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PROJETO AGRISUS Nº: 2534/18 TÍTULO DA PESQUISA: PLANTIO DIRETO DE HORTALIÇAS EM SISTEMA ORGÂNICO NA BAIXADA FLUMINENSE, RJ INTERESSADO ( COORDENADOR DO PROJETO): NIVALDO SCHULTZ INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO / INSTITUTO DE AGRONOMIA / DEPARTAMENTO DE SOLOS - (21) 3787-3772) LOCAL DA PESQUISA: BARACÃO DOS MENDES, SERRA VELHA, NOVA FRIBURGO, RJ VALOR FINANCIADO PELA FUNDAÇÃO AGRISUS: R$ 10.600,00 VIGÊNCIA DO PROJETO: 01/10/2018 30/09/2019 PERÍODO DESTE RELATÓRIO PARCIAL: 01/10/2018 30/04/2019 DATA E NOME DO COORDENADOR 01/05/2019. Nivaldo Schultz

PROJETO AGRISUS Nº: 2534/18 · N total na parte aérea dessas plantas de 375, 297 e 247 kg ha-1 respectivamente. Estes autores constataram ainda importante contribuição destas

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PROJETO AGRISUS Nº: 2534/18

TÍTULO DA PESQUISA: PLANTIO DIRETO DE HORTALIÇAS EM SISTEMA

ORGÂNICO NA BAIXADA FLUMINENSE, RJ

INTERESSADO ( COORDENADOR DO PROJETO): NIVALDO SCHULTZ

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO /

INSTITUTO DE AGRONOMIA / DEPARTAMENTO DE SOLOS - (21) 3787-3772)

LOCAL DA PESQUISA: BARACÃO DOS MENDES, SERRA VELHA, NOVA

FRIBURGO, RJ

VALOR FINANCIADO PELA FUNDAÇÃO AGRISUS: R$ 10.600,00

VIGÊNCIA DO PROJETO: 01/10/2018 – 30/09/2019

PERÍODO DESTE RELATÓRIO PARCIAL: 01/10/2018 – 30/04/2019

DATA E NOME DO COORDENADOR

01/05/2019. Nivaldo Schultz

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RESUMO

Os solos da Baixada Fluminense de maneira geral são arenosos, pobres em nutrientes e

carbono orgânico e degradados devido o preparo convencional mecanizado e o uso excessivo

de defensivos agrícolas nos sistemas tradicionais de produção agrícola. Diante deste cenário o

objetivo deste projeto de pesquisa é cultivar hortaliças com o preparo convencional do solo

(PCS) e o Sistema Plantio Direto (SPD), ambos em sistema de produção orgânico, testando

diferentes plantas de cobertura do solo cultivadas solteiras e consorciadas, visando a produção

sustentável de alimentos. Inicialmente foi cultivada a aveia preta (Avena strigosa) para formar

a cobertura do solo e na sequência foi cultivado o milho em sistema com PCS e SPD. Em

seguida houve um novo delineamento experimental inserindo as plantas de cobertura

tornando-o em fatorial 2 x 6, com 2 sistemas de manejo do solo (PCS e SPD) e 6 sub

tratamentos com plantas de cobertura. Como resultados preliminares a aveia preta produziu

2,02 Mg ha-1

de palhada, mantendo ao final de 120 dias aproximadamente 40% da palhada na

superfície do solo. A produtividade do milho no PCS foi superior à observada no SPD,

possivelmente devido a imobilização de nitrogênio (N) pela decomposição da palhada da

aveia preta pelos microrganismos decompositores da matéria orgânica do solo. Neste

momento um novo ciclo foi iniciado com o cultivo das plantas de cobertura para na sequencia

cultivar repolho entre junho e agosto/setembro de 2019.

1. INTRODUÇÃO

A Baixada Fluminense apresenta predominantemente os Argissolos e Planossolos,

caracterizados em sua grande maioria com textura arenosa nos horizontes superficiais,

apresentando como características de restrições ao uso agrícola a baixa capacidade de

retenção de água, baixa CTC, rápida decomposição da matéria orgânica – implicando em

perdas de nutrientes e adicionalmente problemas com erosão hídrica. Apesar de serem solos

de baixo potencial natural para a produção agrícola grande parte encontra-se atualmente

ocupado com produção hortaliças, principalmente para agricultura de subsistência com PCS e

o uso intensivo de defensivos agrícolas.

