) e classificação textural de Shepard (1954) dos sedimentos (1999-2015).
Ano
La1 La2 La3 Lb
Silte+argila (%)
Classif. Shepard
Silte+argila (%)
Classif. Shepard
Silte+argila (%)
Classif. Shepard
Silte+argila (%)
Classif. Shepard
2004 21,33 areia siltosa 9,97 areia 89,01 silte argiloso 81,97 silte argiloso
2005 2,30 areia 6,34 areia 77,98 silte arenoso 32,78 areia siltosa
2006 0,98 areia 1,34 areia 67,53 silte arenoso 55,25 silte arenoso
2007 5,45 areia 11,80 areia 84,16 areia, silte, argila 76,06 silte arenoso
2008 4,39 areia 4,92 areia 52,52 silte arenoso 68,92 silte arenoso
2009 1,10 areia 52,66 areia siltosa 64,58 silte arenoso 84,56 silte argiloso
2010 3,74 areia 4,87 areia 4,62 areia 87,66 silte argiloso
2011 3,77 areia 5,42 areia 74,34 areia, silte, argila 59,11 silte arenoso
2012 2,72 areia 5,82 areia 71,10 silte arenoso 60,55 silte arenoso
2013 4,47 areia 2,77 areia 76,67 areia, silte, argila 66,18 silte arenoso
2014 0,85 areia 19,22 areia 69,26 silte arenoso 48,48 silte arenoso
2015 2,95 areia 21,44 areia 68,41 silte arenoso 80,35 silte argiloso
A fração <63 µm das estações La1 e La2 varia entre 0,85 e 21.4 %, classificando-
se segundo Shepart como areia. Nas estações La3 e Lb há uma maior variação na
granulometria dos sedimentos, com valores entre 4,62 e 89,01 % para a estação La3 e
entre 32,78 e 87,66 % para a estação Lb.
A Portaria nº 1450/2007, de 12 de Novembro, é um instrumento regulamentar que
classifica os sedimentos de acordo com o seu grau de contaminação em metais e
compostos orgânicos no âmbito das operações de dragagem e eliminação de inertes por
deposição ou imersão. Apesar dos estudos de monitorização estarem fora do âmbito da
referida legislação é interessante poder olhar para esta classificação como mais um
auxílio na interpretação de resultados. A referida portaria foi assim aplicada para os
metais arsénio (As), cádmio (Cd), crómio (Cr), mercúrio (Hg), cobre (Cu),níquel (Ni),
chumbo (Pb) e zinco (Zn), e os compostos orgânicos hidrocarbonetos aromáticos
policíclicos (PAHs), o hexaclorobenzeno (HCB) e os teores de policlorobifenilos
19
(entendido como ΣPCBs - somatório dos congéneres CB28, CB52, CB101, CB118,
CB138, CB153, CB180), para os classificar em termos de contaminação. Apresenta-se
na Figura 8 a distribuição dos referidos metais e compostos orgânicos e respetiva
classificação quanto ao grau de contaminação de acordo com o disposto no Anexo III da
Portaria nº 1450 de 2007. Verifica-se que os teores encontrados em cada estação são da
mesma ordem de grandeza, com excepção dos teores encontrados para o Cu nos anos
de 2012 a 2015 para a estação Lb. Os teores dos metais e compostos orgânicos mais
elevados foram encontrados nas estações La3 e Lb, o que pode estar relacionado com
as caraterísticas granulométricas dos sedimentos, que originam uma maior afinidade dos
diversos contaminantes às partículas finas.
