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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SOROCABA (FATEC) “JOSÉ CRESPO GONZALEZ” Projeto de Iniciação Científica Análise da Porosidade em Camadas Protetoras Produzidas por Aspersão Térmica Orientadora: Profª. Dra. Luciana Sgarbi Rossino Co-orientador: Prof. Msc. Marcos Dorigão Manfrinato Aluno: Josiane Fernandes de Souza Sorocaba 2013

Projeto de Iniciação Científica Análise da Porosidade ... · sendo desenvolvidos novos tipos de pistolas de aplicação em 1940 utilizou-se a pistola em que o calor gerado era

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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SOROCABA (FATEC) “JOSÉ

CRESPO GONZALEZ”

Projeto de Iniciação Científica

Análise da Porosidade em Camadas Protetoras

Produzidas por Aspersão Térmica

Orientadora: Profª. Dra. Luciana Sgarbi Rossino

Co-orientador: Prof. Msc. Marcos Dorigão Manfrinato

Aluno: Josiane Fernandes de Souza

Sorocaba

2013

1

Sumario

1. Introdução 4

2. História 5

2.1. Definição 5

2.2. Características dos revestimentos 8

2.3. Porosidade 11

3. Objetivo 16

4. Materiais e Métodos 17

4.1 Usinagens dos corpos de prova 17

4.2. Composição química dos revestimentos 18

4.3. Métodos 20

5. Resultados e discussões 25

5.1 Analises Micrográfica 25

5.2. Analise de porosidade 31

5.3. Ensaios de microdureza 35

5.4. Ensaio de rugosidade 37

6. Conclusão 39

7. Agradecimentos 40

8. Referências 41

2

Resumo

O estudo deste trabalho refere-se a quantificação, análise e a influência

da presença de poros na microdureza e rugosidade das camadas produzidas

por aspersão térmica. O substrato utilizado para aplicação das camadas

aspergidas termicamente foi o material (AISI 1020), o método de aplicação foi o

HVOF (High Velocity Oxi-Fuel). Análises do percentual de poros foram

realizadas de acordo com a área analisada. O que se observou foi a diferença

entre os materiais de revestimentos e como cada um se comportou mediante

aos ensaios de microdureza e rugosidade, com isso observou-se quais foram

os parâmetros e a caracterização e determinação as influências das condições

do processo na formação de poros nas camadas protetoras. Através das

analises de porosidade foi possível encontrar resultados dentro da média que o

processo HVOF determina, percebeu-se então que a rugosidade variou de

acordo com a preparação feita na superfície, e os valores de microdureza teve

uma variação significativa de acordo com a composição química.

Palavras – chave: Aspersão térmica, porosidade, HVOF.

3

Abstract

The study of this paper refers to quantification analysis and the

influence of the presence of pores on the hardness and roughness of the layers

produced by thermal spraying. The substrate used for applying layers of the

material was thermally sprayed (AISI 1020), method of application is the HVOF

(High Velocity Oxy Fuel). Analysis of the percentage of pores was performed

according to the analyzed area. 3 random fields were analyzed. what we

observe is the difference between the coating materials and how each behaved

by the microhardness and roughness, it was observed and what were the

parameters characterizing and determining the influence of process conditions

on the formation of pores in protective layers. Through this analysis porosity

results were found within the average determines the HVOF process, it was

noticed that the roughness then varied according to the preparation made on

the surface microhardness values and had a significant variation according to

the chemical composition .

Keywords: Thermal spraying, porosity, HVOF.

4

1. Introdução

A utilização de revestimentos protetores aplicados através da Aspersão

Térmica tem como objetivo a proteção de peças e componentes contra

desgaste abrasivo, adesivo, erosivo, fadiga superficial e corrosão. Também é

utilizada em peças que necessite de isolamento térmico e isolamento elétrico

(MARANHO, 2006).

Os tipos de processos utilizados para realização da aspersão térmica

são: combustão (flame-spray ou oxi-combustível, detonação e oxicombustivel

de alta velocidade e alta pressão, o HVOF) e energia elétrica (Arc-spray ou

arco elétrico e plasma spray) (LIMA, 2007).

Os revestimentos termicamente aspergidos têm sido usados

intensivamente na fabricação de componentes nas indústrias automotivas de

petróleo, elétrica, eletrônica, geração de energia e particularmente na

aeroespacial.

Todos os materiais que passam pelo processo de aspersão térmica

apresentam uma porcentagem de poros, podendo ela ser alta, média ou baixa,

as quais se concentram entre as partículas que se achatam e aderem-se ás

irregularidades da superfície. A porosidade se forma dependendo do processo

utilizado e a velocidade com que as partículas são depositadas no substrato,

causando grande influencia sobre os materiais aspergidos e degradando as

propriedades mecânicas (LIMA, 2007).

5

2. História

Historicamente em 1910 a aspersão térmica desenvolveu-se a partir de

um processo de combustão (oxigênio-combustível) pelo Dr. Max Ulrich Schoop

de Zurique na Suíça, foi ele quem patenteou a utilização de calor gerado por

combustão para fundir um arame metálico, alimentado por ar comprimido e

fusão do metal por meio de chama a gás. Em 1912 veio então a segunda

patente, utilizando energia elétrica para produzir fonte de calor (COUTO, 2006).