Esta forma de uso acelera a degradação dos solos agrícolas, por expô-los à ação direta

da chuva e intensificação da erosão hídrica, resultando na perda solo, água, nutrientes e

carbono orgânica (Schick et al., 2000a; Bertol et al., 2003; Bertol et al., 2007), culminando

com a queda de produtividade das culturas (Calegari et al., 1993). Outro aspecto importante

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que ocorre com a redução da proteção do solo e seu revolvimento intensivo é a redução da

infiltração de água das chuvas com o passar do tempo.

De maneira contrária ao PCS o SPD parte do princípio de cultivo com o menor

revolvimento possível do solo e a manutenção permanente dos restos culturais em sua

superfície, proporcionando proteção contra a ação direta da chuva e outros fatores climáticos;

além de preservar a umidade e a fauna do solo (Anghinoni, 2007). Freitas (2002) define o

SPD como um manejo sustentável de solo e água, através do qual se otimiza a expressão do

potencial genético das plantas cultivadas, fundamentado em três requisitos básicos: o

revolvimento mínimo do solo; a diversificação de espécies pela rotação de culturas e a

cobertura do solo com resíduos vegetais ao longo de todo o ano.

Uma das premissas do SPD é a rotação de culturas, introduzindo espécies das famílias

Fabaceae e Poaceae (leguminosas e gramíneas) nos sistemas de cultivo das culturas de

interesse econômico (Anghinoni, 2007). Esse manejo proporciona uma série de benefícios aos

sistemas produtivos, dentre os quais destacam-se o controle natural de plantas espontâneas,

pragas e doenças, através da quebra dos ciclos de estabelecimentos, redução na utilização de

defensivos agrícolas, redução dos custos de produção e a melhoria dos atributos físicos,

químicos e biológicos do solo (Salton et al., 2008). Além dos benefícios diretos do SPD no

solo, ocorre ainda a mitigação da emissão de CO2 para a atmosfera, por retardar os processos

de decomposição e mineralização da matéria orgânico do solo e favorecer a incorporação de

carbono no solo (Franzluebbers et al., 2007; Nicoloso et al., 2008). Segundo Rombaldi et al.

(2004) e Wutke et al. (2004) o manejo do solo com cultivo de espécies olerícolas intercaladas

com gramíneas melhora a qualidade do solo e dos produtos colhidos, além de elevar os níveis

de produtividade. Probst et al. (2008), afirmam que o manejo conservacionista do solo através

da preservação da matéria orgânica do solo torna a agricultura sustentável e mais produtiva,

uma vez que o carbono do solo junto com o calor do solo são as principais fontes de energia

que alimentam o sistema solo-planta.

Do ponto de vista microbiológico o sistema convencional afeta de forma negativa os

ciclos energéticos e biogeoquímicos dos ecossistemas e a agregação do solo, reduzindo a

qualidade do solo e consequentemente seu potencial produtivo (Siqueira et al., 1991). Balota

(1997) afirma que o SPD proporciona valores médios e mais constantes de carbono na

biomassa microbiana (CBM) em todas as camadas do solo, resultando em maior equilíbrio do

sistema produtivo. Segundo Mercante et al. (2008) a aração e a gradagem favorecem a

redução da matéria orgânica em relação ao SPD, interferindo negativamente na atividade da

biomassa microbiana do solo.

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Entre as plantas mais adotadas na rotação de culturas no plantio direto destacam-se

como culturas de verão as crotalárias (Crotalaria juncea e C. spectabilis), mucuna preta

(Mucuna aterrima), feijão-de-porco (Canavalia ensiformis); como culturas de inverno citam-

se a aveia preta (Avena strigosa), as ervilhacas (Vicia faba e Vicia sativa), o tremoço (Lupinus

albus), entre outras. As plantas leguminosas apresentam, além dos benefícios em relação à

proteção e condicionante orgânico do solo, a fixação biológica de nitrogênio (FBN) da

atmosfera. Fontanétti et al. (2006), avaliando a adubação verde com crotalária juncea, mucuna

preta e feijão-de-porco na produção de alface americana e de repolho verificaram acúmulos de

N total na parte aérea dessas plantas de 375, 297 e 247 kg ha-1

respectivamente. Estes autores

constataram ainda importante contribuição destas plantas na ciclagem de Ca e Mg e de

micronutrientes.

