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PROJETO CANAÃ: TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA, AGROECOLOGIA E EDUCAÇÃOAMBIENTAL RELATÓRIO EXECUTIVO APRESENTAÇÃO O projeto Canaã foi estabelecido por meio do Edital 002/2016 para o Projeto “Capacitação dos moradores do Assentamento Canaã, no entorno do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, no município de Bodoquena – MS”. Esse projeto é executado por meio do Convênio nº 002/2015, firmado entre o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) e a Fundação Neotrópica do Brasil (FNB). JUSTIFICATIVA Atualmente o Assentamento Canaã (A. Canaã) possui aproximadamente 50 famílias com lotes no assentamento, sendo que destas 37 famílias residem e sobrevivem do lote. Contudo, a maioria das pessoas que possuem lotes dentro do A. Canaã trabalha na cidade de Bodoquena para complementar a renda familiar, retornando para o lote nos fins de semana. Aproximadamente 15 crianças residem no A. Canaã e estudam na área urbana de Bodoquena MS, tendo em vista que Escola Municipal do assentamento foi desativada no final de 2013. Preocupante também é o envelhecimento da população local (média de idade dos moradores é de 50 anos). Ao mesmo tempo, muitos lotes estão sendo vendidos para outras pessoas, muitas vezes sem vínculos com a região e sua fragilidade, para tornarem-se chácaras de lazer ou empreendimentos turísticos, onde se observa algumas estruturas para camping e trilhas. Diante dessa realidade, a capacitação para o desenvolvimento de atividades de baixo impacto sobre os recursos ambientais do entorno do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, como o Turismo de Base Comunitária (TBC) e a implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs), apresentam-se como alternativas para os assentados do Canaã. Dessa forma, poderão garantir sua permanência na região, gerar renda localmente e melhorar a qualidade de vida. Paralelamente é importante contribuir para a formação das crianças e adolescentes para uma

PROJETO CANAÃ: TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA, …...Grande e após a apresentação do projeto, aceitou prontamente o convite para ministrar a primeira oficina de capacitação “Fortalecimento

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PROJETO CANAÃ:

TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA, AGROECOLOGIA E EDUCAÇÃOAMBIENTAL

RELATÓRIO EXECUTIVO

APRESENTAÇÃO

O projeto Canaã foi estabelecido por meio do Edital 002/2016 para o Projeto

“Capacitação dos moradores do Assentamento Canaã, no entorno do Parque Nacional da Serra

da Bodoquena, no município de Bodoquena – MS”. Esse projeto é executado por meio do

Convênio nº 002/2015, firmado entre o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) e a Fundação

Neotrópica do Brasil (FNB).

JUSTIFICATIVA

Atualmente o Assentamento Canaã (A. Canaã) possui aproximadamente 50 famílias com

lotes no assentamento, sendo que destas 37 famílias residem e sobrevivem do lote. Contudo, a

maioria das pessoas que possuem lotes dentro do A. Canaã trabalha na cidade de Bodoquena

para complementar a renda familiar, retornando para o lote nos fins de semana.

Aproximadamente 15 crianças residem no A. Canaã e estudam na área urbana de

Bodoquena MS, tendo em vista que Escola Municipal do assentamento foi desativada no final

de 2013. Preocupante também é o envelhecimento da população local (média de idade dos

moradores é de 50 anos). Ao mesmo tempo, muitos lotes estão sendo vendidos para outras

pessoas, muitas vezes sem vínculos com a região e sua fragilidade, para tornarem-se chácaras

de lazer ou empreendimentos turísticos, onde se observa algumas estruturas para camping e

trilhas.

Diante dessa realidade, a capacitação para o desenvolvimento de atividades de baixo

impacto sobre os recursos ambientais do entorno do Parque Nacional da Serra da Bodoquena,

como o Turismo de Base Comunitária (TBC) e a implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs),

apresentam-se como alternativas para os assentados do Canaã. Dessa forma, poderão garantir

sua permanência na região, gerar renda localmente e melhorar a qualidade de vida.

Paralelamente é importante contribuir para a formação das crianças e adolescentes para uma

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maior consciência quanto a importância da conservação da biodiversidade local, incluindo o

Parque Nacional da Serra da Bodoquena.

OBJETIVO

O presente projeto é dividido em três metas: 1) capacitação da comunidade para o

turismo de base comunitária; 2) implementação de método alternativo de produção (sistema

agroflorestal) e 3) educação ambiental.

A primeira meta visa capacitar os moradores do A. Canaã, localizado no entorno do

Parque Nacional da Serra da Bodoquena, no município de Bodoquena – MS, para o

desenvolvimento do turismo de base comunitária. Para tanto, estão previstas ações de

capacitação de jovens e adultos da comunidade local para atuarem no turismo, com a realização

de oficinas com as seguintes temáticas: 1) Fortalecimento comunitário; 2) Introdução ao

Turismo de Base Comunitária (TBC); 3) Parque Nacional da Serra da Bodoquena; 4) Produção

agropecuária aliada ao ecoturismo; 5) Legislação Ambiental; 6) Relações interpessoais e

atendimento ao turista; 7) Recursos Hídricos em relevo Cárstico; 8) Educação Ambiental com

abelhas nativas sem ferrão; 9) Alternativas Sustentáveis em Conservação Ambiental; 10)

Empreendedorismo; e 11) Oficina Motivacional.

A segunda meta do projeto (implementação de método alternativo de produção) visa

implantar em 50 lotes selecionados do Assentamento Canaã o Sistema Agroflorestal, através da

capacitação dos moradores para plantio de mudas de espécies arbóreas nativas e de plantas de

espécies agrícolas, visando a produção e a recuperação florestal, principalmente de matas

ciliares em suas propriedades. Busca-se ainda otimizar o uso da terra, conciliando a produção

florestal com a produção de alimentos, conservando o solo e diminuindo a pressão pelo uso da

terra para produção agrícola.

Já a terceira meta (programa de Educação Ambiental), visa o aprendizado e a

sensibilização ambiental por meio de palestras, aulas de campo e observação aves com os alunos

da Escola Municipal Dr. Arnaldo Estevão Figueiredo, na cidade de Bodoquena/MS, visto que a

Escola municipal do A. Canaã foi desativada em 2013, antes do início deste Projeto

impossibilitando o trabalho com as crianças da escola local.

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META 1: COMUNIDADE DO ASSENTAMENTO CANAÃ (JOVENS E ADULTOS)

CAPACITADA PARA O DESENVOLVIMENTO DO ECOTURISMO DE BASE COMUNITÁRIA.

Etapa 1: Divulgar o projeto e mobilizar a comunidade local para participar das diferentes

atividades previstas.

ATIVIDADES

08/set 2016 - Apresentação do Projeto Canaã para a Prefeitura Municipal de

Bodoquena e Agência Estadual de desenvolvimento Rural (Agraer): A Fundação Neotrópica

realizou duas atividades na cidade de Bodoquena -MS. A primeira consistiu em uma

apresentação do projeto ao Conselho Municipal de Meio Ambiente e posterior visita técnica ao

Assentamento Canaã, acompanhada pelo secretário adjunto de obras do município e morador

do Assentamento.

A segunda atividade consistiu em firmar parcerias entre a Fundação Neotrópica

e a AGRAER (Agraer/Bodoquena e a Coordenadoria Regional Anastácio), com a apresentação do

Projeto Canaã a coordenadora Regional de Anastácio, Vera Lucia Golze e a técnica Jane Cléia

Stein. A primeira conversa com a Coordenadoria da Regional de Anastácio ocorreu às 10 horas

da manhã, no prédio da Secretaria da Fazenda onde atualmente está instalado o setor da

Agraer/Bodoquena. A conversa ocorreu de forma rápida e foi remarcada para sexta-feira

(09/09/2016).

09/set 2016 - Apresentação do Projeto Canaã para a Agência Estadual de

desenvolvimento Rural (Agraer): No dia 09 de setembro, a reunião com a Agraer Regional –

Anastácio ocorreu às 7 horas e 30 minutos, no prédio da Secretaria de Fazenda/Agraer (Figura

1). O Projeto Canaã foi apresentado a regional que se posicionou de forma favorável e

interessada em participar do projeto. Ficou acordado que para oficializar a parceria entre a

Fundação Neotrópica e a Agraer será redigido um termo de reciprocidade entre as partes,

cabendo a Agraer dar suporte técnico ao projeto na capacitação e ações práticas do SAFs

(Sistemas Agroflorestais), tendo em vista a experiências da Rede de Agroecologia e do corpo

técnico que a mesma agência possui. O documento está assinado e será homologado no dia 13

de maio, durante evento do aniversário da cidade de Bodoquena.

