Projecto de uma instalao de utilizao

http://www.prof2000.pt/users/lpa

Instalaes tipo C (*) - so instalaes abastecidas a partir da rede pblica de baixa tenso.Estas instalaes so certificadas pela Certiel Associao Certificadora de Instalaes Elctricas

S obrigatrio projecto se a S > 50KVA

Sequncia de procedimentos para o desenvolvimento de um projecto de uma instalao de utilizao de uma habitao unifamiliar.

(*) Anteriormente

designadas por instalaes elctricas particulares de 5 categoria.2

Traado dos circuitos

3

Com base na planta da habitao e respectiva escala

1 Definio da utilizao a dar a cada diviso da casa(j definida nesta planta ou a definir pelo projectista com a respectiva legenda).

Escala 1:100 (1 cm na planta corresponde a 100 cm no real)

4

2 Classificao dos locais: factores de influncia externa(consultar seco 512 das RTIEBT) Salas, quartos, corredores: AA4 e AB4 (temperatura ambiente: -5C a +40C e clima temperado) Casas de banho, cozinhas: AD2 (presena de gotas de gua)

Equipamentos elctricos: caractersticas dos invlucrosndice de proteco mnimo dos invlucros dos equipamentos: IP20 - IK04 ndice de proteco dos invlucros dos equipamentos para utilizao no volume 2 das casas de banho: IP23 IK04 ndice de proteco dos invlucros dos equipamentos para locais inundveis por lavagem frequente com jactos de gua, ptios e terraos descobertos: IP25 IK04NOTA: No cdigo IPXY, o algarismo X varia de 0 a 6 e traduz, de forma crescente, o grau de proteco contra a penetrao de corpos slidos, enquanto o algarismo Y varia de 0 a 8 e traduz, tambm de forma crescente, o grau de proteco contra a penetrao de lquidos. No cdigo IKXX, o nmero XX varia de 0 a 10 e traduz, de forma crescente, o grau de proteco contra as aces mecnicas.

5

3 Desenhar o esquema arquitectural na planta da habitao- Localizao do quadro de entrada - (junto entrada da habitao, no interior) - Localizao dos pontos de utilizao - (iluminao, tomadas, etc.) - Localizao dos equipamentos - (interruptores, comutadores, caixas de derivao, etc.)

Desenhar um esquema arquitectural para: - Iluminao

- Tomadas de uso geral- Sinalizao - Equipamentos especficos - (mquinas de lavar, forno, cilindro, placa vitrocermica, etc.)NOTA: O traado dos circuitos deve ser feito com linhas horizontais e verticais e tambm se deve representar o nmero de condutores por circuito (em cada troo).

6

4 Calcular o nmero de circuitosComo regra geral, os circuitos destinados a utilizaes distintas (iluminao, tomadas de usos gerais, tomadas de aquecimento, cozinha elctrica, mquinas de lavar, etc.) devem ser distintos.Circuitos independentes para alimentao de mquinas com potncia significativa (fornos, foges, mquinas de lavar roupa e loua, mquinas de secar roupa, placa vitrocermica, etc.). Previso de circuitos destinados a iluminao e tomadas de modo que cada circuito no alimente mais do que 8 pontos de utilizao. Previso de circuitos independentes para alimentao de aparelhos fixos de climatizao ambiente, de modo a que cada circuito no alimente mais de 5 aparelhos.

Pontos de utilizao recomendados numa habitao Salas:1 tomada de usos gerais por cada 5m de parede; 1 ou 2 pontos de iluminao; 1 caixa terminal para ligao do aparelho de climatizao (ar condicionado ou aquecedor elctrico).7

Pontos de utilizao recomendados numa habitao

Quartos:3 tomadas para usos gerais; 1 ponto de iluminao; 1 caixa terminal para ligao do aparelho de climatizao (ar condicionado ou aquecedor elctrico).

Cozinhas:5 tomadas para usos gerais; 1 tomada para mquina de lavar loua; 1 ou 2 pontos de iluminao; 1 caixa terminal para ligao da placa vitrocermica; 1 caixa terminal para ligao do forno; 1 caixa terminal para ligao do exaustor; 1 caixa terminal para ligao do aparelho de climatizao (ar condicionado ou aquecedor elctrico).