A agricultura orgânica tem apresentado avanços tecnológicos e aumento no número de

adeptos nos últimos anos, sendo na grande maioria das áreas realizada com base no PCS.

Aliado ao preparo convencional, muitas das áreas utilizadas na agricultura orgânica são

exploradas de forma intensiva, com revolvimentos sucessivos a cada ciclo de cultivo. O

somatório dos impactos resultantes do preparo convencional e o uso intensivo culmina com a

degradação física do solo, principalmente com a destruição dos agregados do solo. Esta

condição reduz a taxa de infiltração da água no solo e aumenta o escoamento superficial,

resultando em elevados valores de perdas de solo, água e nutrientes, além do arraste de

moléculas contaminantes de solo e mananciais. Neste contexto, a integração do SPD à

produção orgânica pode ser uma alternativa para tornar este sistema de produção mais

sustentável, uma vez que a sustentabilidade dos agroecossistemas depende do manejo

adequado dos atributos químicos, físicos e biológicos do solo (Moreira & Siqueira, 2006).

Apesar das diversas vantagens do SPD e da rotação de culturas na produção agrícola de

algumas regiões brasileiras, pouco se sabe sobre seus benefícios nos atributos físicos,

químicos e biológicos do solo em áreas de produção de hortaliças, principalmente em solos de

baixo potencial produtivo como os Argissolos e Planossolos, predominantes na região da

Baixada Fluminense. Diante do cenário apresentado a respeito da vulnerabilidade natural da

região, do manejo inadequado do solo e da representatividade do setor agrícola para a região,

torna-se fundamental o desenvolvimento de pesquisas que gerem as informações necessárias

para a mudança de hábitos no trato com a terra e a abertura de novas perspectivas na pesquisa

em relação aos benefícios no solo, oriundos de manejo que visa a conservação do solo e

consequentemente de todos os recursos naturais.

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Os objetivos das atividades desenvolvidas até esta fase do projeto foram avaliar a

produção de massa seca de aveia preta e sua decomposição; a produtividade de milho verde

em sistema PCS e SPD orgânicos, e a densidade e resistência do solo à penetração.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi iniciado em abril de 2018, com a coleta de amostras de terra para

análise dos atributos químicos. A área experimental encontra-se em propriedade particular de

produção orgânica (Sítio do Sol), filiada a Associação de Agricultores Biológicos do Estado

do Rio de Janeiro (ABIO) e participante da Associação de RJ.

O clima da região, segundo a classificação de Köppen é do tipo Aw, com chuvas

concentradas no período de novembro a março, com precipitação média anual de 1.213 mm e

temperatura média anual de 24,5ºC. A Figura 1 apresenta os dados de precipitação e

temperaturas médias máximas e mínimas registradas de maio de 2018 à fevereiro de 2019.

Figura 1: Precipitação e temperaturas máxima e mínima médias para a região de Seropédica,

RJ, de maio de 2018 a fevereiro de 2019. Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia,

Ecologia, Seropédica, RJ.

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Para a análise química inicial (abril de 2018) foram coletadas 15 amostras na área total,

na camada de 0-20 cm de profundidade. O preparo e as análises forma realizadas segundo a

metodologia descrita por Teixeira et al. (2017). Os resultados estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1: Atributos químicos do solo da área experimental antes da implantação do

experimento. Sítio do Sol, Reta de Piranema, Seropédica, RJ. Abril de 2018.

Prof. pH Ca Mg Al Na H+Al S T V K P

cm H2O ----------------------------cmolcdm³-------------------------- % ----mg dm³----

0-20 5,40 1,27 1,28 0,25 0,37 3,52 2,93 6,45 46 5 2

Resultados de amostra composta por 15 amostras simples na camada de 0-20 cm.

