Projeto Conceitual de Uma Colhedora de Cana

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  • 8/12/2019 Projeto Conceitual de Uma Colhedora de Cana

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    Rodrigo Bender

    PROJETO CONCEITUAL DE UMA COLHEDORA DE CANADE ACAR VOLTADA PARA A COMERCIALIZAO DO

    PLENE

    Horizontina2012

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    Rodrigo Bender

    PROJETO CONCEITUAL DE UMA COLHEDORA DE CANA DE

    ACAR VOLTADA PARA A COMERCIALIZAO DO PLENE

    Trabalho Final de Curso apresentado comorequisito parcial para a obteno do ttulo deBacharel em Engenharia Mecnica, pelo Cursode Engenharia Mecnica da FaculdadeHorizontina.

    ORIENTADOR: Cesar Antnio Mantovani, Me.

    Horizontina

    2012

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    FAHOR - FACULDADE HORIZONTINACURSO DE ENGENHARIA MECNICA

    A Comisso Examinadora, abaixo assinada, aprova a monografia:

    PROJETO CONCEITUAL DE UMA COLHEDORA DE CANA DE ACARVOLTADA PARA A COMERCIALIZAO DO PLENE

    Elaborada por:

    Rodrigo Bender

    Como requisito parcial para a obteno do grau de Bacharel emEngenharia Mecnica

    Aprovado em: 10/12/2012Pela Comisso Examinadora

    ________________________________________________________Me. Cesar Antnio Mantovani

    Presidente da Comisso ExaminadoraOrientador

    _______________________________________________________Me. Anderson Dal Molin

    Coordenador do Curso de Engenharia Mecnica

    ______________________________________________________Esp. Vilmar Bueno Silva

    FAHOR Faculdade Horizontina

    Horizontina2012

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    DEDICATRIAAgradeo a Deus por todas as coisas boas

    que vivi, por que sei que o bem apenas dele que veio.Aos meus pais Incio e Neusa, por seremminha maior fonte de fora e perseverana eque sempre estiveram ao meu lado em todosos momentos. Ao orientador Cesar Mantovani,pela sabedoria na orientao e por sua

    compreenso e auxlio para alcanarmos aprimeira de muitas vitrias.

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    AGRADECIMENTOComo j dizia Anitelli: Sonho parece

    verdade quando a gente esquece de acordar.Hoje, vivo uma realidade que parece um sonho,mas foi preciso muito esforo, determinao,pacincia, perseverana, ousadia emaleabilidade para chegar at aqui, e nadadisso eu conseguiria sozinho. Minha eternagratido a todos aqueles que colaboraram para

    que este sonho pudesse ser concretizado.

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    Que os vossos esforos desafiem asimpossibilidades, lembrai-vos de que asgrandes coisas do homem foram conquistadasdo que parecia impossvel.Charles Chaplin

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    RESUMO

    Com o desenvolvimento de novas tecnologias no mercado da cana deacar e a busca incessante por novas fontes de energia, possvel notar nesteramo agrcola um grande potencial para desenvolver novas tecnologias e produtos

    que visam reduo de custos, melhorias no processo de produo e at mesmonovos produtos, porm, durante este crescimento surgem problemas que podemretardar ou at mesmo evitar o progresso destas inovaes, deste modo, importante ressaltar o processo de produo do plene, que uma nova tecnologiano que se refere a mudas de cana para plantao e que nos dias de hoje suaproduo bastante complicada, devido grande danificao da gema, durante oprocesso de colheita com mquinas convencionais, com isso, este trabalho tem porobjetivo o desenvolvimento de uma colhedora, capaz de colher a cana de acarsem danificar esta parte do produto necessria para a criao do plene. Para isso,foi utilizada como base uma reviso bibliogrfica abordando temas como o processode plantio, colheita e preparao do solo para a produo de cana de acar, bemcomo as definies de desenvolvimento de projeto produto. Esta monografia utilizoucomo metodologia a pesquisa exploratria, deste modo alcanando os resultadosesperados que eram, o projeto conceitual de uma colhedora de cana que atendesseas necessidades do cliente, deste modo, foi possvel a concluso da monografia aqual atingiu o objetivo proposto.

    Palavras-chaves:Cana de acar - colhedora de cana - plene.

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    ABSTRACT

    With the development of new technologies in the sugar cane market and theceaseless search for new energy sources, it is possible to note in the agriculturalindustry a great potential to develop new technologies and products aimed at costreduction, improvements in the production process and to new products even though,during this growth problems arise that might delay or even prevent the progress ofthese innovations thus is important to emphasize the Plene production process,which is a new technology in relation to the cane planting and today its production isquite complicated, due to the great damage of the yolk during the harvesting processwith conventional machines, with that, this paper aims at developing a harvester thatcan harvest the sugar cane without damaging this part of product required for thePlene creation. Therefore, a literature review was used as a basis, covering topicssuch as the planting process, harvesting and soil preparing for the sugar caneproduction, and the definitions of product development project. This monograph usedas exploratory research methodology, thereby achieving the results that wereexpected, the conceptual design of a sugar cane harvester that meets customerneeds thereby made possible the completion of the monograph which reached itsobjective.

    Keywords:Sugar cane - harvester sugar cane - Plene.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Concentrao da produo de cana no Brasil ................................................... 11 Figura 2: Plene. ................................................................................................................ 19 Figura 3: Modelo 3520 e 3522. ......................................................................................... 21 Figura 4: Modelo A4000 e A8800. .................................................................................... 21

    Figura 5: Modelo s5010 e Tandem SII .............................................................................. 22 Figura 6: Colhedora de cana STAR .................................................................................. 22 Figura 7: Colhedora de cana SH7500 TAGRM ................................................................. 23 Figura 8: Etapas do desenvolvimento de projeto. ............................................................. 25 Figura 9: Etapas da fase de Projeto Informacional............................................................ 26 Figura 10: Etapas da fase de Projeto Conceitual. ............................................................. 29 Figura 11: Tarefas e processos envolvidos na anlise funcional. ...................................... 30 Figura 12: Matriz morfolgica e a combinao de princpios de soluo. .......................... 31

    Figura 13: Requisitos do projeto obtidos e classificados. .................................................. 35 Figura 14: Diagrama de Mudge ........................................................................................ 36 Figura 15: Casa da Qualidade QFD. .............................................................................. 37 Figura 16: Funo global do sistema tcnico .................................................................... 40 Figura 17: Desdobramento da funo global .................................................................... 40 Figura 18: Matriz Morfolgica............................................................................................ 42 Figura 19: Combinao selecionada para sistemas funcionais. ........................................ 47 Figura 20: Projeto conceitual da colhedora de cana A ...................................................... 47

    Figura 21: Conjunto de engate e suspenso para regulagem da altura de corte. ............. 48 Figura 22: Divisor de linhas. ............................................................................................. 48 Figura 23: Sistema de corte e tombamento da cana de acar. ....................................... 49 Figura 24: Esteira de transporte........................................................................................ 49

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1: Identificao dos clientes ao longo do ciclo de vida do carro. .......................... 32 Quadro 2: Informaes a serem coletadas nas fases do ciclo de vida do produto. ........... 33 Quadro 3: Requisitos do cliente. ....................................................................................... 34 Quadro 4: Especificaes do projeto em ordem de importncia obtidas atravs do QFD tero superior.................................................................................................................... 38 Quadro 5: Especificaes do projeto em ordem de importncia obtidas atravs do QFD tero mdio. ...................................................................................................................... 38 Quadro 6: Especificaes do projeto em ordem de importncia obtidas atravs do QFD tero inferior...................................................................................................................... 39 Quadro 7: Entradas e sadas do sistema tcnico em termos de material, energia e sinal. 40 Quadro 8: Descrio das funes parciais e elementares. ............................................... 41 Quadro 9 Resultados da aplicao da analogia simblica s declaraes das funes dosistema tcnico. ................................................................................................................ 42 Quadro 10: Comparativo de seleo para sistema de regulagem da altura de corte. ....... 44 Quadro 11: Comparativo de seleo para alinhar a cana de acar. ................................ 45 Quadro 12: Comparativo de seleo para sistema de corte da cana. ............................... 45 Quadro 13: Comparativo de seleo para sistema de tombamento da cana. ................... 46 Quadro 14: Comparativo de seleo para sistema de transporte da cana. ....................... 46

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ............................................................................................................................8 2 REVISO DA LITERATURA ......................................................................................................10 2.1 CANA DE AUCAR.................................................................................................................10 2.2 PROCESSO PRODUTIVO DA CANA DE AUCAR.................................................................12 2.2.1 Escolha da rea e preparao do solo para o plantio ............................................................ 12 2.2.2 Plantio da cana de acar .....................................................................................................14 2.2.3 Colheita mecanizada da cana de acar ............................................................................... 16 2.3 TECNOLOGIA PLENE.............................................................................................................19 2.4 COLHEDORAS DE CANA DE AUCAR..................................................................................20 2.5 PROJETO DO PRODUTO .......................................................................................................23 3 METODOLOGIA ........................................................................................................................25 3.1 MTODOS E TCNICAS ........................................................................................................25 3.1.1 Projeto Informacional ............................................................................................................26 3.1.2 Projeto Conceitual.................................................................................................................28 4 APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS.................................................................32 4.1 PROJETO INFORMACIONAL .................................................................................................32 4.1.1 Especificaes do Projeto .....................................................................................................32 4.1.2 Requisitos dos clientes .........................................................................................................33 4.2 PROJETO CONCEITUAL ........................................................................................................39 4.2.1 Concepo do produto Estrutura funcional .........................................................................39 4.2.2 Princpios de solues ..........................................................................................................41 4.2.3 Seleo das concepes alternativas ................................................................................... 43 4.2.4 Avaliao e escolha das combinaes .................................................................................. 47 5 CONSIDERAES FINAIS ........................................................................................................51

    6 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS ..........................................................................52 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..............................................................................................53 APNDICE A QUESTIONRIO PROJETO DO PRODUTO .......................................................56 APNDICE B PROTTIPO CONCEITUAL COLHEDORA DE CANA ........................................57

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    1 INTRODUONa busca constante pela reduo de perdas e custos, o cultivo da cana de acar

    evoluiu com o passar dos tempos, do plantio a colheita esta cultura tem passado por

    grandes modificaes. Com o aumento na procura por fontes de energia menospoluidoras, se viu na cana de acar um grande aliado no objetivo de reduo doconsumo de combustveis fsseis.

