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Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional ...bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pro_saude_cgtes.pdf · básica, como estratégia privilegiada de substituição

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Série C. Projetos, Programas e Relatórios

BRASÍLIA - DF2005

MINISTÉRIO DA SAÚDEMINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Programa Nacional de Reorientaçãoda Formação Profissional em Saúde

PRÓ-SAÚDE

2005 Ministério da Saúde.Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desdeque citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada na íntegra na BibliotecaVirtual do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs

Série C. Projetos, Programas e Relatórios

Tiragem: 1.ª edição – 2005 – 2.000 exemplares

Elaboração, distribuição e informações:

MINISTÉRIO DA SAÚDESecretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na SaúdeDepartamento de Gestão da Educação em SaúdeEsplanada dos Ministérios, Edifício Sede, Bloco G, 7.º andar, sala 725CEP: 70058-900 - Brasília, DFTels.: (61) 3315-2858Fax: (61) 3226-2862E-mail: [email protected] page: www.saude.gov.br/sgtes

Equipe Técnica:Ana Estela HaddadAntônio Sérgio de Freitas FerreiraBenedictus Philadelpho SiqueiraBertoldo Kruse Grande ArrudaCélia Regina PierantoniFrancisco Eduardo de CamposGeraldo Cunha CuryGustavo de Faria OliveiraJaira de Medeiros BelizárioJosé Paranaguá de Santana

Editores:Geraldo Cunha CuryJosé Roberto Ferreira

Criação e editoração eletrônica:Dino Vinícius Ferreira de Araújo

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

Ficha Catalográfica

Brasil. Ministério da Saúde.Pró-saúde : programa nacional de reorientação da formação profissional em saúde /Ministério da Saúde, Ministério da Educação. – Brasília : Ministério da Saúde,2005.77 p. – (Série C. Projetos, Programas e Relatórios)

ISBN 85-334-1014-X

1. Educação superior. 2. Educação continuada. 3. Saúde pública . I. Brasil.Ministério da Educação. II. Título. III. Série.

NLM W 18

Catalogação na fonte – Editora MS – OS 2005/1042

Títulos para indexação:Em inglês: Pró-Saúde. Reorientation National Program in Health Professional FormationEm espanhol: Pró-Saúde. Programa Nacional de Reorientación de la Formación Profesional

en Salud

José Roberto FerreiraMarco Aurélio PeresMaria Auxiliadora Córdova ChristófaroMaria Inês Barreiros SennaMônica AbranzonRegina Celes da Rosa StelaRogério Carvalho dos SantosSamuel Antônio Correa de LacerdaStella Maria Pereira F. de BarrosWandrei Sanches Braga

Sumário

Apresentação .................................................................... 5

Introdução ....................................................................... 9

Situação Atual ................................................................... 13

Objetivos .......................................................................... 17Geral ........................................................................ 17Específicos ............................................................... 17

Situação Desejada.............................................................. 19

Estratégia .......................................................................... 21Eixo A – Orientação Teórica ..................................... 24Eixo B – Cenário de Práticas ..................................... 27Eixo C – Orientação Pedagógica ............................... 29

Referências Bibliográficas .................................................. 37

Anexo A ........................................................................... 39

Anexo B ........................................................................... 41

Anexo C........................................................................... 55

Anexo D........................................................................... 67

Secretaria Executiva do Pró-Saúde ..................................... 79

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Apresentação

O Ministério da Saúde, através de sua Secretaria de Gestãodo Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), elaborou emconjunto com a Secretaria de Educação Superior (SESu) e com oInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais AnísioTeixeira (INEP) do Ministério da Educação, o Programa Nacionalde Reorientação da Formação Profissional em Saúde - Pró-Saúde.Este programa se inspira na avaliação do Promed, que foi dirigidoàs escolas médicas, e incentivou e manteve processos detransformação em 19 escolas médicas brasileiras. O Pró-Saúde tema perspectiva de que os processos de reorientação da formaçãoocorram simultaneamente em distintos eixos, em direção à situaçãodesejada apontada pela IES, que antevê uma escola integrada aoserviço público de saúde e que dê respostas às necessidades concretasda população brasileira na formação de recursos humanos, naprodução do conhecimento e na prestação de serviços, em todosestes casos direcionados a construir o fortalecimento do SUS.

Esta iniciativa visa a aproximação entre a formação degraduação no país e as necessidades da atenção básica, que setraduzem no Brasil pela estratégia de saúde da família. Odistanciamento entre os mundos acadêmico e o da prestação realdos serviços de saúde vem sendo apontado em todo mundo comoum dos responsáveis pela crise do setor da saúde. No momentoem que a comunidade global toma consciência da importância dostrabalhadores de saúde e se prepara para uma década em que os

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recursos humanos serão valorizados, a formação de profissionaismais capazes de desenvolverem uma assistência humanizada e dealta qualidade e resolutividade será impactante até mesmo para oscustos do SUS. A experiência internacional aponta que profissionaisgerais são capazes de resolver custos relacionados a quatro quintosdos casos sem recorrer a propedêutica complementar, cada dia maiscustosa.

O Brasil tem uma notável experiência em aproximaçãoentre a academia e serviços, mas essa ainda está muito aquém doque seria necessário. Projetos experimentais, vinculados a pequenaspartes das escolas de medicina, odontologia e enfermagem devemse expandir e tornar-se o centro do processo de ensino eaprendizagem.

O lançamento do Pró-saúde ocorre hoje, 03 de novembrode 2005 com a assinatura de uma Portaria Interministerial doMinistério da Saúde e Ministério da Educação. Apresenta-se aseguir, o Termo de Referência do Programa Nacional deReorientação da Formação Profissional em Saúde - Pró-Saúde.

Secretaria de Gestão do Trabalhoe da Educação na Saúde

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O Pró-Saúde é fruto de umaparceria de grande importânciaentre o Ministério da Saúde, oMinistério da Educação e aOrganização Pan-Americana daSaúde/Organização Mundial daSaúde.

A construção do Pró-Saúde contoutambém com a participação derepresentantes do Conasems, Opas,CFM, CFO, Cofen, Abem, Abeno,ABEn, ABO e das IES que fazemparte do Promed e participaram doSeminário de Avaliação do Promedrealizado no RJ e da Oficina do Pró-Saúde realizados em Brasília emsetembro de 2005.

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Introdução

Nos últimos anos, o Brasil vem implementando políticasde inclusão social que têm expressões concretas nas áreas sociaisdo Governo, especialmente nas de Saúde e de Educação. Na Saúde,há um consistente esforço para reorganizar e incentivar a atençãobásica, como estratégia privilegiada de substituição do modelotradicional de organização do cuidado em saúde, historicamentecentrado na doença e no atendimento hospitalar. Estabelecer umaatenção básica resolutiva e de qualidade significa, entre outros,reafirmar os princípios constitucionais estabelecidos para o SistemaÚnico de Saúde (SUS), na medida em que se busca, por meio destaatenção, concretizar a universalidade do acesso, a eqüidade e aintegralidade das ações.

O Ministério da Saúde tem como uma de suas funçõesprioritárias a de ordenar a formação de recursos humanos para aSaúde. Tal proposta, no entanto, defronta-se com a precáriadisponibilidade de profissionais com formação generalista, dotadosde visão humanística e preparados para prestar cuidados contínuose resolutivos à comunidade, funcionando como a porta de entradado sistema de saúde. Na superação desse obstáculo, os gestores doSUS e das instituições de educação superior vêm empreendendoesforços para resolver os urgentes problemas da incorporação deprofissionais à Estratégia de Saúde da Família, a qual incluiespecificamente as profissões de medicina, enfermagem eodontologia.

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No contexto da educação superior, a flexibilizaçãopreconizada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacionaln.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996), confereàs Instituições de Educação Superior (IES) novos graus de liberdadeque, se bem aproveitados, podem significar maior acesso dapopulação a esse nível de ensino. Nesse particular, a substituiçãodo currículo mínimo pelas diretrizes curriculares representa umgrande avanço, pelo fato de que a sua implementação requer umabase social ampla, o que favorece, portanto, o aflorar da relevânciada ação acadêmica neste contexto.

Uma das importantes interseções entre saúde e educaçãodiz respeito à adequação do ensino, conhecimentos produzidos eserviços prestados à população com base nas necessidades sociais,situação que ainda está longe da ideal.

As IES deveriam incorporar à sua missão institucional aformação integral e terminal dos profissionais de saúde. As diretrizescurriculares propostas para os vários cursos de saúde apontamnessa direção. Alcançar os objetivos estabelecidos pelas diretrizescurriculares em vigor constituiria um enorme progresso. Énecessário, entretanto, que sejam implementadas ações de médio elongo prazos, voltadas à melhoria da formação profissional. Paratanto, as IES, responsáveis por essa formação, deverão ter papelprotagônico e ser os sujeitos dessa ação, e não mais um participanteentre muitos outros.

Como se pode concluir das questões anteriormenteabordadas, o momento atual é particularmente oportuno para sepropor um sistema de incentivos às IES que se disponham aparticipar da adequação da formação profissional para atender àsnecessidades da população brasileira. Tal proposta deverá incluiras escolas de medicina, odontologia e enfermagem e os serviços de

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saúde da rede pública, procurando favorecer a geração de perfisprofissionais mais ajustados às perspectivas da atenção básica. Aproposta formulada leva em conta as Diretrizes CurricularesNacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação paraessas profissões, bem como o Sistema Nacional de Avaliação daEducação Superior (SINAES), criado pela Lei n.° 10.861, de 14 deabril de 2004, que é o novo instrumento de avaliação da educaçãosuperior do MEC/Inep. Ele é formado por três componentesprincipais: a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenhodos estudantes (ENADE - Exame Nacional de Desempenho dosEstudantes). O SINAES foi iniciado pelos cursos da área da saúde,ainda em 2004. Vale ressaltar que o resultado do desempenho dosestudantes não infere diretamente a qualidade da instituição deeducação superior (IES). Neste sentido, a avaliação institucionaltoma por referência o projeto pedagógico apresentado pela IESpara incluir na avaliação aspectos como o corpo docente, a gestãoda IES, as instalações, a responsabilidade social, entre outros. Oresultado final do processo de avaliação do SINAES integra osresultados parciais do desempenho dos estudantes, da avaliaçãodos cursos e da avaliação institucional.

