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PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA ROTAS ESTRATÉGICAS 2025 SETORIAIS ESTUDO SOCIOECONÔMICO ÁGUA

PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

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Page 1: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS

ESTUDO SOCIOECONÔMICO

ÁGUA

apoio:

realização:

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ÁGUA

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CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (CNI)PresidenteRobson Braga de Andrade

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO CEARÁ (FIEC)Presidente Jorge Alberto Vieira Studart Gomes – Beto Studart

Primeiro Vice-presidente Alexandre Pereira Silva

Vice-presidentes Hélio Perdigão Vasconcelos Roberto Sérgio Oliveira Ferreira Carlos Roberto Carvalho Fujita

Diretor Administrativo José Ricardo Montenegro Cavalcante

Diretor Administrativo Adjunto Marcus Venicius Rocha Silva

Diretor Financeiro Edgar Gadelha Pereira Filho

Diretor Financeiro Adjunto Ricard Pereira Silveira

Diretores José Agostinho Carneiro de Alcântara Roseane Oliveira de Medeiros Carlos Rubens Araújo Alencar Marcos Antonio Ferreira Soares Elias de Souza Carmo Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque Jaime Bellicanta José Alberto Costa Bessa Júnior Verônica Maria Rocha Perdigão Francisco Eulálio Santiago Costa Luis Francisco Juaçaba Esteves Francisco José Lima Matos Geraldo Bastos Osterno Junior Lauro Martins de Oliveira Filho Luiz Eugênio Lopes Pontes Francisco Demontiê Mendes Aragão

Conselho FiscalTitularesMarcos Silva Montenegro Germano Maia Pinto Vanildo Lima Marcelo

SuplentesAluísio da Silva Ramalho Adriano Monteiro Costa Lima Marcos Veríssimo de Oliveira

Delegados da CNITitularesAlexandre Pereira Silva Fernando Cirino Gurgel

SuplentesJorge Parente Frota Júnior Jorge Alberto Vieira Studart Gomes – Beto Studart

Superintendente Geral da FIECJuliana Guimarães

Gerência Geral CorporativaErick Picanço

INSTITUTO EUVALDO LODI (IEL)Diretor-PresidenteJorge Alberto Vieira Studart Gomes – Beto Studart

SuperintendenteFrancisco Ricardo Beltrão Sabadia

SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA (SESI) | CONSELHO REGIONALPresidente Jorge Alberto Vieira Studart Gomes – Beto Studart

Delegados das Atividades IndustriaisTitularesCláudio Sidrim Targino Marcos Silva Montenegro Ricardo Pereira Sales Carlos Roberto Carvalho Fujita

SuplentesAbdias Veras Neto José Agostinho Carneiro de Alcântara Luiz Francisco Juaçaba Esteves Paula Andréa Cavalcante da Frota

Representantes do Ministério do Trabalho e EmpregoEfetivoAfonso Cordeiro Torquato Neto

SuplenteFrancisco Wellington da Silva

Representantes do Governo do Estado do CearáEfetivoDenilson Albano Portácio

SuplentePaulo Venício Braga de Paula

Page 6: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do CearáEfetivoFrancisco Oziná Lima Costa

Suplente Eduardo Camarço Filho

Representantes dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo Francisco Antônio Martins dos Santos

Suplente Raimundo Lopes Júnior

Superintendente Regional do SESI-CECesar Augusto Ribeiro

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL (SENAI) | CONSELHO REGIONALPresidente Jorge Alberto Vieira Studart Gomes – Beto Studart

Delegados das Atividades IndustriaisTitularesMarcus Venícius Rocha Silva Aluísio da Silva Ramalho Ricard Pereira Silveira Edgar Gadelha Pereira Filho

SuplentesMarcos Antônio Ferreira Soares Paulo Alexandre de Sousa Francisco Lélio Matias Pereira Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque

Representantes do Ministério da EducaçãoTitularVirgílio Augusto Sales Araripe

SuplenteSamuel Brasileiro Filho

Representantes da Categoria Econômica da Pesca do Estado do CearáTitularElisa Maria Gradvohl Bezerra

SuplenteEduardo Camarço Filho

Representantes do Ministério do Trabalho e EmpregoTitularFrancisco José Pontes Ibiapina

SuplenteFrancisco Wellington da Silva

Representantes dos Trabalhadores da Indústria do Estado do CearáTitularCarlos Alberto Lindolfo de Lima

SuplenteFrancisco Alexandre Rodrigues Barreto

Diretor do Departamento Regional do SENAI-CE Paulo André de Castro Holanda

SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO ESTADO DO CEARÁ – SEBRAE/CEPresidente do Conselho Deliberativo EstadualFlávio Viriato de Sabóia Neto

Diretor-SuperintendenteJoaquim Cartaxo Filho

Diretor TécnicoAlci Porto Gurgel Junior

Diretor Administrativo FinanceiroAirton Gonçalves Junior

Unidade Setorial da Industria – USIArticuladorHerbart dos Santos Melo

Analistas TécnicosJosé Ivan da Silva MoreiraCosma Nadir Olimpio Juniar Ellyan

NÚCLEO DE ECONOMIA (SISTEMA FIEC)Líderes José Fernando Castelo Branco Ponte José Sampaio de Souza Filho

Equipe TécnicaCamilla Nascimento Santos Carlos Alberto Manso Edvânia Rodrigues Brilhante Elisa Moutinho Guilherme Muchale Leciane Lobo Manuel de Paula Costa Neto Mário Gurjão Renata de Souza Leão Frota Rodrigo de Oliveira

Equipe de ProjetosBeatriz Irineu FerreiraCamila Rodrigues Lopes Camila Souza da Silva Fabíola Firmino Silva Heloiziane de Vasconcelos Souza João Guilherme Pereira de Miranda Lorran Monteiro Mara Raquel Martins TorresPaola Renata da Silva Fernandes

EstagiáriosGabriel Pires Ribeiro João Francisco Arrais VagoLeandro Alves Lucas Oliveira da Costa Barros

Page 7: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

SINDBEBIDAS - SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE ÁGUAS, CERVEJAS E BEBIDAS EM GERAL NO ESTADO DO CEARÁPresidenteClaudio Sidrim Targino

SecretárioRamiro Ferreira Sales Filho

TesoureiroRicardo Edson Bastos Lopes

Diretor SindicalJosé Walter Mannarino

SuplentesAline Telles ChavesVicente Guilherme Rios AguiarArnaldo Rocha LeiteFrancisco Ferreira Sales

Conselho FiscalAlexandre França De FreitasFrancisco Lavanery De SampaioAntonio Gomes Vidal

SuplentesJoão Dantas De OliveiraCarlos Ernesto Lima Cavalcante MotaJose Sarto Mamede Aguiar

Delegados Representantes Junto à FIECRicardo Edson Bastos LopesClaudio Sidrim Targino

SINDIALIMENTOS – SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO E RAÇÕES BALANCEADAS NO ESTADO DO CEARÁPresidenteAndré de Freitas SiqueiraDiretor AdministrativoDécio Alves Barreto JúniorDiretor FinanceiroJosé Alberto Costa Bessa JúniorSuplentes da DiretoriaMarcos Studart Gomes LimaErasmo Martins dos SantosConselho Fiscal EfetivoMaria Betânia RabeloVlamir de OliveiraÁlvaro TeixeiraConselho Fiscal SuplenteCláudio Ferreira FonteleneDelegado EfetivoAndré de Freitas SiqueiraDelegados SuplentesJosé Alberto Costa Bessa JúniorDécio Alves Barreto Júnior

SIMEC - SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICA E DE MATERIAL ELÉTRICO NO ESTADO DO CEARÁPresidenteJosé Sampaio de Souza Filho

Vice-presidentesJosé Frederico Thomé de Saboya e Silva Cícero Campos Alves Guilardo Góes Ferreira Gomes

Diretor AdministrativoPíndaro Custódio Cardoso

Diretor FinanceiroRicard Pereira Silveira

Diretor de Inovação e SustentabilidadeFernando José Lopes de Castro Alves

SuplentesJosé Sérgio Cunha de Figueiredo Dário Pereira Aragão Felipe Soares Gurgel

Diretor Região SulAdelaído de Alcântara Pontes Diretor Região JaguaribeRoberto Carlos Alves Sombra

Diretores SetoriaisTitularesSetor MetalúrgicoSilvia Helena Lima Gurgel

Setor MecânicoSuely Pereira Silveira

Setor Elétrico e Eletrônico Alberto José Barroso de Saboya

Setor SiderúrgicoRicardo Santana Parente Soares

SuplentesAntonio César da Costa AlexandreCésar Oliveira Barros JúniorCarlos Alberto AugustoJoão Aldenor Soares Rodrigues

Conselho FiscalTitularesHelder Coelho Teixeira Joaquim Suassuna NetoEduardo Lima de Carvalho Rocha

SuplentesSilvio Ferreira Camelo Ricardo Martiniano Lima Barbosa Francisco Odaci da Silva

Representantes Titulares junto à FIECJosé Sampaio de Souza FilhoCarlos Prado Fernando Cirino Gurgel

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ÁGUA

FortalezaFederação das Indústrias do Estado do Ceará – FIEC

2016

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APRESENTAÇÃOAmigos,

Entre as missões da Federação das In-dústrias do Estado do Ceará - FIEC está a de viabilizar vantagens competitivas para as indústrias do nosso Estado, for-talecendo a nossa economia, gerando mais riquezas. Como parte desse pro-cesso, pensando na sustentabilidade do setor industrial cearense, um passo é identificar as deficiências de cada seg-mento e trabalhar, junto com o governo e os empresários, para que sejam supe-radas. Assim, a FIEC, através do Núcleo de Economia, articula as ações do Pro-grama para Desenvolvimento da Indús-tria, como parâmetro para nortear ações a serem realizadas nos próximos anos.

