Projeto bovino de corte

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Projeto bovino de corte

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Introduo

A alimentao de bovinos de corte, de maneira geral, fundamentada em sistemas produtivos baseados em pastagem. Estima-se que ultrapasse 90% o ndice de animais abatidos no Brasil oriundos de sistemas de produo a pasto, fator contribuinte para tornar o pas detentor do maior rebanho bovino comercial e lder em exportaes de carne bovina (Anualpec, 2011).O pas detentor do maior rebanho comercial mundial, cerca de 200 milhes de cabeas. Entretanto, os indicadores de produtividade da pecuria brasileira esto abaixo da mdia mundial. Os EUA, por exemplo, com 96,7 milhes de bovinos de corte, 9,19% do rebanho mundial, abateram 34,9 milhes de cabeas no ano de 1999, o que representou 15% do abate mundial. J o Brasil, com 152 milhes de cabeas, 14,45% do rebanho mundial, abateu 32 milhes de cabeas, o que representou 13,77% do rebanho abatendo em todo o mundo nesse mesmo ano (Gottschall, 2001). A pecuria de corte nacional baseada no sistema de pastagem, seja ele extensivo ou intensivo. A produo do boi a pasto possibilita a produo com um custo muito competitivo (Gottschall, 2001).A suplementao proteica de animais em pastejo uma ferramenta que permite corrigir dietas desequilibradas, melhorando a converso alimentar e os ganhos de peso vivo e, por consequncia, diminuindo os ciclos da pecuria de corte (Peruchena, 1999).O consumo de carne bovina no Brasil segue as disparidades da renda existentes no Pas. O grupo de pessoas de renda elevada tem taxas de consumo semelhantes s dos maiores consumidores mundiais, mais de 50 kg/hab./ano, enquanto as camadas de baixa renda tm consumo de terceiro mundo, com menos de 10 kg/hab./ano. A disponibilidade interna situa-se em torno de 34 kg/hab./ ano. O crescimento do mercado interno passa obrigatoriamente pela melhoria da renda, ou pelo fornecimento de produtos por preos menores. O outro mercado da carne brasileira o externo, e este depende de qualidade e preos.

Mercado

Mais da metade do mercado mundial de carne bovina, que movimenta 7 milhes de toneladas por ano entre exportaes e importaes, est hoje nas mos de empresas brasileiras. O que explica o fato o movimento de internacionalizao do setor, iniciado em 2005, que ganhou fora em 2007 e 2008, quando frigorficos como JBS-Friboi, Bertin e Marfrig fizeram grandes aquisies no exterior. O Brasil j respondia, em 2007, por 33% das exportaes mundiais de carne bovina, seguido de longe pela Austrlia, que tinha 19% das vendas externas.O Brasil est entre os primeiros na produo de carne bovina. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostram que a produo brasileira de carne bovina cresceu 64,75% nos ltimos 20 anos, passando de 5,481 milhes de toneladas em 1991 para 9,03 milhes de toneladas em 2011, ficando em segundo lugar no ranking dos pases produtores. A produo brasileira em 2011 representou 15,9% do total mundial.A produo de carne est dispersa por todo territrio nacional, mas a maior concentrao est situada na regio centro-sul do Pas. Os estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Gois possuem os maiores rebanhos, concentrando cerca de 37% do rebanho nacional (IBGE, 2008).

OBJETIVO

Objetivou-se com este projeto, realizar um planejamento tcnico, social, ambiental e econmico para a fazenda Rachada do Miror, que possui rea total de 1.000 h e ter como finalidade a recria a pasto e terminao com suplementao, totalizando um plantel de 1200 animais.

PROPIEDADE

DADOS GERAISPropriedade: Rachada do MirorProprietrio: Igor Luan de Souza Amorimlocalizada: Rodovia PI-415, km 9rea total da propriedade: 500 harea de pastagem: 34,56haEstradas e Corredores: 10ha Benfeitorias:350 harea da reserva legal: 105,44 h

PARTICULARIDADESClima: tropicalAguada: Rio CorrenteEnergia: fornecida pela ELETROBRAS/PIPluviosidade: 1100 mmTemperatura mdia: 32CTopografia: planalto e depressesCobertura: pastagens, formada de Brachiaria brizantha cv. marand e Panicum maximum colonio.Solo: pH neutro, saturao por base 50, fosforo de 10 ppm, clcio de 6 ppm.

BENFEITORIAS E EQUIPAMENTOSBenfeitoriasQuant.

Casa de funcionrio01

Casa sede01

Estrada (km)10

Curral01

Curral para confinamento02

Cercas de arame (km)30

Saleiros10

Bebedouros20

Comedouros 15

6.Metas dos ndices zootcnicos INDICES ZOOTECNICOSUNIDADEVALORES

Mortalidade (1 ano)%2

Mortalidade (2 ano)%1

Idade de aquisio dos animaisMeses07

Durao do ciclo produtivoMeses24

Idade ao abate dos animaisMeses24

Peso ao abate dos animaisKg450

MANEJO DO REBANHO

Os animais ao chegarem propriedade sero divididos em lotes de 400 animais, com o intuito de facilitar e melhorar o manejo, assim tambm como evitar excesso de disputas.Ser realizada a visualizao diria dos animais em seus presentes lotes, para quando necessrio, realizar os diversos manejos.Os animais sero pesados mensalmente, para acompanhamento do peso corporal e para o clculo de ganho dirio do perodo.Todos os animais sero castrados, para melhorar e acelerar o processo de acabamento da carcaa, e para evitar disputas hierrquicas.

