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1 Projeto de alfabetização 5 Quais são os movimentos que minha boca faz quando falo? Apresentação da proposta Neste projeto, serão apresentadas a caracterização e a organização dos fonemas na língua portuguesa. Estes conhecimentos são fundamentais para se fazer as intervenções necessárias durante a realização das atividades, auxiliando os alunos na aquisição da consciência silábica e fonêmica. O FONEMA A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono ("som, voz") e log, logia ("estudo", "conhecimento"). Significa, literalmente, "estudo dos sons" ou "estudo dos sons da voz". O homem, ao falar, emite sons. Cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar esses sons no ato da fala. As particularidades da pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção de significado entre as palavras. Observem, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção entre os pares de palavras: amor - ator morro - corro vento - cento Cada segmento sonoro refere-se a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que você, como falante de português, guarda de cada um deles. É essa imagem acústica, esse referencial de padrão sonoro, que constitui o fonema. Os fonemas

Projeto de alfabetização 5 Quais são os movimentos que ... · 3 Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra x, por exemplo, pode representar: - o

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Projeto de alfabetização 5 – Quais são os movimentos que minha boca faz quando falo?

Apresentação da proposta

Neste projeto, serão apresentadas a

caracterização e a organização dos fonemas

na língua portuguesa. Estes conhecimentos

são fundamentais para se fazer as

intervenções necessárias durante a

realização das atividades, auxiliando os

alunos na aquisição da consciência silábica

e fonêmica.

O FONEMA

A palavra fonologia é formada pelos

elementos gregos fono ("som, voz")

e log, logia ("estudo", "conhecimento"). Significa, literalmente, "estudo dos sons" ou "estudo dos

sons da voz". O homem, ao falar, emite sons. Cada indivíduo tem uma maneira própria de

realizar esses sons no ato da fala. As particularidades da pronúncia de cada falante são

estudadas pela Fonética.

Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção

de significado entre as palavras. Observem, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a

distinção entre os pares de palavras:

amor - ator

morro - corro

vento - cento

Cada segmento sonoro refere-se a um dado da língua portuguesa que está em sua

memória: a imagem acústica que você, como falante de português, guarda de cada um deles. É

essa imagem acústica, esse referencial de padrão sonoro, que constitui o fonema. Os fonemas

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formam os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparecem representados entre

barras. Assim: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

O ALFABETO

O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. Cada letra apresenta uma forma

minúscula e outra maiúscula. Veja:

a A (á)

b B (bê)

c C (cê)

d D (dê)

e E (é)

f F (efe)

g G (gê ou guê)

h H (agá)

i I (i)

j J (jota)

k K (cá)

l L (ele)

m M (eme)

n N (ene)

o O (ó)

p P (pê)

q Q (quê)

r R (erre)

s S (esse)

t T (tê)

u U (u)

v V (vê)

w W (dáblio)

x X (xis)

y Y (ípsilon)

z Z (zê)

Observação: emprega-se também o ç, que representa o fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras.

O FONEMA E A LETRA

O fonema não deve ser confundido com a letra. Na língua escrita, representamos os

fonemas por meio de sinais chamados letras. Portanto, letra é a representação gráfica do fonema.

Na palavra sapo, por exemplo, a letra s representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a

letra s representa o fonema /z/ (lê-se zê).

Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o

caso do fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x:

Exemplos:

zebra

casamento

exílio

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Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra x, por

exemplo, pode representar:

- o fonema sê: texto

- o fonema zê: exibir

-o fonema chê: enxame

- o grupo de sons ks: táxi

O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.

Exemplos:

tóxico fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o

1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6

galho fonemas: /g/a/lh/o/ letras: g a l h o

1 2 3 4 1 2 3 4 5

As letras m e n, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os

exemplos:

compra conta

Nessas palavras, m e n indicam a nasalização das vogais que as antecedem.

Veja ainda:

nave: o /n/ é um fonema;

dança: o n não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras a e n.