Lavandaria:1 tomada para usos gerais; 1 tomada para mquina de lavar roupa; 1 tomada para mquina de secar roupa; 1 ponto de iluminao.8

Pontos de utilizao recomendados numa habitao

Casa de banho:2 pontos fixos de iluminao; 2 tomadas de uso geral (uma junto ao lavatrio volume 2 - e outra no volume 3).NOTA: Atender aos quatro volumes diferenciados nas casas de banho: Volume 0 local ou zona de risco mximo; Volume 1 local ou zona de risco elevado; Volume 2 local onde o risco existe, mas j menor; Volume 3 local de risco mais reduzido

Corredores e vestbulos:1 ou 2 pontos de iluminao; 1 tomada de usos gerais por cada 6 metros.

Arrecadaes e garagens:1 tomada de usos gerais; 1 ponto de iluminao.9

Dimensionamento dos circuitos

10

1 Potncia previsvel com base no nmero de compartimentos(So considerados compartimentos todas as reas superiores a 4 m2 com excepo das cozinhas, casas de banho e corredores)Na ausncia de informao mais precisa relativamente aos equipamentos a considerar e com base no nmero de compartimentos podem-se considerar as seguintes potncias mnimas Habitao Com 1 compartimento De 2 a 6 compartimentos Tipo de alimentao Monofsica Monofsica Potncia mnima (KVA) 3,45 6,9 10,35

Com mais de 6 compartimentos Monofsica

Notas: As instalaes de locais de habitao so em regra monofsicas at 13,8KVA. Se houver receptores trifsicos o tipo de alimentao deve ser trifsica.Para uma avaliao mais precisa da potncia elctrica deve-se calcular a potncia a instalar com base na rea dos compartimentos. 11

Potncia previsvel com base na rea dos compartimentos- Calcular a rea de cada compartimento (comprimento x largura) (Exemplo: Escala 1:100 1 cm na planta corresponde a 100 cm no real). - Calcular a potncia a instalar em funo da rea e das potncias especficas indicadas na tabela seguinte.Tipo de utilizaoIluminao e tomadas de uso geral Climatizao ambiente elctrica Mquinas de lavar N de compartimentos Cozinha elctrica At 3 4 5 6 ou mais Aquecimento de gua elctrico At 3 4e5 6 ou mais 3 KVA 4 KVA 5 KVA 8 KVA 1,5 KVA 2 KVA 3 KVA12

Potncia especfica25 VA/m2 80 VA/m2 3,3 KVA

2 Escolher a potncia a requisitar EDP Os valores de potncia contratada tpicos para as habitaes so: 1,15 3,45 6,9 10,35 13,8 17,25 20,7 KVA Nota: A potncia contratada EDP no precisa de ser igual potncia calculada anteriormente j que raramente ela toda utilizada simultaneamente, pois geralmente no esto a trabalhar ao mesmo tempo todos os receptores.

3 Verificar se a instalao de utilizao deve ser monofsica ou trifsica As instalaes em locais de habitao so, em regra, monofsicas at 13,8 KVA e sem receptores trifsicos, sendo genericamente os circuitos finais do tipo monofsico.

13

4 Calcular o calibre do disjuntor de entradaEste disjuntor de entrada colocado pela EDP e tem como funo controlar a potncia contratada ( designado por DCP - dispositivo controlador de potncia). Este equipamento deve ser colocado a jusante do contador. Os DCP podem ser bipolares ou tetrapolares, para instalaes monofsicas ou trifsicas, respectivamente. Devem ter calibres em conformidade com a potncia contratada.

Exemplo: Potncia contratada: 13,8 KVA Tenso monofsica: 230 V S = U x I 13800 = 230 x I I = 13800 / 230 I = 60 A O DCP com regulao 30-45-60 ser regulado para 60A.

