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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica DEM/POLI/UFRJ Implementação do Plano de Manutenção Planejada Adaptada às Necessidades do AquaRio José Pedroso da Silveira Neto Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Prof. Fábio Luiz Zamberlan, DSc. Rio de Janeiro, RJ – Brasil Agosto-2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO

DE JANEIRO

Departamento de Engenharia Mecânica DEM/POLI/UFRJ

Implementação do Plano de Manutenção Planejada Adaptada

às Necessidades do AquaRio

José Pedroso da Silveira Neto

Projeto de Graduação apresentado ao

Curso de Engenharia Mecânica da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de

Engenheiro.

Orientador: Prof. Fábio Luiz

Zamberlan, DSc.

Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Agosto-2017

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Implementação do Plano de Manutenção Planejada Adaptada

às Necessidades do AquaRio

José Pedroso da Silveira Neto

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO MECÂNICO.

Examinada por:

_____________________________________

Prof. Fábio Luiz Zamberlan

_____________________________________

Prof. Lavínia Maria Sanabio Alvez Borges

_____________________________________

Prof. Reinaldo de Falco

_____________________________________

Engº Henrique Cleto Carneiro

Rio de Janeiro, RJ - Brasil

Agosto de 2017

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NETO, José Pedroso da Silveira.

Implementação do plano de manutenção planejada adequada às

necessidades do AquaRio / José Pedroso da Silveira Neto - Rio de

Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2017.

X 85 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Fábio Zamberlan

Projeto de Graduação - UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia Mecânica, 2017

Referências Bibliográficas: p. 44

1. Manutenção Preventiva 2. Aquário Marinho 3. “Total Productive

Maintenance” 4. Sustentabilidade 5. Otimização das Atividades de

Manutenção 6. Energia Solar 7. Captação de Água de Chuva I. Fábio

Zamberlan II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola

Politécnica, Curso de Engenharia Mecânica III. Implementação do

plano de manutenção planejada adequada às necessidades do AquaRio.

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“Não chores por não ter visto o pôr-do-sol, pois se não as

lágrimas não lhe permitirão ver as estrelas.”

Bob Marley

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Agradecimentos

Primeiramente gostaria de agradecer à minha família, em especial aos meus pais,

José Pedroso e Gisele de Andrade Reis, por terem me apoiado incondicionalmente nesse

caminho, sendo a força e a esperança para a conclusão do curso de Engenharia

Mecânica. À minha irmã, Marina Pedroso, por sempre estar ali para dar uma palavra de

força e carinho.

Aos meus amigos, Lucas Begni, Daniella Spiller, Ramon Zanow, Daniel Agnese,

Vitor Hugo, Rafael Bonani, Bruno Pedroso, Victor Tostes, Fernando Moura, Túlio

Martins, Fabrício Vieira e Eduardo Fonseca, por nas horas mais escuras dessa

caminhada, se mantiveram firmes e ajudando uns aos outros a superarem as dificuldades

do dia-a-dia na faculdade. À minha amada Ana Luiza, por ter aparecido nos últimos

momentos do curso, mas que foi mais uma luz imprescindível nessa trajetória.

Gostaria de agradecer também ao professore Fábio Zamberlan, por ter me ajudado

a desenvolver o projeto juntamente com Henrique Cleto, Engenheiro que me auxiliou

muito durante meu estágio de 1 ano no AquaRio. Além desses, a professora Lavínia

Sanabio pelas inúmeras oportunidades dadas no processo e ao professor Reinaldo de

Falco, por ter aceitado o convite para ser avaliador na banca da apresentação deste.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

Implementação do Plano de Manutenção Planejada Adaptada às Necessidades do

AquaRio

José Pedroso da Silveira Neto

Agosto de 2017

Orientador: Fábio Zamberlan

Curso: Engenharia Mecânica

O desenvolvimento desse projeto teve como objetivo formalizar, implantar e

acompanhar a manutenção dos equipamentos de apoio aos recintos biológicos presentes

no AquaRio-Aquário Marinho do Rio de Janeiro, após o período de término de

construção do mesmo, além de tornar o dia-a-dia da empresa o mais sustentável

possível, dentro das condições energéticas requeridas pelo prédio.

Palavras-chaves: 1. Manutenção Preventiva 2. Aquário Marinho 3. Manutenção

Produtiva Total 4. Sustentabilidade 5. Otimização das Atividades de Manutenção

6. Energia Solar 7. Captação de água de chuva

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Abstract of Undergraduate Project presented to Poli/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Mechanical Engineering.

Creation of a Maintenance Plan Adapted for the Necessities of Rio’s de Janeiro

Marine Aquarium

José Pedroso da Silveira Neto

Agosto de 2017

Advidor: Fábio Zamberlan

Course: Engenharia Mecânica

The objective of this project’s development was to create, formalize and follow a

planned maintenance program of the equipments that supports the marine enclosures

held at AquaRio, after its construction was done. Beyond that, this project also shows

the measures taken to turn the building sustainable, given the energetic conditions,

which had its downturns.

Keywords: 1. Preventive Maintenance 2. Marine Aquarium 3. Total Productive

Maintenance 4. Sustainability 5. Maintenance Activity Optimazation 6. Solar Energy

7. Rainwater harvesting

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Sumário Sumário ................................................................................................................. 8

Rol de Abreviaturas e Siglas .................................................................................. 9

1. Introdução .................................................................................................... 10

1.1 AquaRio – Aquário Marinho do Rio de Janeiro ...................................... 10

1.2 Dimensionamento da Equipe ................................................................. 11

1.3 Visão Geral ............................................................................................ 13

1.4 Desafios ................................................................................................. 15

2. Métodos e Materiais...................................................................................... 18

2.1 Estratégia de acompanhamento .............................................................. 18

2.2 Índice de Confiabilidade em Equipamentos ........................................... 23

2.3 Metodologia de Implementação do Plano Preventivo de Manutenção .... 28

2.4 Análise dos resultados ........................................................................... 33

3. Soluções Sustentáveis ................................................................................... 34

3.1 Consumo de Água Doce ..................................................................... 34

3.2 Captação de Água de Chuva ............................................................... 37

3.3 Consumo de Energia Elétrica ............................................................. 41

3.4 Iniciativas para reduzir a demanda energética ..................................... 43

4. Sugestões de Melhoria no Plano de Manutenção ........................................... 45

5. Conclusão ..................................................................................................... 49

6. Referências Bibliográficas ............................................................................ 51

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Rol de Abreviaturas e Siglas 1. TL - Tanque “L” (Peixes do Costão Rochoso)

2. TI - Tanque “I” (Invertebrados do Costão Rochoso

3. GB – Garoupas e Badeijos

4. DON- Donzelas

5. AV- Águas Vivas

6. AMP – Animais Marinhos Perigosos

7. TB – Tubarões Bebês

8. TPP – Tubarões Pequeno Porte

9. PCAR – Peixes do Caribe

10. CC – Corais do Caribe

11. PIND – Peixes do Indopacífico

12. CIND – Corais do Indopacífico

13. kWh – Kilo Watt Hora

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1. Introdução

1.1 AquaRio – Aquário Marinho do Rio de Janeiro

O AquaRio foi inaugurado em novembro de 2016 e foi fruto de um investimento de

R$ 130 milhões da iniciativa privada para entregar, junto com a nova área portuária do

Rio de Janeiro, um legado para a cidade. O aquário faz parte do Grupo Cataratas S.A

que realiza a gestão de outros parques ecológicos no Brasil, como o Corcovado, as

Cataratas do Iguaçu, Fernando de Noronha, entre outros, e o seu foco é na preservação

através da educação, “Só se preserva o que se conhece.”. Por ser um parque turístico o

AquaRio recebe milhares de pessoas diariamente gerando uma quantidade enorme

resíduos, além de um consumo de água e de energia muito altos, e por isso uma gestão

inteligente dos recursos é uma das principais metas do grupo.

Como atração, são dispostos 28 recintos de água salgada, com volumes que variam

de 2000 litros (aquários menores) e 3,5 milhões de litros (recinto oceânico), totalizando

4,5 milhões de litros de água salgada. O maior dele abriga por volta de 500 animais de

inúmeras espécies, incluindo tubarões de portes variados, podendo chegar a 2,5m, e é

chamado de Tanque Oceânicos. Em seguida vem o tanque dos Beijupirás, uma espécie

de peixe que pode chegar até 2m de comprimento. Esse tanque possui 500 mil litros de

água salgada. Ambos os tanques tem 7 metros de profunidade e abrangem 3 andares do

prédio. No 3º pavimento se encontra a grande maioria dos recintos, aonde podemos

encontrar um número ainda maior de animais:

Tubarões de pequeno porte e tubarões bebês;

Águas vivas;

Peixes do Caribe e do Indopacífico;

Corais típicos do Caribe e dos Lençóis de Abrolios;

Cavalos marinhos, polvos, anemônas e estrelas do mar;

Espécies do costão rochoso (formação do litoral do estado do Rio de

Janeiro), mostrando desde crustáceos invertebradores a peixes típicos.

Todos os tanques necessitam de um sistema de filtragem de ponta que prepara o

ambiente para a vida marinha, sendo seus parâmetros analisados fielmente dia-a-dia

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para garantir a simulação do real ambiente marinho e assim os animais sofram o

mínimo possível nessa transição. Esse sistema é chamado de “Sistema de Suporte à

Vida” (SSV) e contempla todos os equipamentos e tubulações que trabalham

diretamente e indiretamente na manutenção dos recintos marinhos. Além dos

fornecedores terceirizados, 2 equipes trabalham diretamente nesse sistema:

A equipe de biologia, que trabalha para manter os parâmetros em níveis

aceitáveis e/ou ótimos;

A equipe de engenharia, que tem o objetivo de manter os equipamentos com

a manutenção em dia e consequentemente trabalhando num estado ótimo

com níveis de confiabilidade ideais, tanto no SSV quanto na Manutenção

Predial.

Essas informações foram adquiridas diretamente com a equipe do AquaRio.