A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.

Exemplos:

hoje fonemas: ho / j / e / letras: h o j e

1 2 3 1 2 3 4

CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS

Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

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1) Vogais

As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que

passa livremente pela boca. Em nossa língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas.

Assim, isto significa que, em toda sílaba, há necessariamente uma única vogal.

Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser:

a) Orais: quando o ar sai apenas pela boca.

Por Exemplo: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/.

b) Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais.

Por Exemplo:

/ã/: fã, canto, tampa / /: dente, tempero / /: lindo, mim /õ/ bonde, tombo / / nunca, algum

c) Átonas: pronunciadas com menor intensidade.

Por Exemplo: até, bola

d)Tônicas: pronunciadas com maior intensidade.

Por Exemplo: até, bola

Quanto ao timbre, as vogais podem ser:

Abertas

Exemplos:

pé, lata, pó

Fechadas

Exemplos:

mês, luta, amor

Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das palavras.

Exemplos:

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dedo, ave, gente

Quanto à zona de articulação:

Anteriores ou Palatais - A língua eleva-se em direção ao palato duro (céu da boca).

Exemplos: é, ê, i

Posteriores ou Velares - A língua eleva-se em direção ao palato mole (véu palatino).

Exemplos: ó, ô, u

Médias - A língua fica baixa, quase em repouso.

Por Exemplo: a

2) Semivogais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais, aparecem apoiados em uma vogal,

formando com ela uma só emissão de voz (uma sílaba). Nesse caso, esses fonemas são

chamados de semivogais. A diferença fundamental entre vogais e semivogais está no fato de que

estas últimas não desempenham o papel de núcleo silábico.

Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa-pai. Na última sílaba, o

fonema vocálico que se destaca é o a. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico i não é tão forte

quanto ele. É a semivogal.

Outros exemplos:

saudade, história, série.

Obs.: os fonemas /i/ e /u/ podem aparecer representados na escrita por" e", "o" ou "m".

Veja:

pães / pãis mão / mãu/ cem /c i/

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono34.php - Acesso em: 15 junho, 2015

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Observe o quadro com a classificação das vogais, segundo Alves (2010):

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3) Consoantes

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra

obstáculos ao passar pela cavidade bucal. Isso faz com que as consoantes sejam verdadeiros

"ruídos", incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu nome provém justamente deste fato,

pois, em português, sempre consoam ("soam com") as vogais.

Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.

Classificação das consoantes:

Quanto ao modo de articulação, as consoantes caracterizam-se pelas seguintes

propriedades:

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Quanto ao ponto de articulação, as consoantes podem ser:

Professor, esses conhecimentos linguísticos são fundamentais para que você possa

auxiliar os alunos que apresentam mais dificuldades na compreensão dos fonemas.

Organização do projeto

Quais são os movimentos que minha boca faz quando falo?

Objetivos

Apresentar às crianças a natureza e a existência dos fonemas;

Reforçar, nas crianças, a capacidade de descobrirem que as palavras contêm fonemas e

que estes têm identidades separadas.

Habilidades:

Reconhecer que os fonemas têm identidades separadas;

Aprender a reconhecer e distinguir um fonema do outro.

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Competência:

Compreender que as palavras contêm fonemas e que eles têm identidades e

características distintas.

Desenvolvimento das atividades

1) Levantamento de conhecimentos prévios e contextualização da temática

Professor, a avaliação diagnóstica dos conhecimentos dos alunos sobre os fonemas

deverá ser feita antes de se iniciar este projeto, o que favorecerá suas intervenções,

contribuindo para que as crianças avancem no processo sobre a estrutura e organização da

língua portuguesa.

1.1. Jogo: De quem é o nome?

O objetivo deste jogo é trabalhar dois

conceitos-chave: como os fones soam

quando são ditos isoladamente, e como os

fones são partes da palavra.