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09/out 2016 - Apresentação do Projeto Canaã na Rede da Economia Solidária:

Foi realizada uma visita a Central de Comercialização da Economia Solidária localizada na Rua

Marechal Rondon, no centro da cidade de Campo Grande, MS (Figura 2). A Central nasceu de

uma valiosa parceria entre os Empreendedores Econômicos Solidários, Fórum Estadual de

Economia Solidária (FEES/MS) e o Governo do Estado, por meio da Fundação do Trabalho

(Funtrab). A loja recebe diversos produtos das famílias, grupos e associações cadastradas na

rede da economia solidária, principalmente da agricultura familiar e dos grupos tradicionais

(quilombolas e indígenas) oferece uma variedade de produtos como, por exemplo, artesanato,

biojóias, cerâmicas, cestarias, panos de pratos, crochê, além de dispor de uma pequena feira

onde são expostos os produtos hortifrutigranjeiros, compostas, doces e rapadura. O Projeto

Canaã foi apresentado a Claurinda de Oliveira (gestora financeira da loja) e a Sebastiana Almire

(integrante do FEES/MS). Ambas se interessaram pelo projeto e se colocaram à disposição para

participar da primeira oficina “Fortalecimento Comunitário”, com o objetivo de sensibilizar os

participantes do projeto a trabalharem em cooperação para fortalecer o grupo (Figura 2).

Figura 1: Reunião com a AGRAER – Regional de Anastácio.

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03/out 2016 - Apresentação do Projeto Canaã na Universidade Federal de

Mato Grosso do Sul (Campo Grande): A reunião com a Professora Dalva Mirian Coura Aveiro

(Pró-reitora de Extensão UFMS/Campo Grande, Coordenadora da Incubadora Tecnológica de

Cooperativas Populares ITCP-MS), ocorreu às 16h00min, no prédio da Pró-Reitoria – Hércules

Maymone/UFMS (Figura 3). O Projeto Canaã foi apresentado à professora, que já havia

demonstrado interesse em conhecer a proposta. A mesma solicitou esta reunião em Campo

Grande e após a apresentação do projeto, aceitou prontamente o convite para ministrar a

primeira oficina de capacitação “Fortalecimento Comunitário”.

Figura 2: Centro de Comercialização da Economia Solidária.

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Figura 3: Apresentação do Projeto a Professora Mirian na UFMS.

13/out 2016 - 1° Reunião do Projeto com os moradores do A. Canaã: A

Fundação Neotrópica realizou reunião de mobilização da comunidade e apresentação do

projeto no A. Canaã. A reunião ocorreu na escola do assentamento (atualmente desativada), às

9 horas da manhã, onde foi apresentada a proposta do Projeto Canaã aos moradores, com o

objetivo de identificar a percepção e aceitação por parte dos assentados (Figura 4). Durante a

reunião estavam presentes moradores; parceiros (ICMBio, AGRAER/Bodoquena) e demais

entidades, como o COMTUR, Associação de Artesãos de Bodoquena e a RPPN Cara da Onça.

Após a apresentação e a explanação sobre os três eixos norteadores que compõem o Projeto

Canaã – Turismo de Base Comunitária (TBC), Sistemas Agroflorestais (SAFs) e Educação

Ambiental – foram utilizadas metodologias participativas como a Linha do Tempo e o Mapa

Falado (Figuras 5 e 6) com o intuito de realizar o levantamento histórico e a caracterização do

assentamento a partir dos relatos dos próprios assentados.

A utilização desta técnica participativa durante a reunião possibilitou criar um ambiente

acolhedor que estimulou o compartilhamento de experiências e a participação de todos. A

atividade transcorreu de forma tranquila, embora deixasse evidentes os diferentes contextos

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(social, econômico e cultural) em que os assentados estão inseridos (com lotes sobrepostos pelo

Parque Nacional Serra da Bodoquena, vizinhos do empreendimento turístico “Boca da Onça” e

da terra indígena Kadiwéu). O emprego das ferramentas de diálogo do DRP (Diagnostico Rural

Participativo) permitiu identificar os desafios e potencialidades existentes no local.

A atividade Árvore dos Sonhos (Figura 7) teve como objetivo identificar os desejos as

aspirações de que os moradores almejam para o futuro do Canaã.

Figura 4: Apresentação do Projeto Canaã aos participantes da 1° Reunião.

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Figura 5: Construção da Linha do Tempo com os moradores.

Figura 6: Construção do Mapa Falado pelos moradores.

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21/out 2016 - Mobilização no A. Canaã: A Fundação Neotrópica em conjunto

com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizou um trabalho

de mobilização no Assentamento Canaã – Bodoquena/MS. A atividade consistiu em visitas

domiciliares aos moradores para convida-los a participar da próxima reunião do Projeto. A

mobilização foi realizada nas três linhas (estradas) do Assentamento: Linha do Palhadão, do

Córrego Seco e Salobra. Os convites (Figura 8) foram distribuídos aos moradores e relatado uma

previa do projeto, os moradores se mostraram favorável ao projeto e solícitos a participarem.

Figura 7: Produto final – Árvore dos Sonhos.

A FUNDAÇÃO NEOTRÓPICA DO BRASIL CONVIDA TODOS OS

MORADORES DO CANAà PARA A 2° REUNIÃO DO “PROJETO CANAÔ

DATA: 23/10/2016 (Neste Domingo) - LOCAL: CASA DA DONA CIDA E SEU BEIJA.

HORÁRIO: 8:00 HORAS

CONTAMOS COM SUA PRESENÇA!

Figura 8: Convite entregue aos moradores.

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Durante as visitas a equipe técnica do projeto pôde conhecer melhor a realidade dos

moradores e identificar as diferenças ambientais e sociais existentes no assentamento. A visita

também favoreceu estreitar o vínculo de confiança com os moradores, bem como identificar as

principais dificuldades e anseios de cada linha do Assentamento, assim como as potencialidades

de cada uma delas. Outro fator importante identificado durante as visitas foi a comunicação

entre os assentados evidenciando que o projeto está sendo bem aceito e comentado (Figuras 9

a 11).

Figura 9: Casa da Rosilene - linha do Palhadão.

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Figura 10: Casa do Sr. Beijamim - Linha do Córrego Seco.

Figura 11: Casa do Lourenço – Linha do Salobra.

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23/out 2016 - 2° Reunião do Projeto com os moradores do A. Canaã: Fundação

Neotrópica realizou a segunda reunião do Projeto Canaã. A reunião ocorreu na casa da Dona Cida

e Seu Beija, casal que está presente no assentamento desde sua criação (Figura 12). Este

encontro contou com um número expressivo de participantes, reflexo da mobilização realizada

na sexta-feira (21/10/2016), onde os moradores foram visitados e convidados pessoalmente pela

equipe de trabalho do projeto.

O encontro teve como principal objetivo realizar junto aos moradores um levantamento

socioeconômico e identificar a relação de poder existente dentro do assentamento,

principalmente a questões referentes a gênero. Para tanto foram utilizadas ferramentas

participativas para identificar quais atividades econômicas são desenvolvidas nos lotes e o papel

que as mulheres exercem (político e organizacional) no Canaã.

Utilizou-se como ferramenta de análise temporal a Rotina Diária com o intuito de

conhecer o cotidiano dos moradores, as atividades desenvolvidas durante o dia de trabalho e a

disponibilidade de tempo de cada um deles para a realização de outras atividades. A atividade

foi realizada separando os moradores em dois grupos (homem e mulher), para identificar quais

Figura 12: Moradores do Assentamento presentes na reunião.

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as dificuldades e potencialidades encontradas na realização dos trabalhos no lote segundo o

gênero.

A separação dos grupos por gênero facilitou compreender a dinâmica dos lotes e as

atividades desenvolvidas (pecuária, hortaliças, queijo e doces, pimenta e pequenos animais).

