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1 PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: CONHECENDO A GEOGRAFIA DAS ESCOLAS ITINERANTES DO MST, NAS CIDADES DE JACAREZINHO, LONDRINA E PORECATÚ - PR. Pedro Luis de Carvalho Silva Márcia Cristina de Oliveira Mello Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – Campus de Ourinhos, [email protected], [email protected] INTRODUÇÃO Este texto relata as atividades desenvolvidas no trabalho de campo realizado durante as atividades de monitoria na disciplina de Estágio Supervisionado III, do curso de Geografia da UNESP de Ourinhos. O objetivo da atividade foi proporcionar aos alunos da disciplina novas perspectivas metodológicas quanto ao ensino de Geografia, realizando um trabalho de campo abrangendo as cidades, Jacarezinho, Distrito de Lerrovile, pertencente ao município de Londrina e Porecatu, todas no estado do Paraná. Nas três cidades foram visitadas escolas itinerantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), escolas que atendem as comunidades dos respectivos acampamentos e assentamentos. Com apoio da professora da disciplina e ajuda da funcionária do núcleo de ensino do campus de Ourinhos, foi realizado durante os dias 27, 28 e 29 de abril de 2015 o trabalho de campo que será aqui descrito, desenvolvidos por meio de intervenções pedagógicas baseadas nos temas da Geografia, divididas para Educação Infantil, Ensino Fundamenta I e II e Ensino Médio, temas como meio ambiente, preservação, política, foram desenvolvidos em atividades elaboradas pelos alunos da disciplina com a supervisão da professora responsável. Inspirado nos referenciais teóricos de Paulo Freire, Lana de Souza Cavalcantti, Nídia Nacib Pontuschka, Núria Hanglei Cacete, Tomoko Iylda Paganelli, Luciene Cristina Risso e Roseli Salete Caldart, entre outros autores, as atividades propostas abordaram temáticas atuais e complexas como a conscientização socioambiental, preservação e uso do solo, reforma agrária e política de forma dinâmica e diversificada. Freire (1996) nos remete ao tema gerador. Todo processo de constituição do projeto de intervenção didática inicia-se com a escolha do tema gerador, ou seja, um assunto que desperte necessidade de discussão pela complexidade e pela interferência direta em nossas vidas, de forma negativa ou positiva. Pontuschka; Cacete e Paganelli (2007), ao se preocuparem com as questões do ensinar e do aprender Geografia nos orienta no sentido da construção de projetos de ensino interdisciplinares entendidos como necessários para a compreensão do espaço geográfico em sua totalidade.

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PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: CONHECENDO A

GEOGRAFIA DAS ESCOLAS ITINERANTES DO MST, NAS CIDADES DE

JACAREZINHO, LONDRINA E PORECATÚ - PR.

Pedro Luis de Carvalho Silva

Márcia Cristina de Oliveira Mello

Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – Campus de Ourinhos,

[email protected], [email protected]

INTRODUÇÃO

Este texto relata as atividades desenvolvidas no trabalho de campo realizado

durante as atividades de monitoria na disciplina de Estágio Supervisionado III, do curso

de Geografia da UNESP de Ourinhos. O objetivo da atividade foi proporcionar aos

alunos da disciplina novas perspectivas metodológicas quanto ao ensino de Geografia,

realizando um trabalho de campo abrangendo as cidades, Jacarezinho, Distrito de

Lerrovile, pertencente ao município de Londrina e Porecatu, todas no estado do Paraná.

Nas três cidades foram visitadas escolas itinerantes do Movimento dos

Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), escolas que atendem as comunidades dos

respectivos acampamentos e assentamentos.

Com apoio da professora da disciplina e ajuda da funcionária do núcleo de

ensino do campus de Ourinhos, foi realizado durante os dias 27, 28 e 29 de abril de

2015 o trabalho de campo que será aqui descrito, desenvolvidos por meio de

intervenções pedagógicas baseadas nos temas da Geografia, divididas para Educação

Infantil, Ensino Fundamenta I e II e Ensino Médio, temas como meio ambiente,

preservação, política, foram desenvolvidos em atividades elaboradas pelos alunos da

disciplina com a supervisão da professora responsável.

Inspirado nos referenciais teóricos de Paulo Freire, Lana de Souza Cavalcantti,

Nídia Nacib Pontuschka, Núria Hanglei Cacete, Tomoko Iylda Paganelli, Luciene

Cristina Risso e Roseli Salete Caldart, entre outros autores, as atividades propostas

abordaram temáticas atuais e complexas como a conscientização socioambiental,

preservação e uso do solo, reforma agrária e política

de forma dinâmica e diversificada.