    O Brasil um dos melhores pases com condies climticas para a produo dacana de acar, nesta situao a rea de produo deste produto vem aumentandogradativamente ao longo dos anos, com isso as indstrias esto na busca por novassolues para aumento da produtividade e diminuio das perdas durante o cultivo.

    Diante disso tornasse oportuno citar o Plene, um processo inovador no que dizrespeito ao plantio da cana, a qual inclui processos que devem ser melhorados eque vem ao encontro da rea de estudo deste trabalho.

    A temtica abordada neste trabalho se define na busca de um conceito deequipamento para a colheita de cana de acar com o objetivo de utiliz-la nafabricao do Plene.

    Ainda abordando a temtica do trabalho se pode destacar o grande aumento do

    setor sucroalcooleiro, as empresas vm melhorando e desenvolvendo novosprodutos. Um exemplo disso o desenvolvimento de uma nova muda paraplantao de cana de acar chamada Plene, juntamente com sua plantadora, nicaexistente no mercado, e que aos poucos vem trazendo uma nova idia de cultivo decana.

    O plene um novo conceito em mudas de cana de acar desenvolvida pelaSyngenta, trata-se de um n do colmo provido de uma gema com cerca de 3

    centmetros de altura, a qual tratada quimicamente, para que tenha capacidade degerar a planta e para que fique resistente a ataques de fungos e insetos.Assim, importante destacar a busca constante para melhorias nos processos

    agrcolas visando cada vez mais o aumento de produo, ou seja, produzir mais commenos rea, menos custos e pouco desperdcio. Visando estes resultados importante ressaltar a unio entre a mecnica e a agronomia no que diz respeito abusca de novas idias e resultados sustentveis.

    Diante destas informaes a colheita mecanizada de cana de acar vemsofrendo poucas modificaes nestes ltimos anos e as colhedoras existentes no

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    mercado no foram projetadas para a colheita de cana visando utilizao do caulepara a fabricao do plene.

    A fim de justificar a realizao deste trabalho importante destacar que nos dias

    de hoje, a Syngenta, fabricante do plene utiliza colhedoras convencionais para acolheita do plene, a qual danifica grande quantidade das gemas da cana e que soutilizadas na fabricao do produto final, tendo um baixo aproveitamento da canacolhida para este fim, deste modo se tem uma grande perda durante a colheita.

    O projeto a ser apresentado tem por objetivo o desenvolvimento de um projetoconceitual de uma colhedora de cana de acar visando somente fabricao doplene, buscando a otimizao da colheita.

    preciso reconhecer que este processo ainda necessita melhorias, diante dissoeste projeto visa a viabilizao de um novo produto destinado a colheita de canacom nfase no plene, pois no processo existente hoje, a gema muito danificadadurante a colheita descartando-a da utilizao para a fabricao do mesmo, destamaneira, faz-se necessrio a colheita de uma rea maior desta cultura afim debuscar a quantidade de gemas necessrias para um futuro plantio.

    O desenvolvimento deste projeto torna-se importante na medida em que a

    maneira que se encontra o processo hoje o custo da fabricao do plene se tornaelevado sem contar as perdas existentes no processo atual. Alm de oportunizar aoacadmico a aplicao prtica de conhecimentos adquiridos ao longo destes anosem alguns componentes curriculares.

    Destacando novamente o objetivo deste trabalho que visa desenvolver o projetoconceitual de uma colhedora de cana de acar voltada ao desenvolvimento doplene, a fim de eliminar o desperdcio da gema atravs da danificao durante o

    processo de colheita, oportuno citar, que no mercado hoje, no tem nada parecidocom este produto, o que o torna de suma importncia ao que se refere a reduo deperdas e gastos durante o processo produtivo do plene.

    Este trabalho est estruturado em seis captulos, com a introduo, no capitulodois est abordado um estudo bibliogrfico, a fim de apresentar detalhes sobre acultura, produo e colheita da cana de acar e a tecnologia plene, j no capitulotrs, est apresentado a metodologia da pesquisa utilizada para o desenvolvimentodeste trabalho, e no capitulo quatro, tem se os resultados obtidos e a apresentaodo produto final, seguidos pelos prximos captulos de concluso e sugestes.

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    2 REVISO DA LITERATURANeste captulo apresenta-se uma introduo a assuntos que sero de suma

    importncia para o desenvolvimento deste trabalho que devido abrangncia e as

    vrias reas de estudo, sero destacados alguns conceitos e terminologiasreferentes aos processos que envolvem a produo da cana de acar, como oplantio, colheita, preparao do solo e etc. e que serviram para o aprendizado einformao na busca pelos resultados esperados.

    2.1 CANA DE AUCARCom os problemas envolvendo o aquecimento global, a busca incessante por

    novos combustveis veio aumentando em paralelo com a abrangncia desteproblema e com o passar dos anos vem sendo mais abordados pelas grandespotncias mundiais, no Brasil o lcool se tornou uma das grandes alternativas paradiminuio da poluio, alm do mais, tem outras vantagens destacadas porSiqueira, Sales e Lucena (2008), como preo mais barato, menos emisses degases, pode ser misturado em qualquer porcentagem com a gasolina.

    No Brasil a produo de cana de acar teve seu auge em 2003, com a crise do

    petrleo e o desenvolvimento dos carros biocombustveis, alm da volta doprograma do governo chamado Prolcool, um incentivo produo de cana deacar, com isso, a produo Brasileira que era de 300 milhes de litros, passou amais de 11 bilhes de litros produzidos, deste modo, o Prolcool se tornou o maiorprograma de energia renovvel j estabelecido mundialmente. Conforme Figura 1,podemos ver as reas de concentrao da produo de cana de acar no Brasil(MACHADOapud SIQUEIRA; SALES; LUCENA, 2008).

    De acordo com levantamento publicado pela IBGE (Instituto Brasileiro deGeografia e Estatstica) em 2009, o estado de So Paulo o maior produtor nacionalda cana de acar, produzindo 60% da produo Brasileira deste produto e comuma rea de plantao em torno de 428 mil hectares, divulgados pelo IMPE (InstitutoNacional de Pesquisas Espaciais), correspondente a 9% da rea de todo o estado(BORBA; BAZZO, 2009).

    Apesar de todos estes benefcios citados acima, a cana de acar at poucosanos atrs era responsvel por grande impacto ambiental, devido a emisso departiculas, gases do efeito estufa e precursores do oznio troposfrico para a

    http://www.ibge.gov.br/http://www.ibge.gov.br/http://www.ibge.gov.br/http://www.ibge.gov.br/
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    atmosfera, tudo isso devido a prtica da queima da cana. Isso ainda acontece nosdias de hoje, porm com o aumento do uso das colhedoras automotrizes est prticavem diminudo consideravelmente (FRANA; AGUIAR; RUDORFF, 2009).

    Figura 1: Concentrao da produo de cana no Brasil

    Fonte: nica

    Mas no somente o lcool que extrado da cana, conforme Vasconcelos apud Hamerski (2009), este produto muito verstil, pois pode ser utilizada da forma mais

    simples, como para rao animal, at da forma mais nobre, como o acar, alm domais, nesse produto tudo pode ser reaproveitado, pois do caldo, temos o lcool, oacar, a cachaa entre outros, do caule j extrado o caldo, pode ser utilizado comocombustvel para as caldeiras da prpria usina, tambm composto na fabricaodo papel, alm de servir como matria orgnica para os solos.

    Estudando um pouco sobre a cultura da cana de acar, Hamerski (2009),demonstra que este produto tem uma grande habilidade de estocar sacarose noscolmos da planta, a qual uma cultura tropical que pertence ao grupo dasgramneas ou poceas. Ainda nesta linha de pensamento da autora, podemos citaruma parte de seu estudo, a qual informa.

    De forma geral, a planta constituda de um sistema radicular, doscolmos, onde a sacarose predominantemente estocada, e das folhasdispostas ao redor da cana, nos ndulos inter colmos e tambm na partesuperior da planta onde se localiza a gema apical (palmito) (MANTELATTOapud HAMERSKI, 2009).

    Deste modo, podemos verificar que a cana de acar vem em um crescimentoelevado nos ltimos anos, graas busca de novas matrias primas para

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    combustveis mais limpos, e que tambm vem sendo objeto de estudos paramelhoria no processo de produo e tambm a injeo de novas tecnologias.

    2.2 PROCESSO PRODUTIVO DA CANA DE AUCARDe acordo com Fernandes, Furlani Neto e Stolf (1981), o cultivo da cana de

    acar um processo com caractersticas de cultura de longo tempo e de altosrendimentos, a qual necessita de equipamentos pesados desde o processo depreparao do solo at a colheita. Deste modo torna-se imprescindvel o estudodestas etapas do processo produtivo.

    2.2.1 Escolha da rea e preparao do solo para o plantioA escolha da rea e o preparo do solo so as etapas mais importantes na

    inicializao de um canavial, pois deste modo proporciona melhores condies parao desenvolvimento da cana. Conforme Townsend (2000), a rea selecionada deveser plana ou com uma leve inclinao a fim de evitar o encharcamento, outro pontodestacado a realizao de uma anlise do solo antes da inicializao do plantio,com o intuito de verificar a necessidade ou no de correo e adubao do solo.

    Deste modo, destaca-se que o mtodo de escolha da rea de plantio simples,desde que se tome alguns cuidados, a fim de evitar problemas no futuro.