Durante a atividade foi identificado que dentro do assentamento existem mulheres que fazem

pintura, bordado e crochê. A metodologia utilizada evidenciou que o melhor dia para realizar as

reuniões do projeto é o domingo.

Outra ferramenta participativa foi a Chuva de Ideias, que é uma metodologia que

estimula os moradores a relatarem os problemas existentes no assentamento. A utilização da

pergunta-chave: “Quais os principais problemas enfrentados pelas famílias do Canaã hoje?”

desencadeou diversas respostas que orientaram o planejamento das atividades da última

reunião, realizada no dia 13 de novembro, onde foi elaborado o Plano de Ação Participativo.

Dentre as problemáticas levantadas pelos moradores, a falta de água, a perda de

produtividade do solo, a erosão e a desmobilização comunitária foram as mais frequentes.

Portanto para realizar o fechamento da atividade e da reunião estimulamos a reflexão crítica da

realidade a partir dos elementos trazidos por eles na Chuva de Ideias, problematizando as falas

e fazendo com que eles identificassem que foram as próprias atitudes deles que ocasionaram

essas consequências (causa e efeito).

Após o termino da atividade foi realizado a avalição da reunião pelos moradores. Foi

pedido aos participantes que falassem de forma simples o que eles acharam da reunião; do

projeto; da forma que a equipe conduziu os diálogos; se eles teriam algo mais a acrescentar e

alguma queixa ou sugestão a fazer. Todos se colocaram a favor do projeto e que estão animados

pela movimentação que já está sendo realizada no assentamento.

07/nov 2016 - Apresentação do Projeto Canaã no SEBRAE: Fundação

Neotrópica do Brasil realizou uma reunião com Adelino Costa Marques, gestor de Serviços de

Apoio às Micros e Pequenas Empresas – SEBRAE (Figura 13). O Projeto Canaã foi apresentado ao

gestor, que já havia demonstrado interesse em conhecer a proposta anteriormente. Após a

apresentação do projeto, Adelino aceitou prontamente o convite para ministrar a oficina de

capacitação “Empreendedorismo”, pois o SEBRAE já desenvolveu trabalhos semelhantes com

pequenos produtores do Assentamento Guaicurus – Bonito, com o apoio técnico a produção de

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alimentos orgânicos; e no distrito de Morraria do Sul – Bodoquena, onde auxiliou na logomarca

da agroindústria “Sabores Naturais de Morraria”.

09/nov 2016 – Mobilização na cidade de Bodoquena: A Fundação Neotrópica

do Brasil realizou a divulgação do Projeto Canaã na Rádio Comunitária Serra da Bodoquena

(104,9 FM) e na feira livre da cidade, com o objetivo de mobilizar e informar os moradores de

Bodoquena que possuem lote no Assentamento Canaã sobre as atividades e as datas das

reuniões do projeto. O chefe do Departamento de Cultura da Secretaria Municipal de Turismo,

Cultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico e também locutor da Rádio Serra da

Bodoquena Valdir Pereira nos recebeu na Secretaria de Turismo, onde foi apresentado o projeto

e solicitado que o locutor divulgasse a data da próxima reunião durante seu programa na rádio

(Figura 14). Foram divulgadas as datas das reuniões durante seu programa no horário do almoço,

no espaço destinado a utilidade pública.

Após a conversa com Valdir Pereira foi realizada uma visita à feira livre da cidade com a

finalidade de identificar quais famílias do Canaã trabalham na feira e quais os produtos por elas

comercializados (Figura 15).

Figura 13: Reunião no SEBRAE/Bonito.

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Figura 14: Apresentação do Projeto Canaã ao locutor Valdir Pereira.

Figura 15: Família do Canaã organizando a banca na feira.

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13/ nov 2016 - 3° Reunião do Projeto com os moradores do A. Canaã: A

Fundação Neotrópica realizou a terceira reunião do Projeto Canaã. A reunião ocorreu na escola

do assentamento. Os moradores definiram a escola como local para realizar as reuniões e

futuras oficinas de capacitação do projeto, pois pretendem reativar o lugar. O encontro contou

com um número expressivo de participantes, reflexo da mobilização realizada na quinta-feira

(10/11/2016), quando a grande maioria foi visitada e convidada pessoalmente pela equipe de

trabalho do projeto. O Projeto foi retomado e novamente explicado aos moradores

evidenciando os três eixos temáticos para auxiliar na tomada de decisões durante a elaboração

do Plano de Ação. A reunião teve como principal objetivo construir o Plano de Ação Participativo

e definir as prováveis datas para a realização das oficinas em conjunto com os moradores (Figura

16).

Figura 16: Moradores do Assentamento presentes na reunião.

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Após a reunião, o Chefe do Parque Nacional Serra da Bodoquena, Sandro Roberto da

Silva Pereira, explanou sobre a possível abertura do Parque para o turismo (uso público).

Também foram sanadas algumas dúvidas que os moradores possuíam sobre a regularização

fundiária na área do Assentamento que foi sobreposta pelo Parque, a restrição do uso do solo,

entre outros (figura 17). A fala do diretor Sandro estimulou os moradores a realizarem a

atividade turística, pois a abertura do Parque para o turismo irá beneficiar os moradores do

Canaã que poderão vender seus produtos (doces, compotas, queijos e artesanatos) e serviços

aos visitantes (hospedagem e alimentação), como também trabalhar com o atendimento e

apoio (guias) a estes turistas que passaram pelo assentamento para acessar as trilhas do Parque.

Desta forma os moradores começaram a ver o Parque como parceiro.

Figura 17: Sandro falando sobre a abertura do Parque para Uso Público.

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11/nov 2016 - 1° Reunião do Grupo de Mulheres: No período da tarde

aconteceu a primeira reunião do grupo das mulheres que foi agendada durante a terceira

reunião de mobilização (13/11/2016). Na elaboração do Plano de Ação Participativo as

moradoras se demostraram interessadas em reativar o grupo de mulheres que existia no

assentamento.

A equipe técnica do projeto realizou uma sondagem com o objetivo de conhecer o

histórico de atuação do grupo, assim como a organização e as atividades que eram

desenvolvidas. Para tanto foi utilizada a ferramenta participativa “Linha do Tempo” (análise

temporal), para realizar o levantamento histórico do grupo de mulheres a partir dos relatos das

próprias assentadas (Figura 18).

11/ jan 2017 - Reunião com a Secretária de Turismo, Meio Ambiente,

Desenvolvimento Econômico e Cultura de Bodoquena: a Fundação Neotrópica do Brasil

realizou uma reunião com a Secretária de Turismo, Meio Ambiente, Desenvolvimento

Econômico e Cultura do município de Bodoquena, Vivian Barbosa da Cruz e com o Diretor de

Meio Ambiente, Danilo Ângelo dos Santos (Figura 19).

Durante a reunião foram idealizadas futuras ações que serão realizadas pelo projeto

Canaã, bem como dialogado uma futura parceria entre a fundação Neotrópica do Brasil e a nova

Figura 18: Participantes da primeira reunião do Grupo das Mulheres.

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gestão municipal tanto nas atividades do Projeto Canaã quanto em novos projetos focando a

questão ambiental do município. A primeira solicitação da equipe técnica junto a prefeitura foi

o auxílio transporte para deslocar os participantes das oficinas a primeira visita técnica do

módulo Turismo de Base Comunitária, a secretária de Turismo Vivian em nome da Prefeitura

cedeu ao Projeto um micro-ônibus (20 lugares), utilizado no transporte escolar rural e o

motorista para a realização desta atividade.

Figura 19: Reunião com a Secretária de Turismo, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Cultura.

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Etapa 2: Realizar oficinas de capacitação em ecoturismo de base comunitária para os

moradores do A. Canaã participantes do projeto.