Para a formulação desse programa, será levada em conta adificuldade de concretização das propostas do Programa Saúde daFamília. Três cursos serão inicialmente contemplados no Pró-Saúde– Medicina, Enfermagem e Odontologia, cujos egressos fazem parteda estratégia do Programa Saúde da Família em todo o Brasil. Oprograma terá o papel indutor na formatação do ensino em saúdeno Brasil, tanto para os três tipos de cursos como para todos osoutros da área da Saúde, pois, a partir da criação de modelos dereorientação, poder-se-á construir uma nova etapa na formaçãoprofissional em saúde.

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Situação atual

A excessiva especialização observada em alguns cursos daárea da Saúde tem sido apontada, entre outros fatores, como umadas responsáveis pela elevação dos custos assistenciais. Em funçãodisso, várias tentativas vêm sendo feitas para corrigir a relaçãoespecialistas/generalistas, sem prejuízo da qualidade. Essaespecialização, que antes predominava na medicina, começa a serobservada também nas demais carreiras da saúde.

A experiência do Promed, seus erros e acertos estãoservindo de base para a elaboração do Pró-Saúde. Um aprendizadoimportante nesse processo de avaliação foi que a questão do métodoeducacional não pode ser visto como central nesse processo dereorientação da formação profissional em saúde. No nosso País,com educadores da estirpe de Paulo Freire, fica claro que acapacidade de se construir alternativas nacionais já faz parte de nossahistória, em que a problematização da prática certamente sugere aabordagem de solução de problemas.

Apesar da Constituição Federal de 1988 atribuir ao SUS aresponsabilidade de ordenar a formação profissional na área daSaúde, este preceito não tem se traduzido numa prática institucional.Os instrumentos de que dispõe o SUS para orientar o processo deformação e a distribuição dos recursos humanos no País não estãosendo utilizados em todo seu potencial. A insuficiente articulaçãoentre as definições políticas dos ministérios da Saúde e da Educaçãocontribuiu para um distanciamento entre a formação dos

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profissionais das necessidades da população brasileira e daoperacionalização do SUS. Atualmente, essa articulação é umprocesso que está em construção e certamente será enriquecedorpara ambos os setores (Saúde e Educação). A construção e aprovaçãopelo MEC das Diretrizes Curriculares Nacionais representaram umimportante avanço, e o presente projeto destaca-se como mais umaprofícua possibilidade de atuação conjunta dos dois setores.

O Sistema Único de Saúde constitui, efetivamente, umnovo mercado de trabalho para os profissionais de saúde, tantonos serviços públicos quanto nos contratados, devendo representarum novo padrão de prática que demanda uma reorientação daformação, embora este fato ainda não tenha sido percebido pelamaior parte da academia.

Os esforços de integração do processo de ensino com arede de serviços tiveram baixa sustentabilidade, na medida em quedependeram de uma adesão idealista de docentes e estudantes aessa iniciativa e, mesmo estando institucionalizadas, mostraram-sevulneráveis às conjunturas políticas locais. Assim, os deslocamentospara ambulatórios periféricos, a supervisão de internatos rurais, aparticipação em atividades comunitárias, entre outras, não sereverteram em incentivos, quer para progressão na carreira,reconhecimento acadêmico ou ganho financeiro, para aqueles queas assumiam e as levavam adiante.

Por outro lado, pode-se constatar que a pesquisa científicatem estado predominantemente dirigida a aspectos especializadosusualmente vinculados à alta tecnologia, quando, na realidade, semdetrimento daquela, torna-se necessário aprofundar estudos epesquisas no campo da atenção básica que permitam a atenção dosaspectos mais relevantes com efetividade, qualidade e resolubilidade.

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É possível notar também que, em expressivo número deIES, a determinação da oferta de cursos de especialização ocorresegundo lógica interna – pressão de grupos de poder, influênciasdas corporações – e não pelas necessidades epidemiológicas e sociais.O corolário dessa situação é a baixa oferta de educação pós-graduada e de processos de educação permanente em áreas comoa da atenção básica. É necessário, portanto, que se articule cada vezmais a oferta de educação permanente com as necessidadesassistenciais, devendo-se incentivar a incorporação de modalidadesde educação à distância, bem como a oferta de vagas de cursos depós-graduação em áreas estratégicas e/ou carentes de profissionaisqualificados para o SUS.

Destaca-se que muitos serviços próprios das instituiçõesacadêmicas seguem uma lógica própria interna, mais vinculada àsdemandas de pesquisa e de ensino que às demandas reais de oferecerreferência e contra-referência à rede do SUS. Perpetua-se, assim,uma lógica de uma clientela cativa, cujos problemas poderiam serresolvidos na rede de atenção básica, mas que redundantementebloqueia o acesso dos que têm indicação para utilizar estessofisticados recursos. Percebe-se, portanto, a necessidade dodesenvolvimento de pesquisas sociais e biológicas vinculadas àatenção básica, sem prejuízo daquelas em andamento.

Nesse sentido, cabe assumir que não se pode depender deuma transformação espontânea das instituições acadêmicas nadireção assinalada pelo SUS. Por isso, o desempenho de um papelindutor é extremamente importante, de modo a conferirdirecionalidade ao processo de mudança e facilitar a consecuçãodos objetivos propostos, em busca de uma atenção à saúde maisequânime e de qualidade.

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Objetivos

Geral

Incentivar transformações do processo de formação,geração de conhecimentos e prestação de serviços à população,para abordagem integral do processo de saúde-doença.

EspecíficosI - reorientar o processo de formação em medicina,

enfermagem e odontologia, de modo a oferecer àsociedade profissionais habilitados para responder àsnecessidades da população brasileira e àoperacionalização do SUS;

II - estabelecer mecanismos de cooperação entre os gestoresdo SUS e as escolas de medicina, enfermagem eodontologia, visando tanto à melhoria da qualidade e àresolubilidade da atenção prestada ao cidadão quanto àintegração da rede pública de serviços de saúde e àformação dos profissionais de saúde na graduação e naeducação permanente;

III - incorporar, no processo de formação da medicina,enfermagem e odontologia, a abordagem integral doprocesso saúde-doença e da promoção de saúde;

IV - ampliar a duração da prática educacional na rede públicade serviços básicos de saúde.

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Situação desejada

O que se busca é a intervenção no processo formativo paraque os programas de graduação possam deslocar o eixo daformação – centrado na assistência individual prestada em unidadesespecializadas – por um outro processo em que a formação estejasintonizada com as necessidades sociais, calcada na proposta dehierarquização das ações de saúde. Além disso, que essa formaçãoleve em conta as dimensões sociais, econômicas e culturais dapopulação, instrumentalizando os profissionais para a abordagemdos determinantes de ambos os componentes do binômio saúde-doença da população na comunidade e em todos os níveis dosistema.

A educação dos profissionais de saúde deve ser entendidacomo processo permanente, que se inicia durante a graduação e émantido na vida profissional, mediante o estabelecimento derelações de parceria entre as instituições de educação superior, osserviços de saúde, a comunidade, as entidades e outros setores dasociedade civil.

A formação do profissional em saúde, respeitando asdiretrizes nacionais aprovadas pelo MEC, deve estar atenta aoacelerado ritmo de evolução do conhecimento, à mudança doprocesso de trabalho em saúde, às transformações nos aspectosdemográficos e epidemiológicos, tendo como perspectiva oequilíbrio entre excelência técnica e relevância social.

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É necessária também a reorientação das pesquisasdesenvolvidas na área da Saúde, com ênfase na investigação dasnecessidades da comunidade, organização e financiamento dosserviços de saúde, experimentação de novos modelos deintervenção, avaliação da incorporação de novas tecnologias edesenvolvimento de indicadores que permitam melhor estimativada resolubilidade da atenção.

Todos estes encaminhamentos pressupõem a construçãoefetiva da integração docente assistencial, que envolve tanto aatenção básica quanto os outros níveis de cuidados de saúde,aproveitando amplamente a capacidade instalada da rede deserviços, complementada pela utilização dos hospitais universitáriose/ou as unidades assistenciais especializadas dependentes das IES,funcionalmente integradas ao SUS. Isso conduz a uma adequadaconstrução do sistema de referência e contra-referência, essencialpara a atenção à saúde com qualidade e resolubilidade. A interaçãorecíproca entre os gestores dos sistemas educacional e do SUS vaipermitir a criação das condições reais para o aproveitamento deambos os sistemas, com melhor qualidade técnica na atenção e noprocesso de ensino aprendizagem.

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Estratégia

Os projetos devem ser claros e sucintos. A factibilidade daproposta deve estar claramente demonstrada, apresentando osobjetivos a serem alcançados e demonstrando a existência decoerência entre o processo de auto-avaliação e a propostaapresentada.

A proposta deve detalhar o modelo macrocurricular quepretende adotar, mesmo que o ele não esteja totalmente definido.Apresentar a proposição de reajustar conteúdos para orientar aformação à atenção básica. Contemplar o cumprimento dos eixose vetores apresentados neste documento, destacando-se avalorização hierárquica dos eixos. Explicitar de forma clara eobjetiva o detalhamento do grau de envolvimento do corpo docentee do pessoal do serviço na construção da proposta, bem como ograu da institucionalização do projeto, tanto no âmbito dauniversidade quanto do serviço público de saúde. Indicar, ainda, ograu de engajamento/parceria com a rede de saúde, contendo claraindicação da forma de participação dos serviços em distintas etapasda formação.

É fundamental o comprometimento dos gestores dosserviços públicos de saúde com a proposta, devendo esta servalidada, caso aprovada, por convênio entre o município e a IES.Esse convênio deve objetivar, entre outros pontos, a continuidadedo projeto, mesmo que ocorra mudança de gestores.

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É desejável, porém não obrigatória, que o cursoproponente busque a articulação interprogramática com outrasprofissões.

A proposta a ser apresentada deve ter como ponto departida uma exposição sucinta do processo de auto-avaliação queinclua o corpo discente e desenvolva reflexões sobre a situaçãoatual, incluindo informação sobre a estrutura curricular e o processode ensino, a capacidade instalada de recursos humanos e materiais,a participação nos serviços assistenciais e os problemas identificados.

Com base nessas reflexões, a IES formulará, em conjuntocom o serviço público de saúde, a proposta a ser apresentada aoPró-Saúde, valorizando-se especialmente a possibilidade de que essamesma IES inclua a ampla participação dos seus diversos segmentose serviços. Tal proposta apresentará a fundamentação conceitualutilizada para a reorientação da formação profissional em saúde, aqual deve constituir-se no marco central de transformação doprocesso educacional. Serão valorizadas as propostas que busquemsoluções criativas para a abordagem dos problemas detectados.

O Pró-Saúde tem a perspectiva de que os processos dereorientação da formação ocorram simultaneamente em distintoseixos, em direção à situação desejada apontada anteriormente, queantevê a IES integrada ao serviço público de saúde e que dê respostasàs necessidades concretas da população brasileira na formação derecursos humanos, na produção do conhecimento e na prestaçãode serviços, direcionando-se, em todos estes casos, a construir ofortalecimento do SUS.