1.2 Dimensionamento da Equipe

A equipe de engenharia conta com um encarregado de manutenção, o líder da

equipe, um encarregado de manutenção predial e um encarregado de manutenção ao

sistema de suporte à vida, além de um assistente e um estagiário. Totalizando 5 pessoas

na área de gestão de manutenção, que são responsáveis por indicar os pontos cruciais a

serem melhorados e quais processos são responsáveis por tal. Essas informações

também foram adquiridas diretamente com a equipe do AquaRio.

É claro que, como em toda boa equipe de engenharia, é necessário um time de

técnicos qualificados e ajudantes treinados para atender a todas as demandas sem

sobrecarregá-los.

Na manutenção predial, temos um total de 6 técnicos divididos em 4 equipes de

bombeiro, civil e elétrica. Essas acompanham ocorrências relacionadas à elétrica,

iluminação, banheiros, serviços de pinturas, entre outras necessidades. Lembrando que a

manutenção do sistema de refrigeração é de responsabilidade da empresa contratada que

os instalou.

Além da equipe de elétrica predial, existe a de elétrica voltada para o sistema de

suporte à vida, principalmente ocorrências relacionadas às bombas e à iluminação dos

recintos. Além deste, temos um total de 6 técnicos de manutenção também focados

inteiramente no SSV, sendo 3 sêniors, 2 plenos e 1 junior. 3 equipes são formadas, as

quais contam com 2 profissionais, 1 sênior e 1 pleno ou junior para auxiliá-lo. Cada

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equipe é responsável por um setor no AquaRio. Abaixo estão as áreas que precisam de

atenção:

O primeiro é o 3º pavimento, local com a maioria dos tanques.

O segundo é a Quarentena, local aonde os seres vivos se adapatam à vida em

cativeiro;

O terceiro é o tanque oceânico, que abrange tanto o sistema de filtragem

física localizado no 2º pavimento, quanto a química que fica no 4º

pavimento;

E o quarto e último é o subsolo, aonde está localizado os tanques de

armazenamento de água doce, salgada e de manejo.

A quarentena e o subsolo são atendidos pela mesma equipe, fazendo com que

tenham que se dividir e para não deixar de atender os chamados diários. São as áreas

que menos sofrem com chamados corretivos e atividades preventivas, por isso sua

equipe é formada por 1 profissional sênior e 1 júnior. A equipe do 3º pavimento fica

responsável por uma incrível quantidade de 12 tanques e 11 aquários, e é formada por 1

técnico sênior e 1 pleno, dessa maneira eles podem se dividir para atender ao setor

inteiro. O setor do tanque oceânico é o que mais precisa de atenção, pois é o “core

business” da empresa. A equipe restante fica responsável por 2 andares diferentes (2º e

4º) e muitas vezes ficam sobrecarregados com a quantidade de ocorrências e rotinas

definidas pela equipe de manutenção.

As equipes de elétrica predial e SSV estão acostumadas a atender ambas as áreas e

podem cobrir os atendimentos caso haja necessidade. Todas as equipes são treinadas

para atender as demandas não só dos recintos marinhos, mas também as necessidades

do time de manutenção predial. Mas muitas vezes não conseguem cumprir todas as

atividades pelo número enorme de equipamentos e sistemas que precisam ser atendidos

e consequentemente a prevenção de anomalias acaba sendo “esquecida”.

Em novembro de 2016, quando o AquaRio foi inaugurado, a equipe de manutenção

apenas realizava as ordens de serviço relacionadas ao término da obra ou ocorrências

corretivas, não havendo um plano de manutenção efetivo ou um histórico de falhas.

Como será visto mais a frente, esse tipo de gestão de manutenção não é nem um pouco

eficiente, ainda por cima em um empreendimento que depende diretamente dela para

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seu pleno funcionamento. Sabemos que esse tipo de manutenção leva a empresa a ter

inúmeros gastos que poderiam ser melhor direcionados se houvesse um escopo

eficiente, que aumentasse a confiabilidade dos equipamentos, aumentando seu tempo de

vida e reduzindo a necessidade de estocagem de sobressalentes.

1.3 Visão Geral

Na imagem abaixo, temos 2 sistemas de filtragem.

Imagem 1- Sistema de Filtragem dos tanques do AquaRio (Fonte: AquaRio)

1. O sistema de filtragem mecânica, que consiste na descida da água bruta vinda do

tanque por gravidade, passando pelo pré-filtro, por uma bomba hidráulica que

impulsiona essa água para o filtro de areia, em seguida para o cone e retornando

ao tanque, já filtrada. No retorno ao tanque, ela passa pelo filtro biológico de

fundo (FBF), localizado dentro do tanque.

2. O outro sistema é o de filtragem química, que também consiste na descida da

água bruta por gravidade diretamente para uma bomba hidráulica, que impulsiona

o escoamento para o skimmer, o qual recebe em sua mistura ozônio (O3), em

seguida a luz ultra-violeta finaliza o processo de filtragem química fazendo a água

retornar ao tanque já filtrada.

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Ambos necessitam de um acompanhamento detalhado, pois são os responsáveis em

manter os parâmetros dos recintos marinhos dentro dos limites aceitáveis estabelecidos

pela equipe de Biologia.

Cada um desses equipamentos tem papel fundamental no processo, sendo eles

responsáveis por:

1. Filtro de Areia – Responsável pela filtragem de particulas maiores, fazendo

a água fluir sobre grossas camadas de areia.

2. Cone – Responsável pela saturação da água com oxigênio, é utilizado em

ambientes onde há grande utilização de O2.

3. Filtro Biológico de Fundo (FBF) – Nesse sitstema, a água (filtrada) é

injetada dentro do substrato, passa pelo FBF e força um fluxo ascendente.

Assim as bactérias presentes no fundo dos tanques, ou seja, no filtro

biológico, recebem água limpa e oxigenada e assim podem realizar o

processo de conversão de amônia, em nitritos e nitratos.

4. Skimmer – É formado por uma câmara cilíndrica onde é injetada água com

uma grande quantidade de oxigênio, que formam bolhas. Essas bolhas

possuem carga elétrica e por isso atraem impurezas localizadas na câmara,

sendo necessária a sua eliminiação periodicamente.

5. Ozônio - Esse gás é utilizado para oxidar compostos orgânicos, bactérias,

vírus e fungos, e assim esterelizar a água.

6. U.V – A radiação ultravioleta é utilizada como agente esterelizante, mas no

nosso caso a utilizamos para quebrar moléculas residuais de ozônio vindas

do skimmer.

7. Air-Lift – É um equipamento simples que é responsável apenas pela injeção

de ar comprimido no tanque para que se crie uma corrente que movimente

as águas dos tanques.

8. Trocador de Calor – Responsável pelo resfriamento de uma porção da

água bruta que sai do tanque.

Como mencionaado anteriormente, esse sistema está presente em todos os tanques

do AquaRio, sendo que no tanque oceânico (3,5 milhões de litros) são 20 sistemas de

filtragem físicas e 10 de filtragem química, e no Tanque do Beijupirá (500 mil litros), 3

de cada. Como mostrado na imagem a seguir:

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Imagem 2: Sistema de filtragem do tanque oceânico. (fonte: AquaRio)

Ou seja, são tipos diferentes de equipamentos que precisam de manutenção

específica e planejada para cada um deles, a fim de mantê-los numa operação ótima no

ponto de vista econômico e operacional.

As equipes, tanto do SSV e do predial contam com técnicos que além de operar os

equipamentos também realizam a manutenção dos mesmos, por isso são chamados de

operadores mantenedores.

1.4 Desafios

O AquaRio é uma empresa do ramo do ecoturismo, que segundo o MINISTÉRIO

DO TURISMO [1], o é um segmento de atividade turística que utiliza, de forma

sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a

formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente,

promovendo o bem-estar das populações envolvidas. Por isso, tem total interesse em ter

um acompanhamento detalhado tanto do gasto energético, quanto de água, para garantir

um ambiente sustentável em todos os âmbitos do empreendimento, tanto para seus

clientes, como para seus funcionários.

Segundo ALVARES [2], a máxima eficiência de uma unidade protica se obtém,

quando os cuidados com a manutenção se iniciam desde o projeto do equipamento.

Tais cuidados abrangem:

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Controle no projeto e na fabricação, à correta instalação, as preucações com

partida inicial em condiçoes adequadas que possibilitem um perfeito

amaciamento;

Uma operação normal durante toda a vida útil do equipamento;

Uma eficiente assistência técnica de manutenção que proporcione a melhor

conservação possível do equipamento e, por último, a sua liberação no exato

momentodo final da vida econômica.

Para conseguir ter esses cuidados e consequentemente uma eficiência energética

melhor, é necessária uma gestão de manutenção de qualidade, para que os equipamentos

(causa do grande consumo predial) possam operar em condições ótimas e assim tornar

eficiente a operação. Por manutenção entedemos como toda atividade de assistência

voltada para o atendimento de sistemas funcionais físicos com a finalidade de conservar

sua condição funcional dentro dos padrões prescritos. O Brasil vem percebendo apenas

nos últimos anos que a ação mantenedora é sim uma atividade de vital importância para

empresas que dependem de equipamentos mecânicos para seu pleno funcionamento. E

por isso sua ideia ainda não é completamente difundida como essencial. O AquaRio é

um empreendimento novo e ainda está adaptando operações, e por isso sofre com

inúmeros gargalos na gestão da manutenção, tais como:

Alta taxa de retrabalho

Convivência com problemas crônicos

Falta de sobressalentes no estoque

Número elevado de serviços não prestados

Histórico de manutenção inexistente ou não confiável.

Falta de planejamento prévio

Sabemos que essa gestão de manutenção leva as empresas em geral a ter inúmeros

gastos que poderiam ser evitados e melhor direcionados se houvesse um plano de

manutenção eficiente, que aumentasse a confiabilidade dos equipamentos, o seu tempo

de vida útil e reduzisse não só o período entre as manutenções corretivas, como

também, a necessidade de estocagem de sobressalentes. Porém, o maior desafio para as

pessoas que estão envolvidas com a manutenção hoje em dia não é apenas saber das

técnicas utilizadas na manutenção, mas decidir quais delas realmente são ou não são

importantes para determinado ativo. Se forem realizadas escolhas certas, é possível

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melhorar o desempenho do ativo e ao mesmo tempo reduzir o custo de manutenção,

aumentando sua confiabilidade operacional. Por outro lado, se houverem más escolhas,

novos problemas são criados, enquanto, que aqueles que já existentes tendem a piorar.

