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Janeiro 2018
CGG SERVICES S.A.S
Projecto de Pesquisa Sísmica 2D ao Largo da Bacia do Rovuma
RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DO ÂMBITO DA AVALIACAO DE IMPACTO AMBIENTAL VOL. 1
RE
PO
RT
Report Número: 1784666 - 317112
Distribution:
1 x cópia Direcção Provincial da Terra, Ambiente e
Desenvolvimento Rural – Cabo Delgado
1 x cópia Direcção Provincial da Terra, Ambiente e
Desenvolvimento Rural - Nampula
1 x cópia CGG Services S.A.S.
1 x cópia Biblioteca da Golder
Submetido ao: Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural Direcção Provincial da Terra (MITADER)
PROJECTO DE PESQUISA SÍSMICA 2D
Janeiro 2018 Report No. 1784666 - 317112 i
PROJECTO DE PESQUISA SÍSMICA 2D
Janeiro 2018 Report No. 1784666 - 317112 i
SUMÁRIO EXECUTIVO
Histórico do Projecto
Este projecto é resultado do concurso público de pesquisas multicliente lançado em 2016 pelo Instituto
Nacional do Petróleo para a apresentação de propostas para a execução de serviços de pesquisa sísmica e
aquisição de dados magnéticos / gravitacionais em terra e no mar. A CGG recebeu o projecto 2D da Bacia da
Rovuma após a revisão pelo INP das propostas apresentadas. A aquisição compreende uma área de
aproximadamente 7.000 quilómetros de linha dentro do traçado de 68.000 km², e espera-se que leve
aproximadamente 80 dias.
Os dados serão adquiridos em uma base Multicliente, de modo que os dados resultantes estarão disponíveis
para a licença por todos os actuais operadores de bloco offshore, futuros operadores e seus parceiros.
A tecnologia 2D utilizada nos parâmetros de pesquisa e processamento será discutida e acordada entre o
INP e os potenciais candidatos para os blocos.
Os principais aspectos que demonstram a oportunidade do projecto em avaliação são:
A extensa exploração sísmica que já ocorreu perto da costa de Moçambique;
Reservas significativas de hidrocarbonetos já encontradas e em operação;
O método de levantamento sísmico proposto consiste em um navio sísmico que reboca o equipamento
sísmico directamente atrás do navio (Figura 3). Uma (s) embarcação (s) de suporte estarão presentes para
garantir a segurança do navio, do equipamento e do tráfego de embarcações nas imediações.
A CGG propõe usar uma embarcação dedicada de pesquisa sísmica 2D, que se espera que seja o Binh Minh
02. O M / V Binh Minh 02 é um navio sísmico 2D dedicado equipado com Cabos Sísmicos Sercel Sentinel
capazes de fazer a aquisição sísmica de banda larga. Se o M / V Binh Minh 02 não estiver disponível, um
navio similar será fornecido.
A fonte esperada a ser usada tem um volume aproximado de 4.000 cu. in. e funcionará a uma pressão de ar
de aproximadamente 2.000 psi. A fonte será rebocada a uma profundidade de 6-8m e será accionada a cada
25.0 - 37.5m durante a aquisição de uma linha. A fonte não envolverá o uso de explosivos.
O Proponente
A CGG Services S.A.S é a proponente do Projecto.
O Sr. Matthew Tiffany é o Gestor de Projecto e o representante do proponente e deterá a autorização
ambiental se for concedida.
Contactos do projecto Contacto de Moçambique
Nome da Empresa: CGG Services S.A.S. Nome da Empresa: Oil and Gas
Pessoa de contacto: Matthew Tiffany Pessoa de contacto: Wilma Mondlane
Cargo: Gestor do Projecto Cargo: Consultora Comercial
Telemóvel: +44 7951 831726 Telemóvel: +258-843097393
Tel.: +44 1293 683974 Tel.: +258 21 329 684
Email: [email protected] Email: [email protected]
Endereço: 27 Avenue Carnot
91300, Massy
FRANÇA
Endereço: Av. Paulo Samuel Kankhomba 1317
– Maputo.
MOÇAMBIQUE
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Justificativa Legal para o Projecto
O programa de aquisição sísmica 2D proposto pela CGG é parte de um concurso pelo Instituto Nacional do
Petróleo (INP) após a adjudicação do 2° Concurso Público do INP para a aquisição de dados geofísicos e
geológicos. Os dados serão adquiridos em nome do INP e serão disponibilizados para as Companhias de
Petróleo Internacionais (IOC’s) por licenciar através da CGG, permitindo que as IOC’s obtenham uma visão
regional da potencial perspectividade em uma grande área sem incorrer na despesa de aquisição detalhada
Dados sísmicos 3D. A tecnologia 2D utilizada nos parâmetros de pesquisa e processamento será discutida e
acordada entre o INP e os potenciais candidatos para os blocos.
Quadro Legal
A Lei do Ambiente (Lei n º 20/97 de 1 de Outubro) especifica que todas as actividades públicas e privadas
com o potencial de influenciar o meio ambiente, devem ser precedidas de uma Avaliação de Impacto
Ambiental (AIA), com vista à obtenção de uma Licença Ambiental (LA). Esta lei baseia-se no princípio da
precaução, que se concentra na prevenção da ocorrência de impactos ambientais significativos ou
irreversíveis negativos, independentemente da existência de certeza científica sobre a ocorrência de tais
impactos sobre o meio ambiente. O processo de AIA é regulado pelo Decreto nº 54/2015 de 31 de Dezembro
e pelo Decreto Ministerial nº 129/2006 e pelo Decreto nº 130/2006, que estabelecem princípios para a
compilação de estudos de AIA e processo de participação pública a ser realizado durante o processo de AIA;
O projecto de pesquisa sísmica 2D proposto desencadeará uma série de actividades listadas de acordo com
a legislação que exigirão:
Apresentação de um formulário de pedido de pré-avaliação às Direcções Provinciais de Cabo Delgado
e Nampula para o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural "MITADER" (apresentado a
05 de Outubro de 2017 e aprovado nos dias 11 e 16 de Outubro de 2017, respectivamente);
Compilação e apresentação de um relatório de definição de âmbito (o presente documento), que inclui
os Termos de Referência para a AIA anexado como Volume 2; e
Um relatório de avaliação de impacto ambiental (AIA) completo, incluindo os estudos de especialistas e
de um projecto de plano de gestão ambiental (PGA)
O Ambiente Físico
O clima da área costeira de Cabo Delgado é fortemente influenciado pela Zona de Convergência Intertropical
e caracteriza-se por duas estações distintas: uma estação húmida de Novembro a Abril e uma estação seca
entre Março e Outubro. Da mesma forma, a província de Nampula é caracterizada por uma estação chuvosa
e quente, que normalmente começa em Novembro e termina em Abril, caracterizada por chuvas tempestades
frequentes e. A outra estação (seca), é menos quente e se estende de Maio a Outubro.
A corrente de maré na área de interesse flui para o Sul sendo forte na região de Baía de Memba e Nacala
(Nampula) em comparação com a Baía de Pemba (Cabo Delgado). Na costa norte de Moçambique, ao longo
da província de Cabo Delgado e ao Norte da província de Nampula, a plataforma continental é rara, raramente
se estende por mais de alguns quilómetros no mar e a corrente costeira subdivide-se ao chegar a Madagáscar.
A partir daqui, uma parte se move para o Sul, onde é conhecida como a Corrente de Moçambique. A circulação
da bacia do Oceano Índico leva quase um ano para devolver a água à costa da África Oriental. Estas rotas
de circulação são de grande importância para animais e plantas.
Aspectos Ambientais Bióticos
Aproximadamente 7600ha de mangal ocorrem no Estuário do Rovuma, no lado moçambicano da fronteira com a Tanzânia, com pequenas áreas de mangal ocorrendo em ilhas, incluindo seis tipos diferentes encontrados no Parque Nacional das Quirimbas.
O Canal de Moçambique também contém uma grande proporção de recifes de corais e ervas marinhas do Oceano Índico inteiro. Este ecossistema é reconhecido em todo o mundo pela sua alta biodiversidade. Os recifes de corais representam uma das principais atracções para a indústria do turismo em Moçambique.
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Outra importante componente de biodiversidade é a espécie migratória de mamíferos, como baleias e golfinhos e tartarugas marinhas, encontrada na região norte do canal de Moçambique.
Situação Económica
A Província de Cabo Delgado está localizada no extremo nordeste de Moçambique com a Província de Nampula ao sul dela e o Oceano Índico a leste. Ambas as províncias seguem uma típica estrutura organizacional hierárquica moçambicana liderada por uma figura política. A cidade de Nampula, capital da província com o mesmo nome, é o terceiro maior centro urbano em Moçambique, enquanto a população de Cabo Delgado representa 6,5% da população de Moçambique.
Mais de metade da população economicamente activa da província se dedica à agricultura, silvicultura, pesca e actividades extractivistas. A maioria dos habitantes rurais de Moçambique são trabalhadores por conta própria. O emprego remunerado representa apenas uma pequena parte da população economicamente activa. As economias das Províncias de Cabo Delgado e Nampula são dominadas pela agricultura de subsistência, que compreende culturas e pecuária. As principais culturas alimentares cultivadas são o milho, o sorgo, o arroz, o milho perolado, feijão, amendoim, mandioca e batata-doce. A pesca de subsistência é também uma das actividades socioeconómicas mais importantes para as comunidades ao longo da costa de Cabo Delgado. Ao longo da costa moçambicana, são praticadas tanto a pesca de subsistência (não industrial) e comercial (semi-industrial e industrial).
O sector provincial de transporte é liderado principalmente pelas operações portuárias de Pemba e Nacala, incluindo o transporte de carga e passageiros por vários operadores privados de médio e pequeno porte nas províncias. Outras formas de transporte incluem transporte rodoviário, ferroviário e aéreo.
O turismo tem um grande potencial, tanto na zona costeira como no interior das províncias. Os 400 km da
costa incluem praias grandes e bonitas, corais, belas paisagens e um potencial para a pesca desportiva, bem
como outros desportos aquáticos. O mergulho e excursões turísticas para ver baleias e golfinhos são uma
atracção turística importante.
Relatório de Definição do Âmbito
Este relatório de definição de âmbito (Relatório de Pré-viabilidade Ambiental e Difinição de_Âmbito - EPDA)
foi elaborado para cumprir com os requisitos delineados pela legislação nacional relevante e inclui uma visão
geral dos requisitos legais que regem o processo de AIA. Ele fornece uma descrição das actividades que
formam o objecto do processo de AIA, o ambiente receptor afectado e os planos para as pesquisas de campo
e estudos necessários para lidar com os potenciais impactos ambientais identificados. Uma descrição da
metodologia de classificação de impacto e princípios para a preparação de medidas de mitigação e gestão
também são apresentados no documento.
Espera-se que os impactos potenciais do projecto geralmente sejam classificados como de baixa a média
escala, com os seguintes impactos potenciais: Impactos moderados na pesca, especificamente sobre as
funções vitais dos peixes pelágicos e demersais a partir da fonte de ar; impactos moderados no turismo para
as empresas que oferecem passeios marítimos para os seus hóspedes com base em observação de baleias
e golfinhos e ecossistemas de recifes de corais. Baixos impactos nas áreas de pesca artesanal devido a zonas
de exclusão; baixos impactos nas funções de vida de moluscos, camarões e outros crustáceos da fonte de
ar; níveis mais elevados de impacto na biodiversidade marinha local, como o desvio comportamental devido
a a fonte sonora sísmica, que pode afectar a migração ou alimentação e comportamento de acasalamento; e
colisão de barco e enrolamento com o equipamento rebocado também podem resultar em ferimentos. Alguns
impactos socioeconómicos serão positivos em termos de provisão de suprimentos para o navio no mar e
estimulação da economia local, regional e nacional. Todos esses impactos são passíveis de medidas de
mitigação bem estabelecidas e nenhum deles pode ser considerado como falhas fatais.
Caminho a Seguir
Um plano de estudo para a AIA foi incluído como parte deste relatório de delimitação de âmbito e ele fornece
o quadro para a próxima fase do processo de autorização. É composto pelos termos de referência como
apêndice (Volume 2) para os estudos especializados propostos e uma descrição da classificação de impacto.
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Índice
1.0 Introdução ................................................................................................................................................................. 3
1.1 O Proponente e Justificativa Legal para o Projecto ...................................................................................... 5
1.1.1 O Proponente .......................................................................................................................................... 5
1.1.2 Justificativa Legal para o Projecto........................................................................................................... 5
1.2 Finalidade e Estrutura do Presente Relatório ............................................................................................... 5
1.3 Detalhes da Equipe de Estudos da AIA Proposta......................................................................................... 6
1.4 Processo de AIA a seguir ............................................................................................................................. 8
2.0 DESCRIÇÃO DO PROJECTO ................................................................................................................................... 9
2.1 Método de Pesquisa Proposto ...................................................................................................................... 9
2.2 Actividades Operacionais ........................................................................................................................... 13
2.3 Alternativas do projecto .............................................................................................................................. 14
2.3.1 Alternativas do local .............................................................................................................................. 14
2.3.2 Tecnologias Alternativas ....................................................................................................................... 14
3.0 QUADRO LEGAL .................................................................................................................................................... 15
3.1 Autoridade Reguladora ............................................................................................................................... 15
3.1.1 Convenções internacionais pertinentes ................................................................................................ 20
4.0 AMBIENTE RECEPTOR .......................................................................................................................................... 21
4.1 Ambiente Físico .......................................................................................................................................... 21
4.1.1 Clima ..................................................................................................................................................... 21
4.1.2 Marés .................................................................................................................................................... 21
4.1.3 Oceanografia ........................................................................................................................................ 22
4.1.3.1 Hidrografia do oceano no canal norte de Moçambique ..................................................................... 23
4.1.4 Tráfego Marítimo ................................................................................................................................... 25
4.1.4.1 Portos ao longo da área de interesse ................................................................................................ 25
4.1.4.1.1 Pemba ............................................................................................................................................ 25
4.1.4.1.2 Rotas de navegação ...................................................................................................................... 25
4.2 Aspectos Ambientais Bióticos ..................................................................................................................... 26
4.2.1 Mangais ................................................................................................................................................ 26
4.2.2 Corais .................................................................................................................................................... 27
4.2.3 Algas marinhas ..................................................................................................................................... 28
4.2.4 Mamíferos Marinhos ............................................................................................................................. 29
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4.2.4.1 Baleia-jubarte .................................................................................................................................... 31
4.2.4.2 Cachalotes (Physester macrocephalus) ............................................................................................ 32
4.2.4.3 Dugongos (Dugong dugon) ............................................................................................................... 32
4.2.5 Tartarugas Marinhas ............................................................................................................................. 32
4.2.6 Peixe ..................................................................................................................................................... 36
4.2.6.1 Tubarões e Raias .............................................................................................................................. 38
4.3 Situação Económica ................................................................................................................................... 42
4.3.1 Administrativa ....................................................................................................................................... 42
4.3.2 População ............................................................................................................................................. 42
4.3.3 Educação .............................................................................................................................................. 43
4.3.4 Actividades Económicas ....................................................................................................................... 43
4.3.4.1 Agricultura ......................................................................................................................................... 44
4.3.4.2 Transporte ......................................................................................................................................... 44
4.3.4.3 Turismo .............................................................................................................................................. 45
4.3.4.4 Pesca ................................................................................................................................................. 45
5.0 QUESTÕES AMBIENTAIS LEVANTADAS PELO PROJECTO ............................................................................. 48
5.1 Questões-chave que serão consideradas no EIS ....................................................................................... 48
5.1.1 Questões Relativas à Fauna Marinha ................................................................................................... 48
5.1.2 Questões Relativas aos Recursos Pesqueiros ..................................................................................... 49
5.1.3 Questões Relativas ao Turismo ............................................................................................................ 49
5.1.4 Questões Relativas ao Emprego e aos Benefícios Económicos ........................................................... 49
6.0 ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJECTO ............................................................................................................... 50
7.0 VULNERABILIDADES NO DESENVOLVIMENTO PROPOSTO ............................................................................ 55
8.0 CONCLUSÕES ........................................................................................................................................................ 55
9.0 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................... 56
TABELAS
Tabela 1: Dados do Proponente ........................................................................................................................... 5
Tabela 2: Estrutura do Relatório EPDA em relação ao Regulamento Geral de AIA (54/2015) ......................... 6
Tabela 3: Detalhes de contacto da liderança da AIA ............................................................................................... 6
Tabela 4: Equipa de Estudo da AIA Proposta .......................................................................................................... 7
Tabela 5: Especificações do Cabo Sísmico. .......................................................................................................... 11
Tabela 6: Legislação Nacional aplicável ao Projecto ............................................................................................. 16
Tabela 8: Tráfego marítimo médio mensal no porto de Pemba ............................................................................. 25
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Tabela 9: Espécies de mangais que ocorrem no norte de Cabo Delgado. ............................................................ 27
Tabela 10: Lista de famílias de algas marinhas e riqueza de espécies por divisão (Bandeira et al., 2001) ........... 28
Tabela 11: Lista de espécies de mamíferos marinhos no norte e centro do Oceano Índico .................................. 29
Tabela 12: Espécies de tartarugas marinhas no canal de Moçambique, sua estação de nidificação e estado ..... 33
Tabela 13: Principais ecossistemas e recursos de pesca na área do projecto. ..................................................... 37
Tabela 15: Número de centros de pesca e pescadores artesanais mais próximos da área do projecto (todos os distritos costeiros da Província de Cabo Delgado e distrito de Memba, na província de Nampula) ...... 46
FIGURES
Figura 1: Localização do Projecto. ........................................................................................................................... 4
Figura 2: Processo de AIA a seguir de acordo com o Decreto 56/2010 e Decreto 54/2015 .................................... 8
Figura 3: Layout do cabo sísmico flutuante .............................................................................................................. 9
Figura 4: Exemplo de Subconjunto de Fontes Individuais ..................................................................................... 10
Figura 5: Ilustração dos princípios básicos de levantamentos sísmicos offshore. ................................................. 10
Figura 6: SRV BINH MINH 02 ................................................................................................................................ 12
Figura 7: Plano de Aquisição do Levantamento. .................................................................................................... 13
Figura 8: Concurso para Concessão de Áreas de Pesquisa e Produção de Hidrocarbonetos, 2016. (Fonte INP, 2016). .................................................................................................................................................... 15
Figura 9: Anomalia do nível do mar no Canal de Moçambique (Bath et al., 2013). ............................................... 22
Figura 10: Batimetria (km) do canal de Moçambique e características de grande circulação (fonte: Lutjeharms (2006)). .................................................................................................................................................. 23
Figura 11: Secções verticais de temperatura, salinidade e oxigénio na água fora apenas ao norte de Quissanga - estação costeira a 11 ° 36.59 ' S) (fonte: Johnsen et al., 2008) ............................................................ 24
Figura 12: Seções verticais de temperatura, salinidade e oxigénio em Vamizi. ..................................................... 24
Figura 13: Rotas de navegação de/para os portos de Nacala e Pemba ................................................................ 26
Figura 14: Observações de baleias, aves marinhas e grandes cardumes de peixe (Olsen et al., 2009) ............... 31
Figura 15: Principais viveiros de aninhamento (Sudeste de África, Vamizi; Seychelles, Glorieuses, Comores, Madagáscar; Seychelles; Europa e Tromelin) das tartarugas verdes, na região oeste do Oceano Índico (Delleau et al.,i 2012) ............................................................................................................................ 34
Figura 16: Mapeamento do pico médio de meses de aninhamento de tartarugas verdes no Sudoeste do Oceano Índico (Delleau et al., 2012). ................................................................................................................. 35
Figura 17: Rotas de migração das tartarugas verdes entre locais de nidificação e campos de busca de alimento no Sudeste do Oceano Índico (Bourjea et al.,) ...................................................................................... 36
Figura 18: Distribuição da categoria acústica PEL 1 (Clupeidae). Os contornos de 50, 200 e 1000m de profundidade são ilustrados. (Olsen et al., 2009) .................................................................................. 37
Figura 19: Mapa dos centros de pesca na zona costeira da província de Cabo Delgado e distrito de Memba, Nacala e Mossuril .................................................................................................................................. 47
Figura 20: Hotéis e Logdes das Províncias de Cabo Delgado e Norte Nampula ................................................... 51
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APÊNDICES
APPENDIX A Limitações de Documento
APPENDIX B Curricula Vitae
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Lista de Acrónimos
2D Bidimensional
3D Tridimensional
ADI Área de Influência Directa
ADCP Acoustic Doppler Current Profiler (Perfilador Doppler Acústico de Corrente)
AII Área de Influência Indirecta
CBD Convenção sobre a Diversidade Biológica
CGG Compagnie Générale de Géophysique (Francês)
CCMS Convenção sobre Espécies Migratórias de Animais Selvagens (também conhecida como a Convenção de Bona)
CITES Convenção para o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres
CTI Iniciativa do Triângulo de Coral
CSA Canadian Standards Association (Associação Canadiana de Normalização)
dB Decibel
DD Dados Deficientes
DGPS GPS Diferencial
DINAB Direcção Nacional do Ambiente
DPTADR Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
AIA Avaliação do Impacto Ambiental
EIA Estudo de Impacto Ambiental
LA Licença Ambiental
EMC Corrente de Leste de Madagáscar
PGA Plano de Gestão Ambiental
EOO Medida da Ocorrência
EPDA Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito
FMI Fundo Monetário Internacional
INE Instituto Nacional de Estatística
IOC Companhias Petrolíferas Internacionais
ITCZ Zona de Convergência Intertropical
IUCN União Internacional para a Conservação da Natureza
CBI Comissão Baleeira Internacional
CM Corrente Moçambicana
NMC Canal do Norte de Moçambique
PAM Monitoria Acústica Passiva
PATI Área Prioritária para Investimento Turístico
PNQ Parque Nacional das Quirimbas
RSW Água do Mar Vermelho
SADC Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
SEC Corrente Equatorial Meridional
SMC Canal do Sul de Moçambique
SNA Área de Navegação Segura
SPDTM Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo em Moçambique
SWIO Sudoeste do Oceano Índico
TdR Termos de Referência
TSW Água de Superfície Tropical
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Glossário
Área de Influência Directa Área que afecta directamente a actividade com base em características físicas, bióticas e socioeconómicas.
