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Programas de Pastoral PROGRAMA CULTIVO DA ESPIRITUALIDADE Caderno 3

Programas de Pastoral - salesianasbpa.com.br · de busca do sagrado nos interpelam como comunidade educativa cristã a propor experiências de espiritualidade que facilitem a visão

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Programas de Pastoral

PROGRAMA CULTIVO DA ESPIRITUALIDADE

Caderno 3

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Orientar os jovens para o encontro com Jesus de Nazaré é o objetivo prioritário da pastoral juvenil das FMA. A humanida-

de de Jesus é o ponto de referência de toda relação interpessoal. Com efeito, nele resplendem relações ricas de interioridade, reci-procidade e proximidade que se alimentam das fontes da sua fi-liação divina. A pessoa humana, criada à imagem de Deus, cresce e amadurece em todas as dimensões, através da experiência rela-cional. Esta a ajuda a unificar, ao redor de valores importantes, os próprios dinamismos cognitivos, afetivos, motivacionais e sociais. Com a oferta de experiências diversificadas, damos aos jovens a possibilidade de interpretar a vivência cotidiana, de iluminá-la e de adquirir pouco a pouco um estilo relacional evangélico à

imagem do de Jesus. A partir da cotidiana busca de sentido, pro-porcionam-se os critérios para interpretar o que foi vivido e para torná-lo lugar e manifestação de salvação, oportunidade de cres-cimento no amor e no dom de si mesmos, na interioridade e na oração, na celebração da Palavra e dos Sacramentos e na missão, estando na escola de Maria educadora e companheira de viagem.

(LOME p. 52)Neste sentido queremos apresentar este programa que tem como

objetivo alinhar e qualificar nossas orações, celebrações, enfim todas as ações que ajudam no despertar da fé e do cultivo da

espiritualidade, proporcionando sinergia em todas a Unidades da Inspetoria Nossa Senhora Aparecida.

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1. Apresentação

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A vida espiritual tem em Deus, Mistério de Amor, a sua fonte, o seu centro e a sua meta. Podemos entender a vida espiritual como experiência do amor de Deus, viver a experiência de amizade e de intimidade com Ele e reconhecer-nos enviados por Ele à missão pelos jovens. Também neles atua o mesmo dinamismo de descoberta do amor e do chamado a testemunhá-lo. Deus é o centro unificador da nossa vida, a fonte da nossa comunhão fraterna, o inspirador da nossa ação. Viver “na presença de Deus” significa cultivar uma profunda e contínua relação com Deus, inundados pelo seu Amor e enviados aos jovens. Significa acolher os sinais da Sua misteriosa presença nas demandas e expectativas de homens e mulheres do tempo presente. A vida espiritual consiste em aceitar que a nossa existência seja plasmada pelo Espírito na ação da graça. Nessa relação de amor podemos afirmar o primado da graça e, ao mesmo tempo, a contribuição livre e consciente do homem. O ser humano colabora colocando-se à escuta e mantendo-se disponível e dócil. O

4. Fundamentação

Considerando o tempo em que estamos vivendo, onde a vida perdeu seu sentido pleno, enquan-to dom de Deus, a busca de espiritualidade é uma exigência, sobretudo, por parte das novas gerações de colocar a própria esperança numa realidade mais estável e mais significativa; perce-be-se que há uma busca religiosa que não se esconde como em outros tempos, mas é admitida e socializada nos grupos. Não é ainda uma procura de fé, mas abertura ao desejo de Deus, que muitas vezes se identifica com a beleza, a felicidade, o amor, a solidariedade. Surgem novos modos para entender Deus, que estão longe da visão revelada por Jesus. Esses tipos de visão e de busca do sagrado nos interpelam como comunidade educativa cristã a propor experiências de espiritualidade que facilitem a visão unitária da vida, indicando a ligação estrita e conatural que abraça a gratuidade de Deus, a alegria do encontro com Cristo e a liberdade da vida no Espírito. Como comunidade educativo evangelizadora propomos celebrações, orações e vivências como meios intencionais para o cultivo da Espiritualidade Juvenil Salesiana.Por terem uma intencionalidade, precisam ser pensados e sistematizados de modo coerente com os conteúdos que abordam e possibilitam espaços significativos para que todos os envolvidos no processo cultivem sua vida espiritual e vivam cada vez mais de acordo com aquilo que professam.