A resposta para o que está em questão pode ser a Manutenção Produtiva Total

(TPM) em conjunto com a Manutenção Centrada na Confiabilidade (MCC). A primeira

é projetada para maximizar a efetividade total do equipamento, mediante um sistema

produção-manutenção, que abrange o ciclo de vida dos equipamentos. Sua meta é a

quebra-zero, mas para isso é necessária a eliminação das grandes perdas (paradas por

quebra, preparação e ajustes, redução da taxa de produção, ociosidade e interrupções,

defeitos e retrabalho e perdas na partida). A segunda é baseada na análise da

manutenção preventiva para introduzir melhoras no processo. Se feito da maneira

correta ela aumenta a disponibilidade de equipamentos e materiais, sua confiabilidade e

segurança, diminuindo os riscos.

A TPM é baseada em 8 pilares básicos que sustentam sua implementação:

1. Manutenção Preventiva: definição dos tipos de manutenção, critérios de

planejamento da manutenção e controle de estoque.

2. Melhorias individuais dos equipamentos: Sempre buscando as

condições ótimas de operação, pois assim diminuímos a probabilidade de pausa

por falha.

3. Projeto do custo de ciclo de vida do equipamento: Análise da

viabilidade da substituição dos equipamentos com maior desempenho.

4. Educação e treinamento de novas habilidades: avaliação das

capacidades dos recursos humanos, determinação e planejamento das

atividades de aperfeiçoamento, avaliação do avanço e aplicação.

5. Manutenção de Qualidade: Avaliação do efeito do equipamento na

qualidade, definição dos parâmetros de controle e monitoramento.

6. Controle Administrativo: Otimização das áreas de compras, matérias-

primas, peças e ferramentas.

7. Cuidado ambiental, segurança e higiene: Políticas de prevenção de

riscos, avaliação dos custos diretos e indiretos dos acidentes.

8. Manutenção autônoma: Implementação de rotinas de manutenção,

reforço da consciência de cuidado com o equipamento, mudanças das

condições.

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O foco da implementação de um plano de gestão eficiente de manutenção para o

AquaRio estará nos pilares 1, 2, 4 e 8, ou seja, desenhando rotinas bem-definidas,

métodos modernos para realizar o acompanhamento, análises para trabalhar com

equipamentos em condições ótimas. A gestão racional de estoques gera também redução

dos pedidos de emergência, visto que, observados o ponto de pedido e o estoque de

segurança, não incorrerá em falta de sobressalentes no almoxarifado, o que possibilita

ao setor de compras efetuar pesquisas no mercado de fornecedores, cotações e

comparações para posterior aquisição desses materiais.

Portanto, o objetivo do atual projeto é a implementação de um plano de gestão

eficiente e inteligente que esteja adaptado às necessidades do AquaRio, além de mostrar

medidas tomadas para garantir a sustentabilidade do empreendimento, agredindo o meio

ambiente o mínimo possível.

2. Métodos e Materiais

2.1 Estratégia de acompanhamento

Foi definida uma estratégia para traçar métricas e entender como estava a real

situação de manutenção, para que assim se tornasse viável um planejamento para

atender de forma realmente eficiente os equipamentos e sistemas do AquaRio, adaptado

para as suas necessidades. Como já falado anteriormente, quando foi inaugurado, não

havia sido estabelecida um planejamento de manutenção que fosse realmente eficiente e

por isso a equipe de manutenção sempre foi refém de suas atividades e por isso essa

preocupação em entender o quadro como um todo.

A primeira etapa dessa estratégia consistia em contratar um software de gestão de

manutenção que facilitasse o acesso a informação para traçar métricas e relatórios que

nos possibilitassem encontrar pontos aonde podemos propor melhorias, sempre com o

principal foco de aperfeiçoar o processo.

Após a instalação do software, o próximo passo foi mapear por completo o prédio:

todas suas salas (incluindo as áreas técnicas, onde estão os fancoils de ar-condicionado),

todos seus equipamentos e sistemas que esses equipamentos estão vinculados. Assim

teríamos acesso rápido e fácil a todo o histórico de qualquer localização ou componente,

podendo traçar relatórios relacionados a eles.

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O terceiro passo foi entender como funciona a rotina dos técnicos operadores, ou

seja, como eles realizam as atividades relacionadas à manutenção, suas dores,

dificuldades e métodos de trabalho. Essa etapa consistiu basicamente em acompanhar os

executores em seus serviços e compreender o dia-a-dia das atividades.

O quarto e último passo para implantar a primeira etapa do plano de manutenção

consistiu em dar início ao controle das ordens de serviço dos técnicos operadores do

AquaRio, para que assim possamos começar a obter métricas e relatórios que antes não

era possível sem esse acompanhamento e sem do software de gestão. Tais como o tipo

de ocorrência (Corretiva, Preventiva, CAPEX (melhorias), ou outro), a equipe que abriu

a ocorrência, a área em que se aplica (Manutenção Predial ou Manutenção do SSV), o

tempo de atendimento e de trabalho na ocorrência, além dos casos que foram

solucionados, analisados ou não analisados.

Por manutenção corretiva, entende-se como toda manutenção imprevista ou de

emergência após a chamada “falha concreta” que força a parada do equipamento para a

solução do problema.

Por manutenção preventiva, entendemos como a assistência técnica dada a um

sistema de funcional físico, segundo inspeções feitas com frequências pré-definidas e

com o intuito de detectar falhas latentes (período de incubação de toda falha concreta,

não força a parada do equipamento, mas existe imperfeição estrutural), prevenindo

assim paradas devidas a falhas concretas.

Por melhorias, entendemos como toda assistência que é voltada em melhorar o

projeto original, também chamado de otimização de manutenibilidade.

Segundo ALVARES [2], a manutenção corretiva ou à demanda só deve ser

escolhida quando o custo de uma manutenção planejada é mais elevado que a

emergencial, esses casos são:

Equipamentos “stand by”

Equipamentos de baixo custo de reposição

Equipamentos de curto perído de vida econônmica por obsolescência

técnica

Equipamentos de alta simplicidade estrutural

Equipamento de baixa carga produtiva, independência cronológica no

programa de fabricação

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Equipamentos com elementos cujas falhas tendem à distribuição

probabilística exponencial

Além disso, esse tipo de acompanhamento causa grandes desvantagens que devem

ser sanadas para atingir um plano de manutenção realmente eficiente. Suas

desvantagens são:

Só é utilizada quando a falha concreta ocorre

Impossibilita realizar uma programação de manutenção

Ocasiona maior quantidade de horas improdutivas

Paralisa e interfere no programa produtivo

Incide em mais custos operacionais

Deteriora mais rapidamente o equipamento

Diminui o índice de confiabilidade

A não implementação de um plano de manutenção preventiva para aumentar a vida

útil dos equipamentos, reduzir as horas improdutivas, diminuir o consumo de peças de

reposição e diminuir o custo total de manutenção como um todo, significaria continuar

tendo gastos desnecessários que poderiam ser melhor investidos.

Mas para isso, precisamos levantar algumas questões como:

Quais informações analisar para definir os objetivos e orientar a realização

da manutenção

Quais equipamentos, locais, peças, entre outros, precisam de

acompanhamento preventivo

O plano de atividades a ser implementado nesse acompanhamento

Como realizar a manutenção, as técnicas utilizadas e especificações que

devem ser seguidas no serviço, bem como o tempo necessário para cada

atividade.

Para responder a essas questões, precisaríamos de métricas e informações que

fossem de fácil acesso, mas que representaria o caminho a seguir adaptado às

necessidades do AquaRio. Por isso a escolha de um software online de gestão de

manutenção que tivesse capacidade de oferecer soluções simples e inteligentes.

As métricas vão muito além da atividade de manutenção em si, abrangendo

inclusive o engajamento das equipes com a manutenção como um todo. São, no total,

150 colaboradores, divididos em: equipes técnicas, administrativas, comerciais e de

atendimento ao público; todos com usuário online para abertura de chamado em

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qualquer área do prédio. Além de garantir olhos em todos os cantos do AquaRio, cria

um espírito de sustentabilidade nas equipes que, por consequência, contagia o público.

É constantemente enfatizado a necessidade de todos colaborarem com a manutenção do

prédio, tendo suporte direto da equipe de engenharia, caso algum problema ou dúvida

aconteça.

Além disso, é preciso saber o tipo de ocorrência. O seguinte quadro se apresenta:

Tabela 1: Tipo de Ocorrências (Fonte: Relatório gerado pelo software de gestão de manutenção na data 18/04/2017 referente ao período entre 12/2016 e 04/2017)

O número de 756 manutenções imprevistas representa 58,1% do total enquanto que

as preventivas representam 14,7%. Por isso a preocupação em reverter a situação. Isso

se explica pela urgência em realizar a abertura do empreendimento, sendo a maioria das

ocorrências corretivas resultado do ritmo acelerado da entrega da obra. Isso se mostra

no gráfico ao longo do tempo, a seguir.

Gráfico 1 – Tipos de ocorrência ao longo do tempo. (Fonte: Relatório gerado pelo software de gestão de manutenção na data 18/04/2017 referente ao período entre 12/2016 e 04/2017)

Nº de Corretivas 756

Nº de preventiva 192

Nº de CAPEX 203

Outros 149

Total 1300

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Segundo o Gráfico acima, podemos analisar um pico de ocorrências corretivas e de

melhorias em janeiro. Isso se deve principalmente ao restante das obras que precisaram

ser finalizadas e também pelo processo de filtragem e circulação, que teve de ser

adaptado de acordo com as necessidades, já que era a primeira vez em que o sistema

estava em pleno vapor com 100% da capacidade. A partir desse mês, tivemos uma

queda progressiva do número de ocorrências corretivas, e por fim uma homogeneização

no número de ordens de serviço geradas. Isso nos diz que as falhas estão diminuindo e

os esforços não estão sendo em vão. Por outro lado, o número de preventivas se

manteve muito baixo desde o início da análise das ocorrências.

