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Projecto Náutica: Monografia

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Edição do Projecto Náutica.

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Ficha Técnica

TítuloMonografia do Projecto

“A Náutica como factor de Desenvolvimento da Região Norte”

EdiçãoINTERCÉLTICA – Associação Cultural, Desportiva e Turística

coordenação GeralGuilherme GuimarãesJoão Zamith

Equipa Técnica – NML, LdaMarco RebeloRui AzevedoNélson QuicoPaula SusanoGoretti SilvaAlexandra CorreiaMiguel PreciosoGina GomesLuciana BarbosaJoão CarvalhoJoão Silva

Relator PeritoCarlos Costa

Design e PaginaçãoEdgar AfonsoJorge Cerqueira

ProduçãoGráfica Visão

DataJulho de 2008

co-FinanciamentoUnião EuropeiaFundo Europeu de Desenvolvimento Regional

comissão de acompanhamentoAgência para o Desenvolvimento do Turismo da Região Norte (ADETURN)

Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM)

Associação Portuguesa de Indústria e Comércio das Actividades Náuticas (APICAN)

Associação Portuguesa dos Portos de Recreio (APPR)

Asociación Galega de Actividades Náuticas (AGAN)

Associação Nacional de Empresas de Turismo Activo (ANETURA)

Associação dos Oficiais da Reserva Naval (AORN)

Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar (EMAM)

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR–N)

Revisão de TextoLuísa Nunes

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Nada me dá mais prazer do que poder escrever estas palavras so-bre o estudo efectuado pela INTERCÉLTICA com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte, “A Náutica como factor de Desenvolvimento da Região Norte”. Digo-o por-que este trabalho revela muito esforço, rigor e acima de tudo uma visão abrangente para um sector – a náutica de recreio e desportiva

– tão inexplorado em Portugal e, por isso, também pouco fomentado na Região Norte do País.

Trata-se de um estudo que comporta uma grande dose de incon-formismo. Um inconformismo que trespassa mesmo através dos factos apresentados e do rigor da sua análise, e que, desde logo, se manifesta nas comparações fortemente desfavoráveis da situação da náutica na Região Norte relativamente à região vizinha da Galiza. Apesar de contar com uma costa privilegiada, o que ajuda, a Galiza apresenta um número de embarcações e de infra-estruturas dedicadas à náutica que excede vezes sem conta as da Região Norte. Trata-se também de um estudo pragmático, porque procura fazer a ligação entre a náutica de recreio e o desporto náutico com a economia, com a comerciali-zação de produtos destinados à náutica e com o turismo, tudo áreas criadoras de emprego, numa realidade geográfica – a Região Norte

- que tanto é afectada hoje pela sua falta.Inconformismo e pragmatismo são precisamente as qualidades

que mais são precisas em Portugal na actual conjuntura, para que possamos largar paradigmas do passado, ou melhor, a ausência de paradigmas, e possamos abraçar sem receios, mas com determinação os novos paradigmas do futuro. Paradigmas que estarão sempre ligados à qualidade de vida das regiões da Europa, ao aproveitamento das características físicas dessas regiões, e logo ao reencontro com a sua história, as suas tradições e, por isso, ao reencontro consigo mesmas. No caso da Região Norte de Portugal tudo isto não pode deixar de passar pela sua herança marítima cultural.

Trata-se também inevitavelmente de paradigmas ligados à susten-tabilidade ambiental e social das regiões. Ora o desenvolvimento da náutica na Região Norte significará forçosamente mais sensibilização ambiental, maior consciência da preservação dos oceanos e da água por um maior número de cidadãos. Implicará, como decorrência na-tural da sua difusão, mais responsabilidade e mais espírito de equipa e coesão social, forjados na partilha dos tempos livres das escolas e dos jovens da Região na prática da náutica de recreio e desportiva.

É por isso que a dinamização, o desenvolvimento e a difusão da náutica na Região Norte são verdadeiramente importantes para o desenvolvimento sustentado desta Região. É por isso que é um tema que não deve ser visto como um pormenor de pouca importância para uma região naturalmente atarefada com a gestão urgente do seu dia a dia, e que pode não encontrar nem tempo, nem espaço, para

pensar com serenidade o seu futuro e planear a qualidade de vida dos seus habitantes.

O que aqui está verdadeiramente em causa é economia, é turismo, é herança cultural, é desporto e é saúde, é educação e é cidadania. É acima de tudo mais uma via convergente para uma visão estratégica

– de longo prazo – da Região Norte como uma importante região marítima da Europa.

É também importante porque a expansão da náutica de recreio e desportiva se enquadra perfeitamente nos objectivos da actual Política Marítima Integrada Europeia, na sua visão para as regiões costeiras da Europa e na sua promoção da qualidade de vida nessas regiões. Já no relatório da Comissão Estratégica dos Oceanos “O Oceano, um Desígnio Nacional para o Século XXI” se afirmava que a náutica de recreio e a náutica desportiva deviam ser equacionadas como um vector de uma estratégia nacional para o oceano. E, efectivamente, quatro anos passados, é positivo saber que a promoção da náutica como um factor de desenvolvimento das regiões costeiras do País se insere plenamente no quadro da actual Estratégia Nacional para o Mar de Portugal.

Estão de parabéns a INTERCÉLTICA, em particular João Zamith e Guilherme Guimarães – incansáveis na promoção do desporto náutico

- bem como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, pela visão que tem vindo a desenvolver sobre o valor do Mar para esta Região bem como e, principalmente, pela consistência e persistência com que tem vindo a consolidar essa visão.

Bruxelas, 31 de Julho de 2008 Tiago de Pitta e Cunha

Membro do Gabinete do Comissário Europeupara as Pescas e para os Assuntos MarítimosComissão Europeia

PrefácioTiaGO DE PiTTa E cUnha

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Desde o pr imeiro contacto efectuado pelo Arq. Guilherme Guimarães e pelo Dr João Zamith que o Projecto “A Náutica como factor de Desenvolvimento da Região Norte”, desenvolvido pela INTERCÉLTICA em parceria com a CCDR–N, foi acompanhado e aca-rinhado pela Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar. As razões são várias:

Desde logo, pelo seu perfeito enquadramento nas linhas de acção apontadas na Estratégia Nacional para o Mar, assim como no plano de acção da Política Marítima Europeia adoptado pela Comissão Europeia durante a Presidência Portuguesa;

Depois, porque se trata de passar da teoria à pratica dando um contributo muito positivo para a sensibilização e para a mobiliza-ção da sociedade para a importância do mar através da promoção do ensino e divulgação de actividades ligadas ao mar nas suas diferentes modalidades náuticas (vela, remo, surf, cruzeiros, rafting, canoagem, entre outras) e da realização de eventos nacionais e internacionais que reforçam a nossa imagem de país marítimo e destino turístico;

Ao fomentar a economia do mar, valorizando-o como elemento de dinamização de actividades marítimas e de interconexão com outros sectores, a montante e a jusante, este projecto contribui certamente para a dinamização de um efectivo “cluster” do mar.A própria designação do projecto “A Náutica como factor de

Desenvolvimento da Região Norte” remete para uma visão integra-dora de valorização dos recursos hídricos da Região e para a pro-moção da sua competitividade, aspectos contemplados na Agenda Regional do Mar e na Agenda Regional do Turismo.

Não posso deixar de referir que o modelo de governação adop-tado para este projecto é exemplar, ao envolver na sua Comissão de Acompanhamento diversos actores regionais e nacionais que natu-ralmente o enriqueceram com os seus contributos e empenho na implementação do plano de acção, e deve ser considerado uma “boa prática” a seguir em projectos futuros a nível nacional.

A “Náutica” apresenta significativas potencialidades baseadas, en-tre outras, na crescente procura das várias modalidades, seja na náutica de recreio seja na náutica de desporto às quais se oferece um mercado interno e externo a requerer satisfação em qualidade e diversidade

e nas excelentes condições naturais favoráveis à prática de diversas modalidades.

Dito isto, estamos também conscientes dos diversos desafios a enfrentar, seja necessidade de infra-estruturas de apoio adequadas, seja pelos processos de licenciamento que é urgente agilizar ou pela ne-cessária articulação com o ordenamento do espaço marítimo, da orla costeira e zonas de áreas protegidas marinhas, havendo naturalmente que encontrar-se o equilíbrio para que a expansão das actividades náuticas seja realizado numa perspectiva de sustentabilidade e de acordo com um adequado ordenamento do espaço marítimo.

Todavia estamos optimistas e pensamos que se abrem perspectivas positivas nesta área com o trabalho em curso no âmbito da rede de Pontos Focais da Comissão Interministerial para os Assuntos do Mar (CIAM) no sentido da simplificação de procedimentos e do licencia-mento, sendo que a área das actividades marítimo-turísticas é uma das que se encontra numa fase mais avançada.

A CIAM aprovou também um “Programa de Ordenamento do Espaço Marítimo” coordenado pelo Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento estando já definidos os termos de referência do trabalho a desenvolver nesta área.

Também se considera como positivo para o desenvolvimento do sector da Náutica toda a dinâmica existente na Região em torno das questões do mar.

Quero expressar o meu sincero agradecimento aos promotores e a todas as entidades envolvidas no projecto “A Náutica como factor de Desenvolvimento da Região Norte” pelo contributo que deram à implementação efectiva da Estratégia Nacional para o Mar e desejar

“bons ventos para que o levem a bom porto”.

Lisboa, 31 de Julho de 2008Miguel Sequeira

Responsável pela Estrutura de Missão para os Assuntos do MarMinistério da Defesa Nacional

NoTA iNTroDUTÓriAmiGUEl sEqUEiRa

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A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), no âmbito do “Pacto Regional para Competitividade do Norte de Portugal”, identificou um conjunto de Agendas Temáticas Prioritárias, entre as quais, a Agenda Regional de Turismo.

A dinamização desta Agenda passa pelo desenvolvimento de uma Estratégia para o Turismo do Norte de Portugal, materializada num Plano de Acção, a qual foi objecto de concertação e articulação com os diversos actores com influência no desenvolvimento turístico regional.

O referido Plano de Acção estabelece um modelo territorial (Uma Região – Quatro Destinos), prioridades estratégicas, metas e um conjunto de produtos turísticos prioritários, entre os quais, o

“Turismo Náutico”.Na verdade, o Norte de Portugal possui um conjunto de re-

cursos que justificam uma aposta estratégica neste produto turístico, nomeadamente, (i) a sua excepcional costa atlântica, de elevado valor paisagístico e natural, com condições favoráveis à prática de activida-des náuticas e de recreio e lazer, (ii) o Rio Douro – canal navegável e estruturante para o turismo regional (que regista cerca de 180 mil passageiros/ano); e (iii) a diversidade de rios e albufeiras.

Por outro lado, a construção do novo Terminal de cruzeiros tu-rísticos, no Porto de Leixões (investimento estruturante, estimado em mais de 40 milhões de euros) e a infra-estruturação e valorização de cais e de plataformas de acostagem ao longo do Rio Douro são alguns exemplos de projectos que irão contribuir para o desenvolvi-mento deste produto turístico.

Para além de projectos de natureza infra-estrutural, outros pro-jectos de carácter imaterial assumem especial relevância, sendo exem-plo, os XV Jogos Náuticos Atlânticos de 2009, a terem lugar na Área Metropolitana do Porto, que irão conferir qualidade e notoriedade à Região neste domínio.

O presente estudo, que mereceu o acolhimento da CCDR–N, pro-movido pela INTERCÉLTICA, em articulação com vários actores liga-dos à Náutica e ao Turismo, constitui um documento muito útil para o desenvolvimento do Turismo Náutico na Região.

Atributos existem, enquadramentos estratégicos estão preconiza-dos em vários documentos (designadamente, nas Agendas Regionais

de Turismo e do Mar e no presente trabalho) projectos estão em de-senvolvimento, pelo que, o “Turismo Náutico” poderá, efectivamente, vir a ser um importante contributo para a diversificação da oferta e da procura turística do Norte de Portugal.

Porto, 31 de Julho de 2008Nuno Fazenda

Perito-Coordenador da Agenda Regional de TurismoComissão de Coordenação e Desenvolivmento Regional do Norte

NoTA iNTroDUTÓriAnUnO FaZEnDa

Turismo náutico — Produto turístico prioritário da agenda Regional de Turismo

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a formação geral do jovem terá um significativo “apport” de qualidade se acompanhada de uma formação complemen-tar no campo da náutica, nomeadamente da vela, pela intro-dução de achegas essenciais na sua visão global do mundo, na sua auto-confiança, na postura ética perante a vida, pelo domínio simultâneo de diversos factores, pela percepção dos factores estratégia e táctica, pelo desenvolvimento da humil-dade e do trabalho em equipa e na introspecção da hierar-quia da qualidade e do comando.

Esta afirmação representa a nossa experiência de vida, o nosso senti-mento, a nossa verdade – que esperamos possa ser bandeira política geral ou, pelo menos, de algum político iluminado que da verdade daquele conteúdo tome consciência.

Para termos um sector náutico que crie riqueza, isto é, que desen-volva o turismo nesta área, terá que haver, como noutros sectores-chave do desporto e lazer (ex.: o golfe), um forte envolvimento da população, com praticantes locais de alto nível. Para isso será necessário criar um amplo alargamento da base de recrutamento para a actividade.

Este é o ponto chave da nossa luta e da nossa acção. Para isso pro-curamos ser um agente aglutinador do sector, na expectativa de ajudar a desenvolver uma estratégia que aponte aquela frase como o meio-chave para atingir o desenvolvimento económico que se deseja.

Agora perguntamos: País de marinheiros? Talvez! Mas apenas com a comunidade pis-

catória e no seu apogeu da pesca do bacalhau. País de navegadores? Pontualmente e fruto do génio do Infante

D. Henrique.Se fomos grandes uma vez porque deixamos de o ser? A pergunta

só tem uma resposta – porque fomos mal governados.só pelo mar podemos ser diferentes, e sermos verdadei-

ramente úteis e produtivos numa Europa em que queremos permanecer.

Com a falta de qualidade de visão política para defender os nos-sos interesses na U.E., perdemos a nossa agricultura e a nossa pesca e portanto alguma da nossa autonomia. Com a falta de solidariedade dos nossos governos perdemos a pouca indústria que tínhamos. Resta-

-nos os serviços (turismo) que são de má qualidade em média. A falta de planeamento urbanístico sustentável e adequado, comprometeu seriamente este último sector da nossa economia.

Com a incapacidade dos governos para formar cidadãos, não te-mos uma sociedade solidária, produtiva e com sentido de Estado e Cidadania. E continuamos a governar por compêndios, sem olhar para dentro de nós, para as nossas potenciais riquezas e vocações.

E o Norte, tradicionalmente o motor da nossa economia, tem sido radicalmente sacrificado.

Estamos, em termos de país, a acordar para o mar, mas como sempre distorcidamente, sem uma visão, e principalmente sem uma execução estratégica abrangente e sustentável. Dividimos o país em zonas boas e más para o sector da náutica, implementando nas boas, acções pontuais que consomem investimentos sem reprodutividade, pois são apenas operações de “marketing” sem sustentabilidade.

No entanto, este panorama não nos pode fazer deixar cair os braços, deve antes fazer-nos acordar para uma realidade de esperança, de uma nova perspectiva da vida onde a sociedade civil tem um papel dinamizador fulcral mas que, não tenhamos ilusões, necessita de um apoio institucional activo, definido numa estratégia política sem tibiezas, facilitando, enquadrando e acompanhando as acções de desenvolvimento necessárias.

Sem uma forte acção institucional, concertada ao nível regional, nada acontecerá e este esforço da INTERCÉLTICA, apesar de persistente, mas também abnegado, em juntar os actores da náutica numa con-certação de esforços para o desenvolvimento rápidamente se perderá, renegando toda a teoria política recentemente desenvolvida à volta do Mar.

A verdade é que este Estudo e toda a expectativa criada na sua envolvente, constitui um enorme potencial de esperança e um ponto de partida que necessita ser agarrado com espírito de missão por todos os possíveis e necessários protagonistas.

Os políticos do norte têm uma palavra decisiva a dizer neste contexto.

aguardamos com ansiedade a sua lucidez.

Porto, 31 de Julho de 2008Guilherme Guimarães

Fundador da Associação e Coordenador do EstudoINTERCÉLTICA

NoTA iNTroDUTÓriAGUilhERmE GUimaRÃEs

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A participação no projecto NEA “Nautisme Espace Atlantique” – INTERREG III b e nos Jogos Náuticos Intercélticos proporcionou à INTERCÉLTICA uma mais-valia, em conhecimento e experiência, para o desenvolvimento do sector Náutico no plano regional – Região Norte, em particular, e em Portugal, em geral.

São as nossas experiências e partilhas internacionais com as regi-ões Atlânticas com forte tradição náutica e marítima, como a Bretanha, a Galiza, a Cornualha, o País de Gales ou a Mancha, que fazem com que, apesar de estarmos a anos luz do desenvolvimento da naútica destas regiões, acreditemos que, trabalhando e estabelecendo parcerias, possamos, a curto prazo, cimentar a Náutica como factor de desen-volvimento no território português.

A nossa mais-valia foi prontamente reconhecida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, ao aprovar o Projecto “A Náutica como factor de Desenvolvimento da Região Norte” – Medida 1.4 – Programa ON.

Graças à cooperação transnacional conseguimos implementar com sucesso, em Portugal, novos conceitos, como as Férias Náuticas e Ambientais, o Raid “Rota Marítima do Caminho de Santiago”, os equipamentos “Apoios de Praia para a Prática Náutica”, os Jogos Náuticos Atlânticos – AMP 2009, o Observatório do sector Náutico, a Rede de produtos de turismo náutico, entre outros.

Mas, o desafio afigura-se grande, pois o sector da Naútica em Portugal encontra-se fragmentado, disperso e sem sinergias que o potenciem como um todo.

Numa primeira fase, levou-se a cabo um levantamento/inventário exaustivo ao sector, que incluíu diversos actores como: a Autoridade Marítima, o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, os clu-bes, as associações, os portos de recreio, as empresas de animação turística, os operadores marítimo-turísticos, o desporto escolar, as fe-derações, a indústria, o comércio e os serviços náuticos.

O objectivo primeiro deste levantamento era determinar a di-mensão do sector e qual a sua importância, para, com base na infor-mação obtida, elaborar um plano estratégico que respondesse às reais necessidades e carências do sector náutico na Região Norte.