Área de Influência Indirecta Área afectada por actividades ou influências não directamente ligadas ao projecto, mas que são accionadas pela presença física do projecto ou actividades associadas
Área de Influência Área de influência se refere à escala espacial ou física, na qual o impacto pode ocorrer – não se relaciona à potencial consequência do impacto
dB(A)
Uma unidade usada para medir a intensidade de um som ou o nível de potência de um sinal eléctrico, comparando-o com um determinado nível em uma escala logarítmica. A escala é A ponderado para aproximar a sensibilidade do ouvido humano.
Demersal A parte do mar ou oceano (ou lago profundo) compreendendo a coluna de água que é perto (e é significativamente afectada pelo) do fundo do mar
Avaliação do Impacto Ambiental (AIA)
O processo pelo qual são medidos os efeitos previstos no ambiente de uma proposta de desenvolvimento ou projecto.
Plano de Gestão Ambiental
Um plano específico do local geralmente desenvolvido a partir de recomendações feitas em uma Avaliação de Impacto Ambiental para garantir que todas as medidas de gestão de impacto necessárias são identificadas e implementadas, a fim de proteger os ambientes biofísico e social e cumprir com a legislação ambiental. O termo é usado frequentemente permutavelmente com Plano de Gestão Ambiental e Social'
Falhas / riscos fatais
Qualquer factor social ou ambiental que é tão desfavoráveis ou grave que, se tomado isoladamente, seria importante o suficiente para ameaçar a viabilidade do projecto, ou um aspecto do projecto. Em termos simples, a característica seria considerada para ser um "show-stopper" (obstáculo).
Estoque de peixe Os recursos vivos da Comunidade ou da população em que as capturas são colhidas em uma pescaria.
Esforço de pesca
A quantidade de artes de pesca de um tipo específico usado nos campos pesqueiros ao longo de uma determinada unidade de tempo (por exemplo, horas de arrasto por dia, número de anzóis definido por dia, ou número de redes de praia por dia)
Pelágica Qualquer água em um mar ou lago que nem está perto do fundo, nem perto da costa
Processo de Participação Pública
O processo pelo qual uma organização consulta com indivíduos interessados ou afectados, organizações e entidades do governo antes de tomar uma decisão.
Relatório de Delimitação do Âmbito (EPDA)
Um relatório destinado a focalizar a Avaliação de Impacto Ambiental definindo questões-chave de uma ampla gama de problemas potenciais para o estudo do processo de AIA. O relatório é normalmente suportado por uma revisão das informações existentes e consulta pública.
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1.0 Introdução
A CGG Services SAS (CGG) é uma empresa de Geociência que operar globalmente para fornecer aos
clientes uma gama de tecnologias, serviços e equipamentos necessários para adquirir dados precisos e
imagens do subsolo da terra. No meio marinho a CGG opera uma das frotas de ponta, com uma vasta
experiência em levantamentos sísmicos no alto mar (offshore) em algumas das áreas mais desafiadoras do
mundo.
O projecto de levantamento sísmico 2D (doravante referida como 'o projecto'), é composto por um proposto
programa de aquisição sísmica 2D ao largo da bacia do Rovuma em uma área de aproximadamente 7.000
quilómetros de linha dentro do traçado de 68.000 km ². Os dados serão adquiridos em uma base Multicliente,
de modo que os dados resultantes estarão disponíveis para a licença por todos os actuais operadores de
bloco offshore, futuros operadores e seus parceiros. Figura 1 fornece um mapa de localidade para o projecto
de pesquisa sísmica 2D proposto pela CGG e suas servidões lineares.
Os Levantamentos sísmicos são efectuados na investigação de formações geológicas submarinas durante a
prospecção do combustível e gás marinho. Durante os levantamentos sísmicos os sons de nível alta e baixa
frequência são emitidos para o fundo do mar a partir de fontes sonoras próximas que vão reboque do navio
de pesquisa (Figura 5). Os sinais reflectidos a partir de descontinuidades geológicas abaixo do fundo do mar
são registados por hidrofones montados no interior dos cabos sísmicos. Os sinais reflectidos são registados
e transmitidos para o navio sísmico para processamento electrónico. As análises dos sinais processados
retornados permitem a interpretação de formações geológicas do submarino.
A CGG propõe usar uma embarcação dedicada de pesquisa sísmica 2D, que se espera que seja o Binh Minh
02. O M/V Binh Minh 02 é um Navio de Sísmica 2D dedicado, que passou por uma grande actualização em
2013. O navio é conjuntamente operado pela CGG e seu parceiro de JV PTSC. O navio está equipado com
cabos sísmicos Sercel Sentinel capazes de fazer aquisição sísmica em banda larga.
O equipamento de aquisição de dados é composto por:
1. Um navio sísmico que reboca o equipamento sísmico directamente na parte traseira do navio (cabos
de fonte e serpentina)
2. Uma embarcação de apoio (ou navios) para garantir a segurança do navio sísmico e equipamento e
controle nas proximidades do tráfego marítimo.
A fonte esperada a ser usada tem um volume aproximado de 4.000 cu. in. e funcionará a uma pressão de ar
de aproximadamente 2.000 psi. A fonte será rebocada a uma profundidade de 6-8m e será accionada a cada
25.0 - 37.5m durante a aquisição de uma linha. A fonte não envolverá o uso de explosivos.
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Figura 1: Localização do Projecto.
Ponto Sul Este Distância para a costa
1 10° 13' 35.7" S 40° 48' 28.3" E 41.5 km
13 14° 8' 21.6" S 40° 42' 30.6" E 5.5 km para a costa
14 13° 28' 58.8" S 40° 36' 22" E 7.7 km para a costa
15 12° 1' 37.7" S 40° 38' 33" E 11.3 km para a costa, 7.1 km para a ilha mais próxima
16 10° 58' 0.8" S 40° 40' 4.2" E 13.5 km para a costa, 6 km para a ilha mais próxima
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1.1 O Proponente e Justificativa Legal para o Projecto
1.1.1 O Proponente
A CGG Services S.A.S é a proponente do Projecto.
O Sr. Matthew Tiffany é o Gerente de Projecto para o Projecto e o representante do candidato e deterá a
autorização ambiental se for concedido.
Tabela 1: Dados do Proponente
Contactos do projecto Contacto de Moçambique
Nome da Empresa: CGG Services S.A.S. Nome da Empresa: Oil and Gas
Pessoa de contacto: Matthew Tiffany Pessoa de contacto: Wilma Mondlane
Cargo: Gestor do Projecto Cargo: Consultora Comercial
Telemóvel: +44 7951 831726 Telemóvel: +258-843097393
Tel.: +44 1293 683974 Tel.: +258 21 329 684
Email: [email protected] Email: [email protected]
Endereço: 27 Atenue Carnot
91300, Massi
França
Endereço: Av. Paulo Samuel Kankhomba 1317
– Maputo.
MOÇAMBIQUE
1.1.2 Justificativa Legal para o Projecto
O programa de aquisição sísmica 2D proposto pela CGG é parte de um concurso pelo Instituto Nacional do
Petróleo (INP) após a adjudicação do 2° Concurso Público do INP para a aquisição de dados geofísicos e
geológicos. Os dados serão adquiridos em nome do INP e serão disponibilizados para as Companhias de
Petróleo Internacionais (IOC’s) por licenciar através da CGG, permitindo que as IOC’s obtenham uma visão
regional da potencial perspectividade em uma grande área sem incorrer na despesa de aquisição detalhada
Dados sísmicos 3D. A tecnologia 2D utilizada nos parâmetros de pesquisa e processamento será discutida e
acordada entre o INP e os potenciais candidatos para os blocos.
1.2 Finalidade e Estrutura do Presente Relatório
O projecto proposto é de 'Categoria A' nos termos de legislação ambiental de Moçambique. Para projectos
de Categoria A, uma Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) deve ser preparada por consultores
independentes para consideração pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER),
como base para a autorização ambiental do projecto.
Este documento apresenta a Proposta de Relatório de Definição de Pré viabilidade Ambiental e Definição
Âmbito (EPDA) para a Avaliação de Impacto Ambiental. Os Termos de Referência (TdR) estão anexados
separadamente como Volume 2. O documento é preparado de acordo com os requisitos do artigo 11 do
Regulamento Ambiental do Petróleo (Decreto 56/2010) e do Artigo 10 do Regulamento Geral de AIA (Decreto
54/2015 de 31 de Dezembro). As investigações preliminares (delimitação de âmbito) realizadas pela equipe
de estudo da AIA estão consolidadas em um relatório.
O relatório consiste nas subsecções descritas na Tabela 2. A relação entre cada secção e o requisito
correspondente nos regulamentos gerais da AIA (Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro) está indicado na
tabela.
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Tabela 2: Estrutura do Relatório EPDA em relação ao Regulamento Geral de AIA (54/2015)
Secção Título Artigos Relevantes no Decreto 54/2015
Sumário não-técnico Artigo 10 (2) a
1 Introdução Artigo 10(2) b
2 Descrição do Projecto Artigo 10(2) d
3 O Ambiente do Projecto Artigo 10(2) e
4 Quadro Legal Artigo 10(2)
5 Questões Ambientais Levantadas pelo Projecto
Artigo 10(2) f-h
6 Relatório da Participação Pública em anexo Artigo 10 (2) i
1.3 Detalhes da Equipe de Estudos da AIA Proposta
Tabela 3 abaixo ilustra a equipe de estudo da AIA. A equipe oferece um bom equilíbrio entre os conhecimentos
locais e internacionais. Os principais membros da equipe trabalharam extensivamente em Moçambique e em
outros lugares em África.
A Golder Associates Moçambique Limitada é uma empresa independente de consultoria ambiental registada
no MITADER e nomeada pela CGG como a principal profissional de avaliação ambiental deste projecto.
As lideranças do projecto para esta AIA e seus detalhes de contacto são os seguintes:
Tabela 3: Detalhes de contacto da liderança da AIA
Liderança do ESIA
Localização Detalhes de Contacto
Jamila das Neves, e
Simplício Chivambo
Golder Associados Moçambique Limitada
Avenida Vladimir Lenine, Nr. 174, Edifício Millenium Park, 6° andar, Cidade de Maputo
Tel.: +258 21 301 292 Fax: [+258] (21) 301 289
[email protected]/ [email protected]
Dr. Brent Baxter
Golder Associates África (Pty) Ltd (África do Sul)
Building 1, Golder House, Magwa Crescent West
Maxwell Office Park,Waterfall CityMidrand, África do Sul
Tel.: +27 11 254 4861
Fax: [+27] (086) 582 1561
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Tabela 4: Equipa de Estudo da AIA Proposta
Membro da Equipa Baseado em Moçambique Organização
Celestino Mausse Director do Projecto Golder Associados Moçambique
Jamila das Neves Gestora do Projecto, Coordenadora de AIA
Golder Associados Moçambique
Cândida Boavida Coordenadora de Participação Pública
Golder Associados Moçambique
Simplício Chivambo Cientista Ambiental Golder Associados Moçambique
André Mota Assistente do Projecto Golder Associados Moçambique
Dr. Atanásio Brito Especialista em Biologia Marinha Consultor Privado
Dr. Almeida Guissamulo Ecologista Marinho Consultor Privado
Clousa Chevane Especialista em transporte marítimo e oceanografia
Consultor Privado
Luís Sarmento Especialista em Turismo Consultor Privado
William Mulhovo Envolvimento socioeconómico e
de partes interessadas
Consultor Privado
Hélio Brajal Assistente de Participação
Pública e Logística
Consultor Privado
Membro da Equipa Baseado na África do Sul Organização
Dr. Brent Baxter Director do Projecto Golder Associates South África
Candice Allan SIG Golder Associates South África
Os Curricula Vitae para a equipe de consultoria estão incluídos no Apêndice B. Nenhum dos especialistas
designados tem algum interesse no projecto.
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1.4 Processo de AIA a seguir
Figura 2 ilustra os estágios do processo de AIA, desde a pré-avaliação até a tomada de decisão. O MITADER
classificou o projecto como Categoria A, o que exige a preparação de uma Avaliação de Impacto Ambiental
completa.
O processo de AIA irá cumprir com os requisitos estabelecidos no Decreto 56/2010, bem como os requisitos
dos regulamentos gerais de AIA publicados no Decreto 54/2015. A Participação Pública é parte integrante do
processo durante a definição do âmbito e, depois da conclusão da Proposta de AIA.
Figura 2: Processo de AIA a seguir de acordo com o Decreto 56/2010 e Decreto 54/2015
Seu comentário é importante
Se gostaria de participar na definição do âmbito da AIA, envie seu comentário sobre este documento até
9 de Março de 2018 para:
Cândida Boavida/Simplício Chivambo
Golder Associados Moçambique Lda.
Avenida Vladimir Lenine, N° 174,
Edifício Millennium Parque, 6° andar,
Cidade de Maputo
Tel.: 21 301 292 ou 21 360 750; Fax: 21 301 289
Email: [email protected]/SChivambo@[email protected]
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2.0 DESCRIÇÃO DO PROJECTO
2.1 Método de Pesquisa Proposto
O método de levantamento sísmico proposto consiste em um navio sísmico que reboca o equipamento
sísmico directamente atrás do navio (fontes e cabos). Uma (s) embarcação (s) de suporte estarão presentes
para garantir a segurança do navio, do equipamento e do tráfego de embarcações nas imediações. Este
método é o método padrão, mais confiável para aquisição de dados sísmicos offshore e é o mais adequado
para áreas com profundidades de água de mais de 10m.
Figura 3: Layout do cabo sísmico flutuante
As fontes sonoras são dispositivos pneumáticos subaquáticos dos quais o ar de alta pressão é libertado para
a água circundante. Na liberação da pressão, a bolha resultante pulsa produzindo um sinal acústico que é
proporcional à taxa de variação do volume da bolha. O sinal acústico propaga-se pela água e pelo subsolo e
as reflexões são transmitidas novamente para a superfície. A fonte sonora deve ser submersa na água,
tipicamente a profundidades de 5m a 10m.
PROJECTO DE PESQUISA SÍSMICA 2D
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Figura 4: Exemplo de Subconjunto de Fontes Individuais
Uma das características necessárias de um tiro sísmico é que ele é de curta duração (o pulso principal
geralmente está entre 5 e 30 milissegundos). O pulso principal é seguido por uma reflexão de pressão
negativa da superfície do mar de vários pulsos de bolha de menor magnitude. Embora os níveis de pico
durante o tiro (emissão) podem ser altos, a energia total é limitada pela duração do tiro.
Figura 5: Ilustração dos princípios básicos de levantamentos sísmicos offshore.
Os sinais acústicos reflectidos são registados por uma matriz de receptores, chamados de hidrofones. Os
hidrofones buscam a energia acústica das reflexões e convertem-na em sinais eléctricos para a gravação.
Hidrofones são normalmente feitos de material piezoelétrico, envoltos em uma mangueira de plástico. Esta
mangueira contendo os hidrofones é denominado cabo sísmico. Os cabos sísmicos podem ser rebocados por
detrás do navio em profundidades de entre 5-50 m e com a cabeça do cabo 100-500m atrás do navio.