Em meados de 1920 foram utilizados o Zinco como revestimento na

proteção contra a corrosão, assim sucessivamente ao longo dos anos foram

sendo desenvolvidos novos tipos de pistolas de aplicação em 1940 utilizou-se a

pistola em que o calor gerado era através de um arco voltaico, em 1960

desenvolveu-se a aplicação através do arco plasma e mais tarde deposição de

pós por detonação. Em 1980 foi possível transferir as partículas aspergidas

com elevada velocidade através do sistema a chama com pistola hipersônica.

A partir da década de 90 houve grande evolução dos equipamentos e materiais

utilizados na aspersão térmica, permitindo assim um aumento significativo na

velocidade de deposição das partículas no substrato, deste modo obtém-se um

material aspergido com menos contaminação e menor risco de oxidação (LIMA,

2007).

2.1. Definição

Aspersão térmica é um grupo de processos onde materiais metálicos

ou não-metálicos, finamente divididos, são depositados em condição fundida

ou semifundida sobre um substrato preparado, formando um depósito

aspergido (LIMA, 2007). Os depósitos são de sucessivas camadas de

6

pequenas partículas que se sobrepõe achatando-se e aderindo-se à superfície,

resfriam-se e se solidificam formando assim o revestimento.

Figura 1 – Princípio básico da Aspersão térmica

O objetivo pelo qual se aplica a aspersão térmica em um material é a

proteção que esse tipo de processo proporciona ao substrato que o recebe,

podendo ser proteção contra corrosão, contra o desgaste abrasivo, erosivo, e

fadiga superficial (MARANHO, 2006). Os revestimentos podem também ser

usados para isolamento térmico e elétrico, um dos aspectos mais relevantes da

utilização dessa técnica é a diversidade de aplicação, já que a seleção de

materiais é praticamente ilimitada.

É um tipo de revestimento feito através de um material na forma de pó

ou arame, é fundido através de calor químico ou elétrico, impulsionado com ar

comprimido ou outros gases, conforme podemos observar a figura 2 (LIMA,

2007).

7

Figura 2 – Esquema de deposição das partículas por aspersão térmica (LIMA,

2007)

Os substratos sobre os quais os revestimentos termicamente

aspergidos podem ser aplicados incluem metais, óxidos, cerâmicos, vidros, a

maioria dos plásticos e madeira, sendo que algumas técnicas especiais podem

ser necessárias (LIMA, 2007). A tabela 1 mostra quais os processos de

aspersão térmica podem ser utilizados, dependendo da fonte de calor usada,

são classificados basicamente em dois grupos:

Combustão Elétrico

Chama Plasma

Detonação Arco

Tabela 1 – Processos de Aspersão Térmica

8

Dentro dos dois grupos de aspersão estão subdivididos outros

processos que pode ser visualizado no esquema da figura 3.

Figura 3 – Esquema dos processos de aspersão térmica

2.2. Características dos revestimentos

As características típicas que os revestimentos aspergidos apresentam,

incluem:

Taxa de adesão baixa / média;

Porosidade alta / média;

Adesão interpartícula baixa / média;

Rugosidade superficial média / alta;

Porcentagem de óxidos média / alta.

A preparação da superfície para receber o revestimento aspergido é

um importante fator na aspersão térmica, quanto mais simples a geometria da

peça, mais fácil de metalizar-se, quanto mais sofisticada a geometria da peça,

9

mais difícil de metalizar-se, não deve possuir cantos vivos, é necessária a

existência de raio e chanfro.

Outros fatores que influenciam no processo são: as condições do

substrato, a limpeza e a temperatura da superfície que será revestida,

rugosidade, e material do revestimento (MARQUES, 2003). A temperatura é

um dos fatores mais importante, pois precisa ser verificada antes e durante o

processo, da mesma depende a sobreposição e velocidade das partículas

(LIMA, 2007). É importante lembrar que possíveis trincas no substrato não

podem ser reparadas pelo processo de Aspersão Térmica.

A adesão está diretamente relacionada à limpeza e rugosidade da

superfície. É necessário antes de tudo detectar previamente possíveis falhas

no material base, deve-se gerar uma superfície rugosa para adesão do

revestimento, fazendo-se assim jateamento abrasivo, rosqueamento e

aplicação de material base (LIMA 1999). A ilustração da figura 4 mostra

claramente a estrutura típica da seção transversal de uma camada aspergida.

Figura 4 – Seção transversal de um revestimento aspergido termicamente.

[Infosolda]

Rugosidade

superficial

10

Sobre a formação do revestimento são encontrados apenas uma

porcentagem relativamente pequena de partículas no spray impactam no

substrato, algumas caem prematuramente, algumas queimam ou evaporizam-

se e algumas tornam-se “overspray” (normalmente são removidas por um

sistema de exautão). Os prováveis níveis de aderência são obtidos através da

análise da porosidade de um revestimento, pois porosidade acima de

determinados níveis é indicação de que as partículas do revestimento não

aderiram suficientemente ao substrato, devido à pequena energia imposta pelo

processo de aspersão (MARANHO, 2006).