Numa segunda fase, foram elaboradas propostas de projectos que pudessem, futuramente, ser enquadradas nas Agendas Regionais te-máticas do Turismo e do Mar e no Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 2007-2013.

Estas propostas foram elaboradas com a intenção de promover projectos colectivos que criem sinergias entre os diversos “stakehol-ders” do sector da náutica e que o capitalizem económica, social e ambientalmente, tornando-o mais coeso e rumo a um desenvolvi-mento sustentável.

O Norte detém uma prodigiosa fachada Atlântica e planos de água interiores (rios, lagos e zonas lacustres) singulares. Trata-se, sem dúvida, de um recurso de inquestionável valor. Agora, o desafio é torná-lo um produto reconhecido e apetecível para as populações residentes e, em simultâneo, para os turistas.

Este sucesso não poderá ser circunscrito à INTERCÉLTICA. Aproveito, por isso, para agradecer à equipa técnica NML, Projectos

e Desenvolvimento Turístico, Lda, ao Relator-perito Professor Carlos Costa, à Comissão de Acompanhamento composta: pela Agência para o Desenvolvimento do Turismo da Região Norte, pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, pela Associação Portuguesa de Indústria e Comércio das Actividades Náuticas, pela Associação Portuguesa dos Portos de Recreio, pela Associação Galega de Actividades Náuticas, pela Associação Nacional de Empresas de Turismo Activo, pela Associação dos Oficiais da Reserva Naval, pela Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.

Especial agradecimento a todos aqueles que responderam aos ques-tionários e que participaram nos seminários realizados no âmbito deste projecto.

Penso termos Todos conseguido com êxito chegar a “Bom Porto”.

a todos um Bem-haja!

Viana do Castelo, 31 de Julho de 2008João Zamith

Vice-Presidente da AssociaçãoINTERCÉLTICA

NoTA iNTroDUTÓriAJOÃO ZamiTh

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Na fase em que nos encontramos, à luz das “regras” impostas pelo processo de globalização em que cada país, cada região se procura especializar na maximização de recursos e actividades que lhes con-fira um maior potencial de competitividade nessa mesma escala glo-bal, o sector – que poderemos designar de “Náutico”, não pode ser colocado de parte na demanda de novos desígnios nacionais e/ou regionais.

Este é um sector crescentemente complexo, quer em termos de abrangência territorial – hoje o mar e a linha de costa são comple-mentados fortemente pelas bacias hidrográficas e albufeiras – quer em termos da diversificação das actividades associadas.

Das mais tradicionais como a pesca desportiva, a construção naval ou o comércio e serviços associados à náutica, passando pelo enorme número de modalidades associadas cada vez mais diferentes e inovadoras – kitesurf, hidrospeed, entre outras – que faz surgir um rol maior de praticantes e desportistas, e acabando na crescente repre-sentatividade da actividade turística – cruzeiros, animação turística, pacotes turísticos – o sector mostra-se como uma alternativa latente no que se refere à potenciação dos recursos, à indução da actividade económica e à prática mais generalizada de actividades desportivas e de lazer, que possa também traduzir-se em significativos resultados ao mais alto nível.

Em boa verdade, o potencial para a existência de um verdadeiro sector náutico em Portugal, e no Norte em particular, como cenário para o desenvolvimento da actividade desportiva e económica (onde cabe mais uma vez o Turismo), continua bem presente:

Linha costeira extensa e bacias hidrográficas afluentes; Património histórico de particular valor, associado aos Descobrimentos; Rico e diversificado património etnográfico, decorrente das acti-vidades piscatórias desenvolvidas nessa mesma faixa litoral;

Sector de construção naval com representatividade sócio-económica; Maior número de empresas a operar no sector; Existência de agentes e infra-estruturas passíveis de potenciarem a Náutica;A par deste conjunto de aspectos que nos parecem significativos,

há ainda que contar com uma maior visibilidade político-institucional

que a Náutica tem vindo a ter, quer em termos da União Europeia, com o lançamento do Livro Verde para a Política Marítima, quer em termos nacionais, com a formação da Unidade de Missão dos Assuntos do Mar, dependente da própria Presidência do Conselho de Ministros.

Também em termos do Norte, as Agendas Regionais do Mar e do Turismo, recentemente apresentadas, vêm dar outro enquadramento a estas matérias, facto que poderá constituir uma oportunidade preciosa em gerar e enquadrar projectos que possam tornar-se estruturantes nos vários subsectores da náutica.

É nesse sentido que a realização do estudo se move, ao promo-ver o diagnóstico de um sector algo desagregado e com realidades bastante díspares entre si, mas sobretudo ao ter a preocupação de, a partir daí, arquitectar um Plano de Acção que possa constituir-se como documento orientador das estratégias a implementar, onde os agentes se revejam e se possam envolver na sua efectiva operacionalização.

A oPorTUNiDADe Do esTUDo

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O objectivo geral que está na base do presente estudo centra-se na criação de condições de estruturação do sector que se caracteriza por uma grande dispersão de agentes e de tutelas o que implica, de igual modo, que a informação sobre a actividade por eles desenvolvida se encontre espartilhada.

Reunir e tratar essa informação constituiu uma pedra angular para encontrar plataformas comuns aos diversos agentes, delinear estratégias de desenvolvimento para o sector, fomentar parcerias e gerar alguma dinâmica na vertente mais empresarial da náutica.

Nesse sentido podemos enumerar os seguintes objectivos específi-cos inerentes à realização dos trabalhos:

Inventariação dos agentes ligados à náutica conforme divisão sub-sectorial apontada e levantamento primário de dados respeitantes à sua actividade presente, e previsional;

Revisão bibliográfica dos elementos estratégicos ligados ao sec-tor, bem como das componentes ligadas ao ordenamento e pla-neamento do território com repercussões na estratégia global a adoptar;

Concepção de Plano de Acção, com medidas e acções respectivas tendentes ao desenvolvimento e qualificação do sector, tendo em vista a possível interligação entre subsectores e a criação de cadeias de valor.No plano metodológico, ao contrário do que sucede habitual-

mente quando se empreende um diagnóstico prospectivo de um de-terminado sector, não foi possível à equipa técnica utilizar elementos secundários que procedessem a um enquadramento preliminar da náutica na Região Norte. O grau de associativismo é diminuto e a organização de dados estatísticos não é suficientemente desagregada, de forma a permitir a leitura mais específica de determinadas dinâmi-cas nas áreas do turismo, indústria e comércio e serviços.

Deste modo, uma das tarefas centrais em termos metodológicos foi constituir elementos de recolha de dados primários ligados aos principais subsectores da náutica, abrangendo as componentes julgadas mais relevantes após a realização de uma revisão bibliográfica geral. Nesse sentido foram desde logo equacionados os seguintes instrumen-tos de recolha de dados:

Questionário a aplicar ao universo de Federações, Associações e Clubes com ligação às modalidades náuticas, mormente as não motorizadas;

Questionário a aplicar aos agentes turísticos ligados à náutica, mormente empresas de animação turística ou agências de viagens com produtos ligados a essa vertente, bem como o universo das empresas marítimo-turísticas existentes na Região Norte;

Questionário a aplicar às empresas da vertente industrial (sobre-tudo construção naval), comércio (embarcações, equipamentos, entre outros) e serviços (reparação, mecânica, formação, entre outros), que servem de sustentação à prática de muitas das moda-lidades náuticas na região;

Questionário a aplicar às infra-estruturas pesadas na região (ma-rinas e portos de recreio).Paralelamente a estes questionários foi ainda equacionado um

guião de entrevista ao responsável pelo Desporto Escolar na Região Norte, bem como foram realizadas entrevistas aos responsáveis pelas Associações de Municípios da NUT II Norte.

De salientar que na área do turismo foram igualmente previstas reuniões com as Regiões de Turismo e a ADETURN, mas que, no desenvolvimento do estudo, foram desmarcadas, face à reorganização em curso no sector. Foram igualmente listadas para contacto, durante o processo de recolha de dados, as entidades da administração local e desconcentrada com responsabilidades em determinados aspectos le-gais de enquadramento das várias actividades, segurança, entre outros, a fim de perceber o seu nível de envolvimento, novas perspectivas e possibilidades de desenvolvimento de iniciativas que visassem o crescimento e a organização do sector.

Dado não existirem associações verdadeiramente representativas destes subsectores, foi utilizado um conjunto de meios de análise de da-dos secundários entre listagens de feiras náuticas já realizadas, contactos com associações empresariais e comerciais, páginas amarelas e Internet (através do uso de palavras-chave ligadas às modalidades náuticas), a fim de procedermos à identificação de potenciais agentes.

oBJecTiVos e MeToDoLoGiA

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Apesar deste esforço inicial, a estratégia mais acertada para a identi-ficação de mais agentes económicos foi, sem dúvida, o contacto directo com os responsáveis das várias infra-estruturas, facto que permitiu alar-gar substancialmente os universos entretanto referenciados.

Esta metodologia de “roller ball”, apesar de atrasar constante-mente o decorrer dos trabalhos, originou a identificação de mais empresas, que de forma muitas vezes isolada operam no sector, sendo fundamental a sua inclusão no estudo de modo a permitir uma leitura mas fidedigna do sector na região.

Toda a componente de informação incluída nos questionários recolhidos foi tratada através do Programa SPSS, sendo que apenas aquela de carácter mais quantitativo foi tratada em folha de cálculo Excel, tendo estes instrumentos sido fundamentais para a organização das bases de dados que constituíram a génese do Directório / Manual do Investidor.

Paralelamente a este conjunto de tarefas inerente à recolha de dados primários, foram ainda tidos em consideração os seguintes elementos:

Revisão bibliográfica de elementos caracterizadores do sector ao nível internacional e nacional;

Revisão bibliográfica de documentação estratégica ligada aos vá-rios subsectores, de carácter internacional, nacional e local;

Recolha de dados que influem na situação actual da prática da náutica na Região Norte em termos territoriais, e que poderiam condicionar opções futuras (Instrumentos de Gestão Territorial).Com base na totalidade dos elementos recolhidos foi então pos-

sível validar o diagnóstico estratégico, entretanto levado a cabo, tendo este sido analisado em sede de Comissão de Acompanhamento do estudo.

A partir daí foi possível verificar das dinâmicas subjacentes à náu-tica e mais evidentes (e recorrentes), conseguindo-se delinear a partir da sua repercussão os elementos da visão estratégica.

Elementos da Comissão de Acompanhamento

EntidadE REpREsEntantE

Associação de Desenvolvimento do Turismo do Norte Directora executiva

instituto Portuário e dos Transportes Marítimos Vogal do conselho Directivo

Associação Portuguesa de indústria e comércio das Actividades Náuticas Presidente da Direcção

Associação Portuguesa dos Portos de recreio Presidente da Direcção

Asociación Galega de Actividades Náuticas Presidente da Direcção

Associação Nacional de empresas de Turismo Activo Presidente da Direcção

Associação dos oficiais da reserva Naval Presidente da Direcção

estrutura de Missão para os Assuntos do Mar eng. Miguel sequeira

comissão de coordenação e Desenvolvimento regional do Norte Dra Alina silva

Dada a abrangência e objectivos do presente estudo foi constituída uma Comissão de Acompanhamento, numa perspectiva de congregar um conjunto de entidades que tivesse ligação directa aos vários subsectores considerados, conforme se apresenta na tabela ao lado.

Esta Comissão de Acompanhamento foi responsável pela validação dos trabalhos nas suas diversas fases, responsabilidade essa repartida com o Prof. Dr Carlos Costa, doutorado em Gestão de Turismo pela Universidade de Surrey (Reino Unido), com larga experiência na validação de documentação relacionada com este tipo de projectos, tendo assumido a função de Relator-perito.

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A náutica de recreio teve origem no Yachting, complementado, em 1853, pela navegação a motor. Nos países da Europa Ocidental, que possuem uma longa tradição de desportos náuticos, deu-se um pro-cesso de evolução dos clubes náuticos para a náutica turística.

Em geral, os países nos quais se desenvolveu uma cultura náutica, possuem grandes infra-estruturas especiais ou adaptáveis, um grande número de pessoal qualificado e grandes equipas de navegação, tendo ainda, a tradição de construir embarcações, o que facilita a aproxima-ção à indústria naval.

Apresenta-se de seguida a informação recolhida no último rela-tório do International Council of Marine Industry Association (ICOMIA) focando os seguintes pontos de caracterização da actividade: embar-cações, instalações e ancoradouros.

paísEsanos

2001 2003

outRos paísEs

estados Unidos 16.952.195 16.074.800

Austrália 587.772 731.595

Nova Zelândia — 494.500

totaL 23.411.857 23.222.063

REsuMo

% Países europeus 25,08% 25,50%

% eUA 72,41% 69,22%

% AUsTráLiA 2,51% 3,15%

% NoVA ZeLÂNDiA — 2,13%

eNQUADrAMeNTo oPerAcioNALe esTrATÉGico DA NáUTicA

Fonte: Dados ICOMIA e Departamento de Estudos de Fira Barcelona

DaDOs GlOBais

Censo Internacional de Embarcações de Recreio

paísEs

anos

2001 2003

paísEs EuRopEus 5.871.890 5.921.168

suécia 1.335.000 1.335.000

itália 850.204 851.708

frança 845.250 750.423

finlândia 739.000 743.100

Noruega 646.500 685.000

reino Unido 413.585 462.996

Alemanha 437.114 439.743

Holanda 296.350 280.000

espanha 206.916 229.000

suíça 101.971 101.198

Polónia — 29.530

irlanda — 13.470

Page 19: Projecto Náutica: Monografia

Marinas e Portos de recreio

paísEs ano dE 2001 ano dE 2003 EvoLução do nº

dE MaRinas/poRtos

Países europeus

Alemanha 2.400 2.400 0

Dinamarca 500 — —

espanha 254 315 24%

finlândia 1.700 1.700 0

frança 470 374 -20%

Holanda 1.200 1.200 0

irlanda — — —

itália 104 105 0,96%

Noruega 300 300 0

Polónia — 290 —

reino Unido 500 500 0

suécia >1.000 >1.000 0

outros países

estados Unidos 12.000 12.000 0

Nova Zelândia — 200 —

Austrália 2.000 2.100 5%

Fonte: Dados ICOMIA e Departamento de Estudos de Fira Barcelona

19Monografia Projecto Náutica |

O país com o maior número de embarcações é de longe os Estados Unidos com quase 70% das embarcações regista-das em 2003, seguindo-se a Suécia, Itália, França, Finlândia e Noruega, estes últimos, todos no norte da Europa, sendo que na globalidade o continente europeu apenas repre-senta cerca de 25% do total de embarcações referenciadas.

A maior parte das embarcações situa-se na catego-ria de “embarcações rígidas”. Espanha apresenta o valor mais baixo relativamente ao número de embarcações por cada 100 habitantes, à semelhança do que acontece na Alemanha e em Portugal (como veremos na componente do diagnóstico nacional) em contraponto com os países Nórdicos (Finlândia, Suécia e Noruega), nos quais existem 15 embarcações por cada 100 habitantes, dando pois razão à documentação estratégica analisada que identifica estes mercados como prioritários em termos de captação de flu-xos ligados à náutica.

A prática das actividades náuticas carece igualmente de espaços adequados a receber as embarcações, como mari-nas, portos, ancoradouros, pontos de atracagem e outros.

Nesta componente destaque-se o número de infra--estruturas em Espanha, que aumentou de 254 portos em 2001 para 315 em 2003, traduzindo-se num aumento de 24%. Apenas a Austrália (+5%) e Itália (+1%) também de-monstraram um crescimento da capacidade instalada neste período. Saliente-se pela negativa a França com quase menos 100 infra-estruturas entre 2001 e 2003 (-20%). Portugal não aparece aqui referenciado se bem que tenhamos dados sobre as infra-estruturas no país na componente de diagnóstico.

Os países com maior número de infra-estruturas são, respectivamente, os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, situando-se a Espanha na sexta posição, com uma taxa de crescimento relevante.

Relativamente ao número de postos de atracagem e número de embarcações, por posto podemos observar que os valores são muito aproximados, considerando a reali-dade do continente europeu, em termos de nº de ancora-douros, com os Estados Unidos. No período considerado (2001– 2003) há a registar uma diminuição no número de ancoradouros no espaço europeu, embora o número de ancoradouros indicado para a Holanda (responsável pela quase totalidade da perda) suscite sérias reservas à equipa técnica, não dispomos de dados que o permitam contrariar.

DaDOs GlOBais

Page 20: Projecto Náutica: Monografia

20 | Monografia Projecto Náutica

Registo de novas embarcações por Comunidade Autónoma

CoMunidadE ano 2003 ano 2004 vaRiação 2004/2003

aLtas ChaRtER aLtas RECREio aLtas totais aLtas totais

Andaluzia 186 2333 2579 2727 5,73%

catalunha 312 2224 2536 2717 7,14%

Baleares 232 1382 1614 1690 4,7%

Valência 247 1342 1489 1608 8,0%

Galiza 64 1152 1216 1212 -0,33%

canárias 72 1036 1108 1065 -3,88%

Múrcia 70 719 789 781 -1,01%

País Basco 26 357 383 404 5,48%

cantábria 7 299 306 336 9,8%

Astúrias 11 162 173 227 31,21%

Melilla 0 22 22 24 8,33%

ceuta 0 18 18 34 88,9%

Total 1127 11046 12173 12825 5,35%

Fonte: Dados ICOMIA e Departamento de Estudos de Fira Barcelona

DaDOs DE EsPanha/GaliZa

Relativamente ao sector da náutica em Espa-nha é de salientar a dinâmica gerada nos últi-mos anos no país, por via de implementação de um conjunto de planos que têm gerado níveis crescentes de actividade, conforme ilustram os dados a seguir apresentados.

Nestes, dá-se um especial enfoque ao desempenho da Galiza visto este território ser um concorrente natural da Região Norte, na conquista de quotas de mercado, no plano internacional e regional.

Como primeiro dado temos o número de embarcações matriculadas por região au-tónoma. Como se pode observar pelo quadro seguinte os valores mais altos são registados

pelas regiões mediterrânicas, enquanto as Canárias e Múrcia apresentam um abranda-mento do número de matrículas.