Freire (1996) nos remete ao tema gerador. Todo processo de constituição do

projeto de intervenção didática inicia-se com a escolha do tema gerador, ou seja, um

assunto que desperte necessidade de discussão pela complexidade e pela interferência

direta em nossas vidas, de forma negativa ou positiva.

Pontuschka; Cacete e Paganelli (2007), ao se preocuparem com as questões do

ensinar e do aprender Geografia nos orienta no sentido da construção de projetos de

ensino interdisciplinares entendidos como necessários para a compreensão do espaço

geográfico em sua totalidade.

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Como aponta Cavalcantti (2011), a diversidade cultural dos alunos não está

representada somente na diversidade de classes sociais e nos estereótipos criados a

partir delas, mas também nas múltiplas experiências espaciais, na identidade e na

apropriação do espaço. Assim, é importante que o docente, tendo como referencial a

espacialidade construída pelo aluno, conheça as particularidades e diversidades culturais

que eles apresentam.

Risso (2013) organiza textos contendo resultados de experiências em Educação

Ambiental nas escolas, que na reflexão entre a interface do saber geográfico e a

interferência entre o homem sobre a natureza, nos auxilia na organização, aplicação e

avaliação dos projetos de ensino que desenvolvemos no curso de Geografia da UNESP,

campus de Ourinhos.

OBJETIVOS

Os objetivos do trabalho relacionam-se a possibilidade de refletir sobre a

importância de proporcionar aos aluno/estagiários a oportunidade de conhecer uma

escola do campo, neste caso escolas ligadas ao MST, o que logo nos associa a um

contexto de muita luta pelo direto a terra e a educação, buscou-se também forçar os

alunos/estagiários a desenvolver atividades com temas da Geografia de forma lúdica e a

explorar o cotidiano dos educandos e da escola.

Estas atividades sistematizadas em um projeto de intervenção foram

desenvolvidas pelos alunos/estagiários com a supervisão da professora da disciplina,

subsidiado pelos textos e discussões que ocorreram em encontros na universidade, com

liberdade os alunos fizeram as divisões dos grupos e a escolha dos temas de acordo com

afinidades desenvolvidas durante o curso de licenciatura e bacharelado em geografia,

sendo assim podemos observar alguns objetivos específicos que são os seguintes:

Apresentar o caráter interdisciplinar do conhecimento científico abordado pelas

disciplinas escolares.

Buscar expor um pouco da ciência desenvolvida na universidade de forma

simples e que possa ser reproduzida no cotidiano dos educandos e da escola do

campo.

Incentivar uma postura consciente frente aos problemas sociais e ambientais da

atualidade e o fato de ambas serem indissociáveis.

Preparar os alunos/estagiários para vida docente também na escola do campo,

familiarizando com a estrutura, dinâmica e especificidades.

Observa-se que em todos os momentos houve a busca por proporcionar experiências

aos alunos/estagiários, enriquecendo sua formação docente e proporcionando aos

educandos momentos únicos em contato com universidade e justificando de forma

cientifica saberes populares e informais, presentes no cotidiano dos educandos e a vida

no campo.

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METODOLOGIA

O projeto foi desenvolvido a luz da metodologia da pesquisa-ação. Tal percurso

metodológico envolve diagnóstico da estrutura da escola do campo, metodologia de

ensino em Geografia e a possibilidade de intervenção pedagógica, portanto, a primeira

etapa foi destinada a contatos com as escolas envolvidas, apresentação do projeto e

levantamento de dados relativos a temas e atividades possíveis de aplicação durante os

dias de realização do trabalho de campo.

A segunda etapa envolveu contatos com os grupos de pesquisa e extensão que

desenvolvam atividades nas quais existe a previsão de atividades de prática de ensino.

Os estagiários escolheram os temas de intervenção didática e fizeram uma pesquisa

bibliográfica sobre esses temas e também sobre a teoria do ensino de Geografia, com o

objetivo de refletir sobre diferentes caminhos e possibilidades metodológicas.