Trata-se de um trabalho estruturado em três eixos principais para promover a de-finição de estratégias. São eles: Prospec-ção de Futuro para a Competitividade Setorial; Inteligência Competitiva; e Co-operação e Ambiência para o Desenvol-vimento. O nosso programa teve como fonte iniciativas realizadas pelas Fede-rações das Indústrias do Paraná (FIEP) e de Santa Catarina (FIESC), considerados exemplos de contribuições da socieda-de ao planejamento econômico estadu-al e iniciativas de maior importância para o desenvolvimento industrial local das últimas duas décadas.

Essas expertises vão nos ajudar a iden-tificar e trabalhar caminhos para o de-senvolvimento do Estado. Áreas como a construção civil, metalmecânica, saúde, energia, logística, água e tecnologia da informação, após estudos realizados por especialistas, foram identificadas como prioritárias. A partir disso, começarão a ser traçadas as rotas estratégicas, que apresentam as possibilidades para cada um dos setores, identificando as gran-des tendências, as áreas mais promis-soras para a indústria do Ceará, assim como as necessidades de inovação e os grandes marcos industriais a serem ins-talados no Estado.

É um programa atual porque nos apre-senta caminhos para vislumbrarmos as possibilidades que temos no futuro para manter acesa a chama do empreende-dorismo, competitividade e da inovação na indústria do Ceará.

Beto StudartPresidente da FIEC

Page 12: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO CEARÁ (FIEC)Presidente

Jorge Alberto Vieira Studart Gomes - Beto Studart

Superintendente Geral da FIECJuliana Guimarães

NÚCLEO DE ECONOMIA E ESTRATÉGIA Coordenação Executiva do Projeto

José Sampaio de Souza Filho

Equipe Técnica ResponsávelCamila Souza da Silva

Camilla Nascimento SantosCarlos Alberto MansoGabriel Pires Ribeiro

Guilherme Muchale de AraújoJoão Guilherme Pereira de Miranda

João Igor Rocha LeitãoInah Maria Abreu

© 2016. Sistema Federação das Indústrias do Estado do CearáQualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.

Ficha Catalográfica

ROTAS ESTRATÉGICAS SETORIAIS 2015-2025 ÁGUA

F293r Federação das Indústrias do Estado do Ceará.Rotas estratégicas setoriais : estudo socioeconômico : água / Federação das

Indústrias do Estado do Ceará. - Fortaleza : Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2016.

60 p. : il. ; 21 cm.ISBN 978-85-66828-13-9

1. Rotas Estratégicas Setoriais. 2. Indústria. 3. Água. 4. Desenvolvimento Industrial. 5. Competitividade. 6. Ceará. I. Título.

CDU: 628

Page 13: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

SUMÁRIO15 Composição do Setor16 Recursos Hídricos no Mundo19 Gestão de Recursos Hídricos19 Política de Recursos Hídricos20 Divisão Hidrográfica Nacional21 Divisão Hidrográfica Cearense

22 Oferta Hídrica22 Disponibilidade Hídrica - Brasil23 Disponibilidade Hídrica - Ceará24 Oferta Hídrica Superficial26 Oferta Hídrica Subterrânea28 Volume Armazenado nos Reservatórios30 Volume dos Principais Açudes do Ceará31 Disponibilidade Hídrica no Ceará32 Índice de Atendimento de Água32 Nível de Perdas de Água no Brasil

33 Demanda Hídrica40 Balanço Hídrico40 Relação entre Demanda e Oferta - Brasil41 Relação entre Demanda e Oferta - Ceará42 Avaliação Oferta/Demanda

43 Saneamento43 Cobertura de Saneamento43 Plano Municipal de Saneamento Básico no Ceará

45 Qualidade45 Qualidade da Água

46 Aquicultura46 Aquicultura

48 Mercado de Trabalho50 Porte das Empresas50 Gênero51 Acidentes no Setor51 Nível de Escolaridade no Setor 52 Remuneração no Setor

53 Ativos de P&D53 Cursos de Graduação55 Cursos de Pós-graduação56 Grupos de Pesquisa62 Laboratórios Acreditados pelo INMETRO

63 Investimentos63 CAC - Cinturão das Águas do Ceará.64 PAC - Programa de Aceleração do Crescimento64 PforR - Programa por Resultado

Page 14: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS14

INTRODUÇÃOO Programa para Desenvolvimento da Indústria visa contribuir para o aumento da competitividade setorial, por meio do fortalecimento de setores intensivos em tecnologia e conhecimento, bem como pela reorientação de setores tradicio-nais, alinhando as estratégias empresa-riais às temáticas de inovação e susten-tabilidade, induzindo um ambiente de negócios moderno e dinâmico.

Nessa direção, um de seus componen-tes, o Projeto Rotas Estratégicas Se-toriais objetiva sinalizar caminhos de construção do futuro para cada um dos setores e áreas identificados como mais promissores para a indústria do Ceará, nos horizontes de 2018, 2020 e 2025. As Rotas Estratégicas contribuirão sig-nificativamente para o desenvolvimento econômico do Ceará ao permitirem a setorização e a orientação espacial das estratégias de desenvolvimento indus-trial sustentável em uma perspectiva de longo prazo e, também, por induzirem a criação de ambientes que atraiam, rete-nham e desenvolvam pessoas, empre-sas e investimentos focados na inovação e na sustentabilidade.

Para tanto, os procedimentos metodoló-gicos das Rotas baseiam-se na constru-ção de Roadmaps - mapas dos caminhos que deverão ser percorridos por cada um dos setores/áreas, para que estes possam se desenvolver em toda a sua potencialidade - e incluem a elaboração de estudos socioeconômicos, o levan-tamento de tendências tecnológicas, sociais e setoriais, bem como a organi-zação e a condução de painéis com es-pecialistas de cada setor.

Os estudos socioeconômicos, por sua vez, são instrumentos de base técnica, com análises preparatórias que sub-sidiam o levantamento de tendências tecnológicas, sendo também de funda-mental importância para os painéis com especialistas, pois reúnem conhecimen-to aproximativo da realidade econômica e social de cada um dos setores presen-tes em cada Rota Estratégica.

Para tanto, este Estudo Socioeconômi-co para a Rota Estratégica de Água está organizado como se segue. Além desta seção introdutória, há uma dedicada a apresentar informações em termos mun-diais, relativizando, naturalmente, a atu-ação do Brasil. A seção seguinte é de-dicada à abordar a gestão dos recursos hídricos no Brasil e no Ceará.

Na sequência, mostra-se um panorama sobre oferta, demanda, bem como um balanço da situação hídrica são feitos. Preocupou-se, também, em levantar in-formações sobre saneamento básico e qualidade.

As análises sobre o segmento de aqui-cultura, como também, sobre o merca-do de trabalho dos setores elencados estão nas seções seguintes, e logo após, são apresentados os ativos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, com um panorama dos cursos de graduação e pós-graduação e dos grupos de pesqui-sa com alguma relação com o Setor. Por fim, são mostradas as diversas ações de investimentos.

Page 15: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 15

COMPOSIÇÃO DO SETORCOMPOSIÇÃO DO SETOR

Este estudo socioeconômico inclui, além da análise sobre os recursos hídricos nas perspectivas de oferta, demanda e qualidade, uma conotação econômica, nos se-guintes segmentos, os quais se relacionam diretamente com a área:

Tabela - Classificação Nacional de Atividade Econômica

Segmentos CNAE

Aquicultura 032

Fabricação de bebidas 1121

Captação, tratamento e distribuição de água 36

Esgoto e atividades relacionadas 37

Construção de redes de abastecimento de água,coleta de esgoto e construções correlatas

4222-7

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ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS16

RECURSOS HíDRICOS NO MUNDO

Baseado em dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), dentre os países analisados para o período 2008-2012, os EUA apre-sentaram o maior consumo per capita - cerca de 1.543 m³ -, porém 87% desse total foram destinados à agricultura e indústria. O Brasil tem o consumo de água por pessoa estimado em 369,7 m³.

Figura - Total de água consumida per capita (1000 m³/hab) entre 2008-2012 para países selecionados

Demanda per capita

1,9 1,5 1,0 10,5

Gráfico - Total de água consumida per capita (m³/ hab) para países selecionados

247,2

369,7

410,5

520,9

602,3

640,6

657,8

897,5

1.124

1.543

Suíça

Brasil

Alemanha

França

Índia

Japão

México

Argentina

Porto Rico

Estados Unidos

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados da FAO (2008-2012)

Page 17: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 17

RECURSOS HíDRICOS NO MUNDO

No que se refere à utilização de água pelo setor industrial, países como Alemanha, França e Estados Unidos demonstram elevadas quantidades de extração desse re-curso, e isso guarda, naturalmente, forte relação com a representatividade dessas economias. Já o Brasil, destina apenas 17% da sua água retirada para a indústria, comportamento explicado pelo seu perfil de produtor primário.