Em 2003 e 2004, a Galiza apresentava um número semelhante de matrículas, posi-cionando-se na quinta posição em termos de regiões autónomas.

A Catalunha constitui a principal região de concentração de embarcações de re-creio. Esta comunidade, em conjunto com a Andaluzia, Valência e Baleares, representa 64% do total da frota de recreio. Apesar da boa evolução de aquisição de novas embarcações na região da Galiza, no cômputo global, esta região não representa mais do que 10,69%

das embarcações de recreio registadas em Espanha.

Os indicadores apresentados demonstram que esta comunidade autónoma, de grande importância pesqueira, se enquadra na com-ponente de lazer numa posição intermédia, tal qual ocorre no seu posicionamento en-quanto destino turístico de Espanha.

Evidenciando-se a importante relação que deve existir entre as infra-estruturas e o de-senvolvimento da actividade náutica, importa perceber qual a oferta existente nas regiões espanholas.

Entre 2003 e 2004 há ligeiras alterações na oferta das principais estruturas de apoio

eNQUADrAMeNTo oPerAcioNAL e esTrATÉGico DA NáUTicAcontinuação

Page 21: Projecto Náutica: Monografia

21Monografia Projecto Náutica |

Portos e Ancoradouros por Comunidade Autónoma

comunidade

Ano 2003 Ano 2004

Portos AncoradourosAncoradouro/

PortoPortos Ancoradouros Ancoradouro/Porto

Baleares 68 19 561 287.7 68 19 342 284.4

Valência 47 17 716 376.9 47 17 716 376.9

catalunha 45 30 492 677.6 46 27 208 591.5

Andaluzia 37 13 413 362.5 37 13 496 364.8

canárias 30 6 481 216 32 7 226 225.8

Galiza 28 6 312 225.4 29 6 726 231.9

Múrcia 19 5 137 270.36 19 5 685 299.2

País Vasco 18 4 823 267.9 18 4 823 267.9

cantábria 12 2 698 224.8 13 3 100 238.5

Astúrias 11 1 261 114.6 12 1 473 122.8

Total 315 107 894 342.5 321 106 795 332.7

Fonte: Departamento de Estudos de Fira Barcelona

às práticas náuticas, designadamente Portos e Ancoradouros. O quadro seguinte apresenta uma variação de 6 portos entre 2003 e 2004. Este aumento da oferta de portos não teve igual evolução nos ancoradouros, nos quais houve uma diminuição de 1099. Dado parte destas infra-estruturas serem de carácter amo-vível é natural alguma volatilidade em termos de números.

As ilhas Baleares são as que possuem o maior número de portos de recreio, repre-sentando 21,2% do total. Pese embora as Baleares sejam a comunidade com maior número de portos, é na Catalunha que existe maior oferta de ancoradouros, com um total

de 27208 postos, seguindo-se as comunida-des balear, valenciana e andaluza. No Levante, situam-se praticamente 80% do total das infra-estruturas disponíveis em Espanha.

Relativamente à dimensão dos portos é no Mediterrâneo que se encontram os de maior capacidade, enquanto que os de menor porte estão sobretudo concentrados na Catalunha, nas Baleares, em Valência, Múrcia e Andaluzia.

No caso da comunidade galega, os portos pequenos correspondem a 79,3% do total da comunidade autónoma, percentagem que as-cende aos 91% no caso das Astúrias ou aos 85% na Cantábria.

Outra área de análise importante é a da

gestão das infra-estruturas náuticas, onde se in-tegra a gestão de portos. Em Espanha, a gestão portuária pode ser desenvolvida por organis-mos públicos ou sociedades privadas, sendo maior o número de portos que dependem das próprias comunidades autónomas.

Nas Baleares, Astúrias e Cantábria as auto-ridades portuárias têm mais peso, gerindo mais de 30% dos portos.

No que diz respeito à gestão privada, as per-centagens mais altas de portos geridos por socie-dades mercantis encontram-se na Catalunha e nas Canárias, chegando a atingir os 40%. No caso da Galiza, apenas estão sob gestão privada 7 portos, o que corresponde a cerca de 30% da rede existente.

DaDOs DE EsPanha/GaliZa

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22 | Monografia Projecto Náutica

Concluindo, percebe-se que a actividade náutica é um sector rele-vante em Espanha, pese embora as oscilações ocorridas em alguns indi-cadores apresentados.

A relevância do estudo efectuado é a possível comparação de algu-mas regiões com a realidade portuguesa, especialmente com a da Galiza. Tal qual em Portugal se perspectiva uma maior importância da região do Algarve como destino náutico, pela sua relação com o Mediterrâneo e pelas condições naturais existentes, também em Espanha são as regiões mais turísticas, também situadas na área de influência do Mediterrâneo, as que têm maior actividade náutica.

A Galiza situa-se numa posição intermédia, abaixo das regiões do Sul e Este espanhol, mas acima de outras regiões da costa Norte, no-meadamente Astúrias e Cantábria. A Galiza possui uma vantagem sobre Portugal que são as rias, de Vigo à Corunha, e a relação destas com as principais cidades (Vigo, Pontevedra e Corunha).

Esta característica natural, associada a factores de índole cultural, no-meadamente a notoriedade turística dos Caminhos de Santiago (e da rota marítima) e da própria cidade de Santiago de Compostela, contribuem para o posicionamento da região como destino náutico.

Há ainda questões intrínsecas da própria região, com destaque para a região de O Grove (2º produtor mundial de mexilhão e com forte procura de passeios de barco de curta duração) ou para locais como as Islas Cies, que acrescem aos factores atrás referidos. Por fim, destacar ainda algumas iniciativas de cariz imobiliário que conjugam a náutica com a imobiliária.

A Galiza é, pelo exposto, uma região que deve ser estudada como análoga na relação com a realidade espanhola, e que pode ser assumida como parceira no desenvolvimento da náutica, mas que também é con-corrente do Norte de Portugal, especialmente do turismo de passagem.

DaDOs DE EsPanha/GaliZa

eNQUADrAMeNTo oPerAcioNAL e esTrATÉGico DA NáUTicAcontinuação

Page 23: Projecto Náutica: Monografia

23Monografia Projecto Náutica |

eNQUADrAMeNTo esTrATÉGico DA NáUTicA

A importância e visibilidade crescentes da denominada “economia do mar” tem resultado, nos últimos anos, na edição de documentação es-tratégica à escala internacional, nacional e mesmo regional, dum con-junto de aspectos fundamentais para o crescimento consolidado dessa economia, em geral, e da náutica, em particular.

As bases para a estratégia de Gestão Integrada da Zona Costeira (GIZC) foram lançadas em Agosto de 2005 com o objectivo de defi-nir as grandes linhas de orientação para a adopção de uma estratégia de gestão integrada da zona costeira. Trata-se de um documento de orientação que apresenta os grandes princípios a garantir nessa es-tratégia e que apresenta como proposta a elaboração de uma Lei de Bases para a Zona Costeira onde se definam todas as competências sobre a zona costeira, instrumentos de planeamento e respectiva arti-culação, um programa de acção que contemple as acções prioritárias a implementar na zona costeira e respectivos mecanismos de finan-ciamento. O documento nada refere em termos sectoriais, veiculando apenas os princípios base a cumprir por quaisquer actividades de-senvolvidas na zona costeira, actividades náuticas inclusive. Até ao momento não houve quaisquer desenvolvimentos deste documento nem tão pouco a implementação das suas propostas.

O Livro Verde, apresentado em Junho de 2006, vem preconizar para o Mar uma abordagem integrada e assente na relação de in-terface estabelecida entre terra-mar, também amplamente incutida pela própria GIZC. Este documento vem aliás referir que a actividade turística que se desenvolveu na zona costeira de forma passiva, no sen-tido em que beneficiava do mar, das vistas do mar mas com ele não estabelecia qualquer relação directa de exploração sustentada dos seus recursos, contribuindo muitas vezes para a sua própria degradação, se deve agora reposicionar quer porque os destinos têm que se renovar e reposicionar num contexto de crescente competitividade e defesa

dos valores naturais e ambientais, quer porque se criam agora condi-ções para que os agentes económicos possam de facto dinamizar um conjunto de actividades associadas aos desportos, ao lazer e à saúde, no mar e em particular nas zonas costeiras.

A Estratégia Nacional para o Mar, que surge um ano e meio após a publicação das Bases para a Estratégia de Gestão Integrada da Zona Costeira vem apontar os vários sectores de actividade que apresen-tam potencial de exploração, sendo o turismo náutico um produto a explorar nas vertentes dos passeios de barco, pesca desportiva, despor-tos náuticos e actividades marítimo-turísticas. Este documento vem como tal dar suporte às pretensões do desenvolvimento da náutica nas várias regiões em Portugal, reconhecendo à náutica e à actividade turística a capacidade de dinamização do mar e de gerar benefícios económicos, salvaguardando, por sua vez, a necessidade de se com-patibilizarem as diferentes actividades económicas. Outro aspecto relevante introduzido com este documento respeita às acções estra-tégicas que apresenta, das quais ressalta a crescente preocupação com a criação de maior sensibilidade da população perante os assuntos do mar, incluindo em contexto escolar, sendo sugerida a introdução de actividades náuticas no âmbito do desporto escolar e a celebração do dia do mar com a realização de actividades náuticas.

Estas sugestões contribuem para uma maior cultura do mar e do desporto náutico junto da população, criando-se, desde a fase de for-mação inicial dos jovens, um maior conhecimento e apetência pelo mar. Tal significa uma alteração dos hábitos e padrões de cultura des-portiva com reflexos no médio e longo prazo porquanto se incentiva a uma nova cultura do mar e da náutica.

A Agenda Regional para o Mar – Norte 2015 vem no segui-mento da Estratégia Nacional para o Mar apresentar para a região NUT II Norte as principais linhas de orientação estratégica para o mar.

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24 | Monografia Projecto Náutica

O documento constitui aliás a integração para a região do conjunto de orientações e perspectivas de desenvolvimento para o mar que vêm sendo preconizadas nos diversos documentos sobre o mar que têm sido apresentados, quer pela Comissão Europeia, quer a nível nacional.

A Agenda Regional para o Mar identifica os aspectos mais débeis do mar, que estão associados à actividade piscatória e à própria vul-nerabilidade da zona costeira, e aspectos de potencialidades, relativos às novas tecnologias, novas actividades económicas, entre as quais a náutica, assim como o sector da construção de embarcações.

Neste contexto são definidas orientações e princípios a assegurar no desenvolvimento de acções no litoral e de actividades económicas no mar que são aliás as bases do investimento e actividades a privile-giar na Região Norte neste domínio. O turismo associado ao mar e à zona costeira é perspectivado pela Região Norte segundo 3 produtos principais – os desportos náuticos e náutica de recreio, os cruzeiros e a talassoterapia.

Os desportos náuticos e de recreio surgem pela existência de um conjunto de condições na costa propícias à actividade e que traduzem uma aposta num mercado em crescimento como aliás vem expresso nos pontos referentes ao turismo náutico e ao Plano Estratégico Nacional do Turismo. Por sua vez, o turismo de cruzeiros está ancorado ao investimento previsto para o Porto de Leixões e que lhe vai permitir a acostagem de grandes embarcações turísticas.

A talassoterapia mais não é do que a reinvenção de produtos turís-ticos da saúde e bem-estar, conforme preconizado no Livro Verde para o Mar e que têm na Região Norte forte potencial de desenvolvimento.

Na documentação especificamente ligada ao turismo, destaque para o Plano Estratégico do Turismo que apresenta, para Portugal e para as várias regiões NUTS II, as principais linhas de desenvolvimento estratégico para o turismo, nomeadamente os produtos turísticos.

A região do Porto e Norte é identificada por um conjunto de aspectos distintivos – cidade do Porto, Caves de Gaia (vinho do Porto), cidades históricas (Guimarães, Braga e Viana do Castelo), Rio Douro, Alto Douro Vinhateiro, Parques Naturais (Parque Nacional da Peneda-Gerês), património arqueológico (Foz Côa) e gastronomia e vinhos – com base nos quais toda a estratégia de desenvolvimento turístico é traçada.

Assim, surgem como prioritários para esta região um conjunto de 6 produtos turísticos, sendo que 2 destes estão mais focalizados na cidade do Porto – City Breaks e Turismo de negócios – sendo os restantes 4 mais alargados ao território da região – Touring e turismo de natureza, saúde e bem-estar e gastronomia e vinhos.

O quadro seguinte revela os aspectos distintivos e que potenciam o seu desenvolvimento turístico no âmbitos daqueles 6 produtos, fa-zendo também menção ao investimento necessário e acções trans-versais ao conjunto.

O Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) apresenta para a região do Porto e Norte dois indicadores de crescimento significa-tivos do que deverá ser a actividade turística nos próximos anos. As suas dormidas deverão atingir um volume de 3,3 milhões em 2015, resultado de um crescimento médio anual de 8,5% e as receitas turís-ticas deverão crescer a 11% ao ano, atingindo-se, assim, um volume global de 225,7 milhões de euros em 2015.

eNQUADrAMeNTo esTrATÉGico DA NáUTicAcontinuação

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25Monografia Projecto Náutica |

Matriz PENT – Plano Estratégico Nacional do Turismo

City BREak touRing/t. natuREza tuRisMo dE nEgóCios saúdE E BEM-EstaR;

gastRonoMia E vinho

factores distintivos

cidades com escala humana e autênticasVinho do PortoArquitectura contemporânea

Património cultural e paisagísticoQuinta de Vinho do Portorio Dourocruzeiros no DouroParques NaturaisPatrimónio Arqueológico

oferta hoteleira de referência concentrada na Boavista (Porto)interesse cultural e eno-gastronómico na cidade

Qualidade gastronómicaNotoriedade do vinho do PortoQualidade e diversidade das águas termais

Principais acções a desenvolver

Desenvolver ZTi’s no Porto (ribeira, centro Histórico e foz)enriquecer oferta de conteúdos dos museus e monumentosMarketizar as caves de Vinho do Porto

Desenvolver rotas temáticas Desenvolver infra-estruturas de congressos de grande dimensãocoordenar a captação com outras regiões

Promover o desenvolvimento do cluster gastronomia e vinhosDesenvolver o pólo turístico do DouroDesenvolver conceitos distintivos de spa para o pólo do Dourorequalificar e dinamizar as estâncias termais

Acções transversais

Aumentar a oferta hoteleira de qualidadePotenciar a oferta hoteleira de charme no pólo do Douro (hotéis rurais e quintas)Melhorar as acessibilidades aéreasMelhorar os acessos rodoviários (estradas secundárias)

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26 | Monografia Projecto Náutica

De notar que o Porto e Norte foi contemplado com a classifica-ção de Pólo de Desenvolvimento Turístico na área do Douro (NUT

III), o qual tem como recursos específicos e distintivos a zona do Alto Douro Vinhateiro (Património Mundial da UNESCO), as cidades de Vila Real e Lamego e a área de Foz Côa, incluindo Vila Nova de Foz Côa. Para este pólo serão desenvolvidos preferencialmente os pro-dutos do touring, nos quais se incluem os cruzeiros fluviais, gastro-nomia e vinhos e o turismo de natureza. O turismo náutico aparece discretamente associado aos cruzeiros fluviais, sendo feita referência à necessidade de se melhorarem os acessos fluviais no âmbito das recomendações para esta área de desenvolvimento turístico.

dEspoRtos náutiCos pRinCipais dEstinos

vELa/ChaRtER náutiCo espanha, Turquia, Grécia, croácia (Mediterrâneo),Portugal (em fase de expansão), caraíbas

pEsCa dEspoRtiva espanha, caraíbas (Bahamas, Belize, ilhas Virgens, cuba…)

WindsuRf Tarifa, Mar do Norte, caraíbas

MERguLho fundos marinhos do Mar Vermelho e as barreiras de coral do Pacífico sul e as caraíbas. A Tunísia está a realizar um esforço importante no desenvolvimento deste produto e conta com mais de 20 escolas e centros de mergulho.

eNQUADrAMeNTo esTrATÉGico DA NáUTicAcontinuação

No que se refere especificamente ao produto estratégico turismo náutico – são apresentados alguns valores no plano europeu:

Mercados emissores – Alemanha (24%), Escandinávia (15%), Reino Unido (9%);

3 milhões de viagens por ano na Europa cuja motivação principal é a náutica;

Viagens de turismo náutico representam 1,15% do total de via-gens dos europeus;

Viagens de turismo náutico com motivação secundária – 7 mi-lhões de viagens;

Actividades náuticas mais procuradas – vela e mergulho – 1 mi-lhão de praticantes com licença federativa na Europa;

Oportunidades - Cruzeiros, vela ligeira, pranchas, regatas, nave-gação de lazer, armadores, tripulações, etc.;

Taxa de crescimento anual do turismo náutico – 8% a 10%; Escandinávia e Alemanha – principais mercados emissores de turismo náutico;

Mercados potenciais – Alemanha (32,1%) e Reino Unido (22,6%), Espanha (21,9%);

Gasto médio diário varia entre 80 euros e 500 euros, dependendo se as actividades respeitam à prática de desportos como o win-dsurf ou surf ou se a actividade respeita a viagens de barco, com ou sem tripulação, jantares a bordo, instrutores de mergulho, etc.;

Espanha, França e Itália – principais concorrentes. Itália possui 870.000 embarcações; França – 750.000;

Grécia e Turquia – países também com uma boa oferta de turismo náutico.Em Portugal, apenas 1,2% dos turistas que nos visitam têm como

motivação o turismo náutico, sendo de esperar um aumento deste segmento. As regiões onde o turismo náutico assume maior impor-tância são os Açores (6,2%), Madeira (5,8%) e Algarve (3,1%).

O PENT define as regiões de Lisboa e Algarve como prioritárias no desenvolvimento do turismo náutico e Açores e Madeira a um segundo nível de prioridade. Todavia tende a concentrar a análise de posicionamento de Portugal neste âmbito do turismo náutico nas regiões de Lisboa, Porto e Ilha da Madeira, pelo que o seu posiciona-mento decorre das condições oferecidas nestes destinos:

Infra-estruturas náuticas desadequadas – marinas certificadas com bandeira azul por cada 1.000Km de costa são apenas 1/3 compa-rativamente a Espanha;

Porto de Lisboa – quota de 5,2% de passageiros – 6º porto ibérico; Portos do Funchal e Porto Santo – registam mais de metade dos passageiros em trânsito em Portugal;

Porto de Lisboa e Funchal apresentam no conjunto um volume de 400.000 passageiros (superior ao Porto de Nova Iorque).

