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PROJETO COMPROMISSO VIVO GUIA PRÁTICO Educomunicação e Multilinguagens: direitos de crianças e adolescentes

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PROJETO COMPROMISSO VIVO

GUIA PRÁTICOEducomunicação e Multilinguagens:

direitos de crianças e adolescentes

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Tenho em mim todas os sonhos do mundoFERNANDO PESSOA

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INSTITUTO DA INFÂNCIA – IFAN

Superintendente Executiva Luzia Torres Gerosa Laffite

Projeto Compromisso Vivo: direito de crianças e adolescentes

Coordenação geral Francis Helen Freire de Souza

Assistente de coordenação Vânia Maia Girão Linhares

Coordenação local Lucas Andrade Lima

Consultor técnicoRones Maciel

EstagiáriosAdriana da CunhaAlbérico FrancoCíntia de AraújoFernando TeixeiraJanaina RamosJuliana NiévelinLorena Silveira Luciana da SilvaRayanna SousaSocorro GomesTalita CoutoVictor de Andrade

Expediente

FICHA TÉCNICA

RealizaçãoInstituto da Infância - IFAN

ParceiroFundação Telefônica Vivo

ApoioGestão Municipal de Acaraú - CE

Supervisão e revisãoFrancis Freire

Consultor técnicoGuilherme Diniz Irffi

Elaboração Rones Maciel

Projeto gráficoAndrea Araujo e Mariana Araujo

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REALIZAÇÃOInstituto da Infância – IFANOrganização não governamental, baseada em Fortaleza/Ceará, com atuação em cinco estados da Região Nordeste do Brasil- Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão com a missão Produzir e disseminar conhecimentos inovadores sobre infâncias no Nordeste do Brasil. Para atingir sua missão, o IFAN prioriza a Gestão de Conhecimento, a qual se baseia na interface das lições aprendidas de sua prática em projetos operacionais na temática da infância, com os paradigmas inovadores. O IFAN pretende contribuir com o desenho de tecnologias sociais inovadoras focalizadas sobre a infância, preferencialmente infância rural e fomentar novas políticas públicas a nível municipal.

ParceriasFundação Telefônica VivoOrganização sem fins lucrativos, criada em 1998, é o braço de investimento social do Grupo Telefônica no mundo. Em 2011, a Fundação Telefônica incor-porou os projetos do Instituto Vivo, como consequência da fusão entre a Tele-fônica e a Vivo.A Fundação Telefônica acredita que conectando pessoas e instituições é pos-sível transformar o futuro, tornando-o mais generoso, inclusivo e justo. Utiliza tecnologias de forma inovadora para potencializar a aprendizagem e o conhe-cimento, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e social nas áreas liga-das à Infância e Adolescência, Educação e Aprendizagem, Inovação Social e Voluntariado.

Gestão Municipal de AcaraúAcaraú está situado na zona litorânea da Região Extremo Oeste do Estado do Ceará, com extensão territorial de 843,0 km², distante da capital de Fortaleza, aproximadamente, 238 km. Possui uma população de 57.551 habitantes (IBGE, 2010)Sua organização administrativa se dá por meio de: Gestores (Prefeito e Vice--prefeito); Gabinete; Procuradoria Geral; Secretarias Municipais (Administração e Finanças; Agronegócios, irrigação, pesca e desenvolvimento econômico; Tu-rismo, cultura e Comunicação; Desporto e Juventude; Educação; Infraestrutu-ra; Meio ambiente; Saúde; Assistência social) e Guarda Municipal. Em relação ao Projeto Compromisso Vivo a atuação e articulação ocorrem diretamente com as Secretarias Municipais de Assistência Social e Educação.

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I. APRESENTAÇÃO: UM GUIA PARA CHAMAR DE NOSSO 8Guia Prático de Educomunicação e Multilinguagens – Projeto Compromisso Vivo

II. PROJETO COMPROMISSO VIVO: DIREITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES 9Apresentação

III. TEXTOS DE APOIO 11Trabalho Infantil: conceito e contextualizaçãoComunicação e Educomunicação: Processos ParticipativosA importância do brincar: a criança e o ambiente lúdicoSistema de Garantia de Direitos: um recorte em Acaraú

IV. TEXTOS TEMÁTICOS 20Direitos humanos e o trabalho infantilDemocratização da comunicação e Leitura crítica da mídiaAdolescência, Juventude e ParticipaçãoEducação e Tecnologias da Informação e Comunicação - TICComunicação popular e alternativa

V. LINGUAGENS, MÍDIAS E TÉCNICAS 29Mídias e linguagens:Áudios: Áudio de bolso, Spot, Programa, Dramatização no rádio (radioteatro, radionovela, radiosérie), Informação nas ondas do rádio (radiodoc, discodebate, boletim radiofônico)Audiovisual: Vídeos (de bolso, curtas, documentário, web série, direitos de imagem e voz )

SUMÁRIO

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Fotografia: O desenho da imagem (foto-varal, foto-novela, foto-mural)Histórias Impressas: Fanzine, jornal mural, face-muralSeres Digitais: Redes sociais, Face, Blogs, Boletim Informativo DigitalAlternativos e Experimentais: Jornal Mural Ambulante, Jornal Humano, Mural Interativo.Técnicas e Formatos Pauta, Notícia, Reportagem, Entrevista, Enquete, Roteiro

VI. SUGESTÕES DE ATIVIDADES E INTERVENÇÕES 46Agência Jovem de NotíciasCobertura ColaborativaFestival de MultilinguagensRádio MóvelRoda de conversa (talkshow)Estêncil

VII. OFICINAS EDUCOMUNICATIVAS 50Roteiro de oficinas: Com Equipe; Áudio de Bolso, Vídeo de Bolso, Jornal Mural e Fotografia

VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 57

IX. ANEXOS 58Sintonia dos Direitos - Programetes de rádioTermo de autorização do uso de imagem e vozConVivo - Boletim EletrônicoTutoriais de técnicas#Conectad@s nos Direitos

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I. APRESENTAÇÃO: UM GUIA PARA CHAMAR DE NOSSO

O Guia Prático Educomunicação e Multilinguagens: direitos de crianças e adolescentes é resultado das Oficinas Educomunicativas e Multilinguagens, das diretrizes, experiências e vivências do Projeto Compromisso Vivo desenvolvido pelo Instituto da Infância – IFAN em parceria com Fundação Telefônica Vivo e apoio da Gestão Municipal de Acaraú – CE.

A Educomunicação é um campo de intervenção socioeducativa, que nasce da inter-relação entre os campos da educação e da comunicação.

A comunicação permite integrar e interagir as várias áreas do conhecimen-to, da arte e da cultura. Já a multilinguagem se apresenta como algo possível, livre e criativo, possibilitando a socialização, disseminação e propagação dos conhecimentos já adquiridos, assim como os que podem ser produzidos de forma coletiva e participativa, dentro da realidade de cada território.

O Guia está organizado em duas partes, uma primeira parte mais contex-tual e conceitual, pautadas em temas transversais e uma segunda parte orien-tada para a apresentação de produtos e técnicas, tais como: áudio, vídeo, fo-tografia, fanzine, jornal mural, entre outros, com vistas a orientar profissionais, educadores, comunicadores, estudantes e outros para a apropriação e uso de técnicas, mídias e linguagens, assim como para a produção de conteúdos e disseminação da prática de comunicação alternativa em espaços sociais e culturais das comunidades, com vistas a fomentar o protagonismo e partici-pação de crianças e adolescentes, transformação social, formação integral e garantia de direitos.

Dessa forma, o Guia Prático Educomunicação e Multilinguagens: direitos de crianças e adolescentes não tem a pretensão de se tornar uma “receita”, mas estimular à discussão e a implementação de estratégias de comunicação em contextos específicos, reconhecendo a capacidade inventiva de crianças, adolescentes e jovens demonstrada nas formas criativas de expressão e de me-canismos de escuta e participação dos mesmos na sociedade para a prevenção e combate às violações, em especial o trabalho infantil.

Neste sentido, esperamos que aproveitem bastante o Guia Educomunica-ção e Multilinguagens - Projeto Compromisso Vivo.

Boa leitura!!!!

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II. PROJETO COMPROMISSO VIVO: DIREITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

O Projeto Compromisso Vivo: Direitos de Crianças e Adolescentes (PCV), de-senvolvido pelo Instituto da Infância – IFAN em parceria com a Fundação Telefônica Vivo e apoio da Gestão Municipal de Acaraú – CE (2013 - 2015) tem como objetivo “Fomentar/ consolidar fatores protetores de prevenção ao trabalho infantil, por meio de ações de promoção e defesa de direitos de crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos, com intervenção direta junto a 1.300 crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil ou risco social e suas famílias.

Para atingir seu objetivo o Projeto Compromisso Vivo atua em 04 eixos, bus-cando envolver diferentes atores no território:

Sociedade

ComunidadeFamília

Criança

Núcleos de Convivência e

Comunicação (06); Acesso à tecnologia e

comunicação.

Sinergia

Espaços simbólicos de segurança

Acesso à tecnologias da Comunicação

Atividades com crianças e famílias

Redes de combate ao trabalho infantil

Campanhas

Diminuição da evasão escolar

Promoção de acesso a serviços

Informação sobre serviços

Criação de oportunidades de melhoria de renda

Pesquisas aplicadas

Manuais

Papers

Espaços sociais,

tecnológicos e culturais

(livres de trabalho infantil)

Mobilidade social

Sinergia Institucional

Geração de conhecimento

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As ações do Projeto Compromisso Vivo são desenvolvidas nos Núcleos de Convivência e Comunicação (NCC) que são espaços físicos, referenciados nas comunidades, com equipamentos tecnológicos (computador, filmadora, gra-vador, máquina fotográfica, entre outros), material didático-pedagógico (lápis, papel, jogos, entre outros) onde se desenvolvem e emanam ações de convivên-cia, de cidadania, de educomunicação e proteção na prevenção e combate as violências, em especial ao trabalho infantil.

Escolas

Praças

CRAS

Mercado municipal

Igrejas

Praias

Outros

NC

CVisitas domiciliares

Oficinas de Comunicação

Oficinas de Convivência

Campanhas educativas

Ações socioeducativas

Ludicidade

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III. TEXTOS DE APOIOPensando em homogeneizar os conteúdos, termos e linguagens e promo-

ver uma maior compreensão na hora de colocar em prática atividades de edu-com serão apresentados no Guia Educomunicação e Multilinguagens – Projeto Compromisso Vivo textos produzidos por coordenadores, estagiários e consul-tores do Projeto Compromisso Vivo.

Neste sentido, o Trabalho Infantil (TI) e a Garantia de direitos de crianças e adolescentes serão abordados sob a ótica da Educomunicação buscando lan-çar um olhar mais dinâmico e um novo conceito, que relaciona comunicação e educação, como uma estratégia do projeto para a prevenção e o combate ao TI. Os textos abordarão ainda a ludicidade que está presente nos espaços do Projeto Compromisso Vivo; o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente que dialoga diretamente com as ações buscando o fortalecimento da rede de proteção e defesa.

Esperamos que você aproveite as leituras seguintes e busque novas fontes de conhecimento e inspiração.

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Trabalho Infantil: conceito e contextualização

Francis Helen Freire (Psicóloga, coordenadora geral do PCV)

Definir trabalho infantil e suas causas não é tarefa fácil, dado as diferenças substanciais, quadros legais, questões culturais, econômicas e sociais (como, por exemplo, pobreza, violência, vulnerabilidade, educação, entre outras) que ora o influenciam, ora o determinam. Neste sentido é imprescindível que se compreenda a complexidade social do trabalho infantil para proposição de pro-gramas e políticas públicas que gerem mudanças nas dimensões pessoais, rela-cionais, estruturais e culturais para efetivamente reduzi-lo/ combatê-lo.

O IFAN reconhece que o trabalho infantil está atrelado a aspectos históricos, econômicos, sociais e culturais e utiliza-se das definições da OIT e do Ministério do Trabalho para defini-lo:

“trabalho infantil é uma atividade econômica, realizada por meninas e me-ninos ou adolescentes, qualquer que seja sua condição - assalariado, indepen-dente, familiar não remunerado, e outros - que os priva de sua infância, impede ou limita seu desenvolvimento e suas capacidades e os violenta em sua digni-dade” (OIT, 2004).