O processo de aspersão térmica utilizado para a realização deste

trabalho foi o HVOF. O gás combustível é queimado com oxigênio a alta

pressão, gerando um jato de exaustão de alta velocidade. O combustível é,

usualmente, o propano, o propileno, o metil-acetileno-propadieno ou hidrogênio

(LIMA, 2007). São misturado com oxigênio e queimado em uma câmara de

combustão. Os produtos da combustão são liberados e se expandem através

de um bocal, onde as velocidades do gás se tornam supersônicas. O pó é

introduzido no bocal, em geral axialmente, e é aquecido e acelerado para fora

do mesmo. A câmara de combustão e o bocal são resfriados a água

(MANFRINATO, 2010).

Figura 5 - Esquema de uma tocha de aspersão oxicombustível de alta

velocidade e alta pressão (HVOF), (LIMA, 2007)

11

O pó é geralmente injetado na direção axial e, em algumas tochas,

radialmente, utilizando nitrogênio como gás de arraste. A distância de aspersão

é de 120 a 300 mm, essas são algumas características do método HVOF

(LIMA, 2007). Embora este processo tenha sido desenvolvido como alternativa

ao de aspersão por detonação, ele aparece hoje como opção ao de aspersão a

plasma em algumas aplicações (MANFRINATO, VARAVALO, ROSSINO;

2010). Este processo é aplicável e apresenta bons resultados principalmente

para revestimentos metal-cerâmicos (LIMA, 2007). Na figura 6 é possível

visualizar a aplicação pelo método HVOF.

Figura 6 – Aplicação da camada pelo método HVOF (Ogramac)

2.3. Porosidade

Os poros são defeitos com expansão predominante, em que os

mesmos não são preenchidos com sólidos. Os revestimentos feitos por

12

aspersão térmica são formados por superposição de partículas apresentando

um grau de porosidade alta ou baixa, dependendo das variáveis do processo.

Esta porosidade pode consistir tanto em cavidades isoladas quanto em

cavidades interconectadas, podendo dar acesso à penetração de líquido e

gases existentes nos interstícios entre lamela/lamela e / ou lamela substrato

(MENEZES, 2007).

A porosidade ocorre devido à incompleta cobertura da superfície pelas

partículas subsequentes que são aspergidas. O motivo pelo qual isso ocorre é

pela incapacidade do material em comprimir os gases existentes. Os poros

existentes permitem que gases e líquidos penetrem até o substrato causando a

diminuição da vida útil do material (MARANHO, 2006). A formação desses

poros está relacionada com a temperatura, densidade, a tensão superficial, a

viscosidade das partículas fundidas, a velocidade de impacto e a distribuição

granulométrica. A porosidade que expõe o substrato é conhecida como

permeabilidade (MARANHO, 2006). Baixas temperaturas e/ou baixas

velocidades de impacto, assim como partículas grandes, tendem a aumentar a

porosidade. Maiores distâncias de aplicação de partículas aspergidas

termicamente, assim como uma menor granulometria do pó, resultam em

maiores valores de porosidades obtidas nos revestimentos (MARANHO, 2006).

Em alguns casos essa porosidade pode ser benéfica dependendo de

sua aplicação. No caso de aplicação em indústria a porosidade deve ser

controlada, pois assim não prejudicam a resistência ao desgaste e a corrosão,

já em implantes biomédicos essa porosidade pode ser benéfica, pois quando

um material poroso é introduzido ao corpo humano pode haver uma maior

aceitação do organismo. A porosidade acelera e uniformiza a fixação biológica,

13

pois facilita o crescimento ósseo e a formação de fortes pontes que garantem a

osteointegração e a esperada fixação secundaria dos implantes (MACEDO,

2007).

A influencia na propriedade das camadas aspergidas está diretamente

associada aos processos de combate à corrosão, medidas de rugosidade,

resistência à adesão e microdureza. Dentro deste contexto percebe-se a

finalidade deste processo de analise. O objetivo de um ensaio é obter

parâmetros que possibilitam prever o tempo de vida útil de um componente ou

o comportamento de determinado material durante o tempo de vida útil do

mesmo (MAUL, 2001). A determinação de Área de Porosidade Percentual é

importante a fim de monitorar o efeito das variáveis de parâmetros de

pulverização e a adequação de um revestimento para a sua finalidade

pretendida. Dependendo da aplicação, alguma ou nenhuma porosidade pode

ser tolerável (ASTM E- 2109, 2007).

Dependendo do tipo de aplicação, é necessário adequar os

revestimentos aplicados a superfícies com o tipo de solicitação para a qual será

projetada. Porém, existe a preocupação de se obter revestimentos com

aderência suficiente para suportar as solicitações em serviço, sem que ocorra

destacamento. Os prováveis níveis de aderência são obtidos através da análise

da porosidade de um revestimento, pois porosidade acima de determinados

níveis é indicação de que as partículas de revestimento não aderiram

suficientemente ao substrato. Além disso, a dureza é um parâmetro adequado

para se determinar a resistência ao desgaste abrasivo e fadiga de um

revestimento.