Orientar para a sistematização, organização e realização de celebrações, orações e vivên-cias que garantam o cultivo da EJS.

Objetivo específicos• Ressignificar práticas relacionadas ao cultivo da EJS (retiros, formações, etc);• Aprofundar a vivência da EJS através de orações e celebrações;• Celebrar datas significativas do calendário litúrgico e calendário salesiano;• Realizar bons dias e boas tardes com temas formativos e informativos;

2. Justificativa

3. Objetivo geral

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seu desejo é encontrar-se com o Senhor. Na oração, pede que este encontro aconteça e contribua, na sua vida, para a missão. A vida espiritual é um dinamismo que se desenvolve num processo temporal que assume todas as dimensões do ser humano, com ritmo próprio e com os próprios momentos de crescimento e de prova.A espiritualidade salesiana, vivida com e pelos jovens, pensada e realizada no interior da experi-ência do jovem, tem em mira gerar uma imagem cristã proposta àqueles que, inseridos no nosso tempo, vivem suas condições atuais; dirige-se a todos os jovens adequando-se aos “mais pobres”, capaz ao mesmo tempo de indicar metas aos que fazem mais progressos; pretende tornar o jovem protagonista de propostas para os coetâneos e no ambiente de vida. A espiritualidade salesiana associa-se ao Sistema Preventivo; é o desenvolvimento do Projeto Educativo-Pastoral oferecido a todos os sujeitos da Comunidade Educativo-Pastoral, traduzido em itinerários de maior compro-misso. Os elementos a seguir se entrelaçam; cada um deles representa uma ênfase relativa ao que é expresso pelos outros: a vida, Cristo, as bem-aventuranças, a Igreja, Maria, o serviço são pontos de referência para refletir e viver em unidade a totalidade da experiência cristã. A Espiritualidade Juvenil Salesiana considera a vida cotidiana como lugar de encontro com Deus. Na base da compreensão do cotidiano e da avaliação positiva da vida estão a fé e a compreensão contínua do evento da Encarnação; espiritualidade que se deixa guiar pelo mistério de Deus que com a Encarnação, Morte e Ressurreição, afirma sua presença de salvação em toda a realidade hu-mana. O cotidiano do jovem é feito de obrigações, sociabilidade, diversão, tensão de crescimento, vida de família, desenvolvimento das próprias capacidades, perspectivas de futuro, demandas de intervenção, aspirações. Essa é realidade a ser assumida, aprofundada e vivida à luz de Deus. Se-gundo Dom Bosco, para ser santo é preciso fazer “bem” aquilo que se deve fazer; ele considera a fidelidade ao dever na sua cotidianidade como critério de comprovação da virtude e sinal de matu-ridade espiritual. Um realismo prático centrado no cotidiano, o sentido religioso do dever em cada momento da jornada. Para que a vida cotidiana possa ser vivida como espiritualidade, é necessária a graça de unidade que ajuda a harmonizar as diversas dimensões da vida ao redor de um coração habitado pelo Espírito de Amor. A graça de unidade que torna possível a conversão, a purificação e a força do sacramento da Reconciliação, meio privilegiado; que faz com que através “do trabalho e da contemplação” o coração se mantenha livre, aberto a Deus e entregue aos irmãos, especial-mente aos jovens mais pobres. Dom Bosco inspirou-se em São Francisco de Sales como mestre de uma espiritualidade simples, porque essencial; popular, porque aberta a todos, simpática, porque cheia de valores humanos; e, por isso, particularmente disponível à ação educativa. (Quadro de Referencia p. 93, 94)A Espiritualidade Juvenil Salesiana leva o jovem ao encontro com Jesus Cristo e torna factível uma relação de amizade com Ele alimentada na confiança, num vínculo vital e numa adesão fiel. Muitos jovens nutrem o desejo sincero de conhecer Jesus e buscam uma resposta às questões sobre o sen-tido da própria vida, que só Deus pode dar. Amigo, Mestre e Salvador são os títulos que descrevem a centralidade da pessoa de Jesus Cristo na vida espiritual dos jovens no método salesiano.Algumas atitudes e experiências a serem favorecidas e desenvolvidas para um itinerário de confor-midade progressiva a Cristo: • participação de fé na comunidade, que vive da memória e da presença do Senhor e o celebra