De acordo com a Portaria nº 1450/07 pode-se classificar os sedimentos do
estuário do rio Tejo e da vala de drenagem como Classe 1 – material dragado limpo
(“pode ser depositado no meio aquático ou reposto em locais sujeitos a erosão ou
utilizado para alimentação de praias sem normas restritivas”) e Classe 2 – material
dragado com contaminação vestigiária (“pode ser imerso no meio aquático tendo em
atenção as características do meio recetor”). São exceção os teores de Cu observados
nos anos de 2012 a 2014 na estação Lb que se classificam como Classe 3 – material
dragado ligeiramente contaminado (“pode ser utilizado para terraplenos ou no caso de
imersão necessita de estudo aprofundado do local de deposição e monitorização
posterior do mesmo”) e no ano de 2015 que se classificam como Classe 4 – material
dragado contaminado (“preposição em terra, em local impermeabilizado, com a
recomendação de posterior cobertura de solos impermeáveis”).
20
Figura 8 - Teores de arsénio (a), cádmio (b), crómio (c), cobre (d), mercúrio (e), níquel (f), chumbo (g), zinco
(h), hexaclorobenzeno (i) e os somatórios de policlorobifenilos (j) e hidrocarbonetos aromáticos
policíclicos (k) nos sedimentos e sua classificação de acordo com a Portaria nº 1450 de 2007.
0
5
10
15
20
As
(m
g k
g-1
)
Classe 1
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Cd
(m
g k
g-1
)
Classe 1
0
20
40
60
80
100
Cr
(mg
kg
-1)
Classe 2
Classe 1
0
100
200
300
400
500
Cu
(m
g k
g-1
)
Classe 2
Classe 1
Classe 4
Classe 3
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
Hg
(m
g k
g-1
)
Classe 1
0
10
20
30
2 0
04
2 0
05
2 0
06
2 0
07
2 0
08
2 0
09
2 0
10
2 0
11
2 0
12
2 0
13
2 0
14
2 0
15
Ni
(mg
kg
-1)
Classe 1
(a) (b) (c) (d) (e) (f)
0
200
400
600
800
1000
2 0
04
2 0
05
2 0
06
2 0
07
2 0
08
2 0
09
2 0
10
2 0
11
2 0
12
2 0
13
2 0
14
2 0
15
So
ma
PA
Hs
(µ
g k
g-1
)
La 1
La 2
La 3
Lb
21
Figura 8 (continuação)- Teores de arsénio (a), cádmio (b), crómio (c), cobre (d), mercúrio (e), níquel (f),
chumbo (g), zinco (h), hexaclorobenzeno (i) e os somatórios de policlorobifenilos (j) e
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (k) nos sedimentos e sua classificação de acordo com a
Portaria nº 1450 de 2007.
A OSPAR definiu em 2008 critérios de avaliação ambiental (EAC) que permite
estabelecer a situação dum contaminante em relação a potenciais efeitos crónicos
adversos nas espécies marinhas, incluindo as mais sensíveis. Estes critérios avaliam a
0
25
50
75
100
125
150
Pb
(m
g k
g-1
)
Classe 2
Classe 1
0
100
200
300
400
500
600
Zn
(m
g k
g-1
)
Classe 2
Classe 1
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
HC
B (
µg
kg
-1)
Classe 1
0
5
10
15
20
25
so
ma P
CB
7(µ
g k
g-1
)
Classe 2
Classe 1
0
200
400
600
800
1000
2 0
04
2 0
05
2 0
06
2 0
07
2 0
08
2 0
09
2 0
10
2 0
11
2 0
12
2 0
13
2 0
14
2 0
15
So
ma P
AH
s (
µg
kg
-1)
Classe 2
Classe 1
(g) (h) (i) (j) (k)
0
200
400
600
800
1000
2 0
04
2 0
05
2 0
06
2 0
07
2 0
08
2 0
09
2 0
10
2 0
11
2 0
12
2 0
13
2 0
14
2 0
15
So
ma P
AH
s (
µg
kg
-1)
La 1
La 2
La 3
Lb
22
qualidade ecotoxicológica dos sedimentos relativamente à presença de metais. Define-se
um nível inferior (EAC-Low) – como sendo os valores de concentração abaixo do qual se
considera não existirem riscos para o ambiente, sendo improváveis efeitos biológicos
tóxicos e um nível superior (EAC-High) – como sendo os valores de concentração para
os quais existem riscos para o ambiente, sendo prováveis os efeitos biológicos tóxicos.
