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TPG folité cnico Polytechnic of Guarda PROJETO AMBIENTAL Licenciatura em Engenharia do Ambiente Ana Filipa dos Santos Monteiro Fábio Nunes Pereira Gonçalves dezembro 1 2014

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TPGfolitécnico

Polytechnicof Guarda

PROJETO AMBIENTAL

Licenciatura em Engenharia do Ambiente

Ana Filipa dos Santos MonteiroFábio Nunes Pereira Gonçalves

dezembro 1 2014

Instituto Politécnico da Guarda

Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Caracterização de equipamentos e hábitos de

consumo energéticos na região da Guarda

Ana Filipa dos Santos Monteiro Nº 1009978

Fábio Nunes Pereira Gonçalves Nº 1008887

Engenharia do Ambiente

Dezembro 2014

Caracterização de equipamentos e hábitos de

consumo energéticos na região da Guarda

Engenharia do Ambiente, 3º Ano, 2013/2014

Professor orientador: Prof. Rui Pitarma

Discentes:

Ana Monteiro Nº 1009978

Fábio Gonçalves Nº 1008887

Dezembro de 2014

Este trabalho é apresentado no âmbito

da disciplina de Projeto Ambiental do

curso de Engenharia do Ambiente

“Está a surgir um novo tempo, as novas energias são capazes de ofuscar as antigas, e o

que parecia verdade torna-se meia verdade ou apenas ilusão.”

Lamharck Dias

Agradecimentos

Os nossos agradecimentos vão em primeiro lugar para o nosso orientador do

projeto, o Professor Doutor Rui Pitarma, por todo o apoio que nos deu, pelo seu

profissionalismo e pela disponibilidade demonstrada.

Agradecemos de igual modo à Professora Cecília Fonseca e ao Doutor Abel

Fonseca Ferreira, que apesar de não fazerem parte do nosso percurso de licenciatura

foram incansáveis na ajuda que nos foi dada para a utilização do programa SPSS.

Agradecemos também a todos os docentes que fizeram parte de toda esta jornada

para completar o curso de Engenharia do Ambiente, pois sem eles jamais seria possível

alcançar esta etapa.

Agradecemos o apoio e disponibilidade de todas as pessoas que nos

acompanharam na nossa caminhada e que nos transmitiram a força necessária para

continuar o nosso caminho.

Por fim agradecemos aos nossos pais, irmãos e família pela compreensão, apoio,

paciência e amor demonstrado que nos permitiram concluir o nosso projeto de

licenciatura. Obrigado a todos!

i

Resumo

Em Portugal, o consumo de energia elétrica no setor doméstico, segundo dados

da Base de Dados Portugal Contemporâneo (PORDATA), corresponde a 17% do

consumo total de energia elétrica.

Todos podemos contribuir para a redução deste consumo, identificando os

potenciais de poupança de energia nas habitações, de modo a definir onde atuar de

modo a aumentar a eficiência energética das habitações.

No entanto, diminuir os desperdícios e aumentar a eficiência, só por si, não é

suficiente. A solução passa por encontrar novas fontes de energia em detrimento da

exploração dos recursos fósseis, energias que protejam os ecossistemas e preservem os

recursos naturais. Para isso é necessário um plano a longo prazo, que proteja a nossa

geração e garanta a sobrevivência das gerações futuras.

Algumas das medidas a adotar, para uma utilização mais eficiente e sustentável

da energia em edifícios de habitação, passa pela substituição de eletrodomésticos por

outros mais eficientes, pela troca dos sistemas de iluminação por alternativas mais

eficientes e económicas, melhorar o isolamento térmico, e apostar em energias

renováveis, como por exemplo o uso da energia solar para o aquecimento de águas

sanitárias.

Este trabalho consiste na caracterização de equipamentos e hábitos de consumo

energético nas habitações. Esta análise é feita com base na elaboração de inquéritos aos

moradores do distrito da Guarda e consequente avaliação dos mesmos, permitindo tirar

conclusões acerca dos sistemas de climatização das habitações, do uso de grandes

eletrodomésticos, iluminação e comportamentos de consumo.

Palavras-chave: consumo energético, eficiência energética, sistemas de climatização,

iluminação, aquecimento de águas sanitárias, SPSS.

ii

Abstract

In Portugal, the electricity consumption in the domestic sector, according to data

from the Data Base of Contemporary Portugal (PORDATA), corresponding to 17% of

total electricity consumption.

We can all help to reduce this consumption, identifying potential energy savings

in homes, so you know where to act to increase the energy efficiency of houses.

However, reduce waste and increase efficiency by itself is not enough, and the

solution is to find new energy sources, protecting the ecosystem, preserve natural

resources thereby abdicating the exploitation of fossil resources. For this a long-term

plan that protects our generation and ensure the survival of future generations is needed.

Some of the measures to adopt to a more efficient and sustainable energy use in

residential buildings involves the replacement of household appliances with more

efficient ones, replacing the existing lighting for more economical lighting, improve

thermal insulation, and invest in renewable energy, such as example the use of solar

energy for heating domestic water.

This paper consists of the characterization of equipment and habits of energy

consumption in homes. This analysis is based on the elaboration of surveys to the

residents of the district of Guarda and consequent evaluation of them, allowing

conclusions about the climate systems of homes, the use of major appliances, lighting

and consumption behaviors.

Keywords: Energy consumption, energy efficiency, climate systems, lighting, heating

domestic water, SPSS.

iii

Glossário

ADENE – Agência para a Energia

APISOLAR – Associação Portuguesa de Industria Solar

APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis

AQS – Águas Quentes Sanitárias

CFL – Compact Fluorescent Lamp

CO2 – Dióxido de Carbono

DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia

DP – Desvio Padrão

EDP – Energias de Portugal

INE – Instituto Nacional de Estatística

INETI – Instituto Nacional de Energia, Tecnologia e Inovação

K-S – Kolmogorov - Smirnov

LED – Light Emitting Diode (Díodos Emissores de Luz)

LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia

MED – Média

MOD – Moda

PORDATA – Base de Dados Portugal Contemporâneo

RA – Região Aceitável

RC – Região Crítica

REN – Rede Energética Nacional

SEEP – Sistema de Etiquetagem Energética de Produtos

TWh – Terawatt – hora (medida de potência multiplicado por um tempo)

UE – União Europeia

iv

Índice

Resumo .............................................................................................................................. i

Abstract ............................................................................................................................. ii

Glossário .......................................................................................................................... iii

Índice ............................................................................................................................... iv

Índice de figuras ............................................................................................................. vii

Índice de tabelas ............................................................................................................... x

1. Introdução ................................................................................................................. 1

1.1. Enquadramento do tema .................................................................................... 1

1.2. Objetivos ............................................................................................................ 2

1.3. Estrutura do trabalho .......................................................................................... 3

2. Energias renováveis em Portugal ............................................................................. 4

2.1. Energia eólica em Portugal ................................................................................ 8

2.2. Energia hídrica em Portugal ............................................................................ 10

2.2.2. Complementaridade hídrica-eólica ............................................................... 10

2.3. Energia solar em Portugal ................................................................................ 11

2.4. Biomassa em Portugal ..................................................................................... 15

2.5. Energia geotérmica em Portugal ...................................................................... 16

3. Situação de Portugal na Europa .............................................................................. 19

4. Consumo energético nas habitações ....................................................................... 21

4.1. Energia renovável em habitações .................................................................... 23

4.1.1. Microgeração ................................................................................................ 24

5. Etiqueta energética ................................................................................................. 25

5.1. Etiqueta SEEP .................................................................................................. 29

v

6. Eletrodomésticos .................................................................................................... 31

6.1. Equipamentos de frio ....................................................................................... 31

6.2. Equipamentos de escritório e entretenimento .................................................. 33

6.3. Máquinas de lavar e secar ................................................................................ 33

6.4. Cozinha ............................................................................................................ 34

6.5. Outros ............................................................................................................... 35

7. Climatização ........................................................................................................... 37

7.1. Equipamentos com recurso a energias renováveis .......................................... 37

7.1.1. Solar térmico ............................................................................................ 37

7.1.2. Biomassa ................................................................................................... 38

7.1.3. Solar térmico mais biomassa .................................................................... 39

7.1.4. Ar condicionado/Bomba de calor ............................................................. 40

7.2. Sistemas de climatização móveis ..................................................................... 41

7.3. Sistemas de climatização fixos ........................................................................ 41

7.3.1. Sistema central .......................................................................................... 41

7.3.2. Acumulador de calor ................................................................................ 42

8. Iluminação .............................................................................................................. 46

9. Aquecimento de águas sanitárias ............................................................................ 51

10. Estudo prático ...................................................................................................... 52

10.1. Enquadramento............................................................................................. 52

10.1.1. Problema em estudo .............................................................................. 52

10.1.2. Objetivos do trabalho ............................................................................ 53

10.2. Instrumento, procedimento e tratamento de dados....................................... 54

10.2.1. Instrumento de recolha de dados .......................................................... 54

10.2.2. Procedimentos de recolha de dados ...................................................... 55

10.2.3. Apresentação e análise dos dados ......................................................... 55

10.2.4. População .............................................................................................. 56

vi

10.3. Apresentação e análise de resultados ........................................................... 56

10.3.1. Características sociodemográficas da amostra...................................... 57

10.3.2. Consumos de energia ............................................................................ 65

10.3.3. Equipamentos de frio ............................................................................ 82

10.3.4. Equipamentos de lavar/ secar roupa e lavar louça ................................ 86

10.3.5. Iluminação .......................................................................................... 101

10.3.6. Aquecimento ....................................................................................... 103

10.3.6.1. Aquecimento localizado .................................................................. 107

10.3.6.2. Aquecimento centralizado ............................................................... 114

10.3.7. Aquecimento de águas sanitárias (AQS) ............................................ 122

10.3.8. Fatores relevantes na compra e alteração de comportamentos ........... 125

11. Conclusões ......................................................................................................... 141

Referências bibliográficas ............................................................................................ 146

Anexos .......................................................................................................................... 149

Anexo 1 Centrais produtoras de energia Hidroelétrica ................................................ 150

Anexo 2 Questionário relativo à caracterização dos equipamentos e hábitos de consumo

energético...................................................................................................................... 153

Anexo 3 Decreto de Lei nº 244/2002 de 5 de Novembro ............................................. 161

Anexo 4 Teste de comparação de duas proporções para as classes energéticas de

equipamentos de frio .................................................................................................... 165

Anexo 5 Teste de comparação de duas proporções para as classes energéticas das

máquinas de lavar/secar roupa/louça ............................................................................ 179

vii

Índice de figuras

Figura 1 – Importação de fontes primárias de origem fóssil (%) ..................................... 5

Figura 2 - Energia produzida a partir de fontes renováveis (TWh) .................................. 6

Figura 3 - Produção de eletricidade, por fonte, em Portugal Continental, no ano 2013

(TWh) e saldo importador ................................................................................................ 6

Figura 4 - Diferentes fontes de produção de eletricidade, em 2013 (%) .......................... 7

Figura 5 - Produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis por distrito, em

2013 (GWh) ...................................................................................................................... 8

Figura 6 - Evolução da potência instalada de energia eólica em Portugal Continental

(MW) ................................................................................................................................ 8

Figura 7 - Parques eólicos em Portugal e respetiva potência ........................................... 9

Figura 8 – Centros produtores (Produção Hidroelétrica) ............................................... 10

Figura 9 - Esquematização da complementaridade hídrica-eólica ................................. 11

Figura 10 - Média anual de radiação solar na Europa .................................................... 12

Figura 11 - Radiação solar em Portugal (MJ/m2 dia) ..................................................... 12

Figura 12 - Número de horas anuais de radiação solar em Portugal .............................. 13

Figura 13 - Central fotovoltaica nos Emirados Árabes Unidos ...................................... 14

Figura 14 - Parque solar fotovoltaico da Amareleja, Portugal ....................................... 15

Figura 15 - Consumo Mundial de eletricidade (103 TWh) 2005-2030........................... 19

Figura 16 - Quota de energia a partir de fontes renováveis (em % do consumo final

bruto de energia) ............................................................................................................. 20

Figura 17 - Consumo de energia final pelo setor doméstico (%), em 2012 ................... 21

Figura 18 - Consumo de energia no setor doméstico (2010) .......................................... 22

Figura 19 - Consumo energético nas habitações ............................................................ 22

Figura 20 - Representação da antiga etiqueta energética ............................................... 25

Figura 21 - Representação da nova etiqueta energética ................................................. 25

Figura 22 - Antiga etiqueta energética nos frigoríficos .................................................. 27

Figura 23 - Nova etiqueta energética nos frigoríficos .................................................... 27

Figura 24 - Exemplo de etiqueta energética da máquina de lavar a roupa ..................... 28

Figura 25 - Exemplo de etiqueta energética para televisão ............................................ 28

Figura 26 - Exemplo de uma etiqueta SEEP para as janelas .......................................... 29

Figura 27 – Aquecimento solar térmico ......................................................................... 38

viii

Figura 28 - Lareira a pellets ............................................................................................ 39

Figura 29 - Pellets ........................................................................................................... 39

Figura 30 - Exemplo de um sistema ar condicionado/bomba de calor ........................... 40

Figura 31 - Caldeira ........................................................................................................ 42

Figura 32 - Acumulador de calor .................................................................................... 42

Figura 33 - Esquema de um acumulador de calor dinâmico .......................................... 43

Figura 34 - Equipamento terminal de radiadores ........................................................... 44

Figura 35 - Equipamento terminal de convetores ........................................................... 44

Figura 36 - Equipamento terminal de piso radiante ....................................................... 44

Figura 37 - Lâmpadas fluorescentes tubulares ............................................................... 47

Figura 38 - Lâmpadas fluorescentes compactas ............................................................. 47

Figura 39 - Lâmpadas LED ............................................................................................ 48

Figura 40 - Lâmpada de halogéneo ................................................................................ 48

Figura 41 - Lâmpadas Incandescentes ............................................................................ 49

Figura 42 - Idades dos inquiridos (meio rural) ............................................................... 59

Figura 43 - Idades dos inquiridos (meio urbano) ........................................................... 60

Figura 44 - Tipo de fração e tipologia ............................................................................ 64

Figura 45 - Classes energéticas dos equipamentos de frio ............................................. 83

Figura 46 - Classes energéticas dos equipamentos de frio ............................................. 85

Figura 47 - Classes energéticas dos equipamentos de lavar e secar (roupa e louça) ...... 88

Figura 48 - Classes energéticas dos equipamentos de lavar e secar (roupa e louça) ...... 90

Figura 49 - Utilização semanal das máquinas de lavar roupa ........................................ 92

Figura 50 - Utilização semanal das máquinas de secar roupa ........................................ 94

Figura 51 - Utilização semanal das máquinas de lavar louça ......................................... 95

Figura 52 - Perfil de utilização das máquinas de lavar a roupa ...................................... 97

Figura 53 - Perfil de utilização das máquinas de secar a roupa ...................................... 99

Figura 54 - Perfil de utilização das máquinas de lavar a louça .................................... 100

Figura 55 - Tipo de lâmpadas ....................................................................................... 102

Figura 56 - Áreas climatizadas ..................................................................................... 104

Figura 57 - Distribuição da utilização dos equipamentos de climatização dos inquiridos

pelos meses do ano ....................................................................................................... 106

Figura 58 - Tipo de aquecimento localizado ................................................................ 108

Figura 59 - Perfil diário de climatização no meio rural ................................................ 110

Figura 60 - Perfil diário de climatização no meio urbano (dias de semana) ................ 111

ix

Figura 61 - Perfil diário de climatização no meio rural (fins de semana) .................... 112

Figura 62 - Perfil diário de climatização no meio urbano (fins de semana) ................. 113

Figura 63 - Equipamentos de produção de calor (meio rural) ...................................... 115

Figura 64 - Equipamentos de produção de calor e tipo de combustível usado para

alimentação da caldeira (meio urbano) ......................................................................... 116

Figura 65 - Perfil diário de climatização no meio rural ................................................ 118

Figura 66 - Perfil diário de climatização no meio urbano ............................................ 119

Figura 67 - Perfil diário de climatização no meio rural ................................................ 120

Figura 68 - Perfil diário de climatização no meio urbano ............................................ 121

Figura 69 - Tipo de sistema de aquecimento de águas quentes sanitárias .................... 123

Figura 70 - Tipo de combustível usado para o aquecimento águas sanitárias .............. 124

Figura 71 - Fatores relevantes na compra de um eletrodoméstico ............................... 127

Figura 72 - Fatores relevantes na compra de lâmpadas ................................................ 129

Figura 73 - Fatores relevantes na compra de um sistema de climatização ................... 131

Figura 74 - Fatores relevantes na compra de um eletrodoméstico ............................... 133

Figura 75 - Fatores relevantes na compra de lâmpadas ................................................ 135

Figura 76 - Fatores relevantes na compra de um sistema de climatização ................... 137

Figura 77 - Alteração nos comportamentos de consumo de energia (meio rural) ........ 138

Figura 78 - Alteração nos comportamentos de consumo de energia (meio urbano) .... 139

x

Índice de tabelas

Tabela 1- Produção de biomassa florestal ...................................................................... 16

Tabela 2- Potencial disponível de biomassa florestal ..................................................... 16

Tabela 3 - Potência máxima de equipamentos em off-mode e modo standby ............... 36

Tabela 4 - Comparação entre lâmpadas incandescentes e fluorescentes compactas ...... 50

Tabela 5 – Género dos inquiridos ................................................................................... 57

Tabela 6 – Idade dos inquiridos ...................................................................................... 58

Tabela 7 – Concelho de residência dos inquiridos ......................................................... 60

Tabela 8 – Caracterização do local de residência ........................................................... 61

Tabela 9 - Tipo de fração e tipologia .............................................................................. 62

Tabela 10 – Produção de eletricidade para venda .......................................................... 65

Tabela 11 - Consumos efetivos de energia (kWh/hab)................................................... 66

Tabela 12 – Consumos de energia normalizados (kWh/hab) ......................................... 69

Tabela 13 - Comparação entre os consumos efetivos e normalizados (kWh/hab) ......... 73

Tabela 14 - Comparação dos valores efetivos com os valores dos censos 2011 ............ 76

Tabela 15 – Número da amostra relativa aos consumos mensais .................................. 77

Tabela 16 - Teste de normalidade para o consumo mensal de gasóleo .......................... 77

Tabela 17 - Teste de normalidade para o consumo mensal de lenha ............................. 78

Tabela 18 - Teste de Levene e teste T para a média ....................................................... 80

Tabela 19 - Teste Two-Independent-Samples Tests (Mann-Whitney U) para o consumo

mensal de lenha .............................................................................................................. 81

1

1. Introdução

A evolução da humanidade conduz-nos a uma constante busca por conforto, pois

cada vez passamos mais tempo no interior de edifícios, quer para trabalhar, quer para

fins de habitação e lazer, levando a que a exigência de conforto aumente, o que se

traduz num desenvolvimento de novas tecnologias mais eficientes, de modo a satisfazer

as necessidades da sociedade. Em Portugal, estima-se que as pessoas passem,

aproximadamente 80% do tempo em ambientes interiores.

Nas últimas décadas, a qualidade dos edifícios, a perceção de conforto dos

mesmos, como aquecimento/ arrefecimento do interior, necessidades básicas de higiene,

o uso de eletrodomésticos de apoio às variadas tarefas domésticas, como sendo a

máquina de lavar roupa, ou a máquina de lavar loiça, e mais recentemente, a introdução

do micro-ondas, leva-nos a um acréscimo significativo do consumo energético nas

habitações, nem sempre da forma mais eficiente e responsável.

Contudo, a sociedade atual está, na sua grande maioria, consciencializada para a

importância dos impactes ambientais causados pelo abusivo uso de energias fósseis,

tendo por isso mostrado interesse em apostar nas energias renováveis existindo portanto

uma necessidade de otimizar o uso da energia em processos, sistemas e equipamentos,

tentando manter o nível de conforto.

Dentro deste contexto, considerámos que o estudo relativo à caracterização dos

hábitos de consumo energéticos é um elemento importante para conseguirmos verificar

hábitos no distrito onde nos encontramos inseridos. Este estudo envolveu a

caracterização de equipamentos de frio, equipamentos de lavar/ secar roupa e louça,

iluminação e equipamentos de climatização, do mesmo modo que nos permitiu definir

alguns hábitos de consumo da população.

1.1. Enquadramento do tema

Nos últimos anos têm sido crescentes as preocupações para a criação de um

plano de desenvolvimento sustentável. Este conceito está relacionado com uma

2

estratégia ecologicamente correta, com o objetivo de criar um ambiente saudável

gerindo-o com base em princípios ecológicos e uma eficiente utilização dos recursos,

sem comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazerem as suas próprias

necessidades.

Atualmente, Portugal caracteriza-se por um crescente consumo energético. Uma

vez que não dispõe de reservas de energias fósseis, depende da importação para

satisfazer o seu consumo. É importante inverter esta situação, substituindo a importação

de recursos fósseis pela produção de energias renováveis.

Portugal possui excelentes condições para apostar no setor das energias

renováveis. A nossa privilegiada posição geográfica é vantajosa no aproveitamento da

energia das marés, o clima e o relevo são propícios à exploração da energia eólica. Para

além das energias renováveis anteriormente referidas, também a energia solar se

encontra sobre desaproveitada, uma vez que somos um dos países da Europa com maior

exposição solar o que é favorável na área da energia solar [1].

O uso abusivo de combustíveis fósseis está a provocar graves problemas

ambientais, tendo como consequência a desertificação, migrações da população, perda

de biodiversidade e a erosão da costa.

Atualmente, o uso de combustíveis sólidos, como a lenha e carvão, é reduzido,

sendo apenas a lenha usada nas habitações. Já os combustíveis líquidos, nomeadamente,

o fuelóleo, têm vindo a ser substituídos pelo gás natural nas caldeiras para produção de

água quente. O gasóleo ainda é utilizado em muitas caldeiras. Nos edifícios, os

combustíveis com maior relevância são os gasosos, como o propano e o gás natural.

É possível reduzir o uso de energias fósseis, impulsionando o uso de energias

renováveis.

1.2. Objetivos

Este trabalho tem como principal objetivo entender os consumos e hábitos

energéticos nas habitações, no distrito da Guarda.

3

1.3. Estrutura do trabalho

Este trabalho encontra-se dividido em duas partes. A primeira parte é

essencialmente teórica, onde abordamos os temas que irão ser posteriormente

analisados. A segunda parte corresponde à análise das diferentes componentes que nos

propusemos a estudar aquando da elaboração do inquérito.

A primeira parte é constituída por nove capítulos. O primeiro capítulo consiste

na introdução do trabalho. O segundo capítulo aborda a componente das energias

renováveis em Portugal. No que concerne ao terceiro capítulo este trata a situação de

Portugal na Europa. Já relativamente ao quarto capítulo este retrata o consumo

energético nas habitações. A etiquetagem energética é abordada no quinto capítulo. Por

fim os capítulos sexto, sétimo, oitavo e nono correspondem, respetivamente, aos

eletrodomésticos, climatização, iluminação e aquecimento de águas sanitárias.

A segunda parte é constituída pelo décimo capítulo que corresponde à análise do

caso de estudo. Finalmente no décimo primeiro capítulo são referidas as conclusões

resultantes do estudo por nós desenvolvido.

4

2. Energias renováveis em Portugal

Portugal encontra-se energeticamente dependente das importações e este facto

deixa-nos economicamente vulnerável às flutuações de mercado internacional. Por esse

motivo, e aproveitando a boa localização do país e as condições que este oferece, o

governo português procedeu à criação de medidas de investimento para gerar energia a

partir de fontes renováveis.

Energias renováveis são definidas como a energia que provém de uma fonte

natural inesgotável, que se renovam, como o sol, o vento ou a água. Durante as últimas

décadas verificaram-se progressos no que concerne às energias alternativas.

Em Portugal, foi nos anos 80 que pela primeira vez na legislação se fez

referência a energias renováveis. No entanto, só no seculo XXI o governo criou

legislação mais concisa para este tipo de energia seguindo o exemplo da União

Europeia. Em 2005 é aprovada uma estratégia nacional para a energia onde a energia

renovável é considerada fundamental para a redução da dependência enérgica do País e

para a redução de CO2. Desde esse ano que a dependência energética de Portugal tem

vindo a diminuir (88,8% em 2005), sendo em 2012 de 79,4% [2].

Não obstante, como podemos observar pela Figura 1, a partir de 2010 a

dependência energética de Portugal sofreu uma ligeira subida isto deveu-se sobretudo

ao aumento do consumo de carvão, de modo a compensar a redução de energia

hidroelétrica, para produção de energia, e ao aumento do saldo importador de energia

elétrica.

5

A energia elétrica produzida a partir de fontes renováveis começou a crescer,

principalmente, a partir do ano 2008, atingindo o seu máximo em 2010, voltando a

decrescer a partir desse ano (Figura 2). O decréscimo, de aproximadamente 17%,

ocorrido em 2012, deveu-se à diminuição da produção de energia hídrica, que sofreu

uma quebra de 46%, no entanto, registou-se um aumento na produção eólica (11%) e

fotovoltaica (36%), no mesmo período [2].

Figura 1 – Importação de fontes primárias de origem fóssil (%)

Fonte: DGEG,2013

6

No ano 2013, cerca de 58,3% da energia elétrica proveio de fontes renováveis,

sofrendo um aumento de 51% em relação a 2012, passando de 20 TWh para 30 TWh

devido sobretudo às condições meteorológicas, pois 2012 foi considerado um ano

“seco”, enquanto 2013 foi um ano bastante húmido, daí ter aumentado a componente

hídrica (Figuras 3 e 4). No final do ano 2013, Portugal tinha uma capacidade instalada

de 11.066 MW para produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis.