Gráfico - Retirada de água pela indústria como % da retirada total de água (anos entre 2008-2012) para países selecionados

9,1%

10,5%

14,2%

17,0%

32,3%

51,1%

53,5%

73,9%

75,8%

83,9%

México

Argentina

Japão

Brasil

Reino Unido

Estados Unidos

Suíça

França

Porto Rico

Alemanha

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados da FAO (2008-2012)

Considerando a precipitação anual, que contabiliza toda a água de origem atmos-férica que incide sobre o país, o Brasil é o primeiro colocado no ranking mundial, tendo quase o dobro do segundo colocado, a Rússia.

Gráfico - Participação na precipitação anual

10º

2,79%

3,39%

3,41%

3,75%

4,62%

4,83%

5,79%

6,04%

7,37%

14,38%

Colômbia

Dem. Rep. Do Congo

Austrália

Índia

Canadá

Indonésia

China

Estados Unidos

Federação Russa

Brasil

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados da FAO (2008-2012)

Page 18: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS18

RECURSOS HíDRICOS NO MUNDO

O ranking abaixo não se refere apenas às precipitações, mas também quanto sobre a reserva de recursos hídricos presentes no país. Apesar de o Brasil possuir a maior reserva do planeta, ele ocupa apenas a 22ª posição em termos da quantidade per capita. Neste ranking, a Groenlândia ocupa o primeiro lugar, em função de sua po-pulação reduzida e de sua expressiva concentração de gelo.

Gráfico - Fontes renováveis de água doce per capita (m³)

43.891

87.532

106.292

113.247

121.791

230.142

236.836

315.678

538.878

608.817

10.522.275

Brasil

Ilhas Salomão

Butão

Gabão

Papua Nova Guiné

Congo

Suriname

Guiana

Islândia

Guiana Francesa

Groenlândia

22º

10º

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados da FAO (2008-2012)

Page 19: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 19

GESTÃO DE RECURSOS HíDRICOS

POLÍTICA DE RECURSOS HÍDRICOSO Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNHR) é um dos instrumentos de gestão da Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei 9.433/97. O conjunto de suas diretrizes, metas e programas busca estrategicamente solucionar problemas relativos aos recursos hídricos e estruturar uma política nacional para o seu efetivo gerenciamento . Por sua vez, o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), tem como um de seus objetivos coordenar a gestão integrada das águas, cujo arranjo institucional é estruturado, em âmbito nacional e estadual, conforme mostra a figura abaixo.

Organograma - Sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos

ConselhosSuperiores

Políticas deGoverno

AgenteGestor

“Parlamento”da Bacia

AgenteTécnico

BACIA

ESTADUAL

NACIONALCNRH MMA ANA

GovernoEstadual

EntidadeEstadual

Comitê deBacia

Agênciade Água

SRHU

CERH

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados do Plano Nacional de Recursos Hídricos (2011) - Ministério do Meio Ambiente

Page 20: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS20

GESTÃO DE RECURSOS HíDRICOS

DIVISÃO HIDROGRÁFICA NACIONALA Divisão Hidrográfica Nacional (DNH) é utilizada como base físico-territorial para o PNRH e divide o território nacional em 12 (doze) regiões hidrográficas, compostas por bacias próximas entre si, com semelhanças ambientais, sociais e econômicas. O Ceará está inserido predominantemente na região hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental. Quanto à divisão das bacias em relação às suas áreas de abrangência no território na-cional, percebe-se que as quatro principais (Amazônica, Tocantins Araguaia, Paraná e São Francisco) cobrem mais de 70% da superfície do território brasileiro.

Figura - Divisão hidrográfica nacional (DNH)

Paraguai

Paraná

Uruguai AtlânticoSul

AtlânticoSudeste

AtlânticoLeste

AtlânticoNE Oriental

São Francisco

Atlân

tico

NE Ocid

ental

Toca

ntin

sAr

agua

ia

ParnaíbaAmazônica

Figura - Representação das extensões territoriais das regiões hidrográficas brasileiras (%)

Atlântico Leste

São Francisco

Paraná

Tocantins Araguaia

Outras

Amazônica

5%7%

10%

11%

21%

46%

Fontes: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados do Panorama das Águas Superficiais - ANA (2012) - Plano Nacional de Recursos Hídricos(2011) - Ministério do Meio Ambiente

Page 21: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 21

GESTÃO DE RECURSOS HíDRICOS

DIVISÃO HIDROGRÁFICA CEARENSEAs 12 Bacias Hidrográficas que banham o Estado do Ceará juntas cobrem quase a totalidade do território cearense, com uma área aproximada de 148.825km² e contemplam a existência de 153 açudes que são monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH). Quanto à capacidade de armazenamento de água considera-se que os reservatórios localizados nas Bacias Hidrográficas do Alto Jaguaribe e Banabuiú são as mais elevadas do estado.

Figura - Divisão Hidrográfica Cearense (DNH)

Bacia Metropolitana

Bacia do Acaraú

Bacia doAlto Jaguaribe

Bacia doBaixo Jaguaribe

Bacia do CoreaúBacia do Curu

Bacia do Litoral

Bacia doMedio Jaguaribe

Bacia do Salgado

Bacia da Serrada Ibiapaba

Bacia dos Sertõesde Crateús

Bacia do Banabuiú

Figura - Representação das extensões territoriais das regiões hidrográficas brasileiras (%)

37%

16%

16%

8%

8%

15%

Outras

Metropolitana

Acaraú

Banabuiú

Alto Jaguaribe

Médio Jaguaribe

Fontes: Companhia de Recursos Hídricos (COGERH) - 2010 e Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará

Page 22: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS22

OFERTA HíDRICA

DISPONIBILIDADE HÍDRICA - BRASILO panorama da oferta de água passa essencialmente pela análise da distribuição es-pacial da precipitação, sendo esta de fundamental importância para se determinar o balanço hídrico nas bacias. O Brasil apresenta uma disponibilidade hídrica satisfatória em termos globais. Porém, a distribuição desses recursos é muito desigual. Grande parte da disponibilidade de água está concentrada na região hidrográfica Amazôni-ca, onde a precipitação pluvial anual média é a mais alta do país. Já em grande parte do interior nordestino são registradas as menores médias de precipitação anuais.

Figura - Precipitação anual no País - média de 1961 a 2007

LegendaTotal anual em mm

3400

450

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados da Agência Nacional das Águas - ANA (2013)

Page 23: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 23

OFERTA HíDRICA

DISPONIBILIDADE HÍDRICA - CEARÁObservando a precipitação dos últimos anos no Ceará, percebe-se uma queda acen-tuada na média de 2012 para 2013, reflexo desse período de seca. Já de 2014 a 2016 a média se manteve estável, porém ainda 45% abaixo do observado em 2011. Em 2015, quase todo o estado teve precipitação anual entre 400.1mm a 700mm, níveis preocupantes em termos de abastecimento hídrico.

Figura - Evolução da precipitação anual no Ceará - 2011 a 2016

= Precipitação Anual média (mm)% = Variação (2011-2016)

721

-48%

811

-40%

558

-45%

670

-39%

538

-37%

552

-64%469

-58%456

-33%

542

-50%

525

-53%

739

-49%

600

-49%

525

-44%

Ceará

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados do Portal hidrológico do Ceará - FUNCEME e COGERH (2016)

Page 24: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS24

OFERTA HíDRICA

OFERTA HÍDRICA SUPERFICIALObservando também a situação da disponibilidade hídrica superficial no Brasil, per-cebe-se que a maior oferta ocorre na região Norte, na qual existem muitas bacias hidrográficas com disponibilidade superior a 500m³/s. Por outro lado, em grande parte do Nordeste, a disponibilidade das bacias é baixa, de 0,008 a 10 m³/s.

Mapa -Disponibilidade hídrica superficial no Brasil

< 0,008

0,008 a 1

1a 10

10 a 100

100 a 500

> 500

Disponibilidade hídricasuperficial (m3/s)

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos - Agência Nacional das Águas - ANA (2016)

Page 25: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 25

OFERTA HíDRICA

No Ceará, a disponibilidade hídrica superficial é predominantemente de 0,008 a 1 m³, oferta baixa quando comparado a algumas outras unidades federativas. Há, porém, também bacias com disponibilidade de 1 a 10 m³/s.

Mapa - Disponibilidade hídrica superficial no Ceará

< 0,008

0,008 a 1

1a 10

10 a 100

100 a 500

> 500

Disponibilidade hídricasuperficial (m3/s)

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos - Agência Nacional das Águas - ANA (2016)

Page 26: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS26

OFERTA HíDRICA

OFERTA HÍDRICA SUBTERRÂNEAA oferta hídrica subterrânea é uma fonte estratégica de água em períodos de stress hídrico (expressão utilizada para fazer referência ao caso em que o consumo de água em uma determinada localidade é superior à sua capacidade de renovação, gerando o problema de escassez, a necessidade de importação do recurso e a ado-ção de políticas de redução do consumo). Quando os poços são bem construídos e gerenciados, oferecem segurança ao abastecimento das comunidades e para as atividades econômicas. No Brasil, o número de poços cadastrados aumentou 56,5% entre 2008 e 2013. Observa-se que a maior concentração de poços está na região Nordeste, seguida pelo Sudeste. No Ceará, o crescimento nesse mesmo período (2008-2013) foi de 8,7%, tendo o estado quase 21 mil poços cadastrados ao final de 2013, o terceiro maior número do país, atrás apenas de Pernambuco e Piauí.