Na Tabela X apresentam-se os critérios de avaliação ambiental e os valores máximos e
mínimos encontrados nas estações do estuário do rio Tejo (La1, La2 e La3) durante os
anos de 2003 a 2015.
Tabela X - Critérios de avaliação ambiental (EAC) e teores mínimo e máximo dos metais dos
sedimentos do estuário do rio Tejo em 2003 a 2015.
Parâmetro EAC-Low
(a)
(mg kg-1
) EAC-High
(a)
(mg kg-1
) Mínimo
(mg kg-1
) Máximo (mg kg
-1)
As 1 10 3,58 19,1
Cd 0,1 1 <0,3 0,910
Cu 5 50 <2 430
Cr 10 100 7,79 80
Hg 0,05 5 0,006 0,05
Ni 5 50 <2 21
Pb 5 50 6,28 77
Zn 50 500 27 400
(a)OSPAR Commission, 2008.
De acordo com a Tabela X, verifica-se que o Cd, Cr, Cu, Hg, Ni e Zn registaram
teores inferiores ao EAC-High, havendo valores individuais inferiores ao EAC-Low. O teor
máximo de As e Cu ultrapassa o respetivo EAC-High.
Para contornar a complexa avaliação dos teores das dioxinas e furanos
(PCDD/PCDF) foram adoptados factores de equivalência internacionais. A avaliação de
toxicidade de PCDD/PCDF é efetuada pelo método dos Equivalentes de Toxicidade
(TEQ), através do qual a toxicidade de cada composto é expressa por comparação com o
congénere mais tóxico, a 2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina (TCDD). A cada composto é
atribuído um Fator de Equivalência Tóxica (TEF) - um valor entre 0 e 1 – que define o seu
grau de toxicidade comparativamente à TCDD para a qual está atribuído um TEF igual a
1, que representam a toxicidade relativa de cada composto do grupo das dioxinas e
furanos relativamente à 2,3,7,8-Tetra-CDD (considerada como a de maior toxicidade).
Nesta avaliação, foram considerados Fatores de Equivalência Tóxica
Internacionais (I-TEF) tal como descritos em NATO/CCMS (1988) e calculados os
respetivos Equivalentes de Toxicidade Internacionais (I-TEQ).
Tal como descrito pela OSPAR (OSPAR, 2007), a baixa solubilidade das dioxinas
(que diminui com o grau de cloração) no meio aquático tem resultado na identificação de
concentrações de referência extremamente baixas em águas naturais. A maior parte das
23
dioxinas libertadas no meio marinho acaba por ficar retida nos sedimentos costeiros,
dependendo das suas características geoquímicas. O nível de referência em sedimentos
marinhos é cerca de 0,001 ng I-TEQ g-1 (em base seca), enquanto que sedimentos em
zonas industriais registaram valores 10 a 100 vezes superiores.
Apresenta-se na Tabela XI os teores de dioxinas e furanos nas amostras de
sedimento colhidas no período entre 2006 e 2015.
Tabela XI - Concentração de dioxinas e furanos (ng g-1
em base seca) nos sedimentos do estuário do rio Tejo e vala de drenagem (La1, La2, La3 e Lb) nos anos de 2006 a 2015.