Figura 2 - Energia produzida a partir de fontes renováveis (TWh)

Fonte: DGEG, 2013

Figura 3 - Produção de eletricidade, por fonte, em Portugal Continental, no ano 2013 (TWh) e saldo

importador

Fonte: Associação Portuguesa de Energias Renováveis

7

No que respeita à energia eólica, esta sofreu igualmente um aumento de 20% na

produção de eletricidade, assim como se verificou um aumento da potência instalada de

energia fotovoltaica, o que permitiu um aumento de 25%.

Através da análise da figura seguinte (Figura 5), verificamos que, em Portugal

Continental, a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis é superior nos

distritos de Bragança e Viseu, com aproximadamente 7800 GWh produzidos em cada

um.

Figura 4 - Diferentes fontes de produção de eletricidade, em 2013 (%)

Fonte: Associação Portuguesa de Energias Renováveis

8

2.1. Energia eólica em Portugal

Em Portugal, a energia eólica tem vindo a aumentar consideravelmente ao longo

dos anos, muito devido a legislação existente neste âmbito. Em 2013, a potência total

instalada era aproximadamente de 4630 MW num total de 228 parques eólicos (Figura

6). Atualmente, Portugal ocupa o segundo lugar a nível europeu no que se refere à

produção de energia proveniente do vento.

Figura 5 - Produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis por distrito, em 2013 (GWh)

Fonte: DGEG, 2013

Figura 6 - Evolução da potência instalada de energia eólica em Portugal Continental (MW)

Fonte: DGEG, 2013

9

Sendo do conhecimento geral que os locais mais ventosos são em zonas

costeiras e no cume de montanhas, seria de esperar que os parques eólicos se situassem

nestas zonas do país. Porém, a grande maioria dos parques em Portugal têm vindo a ser

construídos na zona interior norte, nos pontos mais altos, por apresentar menor

densidade populacional. Na costa alentejana foram também construídos alguns parques

eólicos, por ser uma zona pouco povoada, como podemos comprovar na Figura 7.

Os distritos com maior potência instalada são Viseu, Castelo Branco, Vila Real,

Coimbra, Lisboa e Viana do Castelo com 72% do total instalado.

Na Guarda, numa semana de Fevereiro, de dias cinzentos com aguaceiros fracos

e poucas abertas, o vento permitiu gerar eletricidade para abastecer, aproximadamente

333 mil casas [3].

Figura 7 - Parques eólicos em Portugal e respetiva potência

Fonte: Eólicas de Portugal

10

2.2. Energia hídrica em Portugal

Ao todo em Portugal, segundo os dados que nos são facultados pela EDP, estão

em funcionamento, a produzir para a rede elétrica, cerca de 71 centrais de energia

hidroelétrica (Figura 8). As potências destas variam bastante, desde centrais com

potências inferiores a 1 MW a centrais com potências superiores a 300 MW (Anexo 1).

2.2.2. Complementaridade hídrica-eólica

Quando em períodos de menor consumo existe uma elevada produção de energia

eólica, essa pode ser aproveitada para bombear a água das albufeiras, nas centrais

hidroelétricas equipadas com bombagem. Assim torna-se possível utilizar o excesso de

energia eólica para produzir energia hídrica, como esquematizado na Figura 9.

Figura 8 – Centros produtores (Produção Hidroelétrica)

Fonte: http://www.a-nossa-

energia.edp.pt/centros_produtores/producao.php?cp_type=he&map_type=

he

11

2.3. Energia solar em Portugal

Portugal é um dos principais países a nível Europeu com maior incidência solar

(Figuras 10,11 e 12), sendo o número médio anual de horas de sol, entre 2200 e 3000, o

que corresponde a 14-17 MJ/ m2dia.

Figura 9 - Esquematização da complementaridade hídrica-eólica

Fonte: http://www.a-nossa-

energia.edp.pt/centros_produtores/complementariedade_hidroeolica_pe.php

12

Figura 10 - Média anual de radiação solar na Europa

Fonte: SolarGIS

Figura 11 - Radiação solar em Portugal (MJ/m2 dia)

Fonte: Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG)

13

No entanto, as potencialidades do país a nível energético não estão a ser

aproveitadas corretamente. O mercado da energia solar sofreu uma queda de 37%

relativamente a 2012, enquanto o mercado europeu caiu apenas 8%, segundo um estudo

da Associação Portuguesa da Industria Solar [4].

A energia aproveitada pode ser dividida em solar térmico ou solar fotovoltaico.

Os primeiros têm como finalidade o aquecimento de águas sanitárias (AQS ou

climatização), já os segundos correspondem à conversão da luz solar em energia

elétrica.

Na nossa região, numa semana de Fevereiro, de dias cinzentos com aguaceiros

fracos e poucas abertas, numa habitação que tenha painéis solares térmicos, foi possível

aquecer cerca de 37% das AQS necessárias a uma família, permitindo economizar cerca

de 1,65 litros de combustível, 1,51 m3

de gás natural, 12,7 kWh caso existisse uso de

esquentador elétrico e 2,9 kg de pelets (considera-se como referência uma instalação de

Figura 12 - Número de horas anuais de radiação solar em Portugal

Fonte: Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG)

14

2 coletores solares térmicos, com uma área de 4,1 m2, orientados para sul, com um

tanque de armazenamento isolado de 200 litros. Considera-se que o sistema de

aquecimento de águas é auxiliado por um esquentador a gás natural, e que a instalação é

utilizada por uma família de quatro pessoas, que consome, em média, 100 litros de água

quente a 50ºC por dia) [5].

Relativamente a painéis solares fotovoltaicos, na mesma semana, forneceu cerca

de 58,7 kWh de eletricidade, o que corresponde a 82% das necessidades médias

(considera-se como referência uma instalação de energia solar fotovoltaica de 3 kW,

orientado para sul, numa habitação que tenha um consumo medio anual de 4500 kWh).

Todavia, o recurso a energia solar ainda é pouco utilizado, uma vez que

apresenta aproveitamento bastante reduzido e custos de investimento muito elevados,

apesar disso, a capacidade dos parques solares existentes aumenta de dia para dia.

A maior central fotovoltaica do mundo foi construída nos Emirados Árabes

Unidos, como se ilustra na Figura 13, ocupando o equivalente a 285 estádios de futebol,

tendo uma potência instalada de 100 MW que permite fornecer energia a 20 mil

habitações. Na tecnologia de concentração solar não são utilizados painéis fotovoltaicos,

mas sim espelhos, que vão direcionar os raios solares de modo a aquecer líquidos e

formar vapor, e este por sua vez vai acionar as turbinas geradoras de eletricidade. No

total são 258 mil espelhos e 768 coletores. A energia gerada permite evitar a produção

de 175 mil toneladas de CO2 por ano.

Também em Portugal existe um parque solar fotovoltaico, construído na

Amareleja, concelho de Moura (Figura 14). Este parque tem uma potência de 46 MW e

produz energia suficiente para fornecer 30 mil casas, evitando a emissão de 89 mil

Figura 13 - Central fotovoltaica nos Emirados Árabes Unidos

15

toneladas de CO2 por ano. O parque tem uma extensão de 250 hectares e possui 2520

painéis solares seguidores azimutais (permitem apenas rotação ao longo do dia de

acordo com o sol, no entanto não permitem variar a sua inclinação), tendo cada seguidor

104 painéis.

No concelho de Palmela está a ser construído o novo parque solar fotovoltaico

de Salgueirinha, que vai produzir eletricidade para injeção na rede nacional equivalente

ao consumo médio de mais de duas mil famílias. O parque irá conter 16.940 painéis

solares, distribuídos por 7 hectares. Estima-se que, por ano, a sua produção seja de 7154

MWh, evitando a emissão de 3500 toneladas de CO2 por ano.

2.4. Biomassa em Portugal

O território Português tem aproximadamente 38% de área florestal,

aproximadamente 3306,1 milhares de hectares. Contudo, este recurso é pouco

aproveitado, (Tabelas 1 e 2) nomeadamente devido à falta de equipamentos de sistema

de recolha adequados, competitividade da indústria do gás natural e falta de tratamento

fiscal adequado.

Figura 14 - Parque solar fotovoltaico da Amareleja, Portugal

16

Tabela 1- Produção de biomassa florestal

Fonte: INETI, Portal das Energias Renováveis

Tipo de resíduo Quantidade [milhões de ton/ano]

Matos (incultos) 4,0

Matos (sob-cobertos) 1,0

Produção de lenhas 0,5

Ramos e Bicadas 1,0

Total 6,5

Tabela 2- Potencial disponível de biomassa florestal

Fonte: INETI, Portal das Energias Renováveis

Tipo de floresta Quantidade [milhões de ton/ano]

Matos 0,6

Biomassa proveniente de áreas ardidas 0,4

Ramos e bicadas 1,0

Indústria Transformadora da Madeira 0,2

Total 2,2

Em Portugal, o recurso à biomassa é usado principalmente em fornos industriais,

instalações de cogeração e em centrais térmicas.

Atualmente, existem 18 centrais com recurso a biomassa florestal em

funcionamento, totalizando aproximadamente 100 kW, estando planeada a construção

de mais 13 centrais.

2.5. Energia geotérmica em Portugal

A energia geotérmica consiste em aproveitar o calor proveniente do interior da

Terra. A elevada temperatura do interior da Terra deve-se não só à dissipação do calor

primitivo originado durante a formação do planeta, como à desintegração de alguns

elementos radioativos contidos nas rochas, como urânio, tório ou crípton.

17

O calor é dissipado para o exterior através de falhas, choques de placas, ou

aquíferos, no entanto, grande parte desta energia encontra-se dispersa e a baixas

temperaturas, o que apenas permite que uma pequena parte deste calor seja aproveitado.

O aproveitamento desta energia implica a existência de um fluido que transporte o calor

do interior para o exterior da Terra.

Os recursos geotérmicos são classificados de acordo com a entalpia do fluido,

dividindo-se em duas categorias: baixas entalpias (entre 20º e 150ºC) e altas entalpias

(temperatura superior a 150º).

Em Portugal, o aproveitamento de energia geotérmica de alta entalpia é

conhecida no Arquipélago dos Açores, devido á sua localização na convergência de três

placas tectónicas. As centrais instaladas nas várias ilhas deste arquipélago resultam

numa potência anual de 235,5 MW. Na ilha de São Miguel estão instaladas duas

centrais geotérmicas, uma no Pico Vermelho, com uma potência instalada de 10 MW,

outra na Ribeira Grande, com 13 MW de potência, a produção conjunta contribuiu, em

2013, com cerca de 43% de produção energética da ilha.

O potencial geotérmico em Portugal Continental pode ser aproveitado de dois

modos:

o Aproveitar os recursos onde as temperaturas variam entre 20 e 76ºC;

o Aproveitar aquíferos profundos revelados pelos furos de reconhecimento

petrolífero;

Relativamente ao primeiro ponto, existe em Portugal aproveitamento geotérmico

em Chaves e São Pedro do Sul. Existem igualmente outros polos interessantes em

Aregos, Vizela e Monção.

No caso do aproveitamento de aquíferos revelados por furos de reconhecimento

petrolífero, embora os projetos ligados ao aproveitamento geotérmico sejam ainda

poucos, em Portugal Continental já existem casos reais, entre eles no Hospital da Força

Aérea (Lumiar) onde foi feito um único furo com 1500 m de profundidade e 50ºC á

cabeça do furo, destinado á produção de água quente sanitária, climatização e água

potável fria. Caso semelhante foi feito nos Serviços Sociais das Forças Armadas

(Oeiras), onde o aproveitamento geotérmico é feito através de um furo de 475 metros, à

temperatura de 30ºC, ainda que neste caso o sistema seja apoiado com bombas de calor.

18

As águas minerais naturais tornaram-se num recurso geotérmico a explorar, pois

verificou-se que na sua grande maioria a temperatura é superior a 30ºC. O calor destas

águas é utilizado não só para hidroterapia como também para aquecimento de piscinas,

hotéis de zonas termais e estufas de frutos tropicais e frutos fora de época. Em Portugal

Continental existem várias aplicações onde foi feito um aproveitamento da energia

geotérmica, entre elas:

Em Caldas de Chaves a água proveniente do furo geotérmico das termas de

Chaves, com aproximadamente 73ºC, é aproveitada em cascata, ou seja, é

utilizada no aquecimento da água das piscinas municipais, no aquecimento

ambiental de um hotel e no aquecimento de estufas, situados nas proximidades

das termas;

Em Caldas de Vizela, na concessão hidromineral, aproveita-se o facto de a água

ter uma temperatura de 62ºC, que permite o aquecimento de um hotel;

O banho de Alcafache (recurso hidromineral de Alcafache) foi qualificado de

recurso mineral e geotérmico, sendo o estabelecimento climatizado através de 2

furos, com 77 e 151 metros de profundidade, onde a temperatura da água é de

49ºC;

Em São Pedro do Sul, desde o ano 2001 que se encontra em funcionamento a

central geotérmica, a partir de um furo de 500 metros de profundidade, para

aquecimento do balneário Rainha Dona Amélia, balneário D. Afonso Henriques

e de dois hotéis. Também em São Pedro do Sul, na zona do Vau, está a ser feita

uma aplicação geotérmica onde a água proveniente do furo, a 67ºC, permite o

aquecimento de estufas de frutos tropicais.

A título de curiosidade, a maior central geotérmica do mundo situa-se na Nova

Zelândia, tendo uma potência de 100 MW. Esta central funciona através da alimentação

de conversores de energia com fluido geotérmico a temperaturas de 193ºC. Todo o

fluido é re-injetado, sem consumos de água e com baixas emissões, minimizando o

impacte ambiental e sem pôr em risco os reservatórios subterrâneos.

19

3. Situação de Portugal na Europa

As Nações Unidas estimam que em 2050 a população mundial seja de 9,2 mil

milhões de pessoas, mais 2,5 mil pessoas que atualmente, o que implica um aumento

mundial no consumo de eletricidade (Figura 15). No entanto, uma gestão sustentável da

energia não é suficiente para corresponder ao aumento da população mundial, tornando-

se o principal objetivo produzir mais energia, sem comprometer a vida no nosso planeta.

A União Europeia aprovou o chamado “Pacote Energia-Clima 20/20/20” [6],

que propõe combater as alterações climáticas e aumentar a segurança energética,

comprometendo-se a transformar a Europa numa comunidade de alta eficiência

energética, diminuindo também as emissões de carbono para a atmosfera. Para dar

início ao processo foram propostos os seguintes objetivos, a serem cumpridos até 2020,

designados “objetivos 20-20-20”:

o A redução das emissões de gases com efeito de estufa da União Europeia, pelo

menos, 20% abaixo dos níveis de 1990;

o 20% do consumo energético da UE ser proveniente de fontes renováveis;

o Uma redução de 20% no consumo de energia primária graças ao aumento da

eficiência energética.

Cada país membro estabelece o seu objetivo, dependendo da sua situação atual.

Portugal propôs incorporar 31% de energias renováveis no total do consumo energético

até 2020, (no período 2004-2012 cresceu 5,4%). Alguns países, como a Bulgária,

Figura 15 - Consumo Mundial de eletricidade (103 TWh) 2005-2030

Fonte: IEA – World Energy Outlook 2008; Comissão Europeia – European Energy and

Transport trends to 2030 – atualizado em 2007; US-NOAA

20

Estónia e Suécia já atingiram a meta proposta. No caso da Bulgária, o objetivo era

atingir 16%, tendo conseguido ultrapassar esse valor em 2012, já a Suécia atingiu nesse

mesmo ano 51%, quando o seu objetivo era de 49%.

Como podemos observar no gráfico da Figura 16, Portugal ocupa o sétimo lugar

dos países europeus que incorporam renováveis no consumo final de energia, com

aproximadamente 24,6%. Sendo o primeiro lugar atribuído à Suécia.

Os países que sofreram uma maior evolução entre 2004 e 2012 foram a Suécia

(de 38,7% para 51%), seguido da Dinamarca (14,5% para 26%), Áustria (22,7% para

32,1%), Grécia (7,2% para 15,1%) e Itália (5,7% para 13,5%).

No conjunto dos 28 países, cerca de 14% do consumo total de energia provém de

fontes renováveis.

Figura 16 - Quota de energia a partir de fontes renováveis (em % do consumo final bruto de energia)

Fonte: Eurostat

21

4. Consumo energético nas habitações

Na atualidade, segundo dados da Base de Dados Portugal Contemporâneo

(PORDATA), o sector doméstico representa cerca de 17% do consumo final de energia

elétrica (Figura 17).

Figura 17 - Consumo de energia final pelo setor doméstico (%), em 2012

Fonte: DGEG

O consumo energético nas habitações depende de diversos fatores como a

localização da habitação, o seu isolamento, os diferentes equipamentos utilizados e o

seu uso. São apontadas várias causas para o aumento do consumo de energia no interior

das habitações, entre as quais: ineficiência dos equipamentos e maus hábitos de

utilização dos mesmos.

Relativamente ao consumo de energia elétrica nas habitações não existe

consenso em relação ao que despende mais energia, por esse motivo apresentamos

seguidamente gráficos de consumo energético nas habitações, que resultam de

diferentes estudos realizados pela INE e pela EDP.

Um estudo feito pelo INE, referente à distribuição do consumo energético nas

habitações em 2012 (Figura 18), revela que a cozinha representa um maior consumo de

eletricidade (40,5%), seguido dos equipamentos elétricos, iluminação, aquecimento do

ambiente, aquecimento de águas sanitárias e por último o arrefecimento do ambiente.

22

Figura 19 - Consumo energético nas habitações

Fonte: EDP

O gráfico apresentado na Figura 19, advém de um estudo feito pela EDP, onde

se pode observar o consumo típico de eletricidade numa habitação em Portugal.

De modo a promover a eficiência energética das habitações, entrou em vigor o

Decreto-Lei nº 118/2013, que torna obrigatória a certificação dos edifícios, incentivando

à redução das necessidades energéticas da habitação, estimulando oportunidades de

melhoria nos edifícios monitorizando a conformidade de requisitos dos novos edifícios.

Figura 18 - Consumo de energia no setor doméstico (2010)

Fonte: INE/DGEG

23

Pertence ao sistema de certificação energética o certificado energético e da

qualidade do ar interior, onde os edifícios são classificados numa escala desde a classe

mais eficiente (classe A+++

), à menos eficiente (classe D). Uma fração que cumpra os

mínimos exigidos pelos atuais regulamentos será enquadrada na classe energética B-.

4.1. Energia renovável em habitações

Segundo dados da REN – Redes Energéticas Nacionais, no primeiro semestre de

2014, 68% do consumo de eletricidade provém de fontes renováveis, face aos 46%

verificados no mesmo período do ano passado.

A utilização de energias renováveis e novas tecnologias complementares não

significa obliterar o conceito de edifícios bioclimáticos, estes devem ser desenhados de

acordo com o clima da localidade, de modo a minimizar a necessidade energética.

Quando se fala em energias renováveis nos edifícios, pensa-se inicialmente na

utilização da energia solar para aquecimento de água quente sanitária (AQS) e a

primeira imagem é a da colocação de coletores solares. No entanto, hoje em dia já

existem outras formas para produzir energia elétrica, térmica ou ambas como

complemento das necessidades energéticas. A energia solar térmica é mais usual,

atingido um elevado nível de fiabilidade para a população. Espera-se uma maior

concorrência, e consequentemente redução de custos no que se refere ao equipamento,

promovendo o investimento em novos equipamentos e materiais. Os objetivos da água

quente solar poderão assim ser expandidos para climatização.

A fonte de energia elétrica mais conhecida e integrada nos edifícios é a energia

fotovoltaica. Apesar de ter um elevado custo inicial, o material é de grande

durabilidade, fácil de instalar, controlar e manter em edifícios.

Em Portugal, a lei da microgeração levou a uma divulgação deste sistema a

grande escala.

A integração da energia eólica nos edifícios pode realizar-se através de sistemas

de micro e mini-eólica, com potências que variam entre o 1 kW e os 50 kW as quais se

encontram em desenvolvimento.

24

A promoção da eficiência energética é de facto uma aposta na redução da

dependência energética dos convencionais, permitindo um aproveitamento máximo dos

recursos disponíveis, começando pela redução das necessidades energéticas.

4.1.1. Microgeração

A microgeração é a produção de eletricidade, por parte do consumidor, a partir

de fontes renováveis, para ser vendida, em pequena escala, a distribuidores, através de

instalações de pequena potência, ou para uso próprio. Atualmente, existe legislação em

Portugal referente à microprodução e miniprodução, como o DL nº 118-A/2010, de 25

de outubro, e pelo DL nº 25/2013, de 19 de fevereiro, e DL nº 26/2013, de 19 de

fevereiro.

No ano 2013 foram ligadas à rede cerca de 1371 novas instalações de

microgeração. No caso de a produção ser feita através de painéis solares fotovoltaicos,

deve ter-se em conta o facto de uma célula fotovoltaica produzir uma voltagem de 0,5V,

o que significa que seria necessário instalar entre 30 a 40 células para se conseguir um

painel de 12V, que produz cerca de 4 amperes (48 Watts).

25

5. Etiqueta energética

A etiqueta energética nos equipamentos foi regulamentada pela União Europeia

em 1992, com o objetivo de informar os consumidores, no momento de compra,

relativamente à eficiência energética do equipamento, assim como outras características,

designadamente: consumo, rendimento, capacidade e ruído; contribuindo para diminuir

a fatura de eletricidade e para a preservação do meio ambiente (Figura 20).

Em 2012 foi disponibilizada uma nova etiqueta energética, (Etiqueta Energética

da União Europeia) onde foram acrescentadas mais três classes energéticas (A+, A++ e

A+++) e eliminadas as classes E,F e G, à etiqueta original, como podemos observar pela

Figura 21.

Figura 20 - Representação da antiga etiqueta energética

Fonte: EDP

Figura 21 - Representação da nova etiqueta energética

Fonte: EDP

26

A rotulagem através da etiqueta energética da União Europeia é já obrigatória

para lâmpadas e diversos eletrodomésticos: equipamentos de refrigeração (frigoríficos,

combinados e arcas), aparelhos de ar condicionado, máquinas de lavar loiça, lavar roupa

e secar roupa, fornos elétricos e ainda televisores.

Embora a etiqueta dos equipamentos de refrigeração e máquinas de lavar tenha

as classes A+++

a D, ao abrigo dos regulamentos de conceção ecológica, apenas se

encontram à venda no mercado máquinas de lavar que tenham uma classe de eficiência

energética A ou superior e equipamentos de refrigeração que tenham uma classe de

eficiência energética A+ ou superior.

A informação disponibilizada na etiqueta energética depende do eletrodoméstico

em causa, no entanto é uniforme para todos os produtos da mesma categoria.

Elementos comuns a todas as etiquetas:

Uniformidade: produtos da mesma categoria têm etiqueta igual em todos os

Estados – Membros da UE, não havendo diferença de idioma;

Setas coloridas: distinguem produtos mais eficientes (verde escuro) dos menos

eficientes energeticamente (vermelho);

Classes adicionais para a eficiência energética: A+++

, A++

, A+;

Nome do fornecedor/ marca e identificação do modelo;

Pictogramas: há características cuja informação é descrita por meio de

pictogramas;

Consumo anual de energia, em kWh.

A faixa para a classe de eficiência energética e/ ou os pictogramas podem mudar

consoante a categoria de produtos (Figuras 22, 23, 24 e 25).

27

Figura 22 - Antiga etiqueta energética nos frigoríficos

Fonte: ADENE

Figura 23 - Nova etiqueta energética nos frigoríficos

Fonte: ADENE

28

Figura 24 - Exemplo de etiqueta energética da máquina de lavar a roupa

Fonte: ADENE

Figura 25 - Exemplo de etiqueta energética para televisão

Fonte: ADENE

29

5.1. Etiqueta SEEP

Entrou recentemente em vigor o Sistema de Etiquetagem Energética de Produtos

(SEEP), este é um sistema de etiquetagem voluntário, desenvolvido pela ADENE, que

permite ao consumidor avaliar o desempenho energético de vários produtos que

influenciam, direta ou indiretamente, o desempenho energético dos edifícios, mas que

não são regulados pela diretiva de rotulagem energética. Outra vertente deste sistema é

o controlo da qualidade das etiquetas energéticas, estando os fabricantes aderentes

sujeitos a procedimentos de verificação da correta utilização destas.

O primeiro produto com etiqueta SEEP são as janelas (Figura 26). Este produto

influencia o balanço energético das habitações, sendo que uma utilização de janelas com

classe energética mais eficiente reflete-se na fatura energética. A classe atribuída a cada

janela resulta de uma avaliação ao comportamento da mesma no inverno e no verão,

traduzindo-se na capacidade de reduzir as perdas de calor no inverno e minimizar o

aquecimento no verão.

Figura 26 - Exemplo de uma etiqueta SEEP para as janelas

Fonte: Portal da energia

30

Existe a ideia pré-concebida de que um equipamento energeticamente eficiente é

necessariamente mais caro, contudo deve ter-se em linha de conta que apesar do

investimento inicialmente maior este é rapidamente recuperado pela redução da fatura

energética.

31

6. Eletrodomésticos

Apesar dos esforços feitos pela população com intuito de reduzir o consumo

energético nas habitações, este tem vindo a aumentar cerca de 2% ao ano. Este facto

deve-se principalmente ao aumento da necessidade de conforto, ou seja, mais conforto

térmico, mais iluminação, maior número de lavagens e consumos mais elevados de água

quente, maior número de horas de utilização da televisão e o aparecimento de novas

tecnologias.

É necessário unir esforços para reduzir os custos relacionados com o consumo

de energia elétrica, e as emissões de CO2, só assim será possível minimizar os impactes

ambientais. Hoje em dia é possível manter o nível de conforto a que estamos

habituados, gastando menos energia, com uma simples avaliação que permita identificar

o consumo de eletricidade desperdiçado.