14

A importância pela qual se determina a quantidade de poros nas

camadas produzidas por aspersão térmica é a aceleração do processo de

degradação do revestimento. Segundo Menezes (2007), existem sete tipos de

porosidades de revestimentos produzidos por aspersão térmica, como nos

mostra a figura 7.

Figura 7 - Possíveis porosidades existentes nas camadas aspergidas

Tipo 1: porosidade formada entre lamelas e causada pelo empilhamento

de partículas separadas. Este tipo de porosidade pode estar relacionada

ao tamanho da partícula aspergida e a características do material de

alimentação.

Tipo 2: porosidade formada por bolsas de gás preso causadas pela

turbulência do fluxo de gás durante o processo de aspersão.

15

Tipo 3: porosidade manifestada na forma de bolhas de gás causada pela

dissolução do gás no metal fundido que se desenvolveram com o

resfriamento do metal.

Tipo 4: porosidade causada pela desintegração de partículas sólidas

após o impacto, durante o processo de deposição.

Tipo 5: porosidade ocasionada pela condensação de partículas

parcialmente evaporadas e que foram identificadas como partículas

contendo resíduos de pó.

Tipo 6: porosidade resultante de contratação de solidificação.

Tipo 7: porosidade que resulta em micro-trincas, independente de sua

origem de formação.

Percebe-se então a grande importância de se controlar e quantificar os

poros, é importante ressaltar que poros finos entre lamelas são característicos

da estrutura dos revestimentos aspergidos e não são completamente

eliminados (LIMA, 2007). A quantificação da porosidade nas camadas

produzidas por aspersão térmica é determinada através de ensaio

metalografico com microscópio ótico com a amostra previamente preparada,

com é possível a visualização das partículas aspergidas.

16

3. Objetivo

O objetivo deste trabalho é analisar a porcentagem de porosidade nas

camadas aspergidas através de analises metalograficas, e determinar qual a

influência desses poros na microdureza e rugosidade dos revestimentos. O

substrato utilizado para aplicação das camadas aspergidas termicamente será

o material AISI 1020, é um aço ao carbono de uso geral, sem elementos de

liga.

17

4. Materiais e Métodos

4.1 Usinagens dos corpos de prova

Para realização deste trabalho foram preparados os corpos de prova

conforme o desenho ilustrado na figura 8, utilizando o material AISI 1020.

Cortaram-se a barra de aço 1020 em varias partes utilizando-se de um torno

convencional, serra e esmerilhador, ferramentas de corte e instrumentos de

medição como o paquímetro, na oficina mecânica que pertence à FATEC -

Sorocaba. Em seguida enviaram-se os corpos de prova para a empresa

Ogramac – Engenharia de Superfície, localizada em Santo Antônio da

Posse/SP, onde foi realizada a aspersão térmica.

a) b)

Figura 8 – a) Esquema do desenho especificado segundo a norma ASTM C633

em mm, b) corpo de prova aspergido

18

É possível visualizar o desenvolvimento do trabalho através do

fluxograma na figura 9.

Figura 9 – Fluxograma de desenvolvimento do trabalho

4.2. Composição química dos revestimentos

As composições químicas das camadas aspergidas estão ilustradas na

Tabela 1, a qual foi definida pela empresa responsável pela aplicação dos

revestimentos. A realização da aspersão térmica foi feita utilizando e método

de aplicação HVOF.

O revestimento 1310 VM é um Carbeto de tungstênio e níquel, possui

características como uma ótima resistência à corrosão, e é excelente na

resistência ao desgaste, assim como o Colmonoy 88HV, que difere apenas por

ter o níquel como base. O revestimento Woka 3102 é um compósito, ou

cermet, por possuir em sua composição química, um percentual de material

Usinagem dos corpos de

prova

Limpeza dos corpos de

provas

Aplicação da camada de

revestimento através de

aspersão térmica

Analises Micrográficas

Analise de porosidade

Ensaio de microdureza

Ensaio de rugosidade

19

cerâmico WC (Carbeto de tungstênio) sobre uma matriz metálica de Co

(Cobalto), possui alta dureza [GEREMIA, 2006]. A classificação do Woka 3102

é baseada em carbeto de tungstênio, quimicamente 88WC-12Co, possui uma

morfologia esferoidal, com uma densidade aparente de 2.9 – 5.3 g/cm³, o

propósito de aplicar um material com essa composição química é a resistência

ao desgaste, e a sua temperatura de trabalho é ≤ 500 °C (930 °F).

A liga Diamalloy 1005 (Inconel 625) possui uma porcentagem alta de

níquel, tem ótima resistência ao desgaste, tem excelente resistência à

corrosão, à alta temperatura, e à carbonização. O CU–104–2 é uma liga de

bronze, possui quase 90 % de Cu e quase 10% de aluminio, possui uma

dureza mais baixa e um corte mais fino do pó, em contrapartida tem excelente

resistência mecânica à alta temperatura.