Em Fevereiro, tivemos a introdução da equipe de biologia e de SSV (Sistema de

Suporte à Vida) ao software e assim suas ocorrências também passaram a fazer parte da

análise. Permitindo às equipes técnicas uma visão uma perspectiva geral dos sistemas

do aquário e não apenas daqueles relacionadas à sua área ou setor. Além de permitir o

acompanhamento, de perto, da manutenção feita pelos tratadores, biólogos e cientistas

para um maior entendimento dessas rotinas que, embora não trabalhem diretamente com

o público, garantem o bem estar da vida marinha e, consequentemente a satisfação dos

visitantes.

No gráfico abaixo podemos ver o engajamento crescente dessas equipes e uma

divisão mais igualitária das ocorrências entre os principais times: Engenharia, Biologia

e Sistema de Suporte à Vida.

Gráfico 2 – Área de origem da ocorrência ao longo do tempo. (Fonte: Relatório gerado pelo software de gestão de manutenção na data 18/04/2017 referente ao período entre 12/2016 e 04/2017)

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Outra análise feita foi o setor de origem da ocorrência, se foi relacionado ao sistema

de suporte à vida ou se foi relacionado à manutenção predial. A seguinte situação se

apresenta:

Gráfico 3: Área de Origem do Chamado. (Fonte: Relatório gerado pelo software de gestão de manutenção na

data 18/04/2017 referente ao período entre 12/2016 e 04/2017)

Analisando esse histórico, conseguimos observar que o setor de SSV não é o que

mais sofre no AquaRio, por mais que seja o mais importante. O sistema predial tem tido

um número maior de problemas, que pode ser explicado pelo fato de que com 1 mês de

inauguração, em dezembro de 2016, entramos na época de altíssima temporada e a

companhia não esperava o movimento que o aquário recebeu. Com uma média de 7000

pessoas por dia em dezembro e janeiro, muitas ocorrências relacionadas aos banheiros, à

área de visitação, ao ar condicionado e à iluminação foram reportadas (informações

fornecidas pela companhia).

2.2 Índice de Confiabilidade em Equipamentos

Segundo ALVARES [2], o índice de confiabilidade é um valor numérico que avalia

o estado e condição do equipamento no que diz respeito à possibilidade que tem de

realizar satisfatoriamente as horas de funcionamento programadas para produção, de

forma contínua, segura e eficiente. É um parâmetro que irá caracterizar a necessidade de

manutenção requerida por um determinado equipamento.

Esse índice pode ser obtido de duas maneiras: pelo método probabilístico de falha

ou pelo método analítico. O escolhido para o caso do AquaRio, foi o segundo, que por

mais que seja menos preciso, ainda é mais vantajoso por ser mais simples e necessitar

apenas de uma análise e qualificação de fatores, admitindo os limites de 0 a 100. Esse

método está proposto por MERROW [3] e sua utilização varia de aplicação em

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aplicação. No caso dele, foi feita análise em motores elétricos e Alvares em máquinas

ferramentas. No nosso caso, faremos para aquários marinhos. Nesse momento

classificamos os tanques de acordo com sua importância para a exibição, em vez de

criar um índice para o AquaRio como um todo. Isso nos indica em quais recintos é

importante ter uma confiabilidade alta, focando os esforços de melhoria naqueles que

impactam diretamente na visitação e evitando gastar recursos com aqueles que não

impactam substancialmente na renda da empresa.

Tanque de Importância A: Recinto Oceânico. É aquele que mais atrai visitantes

para o parque e o que mais influenciaria na renda caso alguma falha aconteça no

processo de filtragem e consequentemente os parâmetros sejam modificados

acarretando em enventuais mortes nele.

Tanques de Importância B: Águas Vivas, Animais Marinhos Perigosos, Corais de

Abrólios, Corais do Indopacífico, Anemônas e Palhaços, Serranídeos e Pomacentrídeos.

Tanques de Importancia C: Bijupirá, Invertebrados e Peixes do Costão Rochoso,

Peixes do Indopacífico, Tubarões Bebês, Tubarões de Pequeno Porte e Peixes do

Caribe, Tanque de Toque, além dos Aquários de Cavalos Marinhos, de Estrelas

Marinhas, Infralitoral e os 3 de Praias Arenosas.

O Índice de Confiabilidade para Sistemas consiste em atribuir valores em 5

fatores básicos para qualquer sistema a ser analisados:

1. Inspeção Visual--------------------------------------------------------------35 pontos

2. Testes e Medições-----------------------------------------------------------35 pontos

3. Habilidades do operador e condições de Manutenção------------------10 pontos

4. Condições de Trabalho-----------------------------------------------------12 pontos

5. Idade do equipamento--------------------------------------------------------8 pontos

Total---------------------------------------------------------------------------100 pontos

Dentro destes fatores, são determinadas subdivisões particulares para cada tipo de

sistema/equipamento na indústria. No nosso caso, os tanques serão analisados como um

conjunto de equipamentos em seu sistema. Então teremos um índice de confiabilidade

relacionado a cada nível de importância dos tanques, A, B ou C.

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. Para uma análise mais aprofundada, seria necessário um índice de confiabilidade

para cada equipamento, mas o projeto atual preferiu traçar métricas de cada unidade

marinha, para corrigir o que há de errado e/ou sem a devida atenção, em cada uma

delas.

As subdivisões serão para cada fator:

1 Inspeção Visual--------------------------------------------------------30 pontos

Bombas hidráulicas--------------------------------------------------------10 pontos

Filtros de areia--------------------------------------------------------------10 pontos

Pré-filtro----------------------------------------------------------------------5 pontos

Trocadores de Calor---------------------------------------------------------5 pontos

Para a inspeção visual, o AquaRio consegue obter 30 dos 30 pontos, em todos os

tanques do AquaRio pois os operadores, tanto da equipe de engenharia (os quais são

mantenedores também), quanto da equipe de biologia, estão sempre realizando o

acompanhamento e qualquer anomalia e reportada imediatamente.

2 Medições e Testes------------------------------------------------------30 pontos

Corrente elétrica das bombas---------------------------------------------10 pontos

Fluxo de água na saída das bombas---------------------------------------5 pontos

Pressões de entrada e saída dos filtros------------------------------------5 pontos

Níveis de Amônia, Nitrito, Nitrato e Salinidade-----------------------10 pontos

Para as medições e testes, são necessários instrumentos adequados para cada

medição, os que são feitos periodicamente obtiveram nota máxima. Somente os níveis

de amônia, nitritos, nitratos e salinidade, tem acompanhamento diário pelos biólogos,

pois impactam diretamente no bem-estar dos peixes e em pouco tempo podem matar o

principal atrativo do aquário. O fluxo de água é medido esporadicamente quando

alguma anomalia é encontrada e por isso obteve 2 dos 5 pontos. A corrente elétrica das

bombas não é acompanhada e está sendo implementada no plano de atividades

preventivas, como será visto mais a frente, e por isso também obteve a nota mínima (0

pontos), assim como as pressões de entrada e saída, pelo fato de os manômetros não

estarem aferidos.

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Então o segundo fator obteve um total de 12 dos 30 pontos possíveis, mostrando

que é uma área que necessita de atenção especial em todos os tanques do AquaRio

também.

3 Habilidade do operador e condições de manutenção----------10 pontos

Trabalha com operador treinado e tem Manutenção Preventiva----------------------------------------------10 pontos

Trabalha com operador treinado e não tem Manutenção Preventiva-------------------------------------------7 pontos

Trabalha com operador não treinado e tem Manutenção Preventiva------------------------------------------------4 pontos

Trabalha com operador não treinado e não tem Manutenção Preventiva-------------------------------------------0 pontos

O AquaRio trabalha com operadores mantenedores treinados e adaptados a

situação específica do aquarismo, porém ainda não temos um acompanhamento

preventivo dos equipamentos e por isso é obtido 7 dos 10 pontos possíveis.

4 Condições de trabalho------------------------------------------------20 pontos

4.1 Nível de utilização da capacidade de carga do equipamento-----------------------------------------------------8 pontos

Inferior a 50% da capacidade-------------------------------------5 pontos

Entre 50% e 80% da capacidade---------------------------------8 pontos

Acima de 80% da capacidade--------------------------------------2 ponto

4.2 Tempo de Operação-----------------------------------------------8 pontos

Inferior a 200 horas\mês------------------------------------------------ 8 pontos

Entre 200 e 600 horas\mês----------------------------------------------5 pontos

Acima de 600 horas\mês------------------------------------------------2 pontos

4.3 Cadência dos ciclos de operação------------------------------4 pontos

Cadência Reduzida-------------------------------------------------------4 pontos

Cadência Média----------------------------------------------------------2 pontos

Cadência elevada----------------------------------------------------------1 ponto

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5 Idade do equipamento------------------------------------------------10 pontos

De 0 a 6 meses---------------------------------------------------------------6 pontos

De 7 meses a 2 anos--------------------------------------------------------10 pontos

De 3 a 5 anos-----------------------------------------------------------------6 pontos

De 6 a 10 anos----------------------------------------------------------------4 pontos

De 11 a 15 anos--------------------------------------------------------------2 pontos

Acima de 15 anos-----------------------------------------------------------0 pontos

A avaliação dos sub-itens acima é exatamente igual aos fatores 1 e 2, porém de

forma excludente, assim como o fator número 3. Os equipamentos mais críticos de um

tanque no AquaRio trabalham com potência em torno dos 70% de operação. As bombas

do principal recinto, o oceânico com 3,5 milhões de litros, são controladas com

inversores de frequências e soft-starters que mantém um nível de operação nos níveis

aceitáveis. Por isso no item 4.1 o aquário obteve 8 dos 8 pontos possíveis. Como os

sistemas da empresa trabalham 24 horas por dia, 7 dias na semana, o item 4.2 obteve 2

dos 8 pontos possíveis, acumulando até 700 horas mensais de trabalho. No item 4.3,

também foi obtido 2 dos 4 pontos possíveis, pois o ritmo de filtragem não está

comprometendo o sistema, porém não é possível diminuir a cadência.

O total obtido no item 4 foi de 12 dos 20 pontos possíveis. Como não podemos

modificar as condições de operações, o ideal seria realizar um rodízio nos equipamentos

mais críticos nos tanques para reduzir as horas de trabalho por mês de cada um.