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27Monografia Projecto Náutica |

O turismo náutico tem 3 segmentos distintos, os quais se apresentam de seguida, com uma breve descrição dos mercados emissores, destinos e previsões de crescimento.

Segmentos do turismo náutico

sEgMEntos CaRaCtERização

tuRisMo dE CRuzEiRos europa – quota de mercado mundial de 21%;eUA – taxa de penetração mais elevada que a europa;Grupos dominantes – carnival, royal caribbean cruises, star cruise – 70% do mercado; tendência para apostar em novos mercados;Atlântico – destino emergente em consequência do “desgaste” do Mediterrâneo;Portugal – orientações para o turismo de cruzeiros:

Melhorar as condições nos terminais; criar novas rotas; estabelecer parcerias com os 3 principais operadores; Aumentar e melhorar a oferta turística para ocupação de turistas dos cruzeiros.

tuRisMo dE iatEs factores críticos de sucesso – capacidade de amarração de grandes embarcações e serviços de apoio nas marinasPortugal – orientações para o turismo de iates:

Aumentar o nº de marinas (Algarve e Lisboa); criar serviços de apoio às marinas; captar o mercado do Norte da europa.

tuRisMo MaRítiMo-dEspoRtivo factores críticos de sucesso – condições de atracagem (físicas e económicas) de pequenas embarcações;Portugal – orientações para o turismo marítimo-turístico:

Melhorar as condições de atracagem; Desenvolver a região do estuário do Tejo, o Algarve (ria formosa) e Açores.

Para além das condições a desenvolver em Portugal, apresentadas para os 3 segmentos do turismo náutico, é necessário assegurar, ao longo de toda a costa, portos de abrigo onde seja possível a cabo-tagem. A melhoria das condições de atracagem e criação de rampas de varadouro é aliás uma orientação presente no próprio Livro Verde para uma futura política marítima da União Europeia, como forma de responder às necessidades das actividades náuticas, mas também de dinamização das zonas ribeirinhas.

Em Portugal o desenvolvimento do produto do turismo náutico deverá assentar na actividade da vela, pois para além de existir um

elevado número de praticantes de vela na Europa, havendo tendência para aumentar, Portugal possui muito boas condições para a prática desta modalidade.

As estações náuticas são o produto prioritário para Portugal na medida em que permitem a prática do turismo náutico nas várias vertentes associado a uma oferta complementar. A estação náutica oferece desde cursos de vela, windsurf, charter náutico, sendo com-plementada pela oferta de serviços e actividades culturais, gastronó-micas, desportivas, e espaços de lazer e entretenimento, como centros comerciais, restaurantes, e serviço de alojamento.

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28 | Monografia Projecto Náutica

As estações náuticas permitem ofertas integradas e diversificadas, capazes de atender às várias expectativas dos segmentos deste mercado, mas permitem também a redução de custos e optimização do inves-timento, reduzir a sazonalidade promovendo uma actividade turística de forma contínua ao longo do ano e a criação e aproveitamento de sinergias dos vários agentes a operar neste sector, com impactes positivos evidentes na economia local.

O segmento-alvo do turismo náutico para Portugal é o referente a famílias jovens e “adeptos soft” que são segmentos com maior volume e também com as maiores taxas de crescimento no futuro.

FAMíLIAS JOVENS – ou famílias com pais com idades não superio-res a 40 anos, com filhos pequenos e/ou adolescentes. Pretendem férias activas;

ADEPTOS SOFT – compreende especialmente homens entre 26 e 35 anos que procuram aprender ou aperfeiçoar o seu conheci-mento de um desporto náutico, num cenário onde existam infra-

-estruturas e serviços que permitam aproveitar ao máximo as suas férias. Os adeptos soft têm um perfil sócio-cultural elevado, têm vários interesses e praticam outras actividades, para além da acti-vidade náutica principal.

“Portugal deve concentrar os esforços na criação e melhoria das condições gerais (infra-estruturas e acessibilidades) e específicas (ac-tividades e experiências) para este tipo de consumidores, tanto para a procura interna como para a procura externa que visita Portugal por outras motivações” (THR, 2006:33).

Também a Região Norte tem em vigor o seu próprio Plano (Agenda Regional do Turismo) onde o turismo náutico aparece entre os produtos turísticos do território e como aspectos diferenciadores a Costa Atlântica e o Rio Douro na medida em que é um rio navegá-vel, permitindo o desenvolvimento de cruzeiros, o Porto de Leixões como um importante terminal de cruzeiros em Portugal, que se prevê num investimento superior a 40 milhões de euros, e finalmente, a diversidade de rios e albufeiras para a prática de desportos náuticos. Outros produtos que fazem parte da oferta da Região Norte são o turismo de negócios (cidade do Porto), turismo urbano (city break na cidade do Porto), turismo de natureza, gastronomia, vinhos e eno-turismo (Douro vinhateiro), turismo de saúde e bem-estar, turismo histórico-cultural (touring) e golfe.

O turismo náutico tem expressão no Norte de Portugal ao nível dos cruzeiros que acostam no Porto de Leixões – 45 navios em 2006

– e também pelo potencial existente para a prática de desportos náu-ticos, vela e canoagem. De acordo com o Plano Regional de Turismo, este potencial decorre de alguns atributos diferenciadores da Região Norte de Portugal, a saber:

Elevado valor paisagístico da costa atlântica; 35 Praias com bandeira azul; Condições atmosféricas adequadas à prática de algumas modalidades como o surf e a vela;

Rio Douro; Rios e albufeiras adequados à prática de desportos náuticos; Existência de estruturas de apoio de âmbito nacional para a prática de desportos náuticos – centro de estágios nacionais, de Canoagem (privado) e da Federação Portuguesa de Remo;

Projectos de construção do terminal de cruzeiros no Porto de Leixões.Tais factores elencados respeitam de facto as condições de desen-

volvimento do turismo náutico que foram sendo identificadas pelo estudo do turismo náutico em Portugal e que aqui se revelam como condições existentes na Região do Norte, ainda que desprovidas de uma estruturação efectiva para o desenvolvimento do produto.

Para tal, haverá que reunir um conjunto de aspectos tidos como relevantes para o desenvolvimento deste produto:

Aumentar a oferta de serviços complementares à actividade náutica; Favorecer o investimento de empresas na área; Incentivar a abertura de escolas e associações que se dediquem à actividade;

Reforçar a qualidade das infra-estruturas relacionadas com o tu-rismo náutico e a segurança dos espaços destinados a estes des-portos através da criação de zonas específicas para a prática destas actividades;

Aumentar o número de marinas, devidamente adequadas ao local de implantação;

Promover e intensificar a cooperação com outras regiões para a dinamização do turismo náutico;

Desenvolver eventos com notoriedade e envolvimento de parcei-ros internacionais ligados ao turismo náutico;

Sinalizar de forma cuidada os espaços apropriados para a prática dos desportos náuticos.

eNQUADrAMeNTo esTrATÉGico DA NáUTicAcontinuação

Page 29: Projecto Náutica: Monografia
Page 30: Projecto Náutica: Monografia

30 | Monografia Projecto Náutica

Na abordagem conceptual à náutica na Região Norte é possível ob-servar a extensa rede hidrográfica existente no território, assim como um número relevante de albufeiras, algumas com algum potencial para o desenvolvimento de actividades conexas aos vários subsecto-res considerados.

Se juntarmos a esses elementos uma linha de costa com uma clara aptidão para a prática de modalidades náuticas e captação de pratican-tes nacionais e internacionais, temos então uma visão tripartida do que poderá ser a náutica na Região Norte, com base no aproveitamento das águas interiores – nos dois elementos já referidos – e da Costa Atlântica, na secção de Caminha até Espinho.

Nesta secção do litoral é de relevar a importância do Plano de Ordenamento da Orla Costeira, onde recentemente e pela primeira vez foram considerados os Apoios de Praia à Prática Desportiva (APPD’s) con-siderados no artigo 3º como “…núcleos básicos, de construção amovível ou fixa, de funções e serviços destinados a prestar apoio ao ensino e prática de actividades desportivas, designadamente o surf, o bodyboard, o longboard, o windsurf e o kitesurf, incluindo o aluguer de pranchas e / ou embarcações, podendo, caso seja uma construção fixa, desempenhar ainda as funções de estabelecimento de bebidas nos termos da legislação aplicável”.

Deste modo, foram previstos 5 apoios deste género que poderão, assim, exponenciar a utilização dos planos de água para a prática das mo-dalidades náuticas, tal como acontece por exemplo com a Praia da Arda e a Praia do Cabedelo (Viana do Castelo), onde a prática do surf, kitesurf e windsurf é bastante intensa.

Os APPD’s podem, assim, constituir as primeiras bases de apoio à sistematização da prática das modalidades, assim como servir para a qua-lificação dos serviços prestados a visitantes e turistas, podendo dar mais visibilidade ao agrupamento de empresas que trabalha nesta área da ani-mação turística.

Não estão englobadas no POOC as zonas portuárias – locais onde estão instaladas as infra-estruturas mais pesadas (marinas, portos,…) e que são de seguida devidamente analisadas, dado constituírem um dos subsectores da náutica na região.

Tal como já foi referido a Região Norte possui uma relevante rede hidrográfica, detendo planos para os rios Ave, Cávado, Douro, Leça, Lima e Minho. Obviamente que o plano mais relevante de momento para o sector da náutica, e, particularmente, para as actividades marítimo-turís-ticas, é o Douro.

Apesar da generalidade dos planos das bacias hidrográficas abordar o tema da diversificação e compatibilização dos diferentes usos nos planos de água e área adjacente, bem como a necessidade de valorização global dos recursos hídricos associados, a verdade é que a maior parte desses do-

cumentos é bastante limitada a referências implícitas ao desenvolvimento de actividades ligadas à náutica.

A generalidade dos Planos refere a necessidade da valorização dos recursos hídricos tendo para tal previsto, grosso modo, por um lado, a ela-boração de um Plano de Ordenamento das Actividades Piscatórias e, por outro, um Plano de Ordenamento de Praias Fluviais (mais de 30 no total). Apenas a Bacia do Leça não detém referências a este último item, sendo a pesca um elemento comum a todas as seis bacias hidrográficas analisadas.

Já os Planos referentes ao Douro e Minho detêm mais elementos de análise. Documentos, processados no início da presente década, abor-dam a perspectiva da valorização dos recursos hídricos de forma mais abrangente.

Relativamente à bacia do Douro refere-se no subprograma relativo à melhoria das condições de navegabilidade a construção dos cais de acostagem do Freixo (já executado), do Parque Arqueológico do Côa e do cais de acostagem turístico-comercial junto à foz do Tua. Está ainda prevista a construção de um porto comercial no Pocinho e Centro Multimodal e de um porto comercial em Marco de Canaveses, bem como a melhoria da via navegável junto à foz do rio Tua. Por último existe ainda uma referência no subprograma C3 ao desenvolvimento de pistas para a prática de canoagem, de grande relevância para a promoção desta modalidade, também na óptica da própria Federação.

Por fim, a bacia do Minho que prevê, igualmente, um subprograma de valorização dos recursos hídricos, subdividido em quatro componen-tes: promoção dos planos de água para recreio e lazer; valores patrimoniais associados aos recursos hídricos; navegação comercial; e valorização de inertes, visando a ligação do plano de água ao desenvolvimento de uma componente de turismo de natureza / ecoturismo.

Na primeira componente, para além da questão das praias fluviais e da pesca, é identificada a necessidade de infra-estruturação de 10 lo-cais com possibilidades de aproveitamento para a navegação de recreio, incluindo acessos, rampas, balizagem, entre outros elementos, facto que poderá ser relevante no crescimento da náutica de recreio neste rio, a par das actividades de animação turística e das actividades marítimo-turísticas.

Outra componente importante em termos do território é sem dú-vida o conjunto de barragens existente no Norte. São cerca de 50 bar-ragens, algumas em Áreas Protegidas relevantes e que representam um enorme potencial de desenvolvimento da náutica em águas interiores.

Os distritos com maior representatividade são os de Bragança (21) e Vila Real (10), aos quais acrescem ainda duas outras barragens no terri-tório de ambos os distritos e que poderão trazer alguma dinâmica à fraca densidade de agentes económicos nestas parcelas do território.

o TerriTÓrio DA reGião NorTe e A NáUTicA

Page 31: Projecto Náutica: Monografia

VALeirAfoNTe LoNGA

sALGUeiro

cArViÇAis

cAMBA

PAGABeALTo LiNDoso

ToUVeDo

ViLAriNHo DAs fUrNAsALTo cáVADo

PArADeLA

sALAMoNDe

cANiÇADA

GUiLHofreiANDoriNHAs QUeiMADeLA

Arcosso

cUrALHA

MAiros

PrADA

NUNes

serrA serrADA

GosTei

AZiBo

MirANDeLA

BUrGA

PeNeireiroALiJÓ

rÉGUA

VArosA

sorDo

cArrAPATeLoTorrãocresTUMA

BUrGães

VALe soeiro

ViLArrANHADos

PeNiDe

freiGiLcATAPereiro

PociNHo

ALfÂNDeGA DA fÉ

BAsTeLos

MirANDA

PicoTe

BeMPosTA

cercosA

VárZeA De cALDeVAscoVeiro

TeJA sTA MAriA De AGUiAr

VerMiosA

srA De MoNforTe

ALDeADAViLA (esPANHA)

sAUseLLe (esPANHA)

viLa REaL

poRto

viana do CastELo

BRaga

ALTo rABAGão

VeNDA NoVA

visEuavEiRo

PN Peneda Gerês PN Montesinho PN Douro internacional PN da Barragem de Azibo

31Monografia Projecto Náutica |

Destaque para as barragens do Alto Lindoso, Azibo, Caniçada, Crestuma, Régua e Touvedo todas com Plano de Ordenamento já aprovado. As barragens do Alto Rabagão, Bemposta, Guilhofrei, Miranda, Picote e Valeira estão com o Plano de Ordenamento já ini-ciado. As restantes não detêm ainda Plano.

Os Planos de Ordenamento das Albufeiras (POA’s) surgem aqui como de grande relevância na organização e desenvolvimento de actividades conexas com a náutica, dado que enquadram o estabeleci-

mento das mesmas de forma superior, dado serem igualmente planos especiais de ordenamento do território.

Acessos e usos dos planos de água com grandes restrições da generalidade, pouca diferenciação entre modalidades motorizadas e não-motorizadas, áreas de aptidão turística sem referência a práticas específicas ligadas à náutica e, na generalidade, com obrigatoriedade de execução de Plano de Pormenor são alguns dos problemas identi-ficados após a análise da documentação aplicável.

Barragens, rede Hidrográfica e principais Áreas Protegidas na Região Norte

Page 32: Projecto Náutica: Monografia

32 | Monografia Projecto Náutica

cArAcTeriZAÇão DA NáUTicANA reGião NorTe

a náUTica na REGiÃO nORTE

No sentido de elaborar um retrato tão fidedigno quanto possível do sector náutico no seu todo, na NUT – II Norte, a equipa técnica deste estudo assumiu que se justificava a realização de um diagnóstico de raiz, para ponto de partida para a temática central do projecto, aten-dendo à inexistência de indicadores que caracterizem a actividade do sector e de directórios que identifiquem os próprios actores que o compõem.

Deste modo, o pressuposto base deste estudo consistiu em fazer um levantamento exaus-tivo dos actores existentes no âmbito territorial de trabalho, que foram subdivididos nos seguintes subsectores:

Federações, Associações e Clubes promotores de modalidades náuticas; Infra-estruturas de Recreio; Empresas de Animação Turística e Operadores Marítimo-Turísticos; Agentes económicos ligados à náutica (Indústria, Comércio e Serviços).De seguida apresenta-se a síntese do diagnóstico realizado.

Page 33: Projecto Náutica: Monografia

O gráfico demonstra, considerando apenas o indicador do número de atletas federados, que das seis modalida-des consideradas, são a Canoagem e o Remo aquelas que apresentam uma maior proporção de atletas fede-rados em clubes do Norte.

Já quanto ao número de clubes federados é a Pesca Desportiva a que tem um maior número, tanto ao ní-vel regional como nacional; nas modalidades náuticas com recurso a embarcações/pranchas, o Surf é a que tem o maior número de clubes em termos nacionais, seguida da Vela e da Canoagem.

A modalidade com maior número absoluto de clubes ao nível da Região Norte é a Canoagem, se-guida do Surf e da Vela; em termos proporcionais, a Canoagem e o Remo são aquelas com maior represen-tatividade em termos do número de atletas federados.

Da análise efectuada pelos responsáveis das Federações quanto ao potencial das respectivas moda-lidades como factor de desenvolvimento para a Região Norte destacam-se, pelas condições de que já actual-mente desfrutam, a Canoagem e o Surf:

a primeira pela grande facilidade da sua prática, associada à grande diversidade de meios técnicos e humanos já existentes que permitem tirar partido dos inúmeros recursos aquáticos da região;

a segunda, pelo enorme potencial que todo o país apresenta para a sua prática, facto que o Norte co-munga, e por se constituir como uma modalidade com forte capacidade de atracção de praticantes a todos os níveis (prática lúdica, iniciação, prática intensiva e desporto de alta competição).O contributo das restantes modalidades encontra-

-se condicionado pela verificação de um conjunto de factores negativos, sendo que o que reúne maior con-senso entre todas as Federações auscultadas reside na existência de quadros legais e regulamentares que em pouco ou nada têm contribuído para que a prática das modalidades náuticas atinja patamares consentâneos com o potencial do nosso país.

Vela

surf

subaquáticas

remo

Pesca Desportiva

canoagem

2.420

2.109

3.227

0

1.078

1.972

915

ModalidadesG

Norte País

231

1.825

168

0

1.443

690

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500

33Monografia Projecto Náutica |

FEDERaçõEs DEsPORTivas

O objectivo principal para a análise do subsector das Federações consistia na percep-ção da dinâmica da prática de cada uma, tanto numa escala nacional como, e mais significativamente, no território em estudo.

cArAcTeriZAÇão DA NáUTicANA reGião NorTe

Page 34: Projecto Náutica: Monografia

Vela

surf

subaquáticas

remo

Pesca Desportiva

canoagem

104 108

130

422

33 12

ModalidadesG

166

28 36 22

134 149

202 134

28

831 759 705

2007 2006 2005

0 % 100 %50 %

34 | Monografia Projecto Náutica

assOciaçõEs / clUBEs DEsPORTivOs

Embora a actividade de um clube desportivo não possa apenas ser medida em função do seu número de atletas federados, este indicador não deixa de ser muito reve-lador daquela que será a sua capacidade em promover a prática das suas modalidades, até porque, os resultados desportivos obtidos serão, em última análise, o princi-pal factor de recrutamento de novos praticantes.