“atividades econômicas ou atividades de sobrevivência, com ou sem finali-dade de lucro, remuneradas ou não, realizadas por crianças ou adolescentes em idade inferior a 16 (dezesseis) anos, ressalvada a condição de aprendiz a partir dos 14 (quatorze) anos, independentemente da sua condição ocupa-cional. Para efeitos de proteção ao adolescente trabalhador será considerado todo trabalho desempenhado por pessoa com idade entre 16 e 18 anos e, na condição de aprendiz, de 14 a 18 anos, conforme definido pela Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998”. (BRASIL, 2011)

O trabalho sempre esteve presente na vida de crianças e adolescentes, e com o tempo se tornou relevante como uma questão social da infância. A pro-blematização do trabalho infantil que vemos hoje é fruto das mudanças ocorri-das no mundo do trabalho, dos movimentos sociais, da luta dos trabalhadores e das mudanças sobre a concepção de infância (VIEIRA, 2009).

De acordo com estimativa apresentada pela OIT no relatório lançado em 2013 “Medir o progresso na Luta contra o Trabalho Infantil - Estimativas e ten-dências mundiais 2000-2012” , cerca de 11% das crianças e adolescentes do

Disponível em: http://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---ed_norm/---ipec/documents/publication/wcms_221799.pdf

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mundo estão em situação de trabalho infantil, isso significa o montante de 168 milhões, sendo que 85 milhões estão inseridos em trabalhos perigosos. Na América Latina e Caribe os dados de 2012 apontam cerca de 12 milhões, e desses mais de 9 milhões estavam em trabalhos perigosos.

No Brasil, a legislação proíbe o trabalho para crianças e adolescentes me-nores de 16 anos, mas permite como aprendiz, a partir dos 14 anos, de acordo com a Emenda Constitucional nº. 20, de 16/12/1998, que alterou o art. 7.º, Inci-so XXXIII da Constituição Federal. Não é permitido trabalho noturno, insalubre ou perigoso, ou que afete o desenvolvimento psíquico, moral ou social, con-forme o art. 67 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8069/90). Devido à ratificação da Convenção 182, o Brasil elaborou uma lista das piores formas de trabalho infantil proibidas para crianças e adolescentes até os 18 anos, por meio do Decreto nº. 6.481/08 (VIEIRA, 2009).

O trabalho infantil limita ou elimina a condição de ser e desfrutar a infância; provoca prejuízos para o desenvolvimento físico, emocional, social e cognitivo de crianças e adolescentes reduzindo, entre outras coisas, a capacidade de participação e relacionamento social, gerando em muitos casos, insegurança e medo. É considerando todo este cenário que se faz imprescindível a denúncia e notificação de crianças e adolescentes em situação de trabalho e o plane-jamento e a intervenção de ações efetivas nos territórios de forma articulada com o Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes (SGD) para a prevenção e combate a esta violação.

#FICAADICAPara denunciar crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil ou outras violações: procure o Conselho Tutelar de seu município ou o Disque 100

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Comunicação e Educação: Processos Participativos

Rones Maciel (Jornalista, Educomunicador do PCV)

O monopólio da comunicação é um dos problemas presente nos meios de massa no Brasil. Apesar da garantia desse direito para todas as pessoas, poucas famílias dominam os meios de comunicação de massa no país. Grupos de co-municação são donos de uma dezena de veículos que dizem o que querem e o que devemos pensar sobre determinado assunto ou pessoa. Isso para a nossa democracia não é algo interessante, pois a diversidade de vozes, opiniões não são ouvidas.

Porém, nem tudo está perdido. Movimentos sociais organizados e socieda-de civil estão criando maneiras de burlar esse monopólio da comunicação no Brasil e criando estratégias com mídias alternativas para mudar essa realidade. Projetos como jornalzinho do bairro, rádios e TVs comunitárias criam suas pró-prias programações e colocam em seus programas temas e assuntos de inte-resse social e da sua comunidade.

Uma mudança que está presente também nessa transformação da comuni-cação é o papel importante da educação. A Educomunicação, termo que aos poucos está se disseminando por todo o Brasil e América Latina, usa as técnicas da comunicação, juntamente com as linguagens da educação para trazer no-vos olhares para a sociedade.

O que antes parecia impossível, difícil de produzir, hoje já ganha uma nova roupagem. Um programa de rádio pode ser feito diretamente de uma sala de aula, podendo ser ouvido somente na sala de aula ou na escola inteira durante

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o intervalo. E, ainda, contar com a participação da comunidade escolar e dos arredores da escola.

Afinal, o que é comunicação?

Conversar, trocar experiências, opinar, dialogar, ouvir, falar, direito de expres-são, Ser, discordar. Tudo isso podemos dizer que é o ato de se comunicar. E todos nós podemos e temos o direito de comunicar.

Logo, a comunicação acontece quando conversamos com amigos, discor-damos de uma ideia e expressamos nossa opinião. Mas lembre-se: para que haja comunicação é preciso ter troca, inclusive com os grandes meios de co-municação. Se não temos espaço suficiente neles, porque não termos os nos-sos? Há diversas formas de comunicar com muita gente: jornalzinho escolar, radioescola, fanzine, fotografia e muito mais. Agora é tirar as ideias do papel e soltar a voz!

Uma boa oportunidade é na Educomunicação. Esse termo aos poucos está tomando forma no Brasil e na América Latina. No Brasil temos algumas orga-nizações sociais desenvolvendo projetos e estudos em Educom. Simplificando o termo, nada mais é que a soma da educação (saberes, aprendizagens) e co-municação (técnicas e linguagens). Logo, a Educom possibilita a produção em casa, na escola, na praça. Tudo é possível.

O QUE PODEMOS COM A EDUCOMUNICAÇÃO?4 Organizar e expressar melhor nossas ideias;

4 Trabalhar em grupo, porque o produto é resultado de um trabalho coletivo e colaborativo;

4 Perguntar e ouvir as pessoas;

4 Pesquisar sobre diversos assuntos, pois precisamos divulgar informações que façam diferença para nossos leitores, ouvintes ou espectadores;

4 Lidar com o poder, porque temos condições de influenciar outras pessoas;

4 Desenvolver um olhar crítico-reflexivo, porque descobrimos como outras pessoas podem usar a comunicação para nos influenciar;

4 Trabalhar com tecnologias, o que nos ajuda na vida e na profissão que escolhermos.

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A importância do brincar: A Criança e o Ambiente Lúdico

Vânia Maia (Pedagoga, Assistente de Coordenação do PCV)

Sabemos que os brinquedos e as suas variedades enchem os olhos de qual-quer criança e dos adultos também; como é bom lembrar-se daquela boneca, do carro e de outros brinquedos que em algum momento de nossa infância nos tornaram as pessoas mais felizes deste mundo, era o cheiro, a maciez e outros elementos que faziam com que eles fossem completos. Claro naquela época e na nossa idade nosso mundo era enorme para nós, e muito pequeno para nossa vida.

Quando chego aos espaços de ludicidade do IFAN, e vejo crianças brin-cando penso: “como é importante ter essa oportunidade” e “como é bom ser criança, pois a felicidade é algo tão simples”.

Mas, as brincadeiras e os ambientes lúdicos podem ser algo mais complexo do que imaginamos!

Ao brincar, as crianças exercitam muitas habilidades como: capacidade de expressão verbal e não verbal, linguagem, raciocínio, pensamento abstrato, representação espacial, curiosidade, criticidade, objetividade, reflexão, flexibi-lidade, atenção, concentração, memória, imitação, criatividade, imaginação, relacionamento intrapessoal e interpessoal, autonomia, cooperação, autocon-fiança, autoestima, iniciativa e sentimentos de competência.

Por meio dos espaços lúdicos damos oportunidade das crianças terem aces-so a brinquedos e brincadeiras e a todo o seu simbolismo, e que as crianças são capazes de apreender e reelaborar o universo ao seu redor. Temos o cuidado de desenvolver e promover ambientes lúdicos com pessoas que tenham bons sentimentos e que irradiem uma presença lúdica (alegria e felicidade) e uma vida imaginária mais rica, fortalecendo a apropriação dos espaços pelas crianças, para que elas possam expressar e representar seus sentimentos e idéias, por meio de metáforas e da fantasia, brincando com temas próprios de sua realidade.

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Sistema de Garantia de Direitos: um recorte em Acaraú – CE

Lucas Andrade (Estudante de Ciências biológicas, coordenador local do PCV)

O Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente constitui-se na articulação e integração das instâncias públicas governamentais e da socie-dade civil na aplicação de instrumentos normativos e no funcionamento dos mecanismos de promoção, defesa e controle para a efetivação dos direitos da criança e do adolescente, nos níveis Federal, Estadual, Distrital e Municipal. O mesmo segue três eixos principais, sendo eles, eixo da Defesa dos Direitos Humanos, eixo da Promoção dos Direitos e o eixo do Controle e Efetivação dos Direitos.

As entidades ou organizações que fazem parte do Sistema de Garantia dos Direitos são órgãos públicos judiciais; ministério público, especialmente as promotorias de justiça, as procuradorias gerais de justiça; defensorias públi-cas; advocacia geral da união e as procuradorias gerais dos estados; polícias; conselhos tutelares; ouvidorias e entidades de defesa de direitos humanos in-cumbidas de prestar proteção jurídico-social; conselhos dos direitos de crian-ças e adolescentes; conselhos setoriais de formulação e controle de políticas públicas; e os órgãos e os poderes de controle interno e externo definidos na Constituição Federal. Além disso, de forma geral, o controle social é exercido soberanamente pela sociedade civil, através das suas organizações e articula-ções representativas.

O Projeto Compromisso Vivo: direitos de crianças e adolescentes segue o eixo da promoção de garantia de diretos, que visa proporcionar serviços e pro-gramas de execução de medidas de proteção de direitos humanos, em especial de prevenção ao trabalho infantil, e no fortalecimento da articulação da rede de proteção.

A articulação da rede no Município de Acaraú, ainda é fragmentada e locali-zada, não há de fato uma abrangência comum, que possa possibilitar uma efi-cácia no alcance dos objetivos por ela buscados. De acordo com Myrian Veras Baptista, Doutora em Serviço Social pela PUC-SP:

Um dos princípios norteadores da construção de um sistema de garantia de direitos é a sua transversalidade. Seus diferentes aspectos são mutuamente relacionados, e as reflexões, os debates e as propostas de ações no sentido de garanti-los apenas alcançarão a eficácia pretendida se forem abordados inte-gradamente de forma a fortalecer as iniciativas das suas diferentes dimensões.

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Busca-se assim potencializar a articulação da rede, possibilitando a estru-turação do sistema de garantias, objetivando o desenvolvimento integral das ações, e o município de Acaraú possui uma grande abertura para a potencia-lização e efetivação dessas ações, visto que os gestores e civil são empenha-dos nas melhorias de proteção e defesa dos direitos humanos, contando com várias reuniões periódicas junto ao Conselho Tutelar, Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, Poder Judiciário, na busca de estratégias de ações pontuais, visando a efetividade de garantia dos direitos. O município precisa ainda da criação de um instrumental de encaminhamentos integrado aos órgãos competentes, seja entidade governamental e não-governamental-para melhorar a comunicação entre a rede, e tendo sempre um feedback dos resultados esperados.

Contudo o fruto de ações direcionadas do Estado e da sociedade civil orga-nizada, a rede dos Conselhos Tutelares está em expansão e esse avanço, cabe dizer, é o reconhecimento de uma luta que vem antes de 1990, ano da apro-vação do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, que traz em seu cerne o paradigma da proteção integral e que ainda impõe uma série de mudanças sociais, políticas e administrativas.

Com estas ações, prioriza-se o Sistema de Garantia de Direitos para que ele se torne operante, dando um grande passo para que o Estatuto da Criança e do Adolescente seja implementado, o que certamente fará diferença para milhões de crianças e adolescentes brasileiros.

“um direito, ao contrário de carências e privilégios, não é particular e espe-cífico, mas geral e universal, seja porque é o mesmo é válido para todos os indivíduos, grupos e classes sociais, seja porque embora diferenciado é reco-nhecido por todos” (Marilena Chaui, 2006)

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IV. TEXTOS TEMÁTICOSOs textos a seguir têm a proposta de fomentar questionamentos e

apontamentos relacionados a comunicação, educação e promoção de direitos garantidos pela Constituição Federal do Brasil e ratificados nos artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As produções foram feitas pelos estagiários do Projeto Compromisso Vivo: direitos de crianças e adolescentes. As fontes de pesquisas encontram-se no final desta publicação – Fontes.

Boa leitura!