Em maio de 2018, de posse dos resultados da análise de solo foi realizada a calagem em

área total aplicando-se 2,5 Mg ha-1

de calcário dolomítico com poder relativo de

neutralização total de 85,6% (PRNT = 85,6%, CaO = 40%, MgO = 10%). Após a aplicação

foi realizada a incorporação com 1 aração e 2 gradagens a 20 cm de profundidade, utilizando

arado de disco para a aração e grade niveladora, acoplados a um trator de 65 cv.

Em julho de 2018 foi realizada a aplicação de fósforo na área total (dose equivalente a

100 kg de P2O5 ha-1

, na forma de termofosfato com 18% de P2O5 total) e a semeadura da aveia

preta em área total (120 kg ha-1

de sementes comerciais cv. EMBRAPA 139, com 98% de

pureza e 80% de germinação). Após a distribuição manual, as sementes de aveia e o

termofosfato foram incorporados a aproximadamente 5 cm de profundidade utilizando

motocultivador de pequeno porte (Figura 2).

Figura 2: Incorporação de adubo fosfatado e sementes de aveia preta.

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Após a semeadura da aveia preta a área foi dividida em 4 blocos com área de 48 x 6 m

de comprimento e largura, respectivamente, totalizando 288 m2 por bloco e 1.152 m

2 de área

útil total (Figura 3).

Figura 3: Aveia preta cultivada na área total em período de floração.

Em outubro de 2018 foi realizada a avaliação da produção de massa fresca da aveia

preta utilizando um gabarito de 0,25 m2

(0,50 x 0,50 m), com amostragem de 4 repetições por

bloco, das quais foi calculada a média para representar o bloco. Na sequência a aveia preta foi

roçada com roçadeira costal. Após a roçada da aveia os blocos foram subdivididos, sendo em

50% da área de cada bloco (24 x 6 m) realizado o PCS utilizando um microtrator com enxada

rotativa (Figura 3) e no restante mantido com SPD (Figura 4 – Croqui).

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24 m 2 m 24 m R

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6 m

PCS

Áre

a p

ara

test

e co

m s

imu

lado

r d

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a em

so

lo e

xp

ost

o

SPD SPD PCS

SPD SPD

PCS PCS

Delineamento: 2 tratamentos – Preparo Convencional do Solo – PCS e Sistema Plantio Direto - SPD, 4 repetições.

Tamanho das parcelas: 24 x 6 m.

Preparo convencional: enxada rotativa acoplada em microtrator com revolvimento do solo até 20 cm de profundidade.

Figura 4: Croqui da área experimental do primeiro ciclo, somente com o PCS e o SPD.

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Após determinar o delineamento experimental foi realizado o preparo do solo no

tratamento PCS (Figura 5).

Figura 5: Incorporação da aveia preta no tratamento convencional.

Após a preparo do solo foi realizada a abertura dos sulcos de semeadura, com

aproximadamente 10 cm de profundidade. Em seguida foi realizada a adubação com Biochar

contendo 4% de N total, com aplicação equivalente a 80 kg ha-1

de N no fundo dos sulcos,

com cobertura de aproximadamente 5 cm de terra sobre o adubo. Em seguida foi realizada a

semeadura do milho (Cultivar AG1051 Seiminis) com distribuição manual de 5 sementes por

metro linear sobre a terra que cobriu o adubo, sendo as semente cobertas por a

aproximadamente 5 cm de terra. As Figuras 6 e 7 mostram o milho na fase de formação das

panículas (6) e formação das espigas.

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Figura 6: Cultivo de milho na fase de pré inflorescência

.

Figura 7: Cultivo de milho na fase de formação das espigas.

Das amostras de aveia preta coletadas no campo foram retiradas sub amostras para

determinar a massa seca através de secagem em estufa de circulação a 65 ºC. Estas amostras

foram subdivididas, sendo 20 g alocado em sacolas confeccionadas com tela plástica com

malha de 2 mm e distribuídos no campo uma semana após a semeadura do milho. A avaliação

da decomposição da palhada da aveia preta será realizada segundo o método proposto por

Schunke (1998). As coletas foram realizadas aos 15, 30, 60, 90 e 120 dias após a distribuição

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no campo. O restante das amostras de aveia foi moído em moinho tipo Wiley de 2 mm e

encaminhadas para o laboratório para análise de N, P e K.