A terceira etapa consistiu na realização do trabalho de campo e execução das

atividades previstas, no dia 27 de abril de 2015 os alunos/estagiários, juntamente da

professora da disciplina, funcionária do núcleo de ensino e monitor da disciplina, saíram

da cidade de Ourinhos-SP, com destino a Jacarezinho-PR. O destino foi a Escola

Itinerante Valmir Motta de Oliveira, a cerca de 28 km de distância, onde as atividades

ocorreram após o almoço, devido a imprevistos pela manhã, por volta de 16h, ao

término das atividades o ônibus partiu com destino a Londrina, cidade localizada a 160

Km de Ourinhos, local de pernoite dos integrantes do trabalho de campo. Já no dia 28, o

ônibus saiu as 08h de Londrina com destino ao Distrito de Lerroville, onde na Escola

Itinerante Maria Aparecida Rosignol Franciosi, as atividades ocorreram de manhã e a

tarde e ao final das atividades retornamos a Londrina e passamos a segunda noite do

trabalho de campo. Através da funcionária do núcleo de ensino, as pernoites foram na

Associação dos Professores do Paraná, no terceiro e ultimo dia logo pela amanhã o

ônibus saiu de Londrina com destino a cidade paranaense de Porecatú, onde a Escola

Itinerante Herdeiros da Luta de Porecatú, foi o local onde as atividades foram

desenvolvidas.

Por fim, os resultados são sistematizados em duas vertentes. A primeira

contendo imagens e documentos que serão oferecidos para as escolas. A segunda

envolve a elaboração de textos acadêmicos contendo reflexão sobre a importância da

relação teoria e prática no ensino de Geografia, consequentemente sobre a articulação

universidade e escolas do campo.

As atividades foram desenvolvidas em todos os anos da escola básica, divididos

em educação infantil, ensino fundamental I e II e ensino médio e contou com a

participação de todos os estagiários, com auxílio do monitor, da professora e da

funcionária do núcleo, contou ainda com a ajuda dos educadores e colaboradores das

escolas visitadas.

A semana foi dividida em quatro temas centrais, são eles: Fauna e Flora, oficina

de solos, relvo e vegetação e reforma agrária e política. De acordo com as pesquisas que

desenvolvem na universidade, os temas geradores foram divididos conforme

apresentamos na tabela 1.

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Nível de ensino Tema Atividade

Educação Infantil Fauna e flora Teatro abordando o desmatamento e extinção

dos animais.

Ensino Fundamental I Oficina de solos Oficina desenvolvida pelo Grupo Coloide,

expõe os tipos de solos e suas formações.

Ensino Fundamental II Relevo e vegetação Formação do relevo e vegetação da região, uma

análise através da paisagem.

Ensino Médio Reforma agrária e política Questões sobre a reforma agrária e a suas

políticas.

Tabela 1 Distribuição dos temas desenvolvidos nas atividades do trabalho de campo nas

escolas itinerantes do MST.

Org. Silva (2015)

RESULTADOS OBTIDOS

As atividades do trabalho de campo nas escolas itinerantes foram desenvolvidas por

meio de exposições e atividades que aproximam o cotidiano dos alunos aos diversos

temas abordados pela Geografia.

As atividades contaram com a colaboração dos membros dos grupos de pesquisa e

de extensão da UNESP: COLOIDE, INCADA e ESPAÇOS URBANOS.

Primeiramente, os alunos tiveram contato com os conceitos básicos e na medida do

possível as oportunidades de desenvolver atividades relacionadas às temáticas

abordadas.

Para os alunos da educação infantil, foram abordados temas sobre fauna e flora e

as importâncias de sua preservação, através de uma apresentação teatral, aonde três

curumins conduzem um diálogo com animais da fauna brasileira (macaco, onça e cobra)

ameaçados de extinção, os animais ao relatarem a destruição de seus habitats levantam a

discussão da ação humana e seu caráter predatório e devastador. Buscando a todo o

momento incentivar a participação dos alunos com perguntas, para encerrar a atividade

os educandos são levados para o pátio da escola onde uma grande ciranda (imagem 1) é

feita, encerrando a atividade com um momento muito descontraído e reforçando os

laços criados com as crianças, está atividade obteve um papel de destaque em todas as

três escolas visitadas (imagem 2).

IMAGEM 1: Atividade desenvolvida na Educação infantil: Ciranda, em Londrina-PR,

Escola Itinerante Maria Aparecida Rosignol Franciosi.

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Org. Silva(2015).

IMAGEM 2: Estagiários e Educandos da Educação Infantil, Londrina-PR, Escola

Itinerante Maria Aparecida Rosignol Franciosi.

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Org. Silva(2015).

Já no ensino fundamental I, a oficina de solos (imagem 3), elaborada pelo Grupo

Coloide, levou aos educandos de 08 a 12 anos conceitos da formação do solo e suas

propriedades, o porquê das diferentes cores e fertilidade. Nesta atividade ficou evidente

que o meio influência na formação dos educandos, onde em muitos momentos

expressaram a familiaridade com as cores dos solos e suas relações com o ambiente, um

bom exemplo foi ao ser exposto o perfil de solo tipo O, solo escuro e muito fértil pela

grande presença de matéria orgânica, um dos alunos disse: “igual a terra lá da horta da

minha mãe”. Este momento foi importante para os estagiários, pois puderam estreitar os

laços com os alunos e se ter um breve lampejo da vida docente.