    No que se refere ao processo de preparao do solo para a plantao de cana deacar relevante disseminar a citao de Staut (2006).

    A cana-de-acar possui um sistema radicular diferenciado emrelao explorao das camadas mais profundas do solo quandocomparado com o sistema radicular das demais culturas, principalmente asanuais. Por ser uma cultura semiperene e com ciclo de cinco a sete anos, oseu sistema radicular se desenvolve em maior profundidade e assim passaa ter uma estreita relao com pH, saturao por bases, porcentagem dealumnio e teores de clcio nas camadas mais profundas do solo. E estesfatores, por sua vez, esto correlacionados com a produtividade alcanadaprincipalmente em solos de baixa fertilidade e menor capacidade de reterumidade.

    Deste modo imperioso destacar que a cana de acar uma culturadiferenciada das demais, principalmente as de maiores produes no Brasil como,soja, milho, trigo e etc. com isso de suma importncia um estudo minuciosoquando se pretende trabalhar com esta cultura, pois aps a plantao da mesma, acolheita realizada com a mesma muda durante 5 (cinco) a 7 (sete) anos, ento

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    qualquer problema durante a preparao do solo, tanto no que se refere a adubaocomo tambm a descompactao do solo, poder trazer prejuzos durante todosesses anos, sem contar que se o problema for de grande escala, ser necessrio o

    replantio e assim o aumentando ainda mais nos custos com este processo(TOWNSED, 2000).

    A boa preparao do solo traz grandes benefcios ao produtor, Staut (2006) relataalguns resultados obtidos com pesquisas realizadas em uma propriedade no Estadode So Paulo, a qual pode-se utilizar como uma boa referncia na tentativa dedemonstrar os resultados de um tratamento eficiente e que traz grandes vantagensao proprietrio da lavoura. Conforme Staut (2006), vale destacar que.

    Corrigindo-se as limitaes qumicas, o cultivo da cana-de-acarem uma mesma rea pode se prolongar por um bom tempo. Resultadosobtidos em condies de lavouras no Estado de So Paulo indicam quetalhes onde a saturao por bases era baixa, 27%, na camada superficialat 0,20 m, e valores extremamente baixos, inferiores a 10%, nasubsuperfcie at 1,00 m de profundidade, a produtividade no segundo cortechegou a 70 t ha-1, enquanto nos demais talhes a mdia foi de 87 t ha-1.Por outro lado, no talho em que a saturao por bases era elevada, tantona superfcie, com 62%, como na subsuperfcie, com valores ao redor de70% (at a 1,00 m de profundidade), no dcimo corte, de uma determinadavariedade de cana, a produtividade ainda se mantinha em 62 t ha-1, elevadase considerar o nmero de cortes.

    preciso reconhecer que com o passar dos anos a produtividade da lavoura vaidiminuindo, conseqncia dos vrios cortes realizados sobre a mesma muda, a qualvai perdendo seus nutrientes e diminuindo a capacidade de produo. Fernandes,Furlani Neto e Stolf (1981), citam que na medida com que a produo em termos detoneladas de cana por hectare no se torna vivel no que diz respeito economia, necessrio que a rea passe por um processo de reforma, na busca da restituio

    das boas condies fsicas do mesmo.Com o passar dos anos o aumento no uso de grandes mquinas agrcolas no

    cultivo da cana de acar tem provocado alteraes nas propriedades do solo,causando a compactao do mesmo, o que reflete na resistncia sobre a penetraodas razes, impedindo as plantas de buscar os nutrientes necessrios para seu bomdesenvolvimento (KOCHHANN; DENARDINapud ANDR, 2009).

    Devido aos problemas de compactao do solo, sua manuteno imprescindvel para deix-lo produtivo, para isso existem processos de reforma, o

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    qual pode ser realizado atravs de operaes diferentes, a arao, a subsolagem ea gradeao.

    Outro aspecto importante que deve ser considerado na preparao da rea a ser

    plantada a criao dos talhes, os mesmos no devem ter a declividade maior que12%, devido s colhedoras existentes no mercado no suportar valor superior aeste. (MAGALHES; GRAZIANOapud LIONO et al., 2010).

    Alm da inclinao, o tamanho do talho tambm deve ser definido, segundoBenedini e Conde apud Liono et al. 2010, os talhes devem ter comprimento de500 metros a 700 metros e largura entre 150 metros a 400 metros, desta maneira importante definir antecipadamente as estradas e formato destas reas para reduzir

    o pisoteio e compactao durante as manobras.Para Segato apud Liono et al. (2010), o formato mais recomendado para os

    talhes seria o retangular com o maior comprimento possvel, a fim de evitar muitasmanobras e aproveitar toda a eficincia da colhedora. Devem-se escolher talhesque no tenham rvores, cercas e etc. que possa interferir no deslocamento dosequipamentos.

    2.2.2 Plantio da cana de acarA mecanizao na cultura de cana de acar de suma importncia na busca do

    aumento da produo em larga escala, e que vem ao encontro da produtividade,reduo de custos e perdas (FRASSON, 2004).

    Nesta linha de pensamento, torna-se oportuno citar Pauli (2009).

    O processo de plantio da cultura tradicionalmente realizado deforma semimecanizada, envolvendo operaes manuais e mecnicas. Como advento de uma nova gerao de plantadoras, a cultura de cana passa a

    ser totalmente mecanizada, do plantio colheita. No sistema mecanizado,as plantadoras utilizam rebolos e mudas colhidas por colhedoras de canapicada e realizam simultaneamente a sulcao, a distribuio das mudas ede insumos e a cobertura dos sulcos.

    Pauli (2009) destaca tambm que, a operao de plantio da cana de acar uma das que necessitam maiores cuidados e conhecimentos tcnicos, pois qualquererro cometido durante este processo trar prejuzos em todo o ciclo de produo dacultura. Deste modo deve-se elaborar um bom planejamento, controlar e garantir a

    qualidade dos processos, isso primordial na busca pela excelncia naprodutividade e longevidade do canavial.

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    A este respeito, torna-se imprescindvel destacar a distncia entre os sulcosdurante o plantio, este aspecto comentado por Benedini e Conde (2008), os quaisafirmam.

    A reduo da distncia entre sulcos no plantio da cana-de-acarna maioria das vezes resulta em ganhos de produtividade. Inmerosexperimentos apresentaram aumento de produtividade agrcola, maissignificativa em solos de menor fertilidade, com a utilizao de menoresespaamentos entre sulcos. Reviso de literatura sobre o assunto mostra,em mdia, ganhos de 1 a 2% em produtividade para cada 10 cm de reduono espaamento. Vrios fatores podem interferir nesta maior produtividade:maior rea foliar, maior aproveitamento dos nutrientes e gua do solo,melhor controle de ervas daninhas pelo fechamento rpido, etc.; sendo quea qualidade da matria-prima pouco afetada pela reduo doespaamento.

    A cana de acar vai contra ponto com as outras culturas de maior produo noBrasil (milho, soja, algodo, caf, etc.) as quais se beneficiam do aumento entrelinhas de plantio, ainda mais se no houver restrio de gua e nutrientes(BENEDINI; CONDE, 2008).

    Coleti e Stupello apud Barros (2008) demonstram as principais atividades quecercam as operaes de plantio desta cultura, que so espaamento entre fileiras,profundidade do sulco, poca de plantio, quantidade de mudas, e os cuidados comests operaes, os mesmos ainda abordam a importncia das mesmas para ainicializao da cultura, a qual exige grande planejamento e conhecimento tcnico.

    Em vista disso, enfatiza-se Pauli (2009), o qual destaca a dificuldade ao que serefere plantao da cana de acar.

    O dinamismo natural e a complexidade do plantio, junto recenteimplantao do sistema mecanizado, ampliaram o nmero de variveis quepodem influenciar o processo. Os produtores que decidem aderir mecanizao total das operaes de plantio, geralmente enfrentam

    problemas na implantao e execuo, principalmente para definir quaisdessas variveis devem ser controladas e que merecem maior ateno. Asdificuldades em definir as variveis podem ocasionar o aumento dedesperdcios de insumos e prejudicar a qualidade das operaes, influindona longevidade das soqueiras e onerando os custos de produo.

    Um ponto de suma importncia de acordo com Rossetto e Santiago (2007), quedeve ser levado em considerao no plantio da cana de acar a poca de plantio,cuja escolha adequada influncia diretamente no desenvolvimento da cultura, poisnecessita de boas condies climticas para se desenvolver e acumular acar. Acana precisa de grande disponibilidade de gua, elevadas temperaturas e um bom

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    ndice de radiao solar, para isso o plantio pode ser realizado em 3 (trs) pocas,descritas abaixo.

    a)Sistema de ano-e-meio (cana de 18 meses): A cana-de-acar plantada entre os meses de janeiro e maro. Nos primeiros trs meses, aplanta inicia seu desenvolvimento e, com a chegada da seca e do inverno, ocrescimento passa a ser muito lento durante cinco meses (abril a agosto),vegetando nos sete meses subseqentes (setembro a abril), para, ento,amadurecer nos meses seguintes, at completar 16 a 18 meses. Esteperodo (janeiro a maro) considerado ideal para o plantio da cana-de-acar, pois apresenta boas condies de temperatura e umidade,garantindo o desenvolvimento das gemas. Essa condio possibilita abrotao rpida, reduzindo a incidncia de doenas nos toletes.

    b)Sistema de ano (cana de 12 meses): Em algumas regies, acana-de-acar pode ser plantada no perodo de outubro a novembro. Essesistema de plantio precisa ser utilizado de forma restrita.

    c)Sistema de inverno: Com o uso da torta de filtro que contmcerca de 70 a 80% de umidade, aplicada no sulco de plantio, possvelplantar a cana-de-acar mesmo no perodo de estiagem. A torta fornece aumidade necessria para a brotao. Se ainda for feita uma fertirrigaocom vinhaa, ou mesmo irrigao, o plantio da cana pode ocorrerpraticamente o ano todo (ROSSETO; SANTIAGO, 2007).