Professor, inicie o trabalho com as

crianças assentadas no chão, em uma roda;

diga a elas: “Adivinhem o nome de quem eu

vou dizer agora”.

Escolha o nome de um dos alunos, em

segredo, e enuncie separadamente apenas

seu fonema inicial: “ [d] [d] [d] [d] [d]” Daniel.

Repitam o primeiro fonema “ [d] [d] [d] [d] [d]” Daniel.

Pergunte as crianças: Como ficou sua boca ao pronunciar o“ [d] [d] [d] [d] [d]” de Daniel? E

os seus lábios? E a sua língua?

Possivelmente, as crianças irão dizer que a língua ficou entre os dentes e os lábios se

separaram para o som sair. Deixe que elas se expressem como quiserem, o importante é que

estejam atentas ao movimento da boca.

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O fonema [d] tem o modo de articulação oclusiva (obstrução total à passagem do ar na

cavidade oral), e o ponto de articulação dental (ápice da língua junto da zona posterior dos dentes

do maxilar superior).

Em outros casos, como no nome da Sabrina, a consoante é fricativa e líquida; por isso, para

facilitar, deve ser pronunciada de forma bem alongada e repetida “ [s-s-s-s] [s-s-s-s] [s-s-s-s] [s-s-

s-s] Sabrina ”.

Se na turma houver nomes de mais crianças com o mesmo fonema inicial, estimule-as a

adivinhar todas as possibilidades do fonema, introduzindo, assim, a questão de que o mesmo

fonema aparece em muitas palavras diferentes.

Variação:

Depois que as crianças estiverem bem familiarizadas com os fonemas, elas poderão dar pista

para que os colegas descubram o próximo nome: “ Estou pensando no nome de alguém, que

começa com o som de …”

2) Problematizando o conteúdo

2.1. Palavras diferentes e mesmo fonema inicial...

Professor, para reforçar o conceito de que cada fonema aparece em muitas palavras

diferentes, a criança precisa prestar atenção em como sentimos os fonemas quando

pronunciamos os respectivos fones.

Escolha três ou quatro figuras com o mesmo fonema para as crianças explorarem.

Exemplo: palavras com /f/: foca, folha, fogão, fone e palavras com /m/: mola, macaco, mala,

mesa. Escolha um conjunto de figuras e peça para uma criança identificar o nome de cada

objeto. Depois que o nome de todas as figuras for dito, peça para escolherem uma figura e dizer o

nome, por exemplo: (foca); em seguida, peça para a criança isolar o som inicial (f-f-f-oca).

Proponha que todas as crianças repitam, observem e descrevam o que estão fazendo com suas

bocas ao emitirem o som do [f]: o som sai entre os dentes e os lábios. Em seguida, outra criança

poderá escolher uma figura com [f ] para isolar o som inicial. Quando tiverem falado o nome de

todo o conjunto de palavras com [ f], pergunte: “Essas palavras começam com o mesmo som?

Com que som começam?

Vamos falar outras que também começam com [ f ]: faca, fazenda, feira, fumaça, ficha, fome.

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No primeiro momento, escolha figuras que comecem com uma única consoante, de preferência

fricativa, nasal e líquida, evitando os encontros consonantais: fr, pl, ou pr, por serem mais difíceis.

2.2. Vamos encontrar coisas?

Para ampliar a consciência das

crianças acerca dos fonemas iniciais, peça

a elas para compararem, contrastarem e

identificarem os sons iniciais de uma série

de palavras.

Espalhe alguns cartões com figuras

no meio da roda. Proponha às crianças que

encontrem as figuras cujos nomes

começam com o som inicial, com o qual já

trabalharam [f-f-f-f-]. À medida que cada

som inicial for sendo encontrado, a criança

deverá dizer o nome do fonema, (f-f-f-faca,

f-f-f-faca).

Quando as crianças estiverem bem familiarizadas com um fonema, espalhe dois conjuntos

diferentes de fonemas ([f] e [m]. Peça que elas identifiquem o nome e o fonema inicial de cada

figura; em seguida, distribua uma figura para cada criança para que elas possam identificar o

fonema inicial e colocar na pilha correspondente.