14

5 Dimensionar a seco dos condutores de entrada a partir da corrente estipulada

Condutores isolados em condutas circulares (tubos) embebidas nos elementos da construo, em alvenaria.

Utilizao de condutores isolados a policloreto de vinilo (PVC) dos tipos H07V-R ou H07V-U com uma seco que regulamentarmente no pode ser inferior a 6 mm2.

15

Seco do condutor (mm2) 1,5 2,5 4 6 10 16 25 35 50 70 95 120

Intensidade da corrente (A) 17,5 24 32 41 57 76 101 125 151 192 232 269

Correntes admissveis, em amperes para dois condutores carregados isolados a policloreto de vinilo (PVC).

Exemplos: Para uma corrente estipulada de 30A a seco mnima do condutor dever ser de 6 mm2, porque a seco mnima nas entradas de 6 mm2 segundo as RTIEBT. Para uma corrente estipulada de 45A a seco mnima do condutor dever ser de 10 mm2. Para uma corrente estipulada de 60A a seco mnima do condutor dever ser de 16 mm2. 16

6 Dimensionar o dimetro do tubo de entrada, a partir do nmero de condutores e respectivas secesExemplo: Suponhamos uma alimentao monofsica com uma corrente estipulada de 45A, logo a seco mnima do condutor ser de 10 mm2. Consultando a tabela ao lado, verificamos que o dimetro do tubo seria de 25 mm para 3 condutores (Fase, Neutro e PE) de 10 mm2 no entanto, como segundo as RTIEBT nas entradas (monofsicas ou trifsicas) destinadas a alimentar locais residenciais ou de uso profissional no podem ser empregues canalizaes com tubos de dimetro nominal inferior a 32 mm, o tubo a usar ter de ter 32 mm e no 25 mm de . 17

7 Fazer o esquema unifilar do quadro elctrico de entradaFazer o esquema unifilar do quadro elctrico de entrada, com dimetros de tubos, nmero de condutores, seces e disjuntores.

18

Quadro de entrada monofsico de uma habitao

Circuitos de sada 1 Iluminao 2 Iluminao 3 Iluminao10A 10A 10A 6A 16A16A 16A 16A

4 Sinalizao 5 Tomadas 6 Tomadas

7 Mquina de lavar1 2 3 4 5 6 7 8

8 Termoacumulador

19

- Os quadros devem ser equipados com barramentos de fase, de neutro e de terra ou ligador de terra devidamente identificado.

-Todos os circuitos devero ser dotados de condutor de proteco (PE)- Seco mnima dos condutores: Sinalizao e comando: 0,5 mm2 Iluminao e estores elctricos: 1,5 mm2 Tomadas, termoacumulador, mquinas de lavar/secar, climatizao ambiente, porto elctrico, banheira de hidromassagem: 2,5 mm2 Fogo/forno: 4 mm2 ou 6 mm2

- DisjuntoresIntensidades estipuladas : 6 10 16 20 25 32 40 50 e 63A Poderes de corte estipulados normalizados: 1,5 3 4,5 6 10 KA Os aparelhos de corte e proteco contra sobreintensidades dos circuitos de sada dos quadros devem ter os seguintes calibres:Circuito de sada (mm2)Disjuntor (A)

1,510

2,516

420

632 20

- No que se refere ao regime de neutro, para estas instalaes, o esquema de ligaes tpico o esquema TT (ligao das massas terra em associao com o aparelho diferencial).

- A proteco de pessoas contra contactos indirectos tipicamente realizada por meio de aparelhos diferenciais (*) (ID Interruptor diferencial ou DDR Disjuntor diferencial) de sensibilidade adequada. A seleco da sensibilidade (In) do aparelho diferencial deve ter em conta os valores mximos da resistncia de terra previsvel e ainda as tenses limite convencionais (UL=25V cozinhas, casas de banho, locais hmidos e molhados em geral - UL=50V N F para os restantes casos).- Para a proteco contra sobretenses usa-se um descarregador de sobretenses (DST) a instalar entrada da instalao (a montante ou a jusante do dispositivo diferencial). uma proteco recomendada quando as instalaes forem alimentadas por redes areas de distribuio em BT (condutores nus ou toradas) e quando a segurana de bens e/ou a continuidade de servio forem relevantes.(*) Correntes estipuladas dos diferenciais I de 25, 40, 63, 80, 100A n