Para reduzir consumos pode começar-se por reduzir o consumo de

equipamentos, tais como: eletrodomésticos, iluminação, equipamentos de escritório e

entretenimento, aquecimento e arrefecimento.

A eficiência de um eletrodoméstico começa aquando da sua escolha, sendo que

no momento de compra não basta ter em atenção a eficiência energética do mesmo, é

necessário também verificar se este está de acordo com as nossas necessidades. Por

exemplo, se não precisa de um frigorífico de grande volume não faz sentido optar pela

escolha de um frigorifico de grande volume, isto é, um frigorífico de 300 litros, classe

A, pode gastar mais eletricidade que um frigorífico de 100 litros da classe G.

6.1. Equipamentos de frio

Cerca de 20% da energia consumida nas habitações advém de equipamentos de

frio. Por ser usado intermitentemente, apenas se desliga para limpeza ou ausência

prologada, tem um consumo considerável. No momento de comprar um equipamento de

frio a escolha é essencial para redução do consumo energético deste. Os frigoríficos e

arcas de classe A+ ou A++ são um bom investimento, pois o seu custo inicial é

recuperado nas faturas de eletricidade em apenas 2 anos.

32

Curiosidades:

A localização destes equipamentos em locais sem condições afeta o seu bom

funcionamento, aumentando o consumo do aparelho até 30%;

Guardar 10 a 15 cm de afastamento entre o equipamento e a parede, para haver

circulação de ar e permitir o arrefecimento da grelha, traduzindo-se numa

poupança até 3% do consumo energético;

A correta regulação da temperatura permite um menor consumo de energia, no

caso do frigorífico a temperatura ideal de conservação dos alimentos é entre 3 e

5ºC. Assim, deve-se regular o termostato para estas temperaturas, e não

temperaturas inferiores, que faz aumentar o consumo desnecessariamente. Na

arca congeladora a temperatura deve ser entre os -15 e -18ºC. Por cada grau

inferior a -18ºC o consumo da arca aumenta 2 %;

Por cada vez que a porta do frigorífico se abre durante 10 segundos o consumo

energético aumenta entre 0,2 a 0,8%. Se for um congelador de um combinado

provocará um aumento do consumo de energia de 2%. No caso de se tratar de

uma arca congeladora, por cada vez que abrir a porta durante 10 segundos,

aumenta o consumo energético em cerca de 1% [8];

Não se deve abrir a porta da arca congeladora de forma brusca, pois a

temperatura no interior aumenta rapidamente obrigando a um maior consumo

energético (entre 2 a 4 %) para retomar a temperatura no interior;

Fazer o planeamento das refeições com antecedência permite passar os

alimentos da arca congeladora para o frigorífico, os alimentos estarão a fornecer

frio, reduzindo em 2% o consumo energético do mesmo;

Guardar alimentos quentes no frigorífico faz aumentar entre 10 a 15% o

consumo diário destes;

A grelha exterior do frigorífico deve ser limpa, pelo menos, uma vez por ano,

para evitar grandes acumulações de poeiras e consequentemente aumentar o

consumo de energia do frigorífico entre 8 a 15% [8].

33

6.2. Equipamentos de escritório e entretenimento

Os equipamentos de escritório e entretenimento, como computadores, televisão,

consolas, são responsáveis por 14% do consumo energético final, sendo que os

audiovisuais representam 9% do consumo [9].

Curiosidades:

Os equipamentos informáticos que contenham a etiqueta Energy star têm

capacidade para passar ao modo de baixo consumo, se não estiverem a ser

utilizados a algum tempo, gastando assim apenas 15% do consumo normal;

Ao escolhermos uma impressora multifunções esta consome cerca de 50% de

energia do que se fossem sistemas separados (impressora, fotocopiadora,

scanner);

Os computadores portáteis podem consumir até menos 90% de energia que os

computadores de secretária;

Preferir monitores LCD ou LED aos monitores de plasma;

Os ecrãs LCD poupam aproximadamente 37% de energia em funcionamento e

40% em modo espera quando comparados com os monitores convencionais.

6.3. Máquinas de lavar e secar

A energia consumida pelas máquinas de lavar e secar corresponde a cerca de

11% do consumo energético nas habitações [9].

A máquina de lavar a loiça é um dos eletrodomésticos que consome mais

energia, sendo 90% desse consumo para o aquecimento da água, por isso deve utilizar-

se, sempre que possível, a temperaturas mais baixas. Deve-se evitar o uso de programas

de secagem, pois abrindo a porta e permitindo a ventilação obtém-se o mesmo efeito,

poupando 40% de energia.

Curiosidades:

Ao lavar a loiça à mão gasta-se, em média, mais 24 litros de água que ao lavar a

mesma quantidade de loiça na máquina;

34

As máquinas de lavar roupa consomem entre 80 a 85% de energia para o

aquecimento da água;

Para o mesmo programa, a diferença entre lavar a 30ºC e lavar a 40ºC implica

um aumento entre 10 a 30% de energia, já ao reduzir a temperatura de lavagem

de 60 para 30º C pode economizar-se até 60% do consumo;

Existem no mercado máquinas de lavar a roupa bitérmicas, ou seja, máquinas

com duas entradas de água, uma para água fria e a outra para água quente.

Assim pode-se utilizar o sistema de aquecimento de água quente sanitária da

habitação, poupando até 25%;

As máquinas de secar roupa são grandes consumidoras de energia elétrica, por

isso devem evitar ser usadas. Antes de esta ser usada é importante centrifugar a

roupa o máximo possível, para poupar energia durante a secagem;

Já são bastante comuns no mercado máquinas de lavar e secar num só aparelho,

o que serve para economizar energia elétrica, pois em vez de dois equipamentos,

temos apenas um, com as mesmas funcionalidades.

6.4. Cozinha

Ao cozinhar gasta-se cerca de 2% da energia consumida nas habitações (segundo

Figura 19). Regra geral cozinhar em casa pode fazer-se através de duas formas:

eletricidade ou gás. Os fogões a gás são mais eficientes que os elétricos, ao contrário

dos fornos, onde os elétricos são mais eficientes.

Numa casa onde só se consuma energia elétrica para cozinhar, isso representa

um consumo total de 12% de energia.

Para cozinhar pequenas quantidades é preferível usar o micro-ondas, pois reduz

o consumo energético entre 60 a 70% demorando menos tempo a cozinhar os alimentos.

Curiosidades:

Utilizar recipientes de vidro ou de cerâmica permite baixar a temperatura

necessária á confeção dos alimentos, pois estes materiais retêm melhor o calor;

Evitar abrir a porta do forno, pois por cada dez segundos aberta, faz aumentar o

consumo em 8%;

35

Ao desligar o forno 10 minutos antes permite poupar ate 10% de energia;

Os fornos de convecção usam uma pequena ventoinha para fazer circular o ar

pelo forno, o que reduz o tempo de cozedura e a energia em cerca de 30%;

Os fornos combinados usam a tecnologia micro-ondas e lâmpadas de halogéneo

para reduzir o tempo de cozedura e a energia consumida entre 60% a 75%.

6.5. Outros

Cerca de 23% da energia final é consumida em outras funcionalidades, sendo

que 10% é em equipamentos desligados e standby, e o restante noutros

eletrodomésticos.

Dois exemplos de gastos energéticos considerados desnecessários são os

consumos em standby ou off- mode. O primeiro ocorre quando o equipamento não está a

ser usado, mas consome energia, dando essa indicação, normalmente, mantendo uma

luz de presença ligada. Já nos consumos em off- mode o equipamento não está a ser

utilizado mas gasta energia, não o indicando.

Os grandes responsáveis por estes consumos são os equipamentos informáticos e

de entretenimento. Aproximadamente 193 kWh/ano nas habitações portuguesas

corresponde a consumos no modo standby e off-mode, traduzindo-se em 4,8% na fatura

energética anual.

Na Tabela 3 encontram-se exemplos de alguns equipamentos e as respetivas

potências máximas em off-mode ou stanby.

36

Tabela 3 - Potência máxima de equipamentos em off-mode e modo standby

Fonte: http://ecocasa.pt

Aparelho Off-Mode (W) Standby (W)

DVD 9 17

Aparelhagem 16 25

Televisor 16 30

Box - 30

Vídeo 9 18

Computador 14 25

Impressora 16 20

Colunas de computador 8 11

Scanner 6 21

Estes consumos dispensáveis podem ser facilmente evitados no dia-a-dia,

bastando para isso alguns cuidados simples como evitar desligar os aparelhos a partir do

telecomando ou desligar os equipamentos diretamente da tomada. Em alternativa, pode

adquirir-se uma tomada elétrica com corte de corrente e após a utilização dos aparelhos

desligá-la no interruptor, podendo poupar até 10% de energia.

Em relação aos equipamentos informáticos, como o computador, quando não

está a ser utilizado por uns momentos deve recorrer-se à opção de gestão de energia,

(hibernação) assim permite reduzir em 70% o consumo deste.

Nos dias de hoje um dos equipamentos mais relevantes nas habitações são as

boxs de televisão, estas, mesmo em modo standby podem consumir até 30 W de

potência. Ao desligarmos a box por completo (off-mode) podemos reduzir cerca de 88

kWh/ano.

A termo de curiosidade, 15 % da energia consumida em outras funcionalidades

corresponde a uma televisão em modo standby.

37

7. Climatização

O aquecimento/ arrefecimento do interior representa cerca de 16% do total do

consumo de eletricidade da habitação [9].

A temperatura considerada ideal para conforto térmico nas habitações varia entre

os 18 e 22ºC no inverno (durante a noite, nos quartos o aconselhável é entre os 15 e

17ºC) e os 24 e 26ºC no verão. Cada grau de temperatura que aumentamos implica um

aumento de energia de 7%. Sendo que 60% da energia dos sistemas de aquecimento é

dissipada por zonas mal isoladas, daí que o melhor sistema de climatização para casa

deve começar pela construção desta, desde os materiais construtivos, a um bom

isolamento térmico, de modo a evitar perdas de calor e infiltrações, reduzindo a

necessidade de recorrer a sistemas de climatização, reduzindo consequentemente a

fatura energética.

Quando se recorre a equipamentos de climatização estes podem utilizar energias

renováveis, eletricidade ou gás.

7.1. Equipamentos com recurso a energias renováveis

Equipamentos através de energia renovável:

Solar térmico;

Biomassa;

Solar térmico mais biomassa;

Bomba de calor geotérmica.

7.1.1. Solar térmico

O uso de painéis solares térmicos é uma boa opção para o aquecimento de águas

sanitárias, no entanto torna-se um investimento pouco viável em termos de aquecimento

do ambiente interior, uma vez que é necessário um elevado número de painéis, que só

serão utilizados alguns meses do ano (Figura 27). A utilização de painéis solares para o

38

aquecimento do ambiente deve ser usado com um sistema de piso radiante, pois este não

necessita de água demasiado quente e têm um rendimento superior aos aquecedores.

Figura 27 – Aquecimento solar térmico

(Fonte: http://apj.pt/est.html)

7.1.2. Biomassa

O aquecimento através de biomassa pode ser usado de duas maneiras, através de

lareira (aberta ou fechada, com ou sem recuperador de calor), ou sistema a pellets.

O uso de recuperador de calor torna a lareira mais eficiente, pois tem uma

propagação de calor bastante superior à lareira aberta, controlando a queima da madeira.

Uma lareira aberta recupera, em média, apenas 20% da potência calorífica da lenha,

enquanto o recuperador de calor atinge os 80% de rendimento. Já o sistema a pellets

(Figura 28) tem um funcionamento semelhante a um recuperador de calor, utiliza a

biomassa sob a forma de granulado de madeira, os pellets (Figura 29), resultantes dos

desperdícios da limpeza da floresta e sobras da indústria da madeira.

39

Tanto o aquecimento com recurso à lareira, como o aquecimento a pellets têm a

desvantagem de só poderem aquecer a divisão da casa onde estão instalados. Para que

este sistema se possa estender às outras divisões é necessário instalar uma rede de tubos

que conduzam o ar aquecido, no entanto, pode ser necessário instalar um motor para

auxiliar na condução do ar quente para as restantes divisões da casa.

7.1.3. Solar térmico mais biomassa

Este sistema permite aquecer as águas sanitárias no verão, através de um painel

solar e no inverno, este faz um pré aquecimento da água, que vai depois circular no

sistema a biomassa e promove o aquecimento interior.

O sistema solar térmico mais biomassa funciona com radiadores ou piso

radiante, sendo este último mais eficiente pois não requer temperaturas tão elevadas

como os radiadores, tendo uma menor necessidade energética.

Figura 28 - Lareira a pellets

Figura 29 - Pellets

40

7.1.4. Ar condicionado/Bomba de calor

O funcionamento deste sistema consiste na absorção de energia de um lado e

libertá-la em outro local, para isso o sistema tem de ter uma unidade interior, uma

exterior e tubagens entre as duas unidades, por onde o líquido circula (Figura 30).

Este sistema pode ser só frio (ar condicionado) ou ar condicionado/ bomba de

calor, ou seja, o equipamento funciona como bomba de calor quando se pretende

aquecer a habitação e como aparelho de refrigeração quando se pretende arrefecer o

interior.

As bombas de calor não utilizam energias renováveis para o seu funcionamento,

mas sim energia elétrica, porém como têm elevados rendimentos energéticos tornam-se

uma hipótese viável quando se pretende aquecer/ arrefecer a habitação.

Alguns sistemas utilizam a temperatura estável do subsolo e/ ou dos lençóis de

água subterrâneos para aquecer ou arrefecer uma casa ou um edifício. O tipo de solo e a

existência, ou não, de lençóis de água determinarão a sua eficiência. Este sistema

permite também o aquecimento das águas sanitárias.

Figura 30 - Exemplo de um sistema ar condicionado/bomba de calor

41

7.2. Sistemas de climatização móveis

Os sistemas de climatização móveis têm a vantagem de se poderem mover para

qualquer divisão da casa. Existem vários tipos de equipamentos móveis:

Aquecedor a óleo;

Convectores;

Termoventiladores;

Aquecedor de infravermelho;

Aquecedor de halogéneo;

Aquecedor a gás;

Braseiras.

7.3. Sistemas de climatização fixos

Os sistemas de climatização fixos são definidos previamente, em todas as

divisões da casa, ou apenas em algumas, sendo a sua instalação fixa e permanente.

Este sistema pode ser através de:

Sistema central;

Acumulador de calor;

Ar condicionado;

Recuperador de calor.

7.3.1. Sistema central

Este é um sistema constituído por um gerador de calor, caldeira, emissores de

calor, radiadores, sistema de transporte e sistema de controlo. A caldeira (Figura 31)

aquece água, que vai circular no interior dos radiadores, proporcionando o aquecimento

do ambiente.

42

7.3.2. Acumulador de calor

O equipamento da Figura 32 consiste num sistema elétrico que permite manter

um espaço a uma temperatura constante, durante aproximadamente 24h. Este sistema

permite tirar partido da tarifa bi-horário, uma vez que basta pô-lo á carga durante a

noite.

Figura 31 - Caldeira

Figura 32 - Acumulador de calor

43

O aquecimento é feito através de dissipação de calor armazenado nos blocos de

cerâmica, por convecção natural, por ventilação forçada, ou por radiação. Podem-se

distinguir dois tipos de acumuladores: estáticos e dinâmicos.

Os estáticos dispõem de uma entrada de ar na parte inferior e uma saída na parte

superior, de modo a permitir a circulação do ar através do núcleo do acumulador,

aquecendo-o. Este tipo de acumulador liberta calor através da sua superfície, por

convecção natural e são apropriados para divisões com necessidade permanente de

aquecimento, como os quartos, e para divisões onde não é necessário o controlo exato

da temperatura, como nos corredores e hall. Por sua vez os acumuladores dinâmicos

(Figura 33) têm um pequeno ventilador que força a movimentação do ar. Na parte

inferior do aparelho encontra-se uma grelha difusora, que permite a saída do ar. Dispõe

de um isolamento superior garantindo uma maior capacidade de retenção de calor. Estes

aparelhos são indicados para salas e escritórios.

1. Núcleos refratários;

2. Resistência de aquecimento;

3. Isolamento térmico;

4. Regulador de recarga;

5. Conduta de ar com ”bypass”;

6. Fixação à parede;

7. Interruptor de recarga;

8. Interruptor do regulador de temperatura (acessório);

9. Isolamento térmico de placas rígidas;

Figura 33 - Esquema de um acumulador de calor dinâmico

44

10. Ventilador para a circulação uniforme de ar;

11. Resistência de aquecimento adicional (acessório).

Cada equipamento de produção de calor necessita de um combustível (gás

natural, gás engarrafado, gasóleo, biomassa) e está ligado a um equipamento terminal

como por exemplo radiadores (Figura 34), convetores (Figura 35), piso radiante (Figura

36), ou outro.

Figura 36 - Equipamento terminal de piso radiante

Figura 34 - Equipamento terminal de

radiadores

Figura 35 - Equipamento terminal de

convetores

45

Curiosidades:

Deve optar-se por soluções que utilizem energias renováveis, nomeadamente as

caldeiras a biomassa ou os coletores solares térmicos, capazes de contribuir com

cerca de 70% da energia necessária para o aquecimento de água;

É aconselhável evitar-se o uso de aquecedores elétricos trocando-os por bomba

de calor, apesar de ser bastante mais cara é também mais eficiente, e reduz o

consumo de energia elétrica entre 65 a 80%.

46

8. Iluminação

A iluminação constitui um dos principais fatores condicionantes da qualidade do

ambiente interior nos edifícios. Essas condições devem incluir a garantia de níveis de

iluminação apropriados, a existência do conforto visual para os ocupantes e, ainda, os

benefícios da utilização da luz natural em detrimento da artificial e do contacto com o

ambiente exterior através de envidraçados.

Para aproveitar ao máximo a luz solar e utilizar a iluminação artificial de forma

coerente, deve escolher-se a luz adequada para cada divisão, tendo em conta as

seguintes considerações: evitar ligar as luzes durante o dia, aproveitando, sempre que

possível a luz natural; desligar as luzes quando não são necessárias; utilizar lâmpadas

mais eficientes nas áreas de maior utilização; pintar paredes e teto de cores claras, de

modo a refletir melhor a luz.

A iluminação é responsável por elevados consumos de energia elétrica no sector

doméstico, estimando-se que, nas habitações portuguesas, possa atingir 9% da fatura de

eletricidade final de cada casa [9]. Esta situação deve-se ao uso significativo das

lâmpadas incandescentes.

Atualmente já existem no mercado lâmpadas alternativas mais eficientes para a

iluminação, uma vez que as lâmpadas incandescentes, embora sejam as mais baratas,

são também menos eficientes. Estas podem ser substituídas por lâmpadas

economizadoras, que dão a mesma luz, gastando menos 70 a 80% de energia e tendo

ainda uma vida útil superior às lâmpadas convencionais. Também as lâmpadas de

halogénio são poucos eficientes, podendo ser substituídas por LED (díodos emissores

de luz), podendo poupar ate 90% de energia, apresentando um tempo de vida útil de,

aproximadamente, 25 anos.

Para uso doméstico destacam-se cinco tipos de lâmpadas:

Lâmpadas florescentes tubulares,

Lâmpadas fluorescente compactas;

Díodos emissores de luz (LED);

Lâmpadas de halogénio;

Lâmpadas incandescentes.

47

Figura 38 - Lâmpadas fluorescentes compactas

As lâmpadas fluorescentes são diferenciadas dependendo da sua forma, podendo

ser tubulares (Figura 37) ou compactas. As primeiras funcionam a partir da ionização de

um gás que emite radiação ultra violeta, que ao incidir numa camada fluorescente na

superfície de um tubo de vidro, irradia luz visível, proporcionando boa iluminação, com

baixa potência e baixo consumo energético. Estas têm um longo período de vida útil

(cerca de 12.000 horas), e devem ser utilizadas em locais com elevados períodos de

iluminação.

As lâmpadas fluorescentes compactas (Figura 38) foram desenvolvidas,

originalmente, para substituir as lâmpadas incandescentes, dependendo da potência e do

modelo da lâmpada estas têm um elevado número de horas de utilização (6 a 15 mil

horas). Estas lâmpadas foram geradas para resistir a mais de 3000 ciclos de ligar/

desligar em 8000 horas de vida útil, no entanto alguns fabricantes produzem lâmpadas

economizadoras que oferecem ate 500.000 ciclos ligar/ desligar em 15.000 horas.

Recomenda-se a utilização destas quando há necessidade de períodos de luz contínua

superiores a 1 hora.

Figura 37 - Lâmpadas fluorescentes tubulares

48

Figura 39 - Lâmpadas LED

Figura 40 - Lâmpada de halogéneo

Hoje em dia existem no mercado lâmpadas LED com luminâncias equivalentes

às lâmpadas incandescentes, com potências cerca de 10 vezes inferiores, sendo que este

tipo de lâmpadas tem um preço elevado. Contudo, o seu período de vida útil é superior

ao das lâmpadas fluorescentes compactas, entre 25 a 50 mil horas (Figura 39).

Ao longo do tempo tem existido uma melhoria na eficiência das lâmpadas de

halogénio (Figura 40), sendo 20 a 60% mais eficientes que as lâmpadas tradicionais,

com um tempo de vida útil até 5000 horas. O seu funcionamento é semelhante ao das

lâmpadas incandescentes, ou seja, emitem luz através de um filamento incandescente.

Porém, as lâmpadas de halogénio têm a particularidade de conseguirem recuperar o

calor libertado pela lâmpada, reduzindo a necessidade de eletricidade para manter a

iluminação.

As lâmpadas incandescentes são as mais utilizadas no setor doméstico, apesar de

serem as menos eficientes e com menor tempo de vida útil, isto porque convertem a

maioria da eletricidade em calor, sendo que apenas 5 a 10% convertido em luz. Devido

49

Figura 41 - Lâmpadas Incandescentes

à sua reduzida eficiência a União Europeia aprovou diretivas para a sua eliminação do

mercado (Figura 41). Com esta medida prevê-se que deixe de ser emitido um milhão de

toneladas de CO2 para a atmosfera e uma poupança de cinco a dez milhões de euros em

toda a UE.

De modo a ilustrar mais pormenorizadamente as vantagens de substituir

lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes compactas, é feita na tabela

seguinte (Tabela 4), a comparação dos custos decorrentes da utilização de uma

iluminação ineficiente (incandescente) e da opção por uma lâmpada economizadora

(fluorescente compacta), num período de 5 anos.

50

Tabela 4 - Comparação entre lâmpadas incandescentes e fluorescentes compactas

Adaptado de: ecocasa.pt

Incandescente Fluorescente compacta

Potência 50 W 11 W

Fluxo luminoso 590 lm

Tempo de vida 1 000 h 10 000 h

Horas de utilização diária 4 4

Preço da lâmpada 1,15 € 6,8 €

Consumo de eletricidade em

5 anos 365 kWh 80,3 kWh

Custo (kWh a 0,1631 €) 59,5 € 13,1 €

Número de lâmpadas

necessárias nos 5 anos

8

(com mais 700 horas de uso)

1

(ainda com mais 2 700 horas

de uso)

Custo com preço das

lâmpadas 68,7 € 19,9 €

51

9. Aquecimento de águas sanitárias

Sensivelmente 5% da energia elétrica nas habitações é para o aquecimento de

água. Existem duas formas de efetuar o aquecimento de água quente: através de

sistemas instantâneos ou de acumulação.

Os sistemas instantâneos continuam a ser os mais utilizados nas habitações

portuguesas, como esquentadores. Este sistema aquece a água ao mesmo tempo em que

é pedido, o que traz bastantes desvantagens, pois até que se atinja a temperatura

desejada aumenta-se o consumo de água; outra desvantagem é a distância do sistema ao

local de consumo e a limitação aquando consumo de água quente em simultâneo.

Os sistemas de acumulação dividem-se em dois grupos, equipamento que aquece

a água (caldeira, bomba de calor), termoacumulador e termoacumuladores de resistência

elétrica. O sistema de caldeira com termoacumulador integrado é o mais utilizado entre

os sistemas centralizado, o seu funcionamento consiste na água depois de aquecida ser

armazenada no tanque acumulador isolado, para uso posterior. Este sistema tem como

principais vantagens o uso permanente do equipamento, contrariamente aos

esquentadores, permite o uso simultâneo da água acumulada, refletindo-se na poupança

de energia. Os termoacumuladores de resistência elétrica são pouco recomendáveis, pois

o seu funcionamento exige grandes gastos de eletricidade uma vez que quando a

temperatura da água baixa, começa a funcionar uma resistência auxiliar. Deve ser usado

somente quando realmente necessário.

Curiosidades:

Os sistemas mais eficientes são aqueles com acumulação de água quente;

O ideal é, sempre que possível, combinar termoacumulador com painéis solares

térmicos, o que garante entre 60 a 80% da energia necessária;

O termoacumulador deve situar-se o mais próximo possível do local de

utilização, de modo a minimizar perdas de calor;

Uma forma de reduzir o consumo de eletricidade em 10% é baixar a temperatura

do termoacumulador de 60º para 50ºC;

Os reguladores de temperatura com termostato podem ajudar a poupar até 5% de

energia;

Utilizar torneiras e chuveiros eficientes poupam até 40 a 70% no consumo de

água.

52

10. Estudo prático

Neste capítulo são apresentados os resultados do caso em estudo, tendo como

base a análise dos inquéritos realizados no distrito da Guarda, sobre os equipamentos e

hábitos de consumo energético.