Ao longo do ciclo de cultivo foram realizados tratos culturais como limpeza com capina

das parcelas do tratamento convencional e roçadas das parcelas do plantio direto; além do

controle de lagartas com a utilização de Dipel ® WP (Bacillus thuringiensis, var. kurstaki,

linhagem HD – 1) e no controle de ácaros e lepidópteras foi aplicado óleo de neem

(Azadiractina 0,12% p/p) em calda 10 ml por L de água.

A colheita do milho foi realizada em fevereiro de 2019. Foram avaliados o número de

espigas comerciais por hectare (NECH); o número de espigas não comerciais por hectare

(NENCH); o número de espigas total por hectare (NETOTH); massa seca de folha por hectare

(MSFOLH); massa seca de colmos por hectare (MSCOLH); massa seca total por hectare

(MSTOTH); comprimento médio espigas comerciais (CMEC) e diâmetro médio de espigas

comerciais (DMEC). As avaliações foram realizadas com a pesagem de área útil de 4 linhas

de 4 m, totalizando 20 m2 por parcela. Todos os colmos e folhas foram triturados e uma sub

amostra de aproximadamente 1 kg de massa fresca de colmos e folhas foi retirada para ser

secada em estufa de circulação forçada a 65 ºC até atingir peso constante. Com base nesse

material seco foi calculado o percentual de massa seca e transformado em massa seca por

hectare. Esta amostra foi encaminhada para o laboratório para análise de N, P e K no tecido

vegetal.

Após a colheita do milho foi implantado um novo delineamento experimental com

subdivisão das parcelas dos tratamentos PCS s SPD para o cultivo de diferentes plantas de

cobertura do solo. O delineamento experimental nesta fase foi em esquema fatorial 2 x 6, com

parcelas subdivididas, sendo 2 tratamentos (PCS e SPD) e 6 sub tratamentos para avaliar

diferentes plantas de cobertura do solo em cultivos solteiros e consorciados dentro de cada

sistema de manejo (M: Milheto (Pennisetum glaucum); C.J.: Crotalária juncea (Crotalaria

juncea); F.P.: Feijão de porco (Canavalia ensiformes); P.E.: Plantas espontâneas; Coquetel 1

– C1: mistura de milheto, crotalária juncea e feijão de porco utilizando 100% das sementes

recomendadas para cultivos solteiros; Coquetel 2 – C2: mistura de milheto, crotalária juncea

e feijão de porco utilizando 50% das sementes recomendadas para cultivos solteiros) (Figura

8, 9 e 10).

A determinação da taxa de decomposição da palhada da aveia preta foi realizada por

meio de medidas de perda de massa do material contido nas sacolas de tela plástica. De posse

dos valores de perda de massa ao longo do período de estudo, foi estimada a constante de

decomposição k, segundo a metodologia de Thomas e Asakawa (1993), usando o modelo

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exponencial Xt = X0 .e-kt

; onde Xt é o peso do material remanescente após t dias e X0 o peso

do material seco originalmente colocado nas bolsas no tempo zero (t = 0). A curva e o

coeficiente desse modelo exponencial que caracterizam a perda de peso dos resíduos foram

elaborados com o programa SIGMAPLOT 12.0. O tempo de meia-vida (T1/2

) dos resíduos foi

calculado conforme Rezende et al. (1999) por meio da equação T1/2

= ln(2)/k em que k é a

constante de decomposição estimada pelo SIGMAPLOT 12.0.

A análise de densidade foi avaliada com base em abertura uma minitrincheira por

parcela e coleta com anel de Koppeck nas camadas de 0-10, 10-20 e 20-40 cm de

profundidade, com base na metodologia descrita por Teixeira et al. (2017). A análise de

resistência do solo à penetração foi realizada com Penetrômetro de Impacto modelo

IAA/Planalsucar – Stolf, segundo metodologia descrita por Stolf et al. (2014).

Em função do reduzido número de tratamentos os dados de produtividade de milho e a

análise de densidade do solo foram submetidos somente à análise de desvio padrão da média.

As Figuras 9 e 10 mostram as diferentes plantas de cobertura em fase inicial de

florescimento, período em que serão roçadas e distribuídas na superfície do solo para o SPD e

roçadas e incorporadas no PCS para o cultivo de repolho entre junho e agosto/setembro de

2019.