ATIVIDADES

27/nov 2016 - 1° Oficina “Fortalecimento Comunitário”: Conforme as

demandas dos moradores identificadas durante a elaboração do Plano de Ação Participativo, a

primeira oficina teve como objetivo estimular/fortalecer a organização social dos moradores e

apresentar as diferenças e benefícios entre o associativismo e o cooperativismo nos moldes da

economia solidária. A mesma foi ministrada pela, Professora Dalva Mirian Coura Aveiro (UFMS

– Campo Grande) que conduziu a oficina por meio de diálogos com os moradores, metodologia

pedagógica esta que motivou os participantes a relatarem oralmente as experiências que

vivenciaram com a antiga associação do Canaã. A Professora explicou tranquilamente todos os

pontos levantados durante a conversa, sanou dúvidas e trouxe exemplos de três municípios em

que atua (Naviraí, Maracaju, Sidrolândia), onde o cooperativo e a economia solidária vem

apresentando resultados positivos com práticas econômicas (produção e comercialização) e

organização social (fortalecimento e valorização do grupo). Para tanto a professora trouxe os “7

Princípios do Cooperativismo” para auxilia-los na organização da comunidade e apresentando

Figura 20: Apresentação dos 7 Princípios do Cooperativismo.

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os papeis e deveres dos membros associados para o bom funcionamento da cooperativa

e/ou associação (Figura 20).

11/dez 2016 - 2° Oficina “Introdução ao Turismo de Base Comunitária - TBC”: Durante

a elaboração do Plano de Ação Participativo foi identificado que os moradores do A. Canaã

tinham dificuldade em compreender como se realizava a cadeia produtiva do turismo, portanto

esta oficina teve como objetivo esclarecer aos moradores aos seguintes questionamentos: O

que é o turismo? Como é desenvolvido? Quais são as demandas e serviços turísticos? O que é o

Turismo de Base Comunitária?

A oficina foi ministrada pela Professora Isabelle de Fátima Silva Pinheiro (Turismo

UFMS/Aquidauana), que conduziu a oficina em forma de diálogos visando estimular a

participação dos moradores. A Professora Isabelle utilizou recursos didáticas como o aparelho

de data show, som, vídeos e cartolinas na apresentação da temática trabalhada, assim como

metodologias participativas e atividades em grupos para possibilitar a troca de conhecimento e

experiências entre os participantes.

A temática foi abordada em forma de conversa visando identificar o nível de

conhecimento dos participantes sobre o tema proposto. A apresentação dos slides foi realizada

de forma a complementar as falas relatadas pelos participantes, comparando os conceitos

técnicos do turismo com as vivências descritas no cotidiano dos moradores. Desta forma a

Professora direcionou sua fala para explicar como se realiza/materializa a atividade turística.

A oficina possibilitou aos moradores debater sobre qual perfil turístico (turismo/turista)

gostariam de desenvolver/receber no assentamento Canaã, assim como estimulou nos

moradores um novo “olhar” sobre o turismo e o lugar onde moram. A professora finalizou sua

fala dando ênfase na organização e controle social da atividade turística, pois somente desta

forma será realizado o Turismo de Base Comunitária (Figura 21).

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15/jan 2017 - 3° Oficina “Parque Nacional da Serra da Bodoquena”: A oficina

de capacitação teve como principal objetivo sanar as dúvidas que os moradores possuíam sobre

o Parque referentes as áreas em aquisição pelo PARNA, ou seja, a situação fundiária e a abertura

destas para a visitação. Portanto a oficina buscou esclarecer as dúvidas e apresentar as

propostas que estão em andamento no Conselho Gestor da Unidade para o uso público, focando

na porção norte do Parque e as áreas próximas ao Assentamento Canaã.

Ministrada pelo chefe do Parque, Sandro Pereira a oficina trouxe aos moradores uma

apresentação com imagens que identificaram os potenciais turísticos do local e estimulou a

formação de parcerias entre os moradores e o parque no desenvolvimento do Turismo de Base

Comunitária (TBC), a partir do fortalecimento comunitário. Devido as belezas naturais

encontrada no local tanto da flora quanto da fauna, aspectos geomorfológicos, nascentes e

cavernas, rios com água cristalinas, a beleza cênica e os valores históricos e culturais dos

moradores do Assentamento Canaã tornam a área possuidora de características impares para o

desenvolvimento do turismo.

Figura 21: Apresentação da Oficina de TBC.

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As potencialidades levantadas foram a caminhada de médio e longo percurso, a

observação da vida silvestre (aves), cicloturismo, banho de rio e cachoeiras, espeleomergulho,

ocorrência de cavidades naturais (cavernas) e contemplação da natureza. Todos estes

elementos naturais somados juntamente com os saberes das comunidades locais produzem um

espaço de troca de experiência que atrai uma gama de turistas que variam desde o turismo

científico ao turismo de vivência (Turismo de Base Comunitária). Compreendendo a atividade

turística como alternativa para o desenvolvimento de atividades com baixo impacto sobre os

recursos ambientais do entorno do Parque Nacional da Serra da Bodoquena e complementação

da renda familiar dos moradores (Figura 22).

26/jan 2017 - 4° Oficina: “Produção Agropecuária aliada ao ecoturismo”: A

oficina foi ministrada pelos Professores, Edvaldo Cesar Moretti (Geografia UFGD/Dourados) e

Silvana Aparecida Lucato Moretti (Turismo UEMS/Dourados).

Os professores trouxeram exemplos da atividade turística conciliado com a agrícola

principalmente relatando as experiências realizadas pelos professores nos intercâmbios

Figura 22: Apresentação dos slides com fotos da área do Parque próximas ao Assentamento Canaã.

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realizados entre a Universidade Federal da Grande Dourados, a Universidade de Habana

(Havana/Cuba) e a Universidade Eduardo Mondlane (Maputo/Moçambique). A primeira fala foi

realizada pelo Professor Edvaldo que apresentou o Parque Nacional de Viñales e a abertura do

turismo em Cuba a partir do Ecoturismo.

O professor abordou o tema de forma a estimular a organização social para a realização

do turismo, entendendo esta atividade como fator de melhoria de renda para o pequeno

produtor rural e para sua manutenção na terra. Para tanto é fundamental compreender que o

turismo comunitário em áreas rurais, deve ser pensado e tratado a partir do fortalecimento

comunitário e respeitando os desejos e anseios da comunidade para implementar a atividade

turística em consonância com as atividades sociais, econômicas e culturais desenvolvidas pelos

moradores do local.

A Professora Silvana presentou o alimento como potencialidade para o Turismo de Base

Comunitária, pois a tendência em consumir alimentos saudáveis, produzido em pequena escala

e a valorização dos locais que apresentam algo diferente se torna um forte atrativo para o

turismo gastronômico. “O turista, além de conhecer o local, tem interesse em interagir com a

comunidade, e um dos elementos centrais para esta interação é a comida, portanto o turismo

gastronômico vem ganhando cada vez mais espaço”, Professora Silvana, (Figura 23).

Figura 23: Ministração da 4ª oficina.

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12/ fev 2017 - 5° Oficina: “Legislação e Licenciamento Ambiental: A oficina foi

ministrada pelo Msc. Rodolfo Portela, Gestor Ambiental e técnico da Fundação Neotrópica do

Brasil. Teve como objetivo explanar sobre o Novo Código Florestal e relatar a importância do

licenciamento paras as atividades agrícolas e turísticas desenvolvidas no Assentamento. Este

tema foi sugerido pelos moradores durante a elaboração do Plano de Ação Participativo, pois

muitos encontravam dificuldades para compreender as alterações realizadas pela Novo Código

Florestal (Lei N° 12.651/2012), para Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL),

assim como apresentavam dúvidas sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR), e quais órgãos

públicos são responsáveis por realizar o cadastro, licenciamento e regularização ambiental.

Durante a apresentação foram levantados vários questionamentos ao palestrante sobre

como regularizar as propriedades aderindo as especificações do novo código. Após a

apresentação do tema o palestrante respondeu às perguntas levantadas durante a oficina e

passou a fala para o técnico da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural

AGRAER/Bodoquena, Airton Garcez que repassou informações sobre a inscrição do CAR no

município. Depois de todas informações repassadas a equipe técnica retomou a fala para

convidar e explicar aos moradores como seriam realizadas as oficinas de capacitações em

Sistemas Agroflorestais (SAFs), em áreas teste do assentamento (Figura 24).

Figura 24: Apresentação do tema “Legislação aplicada à pequena propriedade eem área rural”.