10.1. Enquadramento

A cidade da Guarda tem 26 565 habitantes e está inserida no concelho

correspondente com 42 541 habitantes. A Guarda é capital de distrito, tendo cerca de

173 831 habitantes. Fazem parte do distrito da Guarda: Aguiar da Beira, Almeida,

Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda,

Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal, Seia, Trancoso, Vila Nova de Foz Côa.

O nosso estudo foi efetuado nos concelhos da Guarda, Gouveia, Seia e Fornos de

Algodres, num total de 90 inquéritos. O trabalho de campo ocorreu entre Abril e Junho

de 2013.

10.1.1. Problema em estudo

O objeto de estudo, tendo como suporte o descrito anteriormente é a

caraterização de equipamentos e hábitos de consumo energético por parte da população.

O facto de as pessoas terem uma melhor qualidade de vida nas habitações

remete-nos para uma necessidade crescente do uso de diferentes eletrodomésticos.

A invasão do mercado de diferentes tipos de eletrodomésticos, assim como a

evolução que estes têm sofrido, tem-se traduzido num menor consumo de energia,

mesmo mantendo a qualidade dos seus produtos. Aliando este fator à capacidade

monetária de cada agregado familiar, permite que se encontre em cada habitação uma

panóplia bastante diversificada de eletrodomésticos, não só caracterizado pela marca de

cada um, assim como a sua classe energética. O mesmo se verifica relativamente à

iluminação e aos equipamentos de climatização, objeto de estudo neste trabalho.

53

Uma vez que em Portugal existe um consumo crescente de energia e não

dispomos de uma reserva de energias fósseis, é imperativo uma consciencialização da

população para uma alteração dos seus hábitos de consumo.

Como discentes na área de Engenharia do Ambiente e conscientes de que a

população se encontra cada vez mais dependente de energia é importante conhecer os

equipamentos e os hábitos de consumo energético para que se possa realizar uma

recolha de informação de quais os eletrodomésticos, iluminação, equipamentos de

climatização, equipamentos de AQS e hábitos de consumo da população na área de

estudo.

Preconizamos como problema do nosso estudo a caracterização dos

equipamentos e hábitos de consumo energético.

10.1.2. Objetivos do trabalho

O principal objetivo deste trabalho é aferir os hábitos de consumo energético

associado à iluminação, climatização e uso de grandes eletrodomésticos (equipamentos

de frio e equipamentos de lavagem e secagem de roupa e louça)

Face ao descrito, podemos também fixar os seguintes objetivos específicos

caracterizando:

As diferenças nos diferentes consumos entre o meio rural e urbano (eletricidade,

gás, gasóleo e lenha);

O período de funcionamento dos equipamentos de lavar/ secar roupa e lavar

louça, assim como a quantidade de vezes utilizada semanalmente;

As diferenças na classe energética dos equipamentos de frio e máquinas de

lavar/ secar roupa e lavar louça no meio rural e urbano;

As diferenças no tipo de lâmpadas nos meios rural e urbano;

O perfil de utilização mais usual na climatização;

A fonte de energia mais utilizada para climatização;

O equipamento mais usual para climatização das divisões da habitação;

Os meses do ano onde são mais utilizados os sistemas de climatização;

As diferenças no tipo de aquecimento mais utilizado no meio rural e urbano;

O tipo de combustível mais utilizado para AQS;

54

Os tipos de alterações de comportamentos que existiram nos inquiridos.

10.2. Instrumento, procedimento e tratamento de dados

Os inquiridos foram selecionados de forma aleatória, tendo sido realizados no

distrito da Guarda, nos concelhos Guarda, Gouveia, Seia e Fornos de Algodres. De

salientar que em algumas situações foram entregues aos inquiridos os questionários que

não disponibilizaram tempo no momento. Destes, a maioria entregou o questionário

devidamente preenchido; porém uma pequena percentagem não agiu em conformidade.

10.2.1. Instrumento de recolha de dados

O instrumento utilizado neste estudo foi um inquérito por questionário, dado que

este permite realizar uma recolha de dados fiável, permitindo averiguar adequadamente

os objetivos em estudo.

De modo a elaborar um questionário coerente foi necessário definir a estrutura

das questões, escolhendo qual a melhor forma de escrever cada questão, tendo como

preocupação aparecerem questões de informação básica e identificação do inquirido,

seguido das questões específicas para estudo. Assim sendo o questionário é formado por

quatro grupos distintos: equipamentos elétricos, iluminação, climatização e

comportamentos de consumo (Anexo 2). Esta divisão foi realizada de modo a agrupar

em categorias os objetivos propostos a avaliar, podendo realizar uma análise dos

diferentes equipamentos, presentes na habitação, de uma forma individual, assim como

os consumos que existem em cada habitação. Após a elaboração das questões e a

divisão desta em grupos os questionários foram numerados.

55

10.2.2. Procedimentos de recolha de dados

Para o preenchimento dos nossos questionários foi tido em conta o meio. Este

foi dividido em meio urbano e rural, onde o meio urbano foi considerado o local onde

seja definido como cidade, já o meio rural foi considerado os locais adjacentes às

cidades, mas que não pertençam a estas.

O público-alvo para o caso da investigação realizada serão todos os indivíduos

com idade superior a dezoito anos que se encontrem em habitações próprias, ou

alugadas, nos concelhos tidos em conta para o estudo.

Para o preenchimento dos questionários optou-se pela deslocação aos respetivos

locais de investigação, nomeadamente aos concelhos de Fornos de Algodres, Gouveia,

Guarda e Seia, tendo-se contactado os inquiridos nas suas respetivas habitações. Os

inquéritos foram preenchidos por nós, devido ao facto deste ser demasiado extenso e um

pouco complexo. Por conseguinte considera-se que a recolha da informação se realizou

porta a porta, elucidando os inquiridos:

Do âmbito do questionário;

Do facto de os questionários serem importantes para a conclusão do

estudo;

Da confidencialidade das respostas.

10.2.3. Apresentação e análise dos dados

Para Gil (1991), o processo de tratamento dos dados envolve diversos

procedimentos: aplicação do instrumento, codificação das respostas, tabulação dos

dados e cálculos estatísticos.

Procedeu-se à aplicação do questionário (Caraterização de equipamentos e

hábitos de consumo energético). Este instrumento foi efetuado no âmbito do projeto

final de curso de Engenharia do Ambiente, especificamente para o trabalho em questão.

Os dados recolhidos foram codificados e registados numa base de dados. Nestes

procedimentos utilizou-se o programa SPSS, versão 21.0 para Windows.

Para além da análise descritiva dos dados utilizaram-se procedimentos de

inferência estatística, nomeadamente, Independent-Samples T Test/ teste T para a média

56

(teste paramétrico) e Two-Independent-Samples Tests (Mann-Whitney U) (teste não

paramétrico) e, quando se justificou, avaliaram-se as condições de aplicação dos

mesmos.

Nas decisões que apresentamos considerou-se um nível de significância de 5%.

Para esta situação iremos aceitar a hipótese de investigação (H1), rejeitando a hipótese

H0 (estas hipóteses são definidas cada vez que que se pretende realizar um teste usando

o programa SPSS; as hipóteses para teste são se as médias são iguais, ou não, em ambos

os meios, ou, se as proporções são iguais ou diferentes em ambos os meios), quando o

valor p ≤ 0,05 (probabilidade associada ao teste utilizado). Quando o valor de p > 0,05

não se rejeita H0.

10.2.4. População

Natércio (2005) descreve o conceito de população como sendo “um conjunto de

pessoas, objetos ou eventos, com qualquer característica comum que pode ser objeto de

medição”. A população em estudo residente nos concelhos de Fornos de Algodres,

Gouveia, Guarda e Seia.

A amostra em estudo é composta por 90 pessoas pertencentes aos referidos

concelhos.

10.3. Apresentação e análise de resultados

A apresentação dos resultados inclui a descrição, análise e interpretação dos

dados obtidos. Para a apresentação dos resultados obtidos iremos utilizar tabelas e

gráficos que mais se adequem a cada situação e que facilitam a interpretação dos

resultados.

Nas tabelas e figuras que irão ser apresentados neste capítulo, a sua fonte não

será indicada pois estes são de elaboração própria.

57

10.3.1. Características sociodemográficas da amostra

Neste capítulo fomos caracterizar a amostra segundo o género (Tabela 5) e idade

dos inquiridos, concelho de residência e tipo de fração e tipologia da habitação

Tabela 5 – Género dos inquiridos

Meio

Rural Urbano

Género Género

Masculino Feminino Masculino Feminino

Concelho

Fornos de Algodres 15 11 2 2

Gouveia 1 2 5 9

Guarda 3 6 5 15

Seia 2 3 3 6

Total 21 22 15 32

Pela análise da tabela anterior, verifica-se que a amostra é constituída por 54

indivíduos do sexo feminino e 36 do sexo masculino que em termos percentuais

corresponde a 60 e 40%, respetivamente. 43 residem no meio rural, sendo que 26 no

concelho de Fornos de Algodres, destes, 15 são do sexo masculino e 11 do sexo

feminino; 3 residem no concelho de Gouveia, sendo 1 do sexo masculino e 2 do sexo

feminino; no concelho da Guarda residem 9 inquiridos, 3 do sexo masculino e 6 do sexo

feminino; Em Seia dos 5 inquiridos, 2 são do sexo masculino e 3 do sexo feminino. No

meio urbano, obtivemos 47 respostas. Salienta-se que no concelho de Fornos de

Algodres dos 4 residentes 2 são do sexo masculino e 2 do sexo feminino. Dos 14

residentes no concelho de Gouveia, 5 são do sexo masculino e 9 do sexo feminino; dos

20 inquiridos no concelho da Guarda, 5 são do sexo masculino e 15 do sexo feminino;

no concelho de Seia, dos 9 inquiridos 3 são do sexo masculino e 6 do sexo feminino.

Em seguida iremos analisar a idade dos inquiridos (Tabela 6). Referente à

divisão das classes de idades, esta foi realizada assim pois permitia analisar a idade dos

indivíduos que já se encontrassem a residir em habitações próprias ou alugadas. A

divisão foi feita de dez em dez anos para que não existissem demasiadas classes para

análise do questionário.

58

Tabela 6 – Idade dos inquiridos

Meio

Rural Urbano

Idade Idade

[18-30]

anos

[31-40]

anos

[41-50]

anos

[51-60]

anos

>61

anos

[18-30]

anos

[31-40]

anos

[41-50]

anos

[51-60]

anos

>60

anos

Concelho

Fornos de Algodres 4 4 2 2 14 1 3 0 0 0

Gouveia 0 1 2 0 0 2 2 7 1 2

Guarda 2 1 3 1 2 10 7 1 1 1

Seia 2 1 2 0 0 4 2 1 2 0

Total 8 7 9 3 16 17 14 9 4 3

No que respeita à idade, verificamos que 43 dos inquiridos, pertencem ao meio

rural. No concelho de Fornos de Algodres, dos 26 inquiridos neste concelho, 4

pertencem às classes de idades [18-30] e [31-40] anos; 2 pertencem às classes [41-50] e

[51-60] anos, sendo que 14 pertencem à classe > 60 anos. No concelho de Gouveia, dos

3 inquiridos verificamos que nas classes [18-30], [51-60] e > 60 anos, não obteve

nenhuma frequência; na classe [31-40] anos verificou-se 1 resposta e na classe [41-50]

anos, obteve 2 respostas. No concelho da Guarda os 9 inquiridos ficaram dispostos pelas

seguintes formas: 2 na classe [18-30] anos, 1 na classe [31-40] anos, 3 na classe [41-50]

anos, 1 na classe [51-60] anos e 2 na classe > 60 anos. No concelho de Seia, dos 5

inquiridos, 2 pertencem às classes [18-30] e [41-50] anos, e 1 na classe [31-40] anos,

nas outras classes não se obteve qualquer registo. Verificamos assim que dos 43

inquiridos no meio rural, 8 pertencem à classe [18-30] (19%), 7 à classe [31-40] (16%),

9 à classe [41-50] (21%), 3 à classe [51-60] (7%) e 16 na classe > 60 (37%), como

verificamos no Figura 42.

59

Figura 42 - Idades dos inquiridos (meio rural)

Em relação aos inquiridos, 47 são residentes no meio urbano, sendo distribuídos

pelos seguintes concelhos e classes etárias. O concelho de Fornos de Algodres, dos 4

inquiridos, 1 pertence à classe [18-30] anos e 3 à classe [31-40] anos, as outras classes

não se verificou nenhum registo; no concelho de Gouveia, 2 pertencem às classes [18-

30], [31-40] e > 60 anos, 7 na classe [31-40] anos e 1 na classe [51-60] anos; No

concelho da Guarda, 10 estão na classe [18-30] anos, 7 na classe [31-40] anos e, 1 nas

classes [41-50], [51-60] e > 60 anos. No total dos 47 residentes do meio urbano, 17

estão na classe dos [18-30] (36%) anos, 14 na classe [31-40] (30%), 9 na classe [41-50]

(19%), 4 na classe [51-60] (9%) e 3 na classe > 60 anos (6%), como se pode observar na

Figura 43.

18-30 19%

31-40 16%

41-50 21%

51-60 7%

>60 37%

Idades (meio rural)

60

Figura 43 - Idades dos inquiridos (meio urbano)

A Tabela 7 respeita ao concelho de residência dos inquiridos.

Tabela 7 – Concelho de residência dos inquiridos

Concelho

Frequency Percent Valid Percent Cumulative

Percent

Valid

Fornos de Algodres 30 33,3 33,3 33,3

Gouveia 17 18,9 18,9 52,2

Guarda 29 32,2 32,2 84,4

Seia 14 15,6 15,6 100,0

Total 90 100,0 100,0

Analisando a tabela observamos que 30 dos inquiridos reside no concelho de

Fornos de Algodres, que corresponde a 33,3% do total da amostra. No concelho de

Gouveia residem 17 inquiridos que correspondem a 18,9%. 29 reside no concelho da

Guarda, que corresponde a 32,2%. No concelho de Seia residem 14 inquiridos que

correspondem a 15,6% dos elementos da amostra.

A caraterização do local de residência encontra-se na Tabela 8.

18-30 36%

31-40 30%

41-50 19%

51-60 9%

>60 6%

Idades (meio urbano)

61

Tabela 8 – Caracterização do local de residência

Meio

Frequency Percent Valid Percent Cumulative

Percent

Valid

Rural 43 47,8 47,8 47,8

Urbano 47 52,2 52,2 100,0

Total 90 100,0 100,0

Relativamente ao meio onde residem, 47 dos inquiridos reside no meio urbano,

sendo que os restantes 43 residem no meio rural, que em termos percentuais

corresponde a 52,2 e 47,8%, respetivamente.

Analisamos de igual modo o tipo de fração e tipologia das habitações dos

inquiridos (Tabela 9 e Figura 44).

62

Tabela 9 - Tipo de fração e tipologia

Meio

Rural Urbano

Tipo de fração Tipologia Tipo de fração Tipologia

Apartamento Moradia Vivenda T1 T2 T3 T4 T5 T6 Apartamento Moradia Vivenda T1 T2 T3 T4 T5 T6

Concelho

Fornos de

Algodres

0 23 3 2 7 1 11 4 1 2 1 1 0 1 2 1 0 0

Gouveia 0 2 1 0 0 1 2 0 0 2 10 2 1 6 3 3 1 0

Guarda 0 4 5 1 1 3 3 0 1 15 4 1 1 4 12 3 0 0

Seia 0 3 2 0 1 0 4 0 0 7 2 0 0 2 5 2 0 0

Total 0 32 11 3 9 5 20 4 2 26 17 4 2 13 22 9 1 0

De acordo com a tabela, em relação ao tipo de fração e tipologia, no meio rural, o concelho de Fornos de Algodres é caracterizado da

seguinte forma: possui 23 moradias e 3 vivendas; dos 26 imóveis, 2 são T1, 7- T2, 1- T3, 11- T4, 4- T5 e 1- T6. No concelho de Gouveia,

verificou-se a existência de 2 moradias e 1 vivenda; no que diz respeito à tipologia 1 - T3 e 2- T4. No concelho da Guarda, dos nove imoveis 4

são moradias e 5 vivendas, sendo que a sua tipologia são 1-T1, T2 e T6, 3-T3 e 3-T4; No concelho de Seia, dos 5 imoveis, 3 são moradias e 2 são

vivendas, quanto à tipologia, 1 é T2 e 4 são T4. No meio rural, não existe nenhum apartamento, 32 moradias e 11 vivendas. Quanto à tipologia, 3

são T1, 9 – T2, 5-T3, 20 – T4, 4- T5 e 2 - T6. No meio urbano, o concelho de Fornos de Algodres, verificamos que existem 2 apartamentos, 1

moradia e 1 vivenda, sendo que existem 1 -T2 e T4 e 2-T3. No concelho de Gouveia, dos 14 imóveis existentes 2 são apartamento e vivenda

respetivamente e 10 são moradias; quanto à tipologia verificamos que 1 são T1 e T5, 6 são T2 e 3 T3 e T4. No concelho da Guarda, dos 20

63

imóveis, 15 são apartamentos, 4 moradias e 1 vivenda; quanto à tipologia, verificamos

que existe 1 - T1, 4 - T2; 12 - T3 e 3- T4. No concelho de Seia, dos 9 imóveis, 7 são

apartamentos e 2 moradias; quanto à tipologia, 2 são T2 e T4 e 5 são T5.

64

Figura 44 - Tipo de fração e tipologia

65

Como podemos observar 28,89% dos inquiridos habita num apartamento. Da

percentagem anteriormente referida, podemos também analisar que relativamente à sua

tipologia 2,22% habita num T1, 7,78% habita num T2, 17,78% habita num T3 e 1,11%

habita num T4.

Da mesma forma podemos observar que 54,44 % habita numa moradia, sendo

que desta percentagem 2,22% são T1’s, 14,44% T2’s, 8,89% T3’s, 23,33% T4’s, 4,44%

T5’s e 1,11% T6’s.

Por fim verificamos que somente 16,67% dos inquiridos habita numa vivenda,

dividindo esta última por 1,11% que habita num T1, 2,22% que habita num T2, 3,33%

que habita num T3, 7,78% que habita num T4, 1,11% que habita num T5 e 1,11% que

habita num T6.

Do total dos 90 inquiridos (100% da amostra), nenhum vende eletricidade à

EDP, como demonstra a Tabela 10.

Tabela 10 – Produção de eletricidade para venda

Vende eletricidade à EDP?

Frequency Percent Valid Percent Cumulative

Percent

Valid Não 90 100,0 100,0 100,0

10.3.2. Consumos de energia

Para além dos dados relativos à caracterização sociodemográfica da amostra, que

já foram identificados anteriormente, um dado igualmente importante diz respeito ao

consumo mensal de eletricidade, gás, gasóleo e lenha.

Iremos apresentar os valores efetivos do consumo de energia dos dados

recolhidos, que se encontram representados na Tabela 11.

66

Tabela 11 - Consumos efetivos de energia (kWh/hab)

Eletricidade Gás

Rural Urbano Rural Urbano

Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP

Fornos de Algodres 3349,51 128,83 58,82 118,52 440,78 110,20 #N/D 74,56 2193,11 84,35 58,89 64,70 335,11 83,78 #N/D 19,00

Gouveia 235,29 78,43 #N/D 18,34 1439,71 102,84 58,82 53,69 240,00 80,00 #N/D 15,46 1472,33 105,17 45,00 122,18

Guarda 1142,94 126,99 147,06 32,72 3215,69 160,78 117,65 86,33 672,00 74,67 #N/D 56,03 2817,04 140,85 66,67 112,33

Seia 500,00 100,00 #N/D 22,48 1140,53 126,73 #N/D 51,09 374,22 74,84 #N/D 22,49 952,28 105,81 66,67 55,40

Total 5227,75 108,56 6236,71 125,14 3479,34 78,47 5576,76 108,90

Tabela 11 - Consumos efetivos de energia (kWh/hab) (continuação)

Gasóleo Lenha

Rural Urbano Rural Urbano

Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP

Fornos de Algodres 3670,15 141,16 0,00 329,82 250,00 62,50 0,00 108,25 5091,67 195,83 0,00 276,47 0,00 0,00 0,00 0,00

Gouveia 0,00 0,00 0,00 0,00 1050,00 75,00 0,00 154,62 1015,00 338,33 #N/D 293,15 380,00 27,14 0,00 53,66

Guarda 679,35 75,48 0,00 109,94 551,25 27,56 0,00 120,14 3809,87 423,32 0,00 354,97 1353,33 67,67 0,00 135,49

Seia 0,00 0,00 0,00 0,00 555,55 61,73 0,00 126,81 1566,00 313,20 0,00 311,35 166,67 18,52 0,00 52,38

Total 4349,50 54,16 2406,80 56,70 11482,53 317,67 1900,00 28,33

67

No que diz respeito ao consumo de eletricidade (kWh), per capita, verificámos

que no concelho de Fornos de Algodres, o consumo total foi de 3349,51 kWh, cuja

MED de consumo é de 128,83, observamos um MOD de 58,82 kWh e o DP de 118,52.

Em relação ao concelho de Gouveia os valores observados são os seguintes: total de

consumo 235,29 kWh, MED 78,43 kWh e o DP a situar-se nos 18,34. No concelho da

Guarda o consumo total de energia elétrica foi de 1142,94 kWh, a MED de 126,99, com

uma MOD de 147,06 e o DP de 32,72. No concelho de Seia, o consumo total foi de 500

kWh, corresponde a 100 kWh por pessoa e um DP de 22,48 kWh.

No que concerne ao meio urbano, no concelho de Fornos de Algodres, o total

consumido foi de 440,78 kWh, MED de 110,20 kWh e um DP de 74,56 kWh. No

concelho de Gouveia, o total de kWh foi de 1439,71 que dá uma MED per capita de

102,84, a MOD situa-se nos 58,82 kWh e o DP é de 53,69. Em relação ao concelho da

Guarda, o total gasto foi de 3215,69 kWh, a MED per capita de 160,78 kWh, a MOD a

situar-se nos 117,65 kWh e o DP de 86,33. Em Seia verificou-se que o consumo total de

eletricidade foi de 1140,53 kWh, a MED é de 126,73 kWh por pessoa e o DP a situar-se

nos 51,09.

No que diz respeito ao consumo de gás (kWh), per capita, verificamos que no

concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total foi de 2193,11 kWh, cuja MED de

consumo é de 84,35 kWh, observamos um MOD de 58,89 kWh e o DP de 64,70. Em

relação ao concelho de Gouveia os valores observados são os seguintes: total de

consumo 240 kWh, MED 80 kWh e o DP a situar-se nos 15,46. No concelho da Guarda

o consumo total de gás foi de 672 kWh, a MED de 74,67 kWh e o DP de 56,03. No

concelho de Seia, o consumo total foi de 374,22 kWh, corresponde a 74,84 kWh por

pessoa e um DP de 22,49 kWh.

No que concerne ao meio urbano, no concelho de Fornos de Algodres, o total

consumido foi de 335,11 kWh, MED de 83,78 kWh e um DP de 19. No concelho de

Gouveia, o total foi de 1472,33 kWh que dá uma MED per capita de 105,17 kWh, a

MOD situa-se nos 45 kWh e o DP é de 122,18. Em relação ao concelho da Guarda, o

total gasto foi de 2817,04 kWh, a MED per capita de 140,85 kWh, a MOD a situar-se

nos 66,67 kWh e o DP de 112,33. Em Seia verificou-se que o consumo total de

eletricidade foi de 952,28 kWh, a MED é de 105,81 kWh por pessoa, MOD de 66,67

kWh e o DP a situar-se nos 55,40.

No que diz respeito ao consumo de gasóleo (kWh), per capita, verificamos que

no concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total foi de 3670,15 kWh, cuja MED

68

de consumo é de 141,16 kWh, observamos um DP de 329,82. Em relação ao concelho

de Gouveia não observamos quaisquer consumos, assim como no concelho de Seia. No

concelho da Guarda o consumo total de gasóleo foi de 679,35 kWh, a MED de 75,48

kWh e o DP de 109,94.

No que respeita ao meio urbano, no concelho de Fornos de Algodres, o total

consumido foi de 250 kWh, MED de 62,50 kWh e um DP de 108,25. No concelho de

Gouveia, o total de kWh foi de 1050 que dá uma MED per capita de 75 kWh e o DP é

de 154,62. Em relação ao concelho da Guarda, o total gasto foi de 551,25 kWh, a MED

per capita de 27,56 kWh e o DP de 120,14. Em Seia verificou-se que o consumo total

de eletricidade foi de 555,55 kWh, a MED é de 61,73 kWh por pessoa e o DP a situar-se

nos 126,81.

No que diz respeito ao consumo de lenha (kWh), per capita, verificamos que no

concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total foi de 5091,67 kWh, cuja MED de

consumo é de 195,83 kWh, observamos um DP de 276,47. Em relação ao concelho de

Gouveia o consumo total foi de 1015 kWh, uma MED per capita de 338,33 kWh e o DP

de 293,15. No concelho da Guarda o consumo total de lenha foi de 3809,87 kWh, a

MED de 423,32 kWh e o DP de 354,97. No concelho de Seia, o consumo total foi de

1566 kWh, com MED de 313,20 kWh e um DP de 311,35.

No que concerne ao meio urbano, no concelho de Fornos de Algodres, não

foram observados quaisquer valores gastos em lenha. No concelho de Gouveia, o total

foi de 380 kWh que dá uma MED per capita de 27,14 kWh e o DP é de 53,66. Em

relação ao concelho da Guarda, o total gasto foi de 1353,33 kWh, a MED per capita de

67,67 kWh e o DP de 135,49. Em Seia verificou-se que o consumo total de lenha foi de

166,67 kWh, a MED é de 18,52 kWh por pessoa e o DP a situar-se nos 52,38.