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Est

rada

pri

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pal

4 m 4m

Sistema Convencional

Áre

a p

ara

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e co

m s

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lado

r d

e ch

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so

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xp

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o

Sistema Plantio Direto

6 m

C1

1

M

2

C.J.

3

F.P.

4

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5

P.E.

6

F.P.

7

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8

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9

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C.J.

12

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Sistema Plantio Direto Sistema Convencional

P.E.

13

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14

C1

15

M

16

F.P.

17

C.J.

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M

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C.J.

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C1

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24

Sistema Plantio Direto Sistema Plantio Direto

M

25

C.J.

26

C2

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F.P

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P.E.

29

C1

30

C2

31

M

32

P.E.

33

F.P.

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C.J.

35

C1

36

Sistema Convencional Sistema Convencional

C2

37

F.P.

38

C1

39

C.J.

40

P.E.

41

M

42

C1

43

P.E.

44

C2

45

M

46

C.J.

47

F.P.

48

Delineamento: Fatorial 2 x 6, com parcelas subdivididas [(2 tratamentos – PCS e SPD (parcelas) e 6 tratamentos com diferentes coberturas de solo (subparcelas)],

com 4 repetições.

Tamanho das parcelas: 24 x 6 m.

Tamanho das subparcelas: 6 x 4 m.

Preparo convencional: enxada rotativa acoplada em microtrator com revolvimento do solo até 20 cm de profundidade.

Coquetel 1 – C1: mistura de milheto, crotalária juncea e feijão de porco utilizando 100% das sementes recomendadas para cultivos solteiros;

Coquetel 2 – C2: mistura de milheto, crotalária juncea e feijão de porco utilizando 50% das sementes recomendadas para cultivos solteiros)

M: Milheto. C.J.: Crotalária juncea. F.P.: Feijão de porco. P.E.: Plantas espontâneas.

Observação: : Os blocos são separados por uma faixa de 1,5 m para facilitar a operacionalidade.

Figura 8: Croqui definitivo da área experimental a partir do segundo ciclo de cultivo

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Figura 9: Área experimental com as diferentes plantas de cobertura do solo no PCS e SPD.

Figura 10: Área experimental com as diferentes plantas de cobertura do solo PCS e SPD.

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3. RESULTADOS E DISCURSÃO PARCIAIS

A produção de massa seca da aveia preta foi de 2,02 Mg ha-1

. Esta produção é considerada

baixa quando comparado a resultados de trabalhos desenvolvidos em diferentes regiões

brasileiras (Alvarenga et al., 2001; Favaretto et al., 2016), entretanto explica-se pela baixa

precipitação ocorrida ao longo do período de cultivo (Figura 1). Além da baixa precipitação

soma-se o fato da má distribuição das chuvas na região da Baixada Fluminense entre os meses de

abril/maio a setembro/outubro. Ressalta-se que um dos objetivos do estudo é testar diferentes

plantas de inverno para formar a cobertura do solo, o que será realizado nos ciclos subsequentes

conforme croqui apresentado na Figura 8.

A decomposição da palhada da aveia preta apresentou comportamento exponencial, com

queda de 21,24% aos 15 dias, 25,17% aos 30 dias, 42,01% aos 60 dias, 50,06% aos 90 dias e

61,74 aos 120 dias após a distribuição no campo. Estes resultados levam a inferir que em termos

de permanência no solo a aveia preta apresenta-se como uma cultura indicada para a proteção do

solo por manter aproximadamente 40% de sua palhada sobre o solo após o ciclo de cultivo do

milho. Além da proteção do solo esta palhada promoverá a ciclagem de nutrientes, dentre os

quais N, P e K serão apresentados no relatório final deste projeto.

Apesar de a produção de massa seca da aveia não ter sido elevada, foi verificado bom

desenvolvimento e proteção do solo considerada satisfatória para a região em estudo (Figura 3),

haja vista que poucas plantas se desenvolvem na região entre os meses de maio/junho e

agosto/setembro devido à baixa precipitação e redução na temperatura em alguns períodos deste

intervalo de tempo (dados de temperaturas mínimas noturnas constatados in loco, porém não

apresentados na Figura 1).

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Figura 10: Decomposição da palhada de aveia preta após roçada em sistema de plantio direto

orgânico. Sítio do Solo, Seropédica, RJ.