MANEJO SANITRIO

O manejo sanitrio dos animais de estrema importncia para maximizar a produtividade da propriedade, pois quando feito de forma errada, compromete a sade do animal acarretando em possveis prejuzos.Para aplicao das vacinas, ser importante obedecer recomendao dos fabricantes em relaes as diluies, doses, princpio ativo e vias de aplicao para no ocorrer erros de acidentes medicamentosos e assim comprometer o rebanho.O calendrio de vacinao contra febre aftosa vai seguir o calendrio oficial.Todos os animais adquiridos sero vacinados contra clostridioses, recebendo uma dose de reforo assim que forem introduzidos ao rebanho. Pulverizaes sero feitas conforme a necessidade do rebanho.

MANEJO NUTRICIONAL

A alimentao do rebanho ser feita no regime de pasto na fase de recria durante todo o ano, e suplementao concentrada na fase de terminao visando atender as exigncias para o ganho esperado.

LEVANTAMENTO PATRIMONIALBenfeitoriasValor R$

Casa de funcionrio15.000

Casa sede35.000

Curral45.000

Curral para confinamento22.000

Cercas de arame (km)157.000,00

Saleiros12.000

Bebedouros15.000

Comedouros13.500

DEPRECIAO DE BENFEITORIAS E EQUIPAMENTOSItemValor(R$)Durao(anos)Depreciao anualDepreciao(ciclo)

Casa sede35.000251400,002.800,00

Casa funcionrio15.00020750,001.500,00

Curral50.000301.666,663.333,32

Curral para confinamento55.000,00301.833,333.666,66

Cercas157.000,00207.850,003.937,00

Saleiros12.00015800,001.600,00

Bebedouros15.000101.500,003.000,00

Comedouros13.500101.350,002.700,00

TOTAL

19.539,98

METAS DO DESENVOLVIMENTO PONDERAL

DESENVOLVIMENTO PONDERAL DOS 200 kg AOS 450 kg

PerodoPeso inicial (kg)Peso final (kg)GMDConsumo de concentrado (%)Volumoso

MAI OUT200229,250,3250B. brizantha cv. Marand e panicum maximum. Colonio

NOV A ABR229,25328,250,5500B. brizantha cv. Marand e panicum maximum. Colonio

MAI A OUT328,25395,750,3750,7B. brizantha cv. Marand e panicum maximum. Colonio + suplementao concentrada e sal mineral 45 engorda.

NOV A ABR395,754500,3020B. brizantha cv. Marand e panicum maximum. Colonio sal mineral 45 engorda.

PRODUO DA FORRAGEM POR HECTARE

FORRAGEMPRODUO ESTIMADA (kg matria seca/ano)APROVEITAMENTO (%)PRODUO (ha/ano)

B. brizantha cv. Marand10.000606.000

panicum maximum. Colonio10.000706.000

GASTOS COM MANUTENO DA PASTAGEM

MANUTENO DA PASTAGEM POR CICLO

ITEMQUANTIDADEVALOR (hora)VALOR TOTAL R$

Tratorista

1120*12.000,00

TOTAL12.000,00

*Considerando o valor de R$120,00/hora. Trabalhando-se cerca de 100 horas.

ANIMAISANOESTOQUE INICIALCOMPRA MORTEVENDA

1----------120024-------

21176---------121164

TAXA DE LOTAO (Regime de Pastejo)Taxa de lotao = [{(200 + 450) / 2} / 450] x 450 = 325 325 / 202,5 = 1,6UA/ ha

SUPLEMENTAO CONCENTRADAALIMENTO UTILIZADO COMO CONCENTRADO DURANTE UM CICLO (REGIME DE CONFINAMENTO)pocaPC mdioConsumo(% PC)Milho gro (78%)F. de soja (22%)Concentrado (kg)/diaSacasdemilhoSacas defarelo desoja

MAI A OUT3250,7%1,770,52,276.2452117

TOTAL318,690408,66.2452117

CUSTOS CONCONCENTRADO

ALIMENTOQUANTRIDADE SACOSVALOR (Kg)/R$VALOR TOTAL (R$)