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12/mar 2017 - 6° Oficina: “Relações interpessoais e atendimento ao turista”:

A oficina foi ministrada pela Professora Priscila Varges (Turismo UFMS/Campo Grande). A

palestrante abordou o tema proposto de forma a estimular a organização social dos moradores

tanto para receber os turistas quanto para fortalecer a comunidade, pois o Turismo de Base

Comunitária somente se realiza em locais que possuem forte organização social. Para tanto a

Professora Priscila conduziu a oficina relatando as experiências que teve com as respostas dos

turistas na cidade de Bonito ao aplicar a pesquisa com o tema “Turismo, Água e Conservação

Ambiental” evidenciando a crescente busca do turista por locais que apresente uma natureza

bem conservada, em especial as águas cristalinas de Bonito e Bodoquena.

Desta forma a professora sensibilizou a comunidade a recuperar as áreas de APP,

principalmente as matas ciliares e motivou os moradores a participarem dos mutirões para

recuperação de área degradada com o Sistema Agroflorestal (SAF). A professora salientou a

importância de a comunidade estar inserida na atividade turística como protagonista,

escolhendo como e qual o perfil de turista que querem trabalhar, visando a melhoria da

qualidade de vida, geração de renda e conservação ambiental (Figura 25).

Figura 25: Professora Priscila apresentando o tema.

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26/mar 2017 - 7° Oficina: “Recursos Hídricos em relevo Cárstico”: O Engenheiro

Ambiental e Diretor de Meio Ambiente, Danillo Ângelo dos Santos trouxe para os assentados

informações sobre como utilizar os recursos naturais em relevo Cárstico de forma a evitar a

contaminação e poluição dos recursos hídricos.

O assentamento Canaã está localizado em uma área de Recarga do Aquífero Guarani e

devido a formação calcária a água apresenta uma concentração elevada em sais minerais o que

ocasiona o sabor salobra nas águas da região. Desta forma o palestrante abordou o ciclo das

águas para exemplificar as causas e fatores que favorecem a contaminação dos rios e corpos

d’água.

Para tanto foram apresentados métodos alternativos de baixos custos voltados a

preservação dos rios, poços e corpos d’água utilizadas em área rural para evitar a contaminação

e poluição dos recursos hídricos.

A primeira alternativa apresentada foi o manejo do gado, pois o acesso de animais aos

cursos d’água no assentamento é uma realidade comum e vem ocasionando o assoreamento do

leito do rio, portanto a instalação de bebedouros para o gado, e o isolamento da Área de

Preservação Permanente (APP), como as matas ciliares são alternativas de baixo custo que

geram qualidade de vida ao moradores e qualidade ambiental quando assegura a qualidade da

água consumida pela propriedade rural.

A segunda alternativa foi o Clorador Embrapa é um sistema simples de descontaminação

de águas provenientes de poços e minas em propriedade rurais. O sistema consiste na adição

de cloro nos reservatórios de água da propriedade para eliminar germes causadores das

seguintes doenças: hepatites, diarreia, tifo, giardíase entre outras ocasionadas pela

contaminação da água por fezes humanas e de animais. O aparelho é simples e barato podendo

ser encontrado em casas de departamento rurais e pode ser instalado pelo próprio proprietário

(Figura 26).

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02/abr 2017 - 9° Oficina: “Educação Ambiental com abelhas nativas sem

ferrão”: A oficina foi ministrada por João Marcelo Kassar (Paisagista e Coordenador da

Federação de Apicultura e Meliponicultura do Estado de Mato Grosso do Sul - FEAMS) e Marcos

José Wolf (Mestre em Biologia Animal pela UFMS), ambos integrantes do Projeto Enxameia. O

projeto Enxameia tem como objetivo desenvolver a Educação Ambiental por meio do

conhecimento das abelhas que existem em nosso país e no mundo, priorizando as espécies

nativas do Brasil, mas também abordando aquelas introduzidas pelo ser humano. Desta forma

busca-se sensibilizar a população da importância das abelhas para os ecossistemas, tendo em

vista, que poucos sabem da relação deste pequeno animal com a polinização, produção de

alimentos e manutenção da biodiversidade ).

Os palestrantes apresentaram aos moradores algumas espécies que ocorrem com maior

frequência na região diferenciando seus hábitos, forma de organização do ninho e

armazenamento do mel que possui um alto valor medicinal. Entre as espécies apresentadas

estavam: as Mirins, Lambe-olhos, Jataí, Jataizão, Marmelada, Mandaguari, Mandaçaia-

pantaneira, Mandaçaia-da-terra, Uruçu-do-planalto-central. Todas as espécies foram

Figura 26: Palestrante explicando o funcionamento do Clorador aos moradores.

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apresentadas com as variações do nome popular, o tamanho e fisiologia do animal, a quantidade

e variação do sabor do mel produzido, as técnicas de coleta e beneficiamento do mel (Figura

27).

Após a parte teórica da oficina os moradores foram convidados a irem para a área

externa da escola para que pudessem visualizar as comédias de 3espécies abordadas durante a

oficina Lambe olhos (Leurotrigona Muelleri), Mirim (Plebeia Julianii) e Marmelada

(Frieseomelitta Varia). As caixas didáticas possuem uma de suas paredes de acrílico, o permitiu

aos moradores uma visão total do interior da colmeia, as pessoas foram se aproximavam em

grupos de 4 pessoas observarem a estrutura, organização e funcionamento dos ninhos de cada

espécie, cada caixa didática possuía um enxame pequeno de abelhas sem ferrão segundo as

espécies já mencionadas (Figura 28).

Figura 27: Explicação sobre os diferentes tipos de ninhos e armazenamento de mel.

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09/abr 2017 - 10° Oficina: “Alternativas sustentáveis em conservação

Ambiental”: A oficina foi ministrada pelas integrantes da equipe do Projero Canaã, Nayara

Stacheski, Bióloga – Analista Ambiental do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, e Isis

Rodrigues Reitman, Geógrafa – técnica da Fundação Neotrópica do Brasil e teve como eixo

central apresentar alternativas sustentáveis aos moradores do Assentamento Canaã

evidenciando a importância de desenvolver boas práticas para conservar a qualidade das águas

e solos em relevos Cárstico.

Foram apresentados quatros sistemas de reaproveitamento de água e dejetos em

propriedades rurais, como, por exemplo, o sistema de reutilização das águas de chuvas, Ciclo de

Bananeiras, Jardins Filtrantes e Fossa Séptica Biodigestora.

Os modelos de captação e reutilização da água das chuvas e os círculos de bananeiras

foram bem aceitos pelos moradores devido seu baixo custo de implantação, já a fossa séptica

biodigestora se posicionou como fator de maior demanda dos moradores tendo em vista que

muitos possuem a fossa negra em suas casas e frequentemente tem que esgotar ou refaze-la

Figura 28: Grupo de moradores observando a caixa didática da abelhas.

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em outra localidade. Contudo devido as características do relevo acidentado que não permite a

perfuração de poços devido a presença de rochas superficiais e o custo mais elevado da

implantação este sistema é inviabilizado a alguns moradores (Figura 29) .

07/mai 2017 - 11°Oficina “Empreendedorismo”: O ministrante desta oficina foi

o consultor Adelino Costa Marques, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas-

SEBRAE/Bonito. Tal oficina foi muito esperada pela comunidade do assentamento Canaã, pois

muitos moradores necessitam de consultoria técnica, seja na para abrir o primeiro negócio, ou

no aperfeiçoamento/padronização do produto para o mercado, como por exemplo, rótulos

nutricionais, embalagens, logomarca, etc, tendo em vista que alguns moradores já possuem

produtos como queijos, muçarela, iogurte e pimentas que são comercializados na feira do

produtor na cidade de Bodoquena.

O palestrante apresentou aos moradores do Assentamento Canaã o Projeto do Sebrae

- No Campo, que oferece aos produtores rurais informações sobre cooperação, participação,

cooperativismo, associativismo, gestão compartilhada, planejamento e legalização de

empreendimentos coletivos. Durante a oficina as dúvidas levantadas foram explanadas aos

Figura 29: Apresentação da Oficina – Isis e Nayara.

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moradores sobre como o produtor rural pode acessar o Projeto No Campo para formalizar sua

atividade e receber benefícios tanto trabalhistas como aposentadoria, quanto participar de

compras públicas como o fornecimento de produtos para alimentação escolar do município, e

programas que priorizem a aquisição de alimentos da agricultura familiar.