Nesse sentido, são propostos três eixos, a saber: orientaçãoteórica, cenários de prática e orientação pedagógica, os quaisenvolvem vetores específicos.

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Assume-se que uma formatação como essa corre o riscode promover simplificações, mas ao mesmo tempo é necessárioque se formule um projeto que dê direcionalidade ao processo dereorientação da formação. Cada um destes eixos é decompostoem três vetores, e, em cada um destes vetores, trata-se de fazer umatipificação das escolas em três estágios, que partem de uma situaçãomais tradicional ou conservadora no estágio 1 até alcançar, noestágio 3, a situação e o objetivo desejados.

O processo de reorientação da formação profissional emsaúde, portanto deverá ser avaliado em função do desenvolvimentodos eixos referidos, porém a descrição que se apresenta sobre cadaum deles não constitui uma regra de padronização, mas sim umexemplo que oriente a necessidade de tomá-los em conta comoelemento estruturante da mudança. Espera-se nessa etapa contarcom a criatividade dos proponentes para que possam sugerirsoluções verdadeiramente inovadoras.

Definida a imagem-objetivo a ser alcançada, se elaboraráum projeto, para o qual se alocarão os recursos necessários,estabelecendo-se a partir daí um processo de acompanhamentoexterno que, somado à auto-avaliação, estabelecerá umacompanhamento contínuo desse processo de mudança por partedos ministérios da Saúde e da Educação.

Para a consecução dos objetivos aqui propugnados e acriação de condições que favoreçam o alcance da situação desejada,propõe-se a instituição de um sistema de incentivos a seremestabelecidos por articulação entre as IES e a representação da redede serviços públicos de saúde, incluído as unidades diretamenteenvolvidas, com base em estratégias operacionais experimentais,centradas na resolubilidade, a serem submetidas, em cada caso, àsinstâncias adequadas do programa.

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A apresentação da proposta orçamentária deve estarclaramente relacionada a cada um dos três eixos do projeto doPró-Saúde, para que possam ser analisados em função do impactoesperado e definido o valor total a ser consignado em cada caso,independentemente de uma previa fixação de teto. Considerando-se a existência de cursos variados, o valor a ser concedido, levaráem conta o numero de anos e alunos de cada curso. Todas asproposições deverão especificar o cronograma para sua realização.É importante a indicação de sustentabilidade do projeto ao finaldo financiamento. As ações relacionadas à contratação pela IES deconsultoria/assessoria não podem concorrer para gastos de valormaior que 10% do montante do projeto.

Para facilitar o entendimento, os eixos, vetores e estágios aseguir descritos encontram-se condensados na tabela 1 eexplicitados na tabela 2 apresentadas após a sua descrição detalhada.

Eixo A – Orientação TeóricaEsse eixo comporta três vetores, que dizem respeito,

respectivamente, à determinação da saúde e da doença, à produçãode conhecimentos e à oferta de pós-graduação e de educaçãopermanente. Nesse âmbito, devem ser destacados aspectos relativosaos determinantes de saúde e à determinação social da doença,estudos clínico-epidemiológicos, ancorados em evidências capazesde possibilitar a avaliação crítica do processo de saúde e doença ede redirecionar protocolos e intervenções. Devem ser aindainvestigados componentes gerenciais do SUS, que possamestabelecer boas práticas de gestão, visando a alimentar um processode tomada de decisão e estimular a conformação de redes decooperação técnica.

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Ao mesmo tempo, observa-se, com muita freqüência, quea oferta pelas IES de cursos para especialistas é condicionada pelalógica interna da instituição, suscetível a pressão de grupos de podere influência das corporações entre outras e não pelas necessidadesepidemiológicas e sociais da população. Assim, a oferta de pós-graduação e de processos de educação permanente aos serviços,para a área da atenção básica, tende a ser subestimada.

É necessário, portanto, que se articule cada vez mais a ofertade educação permanente com as necessidades assistenciais,incentivando-se a incorporação de modalidades de educação àdistância, bem como oferta de vagas de cursos de pós-graduaçãoem áreas estratégicas ou com carência de profissionais qualificadospara o SUS.

Vetor 1: Determinantes de saúde e doença

Estágio 1 – A escola prioriza a consideração dedeterminantes biológicos da doença, enfatizando uma abordagemde caráter curativo orientado ao indivíduo.

Estágio 2 – A escola considera os determinantes biológicose sociais da doença, sem destacar adequadamente os aspectosrelativos à normalidade em nível individual e coletivo.

Estágio 3 – A escola dedica importância equivalente aosdeterminantes da saúde e da doença, procurando, tanto naabordagem do conhecimento teórico, como em sua aplicaçãoassistencial manter uma adequada articulação biológico-social.

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Vetor 2: produção de conhecimentos segundo asnecessidades do SUS

Estágio 1 – escolas que não tenham produção sistemáticade investigação em atenção básica ou que apenas tenham produçãona área da atenção hospitalar e de alta tecnologia.

Estágio 2 – escolas que tenham uma baixa produção deinvestigações relacionadas com a atenção básica ou com a gestãodo SUS.

Estágio 3 – escolas com alta produção de investigaçõesorientadas às necessidades da atenção básica, sem prejuízo dainvestigação pura e tecnológica, e que tenham uma forte interaçãocom os serviços públicos de saúde na área de produção e avaliaçãode protocolos clínicos, inovações da gestão, análises de custo-benefício e outras assemelhadas.

Vetor 3: pós-graduação e educação permanente

Estágio 1 – oferta exclusiva de especialidades e ausênciade oferta de especialização em atenção básica e de educaçãopermanente aos profissionais da rede do SUS.

Estágio 2 – conformação intermediária, em que há esforçospara a oferta de educação permanente relacionada à nosologiaprevalente, mas não há questionamentos do perfil de oferta deresidências, mestrados e doutorados que não atendem àsnecessidades da população.

Estágio 3 – lógica da oferta de oportunidades educacionaisfeita em estreita articulação com os gestores do SUS, revisão dosquantitativos e da qualidade da formação, e um trabalho em estreitaarticulação com os processos educativos em saúde da família.

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Eixo B – Cenário de PráticasEsse eixo compõe-se de três vetores: a integração docente

assistencial, a diversificação dos cenários de prática e o seu corolário,que é a articulação dos serviços próprios das instituições acadêmicasno contexto do SUS. As simulações da prática médica futuraapontam a perspectiva da progressiva desinstitucionalização (muitaspráticas assistenciais deverão se desenvolver em ambulatórios, nacomunidade e nos domicílios). Os cenários de ensino, portanto,devem ser diversificados, agregando-se ao processo, além dosequipamentos de saúde, os equipamentos educacionais ecomunitários.

A interação ativa do aluno com a população e profissionaisde saúde deverá ocorrer desde o início do processo de formação,proporcionando ao estudante trabalhar sobre problemas reais,assumindo responsabilidades crescentes como agente prestador decuidados compatíveis com seu grau de autonomia.

Concomitantemente, muitos serviços das instituiçõesacadêmicas seguem lógica própria interna, vinculados mais àsdemandas de ensino e pesquisa, que às demandas assistenciais reaise à função desses serviços, de maior complexidade, em oferecerreferência e contra-referência para a rede do SUS. Cria-se assimuma clientela cativa, parte da qual poderia ter seguimento na redebásica, e bloqueia-se o acesso a outros que teriam indicação parautilização de recursos mais sofisticados. Esse eixo de mudança temdois impactos positivos, na medida em que aumenta arepresentatividade da nosologia prevalente nos serviços próprios,ao mesmo tempo em que tornam disponíveis aos gestores do SUSas referências terciária e quaternária.

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Vetor 4: integração docente assistencial

Estágio 1 – os cursos mantêm rígida separação entre aprogramação teórica e a prática assistencial.

Estágio 2 – os cursos contam com alguma articulação daprogramação teórica com a prática assistencial em umas poucasáreas disciplinares, porém predominantemente na atençãoindividual de caráter curativo.

Estágio 3 – os cursos procuram integrar, durante todo oprocesso de ensino-aprendizagem, a orientação teórica com aprática assistencial, com boa articulação entre as atividades teórico-assistenciais em nível individual e coletivo.

Vetor 5: diversificação de cenários do processo de ensino

Estágio 1 – atividades práticas durante os dois primeirosanos do curso estão limitadas aos laboratórios da área básica; cicloclínico com práticas realizadas majoritariamente em instalaçõesassistenciais universitárias.

Estágio 2 – atividades extramurais isoladas de acadêmicosem unidades do SUS, durante os primeiros anos do curso, com aparticipação exclusiva ou predominante de professores da área deSaúde Coletiva, correspondendo a um pequeno percentual da cargahorária semanal do aluno. Ciclo clínico majoritariamente baseadoem atividades assistenciais em instalações da universidade nãofuncionalmente vinculadas ao SUS.

Estágio 3 – atividades extramurais em unidades do SUS,equipamentos escolares e da comunidade, ao longo de todo ocurso, com graus crescentes de complexidade; atividades clínicasdesenvolvidas em unidades de atenção básica da rede do SUS,majoritariamente ambulatorial, ou em serviços próprios das IES

PRÓ-SAÚDE

29

que subordinem suas centrais de marcação de consulta àsnecessidades locais do SUS. Internato para os cursos de Medicinae Enfermagem, ou estágio para o curso de Odontologiadesenvolvido em sua totalidade na rede do SUS.

Vetor 6: articulação dos serviços universitários com o SUS

Estágio 1 – serviços próprios, isolados da rede do SUS,com porta de entrada separada e com clientela cativa.

Estágio 2 – serviços parcialmente abertos ao SUS, maspreservando algum grau de autonomia na definição de seuspacientes.

Estágio 3 – serviços próprios completamente integradosao SUS, sem central de marcação de consultas ou de internaçõespróprias das instituições acadêmicas. Desenvolvimento demecanismos institucionais de referência e de contra-referência coma rede do SUS.

Eixo C – Orientação PedagógicaEsse eixo comporta também três vetores, que são a análise

crítica da atenção básica, a integração básico-clínica e a mudançametodológica.

O processo de educação de adultos pressupõe a utilizaçãode metodologias de ensino-aprendizagem que proponhamconcretamente desafios a serem superados pelos estudantes, quelhes possibilitem ocupar o lugar de sujeitos na construção dosconhecimentos, participando da análise do próprio processoassistencial em que estão inseridos e que coloquem o professorcomo facilitador e orientador desse processo.

Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde

30

Um conceito-chave de um modelo pedagógicoconseqüente é o de aprender fazendo, que pressupõe a inversãoda seqüência clássica teoria/prática na produção do conhecimento,assumindo que ele acontece de forma dinâmica por intermédio daação-reflexão-ação. Pretende-se a integração entre os atuais ciclosbásico e clínico. A problematização orientará a busca doconhecimento e habilidades que respaldem as intervenções paratrabalhar as questões apresentadas, tanto do ponto de vista da clínicaquanto da saúde coletiva.

Considerando-se a velocidade vertiginosa com que seproduzem e são colocados à disposição conhecimentos etecnologias no mundo atual, um dos objetivos fundamentais deaprendizagem do curso de graduação é o de aprender a aprender.Isso requer o desenvolvimento de habilidades de busca, seleção eavaliação crítica de dados e informações em livros, periódicos, basesde dados locais e remotas, além da utilização das fontes pessoais deinformação, incluindo a advinda de sua própria experiênciaprofissional.

Vetor 7: análise crítica da atenção básica

Estágio 1 – A formação nas áreas assistenciais desenvolve-se com uma abordagem acrítica das necessidades do serviço desaúde.

Estágio 2 – O curso em algumas disciplinas de aplicaçãoclínica proporciona oportunidade para uma análise crítica daorganização do serviço

Estágio 3 – O processo de ensino-aprendizagem tomacomo eixo, na etapa clínica, a análise crítica da totalidade daexperiência assistencial, com ênfase no componente de atençãobásica.

PRÓ-SAÚDE

31

Vetor 8: integração ciclo básico/ciclo profissional

Estágio 1 – ciclos clínico e básico completamente separados,com disciplinas fragmentadas e estanques, sem aproveitar, atémesmo, a existência de fontes correlatas em algumas delas.

Estágio 2 – existência de disciplinas/atividadesintegradoras ao longo dos primeiros anos.

Estágio 3 – ensino com integração do ciclo básico aoprofissional ao longo de todo o curso. O método orientador daintegração é a problematização.

Vetor 9: mudança metodológica

Estágio 1 – ensino centrado no professor, realizadofundamentalmente por meio de aulas expositivas para grandesgrupos de estudantes.

Estágio 2 – ensino que inclui inovações pedagógicas emcaráter experimental restritas a certas disciplinas, realizadomajoritariamente em pequenos grupos de estudantes.

Estágio 3 – ensino baseado majoritariamente emproblematização, em grupos pequenos, ocorrendo o ensino emambientes diversificados, IES, serviços públicos de saúde,associações, entre outros. As atividades são estruturadas a partirdas necessidades de saúde da população. Avaliação formativa esomativa, avaliando-se todos os aspectos da formação do estudante(conhecimentos, atitudes e habilidades).

Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde

32

Na tabela 1, apresentada a seguir, está sumarizado oconteúdo da tabela 2 apresentada na página seguinte, que discriminaráos vários estágios de cada um dos nove vetores.

Tabela 1. Matriz congregando eixos, vetores e estágios dasdiversas possibilidades de desenvolvimento de cursos na área da Saúde

Eixos A. Orientação teórica B. cenários de prática C. Orientação pedagógica

VetoresEstágio 1Estágio 2Estágio 3

1.Determi-nantes desaúde edoença

2.Produçãode conheci-mentos se-gundo asnecessida-des dapopulaçãobrasileira eàoperaciona-lização doSUS

3.Pós-graduaçãoeeducaçãopermanente

4.Integra-çãodocenteassistencial

5.Diversifi-caçãocenáriosdoprocessode ensino

6.Articula-ção dosserviçosassistenciaiscom o SUS

7.Análisecrítica daatençãobásica

8.Integraçãociclobásico-profissional

9.Mudançametodológica

PRÓ-SAÚDE

33

EIXO

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34

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36

PRÓ-SAÚDE

37

Referências bibliográficas

BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de Políticas de Saúde.Coordenação Geral da Política de Recursos Humanos. Programade incentivos às mudanças curriculares para as escolas médicasPROMED. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 40p.

Resolução CNE/CES nº4 de 07 de novembro de 2001. DiretrizesCurriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina.<http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/0401Medicina.pdf>

DOU 09/11/2001. Seção 1, p.38.

Resolução CNE/CES nº3 de 19 de fevereiro de 2002. DiretrizesCurriculares Nacionais do Curso de Graduação em Odontologia.< h t t p : / / p o r t a l . m e c . g o v. b r / s e s u / a r q u i v o s / p d f /0302Odontologia.pdf>

DOU 04/03/2002 Seção 1, p.10.

Resolução CNE/CES nº3 de 07 de novembro de 2001. DiretrizesCurriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem.< h t t p : / / p o r t a l . m e c . g o v. b r / s e s u / a r q u i v o s / p d f /0301Enfermagem.pdf>

DOU 09/11/2001. Seção1, p.37.

Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde

38

LDB. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. http://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm

<http://www.senado.gov.br/sf/legislacao/const/>

< http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/lei_sinaes.pdf>

Programa de Saúde da Família <http://portal.saude.gov.br/saude/visao.cfm?id_area=149>

FREIRE, P. Pedagogia da esperança: um reencontro com apedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. 245p.

PRÓ-SAÚDE

39

Anexo A

Número de cursos de graduação em enfermagem, medicina eodontologia oferecidos pelas Instituições de Educação Superior,

segundo a região geográfica, situação junto ao INEP e ao Censo daEducação Superior, 2003

Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em SaúdePrograma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde

40

PRÓ-SAÚDE

41

Anexo B

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO1

CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR

RESOLUÇÃO CNE/CES Nº 3, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2001.

Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso deGraduação em Enfermagem.

O Presidente da Câmara de Educação Superior do ConselhoNacional de Educação, tendo em vista o disposto no Art. 9º, do § 2º,alínea “c”, da Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995, e comfundamento no Parecer CNE/CES 1.133, de 7 de agosto de 2001,peça indispensável do conjunto das presentes Diretrizes CurricularesNacionais, homologado pelo Senhor Ministro da Educação, em 1º deoutubro de 2001,

RESOLVE:

Art. 1º A presente Resolução institui as DiretrizesCurriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem, a

1 CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES 3/2001. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de Novembro de 2001. Seção 1, p. 37.

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serem observadas na organização curricular das Instituições doSistema de Educação Superior do País.

Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensinode Graduação em Enfermagem definem os princípios, fundamentos,condições e procedimentos da formação de enfermeiros, estabelecidaspela Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional deEducação, para aplicação em âmbito nacional na organização,desenvolvimento e avaliação dos projetos pedagógicos dos Cursos deGraduação em Enfermagem das Instituições do Sistema de EnsinoSuperior.

Art. 3º O Curso de Graduação em Enfermagem tem comoperfil do formando egresso/profissional:

I - Enfermeiro, com formação generalista, humanista, críticae reflexiva. Profissional qualificado para o exercício deEnfermagem, com base no rigor científico e intelectual epautado em princípios éticos. Capaz de conhecer e intervirsobre os problemas/situações de saúde-doença maisprevalentes no perfil epidemiológico nacional, com ênfasena sua região de atuação, identificando as dimensões bio-psico-sociais dos seus determinantes. Capacitado a atuar,com senso de responsabilidade social e compromisso coma cidadania, como promotor da saúde integral do serhumano; e

II - Enfermeiro com Licenciatura em Enfermagem capacitadopara atuar na Educação Básica e na Educação Profissionalem Enfermagem.

Art. 4º A formação do enfermeiro tem por objetivo dotar oprofissional dos conhecimentos requeridos para o exercício dasseguintes competências e habilidades gerais:

PRÓ-SAÚDE

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I - Atenção à saúde: os profissionais de saúde, dentro de seuâmbito profissional, devem estar aptos a desenvolver açõesde prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde,tanto em nível individual quanto coletivo. Cada profissionaldeve assegurar que sua prática seja realizada de formaintegrada e contínua com as demais instâncias do sistemade saúde, sendo capaz de pensar criticamente, de analisaros problemas da sociedade e de procurar soluções para osmesmos. Os profissionais devem realizar seus serviçosdentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípiosda ética/bioética, tendo em conta que a responsabilidadeda atenção à saúde não se encerra com o ato técnico, massim, com a resolução do problema de saúde, tanto em nívelindividual como coletivo;

II - Tomada de decisões: o trabalho dos profissionais de saúdedeve estar fundamentado na capacidade de tomar decisõesvisando o uso apropriado, eficácia e custo-efetividade, daforça de trabalho, de medicamentos, de equipamentos, deprocedimentos e de práticas. Para este fim, os mesmos devempossuir competências e habilidades para avaliar,sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, baseadasem evidências científicas;

III - Comunicação: os profissionais de saúde devem ser acessíveise devem manter a confidencialidade das informações a elesconfiadas, na interação com outros profissionais de saúdee o público em geral. A comunicação envolve comunicaçãoverbal, não-verbal e habilidades de escrita e leitura; odomínio de, pelo menos, uma língua estrangeira e detecnologias de comunicação e informação;

IV - Liderança: no trabalho em equipe multiprofissional, osprofissionais de saúde deverão estar aptos a assumirposições de liderança, sempre tendo em vista o bem-estar

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da comunidade. A liderança envolve compromisso,responsabilidade, empatia, habilidade para tomada dedecisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva eeficaz;

V - Administração e gerenciamento: os profissionais devemestar aptos a tomar iniciativas, fazer o gerenciamento eadministração tanto da força de trabalho quanto dosrecursos físicos e materiais e de informação, da mesma formaque devem estar aptos a serem empreendedores, gestores,empregadores ou lideranças na equipe de saúde; e

VI -Educação permanente: os profissionais devem ser capazesde aprender continuamente, tanto na sua formação, quantona sua prática. Desta forma, os profissionais de saúde devemaprender a aprender e ter responsabilidade e compromissocom a sua educação e o treinamento/estágios das futurasgerações de profissionais, mas proporcionando condiçõespara que haja benefício mútuo entre os futuros profissionaise os profissionais dos serviços, inclusive, estimulando edesenvolvendo a mobilidade acadêmico/profissional, aformação e a cooperação por meio de redes nacionais einternacionais.