nos sacramentos da iniciação cristã; • pedagogia da santidade, que Dom Bosco mostrou na reconciliação com Deus e com os irmãos

através do sacramento da Penitência; • aprendizagem da oração pessoal e comunitária, mediações privilegiadas para crescer no amor

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5. Interlocutores

e na relação pessoal com Jesus Cristo. A oração salesiana é simples e para todos, afunda suas raízes na vida cotidiana;

• aprofundamento sistemático da fé iluminada pela leitura e a meditação da Palavra de Deus;A Espiritualidade Juvenil Salesiana é uma espiritualidade mariana. Maria foi chamada por Deus Pai para ser, na graça do Espírito Santo, mãe do Verbo, e entregá-Lo ao mundo. A Igreja olha para Maria como exemplo de fé; Dom Bosco teve esse olhar e nós somos chamados a imitá-lo em comunhão com a Igreja (cf. Const. SDB 34, 92; CG23 SDB, n. 177; CG24 SDB, n. 68, 188; Carta de Identidade Carismática da Família Salesiana, n. 11, 37). Estamos convencidos de que o Espíri-to Santo suscitou a obra salesiana com a intervenção materna de Maria (cf. Const. 1). Ela indicou a Dom Bosco o seu campo de ação entre os jovens, guiou-o e sustentou-o constantemente e está presente entre nós e continua a Sua missão de Mãe da Igreja e Auxiliadora dos Cristãos (cf. Const. 8). No Oratório de Valdocco, Maria era uma presença viva: inspiradora, guia e mestra. Domin-gos Sávio, Miguel Magone e muitos outros jovens contemplaram-na não como ideal abstrato ou simples objeto de culto e devoção, mas como uma pessoa viva e atuante, que preenche a casa e faz sentir e experimentar a proximidade do amor de Deus. Em Mornese, Maria Auxiliadora era a verdadeira diretora, Maria Mazzarello se intitulava a vigária de Nossa Senhora e todas as noites colocava as chaves da casa ao pés de Maria e convidava também as meninas e irmãs a fazerem o mesmo, colocarem aos pés da Auxiliadora a chave do coração. A Espiritualidade Juvenil Salesiana estimula a entrega simples e confiante à assistência materna da Virgem Maria.A espiritualidade Salesiana é uma espiritualidade eclesial, porque a Igreja é comunhão espiritual e comunidade que se faz visível através de gestos e convergências também operativas; por fim a espiritualidade juvenil salesiana, pretende ajudar cada jovem no itinerário vocacional, para que ele descubra o sentido da própria vida, na verdade, em diálogo com Deus.

Crianças, adolescentes, jovens e adultos

6. Metodologiaa. Em nível localAlguns pressupostos- Utilização dos recursos didáticos: é importante nos momentos de encontro levar em conta as formas de expressão e o jeito de se comunicar, como músicas, mensagens, leituras bíblicas, vídeos, dinâmicas, poesias, levando em consideração o tema da Campanha da Fraternidade de cada ano, a Estreia do Reitor Mor, o calendário litúrgico e salesiano- Mensagem adequada aos interlocutores: levar sempre em consideração a idade, características e circunstâncias de cada grupo. É importante recordar que toda construção oriente e produza sentido para a vida.- Rezar e celebrar a partir da realidade: o ponto de partida deve ser sempre a realidade. Quando se reza se celebra a partir da vida, está se vivenciando, de fato, o conteúdo essencial, e o gesto concreto para incidir na realidade é mais coerente, unindo fé e vida.- Qualidade e profundidade: é importante observar que estes momentos tenham qualidade e pro-fundidade, mais que quantidade.- Planejamento: é indispensável planejar todas as ações, prevendo espaço físico, ambientação, can-tos, instrumentos musicais, subsídios, materiais, interlocutores, celebrante, paramentos litúrgicos (quando houver celebração da Eucaristia).