No item 5 obtivemos a nota máxima de 10 pontos, pois como já foi dito antes, o

AquaRio é um empreendimento novo e seus equipamentos tem pouco mais de 1 ano,

mas não mais que 2 anos.

É interessante frisar que o AquaRio não tem essa mentalidade de priorizar tanques

mais importantes que outros, por isso todos os tanque obtiveram o mesmo índice de

confiabilidade.

O resultado obtido pelo método analítico de fatores nos deu uma pontuação de 69

de 100 pontos possíveis. Dos 31 pontos perdidos, existem alguns que necessitam de

mudanças imediatas e outros que podem ser aperfeiçoados ao longo do tempo, como

será mostrado mais à frente. Obviamente todos os tanques tem sua importância para a

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atração, e numa situação utópica seria interessante uma melhoria geral neles, porém

precisamos ser eficientes e focar os custos e os esforços naqueles que mais atraem

visitantes. O interessante dessa análise é a possibilidade de mostrar de maneira fácil e

rápido os pontos em que precisam de melhora, sem ter que realizar análises mais

aprofundadas e mais custosas.

2.3 Metodologia de Implementação do Plano Preventivo

de Manutenção

Como vimos nas seções anteriores, existem inúmeros pontos a serem melhorados

na manutenção do AquaRio, chegando à conclusão de que a implementação do plano

preventivo sanaria muitos desses problemas, economizando tempo, custos e mão-de-

obra. Como analisado antes, a manutenção corretiva domina o cenário no AquaRio

tendo como consequência uma alta rotatividade de equipamentos, horas “desperdiçadas”

corrigindo uma falha que poderia ter sido previnida, além da alta taxa de retrabalho.

O atual desenvolvimento organizacional exige que as mudanças no sistema

empresarial sejam de tal forma a garantir um mínimo esforço na implementação desse

novo sistema de manutenção, economizando recursos e fazendo com que este seja mais

eficiente do ponto de vista econômico.

A estratégia da engenharia foi começar a implementação dos planos de atividades

relacionados ao Sistema de Suporte à Vida, mais especificamente, nos tanques do 3º

pavimento, pois o responsável pelo setor já estava habituado com a ferramenta de gestão

de manutenção online e seria capaz de realizar as baixas das atividades remotamente,

sem mais problemas.

Primeiramente foi pensado em realizar manutenção de equipamentos

separadamente e não do sistema de cada tanque como um todo, porém essa solução foi

descartada, pois cada tratador é responsável por um tanque e cada operador/mantenedor

é responsável por um setor. Então a solução encontrada foi de criar um plano de

atividades preventivas, que incluem medições, limpezas e inspeções para os

equipamentos de cada tanque individualmente.

De todos os equipamentos que estão presentes em todos os recintos marinhos,

foram indicados aqueles que precisam de um acompanhamento preventivo, e o restante

seria baseado na vida útil dele. Também, segundo ALVARES [2], esse tipo de

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manutenção é chamado de Manutenção Sistemática, e pode ser definida como a

assitência técnica dada ao equipamento com a frequência em função da vida útil física, a

partir do qual o mesmo deve ser trocado, independente do estado ou condições de

trabalho. Suas vantagens em relação à preventiva são:

Elimina as inspeções, ganhando tempo para outras atividades;

Reduz a estrutura organizacional para seu funcionamento;

Baixo custo operativo;

E suas desvantagens são:

Não prediz falhas latentes;

Não aproveita a vida útil toda do equipamento;

Exige conhecimento exato da vida útil da peça/equipamento;

Tendo essas questões em vista, os planos de atividades foram criados os

equipamentos que necessitam de monitoramento de falhas latentes são:

Bombas hidráulicas (todas do sistema do tanque);

Trocadores de Calor;

Filtros de areia;

Pré-filtros;

O restante dos equipamentos como Skimmers, Deggas e Cones não necessitam de

um acompanhamento detalhado, suas falhas latentes não se tornam falhas concretas,

mas suas funcionalidades vão piorando à medida que o equipamento vai envelhecendo,

por isso a importância de ter em mãos a vida útil de cada um deles para saber o

momento da troca por um novo.

O plano de atividades é o mesmo para todos os tanques, o que varia é a quantidade

de equipamentos que cada um deles possui. Dependendo do tamanho ele pode ter mais

bombas e mais filtros, requerendo mais tempo de atenção. O checklist criado para

atendê-los se resume em 10 atividades que no ponto de vista do responsável pela

manutenção do Sistema de Suporte à Vida são essenciais para o pleno funcionamento

dos sistemas de filtragem do tanque. Eles são:

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1. Realizar a limpeza externa e no entorno dos equipamentos (de 2 em 2

semanas). Isso faz com que eles trabalhem em ambientes menos agressivos,

levando em conta que eles já operam em= áreas bastante corrosivas, por conta

da água salgada dos tanques.

Tempo de duração da atividade: 30 minutos;

2. Certificar contatos elétricos das bombas (Mensalmente). Isso nos faz

monitorar os componentes elétricos e analisar se há algum fio desencapado,

evitando acidentes.

Tempo de duração da atividade: 10 minutos para cada bomba;

3. Medir corrente das bombas (Mensalmente). Isso nos faz monitorar se a

bomba está trabalhando na faixa correta e se houver alguma anomalia realizar

uma inspeção mais específica do motivo;

Tempo de duração da atividade: 20 minutos para cada bomba;

4. Verificar se há ruídos e/ou vibrações excessivas nas bombas (de 2 em 2

dias). Isso nos faz monitorar o restante dos componentes das bombas que não

são elétricos, normalmente apontam falhas latentes nos mancais de rolamento

Tempo de duração da atividade: 5 minutos;

5. Verificar se há vazamentos nas bombas (de 2 em 2 dias). Isso nos indica se há

falhas latentes nos anéis de vedação e/ou nos selos mecânicos.

Tempo de duração da atividade: 5 minutos;

6. Verificar se há bolhas formadas no visor dos pré-filtros (de 2 em 2 dias).

Isso indica a presença de ar na tubulação, podendo vir a acarretar cavitação e

posterior quebra das bombas que atendem esse equipamento.

Tempo de duração da atividade: 5 minutos;

7. Verificar se há partículas no visor do pré-filtro (de 2 em 2 dias). Isso indica

se o filtro físico presente na coadeira do tanque está em perfeitas condições,

evitando a presença de partículas que dependendo do tamanho podem acarretar

vazamentos e falhas nas bombas.

Tempo de duração da atividade: 5 minutos;

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8. Verificar se o filtro de areia apresenta vazamento (de 2 em 2 dias).

Tempo de duração da atividade: 5 minutos;

9. Verificar se o manômetro do filtro está no vermelho (de 2 em 2 dias). Isso

indica que a pressão de entrada no filtro está nos níveis aceitáveis e que a

filtragem está acontecendo sem mais problemas.

Tempo de duração da atividade: 5 minutos;

10. Realizar a limpeza do filtro de água salgada do trocador (de 2 em 2

Semanas). Isso evita a sobrecarga dos trocadores de calor, que é um

equipamento delicado e com custos elevados.

Tempo de duração da atividade: 30 minutos.

Implementando esse plano de atividades primeiramente no maior tanque do 3º

pavimento, que é o Tanque Peixes do Costão Rochoso, o técnico responsável junto com

seu ajudante de manutenção, teriam um total de 30 minutos para realizar a inspeção

diária. As atividades 2 e 3 são de competência dos técnicos em elétrica e não são feitos

pela mesma equipe, e as atividades 1 e 10 acontecem de 2 em 2 semanas. Essas

atividades que não tem uma peridiocidade alta, serão feitas no mesmo dia. Nossa

programação de atividades preventivas iria necessitar de um total de 4 horas diárias, no

melhor cenário e no pior 5. Isso quando os planos estivessem atendendo à todos os

tanques do 3º pavimento, os quais totalizam 12 recintos.

Na tabela abaixo está explicitado a maneira como as atividades estariam dispostas.

A primeira coluna estão dispostos todos os tanques médios do 3º pavimento, definidos

por siglas que abreviam seu nome. Estes são:

As atividades em verde são aquelas de inspeção a cada 2 dias e que duram 30

minutos cada, e as atividades em vermelho são aquelas que acontecem de 2 em 2

semanas e que duram 1 hora cada. Na coluna da esquerda estão todos os tanques

atendidos e na primeira linha estão os dias da semana que irão ser realizadas as

atividade, o ciclo se completa e se repete a cada 10 dias úteis.

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TLTIGBDONAVAMPTBTPPPCARCCPINDCINDTotal: 4 horas 4 horas 4 horas 4 horas

Terça Quarta Quinta Sexta

5 horas 5 horas 4 horas 4 horas 4 horas 4 horas

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Segunda

Tabela 2:Cronograma de manutenção preventiva dos tanques marinhos

Saindo do foco do Sistema de Suporte à Vida, também foram escolhidos quadros

elétricos de controle das bombas dos tanques e da iluminação do circuito. O plano para

esses quadros elétricos consiste em 12 atividades com suas respectivas periodicidades,

que estão mostradas a seguir:

1. Realizar limpeza interna e externa do gabinete (Mensalmente).

2. Verificar fixação dos disjuntores (Mensalmente).

3. Verificar isolamento e fixação dos barramentos (Mensalmente)

4. Verificar regulagem dos relés/disjuntores (Mensalmente)

5. Realizar leituras: Amperímetro e Voltímetro (Mensalmente)

6. Verificar quanto a identificação dos circuito (Mensalmente)

7. Verificar temperatura dos cabos e terminais (Semestralmente)

8. Realizar limpeza dos cabos/terminais/Disjuntores com aspiração

(Mensalmente)

9. Reapertar cabos e terminais (Mensalmente)

10. Substituir cabos e terminais oxidados (Mensalmente)

11. Medir tensão geral do quadro: R+S, R+T, S+T, N+Terra (Mensalmente)

12. Medir corrente geral do quadro: R, S, T, Neutro, Terra (Mensalmente)

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33

Esse plano de atividades mantém condições de trabalho saudáveis para os quadros,

conseguindo montirar as possíveis falhas latentes que podem estar passando

despercebidas pelos olhos de nossos técnicos. Cada plano demora 2 horas para ser feito,

mas como as atividades são feitas na sua maioria mensalmente, aparentemente não será

um problema conciliar o número de quadros elétricos. Mas para isso precisamos

escolher aqueles que são mais importantes para o sistema do AquaRio.