Art. 5º A formação do enfermeiro tem por objetivo dotar oprofissional dos conhecimentos requeridos para o exercício dasseguintes competências e habilidades específicas:

I – atuar profissionalmente, compreendendo a natureza humanaem suas dimensões, em suas expressões e fases evolutivas;

II – incorporar a ciência/arte do cuidar como instrumento deinterpretação profissional;

III – estabelecer novas relações com o contexto social,reconhecendo a estrutura e as formas de organização social,suas transformações e expressões;

PRÓ-SAÚDE

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IV – desenvolver formação técnico-científica que confiraqualidade ao exercício profissional;

V – compreender a política de saúde no contexto daspolíticas sociais, reconhecendo os perfisepidemiológicos das populações;

VI – reconhecer a saúde como direito e condições dignasde vida e atuar de forma a garantir a integralidade daassistência, entendida como conjunto articulado econtínuo das ações e serviços preventivos e curativos,individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todosos níveis de complexidade do sistema;

VII – atuar nos programas de assistência integral à saúde dacriança, do adolescente, da mulher, do adulto e doidoso;

VIII – ser capaz de diagnosticar e solucionar problemas desaúde, de comunicar-se, de tomar decisões, de intervirno processo de trabalho, de trabalhar em equipe e deenfrentar situações em constante mudança;

IX – reconhecer as relações de trabalho e sua influência nasaúde;

X – atuar como sujeito no processo de formação derecursos humanos;

XI – responder às especificidades regionais de saúde atravésde intervenções planejadas estrategicamente, em níveisde promoção, prevenção e reabilitação à saúde, dandoatenção integral à saúde dos indivíduos, das famílias edas comunidades;

XII – reconhecer-se como coordenador do trabalho da equipede enfermagem;

XIII – assumir o compromisso ético, humanístico e social como trabalho multiprofissional em saúde.

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XIV – promover estilos de vida saudáveis, conciliando asnecessidades tanto dos seus clientes/pacientes quantoàs de sua comunidade, atuando como agente detransformação social;

XV – usar adequadamente novas tecnologias, tanto deinformação e comunicação, quanto de ponta para ocuidar de enfermagem;

XVI – atuar nos diferentes cenários da prática profissional,considerando os pressupostos dos modelos clínico eepidemiológico;

XVII – identificar as necessidades individuais e coletivas desaúde da população, seus condicionantes edeterminantes;

XIII – intervir no processo de saúde-doença,responsabilizando-se pela qualidade da assistência/cuidado de enfermagem em seus diferentes níveis deatenção à saúde, com ações de promoção, prevenção,proteção e reabilitação à saúde, na perspectiva daintegralidade da assistência;

XIX – coordenar o processo de cuidar em enfermagem,considerando contextos e demandas de saúde;

XX – prestar cuidados de enfermagem compatíveis com asdiferentes necessidades apresentadas pelo indivíduo,pela família e pelos diferentes grupos da comunidade;

XXI – compatibilizar as características profissionais dosagentes da equipe de enfermagem às diferentesdemandas dos usuários;

XXII – integrar as ações de enfermagem às açõesmultiprofissionais;

XXIII –gerenciar o processo de trabalho em enfermagem comprincípios de Ética e de Bioética, com resolutividade

PRÓ-SAÚDE

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tanto em nível individual como coletivo em todos osâmbitos de atuação profissional;

XXIV– planejar, implementar e participar dos programas deformação e qualificação contínua dos trabalhadores deenfermagem e de saúde;

XXV – planejar e implementar programas de educação epromoção à saúde, considerando a especificidade dosdiferentes grupos sociais e dos distintos processos devida, saúde, trabalho e adoecimento;

XXVI –desenvolver, participar e aplicar pesquisas e/ou outrasformas de produção de conhecimento que objetivem aqualificação da prática profissional;

XXVII –respeitar os princípios éticos, legais e humanísticos daprofissão;

XXIII – interferir na dinâmica de trabalho institucional,reconhecendo-se como agente desse processo;

XXIX – utilizar os instrumentos que garantam a qualidade docuidado de enfermagem e da assistência à saúde;

XXX – participar da composição das estruturas consultivas edeliberativas do sistema de saúde;

XXXI – assessorar órgãos, empresas e instituições em projetosde saúde;

XXXII - cuidar da própria saúde física e mental e buscar seubem-estar como cidadão e como enfermeiro; e

XXXIII -reconhecer o papel social do enfermeiro para atuarem atividades de política e planejamento em saúde.

Parágrafo Único. A formação do Enfermeiro deve atender asnecessidades sociais da saúde, com ênfase no Sistema Único de Saúde(SUS) e assegurar a integralidade da atenção e a qualidade ehumanização do atendimento.

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Art. 6º Os conteúdos essenciais para o Curso de Graduaçãoem Enfermagem devem estar relacionados com todo o processo saúde-doença do cidadão, da família e da comunidade, integrado à realidadeepidemiológica e profissional, proporcionando a integralidade dasações do cuidar em enfermagem. Os conteúdos devem contemplar:

I - Ciências Biológicas e da Saúde – incluem-se os conteúdos(teóricos e práticos) de base moleculares e celulares dosprocessos normais e alterados, da estrutura e função dostecidos, órgãos, sistemas e aparelhos, aplicados às situaçõesdecorrentes do processo saúde-doença no desenvolvimentoda prática assistencial de Enfermagem;

II - Ciências Humanas e Sociais – incluem-se os conteúdosreferentes às diversas dimensões da relação indivíduo/sociedade, contribuindo para a compreensão dosdeterminantes sociais, culturais, comportamentais,psicológicos, ecológicos, éticos e legais, nos níveis individuale coletivo, do processo saúde-doença;

III - Ciências da Enfermagem - neste tópico de estudo, incluem-se:a) Fundamentos de Enfermagem: os conteúdos técnicos,metodológicos e os meios e instrumentos inerentes aotrabalho do Enfermeiro e da Enfermagem em nívelindividual e coletivo;b) Assistência de Enfermagem: os conteúdos (teóricos epráticos) que compõem a assistência de Enfermagem emnível individual e coletivo prestada à criança, aoadolescente, ao adulto, à mulher e ao idoso, considerandoos determinantes sócio-culturais, econômicos e ecológicosdo processo saúde-doença, bem como os princípios éticos,legais e humanísticos inerentes ao cuidado de Enfermagem;c) Administração de Enfermagem: os conteúdos (teóricose práticos) da administração do processo de trabalho deenfermagem e da assistência de enfermagem; e

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d) Ensino de Enfermagem: os conteúdos pertinentes àcapacitação pedagógica do enfermeiro, independente daLicenciatura em Enfermagem.

§ 1º Os conteúdos curriculares, as competências e ashabilidades a serem assimilados e adquiridos no nível

de graduação do enfermeiro devem conferir-lheterminalidade e capacidade acadêmica e/ou profissional, considerandoas demandas e necessidades prevalentes e prioritárias da populaçãoconforme o quadro epidemiológico do país/região.

§ 2º Este conjunto de competências, conteúdos e habilidadesdeve promover no aluno e no enfermeiro a capacidade dedesenvolvimento intelectual e profissional autônomo e permanente.

Art. 7º Na formação do Enfermeiro, além dos conteúdosteóricos e práticos desenvolvidos ao longo de sua formação, ficam oscursos obrigados a incluir no currículo o estágio supervisionado emhospitais gerais e especializados, ambulatórios, rede básica de serviçosde saúde e comunidades nos dois últimos semestres do Curso deGraduação em Enfermagem.

Parágrafo Único. Na elaboração da programação e noprocesso de supervisão do aluno, em estágio curricular supervisionado,pelo professor, será assegurada efetiva participação dos enfermeirosdo serviço de saúde onde se desenvolve o referido estágio. A cargahorária mínima do estágio curricular supervisionado deverá totalizar20% (vinte por cento) da carga horária total do Curso de Graduaçãoem Enfermagem proposto, com base no Parecer/Resolução específicoda Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação.

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Art. 8º O projeto pedagógico do Curso de Graduação emEnfermagem deverá contemplar atividades complementares e asInstituições de Ensino Superior deverão criar mecanismos deaproveitamento de conhecimentos, adquiridos pelo estudante, atravésde estudos e práticas independentes, presenciais e/ou a distância, asaber: monitorias e estágios; programas de iniciação científica;programas de extensão; estudos complementares e cursos realizadosem outras áreas afins.

Art. 9º O Curso de Graduação em Enfermagem deve ter umprojeto pedagógico, construído coletivamente, centrado no aluno comosujeito da aprendizagem e apoiado no professor como facilitador emediador do processo ensino-aprendizagem. Este projeto pedagógicodeverá buscar a formação integral e adequada do estudante atravésde uma articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão/assistência.

Art. 10. As Diretrizes Curriculares e o Projeto Pedagógicodevem orientar o Currículo do Curso de Graduação em Enfermagempara um perfil acadêmico e profissional do egresso. Este currículodeverá contribuir, também, para a compreensão, interpretação,preservação, reforço, fomento e difusão das culturas nacionais eregionais, internacionais e históricas, em um contexto de pluralismoe diversidade cultural.

§ 1º As diretrizes curriculares do Curso de Graduação emEnfermagem deverão contribuir para a inovação e a qualidade doprojeto pedagógico do curso.

§ 2º O Currículo do Curso de Graduação em Enfermagemdeve incluir aspectos complementares de perfil, habilidades,competências e conteúdos, de forma a considerar a inserção

PRÓ-SAÚDE

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institucional do curso, a flexibilidade individual de estudos e osrequerimentos, demandas e expectativas de desenvolvimento do setorsaúde na região.

Art. 11. A organização do Curso de Graduação emEnfermagem deverá ser definida pelo respectivo colegiado do curso,que indicará a modalidade: seriada anual, seriada semestral, sistemade créditos ou modular.

Art. 12. Para conclusão do Curso de Graduação emEnfermagem, o aluno deverá elaborar um trabalho sob orientaçãodocente.

Art. 13. A Formação de Professores por meio de LicenciaturaPlena segue Pareceres e Resoluções específicos da Câmara de EducaçãoSuperior e do Pleno do Conselho Nacional de Educação.

Art. 14. A estrutura do Curso de Graduação em Enfermagemdeverá assegurar:

I - a articulação entre o ensino, pesquisa e extensão/assistência,garantindo um ensino crítico, reflexivo e criativo, que levea construção do perfil almejado, estimulando a realizaçãode experimentos e/ou de projetos de pesquisa; socializandoo conhecimento produzido, levando em conta a evoluçãoepistemológica dos modelos explicativos do processo saúde-doença;

II - as atividades teóricas e práticas presentes desde o início docurso, permeando toda a formação do Enfermeiro, de formaintegrada e interdisciplinar;

III - a visão de educar para a cidadania e a participação plenana sociedade;

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IV - os princípios de autonomia institucional, de flexibilidade,integração estudo/trabalho e pluralidade no currículo;

V - a implementação de metodologia no processo ensinar-aprender que estimule o aluno a refletir sobre a realidadesocial e aprenda a aprender;

VI - a definição de estratégias pedagógicas que articulem osaber; o saber fazer e o saber conviver, visandodesenvolver o aprender a aprender, o aprender a ser, oaprender a fazer, o aprender a viver juntos e o aprendera conhecer que constitui atributos indispensáveis àformação do Enfermeiro;

VII - o estímulo às dinâmicas de trabalho em grupos, porfavorecerem a discussão coletiva e as relaçõesinterpessoais;

VIII - a valorização das dimensões éticas e humanísticas,desenvolvendo no aluno e no enfermeiro atitudes evalores orientados para a cidadania e para asolidariedade; e

IX - a articulação da Graduação em Enfermagem com aLicenciatura em Enfermagem.