    No que se refere ao plantio de cana, as mudas (propgulos), devem ter sidocolhidas de canaviais com 8 (oito) a 12 (doze) meses de idade, fortes e semdoenas. recomendado que as mudas passem por tratamento de fungicidas e

    inseticidas. O corte da mesma deve ser muito prximo do solo com a retirada dasponteiras, alm do mais, no transporte e distribuio das mudas deve-se ter muitocuidado para no danificar as gemas, por isso recomenda-se o plantio logo aps ocorte. Outra recomendao de que em mdia se utilize de 8 (oito) a 15 (quinze)toneladas de mudas por hectare durante o plantio (TOWSEND, 2000).

    Seguindo todas estas recomendaes desde o preparo do solo at o plantio dacana de acar as chances de se ter uma boa produtividade grande, e a tendncia que a mesma continue durante todo o ciclo desta cultura.

    2.2.3 Colheita mecanizada da cana de acarA agricultura uma importante fonte de empregos para as pessoas com baixo

    nvel de estudos. Nas diversas culturas agrcolas, a mecanizao vem substituindoestes empregos com a necessidade de manter-se competitivo no mercado e facilitaro gerenciamento das tarefas. Os processos de produo da cana, desde o preparodo solo at a colheita so muito complexos e demandam de energia diversificada(BRAUNBECK; OLIVEIRA, 2006).

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    A mecanizao da agricultura no Brasil est em evoluo constante, e o uso detecnologia aumenta cada vez mais, nesta linha de pensamento vale citar Braunbecke Oliveira (2006).

    A mecanizao de algumas operaes de colheita, como o casodos cereais e das forragens, sofreu grande evoluo desde seus primrdios,no incio do sculo XIX e, dificilmente, podero ser substitudascompetitivamente por operaes semimecanizadas. No entanto, a colheitade outras culturas, como frutas, hortalias e cana-de-acar, encontram-se,ainda, em estdio incipiente de mecanizao ou com deficinciastecnolgicas, tais que, no quadro socioeconmico atual, permitemconsiderar os processos semimecanizados, ou de auxlio mecnico [...]

    De acordo com Magalhes (2007), as caractersticas dos equipamentos usados

    na cultura de cana variam de acordo com os sistemas utilizados no plantio, cultivo ecolheita. Os sistemas adotados so divididos em mecanizados e semimecanizados,somente variando entre eles a quantidade de colaboradores, mquinas eimplementos empregados. Nos dias de hoje praticamente no existe mais umsistema totalmente manual e nenhuma das fases de produo desta cultura.

    Braunbeck e Oliveira (2006), ressaltam que a colheita mecanizada de cana deacar em relao a colheita semimecanizada apresenta algumas vantagens e

    desvantagens. Como vantagem pode-se destacar a menor agresso ao meioambiente, mais acumulo de material orgnico no solo e tambm a reduo doquadro funcional. Como desvantagem est a reduo na qualidade da matriaprima, necessidade de colaboradores especializados e perdas quali-quantitativas.

    Um ponto relevante que deve ser considerado na busca pela reduo de perdasdurante a colheita o corte da cana, deste modo imperioso destacar Townsend(2000), o qual descreve um pouco sobre o corte desta cultura.

    A cana deve ser cortada rente ao solo, os cortes mais altos ouprofundos, prejudicam a rebrota que se d a partir das gemas basais. Noprimeiro caso, so mantidas as gemas areas (axilares) que produzemrebrota com pouco perfilhamento, e a soca remanescente favorece osurgimento de pragas e doenas, alm de dificultar as operaes com tratosculturais subseqentes. No segundo caso, corre-se o risco de extirpar asgemas basais. A medida que o canavial for sendo utilizado, evitar o trnsitoou pisoteio sobre a soca que encontra-se rebrotando. No momento do corte,as folhas secas devero ser retiradas e deixadas nas 0,30 entrelinhas,servindo como cobertura de solo, auxiliando no controle de plantasinvasoras e na reteno da umidade, alm do mais, essas folhasapresentam baixo valor nutritivo, quando ofertadas aos animais.

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    Ainda nesta linha de consideraes Townsend (2000), comenta que os talhesde corte devem ser dimensionados, de tal maneira que a quantidade de canacortada, seja utilizada no mesmo dia, ou em at 2 (dois) dias, afim de evitar a

    fermentao devido a estocagem, deste modo descartando a cana at para aalimentao animal. Aps a colheita, a cana de acar deve ser estocada em locallivre do sol e de temperatura amena.

    Reis (2009) relata tambm outras perdas na colheita mecanizada, como asperdas do tipo, rebolo repicado, pedao fixo, pedao solto, lasca, cana-ponta, canainteira e estilhao, cujo somatrio das mesmas contabiliza perdas totais,qualitativamente falando, outros problemas que podem ocorrer os danos causados

    s soqueiras aps a colheita pela mquina e tambm o arranco das mesmas.Magalhes et al. Apud Reis (2009), destacam medies realizadas pelo CTC

    (Centro de Tecnologia Canavieira), o qual mostra que 10% da matria-prima colhida perdida no campo quando o corte mecanizado, que representa um prejuzo emtorno de US$ 450 milhes por ano. O autor tambm informa que a mecanizao dacolheita de cana apresenta alguns problemas como o aumento dos ndices dematerial estranho na matria-prima, o que diminui a qualidade, alm dos colmos e

    fraes deixados no campo aps a colheita.Em contraponto Rodrigues apud Reis (2009), apresenta valores na comparao

    entre a colheita mecanizada a qual tem um custo de 3,06 US$/t contra 7,74 US$/tpara a colheita manual de cana, o que representa uma reduo de 60,46% em favordo custo de tonelada colhida mecanicamente.

    A colheita mecanizada de cana de acar vem sofrendo algumas mudanas emfuno do novo conceito de aproveitamento do palhio para gerao de energia e

    tambm cobertura natural do solo, com o intuito de evitar danos ao mesmo. Destemodo, modela-se novo conceito de colheita, a qual visa o aproveitamento de toda acultura, trazendo operaes adicionais para a retirada do palhio e a disposioadensa do mesmo e de colmos para o transporte, essas novas tcnicas vm deencontro busca incessante da reduo das perdas durante a colheita(BRAUNBECK; OLIVEIRA, 2006).

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    2.3 TECNOLOGIA PLENEDiante da grande importncia da cana atravs de suas propriedades e de seus

    subprodutos, a busca por novos resultados na sua prtica de cultivo tem tornado-se

    um processo natural. Ao longo de vrios anos especialistas tem aprimorado aqualidade desta cultura, apesar de uma complexa composio gentica (CIB-CONSELHO DE INFORMAES SOBREBIOTECNOLOGIA, 2009).

    A cana de acar uma cultura de difcil cultivo, devido a condies especificasde produo e de sua gentica de alta complexidade, nesta linha de raciocnio desuma importncia o relato de CIB - Conselho de Informaes sobre Biotecnologia (2009).

    Para que haja cruzamento entre duas variedades, ou hbridos, decana, necessrio que elas floresam, o que s ocorre em circunstnciasespecficas de fotoperodo (iluminao) e temperatura diurna e noturna. Oambiente ideal encontrado apenas entre 5 e 15 de latitude, razo pelaqual todos os programas de melhoramento brasileiro tm suas estaes decruzamento no Nordeste (Alagoas e Bahia). Alm da dificuldade deflorescimento, o plen da cana perde rapidamente a viabilidade emcondies naturais, com algumas variedades apresentando ainda baixafertilidade do plen.

    Nesta linha de pensamento vale destacar os estudos realizados pela Syngentano desenvolvimento do Plene, apresentado na Figura 2, o qual aponta um aumentona produo de 5% a 15% por hectare atravs do uso deste produto e os custos deproduo para o cliente de acordo com o autor 15% menor do que o plantiomanual, o qual tem um custo de US$2.250,00 por hectare e o mecanizado um custode US$2.100,00 por hectare (CRUZ, 2008).

    Figura 2: Plene.

    Fonte: Autor (2012).

    http://cib.org.br/http://cib.org.br/http://cib.org.br/http://cib.org.br/
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    Cruz (2008) destaca tambm que a produo convencional de cana de acarnecessita de uma rea em torno de 5% do total das propriedades para o cultivo demudas para o plantio, rea essa que no necessria com o plantio do plene.

    A Syngenta (2012) destaca os benefcios proporcionados pelo Plene:

    a) Ganho imediato de novas reas de plantio: Plene elimina anecessidade de ter reas de viveiro;b) Menos equipamentos: Plene dispensa o uso de maquinrios pesados,preservando solo;c) Plantio direto: Plene elimina o tratamento de Proteo de Cultivo noplantio;d) Reduo de mo de obra: o plantio todo mecanizado demandandouma mo de obra mais qualificada;e) Sustentabilidade: alm de gerar plantas mais saudveis, livres depragas e doenas , o processo de plantio de Plene gera menor compataodo solo e menor consumo de combustveis;f) Economia: com Plene a sua produtividade por hectare sobe, enquantosuas despesas diminuem. Ele permite menor investimento em mquinas,equipamentos e mo de obra, reduo no volume de mudas e o usoracional de Proteo de Cultivos;

    Com o plene a distncia de plantio entre as mudas e o tempo de crescimento daplanta o mesmo das plantas convencionais, porm a abertura de sulcos na terradurante o plantio menor, com isso h a reduo de etapas no processo depreparao do solo e com isso reduzido a perda de umidade (CRUZ, 2008).