Ano La1 La2 La3 Lb
PCDDs I-TEQ PCDDs I-TEQ PCDDs I-TEQ PCDDs I-TEQ
2006 0,0003 0,0005 0,0006 0,0008 0,0006 0,0021 0,0010 0,0021
2007 0,0003 0,0004 0,0002 0,0006 0,0007 0,0018 0,0017 0,0035
2008 0,0006 0,0012 0,0006 0,0012 0,0008 0,0020 0,0016 0,0037
2009 0,0010 0,0010 0,0032 0,0035 0,0015 0,0016 0,0038 0,0042
2010 ── 0,0009 ── 0,0010 ── 0,0010 ── 0,0046
2011 ── 0,0009 ── 0,0010 ── 0,0030 ── 0,0040
2012 n.d n.d n.d 0,0025 n.d 0,0035 0,062 0,0025
2013 n.d 0,0031 <0,11 0,004 0,093 0,0044 <0,058 0,0056
2014 n.d 0,0038 0,026 0,0034 0,12 0,0040 0,039 0,0036
2015 n.d 0,0033 <0,024 0,003 0,12 0,0045 0,18 0,0066
O I-TEQ “Lowerbound” considera “zero” o contributo dado pelos congéneres
não quantificados enquanto que o I-TEQ “Upperbound”, considera o valor de LQ para
esse contributo. Este valor oscilou entre 0,0005 e 0,0066 ng I-TEQ g-1 (em base seca)
próximo do valor de referência definido pela OSPAR para sedimentos marinhos
(0,001 ng I-TEQ g-1).
4. Considerações Finais
As diferenças geográficas e geoquímicas das estações amostradas neste estudo -
a La1, situada a montante entre os Mouchões de Alhandra e da Póvoa; a La2, em frente
à CTRSU; a La3, entre o banco do Ladeiro e o Mouchão da Póvoa e a Lb, numa secção
transversal da vala de drenagem adjacente ao local de implantação da CTRSU –
refletiram-se nos resultados obtidos no período 1999 e 2015.
Verifica-se, tanto para os nutrientes como para o oxigénio dissolvido, uma grande
dispersão de valores. Este comportamento está de acordo com o esperado, devido a
contribuição fluvial existente, no caso dos nutrientes, e a um aumento da solubilidade do
oxigénio com a diminuição da salinidade. Quanto à estação Lb no que se refere ao
oxigénio dissolvido, são observadas múltiplas situações de comportamento
potencialmente anóxico (OD <4 mg-O2 L-1).
24
Na vala de drenagem, local para o qual convergem diferentes escorrências sem
existir uma boa abertura para o estuário, registaram-se teores sistematicamente mais
elevados de nitrato e de nitrito. Por outro lado, para as águas do estuário observaram-se
diferenças pouco significativas dos teores médios destes dois nutrientes com os teores
mais elevados encontrados na estação situada mais a montante (La1) onde é maior a
influência do regime de descarga do rio. A evolução dos teores médios de azoto
amoniacal apresentam um comportamento semelhante e da mesma ordem de grandeza
para as estações La1 e La3, enquanto na estação La2 os teores são superiores podendo
estar relacionado com alguma influência, não quantificada, de escorrências da vala de
drenagem. Não se verificam diferenças significativas no comportamento do fósforo
reativo ao longo do tempo, com as médias consistentes e amplitudes estáveis. Verifica-se
que os teores dos diversos nutrientes são superiores na situação de BM relativamente à
PM.
Os teores médios dos metais As, Cd, Cu, Fe, Hg, Ni, Pb e Zn nas estações do
estuário e da vala de drenagem estuário são na generalidade da mesma ordem de
grandeza. São exceção os teores encontrados na estação La1 para os metais Cu, Ni, Pb
e Zn no ano de 2012 e na estação Lb para o Zn e Cd em 2009. Na generalidade os
teores encontrados nas estações estuarinas são inferiores aos da vala de drenagem.
A análise dos metais nas águas do estuário pode ser enquadrada com valores de
referência publicados em normativos regulamentares e outros. É o caso das Normas de
Qualidade Ambiental (NQA) estabelecidas no Decreto-Lei nº 218/2015 para as águas de
transição e costeiras e dos Critérios de Avaliação Ecotoxicológicos (CAE) definidos em
OSPAR Commission (2000). Em ambos os casos e dadas as especificidades dos
diferentes sistemas, estes valores são indicativos e a análise foi efetuada com
moderação servindo para identificar possíveis áreas ou parâmetros de ação prioritária.