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Direitos humanos e o trabalho infantil

Janaina Ramos e Cíntia de Araújo (estudantes de Serviço Social e Educação Física respectivamente, estagiárias do PCV na localidade da Sede - Acaraú/CE)

A Secretária especial dos direitos humanos da República do Brasil corrobora com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) “contra qualquer tipo de tra-balho infantil às crianças brasileiras, apoiando somente iniciativas aos adolescen-tes de 14 aos 18 anos incompletos, na condição de aprendiz, salvo de qualquer trabalho penoso, insalubre, bem como de trabalho escravo e de exploração”.

É bom saber que a Constituição Federal brasileira de 1988 preconiza estes direitos e garantias no artigo 227, além disso, o nosso país assumiu o compro-misso junto a Organização das Nações Unidas (ONU) numa Convenção de Erradicar o Trabalho Infantil e posteriormente foi criado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, Lei 8.069 de 13 de julho de 1990) objetivando as garantias dos direitos de crianças e dos adolescentes dessa abençoada nação.

O ECA comtempla os direitos nas três esferas. Garantias primárias, secun-dárias e terciárias, priorizando o desenvolvimento integral de crianças e adoles-centes. Neste ano (2015) chegamos aos 25 anos da Lei 8.069 que traz em seu bojo a efetivação de políticas públicas na defesa da garantia para o bem comum de nossas crianças e adolescentes.

Mesmo com avanço da legislação, ainda enfrentamos obstáculos enormes, com uma sociedade arcaica, que valoriza a punição ao invés da educação, fra-giliza os vínculos afetivos (carinho e amor desde o ventre materno). Por isso a importância de desnaturalizarmos pensamentos como esse. E quando empre-gamos este termo no plural é porque só se consegue isso a partir de todo um trabalho articulado com a rede do Sistema de Garantia de Direitos de crianças e adolescentes. Sabemos que não é fácil, mas é como diz Fernando Pessoa “tenho em mim todos os sonhos do mundo”. E temos o sonho de um mundo melhor sim, a partir de um trabalho em conjunto para a garantia dos direitos de nossas crianças e adolescentes do hoje, cidadãos de hoje e do futuro.

#FICAADICAwww.reporterbrasil.org.br/trabalhoinfantilA Repórter Brasil foi fundada em 2001 por jornalistas, cientistas sociais e educadores com o objetivo de fomentar a reflexão e ação sobre a violação aos direitos fundamentais dos povos e trabalhadores no Brasil. Devido ao seu trabalho, tornou-se uma das mais importantes fontes de informação sobre trabalho escravo no país.

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Democratização da comunicação e Leitura crítica da mídia

Juliana Niévelin e Talita Couto (estudantes de Educação Física, estagiárias do PCV na localidade de Aranaú - Acaraú/CE)

É de grande importância informar e ampliar um debate sobre a democrati-zação da comunicação para que se reconheça que no mundo da globalização o papel da mídia é fundamental para a democracia de um país.

Nos dias de hoje vemos na televisão, na internet, nas rádios e jornais um nú-mero significativo de notícias ligadas aos jovens. A despeito de sua diversidade, os jovens têm aparecido na mídia como responsáveis por desacatos diversos e violências ou ainda como vítimas inabilitadas, indefesas, incapazes.

A mídia é capaz de desencadear grandes emoções e manifestações rapi-damente esquecidas e/ou substituídas por novos acontecimentos. Sem pre-tender generalizar o efeito final desse modo de focalizar o problema, fica-nos a impressão de que as sensações se repetem numa rapidez que obedece a lógica da encenação midiática, sem que as questões que circundam os jovens ganhem foros de discussão que efetivamente promovam caminhos e soluções.

A luta pela democratização da comunicação precisa se integrar na agenda de ações dos movimentos sociais do Brasil. Não é responsabilidade apenas das/os comunicadores fazer esse debate, mas sim de toda a sociedade, pois todas e todos somos afetadas/os quando o sistema de comunicação serve apenas aos interesses privados. Nesse sentido, é fundamental ampliarmos iniciativas como a criação de grupos de leitura crítica da mídia com estudantes do ensino funda-mental, médio e nas universidades, públicas e privadas, e, claro, a organização de coletivos e a mobilização da sociedade em prol de uma mudança significativa nos meios de comunicação brasileiros.

A comunicação deveria ser o componente fundamental na construção da cidadania. Mas, de uma maneira geral, a discussão não está levando em conta os desejos e os interesses da sociedade e dos movimentos sociais que vêm lutando para defender as reivindicações legítimas, pois não encontram espaço nem no governo nem na mídia.

#FICAADICAwww.intervozes.org.brO Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social é uma organização que trabalha pela efetivação do direito humano à comunicação no Brasil. O coletivo é formado por ativistas e profissionais com formação e atuação nas áreas de comunicação social, direito, arquitetura, artes e outras, distribuídos em 15 estados brasileiros e no Distrito Federal.

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Adolescência, Juventude e Participação

Lorena Silveira e Rayana Sousa (estudantes de Ciências Sociais e História respecti-vamente, estagiárias do PCV na localidade de Juritianha - Acaraú/CE)

Ao se falar de adolescência, o pensamento imediato é relacionado ao pe-ríodo humano da puberdade onde ocorrem mudanças físicas no corpo. Mas não é só isso! A adolescência é uma fase da vida humana construída sócio e historicamente, que não se restringe somente à noção biológica. Reduzi-la à um período de permuta é descartar o longo período percorrido e o legado da humanidade em relação à esse conceito.

Phillipe Ariès (2011) faz uma viagem histórica, desvelando etapas da vida. Anti-gamente, as sociedades humanas não faziam diferenciações bem determinadas das fases da vida humana, as linhas entre uma fase e outra eram tênues e pouco coesas. Somente em algumas sociedades encontrou-se algum relato sobre esta fase, que tanto era diferente pelo seu significado (seu sentido como fase huma-na), quanto pela forma de definição (se era por faixa etária, por características, etc). Amiúde, era mais fácil definir as pessoas apenas como crianças ou adultas, e a adolescência nesse contexto, era associada como período de transição de outras fases, dessa maneira, tendeu-se a pô-la tanto de um lado (infância) como de outro (fase adulta), dificultando acesso às suas particularidades.

O termo como é utilizado atualmente em nossa sociedade ocidental e brasi-leira, começou a ser pensado no século XX, depois da Segunda Guerra Mundial, quando especificidades do modo de vida do adolescente entram em questão.

A adolescência é um momento que transaciona fases da vida humana e pos-sui um caráter cultural, como cita Kehl (2004, p.91) ao dizer que a adolescência “tem o sentido de uma moratória, período dilatado de espera vivido pelos que já não são mais crianças, mas ainda não se incorporam à vida adulta”. Em meio a esse impasse dialético, os adultos que ainda são crianças e as crianças que querem ser adultos, ficam num disparate de ações entre agir com a infantilidade necessária e/ou terem a responsabilidade esperada pelo mundo adulto? Assim sendo, “a adolescência só poderia se tornar uma idade crítica”(KEHL, 2004), onde muitas questões que por ela são investigadas assumem papel de polê-mica na sociedade, posto que, se olharmos legalmente os adolescentes estão protegidos por lei de forma especial e integral.

Para o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que vigora desde 1990 nas leis brasileiras, o adolescente é a pessoa física que tem de doze a dezoito anos incompletos. Esses, juntamente com as crianças, possuem proteção e prioridade absoluta vindas de entidades como a família, a sociedade e o Estado.

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Para chegar à essa ideia de proteção tivemos que passar por um delicado pro-cesso histórico. A partir da década de 80 o Brasil passava por grandes desafios. Acabara de sair de uma ditadura militar, consequentemente havia uma gran-de expectativa democrática e relacionada aos direitos humanos. Nessa época, houveram muitas discussões sobre a infância e adolescência, o sistema de leis brasileiras não condizia com os novos parâmetros dados à essa idade, o que mais preocupava naquele momento era o grande índice de violência e a forma de como eram julgados os sujeitos em questão. Desse modo, foi-se priorizando assuntos de abuso e prioridade até chegar-se na homologação do ECA.

E a juventude? Discutiremos...Para o sociólogo José Machado Pais, juven-tude é uma época de muita inconstância o que ocasiona muito das proble-máticas que conhecemos nessa fase da vida humana, e se os jovens não se esforçam para contornar esses problemas são taxados de “irresponsáveis ou desinteressados” (PAIS 2003, p.30), bem como “uma categoria socialmente construída, formulada no contexto de particulares circunstâncias econômicas, sociais e políticas; sujeita, pois a modificar-se ao longo do tempo” ( PAIS, 2004, p. 37). Nesta ótica, não cabe nem tratá-la como um argumento singular. Trata-remos então, juventudes, no plural. E o período da adolescência, como parte desse período de juventude.

Os direitos das adolescências e juventudes são resguardados tanto no Esta-tuto da Criança e do Adolescente quanto no Estatuto da Juventude, que com-preende argumentos legais para dá-lhes acesso à uma vida digna e em pleno exercício do que lhes é permitido.

#FICAADICAwww.renajoc.org.brA Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadores – RENAJOC foi criada em abril de 2008 no I Encontro de Adolescentes e Jovens Comunicadores promovido pela ONG Viração Educomunicação, que antecedeu a 1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude. A Rede já começou com tudo, contribuindo com a Cobertura Jovem que ocorreu durante o evento e, na sequência, criou um Grupo de Trabalho chamado “Mobiliza Rede” para dar continuidade às ações da Rede.

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Educação e Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC

Fernando Teixeira e Victor de Andrade (estudantes de Educação Física, estagiários do PCV na Sede - Acaraú/CE)

A tecnologia de informação e comunicação tem sido amplamente utilizada, em especial, por jovens, inclusive no ambiente educacional, pois possibilita o acesso mais rápido e fácil, complementando e/ou contribuindo com livros na construção de saberes.

O uso da internet, como fonte de pesquisa, oportuniza ao aluno um acervo maior e mais diverso de conteúdos,informações, conhecimentos.

As redes sociais, como facebook, whatsapp, instagram constituem um po-deroso canal de comunicação e articulação. No entanto, a utilização errada desses mecanismos podem provocar malefícios e problemas para a vida, em especial de crianças, adolescentes e jovens.

Observa-se que a eficácia das tecnologias de informação e comunicação no processo de aprendizagem dependerá do acesso as mesmas, da freqüência de utilização pelos professores e repasse aos seus alunos. Em alguns contextos, como por exemplo, no meio rural, as tecnologias se apresentam, ainda, como um imenso oceano, ainda inexplorado, desconhecido para muitos educadores.

Em épocas anteriores, a aquisição de informação e conteúdos era oferecida exclusivamente nas escolas através dos professores que repassavam seu saber aos alunos. Eles precisavam deslocar-se regularmente até os lugares do saber para aprender. Atualmente, o que se desloca através das redes virtuais, é a in-formação que pode ser acessada de qualquer lugar, desde que haja disponibili-dade dos meios permitindo a pessoa aprender sem a necessidade da presença no espaço físico da sala de aula. No entanto, sabemos que adquirir informações não significa construir conhecimentos. Para tanto, é necessário que o aprendiz atribua significados já existentes, às novas informações adquiridas e assim, pro-cessá-las, interpretá-las e transformá-las em conhecimento.

A tecnologia na Educação inclui a utilização do computador no ambiente escolar, no entanto não se restringe apenas ao computador, inclui, também, o uso de televisão, do vídeo, do rádio e do cinema na promoção da educação. Por tudo isso, mais do que nunca, uma das principais condições para o desem-penho do trabalho do educador, é a sua capacidade de entender as mudanças, identificar os problemas e as condições delas decorrentes, e apontar alterna-tivas educacionais que concorram para uma educação voltada para a cons-tituição da cidadania. Tecnologias como a televisão e o vídeo ainda têm um

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potencial enorme no processo de ensino e aprendizagem e podem contribuir para a transformação da prática docente. Os jogos educativos e simuladores, apesar de manterem a visão de que o computador ensina o aluno, abandonam a proposta da instrução direta. Os jogos educacionais possibilitam ao aluno, que de forma autodirigida, tenha a liberdade para explorar por ele próprio o jogo. É muito usado por aqueles que defendem a ideia de que o aluno aprende melhor quando é livre para descobrir ele próprio as relações existentes entre ele a máquina, por outro lado temos o computador como meio educacional. Nessa concepção, o computador passa a ser a ferramenta pela qual o aluno de-senvolve variedade de ações. Para tanto, é necessário que o professor conheça bem as potencialidades desses materiais, pois eles podem ter um uso bastante extenso, atendendo a quase todas as disciplinas, em vários aspectos do conhe-cimento e ainda usados de acordo com interesse e a capacidade dos alunos.