    2.4 COLHEDORAS DE CANA DE AUCARCom a necessidade de diminuio das queimas e com a falta de mo de obra, a

    colheita da cana vem sendo automatizada com uma velocidade muito grande, almde ser uma colheita mais rpida e sem agredir o meio ambiente, a tecnologia comque essas mquinas vm entrando no mercado fez com que suas vendasaumentassem muito nestes ltimos anos. Deste modo, tornasse oportuno um breveestudo sobre ests mquinas.

    Com a crescente expanso da colheita mecanizada, muitas empresas vmentrando neste ramo de equipamento, com o objetivo de entrar em um mercado queest aumentando em um ritmo acelerado, porm, ainda so poucas as empresasque fabricam colhedoras de cana, entre as mais conceituadas e com grandeparticipao no mercado est a John Deere, Case IH e Santal.

    A John Deere vende no Brasil os modelos 3520 e 3522, a colhedora de cana

    3520 um dos modelos mais vendidos da John Deere, ela tem a opo de ser

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    fabricada com esteira, ou com rodas, tem um motor com potncia de 342cv de 9.0litros, j o modelo 3522, equipada com um motor de 380cv e tem a capacidade decolher duas linhas de cana de acar, porm no tem a opo de ser vendida com

    rodas, somente com esteiras, abaixo, possvel ver os dois modelos da John Deerena Figura 3 (JOHN DEERE, 2012).

    Figura 3: Modelo 3520 e 3522.

    Fonte: John Deere

    J a Case IH, tem em seu portflio trs modelos de colhedoras de cana deacar, a A4000, que um modelo de pequeno porte, para propriedades menores, eque equipada com um motor de 170cv e vendida somente com pneu, sem aopo de esteiras. Outro modelo vendido pela Case IH a A8000, uma colhedora domesmo porte que os modelos John Deere, e que equipada com um motor de330cv de potncia, a mesma, tambm equipada com pneus, para o cliente queoptar por uma colhedora de esteiras, pode adquirir o modelo A8800, que tambm de 330cv de potncia no motor, conforme pode ser visto na Figura 4, os modelosA4000 e A8800 (CASE IH, 2012).

    Figura 4: Modelo A4000 e A8800.

    Fonte: Case

    Outra grande fabricante de colhedora de cana de acar no Brasil a Santal,

    empresa voltada somente para a linha de produo de cana, a mesma produz doismodelos de colhedoras, a S5010 e a Tandem SII. Os modelos S5010 so compostos

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    por um motor de 12 litros com 336cv de potncia, este colhedora disponibilizadapara venda somente com esteiras. O outro modelo chamado Tandem SII equipadocom um motor de 12 litros de 336cv de potncia, mesma potncia gerada pelo outro

    modelo, porm o diferencial entre os duas colhedora seu rodado, pois a TandemSII vendida apenas com roda, no tendo disponibilidade de esteira, outra diferenadeste modelo para a concorrncia que a mesma composta por trs eixos, e nodois como das outras fabricantes, abaixo, possvel ver os dois modelos da Santalna Figura 5 (SANTAL, 2012).

    Figura 5: Modelo s5010 e Tandem SII

    . Fonte: Santal

    Existem outros modelos que so comercializados no Brasil para a colheita decana de acar, contudo devido a falta de informaes concretas e tcnicas, nosero apresentadas, porm abaixo, temos a Figura 6 que demonstra outro modelode colhedora vendida aqui no Brasil.

    Figura 6: Colhedora de cana STAR

    Fonte: Star Mquinas

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    Na Figura 7, temos demonstrado outro modelo de colhedora vendida aqui noBrasil.

    Figura 7: Colhedora de cana SH7500 TAGRM

    Fonte: Tagrm

    2.5 PROJETO DO PRODUTOA inovao um grande aliado na busca pelo sucesso dos negcios. A economia

    depende da competitividade entre as companhias, a fim de superar resultados

    alcanados por suas concorrentes. As empresas precisam renovar seus produtos,buscar novas tecnologias, para evitar que seus competidores acabam ocupando aparte do mercado que era sua (BAXTER; 2011).

    Projetar um produto envolve muitas variveis alm de s por em prtica algoinovador, desta forma, torna-se imperioso ressaltar uma citao de Barbosa Filho(2009), o qual demonstra um pouco sobre sua idia em relao ao desenvolvimentode novos produtos.

    Desenvolver um produto para um mercado bem mais do queempreender, visando transformar uma boa idia em um projeto, em seguidafabric-lo e envidar esforos para a sua venda. Implicaes ambientaisrelativas s escolhas de matria-prima, ao gasto energtico desprendido esobre os resduos gerados na produo devem estar contempladas entre aspreocupaes do projetista de um novo produto. Igualmente aspectos desade e segurana para o trabalhador que ir produzi-lo, bem como de seuusurio final tambm devem ser atendidos. Por fim, no devemos nosesquecer de que o sucesso de um produto no mercado depende de umasrie de dimenses econmicas que esto diretamente relacionadas ao seuprojeto.

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    Nesta linha de pensamento vale ressaltar que, para o desenvolvimento de novosprodutos torna-se vivel afirmar que, o processo de um projeto necessita serminuciosamente planejado e executado sistematicamente. Desta forma torna-se

    imprescindvel a utilizao de um processo sistemtico, que possa interagir com osdiferentes aspectos envolvidos no projeto, a fim de tornar o processo lgico ecompreensvel (FORCELLINI, 2002).

    Atravs destas consideraes de suma importncia a definio de projeto doproduto mencionado por Forcellini (2002) o qual faz a seguinte citao.

    O projeto do produto ento pode ser formulado como umaatividade de planejar, sujeito s restries da resoluo, uma pea, umaparte ou um sistema para atender de forma tima necessidadesestabelecidas, sujeito, ainda, s restries de soluo. Entende-se aquicomo restries de resoluo aquelas que se relacionam com oconhecimento disponvel, o tempo, facilidades de laboratrio e decomputao para resolver o problema e, as restries de soluo queenglobam aspectos de custos, disponibilidade de materiais, equipamentosde fabricao, de uso, manuteno e descarte. Assim, um projeto sendosempre sujeito a certas restries, torna a soluo, em qualquer ponto notempo, invariavelmente um compromisso.

    Atravs dos estudos acima podemos dizer que o desenvolvimento de novosprojetos de produtos vem ao encontro do desenvolvimento do ser humano, o qual aolongo dos anos tem buscado constantemente resultados sustentveis, como porexemplo, a busca por energias renovveis, com o objetivo de reduo da emissode poluentes a fim de reduzir a degradao da cama de oznio e etc. Tudo gira emtorno do bem estar da populao e satisfao do consumidor final.

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    3 METODOLOGIANeste captulo o trabalho aborda o caminho, ou seja, o mtodo e as tcnicas

    analisadas para que seja possvel o desenvolvimento de um conceito para uma

    colhedora de cana voltada para o comrcio do Plene, estudando a metodologia pormtodo exploratrio e o desenvolvimento do estudo de projeto de produto.

    3.1 MTODOS E TCNICAS

    Na busca por tcnicas sustentveis, este projeto consiste no mtodo de pesquisaexploratria a fim de encontrar as solues para o assunto pesquisado e chegar aoresultado esperado. A primeira fase consiste na elaborao de uma pesquisa

    bibliogrfica, a fim de desenvolver o conhecimento sobre a cultura de cana deacar e as tecnologias empregas em seu processo de produo.

    Segundo Mantovani (2011), um projeto pode ser dividido em trs fases conformeFigura 8, porm este projeto ir se estender somente at a fase 2 de projetoconceitual.

    Figura 8: Etapas do desenvolvimento de projeto.

    Fonte: Adaptado de Forcellini (2002).

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    A fim de melhorar o entendimento sobre estas fases que sero utilizadas nesteprojeto torna-se imprescindvel a definio delas, que so: Projeto Informacional eProjeto Conceitual, mas primeiro, vale um breve conceito de Pesquisa Exploratria.

    3.1.1 Projeto InformacionalPara Forcellini (2002), o inicio de um projeto o problema que gerou

    necessidade do desenvolvimento de algum produto que atendesse a mesma.O projeto informacional uma anlise detalhada do problema em questo,

    buscando-se todas as informaes possveis a fim de entender o problema. Oproduto obtido no final desta fase chamado de especificaes do projeto, a qual

    consiste em uma lista de objetivos que o produto deve atender (ROOZENBURG;EEKELS apud FORCELLINI, 2002). Aps isso definida todas as funes enecessidades do produto e suas possveis restries com relao ao processo deprojeto (FORCELLINI, 2002).

    De acordo com Roozenberg e Eeckels apud Forcellini (2002), dentro do projetoas especificaes tem duas funes, uma delas direcionar o processo daspossveis solues e a outra consiste em fornecer as bases para os critrios de

    avaliao.Nesta linha de consideraes pode-se destacar a Figura 9, a qual demonstra as

    fases que compe o Projeto Informacional.Figura 9: Etapas da fase de Projeto Informacional.

    Fonte: Adaptado de Forcellini (2002).

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    Sobre o projeto conceitual, Rozenfeld et al. (2006), destaca o objetivo desta faseem um projeto a qual destacada abaixo.

    O objetivo dessa fase , a partir das informaes levantadas noplanejamento e em outras fontes, desenvolver um conjunto de informaes,o mais completo possvel, chamando de especificaes-meta do produto.Essas especificaes, alm de orientar a gerao de solues, fornecem abase sobre qual sero montados os critrios de avaliao e de tomada dedeciso utilizados nas etapas posteriores do processo de desenvolvimento.

    Deste modo, podemos destacar Back et al. (2008), o qual destaca que quandoiniciado o plano do projeto, deve realizar algumas atividades que tem por objetivo adefinio de pontos que influenciam no projeto do produto. Em paralelo, o plano de

    marketing continua sendo monitorado a fim de verificar mudanas que possammodificar determinadas especificaes de projeto. Deste modo, o estabelecimentodas especificaes de projeto, so determinadas primeiramente com asnecessidades dos clientes, sendo subdividida em requisitos do usurio, apsidentifica-se os requisitos de projeto do produto, como, funcionais, ergonmicos,segurana e etc.