Segundo a Ogramac os pós ficam armazenados em estufa, para evitar

a umidade. A tabela 2 mostra a composição química dos materiais de

revestimentos.

Tabela 2- Nomes comerciais dos revestimentos e composição química

20

4.3. Métodos

As superfícies tem que ser adequadamente preparada, isso é de

fundamental importância para as superfícies a serem aspergidas. Em alguns

casos a rugosidade do substrato pode influenciar na rugosidade do

revestimento. A preparação do substrato consiste em limpeza, texturização,

camada de ligação e preaquecimento (LIMA, 2007).

A superfície deve ser protegida contra contaminações até a aspersão

ou texturização. O processo de limpeza é dividido em duas categorias: química

e mecânica. A limpeza química é subdivida em: divergência; desengraxamento;

e decapagem ácida. A divergência ou limpeza alcalina é um dos meios mais

efetivos para remoção de graxa, óleo, pó e partículas de metal soltas na

superfície. As composições dos compostos para a limpeza variam de acordo

com o material (LIMA, 2007).

O desengraxamento é a remoção de impurezas através de solventes a

quente, sendo eficiente quando são óleos ou graxas com grau de

contaminação leve. A decapagem acida deve ser realizada após o desengraxe,

consiste na remoção da camada de óxido, hidróxidos e sulfetos, sendo

responsável pela espessura final destas camadas (LIMA, 2007).

A limpeza mecânica se baseia no principio de abrasão, onde é possível

a remoção de camadas orgânicas ou inorgânicas da superfície, podendo ser

manuais (escovação, martelamento, etc.), ou mecanizados (usinagem,

jateamento abrasivo, raspagem, polimentos, etc.) (LIMA, 2007).

Para ser realizada a metalização, houve um procedimento com as

seguintes etapas de preparação: limpeza química utilizando decapagem acida

e desengraxante, limpeza mecânica (jateamento abrasivo) utilizando oxido de

21

alumínio novo, álcool e secador. Após isso os corpos de prova foram secos e

encaminhados para a realização do processo de aspersão. O substrato deve

apresentar alta rugosidade, pois a adesão da camada é mecânica, dependendo

então do acabamento do substrato e não do tipo de substrato.

A aplicação da camada foi feita através da tocha e com um operador

experiente, o processo HVOF descreve que o tamanho das partículas de pó

usado no processo é usualmente de 5 a 45 µm. A taxa de alimentação de pós

varia de 20 a 80 g/min. Os corpos de provas aspergidos foram enviados para

analise.

De posse dos corpos de prova com revestimentos depositados por

aspersão térmica, determinou-se o aspecto, espessura e medidas da

porcentagem de porosidade das camadas produzidas. Para tanto, a

preparação metalográfica das amostras foi realizada de acordo com as

seguintes etapas: lixamento na seção longitudinal dos corpos de prova

utilizando lixa 80, embutimento em baquelite, preparação micrografica

convencional com lixamento em lixa d’água 120, 220, 320, 400 e 600, seguido

de polimento final (poletriz modelo PL 02 ETD) com pasta de diamante 3 µm, e

ataque químico com nital 2%. As análises metalográficas foram realizadas no

Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), obtidas na Central de Análises

Químicas Instrumentais do Instituto de Química de São Carlos

(CAQI/IQSC/USP) em um equipamento ZEISS LEO 440 (Cambridge, England).

Para o cálculo da porosidade, foram obtidas imagens de 3 regiões

diferentes com 200x e 1000x de aumento.

O procedimento segue a norma ASTM E2109-07, a qual descreve dois

métodos de analise: método de teste A que é por comparação direta, e método

22

de teste B que é por analise de imagem. O método utilizado foi o B, que

determina que a análise deva ser realizada utilizando microscópio metalúrgico

de reflexão de luz, em pé ou invertido, equipado com objetivas adequadas e

interconectado com um sistema de captura e analise de imagens vídeo digitais.

A amostra é colocada adequadamente preparada (embutida, lixada e polida

com acabamento espelhado, sem riscos) no microscópio e direcionada a

imagem para a tela de visualização. Deve ser selecionada uma ampliação que

permita a resolução de vazios e melhor preencha a tela com a total espessura

do revestimento. Se alguma parte do substrato ou da montagem ficar visível na

tela deve ser eliminada de maneira que somente a camada fique visível para

analise, sendo assim possível calcular a área percentual de porosidade.

É importante considerar todos os espaços vazios que contribuam de

forma significativa para a área de porosidade percentual total. Uma vez que a

melhor ampliação tenha sido determinada, ajustar os diafragmas de abertura e

de campo do microscópio para uma melhor resolução e contraste, deve-se

saturar a luz de acordo com o fabricante do sistema, se necessário incorporar o

corretor de sombreamento adequado.

Em seguida é preciso fazer a segmentação da porosidade no campo

de visão, que consiste em selecionar a gama apropriada de escalas cinza

usadas para criar uma imagem binária, como ilustra a figura 8. Deve-se tomar

cuidado para não detectar quaisquer óxidos e nem alterar significativamente à

área percentual de porosidade quando empregado quaisquer funções de

processamento de imagem binária.