Mapa - Oferta hídrica subterrânea - Brasil e Ceará

Nº de poços cadastrados no

SIAGAS em jan/2013

até 5000

5.000 - 10.000

10.000 - 20.000

20.000 - 30.000

Gráfico - Ranking Estadual

10.881

13.423

15.994

18.541

18.561

20.752

20.951

21.250

27.132

Maranhão

Rio Grande do Sul

Paraiba

Minas Gerais

São Paulo

Bahia

Ceará

Pernambuco

Piaui

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados da Agência Nacional das Águas - ANA (2013)

Page 27: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 27

OFERTA HíDRICA

Aquífero é uma formação ou grupo de formações geológicas que pode armazenar água subterrânea (abaixo da superfície da Terra). A superfície do Estado do Ceará é constituída, predominantemente, pela estrutura geológica do tipo cristalino e o restante sedimentar. Em geral, regiões de cristalino são consideradas inviáveis ou péssimas fontes de água subterrânea. Regiões com potencial hídrico subterrâneo são representadas pelas áreas sedimentares. O número de poços perfurados em 2014 foi 592, número maior do que o dobro do ano anterior, quando houve perfu-ração de apenas 228 poços. Já em 2015, houve uma pequena queda em relação ao ano anterior, com 438 novos poços.

Mapa - Distribuição espacial hídrica subterrânea - Ceará

200

300

400

500

600

2015201420132012

261 228

592

438

Poços perfurados no Ceará

Grupo Barreirase Dunas

Serrada Ibiapaba

Chapadado Araripe

Embasamentocristalino

Chapadado Apodi

Profundidade média dos poços

Vazão Média

52 metros5.750 l/h

água doce

68 metros10.000 l/h

águas salobras

91 metros6.100 l/h

água doce

59 metros2.920 l/h

águas salobras/salgadas

70 metros4.200 l/h

água doce

Áreas com solo sedimentar

Área com solo rochoso

Fonte: Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos - COGERH

Page 28: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS28

OFERTA HíDRICA

VOLUME ARMAZENADO NOS RESERVATÓRIOSQuanto ao volume armazenado nos reservatórios do país, observa-se que a situação mais crítica é no nordeste brasileiro, principalmente devido ao recente período de seca na região. Nas outras regiões, porém, apesar da menor quantidade de reservató-rios, a maioria está em situação mais confortável em termos de volume armazenado.

Mapa - Volume de água armazenado por reservatório (% da capacidade total) - Brasil

ReservatóriosVolume armazenado(% da capacidade total - Início/2015)

<5%

5 a 10%

10 a 30%

30 a 70%

70% a 90%

>90%

Sem informação

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos - Agência Nacional das Águas - ANA (Início/2015)

Page 29: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 29

OFERTA HíDRICA

Grande parte dos reservatórios cearenses está com volume em nível crítico - até 10% da capacidade total -, enquanto outra parcela está com nível considerado bai-xo – de 10 a 30%.

Mapa - Volume de água armazenado por reservatório (% da capacidade total) - Ceará

ReservatóriosVolume armazenado(% da capacidade total - Início/2015)

<5%

5 a 10%

10 a 30%

30 a 70%

70% a 90%

>90%

Sem informação

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos - Agência Nacional das Águas - ANA (Início/2015)

Page 30: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS30

OFERTA HíDRICA

VOLUME DOS PRINCIPAIS AÇUDES DO CEARÁReflexo claro da seca nos últimos anos, os principais açudes do estado estão com nível baixo. Nesse sentido, uma grande preocupação é o açude do Castanhão (no município de Alto Santo), o maior da América Latina e responsável por 37% da ca-pacidade total de armazenamento do Ceará, está com o pior volume dos últimos 10 anos - apenas 9% da sua capacidade. Outro em grave situação é o Banabuiú, responsável por 9% da capacidade total do estado, seu volume está em 1%, ou seja, com nível crítico.

Figura - Volume armazenado dos 20 principais Açudes do Ceará

ReservatóriosVolume armazenado(% da capacidade total - Início/2015)

<5%

5 a 15%

15 a 27%

27 a 35%

Capacidade no totaldo estado (mil m³)

6.700.000

1.940.000

1.601.000

891.000

320.784

118.820

Fonte: Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (COGERH) - julho de 2016

Page 31: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 31

OFERTA HíDRICA

DISPONIBILIDADE HÍDRICA NO CEARÁO Estado do Ceará possui uma capacidade de acumulação de água estimada em aproximadamente 18 milhões de m³, dos quais 90% estão nos grandes açudes. Po-rém, em 2015 a situação dos reservatórios chegou a níveis críticos, com o acúmulo de apenas 14% da capacidade total – para efeito de comparação, esse percentual chegou a 82% em 2010. O volume de armazenamento dos reservatórios foram se-veramente afetados pelos 5 anos de estiagem, caindo em média 13% do volume a cada ano. As sub-bacias localizadas no sertão central são as que apresentam situa-ção mais preocupante.

Mapa - Média e variação do volume de água armazenado

51%

80%

2%

70% 62%79%

63% 78%

63%

67%

100%

54%

Para cada ano, "Volume D'água armazenado" diminui aproximadamente 13%.

Gráfico - Média anual do volume de água armazenado

82%

59%47%

33%21%

14%

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Volume d'águaarmazenado

Fonte: Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) - Abril 2010 a 2015

Capacidade (hm3)

Capacidade Atual (%)

Acaraú 1721,8 11%

Alto Jaguaribe 2782 31%

Baixo Jaguaribe 24 2%

Banabuiú 2767,5 3%

Coreaú 308,7 43%

Curu 1028,2 3%

Litoral 214,9 45%

Médio Jaguaribe 7386,7 9%

Metropolitana 1371,4 22%

Salgado 488 17%

Serra de Ibiapaba 141 19%

Sertão de Crateús 448 5%

Ceará (Total) 18678 13%

Page 32: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS32

OFERTA HíDRICA

ÍNDICE DE ATENDIMENTO DE ÁGUANo Ceará, o índice de atendimento da rede de água é de 64% do total da popula-ção, ocupando a 22º posição no ranking nacional. A média nacional do índice é de 83%. O Distrito Federal é o que possui maior percentual de atendimento total de água, com 97% de cobertura.

Gráfico - Índice de atendimento total de água para estados brasileiros (% da população)

64%83%85%85%87%87%87%88%89%

92%96%97%

CearáBrasil

SergipeMato Grosso do Sul

Santa CatarinaGoiás

Minas GeraisMato Grosso

Rio de JaneiroParaná

São PauloDistrito Federal

22º

7º 8º

3º 4º 5º

10º

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) - Secretaria de Saneamento Ambiental (2014)

NÍVEL DE PERDAS DE ÁGUA NO BRASILNo gráfico abaixo apresenta-se o percentual de água no Brasil que é perdida na distri-buição. Isso inclui não apenas o transporte por vias, mas também por canos de abaste-cimento. O Ceará ocupa a posição central no ranking, com um desperdício de 40,12%, acima da média nacional de 36,67%. Assim, o estado tem, ao mesmo tempo, baixo volume de água armazenado, menor cobertura de atendimento e perdas expressivas.

Gráfico - Índice de perdas na distribuição (%)- Brasil

14º

10º9º8º7º6º5º4º3º2º1º

40,136,7

33,733,633,233,0

32,532,4

31,130,5

28,527,1

CearáBrasil

Minas GeraisMato Grosso do Sul

Rio Grande do SulSão Paulo

ParanáEspírito SantoRio de Janeiro

TocantinsGoiás

Distrito Federal

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de ANA - 2013

Page 33: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 33

DEMANDA HíDRICADEMANDA HíDRICA

O Ceará possui uma demanda hídrica total de 929.920 m³ de água por dia, uma representação de 16% do Nordeste e 4% do Brasil, valores similares à participação da população do Estado.

Tabela - Demanda hídrica (m³/dia)

21,6 mi4%

16%5,8 mi

0,9 miCeará

Nordeste

Brasil

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de PNAD (2007)

No gráfico abaixo tem-se a caracterização da demanda hídrica no Ceará, no qual se observa que a Irrigação é a principal responsável (58%), seguida pelo consumo urbano (23%).

Gráfico - Distribuição da demanda hídrica no Ceará

3%3%23%58%

13%

AnimalRuralUrbanoIrrigação Industrial

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de ANA - 2013

Page 34: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS34

DEMANDA HíDRICA

A outorga assegura ao usuário o direito de acesso à água sob condições estabeleci-das pela Secretaria de Recursos Hídricos - SRH. Atualmente, do total da vazão outor-gável, 77% destinam-se à Irrigação, 12% para a Indústria, 7% para o Abastecimento Público e o restante, para outros fins.

Gráfico - Outorga de água - Ceará

4%12%

77%

7%

OutrosIndústriaIrrigação AbastecimentoPúblico

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de ANA - 2013

Page 35: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 35

DEMANDA HíDRICA

No gráfico ao lado mostra-se o nível do consumo de água de cada Estado. Os 7 (sete) últimos colocados são formados por estados do Nordeste, sendo o Ceará o primeiro colocado. É importante notar que os outros seis têm um índice de consumo menor do que a metade do Rio de Janeiro, que ocupa a 1ª posição neste ranking.