A constante de decomposição (k) e tempo de meia vida confirmam a discussão apresentada

acima sobre a permanência de aproximadamente 40% da palhada na superfície do solo ao longo

do período de 120 dias (Tabela 2). A permanência desse volume de palhada na superfície do solo

é diretamente influenciada pelas condições climáticas com baixas precipitações, além da

distribuição irregular ao longo do ano.

A produtividade do milho verde foi superior no PCS em comparação ao SPD para o

NECH, NENCH, NETOTH, MSFOLH, MSCOLH e MSTOTH. Este resultado deve-se ao fato

da ocorrência de atraso no desenvolvimento inicial das plantas do SPD em relação ao PCS,

conforme visualizado na Figura 7 (foto aérea mostrando as plantas do SPD com tamanho inferior

às do PCS e com coloração amarelada). Possivelmente este atraso no desenvolvimento inicial da

cultura ocorreu em decorrência da imobilização do N orgânico do solo e da palhada da aveia

preta pelos microrganismos do solo no SPD em relação ao PCS. Resultado semelhante foram

Tabela 2: Constante de decomposição (k), tempo de meia vida (T1/2

) e significância (R2) do

teste de Chapiro-Wilk da decomposição de aveia preta em sistema de plantio direto

orgânico. Sítio do Solo, Seropédica, Rio de Janeiro.

k T ½ R2

gg -1

Dias

0,0081 86 0,93

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relatados por Favarato et al. (2016) avaliando diferentes plantas de cobertura do solo em cultivos

solteiros e consorciados na região serrana do Espírito Santo, os quais também atribuíram este

fato à imobilização do N do solo e da palhada da aveia preta pelos microrganismos

decompositores da matéria orgânica do solo.

A constatação do atraso no desenvolvimento inicial das plantas no SPD em relação ao PCS

é importante do ponto de vista de manejo da adubação de cobertura no SPD orgânico, indicando

que no sistema orgânico de produção faz-se necessário uma adubação complementar com N para

evitar perdas na produtividade das culturas de interesse econômico, o que é relevante para que os

produtores não se desestimulem na adoção do SPD.

O NECH foi muito inferior ao NENCH nos dois sistemas de manejo do solo

(aproximadamente 50% no PCS e 66% no SPD). Este resultado provavelmente é decorrente das

elevadas temperaturas registradas em janeiro de 2019, chegando 42ºC (dados não apresentados,

porém constatados in loco), afetando a formação e enchimento dos grãos de milho, mesmo com a

irrigação constante por gotejamento na área experimental.

Em termos de produtividade de espigas totais (comerciais e não comerciais) foi verificado

que o PCS apresentou a formação de número de espigas considerado satisfatório, porém esta

produtividade foi comprometida pelas condições climáticas da região na fase de enchimento dos

grãos, resultando em um número elevado de espigas sem padrão comercial. Favarato et al.

(2016), avaliando o crescimento e produtividade do milho verde sobre diferentes coberturas de

solo verificaram a produtividade de 46.354 espigas totais e 36.979 espigas comerciais no sistema

convencional de produção e 48.854 espigas totais e 38.958 espigas comerciais no sistema de

plantio direto com diferentes fabáceas. Estes autores concluírem que o consórcio de tremoço-

branco com aveia preta apresenta produção satisfatória de palhada e bom rendimento do milho

verde em sistema orgânico de produção.

Tabela 3: Avaliação descritiva de produtividade de espigas de milho verde e acúmulo de

massa seca de folhas e colmos com PCS e SPD em sistema de produção orgânico. Sítio do

Solo, Seropédica, RJ.

Tratamento NECH NENCH NETOT

H

MSFOL

HA

MSCOL

H

MSTOT

H

CMEC DMEC

--------------------Unidade-------

-----------

---------------------Mg ha-1

----------

-----------

cm mm

PCS 15625

*

27344 42969 1,56 2,42 3,97 15,63 42,46

Desvio padrão

médio

11250 16094 4844 0,18 0,28 0,37 0,66 0,45

SPD 9687 27187 36874 0,75 0,99 1,73 15,99 40,01

Desvio padrão

médio 3125 3125 4062 0,22 0,29 0,51 0,53 2,20

* média de 4 repetições. Dados avaliados somente pelo desvio padrão médio devido ao reduzido número de tratamentos.