Os moradores se demostraram interessados e motivados com as experiências

apresentadas durante a oficina. Após a oficina os moradores que já possuem uma agroindústria

familiar ou estão interessados em melhorar a gestão da propriedade tiveram assessoria com o

Adelino que orientou quais seriam os primeiros passos a serem seguidos e os convidou a irem

até Bonito para uma primeira conversa.

Figura 30: Oficina de Empreendedorismo -Sebrae/Bonito.

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Etapa 3: Visita Técnica de Turismo de Base Comunitária (TBC)

ATIVIDADES:

05/fev 2017 – Furnas do Dionízio: visita foi realizada na comunidade quilombola

Furnas do Dionísio, no município de Jaraguari – MS, a qual trabalha com turismo de base

comunitária e possui diversos métodos de produção agropecuária. A visita teve como objetivo

estimular a troca de saberes entre as comunidades rurais e fomentar a organização social dos

assentados na realização da atividade turística, a partir do empoderamento local. A equipe

técnica do projeto escolheu como destino para a primeira visita de campo do eixo Turismo de

Base Comunitária a Furnas do Dionísio devido a organização social existente na comunidade.

Durante a conversa com a diretoria da Asfurnas os moradores do Assentamento Canaã

levantaram alguns questionamentos, todos respondidos por Adriano que buscou enfatizar em

sua fala a gestão coletiva. Também relatou a dificuldade em buscar alternativas para capacitar

os jovens da comunidade para que os conhecimentos adquiridos possam servir e beneficiar a

comunidade, garantindo apermanência destes jovens no quilombo a partir da perspectiva de

um trabalho e renda justa e melhorar a qualidade de vida deles e da comunidade (Figura 31).

Figura 311: Roda de tereré e conversa entre A. Canaã e Furnas do Dionísio.

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META 2: IMPLANTAÇÃO DE MÉTODO ALTERNATIVO DE PRODUÇÃO POR MEIO DOS

SISTEMAS AGROFLORESTAIS – SAFS.

Etapa 1: Cadastramento das Propriedades do Assentamento Canaã no Projeto

ATIVIDADES:

17 a 19/jan 2017 – Cadastramento dos proprietários: a equipe técnica da

Fundação Neotrópica do Brasil – FNB juntamente com a estagiária Beatriz Aquino, esteve no

Assentamento Canaã para cadastramento dos proprietários. O cadastro tem como objetivo

identificar o perfil dos participantes do Projeto Canaã e selecionar uma possível área para a

implantação do Sistema Agroflorestal.

Durante a atividade foram realizados o registro fotográfico e a coleta de dados em

campo, com o auxílio de GPS para alimentar o banco de dados para o mapeamento das

atividades econômicas presente no assentamento (Figura 32).

Figura 32: Cadastramento lote Sr. Davino

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Etapa 2: Realizar oficinas de Sistemas Agroflorestais - SAFs para os moradores do A.

Canaã participantes do projeto.

ATIVIDADES:

12/fev 2017 - Recuperação de áreas degradadas e Sistemas Agroflorestais

(SAFs): A oficina foi conduzida por Pedro Oliveira de Souza, integrante da Associação dos

Agricultores Agroflorestais de Barra do Turvo e Adrianópolis (Cooperafloresta). Esta oficina teve

como intuito promover a convivência harmônica entre a comunidade e o meio ambiente, como

uma alternativa de adesão a novas fontes de renda sustentáveis e a conservação da natureza.

Após as apresentações Pedro realizou uma breve fala sobre o local onde mora trazendo

fotos e relatando características semelhantes ao A. Canaã, descreveu o funcionamento da

associação, a produção de bananas, a comercialização na feira de Curitiba e todas as conquistas

e experiências que foram adquiridas durante os 20 anos de implantação do Sistemas

Agroflorestais e da Cooperafloresta. Pedro concluiu sua apresentação destacando a

importância das Agroflorestas e realizou o convite a comunidade para que participassem

durante a semana das vivencias e práticas na implantação de SAFs e demostrar que o modelo

dá resultado (Figura 33).

Figura 33: Apresentação do Pedro a comunidade.

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02/jul 2017 – “Agroecologia”: A oficina de Agroecologia foi ministrada pelo Sr.

Airton Garcez, técnico da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural – AGRAER,

Instituição parceira do Projeto.

O objetivo da oficina foi o de abordar com os moradores a metodologia de trabalho que

posteriormente durante a semana, foi executado por meio da segunda fase de implantação dos

SAFs, que ocorreu entre os dia 3 a 7 de julho, em 3 propriedades, sendo 2 localizadas na linha

do córrego Seco e 1 na linha do córrego Azul.

O tema foi iniciado com uma breve história da agricultura convencional e seus impactos.

Em seguida, uma linha do tempo foi confeccionada sobre a história da agropecuária no A. Canaã

e quais as consequências encontradas hoje decorrentes de tal prática.

Além de abordar o contexto geral sobre tema, o Sr. Airton apresentou os consórcios agrícolas

previamente planejados para as áreas, pois o mesmo participou da elaboração dos croquis das

áreas. (Figura 34 ).

Figura 34: Oficina de Agroecologia.

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Etapa 2: Implantação dos Sistemas Agroflorestais – SAFs

13 a 17/fev 2017 – 1° mutirão de implantação do SAF: Foram selecionados 2

lotes para o plantio.

Os trabalhos do primeiro lote se iniciaram dia 13 e foram realizadas as seguintes ações

para o preparo da área: capinagem, isolamento dos animais pequenos com o cercamento do

galinheiro, e preparo das linhas de plantio. Para facilitar os tratos com as criações, no caso o

chiqueiro, foi implantado na área um caminho com as pedras retiradas do solo para o plantio.

Todas as ações foram realizadas em forma de mutirão entre os voluntários, equipe técnica do

projeto e moradores.

A área foi dividida em entre plantio em linhas e aleatório, contando com 09 linhas e 02

áreas aleatórias, intercaladas entre arbóreas, cítricas com mudas de laranjas já existentes, cana

de açúcar com sementes de abacate e leguminosas como milho, feijão crioulo e feijão guandu,

bananas e mandiocas. O processo de plantio foi de forma intercalada com as linhas das

arbóreas, canas de açúcar com a “farofa de sementes” e de abacate e as laranjas já existentes.

As duas áreas de plantio aleatórios foram: uma somente com arbóreas, arbustos e sementes de

leguminosas e forrageiras e outra somente com mudas de bananas e ramas de mandioca.

Paralelamente ao “caminho das pedras” inseriu se 15 “ramas” de hibiscos fazendo o contorno

até o chiqueiro, agregando beleza, paisagismo e cobertura vegetal. Foi possível preservar duas

mudas de goiaba existentes no terreno. Com o restante das folhagens de banana, cana e

mandioca, foi utilizado como composto para fins de adubagem e biomassa. A capinagem

também serviu de “cachecol” para as mudas (Figura 35).

Figura 35: Croqui área 1 - Sr. Ivanildo.

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Dia 15, os trabalhos se iniciaram no segundo lote com a implantação de uma horta

(Figura 36). A área destinada está próxima a residência, dentro de coqueiral constituído por 50

coqueiros com aproximadamente 20 metros de altura. Dentro da área de cultivo de cocos há

uma clareira que permite a entrada de raios solares pois dois pés de cocos foram parcialmente

derrubados pelas fortes chuvas e agora são ninhos de araras vermelhas. Devido a declividade

do terreno a proposta de trabalho foi realizar a permacultura com canteiros nivelados por curva

de nível atribuindo insumos existentes do próprio terreno com cocos secos, palhada, napie

(plantio existente para fins de alimentação do gado em períodos de seca) e adubo orgânico de

esterco de gado e cama de galinha.

A proximidade da horta e a sede são de grande valia, em torno de 200 metros onde

facilitará os tratos culturais. Foram preservadas duas mudas de frutíferas (mamão e acerola)

constando aproximadamente 40 cm, estancados com hibiscos para sua proteção.

No plantio foram utilizadas hortaliças e leguminosas num espaçamento dos berços

(covas) de 10 cm, sendo cebolinha, alho, rúcula, rabanete, quiabo, beterraba, alface e tomate.