Milho gro 6.24540,00249.800,00

Farelo de soja 211790,00190.530,00

TOTAL440.330,00

VACINAES E DESVERMIFUGAES (1 ANO)CUSTOS COM VACINAO E DESVERMIFUGAO DURANTE O CICLO

VACINASDOSE (ml)DOSES/CICLOUNIDADE (R$)DOSESCUSTO TOTAL

Aftosa 521,552.4003.720,00

Raiva 210,501.200600,00

Clostridiose 210,951.2001.140,00

Desvermifugao 440,364.8001.728,00

TOTAL7.188,00

VACINAES E DESVERMIFUGAES (2 ANO)CUSTOS COM VACINAO E DESVERMIFUGAO DURANTE O CICLO

VACINASDOSE (ml)DOSES/CICLOUNIDADE (R$)DOSESCUSTO TOTAL

Aftosa 521,552.3523.645,60

Raiva 210,501.176588,00

Clostridiose 210,951.1761.117,20

Desvermifugao 440,364.7041.693,44

TOTAL7.044,24

MO-DE-OBRAPROFISSIONALQUANTIDADESALARIOTOTAL

Funcionrio2788,0048.540,80

Zootecnista 11.000,0024.000,00

Proprietrio 11.200,0028.800,00

Mo de obra temporria1788,0018.912,00

TOTAL

120.252,80

Foi realizado o clculo para os funcionrios de carteira assinada = 788,00 + 10% x 14 (12 salrios + frias + 13 salrio).

CUSTO COM AQUISIO DE ANIMAIS

QUANTIDADEPESO EM @VALOR DA @ (R$)VALOR DO FRETEVALOR TOTAL

12006,6680,004.200,00643.560,00

O frete foi calculado da seguinte forma: 100 km x 1,40 R$ x 30 viagens (40 cab./viagem) = 7.000,00 (considerou-se uma distncia de 100 km entre fazendas)

CUSTOS COM MINERALIZAO

CategoriaAnimaisPerodoTipo de pastagemConsumo dia(g)Tipo salValor (R$)Quantidades de sacosTotal (R$)

Ano 21176Mai./out.Ruim8045% P40,0028311.320,00

Nov./abr.Bom10065%P50,0029414,700,00

TOTAL57726.020,00

DESPESAS TOTAIS

DESPESAS TOTAIS POR CICLO

DESPESASVALORES R$

Aquisio dos animais643.560,00

Mineralizao 26.020,00

Mo de obra 120.252,80

Depreciao 19.539,98

Concentrado440.330,00

Manuteno de pastagens 12.000,00

Vacinao 14.232,24

Outros 5.000,00

Total 1.280.935,02

RECEITA TOTAL POR CICLO

ANIMAIS VENDIDOSPESORENDIMENTO DE CARCAA FRIAPESO DA CARCAA FRIAVALOR @POCAVALOR TOTAL

116445050 %225 (15@)120,0020 DE NOVEMBRO2.095.200,00

AVALIAO ECONMICA

LUCRO POR CICLO

RECEITA2.095.200,00

DESPESA1.280.935,02

SALDO814.264,98

PARMETROS ECONMICOS (RETORNO A CADA REAL INVESTIDO)

ItemValores

Retorno (R$)1,63

Lucratividade por ms (%)2,69

Lucratividade por ano (%)64,56

Lucratividade por ciclo (%)429,12

IGP-DI (%)1,08

Variao do IGP-DI (%)+149,7

CUSTO OPORTUNIDADE COM AS PASTAGENS ANO 1

Quantidades de animaisValor unitrio Valor total

120030432.000,00

CUSTO OPORTUNIDADE COM AS PASTAGENS ANO 2

Quantidade de animais Valor unitrio Valor total

117630423.360,00

CUSTO OPORTUNIDADE COM AS PASTAGENS POR CICLO

ANO 1ANO 2Valor total

432.000,00423.360,00855.360,00

CUSTO DE PRODUO POR ARROBA ItemQuantidade

Arrobas produzidas19.640

Custo total de produo2637.375,02

Custo de produo arroba (R$)66,11

Arrobas produzidas por ciclo38,34

Custo de produo por ciclo4 (R$)534,51

Arrobas compradas por animal6,66

Custo de aquisio por arroba (R$)120,00

Custo de aquisio por animal (R$)5799,20

Custo total (R$)1.067,31

Custo por arroba vendida6 (R$)71,15

1Arrobas produzidas = arrobas vendidas (11.000) arrobas de aquisio (6,66@ x 120)animais.2Custo total de produo = custo total custo de aquisio dos animais3Arrobas produzidas por ciclo = arrobas final arrobas inicial4Custo de produo por ciclo = arrobas produzidas x custo arroba5Custo de aquisio por animal = 6,66 x 80Custo por arroba vendida = custo total / quantidade de arrobas final.

ARROBAS PRODUZIDAS POR HECTARE

Item Quantidade

Arrobas produzidas 9.640

rea de pastagem 202,5

Arrobas por hectare/ ciclo47,67

Arrobas por hectare/ ano 23,83

CONCLUSO Em um sistema de recria a pasto e terminao a pasto com suplementao, fica vivel desde que haja um planejamento, enquadrando manejo sanitrio, manejo nutricional, alm de uma srie de medidas que venham a contribuir com o ganho mdio dirio, para reduzir o perodo de produo e aumentar a lucratividade. Para se obter lucros mais atrativos, seria necessrio a expanso da atividade.