NECH: número de espigas comerciais por hectare. NENCH: número de espigas não comerciais por hectare. NETOTH:

número total de espigas por hectare. MSFOLH: massa seca de folhas por hectare. MSCOLH: massa seca de colmos por

hectare. MSTOTH: massa seca total por hectare. CMEC: comprimento médio das espigas comerciais. DMEC: diâmetro

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médio das espigas comerciais.

A densidade do solo avaliada por média e desvio padrão após o cultivo do milho não

apresentou variabilidade significativa e valores considerados satisfatórios para os dois sistemas

de produção, principalmente até 20 cm de profundidade (Tabela 4). Estes resultados mostram

que não houve diferente na compactação do solo entre os dois sistemas de manejo, sendo

avaliado como aspecto positivo do SDP em relação ao PCS do solo, uma vez que uma das razões

para a adoção do PCS é exatamente a redução da compactação da camada superficial do solo.

Tabela 4 : Densidade do solo avaliada após o cultivo em sucessão de aveia preta e milho em sistema

orgânico de produção. Sítio do Sol, Seropédica, RJ. 2019.

Tratamento Profundidade (cm) Densidade do solo (g cm-3

) Desvio padrão

PCS

0-10 1,39 0,09

10-20 1,55 0,07

20-40 1,62 0,05

SPD

0-10 1,41 0,04

10-20 1,54 0,04

20-40 1,60 0,02 Médias de 4 repetições submetidas somente à análise de desvio padrão da média. Método: Anel de Koppeck, segundo

Teixeira et al. (2017).

A avaliação de resistência do solo à penetração com Penetrômetro de Impacto, segundo

metodologia sugerida por Stolf et al. (2014), mostrou que os dois sistemas de manejo apresentam

condição física do solo similar até 40 cm de profundidade (Figura 11). A umidade do solo na camada

de 0-40 cm foi de 18,52% no PCS e 17,52% no SPD, mostrando similaridade nos dois sistemas. A

similaridade entre os resultados dos dois sistemas de manejo está diretamente associada ao tempo de

implantação da área experimental, sendo esperado que a curto prazo os dois sistemas não apresentem

grande variabilidade. Entretanto, a médio e longo prazo pode ocorrer maior variabilidade,

especialmente na camada entre 10 e 30 cm de profundidade, devido a formação do pé-de-grade no

PCS.

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PCS

SPD

Figura 11: Resistência do solo à penetração após cultivo de milho verde sob manejo PCS e SPD,

ambos em sistema orgânico de produção. Sítio do Sol, Reta de Piranema, Seropédica, RJ. Março de

2019.

4. CONCLUSÕES PARCIAIS

A aveia preta pode ser indicada para a Baixada Fluminense com planta de cobertura do

solo para o inverno.

O SPD orgânico requer atenção especial com a adubação nitrogenada, visto que as plantas

cultivadas neste sistema de manejo apresentam atraso no desenvolvimento e coloração amarelada

em relação às plantas cultivadas no PCS, sugerindo uma deficiência de N na fase inicial do

desenvolvimento das plantas.

O cultivo de milho verde na região da Baixada Fluminense deve ser planejado para que a

fase de enchimento de grãos não coincida com o mês de janeiro, período que normalmente

apresenta estiagem prolongada.

A densidade do solo e a resistência à penetração em sistema orgânico de produção não

diferem entre o manejo com PCS e o SPD na fase inicial de implantação.

5. DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES E MEDIDAS CORRETIVAS

A principal dificuldade encontrada foi em relação à condição climática, com as elevadas

temperaturas e falta de chuva no mês de janeiro de 2019, comprometendo a produtividade do

milho; situação para a qual não foi possível encontrar uma solução, porém serviu como

aprendizado para que futuros experimentos e lavouras comerciais de pequenos produtores a nível

de campo não sejam implantados de forma que o período crítico de formação de grãos ou frutos

coincidam com o mês de janeiro. Normalmente neste período do ano ocorrem picos de

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temperaturas que superam os 40ºC e comprometem o potencial produtivo da maioria das culturas

de interesse econômico.

6. REFERÊNCIAS

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