Pelo gráfico apresentado podemos concluir que, nos clubes da amostra, a prática federada das modali-dades registou um crescimento no triénio 2005-2007, com excepção das actividades subaquáticas e da pesca desportiva.

Na amostra considerada, as modalidades com um crescimento mais relevante em 2007 foram o Remo e a Vela, com um crescimento de 109% e de 53,7%, respectivamente.

De referir, ainda, que, na amostra considerada, a canoagem é a modalidade mais representada em ter-mos de atletas federados (em 10 clubes), seguindo-se o Remo e as Actividades Subaquáticas (em 6 e 5 clubes, respectivamente).

Um dos dados mais rele-vantes que resultou deste processo de diagnóstico refere-se às condições que servem o quotidiano destas agremiações; o gráfico seguinte procura estabelecer um termo de comparação entre as infra-estruturas actual-mente utilizadas e aque-las pelas quais os seus di-rigentes almejam:

em falta

em uso

Pista para Modalidade

sede

Piscina

Hangar

rampa / Varadeiro

cais

Apoio de Praia

Posto Náutico - Pavilhão

12

3

1 4

5

1

3

1

8

4

3

3 4

3

0 168

16 7

cArAcTeriZAÇão DA NáUTicANA reGião NorTecontinuação

Page 35: Projecto Náutica: Monografia

indiCadoR t. intEiRo t. paRCiaL sazonaL não REMun. totaL

Nº colaboradores 44 76 34 158 312

35Monografia Projecto Náutica |

A estrutura de recursos humanos acima descrita está, mormente os colaboradores em tempo inteiro e parcial, afecta à actividade de formação de atletas.

O indicador de relevo neste quadro reside no número total de colaboradores não remunerados que exercem funções nos clubes, em maioria face às res-tantes categorias. Tal facto implica, necessariamente, que essas funções sejam acumuladas com outras ac-

tividades profissionais, assumindo um estatuto de actividade amadora ou como se de um passatempo de tratasse. Esta característica poderá constituir-se como um obstáculo à evolução qualitativa, quer da gestão dos clubes, quer da diversificação das activida-des desenvolvidas, atendendo às limitações de dispo-nibilidade temporal que estes colaboradores devem apresentar.

Entre as infra-estruturas identificadas destacam-se a categoria de “posto náutico – pavilhão” (designação que melhor se enquadra para descrever o edifício de apoio à prática da modalidade, incluindo espaços de treino físico indoor) e a sede do clube, com 16 e 12 respostas, respectivamente.

De destacar, igualmente, o número reduzido de infra-estruturas em uso necessárias para o acesso aos planos de água (como rampas ou cais). Tal facto deverá explicar-se pelas características das margens no local em que a entrada/saída da água se processa, que dis-pensam a existência desse tipo de apoio ou que tais operações se processem à custa da durabilidade dos materiais ou do conforto dos praticantes.

Quanto às infra-estruturas em falta, para além do edifício-sede (cujo número poderia ser ainda mais ele-vado, dado que 12 clubes gostariam de ver as condições de apoio existentes melhoradas embora não especifi-quem quais), destaca-se a necessidade de postos náuti-cos (em número de 7), de apoios de praia (5 casos) e de estruturas de acesso à água, num total de 8 casos, entre cais e rampas; em todo o caso, é particularmente visível a falta de infra-estruturas de base fundamentais que permitam o desenvolvimento das modalidades ao nível dos clubes, consequência da ausência de recursos finan-ceiros próprios para ultrapassar as lacunas existentes.

Page 36: Projecto Náutica: Monografia

indiCadoR oCEâniCas Rio douRo aLBufEiRas outRos Rios totaL

Nº 4 49 4 9 66

36 | Monografia Projecto Náutica

A especificidade das modalidades desenvolvidas na água ou náuticas obriga à existência de condições mí-nimas para a transposição de material e de pessoas do meio terrestre para o meio aquático, cujo grau de com-plexidade e exigência vai aumentando na razão directa com a dimensão das embarcações a utilizar.

Esta constatação, por ser óbvia, obriga ao esta-belecimento de uma relação de dependência entre a existência de infra-estruturas específicas e o desenvol-vimento das diversas modalidades, assumindo-se as pri-meiras como factor primordial para o desenvolvimento das segundas.

Importava, pois, determinar a dimensão da oferta de infra-estruturas de acolhimento no território e qual o seu grau de utilização, bem como o seu papel poten-cial para o desenvolvimento da náutica na Região Norte.

Neste estudo foi identificado o seguinte conjunto de infra-estruturas na Região Norte, não sendo es-tes dados definitivos dada a inexistência de um registo factual das mesmas ao nível nacional. Estas abrangem a globalidade do território considerado, de uma forma que consideramos harmoniosa, mas com uma maior concentração ao longo da bacia do rio Douro.

Exceptuando as marinas oceânicas (e a da albufeira

da Caniçada no Gerês), não há dados que permitam dimensionar o grau de utilização destas infra-estruturas dado o carácter gratuito da sua utilização. Pode, no en-tanto, ser considerado o indicador relativo ao número de passageiros em embarcações de recreio que utilizou, pelo menos, uma eclusa de navegação em percursos tu-rísticos no rio Douro; em 2007, foram 7.042 (número que representa um crescimento de 21% face ao ano de 2006); não dispomos de indicadores que quantifiquem o número e a dimensão das embarcações, os percursos efectuados (as eclusas transpostas por embarcação) e a duração da estadia, o que retira qualquer possibilidade de dimensionar o impacte deste volume de passageiros, em termos náuticos e turísticos.

Já quanto às marinas oceânicas, com uma capa-cidade instalada de 506 lugares de atracagem e uma proporção média de 28,7% de lugares destinados a embarcações passantes, o ano de 2007 representou um tráfego total de 1.909 embarcações com uma média por estadia de 2,25 dias. Face à capacidade instalada, verifica-se uma taxa de ocupação anual média (ponde-rada) de apenas 8,1%, um desempenho muito baixo e só possível suportar graças à componente de negócio das embarcações residentes.

inFRa-EsTRUTURas DE REcREiO

cArAcTeriZAÇão DA NáUTicANA reGião NorTecontinuação

Page 37: Projecto Náutica: Monografia

37Monografia Projecto Náutica |

indiCadoR v. CastELo p. vaRziM LEixõEs totaL / MÉdia

Nº embarcações passantes 695 381 833

estadia média 2,7 2 2 2,25

Page 38: Projecto Náutica: Monografia

38 | Monografia Projecto Náutica

Com base na análise dos dados recolhidos, verificou-se a existência de três grupos de empresas neste subsector: aquelas que se dedicam a uma lógica de prestação de serviços de animação turística (sejam EAT ou OMT), as que se dedicam à realização de passeios em embarca-ções turísticas (sejam EAT ou OMT) e as que se dedicam à actividade de cruzeiros (barcos-hotel).

A razão para a separação destes dois últimos seg-mentos (ambos promotores de passeios em embarca-ções turísticas) justifica-se pela ordem de grandeza das empresas que se dedicam à actividade de cruzeiros, em especial ao nível do volume de facturação, apesar de se tratarem apenas de dois operadores, mas cujos valores de facturação distorcem os dados apresentados, em es-pecial no que respeita a valores médios.

Os dados recolhidos junto da amostra de EAT e OMT (com uma representatividade de 43,8% do uni-verso) demonstram uma grande diversidade ao nível da natureza das actividades de lazer náutico ofere-cidas neste subsector, sendo o top ten ocupado pela Canoagem, pelos passeios em embarcações turísticas e pelo Rafting.

Os dados recolhidos (nem sempre com a profun-didade e o grau de precisão desejados) apontam para o seguinte volume de actividade de lazer náutico desen-volvido pelos agentes no território do Norte:

Exceptuando as actividades de cruzeiros / passeios em embarcações turísticas, as receitas por actividade são relativamente diminutas face ao número de ope-radores considerados o que, mesmo desvalorizando o

TURismO náUTicO

canoagem

Passeio embarcações

rafting

canyonning

embarcações

Multi-actividades

surf

ski aquático

Kayak rafting

cruzeiros

Act. subaquáticas

Pesca Desportiva

Kitesurf

21

4

13

10

8

7

2

2

2

2

2

0 25

1

1

cArAcTeriZAÇão DA NáUTicANA reGião NorTecontinuação

Page 39: Projecto Náutica: Monografia

39Monografia Projecto Náutica |

facto de os montantes apresentados estarem “nivelados por baixo”, o estádio de desenvolvimento deste sub-sector está, claramente, abaixo do seu potencial unani-memente reconhecido.

A tal situação não será alheio o significativo con-junto de constrangimentos identificados por parte dos agentes, estando as questões de natureza legal (vazios, omissões e deficiências legais) à cabeça, aliadas a custos de licenciamento elevados, sem retorno e até dupli-cados, burocracia generalizada e falta de fiscalização efectiva.

A falta generalizada de estruturas de apoio às ac-tividades é outra das questões apontadas, desde a falta de vestiários de apoio até à falta de postos de abasteci-mento de combustível no rio Douro.

Assim, deste conjunto de problemas identificado, destaca-se a incapacidade destas empresas em reivin-dicar a aplicação de soluções tendentes a melhorar as suas condições de operação, apesar de cumprirem com as obrigações que lhes são impostas pelas diversas le-gislações e regulamentos aplicáveis; aliás, o sentimento generalizado é que, para os organismos de tutela, é-lhes suficiente que as empresas se mantenham em funcio-namento (partindo do pressuposto de que, se o fazem, tal se deve justificar economicamente), não cuidando apurar se lhes caberá contribuir, ao abrigo da legislação, para a melhoria das condições de operação ou, em última análise, questionar dentro da própria cadeia hie-rárquica, da eficácia de determinados requesitos legais ou regulamentares.

aCtividadE passEios EMBaRCaçõEs CRuzEiRos CanoagEM Rafting aLuguEREs Canyonning

Nº clientes 108.485 13.800 7.300 5.716 1.200 1.073

Preço médio PAX €48,35 €710,45 €20,76 €33,83 €19,83 €44,5

receita €5.245.448,65 €6.751.650,00 €152.098 €208.124,7 €22.200 €46.610

Page 40: Projecto Náutica: Monografia

40 | Monografia Projecto Náutica

remo - comércio

Actividades subaquáticas - comércio

construção / reparação - indústria

construção / reparação - serviços

construção / reparação - comércio

Pesca Desportiva - comércio

4

6

12

4

19

8

0 5 10 15 20

A equipa técnica entende por agentes económicos náuticos todo o tecido económico, de montante a jusante, respon-sável desde a produção industrial ou artesanal de equipa-mentos ou embarcações, passando por uma rede comercial que procede à colocação desta produção no mercado até à existência de um conjunto de serviços de proximidade que actue no sentido de garantir a manutenção das condi-ções operacionais ou, se for caso disso, proceder à sua re-paração de molde a restituir a sua funcionalidade original. Entendeu-se que esta logística de base apresenta uma forte relação directa com o grau de desenvolvimento da náutica, pois constitui-se como um factor de desenvolvimento ou de entrave da mesma.

O processo de identificação do universo de empre-sas que compõe este subsector consistiu num dos maiores desafios enfrentados no âmbito do desenvolvimento deste trabalho, pela simples razão de o número de fontes consul-

táveis ser extremamente reduzido e pouco diversificado.Por outro lado, e atendendo à grande diversidade ad-

missível de actividades passíveis de serem incluídas neste universo, comprovou-se uma enorme dispersão quanto ao seu registo, dificultando o seu processo de sinalização; por outro lado, existe uma maior visibilidade de umas activida-des face às outras (caso do comércio de embarcações com presença em certames de âmbito nacional e internacional por contraste com agentes económicos de proximidade); tal facto levou a que a equipa técnica fizesse uso de um sem-número de recursos que lhe permitisse reunir um uni-verso de agentes económicos tão representativo do subsec-tor quanto possível.

Assim, do total de actividades identificadas e inscritas nos respectivos agrupamentos, a actividade económica mais representada na amostra corresponde ao comércio de ar-tigos para a Pesca Desportiva, com 20% das respostas. No

aGEnTEs EcOnómicOs (inDúsTRia, cOméRciO E sERviçOs)

cArAcTeriZAÇão DA NáUTicANA reGião NorTecontinuação

Page 41: Projecto Náutica: Monografia

41Monografia Projecto Náutica |

entanto, a actividade de Construção e Reparação Naval, que engloba os sectores de Indústria, Comércio e Serviços, é a mais representada, com um total de 26 respostas ou 27,3% da amostra.

Destacam-se ainda as actividades comerciais de artigos e produtos relacionados com a prática de Actividades Subaquáticas e do Remo.

No que respeita ao impacte socio-económico deste sector, em especial ao corpo de colaboradores em função das actividades de-senvolvidas e para um universo total de 194 trabalhadores, 75 es-tão imputados à actividade da Construção e Reparação Naval, 63 a actividades ligadas à Pesca Desportiva e 11 à Vela, actividades que ocupam um total de 149 trabalhadores, o que em termos percentuais corresponde a 76,79%.

A generalidade dos agentes auscultados aponta para o facto do subsector atravessar um momento particularmente difícil, situação que pode pôr em causa o contributo que o mesmo possa ter para o desenvolvimento da náutica, não só na Região Norte mas também em todo o País.

Das razões apontadas, destacam-se as seguintes: O principal constrangimento identificado consiste no reduzido universo de praticantes das diversas modalidades náuticas, facto que tem como consequência a rarefacção das condições de ope-ração destes agentes, de uma forma transversal;

Na componente do comércio de embarcações, é indicado que a rede de infra-estruturas de acolhimento de embarcações é clara-mente inferior à necessária, o que interfere, activamente, na sua decisão de compra;

O segundo grande grupo de constrangimentos inclui questões de natureza legal / administrativa e fiscal; o sector náutico é consi-derado, pela máquina fiscal, como um sector de luxo, incidindo sobre ele um conjunto de impostos e taxas à altura desse epíteto; já os normativos legais / administrativos aplicáveis (como o re-gisto e a inspecção obrigatória das embarcações) geram processos burocráticos morosos, ineficientes e caros que em nada benefi-ciam este subsector.

cArAcTeriZAÇão DA NáUTicANA reGião NorTecontinuação

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POnTOs FORTEs

O sector náutico, no seu todo, demonstra possuir um corpo téc-nico devidamente habilitado tanto ao nível de formação académica como específica para a formação de praticantes, que dá garantias de capacidade de resposta ao desejável aumento da procura de activi-dades náuticas, nas suas mais diversas vertentes;

Existe, na Região Norte, uma rede muito abrangente de oferta de serviços diversificados de lazer náutico, um pouco à imagem da riqueza e da diversidade de recursos aquáticos aí existentes;

Económico: existência de um agrupamento relevante de agentes económicos que se dedica à actividade de construção e reparação naval, como as embarcações utilizadas em modalidades desportivas como o Remo, a Canoagem e o Surf, que se encontram na linha da frente em termos internacionais.

POnTOs FRacOs

A generalidade dos clubes desportivos enfrenta sérios estrangula-mentos ao nível da tesouraria, pelo que o seu modelo de gestão se baseia na contenção máxima de custos, o que tende a impedir que sobrem energias e vontades para alargar o âmbito da sua actividade, obviamente contrário à lógica de contenção; um dos reflexos disto mesmo é o elevado peso da colaboração não remunerada de recur-sos humanos nos clubes, necessariamente acumulada com outras actividades e dificuldades em promover a renovação de material utilizado;

O conceito de serviço de acolhimento nas infra-estruturas de re-creio, mormente as oceânicas, tende a reduzir-se à atracagem de embarcações, descurando a prestação de serviços de apoio básicos e essenciais para as embarcações (abastecimento, reparação e ma-nutenção, entre outros), o que consiste num entrave à atracção de segmentos de mercado mais rentáveis;

Verifica-se um muito reduzido impacte da actividade de passeios em embarcações turísticas nas zonas mais interiores da bacia do Douro, que tendem a não tirar benefícios económicos dos fluxos turísticos existentes, apesar dessa actividade se encontrar, em termos económicos, em franco crescimento;

O desenvolvimento da actividade da náutica de lazer constitui-se como uma actividade sazonal, entre a Primavera e o Outono (para os opera-dores de passeios), e muito sazonal para as EAT (fim-de-semana).