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Atividade IndicaçõesCelebração da Euca-ristia

• Garantir que sejam realizadas na Páscoa, festa de Maria Auxiliadora, Dom Bos-co, Madre Mazzarello e Natal e outras ocasiões que julgar necessárias;

Celebrações da Palavra

• Leitura orante, grupos de reflexão;

Retiros com educan-dos E educadores (cola-boradores)

• Garantir o espaço de silêncio e oração pessoal;• Ver o assessor;• Preparar o ambiente de forma acolhedora que garanta os objetivos previstos;• Formalizar o convite;• Pensar atividades que vão dar continuidade à reflexão iniciado no retiro;

Espiritualidade do cotidiano com edu-candos e educadores

• Conduzir de forma objetiva e envolvente os bons dias e boas tardes;• Envolver outros educadores e os educandos na preparação e execução;• Ter um tema norteador (Estreia, CF, ou a Palavra de Deus do dia);• Aproveitar as biografias salesianas para tornar os santos salesianos conhecidos;

Momentos de espi-ritualidade antes das reuniões

• Alinhar a oração o que vai ser refletido ou estudado;• Trazer textos próprios da EJS para ser rezado e refletido;

Celebrações • Realizar periodicamente celebrações de forma atraente e profunda, envolvendo a todos;

Pedagogia do am-biente

• Assistência salesiana;• Proporcionar ambiente alegre, priorizando a acolhida de todos;• Planejar decorações com frases, motivações bem-feitas e de acordo com o tem-po;

Catequese • Acolher e inscrever crianças e jovens;• Prover os catequistas;• Oferecer estrutura física e didática para desenvolver os encontros;• Garantir e acompanhar a execução do planejamento de acordo com as orienta-ções da Igreja local;• Participar de encontros de formação de catequistas e integrar ao calendário catequético da igreja local;

EJS Propor um itinerário de formação para o cultivo da EJS através das crenças:• Toda pessoa é criada para o bem;• Deus está presente em nossa história;• A vida é dom de Deus e tem valor insubstituível;• Criados para o amor, caminhamos para o Bem Supremo;• A educação se dá na relação;E dos valores:• O cotidiano, lugar da experiência de Deus;• A oração salesiana;• Cultivamos o otimismo e a alegria;• Acolhida ao outro;• O espírito de família;• Comunhão eclesial;• Amor a Maria;• Cidadania cristã;

Algumas orientações:

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7. Avaliação

O programa será avaliado uma vez por ano em nível estadual e inspetorial, com os envolvidos no processo.

8. Referências

INSTITUTO DAS FILHAS DE MARIA AUXILIADORA. Para que tenham vida e vida em abundân-cia: Linhas Orientadoras da Missão Educativa das FMA. Roma, 2005CRONOSTÓRIA DO INSTITUTO DAS FMA- Vol. I INSTITUTO DAS FILHAS DE MARIA AUXILIADORA. Alargai o olhar com os jovens missionárias de alegria e de esperança. Atos do XIII Capítulo Geras das FMA. Gráfica Editora São Judas, 2014PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ARTICULAÇÃO DA JUVENTUDE SALESIANA – edebê 2016DISCATÉRIO PARA A PASTORAL JUVENIL SALESIANA. A Pastoral Juvenil Salesiana – Quadro Referencial. 3ª ed. Editora Gráfica São Judas: Brasilia, 2014Caderno de Identidade Organizacional – Rede Salesiana Brasil de Ação Social. Brasilia, 2015NANNI, Carlo. Sistema Preventivo de Dom Bosco hoje. Brasilia: CISBRASIL/CIB, 2014

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b. Em nível de inspetoriaA coordenadora inspetorial, junto com as coordenações locais será responsável por acompanhar o desenvolvimento do programa.

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