PROJECTO DE PESQUISA SÍSMICA 2D
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Tabela 5: Especificações do Cabo Sísmico.
Número de Cabos Sísmicos 1
Cumprimento do Cabo Sísmico Até 12,000 m
Profundidade máxima do cabo sísmico 50 m
Intervalo de Grupo 12.5 m
Duração do registo 12 seg.
Taxa de amostragem 2.0 milissegundos
Velocidade típica de reboque 4 - 5 nós
Boias Traseiras PartnerPlast, com Reflector de Radar e Buoylink (Seamap) RGPS.
Fabricante SERCEL
Nível Definido de Estoque Cabo a Bordo 76 Secções (11,400m)
Número de Grupos por Cabo Sísmico # De grupos são Dependentes do Comprimento do Cabo Sísmico (12 Grupos/Secção)
Número de Grupos por Seção 12
Comprimento Padrão do Grupo 12,5 m (um hidrofone sobreposto)
Número de Hidrofones 8 POR GRUPO
Tipo de Hidrofones Hidrofones Flexíveis da Sercel
Sensibilidade Grupo -193 dB re 1 V/μPa ± 1,5 dB (22,4 V/bar) @ 20°C
Capacitância do Grupo 32,5 nF ± 10% @ 20°C
Especificações Físicas
Comprimento nominal de secção
Diâmetro do cabo
Grupos por secção (1)
Espaçamento típico do grupo (1)
Jacket
150 m
55 mm (2.17 in) incluindo hidrofones
Twaron/Vectran
12
12.5 m
Poliuretano, parede de 3, 5mm (5,2 mm para
hidrofones)
Tensão operacional Até 58 kN
PROFUNDIDADE OPERACIONAL: Profundidade operacional máxima Profundidade máxima de sobrevivência
250 m 50 m
Comprimento de Seção Activa 150M
UNIDADE DE DIGITALIZAÇÃO DE CAMPO (FDU2F) Unidade por arranjo: Unidade de espaçamento (Típica): Funções:
Um para dois canais, 2 adjacente 50 m Conversão A/D, digitalização de dados, testes
Afastamentos de Rastos Próximos VARIÁVEL
Comprimento máximo sem linha eléctrica nem redundância de linha de telemetria e com lead de 950 m de comprimento dentro
15750 m / 1260 ch
Rolos do Cabo Sísmico e Capacidade 1-12000M
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Para a segurança de todos os navios marítimos é importante que as zonas de afastamento (de não-entrada)
sejam definidas ao redor do equipamento rebocado. Normalmente uma separação de cerca de 3 milhas
náuticas à frente e 8 milhas náuticas à popa é necessários para evitar cabos submersos e permitir a limitada
manobrabilidade do navio de aquisição.
Os navios de guarda são enviados para marcar o comprimento e largura do equipamento rebocado e para
alertar e dar avisos a todo o tráfego marítimo na área. Balizas GPS activas, luzes e reflectores de radar são
usados em boias anexados à cauda do cabo sísmico.
A CGG propõe usar uma embarcação dedicada de pesquisa sísmica 2D, que se espera que seja o Binh Minh
02. O M / V Binh Minh 02 é um navio sísmico 2D dedicado equipado com cabos sísmicos da Sercel Sentinel
capazes de fazer a aquisição sísmica de banda larga.
Figura 6: SRV BINH MINH 02
A aquisição de pesquisa proposta irá comportar aproximadamente 7.000 quilómetros de linha dentro do
traçado de 68.000 km ² num horizonte temporal de aproximadamente 80 dias conforme ilustrado na Figura 7.
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Figura 7: Plano de Aquisição do Levantamento.
2.2 Actividades Operacionais
O navio vai entrar na Área de Navegação Segura (SNA) e começar a implantação inicial de cabos sísmicos
e matrizes de origem juntamente com o sistema magnético/de gravidade e PAM (Monitoria Acústica Passiva
– para mamíferos marinhos). Os testes de sincronismo com o SeaProNav (Sistema Integrado de
Navegação) e calibragens ADCP (Acoustic Doppler Profiler - medição de corrente) também serão
concluídas durante este tempo. Demora aproximadamente 1-2 dias para implantar o equipamento sísmico
na água. Durante este tempo, o navio deverá manter o rumo condicente com o tempo predominantes e
correntes oceânicas e manter a velocidade entre 3 e 5 nós.
Uma área de segurança da navegação para um navio sísmico é definida pela CGG e tem a intenção de
limitar o movimento do navio dentro desta área segura, desde que o navio tenha o equipamento sísmico
implantado. Dentro da área de navegação segura são destacados todos os perigos da navegação, zonas
restritas e áreas de precaução.
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Depois de concluir a implantação dos cabos sísmicos e proceder com os ajustes geométricos necessários,
bem como a implantação de fonte, testes bolha e de queda, o navio então começará a aquisição.
O navio de aquisição vai planejar a ordem de aquisição de linhas para completar de forma eficiente o
levantamento e limitar o tempo necessário. Cada "linha" sísmica é atirada em um único rolamento em
velocidades de 3,5 a 5,0 nós. As alterações de linha são realizadas em velocidades similares, enquanto o
navio navega para iniciar a aquisição da próxima linha.
Às vezes é necessário repetir algumas linhas se as condições ambientais criarem dificuldades para dirigir o
equipamento rebocado.
Para a segurança de todos os navios marítimos é importante que as zonas de afastamento (de não-entrada)
sejam definidas ao redor do equipamento rebocado. Normalmente uma separação de cerca de 3 milhas
náuticas à frente e 8 milhas náuticas à popa é necessários para evitar cabos submersos e permitir a limitada
manobrabilidade do navio de aquisição.
Os navios de guarda são enviados para marcar o comprimento e largura do equipamento rebocado e para
alertar e dar avisos a todo o tráfego marítimo na área. Balizas GPS activas, luzes e reflectores de radar são
usados em boias anexados à cauda do cabo sísmico.
2.3 Alternativas do projecto
2.3.1 Alternativas do local
A CGG não considerou um local alternativo para o Projecto. O estudo proposto foi adjudicado à CGG após
um processo de concurso multicliente formal para a aquisição de dados sísmicos do INP. Os documentos do
concurso do INP permitem a CGG adquirir cerca de 7.000 km de dados 2D na área indicada no documento.
A obtenção de dados sobre uma área maior permitirá ao INP ter uma maior compreensão regional da geologia
e promover outros blocos na região durante as futuras rondas de licenciamento.
A área vermelha na Figura 8 abaixo mostra a área de pesquisa sísmica 2D atribuída a CGG.
2.3.2 Tecnologias Alternativas
O levantamento sísmico é a única tecnologia que existe para determinar com precisão a geologia do subsolo.
Outras tecnologias de Geociência tais como medição magnética/de gravidade, imagens de satélite, etc. estão
disponíveis no entanto, estas são usadas para complementar os dados sísmicos durante a fase de
interpretação. Devido a limitação dos dados sísmicos actualmente disponíveis para a região, uma
compreensão mais ampla da geologia é necessária através da aquisição de dados 2D, antes que seja
adquirido qualquer potencial levantamento 3D detalhado.
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Figura 8: Concurso para Concessão de Áreas de Pesquisa e Produção de Hidrocarbonetos, 2016. (Fonte INP, 2016).
3.0 QUADRO LEGAL
Esta seção resume a legislação e normas ambientais moçambicanas relevantes para a indústria do petróleo
e para o projecto em particular.
Em Moçambique, o processo de AIA é um requisito legal regido pela Lei do Ambiente (Lei n.º 20/97, de 1 de
Outubro). Esta Lei aplica-se a qualquer actividade que possa ter impactos directos ou indirectos no meio
ambiente e é regulada pelo Regulamento de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto nº 54/2015 de 31 de
Dezembro).
3.1 Autoridade Reguladora
O MITADER é responsável por dirigir a implementação de políticas ambientais, coordenação, assessoria e
auditoria. Ao atingir esses objectivos, este Ministério, entre outras entidades, é responsável por promover o
desenvolvimento, de forma sustentável e por propor políticas e estratégias para o desenvolvimento ambiental.
PROJECTO DE PESQUISA SÍSMICA 2D
Janeiro 2018 Report No. 1784666 - 317112 16
O quadro legislativo actual de Moçambique relevante para o projecto está resumido na tabela abaixo:
Tabela 6: Legislação Nacional aplicável ao Projecto
QUADRO LEGAL AMBIENTAL
Constituição da República de Moçambique, 16 de Novembro de 2004
A constituição estabelece o direito fundamental de viver em um ambiente equilibrado e o dever correspondente defendê-lo (Artigo 90.1). A Constituição declara ainda os recursos naturais no solo e no subsolo, nas águas interiores, nas águas territoriais, na plataforma continental e na zona económica exclusiva como propriedade do Estado (Artigo 98.1).
Política Nacional do Ambiente (Resolução 5/1995)
A política estabelece as bases para o desenvolvimento sustentável de Moçambique através de um compromisso aceitável e realista entre o desenvolvimento socioeconómico e a protecção ambiental.
Lei Ambiental (Decreto n˚ 20/1997, de 1 de Outubro)
A Lei do Ambiente define uma série de conceitos e princípios fundamentais de gestão ambiental, estabelecendo o quadro institucional básico para a protecção ambiental; estabelecendo uma norma geral que proíbe todas as actividades que causam danos ambientais que excedam os limites legalmente definidos (poluição em particular); estipulando normas especiais para proteger o meio ambiente (protegendo a biodiversidade em particular); prevendo um conjunto de instrumentos de gestão ambiental (licença ambiental, processo de avaliação de impacto ambiental e auditoria ambiental); e descrevendo a inspecção do sistema, infracções e penalidades por incumprimento.
Regulamento do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto n˚ 54/2015, de 31 de Dezembro)
Uma Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é um requisito legal de acordo com a Lei Ambiental (Lei nº 20/97, de 1 de Outubro) para qualquer actividade que possa ter impactos directos ou indirectos sobre o meio ambiente e esta é regulada pelo Regulamento de AIA (Decreto nº 54/2015 de 31 de Dezembro). O Artigo 3 do Decreto n˚ 54/2015 afirma que as AIAs para actividades ou desenvolvimentos relacionados ao petróleo, gás e recursos minerais são reguladas por regulamentos específicos. O Regulamento sobre Operações Petrolíferas (Decreto 24/2004) e o Regulamento Ambiental para Operações Petrolíferas (Decreto 56/2010) descritos abaixo são os regulamentos específicos que regem a AIA para projectos de petróleo e gás.
Lei do Petróleo
(Lei 3/2001, de 21 de Fevereiro)
Esta lei fornece o enquadramento para todos os aspectos das actividades relacionadas com o petróleo em Moçambique, incluindo o direito de uso e aproveitamento de terras e Servidões a serem designadas como Zonas de Protecção Parcial e a compensação dos detentores de direitos sobre esta terra. Abrange também a protecção e a segurança do ambiente e exige que as AIAs para actividades relacionadas com o petróleo sejam aprovadas pelas autoridades competentes; e prevê controlos ambientais da poluição, relato de descargas acidentais e reabilitação de locais danificados.
Regulamentos das Operações Petrolíferas
(Decreto n˚ 24/2004, de 20 de Agosto)
Este Regulamento (Decreto 24/2004) aplica-se a operações petrolíferas ao abrigo
da Lei do Petróleo e estabelece as regras que asseguram que as operações
petrolíferas sejam conduzidas de forma sistemática e em condições que permitam
a supervisão abrangente e coordenada (artigo 2º do Regulamento da Lei do
Petróleo). Na gestão das Operações Petrolíferas, o Artigo 34 é particularmente
relevante, uma vez que especifica as obrigações gerais do operador, a saber,
garantir que as Operações Petrolíferas sejam realizadas de acordo com os
objectivos da lei estabelecidos para a segurança, ambiente de trabalho, saúde e
protecção do meio ambiente contra a poluição.
O Artigo 90 do Regulamento exige avaliações de impacto ambiental, incluindo
acções de minimização do impacto que abranjam todas as áreas afectadas pelas
Operações Petrolíferas. Registro de aspectos ambientais influenciados pelas
Operações Petrolíferas devem ser preparados e mantidos em todas as fases do
desenvolvimento do projecto. O operador deve considerar acidentes, danos ou
PROJECTO DE PESQUISA SÍSMICA 2D
Janeiro 2018 Report No. 1784666 - 317112 17
QUADRO LEGAL AMBIENTAL
ameaças ao pessoal ou propriedade de terceiros, danos aos animais, vegetação,
vida marinha e monumentos, poluição do mar e fontes abertas de água durante
as Operações Petrolíferas, poluição do ar e danos aos reservatórios de petróleo.
As Cláusulas subsequentes estipulam que o operador deve:
Informar o Instituto Nacional do Petróleo sobre a quantidade de descarga
operacional acidental, vazamento e desperdício, e tornar esta informação
pública (nº 5);
Tomar as medidas correctivas necessárias e reparar danos ao meio
ambiente quando as Operações Petrolíferas põem em perigo a segurança
física de pessoas ou propriedades, ou causam poluição ou outros danos
ambientais prejudiciais para pessoas, animais, vida marinha, monumentos
ou vegetação (nº 6);
Dar preferência aos materiais e produtos químicos menos nocivos e os mais
seguros, a fim de minimizar o perigo para as pessoas, o meio ambiente e as
instalações, e dar a devida atenção à possibilidade de reciclagem de
materiais e produtos químicos (nº 7); e
Fornecer a cada instalação pessoal de segurança e um comité para o ambiente de trabalho (nº 8).
Regulamentos
Ambientais para
Operações
Petrolíferas (Decreto
n˚ 56/2010, de 22 de
Novembro)
Este regulamento estabelece os requisitos de AIA para Operações Petrolíferas e
os procedimentos de prevenção, controle, mitigação e reabilitação a serem
seguidos. Isso é alcançado através de Avaliações de Impacto Ambiental (AIAs),
Avaliações de Impacto Ambiental Simplificadas (AIAS) e / ou adoçam de boas
normas de gestão ambiental de acordo com a classificação das actividades de um
novo projecto.
Aspectos importantes do Regulamento incluem as seguintes obrigações:
a licença é válida por 5 anos e deve ser renovada (Artigo 21);
o proponente deve enviar relatórios sobre a monitoria dos parâmetros
ambientais conforme aprovado no PGA para o MICOA e o INP (Artigo 27); e
Qualquer expansão ou mudança para um projecto não previsto na AIA deve
ser comunicada ao MICOA por escrito (Artigo 30).
Regulamentos de
Licenciamento de
Instalações e
Actividades
Petrolíferas (Diploma
Ministerial nº
272/2009, de 30 de
Dezembro)
De acordo com este Regulamento, a construção, operação, alteração e
desmantelamento de instalações de petróleo, bem como a construção e operação
de instalações de armazenamento e transporte de veículos como parte de
operações de petróleo estão sujeitas a licenciamento, com o objectivo de proteger
o meio ambiente e a saúde de trabalhadores e outros potencialmente afectados
pela operação (Artigo 4). Qualquer construção nova exige que o INP seja
notificado para alterar, renovar ou cancelar a condição de licenciamento existente
(Artigo 15). A licença é válida por dois anos.
Lei da Água (Lei 16/1991, de 3 de Agosto)
A principal legislação que regula a água é a Lei da Água (Lei 16/91 de 03 de Agosto de 1991).
O uso de água pode ser "comum" (para uso doméstico, familiar ou pessoal, caso em que o uso é considerado gratuito em termos de custo e acesso) ou "privado".
Uma licença ou uma concessão para uso de água pode ser dada a qualquer pessoa jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira se:
a) O requerente estiver legalmente autorizado a estar em Moçambique (ou seja, tem o registo e licenças relevantes); e
b) A concessão não prejudica o equilíbrio ambiental e ecológico.
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QUADRO LEGAL AMBIENTAL
Qualidade Ambiental
Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e Emissão de Efluentes (Decreto n˚ 18/2004, de 2 de Junho), com aditamentos e alterações em suplemento (Decreto n˚ 67/2010, de 31 de Dezembro)
O Regulamentos estão em conformidade com o Artigo 10 da Lei do Ambiente e está relacionado com os padrões de qualidade ambiental para o ar, água e solo. Em relação à água, o Regulamento especifica os requisitos de conformidade para o efluente líquido industrial que é descarregado no meio ambiente. São estabelecidos padrões para diferentes indústrias, incluindo descargas domésticas (entendidas como descargas de obras de tratamento de esgoto) e descargas da indústria petroquímica.
A localização de uma emissão de qualquer fonte deve ser determinada durante o processo de licenciamento ambiental, de modo a garantir que não haja alteração na qualidade da água no corpo receptor, evitando o uso de sua água para outros fins.
Regulamento para a Prevenção da Poluição e Protecção Ambiental Marinha e Costeira (Decreto n˚45/2006, de 30 de Novembro)
O objectivo deste regulamento é prevenir e limitar a poluição resultante de descargas ilegais por navios, plataformas ou fontes terrestres ao longo da costa de Moçambique e estabelecer as bases legais para a protecção e conservação de áreas de domínio público de mares, lagos, rios, praias e ecossistemas frágeis. Um resumo (para efeitos de referência) das Regras da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por navios de 1973, modificado pelo Protocolo de 1979 (MARPOL 73/78 ") relativo às descargas de hidrocarbonetos e substâncias líquidas nocivas está em ao decreto. O presente regulamento proíbe o descarte ou descarga de qualquer água residual de natureza tóxica ou nociva, bem como qualquer outra substância ou desperdício que possa de qualquer forma poluir água, prado ou bancos em violação das disposições legais relevantes.
Regulamentos sobre Qualidade da Água para o Consumo Humano (Diploma Ministerial 180/2004, de 15 de Setembro)
O regulamento estabelece parâmetros de qualidade para a água destinada ao consumo humano e os procedimentos para o controle, de modo a proteger os consumidores contra os efeitos nocivos de qualquer contaminação que possa ocorrer nos vários estágios do sistema de abastecimento de água.
Regulamento sobre Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Decreto n˚ 13/2006, de 15 de Junho, alterado pelo Decreto 94/2014, de 31 de Dezembro)
O Regulamento estabelece regras sobre a produção, emissão ou disposição no solo e no subsolo, na água ou no ar, de qualquer substância tóxica ou poluente, bem como a execução de actividades que acelerem a deterioração do meio ambiente, a fim de evitar ou minimizar seu impacto negativo na saúde e no meio ambiente.
Aplica-se a todas as pessoas singulares, jurídicas, públicas e privadas envolvidas na produção e gestão de resíduos sólidos urbanos e na produção e gestão de resíduos industriais e médicos.