69

Iremos apresentar de seguida, os valores de consumo de energia, por habitante, usando a normalização estipulada em [9], cuja tipificação

está estipulada de acordo com o número de habitantes por fração e tipologia de acordo com a norma, tipologia “n+1”, para assim compararmos os

valores referência com os obtidos, que estão mencionados na Tabela 12.

Tabela 12 – Consumos de energia normalizados (kWh/hab)

Tabela 12 - Consumos de energia normalizados (kWh/hab) (continuação)

Gasóleo Lenha

Rural Urbano Rural Urbano

Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP

Fornos

de

Algodres

2541,67 97,76 0,00 250,43 125,00 31,25 0,00 54,13 3213,00 123,58 0,00 159,59 0,00 0,00 0,00 0,00

Gouveia 0,00 0,00 0,00 0,00 600,83 42,92 0,00 95,99 722,00 240,67 #N/D 242,16 318,33 22,74 0,00 44,53

Guarda 453,00 50,33 0,00 74,27 735,00 36,75 0,00 160,19 2589,19 287,69 0,00 208,11 1204,67 60,23 0,00 152,75

Seia 0,00 0,00 0,00 0,00 375,00 41,67 0,00 92,13 1396,00 279,20 0,00 289,45 100,00 11,11 0,00 31,43

Total 2994,68 37,02 1835,83 38,15 7920,19 232,78 1623,00 23,52

Eletricidade Gás

Rural Urbano Rural Urbano

Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP Total MED MOD DP

Fornos de

Algodres 2247,45 86,44 70,59 64,11 274,12 68,53 58,82 29,51 1587,57 61,06 70,67 38,48 235,67 58,92 #N/D 12,23

Gouveia 157,35 52,45 #N/D 4,85 1214,41 86,74 78,43 68,28 164,00 54,67 46,67 11,31 1036,22 74,02 120,00 50,21

Guarda 824,45 91,61 #N/D 26,70 1927,94 96,40 88,24 48,14 534,56 59,40 46,67 56,26 1399,44 69,97 33,33 40,21

Seia 419,61 83,92 58,82 24,12 769,49 85,50 73,53 25,66 302,00 60,40 66,67 15,11 569,22 63,25 #N/D 22,41

Total 3648,86 78,60 4185,96 84,29 2588,12 58,88 3240,56 66,54

70

Segundo o padrão “tipologia n+1” no que diz respeito ao consumo de

eletricidade (kWh), per capita, verificamos que no meio rural, o total consumido

deveria ser 3648,86 kWh, com uma média de consumo de 78,60 kWh.

No concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total deveria ser 2247,45

kWh, a MED de consumo de 86,44 kWh, a MOD de 70,59 kWh e o DP de 64,11. Em

relação ao concelho de Gouveia, relativamente à padronização deveriam apresentar-se

os seguintes valores: total de consumo 157,35 kWh, MED 52,45 kWh e o DP a situar-se

nos 4,85. No concelho da Guarda o consumo total de eletricidade deveria ser de 824,45

kWh, a MED de 91,61 kWh e com DP de 26,70. No concelho de Seia, o consumo total

deveria ser de 419,61 kWh, correspondente a 83,92 kWh por pessoa, MOD de 58,82

kWh e um DP de 24,12 kWh.

No que concerne ao meio urbano, deveria apresentar um total de 4185,96 kWh

com uma MED de 84,29 kWh. No concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total

deveria ser 274,12 kWh, a MED de consumo de 68,53 kWh, a MOD de 58,82 kWh e o

DP de 29,51. Em relação ao concelho de Gouveia os valores ser os seguintes: total de

consumo 1214,41 kWh, MED 86,74 kWh, MOD 78,43 kWh e o DP a situar-se nos

68,28. No concelho da Guarda o consumo total deveria ser de 1927,94 kWh, a MED de

96,40 kWh, MOD 88,24 kWh e com DP de 48,14. No concelho de Seia, o consumo

total deveria ser de 769,49 kWh, correspondente a 85,50 kWh por pessoa, MOD de

73,53 kWh e um DP de 25,66 kWh.

No que diz respeito ao consumo de gás (kWh), per capita, verificamos que no

meio rural, o total consumido deveria ser de 2588,12 kWh, com uma média de consumo

de 58,88 kWh.

No concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total deveria ser 1587,57

kWh, a MED de consumo de 61,06 kWh, a MOD de 70,67 kWh e o DP de 38,48. Em

relação ao concelho de Gouveia, relativamente à padronização deveriam apresentar-se

os seguintes valores: total de consumo 164,00 kWh, MED 54,67 kWh, MOD 46,67

kWh e o DP a situar-se nos 11,31. No concelho da Guarda o consumo total deveria ser

de 534,56 kWh, a MED de 59,40 kWh, MOD 46,67 kWh e com DP de 56,26. No

concelho de Seia, o consumo total deveria ser de 302 kWh, correspondente a 60,40 kWh

por pessoa, MOD de 66,67 kWh e um DP de 15,11 kWh.

No que concerne ao meio urbano, deveria apresentar um total de 3240,56 kWh

com uma MED de 66,54 kWh. No concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total

deveria ser 235,67 kWh, a MED de consumo de 58,92 kWh e o DP de 12,23. Em

71

relação ao concelho de Gouveia, relativamente à padronização deveriam apresentar-se

os seguintes valores: total de consumo 1036,22 kWh, MED 74,02 kWh, MOD 120 kWh

e o DP a situar-se nos 50,21. No concelho da Guarda o consumo total deveria ser de

1399,44 kWh, a MED de 69,97 kWh, MOD 33,33 kWh e com DP de 40,21. No

concelho de Seia, o consumo total deveria ser de 569,22 kWh, correspondente a 63,25

kWh por pessoa e um DP de 22,41 kWh.

No que diz respeito ao consumo de gasóleo (kWh), per capita, verificamos que

no meio rural, o total consumido deveria ser de 2994,68 kWh, com uma média de

consumo de 37,02 kWh.

No concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total deveria ser 2541,67

kWh, a MED de consumo de 97,76 kWh, a MOD de 0 kWh e o DP de 250,43. Em

relação ao concelho de Gouveia, relativamente à padronização não existem quaisquer

valores relativamente ao consumo, assim como acontece no concelho de Seia. No

concelho da Guarda o consumo total deveria ser de 453 kWh, a MED de 50,33 kWh,

MOD 0 kWh e com DP de 74,27.

No que concerne ao meio urbano, deveria apresentar um total de 1835,83 kWh

com uma MED de 38,15 kWh. No concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total

deveria ser 125 kWh, a MED de consumo de 31,25 kWh e o DP de 54,13. Em relação

ao concelho de Gouveia, relativamente à padronização deveriam apresentar-se os

seguintes valores: total de consumo 600,83 kWh, MED 42,92 kWh, MOD 0 kWh e o

DP a situar-se nos 95,99. No concelho da Guarda o consumo total deveria ser de 735

kWh, a MED de 36,75 kWh, MOD 0 kWh e com DP de 160,19. No concelho de Seia, o

consumo total deveria ser de 375 kWh, correspondente a 41,67 kWh por pessoa e um

DP de 92,13 kWh.

No que diz respeito ao consumo de lenha (kWh), per capita, verificamos que no

meio rural, o total consumido deveria ser de 7920,19 kWh, com uma média de consumo

de 232,78 kWh.

No concelho de Fornos de Algodres, esse consumo total deveria ser 3213 kWh, a

MED de consumo de 123,58 kWh, a MOD de 0 kWh e o DP de 159,59. Em relação ao

concelho de Gouveia, relativamente à padronização deveriam apresentar-se os seguintes

valores: total de consumo 722 kWh, MED 240,67 kWh e o DP a situar-se nos 242,16.

No concelho da Guarda o consumo total deveria ser de 2589,19 kWh, a MED de 287,69

kWh, MOD 0 kWh e com DP de 208,11. No concelho de Seia o consumo total deveria

ser de 1396 kWh, a MED de 279,20 kWh, MOD 0 kWh e com DP de 289,45.

72

No que concerne ao meio urbano, deveria apresentar um total de 1623 kWh com

uma MED de 23,52 kWh. No concelho de Fornos de Algodres, não é apresentado

nenhum consumo total por não existir nenhum inquérito referente ao consumo de lenha,

neste meio e concelho. Em relação ao concelho de Gouveia, relativamente à

padronização deveriam apresentar-se os seguintes valores: total de consumo 318,33

kWh, MED 22,74 kWh, MOD 0 kWh e o DP a situar-se nos 44,53. No concelho da

Guarda o consumo total deveria ser de 1204,67 kWh, a MED de 60,23 kWh, MOD 0

kWh e com DP de 152,75. No concelho de Seia, o consumo total deveria ser de 100

kWh, correspondente a 11,11 kWh por pessoa, MOD de 0 e um DP de 31,43 kWh.

Após a exposição relativamente ao consumo, iremos realizar uma comparação

dos dados obtidos (consumo efetivo) com os dados normalizados, de acordo com

número de habitantes por tipologia e aplicando a razão “ tipologia n+1”, referido na

Tabela 13.

73

Tabela 13 - Comparação entre os consumos efetivos e normalizados (kWh/hab)

Eletricidade Gás

Meio Rural Meio Urbano Meio Rural Meio Urbano

Consumo efetivo

Consumo normalizado

Desvio Desvio

(%) Consumo

efetivo Consumo

normalizado Desvio

Desvio (%)

Consumo efetivo

Consumo normalizado

Desvio Desvio

(%) Consumo

efetivo Consumo

normalizado Desvio

Desvio (%)

Fornos de

Algodres 3349,51 2247,45 1102,06 32,90% 440,78 274,12 166,66 37,81% 2193,11 1587,57 605,54 27,61% 335,11 235,67 99,44 29,67%

Gouveia 235,29 157,35 77,94 33,13% 1439,71 1214,41 225,30 15,65% 240,00 54,67 185,33 77,22% 1472,33 1036,22 436,11 29,62%

Guarda 1142,94 824,45 318,49 27,87% 3215,69 1927,94 1287,75 40,05% 672,00 534,56 137,44 20,45% 2817,04 1399,44 1417,60 50,32%

Seia 500,00 419,61 80,39 16,08% 1140,53 769,49 371,04 32,53% 374,22 302,00 72,22 19,30% 952,28 569,22 383,06 40,23%

Tabela 13 - Comparação entre os consumos efetivos e normalizados (kWh/hab) (continuação)

Gasóleo Lenha

Meio Rural Meio Urbano Meio Rural Meio Urbano

Consumo efetivo

Consumo normalizado

Desvio Desvio

(%) Consumo

efetivo Consumo

normalizado Desvio

Desvio (%)

Consumo efetivo

Consumo normalizado

Desvio Desvio

(%) Consumo

efetivo Consumo

normalizado Desvio

Desvio (%)

Fornos

de

Algodres

3670,15 2541,67 1128,48 30,75% 250,00 125,00 125,00 50,00% 5091,67 3213,00 1878,67 36,90% 0,00 0,00 0,00 #DIV/0!

Gouveia 0,00 0,00 0,00 #DIV/0! 1050,00 600,83 449,17 42,78% 1015,00 722,00 293,00 28,87% 380,00 318,33 61,67 16,23%

Guarda 679,35 453,00 226,35 33,32% 551,25 735,00 -183,75 -33,33% 3809,87 2589,19 1220,68 32,04% 1353,33 1204,67 148,66 10,98%

Seia 0,00 0,00 0,00 #DIV/0! 555,55 375,00 180,55 32,50% 1566,00 1396,00 170,00 10,86% 166,67 100,00 66,67 40,00%

74

No que diz respeito à eletricidade, verificamos que, tendo por base o consumo

efetivo, os valores obtidos estão acima do normalizado. Assim, verificamos que no

concelho de Fornos de Algodres, no que concerne à diferença entre o consumo efetivo e

o consumo normalizado, verificou-se um acréscimo de 1102,06 kWh, no meio rural. No

meio urbano a diferença não é tão elevada, verificando-se um aumento de 166,66 kWh.

Podemos também observar que no meio urbano (37,81%) existe um consumo superior

ao meio rural (32,90%).

No concelho de Gouveia, verificou-se um acréscimo de 77,94 kWh, no meio

rural. No meio urbano a diferença é maior, verificando-se um aumento de 225,30 kWh.

Podemos também observar que no meio urbano (15,65%) existe um consumo inferior

ao meio rural (33,13%).

No concelho da Guarda, verificou-se um acréscimo de 318,49 kWh, no meio

rural. No meio urbano a diferença é maior, verificando-se um aumento de 1287,75 kWh.

Podemos também observar que no meio urbano (40,05%) existe um consumo superior

ao meio rural (27,87%).

No concelho de Seia, verificou-se um acréscimo de 80,39 kWh, no meio rural.

No meio urbano a diferença é mais elevada, verificando-se um aumento de 371,04 kWh.

Podemos também observar que no meio urbano (32,53%) existe um consumo superior

ao meio rural (16,08%).

No que diz respeito ao gás, também se verificou um aumento na diferença entre

os consumos efetivos e os consumos normalizados. Neste caso verificamos então que no

concelho de Fornos de Algodres, no que toca à diferença entre o consumo efetivo e o

consumo normalizado, verificou-se um acréscimo de 605,54 kWh, no meio rural. No

meio urbano a diferença não é tão elevada, verificando-se um aumento de apenas 99,44

kWh. Podemos também observar que no meio urbano (29,67%) existe um consumo

superior ao meio rural (27,61%).

No concelho de Gouveia, verificou-se um acréscimo de 185,33 kWh, no meio

rural. No meio urbano a diferença é superior, verificando-se um aumento de 436,11

kWh. Podemos também observar que no meio urbano (29,62%) existe um consumo

inferior ao meio rural (77,22%).

No concelho da Guarda, verificou-se um acréscimo de 137,44 kWh, no meio

rural. No meio urbano a diferença é maior, verificando-se um aumento de 1417,60 kWh.

Podemos também observar que no meio urbano (50,32%) existe um consumo superior

ao meio rural (20,45%).

75

No concelho de Seia, verificou-se um acréscimo de 72,22 kWh, no meio rural.

No meio urbano a diferença é mais elevada, verificando-se um aumento de 383,06 kWh.

Podemos também observar que no meio urbano (40,23%) existe um consumo superior

ao meio rural (19,30%).

No que alude ao consumo de gasóleo, verificámos que existe tanto um aumento

nos consumos efetivos como uma diminuição, quando comparado com os consumos

padronizados. No concelho de Fornos de Algodres, no que respeita à diferença entre o

consumo efetivo e o consumo normalizado, verificou-se um acréscimo de 1128,48

kWh, no meio rural. No meio urbano a diferença não é tão elevada, verificando-se um

aumento de apenas 125 kWh. Podemos também observar que no meio urbano (50,00%)

existe um consumo superior ao meio rural (30,75%).

No concelho de Gouveia, não se verificou qualquer consumo, no meio rural. No

meio urbano o consumo foi de 449,17 kWh (42,78%). Isto deve-se ao facto de não

existirem quaisquer registos de consumos de gasóleo no meio rural. Este facto leva a

que este resultado não consiga ser analisado de uma forma mais correta e precisa, uma

vez que os números dos questionários, relativamente ao meio rural, são bastante

reduzidos, levando a que os resultados obtidos não sejam fidedignos. Em Seia o caso é

semelhante, sendo somente as diferenças nos consumos, tendo então que somente no

meio urbano é que existiram consumos onde a diferença é de 180,55 kWh o que

corresponde a 32,50%.

No concelho da Guarda, verificou-se um acréscimo de 226,35 kWh, no meio

rural. No meio urbano verificou-se uma diminuição de 183,75 kWh. Podemos também

observar que no meio urbano (-33,33%) existe um consumo inferior ao meio rural

(33,32%). Neste caso podemos verificar que no meio urbano os consumos foram

inferiores aos normalizados, caso que não se verificou no meio rural.

Quando nos referimos aos consumos de lenha, verificámos um aumento na

diferença entre os consumos efetivos e os consumos normalizados. No concelho de

Fornos de Algodres verificou-se um acréscimo de 1878,67 kWh (36,90%), no meio

rural. No meio urbano não foi registado qualquer tipo de consumo. Esta situação é

semelhante à encontrada no consumo de gasóleo no concelho de Gouveia/ Seia.

No concelho de Gouveia, verificou-se um acréscimo de 293 kWh, no meio rural.

No meio urbano a diferença é menor, verificando-se um aumento de apenas 61,67 kWh.

Podemos também observar que no meio urbano (16,23%) existe um consumo inferior

ao meio rural (28,87%).

76

No concelho da Guarda, verificou-se um acréscimo de 1220,68 kWh, no meio

rural. No meio urbano a diferença é superior, verificando-se um aumento de 148,66

kWh. Podemos também observar que no meio urbano (10,98%) existe um consumo

inferior ao meio rural (32,04%).

No concelho de Seia, verificou-se um acréscimo de 170 kWh, no meio rural. No

meio urbano a diferença é menor, verificando-se um aumento de 66,67 kWh. Podemos

também observar que no meio urbano (40,00%) existe um consumo superior ao meio

rural (10,86%).

Para além da análise que já foi referida anteriormente, pensámos ser oportuno

realizar igualmente uma comparação entre os valores médios mensais de despesa

referidos pelos inquiridos (valores efetivos) e os valores médios mensais de despesa que

se encontram referenciados nos censos de 2011, por agregado familiar, representados na

Tabela 14.

Tabela 14 - Comparação dos valores efetivos com os valores dos censos 2011

Média das despesas mensais de

eletricidade [€]

Média das despesas mensais de gás [€]

Média das despesas mensais de gasóleo

[€]

Média das despesas mensais de lenha [€]

Valores efetivos 58,58 39,85 126,69 64,67

Valores censos 2011 47,33 35,00 14,75 20,00

Diferença 11,25 4,85 111,94 44,67

Como podemos observar a média das despesas mensais de eletricidade e de gás

são mais ou menos aproximadas. Quando comparadas com as despesas mensais

relativas ao gasóleo e/ ou à lenha, a sua diferença é demasiado elevada, isto deve-se ao

facto de os valores dos censos serem relativos à região centro, sendo que apenas no

distrito da Guarda é mais comum um maior consumo de gasóleo e lenha para fins de

aquecimento. Como podemos observar através do Decreto-Lei nº 244/2002, que

estabelece a Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)

(Anexo 3), podemos verificar que existem diversos concelhos que têm um clima mais

ameno, o que implica que estes não necessitem de utilizar uma tão grande quantidade de

combustíveis para a climatização das suas habitações.

Fomos então verificar se os consumos médios de eletricidade, gás, gasóleo e

lenha eram ou não diferentes no meio rural e urbano, uma vez que este é um dos

objetivos definido por nós.

77

Para isto foi utilizado o teste Independent-Samples T Test. Este teste obriga a

que as amostras tenham uma distribuição normal se a sua dimensão for inferior a 30 (n

< 30), o que se verifica nos consumos mensais de gasóleo e lenha, indicados na Tabela

15.

Tabela 15 – Número da amostra relativa aos consumos mensais

Group Statistics

Meio N Mean Std. Deviation Std. Error Mean

Consumo mensal de eletricidade [€] Rural 43

90 61,0698 33,07740 5,04426

Urbano 47 56,3064 29,27421 4,27008

Consumo mensal de gás [€] Rural 40

85 40,3855 21,92762 3,46706

Urbano 45 39,3667 17,02084 2,53732

Consumo mensal de gasóleo [€] Rural 8

15 240,8663 153,79407 54,37442

Urbano 7 180,4286 120,71158 45,62469

Consumo mensal de lenha [€] Rural 23

32 76,5348 44,25942 9,22873

Urbano 9 34,3333 27,03239 9,01080

O teste de Kolmogorov-Smirnof deve ser utilizado em amostras grandes (n ≥ 30)

e o teste de Shapiro-Wilk deve ser usado nas restantes (n < 30). Como podemos

observar, no consumo médio mensal de gasóleo e no consumo médio mensal de lenha a

amostra é inferior a 30, portanto será necessário realizar um teste de normalidade para

estes casos (Tabelas 16 e 17).

Tabela 16 - Teste de normalidade para o consumo mensal de gasóleo

Tests of Normality

Meio

Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk

Statistic df Sig. Statistic df Sig.

Consumo mensal de gasóleo [€] Rural ,221 8 ,200* ,863 8 ,130

Urbano ,201 7 ,200* ,904 7 ,354

*. This is a lower bound of the true significance.

a. Lilliefors Significance Correction

No que concerne ao teste de normalidade por nós realizado para a variável

consumo mensal de gasóleo, é proposto um valor de α = 5 %, ou seja, assumimos que

temos um nível de significância de 5%. Para este caso é necessário definir duas

hipóteses estatísticas:

78

H0. A variável consumo médio mensal de gasóleo, na zona rural/ urbano,

segue uma distribuição normal;

H1. A variável consumo médio mensal de gasóleo, na zona rural/ urbano, não

segue uma distribuição normal.

Como podemos observar quer para o meio rural, quer para o meio urbano, os

valores de p são superiores ao valor α por nós estabelecido, não tendo então evidência

para rejeitar H0, podendo dizer que a amostra segue uma distribuição normal. Podemos

então neste caso proceder à realização do teste T para a média.

O consumo médio mensal de lenha não cumpre os requisitos para que se possa

realizar o Independent-Samples T Test, pois os seu valores de p são inferiores ao nosso

α estabelecido, tendo assim evidência estatística para rejeitar H0. Como o consumo

mensal de lenha não segue uma distribuição normal então, para se proceder à análise

será necessário a aplicação do teste Two-Independent-Samples Tests (Mann-Whitney U),

pois este teste, pode ser aplicado mesmo quando existe uma violação na normalidade da

variável. Neste caso todos tendem para uma distribuição normal com a exceção do

consumo mensal de lenha, podendo então aplicar-se o teste Independent-Samples T

Test. Na aplicação do teste T para a média foi necessário ter em conta o teste de Levene.

Este teste serve para determinar a expressão da estatística a aplicar no teste. É

necessário saber se a variância nos dois meios é homogénea ou não, que nos indica se

devemos ou não assumir uma igualdade de variâncias (Tabela 18). No caso de o valor p

ser maior que o valor α, definido por nós (5%),assume-se que a variância é igual

(homogénea) nos dois meios, no caso contrário assumimos que a variável não assume

uma igualdade de variâncias.

Na Tabela 17 podemos observar o teste de normalidade para a variável consumo

mensal de lenha.

Tabela 17 - Teste de normalidade para o consumo mensal de lenha

Tests of Normality

Meio

Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk

Statistic df Sig. Statistic df Sig.

Consumo mensal de lenha [€] Rural ,217 23 ,006 ,907 23 ,036

Urbano ,302 9 ,018 ,740 9 ,004

a. Lilliefors Significance Correction

79

Para este teste é igualmente proposto um valor de α = 5 %, ou seja, assumimos

que temos um nível de significância de 5%. Para este caso é necessário definir duas

hipóteses estatísticas:

H0. A variável consumo médio mensal de lenha, na zona rural/ urbano, segue

uma distribuição normal;

H1. A variável consumo médio mensal de lenha, na zona rural/ urbano, não

segue uma distribuição normal.

Como podemos observar quer para o meio rural, quer para o meio urbano, o

valor de p é inferior ao valor α por nós estabelecido, logo temos evidência estatística

para rejeitar H0, podendo então dizer que a amostra não segue uma distribuição normal.

Neste caso o teste T para a média não pode ser realizado pois a amostra não segue uma

distribuição normal, sendo que para este caso necessitamos de aplicar o teste Two-

Independent-Samples Tests (Mann-Whitney U).

80

Tabela 18 - Teste de Levene e teste T para a média

Independent Samples Test

Levene's Test for

Equality of

Variances

t-test for Equality of Means

F Sig. t df Sig.

(2-

tailed)

Mean

Difference

Std. Error

Difference

95% Confidence

Interval of the

Difference

Lower Upper

Consumo mensal de

eletricidade [€]

Equal

variances

assumed

,093 ,761 ,725 88 ,471 4,76338 6,57293 -8,29894 17,82571

Equal

variances

not

assumed

,721 84,257 ,473 4,76338 6,60894 -8,37864 17,90540

Consumo mensal de

gás [€]

Equal

variances

assumed

3,603 ,061 ,241 83 ,810 1,01883 4,23335 -7,40112 9,43879

Equal

variances

not

assumed

,237 73,321 ,813 1,01883 4,29633 -7,54312 9,58078

Consumo mensal de

gasóleo [€]

Equal

variances

assumed

,960 ,345 ,837 13 ,418 60,43768 72,19993 -

95,54080

216,41615

Equal

variances

not

assumed

,851 12,879 ,410 60,43768 70,98020 -

93,05262

213,92798

O teste de igualdade de variâncias de Levene indica-nos que todos os consumos

médios mensais assumem uma igualdade de variâncias, com a exceção do consumo

mensal de lenha (não foi referenciado na tabela pois não se pode aplicar este teste), isto

pois os seus valores p são superiores ao nosso α = 5%. Este teste indica-nos qual a

expressão estatística a aplicar.

Procedemos então à análise de um dos objetivos definidos por nós para este

estudo. Podemos então definir duas hipóteses:

H0. A média do consumo médio mensal é igual no meio urbano e no meio

rural;

81

H1. A média do consumo médio mensal é diferente no meio urbano e no

meio rural.

Como podemos observar na Tabela 18, podemos verificar que os valores de p

são todos superiores ao valor α = 5%, não tendo assim evidência estatística para rejeitar

H0, ou seja, a média do consumo médio mensal de eletricidade, gás e gasóleo é igual

em ambos os meios.