Art. 15. A implantação e desenvolvimento das diretrizescurriculares devem orientar e propiciar concepções curriculares aoCurso de Graduação em Enfermagem que deverão ser acompanhadase permanentemente avaliadas, a fim de permitir os ajustes que sefizerem necessários ao seu aperfeiçoamento.

§ 1º As avaliações dos alunos deverão basear-se nascompetências, habilidades e conteúdos curriculares desenvolvidos,tendo como referência as Diretrizes Curriculares.

PRÓ-SAÚDE

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§ 2º O Curso de Graduação em Enfermagem deverá utilizarmetodologias e critérios para acompanhamento e avaliação doprocesso ensino-aprendizagem e do próprio curso, em consonânciacom o sistema de avaliação e a dinâmica curricular definidos pela IESà qual pertence.

Art. 16. Esta Resolução entra em vigor na data de suapublicação, revogadas as disposições em contrário.

Arthur Roquete de MacedoPresidente da Câmara de Educação Superior

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Anexo C

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO1

CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR

RESOLUÇÃO CNE/CES Nº 4, DE 7 DE NOVEMBRODE 2001.

Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso deGraduação em Medicina.

O Presidente da Câmara de Educação Superior doConselho Nacional de Educação, tendo em vista o disposto noArt. 9º, do § 2º, alínea “c”, da Lei nº 9.131, de 25 de novembro de1995, e com fundamento no Parecer CNE/CES 1.133, de 7 deagosto de 2001, peça indispensável do conjunto das presentesDiretrizes Curriculares Nacionais, homologado pelo SenhorMinistro da Educação, em 1º de outubro de 2001,

RESOLVE:

1 CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES 4/2001. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de novembro de 2001. Seção 1, p. 38

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Art. 1º A presente Resolução institui as DiretrizesCurriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina, aserem observadas na organização curricular das Instituições doSistema de Educação Superior do País.

Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensinode Graduação em Medicina definem os princípios, fundamentos,condições e procedimentos da formação de médicos, estabelecidaspela Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional deEducação, para aplicação em âmbito nacional na organização,desenvolvimento e avaliação dos projetos pedagógicos dos Cursosde Graduação em Medicina das Instituições do Sistema de EnsinoSuperior.

Art. 3º O Curso de Graduação em Medicina tem comoperfil do formando egresso/profissional o médico, com formaçãogeneralista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a atuar,pautado em princípios éticos, no processo de saúde-doença emseus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção,prevenção, recuperação e reabilitação à saúde, na perspectiva daintegralidade da assistência, com senso de responsabilidade sociale compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integraldo ser humano.

Art. 4º A formação do médico tem por objetivo dotar oprofissional dos conhecimentos requeridos para o exercício dasseguintes competências e habilidades gerais:

I - Atenção à saúde: os profissionais de saúde, dentro de seuâmbito profissional, devem estar aptos a desenvolver ações

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de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde,tanto em nível individual quanto coletivo. Cada profissionaldeve assegurar que sua prática seja realizada de formaintegrada e contínua com as demais instâncias do sistemade saúde, sendo capaz de pensar criticamente, de analisaros problemas da sociedade e de procurar soluções para osmesmos. Os profissionais devem realizar seus serviçosdentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípiosda ética/bioética, tendo em conta que a responsabilidadeda atenção à saúde não se encerra com o ato técnico, massim, com a resolução do problema de saúde, tanto em nívelindividual como coletivo;

II - Tomada de decisões: o trabalho dos profissionais de saúdedeve estar fundamentado na capacidade de tomar decisõesvisando o uso apropriado, eficácia e custo-efetividade, daforça de trabalho, de medicamentos, de equipamentos, deprocedimentos e de práticas. Para este fim, os mesmos devempossuir competências e habilidades para avaliar,sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, baseadasem evidências científicas;

III - Comunicação: os profissionais de saúde devem ser acessíveise devem manter a confidencialidade das informações a elesconfiadas, na interação com outros profissionais de saúdee o público em geral. A comunicação envolve comunicaçãoverbal, não-verbal e habilidades de escrita e leitura; odomínio de, pelo menos, uma língua estrangeira e detecnologias de comunicação e informação;

IV - Liderança: no trabalho em equipe multiprofissional, osprofissionais de saúde deverão estar aptos a assumirposições de liderança, sempre tendo em vista o bem-estarda comunidade. A liderança envolve compromisso,responsabilidade, empatia, habilidade para tomada de

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decisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva eeficaz;

V - Administração e gerenciamento: os profissionais devemestar aptos a tomar iniciativas, fazer o gerenciamento eadministração tanto da força de trabalho quanto dosrecursos físicos e materiais e de informação, da mesmaforma que devem estar aptos a serem empreendedores,gestores, empregadores ou lideranças na equipe de saúde;e

VI - Educação permanente: os profissionais devem ser capazesde aprender continuamente, tanto na sua formação, quantona sua prática. Desta forma, os profissionais de saúde devemaprender a aprender e ter responsabilidade e compromissocom a sua educação e o treinamento/estágios das futurasgerações de profissionais, mas proporcionando condiçõespara que haja benefício mútuo entre os futuros profissionaise os profissionais dos serviços, inclusive, estimulando edesenvolvendo a mobilidade acadêmico/profissional, aformação e a cooperação por meio de redes nacionais einternacionais.

Art. 5º A formação do médico tem por objetivo dotar oprofissional dos conhecimentos requeridos para o exercício dasseguintes competências e habilidades específicas:

I – promover estilos de vida saudáveis, conciliando asnecessidades tanto dos seus clientes/pacientes quanto àsde sua comunidade, atuando como agente de transformaçãosocial;

II - atuar nos diferentes níveis de atendimento à saúde, comênfase nos atendimentos primário e secundário;

III - comunicar-se adequadamente com os colegas de trabalho,os pacientes e seus familiares;

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V - informar e educar seus pacientes, familiares ecomunidade em relação à promoção da saúde,prevenção, tratamento e reabilitação das doenças,usando técnicas apropriadas de comunicação;

V - realizar com proficiência a anamnese e a conseqüenteconstrução da história clínica, bem como dominar aarte e a técnica do exame físico;

VI - dominar os conhecimentos científicos básicos danatureza biopsicosocio-ambiental subjacentes à práticamédica e ter raciocínio crítico na interpretação dosdados, na identificação da natureza dos problemas daprática médica e na sua resolução;

VII - diagnosticar e tratar corretamente as principais doençasdo ser humano em todas as fases do ciclo biológico,tendo como critérios a prevalência e o potencialmórbido das doenças, bem como a eficácia da açãomédica;

VIII - reconhecer suas limitações e encaminhar,adequadamente, pacientes portadores de problemas quefujam ao alcance da sua formação geral;

X - otimizar o uso dos recursos propedêuticos, valorizandoo método clínico em todos seus aspectos;

X - exercer a medicina utilizando procedimentosdiagnósticos e terapêuticos com base em evidênciascientíficas;

XI - utilizar adequadamente recursos semiológicos eterapêuticos, validados cientificamente,contemporâneos, hierarquizados para atenção integralà saúde, no primeiro, segundo e terceiro níveis deatenção;

XII - reconhecer a saúde como direito e atuar de forma agarantir a integralidade da assistência entendida como

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conjunto articulado e contínuo de ações e serviçospreventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidospara cada caso em todos os níveis de complexidade dosistema;

XIII - atuar na proteção e na promoção da saúde e naprevenção de doenças, bem como no tratamento ereabilitação dos problemas de saúde eacompanhamento do processo de morte;

XIV - realizar procedimentos clínicos e cirúrgicosindispensáveis para o atendimento ambulatorial e parao atendimento inicial das urgências e emergências emtodas as fases do ciclo biológico;

XV - conhecer os princípios da metodologia científica,possibilitando-lhe a leitura crítica de artigos técnico-científicos e a participação na produção deconhecimentos;

XVI - lidar criticamente com a dinâmica do mercado detrabalho e com as políticas de saúde;

XVII - atuar no sistema hierarquizado de saúde, obedecendoaos princípios técnicos e éticos de referência e contra-referência;

XVIII - cuidar da própria saúde física e mental e buscar seubem-estar como cidadão e como médico;

XIX - considerar a relação custo-benefício nas decisõesmédicas, levando em conta as reais necessidades dapopulação;

XX - ter visão do papel social do médico e disposição paraatuar em atividades de política e de planejamento emsaúde;

XXI - atuar em equipe multiprofissional; eXXII - manter-se atualizado com a legislação pertinente à

saúde.

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Parágrafo Único. Com base nestas competências, aformação do médico deverá contemplar o sistema de saúde vigenteno país, a atenção integral da saúde num sistema regionalizado ehierarquizado de referência e contra-referência e o trabalho emequipe.

Art. 6º Os conteúdos essenciais para o Curso deGraduação em Medicina devem estar relacionados com todo oprocesso saúde-doença do cidadão, da família e da comunidade,integrado à realidade epidemiológica e profissional,proporcionando a integralidade das ações do cuidar em medicina.Devem contemplar:

I - conhecimento das bases moleculares e celulares dosprocessos normais e alterados, da estrutura e função dostecidos, órgãos, sistemas e aparelhos, aplicados aosproblemas de sua prática e na forma como o médico outiliza;

II - compreensão dos determinantes sociais, culturais,comportamentais, psicológicos, ecológicos, éticos e legais,nos níveis individual e coletivo, do processo saúde-doença;

III - abordagem do processo saúde-doença do indivíduo e dapopulação, em seus múltiplos aspectos de determinação,ocorrência e intervenção;

IV -compreensão e domínio da propedêutica médica –capacidade de realizar história clínica, exame físico,conhecimento fisiopatológico dos sinais e sintomas;capacidade reflexiva e compreensão ética, psicológica ehumanística da relação médico-paciente;

V - diagnóstico, prognóstico e conduta terapêutica nas doençasque acometem o ser humano em todas as fases do ciclobiológico, considerando-se os critérios da prevalência,

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letalidade, potencial de prevenção e importânciapedagógica; e

VI -promoção da saúde e compreensão dos processosfisiológicos dos seres humanos – gestação, nascimento,crescimento e desenvolvimento, envelhecimento e doprocesso de morte, atividades físicas, desportivas e asrelacionadas ao meio social e ambiental.