Gráfico - Consumo médio de água per capita ( litro por habitante por dia) - Brasil

27º26º25º24º23º22º21º20º19º18º17º16º15º14º13º12º11º10º

9º8º7º6º5º4º3º2º1º

100,8106,1

113,5113,8

120,7125,2129,8134,3135,9140,8142,3143,7144,9148,2152,7153,5154,1154,8

161,9162,9168,4

179,4180,5184,5187,7

198,0250,81

AlagoasPernambuco

BahiaRio Grande do Norte

SergipeParaíbaCeará

TocantinsAmapá

MaranhãoPará

PiauíParaná

GoiásRoraima

Santa CatarinaMinas Gerais

Mato Grosso do SulMato Grosso

Rio Grande do SulAmazonasSão Paulo

Distrito FederalAcre

RondôniaEspírito SantoRio de Janeiro

Fonte: Núcleo de Economia/Fiec a partir de dados da SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Sanemanto) - 2014.

Page 36: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS36

DEMANDA HíDRICA

Considerando o consumo per capita de cada município do Estado, Jijoca de Jerico-acoara ocupa o primeiro lugar com cerca de 245 litros por dia por habitante, valor 89% maior do que a média do estado. Fortaleza, por sua vez, registra um consumo de cerca de 137 litros, 5% acima da média cearense.

Figura - Consumo municipal de água - Ceará (litro por habitante por dia)

Consumo

245,04

170,31

123,94

>0

82,73

Fonte: Núcleo de Economia/Fiec a partir de dados da SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Sanemanto) - 2014.

Page 37: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 37

DEMANDA HíDRICA

No que se refere às empresas de Água e Saneamento no Brasil, responsáveis pela distribuição e acesso às pessoas, a CAGECE possui a 6ª menor tarifa do Brasil (R$ 2,29), e a menor do Nordeste.

Gráfico - Tarifas de água e saneamento (R$/m³)

1,731,872,022,052,06

2,292,482,572,632,742,872,993,013,033,1

3,33,353,533,543,67

3,93,984,044,05

4,598,28

9,32

COPANORDEPASA

CAERCOSANPA

CAESACAGECE

CAEMASABESP

AGESPISACESAN

COMPESAATS

SANEPARCAGEPA

CAERNCOPASA

SANESULSANEATINS

EMBASADESO

CEDAECASANCAESB

SANEAGOCAERDCASAL

CORSAN

27º26º25º24º23º22º21º20º19º18º17º16º15º14º13º12º11º10º9º8º7º6º5º4º3º2º1ºRS

ALROGODFSCRJSEBATOMSMGRNPBPRTOPEESPISPMACEAPPARRACMG

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de SNIS - 2014

Page 38: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS38

DEMANDA HíDRICA

A CNI fez uma pesquisa que envolveu entrevistas, reuniões com especialistas e con-sulta a diversas outras fontes de informação, para estimar o uso de água de vários setores da Indústria. Na tabela abaixo, estão reunidas algumas dessas informações, destacando os maiores setores industriais cearenses, considerando, para cada um, a unidade de medida que mais faz sentido.

Tabela - Coeficientes do uso da água (m³/unidade de atividade)

Setor Unidade de Atividade Retirada Consumo Efluente

Couros e Calçados

Preparações de CourosPele

Processada0,47 - 1,0 - 0,47 - 1,0

Fabricação de SapatosPar de

calçados0,0021 0,0004 0,0017

Partes para CalçadosPar de

calçados0,0038 0,0008 0,003

Alimentos

Abate de Reses, exceto Suínos

Tonelada de animal

vivo2 0,25 1,75

Abate de Suínos e AvesTonelada de animal

vivo4,0 - 12,0 0,5 - 1,5 3,5 - 10,5

Produtos de CarneTonelada produzida

12 1,5 10,5

Pesca e Produtos da Pesca

Tonelada produzida

12,5 2,5 10

Conserva de Frutas e Vegetais

Tonelada matéria-

prima18,75 3,75 15

Óleos e gordurasTonelada matéria-

prima0,2 - 14 - 0,2 - 14

Laticínios m³ de leite 1,1 - 2,0 - 1,6 - 2,2*

Alimentos para AnimaisTonelada produzida

1,7 - 3,0 0,3 - 1,2 1,4 - 1,8

Fabricação de AçúcarTonelada de açúcar

17 17 -

Outros Produtos Alimentícios

Tonelada produzida

4,72 0,95 3,78

Page 39: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 39

DEMANDA HíDRICA

Setor Unidade de Atividade Retirada Consumo Efluente

Eletrometalmecânico

MetalurgiaTonelada produzida

68,35 17,65 50,7

Produtos de MetalTonelada produzida

2,65 1,24 1,41

Equipamentos de Informática

Unidade produzida

0,0985 0,0197 0,0788

Máquinas e Equipamentos

Unidade produzida

2,2 - 9,7 0,4 - 1,9 1,8 - 7,8

Veículos AutomotoresUnidade

produzida13,39 3,13 10,26

Equipamentos de Transporte

Unidade produzida

2484** 308** 2175**

QuímicoTonelada produzida

364,58 - 508,58

79,65 - 133,3

231,28 - 428,93

Vestuário Mil peças 15,22 2,84 12,48

Bebidas

Aguardentes e Destiladosm³

produzido1,24 0,47 0,77

VinhoTonelada

de uva2,5 0,5 2

Malte e cervejam³

produzido4,0 - 5,4 0,8 - 1,2 3,2 - 4,3

Não alcoólicasm³

produzido1,4 - 3,0 0,9 0,5 - 2,1

TêxtilTonelada produzida

214,1 - 314,2

40,3 - 63,9150,2 - 273,9

*Os efluentes são maiores que a retirada devido ao consumo de soro.**Como o setor no se refere a produção de aviões, cada unidade exige o consumo de muita água.Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de CNI - 2013

Page 40: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS40

BALANÇO HíDRICOBALANÇO HíDRICO

RELAÇÃO ENTRE DEMANDA E OFERTA - BRASILAnalisando a relação entre demanda e oferta de água no Brasil, percebe-se que predomina no país o nível satisfatório no balanço hídrico qualiquantitativo. Porém, parcela do Rio Grande do Sul e a grande parte da região Nordeste possuem nível crítico de quantidade, enquanto algumas partes do Sudeste estão em situação crí-tica de quantidade e qualidade, o que torna o desafio ainda maior em termos de políticas de abastecimento.

Mapa - Balanço hídrico qualiquantitativo - Brasil

Satisfatório

Criticidade qualitativa

Criticidade quantitativa

Criticidade quali-quantitativa

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos - Agência Nacional das Águas - ANA (2016)

Page 41: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 41

BALANÇO HíDRICO

RELAÇÃO ENTRE DEMANDA E OFERTA - CEARÁJá no Ceará, observa-se que predomina a criticidade quantitativa, mas em algumas áreas do interior e em parcela significativa da região metropolitana de Fortaleza, a criticidade é de quantidade e qualidade. Raras regiões do estado estão com nível satisfatório nos dois quesitos.

Mapa - Balanço hídrico qualiquantitativo - Ceará

Satisfatório

Criticidade qualitativa

Criticidade quantitativa

Criticidade quali-quantitativa

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos - Agência Nacional das Águas - ANA (2016)

Page 42: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS42

BALANÇO HíDRICO

AVALIAÇÃO OFERTA/DEMANDAO diagnóstico busca analisar a situação dos mananciais e dos sistemas produtores de água no que ser refere ao atendimento das demandas hídricas futuras. Os que apresentaram estrutura suficiente para atender à demanda até 2015 foram conside-rados satisfatórios. Já quando o balanço se mostrou com déficit, foi identificada a necessidade de investimentos em obras para o aproveitamento de novos manan-ciais ou para adequação dos sistemas existentes. Nesse sentido, 108 municípios ce-arenses necessitam de ampliação de sistema e 25 precisam de um novo manancial, enquanto apenas 50 municípios do interior estão com abastecimento satisfatório.

Figura - Diagnóstico 2015 - Necessidade de investimento

Requer novo manancial

Requer ampliação de sistema

Abastecimento satisfatório

Município sem informação

Limite de Região Metropolitana

Tabela - Diagnóstico 2015

Municípios Estudados

Abastecimentosatisfatório Requer investimentos

Número de Muni-

cípiosPart.

Amplia-ção de sistema

Part. Novo ma-nancial Part.

Capital ou RM 1 2,0% 12 11,1% 2 8,0%

Pop. entre 50 mil e 250 mil

hab.3 6,0% 4 3,7% --- ---

Pop. inferior a 50 mil hab.

46 92,0% 92 85,2% 23 92,0%

Pop. superior a 250 mil hab.

--- --- --- --- --- ---

Total 50 100,0% 108 100,0% 25 100,0%Fonte: Agência Nacional de Águas (ANA) - Diagnóstico 2015

Page 43: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 43

SANEAMENTO

COBERTURA DE SANEAMENTOA partir de informações do “Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos”, docu-mento disponibilizado em 2016 pelo Sistema Nacional de Informações sobre Sane-amento (SNIS), através dos "prestadores de serviços" de água e esgotos nos municí-pios do Brasil, cerca de 50% desses já é atendidos. Porém, segundo o levantamento, o índice tem valores mais elevados nas áreas urbanas das cidades brasileiras, com uma média de 57,6%, enquanto que o Ceará possui apenas 25% da população atendida.