Após realizar a rotina de processamento de imagem e a limitação de

campo tenha sido apropriadamente desenvolvida, deve-se verificar os vários

23

campos de visão para assegurar que a detecção da porosidade está correta.

Deve-se tomar cuidado para não se sobrepor a um campo medido

anteriormente, não incorporar qualquer técnica que elimine as características

do revestimento que estiverem tocando a borda de uma imagem. Na figura 10

é possível visualizar que os poros apresentam-se em tons mais escuros.

a) b)

c) d)

Figura 10 – (a) Amostra antes da conversão de cores ( Diamalloy 1005), (b)

Amostra após a conversão de cores (Diamalloy 1005), (c) Amostra antes da

conversão de cores (Cu-104-2), (d) Amostra após conversão de cores (Cu-104-

2)

24

Foram realizados ensaios de dureza do material base e nos

revestimentos depositados por aspersão térmica utilizando um microdurômetro

MITUTOYO modelo HM 220 com escala HV, com carga de 100g, ensaio

realizado no laboratório da FATEC – Sorocaba. As medidas de rugosidade Ra

foram realizadas em um rugosímetro portátil Mitutoyo, modelo 178953-4 A,

pertencente ao Laboratório de Materiais da Fatec-Sorocaba.

25

5. Resultados e discussões

5.1 Analises Micrográfica

As análises metalograficas consistem na inspeção de seções

transversais dos revestimentos utilizando, em geral, microscopia óptica ou

eletrônica de varredura. Estas análises permitem detectar e medir espessura

do revestimento, porosidade, óxidos, partículas não fundidas, contaminações,

delaminação do revestimento e da interface / substrato (LIMA, 2007).

As Figuras 11 a 15 ilustram a micrografia e a determinação da

espessura das camadas produzidas por aspersão térmica estudadas neste

trabalho. Pode-se observar que a variação da espessura depende do material

de revestimento depositado. Houve uma variação na espessura depositada no

substrato, as quais se apresentaram entre 110 µm e 368 µm de variação.

O revestimento Woka 3102 apresenta uma em espessura entre

283,15µm e 229,27 µm, com dois pontos de medição. A foto foi tirada com

300x de aumento. Na amostra 1310 VM, o revestimento apresenta uma

espessura menor com o 1º ponto de 110,54 µm e o 2º ponto com 134,31 µm,

com um aumento de 800x. O revestimento de Cu-104-02 possui uma

espessura de 154,68 µm no 1º ponto e 162,92 µm no 2º ponto, com aumento

de 500x. A espessura do revestimento Diamalloy 1005 apresenta 256,74 µm e

255,68 µm 1º e 2º ponto respectivamente, em um aumento de 300x. Já o

revestimento Colmonoy 88 HV, possui uma espessura bem maior do que as

outras, com 367,68 µm no 1º ponto e 357,11 µm no 2º ponto, com um aumento

de 300x.

26

Figura 11 - Woka 3102

Figura 12 – 1310 VM

Figura 13 – Cu-104-2

27

Figura 14 – Diamalloy 1005

Figura 15 – Colmonoy 88 HV

A Tabela 3 ilustra a espessura dos cinco tipos de revestimentos

estudados neste trabalho.

Materiais Espessura ( µm)

min. max.

Woka 3102 229,27 283,15

1310 VM 110,54 134,31

Cu-104-02 154,68 162,92

Diamalloy 1005 255,68 256,74

Colmonoy 88 HV 357,11 367,68

Tabela 3- Espessura em µm de cada revestimento.

28

Observou-se, no trabalho realizado por O. Maranho (2006), que a

espessura do revestimento é função da vazão dos gases definidos no processo

de aspersão térmica, distância de aspersão e granulometria do pó. O pó possui

texturas, cores e o tamanho das partículas podem ser diferentes, variando de

acordo com a composição química dos materiais, pode-se visualizar alguns

grãos através de analises de imagens feita em microscópio óptico, como

mostram as figuras 16 a 20.

Figura 16 – Colmonoy 88HV

Figura 17 – 1310 VM

29

Figura 18 – Cu-104-2

Figura 19 – Woka 3102

30

Figura 20 – Diamalloy 1005

O tamanho das partículas não influenciou nos resultados obtidos de

porosidade, percebe-se que os grãos possuem certa igualdade, porém a uma

pequena variação no tamanho de um grão para outro, os grãos 1310 VM e o

Woka 3102, são muito parecidos isso pode ser devido sua composição

química, pois os dois possuem um valor acima de 80% de tungstênio em sua

composição. Através da analise de espessura e das partículas foi possível

observar que o tamanho da espessura variou de acordo com o processo de

operação e quantidade de passes dado pelo operador da tocha.

Para a revelação da microestrutura do substrato foi realizado o ataque

químico com nital 2%, onde encontrou-se uma matriz de ferrita com grãos de

perlita, a microestrutura ficou visível na figura 21.