Art. 7º A formação do médico incluirá, como etapaintegrante da graduação, estágio curricular obrigatório detreinamento em serviço, em regime de internato, em serviçospróprios ou conveniados, e sob supervisão direta dos docentes daprópria Escola/Faculdade. A carga horária mínima do estágiocurricular deverá atingir 35% (trinta e cinco por cento) da cargahorária total do Curso de Graduação em Medicina proposto, combase no Parecer/Resolução específico da Câmara de EducaçãoSuperior do Conselho Nacional de Educação.

§ 1º O estágio curricular obrigatório de treinamento emserviço incluirá necessariamente aspectos essenciais nas áreas deClínica Médica, Cirurgia, Ginecologia-Obstetrícia, Pediatria e SaúdeColetiva, devendo incluir atividades no primeiro, segundo e terceironíveis de atenção em cada área. Estas atividades devem sereminentemente práticas e sua carga horária teórica não poderá sersuperior a 20% (vinte por cento) do total por estágio.

§ 2º O Colegiado do Curso de Graduação em Medicinapoderá autorizar, no máximo 25% (vinte e cinco por cento) dacarga horária total estabelecida para este estágio, a realização detreinamento supervisionado fora da unidade federativa,

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preferencialmente nos serviços do Sistema Único de Saúde, bemcomo em Instituição conveniada que mantenha programas deResidência credenciados pela Comissão Nacional de ResidênciaMédica e/ou outros programas de qualidade equivalente em nívelinternacional.

Art. 8º O projeto pedagógico do Curso de Graduação emMedicina deverá contemplar atividades complementares e asInstituições de Ensino Superior deverão criar mecanismos deaproveitamento de conhecimentos, adquiridos pelo estudante,mediante estudos e práticas independentes, presenciais e/ou adistância, a saber: monitorias e estágios; programas de iniciaçãocientífica; programas de extensão; estudos complementares ecursos realizados em outras áreas afins.

Art. 9º O Curso de Graduação em Medicina deve ter umprojeto pedagógico, construído coletivamente, centrado no alunocomo sujeito da aprendizagem e apoiado no professor comofacilitador e mediador do processo ensino-aprendizagem. Esteprojeto pedagógico deverá buscar a formação integral e adequadado estudante por meio de uma articulação entre o ensino, a pesquisae a extensão/assistência.

Art. 10. As Diretrizes Curriculares e o Projeto Pedagógicodevem orientar o Currículo do Curso de Graduação em Medicinapara um perfil acadêmico e profissional do egresso. Este currículodeverá contribuir, também, para a compreensão, interpretação,preservação, reforço, fomento e difusão das culturas nacionais eregionais, internacionais e históricas, em um contexto de pluralismoe diversidade cultural.

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§ 1º As diretrizes curriculares do Curso de Graduação emMedicina deverão contribuir para a inovação e a qualidade doprojeto pedagógico do curso.

§ 2º O Currículo do Curso de Graduação em Medicinapoderá incluir aspectos complementares de perfil, habilidades,competências e conteúdos, de forma a considerar a inserçãoinstitucional do curso, a flexibilidade individual de estudos e osrequerimentos, demandas e expectativas de desenvolvimento dosetor saúde na região.

Art. 11. A organização do Curso de Graduação emMedicina deverá ser definida pelo respectivo colegiado do curso,que indicará a modalidade: seriada anual, seriada semestral, sistemade créditos ou modular.

Art. 12. A estrutura do Curso de Graduação em Medicinadeve:

I - Ter como eixo do desenvolvimento curricular asnecessidades de saúde dos indivíduos e das populaçõesreferidas pelo usuário e identificadas pelo setor saúde;

II - utilizar metodologias que privilegiem a participação ativado aluno na construção do conhecimento e a integraçãoentre os conteúdos, além de estimular a interação entre oensino, a pesquisa e a extensão/assistência;

III - incluir dimensões éticas e humanísticas, desenvolvendo noaluno atitudes e valores orientados para a cidadania;

IV -promover a integração e a interdisciplinaridade emcoerência com o eixo de desenvolvimento curricular,

PRÓ-SAÚDE

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buscando integrar as dimensões biológicas,psicológicas, sociais e ambientais;

V - inserir o aluno precocemente em atividades práticasrelevantes para a sua futura vida profissional;

VI - utilizar diferentes cenários de ensino-aprendizagempermitindo ao aluno conhecer e vivenciar situaçõesvariadas de vida, da organização da prática e do trabalhoem equipe multiprofissional;

VII - propiciar a interação ativa do aluno com usuários eprofissionais de saúde desde o início de sua formação,proporcionando ao aluno lidar com problemas reais,assumindo responsabilidades crescentes como agenteprestador de cuidados e atenção, compatíveis com seugrau de autonomia, que se consolida na graduação como internato; e

VIII - vincular, através da integração ensino-serviço, aformação médico-acadêmica às necessidades sociais dasaúde, com ênfase no SUS.

Art. 13. A implantação e desenvolvimento das diretrizescurriculares devem orientar e propiciar concepções curriculares aoCurso de Graduação em Medicina que deverão ser acompanhadase permanentemente avaliadas, a fim de permitir os ajustes que sefizerem necessários ao seu aperfeiçoamento.

§ 1º As avaliações dos alunos deverão basear-se nascompetências, habilidades e conteúdos curriculares desenvolvidos,tendo como referência as Diretrizes Curriculares.

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§ 2º O Curso de Graduação em Medicina deverá utilizarmetodologias e critérios para acompanhamento e avaliação doprocesso ensino-aprendizagem e do próprio curso, em consonânciacom o sistema de avaliação e a dinâmica curricular definidos pelaIES à qual pertence.

Art. 14. Esta Resolução entra em vigor na data de suapublicação, revogadas as disposições em contrário.

Arthur Roquete de Macedo

Presidente da Câmara de Educação Superior

PRÓ-SAÚDE

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Anexo D

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO1

CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR

RESOLUÇÃO CNE/CES 3, DE 19 DE FEVEREIRO DE2002.(*)

Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso deGraduação em Odontologia.

O Presidente da Câmara de Educação Superior doConselho Nacional de Educação, tendo em vista o disposto noArt. 9º, do § 2º, alínea “c”, da Lei 9.131, de 25 de novembro de1995, e com fundamento no Parecer CES 1.300/2001, de 06 denovembro de 2001, peça indispensável do conjunto das presentesDiretrizes Curriculares Nacionais, homologado pelo SenhorMinistro da Educação, em 4 de dezembro de 2001, resolve:

Art. 1º A presente Resolução institui as DiretrizesCurriculares Nacionais do Curso de Graduação em Odontologia,a serem observadas na organização curricular das Instituições doSistema de Educação Superior do País.

1 CNE. Resolução CNE/CES 3/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 4 de março de 2002. Seção 1,p. 10.

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Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensinode Graduação em Odontologia definem os princípios,fundamentos, condições e procedimentos da formação deCirurgiões Dentistas, estabelecidas pela Câmara de EducaçãoSuperior do Conselho Nacional de Educação, para aplicação emâmbito nacional na organização, desenvolvimento e avaliação dosprojetos pedagógicos dos Cursos de Graduação em Odontologiadas Instituições do Sistema de Ensino Superior.

Art. 3º O Curso de Graduação em Odontologia tem comoperfil do formando egresso/profissional o Cirurgião Dentista, comformação generalista, humanista, crítica e reflexiva, para atuar emtodos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor técnico ecientífico. Capacitado ao exercício de atividades referentes à saúdebucal da população, pautado em princípios éticos, legais e nacompreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio,dirigindo sua atuação para a transformação da realidade em benefícioda sociedade.

Art. 4º A formação do Cirurgião Dentista tem por objetivodotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercíciodas seguintes competências e habilidades gerais:

I - Atenção à saúde: os profissionais de saúde, dentro de seuâmbito profissional, devem estar aptos a desenvolver açõesde prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde,tanto em nível individual quanto coletivo. Cada profissionaldeve assegurar que sua prática seja realizada de formaintegrada e contínua com as demais instâncias do sistemade saúde, sendo capaz de pensar criticamente, de analisaros problemas da sociedade e de procurar soluções para os

PRÓ-SAÚDE

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mesmos. Os profissionais devem realizar seus serviçosdentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípiosda ética/bioética, tendo em conta que a responsabilidadeda atenção à saúde não se encerra com o ato técnico, massim, com a resolução do problema de saúde, tanto em nívelindividual como coletivo;

II - Tomada de decisões: o trabalho dos profissionais de saúdedeve estar fundamentado na capacidade de tomar decisõesvisando o uso apropriado, eficácia e custoefetividade, daforça de trabalho, de medicamentos, de equipamentos, deprocedimentos e de práticas. Para este fim, os mesmos devempossuir competências e habilidades para avaliar,sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, baseadasem evidências científicas;

III - Comunicação: os profissionais de saúde devem seracessíveis e devem manter a confidencialidade dasinformações a eles confiadas, na interação com outrosprofissionais de saúde e o público em geral. A comunicaçãoenvolve comunicação verbal, não-verbal e habilidades deescrita e leitura; o domínio de, pelo menos, uma línguaestrangeira e de tecnologias de comunicação e informação;

IV -Liderança: no trabalho em equipe multiprofissional, osprofissionais de saúde deverão estar aptos a assumiremposições de liderança, sempre tendo em vista o bem estarda comunidade. A liderança envolve compromisso,responsabilidade, empatia, habilidade para tomada dedecisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva eeficaz;

V - Administração e gerenciamento: os profissionais devemestar aptos a tomar iniciativas, fazer o gerenciamento eadministração tanto da força de trabalho, dos recursosfísicos e materiais e de informação, da mesma forma que

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devem estar aptos a serem empreendedores, gestores,empregadores ou lideranças na equipe de saúde; e

VI -Educação permanente: os profissionais devem ser capazesde aprender continuamente, tanto na sua formação, quantona sua prática. Desta forma, os profissionais de saúde devemaprender a aprender e ter responsabilidade e compromissocom a sua educação e o treinamento/estágios das futurasgerações de profissionais, mas proporcionando condiçõespara que haja benefício mútuo entre os futuros profissionaise os profissionais dos serviços, inclusive, estimulando edesenvolvendo a mobilidade acadêmico/profissional, aformação e a cooperação através de redes nacionais einternacionais.