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IMAGEM 3: Estagiários e Educandos do Ensino Fundamental I, Londrina-PR, Escola

Itinerante Maria Aparecida Rosignol Franciosi.

Escola Itinerante Maria Aparecida Rosignol Franciosi.

Org. Silva (2015).

Para os alunos do ensino fundamental II, os temas abordados foram o relevo e a

geomorfologia da região norte do estado do Paraná, uma análise através da paisagem,

usando recursos de mapas, cartas e amostras de rochas, os estagiários passaram

conceitos de formação do relevo e da paisagem e paralelamente reforçaram os valores

de respeito e conservação do meio ambiente (imagem 4).

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IMAGEM 4: Estagiários e Educandos do Ensino Fundamental II, Jacarezinho-PR,

Escola Itinerante Valmir Motta de Oliveira.

Org. Silva (2015).

O tema da reforma agrária e suas questões políticas foi reservado para os

educandos do ensino médio justamente por serem mais velhos e terem um grau de

maturidade maior, assim com a intenção de fomentar discussões, porem, devido ao

número baixo de alunos nesta seriação as atividades ficaram comprometidas, o que não

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significa que não houve momentos importantíssimos, podemos citar no dia 29, quarta-

feira na escola Herdeiros da Luta de Porecatú , os estagiários deste grupo conseguiram

se organizar rapidamente e desenvolver um teatro abordando conceitos da reforma

agrária com os educandos da ensino fundamental I (imagem 5), atividade muito

elogiada por educadores e educandos, mostrando o comprometimento dos estagiários

que não se abateram com a falta de alunos do ensino médio para desenvolver as

atividades, evidencia também o sucesso do trabalho de campo, conseguindo conquistar

o interesse dos educandos, mas também o comprometimento dos estagiários.

IMAGEM 5: Estagiários e Educandos de Educação Infantil I, Porecatú-PR, Escola

Itinerante Herdeiros da Luta de Porecatú.

Org. Silva (2015).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pelo exposto até aqui, evidencia-se a tentativa de proporcionar aos alunos do

curso de licenciatura em Geografia da UNESP de Ourinhos um contato com uma nova

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realidade, a escola do campo. Escola esta que vem passando nas últimas décadas por um

processo de desvalorização, com o êxodo do campo e a queda da número de moradores

da área rural.

O projeto aqui apresentado procurou evidenciar a superação da dicotomia entre

ensino e pesquisa. As atividades de extensão e pesquisa realizadas no âmbito acadêmico

servem como bons instrumentais, já que favorece o repensar das práticas pedagógicas.

As mais adequadas a esse propósito são àquelas que possibilitam novas interpretações,

novos caminhos didáticos, como o aqui apresentados.

Tais considerações apontam para a construção de outras formas de ensinar e

aprender, que não dissocie o ensino da pesquisa. Também se evidencia a importância da

possibilidade de conhecer a realidade da escola do campo, mantendo contato direto com

educando e educadores no sentido de estreitar laços entre a universidade e a

comunidade, seja ela urbana ou rural.

Experiência esta única na formação do aluno como pessoa, profissional e

cidadão, assim este trabalho também não deixa de ser um agradecimento à escola

itinerante e seus profissionais que não mediram esforços em nos ajudar para que tudo

ocorresse da melhor maneira e sempre visando o melhor para os educandos e seu

desenvolvimento (imagem 6).

IMAGEM 6: Participantes do Trabalho de Campo, Escola Itinerante Herdeiros da Luta

de Porecatú-PR.

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Org. Silva (2015).

FASE DA PESQUISA: em andamento.

REFERÊNCIAS

CALDART, Roseli Salete. A escola do campo em movimento. Currículo sem fronteiras, v. 3, n. 1, p.

60-81, 2003.

CAVALCANTI, Lana de Souza. Jovens escolares e suas práticas espaciais cotidianas: o que tem isso a

ver com as tarefas de ensinar Geografia? In: CALLAI, Helena Copetti. (Org.). Educação geográfica:

reflexões e práticas. Ijuí: Unijuí, 2011. p. 36-59.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e

Terra, 1996.

PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, T.I.; CACETE, Núria Hanglei. O tema gerador como

articulador de projetos interdisciplinares. In: ______. Para ensinar e aprender Geografia. São Paulo:

Cortez, 2007. p. 152-169.

RISSO, Luciene Cristina (Org.). Ensino de Geografia e Educação Ambiental: relatos de experiência.

Ourinhos: UNESP Campus de Ourinhos, 2013. p. 27-44.