    Para, Rozenfeld et al. (2006), a definio do problema de projeto de sumaimportncia, pois a mesma tem por objetivo o entendimento conciso e completo doproblema a ser trabalhado, alm de entrar mais a fundo nas informaes recebidasna fase de planejamento, so pesquisadas detalhadamente outras informaes,como aspectos tecnolgicos e de produtos da concorrncia.

    Ainda nesta linha de pensamento, podemos destacar que os requisitos do clienteso expressos na linguagem do consumidor, por tanto, no so precisas, ou seja,no est na forma correta e adequada para ser utilizada nas definies das prximasfases do projeto do produto, desta forma, faz-se necessrio uma caracterizaotcnica destas expresses e desta forma, ser possvel mensur-las (ROZENFELD etal; 2006).

    Deste modo, de suma importncia, mencionar Back et al. (2008), o qualdestaca que os requisitos de projeto determinam as especificaes de projeto, ouseja, o objetivo pelo qual o produto est sendo projetado, com ests especificaesem mos pode se definir fatos que determinam planos de manufatura,desenvolvimento de fornecedores, meta de custos do produto e etc.

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    Com o intuito de finalizar as etapas do projeto informacional vale citar novamenteBack et al. (2008), o qual menciona.

    Para concluir a fase de projeto informacional, as especificaes deprojeto do produto so submetidas aprovao, considerada como critrioque autoriza o progresso para a fase seguinte, e so realizadas as analiseseconmica e financeira e a atualizao do plano do projeto. Omonitoramento do progresso do projeto realizado simultaneamente starefas da fase. Finalmente, o comprometimento das reas envolvidas nodesenvolvimento obtido atravs da avaliao e tomada de deciso deaprovao de passagem de fase.

    Atravs de uma analise destas etapas do projeto informacional, pode se dizerque est fase o principio dos estudos de viabilidade de um projeto bem como a

    definio de requisitos, que juntos se tornam imprescindvel para o inicio dodesenvolvimento do produto.

    3.1.2 Projeto ConceitualSobre o projeto conceitual, Forcellini (2002) destaca alguns pontos, e que se

    torna imperioso citar.

    O projeto conceitual tido como a etapa mais importante na fasede projeto de um produto, pois as decises tomadas nessa etapainfluenciam sobremaneira os resultados das fases subseqentes. O projetoconceitual a etapa do processo de projeto que gera, a partir de umanecessidade detectada e esclarecida, uma concepo para um produto queatenda da melhor maneira possvel esta necessidade, sujeita s limitaesde recursos e s restries de projeto.

    Ainda na linha de pensamento de Forcellini (2002), est faze do projeto deproduto tem por objetivo definir princpios para o novo produto. Deve ser produzidopara satisfazer as exigncias do cliente final e ser diferenciado dos outros produtos

    existentes no mercado. O autor ainda destaca que o projeto conceitual deveapresentar como o novo produto ir atingir os objetivos pelo qual ele foidesenvolvido, por isso necessrio que o benefcio bsico seja bem definido e comboa compreenso das necessidades do consumidor.

    Com base nessas informaes torna-se oportuno demonstrar atravs da Figura10 as etapas do Projeto conceitual.

    Back et al. (2008), mencionam em seu trabalho que para alcanar os objetivos

    desta fase devem ser realizados procedimentos que buscam definir a linha funcionaldo produto, a qual introduz a definio da funo global a ser trabalhada, alm de

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    suas subfunes. Com isso, parte-se para a anlise de estruturas funcionaisalternativas, a fim de selecionar a que melhor se enquadra.

    Figura 10: Etapas da fase de Projeto Conceitual.

    Fonte: Adaptado de Forcellini (2002).

    Back et al. (2008), determinam que para a seleo da concepo, deve-serealizar um estudo comparativo entre algumas consideraes, como, especificaesde projeto, custo, riscos, metas da qualidade e etc. Com essas concepes definidaso autor destaca a prxima etapa, que consiste em uma anlise dos processos defabricao existentes, a fim de selecionar os principais processos que podero serutilizados na manufatura do produto.

    Contudo, torna-se imperioso destacar um trecho da obra de Rozenfeld et al.(2006), que explana sobre o comeo do projeto conceitual.

    No inicio da fase de Projeto Conceitual, o produto modeladofuncionalmente e descrito de uma forma abstrata, independentemente deprincpios fsicos. Com isso, evita-se que experincias ou preconceitosformem uma barreira contra novas solues, ou, em outras palavras, que ofoco seja mantido na essncia do problema e no na soluo imediata. Essaabstrao feita definindo-se o produto em termos de suas funes. Paraisso, inicialmente define-se a funo global do produto que, em seguida, desdobrada em vrias estruturas de funes do produto at que uma sejaselecionada.

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    Atravs de uma anlise da sntese de solues alternativas com relao inovao do produto Back et al. (2008), destaca mtodos sistemticos de gerao deconcepes de novos produtos, e um destes mtodos o da Matriz Morfolgica, a

    qual se define em um mtodo sistemtico de vrias combinaes de elementos ouparmetros, com o intuito de encontrar nova soluo para o problema.

    Segundo Forcellini (2002), uma anlise funcional do produto deve ser realizada,ou seja, as principais funes que o mesmo deve desempenhar, independente dequalquer situao em particular, deste modo importante destaca a Figura 11, quemostra melhor estas funes.

    Figura 11: Tarefas e processos envolvidos na anlise funcional.

    Fonte: Forcellini (2002)

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    Rozenfeld et al. (2006), apresenta o procedimento bsico para montagem damatriz morfolgica, listar funes do produto, listar possveis meios para cada funoe representar as funes, solues e explorar as combinaes, conforme Figura 12.

    Figura 12: Matriz morfolgica e a combinao de princpios de soluo.

    Fonte: Rozenfeld et al. (2006).

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    4 APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOSNeste captulo sero apresentados os resultados obtidos a partir da aplicao da

    metodologia de projeto de produto estabelecida anteriormente, bem como o modelo

    conceitual do produto a fim de apresentar o conceito do produto final, alm de definiruma melhor concepo do que ser o equipamento.

    4.1 PROJETO INFORMACIONALCom o intuito de estabelecer as especificaes do projeto est etapa vem de

    encontro a definir informaes importantes no desenvolvimento de um produto,como a necessidades dos clientes, visando sua total satisfao com o produto.

    4.1.1 Especificaes do ProjetoA criao de um novo produto ou at mesmo servio, sempre comea com o

    estabelecimento das especificaes do cliente, o mesmo consiste em conjunto deatributos, somado aos modos e grandezas a fim de avaliar as conformidadesestabelecidas e com as devidas escalas de atendimentos (BACK et al. 2008). Destemodo, de suma importncia definirmos primeiramente o ciclo de vida do produto,

    este est reproduzido no Quadro 1.Quadro 1: Identificao dos clientes ao longo do ciclo de vida do carroFASES DO

    CICLO DE VIDACLIENTES

    Internos Intermedirios Externos

    Projeto Equipe de projetoProduo Equipe de projeto +

    Equipe de produoComercializao Marketing e

    VendasUsurios Produtores de

    Cana de AcarDescarte Produtores de

    Cana de AcarFonte: Autor (2012).

    importante destacar que o desenvolvimento deste projeto tem como objetivo,desenvolver um produto voltado 100% a colheita da cana de acar com nfase

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    produo do Plene, deste modo, torna-se indispensvel realizao dolevantamento de dados que mostram o que o produto dever ter a fim de satisfazeras necessidades do cliente.

    Porm, antes da aplicao do questionrio, imperioso saber o que se desejaconhecer com a aplicao deste questionrio, o qual est atrelado as informaesdo ciclo de vida do produto e o resultado est apresentado no Quadro 2.

    Quadro 2: Informaes a serem coletadas nas fases do ciclo de vida do produto.

    FASES DO CICLO DE VIDA O QUE SE DESEJA CONHECER

    ProjetoAspectos sobre a utilizao funcionalCaractersticas tcnicas desejveis

    Necessidades do clienteProduo Processo de fabricao desejvelComercializao Revenda do produto usado

    UsoAspectos de movimentaoAspectos de seguranaAspectos de manuteno

    Fonte: Autor (2012).

    Em relao s especificaes do projeto, vale apresentar Back et al. (2008), oqual demonstra uma certa preocupao com a definio das especificaes, poiscom a determinao imprpria destes aspectos ter conseqncias como, deciseserradas, o que acarretara uma soluo para um problema diferente do necessrio.

    4.1.2 Requisitos dos clientesOs requisitos dos clientes uma das primeiras etapas no desenvolvimento do

    projeto, pois a partir deste que o produto ter seu ponto de partida, estes requisitosso importantes, pois com eles parte-se para um estudo a fim de atende-los egarantir a satisfao do cliente.

    Analisando os dados expostos no Quadro 2, foi possvel desenvolver umquestionrio 1 (APNDICE A), a fim de obter algumas informaes importantes parao desenvolvimento do produto, este questionrio foi aplicado funcionrios daSyngenta, que esto diretamente ligados ao projeto do Plene e tambm a

    operadores de colhedoras de cana de acar, os quais definiram pontos de sumaimportncia para o bom desempenho e funcionalidade do produto.

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    definitivas do que ser o produto, com isso se obtm os requisitos do projetomostrado na Figura 13.

    Figura 13: Requisitos do projeto obtidos e classificados.