Após a finalização dos canteiros e transplantação das hortaliças foi realizado o cercamento da

Figura 36: Implantação SAF - horta.

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área para evitar que as galinhas ciscassem os canteiros. Os materiais utilizados foram retirados

do próprio lote como a cerca de arame que o proprietário já possuía e as pedras foram utilizada

para fazer a base e fixar o arrame ao solo. Os cocos secos foram recolhidos do terreno e

armazenados dentro de valetas para produção de biomassa que futuramente será utilizada

como adubo nos canteiros.

Para contribuir na adubagem dos alimentos, foi proposto um espaço para compostos

orgânicos na própria área. Diante disso um último canteiro foi realizado para os devidos fins.

03 a 07/jul 2017 – 2° mutirão de implantação do SAF: Segunda-feira, dia 3

iniciou-se os trabalhos de plantio (Figura 37) no lote 47 do Sr. Cláudio Cesar Carneiro, linha do

córrego azul. A área com alto grau de declividade foi dividida entre plantio em linhas e

aleatórios, sendo 19 linhas e 4 áreas aleatórias (Figura 38). Nas linhas, foram plantados em

berços o feijão de porco, mucuna preta, abóbora jacarézinho, milho e as mudas frutíferas. Cana

e mandioca foram plantadas em sulcos.

Figura 37: Implantação de SAF lote 47 – linha córrego azul.

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No plantio em linhas, destaque para o feijão de porco, mucuna preta, abacaxi e

mandioca que são conhecidas como “plantas cuidadoras” (ou companheiras), que quando

cultivadas juntas possibilitam uma maior produtividade na área plantada, pois possuem

eficiência na produção de biomassa, aumentam a fertilidade e mantém a umidade do solo, e no

caso da mucuna preta e do feijão de porco, além de tais características fazem também o controle

de erosão dos solos.

As áreas aleatórias receberam mudas de café, mudas de bananas intercaladas com

rizomas de araruta. Todos os plantios receberam um espaçamento de aproximadamente 1,50

metros entre as culturas.

Na quarta-feira, dia 5, os trabalhos se iniciaram pela manhã (Figura 39) no lote 164 da

Sra. Elza Francisco Xavier dos Santos, linha do córrego seco. A implantação dos SAFs nessa área,

ocorreu das seguintes formas: uma por meio de horta (Figura 40), e outra por meio de

recuperação de mata ciliar (Figura 41).

Figura 38: Croqui área 47 - linha do córrego azul

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Para a horta (Figura 40) foram preparados 9 canteiros, sendo 4 deles com 6 metros de

comprimento cada, outros 4 com 3 metros de comprimento cada e apenas 1 canteiro com 3

metros de comprimento e todos os 9 com 1 metro de largura. Para o plantio, foram utilizadas

cerca de 25 mudas de alface, salsa, jiló, berinjela, couve e tomate cereja.A horta recebeu um

espiral de ervas, que foi estruturado com pedras da própria propriedade juntamente com terra

adubada, folhas do quintal e fibras de banana. No espiral foi plantado mudas de ginseng,

alecrim, orégano, manjericão, babosa, hortelã e carqueja.

O SAF para recuperação mata ciliar da propriedade ocorreu por meio de plantio em ilhas

de diversidade – “nucleação de Anderson”. Tal metodologia tem como objetivo disparar gatilhos

ecológicos no processo de regeneração natural, pois os núcleos são capazes de formar novas

populações, restaurar a conectividade entre os fragmentos na paisagem e como poleiros para

animais dispersores de sementes.

As ilhas variaram de 7 a 11 plantios de acordo com o espaço da área trabalhada

totalizando 50 plantios de espécies frutíferas, nativas e exóticas. O espaçamento entre as mudas

de cada ilha foi de 2 metros e o espaçamento entre as ilhas, foi de 5 metros.

Figura 39: Implantação do SAF lote 164 - linha do córrego seco.

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Figura 40: Croqui horta lote 164.

Figura 41: Croqui mata ciliar lote 164.

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Quinta-feira, dia 6 no período da tarde, os trabalhos se iniciaram no último lote elencado

(Figura 42) do Sr. José Soares de Melo, também localizado na linha do córrego seco. O SAF nessa

área foi implantado por meio de pomar (Figura 43) e também recuperação de mata ciliar (Figura

44).

O pomar recebeu 11 curvas de nível com plantios de variados, sendo 7 curvas com milho

intercalados com feijão, 2 curvas com café, 1 curva com abóbora paulistinha e 1 curva com

abóbora cabotiã. Além das curvas de nível, duas leiras foram preparadas para o plantio de melão

e melancia em cada uma. A cerca do pomar recebeu o plantio das trepadeiras: amêndoas, 3

mudas e cará - do- ar, 10 tubérculos. Aleatoriamente foram plantadas 5 mudas de laranja.

Figura 42: Implantação do SAF lote Sr. José - linha córrego seco.

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Figura 43: Croqui pomar - lote Sr. José.

O SAF da mata ciliar também ocorreu por meio do plantio em ilhas do lado com maior

área, conforme figura 44. Foram 2 ilhas com 13 mudas e as outras 2 com 9 mudas, seguindo o

espaçamento de 2 metros entre as mudas da mesma ilha, e 5 metros entre as ilhas. Próximo ao

leito do rio de ambos os lados o plantio foi realizado com ararutas e inhames, espécies com

ótimas adaptações para locais úmidos.

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Etapa 3: Visita técnica de Sistemas Agroflorestais SAFs

19/mar 2017 – Visita técnica em Morraria do Sul: No dia 19 de março de 2017,

a Fundação Neotrópica do Brasil realizou a segunda visita técnica do Projeto Canaã no distrito

de Morraria do Sul – Bodoquena/MS (Figura 45). A visita técnica teve como intuito proporcionar

o diálogo entre os moradores do A. Canaã e pessoas que desenvolvem o Sistema Agroflorestal

na região, visando possibilitar a troca de conhecimento e práticas de manejo em quintais

agroflorestais.

Participaram da saída a campo 16 moradores que visitaram o lote do Seu Uilson Soares

do Santos onde foi implantado o Sistema Agroflorestal (SAF). A propriedade contém uma área

de 2 hectares, embora pequena a propriedade é bem produtiva devido o modelo de produção

implantado que possibilita ao camponês produzir alimentos com maior variedade de culturas

Figura 44: Croqui mata ciliar - lote Sr. José.

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em menores espaços, tendo assim uma produção que garanta sua subsistência e qualidade na

alimentação diária da família, que além de produzir o próprio alimento no quintal Seu Uilson

retira dele seu sustento ao preparar remédios caseiros “garrafadas” com ervas medicinais do

quintal, óleos de frutos do cerrado (Babaçu e Bocaiuva) que são revendidas na comunidade

local.

Presente na visita técnica, o técnico da AGRAER, Airton Garcez realizou uma fala

descrevendo como era a propriedade antes da implantação do SAF, relatou brevemente o

histórico do lote que estava degradado e apresentava sérios problemas de erosão. Após dois

anos de implantação do sistema agroflorestal no lote e com simples métodos para recuperar

áreas degradadas como utilizar galhos e podas de árvores paras formar os canteiros evitando

assim que a matéria orgânica escoasse com as águas das chuvas, deixar o solo encoberto, e

potencializar a regeneração natural da área com o cultivo de plantas adubadeiras e de

acumulação de biomassa como as bananeiras, mamona, flor do amazonas, feijão-de-porco e

gandu, gliricídea entre outros possibilitaram que o solo retornasse sua fertilidade natural.

Figura 45: : Participantes da Visita técnica sobre Sistemas Agroflorestais.

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META 3: CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO ASSENTAMENTO CANAÃ INSERIDOS EM UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DE VALORIZAÇÃO DA NATUREZA LOCAL.

Etapa 1: Realizar 10 encontros de educação ambiental com enfoque na avifauna local para

crianças e adolescentes da cidade de Bodoquena/MS.

ATIVIDADES

03/maio 2017 – Palestra “Noções de conservação da natureza e

sustentabilidade”: A primeira atividade contou com a participação de 63 alunos e 3 professores

(Figura 46).