O Decreto no seu Artigo 8º e Anexo I (Plano de Gestão de Resíduos) exige que todas as entidades públicas ou privadas que realizam actividades de gestão de resíduos desenvolvam e implementem um plano de gestão de resíduos. O plano de gestão integrada dos resíduos sólidos urbanos são válidos por um período de cinco (5) anos a partir da data de aprovação pela Assembleia Municipal ou Governo.
Biodiversidade
Regulamento das Pescas (Lei 3/90, de 26 de Setembro)
Esta Lei define o quadro jurídico relativo ao planeamento e gestão da pesca, à implementação de sistemas de licenciamento, à adoçam de medidas de conservação de recursos, à auditoria dos produtos pesqueiros destinados a exportação e supervisão da auditoria de actividades pesqueira.
Lei da pesca (Lei 22/2013, de 1 de Novembro)
A lei estabelece certos princípios gerais, a saber: o princípio da conservação e uso adequado de recursos biológicos e aquáticos e de seus ecossistemas; o princípio da precaução; o princípio do "poluidor-pagador", que envolve pessoas singulares ou colectivas responsáveis pelos custos de substituição da qualidade do ambiente
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QUADRO LEGAL AMBIENTAL
danificado e / ou pelos custos de prevenção e eliminação da poluição causada por eles no decurso da pesca e actividades complementares a pescaria; entre outras coisas.
Regulamentos sobre a Pesca Marítima (Decreto n˚ 43/2003, de 10 de Dezembro), em actualização.
Este regulamento define a aplicação territorial das pescas marítimas, regula as actividades de pesca, sua gestão geral, total de capturas admissível, quotas de pesca e libertações de autorizações relacionadas, procedimentos participativos de gestão da pesca e artes / métodos de pesca.
Regulamento relacionado a
Pesca Desportiva e Recreativa
(Decreto n. ° 51/99, de 31 de Agosto)
Este Regulamento define uma lista de espécies marinhas protegidas, como Dugongos, baleias e golfinhos, tartarugas marinhas e algumas espécies de peixes, bivalves e gastrópodes.
Inspecções e Auditorias
Regulamentos de Inspecção Ambiental (Decreto 11/2006, de 15 de Junho)
O regulamento regula as actividades de fiscalização, controle e auditoria relacionadas ao cumprimento das normas de protecção ambiental em todo o país.
Regulamentos sobre o Processo de Auditoria Ambiental (Decreto n˚ 25/2011, de 15 de Junho)
O Regulamento define a auditoria ambiental como um instrumento para gerir e avaliar sistematicamente a capacidade de uma organização para proteger o meio ambiente e contem normas para a operacionalização disso.
Planeamento de Terra e Territorial
Lei de terras (Lei 19/1997, de 1 de Outubro) e Regulamento sobre Direito da Terra (Decreto 66/1998, de 8 de Dezembro)
Esta Lei estabelece Zonas de Protecção Total ou Parcial. As primeiras são designadas como reservadas para actividades de conservação da natureza e para a defesa e segurança do Estado, enquanto as zonas de protecção parcial incluem, entre outras, os leitos de cursos de águas interiores, as águas territoriais, a zona económica exclusiva, a plataforma continental, bem como o litoral, ilhas, baías e estuários medidos na margem máxima de maré alta até 100 m dentro do país. As Zonas de Protecção Parcial podem ser estabelecidas a volta de indústrias para evitar conflitos de uso da terra em torno de seus limites.
Regulamento da Lei de Ordenamento do Territorial (Lei 19/2007, de 18 de Julho) e Directiva sobre o Processo de Expropriação para fins de Ordenamento do Território (Diploma Ministerial 181/2010, de 3 de Novembro)
Esta lei prevê a definição e cálculo de compensação justa e fornece orientações em situações onde os direitos dos cidadãos são afectados através de expropriação ou Servidões. A lei prevê a compensação em relação com a perda de bens tangíveis e intangíveis; quebra da coesão social e perda de bens de produção. O regulamento exige uma compensação justa a ser paga antes da transferência de propriedade ou expropriação.
Trabalho
Lei do Trabalho (Lei 23/2007, de 1 de Agosto)
Esta lei define os princípios gerais e estabelece o sistema jurídico aplicável a relações laboras individuais e colectivas subordinadas.
Estabelece o regime jurídico, incluindo mecanismos e procedimentos para a contratação de cidadãos estrangeiros para fins de trabalho nos sectores de Petróleo e Mineração desde que o desempenho de tais actividades seja aprovado pela autoridade competente.
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QUADRO LEGAL AMBIENTAL
Regulamento de Contratação de Cidadãos de Nacionalidade Estrangeira nos Sectores de Petróleo e Mineração (Decreto 63/2011, de 7 de Dezembro)
O Decreto 63/2011 estabelece, entre outras coisas, que em atribuições de curto prazo não superiores a 180 dias, o emprego da força de trabalho estrangeira podem ser feitas sem uma autorização do Ministro do Trabalho, mas esta deve ser comunicada ao Ministério do Trabalho no prazo de quinze dias depois do estrangeiro entrar no país. Além disso, em projectos de Investimento de Petróleo e Mineração aprovados pelo governo prevê-se uma percentagem de estrangeiros a serem contratados, maior ou menor do que o previsto no regime de cota fornecido, não é necessária autorização de trabalho e comunicação ao Ministério do Trabalho será suficiente.
Mega Projectos
Mega- Projectos (Lei
15/2011, de 10 Agosto)
O objectivo desta Lei é estabelecer as regras orientadores para o processo de contratação, execução e acompanhamento a empresas de parcerias público-privadas, projectos de grande escala e concessões comerciais.
Licenças, Autorizações de Permissões e Concessões
Lei do Turismo (Lei 4/2004, de 17 de Junho)
Esta lei regula a actividade de turismo, com vista à promoção do desenvolvimento sustentável. Estabelece os objectivos que norteiam a legislação subordinada ao sector que incluem a promoção da conservação da biodiversidade ecossistemas marinhos e terrestres.
Regulamentos sobre a Zona de Interesse Turístico da Cidade de Pemba, da costa leste até Murrébuè (Decreto 72 / 2010, de 31 de Dezembro)
Este Decreto estabelece a Zona de Interesse Turístico da Cidade de Pemba, desde a Costa Leste até Murrébuè, com uma extensão de 1.081 ha. Este refere que esta área tem características relevantes para atrair projectos de desenvolvimento turístico integrado, recursos naturais, históricos e culturais importantes que podem originar interesse turístico nacional e internacional, acelerando o desenvolvimento económico do país e estabelece o programa de acções necessárias para o desenvolvimento da zona, bem como medidas para a preservação do meio ambiente e a utilização sustentável dos recursos.
Regulamento de Licenciamento de Actividade Industrial (Decreto 39/2003, de 26 de Novembro)
O decreto aplica-se a empresas de indústrias de processamento que, independentemente das suas dimensões, se propõem a realizar actividades produtivas. O MGEPP é classificado, de acordo com este decreto, como uma indústria de grande dimensão, uma vez que envolve um investimento acima de US $ 10 milhões. Uma AIA autorizada com aprovação do MITADER é necessária para que seja submetida como apoio de um pedido de licenciamento de uma actividade industrial nos termos do Decreto 39/2003.
3.1.1 Convenções internacionais pertinentes
Além do acima exposto, a CGG deve também cumprir com as disposições de outra legislação internacional e
convenções que incluem, mas não estão limitados a, o seguinte:
Convenções Internacionais sobre Poluição Marinha
Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios, 1973/1978 (MARPOL);
Emenda da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios, 1973/1978
(MARPOL) (Boletim 567 – 2/08);
Convenção Internacional sobre Preparação, Resposta e Cooperação em caso de Poluição por Óleo
(Convenção OPRCA);
Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. 1982 (CNUDM)
Convenção sobre Prevenção da Poluição Marinha por Despejo de Resíduos e Outras Questões, 1972
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(Convenção de Londres) e o Protocolo de 1996 (o Protocolo);
Convenção Internacional sobre a Intervenção em Alto Mar em caso de Acidente Causando ou podendo
vir a causar Poluição por Hidrocarbonetos
(1969) e o Protocolo relativo à Intervenção em Alto Mar em Casos de Poluição por Substâncias
Diferentes do Petróleo (1973);
Convenção de Basileia sobre o Controlo dos Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e
sua Eliminação (1989); e
Convenção sobre a Diversidade Biológica (1992).
Outra Legislação Internacional
Comissão Internacional para a Protecção contra as Radiações; e
Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) Regulamento para o Transporte Seguro de Material
Radioactivo, 1984.
4.0 AMBIENTE RECEPTOR
4.1 Ambiente Físico
4.1.1 Clima
A distribuição de precipitação média anual mostra grande variação na extensão latitudinal da costa para o
interior das províncias. O norte e zonas centrais recebem mais precipitação, com valores superiores a
1000mm por ano.
O clima da zona costeira de Cabo Delgado é fortemente influenciado pela Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT). Em Janeiro a ZCIT está localizada a aproximadamente 15° S, com a costa leste da África sob a
influência de ventos de nordeste. Em Julho, a ZCIT está localizada a cerca de 15° N e a maior parte da África
Oriental está sob a influência de ventos de Sudeste e sudoeste. Assim, a área é caracterizada por duas
estações distintas: uma estação chuvosa que ocorre entre Novembro e Abril e uma estação seca entre Março
e Outubro.
O clima predominante na província de Nampula é húmido tropical com duas estações: uma chuvosa e quente,
que normalmente começa em Novembro e termina em Abril, caracterizado por frequentes chuvas e trovoadas
e uma seca e menos quente que se estende de Maio até Outubro. O valor máximo absoluto da temperatura
do ar é de 33,9 °C e o mínimo é 19 °C. Como regra geral, as regiões com a maior elevação no distrito tem
temperaturas mais suaves que as outras zonas. Os valores de precipitação anual indicam que a precipitação
começa em Outubro a Abril com picos nos meses de Janeiro e Março.
4.1.2 Marés
A corrente de maré na área de interesse flui para o Sul sendo forte na região de Baía de Memba em
comparação com as Baías de Pemba e Nacala. A corrente residual medida da costa tem o mesmo caminho
de superfície para 850m de profundidade, fluindo para o sul de Pemba para Nacala. Esta corrente tem uma
velocidade de 15cm/s a 850m. A 1500m de profundidade e com uma tendência para o norte está presente no
oceano (Jena et al., 2016). As marés ao longo de toda a costa moçambicana são semidiurnas, entre 2 e 6,5
metros. Uma das maiores amplitudes em toda a costa Africana encontra-se na cidade da Beira (6,3 m) e está
relacionada com a plataforma continental larga e rasa (140 km de largura) neste ponto. A amplitude das marés
em Pemba são 4,0 m (média de maré sizígia) e 2,8 m (média de maré de quadratura). Nas zonas costeiras
da província de Nampula, as marés são semidiurnas, entre 0 m – 4,6 m.
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4.1.3 Oceanografia
Ao longo da costa norte de Moçambique, na Província de Cabo Delgado e ao Norte da província de Nampula,
a plataforma continental é estreita, raramente se estende por mais de alguns quilómetros no mar. A principal
fonte das massas de águas superficiais ao longo da costa de Madagáscar é a Corrente Equatorial Sul (CES)
que transporta através do Oceano Índico água salina quente e relativamente baixa proveniente do Pacífico e
dos mares da Indonésia (Johnsen et al., 2008). Ao chegar a Madagáscar, a CES diverge: um ramo, chamado
Corrente de Madagáscar Oriental (EMC), flui a leste de Madagáscar e atinge a costa moçambicana na latitude
de Maputo, o outro ramo, a Corrente Moçambicana (MC), entra no Canal de Moçambique a oeste de
Madagáscar e flui para o sul ao longo das costas do Norte e Centro de Moçambique. Ambos os ramos são
mais caminhos para os redemoinhos de propagação para o sul, em vez de um fluxo médio contínuo (Johnsen
et al., 2008). As Rotações da Meso-escala no Canal de Moçambique são importantes estruturas
oceanográficas responsáveis pelo aumento da produtividade biológica da região. Elas geralmente se
desenvolvem na parte norte do canal, demonstrando comportamento quase estacionário e movendo-se
lentamente para o sul em direcção à costa sul-africana (Bach et al., 2013) (Figura 9). Mais perto da costa, as
bolsas de água fria circulam paralelamente à costa, mas na direcção oposta à da Corrente de Moçambique,
que flui para o sul sob a forma de redemoinhos anticiclónicos. Essas rotas de circulação são de grande
importância para animais e plantas.
O clima local da região costeira do oceano a partir de Moçambique ao Norte de 20ºS tem condições tropicais
dominadas pela Monzona da África Oriental e alta precipitação (Johnsen et al., 2008).
Figura 9: Anomalia do nível do mar no Canal de Moçambique (Bath et al., 2013).
Observe que, no norte da costa de Moçambique (Cabo Delgado e norte da Província de Nampula), a anomalia
do nível do mar é observada até agora distante da margem. Perto da margem a anomalia do nível do mar é
menos de 5 cm.
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Figura 10: Batimetria (km) do canal de Moçambique e características de grande circulação (fonte: Lutjeharms (2006)).
As propriedades físicas do oceano ao largo de Pemba e Nacala mostram uma salinidade constante de 35psu e uma temperatura de 29 ° nos primeiros 100m e diminui para o fundo. Portanto, a água mas profunda é mais densa do que na superfície.
Os sedimentos ao lago da área são distribuídos ao longo da coluna de água, isto é devido às águas profundas (> 1500m). Esses sedimentos são transportados para a costa pelo processo de circulação em redemoinhos. Os sedimentos costeiros também estão sujeitos às correntes de maré, ascendendo e descendo de acordo com o ciclo da corrente de maré. Portanto, os sedimentos são renovados e não são susceptíveis de erosão.
4.1.3.1 Hidrografia do oceano no canal norte de Moçambique
Três transectos ambientais de plataformas cruzadas realizadas ao longo da costa de Cabo Delgado mostram
distribuições de propriedades de água do mar típicas para o norte do Canal de Moçambique com uma forte
termoclina abaixo de 100 metros e camada superior de salinidade relativamente baixa causada pelo excesso
de precipitação sobre a evaporação, característica das águas tropicais. Também é observada uma queda de
O2 na termoclina, provavelmente devido à alta produtividade e taxas de decomposição nesta região (a
fluorescência provavelmente será alta nesta camada) e uma assinatura de oxigénio e salinidade da Água do
Mar Vermelho (RSW) abaixo cerca de 800 metros (Johnsen et al., 2008) (Figura 11 e Figura 12). Propriedades
semelhantes na água foram observadas apenas a norte de Quissanga (11 ° 36.6'S). Portanto, três massas
de água são identificadas, uma delas sendo a camada de Água de Superfície Tropical (TSW). A temperatura
na TSW exibe um gradiente fraco, passando de 24ºC na base da termoclina para 27 ° C na superfície. A TSW
tem uma salinidade relativamente baixa (<35.2 ppm) devido ao excesso local de precipitação e devido à
influência directa da SEC. A distribuição de oxigénio é homogénea a cerca de 500 m de profundidade e cai
abaixo de 2 ml / l a 1000 m de profundidade. Tais valores, em conjunto com salinidades relativamente
elevadas (> 34,9 ppm), sugerem que abaixo existe um substrato de Água do Mar Vermelho (RSW) espalhado
em direcção ao Sul produzido no Golfo de Áden (Johnsen et al., 2008).
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Figura 11: Secções verticais de temperatura, salinidade e oxigénio na água fora apenas ao norte de Quissanga - estação costeira a 11 ° 36.59 ' S) (fonte: Johnsen et al., 2008)
Figura 12: Seções verticais de temperatura, salinidade e oxigénio em Vamizi.
A luz penetra profundamente na coluna de água durante todo o ano. A produtividade primária é, portanto,
principalmente limitada em nutrientes.
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4.1.4 Tráfego Marítimo
4.1.4.1 Portos ao longo da área de interesse
Cerca de sete portos estão espalhados pela área de estudo. Do sul ao norte, temos: Ilha de Moçambique,
Nacala, Nacala-a-Velha, Pemba, Moma (Topuito), Mocímboa da Praia e Palma. Entre esses portos, Nacala e
Pemba são os portos mais preparados e, portanto, mais utilizados. Nacala-a-velha tem o acesso condicionado
por uma plataforma instalada pela empresa mineira Vale Moçambique que utiliza este porto para actividades
diárias da empresa. Com o mesmo uso está o porto de Moma pela empresa Kenmare. Do outro lado, Palma,
Mocímboa da Praia e Ilha de Moçambique têm apenas cais. Nacala e Pemba são portos naturais. Essa
designação é devida às águas profundas que cercam os portos. O porto de Nacala está na baía de Nacala e
é um bom porto natural, que se estende por 8 milhas do sudoeste ao su-sudoeste. Este porto pode acomodar
navios com capacidade de carga até 30000 TEU.
Tabela 7: Tráfego marítimo médio mensal no porto de Nacala
Média Mensal
Nacional Internacional
Carga Contentor Camião-cisterna
Pesca Carga Contentor Camião-cisterna
Pesca
2013 0.41 0.3 - - 0.9 2.3 - -
2017 (1º trimestre)
0.45 - - - 0.76 0.85 - -
Fontes: Portos do Norte SA, boletim nº 2, 2017; Camal, DI, 21014
4.1.4.1.1 Pemba
O porto de Pemba está localizado em uma baía com o mesmo nome. Este porto é utilizável para todos os
navios, incluindo os grandes.
Tabela 8: Tráfego marítimo médio mensal no porto de Pemba
Média Mensal
Nacional Internacional
Carga Contentor Camião-cisterna
Pesca Carga Contentor Camião-cisterna
Pesca
2016 0.4 - - 0.8 1.9 2.4 -
2017 - - 0.1 - 0.5 2.1 2.1 -
Fonte: Serviços centrais do Norte, Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique
4.1.4.1.2 Rotas de navegação
A área de interesse para as actividades sísmicas 2D está em uma rota do comércio do Oceano Índico. Nacala e Pemba são os dois dos três portos utilizados nas rotas comerciais, mostrados na Figura 13. Essas rotas são nacionais, entre os portos de Pemba-Nacala-Beira-Maputo e, regional de Nacala e Pemba para Kitwe. A rota international é de Nacala para a Asia.
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Figura 13: Rotas de navegação de/para os portos de Nacala e Pemba
4.2 Aspectos Ambientais Bióticos
4.2.1 Mangais
Ao longo da costa das Províncias de Cabo Delgado e Nampula, as florestas de mangais estão bem
desenvolvidas em termos de flora. Os mangais constituem habitat para uma variedade de espécies de aves,
crustáceos, peixes e moluscos. Grandes áreas de mangal ocorrem ao longo da costa, na baía de Mocímboa
da Praia e ao Sul de Mocímboa da Praia. Os mangais do Estuário do Rovuma são os maiores e melhores
desenvolvidos ao longo do sector norte da costa. Aproximadamente 7600ha de mangal ocorre no Estuário do
Rovuma, no lado moçambicano da fronteira com a Tanzânia. Pequenas áreas de mangal ocorrem nas ilhas
de Tecomagi, Ibo, Rongui e Vamizi e do Parque Nacional Quirimbas.