OPORTUniDaDEs

A possível integração de clubes, empresas de animação turística e Operadores Marítimo-Turísticos nos Centros Coordenadores de Actividades Náuticas (CCAN) pode constituir-se como uma fonte relevante de recursos financeiros, através da rentabilização dos re-cursos já existentes, sejam eles materiais ou humanos;

A efectivação do terminal de cruzeiros de Leixões trará uma nova visibilidade ao destino Norte de Portugal, por via marítima, factor potenciador do alargamento do espectro de procura por parte de consumidores de produtos de turismo náutico e com benefícios para todos os subsectores náuticos;

O país goza, internacionalmente, de uma imagem de forte tradição náutica, em especial ligada aos Descobrimentos, que pode e deve ser utilizada para a concepção de produtos de lazer náutico.

amEaças

A conjuntura económica actual poderá complicar, ainda mais, as já debilitadas condições de operação da maioria dos agentes consultados;

O desajustamento do enquadramento legal recolhe consenso em to-dos os subsectores auscultados, caracterizando-o como emaranhado legal e burocrático, dividido entre várias tutelas, muito desajustado da realidade, caro e inoperante e que se constitui, nos dias de hoje, como o principal constrangimento do desenvolvimento da náutica no seu todo;

Também se destaca a percepção de que a gestão dos recursos aquá-ticos é absolutamente unidimensional, desvalorizando completa-mente o papel desempenhado por uma actividade turística respon-sável na preservação dos recursos naturais da região;

Reconhece-se a falta de um verdadeiro espírito de união entre todos os agentes, nos diversos subsectores, que impede a concretização de condições mais favoráveis à sua operacionalização e actividade.

indiCadoR univERso voLuME dE nEgóCios

postos tRaBaLho

voLuME dE invEstiMEnto

infra-estruturas 66 M€ 0,794 29 M€ 40

eAT / oMT 96 M€ 12.463,8 461 M€ 3,34

clubes 80 M€ 0,205 158 M€ 5,476

Ag. económicos 123 M€ 8.206,6 194 M€ 3.877,5

43Monografia Projecto Náutica |

síNTese Do DiAGNÓsTico

Page 44: Projecto Náutica: Monografia

44 | Monografia Projecto Náutica

A estratégia de desenvolvimento do sector da náutica no Norte de Portugal, seguidamente apresentada, é alicerçada num conjunto de vectores:

A organização territorial do produto, decorrente da aplicação da metodologia dos eixos e locais-âncora e da síntese do diagnóstico;

As propostas e recomendações, estruturadas em cinco eixos de actuação e principais impactes no território advintes da sua implementação;

E a proposta de um modelo de governação e monitorização, com vista à implementação das medidas e acções referidas.Como preconizado no diagnóstico estratégico, a organização

territorial ligada à Náutica na Região Norte tem a ver com três dimensões essenciais:

A Costa Atlântica, na secção Caminha/Espinho (com uma ex-tensão de 110km), nomeadamente na faixa de 500 metros na qual influi o Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) e onde se encontram as principais infra-estruturas ditas pesadas, de apoio à actividade náutica, em geral, e a todos os subsectores em particular;

Bacias Hidrográficas, sendo de relevar aqui, obviamente, a Bacia Hidrográfica do Rio Douro, que comporta ainda os rios Tâmega e Paiva com clara expressão ao nível da actividade náutica, para além do potencial das bacias do Minho e Lima, que se encontram ainda em fase algo embrionária em termos da actividade náutica associada, apesar da existência de casos exemplares nesta matéria;

Albufeiras, dando-se destaque àquelas que possuem Plano de Ordenamento (POA) aprovado, para além daquelas que estão li-gadas à área envolvente do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), bem como a ligação entre o Douro e Trás-os-Montes, dada a concentração e relevância de algumas nesta última parcela de território.Esta perspectiva tripartida, apesar de ter por base realidades e

potenciais diversos, tem como vantagem uma maior abrangência dos planos de água, configurando a importância que as águas interiores

possam representar para o desenvolvimento do sector na região.A par dessa questão, importa, igualmente, salientar a maior rele-

vância que pequenos projectos possam ter nas zonas de interior ou transfronteiriças, no sentido de dinamizarem alguns dos subsectores retratados no diagnóstico e, com isso, contribuir de forma mais sen-sível para combater as assimetrias regionais que, como já foi referido acontece também neste sector da náutica.

Esta estruturação vem também no seguimento da tendência em considerar no Plano Estratégico e de Ordenamento e Planeamento do Território a multiplicidade de usos dos planos de água, quer na li-nha de costa, quer em planos de água mais interiores, considerando-se nessa multiplicidade as dimensões da náutica (prática das modalidades, zonas de pesca), mas também o lazer (praias fluviais), partindo-se do princípio que a dinamização destas componentes possa contribuir igualmente para o desenvolvimento económico de algumas regiões (indústria, comércio, turismo) e para a promoção da náutica de lazer junto da população em geral.

Por outro lado, este mesmo modelo territorial assenta igualmente na metodologia desenvolvida para a determinação dos locais âncora da náutica na Região Norte, que teve como objectivo essencial a or-ganização do espaço face ao produto. Como resultado estabeleceu-se uma priorização dos locais/concelhos em três níveis diferenciados: âncoras, secundários e complementares.

Relembre-se que tal priorização teve a ver com a aplicabilidade de três critérios principais distintos (no plano concelhio), a saber: a existência de infra-estruturas, das mais pesadas às mais diminutas (marinas, portos de recreio, ancoradouros, rampas, etc); a existência de agentes ligados aos três subsectores considerados para efeito do estudo (comércio, indústria e serviços, operadores marítimo-turísticos e empresas de animação turística e, finalmente, clubes e associações); capacidade instalada em termos de alojamento turístico, como ponto de partida que possibilita ao visitante permanecer no território.

A aplicação desta metodologia permitiu assim delinear – de forma objectiva – o “mapa da Náutica no Norte de Portugal”, relevando e

Principais locais da Náutica

CoMponEntEs pRinCipais LoCais

costa Atlântica caminha, Viana do caΩelo, esposende, Póvoa de Varzim, Leixões e Douro

Bacias Hidrográficas Ave, cávado, Douro, Lima e Minho

Albufeiras Douro (crestuma, régua, Venda Nova, Torrão, Bemposta, Miranda, entre outras), pnpg / cávado (caniçada, Touvedo, Lindoso, Guilhofrei, salamonde, Vilarinho das furnas, Alto rabagão, Alto cávado, Queimadela, entre outras), Trás-os-Montes (Arcossó, Mairos, Azibo, salgueiro, Burga, Alfândega da fé, entre outras)

PLANo De AcÇão

Page 45: Projecto Náutica: Monografia

rio Douro chaves, Bragança, Alfândega da féPNPG e Zona Adjacente Zona costeira rio Paiva

AZiBo

poRto

viana do CastELo

BRaga

visEuavEiRo

viLa REaL

ChavEs

BRagança

BaRCa d'aLva

ALfÂNDeGA DA fÉ

45Monografia Projecto Náutica |

priorizando os locais de maior aptidão. O mapa seguinte constitui, pois, a síntese gráfica da estruturação territorial do sector da náutica na Região Norte. Em seguida, apresentam-se as conclusões principais do referido mapa-síntese.

Em primeiro lugar, a Costa Atlântica assume especial importân-cia em termos do desenvolvimento da náutica, em todas as suas di-mensões. É aqui que se encontram as principais infra-estruturas de recreio (Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Leixões e Douro), para além de contribuir para mais de 2/3 do total de agentes registados em todos os subsectores considerados (comércio, indústria e serviços,

clubes e associações e empresas de animação turística / operadores marítimo-turísticos).

Associado a este conjunto de factores, não esquecer, igualmente, o tráfego ao largo que pode potenciar uma maior dimensão do turismo náutico, sendo que também nessa área estão localizadas algumas das prin-cipais imagens turísticas da Região Norte, com especial incidência para o Grande Porto. O facto desta linha de costa confluir com a principal bacia hidrográfica (Douro) é também um ponto importante de passa-gem de actividades “costeiras” para águas interiores ou de mar para rio.

Náutica no Norte de Portugal: estruturação territorial do produto

Page 46: Projecto Náutica: Monografia

Claramente o Douro encontra-se muito acima das restantes bacias hidrográficas existentes na região em termos do grau de actividade associada, sendo de relevar a sua dimensão turística, sobretudo por via da crescente notoriedade dos cruzeiros, para além de outras imagens importantes na promoção e desenvolvimento da náutica. Esta é tam-bém a única bacia hidrográfica que aponta projectos de promoção de modalidades náuticas (Canoagem, Remo) e que tem alguma massa crítica em termos de agentes. São pois estas duas parcelas de território que são classificadas como locais-âncora da NUT II Norte no que à Náutica diz respeito.

A outro nível encontram-se as bacias hidrográficas do Minho e Lima, que constituem interessantes pontos de confluência com a área costeira, podendo ter ainda larga margem de progressão em termos do uso dos planos de água, faltando aquilatar das questões ligadas à navegabilidade como factor dinamizador da actividade náutica (turís-tica e não-turística) estando os responsáveis, de momento, a preparar projectos que visam formas de aproveitamento dos principais rios.

As Albufeiras, que foram tratadas de forma diferenciada das ba-cias hidrográficas dado serem igualmente alvo de Plano Especial de Ordenamento, são também expressas neste modelo territorial, sobre-tudo a zona no interior e envolvente ao PNPG, que pode possibilitar a estruturação do produto da náutica de recreio de forma mais facilitada, bem como a zona de transição do Douro para a submarca Trás-os-Montes, nas quais estão alguns planos de água com extensão impor-tante, face às albufeiras existentes em toda a Região Norte. Estas duas parcelas foram assim classificadas como locais secundários para o desenvolvimento da náutica.

A última nota de destaque prende-se com a reduzida expressão no plano da náutica de extensas parcelas do território do Norte do país, devido aos constrangimentos de não existirem planos de água, nem sequer agentes que lhes dêem especial massa crítica, tendo essas mesmas parcelas sido classificadas como locais complementares, onde muito dificilmente se desenvolverá uma dinâmica que vise o cresci-mento do sector da náutica.

PLANo De AcÇãocontinuação

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PLANo De AcÇãocontinuação

49Monografia Projecto Náutica |

Principais linhas de orientação estratégica

o sECtoR da náutiCa – Linhas dE oRiEntação

A náutica como a prática das modalidades Alargamento da base de praticantes e infra-estruturas

Maior grau de profissionalização dos serviços associados

Articulação dos agentes para o desenvolvimento da náutica implementação de projectos conjuntos

Desenvolvimento de redes temáticas

A promoção e internacionalização da náutica interligação da náutica com os produtos turísticos

Promoção e comercialização de produtos e serviços no exterior

As propostas e recomendações apresentadas estão estruturadas em cinco eixos, donde sobressaem as principais medidas a implementar. Por sua vez dentro de cada medida existem várias acções, estando as mais relevantes ou aquelas que se encontram num grau de operacio-nalidade mais avançado vertidas para a ficha por medida.

Para cada medida existe, por sua vez, um quadro tipo com a descrição dos principais itens, de modo a facilitar a leitura global do Plano de Acção e a interligação entre os vários eixos, num primeiro nível, e das medidas, num segundo nível.

Conforme o quadro a seguir apresentado o desenvolvimento da náutica assenta em três grandes linhas de orientação estratégica, sendo que a primeira delas aponta para a necessidade de ver a náutica como a prática das modalidades.

De facto para que um determinado território seja associado como uma área de destino para a prática de actividades náuticas ou como motivador do investimento público e privado, torna-se funda-mental a prática das várias modalidades, para além da potenciação dos principais recursos ligados a estas.

Quanto maior a base de recrutamento, maior a diversidade e a complexidade dos serviços prestados, e maior a notoriedade do território em si, como área geográfica que se distingue das demais.

É pois essa prática que distingue por exemplo a França ou a

Inglaterra de outros destinos para a prática da náutica, tal como su-cede com os países nórdicos, especialmente com a Suécia. É também nesses países que os lugares para passantes nas principais infra-estru-turas têm mais relevância demonstrando uma clara capacidade para captar turistas que tenham como motivação principal a prática de modalidades náuticas.

Por sua vez este alargamento da base de praticantes conduz a uma crescente profissionalização dos serviços prestados pelos agentes do sector, quer os clubes e associações, quer a componente de indústria, comércio e serviços, de que são exemplo a construção e reparação naval ou os operadores marítimo-turísticos e empresas de animação, o que reforça ainda mais a notoriedade do território.

Outra linha estratégica essencial para o desenvolvimento da náu-tica é vê-la como um sector onde as várias componentes se têm de articular entre si, quer em termos da montagem dos vários projectos e negócios associados, quer mesmo na desejável proximidade física entre eles, em alguns casos mais específicos (por exemplo na área da construção e reparação naval).

Uma tendência claramente verificada na Região Norte é a da autonomização dos subsectores e a fraca potenciação das comple-mentaridades entre agentes económicos e aqueles que promovem, simplesmente, a náutica (por exemplo a ligação entre infra-estruturas

PROPOsTas E REcOmEnDaçõEs

Page 50: Projecto Náutica: Monografia

PLANo De AcÇãocontinuação

50 | Monografia Projecto Náutica

e prestação de serviços de acolhimento e reparação ou entre locais de construção, venda de produtos e prática das modalidades).

Esta interligação, absolutamente vital para o alicerçar do sector, pode ser vista de duas formas distintas. Por um lado, a maior abran-gência de parceiros ligados às acções a realizar conduzirá a um alar-gar das valências de equipamentos e serviços, tornando-se estes uma centralidade da náutica no território, por exemplo uma nova visão das infra-estruturas como é o caso de Leixões em que várias áreas de actuação estão representadas no novo projecto – clubes, operadores turísticos e prestadores de serviços em áreas complementares ou a outra escala o exemplo da Póvoa de Varzim, onde essa articulação tem já alguma expressão.

Por outro, a criação de redes temáticas que conduzam a uma cada vez maior especialização de cada modalidade ou subsector da náutica, resultando daí uma acção mais concertada em torno desse tema (por exemplo um plano de acção para a canoagem, que envolva os construtores dos equipamentos específicos para essa modalidade, reparadores e venda a retalho de acessórios).

Cumpridas as duas primeiras linhas de orientação, temos então a perspectiva final de uma maior promoção e internacionalização da náutica. A via da internacionalização tem a ver com a necessidade de aproximar mais os agentes económicos – turísticos e não-turísticos

– aos mercados mais influentes da náutica, sendo que os mesmos no plano do turismo correspondem a alguns dos mercados emissores mais influentes, como a França, a Inglaterra, a Espanha, entre outros, ou com algum potencial, como é o caso dos países nórdicos.

Esta linha condutora de uma maior internacionalização terá igualmente a ver com a capacidade de, no plano da Agenda Regional do Mar gerar algumas dinâmicas que contribuam para a participação dos agentes em eventos no exterior capazes de captar a atenção desses mercados, mas também ao nível da Agenda Regional do Turismo, ao potenciar o turismo náutico por si só e também em profunda ligação com outros dois considerados estratégicos para o Norte de Portugal, o touring histórico-cultural e o turismo de natureza. O primeiro, associado a rotas marítimas associadas nesse âmbito, o segundo, ao promover a dinamização de actividades náuticas no interior e envol-vente à rede de Áreas Protegidas existente no território.

Torna-se assim necessária uma maior especificidade na comu-nicação ao falarmos de cada um dos subsectores considerados para o presente estudo, e ao considerarmos a participação em projectos

e eventos de carácter restrito, a fim de posicionar o produto da náu-tica na Região Norte. Tal terá especial interesse num processo de reformulação político-administrativo na área do turismo (Agência Regional) e estratégia daí decorrente, mas também num momento de grandes alterações de carácter administrativo-legal na área da náutica em geral.

O conjunto de medidas e acções propostas foi organi-zado em cinco eixos fundamentais a seguir descritos:

O primeiro, relacionado com intervenções e recomendações cen-tradas nas principais infra-estruturas pesadas de apoio à náutica, leia-se marinas, portos de recreio, entre outros, que passam por ser um dos recursos centrais quando se fala na dinamização do sector;

O segundo, relativo, especificamente, à dinamização turística do produto associado à náutica, que tem vindo a aumentar de forma manifesta e que apresenta uma tendência de crescimento no plano internacional;

O terceiro, na dinamização da náutica, quer na perspectiva da maior abrangência territorial na estruturação de medidas con-cretas, quer no apetrechamento dos agentes não-turísticos, com ou sem fins lucrativos, públicos ou privados, e que promovam projectos em parceria, visando em paralelo a criação de redes, quer ainda na área da formação;

O quarto, que aborda a questão da comunicação e promoção do sector, quer em termos do posicionamento do produto turístico, quer na edição do directório dos vários subsectores e edição ví-deo sobre aspectos da náutica, quer ainda na montagem de grupos que promovam, no litoral e interior, a prática de carácter eventual e direccionada para os segmentos mais jovens das modalidades náuticas, quer ainda na montagem de eventos relevantes para o sector e espaços museológicos com ligação ao mar e à náutica;

Por último, o eixo quinto, que agrega um conjunto de maté-rias ligadas à componente da governância do sector, e que passa pela simplificação de processos no acesso à náutica por parte de privados e públicos, particulares e entidades, pela montagem de uma estrutura liderante que observe, edite e participe no pro-cesso de discussão desse acesso, num futuro próximo e a médio/longo prazo e na estratificação da actividade náutica para fins meramente estatísticos.

PROPOsTas E REcOmEnDaçõEs

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51Monografia Projecto Náutica |

Organização das medidas segundo eixos de actuação

Eixos MEdidas

Eixo 1

REdE dE infRa-EstRutuRas náutiCas

centros coordenadores da Actividade Náutica

Aumento da capacidade instalada

Qualificação de serviços

Eixo 2

dinaMização tuRístiCa

Pacotes náuticos

empreendimentos turísticos temáticos

empreendimentos de animação náutica

Eixo 3

dinaMização da náutiCa

rede de equipamentos e actividades em BH e Albufeiras

redes de prestadores de serviços

Apetrechamento dos agentes náuticos

formação (geral e activos)

Eixo 4

pRoMoção E CoMuniCação

estruturação temática e edição de material (turismo)

Directório da náutica

Acções para iniciação às actividades náuticas

eventos e espaços museológicos

Eixo 5

govERnânCia

Loja da Náutica

observação e operacionalização da Náutica

estratificação da actividade económica náutica

Normativo Administrativo-legal

a figura seguinte ilustra as componentes inerentes a cada eixo de actuação, sendo que, na generalidade, estas se traduzem em acções e medidas concretas.

Page 52: Projecto Náutica: Monografia

ORGaniZaçÃO Das mEDiDas sEGUnDO EiXOs DE acTUaçÃO

PLANo De AcÇãocontinuação

52 | Monografia Projecto Náutica

A rede de infra-estruturas náuticas assenta em três medidas concretas: Centros Coordenadores da Actividade Náutica, Aumento da capaci-dade instalada e Qualificação de serviços.

A primeira delas tem a ver com a criação de 4 Centros Coordena-dores da Actividade Náutica. O que são estes Centros? São infra-es-truturas que vão concentrar três valências fundamentais num único local: acesso à prática desportiva e turística de carácter eventual, como primeira experiência; acesso à prática desportiva e turística continuada, fazendo coexistir a prática dos clubes com a existência de um con-junto de empresas relevantes; e acesso a um conjunto abrangente de recursos da náutica, nomeadamente recursos humanos afectáveis no interior e exterior do Centro, e operacionalização de prestações de serviços associados (técnicos, reparadores, embarcações, entre outros).

Tal funcionará num regime de parcerias com vários agentes a fim de concentrar todos esses recursos e facilitar a prática turís-tica e não-turística a qualquer momento, e com elevado grau de operacionalização.