Gráfico - Índice da população atendida pela rede de esgoto (%)

Brasil Nordeste CearáAtendidosSem Saneamento

49,8% 24,9%23,8%

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) - 2014

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO NO CEARÁDos 151 municípios atendidos por algum serviço da CAGECE, 46 desses (30%) já tive-ram o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) concluído, enquanto que outras 79 cidades estão com o Plano em fase de elaboração. Para os demais 27 municípios não existe previsão de elaboração do PMSB. Além dessa ferramenta de melhoria de infraestrutura dos serviços prestados, a CAGECE alia a utilização e o desenvolvimento de tecnologias eficientes, como ocorre na usina de biogás (Quixadá), convertendo-o, a partir do esgoto concentrado, em energia (Acarapé); e, ainda em estudo de viabili-dade técnico financeira, está o projeto do reuso de águas de resíduos do CIPP - Com-plexo Industrial e Portuário do Pecém (São Gonçalo do Amarante).

Gráfico - Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) no Ceará

79

46

2733

PMSBs em elaboração

PMSBs concluído

PMSBs sem previsão de elaboração

Municípios sem atuação da CAGECE

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados da CAGECE - 2016

Page 44: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS44

SANEAMENTO

Segundo a Agência Nacional das Águas (ANA), a universalização dos serviços de saneamento é a meta básica, de longo prazo, a ser alcançada pelo país, tendo como foco a proteção dos mananciais utilizados para abastecimento público. O Ceará identificou no ano de 2015 o total de 134 sistemas produtores com qualidade da água potencialmente comprometida, em termos de poluição por esgotos domésti-cos, sendo que, desses, 3 (três) são localizados na capital ou Região Metropolitana. Por isso, foram previstas ampliações ou implementações de novas Estações de Tra-tamento de Esgotos – ETE, com maior parte de seu investimento (70%) nos municí-pios com população inferior a 250 mil habitantes.

Tabela - Captações

Classes de MunicípiosMunicípios à montante de captações com indi-

cativos de poluição

Total de Investimentos Tratamento de Esgotos

(R$ milhões)

Capital ou RM 3 19

Pop. entre 50 mil e 250 mil hab.

6 57

Pop. inferior a 50 mil hab. 125 180

Pop. superior a 250 mil hab.

--- ---

Total 134 256

Figura - Proteção das captações - Tratamento de esgotos

Implantação de tratamento

Ampliação de tratamento

Tratamento existente

Sem impacto nas captações à jusante

Limite de Região Metropolitana

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados da ANA (Agência Nacional das Águas) - 2015

Page 45: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 45

QUALIDADEQUALIDADE

QUALIDADE DA ÁGUAO Nível Trófico relaciona-se com o grau de trofia de um dado corpo hídrico. Ou seja, avalia a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes. Em acompa-nhamento feito pela COGERH (Companhia de Gestão de Recursos Hídricos), com a classificação trófica atribuída aos 153 reservatórios monitorados, a porcentagem de reservatórios eutrofizados (de menor qualidade) diminuiu de 93,4% de Ago/2015 para 82,7% na campanha de Nov/2015. Nas Bacias Metropolitanas - umas das principais fontes da demanda hídrica industrial - cerca de 63% de sua reserva em Nov/2015 é de menor qualidade (Hipereutrófica). O crescimento populacional as-sociado à falta de saneamento básico, tem contribuído para a degradação dos re-cursos hídricos, tanto superficiais quanto subterrâneos.

Figura - Nível trófico dos açudes do Ceará

Estado Trófico

Oligotrófico

Mesotrófico

Eutrófico

Hipereutrófico

Sem classificação

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados da COGERH - 2016.

Page 46: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS46

AQUICULTURA

AQUICULTURAO Ceará é o maior produtor brasileiro de produtos da Aquicultura, com 16,4% do total nacional, seguido por Mato Grosso (11,3%) e Rondônia (10,8%). Fica evidente a desconcentrada distribuição espacial desse Setor no País.

Figura - Produção da Aquicultura no Brasil (R$ mil )

Produção (R$ mi)

635

347

238

75

>0

Gráfico - Participação da Produção Aquicultura Brasileira

3,7%

4,0%

4,5%

6,2%

6,7%

9,0%

10,8%

11,3%

16,4%

São Paulo

Goiás

Amazonas

Santa Catarina

Paraná

Rio Grande do Norte

Rondônia

Mato Grosso

Ceará

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de IBGE - 2014

AQUICULTURA

Page 47: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 47

AQUICULTURA

Quanto à participação no País de produtos cearenses, observa-se que o Estado é o maior produtor de Camarão, com quase metade da produção nacional. Expressivos desempenhos relativos também em Larvas e Pós-Larva de Camarão e em Tilápia.

Gráfico - Principais Produtos Cearenses e Participação no Brasil

0,07%

1,33%

22,28%

24,19%

49,67%

Outros

Alevinos

Tilápia

Larvas e pós-larvas de camarão

Camarão

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de IBGE - 2014

Page 48: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS48

MERCADO DE TRABALHO

Nota-se que a distribuição espacial dos empregos no Setor de Água, considerando apenas os CNAEs (Código Nacional de Atividade Econômica) selecionados, tem for-te concentração em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Juntos, eles possuem cerca de 44,3% do total de vínculos. O Ceará é o 7º no ranking, com cerca de 9.200 empregos, o que representa 4,3% do total, em 436 estabelecimentos industriais.

Figura - Empregos formais e estabelecimentos no Setor de Água - Brasil

1.764 571 215 12

Empregos Form

ais

48.309

28.933

11.882

1

7.170

Estabelecimentos

Gráfico - Participação no emprego formal do Setor de Água - Brasil

3,6%

3,8%

4,0%

4,3%

5,5%

5,9%

5,9%

8,6%

13,4%

22,3%

Santa Catarina

Pernambuco

Goiás

Ceará

Rio Grande do Sul

Paraná

Bahia

Rio de Janeiro

Minas Gerais

São Paulo

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de RAIS - 2014

Page 49: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 49

MERCADO DE TRABALHO

No que se refere à distribuição do emprego no Estado nas atividades selecionadas, relacionadas a Água, observa-se que a capital é responsável por 3.483 vagas, o que corresponde a 37,6% dos vínculos, evidenciando a forte concentração em Fortaleza. Em seguida, estão os municípios de Aracati (15,1%), Jaguaruana (4,0%) e Acaraú (3,8%), nesta ordem, enquanto o restante dos municípios do Ceará soma cerca de 39,4% dos vínculos vigentes no setor (dados de 2014).

Figura - Empregos Formais e Estabelecimentos no Setor de Água - Ceará

Empregos Form

ais

3.484

1394

224

1

65

Estabelecimentos

113 5 150 12

Gráfico - Participação no Emprego Formal no Setor de Água - Ceará

10º

1,7%

1,7%

2,0%

2,4%

2,8%

3,1%

3,8%

4,0%

15,1%

37,6%

Camocim

Maracanaú

Paraipaba

Aquiraz

Juazeiro do Norte

Sobral

Acaraú

Jaguaruana

Aracati

Fortaleza

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de RAIS - 2014

Page 50: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS50

MERCADO DE TRABALHO

PORTE DAS EMPRESASNota-se no Ceará, que as empresas de pequeno porte geram parcela significativa dos empregos - representatividade de 42% -, seguidas das grandes e médias empresas. Quanto ao Brasil, ocorre uma concentração de vínculos nas grandes empresas, as quais respondem por 37,1% do total, seguidas das médias, com 27,5%. As pequenas e micros empresas no Brasil somam cerca de 35,4% dos vínculos empregatícios.

Gráfico - Distribuição dos empregos por porte

Grande

Média

Pequena

Micro

BrasilCeará

13,0%

37,1%

27,5%

22,4%

21,6%

24,0%

42,0%

12,4%

¹Micro: com até 19 empregados, Pequena: de 20 a 99 empregados, Média: 100 a 499 empregados, Grande: mais de 500 empregadosFonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de RAIS - 2014

GÊNERONa distribuição dos trabalhadores por gênero, nota-se a prevalência de homens entre os vínculos, tanto no Ceará quanto no Brasil, com uma participação pouco igualitária entre os gêneros. No estado, a atividade de "Construção de Redes de Abastecimento" foi a que apresentou maior predominância masculina, 95%.

Gráfico - Distribuição dos trabalhadores do setor por gênero

82,4%

85,7%

17,6%

14,3%

Brasil

Ceará

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de RAIS - 2014

Page 51: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 51

MERCADO DE TRABALHO

ACIDENTES NO SETORRelacionada à valorização das pessoas, a quantidade de acidentes de trabalho é apresentada abaixo. Em 2013, no setor Água foram registrados pouco mais de 5 mil casos no Brasil, enquanto, no estado, houve apenas 82 ocorrências. Nesse sentido, o indicador de acidentes por mil trabalhadores para o Ceará está abaixo da média nacional, assim como quanto à participação no total de acidentes de trabalho.