    Atri butos b si cos Funci ona mento N o dani fi car o broto

    Preciso de corte

    Atributos Gerais

    Ergonmi co Fci l enga te no Tra tor

    Regulagem Altura para engate

    Econmicos Cus to de Produo

    Custo de Manuteno

    Segurana Proteo do operador

    Confiabi l ida de Vida ti l Longa

    Atributos do Ciclo deVida

    Fabri cabi li da de Fabri ca o s impl es

    Montabi li da de Faci l monta gem de peas

    Ma ntena bi l ida de Fa ci l Ma nu nte n o

    AtributosEspecficos

    Atributos Materiai s Geomtri cos Dimenses Passo de corte contnuo

    AjustesRegulagem da aberturado sem-fim

    Regulagem da rotaodas navalhas

    Regulagem de altura docorte

    Material Materia i s PadronizadosCor, Peso Baixo peso

    Atributos Energticos CinemticaForas, Tipo de Energia,

    FluxoTDP, Hidrul ica

    Atributos de Controle Controle Regulagens di sponvei s

    Sinais, Estabilidade

    Embalabilidade, Transportabilidade,Armazenabil idade, Comercia bil idade, Da funo,Usabilidade, Recila bilidade,Descartabilidade

    Esttico, Legal , Patentes , Da normali zao, Do impacto

    Ambiental

    Fonte: Adaptado de Fonseca (2000).

    Com a definio dos requisitos do projeto, imperioso ressaltar a importncia derealizar uma anlise a fim de obter a valorizao atravs de um ranqueamento dosrequisitos do cliente, para isso, utiliza-se o diagrama de Mudge, o qual identificou os

    principais requisitos, como o de no danificar a gema e o broto com 8,39% que ficoucomo o primeiro requisito a ser observado, seguido de ajuste da altura do corte com

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    6,92% e em terceiro requisito mais importante para o cliente ficou o ter preciso nocorte, com 6,79%, podemos ver este resultado mais completo na Figura 14.

    Figura 14: Diagrama de Mudge

    Fonte: Autor (2012).

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    Como prximo passo utiliza-se a ferramenta QFD que traduzindo chama-seDesdobramento da Funo Qualidade, e que servir para garantir a qualidade nodesenvolvimento de nosso produto, conforme Figura 15.

    Figura 15: Casa da Qualidade QFD.

    Fonte: Autor (2012).

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    Atravs do estudo da matriz QFD possvel agrupar os requisitos maisimportantes, determinando os prximos passos do projeto conforme o grau deimportncia. Para isso de suma importncia definir valores metas para cada

    requisito do projeto, juntamente com a forma de como ser realizado a avaliaodestes valores e tambm os aspectos indesejados que poder se ter durante aimplementao do mesmo.

    Este estudo est dividido em trs partes o qual est apresentado nos Quadros 4,5 e 6 abaixo.

    Quadro 4: Especificaes do projeto em ordem de importncia obtidas atravs do QFD terosuperior.

    REQUISITO VALOR META FORMA DE AVALIAO ASPECTOS INDESEJADOS

    1.No danificar o broto. 5% / hAnlise da cana colhida e % dematria prima no utilizvel.Registro de danificao

    Danificao do b roto, impedindo omesmo de germinar.

    2.Preciso de corte 7% / haProdutividade da cana aps acolheita

    Danificao do talo da cana. E entradade impurezas

    3.Regulagem da rotao d asnavalhas

    1000 - 4000rpm

    Equipamento projetado paraficarm entre estas rotaes, ooperador dever selecionar aque melhor se enquadra para acultura.

    Impossibilidade de corte ou quebra dacana.

    4.Regulagem de altura do corte 5 - 50 mmMedio md ia da altura da canaque cortada e que fica plantadano solo.

    Corte muito elevado ou muito aba ixo doesperado, causando pe rdas de produto.

    5.Facil Manunteno >90%

    Identificar todas as funes eregulagens do equipamento, afimde analisar e detalhar asinformaes

    Dificil troca de peas danificadas nocampo, aumentando o tempo de paradado equipamento.

    6.Vida til Longa > 10 anosAvaliao da Portbilidade eergonomia do produto.

    Superdimensionamento das peasaumentando o peso , e a no resitnciado ma terial.

    Fonte: Autor (2012).

    Quadro com os requisitos do tero mediano.

    Quadro 5: Especificaes do projeto em ordem de importncia obtidas atravs do QFD tero mdio.REQUISITO VAL OR ME TA FOR MA DE A VAL IA O ASP ECTOS IN D E

    7.Fab ricao simples < 5h Medio do tempo defabricao.Tempo e levado de fabricao, quebra demquinas.

    8.C usto de P roduo < R$5000,00So ma dos valores custeadospara fabricaoPreo e levado d a m atria prima , altocusto de venda do equipam ento.

    9.Pa sso de corte contnuo < 5% Medio da continuidade darotao das navalhas.Variao elevada de rotao em relao velocidade d e co lheita.

    10.Regulagem da ab ertura dosem-fim > 30 mm

    Medio da capacidade deregulagem No identificado

    11. Custo de Manuteno < R$1000,00M dia de valor para reviso geral

    do equipamento.Quebra de peas complexas

    Fonte: Autor (2012).

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    Porm analisando de uma forma geral mais voltada para a fsica do produto.Quadro 7: Entradas e sadas do sistema tcnico em termos de material, energia e sinal.

    ENTRADA SADA

    MATERIAL (fluxoprincipal) Cana Plantada Cana Colhida uniformemente

    ENERGIAEnergia Rotacional ePotencial

    Energia perdida pela fora decorte

    SINAL Regulagens Regulagem da Altura de CorteFonte: Autor (2012).

    Uma vez identificadas as necessidades geradas pelo Quadro 7, imperiosoressaltar a funo global do produto, resultado obtido com o estudo acima, e que

    gerou como funo global a necessidade de Colher a cana de acar sem danificaro broto, conforme Figura 16.

    Figura 16: Funo global do sistema tcnico

    Fonte: Autor (2012).

    Por conseguinte, faz-se o desdobramento da funo global, apresentado naFigura 17, ou seja, a partir da funo principal, definem-se as funes de menorcomplexidade, a fim de obter as funes em um nvel requerido.

    Figura 17: Desdobramento da funo global

    Fonte: Autor (2012).

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    4.2.2 Princpios de soluesAo nos referirmos a princpios de solues, podemos dizer que esta etapa visa

    encontrar a melhor maneira de resoluo das funes globais encontradas com o

    desdobramento da funo principal, ou seja, est etapa visa iniciar o projeto doproduto em termos de desenho da concepo geral que o produto deve ter.

    Deste modo, cabe apresentar o Quadro 8, o qual apresenta uma breve descriodas funes levantadas, que so: Regular a Altura de corte; Alinhar a cana; Cortar acana; Tombar a Cana e por fim, transportar a cana at o transbordo.

    Quadro 8: Descrio das funes parciais e elementares.

    Funo Descrio

    Regular Altura de Corte Possibilitar a regulagem da altura de corte em relao ao solo

    Alinhar a Cana

    Alinhar a cana que est fora da linha de plantio e tambm asplantas que esto tombadas, afim trazer todo o produto emdireo das navalhas de corte.

    Cortar a CanaCortar a cana na altura desejada com o mnimo de danificaodo produto possvel

    Tombar a CanaTombar a cana que est sendo cortada para que a mesma caiaem direo da esteira de transporte da cana

    Transportar a CanaAps cortar e tombar a cana, transportar a mesma at otransbordo engatado em outro trator.

    Fonte: Autor (2012).

    Atravs da identificao das funes principais e com suas descriesapresentadas, fundamental como prxima etapa identificar atravs de esboo osprincpios de soluo para ests atividades que o produto deve atender, para isso,optou-se por utilizar da ferramenta Matriz Morfolgica, a fim de desenvolveralternativas de resoluo para cada funo.

    Antes de partir para o estudo da matriz morfolgica, de suma importnciarealizar uma analogia dos possveis verbos que podemos utilizar para descrever afuno principal do produto, esta tcnica auxilia no desenvolvimento dos esboospara a matriz morfolgica, pois mostra as principais atividades que podemcaracterizar determinada funo.

    Com o levantamento destes verbos de caracterizao, parte-se para a escolhadestes que melhor descreve e que tambm melhor atende a funo global do

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    produto e que esto apresentados no Quadro 9, e a partir disso parte-se para oestudo da matriz morfolgica.

    Quadro 9 Resultados da aplicao da analogia simblica s declaraes das funes do sistema

    tcnico.Funo Sinnimos ou Declaraes Alternativas

    Regular Altura de Corte Regular, Padronizar, Selecionar, Medir, Priorizar

    Alinhar a Cana Puxar, Alinhar, Direcionar, Guiar, Delinear

    Cortar a Cana Acionar, Regular, Cortar, Transportar, Arrancar, Remover

    Tombar a Cana Tombar, Deitar, Direcionar, Alinhar, Regular, Controlar

    Transportar a Cana Separar, Acionar, Transportar, Expulsar, Guiar

    Fonte: Autor (2012).

    Dados todos os levantamentos e estudos realizados anteriormente tornam-sepossvel o desenvolvimento da matriz morfolgica, conforme Figura 18.

    Figura 18: Matriz Morfolgica.

    Fonte: Autor (2012).

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    A fim de definir alternativas de solues, baseado em um mtodo arquitetnico, de suma importncia que se desenvolva o maior nmero possvel de solues paracada funo, a fim de englobar todas as alternativas possveis, desta forma,

    tornando o projeto do produto, mais fcil de ser realizado.O intuito da matriz morfolgica fazer uma pesquisa sistmica com diferentes

    combinaes peas ou croquis a fim de encontrar novas solues para o problema,conforme Figura 18, podemos verificar, que foram encontradas quase 4 princpios desoluo para cada funo do produto, um nmero considerado bom relevando acomplexidade da funo principal do produto.

    Para a realizao desta matriz morfolgica, procurou-se em cada funo efetuar

    uma anlise criteriosa em cada principio de soluo levantada, com a tentativa deque todos estes princpios pudessem atender aos requisitos dos clientesapresentados anteriormente, desta forma, todas as combinaes que seriampossveis realizarem, estaria dentro das especificaes estudadas.