2.4 Análise dos resultados

O plano de atividades dos tanques começou a ser implementado na 2ª semana de

maio, com o maior tanque do 3º pavimento e o dos quadros elétricos começaram na

última semana de maio Em 2 semanas a melhora já começou a ser vista e pela primeira

vez as atividades preventivas superaram as ocorrências corretivas. É preciso ter cautela

com esses números e um esforço para não deixar acumular atividades e

consequentemente não acompanhar os sistemas que são cruciais para a visitação e para

os tanques. O gráfico abaixo foi obtido no relatório na última semana de trabalho e

mostra a melhora do quadro com atividades em 2 tanques e 1 quadro

elétrico:

Gráfico 4: Tipos de Ocorrências

É possível reparar na crescente das últimas semanas, que estavam com uma média

de 4 atividades preventivas, passaram a ter uma média de 38 atividades preventivas e o

agendamento de todas os planos para todos os tanques do 3º Pavimento e para os

quadros elétricos mais importantes, garantiriam um número de aproximadamente 450

atividades preventivas por mês.

Esse acompanhamento garantirá uma melhor qualidade na manutenção como um

todo: os processos estarão mais claros e os objetivos também. O quadro atual do

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AquaRio precisa ser mudado e é urgente a necessidade de um maior enfoque na gestão

de manutenção. Os equipamentos ainda estão novos, pois foram adquiridos à não mais

de 2 anos, mas a medida que o tempo passa, sua confiabilidade diminui, e se nada for

feito, a falha concreta virá e não será possível prever o motivo, muito menos quando irá

acontecer.

3. Soluções Sustentáveis Como sabemos estamos numa fase complicada da história da humanidade com

inúmeros desafios de abastecimento, tanto de água quanto de energia, de gestão de

resíduos, etc. Brasil, que detém a maior reserva de água doce do planeta sofre com

constantes crises hídricas, que acarretam em racionamentos em grande escala e falta de

abastecimento em certas regiões, muito pelo uso indevido e/ou irresponsável da água no

país. Segundo CORTEZ [4], o desmatamento, a ocupação irracional do solo e a

superexploração são os fatores mais importantes do esgotamento de nossas bacias, dos

reservatórios e dos rios que os abastecem.

Além disso, os recursos hídricos estão diretamente relacionados a produção de

energia elétrica, já que uma parcela grande dela é provinda de hidrelétricas. Isso quer

dizer que quanto maior o gasto com água, menor a confiabilidade na entrega de energia

elétrica aos consumidores.

A conscientização da importância da economia de água é um dos primeiros passos

para atenuar o problema e levar a mudanças de hábitos da população para o uso racional

da água. Mas para isso é necessário conscientizar e educar a população para que exista

um cuidado maior com o consumo de água.

Preocupado com todas essas questões, o AquaRio tem total interesse em

conscientizar seus visitantes, principalmente as crianças e adolescentes, e não somente

em relação à vida marinha e os oceanos, mas em qualquer área de preservação

ambiental.

3.1 Consumo de Água Doce

A fim de acompanhar o consumo de água doce do prédio, foi feita a leitura do

hidrômetro de entrada da água da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de

Janeiro (CEDAE) a partir do mês de Janeiro de 2017, pois a demanda estava muito alta

e precisávamos entender o motivo.

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O histórico do consumo se apresenta no gráfico abaixo:

Gráfico 5: Consumo de água doce em m³ (Fonte: Informações cedidas pela companhia)

Em Janeiro tivemos o consumo recorde de 1.486.500 litros de água. A média de

consumo de água pelos brasileiros é de 166,3 litros diários por pessoa, segundo pesquisa

feita pela revista exame. Levando em consideração uma residência com 4 pessoas, o

consumo do AquaRio poderia abastecer um número de 75 casas. Por causa desse

imenso consumo, foram traçadas medidas para metrificar e entender quais áreas tem

demandado mais água, para propor soluções inteligentes. Foram feitas correlações entre

alguns fatores:

Temperatura ambiente do dia

Número de visitantes

Consumo semanal de equipamentos que demandam grandes quantidades

água

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O número de visitantes nos períodos de leitura foram:

Gráfico 5:Número de Visitantes por Mês

Ao fazer a correlação do consumo com o número de visitantes vimos que de

Janeiro para Fevereiro, tivemos uma queda de 39,67% na visitação comparada à uma

queda de apenas 9,22% no consumo de água. No mês seguinte houve uma queda de

14,64% no consumo comparado à apenas -0,92% na visitaçao. Finalmente de Março

para Abril, houve um aumento na visitação de 8,87% no número de visitantes e um

crescimento de 20,93% no consumo. Isso nos mostra que ao contrário do que

pensávamos, o número de visitantes não é o principal fator que comanda o consumo de

água no AquaRio.

A partir dessa informação, começamos a procurar os grandes consumidores de água

do empreendimento. No prédio existem 2 equipamentos que são utilizados na

desmineralização da água vinda da companhia, quando esta está com níveis acima do

aceitável para a manutenção dos tanques. A seguinte situação foi detectada:

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Gráfico 6: Consumo dos equipamentos de deonização

Nas semanas datadas, o consumo dos 2 deionizadores foram equivalentes à uma

média de 19,23% do consumo total. Essa informação nos diz que o Sistema de Suporte

à Vida é o principal consumidor de água doce do empreendimento. Isso se dá pois,

apesar de ser um aquário marinho, com todos os tanques de água salgada, a manutenção

da salinidade dos mesmos é controlada com adição de água doce e nem toda sua

quantidade é filtrada pelos deionizadores, sendo muitas vezes injetada diretamente nos

tanques sem tratamento. Uma simples manutenção desse parâmetro no recinto oceânico

necessita de 30 a 50 m³ por vez. Isso somado aos outros 27 menores, mostra o quanto a

água é preciosa e precisa de atenção especial por parte da equipe de manutenção.

Ao fazer a correlação do consumo total com a temperatura diária, vimos que não

indica interdependência. Essa relação foi feita pois um aumento significativo de

temperatura pode significar uma maior evaporação do volume de água dos tanques,

necessitando manutenção da salinidade com mais frequência, mas não foi o que ocorreu.

3.2 Captação de Água de Chuva

A solução adotada foi captar, armazenar e tratar a água de chuva para as

necessidades do AquaRio. O potencial de captação é enorme, pois o prédio conta com

uma cobertura de aproximadamente 6500 m² de área. A tubulação de captação percorre

a extensão toda do prédio transportando através de calhas, as águas vindas do céu, para

então ser liberada em 2 escadas de emergência localizadas no oeste do prédio. Nessas

escadas, não existe tubulação, apenas um duto metálico com revestimento impermeável,

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que leva a água em queda livre até 2 piscinas de retardo, localizadas embaixo dessas

escadas de emergência, para então serem liberadas para as galerias públicas da rua.

O gráfico a seguir ilustra o a média histórica mês a mês da precipitação no bairro

Saúde no Rio de Janeiro, região onde se encontra o AquaRio:

Gráfico 7:Histórico de precipitações em mm (Fonte: Site CET-RIO)

No índice pluviométrico 1mm de chuva é equivalente à 1L/m². De acordo com o

método de Rippl para dimensionamento de reservatórios, o volume total de chuva

captada em um período de tempo t é igual à:

V(t)=P(t) x A x Cr

Onde: V(t)= Volume coletado

P(t)= Total de chuvas em mm

A= Área utilizada para captação em m²

Cr=Coeficiente de escoamento superficial = 0,8 (fixado)

O estudo foi feito com médias pluviométricas mensais e foi constatado que o

volume total de chuva coletado para os meses do ano seria:

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Quadro 1: Potencial de captação em m³

Volume em m³

Mes

es d

o an

o Janeiro 658.08 Julho 385.92

Fevereiro 625.92 Agosto 213.6 Março 659.52 Setembro 418.08 Abril 455.52 Outubro 415.2 Maio 330.72 Novembro 469.44 Junho 204.96 Dezembro 644.16

Total 6851.4

O importante nesse momento é definir a finalidade que a água de chuva tratada

teria. Segundo TOMAZ [5], o aproveitamento de água de chuva para fins não potáveis

poderia ser utilizada nos seguintes casos:

Descargas em bacias sanitárias

Irrigação de gramados por aspersão ou gotejamento e plantas ornamentais

Lavagem de veículos

Limpeza de calçadas e ruas

Limpeza de pátios

Usos industriais

A análise feita no AquaRio, através de métodos matemáticos probabilísticos,

mostrou que a utilização predial de água doce gira em torno de 20.000 a 25.000 litros

diários e o restante do sistema de suporte à vida. Não há como dimensionar melhor essa

informação, pois não há hidrômetro para aferir o consumo exato desse sistema, e por

isso a solução encontrada foi utilizar a água captada em atividades de serviço, como

mictórios e descargas. Alguns pontos foram analisados e precisam ser ressaltados:

Nossas descargas consomem uma média de 8L a cada acionamento

Levando em consideração uma visitação média de 3000 pessoas por dia no

ano e que 50% dessas utilizam o banheiro na sua visita, um volume total

de 12.000 L/dia seriam consumidos apenas com descarga em vasos

sanitários.

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Precisamos considerar também os 150 colaboradores que passam o dia no

AquaRio e utilizam o banheiro numa média de 3 vezes ao dia, o que

representa mais 3.600 L/dia.

São consumidos apenas com descarga em vasos sanitários, 15.000 litros

diários de água doce.

A outra opção de reutilização seria usar a água pluvial captada diretamente nos

tanques marinhos. Seria preciso um sistema de filtragem mais robusto, pois além do

tratamento básico dado para fins não potáveis, o PH tem de ser neutro próximo à 8.