Gráfico - Quantidades de acidentes entre os trabalhadores do setor

Total deAcidentes

Acidentespor mil

trabalhadores

Participação noTotal de Acidentes

82 13,82 0,61%

5.008 24,67 0,70%

Ceará

Brasil

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados da Previdência Social - 2013

NÍVEL DE ESCOLARIDADE NO SETOR Em termos da escolaridade dos trabalhadores do setor, há predominância de pro-fissionais com ensino médio completo e ensino fundamental no Brasil e no Ceará, indicando, assim, níveis de instrução semelhantes entre as localidades.

Gráfico - Distribuição dos empregados por nível de escolaridade

1,2%

19,4%

21,6%

48,1%

9,0%

0,7%

0,4%

17,3%

17,3%

48,5%

15,4%

1,2%

Analfabeto

Fundamental Incompleto

Fundamental Completo

Médio Completo

Superior Completo

Pós-Graduação

Ceará

Brasil

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de RAIS - 2014

Page 52: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS52

MERCADO DE TRABALHO

REMUNERAÇÃO NO SETORAo analisar a renumeração paga pelo setor, percebe-se que a mão de obra empre-gada se distribui de forma concentrada na faixa salarial de 1 a 2 salários mínimos no Ceará. O Brasil apresenta uma distribuição um pouco diferente, com 38% das remunerações estando na faixa de 2 a 5 salários mínimos.

Gráfico - Remuneração em salários mínimos

5,3%

47,5%

22,8%

15,4%

7,7%

1,4%

2,0%

29,3%

38,3%

21,2%

7,2%

2,1%

Até 1 SM

1,01 a 2 SM

2,01 a 5 SM

5,01 a 10 SM

10,01 a 20 SM

Mais de 20 SMCeará

Brasil

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de RAIS - 2014

Para melhorar a compreensão sobre a remuneração dos trabalhadores, será con-siderado na análise, agora, o rendimento salarial médio. Considerando o setor de Água, nosso estado paga cerca de 64% da renumeração nacional, ocupando a 25ª colocação entre as 27 (vinte e sete) unidades federativas brasileiras.

Gráfico - Remuneração média do setor

25º

10º

R$ 2.034,4

R$ 3.351,3

R$ 3.380,5

R$ 3.586,2

R$ 3.589,4

R$ 3.764,5

R$ 3.849,2

R$ 3.875,5

R$ 3.949,1

R$ 4.974,7

R$ 7.117,1

Ceará

Paraná

Rio de Janeiro

São Paulo

Acre

Goiás

Sergipe

Rio Grande do Sul

Amapá

Piauí

Distrito Federal

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir de dados de RAIS - 2014

Page 53: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 53

ATIVOS DE P&D

A parte de Pesquisa e Desenvolvimento em relação à água se comporta de uma ma-neira bem peculiar. Devido à algumas especificidades do setor, não existe um curso de graduação ou pós-graduação sequer feito para tratar apenas do assunto. Logo, os cursos apresentados neste material são referentes aqueles que permitem um apro-fundamento e uma possibilidade de trabalho nesse segmento.

CURSOS DE GRADUAÇÃOCom relação à distribuição geográfica dos 523 cursos brasileiros de nível superior, relacionados aos setores, percebe-se uma concentração nas regiões Sudeste e Nor-deste, as quais possuem, juntas, 57,9% do total; nesse caso, o Nordeste é responsá-vel por 19,3% dos cursos.

Gráfico - Distribuição geográfica dos cursos de graduação referentes ao setor

38

7%

90

17%

101

19%

202

39%

92

18%

CentroOeste

NorteNordesteSudeste Sul

Fonte: Núcleo de Economia /FIEC a partir de dados do Censo da Educação Superior 2013 - INEP

O Ceará possui 18 cursos de graduação ligados aos setores, o que representa cerca de 18% do Nordeste. Em relação ao Brasil, isso significa representação de 3,4%. Um detalhe interessante é que o Ceará possui 9 cursos tecnológicos relacionados à Água, o que representa cerca de um terço do total brasileiro.

Gráfico - Distribuição dos cursos de graduação dos setores de água

9

1

8

18

10

27

64

Brasil

Nordeste

Ceará

101

29

84

410

523

Tecnológico

Licenciatura

Bacharelado

Total de cursos

Fonte: Núcleo de Economia /FIEC a partir de dados do Censo da Educação Superior 2013 - INEP

Page 54: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS54

ATIVOS DE P&D

Na distribuição dos cursos de graduação por município no Estado, Fortaleza ocupa a liderança, com 6 (seis) cursos. Em segundo lugar está Sobral, com 4 (quatro). Ape-nas sete municípios possuem cursos para o setor.

Gráfico - Distribuição dos cursos de graduação dos setores de água

1

1

1

2

3

4

6

Iguatu

Maracanaú

Quixadá

Limoeiro do Norte

Juazeiro do Norte

Sobral

Fortaleza

Fonte: Núcleo de Economia /FIEC a partir de dados do Censo da Educação Superior 2013 - INEP

Com relação às graduações relacionadas ao Setor de Água no Ceará, do total de 18 cursos, Engenharia Ambiental, Irrigação e Drenagem e Saneamento Ambiental respondem por 78% do total.

Gráfico: Quantidade de cursos de graduação no ceará relacionados ao setor

1

1

1

1

4

4

6

CIÊNCIAS

OCEANOGRAFIA

ABI - ENGENHARIA DE ENERGIAS E MEIO AMBIENTE

ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

SANEAMENTO AMBIENTAL

IRRIGAÇÃO E DRENAGEM

ENGENHARIA AMBIENTAL

Fonte: Núcleo de Economia /FIEC a partir de dados do Censo da Educação Superior 2013 - INEP

Page 55: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 55

ATIVOS DE P&D

CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃONa análise da distribuição dos cursos de pós-graduação relacionados ao Setor, no-ta-se novamente uma concentração na Região Sudeste, a qual abriga 30% dos 243 cursos do Brasil. O Nordeste vem a seguir, com 27% do total, ou seja, 66 pós-gradu-ações. Já o Sul, com 51 cursos possui 21% de participação nacional.

Gráfico: Distribuição geográfica dos cursos de pós-graduação referente ao setor

29

12%

CentroOeste

24

10%

Norte

66

27%

Nordeste

73

30%

Sudeste

51

21%

Sul

Fonte: Núcleo de Economia /FIEC a partir de dados do Censo da Educação Superior 2013 - INEP

O Ceará, por sua vez, possui 9 cursos de pós-graduação ligados aos setores, sendo dois programas de Doutorado e os outros sete de Mestrado.

Gráfico: Cursos de pós-graduação referente ao setor de água

7

0

2

9

15

2

7

24

201

15

121

243

Mestrado

MestradoProfissional

Doutorado

Total MestradosTecnologia e Gestão Ambiental - IFCE

Energias Renováveis - IFCERecurso Natural - UECE

Engenharia Civil (Recursos Hídricos) - UFCDesenvolvimento e Meio Ambiente - UFC

Ecologia e Recursos Naturais - UFCDesenvolvimento Regional Sustentável - UFC

DoutoradosEngenharia Civil (Recursos Hídricos) - UFC

Ecologia e Recursos Naturais - UFC

Fonte: Núcleo de Economia /FIEC a partir de dados do Censo da Educação Superior 2013 - INEP

Page 56: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS56

ATIVOS DE P&D

GRUPOS DE PESQUISADiferentemente do que ocorre com as graduações ou pós-graduações, onde os conteúdos relativos aos recursos hídricos ficam à mercê do interesse dos discentes, os grupos de pesquisa, por serem voltados a assuntos específicos, reúnem pessoas que procuram se especializar nessa área do conhecimento. Logo, os grupos aqui mencionados ou são voltados para os recursos hídricos ou ao menos possuem li-nhas de pesquisa sobre o tema. De acordo com o Conselho Nacional de Desenvol-vimento Científico e Tecnológico (CNPQ), o Ceará possui 25 (vinte e cinco) grupos de pesquisas relacionados aos Setores. Esse quantitativo representa 15% do total do Nordeste e 4% do Brasil.

Gráfico: Distribuição dos grupos de pesquisa - Brasil, Nordeste e Ceará

25

170

678

Ceará

Nordeste

Brasil

Fonte: Núcleo de Economia /FIEC a partir de dados do CNPQ 2015

No gráfico ao lado apresenta-se a distribuição dos grupos de pesquisa por área de atuação. Nota-se que o Ceará possui mais representatividade entre os grupos de Ciências propriamente ditas do que em Engenharias.