    4.2.3 Seleo das concepes alternativasUma vez identificada todas as possveis solues para as funes principais do

    produto, parte-se para uma anlise criteriosa a fim de obter a melhor opo paraconcepo do produto, para isso, foi escolhido um mtodo de anlise por tabela, aqual lista as opes de uso e analisa um a um atravs das variantes de seleoversus avaliao por critrio de seleo.

    Os critrios utilizados para a anlise das funes foram; Compatibilidade garantida; atende a demanda da lista de requisitos; Realizvel em princpio;

    Dentro dos custos permitidos; Incorpora medidas de segurana direta; Preferida pelos projetistas e informao adequada;

    Com estes critrios foi possvel identificar a soluo para a funo que atendessea todos estes requisitos, desta forma chegou-se a soluo proposta e que estapresentada no estudo abaixo.

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    a) Combinao sistema de regulagem altura de corteDadas todas as anlises sobre cada funo atravs da matriz morfolgica, de

    suma importncia iniciar o estudo das possveis combinaes para cada funo,

    desse modo, optou-se por comear com a funo de regulagem da altura de corte,onde tem se quatro opes listadas abaixo, e apresentadas no Quadro 10.

    Regulagem da altura pelo engate 3 pontos do trator. Regulagem manual por engate com pinos.

    Regulagem com mola gs. Regulagem por posicionamento.

    Quadro 10: Comparativo de seleo para sistema de regulagem da altura de corte.

    Fonte: Autor (2012).

    b) Combinao sistema de alinhamento da cana de acarCom relao funo de alinhamento da cana de acar durante a colheita,

    foram levantadas algumas possibilidades para atender est funo, as mesmasesto listadas abaixo e apresentadas no Quadro 11.

    Alinhamento atravs de esteira com ps.

    Alinhamento atravs de disco com ps. Alinhamento por sem-fim.

    Alinhamento por brao levantador.

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    Quadro 11: Comparativo de seleo para alinhar a cana de acar.

    Fonte: Autor (2012).

    c) Combinao sistema de corte da canaNo que se refere ao sistema de corte da cana, o estudo em cima dos requisitos

    do cliente, possibilitou o levantamento de algumas solues que esto apresentadasno Quadro 12.

    Corte por faca curvada Corte por disco serrilhado Corte por faca serrilhada.

    Corte por disco com facas retas.Quadro 12: Comparativo de seleo para sistema de corte da cana.

    Fonte: Autor (2012).

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    d) Combinao sistema de tombamento da canaPara o sistema de combinao da funo de tombamento da cana de acar,

    levantou se algumas possibilidades apresentadas no Quadro 13.

    Disco com ps. Sem-Fim Cnico. Esteira com ps.

    Quadro 13: Comparativo de seleo para sistema de tombamento da cana.

    Fonte: Autor (2012).

    e) Combinao sistema de transporte da canaCom relao ao sistema de transporte da cana colhida at o transbordo de

    transporte, foram estudadas algumas possibilidades de resoluo desta funo eque esto apresentadas no Quadro 14.

    Quadro 14: Comparativo de seleo para sistema de transporte da cana.

    Fonte: Autor (2012).

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    4.2.4 Avaliao e escolha das combinaesAtravs dos estudos das possveis combinaes gerou-se um resultado com os

    projetos selecionados para cada funo do produto final, ests escolhas visaram

    acima de tudo atender aos requisitos do cliente e tambm aos requisitos do projeto,a fim de obter um produto de qualidade e que atenda as necessidades pela qualsurgiu a oportunidade de projetar este produto.

    As opes selecionadas esto apresentadas na Figura 19 abaixo.Figura 19: Combinao selecionada para sistemas funcionais.

    Fonte: Autor (2012).

    Como pode se perceber, o sistema de regulagem de altura foi contemplado comduas opes escolhidas, a fim de, obter um produto com maior possibilidade deregulagem de altura deste modo, o cliente ter mais opes de posicionamento do

    equipamento durante o trabalho. imperioso ressaltar que com o estudo das combinaes e a escolha das

    concepes tornou-se possvel a criao de um prottipo conceitual, que estapresentado na Figura 20.

    Figura 20: Projeto conceitual da colhedora de cana A

    Fonte: Autor (2012).

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    Este conceito foi projetado para ser acoplado no engate de trs pontos do trator,com isso, torna-se possvel a regulagem da altura de corte, alm disso, oimplemento composto por uma suspenso, a qual auxilia tambm na regulagem de

    altura do corte, estas partes do produto podem ser melhor visualizadas na Figura 21.Figura 21: Conjunto de engate e suspenso para regulagem da altura de corte.

    Fonte: Autor (2012).

    Outro aspecto analisado durante a realizao do projeto foi a questo de alinhara cana para o corte, devido a esta cultura de grande porte e a mesma no se

    concentra na linha de plantio, ou seja, a cana se transpassa entre as linhas, e necessrio separ-la para o corte, deste modo, foi desenvolvido o divisor de linhas,que tem por funo realizar este alinhamento da cana em sua linha antes darealizao do corte, conforme pode ser visto na Figura 22.

    Figura 22: Divisor de linhas.

    Fonte: Autor (2012).

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    Em relao ao corte e tombamento da cana, o prottipo equipado com omesmo disco de corte com navalhas e tombador que compem as colhedoras decana automotrizes, pois um sistema eficaz, porm, em nosso projeto, o disco de

    corte girara em sentido anti-horrio, a fim de auxiliar o tombador a deitar a canasobre a esteira de transporte, evitando assim que a cana caia para o lado contrriodo necessrio, este conjunto est apresentado na Figura 23.

    Figura 23: Sistema de corte e tombamento da cana de acar.

    Fonte: Autor (2012).

    Com a realizao do corte e tombamento da cana, o conceito ainda capaz detransportar a cana colhida at um transbordo, que pode ser acoplado atrs dacolhedora, este transporte realizado atravs de uma esteira de borracha, que conta

    com elevaes, a fim de auxiliar na aderncia da cana sobre a esteira, evitando quea mesma no seja transportada at o transbordo, conforme Figura 24.

    Figura 24: Esteira de transporte.

    Fonte: Autor (2012).

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    Todos estes conjuntos que foram apresentados at agora, so potenciadosatravs de um conjunto motor e bomba hidrulica, que tocado pela TDP do trator,este conjunto, pega o leo do reservatrio e envia para a vlvula de comando, que

    controla o leo do motor da esteira, do tombador e dos discos de corte e por fimretornando ao reservatrio, todas estas rotaes so controladas atravs desolenides (controlador eletrnico) e tambm com a rotao da TDP do trator.

    Mais imagens do prottipo desenvolvido podem ser visualizadas nos apndicesdo trabalho (APNDICE B).

    Com a realizao desta fase, foi possvel obter um esboo da idia de umproduto, expressa atravs do levantamento dos requisitos do cliente obtida atravs

    de um questionrio j apresentado neste trabalho. Com a utilizao de umaferramenta chama de diagrama de mudge foi possvel perceber quais os requisitosmais importantes para o cliente e que mais adiante foi cruzada com a matriz QFD,onde se realiza uma correlao entre os requisitos do cliente e os requisitos doprojeto, obtendo-se desta maneira a ordem de importncia dos requisitos do projeto.A partir disso, parte-se para o desenvolvimento e seleo de princpios de soluo,atravs da matriz morfolgica e do quadro de seleo e desta forma concluindo-se

    est fase do trabalho, com um conceito de produto j apresentado.

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    5 CONSIDERAES FINAIS

    Como j mencionado anteriormente, este trabalho teve como proposta a

    elaborao de um projeto conceitual de uma colhedora de cana de acar voltadapara a comercializao do Plene, passando por um estudo bibliogrfico sobre osprocessos de produo e colheita da cana e tambm informaes sobre esta novatecnologia, alm de uma anlise no que se refere ao desenvolvimento de novosprojetos, e tambm a metodologia utilizada para o desenvolvimento destamonografia, a fim de, chegar ao ponto de partir para o desenvolvimento de umprojeto conceitual, aplicando tcnicas e ferramentas aplicadas em grandesempresas.

    Desta forma, este projeto atingiu seus objetivos, pois de uma forma simplificadaenglobou os problemas existentes durante o processo de produo do Plene,principalmente focando na danificao da gema durante a colheita com mquinasconvencionais, trazendo desta forma uma possibilidade vivel de garantir umacolheita com os nveis de danificaes permitidas pelos clientes, ou seja, foi possveldesenvolver um conceito que atendesse as necessidades do cliente e que colhessea cana sem danificar a gema, coisa que hoje no possvel com as colhedorasconvencionais, pois as mesmas no so voltadas para a produo do plene.

    Com a realizao do projeto conceitual, abordando de uma forma geral toda ametodologia para o desenvolvimento do projeto, notou-se o quo grande e complexo o desenvolvimento de um produto, partindo das necessidades do cliente, semesquecer as outras pessoas envolvidas, como mecnicos e operadores demquinas, todas as informaes obtidas com essas pessoas de suma importnciapara obter o conceito do produto e que no final, o mesmo possa atingir asexpectativas dos clientes e outras pessoas envolvidas.

    Deste modo, a realizao deste projeto possibilitou um elevado aperfeioamentoprofissional, pois foi possvel aprender um novo ramo da engenharia, o qual vemsendo cada vez mais desenvolvido, que a produo de cana de acar e que estdiretamente ligada a busca por energias renovveis, ramo este que tem aumentadoainda mais a busca por profissionais recm formados e com conhecimento nestequesito.

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    6 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS

    Como sugesto para trabalho futuro, mencionaria a importncia de realizar a fase

    do projeto detalhado para o produto, j que aps a concluso desta fase o produtoestaria apto para envio a fabricao, e tambm, seria capaz de realizar testes decampo, a fim de verificar a funcionalidade do equipamento, bem como serianecessrio o dimensionamento da parte hidrulica do produto, com o intuito deanalisar as potncias e capacidades da unidade hidrulica.

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    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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