Por fim iremos realizar a análise à variável que não deu para analisar

anteriormente, consumo médio mensal de lenha onde a variável não segue uma

distribuição normal. Então, para se proceder à análise será necessário a aplicação do

teste Two-Independent-Samples Tests (Mann-Whitney U), pois este teste, como já foi

referido anteriormente, pode ser aplicado mesmo quando existe uma violação na

normalidade da variável (Tabela 19).

Tabela 19 - Teste Two-Independent-Samples Tests (Mann-Whitney U) para o consumo mensal de lenha

Test Statisticsa

Consumo mensal

de lenha [€]

Mann-Whitney U 31,500

Wilcoxon W 76,500

Z -3,021

Asymp. Sig. (2-tailed) ,003

Exact Sig. [2*(1-tailed Sig.)] ,002b

a. Grouping Variable: Meio

b. Not corrected for ties.

Para esta situação é necessário defenir as seguintes hipóteses:

H0. O consumo médio mensal de lenha é idêntico no meio urbano e no meio

rural;

H1. O consumo médio mensal de lenha não é idêntico no meio urbano e no

meio rural.

Como podemos verificar o valor de p é inferior ao α por nós definido (0,003 <

0,05), pelo que temos evidência estatística para rejeitar a hipótese H0, ou seja, o

consumo médio mensal de lenha não é idêntico no meio urbano e no meio rural. Para

82

esta situação e verificando a Tabela 15, podemos verificar que o consumo médio mensal

de lenha tem uma média superior no meio rural, podendo assim referir que é neste meio

que existe um maior gasto deste recurso.

10.3.3. Equipamentos de frio

Os equipamentos de frio são parte integrante de qualquer habitação, pois sem

este tipo de equipamentos, a conservação de alimentos seria mais dificultada, pelo que,

pelo menos um dos diferentes tipos de equipamentos de frio se encontra presentes em

cada habitação.

A classe energética destes equipamentos é um dos fatores pelo qual o consumo

na nossa habitação pode ser mais ou menos elevado, pois estes são responsáveis por

cerca de 20% do consumo de energia de uma habitação, como referimos no capítulo 6.1.

Neste sentido, considerou-se que se deveria analisar as classes energéticas dos

diferentes equipamentos de frio de uma forma global, pois de forma individual não iria

fornecer-nos uma análise coerente e significativa devido ao número reduzido de

questionários e ao facto de existir um número elevado de classes energéticas (Figura

45).

83

A+++ 2%

A++ 7%

A+ 21%

A 19% B

5%

C 2%

D 4%

N/S 40%

Classes energéticas dos eq. de frio (meio urbano)

A++ 4% A+

8%

A 14%

B 2% C

1%

N/S 71%

Classes energéticas dos eq. de frio (meio rural)

Figura 45 - Classes energéticas dos equipamentos de frio

84

No caso do meio urbano podemos dizer que 2 % dos equipamentos de frio têm a

classe energética A+++

, 7 % a classe A++

, 21 % a classe A+, 19 % a classe A, 5 % a

classe B, 2 % a classe C, 4 % e 40 % não sabem qual a classe do seu equipamento.

Já relativamente ao meio rural podemos referir que 4 % tem classe A++

, 8 %

tem classe A+, 14 % tem classe A, 2 % tem classe B, 1 % tem classe C e 71 % não

sabe qual é a classe do seu equipamento.

Para além deste tipo de análise onde verificamos o tipo de classe, independente

de cada equipamento de frio, achamos apropriado verificarmos também se os inquiridos

se encontram sensibilizados para se o tipo de equipamento que têm na sua habitação é

ou não mais eficiente energeticamente. Devido a esta última análise foram divididos em

duas classes os diferentes equipamentos de frio que se encontram na Figura 46.

85

Figura 46 - Classes energéticas dos equipamentos de frio

Para esta situação podemos verificar que para o meio rural 26% dos inquiridos

possuem equipamento de frio com classe energética A ou superior, 3% possuem

equipamentos com classe energética inferior a A e 71% não sabe qual o tipo de classe

energética do seu equipamento de frio.

Superior a A 26%

Inferior a A 3%

N/S 71%

Classes energéticas dos eq. de frio (meio rural)

Superior a A 49%

Inferior a A 11%

N/S 40%

Classes energéticas dos eq. de frio (meio urbano)

86

Já relativamente ao meio urbano as percentagens alteram-se um pouco. Neste

caso 49% dos inquiridos possuem equipamento de classe energética A ou superior,

11% possuem equipamento de frio com classe inferior a A e 40% dos inquiridos não

sabem qual a classe energética do seu equipamento.

Neste caso procedemos então à análise de outro dos objetivos por nós definido.

Como tal, para a verificação deste objetivo foram realizados os cálculos manualmente,

que se encontram descritos em anexo (Anexo 4). Este teste consiste em analisar se as

proporções de cada equipamento de frio, dividido pelas suas classes, são ou não iguais

nos dois meios. Assim, não existem diferenças significativas entre os dois meios

relativamente às classes energéticas. Estabelecidas nos equipamentos de frio.Já quando

avaliado de uma forma onde foram englobadas as classes energéticas em apenas duas

(superior a A; inferior a A) a tendência foi idêntica quando realizado o teste anterior,

pelo que concluímos que não existem diferenças significativas entre os dois meios.

Em suma, através dos testes efetuados, podemos concluir que não existem

diferenças significativas entre o meio rural e o meio urbano, no que toca às classes

energéticas dos equipamentos de frio. Referente ao parâmetro “não sei” verificámos que

existem diferenças significativas, sendo que é no meio rural onde existe um maior

número de respostas, verificando assim que a grande maioria das pessoas não sabe,

neste meio, qual a classe energética do equipamento de frio que têm na sua habitação.

10.3.4. Equipamentos de lavar/ secar roupa e lavar louça

Juntamente com os equipamentos de frio, os equipamentos de lavar/ secar roupa

e lavar louça são equipamentos relativamente comuns nas habitações. Estes

correspondem a 11% do gasto de energia nestas.

Também para este tipo de equipamento reconhecemos igualmente que

deveríamos realizar uma análise para avaliar se existe uma diferença significativa entre

as classes energéticas destes equipamentos. A análise foi semelhante à realizada para os

equipamentos de frio.

Como anteriormente a análise aos equipamentos individualmente não faria

sentido, pois o número de questionários é reduzido, o que não iria fornecer dados

fidedignos. Os equipamentos foram todos somados pela sua classe energética, sem se

87

ter em conta a sua finalidade. Neste sentido obtivemos os seguintes resultados, que se

encontram na Figura 47.

88

Figura 47 - Classes energéticas dos equipamentos de lavar e secar (roupa e louça)

A+++ 3%

A++ 14%

A+ 6%

A 13%

B 4%

C 1%

N/S 59%

Classes energéticas dos eq. de lavar e secar (meio rural)

A+++ 2%

A++ 22%

A+ 6%

A 10%

B 5%

C 2%

N/S 53%

Classes energéticas dos eq. de lavar e secar (meio urbano)

89

Como podemos constatar, no meio rural cerca de 3% dos equipamentos

pertencem a classe energética A+++

, 14% pertencem a classe energética A++

, 6%

pertencem a classe energética A+, 13% pertencem a classe energética A, 4% pertencem

a classe energética B, 1% pertencem a classe energética C e 59% dos inquiridos não

sabe qual a classe energética do seu equipamento.

Já relativamente ao meio urbano podemos referir que 2% têm um equipamento

com classe energética A+++

, 22% A++

, 6% A+, 10% A, 5% B, 2% C e 53% dos

inquiridos não sabem qual a classe energética do seu equipamento.

Como no capítulo anterior, foram dimensionadas duas novas classes para que se

pudesse observar se existem diferenças significativas relativamente à classe energética

dos equipamentos. As novas classes foram definidas em superior a A e inferior a A. Os

resultados obtidos encontram-se no Figura 48.

90

Figura 48 - Classes energéticas dos equipamentos de lavar e secar (roupa e louça)

Superior a A 35%

Inferior a A 6%

N/S 59%

Classes energéticas dos eq. de lavar e secar (meio rural)

Superior a A 40%

Inferior a A 7%

N/S 53%

Classes energéticas dos eq. de lavar e secar (meio urbano)

91

Neste caso, no meio rural 35% dos equipamentos têm classe energética superior

a A, 6% têm equipamentos com classe energética inferior a A e 59% dos inquiridos

não sabe qual a classe energética dos equipamentos.

Já relativamente ao meio urbano podemos dizer que 40% dos equipamentos têm

classe energética superior a A, 7% têm classe energética inferior a A e 53% dos

inquiridos não sabe a classe energética dos seus equipamentos.

Também para a classe energética deste tipo de equipamentos pensámos ser

oportuno saber se os inquiridos se encontram sensibilizados para as classes energéticas

destes. Esta análise comporta outro dos objetivos por nós definidos para o estudo. Os

cálculos foram realizados manualmente (Anexo 5).

Como se pode observar através dos cálculos realizados, constatamos que não

existem diferenças significativas nas classes energéticas das máquinas de lavar/ secar a

roupa e lavar louça entre o meio rural e o meio urbano, ou seja, não existem diferenças

significativas entre os dois meios relativamente às respostas obtidas. Verificámos

também que na grande maioria dos inquiridos, estes não sabem qual a classe energética

associada ao seu equipamento.

Para além da análise referente à classe energética dos equipamentos, e como esta

se encontra distribuída, verificámos o número de vezes que estes equipamentos são

utilizados por semana, como está demonstrado na Figura 49.

92

Figura 49 - Utilização semanal das máquinas de lavar roupa

Podemos referir que relativamente à utilização semanal das máquinas de lavar a

roupa, no meio rural, 5% dos inquiridos utiliza uma vez por semana, 10% utiliza duas

vezes por semana, 20% utiliza três vezes por semana, 17% utiliza quatro vezes por

semana, 7% utiliza cinco vezes por semana, 8% utiliza seis vezes por semana, 8%

1 5% 2

10%

3 20%

4 17%

5 7%

6 8%

7 8%

8 5%

Superior a 8 15%

Raramente 5%

Utilização semanal das máquinas de lavar roupa (meio rural)

1 5%

2 24%

3 17%

4 17%

5 9%

7 14%

8 2%

Superior a 8 10%

Raramente 2%

Utilização semanal das máquinas de lavar roupa (meio urbano)

93

utiliza sete vezes por semana, 5% utiliza oito vezes por semana, 15% utiliza o seu

equipamento mais do que oito vezes por semana e 5% raramente utiliza o seu

equipamento. Já no meio urbano 5% dos inquiridos utiliza uma vez por semana, 24%

utiliza duas vezes por semana, 17% utiliza três vezes por semana, 17% utiliza quatro

vezes por semana, 9% utiliza cinco vezes por semana, 14% utiliza sete vezes por

semana, 2% utiliza oito vezes por semana, 10% utiliza o seu equipamento mais do que

oito vezes por semana e 2% raramente utiliza o seu equipamento. Para além das

máquinas de lavar a roupa também analisamos as máquinas de secar a roupa (Figura

50).

94

Figura 50 - Utilização semanal das máquinas de secar roupa

No que concerne às máquinas de secar a roupa, no meio rural, 7% utiliza duas

vezes por semana, 15% utiliza três vezes por semana, 8% utiliza quatro vezes por

semana, 8% utiliza seis vezes por semana, 8% utiliza sete vezes por semana, 8% utiliza

oito vezes por semana, 23% utiliza o seu equipamento mais do que oito vezes por

semana e 23% raramente utiliza o seu equipamento. Já no meio urbano 14% dos

2 7%

3 15%

4 8%

6 8%

7 8% 8

8%

Superior a 8 23%

Raramente 23%

Utilização semanal das máquinas de secar roupa (meio rural)

1 14%

3 43%

Raramente 43%

Utilização semanal das máquinas de secar roupa (meio urbano)

95

inquiridos utiliza uma vez por semana, 43% utiliza três vezes por semana e 43%

raramente utiliza o seu equipamento. Por fim fomos analisar as máquinas de lavar louça

no que concerne à sua utilização semanal (Figura 51).

Figura 51 - Utilização semanal das máquinas de lavar louça

1 17%

2 11%

3 5%

4 17% 5

5%

8 11%

Superior a 8 6%

Raramente 28%

Utilização semanal das máquinas de lavar louça (meio rural)

2 14%

4 22%

7 7% 8

7%

Raramente 50%

Utilização semanal das máquinas de lavar louça (meio urbano)

96

Relativamente à utilização semanal das máquinas de lavar louça, no meio rural,

17% dos inquiridos utiliza uma vez por semana, 11% utiliza duas vezes por semana,

5% utiliza três vezes por semana, 17% utiliza quatro vezes por semana, 5% utiliza

cinco vezes por semana, 11% utiliza oito vezes por semana, 6% utiliza o seu

equipamento mais do que oito vezes por semana e 28% raramente utiliza o seu

equipamento. Já no meio urbano 14% utiliza duas vezes por semana, 22% utiliza

quatro vezes por semana, 7% utiliza sete vezes por semana, 7% utiliza oito vezes por

semana e 50% raramente utiliza o seu equipamento.

O horário de utilização dos equipamentos foi outro dos fatores que foi avaliado

por nós. Este é um fator que nos permite verificar qual é a hora preferencial para a

utilização dos respetivos equipamentos (Figuras 52, 53 e 54).

97

Figura 52 - Perfil de utilização das máquinas de lavar a roupa

Podemos verificar, que no meio rural, 3% dos inquiridos colocam em

funcionamento as suas máquinas de lavar roupa no horário [8:00-9:00[, 17% [20:30-

22:00[, 7% [22:00-8:00[ e para 73% dos inquiridos é indiferente o horário de utilização

do seu equipamento, pelo que o colocam em funcionamento na hora que mais lhes

convém. No meio urbano 3% dos inquiridos colocam em funcionamento as suas

8:00-9:00 3%

20:30-22:00 17%

22:00-8:00 7%

Indiferente 73%

Perfil de utilização das máquinas de lavar a roupa (meio rural)

8:00-9:00 3% 9:00-10:30

2% 18:00-20:30 2%

20:30-22:00 12%

22:00-8:00 26%

Indiferente 55%

Perfil de utilização das máquinas de lavar a roupa (meio urbano)

98

máquinas de lavar roupa no horário [8:00-9:00[, 2% [09:00-10:30[, 2% [18:00-20:30[,

12% [20:30-22:00[, 26% [22:00-8:00[ e para 55% dos inquiridos é indiferente o

horário de utilização do seu equipamento.

99

Figura 53 - Perfil de utilização das máquinas de secar a roupa

No que concerne às máquinas de secar a roupa podemos verificar, que no meio

rural, 8% dos inquiridos colocam em funcionamento as suas máquinas de lavar roupa

no horário [20:30-22:00[ e para 92% dos inquiridos é indiferente o horário de utilização

do seu equipamento. No meio urbano 71% dos inquiridos colocam em funcionamento

20:30-22:00 8%

Indiferente 92%

Perfil de utilização das máquinas de secar a roupa (meio rural)

22:00-8:00 71%

Indiferente 29%

Perfil de utilização das máquinas de secar a roupa (meio urbano)

100

as suas máquinas de lavar roupa no horário [22:00-8:00[ e para 29% dos inquiridos é

indiferente o horário de utilização do seu equipamento.

Figura 54 - Perfil de utilização das máquinas de lavar a louça

Por fim, no que diz respeito às máquinas de lavar a louça podemos verificar, que

no meio rural, 28% dos inquiridos colocam em funcionamento as suas máquinas de

20:30-22:00 28%

22:00-8:00 17%

Indiferente 55%

Perfil de utilização das máquinas de lavar a louça (meio rural)

22:00-8:00 50%

Indiferente 50%

Perfil de utilização das máquinas de lavar a louça (meio urbano)

101

lavar roupa no horário [20:30-22:00[, 17% [22:00-8:00[ e para 55% dos inquiridos é

indiferente o horário de utilização do seu equipamento. No meio urbano 50% dos

inquiridos colocam em funcionamento as suas máquinas de lavar roupa no horário

[22:00-8:00[ e para 50% dos inquiridos é indiferente o horário de utilização do seu

equipamento.

10.3.5. Iluminação

A iluminação é parte integrante de uma habitação. Apesar das diversas opções

que existem no mercado para iluminar o nosso espaço habitacional, esta é responsável

por cerca de 9% do consumo de energia nas nossas habitações, como referido no

capítulo 8.

Visto a iluminação ser um dos fatores que mais contribui para os gastos de

energia nas habitações, a sua análise é pertinente neste trabalho que estamos a elaborar,

sendo que o tipo de lâmpadas por meio se encontra representado na Figura 55.

102

Figura 55 - Tipo de lâmpadas

No que concerne ao meio rural podemos ver que as lâmpadas mais comuns são

as incandescentes, que ocupam mais de metade do total de lâmpadas com 55%,

seguindo-se das lâmpadas economizadoras (CFL) com 32%, as fluorescentes com 8% e

por fim as lâmpadas de halogénio com 5%.

Já no meio urbano as percentagens do número total de lâmpadas usadas é um

pouco diferente. As lâmpadas economizadoras (CFL) são as que preenchem mais de

metade do gráfico, com 57%, sendo que em segundo lugar se encontram as lâmpadas

Incandescentes 55%

Halogénio 5%

Economizadoras (CFL) 32%

Fluorescentes 8%

Tipo de lâmpadas (meio rural)

Incandescentes 31%

Halogénio 7%

Economizadoras (CFL) 57%

Fluorescentes 5%

Tipo de lâmpadas (meio urbano)

103

incandescentes com 31%, seguindo-se as lâmpadas de halogénio e fluorescentes com

7% e 5% respetivamente.

10.3.6. Aquecimento

A climatização de uma habitação é um dos fatores mais importantes, uma vez

que permite aos seus habitantes manter uma temperatura agradável, que lhes permita

realizar as diversas tarefas nas suas habitações em conforto. Como já foi referido no

capítulo 7, a climatização é responsável por 16% do uso de eletricidade nas habitações.

Neste sentido, optámos por direcionar o nosso estudo para identificar quais são as horas

onde os sistemas de climatização são mais utilizados, assim como qual a energia que

mais predomina nestes sistemas, tal como se encontra definido nos objetivos do capítulo

10.1.2.

A Figura 56 representa as diferentes áreas climatizadas das habitações, nos

diferentes meios. As áreas climatizadas foram agrupadas, no nosso estudo, em zonas

habitadas, zonas complementares e toda a habitação. As zonas habitadas incluem os

quartos e sala (zonas nobres), pois é onde as pessoas passam a maioria do seu tempo,

zonas complementares que incluem a cozinha, WC e corredores (são consideradas zonas

de passagem) e por fim toda a habitação.

104

* Estão incluídos quartos e salas (zonas nobres)

** Estão incluídos cozinha, WC e corredores (zonas complementares/zonas de passagem)

Figura 56 - Áreas climatizadas

Como podemos observar, ambos têm as suas fatias distribuídas da mesma forma,

alterando somente as sus percentagens. As zonas habitadas são as zonas que mais são

climatizadas, conforme representam os gráficos, no meio rural corresponde a 47%, no

meio urbano corresponde a 60%. Em ambos os casos seguem-se as zonas

complementares e por fim toda a habitação, onde no meio rural corresponde a uma

percentagem de 43% e 10% e no meio urbano 28% e 12%, respetivamente.

Estas percentagens demonstram a vontade de as pessoas darem primazia às

zonas onde passam mais tempo em casa, daí as zonas habitadas serem a maior fatia no

Toda 10%

Zonas habitadas *

47%

Zonas complementares

** 43%

ÁREAS CLIMATIZADAS (MEIO RURAL)

Toda 12%

Zonas habitadas *

60%

Zonas complementares

** 28%

ÁREAS CLIMATIZADAS (MEIO URBANO)

105

gráfico. Também como podemos observar, existe uma percentagem de inquiridos

relativamente baixa que respondeu que climatizava a casa toda. Este facto pode dever-se

a que como cada vez os preços dos combustíveis estão mais caros, estes não pretendem

gastar mais do que somente o necessário, climatizando divisões onde não permanecem

muito tempo (zonas de passagem).

Para além das áreas climatizadas um outro ponto de estudo são os meses onde

são utilizados os equipamentos de climatização (Figura 57).

106

Figura 57 - Distribuição da utilização dos equipamentos de climatização dos inquiridos pelos meses do

ano

Os meses onde os equipamentos de climatização são mais utilizados, no meio

rural, é de novembro a abril e no meio urbano é de novembro a março. Em ambos os

meios podemos observar que é a partir do mês de outubro que se registam um

crescimento na utilização dos equipamentos de climatização.

43 43 42

37

7

0 0 0 4

27

42 43

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Distribuição da utilização dos equipamentos de climatização dos inquiridos pelos meses do ano (meio rural)

47 45

39

27

6

1 0 0 3

23

45 47

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Distribuição da utilização dos equipamentos de climatização dos inquiridos pelos meses do ano (meio urbano)

107

10.3.6.1. Aquecimento localizado

Este tipo de aquecimento serve para climatizar, somente uma divisão, a não ser

que em cada habitação exista mais do que um deste tipo de aquecedores, o que

normalmente acontece.

Para efetuarmos uma análise coerente deste tipo de aquecimento considerou-se

como sistemas localizados, a lareira, aquecedores elétricos, aquecedores a gás e outros

(aquecedores a pellets). Para estes sistemas fomos verificar a percentagem dos tipos de

equipamentos que existem em cada meio (Figura 58).

108

Figura 58 - Tipo de aquecimento localizado

Como podemos verificar relativamente ao meio rural, 66% dos inquiridos têm

aquecedores elétricos, 32% têm lareira e 2% têm aquecedores a gás. Já no meio urbano

as percentagens são ligeiramente diferentes sendo que 74% dos inquiridos têm

aquecedores elétricos, 14% têm lareira, 11% têm aquecedores a gás e somente 1% tem

outro tipo de sistema de climatização (pellets).

Lareira 32%

Aquecedor eletrico

66%

Aquecedor a gás 2%

Tipo de aquecimento localizado (meio rural)

Lareira 14%

Aquecedor eletrico

74%

Aquecedor a gás 11%

Outros 1%

Tipo de aquecimento localizado (meio urbano)

109

O perfil de climatização também foi um dos temas avaliados por nós, sendo que

para esta análise foi realizada a distinção entre os dias de semana (Figuras 59 e 60) e o

fim de semana (Figuras 61 e 62).

110

Para o meio rural, verificamos que relativamente à utilização dos equipamentos de climatização estes começam a ser utilizados, com

maior intensidade, no período [08:00-09:00[, sendo que começa a aumentar significativamente a partir do período [17:00-18:00[, atingindo o seu

pico durante o período [20:00-23:00[, voltando depois a decrescer a partir dessa hora.

Período

Perfil diário de climatização no meio rural (dias de semana)

Figura 59 - Perfil diário de climatização no meio rural

111

Figura 60 - Perfil diário de climatização no meio urbano (dias de semana)

Já relativamente ao meio urbano, podemos referir que a utilização dos equipamentos de climatização é relativamente constante no período

[00:00-15:00[, sendo que a partir dessa hora existe um aumento significativo da utilização dos mesmos, atingindo o seu máximo no período

[18:00-23:00[.

Período

Perfil diário de climatização no meio urbano (dias de semana)

112

Figura 61 - Perfil diário de climatização no meio rural (fins de semana)

No que diz respeito aos fins de semana, no meio rural, através da análise do gráfico podemos concluir que é durante o período noturno,

[00:00-08:00[, que se regista uma menor utilização dos equipamentos, existindo um incremento da utilização no período das [09:00-23:00[,

sendo das [20:00-21:00[ que mais se utilizam os equipamentos de climatização.

Período

Perfil diário de climatização no meio rural (fins de semana)

113

Figura 62 - Perfil diário de climatização no meio urbano (fins de semana)

No que concerne ao meio urbano, notamos que no período [00:00-08:00[ a utilização dos equipamentos é constante, havendo uma ligeira

diminuição na utilização destes no intervalo [08:00-10:00[, voltando a normalizar até ao período [11:00-12:00[, sendo que é a partir desse

período que se verifica uma crescente utilização dos equipamentos, atingindo os valores máximos no período [18:00-23:00[.

Período

Perfil diário de climatização no meio urbano (fins de semana)

114

Comparando o meio rural com o meio urbano, durante os dias de semana,

podemos referir que no meio urbano o período de maior utilização dos equipamentos é

superior ao do meio rural, sendo que neste período estão a ser utilizados os

equipamentos de climatização mais duas horas. No meio urbano podemos também

verificar uma distribuição mais uniforme da utilização dos equipamentos de

climatização, assim como se verifica, que no meio rural, o incremento da utilização dos

equipamentos começa usualmente duas horas após o do meio urbano, tendo ambos o

término do seu pico à mesma hora [22:00-23:00[.

Respetivamente aos fins-de-semana, verificamos que no meio rural começa a

haver um aumento da utilização dos equipamentos a partir das [08:00-09:00[, atingindo

o máximo às [20:00-21:00[. Já no meio urbano o maior aumento verifica-se a partir do

período [12:00-13:00[, sendo o pico atingido às [22:00-23:00[.

Estas diferenças verificadas nos períodos de utilização dos equipamentos podem

dever-se ao facto de no meio rural as pessoas se levantarem mais cedo para realizarem o

trabalho no campo, ou para irem trabalhar para outro meio, o que não acontece no meio

urbano.

Em relação aos horários entre os dias de semana e fins de semana, no meio rural

e urbano, estes são, em todo semelhantes.

10.3.6.2. Aquecimento centralizado

Este tipo de aquecimento é mais utilizado quando os habitantes de uma

habitação pretendem climatizar simultaneamente mais do que uma divisão. Este tipo de

sistema é muitas vezes conjugado com os sistemas de climatização localizados.

Além do perfil de utilização dos equipamentos, fomos averiguar qual o

equipamento de produção de calor mais utilizado, quer no meio rural quer no meio

urbano, assim como o tipo de combustível mais usado para alimentar o equipamento de

produção de calor.