Gráfico: Distribuição dos grupos de pesquisa por área no Ceará, Nordeste e Brasil

Brasil

Nordeste

Ceará1

1

1

1

1

3

4

5

8

3

17

7

3

3

18

26

56

37

14

49

29

19

3

76

127

185

176

Engenharia de Produção

Engenharia Química

Engenharia Mecânica

Engenharia de Materiais e Metalúrgica

Engenharia de Energia

Engenharia Civil

Geociências

Química

Engenharia Sanitária

Fonte: Núcleo de Economia /FIEC a partir de dados do CNPQ 2015

Page 57: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 57

ATIVOS DE P&D

Grupos Instituição Área Setor Linhas de Pesquisa

Grupo de química, análise de solo e água, produtos naturais e energias renováveis (QUA-SAR)

IFCE Química

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Tecnologias de tratamen-to e controle de águas e efluentes industriais

Núcleo de pesqui-sa em gestão e sa-neamento ambien-tal - NUPGESAM

IFCEEngenharia

Sanitária

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Qualidade das águas

Química, microbio-logia e saneamen-to ambiental

IFCEEngenharia

Sanitária

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Análises físi-co-químicas e microbiológi-cas de recur-sos hídricos

Saneamento am-biental

IFCEEngenharia

Sanitária

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Disposição de esgoto no solo

Tecnologia am-biental e desenvol-vimento social

IFCEEngenharia

Sanitária

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Reúso de águas resi-duárias e de chuvas

Desenvolvimento e meio ambiente no semiárido

IFCE Geociências

Atividades profissionais científicas e técnicas

Recursos hí-dricos e meio ambiente

Grupo de pesquisa em química dos materiais, am-biental e orgânica (QMAO)

IFCE Química

Atividades profissionais científicas e técnicas

Técnicas avançadas e tratamento de águas e efluentes

Page 58: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS58

ATIVOS DE P&D

Grupos Instituição Área Setor Linhas de Pesquisa

Grupo de estudos ambientais

IFCEEngenharia

de Produção

Atividades profissionais científicas e técnicas

Gestão dos recursos hídri-cos

Grupo de pesquisa em processos quí-micos e ambientais

IFCEEngenharia

Química

Atividades profissionais científicas e técnicas

Metodolo-gias analíticas aplicadas ao meio ambien-te

Educação e ciên-cias da natureza

UECE Química

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Hidroquímica e análise físi-co-química de águas subter-râneas

Grupo de cromato-grafia

UFC Química

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Reúso de águas

Hidrogeologia e gestão de recursos hídricos

UFC Geociências

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Água & saúde

Água, solo, e meio ambiental (ASMA)

UFCEngenharia

Sanitária

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Comporta-mento de aterros sanitá-rios

Águas residuárias e qualidade de água

UFCEngenharia

Sanitária

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Qualidade de água

Page 59: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 59

ATIVOS DE P&D

Grupos Instituição Área Setor Linhas de Pesquisa

Gerenciamento do risco climático para a sustentabilidade hídrica

UFCEngenharia

Civil

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Abastecimen-to de popula-ções

Manejo de água e solo no semiárido - massa

UFCEngenharia

Sanitária

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Manejo de bacias hidro-gráficas

Física isotópica UFC Geociências

Atividades profissionais científicas e técnicas

Áreas clássi-cas de feno-menologia e suas aplica-ções

Grupo de pesqui-sa, desenvolvimen-to e inovação em minerais não metá-licos

UFC Química

Atividades profissionais científicas e técnicas

Agricultura e meio ambien-te - desenvol-vimento de zeólitas e ar-gilas mesopo-rosas para o melhoramen-to do solo, tratamento de águas interiores, e na retenção de gases de efeito estufa

NISAC - núcleo interdisciplinar em sustentabilidade e áreas costeira

UFC Geociências

Atividades profissionais científicas e técnicas

Recursos hídricos e ma-nejo em áreas costeiras

Laboratório de di-nâmica dos fluidos computacional - IDFC

UFCEngenharia Mecânica

Atividades profissionais científicas e técnicas

Modelagem e simulação de sistemas de condiciona-mento de ar com rotores dessecantes

Page 60: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS60

ATIVOS DE P&D

Grupos Instituição Área Setor Linhas de Pesquisa

Recursos hídricos e tecnologia am-biental

UNIFOREngenharia

Civil

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Águas de abastecimen-to, águas residuárias e resíduos sólidos: cap-tação e coleta, tratamento e reciclagem e reuso.

Tecnologia de ma-teriais

UNIFOR

Engenharia de Materiais e Metalúr-

gica

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Reciclagem de polímeros e reutilização de água

Grupo de exten-são e pesquisa em energias e meio ambiente - GEPE-MA

UNILABEngenharia de Energia

Atividades profissionais científicas e técnicas

Saúde pú-blica: água, esgotos e re-síduos sólidos

Grupo de ciências ambientais - GCA

URCAEngenharia

Sanitária

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Analise de metais pesa-dos em águas do semiárido

Recursos hídricos e clima do semiárido

URCAEngenharia

Civil

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontami-nação

Avaliação da eficiência de sistemas de abastecimen-to de água através da modelagem computacio-nal

Page 61: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 61

ATIVOS DE P&D

Na figura a seguir apresenta-se a relação entre a representatividade dos setores nos municípios (baseada no número de empregos formais) e a existência de ativos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (Graduação, Pós-Graduação e Grupos de Pesquisa), com maiores destaques para Fortaleza, Redenção e Sobral.

Gráfico - Distribuição dos ativos em P&D no Ceará relacionado aos setores

Empregos Form

ais

3.428

223

106

1

37

GraduaçãoPós-graduação

Grupos de pesquisa

1

4 69

17

11

21

11

34

Page 62: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS62

ATIVOS DE P&D

LABORATÓRIOS ACREDITADOS PELO INMETROO INMETRO possui uma série de laboratórios credenciados pelo Brasil para o de-senvolvimento de novas tecnologias e fiscalização de qualidade de diversos produ-tos. No Brasil, existem 806 destes laboratórios em atividade, dos quais 55 estão no Nordeste e 5 no Ceará.

Gráfico: Distribuição dos laboratórios acreditados pelo INMETRO

555

806

Ceará

Nordeste

Brasil0,6%

9,1%

Existem, no Brasil, 192 laboratórios de Ensaios ativos, com trabalhos referentes aos recursos hídricos. Enquanto isso, o Nordeste possui apenas 12 (doze) laboratórios, e o Ceará, apenas um. Do total brasileiro, 107 estão no Estado de São Paulo.

Gráfico: Distribuição dos laboratórios acreditados pelo INMETRO - Recursos hídricos

112

192

Ceará

Nordeste

Brasil0,5%

8,3%

Fonte: Núcleo de Economia /FIEC a partir de dados de INMETRO.

Page 63: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS 63

INVESTIMENTOS

CAC - CINTURÃO DAS ÁGUAS DO CEARÁ.Visando aumentar a segurança hídrica para o estado pela construção de mais infra-estrutura de armazenamento e distribuição, o Cinturão das Águas do Ceará (CAC) foi inserido regionalmente dentro do Projeto de Transposição de Águas do Rio São Francisco (PTRSF). O primeiro trecho do Projeto, com cerca de 150 km de exten-são, orçado em R$ 1,6 bilhão, levará as águas do Rio São Francisco a municípios na região do Cariri. Em maio desse ano, procurando impulsionar as obras, o Governo Federal confirmou a liberação de mais R$ 619 milhões, confirmando a expectativa de finalização do trecho até o fim de 2016. É esperada uma extensão total de apro-ximadamente 1.300 km. Referente à transposição do Rio São Francisco, pelo menos 70% das obras que contemplam o Ceará foram executadas.

Figura - Extensão do Cinturão das Águas do Ceará

Trecho 1 Jati-CariúsTrecho 2 Cariús-Jaguaribe/PotiRamal 1Trecho 3 Jaguaribe/Poti-AcaraúRamal 2Ramal OesteRamal LesteRamal LitorialAlternativa Gravitária

Transposição do Rio São-FranciscoEixão das águas

Cinturão de ÁguasExtensão total: 1.300 km

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir da Secretaria dos Recursos Hídricos (Governo do Estado do Ceará)

Page 64: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS64

INVESTIMENTOS

PAC - PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTODe acordo com dados do PAC, 29 obras estão andamento no Ceará, na vertente de recursos hídricos. Desse número, 12 empreendimentos estão em obras, sendo que a maioria consiste na construção de adutoras e barragens, com a estratégia de ampliar a capacidade de armazenamento de água, contemplando empreendimentos estrutu-rantes para garantir a oferta de água e reduzir os riscos associados a eventos críticos.

Tabela - Investimentos em recursos hídricos no Ceará pelo PAC

Ação Preparatória 3 10%

Em Licitação 9 31%

Em Execução 1 3%

Em Obras 12 41%

Concluído 4 14%

Total 29 100%Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir do Ministério do Planejamento (2016)

PforR - PROGRAMA POR RESULTADOO Projeto de Apoio ao Crescimento Econômico com Redução das Desigualdades e Sustentabilidade Ambiental do Estado do Ceará – Programa por Resultado (PforR) - é multissetorial, com o objetivo geral de garantir a continuidade dos investimentos em áreas estratégicas do Estado, de forma a promover um crescimento econômico que privilegie a inclusão social e seja ambientalmente sustentável. Contempla o programa para a “Gestão da Qualidade dos Recursos Naturais e Ambientais” que está relacionado a indicadores necessários para assegurar a qualidade da água e possui a maior parte dos recursos previstos para os anos de 2014 a 2017. O PforR ainda abrange mais três divisões, dentre estas a do Saneamento Ambiental.

Tabela - PforR (Qualidade da água)

Programa Setorial Previsão 2014-2017(R$ milhões)

Gestão dos Recursos Hídricos SRH/COGERH 0,46

Saneamento Ambiental Cidades/CAGECE 15,83

Gestão da Qualidade dos Recursos Naturais e Ambientais

SEMA/SEMACE 25,73

Gestão e Manutenção da COPAM e Vinculada

SEMACE 2,56

Fonte: Núcleo de Economia/FIEC a partir do IPECE (2015)

Page 65: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA
Page 66: PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

ROTAS ESTRATÉGICAS

2025SETORIAIS

ESTUDO SOCIOECONÔMICO

ÁGUA

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