Seis espécies de mangais foram identificadas no Parque Nacional Quirimbas (PNQ), das quais Rhizophora
mucronata é a espécie mais comum encontrada em todas as ilhas e Xilocarpus granatum é a mais rara. A
Sonneratia alba, uma espécie que ocorre apenas nas regiões Centro e Norte de Moçambique também foi
encontrada. As ilhas do Ibo (5 espécies) e Quirimbas (5 espécies) apresentaram maior diversidade de
espécies (GNRB 2010).
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A lista de espécies de árvores de mangal, registadas a norte de Cabo Delgado estão listadas na Tabela 9.
Tabela 9: Espécies de mangais que ocorrem no norte de Cabo Delgado.
Família Espécie
Rhizophoraceae
Rhizophora mucronata Ceriops tagal
Bruguiera gymnorrhiza
Verbenaceae Avicennia marina
Combretaceae Lumnitzera racemosa
Sonneratiaceae Sonneratia alba
Meliaceae Xylocarpus granatum
Lythraceae Pemphis acidula
Saket e Matusse (1994) estimaram que existem 52336 mangais na Província de Nampula e a maioria são
distribuídos em posições estreitas ao longo da costa.
Na região de Nampula existem oito espécies de mangal: Avicennia marina, Ceriops tagal, Rhizophora
mucronata, Bruguiera gymnorhyza, Heritiera litoralis, Sonneratia alba and Lumnitzera racemosa. Muitas
espécies ocorrem associadas com mangais, tais como Arthrochnemium sp., Chenolea diffusa, Sezuvium
portulacastrum, Phragmites australis, Suaeda monoica, Thespesia populnea, Pemphis acidula (Barbosa et
al., 2001).
A floresta de mangal são estruturas tridimensionais que oferecem uma grande diversidade de nichos
adequados para a reprodução, desova e incubação de espécies sedentárias e migratórias. Como tal, eles são
habitats berçário importante, particularmente para peixes e crustáceos contra predadores, pelo menos
durante a enchente de maré alta.
Os caranguejos são os invertebrados mais visíveis que habitam os mangais. As zonas superiores são
habitadas por caranguejos de pântano, Sesarma spp., e mais perto da costa, os caranguejos chamados
marés, Uca spp., dominam a zona. Os caranguejos gigantes de lama, caranguejos ermita, lagostim e camarão
são todos residentes dos mangais.
4.2.2 Corais
Os corais são ecossistemas localizados ao longo da faixa costeira e adjacente às ilhas, em águas inferiores
a cinquenta metros de profundidade. Estes recifes são parte de uma cadeia, que se estende da Somália, até
Quénia e Tanzânia, para baixo ao sul de Moçambique. Este ecossistema é reconhecido em todo o mundo
pela sua alta biodiversidade. Os recifes de corais representam uma das principais atracções para a indústria
do turismo em Moçambique.
A costa dos corais de Moçambique, desde o rio Rovuma para Pebane (17 ° 20), suporta verdadeiros recifes
de coral que constituem um quase contínuo recife próximo ao mar na costa oriental de numerosas pequenas
ilhas e as secções mais expostas da costa do continente (Pereira 2000). A diversidade de corais de recifes
do norte de Moçambique é conhecida a partir de estudos realizados na ilha de Vamizi e Parque Nacional das
Quirimbas. Em torno da Ilha de Vamizi, foi observado um elevado grau de cobertura por coral duro, com a
idade média da cobertura por coral duro da categoria 2 (11- 30%). Cento e oitenta e três espécies de coral
scleractinian dos 46 géneros e 14 famílias foram identificados desde os recifes de Vamizi (Hill et al., 2009).
Dentro do Parque Nacional das Quirimbas, há uma grande variabilidade na composição dos recifes de coral
local e dependendo da profundidade da água. Foram identificados os seguintes géneros de coral maciço:
Porites, Diploastrea, Galaxea, Hexacorais, Echinopora, Pachyseris, Lobophyllia, Tubastraea e Millepora. A
composição de géneros de corais duros em recifes predominantes são Porites, Playigyra, Diploastrea,
Hexacorais, Pocillopora, Pachyseris, Echinopora e Montipora. Os géneros de corais moles identificados foram
Lihotphyton, Sarcophyton e Sinularia (GRNB 2010).
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Existem recifes de corais no Banco de São Lázaro, perto da área de concessão da CGG. Na província de Nampula, existem recifes de coral mais perto para a Baía de Nacala, na Baía de Fernão Veloso, na entrada da Baía de Nacala. Telford et al., (1999) registou 17 espécies de corais duros e 6 espécies de corais moles.
4.2.3 Algas marinhas
O relato mais completo das espécies de algas do norte de Moçambique foi publicado por Bandeira et al.,
(2001) descrevendo espécies intertidais e subtidal, encontradas em uma costa rochosa de Mecúfi. Pelo menos
152 espécies de algas pertencentes a três divisões foram registadas: Chlorophyta – 46 espécies, Phaeophita
– 22 espécies e Rhodophita 52 espécies. Esta diversidade de algas é representante dos extensos recifes de
coral intertidais e sublitorais da costa de Cabo Delgado. Tabela 10 apresenta as famílias registadas por
divisão.
Tabela 10: Lista de famílias de algas marinhas e riqueza de espécies por divisão (Bandeira et al., 2001)
Divisão Família N. de espécies
Rhodophyta
Galaxaraceae 5
Liagonaceae 2
Gelichidiaceae 1
Gracilliaceae 6
Bonnemaisoniaceae 1
Hamymeniaceae 2
Rhicophyllidaceae 7
Caulacenthaceae 2
Coralliaceae 7
Hypneaceae 5
Dicranemataceae 2
Solieriaceae 5
Ceraniaceae 3
Delessariaceae 2
Rhodomelaceae 12
Phaeophita
Dictyotaceae 7
Scytosphonaceae 2
Cystoseiraceae 2
Sargassaceae 10
Chlorophyta
Ulvaceae 8
Auracyomenaceae 1
Cladosphoraceae 3
Valoniaceae 8
Briopsidaceae 1
Caulerpaceae 6
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4.2.4 Mamíferos Marinhos
Um exaustivo levantamento aerográfico realizado recentemente no Sudoeste do Oceano Índico (SWIO), das
Ilhas Seychelles do Norte, Ilhas Mascarenhas, e o canal de Moçambique estendendo-se mais de 5 milhões
km ² da latitude 2 – 24˚S e longitude 40 – 60˚E, resultou na identificação de 15 tipos de mamíferos marinhos
que ocorrem no Centro e Norte de Moçambique (Tabela 11) Lauren et al., (2017). Destas espécies, existem
três espécies migratórias (Megaptera novaeangliae, Balenoptera acutorrostrata e Physester macrocephalus).
Entre as espécies migratórias, o Physester macrocephalus é vulnerável à extinção (Lauren et al 2017). As
duas espécies de baleias com barbas (Megaptera novaeangliae e Balaenoptera acutorrostrata) migram para
a costa tropical e para a plataforma continental durante o inverno austral. Muitas espécies de mamíferos
marinhos do género Kogia (cachalote pigmeu) e das famílias Ziphiidae e Globicephalidae ocorrem nas águas
profundas dos oceanos e são por vezes encontradas em áreas de declive pronunciado próximo à costa e à
volta das montanhas submarinhas. O estado destas espécies é deficiente em termos de dados.
A espécie de menor preocupação incluem o golfinho do Fraser (Lagenodelphis hosei), golfinho-de-Risso
(Grampus griseus), e Golfinho-roaz comum (Tursiops truncatus) que ocorrem em ambas as águas costeiras
e profunda do oceano. Entre as espécies nerítica associadas a habitats marinhos costeiros – mangais,
estuários de recifes - estão o golfinho Indo-Pacífico (plumblea de Sousa), cujo estado está quase ameaçado,
devido a pequenas populações fragmentadas e o dugongo (Dugong dugon) cuja distribuição está confinada
a zonas costeiras rasas que apoiam os prados de ervas marinhas.O dudongo tem experimentado nos últimos
50 anos um grave declínio em toda a sua gama no oeste do Oceano Índico (Lauren et al., 2017). O golfinho
do Oceano Índico é a espécie costeira mais comum no Oceano Índico ocidental.
Tabela 11: Lista de espécies de mamíferos marinhos no norte e centro do Oceano Índico
Família Nome comum Nome da espécie Habitat Estado
Balaenopteridae
Baleia jubarte Megaptera novaeangliae
Águas de plataforma continental
Pouco Preocupante
Balaenopteridae
Baleia-anã Balaenoptera acutorostrata
Águas costeiras e offshore
Dados deficientes
Physesteridae
cachalote Physester macrocephalus
Águas marinhas com profundidade maior a 1,000 m
Vulnerável
Kogiidae Cachalote pigmeu ou anão
Kogia spp. Águas offshore de zonas temperadas tropicais e quentes
Dados deficientes
Ziphidae Baleia-bicuda-de Blainville
Mesoplodon densirostris
Águas de gradientes de profundidade intermediária e profundidades entre 200 e 1.000 m
Dados deficientes
Ziphidae Baleia-bicuda-Longman
Indopacetus pacificus Águas oceânicas profundas
Dados deficientes
Ziphidae Baleia-bicuda-de Cuvier
Ziphius cavirostris Pelágicas águas profundas> 1000m
Dados deficientes
Ziphidae Baleia-bicuda-de-baird
Mesoplodon myrus Espécie pelágica de águas profundas
Dados deficientes
Globicephalidae
Falsa-orca Pseudorca crassidens Águas profundas, offshore, 200-2000 m
Dados deficientes
Globicephalidae
Baleia-piloto-tropical
(Globicephala macrorhynchus
Áreas offshore profundas
Dados deficientes
Globicephalidae
Melon headed whale
Peponocephala electra Litoral da plataforma continental, e em
Pouco Preocupante
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Família Nome comum Nome da espécie Habitat Estado
torno de ilhas oceânicas
Globicephalidae
Golfinho riscado Grampus griseus
Águas profundas do talude continental e da plataforma externa (especialmente com topografia íngreme inferior) 400-1000 m
Pouco Preocupante
Delphinidae Golfinho Corcunda Sousa plumbea
Habitats costeiros: mangais, recifes rochosos, lagoas e águas rasa, baías protegidas, profundidade <25m
Quase ameaçada
Delphinidae Golfinho-comum Tursiops truncatus
Águas inshore, costeiras, da plataforma e oceânicas
Pouco Preocupante
Delphinidae Golfinho do Oceano Índico
Tursiops aduncus
Águas costeiras rasas da plataforma continental ou em torno de ilhas oceânicas
Dados deficientes
Delphinidae Golfinho de Fraser Lagenodelphis hosei Canyon e águas profundas offshore
Pouco Preocupante
Delphinidae Golfinho-rotador Stenella longirostris Águas costeiras, Ilhas ou bancos e águas pelágicas
Dados deficientes
Delphinidae Golfinho manchado Pan-tropical
Stenella attenuata
Águas subjacentes por uma termoclina acentuada em profundidades de <50 m, as temperaturas de superfície> r 25° C e salinidades <34 ppm
Pouco Preocupante
Dugongidae Dugongo Dugong dugon
Águas mornas profundidade superficial a média, (mínimo de 15 e 17° C com termorregulação comportamental), sargaços
Vulnerável
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4.2.4.1 Baleia-jubarte
No Hemisfério Sul, as baleias jubarte (Megaptera novaeangliae) realizam extensas migrações anuais entre
as áreas de alimentação do verão nas águas antárticas e subantárticas e as áreas de reprodução de inverno
nas águas costeiras subtropicais e tropicais, geralmente perto de litorais continentais ou grupos insulares
(Reilly et al., 2008)
A população de reprodutores no SWIO foi identificada como do estoque de reprodutores C pela Comissão
Baleeira Internacional (CBI, 1998) e quatro sub-estoques são reconhecidos actualmente: C1 ao longo da
costa leste da África, da África do Sul para a Somália (dividida em C1 (Sul) e C1 (Norte) na região do norte
de Moçambique, C2 no Canal de Moçambique, das Ilhas Comores, Aldabra (Seychelles), C3 em torno de
Madagáscar e C4 nas Ilhas Mascarenhas (Globice-WCS 2013). A espécie é actualmente listada como pouco
preocupante, após uma recuperação de população e a proclamação do Santuário Sul de Baleias do Oceano
Índico desde 1963 (Reilly et al., 2008).
Distribuição das baleias jubarte ao longo da costa de Moçambique
Um levantamento ao longo do transecto das espécies foi realizado em águas costeiras de Moçambique entre
Cabo Inhaca (26 ° passinhos, 33 ° 05' E) e norte da Ilha de Moçambique (14 ° 26, 40 ° 53' E) e entre as
isóbatas 20 e 200 m, durante o período de 26 de Agosto a 7 de Setembro 2003, que encontrou altas
densidades de baleias a mais de 951,8 milhas náuticas. As baleias-jubarte foram as únicas grandes baleias
a serem identificadas e a distribuição de 691 avistamentos de uma estimativa de 1.130 indivíduos de baleias
jubarte e 132 avistamentos de uma estimativa de 154 baleias grandes não identificadas mostram a distribuição
em toda a região de pesquisa (Findlay et al., 2011a).
Observações dedicadas de mamíferos marinhos, realizadas em 19 de agosto de 2009 ao longo da costa de
Memba e Nacala, ao deslocar para Pemba registou um total de 29 baleias jubarte entre 06:10 e 17:38 (Olsen
et al., 2009).
Figura 14: Observações de baleias, aves marinhas e grandes cardumes de peixe (Olsen et al., 2009)
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Migração da Baleia-jubarte
Ao longo da costa de Moçambique a migração das baleias jubarte foi documentada em estudos por Best et
al., (1998). As baleias entram em águas costeiras de Moçambique ao Sul em finais de Maio princípios de
Junho e até Agosto estão amplamente distribuídas nas águas próximas (nearshore) da plataforma continental.
Ao longo da costa de Moçambique, as baleias fazem acasalamento com as fêmeas estrais e um número de
exibições é observado (saltos, perseguições, lutas) (COWI 2016). No entanto, as fêmeas grávidas também
dão à luz a crias em águas costeiras do litoral (inshore) (COWI 2016). As baleias iniciam o seu movimento
para o sul nearshore no final de Setembro, mas pares mãe-crias foram observados em permanência ao longo
da água costeira moçambicana até Novembro, o que permite, portanto, suas crias crescerem e tornarem-se
apto antes de entrarem em águas frias da Antártica. O pico da abundância de baleias ao longo da costa de
Moçambique ocorre durante o final de Julho e Agosto. Além disso, considera-se que a migração para o Sul
começa no final de Agosto/início de Setembro (Findlay et al., 2011a).
4.2.4.2 Cachalotes (Physester macrocephalus)
As espécies foram registadas em águas Moçambicanas e ocorrem em uma profundidade de 300 – 1000m,
perto da terra onde ocorrem áreas de afloramento. Alimentam-se em grandes cefalópodes cuja distribuição
se restringe a 10 – 20 ° C e uma gama de salinidade acima de 30 ppm (Gosho et al., 1984). A espécie migra
ao norte no Sudeste do Oceano Índico desde início da Primavera – Outubro – Fevereiro (Gosho et al., 1984),
reporta-se que a espécie interage com a pesca com rede de cerco no centro do canal de Moçambique (Escalle
2017).
4.2.4.3 Dugongos (Dugong dugon)
Os Dugongos habitam águas costeiras e interiores, entre a África Oriental e Vanuatu, entre as latitudes de
cerca de 27° ao norte e ao sul do Equador. Abrangendo cerca de 128.000 km de Costa (extensão da
ocorrência (EOO) como 860.000 km2) até pelo menos 37 e até 44, países e territórios, e possivelmente ocorre
em outros sete Estados e territórios adicionais. Os dugongos mostra uma grande variabilidade em padrões
de movimento e migração, dependendo da área de estudo e a influência de temperatura sazonal ou
precipitação em ecossistemas regionais. Os habitats da espécie são extensos no arquipélago das Quirimbas,
mas desde 2001 não positivamente registado nenhum indivíduo. Não obstante, os dugongos ocorrem ao
longo da costa noroeste de Madagáscar, Mayotte e Comores. É muito provável que alguns indivíduos possam
entrar no Canal de Moçambique. Os Dugongos são abrangidos por três Convenções Internacionais sob
conservação: A Convenção sobre diversidade biológica (CDB), a Convenção sobre o comércio internacional
de espécies ameaçadas da Fauna selvagem e da Flora (CITES) e a Convenção sobre Espécies Migratórias
de Animais Selvagens (também conhecida como CMS ou como Convenção de Bona). Os dugongos também
está abrangido pela Iniciativa Triângulo de Coral (CTI), meta cinco (Espécies Ameaçadas) (Marsh e Sobtzick
2015). Ao longo da costa moçambicana do oeste do Oceano Índico, a maior população conhecida e
possivelmente viável de dugongos ocorre na área Maior de Bazaruto, entre o rio Save e a Península de São
Sebastião. A população de dugongos desta região é estimada em cerca de 250 animais (Findlay et al., 2011b).
4.2.5 Tartarugas Marinhas
O Canal de Moçambique é um habitat de forragem e aninhamento de cinco espécies de tartarugas marinhas,
nomeadamente a tartaruga mar verde (Chelonia mydas), a tartaruga de couro (Dermochelys coriacea), a
tartaruga cabeçuda (Caretta caretta), a tartaruga de Olive Ridley (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-pente
(Eretmochelys imbricata) (Hugues 1971). Todas as tartarugas marinhas estão ameaçadas de extinção
(Caretta caretta, Chelonia mydas e Lepidochelys olivacea) ou criticamente ameaçadas de extinção
(Eretmochelys imbricata e Dermochelys coriacea). Estas espécies procuram alimento ao longo do Oceano
Índico ocidental do Sul e outras bacias oceânicas. No entanto, elas exibem locais de nidificação distintos no
Oceano Índico ocidental (Tabela 12).
Estudos anteriores entre migrações sazonais demonstraram que Tonga Land era o mais importante sítio de
nidificação no Oceano Índico ocidental para a tartaruga cabeçuda e a tartaruga de couro atrai tartarugas de
grandes distâncias. No caso da tartaruga cabeçuda a nossa recuperação mais longa mostra uma distância
mínima do solo de nidificação de 3500 km. Pelo menos um dos leatherbacks viajou mais de 20 000 km ao
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longo de um período de dez meses, e registou um mergulho máximo de cerca de 940 metros, enquanto se
alimentava (Hugues 2010).