Para este estudo foram considerados como equipamentos de produção: caldeira,

recuperador de calor e ar condicionado/bomba de calor (AC/BC). Como combustível de

alimentação dos equipamentos considerou-se gás natural, gás engarrafado/ GPL,

gasóleo e biomassa. Nas Figuras 63 e 64 estão representados os equipamentos de

115

produção de calor no meio rural e urbano assim como os tipos de combustíveis

utilizados para a alimentação dos equipamentos.

* O tipo de combustível utilizado para alimentação é o gasóleo

** O tipo de combustível utilizado para alimentação é a biomassa

Figura 63 - Equipamentos de produção de calor (meio rural)

Através da análise da figura, constatamos que relativamente aos equipamentos

de produção de calor no meio rural 67% dos inquiridos utiliza caldeira (somente utiliza

gasóleo como combustível) e 33% utiliza recuperador de calor (somente utiliza

biomassa como combustível).

Caldeira * 67%

Recuperador de calor **

33%

Equipamentos de produção de calor (meio rural)

116

* O tipo de combustível utilizado para alimentação é a biomassa

Figura 64 - Equipamentos de produção de calor e tipo de combustível usado para alimentação da caldeira

(meio urbano)

Relativamente ao meio urbano, podemos observar que 85% dos inquiridos

utiliza caldeira como equipamento de produção de calor e somente 15% utiliza o

recuperador de calor. Verificando o combustível utilizado para a climatização, vemos

que para o recuperador de calor somente é utilizado biomassa. No entanto, para a

caldeira 42% utiliza gasóleo, 41% utiliza gás natural e por fim 17% utiliza gás

engarrafado/ GPL.

Os perfis de utilização dos equipamentos são algo de relativa importância, uma

vez que nos vai permitir avaliar quais são os períodos que os inquiridos mais utilizam os

seus equipamentos de climatização. Também para esta situação foi analisado os perfis

117

de utilização, sendo que também foi realizada a distinção entre os dias de semana

(Figuras 65 e 66) e o fim de semana (Figuras 67 e 68).

118

Figura 65 - Perfil diário de climatização no meio rural

Podemos observar que a utilização ao longo do dia é relativamente constante, começando somente esta a aumentar a partir do período

[18:00-19:00[, atingindo o seu máximo no período [19:00-23:00[.

Período

Perfil diário de climatização no meio rural (dias de semana)

119

Figura 66 - Perfil diário de climatização no meio urbano

No meio urbano, podemos verificar que durante o período noturno existe uma utilização reduzida, sendo que no período [06:00-11:00[, se

verifica um aumento da utilização dos mesmos, sendo que no período até cerca das 15:00 h, este volta a manter-se baixo, voltando a aumentar a

partir das 17:00 h, sendo relativamente constante até às 24:00 h.

Período

Perfil diário de climatização no meio urbano (dias de semana)

120

Figura 67 - Perfil diário de climatização no meio rural

No que respeita ao perfil diário de climatização, no meio rural aos fins-de-semana, podemos constatar que no intervalo [00:00-09:00[

existe uma diminuta utilização dos equipamentos. A partir deste intervalo a utilização dos equipamentos começa a aumentar, sendo que das

[19:00-23:00[ é o período de maior utilização.

Período

Perfil diário de climatização no meio rural (fins de semana)

121

Figura 68 - Perfil diário de climatização no meio urbano

No que concerne ao perfil diário de climatização no meio urbano durante os fins-de-semana, podemos verificar que no período [06:00-

10:00[ existe um pequeno aumento na utilização dos equipamentos, decrescendo no período seguinte, voltando a aumentar e normalizar durante

[12:00-16:00[, sendo que existe depois um aumento a partir dessa hora, atingindo um máximo no período [17:00-21:00[.

Período

Perfil diário de climatização no meio urbano (fins de semana)

122

Comparando o meio rural com o meio urbano, nos dias de semana, podemos

observar que no meio urbano existe um ligeiro aumento no período [6:00-10:00[, o que

não se verifica no meio rural. Isto deve-se ao facto de no meio urbano as pessoas terem

o aquecimento programado para quando se levantarem terem a habitação climatizada,

tal não acontece no meio rural, uma vez que grande parte dos habitantes neste meio, são

de uma geração mais avançada, não tendo este hábito incutido. Em ambos os meios os

equipamentos de climatização são utilizados geralmente durante o mesmo período

[17:00-24:00[.

Já o perfil diário aos fins-de-semana, nos meios rural e urbano, é explicado por

existirem pessoas no meio urbano que trabalham durante o fim de semana, justificando

assim o aumento observado no período [06:00-10:00[, o que não acontece no meio rural

devido ao facto de as pessoas não terem esse hábito, como já foi referido anteriormente.

A partir das 17 horas existe um intervalo onde os valores são máximos na utilização dos

equipamentos, pois é neste período que as pessoas se encontram mais tempo em casa,

em ambos os meios.

Há semelhança do que acontece com os perfis de climatização dos sistemas

localizados, durante os dias de semana e os fins-de-semana, em ambos os meios, a

utilização dos equipamentos de climatização é semelhante no seu período.

10.3.7. Aquecimento de águas sanitárias (AQS)

O aquecimento de águas sanitárias é um dos bens que uma habitação não deve

descuidar, uma vez que são este tipo de sistemas que fazem com que os seus habitantes

possam usufruir de água quente sem terem que se esforçar, ou seja, não necessitando de

aquecer a água noutro local, embora ainda existam habitações que não possuem este

tipo de sistemas, nomeadamente no sistema rural.

Como referido no capítulo nove, os sistemas AQS são responsáveis por

realizarem um consumo de cerca de 5% da energia elétrica, o que representa uma fatia

relativamente baixa. Em todo o caso, estes sistemas não devem ser menosprezados, uma

vez que contribuem, como já foi referido, para o consumo de energia, pelo que a

abordagem a este tema neste estudo foi importante. Deste modo optámos por verificar

algumas situações que nos pareceram pertinentes, como é o caso:

123

Qual o tipo de sistema mais utilizado nos diferentes meios (Figura 69);

Qual o combustível mais utilizado para o aquecimento de águas sanitárias

(Figura 70);

Se têm ou não painéis solares térmicos.

Figura 69 - Tipo de sistema de aquecimento de águas quentes sanitárias

Podemos verificar que em ambos os meios o esquentador é o sistema mais

utilizado pelos inquiridos, com 77% no meio rural e 75% no meio urbano. Podemos

também observar que após o esquentador, as caldeiras são aqueles que mais são

Esquentador 77%

Caldeira 18%

Termocumulador 5%

Tipo de sistema de aquecimento de águas quentes sanitárias (meio rural)

Esquentador 75%

Caldeira 19%

Termocumulador 6%

Tipo de sistema de aquecimento de águas quentes sanitárias (meio urbano)

124

utilizados, ocupando uma percentagem de 18% no meio rural e de 19% no meio

urbano, seguindo-se pelos termoacumuladores que correspondem a 5% no meio rural e

a 6% no meio urbano.

Todos os sistemas de aquecimento de águas sanitárias necessitam de

combustível para que possam desempenhar a sua função (Figura 70). Neste sentido

fomos também verificar quais seriam os tipos de combustíveis mais usuais para cada um

dos meios.

Figura 70 - Tipo de combustível usado para o aquecimento águas sanitárias

Elétrico 7%

Butano 66%

Propano 11%

Gasóleo 16%

Tipo de combustível usado para o aquecimento águas sanitárias (meio rural)

Elétrico 6%

Butano 45%

Propano 19%

Gás natural 19%

Gasóleo 9%

Biomassa 2%

Tipo de combustível usado para o aquecimento águas sanitárias (meio urbano)

125

Podemos então constatar que no meio rural o gás butano é o combustível mais

utilizado pelos inquiridos, com 66% seguindo-se pelo gasóleo e pelo propano, que

ocupam 16% e 11% das fatias do gráfico respetivamente. Em último encontra-se o

sistema elétrico com apenas 7%.

Já relativamente ao meio urbano podemos dizer que as percentagens são

ligeiramente diferentes, sendo que o gás butano ainda é o combustível mais utilizado,

ocupando 45% do gráfico. Após o gás butano seguem-se o gás natural e o gás propano

com 19% cada um, sendo que o gasóleo somente ocupa 9% do gráfico. Por fim temos o

sistema elétrico e a biomassa com 6% e 2% respetivamente.

Tanto no meio rural como no meio urbano, a percentagem de inquiridos que

possuí um sistema de painéis solares (como sistema de apoio) é bastante diminuta, uma

vez que corresponde a somente 2% em ambos os meios.

Tentando responder aos pontos que foram vistos anteriormente, podemos dizer

que em ambos os meios os equipamentos usados para o aquecimento de águas sanitárias

é aproximadamente igual. Já relativamente ao combustível utilizado este difere um

pouco, no entanto continua a dar-se primazia às botijas de gás butano, embora no meio

urbano se verifique que o gás natural e o gás de botija propano são combustíveis que

começam a ser mais utilizados pelos inquiridos, verificando que o gasóleo e

principalmente os painéis solares são sistemas e combustíveis que não são tão usuais.

10.3.8. Fatores relevantes na compra e alteração de comportamentos

O nosso estudo incidiu sobretudo nos consumos que os inquiridos têm, a classe

energética dos equipamentos de frio e das máquinas de lavar/ secar roupa e lavar louça,

iluminação e por fim a climatização. Neste sentido optámos por analisar, por fim, quais

os fatores mais importantes quando os inquiridos adquirem novos equipamentos, ou

iluminação, assim como, se estes alteraram algo nos últimos tempos.

Para este estudo foram dispostos os fatores: classe energética, preço, estética,

marca, potência e sugestão de alguém, onde os inquiridos teriam que atribuir um valor,

entre 1 e 5 (1 mais importante, 5 menos importante) a cada um dos itens. Foram

também realizados gráficos que englobam os fatores mais relevantes (englobaram-se os

valores 1 e 2), na compra de eletrodomésticos, lâmpadas ou sistemas de climatização e

126

os fatores menos relevantes relativamente à aquisição dos equipamentos anteriormente

descritos (englobaram-se os valores 4 e 5). O estudo foi realizado relativamente à

compra de eletrodomésticos, iluminação e sistema de climatização, no meio rural

(Figuras 71, 72 e 73) e no meio urbano (Figuras 74, 75 e 76).

127

Figura 71 - Fatores relevantes na compra de um eletrodoméstico

(1-menos importante;5- muito importante)

27

7 8

0 1

37

3 3 0 0

4

10 12

14

3

12 9 10

8 4

22

9 11

1 0 3 4 4

16 16

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5

Classe energetica Preço Estetica Marca Potência Sugestão de alguém

Fatores relevantes na compra de um eletrodoméstico (meio rural)

classe energética

23%

preço 27%

estética 10%

marca 14%

potência 21%

sugestão 5%

Fatores mais importantes na compra de um eletrodoméstico (meio rural) classe

energética 1%

estética 27%

marca 19%

potência 2%

sugestão 51%

Fatores menos importantes na compra de um eletrodoméstico (meio rural)

128

Os fatores que os inquiridos no meio rural mais dão importância aquando a

compra de um eletrodoméstico são o preço e a classe energética, sendo que a potência

também é relativamente importante. Já a estética e a marca são fatores que não

demonstram grande importância para os inquiridos. A sugestão de alguém é o fator que

menos importância tem, sendo que, como podemos observar, os valores de menor

importância são os que ocupam a grande maioria do gráfico.

129

Figura 72 - Fatores relevantes na compra de lâmpadas

(1-menos importante;5-muito importante)

32

4 7

0 0

32

9

2 0 0 1

3

15

10

14

8

2

11 11 11

25

13

4 1 0

3 1

3

16

20

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5

Classe energetica Preço Estetica Marca Potência Sugestão de alguém

Fatores relevantes na compra de lâmpadas (meio rural)

classe energética

27%

preço 31%

estética 3%

marca 7%

potência 29%

sugestão 3%

Fatores mais importantes na compra de lâmpadas (meio rural)

estética 29%

marca 27%

potência 1%

sugestão 43%

Fatores menos importantes na compra de lâmpadas (meio rural)

130

No que concerne à compra de lâmpadas, verificamos que os inquiridos dão

grande importância à classe energética e ao preço, sendo que a potência das lâmpadas é

igualmente importante. A marca é o fator que mais distribuído está, demonstrando que

os inquiridos no meio rural se encontram divididos relativamente à importância da

marca. Por fim a estética e a sugestão de alguém são os fatores que menos importam aos

inquiridos na aquisição de lâmpadas.

131

Figura 73 - Fatores relevantes na compra de um sistema de climatização

(1-menos importante;5-muito importante)

25

6 9

3 0

35

5 2 1 0

3

10 11 11 8 9 8

14

7 5

24

6

11

2 0 1

3 6

11

22

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5

Classe energetica Preço Estetica Marca Potência Sugestão de alguém

Fatores relevantes na compra de um sistema de climatização (meio rural)

classe energética

23%

preço 30%

estética 10%

marca 12%

potência 22%

sugestão 3%

Fatores mais importantes na compra de um sistema de climatização (meio rural)

classe energética

4%

preço 2%

estética 27%

marca 17%

potência 3%

sugestão 47%

Fatores menos importantes na compra de um sistema de climatização (meio rural)

132

Já relativamente à compra de um sistema de climatização podemos observar que

o preço é o fator mais importante na aquisição, sendo que a classe energética e a

potência são os fatores que se seguem para a tomada de decisão na aquisição dos

equipamentos. A estética é um fator que é relativamente irrelevante para a tomada de

decisão, pois como podemos observar através do gráfico, os valores encontram-se

distribuídos mais ou menos de igual forma em todos os números de importância, o

mesmo se verifica na marca. A sugestão de alguém é o fator que menos relevância tem

aquando da decisão na compra dos sistemas de climatização.

133

Figura 74 - Fatores relevantes na compra de um eletrodoméstico

(1-menos importante;5-muito importante)

32

9 6

0 0

38

7

1 0 1 3

8

19

7 10 10

14 10 9

4

23

11 13

0 0 3 4

9 9

22

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5

Classe energetica Preço Estetica Marca Potência Sugestão de alguém

Fatores relevantes na compra de um eletrodoméstico (meio urbano)

classe energética

25%

preço 28%

estética 7%

marca 15%

potência 21%

sugestão 4%

Fatores mais importantes na compra de um eletrodoméstico (meio urbano)

preço 2%

estética 27%

marca 21%

sugestão 50%

Fatores menos importantes na compra de um eletrodoméstico (meio urbano)

134

No que diz respeito ao meio urbano, na aquisição de um eletrodoméstico, o

preço é o fator que mais se destaca, seguindo-se a classe energética e a potência. A

estética e a marca são fatores que têm a sua distribuição relativamente semelhante,

sendo os fatores que se encontram mais divididos. A sugestão de alguém é o fator que

menos importância tem aquando a aquisição de um novo eletrodoméstico.

135

Figura 75 - Fatores relevantes na compra de lâmpadas

(1-menos importante;5-muito importante)

34

3 3 2 5

32

10

3 1 1

4 2

14

7

20

7 6

11 8

15

29

6 8

2 2 1 1

7

12

26

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5

Classe energetica Preço Estetica Marca Potência Sugestão de alguém

Fatores relevantes na compra de lâmpadas (meio urbano)

classe energética

27%

preço 31%

estética 4%

marca 10%

potência 26%

sugestão 2%

Fatores mais importantes na compra de lâmpadas (meio urbano) classe

energética 7%

preço 2%

estética 27%

marca 23%

potência 4%

sugestão 37%

Fatores menos importantes na compra de lâmpadas (meio urbano)

136

No que concerne à compra de lâmpadas, no meio urbano, o preço é o fator mais

importante para os inquiridos, seguindo-se pela classe energética e a potência que têm

igualmente bastante importância. A marca é um fator que tanto é importante como nada

importante, podendo verificar isso através da distribuição no gráfico. Por fim a estética

e a sugestão de alguém são os fatores que menos importam para a aquisição de

lâmpadas.

137

Figura 76 - Fatores relevantes na compra de um sistema de climatização

(1-menos importante;5-muito importante)

32

8 5

1 1

38

6

1 0 2

5 9 8 9

17

12 11 10 7 7

27

12

7

1 0 3 2

8 9

25

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5

Classe energetica Preço Estetica Marca Potência Sugestão de alguém

Fatores relevantes na compra de um sistema de climatização (meio urbano)

classe energética

24%

preço 27%

estética 8%

marca 14%

potência 24%

sugestão 3%

Fatores mais importantes na compra de um sistema de climatização (meio urbano) classe

energética 2%

preço 3%

estética 33%

marca 18%

potência 1%

sugestão 43%

Fatores menos importantes na compra de um sistema de climatização (meio urbano)

138

No que se refere aos fatores mais relevantes na compra de um sistema de

climatização no meio urbano, podemos referir que o preço é o fator mais decisivo para a

tomada de decisão na aquisição de um novo equipamento. A classe energética e a

potência também são fatores que são relativamente importantes para os inquiridos

tomarem a sua decisão. A marca encontra-se relativamente distribuída, mas tendo mais

inquiridos a responderem que é importante este fator. A estética e a sugestão de alguém

são os fatores que menos pesam para a aquisição destes equipamentos.

Para além dos fatores que são mais relevantes aquando a aquisição de

equipamentos, fomos por fim analisar quais as alterações de comportamentos, se as

houve, ou não, que os inquiridos adotaram (as alterações foram consideradas as que

foram implementadas no último ano) (Figuras 77 e 78).

Figura 77 - Alteração nos comportamentos de consumo de energia (meio rural)

Relativamente à alteração de alguns comportamentos que os inquiridos

pudessem ter, no meio rural, podemos referir, que 48% dos inquiridos não alterou nada

nos seus comportamentos. A troca de lâmpadas por umas mais eficientes foi o fator que

as pessoas mais alteraram na sua rotina, (31%), seguindo-se pela redução na utilização

dos equipamentos de climatização, (17%). A utilização muito rara do equipamento de

48%

2%

17%

2%

31%

Alteração nos comportamentos de consumo de energia (meio rural)

Não alterou nada

Utiliza muito raramente oequipamento de climatização

Utiliza o equipamento declimatização menos tempo

Trocou o equipamento poroutro mais eficiente

Trocou as lâmpadas poroutras mais eficientes

139

climatização assim como a troca de um equipamento de climatização por outro mais

eficiente foram as medidas menos adotadas pelos inquiridos (2%).

Figura 78 - Alteração nos comportamentos de consumo de energia (meio urbano)

Já no meio urbano, tal como acontece no meio rural, 39% dos inquiridos não

alterou nada relativamente aos seus comportamentos. A troca de lâmpadas por umas

mais eficientes (22%) e a redução na utilização dos equipamentos de climatização

(18%) foram os comportamentos mais adotados pelos inquiridos. A utilização dos

equipamentos de climatização somente à noite (11%) foi a terceira medida mais

adotada, sendo que o ter deixado de utilizar o equipamento de climatização (2%),

utilizar muito raramente o equipamento de climatização (4%), utilizar o equipamento de

climatização somente ao fim de semana (2%) e a troca do equipamento de climatização

por outro mais eficiente (2%), são os comportamentos que menos foram adotados,

sendo estes aproximadamente semelhantes.

Em suma, no meio rural, como podemos observar através das figuras

anteriormente descritas, vemos que o preço é o fator mais relevante e por isso decisivo,

quer na compra de eletrodomésticos, lâmpadas ou sistemas de climatização. Podemos

observar também que a classe energética começa a emergir como fator decisivo para a

tomada de decisão aquando a aquisição dos equipamentos anteriormente descritos,

39%

2% 4%

18%

11%

2%

2%

22%

Alteração nos comportamentos de consumo de energia (meio urbano)

Não alterou nada

Deixou de usar o equipamento declimatização

Utiliza muito raramente oequipamento de climatização

Utiliza o equipamento de climatizaçãomenos tempo

Utiliza o equipamento de climatizaçãosomente á noite

Utiliza o equipamento de climatizaçãosomente ao fim de semana

Trocou o equipamento por outro maiseficiente

Trocou as lâmpadas por outras maiseficientes

140

seguindo-se a potência, mostrando que os inquiridos, começam a tomar consciência que

uma classe mais eficiente implica um desempenho mais elevado e menores custos a

longo prazo. A marca e a estética ocupam os lugares medianos. A sugestão de alguém é

o fator que é menos relevante uma vez que a maioria dos inquiridos responde que este

não é importante. Verifica-se a mesma situação no meio urbano.

141

11. Conclusões

Ao longo do tempo tem vindo a aumentar a oferta dos equipamentos (de frio, de

lavar e secar roupa e/ ou louça, iluminação, sistemas de climatização) assim como as

suas classes energéticas têm vindo a evoluir. As condições disponíveis em meios

urbanos são diferentes das condições disponíveis em meios rurais. Nos meios urbanos a

informação relativamente aos diferentes equipamentos encontra-se disponível muito

mais rapidamente, assim como a sua disponibilidade para a sua aquisição. Neste sentido

pensamos ser oportuno realizar o estudo relativamente a estes equipamentos de modo a

conseguirmos verificar melhor que tipo de situação é vivenciada em cada meio.

Como podemos observar no decorrer do nosso estudo conseguimos verificar que

no meio rural a média de idades dos inquiridos é superior à média de idade dos

inquiridos no meio urbano. Podemos referir que, no meio rural, não existem

apartamentos, ao contrário do que se verifica no meio urbano.

No que concerne aos consumos podemos verificar que, os consumos que foram

obtidos por nós (efetivos), relativamente ao gasóleo e à lenha, são significativamente

superiores aos valores obtidos através dos censos de 2011, uma vez que estes dizem

respeito somente ao distrito da Guarda, enquanto que os valores obtidos pelos censos

dizem respeito à região centro, como já foi referido anteriormente, no capítulo 10.5.1.

Ainda referente aos consumos pudemos constatar que existem diferenças significativas

no consumo de lenha entre os dois meios, sendo o meio rural o meio que mais gasta este

tipo de combustível.

Já no que diz respeito aos equipamentos de frio, verificámos que aquando a

análise realizada, não existiam diferenças significativas entre os dois meios, pelo que

podemos dizer que, para este caso, tanto no meio rural como no meio urbano optam por

equipamentos de classes energéticas semelhantes. Também podemos referir que os

equipamentos de classe energética superior a A se encontram mais presentes em ambos

os meios e que no meio rural mais de metade dos inquiridos não sabia qual a classe

energética dos seus equipamentos, o que não se verifica no meio urbano.

Relativamente aos equipamentos de lavar e secar podemos afirmar que

relativamente às classes energéticas entre ambos os meios os resultados foram

semelhantes aos obtidos com os equipamentos de frio, não existindo diferenças

significativas entre as diferentes classes energéticas nos dois meios. Podemos também

142

verificar que em ambos os meios mais de metade dos inquiridos não sabia qual a classe

energética dos seus equipamentos, mas que a classe energética superior a A predomina

em relação à classe energética inferior a A. Já no que se refere à utilização semanal dos

diferentes equipamentos de lavar e secar, podemos referir que em relação às máquinas

de lavar roupa a sua utilização é predominantemente de duas a quatro vezes por semana,

em relação às máquinas de secar roupa podemos verificar que a grande maioria dos

inquiridos raramente utiliza, mas quando utilizam é na sua maioria três vezes por

semana e por fim em relação às máquinas de lavar a louça podemos verificar que os

inquiridos raramente utilizam este tipo de equipamento. Relativamente ao horário onde

estes equipamentos são utilizados podemos verificar que a colocação em funcionamento

destes é predominantemente indiferente. Embora o horário de utilização seja na sua

maioria indiferente, existe no entanto alguns inquiridos que têm um horário mais

específico, sendo este entre [20:30-22:00[ e as [22:00-08:00[. Este facto pode dever-se a

que as pessoas colocam a funcionar os seus equipamentos quando acabam o trabalho e

chegam a casa, daí verificarmos que existem horários definidos na utilização dos

equipamentos.

Relativamente à iluminação concluímos que no meio rural existe uma

percentagem maior de lâmpadas incandescentes, o que contrasta com uma percentagem

maior de lâmpadas economizadoras no meio urbano. Neste meio, estas lâmpadas

encontram-se disponíveis de uma forma mais facilitada para a sua aquisição.

No que concerne à climatização a análise foi realizada diferenciando a

climatização localizada da climatização centralizada. Verificámos então que para a

climatização localizada em ambos os meios o aquecedor elétrico é o tipo de sistema

mais utilizado, seguindo-se pela lareira, sendo que neste último se encontra uma

diferença entre o número de equipamentos existentes em cada meio. Já relativamente ao

perfil diário de utilização verificámos que durante os dias de semana, no meio urbano, o

período de utilização é superior ao meio rural. Verificámos ainda que no meio urbano

existe uma distribuição da sua utilização mais uniforme, atingindo, em ambos os meios,

o pico aproximadamente à mesma hora. Já aos fins-de-semana começa a existir um

aumento na utilização dos equipamentos mais cedo no meio rural, sendo também neste

meio que o pico é atingido mais cedo. Já comparando os dias de semana com os fins de

semana, não foram verificadas grandes diferenças no perfil de utilização. Estes factos

podem dever-se a que no meio urbano as pessoas usualmente necessitam de sair cedo da

sua habitação para irem levar os seus filhos à escola e trabalhar, utilizando o

143

equipamento de climatização para climatizar a sua residência antes de saírem,

desligando-o quando saem de casa, sendo que quando voltam do trabalho ligam-no

novamente. Já no meio rural as pessoas passam mais tempo em casa, daí a utilização

dos equipamentos ser mais ou menos regular ao longo do dia, embora o aumento da

utilização dos equipamentos seja mais ou menos à mesma hora que no urbano pois é

quando as pessoas que vão trabalhar chegam também a casa. Já nos fins de semana, no

meio rural, o aumento da utilização dos equipamentos de climatização verifica-se mais

cedo, uma vez que as pessoas ao fim de semana se levantam mais cedo que no meio

urbano.