Uma análise feita por uma empresa terceirizada mostrou que o PH da chuva nessa

região sem tratamento está em torno de 5,5 à 6. Com o tratamento simples os níveis

chegaram perto de 6,5, o que ainda não é suficiente para nós, necessitando um

tratamento especializado no aumento de PH da água. Esse fator faria com que o projeto

ficasse inviável, financeiramente falando. Por isso, a escolha adotada foi de utilizar as

águas pluviais para fins não potáveis, o que representa uma solução tão eficiente quanto,

levando em consideração o objetivo principal de economizar no consumo.

O prédio no qual o AquaRio está presente é abastecido por um sistema

pressurizado com tanques localizados no subsolo. São um total de 4 tanques de água

salgada, para a manutenção dos recintos, 4 tanques de água doce, sendo 2 deles para o

sistema de suporte à vida, e 2 deles para manutenção predial. Desses 2 do sistema

predial, um deles contém um volume de 100m³ e outro de 130m³. O menor seria

utilizado para armazenamento da água captada, com isso, não seria necessária a

construção de um novo tanque para armazenamento e uma infra-estrutura (bombas e

tubulações) para atender a demanda nos banheiros, principalmente.

Com essa estratégia, o maior tanque seria responsável pelo atendimento das

torneiras, chuveiros e deonizadores, além de manter uma reserva de 50m³ para as

bombas de incêndio. No histórico dos últimos 6 meses, os 3 maiores consumos de água

doce diários foram de: 79,3m³, 72,1m³ e 71,2m³. Todos eles foram medidos em dias que

houve algum tipo de manutenção no tanque oceânico, levando em consideração aquele

aumento do consumo em 30 a 50m³. Porém, a água utilizada nos recintos não é

armazenada em nenhum dos tanques do atendimento predial, ela fica retida nos outros 2

tanques responsáveis pelo atendimento ao sistema de suporte à vida. Ou seja, mesmo

que a manutenção dos tanques marinhos utilizasse a água armazenada na cisterna de

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130m³, a reserva de incêndio não seria atingida em nenhum dos dias medidos,

garantindo a segurança estabelecida pelo corpo de bombeiros. Todos os usuários de

água doce (SSV, Predial e Incêndio) e suas demandas seriam atendidos sem exisitir a

possibilidade de escassez de água e por isso a captação de água de chuva é a melhor e

mais eficiente proposta para haver uma diminuição nos custos mensais do AquaRio sem

contar o ganho na sua imagem, por ser um empreendimento cada vez mais sustentável e

preocupado com o meio ambiente.

Apesar do gande potencial de captação de chuva, o consumo de água doce do

AquaRio é maior, e se levarmos em consideração que todo o potencial de captação

consegue ser armazenado e que o volume de 100m³ (do reservatório responsável para

tal) não é excedido, não havendo desperdício, será possível ter uma economia mensal

de:

Tabela 4: Potencial de economia em R$

Isso se dá pois o preço de 1 m³ segundo CEDAE, é de R$45,38. Esse preço

contempla a entrada e supõe que 100% do volume lido volta para o esgoto, por isso a

grande economia.

3.3 Consumo de Energia Elétrica

Outro grande vilão na sustentabilidade do AquaRio é a imensa demanda por

energia elétrica. São inúmeros equipamentos que trabalham 24 horas por dia, além de

sistemas de refrigeração robustos que proporcionam o conforto necessário ao visitante.

Economia com a reutilização da água da chuva (R$)

Janeiro R$ 29,863.67 Fevereiro R$ 28,404.25

Março R$ 29,929.02 Abril R$ 20,671.50 Maio R$ 15,008.07 Junho R$ 9,301.08 Julho R$ 17,513.05

Agosto R$ 9,693.17 Setembro R$ 18,972.47

Outubro R$ 18,841.78 Novembro R$ 21,303.19

Dezembro R$ 29,231.98 Total R$ 248,733.23

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Os equipamentos e sistemas que mais consomem estão detalhados no gráfico a seguir. É

importante ressaltar que em março houve uma pane geral na subestação do AquaRio e

como consequência, o prédio ficou abastecido por 2 geradores, um próprio e o outro

alugado. Por isso a queda em relação aos outros meses. Lembrando que o gasto com o

óleo diesel e o aluguel somaram uma quantia muito maior do que o esperado para o

mês.

Gráfico 8: Histórico de despesa com energia elétrica (Fonte: Informações cedidas pela empresa)

Como explicitado os custos variam em torno de 300.000 reais, tendo o maior custo

em março de 337.142 reais. Além dessa informação geral, está explicitado os grandes

vilões do consumo no AquaRio e concluimos que o sistema de refrigeração do circuito e

dos tanques dos animais é o maior consumidor de energia elétrica do prédio,

responsável por uma média de 40% do total consumido. Em segundo lugar estão as

bombas do tanque oceânico e as bombas do sistema de suporte à vida do 3º pavimento,

que juntas consomem 30% do total. E por último estão a iluminação e outros setores.

Outro fator é o reajuste que ocorreu em abril, quando as medidas de melhorias foram

implementadas, e por isso é interessante comparar com a tarifa antiga e enxergar o real

ganho.

É importante lembrar que o AquaRio contratou uma demanda junto à

concessionária inferior ao que era necessário para o funcionamento mensal da empresa e

por isso pagou multa nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março (quando as

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iniciativas de melhoria foram iniciadas). Além disso tem uma parcela que é dedicada as

bandeiras vermelhas e amarelas, que são penalidades globais pelo alto consumo da

sociedade como um todo e as deficiências do sistema de geração num dado período que

demanda a utilização de usinas termoelétricas.

Tendo mapeado todos os grandes consumidores e o motivo para tal, foi dado início

às iniciativas para resultar em um menor consumo mensal, tendo um menor custo e

consequentemente colaborando com a sustentabilidade da empresa.

3.4 Iniciativas para reduzir a demanda energética

A primeira iniciativa foi automatizar o sistema refrigeração/ar-condicionado. Após

a inauguração o sistema ficava ligado até às 20 horas e após era desligado, mantendo

apenas a refrigeração nos recintos marinhos. Tendo em vista que o AquaRio fecha a

entrada de visitantes todos os dias às 17 horas, foi pensado em realizar o desligamento

gradual dos fancoils localizados nas casas de máquinas ao longo do circuito e do lobby.

Às 17:30, o fancoil responsável pela refrigeração na entrada do circuito seria

desligado, 15 minutos após, a próxima área seria desligada e assim em diante até a saída

da loja as 18:30. Lembrando que o último visitante pode ficar apenas até às 18 no

interior do circuito. Às 19, a última casa de máquina seria desligada, que é a responsável

pelo lobby. Só com essa iniciativa, o potencial de economia poderia chegar a 9 mil

reais.

A segunda iniciativa foi realizar a automação da iluminação do circuito, das áreas

de serviço, do estacionamento, das áreas administrativas e do lobby, para que assim as

luzes fossem apagadas às 20 horas e só voltassem a ser religadas as 6 horas da manhã

do dia seguinte. Além disso, a disposição de sensores de presença em banheiros e locais

que não são muito acessados também garantiria uma economia inteligente nesse fator.

Juntas, essas inciativas na iluminação seriam capazaes de economizar até 6 mil reais na

conta de luz.

A alteração da demanda junto com a concessionária, a aumentando e evitando a

cobrança da multa para tal, foi capaz de reduzir em 8 mil reais o valor mensal (custo

pelo consumo acima da demanda).

Outras iniciativas foram pensadas para se obter um consumo mais inteligente e

eficiente, tais como: redução da capacidade de filtragem do Tanque Oceânico e dos

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tanques do 3º pavimento. Porém essa ação foi descartada pelo risco de alteração de

parâmetros que poderiam acarretar em óbitos das principais atrações do AquaRio. A

economia de 3 mil reais mensais não foi suficiente para convencer a necessidade de

diminuição da capacidade.

Porém, a iniciativa que mais chama atenção foi a instalação dos painéis

fotovoltaícos na cobertura do AquaRio. Foram 3 meses de instalação junto à uma

empresa terceirizada que içaram 2000 painéis solares numa área de 6000m², a qual é

equivalente à um campo de futebol ou 4 piscinas olímpicas, sendo o maior parque solar

de geração urbana do Brasil.

Imagem 3: Foto aérea da cobertura solar

Cada painel tem uma capacidade de geração de 320 watts pico, ou seja, quando o

sol está a pino e a iluminação é máxima. Juntos eles tem capacidade de produzir 640

kilowatts pico e no mês são gerados 77 mil kWh de energia limpa. Essa imensa geração

equivale a suprir a demanda de 500 residências e evita a emissão de 420 toneladas de

gás carbônico na atmosfera. Apesar de ser a maior produção de energia solar urbana do

país, o total gerado equivale à uma economia de “apenas” 15% do total.

Isso mostra como o prédio é um grande consumidor de recursos, e mesmo com

todas as iniciativas, foi possível um decréscimo de 20% no consumo total.

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4. Sugestões de Melhoria no Plano de Manutenção Esse capítulo é reservado para mostrar as possíveis melhorias que poderiam ser

instaladas no AquaRio e que trariam inúmeros benefícios como aumentar a

confiabilidade dos sistemas, acompanhar as falhas latentes conhecendo melhor os

equipamentos que temos em mãos, melhorar o dia-a-dia da manutenção, focando as

atenções em atividades que previnem e não nas que corrigem, pois essas serão evitadas

ao longo do tempo

4.1 Melhoria no Índice de Confiabilidade

Vimos na seção 2.4, que o índice de confiabilidade geral dos tanques foi de 73%,

porém há pontos em que esse índice pode aumentar substancialmente.

Em relação ao Tanque Oceânico, que é o tanque de importância nível A, esses

pontos são:

Na seção 2 de medições, o ideal é realizar as leituras das correntes elétricas

das bombas e manter os manômetros dos 20 filtros aferidos para rastrear

possíveis falhas latentes, dessa maneira o nível de confiabilidade já iria

aumentar em 15 pontos.

Na seção 3, a implementação dos planos preventivos para as baterias dos

tanques oceânicos aumentaria em mais 3 pontos o índice.