31

Figura 21 – Amostra atacada para revelação da microestrutura do substrato

5.2. Analise de porosidade

As análises dos poros foram feitas de acordo com a norma ASTM E-

2109 método B. Foram escolhidos 3 campos aleatórios para analise de cada

material. Observou-se que em 4 amostras a porcentagem excedeu 2%. Na

tabela 4 é possível observar a porcentagem dos poros por amostra, e a média.

Materiais % de porosidade por nº de campos medidos Boletim técnico

1º campo 2º campo 3º campo Média % Tamanho de

partícula

1310 VM 2,741 1,516 2,877 2,378 44 µm

Colmonoy 88 HV 0,618 3,992 1,625 2,078 88 + 15 µm

Cu- 104-02 2,652 3,197 4,508 3,452 53 + 5 µm

Diamalloy 1005 1,888 1,397 1,831 1,705 45 + 11 µm

Woka 3102 3,488 1,508 1,452 2,149 45 + 15 µm

Tabela 4 - Analise da porcentagem de porosidade

32

Pesquisadores têm verificado que os processos e parâmetros de

aplicação de camadas influenciam de forma significativa na porosidade dos

revestimentos produzidos por aspersão térmica, em que os revestimentos

depositados pelo método HVOF apresentaram menores porosidades dentre os

métodos de Arc Spray, Flame-spray e LVOF estudados (Guerrero, 2006;

Macedo, 2006; Casteletti, 2010; Varavallo, 2012).

Alguns poros ficaram visíveis nas imagens da figura 22, feitas no MEV

com 2000x à 3500 x de aumento.

33

a) b)

c) d)

e)

Figura 22 – Imagens dos revestimentos realizadas no MEV, (a) Woka 3102

(2000x), (b) 1310 VM (3500x), (c) Cu-104-02 (3000x), (d) Diamalloy 1005

(2000x), (e) Colmonoy 88 HV (2000x)

34

O processo HVOF produz revestimentos com menor porosidade devido

aos materiais serem utilizados na forma de pó, os quais se fundem durante o

processo de HVOF e formam pequenas gotículas liquidas que aderem na

camada e vão se contrapondo, caracterizando uma união mais consistente

entre as partículas aspergidas. Resultados experimentais (LIMA, 2007)

sugerem que existem dois tipos de poros: os poros grosseiros que se

apresentam devido ao incompleto preenchimento dos interstícios entre

partículas previamente depositadas; e os finos que tem sido interpretado como

incompleto contato entre lamelas durante o processo de formação do

revestimento.

Observa-se que a porosidade das camadas estudadas obtiveram

valores muito próximos, devido ao processo de aspersão utilizado ter sido o

mesmo para todos os materiais estudados. Porém, apesar de pequena,

observa-se uma diferença entre os valores da porosidade encontrada.

De acordo com a porosidade descrita no boletim técnico do fabricante

dos pós, as variações nos resultados de porosidade encontradas neste

trabalho, ficaram dentro dos padrões, tanto do boletim quanto dos padrões do

método de aplicação HVOF. O boletim descreve uma porosidade de < 2% para

o Colmonoy 88 HV, de 1 à 4% para o 1310 VM, de < 1% para o Woka 3102, e

de < 1% para o Diamalloy 1005, e para o revestimento do material de Cu -104 -

2 não há informações sobre a porosidade. Devem-se levar em conta os

parâmetros de aplicação que influenciaram nos resultados encontrados neste

trabalho, por isso houve uma pequena variação no percentual encontrado, em

relação ao que descreve o boletim. É considerável que cada pó possui sua

característica, mesmo sendo utilizado o mesmo método para todas as

35

aplicações, os parâmetros de aplicação modificam-se de uma camada para

outra.

Este trabalho terá continuidade em pesquisas futuras através do

desenvolvimento de mestrado, no qual poderá ser possível definir de forma

mais clara e completa, como os parâmetros de aplicação dos revestimentos

influenciaram nos valores de porosidade analisadas.

5.3. Ensaios de microdureza

Testes de microdureza Vickers são de praticas constantes usados para

avaliar a dureza de todos os tipos de revestimentos, o método Vickers resulta

de uma divisão da carga aplicada pela área de endentação (LIMA, 2007). O

indentador é uma pirâmide de diamante cujas dimensões variam dependendo

da carga aplicada, esse procedimento segue a norma ASTM E-384-89 para

medidas de microdurezas (LIMA, 2007).

Foram realizados os ensaios de microdureza Vickers de cada material.

O substrato AISI 1020 apresentou uma microdureza de aproximadamente 200

HV. Os revestimentos 1310 VM, Woka 3102 e Colmonoy 88 HV, apresentam

respectivamente uma dureza elevada, já o revestimento Diamalloy 1005

apresentou dureza média, e o Cu-104-02 teve uma dureza média próxima ao

do substrato.

Os valores da microdureza dos revestimentos podem ser observados

na tabela 5.

36

Materiais Microdureza Vickers (100 Kgf)

1º medida 2º medida Média

1310 VM 1343 HV 1226 HV 1284 HV

Colmonoy 88 HV 901 HV 669 HV 785 HV

Cu- 104-02 179 HV 268 HV 223 HV

Diamalloy 1005 399 HV 403 HV 401 HV

Woka 3102 939 HV 743 HV 841 HV

Tabela 5 – Microdureza Vickers

O. Maranho (2006) determinou, em um estudo da influência dos

parâmetros do processo de aspersão térmica por HVOF na aplicação de

revestimentos em ferro fundido branco multicomponentes, a elevação da

porcentagem da porosidade levou a diminuição da dureza dos revestimentos.