Art. 5º A formação do Cirurgião Dentista tem por objetivodotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercíciodas seguintes competências e habilidades específicas:

I - respeitar os princípios éticos inerentes ao exercícioprofissional;

II - atuar em todos os níveis de atenção à saúde, integrando-seem programas de promoção, manutenção, prevenção,proteção e recuperação da saúde, sensibilizados ecomprometidos com o ser humano, respeitando-o evalorizando-o;

III - atuar multiprofissionalmente, interdisciplinarmente etransdisciplinarmente com extrema produtividade napromoção da saúde baseado na convicção científica, decidadania e de ética;

IV - reconhecer a saúde como direito e condições dignas devida e atuar de forma a garantir a integralidade daassistência, entendida como conjunto articulado e contínuo

PRÓ-SAÚDE

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das ações e serviços preventivos e curativos, individuaise coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveisde complexidade do sistema;

V - exercer sua profissão de forma articulada ao contextosocial, entendendo-a como uma forma de participaçãoe contribuição social;

VI - conhecer métodos e técnicas de investigação eelaboração de trabalhos acadêmicos e científicos;

VII - desenvolver assistência odontológica individual ecoletiva;

VIII - identificar em pacientes e em grupos populacionais asdoenças e distúrbios bucomaxilo-faciais e realizarprocedimentos adequados para suas investigações,prevenção, tratamento e controle;

IX - cumprir investigações básicas e procedimentosoperatórios;

X - promover a saúde bucal e prevenir doenças e distúrbiosbucais;

XI - comunicar e trabalhar efetivamente com pacientes,trabalhadores da área da saúde e outros indivíduosrelevantes, grupos e organizações;

XII - obter e eficientemente gravar informações confiáveise avaliá-las objetivamente;

XIII - aplicar conhecimentos e compreensão de outrosaspectos de cuidados de saúde na busca de soluçõesmais adequadas para os problemas clínicos no interessede ambos, o indivíduo e a comunidade;

XIV - analisar e interpretar os resultados de relevantespesquisas experimentais, epidemiológicas e clínicas;

XV - organizar, manusear e avaliar recursos de cuidados desaúde efetiva e eficientemente;

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XVI - aplicar conhecimentos de saúde bucal, de doenças etópicos relacionados no melhor interesse doindivíduo e da comunidade;

XVII - participar em educação continuada relativa a saúdebucal e doenças como um componente da obrigaçãoprofissional e manter espírito crítico, mas aberto anovas informações;

XVIII - participar de investigações científicas sobredoenças e saúde bucal e estar preparado paraaplicar os resultados de pesquisas para oscuidados de saúde;

XIX - buscar melhorar a percepção e providenciarsoluções para os problemas de saúde bucal e áreasrelacionadas e necessidades globais dacomunidade;

XX - manter reconhecido padrão de ética profissionale conduta, e aplicá-lo em todos os aspectos davida profissional;

XXI - estar ciente das regras dos trabalhadores da áreada saúde bucal na sociedade e ter responsabilidadepessoal para com tais regras;

XXII - reconhecer suas limitações e estar adaptado eflexível face às mudanças circunstanciais;

XXIII - colher, observar e interpretar dados para aconstrução do diagnóstico;

XXIV - identificar as afecções buco-maxilo-faciaisprevalentes;

XXV - propor e executar planos de tratamentoadequados;

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XXVI - realizar a preservação da saúde bucal;

XXVII - comunicar-se com pacientes, com profissionais dasaúde e com a comunidade em geral;

XXVIII - trabalhar em equipes interdisciplinares e atuarcomo agente de promoção de saúde;

XXIX - planejar e administrar serviços de saúdecomunitária;

XXX - acompanhar e incorporar inovações tecnológicas(informática, novos materiais, biotecnologia) noexercício da profissão.

Parágrafo único. A formação do Cirurgião Dentista deverácontemplar o sistema de saúde vigente no país, a atenção integralda saúde num sistema regionalizado e hierarquizado de referênciae contrareferência e o trabalho em equipe.

Art. 6º Os conteúdos essenciais para o Curso de Graduaçãoem Odontologia devem estar relacionados com todo o processosaúde-doença do cidadão, da família e da comunidade, integrado àrealidade epidemiológica e profissional. Os conteúdos devemcontemplar:

I - Ciências Biológicas e da Saúde – incluem-se os conteúdos(teóricos e práticos) de base moleculares e celulares dosprocessos normais e alterados, da estrutura e função dostecidos, órgãos, sistemas e aparelhos, aplicados àssituações decorrentes do processo saúde-doença nodesenvolvimento da prática assistencial de Odontologia.

II - Ciências Humanas e Sociais – incluem-se os conteúdosreferentes às diversas dimensões da relação indivíduo/

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sociedade, contribuindo para a compreensão dosdeterminantes sociais, culturais, comportamentais,psicológicos, ecológicos, éticos e legais, nos níveisindividual e coletivo, do processo saúde-doença.

III - Ciências Odontológicas – incluem-se os conteúdos (teóricose práticos) de:a) propedêutica clínica, onde serão ministradosconhecimentos de patologia bucal, semiologia e radiologia;b) clínica odontológica, onde serão ministradosconhecimentos de materiais dentários, oclusão, dentística,endodontia, periodontia, prótese, implantodontia, cirurgiae traumatologia buco-maxilo-faciais; ec) odontologia pediátrica, onde serão ministradosconhecimentos de patologia, clínica odontopediátrica e demedidas ortodônticas preventivas.

Art. 7º A formação do Cirurgião Dentista deve garantir odesenvolvimento de estágios curriculares, sob supervisão docente.Este estágio deverá ser desenvolvido de forma articulada e comcomplexidade crescente ao longo do processo de formação. A cargahorária mínima do estágio curricular supervisionado deverá atingir20% da carga horária total do Curso de Graduação em Odontologiaproposto, com base no Parecer/Resolução específico da Câmarade Educação Superior do Conselho Nacional de Educação.

Art. 8º O projeto pedagógico do Curso de Graduação emOdontologia deverá contemplar atividades complementares e asInstituições de Ensino Superior deverão criar mecanismos deaproveitamento de conhecimentos, adquiridos pelo estudante,através de estudos e práticas independentes presenciais e/ou a

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distância, a saber: monitorias e estágios; programas de iniciaçãocientífica; programas de extensão; estudos complementares ecursos realizados em outras áreas afins.

Art. 9º O Curso de Graduação em Odontologia deve terum projeto pedagógico, construído coletivamente, centrado noaluno como sujeito da aprendizagem e apoiado no professor comofacilitador e mediador do processo ensino-aprendizagem. Esteprojeto pedagógico deverá buscar a formação integral e adequadado estudante através de uma articulação entre o ensino, a pesquisae a extensão/assistência.

Art. 10. As Diretrizes Curriculares e o Projeto Pedagógicodevem orientar o Currículo do Curso de Graduação emOdontologia para um perfil acadêmico e profissional do egresso.Este currículo deverá contribuir, também, para a compreensão,interpretação, preservação, reforço, fomento e difusão das culturasnacionais e regionais, internacionais e históricas, em um contextode pluralismo e diversidade cultural.

§ 1º As Diretrizes Curriculares do Curso de Graduaçãoem Odontologia deverão contribuir para a inovação e a qualidadedo projeto pedagógico do curso.

§ 2º O Currículo do Curso de Graduação em Odontologiapoderá incluir aspectos complementares de perfil, habilidades,competências e conteúdos, de forma a considerar a inserçãoinstitucional do curso, a flexibilidade individual de estudos e osrequerimentos, demandas e expectativas de desenvolvimento dosetor saúde na região.

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Art. 11. A organização do Curso de Graduação emOdontologia deverá ser definida pelo respectivo colegiado docurso, que indicará a modalidade: seriada anual, seriada semestral,sistema de créditos ou modular.

Art. 12. Para conclusão do Curso de Graduação emOdontologia, o aluno deverá elaborar um trabalho sob orientaçãodocente.

Art. 13. A estrutura do Curso de Graduação emOdontologia deverá:

I - estabelecer com clareza aquilo que se deseja obter comoum perfil do profissional integral; na sua elaboração,substituir a decisão pessoal pela coletiva. Deverá explicitarcomo objetivos gerais a definição do perfil do sujeito a serformado, envolvendo dimensões cognitivas, afetivas,psicomotoras, nas seguintes áreas:a) formação geral: conhecimentos e atitudes relevantes paraa formação científicocultural do aluno;b) formação profissional: capacidades relativas àsocupações correspondentes; ec) cidadania: atitudes e valores correspondentes à éticaprofissional e ao compromisso com a sociedade.

II - aproximar o conhecimento básico da sua utilização clínica;viabilização pela integração curricular; e

III - utilizar metodologias de ensino/aprendizagem, quepermitam a participação ativa dos alunos neste processo ea integração dos conhecimentos das ciências básicas comos das ciências clínicas e, instituir programas de iniciaçãocientífica como método de aprendizagem.

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Parágrafo único. É importante e conveniente que aestrutura curricular do curso, preservada a sua articulação,contemple mecanismos capazes de lhe conferir um grau deflexibilidade que permita ao estudante desenvolver/trabalharvocações, interesses e potenciais específicos (individuais).

Art. 14. A implantação e desenvolvimento das diretrizescurriculares devem orientar e propiciar concepções curriculares aoCurso de Graduação em Odontologia que deverão seracompanhadas e permanentemente avaliadas, a fim de permitir osajustes que se fizerem necessários ao seu aperfeiçoamento.

§ 1º As avaliações dos alunos deverão basear-se nascompetências, habilidades e conteúdos curriculares desenvolvidostendo como referência as Diretrizes Curriculares.

§ 2º O Curso de Graduação em Odontologia deveráutilizar metodologias e critérios para acompanhamento e avaliaçãodo processo ensino-aprendizagem e do próprio curso, emconsonância com o sistema de avaliação e a dinâmica curriculardefinidos pela IES à qual pertence.

Art. 15. Esta Resolução entra em vigor na data de suapublicação, revogadas as disposições em contrário.

ARTHUR ROQUETE DE MACEDOPresidente da Câmara de Educação Superior

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Secretaria Executiva do Pró-SaúdeMembros indicados pelo Ministério da Saúde

José Roberto Ferreira - TitularGeraldo Cunha Cury - Titular

Célia Regina Pierantoni - Suplente

Membros indicados pelos Ministério da EducaçãoRubens de Oliveira Martins - Titular

Iara de Moraes Xavier - TitularUrquiza Helena Meira Paulino - Suplente

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