A tecnologia da informação e comunicação para a educação tem dimen-sões mais profundas do que as encontradas na escola atualmente. Não se trata apenas de informatizar a parte administrativa da escola, ou de ensinar a infor-mática para os alunos. É preciso reconhecer que o processo de aprendizagem é longo e por toda a vida e que o uso das tecnologias transcendem o universo educacional. As tecnologias estão tão presentes no cotidiano das pessoas que, muitas vezes, não se percebe que nas atividades diárias mais comuns são uti-lizados produtos, equipamentos e processos, que não são naturais, mas que foram planejadas e construídas na busca de melhores formas de viver.

#FICAADICAwww.promenino.org.br/O Promenino é uma iniciativa da Fundação Telefônica Vivo que busca contribuir para a garantia dos direitos de crianças e adolescentes e erradicar o trabalho infantil. A partir das novas tecnologias da informação e da comunicação (TICs), o Promenino procura disseminar conteúdos e informações, conectar pessoas e promover a mobilização da sociedade em prol da causa.

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Comunicação popular e alternativa

Luciana da Silva e Socorro Gomes (estudantes de Letras e Ciências da Religião - Pedagogia respectivamente, estagiárias do PCV na localidade de Santa Fé - Acaraú/CE)

Há no Brasil e no mundo significativas experiências de educação e comu-nicação voltadas para promoção de uma educação de qualidade e inclusão social de crianças e adolescentes. Um exemplo a ser citado é a metodologia vivenciada no projeto compromisso vivo que já recebeu reconhecimento, ates-tando sua relevância e suas possibilidades de independência social e cultural de crianças e adolescentes, através de suas propostas e práticas no que tange à retirado do mundo do trabalho. Tal experiência vem desenvolvendo-se desde 2013, o que demonstra ser um projeto continuado com objetivos de curto, mé-dio e longo prazo, e não uma ação pontual. Ações com tecnologia, envolvendo a formação de jovens em linguagens multimídia, por meio da descrição dos processos de comunicações e tecnológicos presentes nessa experiência. A co-municação popular e alternativa é uma comunicação de origem dos movimen-tos populares (comunidade) essa experiência tem caráter mobilizador coletivo dos movimentos populares ou população esse processo de mobilização visa atingir os interesses e necessidades e de participação política. A comunicação alternativa é caracterizada por apresentar uma opção de fonte de informação, tanto pelo conteúdo que oferece quanto pelo tipo de abordagem que utiliza. Segundo Peruzzo (2006, p.4) afirma:

Em síntese, a comunicação popular e alternativa se caracteriza como ex-pressão das lutas populares por melhores condições de vida que ocorrem a partir dos movimentos populares e representam um espaço para participação democrática do “povo”. Possui conteúdo crirítico-emancipador e reivindicativo e tem o “povo” como protagonista principal, o que a torna um processo de-mocrático e educativo. É um instrumento político das classes subalternas para externar sua concepção de mundo, seu anseio e compromisso na construção de uma sociedade igualitária e socialmente justa.

A influência das mídias na formação das crianças e adolescentes já era enor-me por causa da televisão e aprofundaram-se ainda mais nos últimos anos com o desenvolvimento das novas Tecnologias de Comunicação e Informação (principalmente a internet). São elas as portas para que os adolescentes mante-nham contato com o mundo e as chaves para a auto-aprendizagem e para as experiências comunicativas.

A educomunicação é uma metodologia pedagógica que estabelece o uso

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e recursos modernos da comunicação na aprendizagem através dos meios de mídias a mesma é um processo educativo que possibilita as crianças e adoles-centes, adquirirem criatividades em relação aos meios de comunicação.

A educomunicação está preocupada com a ação das pessoas que adquire os conteúdos comunicados, com o que elas poderão fazer com o conheci-mento e com as ferramentas de que se apropriaram. A preocupação não é apenas com a informação, mas com o aprendizado, com o aumento de sua capacidade de questionar e de suas habilidades de se comunicar, com o seu processo de tomada de consciência e com os resultados das ações que são realizadas a partir do poder de incidir na realidade para de alguma maneira transformá-la. A educomunicação preocupa-se ainda em fornecer informação com clareza, em qualquer tema que esteja sendo abordado.

Portanto, a comunicação deve ser notada como uma questão de direito em si e também como um importante ferramenta de mobilização pelos direitos que, do ponto de vista da educação, passa a ser complementar ao processo de formação cidadã das crianças e adolescentes.

#FICAADICAwww.viracao.orgA Viração Educomunicação é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos criada em março de 2003 e recebe apoios institucionais do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e da Agência de Notícias dos Direitos da Infância.

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V. LINGUAGENS, MÍDIAS E TÉCNICAS

ÁUDIOSA oralidade é uma das formas de comunicação mais antiga da espécie hu-

mana. Sendo assim, desde muito cedo, somos mediados/ impulsionados pelo mundo a nos comunicar. Identificamos sons produzidos pelas cordas vocais (comunicação sonora), sons ambientes, como de animais, automóveis, cons-trução civil e outros. O som ou áudio é um aliado para a inclusão, especialmen-te para pessoas com deficiência visual. Nos meios de comunicação de massa ou alternativos, o som é quase um elemento indispensável. Já imaginou o rádio sem o som/áudio? Ele não teria sentido, não existiria. Na Educomunicação o som pode estar presente em algumas formas e ser produzido, por exemplo, usando um gravador digital ou celular, que tenha a função de gravar.

Áudio de bolsoUma boa forma de colocar em prática o direito humano à comunicação é

se apropriando de conhecimento e produzindo seu próprio meio de comuni-cação. Uma dica é o áudio de bolso. Um formato simples e que pode ser feito em qualquer lugar com equipamentos tais como: um gravador digital ou, até mesmo, gravador de voz de celulares.

Se antes precisávamos de grandes transmissores, gravadores de som e um sistema de rádio com transmissores para reproduzir o áudio, hoje contamos com o avanço e a democratização da tecnologia que, aos poucos, começa a se popularizar, como o celular.

De modo geral, os celulares possuem gravador de voz que pode ser mui-to útil para a produção de entrevistas, pequenos programas e também para a distribuição do conteúdo com os colegas da escola, de projetos ou do bairro.

A oralidade, a linguagem do rádio, se utiliza do som, do áudio. Os programas de rádio são feitos basicamente de elementos sonoros, como a voz, a música, sons e efeitos diversos.

Com o áudio podemos trabalhar algumas técnicas, que estão muito pre-

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sentes nos programas de rádio, seja em emissoras comerciais, comunitárias, alternativas, universitárias.

Spot radiofônicoÉ uma peça sonora pensada para o veículo do rádio (ou similar, carro de som,

outros) onde se usa a interpretação humana (um ou mais locutores) e elementos sonoros (músicas, efeitos especiais), para sua construção. Pode ser exibido dentro da estrutura da uma rádio, durante os intervalos comerciais (o famoso break comercial) e intervalos de programas especiais, ou como divulgação em motos, carros.

A principal função do spot de rádio é o de fixar no ouvinte a mensagem ou anúncio gravado. Nele podem existir elementos promocionais (sorteio de ingres-sos), institucionais (campanhas educativas, horário de programas da própria emis-sora), comemorativos (aniversariantes do mês), entre tantas outras utilidades.

O formato de tempo de um spot de rádio costuma ser de 15, 30, 45 ou 60 segundos. Este padrão de tempo vem perdendo espaço nas rádios online, já que neste meio não existem limites e a emissora tem mais liberdade para que-brar os padrões estabelecidos pela radiodifusão.

DRAMATIZAÇÃO NO RÁDIOSão formatos muito comuns no universo radiofônico quando falamos de

dramatização no rádio. A história das telenovelas deve muito ao rádio, já que nos anos de ouro do rádio, as radionovelas eram as grandes atrações na pro-gramação das emissoras brasileiras. Um dos grandes sucessos foi a novela O “Direito de Nascer”.

Entre os formatos que se destacam, estão:

Rádio teatroDramatização no rádio, como o nome já diz. Se utiliza de elementos dramá-

ticos de encenação e efeitos sonoros para criar os ambientes onde acontecem as cenas. Com tempo médio de 1,5 minuto a 3 minutos, as peças podem levan-tar questões relacionadas com o dia a dia da comunidade, estória do imaginário local, outros.

Rádio novela Muita parecida com o rádio teatro, esta técnica se utiliza dos mesmos ele-

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mentos, mas se diferencia com o tempo de duração. A novela é dividida em capítulos e pode ter uma duração de acordo com os episódios, podendo durar semanas e meses para se contar uma história (real ou fictícia). O elenco tam-bém acaba sendo maior, já que a novela pode ter núcleos (grupos, famílias).

Radio sérieAs séries apesar de parecerem com as novelas, se diferenciam na divisão

dos episódios. Enquanto as novelas são contadas em capítulos, as séries trazem a cada episódio um drama diferente, mas geralmente com o mesmo elenco. Podendo ter a inserção de um novo personagem a cada edição ou não. Cada história tem um final em um ou dois episódios. Outra diferença, é que as séries podem ter temporadas.

A INFORMAÇÃO NAS ONDAS DO RÁDIO

Rádio DocO Rádio Documentário (Rádio Doc), muito comum no radiojornalismo, ge-

ralmente traz informações mais elaboradas, que chamamos no jornalismo de “grande reportagem”. Tem rádio doc que têm duração de 15 a 30 minutos, podendo se estender em até 1 (uma) hora. Fatos importantes e marcantes da comunidade podem virá um rádio doc, como a história do local ou a da pessoa mais velha da comunidade. Para este formato de programa de rádio a técnica mais usada é a entrevista, lembrando-se de fazer uma boa pesquisa em docu-mentos, registros. E claro, a roteirização para ter ao final uma boa produção.

Boletim InformativoPrograma que pode trazer acontecimentos, fatos importantes da comuni-

dade, município e região. Aquilo que é de interesse público, deve virar notícia. Saber o que acontece ou vai acontecer na comunidade é uma boa maneira para produzir um Boletim Informativo.

Disco-debateA música é um dos elementos mais presentes nos programas radiofônicos.

Já imaginou o rádio, a vida sem música? E que tal, além de usar a música para entreter e divertir as pessoas, ela ainda possa fazer parte de uma roda de con-versa? Essa é a proposta do Disco debate.

A proposta é pegar músicas que tenham a ver com o tema do programa e tragam em suas letras mensagens que podem ser um questionamento sobre, por exemplo, de questões sobre a nossa política, relação entre pais e filhos, pro-blemas sociais (fome, miséria, uso da terra, saúde, educação). Enfim, não faltam

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assunto e músicas que fazem reflexões sobre o cotidiano e a relação do homem com seus pares. Letristas como Cazuza, Chi Buarque de Holanda, Humberto Tei-xeira, Renato Russo, Luiz Gonzaga e Gonzaguinha são alguns exemplos de com-positores que levaram para as suas músicas muitas reflexões sobre o nosso país.

AUDIOVISUALSomos seres audiovisuais. Essa é uma forma de dizer que estamos a todo

momento consumindo, e com o advento das tecnologias, como o celular, também produzindo audiovisual. Seja para registrar em casa, na escola ou em produções mais elaboradas e presentes em plataformas digitais. Não podemos pensar o audiovisual somente no áudio ou somente em imagem. É a junção destes dois que faz com que chegamos ao produto final: audiovisual.

Vídeo de bolsoO audiovisual é dividido, mesmo sem podermos pensar os dois separados, pelo

áudio e vídeo. Até agora já falamos dos elementos e técnicas que podemos usar no áudio. Mas no vídeo, qual seria a sua principal característica: a imagem. Quando dizem que “uma imagem vale mais que mil palavras”, estão querendo dizer que o recurso visual de uma determinada informação pode valer mais que lhe contarem sobre o que aconteceu. Diferente do som, onde usamos na maioria das vezes os elementos visuais já existentes na nossa cabeça, a imagem é fala por si só.

Porém, nem sempre isso é verdade. Algumas imagens se não forem colo-cadas em um contexto, ela pode não dizer nada, e até mesmo, confundir que a vê. Por isso, quando usamos o recurso do vídeo, geralmente ele se utiliza da ajuda do áudio e ainda de alguns caracteres, que como chamados as infor-mações de texto que aparecem no vídeo, como legendas (descrição de uma imagem – pessoa, local) ou palavras ou frases que vão ajudando ao espectador compreender e até mesmo reforçando o que está querendo dizer.