A distribuição das tartarugas marinhas nas águas da plataforma continental do arquipélago das Quirimbas
recentemente foi documentada pela CSA (Canadian Standards Association) Internacional Inc. (2007) Como
estando espalhada por todo arquipélago. As tartarugas eram quatro vezes mais abundantes nas águas do
Parque Nacional das Quirimbas do que na parte norte do arquipélago, fora do parque. Em águas profundas,
situadas em torno do Macaloe e ilhas Medjumbe, observaram-se as maiores agregações de tartarugas fora
do parque.
Na região litoral de Nampula, a ocorrência da tartaruga verde (Chelonia mydas), a tartaruga cabeçuda (Caretta
caretta) e tartaruga de bico ou o falcão (Eretmochelys imbricata) destaca-se no arquipélago da primeira e
segunda Ilhas (Sul de Nacala). De acordo com Mota (2005) este arquipélago é um dos locais mais importantes
de nidificação da tartaruga verde (Chelonia mydas), provavelmente em toda costa leste da África.
A tartaruga-verde é possivelmente a mais estudada em todo o Sudeste do Oceano Índico. As Tartarugas
verdes de buscam alimento em ervas marinhas e habitat de salgas marinhas neríticas, onde as pequenas
também passam o seu tempo de desenvolvimento. Fêmeas adultas, após atingirem a maturidade, iniciam as
migrações entre locais de busca de alimentação e habitats de reprodução (Seminoff 2004). As tartarugas
verdes em busca de alimentação e em nidificação no Oceano Índico ocidental são compostas por várias
unidades populacionais genéticas (Bourjea et al., 2015). No canal de Moçambique, existem duas populações
de tartarugas verdes: a família do Norte do Canal de Moçambique (NMC) e a família do Sul do Canal de
Moçambique (SMC) (Bourjea et al., 2015). A família do NMC é composta por várias populações de reprodução
(por exemplo, Seychelles, norte de Madagáscar, Quénia, Mayotte, Tromelin) no entanto a família do SMC é
pensada por consistir principalmente de tartarugas da Europa rookery (Bourjea et al., 2007; Lauret-Stepler et
al., 2007) (Figura 15).
Tabela 12: Espécies de tartarugas marinhas no canal de Moçambique, sua estação de nidificação e estado
Família Nome comum
Nome da espécie
Zonas de alimentação
Época de nidificação
Áreas de nidificação
Estado
Chelonidae
Tartaruga verde
Chelonia mydas
Algas marinhas neríticas Oeste do Oceano Índico
Fevereiro-Junho
Costa e ilhas do Canal de Moçambique
Espécie em perigo
Tartaruga-de-pente
Eretmochelys imbricata
Recifes neríticos do Oeste do Oceano Índico
Costa e ilhas do Canal de Moçambique
Criticamente em perigo
Tartaruga das Guianas
Lepidochelys olivacea
Recifes neríticos do Oeste do Oceano Índico
Costa e ilhas do Canal de Moçambique
Vulnerável
Tartaruga cabeçuda
Caretta Recife e áreas pelágicas
Outubro – Janeiro
Praias arenosas subtropicais de WIO
Espécie em perigo
Dermochelidae
Tartaruga de couro
Dermochelys coriacea
Recifes e mar profundo
Outubro – Janeiro
Praias arenosas subtropicais de WIO
Criticamente em perigo
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Figura 15: Principais viveiros de aninhamento (Sudeste de África, Vamizi; Seychelles, Glorieuses, Comores, Madagáscar; Seychelles; Europa e Tromelin) das tartarugas verdes, na região oeste do Oceano Índico (Delleau et al.,i 2012)
As tartarugas marinhas viajam distâncias consideráveis em curtos períodos entre locais de nidificação e busca
de alimentos várias vezes ao longo da vida (Miller 1997). Na fase adulta, elas tendem a mostrar fidelidade
tanto para os locais de nidificação como para busca de alimentos que podem estar separados por milhares
de quilómetros (Miller 1997). A Figura 16 ilustra a visão geral da migração da tartaruga-verde entre um local
de busca de alimento e de nidificação no Canal de Moçambique. A maioria dos locais de busca de alimento
de tartarugas marinhas identificadas ao longo da costa ocidental de Madagáscar, Comores e ilhas Mayotte
busca alimentos nas pradarias de algas marinhas das áreas do norte de Moçambique, Tanzânia e Costa do
Quénia. As tartarugas verdes identificadas Ilha Europa buscam alimentos nas pastagens de algas marinhas
do Sul de Moçambique (Bourjea et al., 2015).
Embora a maioria dos viveiros exibem uma época de nidificação distinta, com um período do ano sem eventos
de aninhamento, outros viveiros têm actividade de nidificação durante todo o ano. A maioria das populações
de tartarugas marinhas em nidificação exibem um pico marcado, com um maior número de fêmeas de
nidificação (Godley et al., 2002). Os locais de nidificação da parte norte do canal de Moçambique (Moheli,
Mayotte, Glorieuses e Aldabra) exibem uma correlação inter-anual significante tanto em termos de
periodicidade de nidificação como a nidificação. No entanto, a Europa exibiu diferentes padrões de todos os
outros viveiros de aninhamento da região. Isto sugere que, para tartarugas verdes, uma dinâmica espácio-
temporal geral a escala regional é impulsionada por factores ambientais. De acordo com nosso conhecimento
actual do ciclo de tartarugas -verdes adultas, as condições ambientais no nos locais de busca de alimentos
poderão influenciar fortemente a fenologia de nidificação observada (Delleau et al., 2012). A maioria dessas
ilhas hospeda actividade de nidificação durante todo o ano, mas mostra um pico de nidificação (Delleau et al.,
2012). Em alguns casos, observa-se mais de um pico sazonal, mas isso geralmente diz respeito a pequenos
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viveiros (Ilha d'Arros, Seychelles ou Juan de Nova). As estufas do SWIO não compartilham um único pico de
nidificação (Figura 17). O pico ocorre no verão austral em algumas estufas (Lauret-Stepler, 2007) e no início
do inverno austral noutras (Delleau et al., 2012).
Figura 16: Mapeamento do pico médio de meses de aninhamento de tartarugas verdes no Sudoeste do Oceano Índico (Delleau et al., 2012).
Para o Canal de Moçambique, os meses de Abril, Maio, Junho e Dezembro são muito importantes períodos
de nidificação.
As espécies de tartarugas de nidificação mais comuns e abundantes na costa do norte de Moçambique são
a tartaruga verde Chelonia mydas e as tartarugas de nidificação e as tartarugas imaturas hawksbill
Eretmochelys imbricata (Garnier et al., 2012). A actividade de nidificação de tartarugas verdes em Vamizi
ocorria durante todo o ano, mas 72,8% dos ninhos foram observados em Janeiro-Junho. O número de ninhos
atingiu o pico em Fevereiro. Um total de nove ninhos de tartarugas hawksbill foi detectado em Vamizi, com
um número médio anual de ninhos de 2,2 ± SD 1.7 (intervalo 0-4).
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Figura 17: Rotas de migração das tartarugas verdes entre locais de nidificação e campos de busca de alimento no Sudeste do Oceano Índico (Bourjea et al.,)
4.2.6 Peixe
Com base em estudos exaustivos, existem três categorias de ictiofauna pelágica ao longo da costa norte de
Moçambique: os pequenos pelágicos, os grandes pelágicos e os pelágicos de tamanho médio.
O grupo de pequenos pelágicos é composto por peixes de tamanho pequeno, que normalmente ocorrem nos
cardumes e com intensas migrações verticais diurnas. Eles normalmente ocorrem em águas rasas de até 200
m de profundidade, formando grandes cardumes perto do fundo durante o dia e dispersando à noite.
A gravação acústica de espécies pelágicas realizada em pesquisas de 2007 e 2009 revelou a distribuição de
espécies de peixes pelágicos ao longo da costa norte de Moçambique (Johnsen et al., 2008, Olsen et al.,
2009). As espécies pelágicas foram observadas acusticamente e em capturas de arrasto ao longo de toda a
pesquisa. O grupo PEL 1 (Figura 18) foi observado de 10 ° -13 ° 30'S, depois de 14 ° S até o final da pesquisa.
Em 2007, nenhum PEL 1 foi observado nesta região. A distribuição principal foi ao longo da plataforma, mas
o PEL1 também foi observado em águas mais profundas (> 1000m) (Olsen et al., 2009)
O grupo PEL 2 (Carangidae, Sphyraenidae, Trichiuridae e Scombridae) foi encontrado de 11 ° 30'S para o
extremo sul da pesquisa (Figura 19). A área de distribuição principal foi sobre a plataforma e sobre a quebra
da plataforma, mas, como o grupo PEL 1, a distribuição se estendeu para águas mais profundas (> 1000m).
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Figura 18: Distribuição da categoria acústica PEL 1 (Clupeidae). Os contornos de 50, 200 e 1000m de profundidade são ilustrados. (Olsen et al., 2009)
A zona costeira da Área do Projecto (de Influência Indirecta) se estende por mais de 450 km. A área é
caracterizada por alta biodiversidade e habitats. Tabela 13 mostra a diversidade de habitats por distrito.
Tabela 13: Principais ecossistemas e recursos de pesca na área do projecto.
Distrito Principal Ecossistema Principais Recursos pesqueiros
Palma
Praia arenosa e rochosa com ervas marinhas, Mangais (Olunde, Quionga e em algumas ilhas); Estuário; Ilhas; áreas intermareais
Pequeno peixe pelágico
(Família de peixe Scombridae, Hemiramphidae, Carangidae, Clupeidae)
Invertebrados
Ostras e cefalópodes (amêijoas, polvos).
Mocímboa da Praia
Estuário (Mocímboa da Praia e Luxete); Recifes de corais e rochas, ilhas, Extensão longa de áreas de mangais com referências a Ulo a Luxete, praias arenosas com bancos de ervas marinhas, áreas intermareais
Pequeno peixe pelágico
(Clupeidae, Scombridae e Caranguidae)
Peixe pelágico grande
(Scombridae)
Peixe Demersal (Lethrinidae, Siganidae) Invertebrados
Ostra, lagosta (Panulirus spp.) e camarão (Penaeidae);
Macomia
Estuário (Darumba e Quitarejo); Recifes de corais e rochas, ilhas, praias arenosas com bancos de algas marinhas, áreas intermareais
Pequeno peixe pelágico
(Clupeidae, Scombridae e Carangidae)
Peixe pelágico grande (Scombridae)
Peixe Demersal
(Lethrinidae)
Invertebrados
Ostras
Ilha do Ibo com grandes extensões de mangais e recifes de coral;
Peixe pelágico grande
(Scombridae)
Pequeno peixe pelágico
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Distrito Principal Ecossistema Principais Recursos pesqueiros
Áreas intermareais e Banco São Lázaro 1
(Clupeidae)
Peixe Demersal
(Letrinidae, Siganidae)
Invertebrados
Lagosta; Camarão
Quissanga
Estuário (Quissanga, Mahate e Arimba) com grande extensão de mangais.
Áreas intermareais
Pequenos e grandes peixes pelágicos
Invertebrados
Camarão
Caranguejo
Ostra
Pemba Metuge
Baía e estuário;
Zona intermareal
Recife de coral
Pequeno peixe pelágico
(Clupeidae, Carangidae)
Peixe Demersal
(Letrinidae, Siganidae, Serranidade)
Invertebrados
Camarão; Caranguejo; Cefalópodes; Lagosta
Cidade de Pemba
Baía e estuário;
Zona intermareal
Recife de coral
Pequeno peixe pelágico
(Clupeidae, Carangidae)
Peixe Demersal
(Letrinidae, Siganidae, Serranidade)
Invertebrados
Camarão; Caranguejo; Cefalópodes; Lagosta
Mecúfi
Recife de corais e praia arenosa com banco de algas marinhas
Mangal
Área intermareal
Grandes pelágicos
(Scombridae)
Invertebrados
Cefalópodes; Lagosta
Memba N/A
De acordo com as estimativas da abundância da ictiofauna demersal obtidas utilizando métodos acústicos durante os cruzeiros do navio Dr. Fridtjof Nansen, a região norte da costa de Moçambique oferece um modesto contributo para o recurso demersal ictiológico da costa moçambicana como um todo (6 % da estimativa de 300 mil toneladas para toda a costa). No entanto, no banco de São Lázaro, este recurso é supostamente abundante. Até certo ponto, essas estimativas são meramente indicativas e devem ser tratadas com certo cuidado, uma vez que as avaliações de recursos demersais usando métodos acústicos frequentemente resultam em uma subestimação.
4.2.6.1 Tubarões e Raias
Existe uma grande diversidade de espécies de tubarões que habitam as águas profundas do Sudoeste
Oceano Índico (Bath et al., 2013, Ebert et al., 2014). Pelo menos 29 espécies de tubarões pertencentes a 20
famílias habitam a plataforma continental e as encostas do sudoeste tropical do Oceano Índico, e são
encontradas nos habitáculos epipelágico (0-200 m de profundidade), meso pelágico (200-600 m de
profundidade) e bane pelágicos (600-900 m de profundidade). As famílias mais diversas são Carcharinidae e
Dalatiidae. Algumas espécies de tubarões também ocorrem na região nerítica, especialmente aquelas
associadas a recifes (Tabela 14). O estatuto de 18 espécies é motivo de preocupação: vulneráveis (8
espécies), quase ameaçadas (7 espécies) e ameaçadas de extinção (3 espécies); Oito espécies têm
deficiência de dados, 2 espécies não foram avaliadas e 4 espécies são menos preocupantes.
1 Banco de São Lázaro é um terreno de pesca reconhecidas para os peixes demersais
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Tabela 14: Lista de tubarões e espécies de raias, sua distribuição, profundidade e estado
Família Nome comum Espécie Habitat Profundidade Estado
Rhincodontidae Tubarão-baleia Rhicondon typus
Epipelágico, 26,5 - 30 ° C
0- 1928 m Espécie em perigo
Chlamydoselachida
Tubarão-cobra Chlamydoselaphus anguineus
Montes submarinos
20-1500 m Não avaliado
Chlamydoselachida
Tubarão-de-sete-guelras
Heptrachias perlo
Epi e benthi pelágico
27-1000 m Quase ameaçada
Hexanchidae Tubarão-albafar Hexanchus griseus
Água continental profunda, plataformas e encostas insulares
0- 2500 m Quase ameaçada
Echinorhinidae Tubarão-prego; Echinorhinus brucus
Plataforma continental e insular
200-900 m Dados deficientes
Squalidae Roughskin spurdog
Cirrhigaleus asper
Exterior continental e plataformas insulares e encostas altas
73-600 m Dados deficientes
Centrophoridae Gulper shark Centrophorus uyato
Plataforma e encosta continental externa
50-1440 m Dados deficientes
Centrophoridae Tubarão Small gulperfin
Centrophorus armatus
Exterior continental e plataformas insulares e encostas altas
128-823 m Dados deficientes
Dalatiidae Tubarão kitefin Dalatias licha
Plataformas continentais e insulares e encostas
37-1800 m Quase ameaçada
Dalatiidae Tubarão pigmeu Scymnus bispinatus
Epi-meso e batipelágico, migrações diurnas verticais
1829-9938 m Pouco Preocupante
Dalatiidae Tubarão-charuto Isistius brasiliensis
Epi e meso e batipelágico, migrações diurnas verticais
2000-300 m Pouco Preocupante
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Família Nome comum Espécie Habitat Profundidade Estado
Pristiophoridae Tubarão african dwarf sawshark
Pristiophorus nancyae
Encosta exterior
286-500 m Não avaliado
Squatinidae Tubarão Aftican angel
Squatina africana
Plataforma continental e encosta superior
60-300 m Dados deficientes
Heterodontidae Tubarão Heterodontiforme
Heterodontus ramalheira
Plataforma continental externa e encosta superior
40-275 m Dados deficientes
Odontaspididae Tubarão-areia Odontaspis ferox
Plataformas tropicais e encostas superiores
10-883 m Vulnerável
Mitsukurinidae Tubarão-demónio
Mitsukurina owstoni
Montes submarinos, recifes de corais, plataforma continental e encosta
100- 960 m Pouco Preocupante
Pseudocarcharidae
Tubarão-crocodilo
Pseudocarcharias kamoharai
Oceânica, epi e meso pelágica
0-590 m Quase ameaçada
Alopiidae Tubarão-raposo-olhudo
Alopias superciliosus
Plataforma continental e encostas exteriores e alto mar. 16- 25 C
0- 723 m, mas 300 - 500 m durante o dia
Vulnerável
Scyliorhinidae Tubarão african spotted catshark
Holohalaelurus punctatus
Plataformas continentais e de ilhas e encostas
220 -440 m Em perigo
Proscylliidae Pygmy ribbontail catshark
Eridacnis
darcliffei
Bentônicos, mudbotton, plataformas continentais superiores continentais e insulares e encostas
71-700 m Pouco Preocupante
Carcharhinidae Tubarão-baboso Carcharias altimus
Bordas da plataforma continental encostas superiores
Abaixo de 430 m
Dados deficientes
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Família Nome comum Espécie Habitat Profundidade Estado
Carcharhinidae Tubarão-luzidio Carcharinus falciformes
Bordas da plataforma continental e insular, sobre recifes profundos
200-500 m Vulnerável
Carcharhinidae Spot Tagilde shark
Carcharhinus sorrah
Plataforma continental e insular
20-140 M Quase ameaçada
Carcharhinidae Tubarão-de-pontas-brancas
Carcharhinus
longimanus Oceano, epipelágico
0-200 m Vulnerável
Carcharhinidae Tubarão-cinzento-dos-recifes
Carcharhinus amblyrhynchos
Nerítica, clara tropical
10-50 m Quase ameaçada
Carcharhinidae Tintureira Prionace glauca Oceânico e pelágico
0-350 m Quase ameaçada
Triakidae Tubarão Perna-de-moça
Galeorhinus galeus
Plataforma continental desde baías rasas, costeiras para a encosta continental.