Resultados semelhantes foram obtidos por R. Varavallo et al. (2012),

determinaram que revestimentos produzidos por materiais em nano-pó

apresentaram menores porcentagens de porosidade e maiores durezas com

relação a revestimentos produzidos por materiais em forma de vareta. Segundo

LIMA (2007), os valores de microdureza variam consideravelmente em um

mesmo revestimento.

Entretanto, neste trabalho observa-se que a microdureza dos

revestimentos está diretamente relacionada com a coposição química destes.

Materiais que apresentam tungstênio em sua composição apresentaram as

maiores durezas. O 1310 VM, que apresenta 84,14% de tungstênio e 10,1% de

níquel, apresentou a maior dureza dentre todos os revestimentos analisados,

seguido do Woka 3102 com 81,97% de tungstênio e 12,38% de cobalto, e

Colmonoy 88HV com 16,5% de tungstênio e 57,2% de niquel. O Diamalloy

1005, com alta quantidade de níquel (65,6% de níquel e 21,4% de cromo)

37

apresentou uma dureza menor que o Colmonoy 88HV, e o material de menor

dureza foi o Cu-104-2, material a Base de cobre (89,4%) e alumínio (9,62%).

5.4. Ensaio de rugosidade

As superfícies assim produzidas se apresentam como um conjunto de

irregularidades, com espaçamento regular ou irregular que tendem a formar um

padrão ou textura característicos em sua extensão, a rugosidade média (RA) é o

parâmetro mais utilizado em todo o mundo (MAUL, 2001).

A tabela 6 mostra os valores da rugosidade em Ra (µm), para

comparação com a porosidade e microdureza.

Materiais Valor da Rugosidade

Ra (µm)

1310 VM 2,68

Colmonoy 88HV 3,77

Cu-104-2 4,96

Diamalloy 1005 5,14

Woka 3102 3,01

Tabela 6 – Valores da rugosidade dos revestimentos, medida pelo parâmetro

Ra

Verifica-se que a rugosidade não está relacionada com a porosidade,

para as camadas estudadas neste trabalho, como ilustra a Figura 23.

Observam-se as maiores rugosidades para os materiais com menor (Diamalloy

1005) e maior (Cu-104-2) porosidade.

38

Figura 23 – Relação da porosidade com a rugosidade dos revestimentos

estudados neste trabalho

É visível no gráfico que os valores de rugosidade não possui relação

com a porosidade, a rugosidade está diretamente ligada a maneira de

preparação da superfície, pois as lamelas que achatam-se seguem a forma da

superfície, vão se sobrepondo uma camada à outra até completarem o

processo de deposição, as irregularidades da superfície do substrato se

mantém até a superfície da camada.

1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6

0,0

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5

1,8

2,1

2,4

2,7

3,0

3,3

3,6

3,9

4,2

4,5

4,8

5,1

Ru

go

sid

ad

e [

m]

Porosidade [%]

1310 VM

Cu-104-2

Colmonoy 88HV

Diamalloy 1005

Woka 3102

39

6. Conclusão

Um AISI 1020 é um aço de baixo carbono com apenas 0,2% C, tem

características como fácil usinagem, alta tenacidade e baixa dureza, isso faz

com que sejam necessários a deposição de novos revestimentos para se ter

maior resistência ao desgaste e a corrosão. Materiais que recebem esses

revestimentos elevam suas propriedades mecânicas, possuem baixos níveis de

óxidos e baixa porosidade, como por exemplo, a aspersão térmica pelo

processo Hipersônico (HVOF) que é um processo moderno no mercado, utiliza

materiais de revestimentos com uma combinação de cerâmicas e metais, e

ligas de materiais com elevado resistência.

De acordo com os resultados obtidos nesta pesquisa os materiais de

revestimentos 1310 VM, Woka 3102 e colmonoy 88 HV, possuem dureza

elevada devido a sua composição química que inclui ligas de carbeto de

tungstênio a base de níquel.

Analisou-se que os revestimentos apresentaram uma porosidade em

média de 2%, devido ao processo de aspersão térmica utilizado para aplicação

das camadas - HVOF. Esta porosidade não está relacionada à espessura da

camada e dureza dos revestimentos. A espessura da camada está ligada

diretamente a quantidade de passes dado pelo operador.

Observou-se que a rugosidade não está associada com a porosidade

das camadas estudadas neste trabalho, mas está associada ao processo de

preparação da superfície.

40

7. Agradecimentos

A autora agradece primeiramente a Deus pela vida, aos seus

familiares, à orientadora pela dedicação, à empresa Ogramac Indústria e

Comércio Ltda, pela produção das camadas, à FATEC – Sorocaba pela

disponibilização de seus laboratórios e oficina, à CAQI/IQSC/USP.

41

8. Referências

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