2.2. Jogo da memória

Distribua para as crianças, em pequenos grupos, figuras de animais. Cada uma deve falar

o nome do animal e o fonema inicial em seguida, virar a figura para baixo, no chão. Para jogar, a

criança deverá desvirar aos pares as figuras, decidindo se os fonemas iniciais são os mesmos, se

forem, ela poderá continuar desvirando; se não forem, passa a vez para seu colega.

2.3. Jogo- Estou pensando em coisa...

Neste jogo, as crianças deverão citar palavras memorizadas com base no fonema inicial

para desenvolver as habilidades de raciocínio e de solução de problemas.

Em roda, diga aos alunos:

-Estou pensando em uma coisa, vocês deverão adivinhar o que é; vou dar pistas:

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A coisa em que estou pensando começa com “ [s-s-s-s].

Repitam: “ [s-s-s-s]”.

Essa coisa tem duas pernas e voa.

-As crianças podem dizer: S-s-s-s-s-uper-homem.

-S-s-s-s-s-uper-Homem! Boa ideia. Qual é o primeiro som de S-s-s-s-uper-homem?

“ [s-s-s-s]”.

-Ele tem pernas?

-Tem.

-Ele voa??

-Voa.

-Muito bem! Mas a coisa em que eu pensei também tem penas. Vocês acham que pode ser um

super-homem?

-Não!

Continue o jogo até as crianças descobrirem que pode ser uma ave que comece com “[s-s-s-s]”.

Sabiá, cisne.

Procure fazer o jogo com duas ou três palavras, perguntando: Pode ser isso? Isso corresponde a

todas as pistas?

Variação:

Use um saco com objetos para que elas possam adivinhar:

-Adivinhem o que tem neste saco: começa com [m-m-m-m] e voa.

-Morcego.

No final, revisar todos os fonemas iniciais dos objetos.

3) Desenvolvimento do conteúdo

3.1.Esclua um fonema...

Para ampliar o conceito dos fonemas, as crianças precisam perceber que, se o fonema

inicial for retirado da palavra, pode surgir uma outra palavra com significado diferente.

Sentadas em círculo, ajude as crianças a separarem os fonemas das palavras e explique a

elas que, às vezes, quando se exclui um som da palavra, acabamos encontrando uma palavra

totalmente diferente.

Diga a palavra ( m-m-m-m-m-m...mar), alongando a consoante inicial e peça que as crianças

repitam. A seguir diga “ar”, e peça que elas repitam. Pergunte: qual foi o som retirado?, ouçam

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(m-m-m-m...ar...ar...m-m-m-m-.ar...ar). Dessa forma, as crianças são desafiadas a prestar

atenção aos fonemas iniciais das palavras, ao mesmo tempo em que vêm a compreender que a

presença ou ausência desse fonema inicial resulta em duas palavras diferentes.MAR, AR.

Vamos formas duas frases com cada uma dessas palavras: MAR e AR.

Variação:

Chame as crianças para fazerem uma fila, chamando-as pelo primeiro nome, sem o fonema

inicial, por exemplo, [M]-arta. As crianças devem descobrir de quem é o nome que foi chamado e

qual o fonema que falta.Se alguma criança tiver o nome que inicie com o encontro consonantal,

exemplo: Priscila, você deverá excluir o [Pr] e chamar iscila.

3.2.Acrescente um fonema...

O desafio deste jogo é ajudar a criança a sintetizar palavras a partir de seus fonemas

isolados.