0-800 m Vulnerável
Narkidae Natal Electric Ray
Heronarce garmani
Plataforma continental
73-329 m Vulnerável
Sphyrnidae Tubarão-martelo-recortado
Sphyrna lewine Costeiro e semi- oceânico
0-275 m Em perigo
Mobulidae Manta-diabo Mobula sp
Plataforma continental, e perto de ilhas oceânicas
0-200 m
Mobulidae Manta Manta birostris
Recifes costeiros, oceano pináculos e montes submarinos
0-1000 m Vulnerável
Mobulidae Manta Manta alfredi
Recifes costeiros, offshore, montes submarinos
0-300 m Vulnerável
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Família Nome comum Espécie Habitat Profundidade Estado
Rajidae Rattail Skate Raja lanceorostrata
Plataforma continental e encosta
desconhecido Dados deficientes
4.3 Situação Económica
4.3.1 Administrativa
A província de Cabo Delgado está localizada no extremo nordeste de Moçambique faz fronteira com a Tanzânia a norte (pelo rio Rovuma), com a província do Niassa a oeste, com pela Província de Nampula a sul e pelo Oceano Índico a leste. Sua capital é a cidade de Pemba, localizada cerca de 2600 km a norte da cidade de Maputo, a capital do país. A província tem uma área de 78 778 km e está dividida em 17 distritos e, desde 2013, cinco municípios: Chiúre, Mocímboa da Praia, Montepuez, Mueda e Pemba. Na província de Nampula, o distrito mais relevante ao longo da costa é Memba. O distrito de Memba situa-se na parte nordeste da província de Nampula, na fronteira com o distrito de Mecúfi da província de Cabo Delgado, ao sul com o distrito de Nacala-a-Velha, a leste com o Oceano Índico e a oeste com os distritos de Nacarôa e Eráti.
A estrutura de governamental nas províncias de Nampula e Cabo Delgado segue uma estrutura organizacional hierárquica, liderada por uma figura política, o governador Provincial, que é nomeado pelo Presidente de Moçambique. O gabinete do Governador é auxiliado por um Secretário Permanente. Várias instituições do sector, tais como meio ambiente, agricultura, pesca, turismo, saúde, educação, recursos minerais e energia, para citar os mais relevantes para este estudo, são representados a nível provincial por direcções provinciais, chefiado pelo respectivo Director Provincial, que fornecem o apoio técnico necessário ao gabinete do governador.
4.3.2 População
A população da província de Cabo Delgado, em 2010 (INE) era estimada em 2,333,278 habitantes,
representando 6,5% da população de Moçambique. Com uma taxa de crescimento de 1,9 por cento, Cabo
Delgado tem a segunda taxa de crescimento mais baixa no país depois das províncias de Gaza e Inhambane,
que têm uma taxa de crescimento de 1,7 por cento por ano (INE, 2010b).
A província de Nampula possui uma população de 3.985.285 habitantes, dos quais 51% são mulheres, com
uma taxa de crescimento anual de 2,5%. A densidade populacional da província é 50 habitantes por km ²,
2009 Notícias e INE censo de 2007.
A cidade de Nampula, capital da província com o mesmo nome, é o 3º maior centro urbano de Moçambique,
seguindo as cidades de Maputo e Matola. Com Emakhuwa como a língua materna dominante (78%), a maioria
da população da cidade (74%) fala Português, e seu domínio é maior em homens (83%) do que em mulheres
(65%), dada a maior inserção na escola, social e no mercado de trabalho.
O Distrito de Memba tem uma superfície de 4.466 km ² e sua população é estimada em 254 mil habitantes
até Julho de 2012. Com uma densidade populacional de aproximadamente 56,8 habitantes / km ², espera-se
que a população chegue a 275.000 até 2020. A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de
dependência económica de 1: 1, ou seja, em cada 10 crianças ou idosos existem 10 pessoas em idade labora.
Quase metade da população é composta de jovens (47%, abaixo dos 15), tem um índice de masculinidade
de 94% (por 100 habitantes feminino existem 94 masculinos) e uma forte matriz rural.
Cerca de 88% da população economicamente activa da província está envolvida em actividades de
agricultura, silvicultura, pesca e extractiva, enquanto 9% trabalha no sector terciário (ou seja, comércio e
finanças, serviços administrativos) e 3 por cento está envolvida em actividades do sector secundário
(indústria) (INE, 2010).
A maioria dos habitantes rurais de Moçambique são trabalhadores por conta própria. O emprego remunerado
representa apenas uma pequena parte da população economicamente activa. Na província de Cabo Delgado,
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85% da população trabalha por conta própria, seguido por trabalhadores domésticos não remunerados (9%).
Menos de 5% da população está empregue nos sectores púbico e privado.
A maioria da população economicamente activa na província de Nampula está ligada à subsistência familiar
e outras actividades de artesanato. Entretanto, este sector depende da dinâmica e condições de trabalho
assalariado e dos mercados mais formais dos de produtos agrícolas. Informações sobre emprego e
desemprego são limitadas e parciais e sabe-se muito pouco sobre a situação real. Foram solicitadas mais
consultas por socio economistas para o mês de Janeiro no sentido de alimentar a AIA, nos distritos de
interesse.
4.3.3 Educação
O sector da educação em Moçambique é composto por quatro subsistemas principais (geral, técnico e
profissional, formação de professores e educação de adultos) e quatro níveis principais (ensino primário,
básico, médio e superior).
A população entre as idades de 6 a 15, que é a idade escolar da educação básica, era de aproximadamente
8,53 milhões em 2014. A média da taxa de crescimento anual de 2007 a 2014 foi de 2,9% para a idade escolar
do ensino primário (6 a 12 anos de idade) e 3,0% para a idade escolar do ensino secundário (13-15 anos de
idade). As taxas brutas de matrícula na educação primária passaram de cerca 115-120% entre 2007 e 2014,
(JICA 2015).
O ensino geral constitui a espinha dorsal do sistema de ensino, com o nível primário, dividido em dois graus
(EP1 e EP2) e o nível secundário também subdividido em dois ciclos (ESG1 e ESG2.
Em 2007, havia 1.064 escolas na província de Cabo Delgado, das quais:
78 por cento leccionava o Ensino Primário do Primeiro Grau (EP1);
18.7 por cento leccionava o Ensino Primário do Segundo Grau (EP2);
2.6 por cento leccionava o Ensino Secundário do Primeiro Ciclo (ESG1);
0.7 por cento leccionava o Ensino Secundário do Segundo Ciclo (ESG2);
A cidade capital de Pemba tem 14 Escolas Primárias; 11 Escolas Secundárias; 2 Escolas Técnicas e
Profissionais.
Na província de Cabo Delgado, o nível de analfabetismo era de 66,6 por cento em 2007, o maior do país,
onde a média era de 50,3% (INE, 2010).
A província de Nampula tem um maior número de escolas primárias no sector público, 2.940. Este número
de escolas pode se relacionar com o facto de que esta é a província mais populosa do país, e
consequentemente tendo número mais elevado de crianças em idade escolar (6-12 anos). À semelhança do
ensino primário, esta província tem o maior número de escolas secundárias enquanto Cabo Delgado é a
província com o menor número de escolas.
No distrito de Memba, 33% da população é alfabetizada, predominantemente homens. O distrito tem uma
taxa de escolarização normal, onde 42% de seus habitantes declarou, no censo de 2007, que frequentou ou
já tinha frequentado escola antes, embora a maior parte apenas o ensino primário.
4.3.4 Actividades Económicas
Uma gama de actividades económicas são realizadas nas províncias de Nampula e Cabo Delgado com os
sectores da agricultura (52%) transporte (16,8%) e da indústria transformadora (9,2%) sendo os contribuintes
dominantes. A indústria local de pequena escala (pesca, carpintaria e artesanato) é uma alternativa para a
agricultura ou a extensão das suas actividades.
Algumas famílias usam os métodos tradicionais de fertilização do solo, tais como pousio da terra, estrume ou
palha. Além de questões climáticas, as principais restrições à produção são pragas, a seca, a falta ou
insuficiência de sementes e pesticidas. A comercialização é feita por comerciantes informais, o que torna
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difícil de controlar e registar os produtos e quantidades comercializadas. No entanto, com o desenvolvimento
dos distritos, a entrada de muitos estrangeiros e nacionais, entre os quais existem comerciantes formais e
informais, provocou a comercialização dos produtos mais procurados (cereais, raízes e tubérculos). O
desenvolvimento de gado tem vindo a melhorar devido a existência de algumas infraestruturas de gado e a
tradição de criação de gado e alguns pequenos ruminantes.
A rede comercial ainda não satisfaz a toda a população. Os estabelecimentos comerciais em operação (formal
e informal) estão concentrados nos distritos de cimento e nos mercados que se encontram ao seu redor; nos
restantes bairros o comércio é fornecido pelo sector informal.
Em Nampula, a agricultura contribui com mais de 50% para o PIB, seguida pelo sector comercial, em segundo
lugar. O distrito de Memba tem uma diversidade de recursos endógenos e exógenos e pode ser considerado
rico em potencialidades que podem estimular o desenvolvimento de uma região do distrito. Estudos sobre a
demanda dos mercados domésticos e fora-de-distrito identificaram como vectores de desenvolvimento do
território, os três seguintes produtos: peixe e marisco, milho e feijão.
A pesca é a segunda maior actividade no distrito depois da agricultura. É praticada em moldes artesanais
pelo sector familiar, sendo realizada principalmente para subsistência. Além de pesca em alto mar, também
é praticado em vários rios que atravessam o distrito.
4.3.4.1 Agricultura
As economias das Províncias de Cabo Delgado e Nampula é dominada pela agricultura de subsistência. As
actividades agrícolas compreendem a lavoura e a pecuária, e a maioria das actividades agrícolas são
realizadas para fins de subsistência. As principais culturas alimentares cultivadas são o milho, o sorgo, o
arroz, o milho perolado, feijão, amendoim, mandioca e batata-doce. As famílias só vendem produtos em
mercados locais, quando há um excedente. As culturas de rendimento incluem caju, gergelim e algodão.
Contudo, a produção de algodão caiu nos últimos anos devido à redução dos preços nos mercados
internacionais. Nas áreas costeiras, o coco é cultivado para o consumo doméstico e para a venda nos
mercados locais e regionais (Governo da Província de Cabo Delgado, 2010). A maioria da agricultura é
realizada pelas famílias usando a prática de corte e queima em regime de sequeiro. A maioria dos agricultores
usa o trabalho manual como não existem sistemas irrigação para irrigar as culturas.
No distrito de Memba, a agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os lares. No geral, a
agricultura é praticada manualmente com o cultivo de pequenas explorações agrícolas familiares em
variedades locais. A produção agrícola é, predominantemente, em condições de seca, e nem sempre é bem-
sucedida, uma vez que o risco de falha de colheita é alto, dada a baixa capacidade de conservação da
humidade do solo durante a estação de crescimento.
A faixa costeira é dominada pelo sistema de produção baseado na mandioca, associada com leguminosas
de grão, tais como feijão e amendoim. O arroz alimentado pela chuva é produzido nas planícies aluviais dos
principais rios que drenam a costa e planícies estuarinas e geralmente em planícies de inundação, preparadas
para essa finalidade. Há também a importância do coco no sistema de produção da zona costeira, como um
produto para a segurança alimentar ou como uma fonte de renda para famílias rurais. O sistema agroflorestal
de caju é o mais dominante. A mais importante consociação do caju inclui culturas como mandioca e milho,
seguindo o padrão tradicional rotação e pousio de médio e longo prazo, dependendo da idade dos cajueiros
e sua produtividade. Uma característica especial da área é que praticamente toda a mandioca está dentro da
área do caju. Os coqueiros na província têm uma distribuição alargada para o interior. O desenvolvimento da
pecuária no distrito tem sido fraco. No entanto, dada a tradição de criação de gado e algumas infraestruturas
existentes, houve algum crescimento do gado.
4.3.4.2 Transporte
O sector provincial de transporte é liderado principalmente pelas operações portuárias aeroportuárias de Pemba, incluindo o transporte de carga e passageiros por vários operadores privados de média e pequena escala. Numa perspectiva regional, o sector de transportes envolve ligações principalmente com as províncias nortenhas de Nampula e Niassa, bem como da fronteira da Tanzânia, utilizando a fronteira natural fornecida pelo rio Rovuma.
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As instalações portuárias em Pemba são um dos principais pontos de entrada para a mercadoria na província,
e o principal ponto das exportações, embora alguma carga seja levada para a província ou exportada através
do porto de Nacala, na província de Nampula, ao sul de Cabo Delgado. Passageiros domésticos e
internacionais (principalmente turistas) chegam diariamente ao Aeroporto Internacional de Pemba.
O sistema de transporte na província de Nampula inclui o transporte rodoviário, ferroviário, marítimo e aéreo.
O porto de Nacala é um dos três maiores do país. É o ponto de partida do desenvolvimento de Nacala (920
km de linha férrea dentro da província de Nampula) e é um importante porto para os países da Comunidade
para o Desenvolvimento da África Austral (SADC). Este Porto contém excelentes infraestruturas, incluindo
um terminal de contentores.
Memba é um dos poucos distritos da província de Nampula que possui dois sistemas de transporet
al.,ternativo, ou seja: transporte rodoviário e marítimo. Existem alguns transportes comuns "chapa 100" que
permitem a ligação entre este distrito e os de Nacala-a-Velha, Porto de Nacala, Nacarôa e Eráti. Actualmente,
o distrito tem mais um machimbombo que circula entre os distritos de Memba e Nacala-a-Velha e o porto de
Nacala. A rede de estradas do distrito se estende por 342 km e está ligada ao exterior por estradas
classificadas, a rede rodoviária consiste a 516 ER, que liga Memba-Nacarôa, a ER 517 que liga Memba-Eráti,
passando pelo posto administrativo de Mazua e, finalmente, ER 545 que liga Mazua para o Posto
Administrativo de Lúrio.
4.3.4.3 Turismo
O Norte de Moçambique é reconhecido por seus recursos naturais, ilhas tropicais e praias e rico património
cultural e por isso tem um enorme potencial para se tornar um destino turístico de renome internacional. O
turismo é um importante contribuinte para a economia provincial e tem potencial de expansão. Em 2010, este
sector contribuiu com 7% para a economia provincial, bem como com a geração de 10 por cento das receitas
fiscais. Entre 2005 e 2010, o número de visitantes nacionais e estrangeiros no Hotéis e pousadas locais
cresceu em 125% (de 24.973 visitantes em 2005 para 56.086 visitantes em 2010) (Governo da Província de
Cabo Delgado, 2010a; 2010d). Os 400 km da costa incluem grandes e belas praias em Angoche, Mongicual,
Mossuril, Ilha de Moçambique, Nacala Porto, Nacala-a-Velha e Memba. Toda essa extensão da costa tem
corais, belas paisagens e um potencial para a pesca desportiva, bem como outros desportos aquáticos. A
pesca de lazer não é muito comum na área, no entanto; alguns hotéis da zona costeira oferecem aos seus
clientes safaris de pesca visando principalmente agulhões e marlin. A Baía de Pemba é também fortemente
investida em estâncias turísticas, atraindo principalmente o capital estrangeiro. Na costa da cidade de Pemba,
a actividade de turismo concentra-se em actividades desportivas (canoagem, mergulho e pesca).
O potencial de crescimento do sector do turismo é limitada pela falta de instalações para alojamento de alta
qualidade. Uma estimativa de 74 por cento de acomodação na província é de baixa qualidade (com categoria
de uma ou duas estrelas). Os viajantes de negócios nacionais e internacionais geralmente fazem uso de
estabelecimentos com três a cinco estrelas, em especial os que se baseiam em Pemba. Os estabelecimentos
de quatro e cinco estrelas localizam-se principalmente nas ilhas do arquipélago das Quirimbas e na cidade
de Pemba. Estas instalações são usadas por turistas internacionais com alto rendimento que procuram um
ambiente remoto e imaculado.
4.3.4.4 Pesca
A actividade pesqueira em Moçambique desempenha um papel importante na economia do país, com o peixe,
sendo produto de segunda maior exportação de Moçambique depois de alumínio; Este recurso contribui com
cerca de 14,3% nas exportações totais e corresponde a aproximadamente 1,5% do Produto Interno Bruto
(PIB).
O sector da pesca em Moçambique é categorizado em três subsectores: o sector artesanal, semi-industrial e
industrial. O sector artesanal é composto por pescadores de subsistência que são encontrados em todo o
litoral em aldeias piscatórias e que usam pequenas embarcações (<10 m) e uma vasta gama de artes de
pesca de baixa selectividade. Eles operam geralmente a três milhas náuticas da Costa (em ecossistemas
diferentes), mas mais recentemente adquiriram capacidades para navegar mais para o mar durante todo o
ano. A pesca artesanal é amplamente encontrada na área de influência do projecto, com desembarques feitos
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em campos de pesca denominados centros de pesca (área de influência indirecta). A totalidade de capturas
através de pescadores artesanais na área do projecto está estimada em 20,000 toneladas por ano.
De acordo com o último senso censo realizado em 2012 (IDPPE, 2013), os distritos costeiros seleccionados
dentro da Área de Influência Indirecta do Projecto têm 214 centros de pesca. Dois distritos que limitam a Área
de Projecto ao Norte e o Sul têm o maior número de centros de pesca (distrito de Palma ao Norte e o distrito
de Memba a Sul). Há cerca de 27,290 pescadores com barcos na Área do Projecto (Tabela 15).
Tabela 15: Número de centros de pesca e pescadores artesanais mais próximos da área do projecto (todos os distritos costeiros da Província de Cabo Delgado e distrito de Memba, na província de Nampula)
Província Distrito Centro de Pesca Pescadores com Barcos
Cabo Delgado
Ibo 13 801
Macomia 31 3 625
Mecúfi 15 2 373
Mocímboa da Praia 24 3 908
Palma 41 3 704
Pemba cidade 19 2 811
Pemba Metuge 10 1 443
Quissanga 20 1 998
Nampula Memba 41 6 628
Total 214 27 291
Figura 19 mostra a distribuição dos centros de pesca na província de Cabo Delgado e distrito de Memba na
província de Nampula. Os centros de pesca são campos temporários utilizados para desembarque e
processamento das capturas e para manter os barcos e artes de pesca.
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Figura 19: Mapa dos centros de pesca na zona costeira da província de Cabo Delgado e distrito de Memba, Nacala e Mossuril
(Fonte: dados do censo de pesca artesanal do IDPPE 2012). Nota: A Área de Mossuril e Nacala estão fora
da área do projecto.
O sector semi-industrial, por outro lado, é um sector comercial encontrado somente nas águas costeiras mais
próximas de seus respectivos portos. Estes usam embarcações médias (10-20 m) e conserva sua pesca no
gelo. A frota procura diferentes espécies dependendo do campo de pesca. Actualmente (2017) existem
embarcações de pesca semi-industrial que operam na Área do Projecto.
O sector industrial, no entanto, emprega os navios maiores que 20m e é dedicado à pesca comercial. Além
da categorização de tamanho acima, as embarcações foram classificadas como industrial, quando elas têm
congeladores e são capazes de pescar longe do Porto, enquanto as embarcações semi-industriais conservam
as suas capturas com gelo e, portanto, têm autonomia limitada e não pescam longe de seus portos domésticos
(Decreto 43/2003).