Estes Centros Coordenadores serão em número de 4 – um por cada submarca turística – dado tratarem-se de um sério compro-metimento futuro entre turismo e clubes, ou seja na facilitação de serviços turísticos e potenciação de novas áreas de actividade e no-vas fontes de receita, facto que não é, actualmente, verificável e que constrange enormemente o acesso a um conjunto relevante de ac-tividades. Ligada a esta medida está prevista ainda a aquisição de um Barco-Escola comum a todos os Centros e que possa funcionar como dinamizador da prática da náutica.

Outra medida do eixo um está ligada ao aumento da capacidade instalada, em pontos de atracação, incluindo os destinados a passantes. Tal aumento da capacidade tem a ver sobremaneira com projectos na área da Costa Atlântica, desde Viana do Castelo (Centro de Mar), passando pela ampliação da marina da Póvoa de Varzim, dando na-tural relevância ao novo terminal de cruzeiros do Porto de Leixões, assim como ao seu novo Porto de Recreio, para além de projectos no Grande Porto. São ainda apontados projectos, sobretudo na bacia hidrográfica do Douro, centrados nos rios Douro e Tâmega.

Note-se que, nesta matéria, apesar do Norte de Portugal deter apenas menos 35% do número de registos de embarcações face à Galiza, o território detém apenas 1/6 do total de lugares de atra-cação face a essa região espanhola (pouco mais de 2.000 no total e pouco mais de 1.000 na costa atlântica). Paralelamente, o Norte de

Portugal detém pouco mais de 100 lugares para passantes, o que torna as actuais infra-estruturas verdadeiros parques de estacionamento de embarcações de recreio.

Nesta medida o crescimento da capacidade instalada no geral deverá ser acompanhado por um crescimento percentual mais sensível na componente de passantes, a fim de fomentar, verdadeiramente, a vertente turística a ela associada e possibilitar a captação de algumas estadias das cerca de 12.000 embarcações/ano que passam ao largo da costa, números que têm a ver com as perspectivas mais conservadoras.

Por último, a questão da qualificação dos serviços. A maioria das infra-estruturas de recreio actualmente existentes funcionam numa lógica de gestão pública ou de carácter associativo, através dos clubes, e sem preocupação notória na monitorização da qualidade dos serviços pres-tados no interior dessas infra-estruturas, bem como no leque de serviços disponibilizados a partir do exterior.

Dado que a percepção da qualidade da infra-estrutura por parte do utente depende muitas das vezes da qualidade da prestação do serviço (independentemente deste ser prestado na própria infra-estrutura ou fora desta) torna-se importante aquilatar dos serviços que devem ser contro-lados pela gestão do equipamento, dando maiores garantias aos utentes e uma imagem de maior eficácia e profissionalismo.

Assim sendo é importante que esta medida concretize questões lo-gísticas que possam melhorar a imagem das infra-estruturas no exterior, assim como maiores níveis de utilização. Neste campo estão considerados o número de acessos ao mar ou outro plano de água, pontos de água e luz, grua, combustível, reparações, doca seca, entre outras. As infra-estruturas deverão ainda ter um centro de apoio logístico com a congregação, num só local, de um conjunto de serviços relevantes e complementares (repa-radores e venda a retalho de diverso material).

Outra acção descrita nesta medida é a necessidade de proceder a um zonamento correcto dos usos que ocorrem no interior das infra-estru-turas, que têm mostrado uma crescente abrangência – com componentes cada vez mais fortes na área de restauração e bebidas, por exemplo – e que se tornam, por vezes, usos divergentes e prejudiciais em termos da percepção da qualidade geral da infra-estrutura. Deste modo propõe-se a efectivação de planos de zonamento nas maiores infra-estruturas a fim de acautelar, no futuro, o maior volume de tráfego a partir dos passantes, assim como maiores períodos de permanência e o crescimento do mer-cado ligado à permanência das embarcações em doca seca.

Eixo 1

REdE dE infRa-EstRutuRas náutiCas

centros coordenadores da Actividade Náutica

Aumento da capacidade instalada

Qualificação de serviços

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53Monografia Projecto Náutica |

As medidas do eixo dois estão sintetizadas em três itens: pacotes náu-ticos; empreendimentos turísticos temáticos; e empreendimentos de animação náutica.

Os pacotes náuticos perspectivam a montagem de produtos tu-rísticos para os mercados, sobretudo emissores, tendo como ponto de apoio os Centros Coordenadores da Actividade Náutica. Nesta medida os Centros referidos funcionarão como receptivo, captando os fluxos turísticos que têm a prática da náutica como motivação central. Estes mesmos pacotes deverão ser comercializados através de agência de viagens temática – eventualmente on-line – que enqua-dre legalmente a actividade das empresas de animação e operadores marítimo-turísticos.

Estes mesmos pacotes náuticos têm como suporte principal os empreendimentos turísticos temáticos. Tais empreendimentos, que cumprirão com a nova legislação em vigor desde o passado mês de Março de 2008, visam preencher um largo leque de requisitos opcio-nais na Lei, sempre numa perspectiva de que são unidades para seg-mentos muito específicos da procura, dispondo pois de serviços voca-cionados para determinadas modalidades náuticas (windsurf hotel, nautic sport hotel, surfcamp, entre outras) como zonas de armazenagem de material, recursos humanos especializados e venda de pacotes náuticos.

Paralelamente, temos a existência de homeboats, pequenas infra--estruturas de alojamento junto aos pontos de água que possam es-tar preparadas para receber turistas com a logística e equipamentos necessários à prática das modalidades náuticas (hangar, ginásio, entre outros). Neste caso o utente poderá escolher duas modalidades dis-tintas: ou o aluguer das instalações podendo chegar até estas de barco e estacionar o mesmo no hangar; ou comprar um pacote que inclua aluguer de embarcação, que estará disponível no hangar durante o tempo de estada na homeboat. Estas pequenas unidades poderão ter, eventualmente, enquadramento através do alojamento local, afim de facilitar a sua construção e disseminação em áreas consideradas mais periféricas.

Por sua vez, os empreendimentos de animação náutica conjugam--se como um parque temático com algumas valências de parque de diversões aquáticas, mas com a possibilidade de praticar modalidades náuticas como a canoagem em águas bravas, pólo aquático, rafting, surf num único local, podendo tal equipamento entrar mais facil-mente na programação de operadores turísticos e agências de viagens, quer a de índole generalista, quer aquela de carácter mais específico. Estes empreendimentos poderão, assim, favorecer uma prática mais contínua das modalidades, conjugando-as com a vertente de lazer.

Eixo 2

dinaMização tuRístiCa

Pacotes náuticos

empreendimentos turísticos temáticos

empreendimentos de animação náutica

Page 54: Projecto Náutica: Monografia

54 | Monografia Projecto Náutica

O eixo três correspondente à dinamização da náutica tem quatro me-didas fundamentais. Uma medida central deste eixo é a rede de equi-pamentos e actividades em Bacias Hidrográficas e Albufeiras.

Relembre-se que os planos de bacias hidrográficas, apesar de refe-rirem a questão da valorização dos recursos hídricos numa perspectiva de lazer, são pouco abrangentes na esquematização e operacionaliza-ção das actividades. São únicas excepções à regra o Douro (natural-mente) e o Minho.

Também ao nível das albufeiras tal questão se passa, desta feita ainda com mais acuidade dado que apenas 6 das 50 barragens exis-tentes na Região Norte têm o seu plano de ordenamento aprovado (Alto Lindoso, Caniçada, Touvedo, Crestuma, Régua e Azibo). Desta forma, excepção feita a estas últimas, a operacionalização da náutica nesses planos de água é diminuta.

Nesse sentido a presente medida pretende servir de modelo de disseminação de pequenas infra-estruturas de apoio às modalidades e serviços náuticos, na lógica das infra-estruturas já existentes no Plano de Ordenamento da Orla Costeira, nomeadamente na revisão do regulamento da secção Caminha-Espinho que, pela primeira vez em Portugal, cria os Apoios de Praia à Prática Desportiva (APPD).

Desta feita o importante papel que os APPD vão desempenhar na disseminação da náutica no litoral também deve ter correspon-dência nas águas interiores e BH. Sugere-se pois a sua instalação nas zonas mais importantes atendendo ao modelo territorial, havendo que salvaguardar, igualmente, pequenas bolsas de estacionamento sem impacto nos planos de água e acessos mínimos a pontos de entrada nos vários planos de água.

Na generalidade, já existem entidades dispostas a gerir tais pontos de apoio, dada a carência efectiva deste tipo de espaços face à activi-dade já verificada – como por exemplo no Paiva ou no Tâmega.

Paralelamente, urge também proceder ao zonamento das áreas capazes de conduzir a algumas práticas, como por exemplo a pesca desportiva junto de rios ou albufeiras e a oficialização de praias flu-viais, que, para além de uso balnear, constituem pontos importantes de acesso aos planos de água. Outras acções a apontar referem-se à relação terra-mar, por via da qualificação das margens e criação de percursos pedestres e cicláveis, isto para além de estudos mais aturados que verifiquem das possibilidades de navegabilidade em alguns dos

rios onde poderíamos ter serviços de charter náutico ou passeios de pequena escala no plano turístico.

Quanto à medida de redes de prestadores de serviços, a mesma assenta na verificação da desagregação entre os vários prestadores de serviços na náutica que, ao invés de potenciarem as complementarida-des existentes entre si, funcionam de forma perfeitamente autónoma.

Desta forma, serão promovidos núcleos de agentes que se de-verão constituir como prestadores de serviços básicos para os vários praticantes das modalidades náuticas. Por outro lado, estas redes de prestadores de serviços poderão constituir a génese de parcerias entre diferentes agentes, promovendo, igualmente, a interligação entre os subsectores considerados, transformando-se, assim, em núcleos pri-mários de apoio à náutica, sempre que os agentes deles necessitarem, promovendo, em simultâneo, maior integração do serviço prestado, que facilite uma base de negócio mais abrangente ou continuada.

No que se refere à medida do apetrechamento dos agentes náu-ticos, quer os clubes, quer os agentes ligados à construção naval, por exemplo, mostram claras dificuldades no financiamento e promo-ção de novos projectos, em parte porque o fazem autonomamente. Ambos carecem de novos posicionamentos face aos seus segmentos de actuação.

Deverão ser considerados para este efeito projectos promovidos em parceria, que valorizem o intercâmbio e a complementaridade da experiência dos vários agentes e a convergência em torno da montagem de redes de serviços e infra-estruturas, incluindo aque-les que mostrarem interesse em gravitar em torno dos Centros Coordenadores da Actividade Náutica.

Tais parcerias deverão ter massa crítica mínima, tendo como base de partida as NUT III actualmente existentes ou suas agregações e a participação de agentes públicos e privados que sejam representativos dos subsectores considerados para efeito da caracterização do sector da náutica.

Uma das áreas onde foi possível apurar com mais premência as lacunas existentes no sector foi a da formação, onde os recursos hu-manos afectos a cada subsector são limitados e, por vezes, com defici-ências na sua formação de base face ao perfil exigido.

Desta forma, são propostas acções de formação que vão ao en-contro do solicitado pelos agentes e que se podem retratar em 4 áreas

Eixo 3

dinaMização da náutiCa

rede de equipamentos e actividades em BH e Albufeiras

redes de prestadores de serviços

Apetrechamento dos agentes náuticos

formação (geral e activos)

ORGaniZaçÃO Das mEDiDas sEGUnDO EiXOs DE acTUaçÃO

PLANo De AcÇãocontinuação

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55Monografia Projecto Náutica |

fundamentais: turismo, clubes, construção naval e infra-estruturas.Na componente turística estão em questão duas acções funda-

mentais, uma que vise um curso de animador turístico, articulando esse pressuposto com o Turismo de Portugal, IP para o futuro reco-nhecimento da profissão em termos turísticos, abordando questões de índole geral na logística e gestão das actividades de animação, e uma outra que atente, especificamente, à interpretação turística do terri-tório, com base nos serviços náuticos disponíveis actualmente. Nesse âmbito, zonas como o Douro, a Costa Atlântica e Áreas Protegidas, assim como algumas albufeiras e rios devem merecer uma atenção muito especial.

Uma questão que tem a ver, especificamente, com os Operadores Marítimo-Turísticos é a disponibilização de um maior número de maquinistas que pode, no entanto, ser extrapolada para outros agentes que deles necessitem. Assim serão, igualmente, previstas acções de formação destes profissionais.

Uma outra acção de âmbito transversal diz respeito à segurança e à navegabilidade, que são áreas onde alguns dos agentes se queixam que a informação é deficitária, apesar de publicada pelas entidades responsáveis. Desta forma, tornar-se-á em acção promovida para ultra-passar problemas operacionais de agentes ou meros adeptos da náutica, e que mostram dificuldades em lidar com questões tão práticas como a navegação em eclusas, segurança das embarcações no mar e águas interiores, regras de utilização das embarcações em determinados pla-nos de água, entre outros.

Quanto à área da indústria e comércio, principalmente em ter-mos da construção naval, existem alguns pressupostos que são impor-tantes como ponto de partida para a esquematização de acções de formação, que é a necessidade sentida por todos, grandes e pequenos, de derivarem do mercado de mercadorias e pesca para o mercado da construção de embarcações de recreio. Desta forma, foram apontadas áreas como o desenho/design das embarcações e níveis de acabamen-tos relacionados, como falhas actualmente existentes e que poderão ser ultrapassadas, em parte, com acções para activos.

Por fim, a questão dos clubes, que abrange igualmente os funcio-nários de entidades públicas, responsáveis pela logística e operação das principais infra-estruturas.

Neste campo, e dada a necessidade óbvia de abertura das mesmas

aos passantes e à qualificação dos serviços prestados, tornar-se-á fun-damental a montagem de formação que configure dois objectivos:

O melhor acompanhamento do navegante/turista na infra-estru-tura (logística associada a serviços de estada, línguas, informação e atendimento, entre outras áreas a considerar);

E a gestão mais agressiva das mesmas para os responsáveis de topo (com áreas de gestão e administração, parcerias, mercados, turismo, projectos e financiamento, entre outras áreas a considerar).

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56 | Monografia Projecto Náutica

As quatro medidas do eixo 4 dizem respeito em exclusivo à compo-nente de promoção e comunicação do sector da náutica. A estrutu-ração temática e edição de material no âmbito da actividade turística, tem a ver com a edição de material temático sobre os principais ser-viços oferecidos, quer pelas empresas de animação turística, quer por operadores marítimo-turísticos, para além dos pacotes náuticos que sejam, entretanto, formulados.

Paralelamente, dever-se-á apontar para a participação em feiras temáticas na área da náutica, nas quais começam a emergir algumas presenças na área do turismo, devendo aí privilegiar-se mercados emissores relevantes como a França, a Inglaterra e a Alemanha. Essa acção deverá ser coordenada, quer com a ADETURN, quer com a Agência Regional do Turismo do Norte.

Por outro lado, esta estruturação temática do turismo náutico deverá ainda conter a ligação a outros dois produtos considerados estratégicos: turismo de natureza e o touring histórico-cultural.

Na vertente de turismo de natureza será importante a inclusão da edição das facilidades existentes nas Áreas Protegidas, assim como nas zonas envolventes a estas. Num plano mais lato dever-se-á prever, igualmente, a indicação dessas facilidades em águas interiores, que tenham valia ambiental/rural que justifique a sua inclusão. No plano do touring uma chamada de atenção muito especial para o Raid

“Rota Marítima do Caminho de Santiago”, tal como viagens charter que tenham como motivação as peregrinações no mar e que possam ser associadas a algumas das principais festividades religiosas que já decorrem na Região Norte.

Quanto ao directório da náutica o mesmo deverá ser distribuído a partir da edição incluída no presente projecto, sendo, continuamente, solicitada a inscrição de um maior número de empresas no mesmo. Com a sua disponibilização on-line será possível todos os interessados deterem informação actualizada sobre todos os contactos por subsec-tor, para além das regras de funcionamento das várias actividades e possibilidades de desenvolvimento de projectos.

A medida respeitante à iniciação às actividades náuticas terá como princípio basilar a montagem de brigadas que durante a época balnear, no litoral e águas interiores, possam proceder à oferta de experimen-tações de modalidades náuticas para crianças e adultos.

Tal acção será acertada com clubes e empresas, dispostos a ceder,

temporariamente, material e recursos, que possam ser afectos a um número limitado de dias e abrangência regional, mas que no seu conjunto deverá cobrir todo o território e o período balnear, fomen-tando, assim, a prática inicial dos desportos náuticos e promovendo, em simultâneo, os pacotes náuticos.

Ao mesmo tempo, é apontada a importância da edição vídeo de pequenos programas sobre a náutica – como já sucede com o Desporto Escolar – e que possa conter aspectos da actualidade do sec-tor, explicitações sobre princípios basilares da prática das actividades, serviços disponibilizados por agentes económicos, para além de uma secção para crianças com pequenos concursos que suscitem a oferta de programas de iniciação à náutica e que têm tido crescente sucesso em países de referência como a França.

Ainda nas acções de iniciação às actividades náuticas há que re-ferir as “Férias Náuticas e Ambientais”, conceito já experimentado e que pretende congregar cerca de 250 jovens por NUT III para a realização de um acampamento com forte conotação náutica, e que poderá vir a ter alguma articulação com o Desporto Escolar no Norte, tendo a duração de cinco dias em cada NUT III, em articulação com as associações de municípios e clubes e associações desportivas.

No plano dos eventos, são sugeridas três acções concretas, que de-verão disputar o seu lugar no leque de eventos desportivos e turísticos considerados estruturantes no Norte de Portugal.

Os Jogos Náuticos Atlânticos, a ter lugar em Agosto de 2009 na Área Metropolitana do Porto, e abarcando um número de euro-regi-ões superior a 20, com a participação de 500 atletas em 5 modalidades (vela, remo, canoagem, subaquáticas e surf).

Tal evento, que se pretende seja captado com uma periodicidade não superior a 5 anos (tendo para isso que concorrer para a sua orga-nização com as restantes regiões), pode e deve ser um óptimo veículo publicitador da náutica na Região Norte, nas suas várias vertentes, suscitando o interesse por parte de públicos estrangeiros para a vinda e consumo de serviços no território.