Na generalidade os teores médios dos metais Cd, Pb, Hg, As, Cr, Cu e Zn no período de
1999 a 2015 situaram-se nos intervalos estabelecidos como CAE São exceção alguns
resultados observados para o Cd, Cu e Zn. Do ponto de vista do NQA-MA verifica-se que
os teores médios de Cd, Ni e Pb são inferiores aos estabelecidos pelo DL 218/2015.
Em relação á matriz água, de um modo geral, parece haver tendência para uma
ligeira diminuição das cargas de nutrientes e metais existentes na zona em estudo do
estuário do rio Tejo. Pode-se também dizer, em função dos resultados observados para
os pontos La2 e Lb, distanciados cerca de 200 m entre si, que a carga antropogénica
proveniente do ponto Lb não tem impacto significativo no estuário, uma vez que os teores
encontrados para o ponto La2 são similares aos determinados para os restantes pontos
do estuário, situados a maior distância. Tal significa que a área apresenta uma
capacidade de renovação bastante elevada, fruto da deslocação de massas de água por
efeito das marés e do caudal do rio. No caso específico do ponto Lb, os teores
25
determinados para os diversos parâmetros em análise, associados a observações in situ,
indicam a existência de descargas não controladas, que se acumulam naquele ponto,
sendo depois libertadas e diluídas para o estuário. Registando-se alguns valores
máximos anómalos em alguns locais. Estes valores não seguem nenhum comportamento
temporal, espacial ou sazonal.
Nos piezómetros, os teores encontrados nos diversos parâmetros estudados
podem considerar-se normais para águas subterrâneas. Os teores elevados de azoto
amoniacal são indicativos de que o meio é anóxico.
Com algumas excepções os teores de hidrocarbonetos e de óleos e gorduras nas
estações do estuário, na vala de drenagem e nos piezómetros são baixos com frequente
incidência ao nível do LQ do método de ensaio.
Os teores de metais e de compostos orgânicos nos sedimentos nas estações do
estuário do rio Tejo e da vala de drenagem foram mais elevados nas estações La3 e Lb.
De acordo com OSPAR Commission (2002) este facto está relacionado com a maior
afinidade que aqueles compostos exibem para a fração fina dos sedimentos,
comparativamente à fração grosseira. Ao longo dos últimos 12 anos os sedimentos das
estações La3 e Lb caracterizaram-se sempre por maiores percentagens da fração fina
(silte + argila).
De um modo geral e de acordo com o disposto na Portaria nº 1450/2007, onde
está consagrada a classificação de materiais dragados de acordo com o seu grau de
contaminação em metais e compostos orgânicos, os sedimentos do estuário do rio Tejo e
da vala de drenagem classificam-se como Classe 1 – material dragado e na Classe 2 –
material dragado com contaminação vestigiária. É exceção o teor de Cu encontrado nos
sedimentos nos anos de 2012 a 2014 na estação Lb que classifica os sedimentos como
Classe 3 – material dragado ligeiramente contaminado e em 2015 como Classe 4 –
material dragado contaminado.
No estuário do rio Tejo e na vala de drenagem os valores de dioxinas e furanos
oscilaram entre 0,0005 e 0,0066 ng-I-TEQ g-1 (base seca), com os valores mais elevados
na vala de drenagem. Estes valores são próximos dos valores de referência definidos
pela OSPAR e estão enquadrados noutros valores registados na Europa em locais
considerados não poluídos.
De uma forma geral, os teores dos parâmetros avaliados nas estações de
amostragem que integram o Programa de Monitorização da CTRSU nas águas e nos
sedimentos, para o período 1999-2015, não apresentaram tendências significativas,
refletindo a variabilidade natural da sazonalidade e da dinâmica característica do estuário
do rio Tejo.
26
BIBLIOGRAFIA
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Decreto-Lei nº 218/2015, de 7 de outubro de 2015.
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