A descrição também é muito comum no vídeo, isso porque, nem sempre o áudio está com uma boa qualidade, e quando falamos em acessibilidade, onde pessoas com necessidades especiais, podem também assistir a imagem e ler a descrição quando tem a deficiência auditiva. Assim como, a autodescrição, onde é narrado o que está se passando no vídeo, para as pessoas que tem a deficiência visual.

Curtas: Ficção ou DocumentárioAlgumas produções de audiovisual podem ter dois formatos, os mais co-

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muns: o de curta-metragem e o de longa-metragem, que são os filmes com mais de uma hora de duração. Nos meios alternativos, as produções geralmen-te são os de curta-metragem. Podem variar de 1,5 minuto a 10 a 15 minutos. Eles podem ser ficção – quando se conta estórias inventadas ou baseada em história reais. Aqui, é a imaginação que manda! Já os documentários, tem um perfil mais informativo, jornalístico. Assim como no rádio, podem contar e regis-trar fatos e acontecimentos interessantes da comunidade. Por exemplo: você pode produzir um documentário sobre o projeto Compromisso Vivo. É preciso pensar uma pauta e um roteiro para montar a história real que você quer contar.

Existem inclusive, festivais no Brasil inteiro voltados exclusivamente para esta modalidade de audiovisual. O legal também estimular a garotada para a realiza-ção de um festival local e até regional, onde se reúne peças de comunidades do município para exibição e premiação das melhores produções. Lembrando, de independente da premiação, o importante aqui é estimular a produção co-laborativa e alternativa nos espaços comunitários.

Web série (produções para a internet)Com o boom da internet, seja no computador, em tablets ou smatphones,

as produções de séries e programetes bombam na web, falando um bom in-ternetês. As séries, muito voltadas para o público infanto-juvenil se utilizam de temáticas do universo do jovem para falar com e para ele. Um exemplo é a série de programa “Quarto Mundo” produzido pela Viração Educomunicação e a Universidade de São Paulo (USP).

Com temas bem atuais, a produção agrega o que a juventude quer, pensa e está fazendo em temáticas diversas, que vai desde o transporte público ao uso da camisinha. Após a produção, usando equipamentos básicos, como uma câ-mera para captação de som e imagens, gravados em espaços abertos e fecha-dos (estúdio produzido com elementos reciclados) e com participantes que vão de jovens estudantes a especialistas e estudiosos, é possível fazer render muita história para alimentar o canal na internet. O mais conhecido é o www.youtube.com. Basta criar uma conta no provedor (gmail) e subir o material. Lembrando que o uso de algumas trilhas sonoras não são permitidas, devido aos direitos autorais dos compositores e cantores. Mas a notícia boa que têm sites que disponibilizam trilhas gratuitas com licença de Creative Commons, que indica o tipo de licença e as possibiidades de uso, como reprodução, remexer, alterar, porém que sejam dados os devidos ao autor. No link a seguir é possível conhe-cer as variações de licenças: http://www.creativecommons.org.br/as-licencas/.

Direitos de imagem e vozNossa imagem e voz é única. Logo, ela pertence a uma pessoa, assim como

o seu pensamento. Antes de sair produzindo e reproduzindo em qualquer es-paço ou mídia, é preciso ter prévia autorização. Para isso, existe o Termo de

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Autorização de uso de imagem e som. Especialmente, crianças e adolescentes, precisam deste tipo de autorização de seus responsáveis.

O uso de imagem ou voz indevido de uma pessoa pode gerar sérios danos contra quem o fez, como por exemplo, ser processo por uso indevido levan-do o acusado a pagar multa e até preso, de acordo com a gravidade do caso. No final desta publicação há um modelo de Termo que pode ser reproduzido. Lembrando todo termo tem que ter o número de um documento e assinatura do responsável.

FOTOGRAFIAFotografia é desenho da luz. Assim como a música, a fotografia também

tem papel importante para a leitura e o debate de questões e temas sociais. As fotos podem ocupar bem mais que um álbum de fotografia, elas podem virar elemento de debate, reflexão sobre a comunidade, por exemplo realizar uma sessão de fotos sobre determinado tema e pedir que crianças e adolescentes as observem e façam comentários, fomentar momentos de curiosidade, trocar experiências, vivências e diálogos. Vejamos como ela pode ser usada em dife-rentes espaços e proposta de atividades:

Foto-varalInspirada no hábito das lavadoras de roupa, que colocam suas peças para

secar em uma corda presa com pregadores, a técnica do Foto-varal utiliza desse modelo para expor (pendurar) as fotos e contar uma história por meio da ima-gem. Para a produção de um foto-varal é preciso os seguintes materiais e etapas:

4 Dividir a turma em equipes (de acordo com o número de celular ou câmeras)

4 Escolher o tema do ensaio fotográfico (pode ser coletivo ou por equipes)

4 Justificar o tema

4 Perspectivas (possíveis fotos)

4 Captar as imagens

4 Selecionar e imprimir as fotos (por equipe)

4 Produzir as cartelas de fotos (fotos e legendas)

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4 Montar o varal com pregadores de roupa (fixas as cartelas na corda)

4 Debater sobre o processo e as imagens captadas

4 Deixar exposto no espaço e/ou circular por outros espaços

Fotonovela (História em Quadrinhos)Considerada um subgénero da literatura, a fotonovela é uma narrativa mais

ou menos longa que conjuga texto verbal e fotografia. A história é narrada numa sequência de quadradinhos, onde cada um desses corresponde a uma fotografia acompanhada por uma mensagem textual. Dados históricos reve-lam que teve início na década de 40 na Itália e a sua origem foi motivada pela crescente popularização do cinema e a fama dos atores. Muito parecida com a História em Quadrinhos, a foto novela traz sempre um enredo com início, meio e fim. Os assuntos podem ser diversos, onde ficção e realidade podem estar presentes nas histórias.

O processo de elaboração e execução é muito parecido com o da Foto Varal, mudando somente a fase final do produto:

4 Dividir a turma em equipes

4 Escolher o tema (pode ser um tema geral ou por equipes)

4 Justificar o tema

4 Escrever coletivamente a narrativa

4 Captar as imagens

4 Selecionar as fotos

4 Produzir os quadrinhos com e narrativa

4 Imprimir: cópias em papel ofício e distribuir ou em tamanho ampliado e expor

4 Debater sobre o processo e o produto final

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HISTÓRIAS IMPRESSASDesde da inversão da escrita por Gutemberg com a inversão da prensa, a

produção textual encanta os quatro cantos do mundo. O uso da palavra, neste caso escrita, foi muito importante para termos até hoje os registros de fatos que marcaram a nossa história. Seja nos livros, revistas ou jornais, a impressa trans-forma nosso dia a dia. A seguir algumas ferramentas onde o impresso pode ser bem aproveitado e colocado em prática.

FanzineA palavra “fanzine” surgiu da junção das palavras inglesas fanatic (fã) e ma-

gazine (revista). Essa expressão foi usada pela primeira vez em 1941 por Russ Chauvenet, para designar as publicações alternativas que surgiam nos Estados Unidos, com textos de ficção científica e curiosidades. Diferente da produção de um periódico informativo, que demanda uma grande equipe e maquinários em grande escala para impressão e reprodução, o fanzine se utilizada basica-mente de recortes, escrita e desenhos para a sua ilustração. Após feito a sua montagem, basta fazer algumas cópias e distribuir na comunidade. Entenda melhor a seguir como produzir um fanzine:

Primeiro passo - Produção: Definir tema: saber sobre o que vai tratar o seu fanzine, para depois definir de que forma o tema será trabalhado; Definir con-teúdo: o fanzine pode ser informativo, com entrevistas, textos e gráficos. Para isso, é necessário fazer pesquisas e conversar com pessoas. Mas você pode dar preferência a desenhos, histórias em quadrinhos e fotos.

Segundo passo – Visual: seu fanzine pode ser como uma revista, com várias páginas, ou em formatos mais simples, com uma folha de sulfite dobrada ao meio, para ser uma espécie de folheto de quatro páginas. Pode ainda ter um formato mais criativo, com dobras diferentes; Diagramação: é a hora de organi-zar o conteúdo! Isso pode ser feito de modo artesanal, com recorte, colagem e textos escritos à mão, ou no computador, em programas de edição de imagens.

Terceiro passo – Reprodução: os fanzines geralmente são xerocados em preto e branco. A ideia é que muitas pessoas tenham contato com o seu traba-lho sem que você gaste muito!; Distribuição: ofereça ou venda o seu fanzine a baixo custo.

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Jornal muralO jornal, assim como os demais meios de comunicação, tem três funções

básicas:

4 Informar: transmitir uma informação de caráter relevante;

4 Formar: fazer com que o espectador possa absorver algo novo e que possa contribuir para a sua formação sociocultural;

4 Inconformar: possibilitar que este espectador não fique parado diante das injustiças ou descaso social.

O cotidiano de fatos relevantes para uma comunidade é uma prática de aprendizagem comum em nossa sociedade. Uma das maneiras de realizar esse registro é pelo jornal. Ele pode ser impresso, televisivo, radiofônico, virtual. Pode ter circulação ampla (internacional, nacional), ou local (jornal de sindicato, de associação de moradores etc.).

Você pode desenvolver um jornal mural com os alunos, em que registrem fatos e eventos da sala de aula, da escola e da comunidade relevantes para eles.

A ideia é confeccionar o jornal de maneira que possa sempre ser atualizado e afixá-lo na parede da sala ou qualquer espaço que tenha a circulação de pes-soas, para que todos possam ler.

Face muralIntervenção que baseada no digital e transformado para o analógico. Pre-

sente na página inicial da rede social Facebook, o mural, é o espaço onde as pessoas emitem suas opiniões, sentimentos e o que vier na cabeça. Adaptado aqui para o off-line, a proposta é criar um espaço que o público possa colocar seus comentários sobre determinado assunto e ainda dizer “curti” ou “não curti. O Face mural pode ser fixo ou móvel e ser colocado em uma parede da escola ou espaço coletivo da comunidade, para que haja interação dos demais com a intervenção.

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SERES DIGITAISNa era digital, onde temos mais celulares que pessoas no mundo e com o

crescimento de usuários de computadores, tabletes e smartphones, o digital é quase inevitável nos dias atuais. Mandar e-mail, acessar as redes sociais e fazer roda de conversa online está mais comum do que podemos imaginar. Logo, a era digital só tende a cresce e não tem como ficarmos fora dela. Por isso, alguns segmentos do digital podem também fazer parte das nossas atividades educomunicativas.

Pagina no FacebookÉ uma forma de estar conectado hoje é participar das redes sociais, e o Face-

book é uma delas. Com milhões de usuários no Brasil e no Mundo, dentre dos recursos que permite é termos uma página com conteúdo diverso ou especiali-zado. Moda, culinária, educação, saúde, trabalho e esportes são alguns exemplos de temas que encontramos na nessa rede social. Para ter acesso ao mecanismo, basta ter uma conta no Facebook e ir até a aba de Criar Página. Escolhido o nome da página, finalidade e descrição. Pronto! Sua página já está no ar.

Redes sociais e blogsAlém do Facebook existem outras redes sociais que podem também ser

bem úteis para disseminar e ter acesso a novos conhecimentos. Os blogs, por exemplo, podem abrir para um espaço mais organizado de conteúdo e maior visibilidade de informações. Mesmo que tenham vindo antes do Facebook, os blogs ainda podem ser um espaço legal para postar conteúdos mais elabora-dos, e utilizar em uma mesma postagem texto, foto, áudio e vídeo. Assim o texto fica mais dinâmico e atrativo; outra vantagem é que você pode criar pá-ginas por áreas de interesse, palavras-chaves, identidade visual entre outras. O www.blogspot.com é um dos mais usados como provedor de blogs grátis. Para criar uma página, basta o usuário acessar o endereço do provedor citado ante-riormente, optar por “criar novo blog”, usar um endereço de email da Google, como o Gmail, por exemplo, e ir seguindo os passos seguintes.

Boletim Informativo Digital (Newslatter)Espaço onde se concentram informações de interesse público e de fatos já

acontecidos em um determinado projeto ou comunidade. O Boletim pode trazer um tema único ou diversos, numa mesma edição. Sua periodicidade por variar de acordo com demanda de produção da equipe. Ele pode ser semanal, mensal, bi ou trimestral. É interessante que ele siga uma sequência de tempo, para que

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o seu público tenha interesse em continuar acompanhando os acontecimentos.