As actividades de pesca que são consideradas relevantes para coincidirem com o projecto e que assim estão
descritas nesta seção incluem:
Pesca artesanal dos distritos da Província de Cabo Delgado (marítima) e distrito de Memba na
Província de Nampula
Pesca industrial do atum
As áreas de pesca artesanal de relevância incluem todo o litoral da província de Cabo Delgado e distrito de
Memba na Província de Nampula e as zonas de pesca perto de muitas ilhas localizadas primariamente ao
norte da província de Cabo Delgado.
A actividade pesqueira na província de Nampula está localizada ao longo da costa marítima, particularmente
ao longo de Memba, Nacala, Mossuril, Lunga, Angoche, Larde, Moma e outras baías. A maior parte da
produção destina-se ao consumo doméstico. O negócio de pesca tem diminuído significativamente nos
últimos cinco anos, particularmente a pesca semi-industriais devido à falta de meios de conservação.
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Na área do projecto, estes pescadores artesanais envolver-se em cinco tipos principais de pesca, ou seja:
pesca de arrasto, pesca com rede de emalhar, pesca de camarão de malha fina, pesca com rede de cerco e
peca com armadilha. A pesca de arrasto e a pesca com rede de cerco podem empregar entre sete e dezassete
pessoas por unidade de pesca, enquanto outros métodos empregam menos de sete pessoas por unidade de
pesca. Cada unidade de pesca é constituída por dois grupos sociais: os proprietários do barco / materiais de
pesca e os trabalhadores. A pesca de rede de emalhar é o método mais usado nos distritos de Palma e
Mocímboa da Praia, enquanto em Macomia a pesca de arrasto é a mais utilizada. A pesca de camarão com
malha fina é o método menos utilizado nos três Distritos.
5.0 QUESTÕES AMBIENTAIS LEVANTADAS PELO PROJECTO
5.1 Questões-chave que serão consideradas no EIS
As questões examinadas neste capítulo são derivadas de um exercício de delimitação de âmbito realizado
pela equipe de estudo especializada, com base no conhecimento da área do estudo pela equipa. As questões-
chave serão revistas e actualizadas após a delimitação pelo público e pela autoridade, que acontecerá em
Janeiro e Fevereiro de 2018. Caso esses fóruns levantem questões adicionais que justifiquem mudanças nos
termos de referência dos estudos especializados, estas questões serão incluídas no documento final
submetido ao MITADER.
5.1.1 Questões Relativas à Fauna Marinha
Toda a região oceânica onde o levantamento sísmico 2-D será operado e representado pelas linhas de
levantamento compreende a área de influência directa (a região nerítica, principalmente os habitats do recife
oriental e os cânions ao longo da costa moçambicana no distrito de Cabo Delgado e Memba). Todo o ambiente
pelágico (epipelágico, meso pelágico e bane pelágico e oceanos profundos, incluindo o Banco São Lázaro)
estará sob a influência directa do projecto.
A maioria da população do país vive na área costeira e conta com recursos naturais para sua subsistência,
sendo a pesca artesanal a principal fonte de sustento.
As actividades de aquisição sísmica podem ter algum impacto na fauna marinha de várias maneiras. O mais
notável são os impactos das ondas sonoras sob a água (ruído sísmico) geradas pelos tiros da fonte de ar. A
natureza e a intensidade dos impactos podem depender da espécie e da distância do corpo da fonte sonora.
Os impactos potenciais podem incluir e serão investigados ainda mais na AIA:
Desvio comportamental na proximidade da fonte sonora sísmica, que pode afectar a migração ou o
comportamento alimentar e de acasalamento;
A dissimulação dos sons de comunicação subaquática, pode resultar na desorientação e afectar a
migração, alimentação e / ou reprodução;
A colisão com os barcos e emaranhamento com o equipamento rebocado também pode resultar em
ferimentos ou morte.
Interferência com os ovos de peixe e as larvas de plâncton; e
Poluição de águas superficiais e habitats marinhos neríticos devido aos resíduos e derrames (se não for
devidamente administrado)
O impacto em espécies específicas pode afectar os processos ecológicos mais severamente (p. Ex.
Actividades predatórias) e quaisquer impactos em espécies de indivíduos ameaçados podem ter implicações
ao nível da população, se tiverem comprometido o sucesso reprodutivo do indivíduo. A região marinha de
Moçambique caracteriza-se pela existência de recifes de corais e pela grande diversidade de vida marinha
que eles sustentam. A área é utilizada como ambiente de reprodução e rota de migração para várias espécies
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de cetáceos, alguns dos quais são considerados ameaçados e caracteriza-se pela presença de várias
espécies de tartarugas ameaçadas de extinção. O potencial de impacto das actividades propostas sobre a
fauna marinha (e, portanto, sobre a biodiversidade e a ecologia marinha) é uma questão fundamental que
será investigada e avaliada por pesquisas científicas especializadas na AIA.
5.1.2 Questões Relativas aos Recursos Pesqueiros
Os principais problemas identificados para a avaliação de impacto incluem a preocupação de que o
levantamento sísmico deste Projecto com suas zonas de exclusão, normalmente obrigatória por razões de
segurança, reduza as principais zonas de pesca de pescadores artesanais e industriais da Área do Projecto.
A AIA terá em conta o impacto potencial da fonte sísmica sobre os recursos de pesca.
Com base nas questões resumidas na secção anterior, foram identificados os dois objectivos a seguir:
Objectivo 1 - manter o tamanho e o acesso a áreas de pesca para todas as frotas
Objectivo 2 - manter os recursos pesqueiros dentro de níveis de funções vitais aceitáveis.
5.1.3 Questões Relativas ao Turismo
A AIA terá que ter em conta os impactos potenciais no comportamento de grandes mamíferos marinhos,
resultantes da fonte de ar, que constituem uma importante atracção turística ao longo da costa de Cabo
Delgado. Algumas das empresas de turismo estabelecidas entre Palma e Mecúfi, no Sul de Pemba, oferecem
passeios marítimos para os seus hóspedes com base em passeios observação de baleias e golfinhos e
mergulho nos recifes de corais.
5.1.4 Questões Relativas ao Emprego e aos Benefícios Económicos
As oportunidades de emprego e a forma como estas são alocadas entre nacionais e estrangeiros é uma questão fundamental levantada por muitas partes interessadas. Na medida em que esta informação esteja disponível, ela será fornecida e avaliada na AIA.
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6.0 ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJECTO
Os limites físicos da área de influência do projecto variam entre uma componente ambiental e outra. Em
alguns casos, a área de estudo pode se estender somente aos limites físicos associados às actividades
propostas, enquanto em outras pode ultrapassar esses limites.
A Área de Influência Indirecta (AII) compreende as áreas que podem sofrer mudanças induzidas e / ou
cumulativas resultantes do Projecto, juntamente com actividades que não estão sob controlo directo do
Projecto. A Área de Influência Directa (ADI) corresponde à pegada física do Projecto, incluindo os navios
sísmicos 2D e as respectivas zonas de exclusão marinha efectivas durante a operação).
Usando a análise preliminar de questões, descritas acima, as tabelas abaixo fornecem um resumo da área
de influência do projecto em cada componente ambiental.
As definições de área usadas na tabela são definidas conforme o seguinte:
NSI Nenhuma área significativa de influência.
U Área de influência incerta que requer investigação na AIA.
Campo A pegada imediata da área de aquisição sísmica e todas as áreas necessárias para manobrar os navios.
PPZ O tampão legalmente definido de 500 m em torno do limite da área do projecto, que proíbe a circulação dos navios para evitar potenciais usos que possam entrar em conflito com a operação segura do projecto.
Local A área em estreita proximidade com o campo, geralmente dentro de poucos quilómetros ao redor (5km).
Regional Toda a área do oeste da área do projecto proposto para o exterior.
Nacional A República de Moçambique
De acordo com o Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo em Moçambique (PEDTM) I e II, a
costa norte de Cabo Delgado foi declarada Área Prioritária de Investimento Turístico (APIT) e inclui o Parque
Nacional Quirimbas (PNQ) e a costa de Cabo Delgado como uma das áreas de conservação mais importantes
em Moçambique projectada e planejada como um destino exclusivo promovido para segmentos de mercado
de viagens internacionais de alta capacidade económica.
A área de impacto directo regista uma série de lodges e hotéis ao longo da costa e nas ilhas, incluindo os
estabelecidos no PNQ. Figura 20 indica os locais dessas unidades ao longo da costa, entre Palma e Memba
(na Província de Nampula).
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Figura 20: Hotéis e Logdes das Províncias de Cabo Delgado e Norte Nampula
No âmbito do Estudo de Utilização de Recursos de Pesca, a definição de áreas de influência baseou-se nas
principais componentes do Projecto, a saber:
A componente onshore associada à desacostagem de embarcações
A componente offshore associada à operação do navio sísmico 2D e dos navios de abastecimento.
Para a componente onshore do Projecto, a AII inclui os centros de pesca artesanal e o litoral de todos os
distritos onde operam os barcos de pesca artesanal, o que coincide com todo o litoral de Cabo Delgado e
distrito de Memba em Nampula e pequenas ilhas localizadas principalmente ao Norte de Cabo Delgado.
Para a componente marinha do Projecto, a AII é determinada como um raio de 5 km em torno das
componentes offshore. Isso se deve ao fato de que o ambiente marinho, caracterizado por correntes, marés
e dinâmica das ondas, aumenta a velocidade e o espalhamento dos potenciais impactos do projecto para
além da fonte (ou seja, som da pistola de ar, luz e em caso de derramamento de combustível).
No que diz respeito à ADI, a componente marinha tem potencial para afectar as actividades de pesca
artesanal, semi-industrial e industrial no mar, perto da costa e ao longo da costa, interferindo temporariamente
com o acesso às áreas de pesca, respectivas rotas de acesso, disponibilidade de peixes e causando turbidez
da água com os consequentes efeitos em termos de capturas. A interferência física do navio sísmico 2D que
poderia ocorrer uma vez que os palangres utilizados para a pesca do atum podem chegar a 10 km.
Tabela 16 resume as áreas de influência esperadas do projecto em relação aos principais componentes
ambientais.
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Tabela 16: Área de Influência Directa e Indirecta do Projecto de Aquisição Sísmica Offshore
Projecto de Aquisição Sísmica Offshore
Impacto do Projecto sobre:
Fase de Instalação: Fase de Aquisição
Descrição Área de Influência Directa
Área de
Influência
Indirecta
Área de
Influência
Directa
Área de
Influência
Indirecta
Ecologia Marinha
Local Regional Local Regional
A fauna e flora marinhas na área de influência directa do projecto será aquela que ocorre precisamente nesta área e ampliando-se para uma escala regional.
A probabilidade e a extensão física da poluição na água durante as operações é actualmente muito pequena, no entanto, será avaliada ainda mais na AIA.
Pesca Local Regional Local Regional
A pesca na área de influência directa do projecto será aquela que ocorra precisamente na área do projecto e ampliando-se para uma escala regional. A probabilidade de comportamento migratório do peixe é actualmente desconhecida e requer análise na AIA.
Ambiente Social e Económico
Regional Nacional Regional Nacional Os benefícios da fase operacional decorrentes de royalties, impostos e despesas operacionais em curso se estenderão a nível nacional.
Turismo Regional Nacional Local Regional
O desenvolvimento do turismo é enorme perto da área de aquisição, a pesquisa sísmica pode ter impacto no turismo. A presença do navio poderá afectar as excursões turísticas ao longo da costa de Cabo Delgado.
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7.0 VULNERABILIDADES NO DESENVOLVIMENTO PROPOSTO
Os principais objectivos do EPDA são identificar vulnerabilidades (e riscos ambientais e sociais inaceitáveis)
que possam ameaçar a viabilidade do projecto e identificar impactos potenciais que serão avaliados ainda
mais durante a fase subsequente de AIA.
O Volume 2 com os TdRs fornece a identificação primária dos impactos do projecto, com base na descrição
do projecto apresentada no Capítulo 2, com base na avaliação preliminar apresentada no Capítulo 4 e 5 e
experiência anterior da equipa de AIA na avaliação de projectos similares.
Os riscos de maior consequência potencial, identificados durante a delimitação de âmbito, são os seguintes:
O impacto potencial sobre os recursos haliêuticos e a pesca artesanal e industrial, como o impacto
sobre os peixes demersais, peixes pelágicos, moluscos e camarão e outras funções vitais dos
crustáceos devido à fonte.
Desvio comportamental da fonte sonora sísmica, que pode afectar a migração ou o comportamento
alimentar e de acasalamento da vida marinha;
A dissimulação dos sons de comunicação subaquática pode resultar na desorientação e afectar a
migração, alimentação e / ou reprodução; e / ou a lesão patológica / mortalidade por colisão com
barcos e emaranhamento com o equipamento rebocado com a vida marinha. A probabilidade de isso
ocorrer é extremamente baixa.
Poluição de águas superficiais e habitats marinhos neríticos por resíduos e derramamentos (se não
for devidamente administrado) A CGG cumpre com os requisitos regulamentares 73/78 da Convenção
de MARPOL. Esta convenção recomenda a implementação de um Programa de Controlo de Poluição,
incluindo o tratamento, eliminação adequada e minimização de resíduos.
Nenhum dos potenciais impactos biofísicos e socioeconómicos identificados e riscos associados podem ser
considerados falhas fatais.
8.0 CONCLUSÕES
O EPDA e os TdR foram preparados seguindo o Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro, seguindo as
recomendações do MITADER, que classificou o projecto como um projecto A.
Não foram identificadas falhas fatais mas a revisão dos impactos ambientais potenciais das actividades de
aquisição sísmica offshore identificou as seguintes questões ambientais que exigem uma investigação
detalhada na fase de AIA:
Aspectos socioeconómicos (actividade pesqueira);
Ecologia (vida marinha);
Oceanografia
Tráfego Marítimo
Aspectos sociais e
Turismo (desporto, recreação e observação de mamíferos)
Estudos de especialidades serão realizados para investigar essas questões-chave, que serão o foco da
avaliação potencial de impacto ambiental do levantamento sísmico proposto. No entanto, também serão
considerados impactos potenciais menos significativos.
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9.0 REFERÊNCIAS
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GOLDER ASSOCIADOS MOÇAMBIQUE LIMITADA
Candida Boavida Jamila das Neves/Etienne Roux
Consultora Ambiental Consultora Ambiental Sénior/revisor
CB/JdN/SC
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Directors: G Michau, RGM Heath
Golder, Golder Associates and the GA globe design are trademarks of Golder Associates Corporation.
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APPENDIX A Limitações de Documento
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LIMITAÇÕES DO DOCUMENTO
O presente Documento foi providenciado pela Golder Associados Moçambique Lda. (“Golder”) sujeito às
limitações seguintes:
i) O presente Documento foi elaborado com a finalidade específica delineada na proposta da Golder, e
não é aceite qualquer responsabilidade pelo uso do presente Documento, no todo ou em parte, em outros
contextos ou para quaisquer outros fins.
ii) O âmbito e o período de Serviços da Golder são conforme se encontram descritos na proposta da Golder,
e estão sujeitos a restrições e a limitações. A Golder não efectuou uma avaliação completa de todas as
possíveis condições ou circunstâncias que podem existir no local em referência no presente Documento.
Caso algum serviço não esteja expressamente indicado, não se deve presumir que este tenha sido
providenciado. Caso alguma questão não seja tratada, não se deve presumir que a Golder tenha feito
qualquer determinação com relação à mesma.
iii) Podem existir condições que não foram detectáveis dada a natureza limitada da investigação a respeito
da qual a Golder foi incumbida de realizar relativamente ao local. Podem ocorrer variações nas condições
entre os locais de investigação, e podem existir condições especiais relativamente ao local que não
tenha sido relevado através da investigação e que portanto não tenha sido levado em consideração no
Documento. Consequentemente, podem vir a ser necessários estudos e acções adicionais.
iv) Adicionalmente, reconhece-se que o decorrer do tempo afecta a informação e avaliação providenciada
no presente Documento. As opiniões da Golder são baseadas em informação que existia na altura de
elaboração do presente Documento. Entende-se que os Serviços providenciados meramente permitiram
à Golder formular uma opinião sobre as condições actuais existentes no local na altura da visita
efectuada ao mesmo e não podem ser utilizados para avaliar o efeito de quaisquer mudanças
subsequentes na qualidade do local, ou ambiente circundante, nem de quaisquer leis ou regulamentos.
v) Quaisquer avaliações apresentadas no presente Documento são baseadas nas condições indicadas a
partir de fontes publicadas e na investigação descrita. Não está incluída, tanto expressa como
implicitamente, qualquer garantia de que as condições actuais se irão conformar exactamente com as
avaliações contidas no presente Documento.
vi) Nos casos em que tenham sido usados dados fornecidos pelo cliente ou por outras fontes externas,
incluindo dados de pesquisa anterior realizada no local, foi feita a suposição de que a informação está
correcta a menos que de outra forma especificado. A Golder não aceita qualquer responsabilidade por
dados incompletos ou inexactos que tenham sido disponibilizados por outras partes.
vii) O Cliente confirma que a Golder pode ter utilizado subconsultores afiliados com a Golder para
providenciar Serviços em benefício da Golder. A Golder será totalmente responsável perante o Cliente
pelos Serviços e trabalho efectuado por todos os seus subconsultores e empresas subcontratadas. O
Cliente concorda que só avançará com a apresentação de quaisquer reclamações e com vista a procurar
recuperar perdas, danos ou outras responsabilidades da parte da Golder e não de qualquer das
empresas afiliadas à Golder. Na medida do que é permitido em termos da lei, o Cliente reconhece e
concorda que não terá qualquer recurso legal e renuncia a qualquer despesa, perda, reclamação,
demanda ou instauração de caso contra as empresas afiliadas da Golder, seus trabalhadores, técnicos
e directores.
viii) O presente Documento é providenciado para uso exclusivo do Cliente e é confidencial ao mesmo e aos
seus consultores profissionais. Não será aceite qualquer responsabilidade, seja de que natureza for pelo
conteúdo do presente Documento por qualquer pessoa que não seja o Cliente. Qualquer uso do presente
Documento por terceiros, ou qualquer consideração sobre o Documento ou decisões tomadas com base
no mesmo, constituem a responsabilidade única dos terceiros em questão. A Golder não aceita qualquer
responsabilização por danos, caso existam alguns, incorridos por qualquer terceira parte como resultado
de decisões ou acções tomadas com base no presente Documento.
GOLDER ASSOCIATES AFRICA (PTY) LTD
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APPENDIX B Curricula Vitae
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