Professor, com as crianças sentadas em um círculo, explique a elas que, às vezes, uma

nova palavra pode ser formada, acrescentando-se um fonema. Exemplo: “oca”; peça que as

crianças repitam e pergunte o que acontecerá, se acrescentarmos um outro som no ninício dela,

como [f-f-f-f-f]: “[f-f-f-f-f...oca, f-f-f...oca,f-f-f...oca”] Qual foi a nova palavra formada? “foca”

Vamos dizer outras palavras: “vela...v-v-v-v-...ela...v-v-v-v...vela” [d-d-d...ela; [b-b-b-..bela; [c-c-c-

c...] cela; [g-g-g-g...gela]

Trabalhe gradualmente as dificuldades das consoantes mais fáceis às mais difíceis, e depois

passe para os encontros consonantais. ( rato – prato). Convide as crianças para trabalharem

cada palavra em uma frase, para enfatizar a diferença de significados.

3.3. Palavras diferentes, mesmo fonema final...

O objetivo do jogo é identificar palavras que terminam com o mesmo fonema. Para isso, elas

terão que juntar conjuntos de três ou quatro cartões com figuras que apresentem objetos que

terminem com o mesmo fonema. Exemplo: o conjunto /a/ pode conter figuras de bola, casa,

mesa, faca, todas essas palavras terminam em /a/.

Para as crianças descobrirem as identidades de fonemas finais das palavras, elas precisam

explorar a articulação do fone. Os fones correspondentes aos fonemas finais são mais difíceis de

se ouvir - ou de se sentir - do que os iniciais; por isso, o trabalho com os fonemas finais deve ser

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adiado, até que as crianças estejam confortáveis com as atividades com os fonemas iniciais.

Entretanto não deixe de dar uma atenção aos fonemas finais, pois eles são uma porta de entrada

importante para o nível da consciência fonêmica que dá sustentação às habilidades de

decodificação e e soletração.

3.4. Encontrando coisas com fonemas finais...

Professor, para ampliar a consciência das

crianças sobre os fonemas finais, você pode

pedir-lhes que comparem, contrastem e depois

identifiquem os fonemas finais de uma série de

palavras. Espalhe alguns cartões com figuras no

chão; a seguir, peça às crianças que encontrem

as figuras que terminem com um determinado

fonema. Na medida em que forem encontrando,

as crianças deverão dizer o nome e o fonema final

– exemplo : “lápis-s-s- s-s...s-s-s-s”.

Variação:

Dê algumas dicas extras dos fonemas iniciais e o número de sílabas. Por exemplo:’Estou

pensando em algo que começa com [m-m-m-] : tem duas sílabas e termina com [a-a-a-a]’

Resposta: mala.

Em pequenos grupos, espalhe as figuras para as crianças organizarem pilhas de figuras de

acordo com o som final.

4.Vivenciando e socializando

4. 1.“A teia de aranha”

Em roda, com um novelo de lã ou barbante,

as crianças deverão rolar o novelo de lã de

uma para a outra, à medida que cada uma

vai falando pares de palavras e

acrescentando um fonema.

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Diga um par de palavras “r-r-r- rema...ema...[r-r-r]”, peça que todos repitam, segurando a

ponta do novelo de lã role até uma criança e pergunte: “Que som eu retirei?” A criança deve

pegar o novelo e dizer: “r-r-r- rema...ema...[r-r-r]”. Se ela estiver insegura, repita e auxilie, se

necessário. A seguir, diga uma nova palavra para que as criaças repitam, e a que estiver com

o novelo de lã deverá rolar para uma outra e segurar uma parte do fio, até se formar uma teia.

Diga “m-m-m...anda”, as crianças repetem, e o novelo é rolado até uma criança que deve

responder “m...anda...manda”. Diga “x-x-x...ave...chave”, todas repetem, e a criança que tiver

com o novelo o rolará para outra, que pode dizer “c-c-c..asa...casa”

Confira exemplos de palavras excluindo os fonemas iniciais:

amar-mar; anão-não; barco-arco; boi-oi; caçada-assada; calça-alça;cama-ama; casa-asa;

chamada-amada, chuva-uva; Cida-ida; cidade-idade;dia-ia; dobra-obra;faixa-acha;fama-ama;

fera-era; foca-oca; fora-ora; fútil-útil;galho-alho;gela-ela;gema-ema;jaula-aula;laço-aço;leva-

eva; macho-acho; mana-Ana; mano-ano;massa-assa;mela-ela;molha-olha;molho-olho;nave-

ave;pano-ano;passa-assa;patada-atada;pé-é;pescada-escada;povo-ovo;puma-uma; risca-isca.