Nele pode vir notícias, notinhas, entrevistas, textos (crônicas, opinião, lite-rário) e ainda, fotos, depoimentos e agenda. Uma boa redação deixa qualquer produto de comunicação mais interessante de ler, por isso, pedir a ajuda de professor de português ou áreas afins na revisão é sempre recomendável; a ilustração (diagramação) também é algo que deve ser pensando e levado em consideração. Texto curtos, objetivos e claros somado a uma boa imagem ou desenho podem deixar o boletim mais leve e gostoso de ler.

Programas de edição como o Publisher do pacote Office da Microsoft é básico e pode ser facilmente usado. As ferramentas de edição são simples e muito parecidas com os demais programas de edição, como o de texto (Word) e o de apresentação de slides (Power point). Após a finalização, é preciso dar visibilidade a sua produção. Uma sugestão é utilizar a plataforma online www.issuu.com para subir o material em PDF lá e enviar o link para os seus leitores. Assim como as demais plataformas online, é preciso se cadastrar com email e senha para criar uma conta.

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ALTERNATIVOS E EXPERIMENTAISDurante as atividades de Educomunicação no projeto Compromisso Vivo sur-

giram outras possibilidades de intervenções com ferramentas e linguagens em espaços e eventos nas comunidades (passeatas, campanhas e momentos de descontração). Para isso, utilizamos de materiais e equipamentos acessíveis nos Núcleos de Convivência e Comunicação. Vejamos:

Jornal mural ambulanteO jornal mural é eficiente, especialmente, em escolas, fóruns, conferências

e outros, pois informa de modo rápido e prático sobre agendas culturais, datas comemorativas, vagas de estágio e emprego etc. O seu diferencial está na visibili-dade que dá às informações, que ficam expostas num mural, em locais de grande circulação, justamente para que muitos possam ter acesso ao seu conteúdo.

Pode ser utilizado por profissionais como forma de estimular a leitura e a pro-dução de texto. Sem contar que também incentiva o debate sobre diversos as-suntos, quando permite a participação de todos.

O PROCESSO

1. Defina uma equipe: recrute amigos que possam colaborar com ideias e conteúdo. Procure chamar pessoas que curtam escrever, desenhar, fotografar, recortar e colar. Essa diversidade é fundamental para que o jornal mural seja rico em conteúdo e visualmente bonito;

2. Pensar nos objetivos: pense em conjunto sobre a utilidade do seu jornal mural. Para que ele serve? A quem se destina? Sobre o que vai tratar?;

3. Pensar no formato: pode-se fazer jornal mural de vários materiais, como cortiça madeira, papel, tela de galinheiro. Pode ainda ter diversas cores e tamanhos;

4. Processo de Produção: como em qualquer veículo, o jornal mural segue alguns passos como reunião de pauta, apuração, redação, elaboração de layout (organização dos conteúdos no espaço do jornal mural), edição, revisão, fechamento e divulgação;

5. Fechamento: em conjunto, escolham pessoas no grupo responsáveis pela revisão e edição dos conteúdos, e fixe-os no mural apenas depois que tudo tiver sido corrigido;

6. Lembre-se da acessibilidade: o jornal deve ficar numa altura que todos possam ler, inclusive os cadeirantes. As letras dos textos devem ser maiores que a de um veículo impresso, para garantir que todos leiam de uma distância razoável;

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7. Apelos visuais: é importante lembrar que o jornal mural precisa chamar a atenção das pessoas que passam por ele diariamente. Isso significa que você deve ser criativo, usar e abusar de desenhos, imagens e colagens;

8. Participação: uma simples caixa ao lado do jornal convidando à participação pode atrair a atenção do leitor e incentivá-lo a também colaborar com opiniões, poesias, ilustrações e informações de utilidade pública.

Jornal humanoEsta técnica surgiu durante a cobertura educomunicativa da 2ª Conferência

Nacional de Juventude, que aconteceu em Brasília, em dezembro de 2011 rea-lizada pela Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadores (Renajoc), inspirada nos homens-placa, profissionais que vestem anúncios diversos e circu-lam nos centros de grandes cidades. A proposta é muito simples, mas que causa um impacto bem legal na cobertura.

O PROCESSO

1. Reúna pessoas que possam colaborar e fazer a discussão do tema de interesse do grupo.

2. Escolha da temática: Elabore uma pergunta, de forma clara e direta. Pense qual será a utilidade do jornal ambulante e a quem vai se destinar. Isso é importante para elaboração da pergunta.

3. Produção da arte: Una duas folhas de papel craft, cartolina ou papel madeira na parte dos ombros, para que fique parecido com uma camiseta, por onde vai passar sua cabeça. É importante tirar a medida nas pessoas que forem vestir. Você pode ainda decorar com desenhos e colagens. A pergunta pode ser escrita a mão ou colada, com letras recortadas de jornais e revistas. Lembre-se de deixar espaço para as pessoas responderem.

4. Hora da intervenção: Defina com o grupo o local e o melhor horário para circular com jornal humano em lugares públicos como praças, escolas, rodoviárias ou eventos. É importante sempre pensar a pergunta relacionada ao público.

5. O contato: Na hora da intervenção busque interagir com as pessoas para que elas possam convidar seus amigos a participar;

6. Finalização: Ao final digite as respostas e publique-as com fotos da atividade no seu facebook, blog ou fanzine!

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Mural interativoEspaço da comunidade que pode ser uma parece ou muro cedido por al-

guém. Para começar, deixe o espaço bonito. Talvez fazer uma campanha para recolher doações em tintas e pinceis pela comunidade e depois pintá-los juntos seja um bom começo. Com o espaço todo pintado é hora de usá-lo da melhor forma. Para isso, podemos fazer intervenções com grafites e estêncil e ainda, uma enquete. Para este último caso, é interessante que a tinta seja a utilizada em quadro-negro, aquele que existe – ou existia, na escola. O espaço pode ser usado ainda para divulgar agenda cultural, oportunidade de emprego e até recadinhos do coração. O interessante que ele traga informações relevantes para a comuni-dade e que promova a diversidade e respeito ao outro. Caso não tenha um muro, lona preta ou branca pode também ser utilizada, inclusive, para que o mural seja móvel e possa percorrer outros espaços da comunidade. O que vale aqui é a criatividade e cooperação de todos!

EstêncilPreto e branco ou colorido, ele toma parte da cidade, seja em muros, pare-

des ou nas camisetas como uma forma de manifestação popular. O estêncil (do inglês stencil) é uma técnica usada para aplicar um desenho ou ilustração que pode representar números, letras, símbolos ou qualquer outra forma ou imagem figurativa ou abstrata, através da aplicação de tinta aerossol (spray) por meio do corte ou perfuração do desenho em papel ou acetato. Ele também é uma forma muito popular de graffiti, de aplicação rápida e simples. A produção de um estên-cil pode ser um momento muito divertido. Além de integrar a galera, possibilita troca de experiência, exposição de ideias, criação. Mas, quem ainda é criança ou adolescente é necessário pedir auxílio de uma pessoa adulta para ajudar no uso de materiais cortantes como tesoura e estilete, e até mesmo da tinta em aerossol, que se for inalada por causar problemas de saúde.

O processo: 1. Escolher a imagem que será usada; 2. Reproduzir o desenho no papel (cartão, papelão ou acetato); 3. Fazer o corte com estilete nas partes que serão preenchidas de tinta; 4. Escolher a base (parede, muro, camiseta); 5. Fixar bem o desenho na base que receberá o grafite; 6. Aplicar a tinta ou spray; 7. Colocar para secar.

Com a imagem já escolhida é preciso ter cuidado nesse processo de produ-ção. Após reproduzir a imagem sobre o papel-cartão, papelão ou acetato, você deve recortar um molde com auxílio de um estilete ou tesoura com ponta, for-mando as partes que serão preenchidas por spray ou tinta. Esses espaços recorta-dos são chamamos de vazados, que darão forma ao desenho. Cuidado para não exceder o uso do spray ou tinta, pois a imagem poderá ficar borrada ou escorrida. Após aplicar a tinta sobre o desenho na base, que pode ser uma parede, muro ou camiseta, é só deixar secar. Na internet é possível encontrar diversos desenhos e ideias de estêncil. Mas você também pode criar os seus.

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TÉCNICAS E FORMATOS Diariamente temos acontecimentos na comunidade. São inúmeros fatos liga-

dos com a nossa vida, da comunidade, do estado, do país e até do mundo. Quan-to mais próximos de nós, mas os fatos podem ser considerados importantes.

Por isso, se você está produzindo seu primeiro programa de rádio na escola ou na rádio comunitária do seu bairro, não sabe por onde começar, a dica é olhar, observar e listar fatos que são de interesse de todos, como questões que envolvem educação, saúde, trabalho, lazer e esportes. Para isso, você vai precisar de algumas técnicas e formatos que podem facilitar neste processo de produção ao produto final.

PautaEscolhido o fato (acontecimento) é hora de buscar mais informações sobre

ele. Para isso, precisamos organizar as ideias. Pensar como esse fato aconteceu, quais são as informações importantes para comunicar aos demais e ainda, quem são as pessoas (fontes) que podem nos dar as informações do acontecido. Ouvir mais de uma fonte é importante, porque assim, podemos ter mais informações e versão (olhares) desse fato.

NotíciaFatos acontecem todos os dias. Eles de alguma forma acabam chegando aos

ouvidos de todo mundo, seja pelos meios de comunicação tradicionais (rádio, TV, impresso, internet). Porém, os fatos que acontecem na comunidade nem sempre são “importantes” para a mídia em geral. Por isso, noticiar fatos impor-tantes da comunidade pode ser uma boa maneira de atualizar todo mundo dos acontecimentos locais.

Para ser considerada notícia, tem que ser algo de interesse público, atual e relevante para a sociedade.

Para passar uma notícia, você pode usar um esquema muito comum nas re-dações de jornais: o lead (lide). Ele é composto por seis perguntinhas básicas:

O quê? Quando? Onde? Quem? Como? Por quê?

Exemplo:

No próximo dia 28 de julho (QUANDO) acontece mais uma passeata pela ga-rantia dos direitos das crianças e adolescentes (O QUE), em Acaraú-CE (ONDE). A passeata sairá da Igreja Matriz e percorrerá as ruas da cidade (COMO). O evento faz parte das ações do projeto Compromisso VIVO (QUEM), realizado pelo Ins-

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tituto da Infância, que por meio das suas ações combate o trabalho infantil na região (POR QUE).

ReportagemParecida da notícia, a reportagem pode trazer mais informações no seu corpo

e também não se prender muito a fatos atuais, do dia a dia. Ela pode ser produzi-da com mais facilidade, porque dispõe mais de tempo. Mas requer mais dedica-ção, por precisar de mais informações. Seria como a Contação de uma história, com mais detalhes, variedade de fontes (pessoas e documentos).

Exemplo:

A história de vida de pessoa com 100 anos de vida da comunidade pode ser uma boa pauta e pode virar uma reportagem. Outro exemplo, pesquisar mais sobre as formas de trabalho na comunidade e como a criança e o adolescente fazem parte desse processo e quais são as causas, consequências e como o está o enfrentamento a esse tipo de violação na sua comunidade.

EntrevistaEscolhido o fato (acontecimento) é hora de buscar mais informações sobre

ele. Para isso, podemos fazer por meio de um questionário com perguntas im-portantes sobre o fato.

A essa lista de perguntas chamamos de entrevista. Colher informações que você ainda não sabe e quer reportar para os demais ouvintes do seu programa. Ter um roteiro em mãos é essencial para que você não se esqueça de perguntar o que realmente importa. Porém, não é obrigado se prender a ele. O roteiro tem função de lhe orientar.

EnqueteMuito utilizada em pesquisa de opinião nos meios de comunicação, a enque-

te nada mais é que uma única pergunta que pode gerar várias respostas. Existem dois modelos de enquete: a fechada e a aberta. A “fechada” limita ao entrevistado dizer somente “Sim” ou “Não”. Já no caso das abertas, é interessante fazer uma pergunta que crie espaço para que o entrevistado possa dá sua opinião, mesmo que seja “sim” ou “não”, sempre perguntar o “por quê” daquela resposta.

Exemplos:

Fechada: Você é contra ou a favor da Redução da maioridade penal?

Aberta: Para você, quais são as consequências da Redução da maioridade penal para um adolescente?

