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programa Clássica na Fábrica LOCAL: Auditório CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: M/6 17 junho [sábado, 18h00] Dois séculos de música para instrumento de tecla: obras de Domenico Scarlatti, Haydn e Schumann INTÉRPRETES Helena Rocha von Oertzen (Piano) entrada gratuita limitada à lotação da sala, mediante o levantamento de bilhete na receção nos 30 min. que antecedem o espetáculo. Programa Domenico Scarlatti (1685-1757) Duas sonatas em Ré menor Toccata em ré menor Joseph Haydn (1732-1809) Sonata em Ré Maior, Hob.XVI:37 Allegro com brio; Largo e Sostenuto; Finale: Presto, ma non troppo Robert Schumann (1810-1856) Carnaval op. 9 Préambule; Pierrot; Arlequin; Valse Noble; Eusebius; Florestan; Coquette; Réplique; Sphinxes; Papillons; A.S.C.H.-S.C.H.A.; Chiarina; Chopin; Estrella; Reconnaissance; Pantallon et Colombine; Valse Allemande; Pagannini; Aveu; Promenade; Pause; Marche des “Davidsbündler” contre les Philistins. Largo Mário Magalhães Infante, n.º 14 2600-187 Vila Franca de Xira Tel: 263 285 600 ext. 4822 Email: [email protected] GPS: 38º 57’ 7.44” N, 8º 59’ 17.78” W

Programa - Vila Franca de Xira

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programaClássica na FábricaLOCAL: AuditórioCLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: M/6

17 junho[sábado, 18h00]

Dois séculos de música para instrumento de tecla: obras de Domenico Scarlatti, Haydn e SchumannINTÉRPRETES

Helena Rocha von Oertzen (Piano)

entrada gratuitalimitada à lotação da sala, mediante o levantamento de bilhete na receção nos 30 min. que antecedem o espetáculo.

Programa

Domenico Scarlatti (1685-1757)

Duas sonatas em Ré menor

Toccata em ré menor

Joseph Haydn (1732-1809)

Sonata em Ré Maior, Hob.XVI:37

Allegro com brio; Largo e Sostenuto; Finale: Presto, ma non troppo

Robert Schumann(1810-1856)

Carnaval op. 9

Préambule; Pierrot; Arlequin; Valse Noble; Eusebius; Florestan; Coquette; Réplique; Sphinxes; Papillons; A.S.C.H.-S.C.H.A.; Chiarina; Chopin; Estrella; Reconnaissance; Pantallon et Colombine;

Valse Allemande; Pagannini; Aveu; Promenade; Pause; Marche des “Davidsbündler” contre les Philistins.

Largo Mário MagalhãesInfante, n.º 142600-187 Vila Franca de XiraTel: 263 285 600 ext. 4822Email: [email protected]: 38º 57’ 7.44” N, 8º 59’ 17.78” W

Helena Rocha von Oertzen (Piano)

De origem portuguesa recebeu a sua formação pianística na classe da Prof. Helena de Sá e Costa no Conservatório de Música do Porto, onde terminou o Curso Superior de piano, obtendo o Prémio Calouste Gulbenkian.Frequentou vários Cursos internacionais na Suiça, Áustria, Itália, França e Portugal nas classes de N. Boulanger, S. Vegh, Y. Léfèbure, Y. Bernette, K. Engel e H. Leygraff.Após ter terminado os seus estudos em Portugal com a maior nota, usufruiu de uma bolsa de estudo do Governo alemão (Deutscher Akademischer Austauschdienst) na classe de virtuosi-dade do Prof. Conrad Hansen na Staatliche Hochschule für Musik und Darstellende Kunst”na cidade de Hamburgo, onde fez o seu “Staatskonzertexamen” com a mais alta classificação. Desde 1978 tem vindo a lecionar nesta mesma escola, onde lhe foi conferido pelo Senado da cidade livre e hanseática de Hamburgo, desde 1995,o título académico de Professora cate-drática.Enveredou por uma carreira internacional de concertos além-fronteiras, como é o exemplo da Ásia onde encontrou um público maravilhado pela sua arte.Tem sido solista de Orquestras de renome sob a regência de M. Husmann, E. van Remoortel, K. Malke, P. Peterson, H. Beck, N. Beethke. No domínio da música de Câmara é uma parceira experiente e flexível.As diversas gravações radiofónicas e em CD são um testemunho da sua versatilidade e talento.