Analogamente para a climatização centralizada também foram verificados os

perfis de utilização diária, assim como analisados, os equipamentos de produção e o tipo

de combustível mais utilizado. Verificámos que tanto no meio rural como no meio

urbano a caldeira é o equipamento de produção mais utilizado, existindo uma maior

diferença no recuperador de calor. Verificámos que para alimentar o recuperador de

calor é sempre utilizado biomassa, já para a caldeira, no meio rural é sempre utilizado

gasóleo, mas no meio urbano encontra-se divido entre gasóleo, gás natural e gás em

garrafa/ GPL. Relativamente aos perfis de utilização diária podemos verificar que no

meio urbano temos um aumento na utilização do equipamento de climatização entre as

7 e as 8h, podendo dever-se a este horário ser o período onde usualmente as pessoas se

levantam para ir trabalhar, ou levar os seus filhos à escola, que não se verifica no meio

rural. Já em relação aos fins de semana, podemos verificar que no meio rural a

utilização do equipamento coincide com o levantar das pessoas, assim como no meio

urbano, com a exceção de que no meio urbano existe um decréscimo após essa hora,

havendo somente um aumento a partir das doze horas. Já comparando os dias de semana

com os fins de semana não existem grandes diferenças entre os perfis de utilização dos

equipamentos.

Para além da análise relativamente à climatização individual e central, fomos

ainda realizar a análise às áreas climatizadas e o período de utilização ao longo do ano.

Relativamente às áreas climatizadas podemos referir que os inquiridos, em ambos os

meios, dão primazia á climatização das áreas onde se encontram mais tempo ao longo

do dia (áreas habitadas). Já comparando o período de utilização dos diferentes sistemas

de climatização ao longo do ano podemos referir que no meio rural os inquiridos

utilizam estes de novembro a abril, mas verificando-se uma ligeira subida em outubro,

já no meio urbano verificamos também uma pequena subida a partir de outubro mas o

144

período onde é mais utilizado os equipamentos de climatização é de novembro a março,

existindo ainda alguns inquiridos que utilizem em abril.

No que concerne ao aquecimento de águas sanitárias fomos analisar o tipo de

sistema de aquecimento, o tipo de combustível e se os inquiridos possuíam painéis

térmicos solares. Verificámos que em ambos os meios o esquentador é o tipo de sistema

mais utilizado, seguindo-se pela caldeira. Somente uma percentagem muito reduzida

utiliza termoacumulador e painéis solares para o aquecimento das suas águas sanitárias.

Relativamente ao tipo de combustível utilizado podemos verificar que o gás butano é o

mais utilizado em ambos os meios. No meio rural o gasóleo e o gás propano são os que

se seguem na utilização preferencial, sendo que a eletricidade se encontra em último

lugar. Já no meio urbano o propano e gás natural, com a mesma percentagem de

utilização, são os que seguem o gás butano na preferência dos inquiridos, sendo que o

gasóleo a eletricidade e a biomassa são os combustíveis menos utilizados. Por fim,

somente uma percentagem muito reduzida (2%) em ambos os meios é que possui

painéis solares térmicos (como sistema de apoio).

Por fim fomos analisar os fatores relevantes na compra dos equipamentos dos

inquiridos assim como a alteração dos comportamentos. Como pudemos apurar, para a

aquisição de eletrodomésticos e de sistemas de climatização, o preço foi sempre o fator

decisivo, seguindo-se a classe energética e a potência. A estética e a marca foram

sempre os fatores medianos (tanto importavam como não importavam, tendo uma

distribuição homogénea), sendo que a sugestão de alguém foi o fator em que os

inquiridos menos importância davam. Isto deve-se a que as pessoas querem sistemas

com uma melhor eficiência, mas que o seu preço não seja demasiado elevado, alguns

dos inquiridos também tomam em atenção a marca e a estética, pois são equipamentos

que ficam visíveis. Usualmente equipamentos de marca são mais confiáveis que outros

de marca branca, daí alguma importância a este fator, por fim a sugestão de alguém é

algo que usualmente os inquiridos não têm em conta pois aquando a aquisição de algum

equipamento já levam uma ideia definida do que pretendem, não se importando com o

que as outras pessoas sugerem. No referente à iluminação verificámos que o fator

decisivo para a aquisição de lâmpadas foi o preço e a classe energética (ambos se

encontram bastante perto), sendo que a potência também foi tido em conta. A marca foi

o fator mediano (como na situação anterior tanto foi importante como nada importante),

sendo que por fim a estética e a sugestão de alguém foram os fatores menos tidos em

conta pelos inquiridos. Neste caso a classe energética é uma forma de as pessoas verem

145

se os gastos que irão ter com as lâmpadas são elevados, mas também tomam em atenção

ao preço, pois as pessoas não gostam de pagar muito por equipamento tão pequeno e

que se pode comprar mais barato devido à oferta que existe. A marca é algo que as

pessoas associam a maior confiabilidade ou não, caso esta não se conheça, por fim a

estética é um dos fatores menos tidos em conta uma vez que as lâmpadas usualmente

não se encontram visíveis. Por fim, no que concerne à sugestão de alguém podemos

verificar o mesmo que se verifica na aquisição de eletrodomésticos e sistemas de

climatização, ou seja, as pessoas já têm uma ideia definida do que pretendem não se

importando com o que as outras pessoas sugerem. No que concerne às alterações que os

inquiridos fizeram, podemos observar que a grande maioria não alterou nada nos seus

comportamentos e os inquiridos que fizeram alterações, as mais visíveis foram a troca

de lâmpadas por outras mais eficientes e a utilização do equipamento de climatização

menos tempo.

As medidas a tomar na utilização racional de energia em edifícios passam pela

substituição de equipamentos por outros mais eficientes, nomeadamente no que respeita

aos equipamentos de aquecimento/ arrefecimento e iluminação, assim como pela

melhoria do isolamento térmico da envolvente dos edifícios. Por outro lado, a aposta na

energia solar representa um forte potencial de poupança económica e energética para

efeitos de aquecimento de águas sanitárias.

Uma das limitações do nosso estudo foi o facto de o número de elementos que

constituem a amostra ser demasiado reduzido. A falta de colaboração de algumas

pessoas que tinham sido selecionadas para o estudo também foi uma das limitações que

tivemos. A não entrega de alguns questionários por parte de alguns inquiridos

contribuíram para que a amostra não fosse de maior dimensão.

Consideramos que seria importante a continuação do desenvolvimento deste

tema, uma vez que é capaz de fornecer alguns resultados interessantes a nível dos

comportamentos e hábitos de consumo energético. Neste sentido, sugerimos que a

amostra fosse maior e englobando mais concelhos deste distrito. Também se poderia

alargar este estudo a outros distritos do nosso país.

146

Referências bibliográficas

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D_area=8&ID_sub_area=27, acedido em Março de 2014;

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[8]- http://www.eco.edp.pt/images/stories/PDF/GuiaEE2012_webB.pdf, acedido em

Março de 2014;

[9]- DL nº 80/2006 de 4 de Abril;

[10]- DL nº 118-A/2010, de 25 de Outubro;

[11]- DL nº 26/2013, de 19 de Fevereiro;

[12]- http://aminhaalegrecasinha.com/2009/01/acumuladores-de-calor-

electricos.html, Março de 2014;

[13]- http://aproveitarenergia.no.sapo.pt/em%20portugal.htm, Março de 2014;

[14]- http://carlos.franquinho.info/2011/04/a-energia-geotermica-em-portugal/,

Março de 2014;

[15]- http://economico.sapo.pt/noticias/portugal-tem-186-pequenas-centrais-

hidroelectricas_142747.html, Março de 2014;

[16]- http://energiasalternativas.webnode.com.pt/, Março de 2014;

[17]- http://energizair.apren.pt/, Março de 2014;

[18]- http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_PUBLIC/8-10032014-AP/EN/8-

10032014-AP-EN.PDF, Março de 2014;

[19]- http://mesenergiassolares.com/category/news/, Março de 2014;

147

[20]- http://miguel675.tripod.com/sitebuildercontent/sitebuilderfiles/biomassa1.pdf,

Janeiro de 2014;

[21]- http://paginas.fe.up.pt/~projfeup/cd_2010_11/files/ELE317_relatorio.pdf,

Março de 2014;

[22]- http://repositorio.lneg.pt/bitstream/10400.9/2040/1/apresentacao_energia_solar

_pt_22-02-2013.pdf, Janeiro de 2014;

[23]- http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/28006/1/eeum_di_disserta

cao_pg17708.pdf - TESE, Janeiro de 2014;

[24]- http://www.adene.pt/, Março de 2014;

[25]- http://www.apesf.pt/index.php, Março de 2014;

[26]- http://www.apisolar.pt/, Março de 2014;

[27]- http://www.apren.pt, Março de 2014;

[28]- http://www.cogenportugal.com/general_content/showInformation.aspx?mt=1

&ml=2&type=2, Março de 2014;

[29]- http://www.deco.proteste.pt/eletrodomesticos/maquinas-lavar-loica, Janeiro de

2014;

[30]- http://www.diariodosacores.pt/index.php/destaques-2/2065-energias-

renovaveis-nos-acores-vao-crescer-de-30-para-57-em-4-anos-diz-antonio-

furtado, Março de 2014;

[31]- http://www.edp.pt/pt/Pages/homepage.aspx, Março de 2014;

[32]- http://www.eneop.pt/, Março de 2014;

[33]- http://www.energlobo.pt/microproducao.html, Março de 2014;

[34]- http://www.energiasrenovaveis.com/, Março de 2014;

[35]- http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/L%E2mpadas/Fontes_Lumin.pdf, Março

de 2014;

[36]- http://www.industriaeambiente.pt/scid/webIA/default.asp, Janeiro de 2014;

[37]- http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_main, Março de 2014;

[38]- http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias3/noticia=733438, Março de

2014;

[39]- http://www.irena.org/DocumentDownloads/Publications/_EU27Complete.pdf,

Janeiro de 2014;

[40]- http://www.newquayweather.com/wxsolarmap.php, Março de 2014;

[41]- http://www.paineisfotovoltaicos.com/funcionamento.php, Março de 2014;

148

[42]- http://www.parlamento.pt/ArquivoDocumentacao/Documents/coleccoes_relat

orio-bio2013-2.pdf, Março de 2014;

[43]- http://www.pordata.pt/, Março de 2014;

[44]- http://www.portal-energia.com/, Março de 2014;

[45]- http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/quase-60-da-electricidade-consumida-

em-2013-foi-renovavel-1619592#/2, Março de 2014;

[46]- https://www.ren.pt/, Março de 2014;

[47]- http://www.renewableenergyworld.com/rea/news/article/2011/06/portuguese-

renewables-unshaken-by-eu-bailout, Março de 2014;

[48]- http://www.reshaping-res-policy.eu/downloads/RE-

Shaping_CP_final_18JAN2012.pdf, Janeiro de 2014;

[49]- http://www.xn--energiasrenovveis-jpb.com/, Março de 2014;

[50]- http://energiasalternativas.webnode.com.pt/energias-renovaveis/energia-

geotermica/, acedido em Novembro de 2014;

[51]- http://greensavers.sapo.pt/2013/10/11/nova-zelandia-abre-a-maior-central-

geotermica-do-mundo/, acedido em Novembro de 2014;

[52]- http://www.energiasrenovaveis.com/images/upload/flash/anima_como_funcio

na/geo18.swf, acedido em Novembro de 2014;

[53]- http://www.geocaching.com/geocache/GC4Z0MY_geotermia?guid=5bc68c53

-3201-4d84-8073-f0fecda1bf55, acedido em Novembro de 2014;

[54]- http://www.portal-energia.com/energia-geotermica-funcionamento-e-

tecnologia/, acedido em Novembro de 2014;

[55]- GIL, A., “Métodos e técnicas de pesquisa social”, Atlas, São Paulo, 1991;

[56]- MAROCO, J., “ANÁLISE ESTATÍSTICA Com utilização do SPSS”, Edições

Sílabo, Lisboa, 2003;

[57]- NATÉRCIO, A., “Investigação Naturalista em Educação: Um guia prático”,

Asa editores, S.A. Lisboa, 2005;

[58]- PESTANA, M. H., GAGEIRO, J.N., “ANÁLISE DE DADOS PARA

CIÊNCIAS SOCIAIS A complementaridade do SPSS”, 2008;

[59]- REIS,E.;MELO, P.;ANDRADE, R.e CALAPEZ, T., "Estatística Aplicada”.

Volume 2. Edições Sílabo, 2001.

149

Anexos

150

Anexo 1 Centrais produtoras de energia Hidroelétrica

151

Nesta tabela consta os nomes das centrais hidroelétricas, produtoras, com a

respetiva potência e curso de água.

Centrais Potência

[MW] Curso de Água Centrais

Potência

[MW]

Curso de

Água

Agueira 336 Mondego Ermal 10,8 Ave

Alto Lindoso 630 Lima Foz Tua 252 Tua

Baixo Sabor 172 Sabor Fratel 132 Tejo

Bemposta II 191 Douro Guilhofrei 4,0 Ave

Cabril 108 Zêzere Lindoso 44,1 Lima

Caniços 0,9 Ave Paradela II 318 Cávado

Cefra 1,1 Ouro Penide 4,9 Cávado

Drizes 0,2 Vouga Pisões 0,1 Dinha

Figueiral 0,2 Carvalhinho Ponte de Jugais 20,3 Alva

France 7 Coura Raiva 24 Mondego

Fridão 237 Tâmega Riba Côa 0,1 Côa

Lagoa

Comprida 0,6 Ribeira da Lagoa

Sabugueiro I 13,2

Ribeira da

Lagoa

Paradela 54 Cávado Salamonde II 204 Cávado

Pedrogão 10,4 Guadiana Torrão 140 Tâmega

Picote II 246 Douro Varosa 25 Varosa

Ponte da

Esperança 2,8 Ave

Venda Nova III 736 Rabagão

Pracana 41 Ocresa Vilarinho das

Furnas 125 Homem

Rei de

Moinhos 0,8 Alva

Aqueva II 260 Guadiana

Ribeirado –

Ermida 77 Vouga

Aregos 3,1 Cabrum

Salamonde 42 Cávado Bemposta 240 Douro

Senhora do

Porto 8,8 Ave

Bruceira 1,7

Ribeira de

Nisa

Valeira 240 Douro Caniçada 62 Cávado

Venda Nova 90 Rabagão Castelo do

Bode 159 Zêzere

Vilar -

Tabuaço 58 Távora

Desterro 13,2 Alva

Alqueva 259,2 Guadiana

Ermida 0,4 Ribeira de

São João

Alto Rabagão 68 Rabagão Frades 191,6 Rabagão

Belver 80,7 Tejo Freigil 4,6 Cabrum

Bouça 44 Zêzere Labruja 0,9 Mestre

Caldeirão 40 Caldeirão Miranda 369 Douro

Carrapatelo 201 Douro Pateiro 0,3 Mondego

Crestuma -

Lever 117 Douro

Picote 195 Douro

152

Centrais Potência

[MW] Curso de Água

Pocinho 186 Douro

Póvoa 0,8 Ribeira de Nisa

Régua 180 Douro

Ribafeita 0,9 Vouga

Sabugueiro

II 10

Ribeira Covão do

Urso

Santa

Luzia 25,9 Ribeira Unhais

Touvedo 22 Lima

Velada 2,0 Ribeira de Nisa

Vila Cova 23,4 Alva

153

Anexo 2 Questionário relativo à caracterização dos

equipamentos e hábitos de consumo energético

154

155

156

157

158

159

160

161

Anexo 3 Decreto de Lei nº 244/2002 de 5 de Novembro

162

163

164

165

Anexo 4 Teste de comparação de duas proporções para

as classes energéticas de equipamentos de frio

166

Este teste é um teste para comparação de duas proporções que consiste em,

ou seja, o teste é aplicado tendo em conta uma aproximação Normal, o que nos leva a

ter que definir o nível de significância e a região crítica para se poder realizar o teste.

A parte esquerda da figura anterior mostra os dados que são necessários para que

se possa definir a região crítica assim como os valores de Z a aceitar, que irão formar a

região aceitável. O lado direito da figura mostra os valores que por nós foram definidos.

Iremos adotar um α = 5%, onde os restantes valores são os que estão demonstrados

anteriormente.

É então necessário verificar qual a quantidade de questionários existentes em

cada meio e o total de equipamentos divididos pelas suas respetivas classes, sendo que

neste caso será:

nr = Número de equipamentos no meio rural

nu = Número de equipamentos no meio urbano

teq.fr. rural = 43 × 5 = 215

teq.fr. urbano = 47 × 5 = 235

167

O facto de ter que se multiplicar por cinco é devido a nos encontrarmos a tratar

com os valores totais das diferentes classes, daí termos que supor a totalidade da

amostra, que é o número de inquéritos multiplicado pelo número de equipamentos

analisados.

Após a verificação do número de questionários existentes em cada meio é

necessário definir as hipóteses para se poder então realizar o teste, neste caso então:

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios;

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios;

Para se realizar o teste temos ainda que definir a região crítica, uma vez que esta

é que nos irá indicar se optamos pela igualdade ou a diferença relativamente aos meios

como se encontra demonstrado na figura anteriormente descrita. Então temos que:

𝑅𝐶 = ] − ∞ ; −1,96 [ ∪ ] 1,96 ; +∞ [ para α = 5%

𝑅𝐴 = [−1,96 ; 1,96 ] para α = 5%

168

Cálculos utilizados

Para a classe energética A+++

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 0

teq.fr. urbano = 2

= nr

teq.fr =

0

215 = 0

= nr

teq.fr =

2

235 = 0,0085

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0 − 0,0085

√0 × (1 − 0)215

+ 0,0085 × (1 − 0,0085)

235

= −1,419

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

169

Para a classe energética A++

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 4

teq.fr. urbano = 6

= nr

teq.fr =

4

215 = 0,019

= nr

teq.fr =

6

235 = 0,026

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,019 − 0,026

√0,019 × (1 − 0,019)215

+ 0,026 × (1 − 0,026)

235

= −0,502

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

170

Para a classe energética A+

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 7

teq.fr. urbano = 17

= nr

teq.fr =

7

215 = 0,033

= nr

teq.fr =

17

235 = 0,072

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,033 − 0,072

√0,033 × (1 − 0,033)215

+ 0,072 × (1 − 0,072)

235

= −1,874

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

171

Para a classe energética A

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 13

teq.fr. urbano = 15

= nr

teq.fr =

13

215 = 0,060

= nr

teq.fr =

15

235 = 0,064

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,060 − 0,064

√0,060 × (1 − 0,060)215

+ 0,064 × (1 − 0,064)

235

= −0,176

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

172

Para a classe energética B

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 2

teq.fr. urbano = 4

= nr

teq.fr =

2

215 = 0,0093

= nr

teq.fr =

4

235 = 0,0170

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,0093 − 0,0170

√0,0093 × (1 − 0,0093)215

+ 0,0170 × (1 − 0,0170)

235

= −0,721

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

173

Para a classe energética C

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 1

teq.fr. urbano = 2

= nr

teq.fr =

1

215 = 0,0047

= nr

teq.fr =

2

235 = 0,0085

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,0047 − 0,0085

√0,0047 × (1 − 0,0047)215

+ 0,0085 × (1 − 0,0085)

235

= −0,501

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

174

Para a classe energética D

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 0

teq.fr. urbano = 3

= nr

teq.fr =

0

215 = 0

= nr

teq.fr =

3

235 = 0,013

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0 − 0,013

√0 × (1 − 0)215

+ 0,013 × (1 − 0,013)

235

= −1,759

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

175

Para a classe energética E, F e G

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 0

teq.fr. urbano = 0

= nr

teq.fr =

0

215 = 0

= nr

teq.fr =

2

235 = 0

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0 − 0

√0 × (1 − 0)215

+ 0 × (1 − 0)

235

= 0

Nesta situação embora se tenham colocado os resultados das contas que se iriam

fazer, estes não irão ser tomados em conta, uma vez que não foi registado qualquer

classe energética para algum equipamento de frio.

176

Para a situação onde as pessoas responderam Não Sei

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 67

teq.fr. urbano = 32

= nr

teq.fr =

67

215 = 0,312

= nr

teq.fr =

32

235 = 0,136

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,312 − 0,136

√0,312 × (1 − 0,312)215

+ 0,136 × (1 − 0,136)

235

= 4,547

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs não se

encontra entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ , encontra-se na RC,

pelo que estatisticamente podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, existem

diferenças significativas relativamente ao número de pessoas que não sabe a classe

energética dos equipamentos de frio que tem em casa entre o meio rural e o meio

urbano.

177

Para equipamentos de classe energética superior a A

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 24

teq.fr. urbano = 40

= nr

teq.fr =

24

215 = 0,112

= nr

teq.fr =

40

235 = 0,170

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,112 − 0,170

√0,112 × (1 − 0,112)215

+ 0,170 × (1 − 0,170)

235

= −1,779

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

178

Para equipamentos de classe energética inferior a A

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 3

teq.fr. urbano = 9

= nr

teq.fr =

3

215 = 0,014

= nr

teq.fr =

9

235 = 0,038

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,014 − 0,038

√0,014 × (1 − 0,014)215

+ 0,038 × (1 − 0,038)

235

= −1,619

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

179

Anexo 5 Teste de comparação de duas proporções para

as classes energéticas das máquinas de lavar/secar

roupa/louça

180

nr = Número de equipamentos no meio rural

nu = Número de equipamentos no meio urbano

teq.fr. rural = 43 × 3 = 129

teq.fr. urbano = 47 × 3 = 141

Cálculos utilizados

Para a classe energética A+++

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 2

teq.fr. urbano = 1

= nr

teq.fr =

2

129 = 0,016

= nr

teq.fr =

1

141 = 0,0071

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,016 − 0,0071

√0,016 × (1 − 0,016)129 +

0,0071 × (1 − 0,0071)141

= 0,679

181

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

Para a classe energética A++

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 10

teq.fr. urbano = 14

= nr

teq.fr =

10

129 = 0,078

= nr

teq.fr =

14

141 = 0,099

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,078 − 0,099

√0,078 × (1 − 0,078)129 +

0,099 × (1 − 0,099)141

= 0,609

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

182

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

Para a classe energética A+

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 4

teq.fr. urbano = 4

= nr

teq.fr =

4

129 = 0,031

= nr

teq.fr =

4

141 = 0,028

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,031 − 0,028

√0,031 × (1 − 0,031)129 +

0,028 × (1 − 0,028)141

= 0,145

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

183

Para a classe energética A

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 9

teq.fr. urbano = 6

= nr

teq.fr =

9

129 = 0,070

= nr

teq.fr =

6

141 = 0,043

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,070 − 0,043

√0,070 × (1 − 0,070)129 +

0,043 × (1 − 0,043)141

= 0,957

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

184

Para a classe energética B

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 3

teq.fr. urbano = 3

= nr

teq.fr =

3

129 = 0,023

= nr

teq.fr =

3

141 = 0,021

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,023 − 0,023

√0,023 × (1 − 0,023)129 +

0,021 × (1 − 0,021)141

= 0,112

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

185

Para a classe energética C

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 1

teq.fr. urbano = 1

= nr

teq.fr =

1

129 = 0,008

= nr

teq.fr =

1

141 = 0,007

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,008 − 0,007

√0,008 × (1 − 0,008)129 +

0,007 × (1 − 0,007)141

= 0,095

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

186

Para a classe energética D, E, F e G

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 0

teq.fr. urbano = 0

= nr

teq.fr =

0

129 = 0

= nr

teq.fr =

2

141 = 0

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0 − 0

√0 × (1 − 0)129 +

0 × (1 − 0)141

= 0

Nesta situação embora se tenham colocado os resultados das contas que se iriam

fazer, estes não irão ser tomados em conta, uma vez que não foi registado qualquer

classe energética para algum equipamento de frio.

187

Para a situação onde as pessoas responderam Não Sei

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 42

teq.fr. urbano = 33

= nr

teq.fr =

42

129 = 0,326

= nr

teq.fr =

33

141 = 0,234

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,326 − 0,234

√0,326 × (1 − 0,326)129 +

0,234 × (1 − 0,234)141

= 1,687

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

188

Para equipamentos de classe energética superior a A

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 25

teq.fr. urbano = 25

= nr

teq.fr =

25

129 = 0,194

= nr

teq.fr =

25

141 = 0,177

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,194 − 0,177

√0,194 × (1 − 0,194)129 +

0,177 × (1 − 0,177)141

= 0,359

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.

189

Para equipamentos de classe energética inferior a A

H0. A proporção dos equipamentos da classe definida é igual em ambos os

meios ( );

H1. A proporção dos equipamentos da classe definida é diferente em ambos

os meios ( );

teq.fr. rural = 4

teq.fr. urbano = 4

= nr

teq.fr =

4

129 = 0,031

= nr

teq.fr =

4

141 = 0,028

𝑍 𝑜𝑏𝑠 = 0,031 − 0,028

√0,031 × (1 − 0,031)129 +

0,028 × (1 − 0,028)141

= 0,145

Como podemos constatar através dos cálculos obtidos, o valor de Zobs encontra-

se entre o intervalo por nós definido 𝑅𝐴 = ] − 1,96 ; 1,96 [ pelo que estatisticamente

não podemos rejeitar a nossa hipótese H0, ou seja, não existem diferenças significativas

na classe energética dos equipamentos de frio entre o meio rural e o meio urbano.