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RoteiroUm filme não se faz só com as ideias soltas. É importante colocar as ideias

no papel, pensar como será e o que você vai precisar para produzi-lo. Isso é o que chamamos de roteiro. É nele que dizemos tintim-por-tintim como a história será contada: quem são os personagens, onde as cenas se passarão, a fala de cada pessoa, se vai estar chovendo ou fazendo um sol de rachar. Use e abuse do roteiro.

Fazer uma chuva de ideias antes e depois organizar no roteiro vai fazer com que você tem um bom filme no final e com menos trabalho possível. Pense o filme como uma linha, com um ponto de partida e outro de chegada. Nessa linha você vai dizer como a história acontece. Feito isso, vá preenchendo com mais detalhes cada ponto da linha.

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VI. SUGESTÕES DE ATIVIDADES E INTERVENÇÕES

A Educomunicação é um mundo de possibilidades. Com ela podemos produ-zir peças e produtos que podem ser expostos na sala de aula, na praça, no centro cultural da comunidade ou em outros. Com essas técnicas e linguagens é possível formatar projetos mais elaborados e amadurecidos no decorrer do projeto, como uma Agência Jovem de Notícias, cobertura de eventos e realização de festivais de Multilinguagens.

Agência Jovem de NotíciasUma agência geralmente é formada por profissionais de áreas diversas da comu-

nicação, especialmente, do jornalismo. Esses profissionais se dividem em funções a desenvolver e produzir conteúdo e produtos de comunicação.

No caso de uma Agência Jovem, teremos jovens engajados e a fim de produzir conteúdo de comunicação com a finalidade de passar para quem não está presente no local, disseminar informação, divulgar evento, mobilizar a sociedade civil, entre outros.

Na Agência jovem, as funções são divididas de acordo com a finalidade de cada pessoa. Quem gosta de fotografia, assume a função de registrar em fotos os mo-mentos importantes e imagens que possam servir de ilustração em uma matéria ou ser usada em uma galeria de fotos.

Assim como, quem gosta de escrever, ocupa o espaço de produção de textos e revisão. Enfim, cada integrante vai ocupar aquilo que é de sua expertise. Ao final, teremos uma equipe engajada e com funções definidas por afinidade.

A depender da duração do evento, essas funções podem se alterar e cada inte-grante ocupar mais de uma função, tendo assim mais experiências e aprendizagem durante a Agência.

O grupo pode ainda ter uma pessoa-referência no grupo, que pode colaborar em alguns momentos para, por exemplo, cobrir um evento.

A Agência pode ser temporária para a realização de um evento ou contínua. Pode alimentar um site, blog ou simplesmente um jornal mural na comunidade. O grupo pode definir calendário de encontros, para que seja possível pensar nas pau-tas, responsáveis por elas e data de entrega.

Na Agência Jovem há a liberdade (organizada) de escolher que ferramentas e técnicas serão utilizadas durante a cobertura de um evento ou na produção mensal dos produtos, outros. Na agência jovem cabe tudo: fotografia, vídeo, fanzine, jornal

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mural, áudio, galeria de fotos, entrevistas, notícias, debates, música, textos etc. En-fim, o grupo decide o que irá produzir e qual a melhor técnica e linguagem a utilizar.

Agência Jovem de Notícias – Viração EducomunicaçãoÉ uma iniciativa colaborativa tem como objetivo principal ser um espaço virtual

para compartilhar notícias produzidas por adolescentes e jovens a partir dos núcleos regionais, Conselhos Jovens da Viração e centros de produção de comunicação popular e juvenil das organizações parceiras.

Site: http://www.agenciajovem.org/wp/

Cobertura ColaborativaA Cobertura Colaborativa é o termo usado para produção de conteúdo de for-

ma compartilha. Nem sempre dá para cobrir um evento ou acontecimento com uma equipe bem reduzida. Para isso, é sempre bom contar com a ajuda de outras pessoas que estão ali como participante, ouvinte ou realizador. Convidá-los a parti-cipar sempre é uma boa.

Dicas para uma cobertura colaborativa de um evento:

Antes:

4 Conhecer o evento – saber da programação, confirmar horário e local, organizadores e responsáveis;

4 Reunião de equipe e definição de funções;

4 Reunião de pauta – divisão e escolha das atividades a ser cobertas naquele dia;

4 Conferir materiais e equipamentos necessários.

Durante:

4 Passar lista de equipamentos;

4 Certificar-se do espaço onde a atividade irá acontecer;

4 Sondar possíveis fontes que podem dar entrevista e fotografadas;

4 Confirmar nome, sobrenome e função dos entrevistados;

4 Pedir autorização (verbal ou escrita) dos entrevistados;

4 Ter cuidado com sons e luz nos ambientes que podem prejudicar a captação de áudio, vídeo ou foto;

Depois:

4 Finalização do produto;

4 Pedir que alguém revise;

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4 Subir material para a plataforma da cobertura;

4 Divulgar nos espaços e redes sociais;

4 Devolução de equipamentos aos responsáveis;

4 Reunião de avaliação do processo de produção e produtos finais.

Atividade destinada aos grupos de adolescentes das comunidades com NCC’s e que irão receber o Festival Multilinguagens. A proposta é a mobilização desses adolescentes para o lançamento da campanha e também a produção de materiais de comunicação voltados para o “olhar” do adolescente sobre o evento e as abor-dagens feitas na edição.

Festival de MultilinguagensO Festival de Multilinguagens surgiu do resultado de ações e intervenções de

comunicações diversas no Projeto Compromisso Vivo no ano de 2014. O festival é realizado com crianças, adolescentes, familiares e sociedade civil. Em seu primei-ro ano, o festival representou o evento de lançamento da Campanha É da Nossa Conta! nos territórios de atuação do referido projeto em Acaraú - CE (Sede, Aranaú, Santa Fé, Lagoa do Carneiro e Juritianha).

Foram disponibilizados nos espaços públicos (praças, quadras, outros), durante um dia, estandes e palcos para apresentação das peças de comunicação da campa-nha, assim como de material produzido pelos adolescentes do Projeto Compromis-so Vivo nas oficinas de Educomunicação. A programação contou ainda com roda de conversa e apresentações artísticas e culturais sobre os direitos de crianças e adolescentes e visitação pela comunidade, por meio da disponibilidade de serviços sociais e espaços lúdicos com brincadeiras em parceria com o Serviço de Convi-vência e Fortalecimento de Vínculos da gestão municipal de Acaraú.

A partir dessa experiência os Festivais de Multilinguagens foram incorporados no Projeto Compromisso Vivo como estratégia para exposição das peças de comu-nicação produzidas, espaço de sensibilização e mobilização da sociedade civil em temas de advocacy e de amostra cultural.

Rádio móvel A oficina de Rádio Móvel é uma intervenção na comunidade por meio da apro-

priação e uso dos equipamentos de rádio para fim de promover um espaço de diálogo e troca de experiências para a promoção dos direitos humanos e combate ao trabalho infantil nas comunidades de atuação do projeto Compromisso Vivo. Com equipamentos básicos (mesa mix, microfones sem fio, caixas amplificadoras e alguns metros de fios). Antes de colocar a rádio no ar, é preciso se apropriar da me-todologia de uso, como planejar com a equipe ou equipes a proposta do programa, tema, técnicas e duração.

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Roda de conversa (talkshow)Que tal misturar trocas de ideias e música para dar um ar mais leve a um debate?

É assim que basicamente se forma uma boa roda de conversa. Para fazer esse tipo de encontro com debate, basta seguir alguns passos a seguir:

1. Escolha o tema; 2. Convide umas três pessoas tenham algum conhecimen-to do tema (educador, adolescente/jovem, liderança comunitária etc); 3. Convide pessoas da comunidade para participar do encontro; 4. Escolher uma pessoa para mediação (aqui é preciso estar por dentro do tema e possa ajudar no debate, com perguntas e mediação nas ordens das participantes, inclusive da plateia); 5. Prepare também uma intervenção cultural (música, dança, teatro ou vídeo) dentro da pro-posta do tema, para quebrar um pouco o gelo e animar a discussão; 6. Durante a ati-vidade é interessante ter a cobertura educomunicativa (selecione uma equipe para fazer fotos, vídeos e áudios por meio de entrevistas e outras técnicas de educom). Tudo planejado e pronto, mãos à obra e realizar o encontro com sucesso!

EstêncilPreto e branco ou colorido, ele toma parte da cidade, seja em muros, paredes

ou nas camisetas como uma forma de manifestação popular. O estêncil (do inglês stencil) é uma técnica usada para aplicar um desenho ou ilustração que pode repre-sentar números, letras, símbolos ou qualquer outra forma ou imagem figurativa ou abstrata, através da aplicação de tinta aerossol (spray) por meio do corte ou perfu-ração do desenho em papel ou acetato. Ele também é uma forma muito popular de graffiti, de aplicação rápida e simples. A produção de um estêncil pode ser um momento muito divertido. Além de integrar a galera, possibilita troca de experiência, exposição de ideias, criação. Mas, quem ainda é criança ou adolescente é neces-sário pedir auxílio de uma pessoa adulta para ajudar no uso de materiais cortantes como tesoura e estilete, e até mesmo da tinta em aerossol, que se for inalada por causar problemas de saúde.

O processo: 1. Escolher a imagem que será usada; 2. Reproduzir o desenho no papel (cartão, papelão ou acetato); 3. Fazer o corte com estilete nas partes que serão preenchidas de tinta; 4. Escolher a base (parede, muro, camiseta); 5. Fixar bem o de-senho na base que receberá o grafite; 6. Aplicar a tinta ou spray; 7. Colocar para secar.

Com a imagem já escolhida é preciso ter cuidado nesse processo de produção. Após reproduzir a imagem sobre o papel-cartão, papelão ou acetato, você deve recortar um molde com auxílio de um estilete ou tesoura com ponta, formando as partes que serão preenchidas por spray ou tinta. Esses espaços recortados são chamamos de vazados, que darão forma ao desenho. Cuidado para não exceder o uso do spray ou tinta, pois a imagem poderá ficar borrada ou escorrida. Após aplicar a tinta sobre o desenho na base, que pode ser uma parede, muro ou cami-seta, é só deixar secar. Na internet é possível encontrar diversos desenhos e ideias de estêncil. Mas você também pode criar os seus.

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VII. OFICINAS EDUCOMUNICATIVAS

Proposta de plano de oficinas realizadas nas comunidades do Projeto Com-promisso Vivo. Cada atividade foi replicada nos Núcleos de Convivência e Comu-nicação (NCC), com um grupo com média de 20 participantes por comunidade, com duração de 8 horas cada. Tutoriais no final deste documento. A seguir, os planos de oficinas que foram executados durante a formação de 80 adolescen-tes e jovens nos 05 NCC do projeto Compromisso Vivo, em Acaraú-CE.

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Atividades:

4 Acolhimento: Crachás e painel de impressões

4 Dinâmica de integração: Contação de história;

4 Mapa da comunicação local: entender como o grupo percebe a comunicação e como ela pode ser utilizada nas ações do projeto e comunidade;

4 Multilinguagens: com o Guia Educomunicativo, após uma leitura, cada um ou em duplas, irá identificar qual ou quais linguagens mais se adaptam com a realidade dos núcleos;

4 Debate: Comunicação como Direito Humano e liberdade de expressão;

Conteúdo de suporte:

4 Proposta do Cronograma de Comunicação: Nos grupos, os participantes, a partir do que foi apresentado e discutido, irão construir uma proposta de plano para a comunicação do Projeto Compromisso Vivo;

4 Reunião de pauta – organizar a produção: definir linguagens e proposta de produtos;

4 Acordos e avaliação da oficina – agendar o próximo encontro

Oficina áudio de bolso

Objetivos: Realizar a formação dos estagiários do Projeto Compromisso Vivo (Acaraú), em conceitos e técnicas educomunicativas, para apropriação e suporte às oficinas a serem realizadas com adolescentes e jovens dos Núcleos de Convi-vência e Comunicação, nas comunidades assistidas pelo IFAN, em Acaraú.

Temas abordados: comunicação, direitos humanos, liberdade de expressão, educomunicação e multilinguagens.

Oficina com equipe: Construção coletiva

ROTEIROS DE OFICINAS

Oficina com equipe

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Atividades:

4 Acolhimento e identificação: produção de crachás

4 Roda de conversa: Ética e Comunicação

Em uma folha limpa, pedir aos participantes que desenhem o que é comunicação.

Conteúdo de suporte: Vídeo “Ética – liberdade de expressão – Maleta Democracia Canal Futura”. Tempo 6’00’’

4 Técnica e linguagem (Áudio)

Contextualização: tipos, características, linguagem, elementos.