biografia

A expressão “instrumento de tecla” refere-se a um coletivo onde se incluem ins-trumentos como o órgão, o virginal, o clavicórdio, a espineta, o cravo e o piano, este último representando a mais recente adenda ao universo dos instrumentos de tecla, e aquele no qual, por razões eminentemente práticas, se interpreta o grosso da música originalmente escrita para os referidos instrumentos. Apesar dos primeiros pianos datarem do início do século XVIII, de fatura ainda rudi-mentar, da autoria do construtor italiano Bartolomeo Cristofori, o vasto acervo para instrumento de tecla de Domenico Scarlatti, filho do emérito compositor operático Alessandro Scarlatti, foi especialmente dedicado ao cravo, instrumento muito em voga na época em que viveu. Scarlatti, que trabalhou, por longos períodos de tempo, na Capela Patriarcal de Lisboa, ao serviço de D. João V – tendo sido professor da infanta Maria Bárbara e do célebre compositor luso Carlos Seixas – legou-nos um conjunto de cerca de seis centenas de composições para cravo, emblemáticas da estética pós-barroca e imbuídas de um notável dramatismo, precursor do estilo clássico. As duas sonatas em ré menor, assim como a toccata, são exemplificativas do exu-berante virtuosismo que caracteriza a notável produção artística deste compositor napolitano. Enquanto as sonatas de Scarlatti ainda apresentam uma estrutura bipartida, her-deiras do modelo barroco, a Sonata em Ré Maior, de Joseph Haydn, possui já três andamentos, representando não somente uma evolução substancial deste género musical, mas também assumindo a forma modelar da sonata clássica, de mais amplo fôlego que a sua antecessora. A presente composição, escrita já para piano, foi dedicada às irmãs Caterina e Marianna Auenbrugger, duas notáveis pianista austríacas. Igualmente exemplar da estética clássica é a alternância de andamentos rápidos (Allegro – Largo e sostenuto – Finale: Presto), assim como a presença da forma sonata, de recorte bitemático, no Allegro inicial. Após o Largo, cujo profuso lirismo desemboca numa passagem contrapontística – uma longínqua influência do

período barroco – a sonata conclui com uma forma rondo (Finale), constituído por dois episódios distintos, justapondo ao ambiente melancólico do primeiro o carác-ter vivaz do segundo, num perfeito e paradigmático retrato do estilo clássico. Escrita no período que decorreu de 1834 a 1835, em pleno romantismo – época áurea do piano – o Carnaval, é uma das mais célebres composições para piano de Robert Schumann. Esta obra é constituída por um conjunto de vinte e duas peças miniaturais – género aliás muito em voga no referido período – todas elas baseadas num motivo musical recorrente de apenas quatro notas, que Schumann magistralmente manipula e adapta às diversas situações descritas em cada uma das breve peças. A obra encontra-se repleta de referências extramusicais, nomea-damente aos personagens Pierrot, Arlequin, Pantallon e Colombine da commedia dell’arte. Em Chiarina (nº. 11), Schumann evoca a sua esposa Clara Wieck, e atra-vés dos personagens Florestan e Eusebius, transmite-nos uma notável imagem musical, respetivamente, das suas facetas ponderada e impetuosa.

NOTAS: LuíS RAimuNdO

Dois séculos de música para instrumento de tecla: obras de Domenico Scarlatti, Haydn e Schumann