Por meio de palestra com imagens e textos, os alunos receberam informações sobre o

que são e a utilização racional dos recursos naturais renováveis e não renováveis, a importância

da natureza para a vida do ser humano, o enfretamento da crise ambiental, a diferença entre

conservação x preservação, o conceito do termo sustentabilidade e como colocá-lo em prática

em prol da conservação da natureza. Concentrados e participativos, os alunos interagiram de

forma satisfatória durante a palestra. Responderam aos questionamentos que foram levantados

e contaram experiências pessoais quanto ao tema.

Os professores participantes receberam um material de apoio com o conteúdo que foi

explanado na palestra e uma camiseta do projeto.

Figura 46: Primeira palestra para os alunos.

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02/jun 2017 – Palestra “Biodiversidade”: A atividade sobre Biodiversidade

contou com a participação de 63 alunos e 3 professores. A palestra ministrada (Figura 47) além

de abordar o tema de biodiversidade, também abordou os seguintes temas: ecossistema,

hábitat, os serviços ambientais, equilíbrio ambiental e extinção. Os alunos compreenderam que

os serviços ambientais provêm da biodiversidade e das relações entre os seres vivos, destaque

para a polinização que foi bem trabalhado na palestra por meio de repasse de informações,

imagens e vídeo. Os alunos puderam conhecer os animais locais que estão ameaçados de

extinção.

Os professores participantes receberam um material de apoio com o conteúdo que foi

explanado na palestra.

02/ jun 2017- Aula de campo “Matas ciliares”: A atividade de campo contou

com 62 alunos, 3 professores e a coordenadora do ensino fundamental II da escola. A aula foi

realizada em uma área denominada pelos moradores da cidade como “campinho” onde

percorre o córrego urbano João Augusto.

Figura 47: Palestra “Biodiversidade”.

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O objetivo da aula foi o de levar aos alunos a vivenciar os serviços ambientais in loco,

por meio das matas ciliares. Localizados próximos a mata ciliar foi discorrido com os alunos o

seu conceito, sua função e importância para os rios, sua definição na legislação e os efeitos

negativos da sua falta (Figura 48). Em seguida, o Engenheiro ambiental, Danilo – Secretaria de

Meio Ambiente repassou aos alunos a situação da mata ciliar do local de estudo. O mesmo

realizou o monitoramento de oxigênio, cor e turbidez da água do córrego João Augusto (Figura

49). Após o monitoramento, os alunos receberam fichas de campo para anotações sobre a

largura da faixa da mata ciliar. Para isso, os mesmos mediram a largura atual da mata e

verificaram se estava dentro dos padrões da legislação vigente – Código Florestal (Figura 50). A

aula de campo foi finalizada com um plantio de mudas na mata ciliar (Figura 51)

Figura 48: Explanação sobre o tema mata ciliar.

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Figura 49: Levantamento da qualidade da água do córrego.

Figura 50: Atividade

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07/jun 2017 - Aula de campo “Viveiro de Mudas”: A atividade de campo contou

com 57 alunos, 3 professores e a coordenadora do ensino fundamental II da escola (Figura 52).

A aula foi realizada no Viveiro de Mudas Municipal da cidade de Bodoquena/MS e contou com

a participação do Engenheiro ambiental, Danilo – Secretaria de Meio Ambiente e do Sr. José,

servidor público responsável pelas atividades no viveiro.

Durante a aula, os alunos receberam informações sobre as questões do desmatamento

e reflorestamento, a rica flora do bioma Cerrado, espécies em extinção, a importância das

árvores para os seres vivos, quantidade de espécies de flora existentes e a média de produção

de espécies em viveiros.

Após a introdução, o engenheiro ambiental, Danilo repassou aos alunos o

funcionamento do viveiro, bem como a produção das mudas e seus destinos (Figura 53).

Como prática, os alunos encheram tubetes com terra adubada e semearam. Também

fizeram o transplante de algumas mudas jovens para tubetes definitivos.

Figura 51: Plantio para enriquecimento da mata ciliar.

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Figura 52: Alunos e professores participantes da aula de campo.

Figura 53: Explanação sobre o funcionamento do viveiro municipal.

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14/ junho 2017 – Palestra “Horta Educativa”: A atividade contou com a

participação de 66 alunos e 3 professores e ocorreu nas dependências de própria escola.

Por meio de palestra via slides, a apresentação abordou a história da agricultura

brasileira, a partir da chegada dos colonizadores até a atual agricultura convencional, muito

abrangente em grande parte do território brasileiro juntamente com seus impactos ambientais

a natureza e aos seres vivos.

A partir da exposição deste quadro, a agroecologia foi apresentada aos alunos como

uma das linhas de trabalho do Projeto no Assentamento Canaã com os moradores, bem como

seu conceito, suas vantagens, tanto nos aspectos ambientais, como culturais e da saúde.

Em seguida foi apresentado aos alunos o projeto de criação da horta orgânica e

educativa na escola, afim de permitir que os alunos tenham contato com tal produção assim

como é feito no assentamento com os moradores.

21/jun 2017 – Palestra “Turismo Ecológico”: A atividade contou com a

participação de 66 alunos, 3 professores e ocorreu nas dependências de própria escola (Figura

54).

Por meio de palestras via slides, a apresentação abordou o conceito de ecoturismo

presente na cidade de Bodoquena, seu surgimento na região, o turismo já consolidado em

Bonito/MS, bem como os recursos naturais responsáveis por tais belezas naturais, como as

formações geológicas, a fauna, a flora e as águas cristalinas.

As atividades de ecoturismo, como flutuação, mergulho com cilindro, trilhas em meio a

cachoeiras, entre outras foram apresentadas aos alunos. Destaque para a atividade de

observação de aves, atividade essa pouco desenvolvida na região, mas que possui uma grande

procura por parte dos turistas e profissionais da área. Foi discorrido com os alunos o que é a

atividade, seus benefícios e suas oportunidades profissionais para geração de renda, e que os

mesmos iriam participar de tal atividade durante o eixo de educação ambiental desenvolvido na

escola.

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28/jun 2017 - Aula de campo “Água, tufas calcárias, grutas, cavernas e

sumidouro”: A última aula do segundo bimestre, foi realizada no atrativo “Cachoeira da Serra

da Bodoquena” e contou com a participação de 64 alunos, 7 professores, a coordenadora do

ensino fundamental II e a diretora da escola.

Visto que o número de alunos participantes é grande, as turmas foram divididas para

melhor aproveitamento das atividades. No período da manhã, participaram os alunos do 6º ano

(24 alunos) e no período da tarde, os alunos do 7º ano (40 alunos).

O atrativo disponibilizou para a atividade duas trilhas: Uma para realização da aula e

outra para a realização de observação de aves. Em cada período os alunos foram divididos em 2

grupos, e as trilhas (aula e observação de aves) aconteceram de forma simultânea, em seguida

a troca de trilha entre os grupos.

A aula de campo proporcionou aos alunos o conhecimento in loco dos recursos naturais

abordados na aula anterior (21 de junho 2017), que foram: as águas cristalinas, as tufas calcárias,

gruta e ressurgência. Para tal conhecimento, o ponto de parada para aula é conhecido como

“cachoeira da gruta”. Além da cocheira, neste ponto existe uma gruta (não aberta para

visitação), de acesso visual para contemplação. Neste ponto foi abordado com os alunos, o

Figura 54: Palestra "Turismo ecológico"

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surgimento da Serra da Bodoquena e como as rochas calcárias são responsáveis, juntamente

com a água, pelos processos de formação de tufas calcárias, grutas, cavernas, sumidouros e

ressurgências. Também foi repassado aos alunos o processo da cristalinidade da água

encontrada na região (Figura 55).

Na trilha da passarinhada, os alunos contaram com a participação de dois observadores

de aves locais (cidade de Bodoquena/MS). Parte desta trilha, ocorreu por bote em meio ao rio

Betione. Os alunos aprenderam a manusear binóculos e guias de campo, além de procedimentos

de campo para observação de aves, como roupas adequadas, andar devagar e ficar em silêncio

por exemplo. Foi possível identificar cerca de 40 aves, tanto por visualização quanto pela

vocalização de seus cantos (Figura 56).

Figura 55: Aula de campo na cocheira da Gruta.

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Figura 56: Observação de aves pelo rio Betione.