Na seção 4, o único ponto que pode ser melhorado é o de tempo de

trabalho por mês. Aqui fica a proposta de dimensionar um estoque para

que as bombas não operassem 24 horas por dia insesantemente. O ideal é

que haja um rodízio para que cada uma opere entre 200 e 600 horas

mensais. Abaixo disso seria necessário um estoque bem maior, o que

significa um maior custo para adquirir esses sobressalentes, além de mais

tempo para realizar as trocas, que não são triviais. A cadência não pode ser

reduzida, pois afetaria o tempo de filtragem e consequentemente o bem-

estar dos animais e a capacidade já está sendo controlada pelos

equipamentos preditivos que controlam a frequência de rotação das

bombas e consequentemente sua capacidade de operação. Com isso, o

índice seria aumentado em mais 3 ponto.

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Com essas melhorias implementadas no tanque oceânico, seu índice de

confiabilidade iria de 71 para 92, aumentando em 21% sua confibilidade. O limite

definido para esse tanque é de 90% de confiabilidade, para garantir uma manutenção

eficiente e consequentemente uma visita agradável a principal atração do AquaRio.

Os tanques de importância nível B também possuem pontos a serem detalhados, o

ideal para essa classe de tanques é ter um índice de confiabilidade maior que 80%, mas

não é necessário ter uma confiabilidade tão alta quanto do tanque oceânico.

O ideal é criar a rotina de realiar leituras das correntes das bombas e rastrear

as falhas latentes, assim como no tanque oceânico, essa melhoria iria

aumentar em 10% nosso índice.

Outra grande mudança seria a implementação do plano preventivo para

todos esses tanques aumentando em mais 3% o nível de confiabilidade.

Não se vê necessidade no rodízio de equipamentos, principalmente as

bombas, pois como são mais de 1 unidade por tanque, seria inviável auma

troca de todas elas, financeiramente falando.

Com essas melhorias, os tanuqes de importância nível B, teriam seu índice

confiabilidade em torno de 84%.

E finalmente para os tanques de importância C, a única melhoria a ser proposta é a

implementação do plano preventivo. Com isso o índice iria aumentar 3%, atingindo a

marca de 74%. O que é aceitável para os tanques que não atraem muitos visitantes e por

isso não afetam diretamente na renda, caso algo precise ser reparado em caso de falha

concreta.

Os tanques do Bijupirá e de toque, têm suas bombas e sistemas de filtragem

localizados na mesma área. São 24 sistemas de filtragem física localizados no 2º

pavimento, sendo 3 do bijupirá, 1 do tanque de toque e como mencionado

anteriormente, 20 do tanque oceânico, todos eles controlados por inversores de

frequência que são equipamentos preditivos de fácil leitura e acompanhamento. Outra

proposta seria transferir esses equipamentos preditivos para tanques que possuem uma

maior importância e impactam mais na visitação do que esses, que tem importância

nível C no empreendimento.

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4.2 Aumento do Efetivo de Técnicos

Como vimos, o número de equipamentos e sistemas é enorme e nosso plantel de

técnicos bastante enxuto. Levando em consideração o plano preventivo dos tanques do

3º pavimento. As atividades obrigatórias planejadas levam 4 horas para serem feitas

com a disponibilidade de 2 técnicos para realizá-las, isso acontece pois são 6 tanques a

serem analisados diaramente com planos que duram meia hora, sem contar as atividades

duo semanais que duram 1 hora cada. Essa equipe, formada por um técnico sênior e um

pleno, se organizando, cada um poderá realizar metade da agenda, tomando 2 horas de

seu expediente diário, o que equivale a 25% de seu dia voltado para atividades

preventivas.

Analisando agora o tanque mais importante, o grande Tanque Oceânico. Temos o

mesmo número de equipes (uma) com o mesmo número de técnicos. Porém temos 20

sistemas de filtragem mecânicas no 2º pavimento, cada sistema com 1 bomba, 1 filtro e

1 pré filtro e todas as áreas precisam de limpeza, 8 trocadores de calor que necessitam

de limpeza nos filtros a cada 2 semanas e 9 sistemas de filtragem química localizados

no 4º pavimento com bombas que também precisam de manutenção preventiva.

Somadas todas as atividades, seriam necessárias mais de 6 horas para a sua conclusão,

fora o deslocamento.

O aumento de mais 1 equipe para trabalhar no tanque oceânico, levaria a um

melhor acompanhamento e menor sobrecarga dos nossos técnicos. Levando em

consideração de que esse tanque é o único de importânica nível A no AquaRio,

devemos ter um cuidado especial com seu sistema para que este esteja sempre

funcionando em condições ótimas de operação e assim tenha um número menor de

falhas e paradas não programadas.

4.3 Manutenção Interna de bombas

Hoje, toda a manutenção requerida pelas bombas hidráulicas no aquário é

terceirizada. Uma simples troca de mancais de rolamentos, anéis de vedação ou selos

mecânicos, e rejuvenescimento dos componentes pode chegar a custar 600 reais por

bomba. Se imaginarmos que nos próximos 2 anos de operação, cada uma das 100

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bombas hidráulicas presentes nos sistemas dos tanques venha a precisar desse tipo de

manutenção terceirizada, serão gastos 60.000 reais. O custo da manutenção fora da

empresa, realizada pela empresa WJW ELETROMOTORES, está detalhada abaixo:

1. MÃO DE OBRA......................................................................................R$ 250,00

1.1. Desmontagem completa do equipamento;

1.2. Limpeza, higienização e pintura protetora em partes e peças;

1.3. Análise do conjunto rotativo formado por mancais, tampas e eixo;

1.4. Substituição dos rolamentos e lubrificação;

1.5. Substituição do selo mecânico;

1.6. Montagem completa do equipamento com ajustes mecânicos;

1.7. Pintura de todo o conjunto com a cor original de fábrica;

1.8. Ensaios de aceitação a vazio.

2. REJUVENESCIMENTO DO ESTATOR.............................................R$ 120,00

2.1. Higienização do estator com produto apropriado de rigidez dielétrica de 32 KV;

2.2. Reimpregnação do bobinado com verniz eletro isolante protetor;

2.3. Secagem (polimerização) do verniz em estufa ventilada, com temperatura

controlada;

2.4. Análise dos isolantes elétricos;

2.5. Medição de índices elétricos.

3. SUBSTITUIÇÃO E RECUPERAÇÃO DE PEÇAS.............................R$ 215,00

3.1. 01 Rolamento 6308 Z.................................................................................R$ 70,00

3.2. 01 Rolamento 6207 ZZ ..............................................................................R$ 40,00

3.3. 01 Selo mecânico 1” Mola Curta Viton...................................................R$ 105,00

A proposta de melhoria consta em incluir nos planos de atividades dos tanques uma

rotina semestral para a troca desses componentes. Dessa maneira, abriríamos mão de

utilizar mão-de-obra terceirizada e realizaríamos as atividades internamente. Isso faz com

que a equipe tenha um acompanhamento melhor dos equipamentos presentes no

empreendimento, além de uma possível economia de 60% na manutenção dessas

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bombas. Em 2 anos, teríamos economizado em torno de 35 mil reais, treinados nossos

técnicos para essasa atividades e consegueríamos ter um controle bem mais confiável

sobre o estado das bombas. A economia pode ser ainda maior se houver um sistema de

sobressalentes inteligente que escolhesse os fornecedores ideais de materiais para essas

situações. Essa economia poderia ser utilizada para outros fins, como na obtenção de

novas bombas sobressalentes que seriam utilizadas num eventual rodízio de

equipamentos.

Mas para isso acontecer é necessário destinar um espaço para a realização dessas

atividades somados com equipamentos para auxiliar na troca das peças e no

rejuvenescimento do equipamento, além de um controle de estoque efetivo.

5. Conclusão O AquaRio é um empreendimento novo, sendo um legado para a cidade do Rio de

Janeiro, seus moradores e seus visitantes. Como dito anteriormente, por ser uma

empresa de turismo ecológico, tem total interesse na preservação, na conscientização e

educação da sociedade para com a natureza, porém o gasto energético para manter o

funcionamento é enorme e medidas vêm sendo tomadas para que isso diminua e suas

palavras se tornem ações, não só para o município, mas para o país inteiro, o qual vem

precisando de exemplos bons a serem seguidos.

A manutenção do AquaRio é uma área crítica e que precisa ser melhor

dimensionada por seus diretores, pelo simples fato de que os equipamentos não estarão

novos para sempre e suas operações podem vir a falhar alguma hora no futuro. Por mais

que a manutenção não seja vista como investimento e sim como gastos, é necessário sim

uma maior atenção em estratégias de manutenção planejada bem definidas,

infraestrutura para atendimento aos chamados, equipamentos e ferramentas para auxílio

nas tarefas, um maior contingente de técnicos que estejam alinhados com a mentalidade

de manutenção preventiva e um almoxarifado que tenha sobressalentes a disposição

para todas as horas.

Em 7 meses de operação, houve apenas uma grande falha técnica, que foi a queda

da subestação de energia elétrica, mas nenhum que acarretasse no fechamento do

empreendimento ou em grande número de mortes de seres vivos nos recintos marinhos.

Porém, se essas melhorias propostas junto com uma maior atenção nos pontos descritos

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acima não forem atendidas, é possível que o AquaRio sofra com inúmeras falhas

inesperadas nos próximos anos.

Esse projeto fica à disposição para outros empreendimentos que também lidem de

alguma maneira com a vida de animais, juntamente com o público, para proporcionar

uma experiência única aos visitantes e condições justas de trabalho aos seus

colaboradores.

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6. Referências Bibliográficas

[1] MINISTÉRIO DO TURISMO, Ecoturismo: Orientações Básicas, 2011,

disponível em:

<http://www.turismo.gov.br/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_

publicacoes/Ecoturismo_Versxo_Final_IMPRESSxO_.pdf>

[2] ALVARES, Omar Emir, Manual de Manutenção Planejada, UFPB, Paraíba.

1988, p. 476.

[3] MERROW, Manual de Manteniemento Industrial, México, 1973, p.473.

[4] CORTEZ, Henrique, Série Consciência e meio ambiente. Tema:

Aquecimento Global e Água, 2004, disponível em:

< http://www.camaradecultura.org/livro-f.pdf>

[5] TOMAZ, Plínio, Aproveitamento de água de chuva de cobertura em área

urbana para fins não potáveis, 2009