Outro evento que teve o seu ponto de partida em 2007 (com a participação de 250 pessoas) é a organização anual do Raid “Rota do Caminho Marítimo de Santiago de Compostela”. Este poderá ser repetido mais vezes durante o ano, caso haja interesse manifestado por agentes económicos, através da promoção de um charter de cerca de

Eixo 4

pRoMoção E CoMuniCação

estruturação temática e edição de material (turismo)

Directório da náutica

Acções para iniciação às actividades náuticas

eventos e espaços museológicos

ORGaniZaçÃO Das mEDiDas sEGUnDO EiXOs DE acTUaçÃO

PLANo De AcÇãocontinuação

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57Monografia Projecto Náutica |

3 a 4 dias, zarpando do Grande Porto até ao porto mais próximo de Compostela (Vilagarcia de Arousa).

Para além das embarcações que a organização possa disponibili-zar, a ideia é abrir a operadores marítimo-turísticos ou particulares a participação no Raid, beneficiando da logística e organização já montadas, a fim de poderem proporcionar programas de animação e interpretação, refeições e estadas, entre outros aspectos que facilitem a venda dos serviços por parte dos agentes.

É igualmente proposto que este Caminho Marítimo Português, tenha correspondência do lado do Caminho Francês, a fim de ga-rantir uma maior interligação entre os dois Caminhos, e uma maior projecção internacional do evento.

Dessa forma o Caminho Marítimo Francês far-se-ia entre a Costa Norte de França e o mesmo porto de Vilagarcia de Arousa, e daí a pé até Santiago de Compostela.

Por fim, um último evento de carácter internacional que é a descida do Douro em canoagem e remo e que será promovida pelas Federações respectivas em co-organização com a INTERCÉLTICA e agentes económicos ligados às duas modalidades, devendo esses agen-tes assegurar a logística ligada a essa mesma descida, nomeadamente alojamento e transporte.

Esta descida, que tem vindo a ser condicionada por aspectos lo-gísticos – que poderiam ser ultrapassados com a ligação a um barco-

-hotel – suscita grande interesse junto de praticantes de várias partes do mundo (Austrália, Estados Unidos, Europa Central), pode tornar-

-se em evento relevante, com participação de mais de 200 pessoas.No campo dos espaços museológicos foram considerados vários

projectos que visam a promoção e conhecimento do mar, em geral, e da náutica, em particular, como o museu submerso a instalar em Vilarinho das Furnas, o Fluviário em Baião, a qualificação do navio Gil Eannes, entre outros apontados na ficha da medida respectiva.

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58 | Monografia Projecto Náutica

No eixo da governância destaque para qua-tro medidas, sendo a primeira delas a Loja da Náutica. Esta loja, inspirada na filosofia da Loja do Cidadão, deverá permitir que num único local possam ser executados todos os trâmites legais, visando o licenciamento das embarcações de recreio, do licenciamento de actividades e serviços de empresas de anima-ção e operadores marítimo-turísticos, os pe-didos para a realização de eventos ou acti-vidades de carácter eventual e ocupação de domínio público hídrico, de licenciamento de infra-estruturas flutuantes, licenciamento de Apoios de Praia para a Prática Desportiva, entre outras matérias que vierem a ser julga-das convenientes.

Esta facilitação da resolução dos proce-dimentos administrativos terá de contar com a colaboração de três entidades fundamen-tais: o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, a Direcção-Geral da Autoridade Marítima e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, no que se refere à sua Divisão de Ambiente. Esta Loja da Náutica poderá funcionar no interior ou nas proximidades do Centro Coordenador das Actividades Náuticas a lo-calizar na cidade ou na Área Metropolitana do Porto.

Relativamente à medida da observa-ção e operacionalização da náutica esta tem

a ver com dois propósitos fundamentais: a continuidade do Observatório da Náutica, a fim de poderem ser produzidos anualmente dados sobre os subsectores dos clubes e fe-derações, comércio, indústria e serviços, tu-rismo e infra-estruturas. Para tal recorrer-se-á à rede de agentes e contactos estabelecidos durante o presente estudo, sendo produzido relatório anual sobre o estado do sector da náutica na Região Norte.

Por outro lado, torna-se, igualmente, im-portante que seja assumida a monitorização e a operacionalização do Plano de Acção aqui descrito, sendo para tal importante garantir que uma série de constrangimentos em ter-mos administrativo-legais, entre outros, pos-sam ser ultrapassados em diálogo permanente com as entidades responsáveis. É pois fun-damental que surjam agentes ou um agente representativo de todos os subsectores que participe e fundamente o enquadramento da actividade, a fim de, no terreno, poder ir ao encontro dos problemas efectivos.

Torna-se também fundamental o acom-panhamento da execução física e financeira das acções e projectos correspondentes, a fim de que possam ser ultrapassadas eventuais di-ficuldades nessa realização. Para tal é proposto que uma entidade representativa do sector da náutica possa representá-lo nessas tare-fas, integrando-se nessa entidade um Grupo

de Trabalho, que se apoiará nas decisões do Conselho Consultivo onde estejam represen-tados todos os subsectores já referidos.

A medida relativa à estratificação da acti-vidade económica ligada à náutica baseia-se na necessidade de desagregar ou considerar determinadas componentes do sector para fins estatísticos.

Para tal é sugerida a elencagem de um conjunto de actividades consideradas actual-mente pelo INE, mas, por vezes, não desagre-gadas, e outras não consideradas para o efeito. É de referir aqui que, para além da constru-ção e reparação naval e transporte marítimo, não existem registos claros ligados ao sector em termos do comércio por grosso ou a reta-lho, serviços de reparação e manutenção, nem tão-pouco na área turística, especialmente na animação e OMT’s, onde os agentes têm tido um crescimento apreciável.

Por último, no normativo administrativo--legal são sugeridas alterações à lei aplicável à náutica de recreio, às empresas de animação turística e operadores marítimo-turísticos, bem como analisados alguns dos procedi-mentos de licenciamentos vários que se têm mostrado como factores que constrangem o exercício continuado ou a prática de lazer ou turística de carácter eventual, bem como o investimento, directamente, ligado ao sector.

Eixo 5

govERnânCia

Loja da Náutica

observação e operacionalização da Náutica

estratificação da actividade económica náutica

Normativo Administrativo-legal

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Investimento previsto por eixo entre 2009 e 2013 (em M Euros)

Eixo invEstiMEnto pREvisto

(EM M€)

%

1 – rede de infra-estruturas náuticas 59,65 53,1%

2 – Dinamização turística 14,80 13,2%

3 – Dinamização da náutica 14,93 13,3%

4 – Promoção e comunicação 22,57 20,1%

5 – Governância 0,45 0,4%

totaL 112,40 100,0%

A implementação do Plano de Acção referido deverá suscitar um conjunto de resultados em vários domínios: económico, social, terri-torial e ambiental. Em termos globais, o investimento previsto para o conjunto das acções está estimado em 112,4 milhões de euros, con-forme descrito no quadro seguinte.

O eixo 1, relativo à rede de infra-estruturas náuticas, apresenta a estimativa mais significativa, com 59,6 milhões de euros (53,1% do total). O eixo 4 – Promoção e comunicação é o segundo eixo com maior montante de investimento previsto (22,5 M€).

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PRinciPais imPacTEs

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61Monografia Projecto Náutica |

Numa análise às diversas medidas do Plano de Acção, é possível ob-servar que as medidas com maior importância relativa são: a medida 1.2. – Aumento da capacidade instalada, com uma estimativa de 57,4 milhões de euros; a medida 4.4. – Eventos e espaços museológicos (com 19,7 M€ de investimento); e a medida 2.2. – Empreendimentos turísticos temáticos (9,6 M€).

Investimento previsto por medida entre 2009 e 2013 (em M euros)

Eixo MEdida invEstiMEnto

pREvisto EM

(M EuRos)

1rede de infra-estruturas náuticas

1.1. – centros coordenadores da Actividade Náutica (ccAN) 1,75

1.2. – Aumento da capacidade instalada 57,40

1.3. – Qualificação de serviços 0,50

2Dinamização turística

2.1. – Pacotes turísticos 0,20

2.2. – empreendimentos turísticos temáticos 9,60

2.3. – empreendimentos de animação turística 5,00

3Dinamização da náutica

3.1. – rede de equipamentos e actividades em BH e Albufeiras 5,95

3.2. – redes de prestadores de serviços 0,60

3.3. – Apetrechamento dos agentes náuticos 6,70

3.4. – formação (geral e activos) 1,68

4Promoção e comunicação

4.1. – estruturação temática e edição de material 0,80

4.2. – Directório da náutica 0,05

4.3. – Acções para iniciação às actividades náuticas 1,97

4.4. – eventos e espaços museológicos 19,75

5 Governância

5.1. – Loja da Náutica 0,20

5.2. – observação e operacionalização da Náutica 0,25

totaL 112,40

Page 62: Projecto Náutica: Monografia

Calendarização do investimento por medida entre 2009 e 2013 (em M euros) *

1rede deinfra-estruturas náuticas

1.1. – centros coordenadores Actividade Náutica 550.000 1.050.000 50.000 50.000 50.000 1.750.000

1.2. – Aumento da capacidade instalada n.d.

1.3. – Qualificação de serviços n.d.

2Dinamização turística

2.1. – Pacotes turísticos n.d.

2.2. – empreendimentos turísticos temáticos 500.000 3.500.000 5.600.000 9.600.000

2.3. – empreendimentos de animação turística 1.000.000 4.000.000 5.000.000

3Dinamização da náutica

3.1. – rede equipamentos e actividades em BH n.d.

3.2. – redes de prestadores de serviços 200.000 200.000 200.000 600.000

3.3. – Apetrechamento dos agentes náuticos n.d.

3.4. – formação (geral e activos) 360.000 300.000 360.000 300.000 360.000 1.680.000

4Promoção e comunicação

4.1. – estruturação temática e edição de material 160.000 160.000 160.000 160.000 160.000 800.000

4.2. – Directório da náutica n.d.

4.3. – Acções de iniciação às actividades náuticas 450.000 380.000 380.000 380.000 380.000 1.970.000

4.4. – eventos e espaços museológicos 4.650.000 3.650.000 3.800.000 7.650.000 19.750.000

5Governância

5.1. – Loja da Náutica 200.000 200.000

5.2. – observação e operacionalização Náutica 50.000 50.000 50.000 50.000 50.000 250.000

Nota *: excepto quando assinalado com “nd” – não disponível

Sempre que possível, foi efectuada a calendarização das diversas me-didas do Plano (apenas em alguns casos não foi possível determinar, com rigor, o escalonamento temporal das medidas). Assim, e com base na informação disponível, prevê-se um maior investimento no biénio 2010/2011: cerca de 27 milhões de euros.

Tal como já referido, o expressivo valor associado à medida 1.2. fica a dever-se, em boa parte, ao investimento no terminal de cruzei-ros e porto de recreio em Leixões (orçado em 45 M€). Além do porto de recreio de Leixões, prevê-se ainda a ampliação das marinas da Póvoa de Varzim (mais 150 postos de atracação) e de Viana do Castelo (mais 600 lugares), bem como uma nova marina na cidade do Porto (para 90 postos de atracação). Em suma, a concretização destas inter-venções deverá resultar num significativo acréscimo da capacidade instalada em infra-estruturas náuticas: mais 1.140 postos de atracação.

PRinciPais imPacTEs

PLANo De AcÇãocontinuação

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63Monografia Projecto Náutica |

Novos postos de atracação: nº de lugares e investimento (em M euros)

intERvEnção nº LugaREs (auMEnto) invEstiMEnto pREvisto (EM M€)

Porto de recreio (Leixões) * 300 45

Marina da Póvoa de Varzim 150 5

Marina de Viana do castelo 600 2,7

Marina no Porto 90 2

totaL 1140 54,7

Nota *: a maior quota-parte do investimento indicado corresponde ao terminal de cruzeiros

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64 | Monografia Projecto Náutica

Contributo das medidas do Plano para as linhas de orientação

Eixo MEdida Linha oRiEnt. 1 Linha oRiEnt. 2 Linha oRiEnt. 3

1

1.1. – centros coordenadores Activ. Náutica forte forte Médio

1.2. – Aumento da capacidade instalada forte fraco Médio

1.3. – Qualificação de serviços Médio forte Médio

2

2.1. – Pacotes turísticos forte forte forte

2.2. – empreendimentos turísticos temáticos Médio Médio forte

2.3. – empreendimentos de animação turística forte Médio forte

3

3.1. – rede equipamentos e actividades BH forte forte Médio

3.2. – redes de prestadores de serviços Médio forte Médio

3.3. – Apetrechamento dos agentes náuticos forte Médio Médio

3.4. – formação (geral e activos) forte Médio Médio

4

4.1. – estruturação temática e edição de material fraco Médio forte

4.2. – Directório da náutica Médio Médio forte

4.3. – Acções de iniciação às actividades náuticas forte forte Médio

4.4. – eventos e espaços museológicos forte forte forte

5

5.1. – Loja da Náutica forte fraco Médio

5.2. – observação e operacionalização Náutica Médio Médio fraco

5.3. – estratificação activ. económica Náutica Médio fraco fraco

5.4. – Normativo administrativo-legal Médio fraco fraco

Por fim, apresenta-se uma tabela síntese relativa ao contributo das medidas para o cumprimento das linhas de orientação do Plano. Em termos gerais, é visível um contributo forte da maioria das medidas para as suas linhas de orientação.

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66 | Monografia Projecto Náutica

GoVerNAÇão e MoNiToriZAÇão Do PLANo

A proposta de um modelo de governação e de monitorização do Plano de Acção para a Náutica deverá integrar-se no modelo defi-nido para o Plano de Acção para o Turismo no Norte de Portugal – Agenda Regional do Turismo, bem como com a Agenda Regional do Mar.

O modelo aí preconizado prevê, desde logo, a existência de dois órgãos de acompanhamento: a Comissão de Acompanhamento e o Comité de Pilotagem. Os dois assumem funções complementares, tendo o primeiro um cariz de acompanhamento do processo e o segundo um cariz mais operacional.

O estudo demonstra que o sector da Náutica pode ser impor-tante para a dinamização não apenas do turismo, mas de outros sub-sectores económicos ligados à náutica no Norte de Portugal. Neste sentido, a representação institucional destes órgãos deverá espelhar esta realidade, procurando ser abrangente, com instituições do sector público e privado, representativas de cada subsector.

A constituição da Comissão de Acompanhamento deverá, assim, integrar representantes de entidades públicas com competências ad-ministrativas que, directa ou indirectamente, influem na actividade náutica.

São os casos das seguintes instituições: CCDR Norte, Instituto da Água, Administração da Região Hidrográfica do Norte, Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, Capitanias, Direcção-Geral da Autoridade Marítima, Administração dos Portos do Douro e Leixões, Turismo de Portugal, Agência Regional de Turismo do

Norte, Associação Nacional de Municípios Portugueses, as Federações Desportivas, a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, o Instituto do Desporto de Portugal, Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar, entre outras.

Ao nível das entidades privadas, deverão integrar a Comissão de Acompanhamento representantes de diferentes subsectores, tais como, associações e clubes dedicados às actividades náuticas, empresas da in-dústria e comércio naval, operadores marítimo-turísticos, entre outras.

A selecção das entidades e dos seus representantes deverá ter como princípio orientador a representatividade no seio da NUT II Norte, devendo procurar-se, sempre que possível, garantir a equidade territorial (através de representantes provenientes de várias NUT III).

Quanto ao Comité de Pilotagem, de carácter mais operacional, deverá ser eleito no seio da Comissão de Acompanhamento, quer em relação à sua composição, quer em relação às entidades/repre-sentantes integrantes. Este órgão deverá ser composto, essencialmente, por elementos técnicos, devendo ser liderado por personalidade de reconhecida experiência e visibilidade regional/nacional, possuidora de uma dimensão agregadora e inspiradora sobre os actores regionais.

Numa fase inicial, enquanto não estiverem reunidas condições objectivas para a formalização do Comité de Pilotagem, é proposta a criação do Grupo de Trabalho da Náutica, que deverá ser liderado pela CCDR– N, podendo contar com a presença de representantes de entidades do sector público e/ou privado.

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67Monografia Projecto Náutica |

Faseamento da monitorização do Plano de Acção

fasEs itEns

fase 1formalização do Grupo de Trabalho da Náutica

Afectação dos recursos humanos e técnicos ao Grupo de Trabalho.Definição da calendarização das tarefas consideradas prioritárias.

fase 2formalização do observatório da Náutica no Norte de Portugal

Desenvolvimento de metodologias e sistema de informação para a implementação do observatório (articulação com as entidades “produtoras” de informação).

fase 3Agenda regional para a Náutica

Apresentação e aprovação da proposta consolidada do Plano de Acção para a Náutica no Norte de Portugal. esta agenda passaria a vincular os actores regionais às prioridades do Plano de Acção, tendo como elemento dinamizador o comité de Pilotagem (ou o Grupo de Trabalho).

fase 4Aprovação da implementação da Agenda regional da Náutica

Apresentação formal do cronograma de desenvolvimento das acções.Validação das acções propostas, nomeadamente da respectiva viabilidade económica, engenharia financeira, etc.

fase 5Monitorização e acompanhamento do desenvolvimento da Agendaregional da Náutica

Apresentação semestral/anual do relatório de actividades.realização das reuniões da comissão de Acompanhamento.

Este Grupo de Trabalho da náutica, com reduzido quantitativo de recursos humanos e estrutura organizativa flexível, poderá ser implementado através das seguintes fases:

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68 | Monografia Projecto Náutica 68

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PREFÁCIO • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 5

NOTAS INTRODUTÓRIAS • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 6

A OPORTUNIDADE DO ESTUDO • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 13

OBJECTIVOS E METODOLOGIA • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 14

ENQUADRAMENTO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO DA NÁUTICA • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 16

ENQUADRAMENTO ESTRATÉGICO DA NÁUTICA • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 21

O TERRITÓRIO DA REGIãO NORTE E A NÁUTICA • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 28

CARACTERIZAçãO DA NÁUTICA NA REGIãO NORTE • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 30

SíNTESE DO DIAGNÓSTICO • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 41

PLANO DE ACçãO • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 42

ORGANIZAçãO DAS MEDIDAS SEGUNDO EIXOS DE ACTUAçãO • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 50

GOVERNAçãO E MONITORIZAçãO DO PLANO • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 64

íNDice

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