Formatos: spot e programete de rádio

4 Pauta e roteiro

Técnica de pauta e roteiro; divisão dos grupos, escolha do tema pelos grupos; produção de pauta, roteiro e produção.

4 Reunião de grupo

Reunião coletiva para falar como estão as produções e encaminhar para finalização das produções;

4 Exibição e avaliação das produções

Exibição das produções para o grupão; processo de produção, avaliação pelo grupão.

4 Avaliação da oficina

Avaliação pelos participantes da oficina. 

Oficina Áudio de bolso: Sintonizando direitos

Objetivos: Realizar formação em direitos humanos, com foco na comunica-ção; formação técnica em áudio, trabalhando seu formato, linguagem e formas de uso com adolescentes e jovens dos Núcleos de Convivência e Comunicação, nas comunidades assistidas pelo IFAN, em Acaraú.

Temas abordados: Comunicação, direitos humanos, liberdade de expressão, técnicas e linguagem de áudio de bolso.

Oficina Áudio de bolso

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Objetivos: Realizar oficina educomunicativa em vídeo de bolso; Produção de peças educomunicativa no formato de vídeo; Mobilizar adolescentes e estagiá-rios para a importância de discutir e participar da comunidade.

Temas abordados: Adolescência, participação e comunidade; técnica educo-municativa vídeo de bolso.

Atividades:

4 Dinâmica: Classificados: Integração entre os participantes (cada integrante irá fazer um anúncio sobre si, destacando suas principais habilidades, qualidades e gostos. Ao final, expor os anúncios de pedir que cada colega escolha um e depois diga o porquê (o que mais se identificou).

4 RG - O que é ser adolescente: continuação da atividade anterior, essa atividade propõe conhecer melhor os adolescentes e o que eles pensam sobre “Ser adolescente”. Pode ser feito em uma cartolina, com um desenho vazado para ser preenchido com imagens, palavras e desenhos.

4 Técnica e linguagem (Vídeo): Planejar: Olhar, Pensar, Fazer e Compartilhar;

4 Chuva de Ideias – Escolha do tema: Divisão dos grupos e escolha dos temas a serem trabalhados.

4 Pauta: Tema, recorte, justificativa e fontes.

4 Roteirização e pré-produção: Colocar as ideias no papel

Oficina Vídeo de Bolso

Oficina Vídeo de bolso: A teoria na prática

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Objetivos: Realização de oficinas educomunicativas na linguagem Jornal Mu-ral; produção de peças comunicativas por meio da perspectiva da educomunica-ção, no formato de jornal mural;

Temas abordados: Jornal mural e notícia, comunidade, registro e vivências socioculturais de crianças e adolescentes do projeto Compromisso VIVO.

Atividades:

4 Dinâmica de integração: pedir aos participantes que escrevam “a melhor notícia da sua vida”. Trabalhar perspectivas de futuro, fatos importantes na vida de todos; introduzir o conceito de notícia: estrutura, informações necessária, função social, importante e interessante.

4 Jornalismo e o papel social da informação: debater sobre a função social e cultural do jornalismo, enquanto formar de opinião na sociedade e também a função de jovens comunicadores na

4 Realização: Realização do roteiro: captação de imagens, entrevistas, sons, personagens.

4 Pós-produção: Edição e finalização;

4 Exibição e avaliação das produções: Exibição das peças brutas para a equipe e avaliação do processo de produção.

4 Avaliação da oficina: Falada ou escrita.

Oficina Jornal Mural

Oficina Jornal Mural: Apropriação da técnica

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comunidade. Além de destacar o que pode ser ou notícia na comunidade e qual a sua função social para comunidade.

4 Apresentação do conceito de jornal mural: explanar sobre o JM, sua função na comunidade e estrutura física para a produção deste meio de comunicação.

4 Chuva de ideias: O que tem ou deve ter em jornal; exibir o vídeo “como é feito o jornal impresso”.

4 Mão na Massa: Em equipes, cada grupo irá propor um jornal mural na cartolina. No grupão, serão apresentadas as propostas para que sejam eleitas as seções, layout e conteúdo que terá no jornal do NCC. A escolha do nome pode ser feita no grupão, mas com proposta de cada grupo e eleito em votação coletiva.

4 Estrutura do Jornal Mural – nº 1: No grupão, irão apresentar o que foi decidido no grupo, para que possam ser “eleitas” as seções a compor o JM.

4 Reunião de Pauta: realizar a primeira reunião de pauta, para definir o assunto de cada seção e quem fica responsável pela seção. Pode ser em duplas ou em trios. Depende do número de participantes.

4 Acordos e avaliação: espaço para avaliação coletiva da oficina e agendamentos para a finalização do jornal.

Oficina Fotografia

Objetivos: A música como elemento comunicacional e multiliguagem na for-mação sociocultural; uso social da fotografia no olhar sobre a comunidade e garantia de direitos; apropriação e prática da técnica fotografia por crianças e adolescentes do projeto Compromisso VIVO.

Oficina Fotografia: Revelando saberes

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Temas abordados: O papel social da fotografia – metodologia e técnica, a música como instrumento de expressão e identidade, mobilização social e garantia de direitos.

Atividades:

4 Dinâmica de integração - Sons e Sensações: Pedir aos participantes que saiam do espaço e escutem o máximo de som do ambiente externo. Peça que anotem os sons que ouvirem. Em seguida, quando voltarem para a sala, peça que reproduzam ou leiam os sons que conseguiram captar.

4 Disco-debate: Tocar uma seleção de músicas e pedir que os participantes escolham quais músicas TOCA ou NÃO TOCA. Ao final, fazer um debate das escolhas e relações dos participantes com as músicas;

4 Conceito de fotografia: Explanar sobre fotografia, sua função na comunidade e estrutura física para a produção desta forma de comunicação; História da fotografia – exibir vídeo; O que usar para fotografar – exibir vídeo com as funções da câmera fotográfica digital.

4 Ensaio fotográfico: Reunião de pauta – escolha do tema

4 Divisão das equipes (depende do número de participantes e câmeras); Pauta: equipe; tema; justificativa; e perspectivas.

4 Mão na Massa: execução da pauta e captação das imagens;

Revelando ideias:

4 Cada grupo poderá imprimir até 5 fotografia;

4 Impressão e exposição do material fotográfico produzido na oficina;

4 Colocar legenda nas fotos.

4 Foto-varal: prenda uma corda-varal em dois pontos do espaço; espalhe pregadores de roupa na corda; peça que as equipes fixem as cartelas com as fotos e legendas; convide todos para apreciarem o ensaio do grupo.

4 Avaliação da oficina: reunir todos e converse um pouco sobre o processo de produção e as questões que foram fotografadas.

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VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASGuia Mais Educomunicação - Orientações, conceitos e metodologias para sub-sidiar as ações. Viração Educomunicação, Rede Nacional de Adolescentes e Jo-vens Comunicadores – Renajoc, 2014.

HABERT, Angeluccia Bernardes. Fotonovela e Indústria Cultural. Petrópolis, 1974.

Agência Jovem de Notícias - http://www.agenciajovem.org/wp/

ARIÈS, P. História social da infância e da família. Tradução: D. Flaksman. Rio de Janeiro: LCT, 1981. As Idades da Vida, p.20-55.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: Senado Federal, 2009.

BOURDIEU, P. A “juventude” é apenas uma palavra. In: Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983.

CHAUI, Marilena. Direitos humanos e educação. In: Congresso sobre Direitos Hu-manos — Brasília, 2006.

KEHL, M. R. A juventude como sintoma da Cultura. In: NOVAES, R; VANUCHI, P. (orgs). Juventude e sociedade: trabalho, educação, cultura e participação. São Paulo, Perseu Abramo, 2004.

PAIS, José M. Culturas Juvenis. Lisboa: Imprensa Nacional da Casa da Moeda, 2003.

VELHO, Gilberto. Juventudes, projetos e trajetórias na sociedade contemporâ-nea. In: Culturas Jovens: novos mapas do afeto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006.

Fonte:https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12852.htm

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VIII. ANEXOSintonia dos Direitos - Programetes de rádio

Durante o ano de 2014 o Projeto Compromisso Vivo fortaleceu sua atuação e disseminação de prática de promoção de direitos, em especial, a prevenção e o combate ao trabalho infantil por meio do rádio, por meio da proposta de in-tervenções com rádio móvel nas comunidades alvo do referido projeto, como na produção de programas de rádio com temas transversais ao trabalho infantil. A partir dos temas foram produzidas entrevistas, radio teatro, enquetes, spots e cordel que fizeram parte de 04 edições, veiculadas em emissoras de rádio locais e nas redes sociais.

Programa 01 – Trabalho InfantilOuvir: https://soundcloud.com/sintoniaifan/sets/programa-sintonia-dos-direitos_01

Programa 02 – 12 de JunhoOuvir: https://soundcloud.com/sintoniaifan/sets/programa-sintonia-dos-direitos_02

Programa 03 – 25 Anos do ECAOuvir: https://soundcloud.com/sintoniaifan/sets/programa-sintonia-dos-direitos-25-a-nos-do-eca

Programa 04 - Primeira InfânciaOuvir: https://soundcloud.com/sintonia-dos-direitos/sets/sintonia-dos-direitos--especial-primeira-infancia

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Termo de autorização do uso de imagem e voz

MODELO DE TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE VOZ E IMAGEM

Eu,____________________________________________,nacionalidade ________________, estado civil ________________, portador da Cédula de identi-dade RG nº._____________________________ , inscrito no CPF/MF sob nº ____________________________________________, residente à Av/Rua __________________________________ , nº. _________, município de ________________________________/ no Estado do Ceará, responsável legal por _________________________________AUTORIZO o uso de voz e imagem, em todo e qualquer ma-terial entre imagens de vídeo, programas de rádio, fotos e documentos, para ser utili-zada pelo/a (ORGANIZAÇÃO), por meio do projeto (________________________). A presente autorização é concedida a título gratuito, abrangendo o uso da voz e imagem acima mencionada em todo território nacional e no exterior, das seguintes formas: (I) outdoor; (II) busdoor; folhetos em geral (encartes, mala direta, catálogo, etc.); (III) folder de apresentação; (IV) anúncios em revistas e jornais em geral; (V) home page; (VI) cartazes; (VII) back-light; (VIII) mídia eletrônica (painéis, vídeo-tapes, televisão, cinema, programa para rádio, redes sociais, entre outros).

Fica ainda autorizada, de livre e espontânea vontade, para os mesmos fins, a cessão de direitos da veiculação das imagens não recebendo para tanto qualquer tipo de remuneração.

Por esta ser a expressão da minha vontade declaro que autorizo o uso acima descrito sem que nada haja a ser reclamado a título de direitos conexos à imagem ou a qualquer outro, e assino a presente autorização em 02 vias de igual teor e forma.

______________________, _____ de ______________ de ___________.

_____________________________________

(assinatura)

Nome completo:

Telefone p/ contato:

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ConVivo - Boletim EletrônicoO Boletim eletrônico ConVivo, publicado bimestralmente, é uma ferramenta de sistematização e problematização das temáticas trabalhadas no Projeto Compro-misso Vivo. Em cada edição, o boletim reúne destaque das ações e atividades que acontecem nos espaços dos Núcleos de Convivência e Comunicação (NCC). Disponível em: http://issuu.com/institutodainfancia_ifan

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Tutoriais - Faça Vc MesmoPara melhor uso deste Guia, preparamos tutoriais em formato de vídeo, com

o passo a passo para a produção de 04 técnicas: Fanzine, Jornal mural, Foto varal e Jornal Humano. O tutorial está dividido em três passos: Teoria, Processo de montagem e Disseminação. A ideia é que você se aproprie da técnica e leve para os espaços, como escolas, centros comunitários e praças. Agora, é só colocar a mão na massa!

FANZINE - FAÇA VC MESMO

JORNAL HUMANO - FAÇA VC MESMO

FOTO VARAL - FAÇA VC MESMO

JORNAL MURAL - FAÇA VC MESMO

#Conectad@s nos DireitosEstamos no facebook! Lá, você conhece mais de perto as ações de Educomuni-cação e demais atividades do projeto Compromisso Vivo.

Acesse: https://www.facebook.com/compromissovivo/

Para conhecer e este e outros projetos do Instituto da Infância – IFAN, acesse: www.ifan.com.br

https://youtu.be/srC5gcUoqXA https://youtu.be/4ZM9oO8VwLM

https://youtu.be/VX7HRYQP0zM https://youtu.be/g1DcCuEH968

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