PE

21

Pormenores tcnicos

22

A localizao dos interruptores, comutadores e tomadas obedece tambm a normas mnimas:- Os interruptores/comutadores devem ser colocados em posio tal que no fiquem tapados pelas portas, quando estas abrem, e estarem situadas a uma altura uniforme compreendida entre 1,10m e 1,20m ( altura das maanetas das portas). - As tomadas nas divises principais devem ser instaladas a uma altura uniforme situada entre 0,05m e 0,30m; as tomadas de cozinha, entre 1,10m e 1,20m; as tomadas nas casas de banho entre 1,50m e 1,60m.

- Todo o material dever ser de qualidade comprovada (marcao CE)

Traado das canalizaesAs canalizaes instaladas nas paredes, embebidas ou vista, devem ser sempre estabelecidas em traados verticais ou horizontais (no so permitidas diagonais).23

Informao complementar- Factores de influncia externas

- Cdigo de proteco IP e IK- Seleco da sensibilidade do aparelho diferencial

24

Factores de influncias externasEstes factores so identificveis mediante um cdigo alfanumrico, constitudo por duas letras e um algarismo, cujo significado conforme a tabela.

Codificao das influncias externasElementos constituintes do cdigo 1 Letra do cdigo 2 Letra do cdigo NmeroExemplos: AA4 A - Categoria geral: Ambiente A - Natureza da influncia: Temperatura ambiente 4 - Classe: Temperado (-5C a + 40C) (ver quadro 51A(AA) das RTIEBT Parte 5 / Seco 51) B Categoria geral: Utilizao E Natureza da influncia: Natureza dos produtos tratados ou armazenados 2 Classe: Riscos de incndio (ver quadro 51A(BE) das RTIEBT Parte 5 / Seco 51) C Categoria geral: Construo de edifcios A Natureza da influncia: Materiais de construo 1 Classe: No combustveis (ver quadro 51A(CA) das RTIEBT Parte 5 / Seco 51)

Significado de cada elemento Categoria Geral Natureza da influncia Classe

Categoria das influncias Ambiente A A at S (17 naturezas) 1a8 Utilizao B A at E (5 naturezas) 1a5 Construo de edifcios C AeB (2 naturezas) 2e4

BE2

CA1

25

C d i g o d e p r o t e c o IK I P26

Cdigo de proteco IK

IK

Energia de impacto (Joule)No protegido 0,15 0,20 0,35 0,50 0,70 1,00 2,00

Massa de corpo(em gramas que produz a energia de impacto numa queda de 1 metro de altura)

00 01 02 03 04 05 06 07

15 20 35 50 70 100 200

0809 10

5,0010,00 20,00

5001000 2000

27

Seleco da sensibilidade do aparelho diferencialSensibilidadeBaixa sensibilidade Corrente residual -diferencial estipulada (In) 20 A 10 A 5A 3A 1A Mdia sensibilidade 500 mA 300 mA 100 mA Alta sensibilidade 30 mA 12 mA 6 mA Valor mximo da resistncia de terra UL= 50 V 2,5 5 10 17 50 100 167 500 1670 4170 8330 Valor mximo da resistncia de terra UL= 25 V 1,25 2,5 5 8,3 25 50 83,3 250 833 2083 4167 Tenso limite convencional de contacto UL= 25 V Tenso limite convencional de contacto UL= 50 V Aplicvel s instalaes em locais de habitao, tipo industrial, comercial e outros no classificados como locais especiais.

Aplicvel s instalaes e locais especiais.

Valores mximos da resistncia de terra em funo da sensibilidade do aparelho de proteco diferencial, por exemplo, se for de 500mA:R x In 50V R x In 25V R 50 / 0,5 R 25 / 0,5 R 100 R 50

NOTA: Na medida do possvel a resistncia de terra no deve exceder 100 .

Lucnio Preza de Arajo

28