Depois, as crianças poderão ficar de pé e levantar a teia bem alta, e refletir sobre o que

fizeram; e a lã deverá ser enrolada.

Variação:

Crie outro jogo, acrescentando um fonema final.

Diga “só-l-l-l...l-l-l..solll” Todas as crianças deverão repetir e rolar o novelo de lã “só...l,sol”

Continue com outras palavras - ”má-rrr...r-r-r...marrr”; as crianças deverão repetir”má...rrr,mar”

Outros exemplos, se pares de palavras com consoantes finais:

Cá-cal; cru-cruz; dá-dar; da-das; fá-faz; lá-lar; má-mal; má-mar; mi-mil; na-nas; pá-par; pá-paz;

só-sol; vê-ver.

5) Avaliando o conteúdo:

Professor, a avaliação deverá ser feita ao longo do desenvolvimento do projeto, procurando

verificar se o aluno consegue:

reconhecer que os fonemas têm identidades separadas;

distinguir um fonema do outro.

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As atividades sugeridas, a seguir, devem ser orientadas e acompanhadas por você,

procurando favorecer o sucesso dos alunos. Elas poderão ser aplicadas para toda a turma, mas,

se os alunos apresentarem dificuldades, você deverá fazer as intervenções necessárias ou criar

outras de acordo com o desenvolvimento deles.

5.1. FALE BEM DEVAGAR O NOME DE CADA PALAVRA DOS RETÂNGULOS E PINTE PARA

CADA FONEMA UMA BOLINHA.

NO QUADRADINHO, ESCREVA O NUMERAL CORRESPONDENTE À QUANTIDADE DE

BOLINHAS QUE VOCÊ PINTOU.

5.2. QUAL PALAVRA QUE TEM MAIS FONEMAS? ESCREVA-A:

DADOS

RATO

FLOR

ELEFANTE

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5.3. OBSERVE AS ILUSTRAÇÕES E FALE O NOME DELAS; EM SEGUIDA, ESCREVA O FONEMA INICIAL DE CADA UMA NA LINHA ABAIXO.

5.4. SUBSTITUA OS DESENHOS POR LETRAS, DE ACORDO COM A TABELA A SEGUIR E

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5.5. ESCREVA, NO ESPAÇO ABAIXO, O TEXTO QUE VOCÊ DESCOBRIU.

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Referências: ALVES, D. (em prep.). Questões de hierarquia fonêmica associadas à emergência e desenvolvimento da consciência segmental. Dissertação de Doutorado Faculdade de Letras de Universidade de Lisboa. 2010. ADAMS, M. J. Consciência fonológica em crianças pequenas. Porto Alegre: Artmed, 2006. BRASIL. Elementos Conceituais e Metodológicos para Definição dos Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento do Ciclo de Alfabetização 1.º, 2.º e 3º Anos do Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 2012: (mimeo). CAPOVILLA, Fernando; SEABRA, Alessandra G. Alfabetização: Método Fônico. 5. ed. São Paulo: Memmon, 2010. McGUINNESS, Diane. O ensino da leitura inicial: o que a ciência nos diz sobre como ensinar a ler. Porto Alegre: Artmed, 2006. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. MAZZAROTTO, Luiz Fernando. Manual de Gramática: guia prático da língua portuguesa. São Paulo: DCL,2005.

Site consultado:

http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono34.php - Acesso em: 12/6/2015.

Ilustrações acessadas: 18/6/2015.

http://pixabay.com/pt/aplausos-bater-palmas-m%C3%A3os-black-297115/

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